Trab. de Psc. Exp. E, Aplic.

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Betinha Cristóvão
Fernando Tuaibo
Júlia Manuel Abudo
Lázaro Ngalambe

5° Grupo

Introdução ao conceito de mediação e da estatística

As entrevistas e os Questionarios; Os testes Psicologicos; Escalas de Medidas; Escalas


nominais; Escalas Ordinais; escalas de intervalo e Escalas de Razao.

(Licenciatura em Psicologia Educacional com Habilitações em orietanção vocacional)

Universidade Rovuma

Extensão de Niassa

2024
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Betinha Cristóvão
Fernando Tuaibo
Júlia Manuel Abudo
Lázaro Ngalambe

Introdução ao conceito de mediação e da estatística

As entrevistas e os Questionarios; Os testes Psicológicos; Escalas de Medidas;


Escalas nominais; Escalas Ordinais; escalas de intervalo e Escalas de Razão.

O presente trabelho da cadeira Psicológia


Experimental e Aplicada, a ser entregue no
departamento de psicologia com fins avaliativos,
sob orientação do docente: Jonasse Roque.

Universidade Rovuma

Extensão de Niassa

2024
3

Índice
Introdução ..................................................................................................................... 4
Objetivos Gerais: .......................................................................................................... 4
Objetivos Específicos: .................................................................................................. 4
Conceito de mediação ................................................................................................... 5
Mediação completa e parcial ........................................................................................ 5
Mediação completa ....................................................................................................... 5
Mediação parcial ........................................................................................................... 5
Conceito de estatistica .................................................................................................. 6
Entrevista ...................................................................................................................... 6
Tipos de entrevistas ...................................................................................................... 6
Vantagens e limitações ................................................................................................. 7
Vantagens: .................................................................................................................... 7
Limitações ..................................................................................................................... 7
Preparação da entrevista ............................................................................................... 8
Diretrizes da entrevista ................................................................................................. 8
Questionário ................................................................................................................ 10
Vantagens e desvantagens .......................................................................................... 10
Vantagens: .................................................................................................................. 10
Desvantagens: ............................................................................................................. 11
Processo de elaboração ............................................................................................... 11
O pré-teste ................................................................................................................... 11
Classificação das perguntas ........................................................................................ 12
Conteúdo, Vocabulário, Bateria. ................................................................................. 12
Ordem das perguntas .................................................................................................. 12
Vantagens e desvantagens .......................................................................................... 13
Vantagens: .................................................................................................................. 13
Desvantagens: ............................................................................................................. 14
Testes psicologicos ..................................................................................................... 14
Escalas de mediação ................................................................................................... 15
Escalas de medidas da variaveis ................................................................................. 15
Escalas nominais ......................................................................................................... 15
Escala ordinal .............................................................................................................. 16
Escala intervalar .......................................................................................................... 16
Escalas proporcionais ou de razão .............................................................................. 16
Conclusão.................................................................................................................... 18
Referências .................................................................................................................. 19
4

Introdução
Este trabalho tem como objetivo fornecer uma introdução abrangente ao
conceito de mediação e sua relação com a estatística, além de explorar as principais
ferramentas utilizadas nesse processo. Começaremos discutindo o conceito de mediação
e sua importância na psicologia, destacando sua aplicação em diferentes contextos e
suas contribuições para a compreensão do comportamento humano. Em seguida,
abordaremos as entrevistas e questionários como métodos de coleta de dados
amplamente utilizados na pesquisa psicológica. Exploraremos suas características,
vantagens e desafios, destacando suas aplicações práticas e a importância de uma
abordagem adequada na elaboração e administração desses instrumentos.

Além disso, discutiremos os testes psicológicos como uma ferramenta


fundamental na medição de características psicológicas dos indivíduos. Analisaremos
sua definição, tipos e procedimentos de aplicação, bem como sua relevância na prática
clínica e na pesquisa psicológica. Por fim, abordaremos as escalas de mediação,
explorando seu papel na avaliação e quantificação de construtos psicológicos
complexos. Discutiremos sua aplicação em diferentes contextos e sua contribuição para
a compreensão mais aprofundada de fenômenos psicológicos.

Ao final deste trabalho, espera-se que o leitor tenha uma compreensão mais
abrangente sobre o processo de mediação, as ferramentas utilizadas nesse processo e sua
importância na pesquisa e prática psicológica.

Objetivos Gerais:
 Introduzir o conceito de mediação e sua aplicação na psicologia, destacando sua
importância na compreensão de relações entre variáveis.
 Explorar o papel dos métodos de coleta de dados, como entrevistas,
questionários e testes psicológicos, na investigação de fenômenos mediados.

Objetivos Específicos:

 Analisar as características e aplicações dos métodos de coleta de dados,


destacando suas