I - CaIC - Doc 001-100
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I. INTRODUÇÃO
Peço, portanto, aos Pastores da Igreja e aos fiéis que acolham este
Catecismo em espírito de comunhão, e que o usem assiduamente ao
cumprirem a sua missão de anunciar a fé e de apelar para a vida
evangélica. Este Catecismo lhes é dado a fim de que sirva como texto
de referência, seguro e autêntico, para o ensino da doutrina católica,
e de modo muito particular para a elaboração dos catecismos locais.
É também oferecido a todos os fiéis que desejam aprofundar o
conhecimento das riquezas inexauríveis da salvação (cf. Jo 8,32).
Pretende dar um apoio aos esforços ecumênicos animados pelo santo
desejo da unidade de todos os cristãos, mostrando com exatidão o
conteúdo e a harmoniosa coerência da fé católica. O "Catecismo da
Igreja Católica", por fim, é oferecido a todo o homem que nos
pergunte a razão da nossa esperança (cf. l Pd 3,15) e queira conhecer
aquilo em que a Igreja Católica crê.
JOÃO PAULO II
PRÓLOGO
«PAI, [...] é esta a vida eterna: que Te conheçam a Ti, único Deus verdadeiro,
e Aquele que enviaste, Jesus Cristo» (Jo 17, 3). «Deus, nosso Salvador [...],
quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da
verdade» (1 Tm 2, 3-4). «Não existe debaixo do céu outro nome, dado aos
homens, pelo qual possamos ser salvos» (Act 4, 12), senão o nome de
JESUS.
2. Para que este convite se fizesse ouvir por toda a Terra, Cristo enviou os
Apóstolos que escolhera, dando-lhes o mandato de anunciar o Evangelho:
«Ide, pois, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai
e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprirem tudo quanto vos
prescrevi. E eis que Eu estou convosco todos os dias até ao fim do
mundo» (Mt 28, 19-20). Fortalecidos por esta missão, os Apóstolos
«partiram a pregar por toda a parte e o Senhor cooperava com eles
confirmando a Palavra com os sinais que a acompanhavam» (Mc 16, 20).
18. Este Catecismo foi concebido como uma exposição orgânica de toda a
fé católica. Deve, portanto, ser lido como um todo. Numerosas notas
remissivas à margem do texto (números impressos em tipos
menores remetendo para outros parágrafos que tratam do mesmo assunto) e
o índice analítico no fim do volume, permitem encarar cada tema na sua
ligação com o conjunto da fé.
19. Muitas vezes, os textos da Sagrada Escritura não são citados literalmente,
mas com a simples indicação da referência (por meio dum cf.) feita em nota.
Para uma inteligência aprofundada desses passos, convém recorrer aos
próprios textos. Tais referências bíblicas são um instrumento de trabalho
para a catequese.
20. Quando, cm certas passagens, se emprega a letra miúda, isso quer dizer
que se trata de anotações de tipo histórico ou apologético, ou de exposições
doutrinais complementares.
22. No fim de cada unidade temática, uma série de textos breves resume, em
fórmulas escolhidas, o essencial do ensinamento. Estes «RESUMINDO» têm
por fim dar à catequese local sugestões de fórmulas sintéticas e fáceis de
decorar.
23. A tónica deste Catecismo incide sobre a exposição doutrinal. Com efeito,
a sua intenção é ajudar a aprofundar o conhecimento da fé. Todo ele se
orienta no sentido do amadurecimento da mesma fé, do seu enraizamento na
vida e da sua irradiação no testemunho (10).
24. Pela sua própria finalidade, este Catecismo não se propõe realizar as
adaptações da exposição e dos métodos catequéticos, exigidas pelas
diferenças de culturas, idades, maturidade espiritual, situações sociais e
eclesiais daqueles a quem a catequese se dirige. Essas indispensáveis
adaptações pertencem aos catecismos apropriados e, sobretudo, àqueles que
ministram o ensino aos fiéis:
«Aquele que ensina deve "fazer-se tudo para todos" (1 Cor 9, 22) para a
todos atrair a Jesus Cristo. [...] Sobretudo, não julgue que lhe está confiada
apenas uma categoria de almas e que, portanto, lhe incumbe o trabalho de
ensinar e formar de modo idêntico, na verdadeira piedade, todos os fiéis,
usando sempre um só e mesmo método! Atendendo a que, em Cristo Jesus,
uns são como crianças recém-nascidas, outros como adolescentes e outro,
finalmente, já são efetivamente adultos, é necessário que pondere com toda
a diligência quais são os que precisam de leite e quais os que carecem de um
alimento mais sólido. [...] Isto mesmo testemunhava de si próprio o
Apóstolo. [...] Os que são chamados ao ministério da pregação devem, ao
transmitir o ensino dos mistérios da fé e das normas dos costumes, adaptar
as suas palavras à mentalidade e à inteligência dos seus ouvintes» (11).
Este é sem dúvida o caminho melhor, que o mesmo apóstolo seguia quando
fundamentava a sua doutrina e ensino na caridade que não acaba nunca. A
finalidade da doutrina e do ensino deve fixar-se toda no amor, que não acaba.
Podemos expor muito bem o que se deve crer, esperar ou fazer; mas,
sobretudo, devemos pôr sempre em evidência o amor de nosso Senhor, de
modo que cada qual compreenda que qualquer ato de virtude perfeitamente
cristão, não tem outra origem nem outro fim senão o amor (12).
PRIMEIRA PARTE
A PROFISSÃO DA FÉ
PRIMEIRA SECÇÃO
CAPÍTULO PRIMEIRO
I. O desejo de Deus
28. De muitos modos, na sua história e até hoje, os homens exprimiram a sua
busca de Deus em crenças e comportamentos religiosos (orações, sacrifícios,
cultos, meditações, etc.). Apesar das ambiguidades de que podem enfermar,
estas formas de expressão são tão universais que bem podemos chamar ao
homem um ser religioso:
29. Mas esta «relação íntima e vital que une o homem a Deus»(2) pode ser
esquecida, desconhecida e até explicitamente rejeitada pelo homem. Tais
atitudes podem ter origens diversas (3) a revolta contra o mal existente no
mundo, a ignorância ou a indiferença religiosas, as preocupações do mundo
e das riquezas (4), o mau exemplo dos crentes, as correntes de pensamento
hostis à religião e, finalmente, a atitude do homem pecador que, por medo,
se esconde de Deus(5) e foge quando Ele o chama (6).
30. «Exulte o coração dos que procuram o Senhor» (Sl 105, 3). Se o homem
pode esquecer ou rejeitar Deus, Deus é que nunca deixa de chamar todo o
homem a que O procure, para que encontre a vida e a felicidade. Mas esta
busca exige do homem todo o esforço da sua inteligência, a retidão da sua
vontade, «um coração to», e também o testemunho de outros que o ensinam
a procurar Deus.
Estes «caminhos» para atingir Deus têm como ponto de partida criação: o
mundo material e a pessoa humana.
33. O homem: Com a sua abertura à verdade e à beleza, com o seu sentido
do bem moral, com a sua liberdade e a voz da sua consciência, com a sua
ânsia de infinito e de felicidade, o homem interroga-se sobre a existência de
Deus. Nestas aberturas, ele detecta sinais da sua alma espiritual. «Gérmen de
eternidade que traz em si mesmo, irredutível à simples matéria» (10), a sua
alma só em Deus pode ter origem.
34. O mundo e o homem atestam que não têm em si mesmos, nem o seu
primeiro princípio, nem o seu fim último, mas que participam do Ser-em-si,
sem princípio nem fim. Assim, por estes diversos «caminhos», o homem
pode ter acesso ao conhecimento da existência duma realidade que é a causa
primeira e o fim último de tudo, «e a que todos chamam Deus» (11).
36. «A Santa Igreja, nossa Mãe, atesta e ensina que Deus, princípio e fim de
todas as coisas, pode ser conhecido, com certeza, pela luz natural da razão
humana, a partir das coisas criadas» (12). Sem esta capacidade, o homem
não poderia acolher a revelação de Deus. O homem tem esta capacidade
porque foi criado «à imagem de Deus» (Gn 1, 27).
38. É por isso que o homem tem necessidade de ser esclarecido pela
Revelação de Deus, não somente no que diz respeito ao que excede o seu
entendimento, mas também sobre «as verdades religiosas e morais que, de
si, não são inacessíveis à razão, para que possam ser, no estado atual do
género humano, conhecidas por todos sem dificuldade, com uma certeza
firme e sem mistura de erro» (14).
41. Todas as criaturas são portadoras duma certa semelhança de Deus, muito
especialmente o homem, criado à imagem e semelhança de Deus. As
múltiplas perfeições das criaturas (a sua verdade, a sua bondade, a sua
beleza) refletem, pois, a perfeição infinita de Deus. Daí que possamos falar
de Deus a partir das perfeições das suas criaturas: «porque a grandeza e a
beleza das criaturas conduzem, por analogia, à contemplação do seu Autor»
(Sb 13, 5).
42. Deus transcende toda a criatura. Devemos, portanto, purificar
incessantemente a nossa linguagem no que ela tem de limitado, de ilusório,
de imperfeito, para não confundir o Deus «inefável, incompreensível,
invisível, impalpável» (15) com as nossas representações humanas. As
nossas palavras humanas ficam sempre aquém do mistério de Deus.
Resumindo:
45. O homem foi feito para viver em comunhão com Deus, em quem encontra
a sua felicidade: «Quando eu estiver todo em Ti, não mais haverá tristeza
nem angústia; inteiramente repleta de Ti, a minha vida será vida plena»(18).
47. A Igreja ensina que o Deus único e verdadeiro, nosso Criador e Senhor;
pode ser conhecido com certeza pelas suas obras, graças à luz natural da
razão humana (19).
48. Nós podemos realmente falar de Deus partindo das múltiplas perfeições
das criaturas, semelhanças de Deus infinitamente perfeito, ainda que a
nossa linguagem limitada não consiga esgotar o mistério.
49. «A criatura sem o Criador esvai-se» (20). Por isso, os crentes sentem-se
pressionados pelo amor de Cristo a levar a luz do Deus vivo aos que O
ignoram ou rejeitam
PRIMEIRA PARTE
A PROFISSÃO DA FÉ
PRIMEIRA SECÇÃO
CAPÍTULO SEGUNDO
50. Pela razão natural, o homem pode conhecer Deus com certeza, a partir
das suas obras. Mas existe outra ordem de conhecimento, que o homem de
modo nenhum pode atingir por suas próprias forças: a da Revelação divina
(1). Por uma vontade absolutamente livre, Deus revela-Se e dá-Se ao homem.
E fá-lo revelando o seu mistério, o desígnio benevolente que, desde toda a
eternidade, estabeleceu em Cristo, em favor de todos os homens. Revela
plenamente o seu desígnio, enviando o seu Filho bem-amado, nosso Senhor
Jesus Cristo, e o Espírito Santo.
ARTIGO 1
A REVELAÇÃO DE DEUS
52. Deus, que «habita numa luz inacessível» (1 Tm 6, 16), quer comunicar a
sua própria vida divina aos homens que livremente criou, para fazer deles,
no seu Filho único, filhos adoptivos (3). Revelando-Se a Si mesmo, Deus
quer tornar os homens capazes de Lhe responderem, de O conhecerem e de
O amarem, muito para além de tudo o que seriam capazes por si próprios.
Santo Ireneu de Lião fala várias vezes desta pedagogia divina, sob a imagem
da familiaridade mútua entre Deus e o homem: «O Verbo de Deus [...]
habitou no homem e fez-Se Filho do Homem, para acostumar o homem a
apreender Deus e Deus a habitar no homem, segundo o beneplácito do Pai»
(5).
54. «Deus, criando e conservando todas as coisas pelo Verbo, oferece aos
homens um testemunho perene de Si mesmo nas coisas criadas, e, além
disso, decidindo abrir o caminho da salvação sobrenatural, manifestou-se a
Si mesmo, desde o princípio, aos nossos primeiros pais» (6). Convidou-os a
uma comunhão íntima consigo, revestindo-os de uma graça e justiça
resplandecentes.
55. Esta Revelação não foi interrompida pelo pecado dos nossos primeiros
pais. Com efeito, Deus, «depois da sua queda, com a promessa de redenção,
deu-lhes a esperança da salvação, e cuidou continuamente do género
humano, para dar a vida eterna a todos aqueles que, perseverando na prática
das boas obras, procuram a salvação»(7).
«E quando, por desobediência, perdeu a vossa amizade, não o abandonastes
ao poder da morte [...] Repetidas vezes fizestes aliança com os homens (8)».
58. A aliança com Noé permanece em vigor enquanto durar o tempo das
nações (15), até à proclamação universal do Evangelho. A Bíblia venera
algumas grandes figuras das «nações», como «o justo Abel», o rei e
sacerdote Melquisedec (16), figura de Cristo (17), ou os justos «Noé, Danel
e Job» (Ez 14, 14). Deste modo, a Escritura exprime o alto grau de santidade
que podem atingir os que vivem segundo a aliança de Noé, na expectativa de
que Cristo «reúna, na unidade, todos os filhos de Deus dispersos» (Jo 11,
52).
63. Israel é o povo sacerdotal de Deus (23), sobre o qual «foi invocado o
Nome do Senhor» (Dt 28, 10). É o povo daqueles «a quem Deus falou em
primeiro lugar»(24), o povo dos «irmãos mais velhos» na fé de Abraão (25).
65. «Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos
pais, pelos Profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos pelo seu
Filho» (Heb 1, 1-2). Cristo, Filho de Deus feito homem, é a Palavra única,
perfeita e insuperável do Pai.
N'Ele, o Pai disse tudo. Não haverá outra palavra além dessa. São João da
Cruz, após tantos outros, exprime-o de modo luminoso, ao comentar Heb 1,
1-2:
«Ao dar-nos, como nos deu, o seu Filho, que é a sua Palavra – e não tem
outra – (Deus) disse-nos tudo ao mesmo tempo e de uma só vez nesta Palavra
única e já nada mais tem para dizer. [...] Porque o que antes disse
parcialmente pelos profetas, revelou-o totalmente, dando-nos o Todo que é
o seu Filho. E por isso, quem agora quisesse consultar a Deus ou pedir-Lhe
alguma visão ou revelação, não só cometeria um disparate, mas faria agravo
a Deus, por não pôr os olhos totalmente em Cristo e buscar fora d'Ele outra
realidade ou novidade» (33).
67. No decurso dos séculos tem havido revelações ditas «privadas», algumas
das quais foram reconhecidas pela autoridade da Igreja. Todavia, não
pertencem ao depósito da fé. O seu papel não é «aperfeiçoar» ou «completar»
a Revelação definitiva de Cristo, mas ajudar a vivê-la mais plenamente,
numa determinada época da história. Guiado pelo Magistério da Igreja, o
sentir dos fiéis sabe discernir e guardar o que nestas revelações constitui um
apelo autêntico de Cristo ou dos seus santos à Igreja.
Resumindo:
68. Por amor, Deus revelou-Se e deu-Se ao homem. Dá assim uma resposta
definitiva e superabundante às questões que o homem se põe a si próprio
sobre o sentido e o fim da sua vida.
71. Deus concluiu com Noé uma aliança eterna entre Si e todos os seres
vivos (36). Essa aliança durará enquanto durar o mundo.
72. Deus escolheu Abraão e concluiu uma aliança com ele e os seus
descendentes. Fez deles o seu povo, ao qual revelou a sua Lei por meio de
Moisés. E preparou-o, pelos profetas, a acolher a salvação destinada a toda
a humanidade.
73. Deus revelou-Se plenamente enviando o seu próprio Filho, no qual
estabeleceu a sua aliança para sempre. O Filho é a Palavra definitiva do
Pai, de modo que, depois d'Ele, não haverá outra Revelação.
ARTIGO 2
I. A Tradição apostólica
79. Assim, a comunicação que o Pai fez de Si próprio, pelo seu Verbo, no
Espírito Santo, continua presente e ativa na Igreja: «Deus, que outrora falou,
dialoga sem interrupção com a esposa do seu amado Filho; e o Espírito Santo
– por quem ressoa a voz do Evangelho na Igreja, e, pela Igreja, no mundo –
introduz os crentes na verdade plena e faz com que a palavra de Cristo neles
habite em toda a sua riqueza» (45).
«A sagrada Tradição, por sua vez, conserva a Palavra de Deus, confiada por
Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos Apóstolos, e transmite-a
integralmente aos seus sucessores, para que eles, com a luz do Espírito da
verdade, fielmente a conservem, exponham e difundam na sua pregação»
(47).
83. A Tradição de que falamos aqui é a que vem dos Apóstolos. Ela transmite
o que estes receberam do ensino e do exemplo de Jesus e aprenderam pelo
Espírito Santo. De facto, a primeira geração de cristãos não tinha ainda um
Novo Testamento escrito, e o próprio Novo Testamento testemunha o
processo da Tradição viva.
O MAGISTÉRIO DA IGREJA
86. «Todavia, este Magistério não está acima da Palavra de Deus, mas sim
ao seu serviço, ensinando apenas o que foi transmitido, enquanto, por
mandato divino e com a assistência do Espírito Santo, a ouve piamente, a
guarda religiosamente e a expõe fielmente, haurindo deste depósito único da
fé tudo quanto propõe à fé como divinamente revelado» (52).
88. O Magistério da Igreja faz pleno uso da autoridade que recebeu de Cristo
quando define dogmas, isto é, quando propõe, dum modo que obriga o povo
cristão a uma adesão irrevogável de fé, verdades contidas na Revelação
divina ou quando propõe, de modo definitivo, verdades que tenham com elas
um nexo necessário.
89. Existe uma ligação orgânica entre a nossa vida espiritual e os dogmas.
Os dogmas são luzes no caminho da nossa fé: iluminam-no e tornam-no
seguro. Por outro lado, se a nossa vida for reta, a nossa inteligência e nosso
coração estarão abertos para acolher a luz dos dogmas da fé (54).
O SENTIDO SOBRENATURAL DA FÉ
92. «A totalidade dos fiéis [...] não pode enganar-se na fé e manifesta esta
sua propriedade peculiar por meio do sentir sobrenatural da fé do povo todo,
quando, "desde os bispos até ao último dos fiéis leigos", exprime consenso
universal em matéria de fé e costumes» (58).
93. «Com este sentido da fé, que se desperta e sustenta pela ação do Espírito
de verdade, o povo de Deus, sob a direção do sagrado Magistério [...] adere
indefectivelmente à fé, uma vez por todas confiada aos santos; penetra-a
mais profundamente com juízo acertado e aplica-a mais totalmente na vida»
(59).
O CRESCIMENTO NA INTELIGÊNCIA DA FÉ
Resumindo:
96. O que Cristo confiou aos Apóstolos, estes o transmitiram, pela sua
pregação e por escrito, sob a inspiração do Espírito Santo, a todas as
gerações, até à vinda gloriosa de Cristo.
98. «Na sua doutrina, vida e culto, a Igreja perpetua e transmite a todas as
gerações tudo aquilo que ela é, tudo aquilo em que acredita» (67).
99. Graças ao sentido sobrenatural da fé, o povo de Deus, no seu todo, não
cessa de acolher o dom da Revelação divina, de nele penetrar mais
profundamente e de viver dele mais plenamente.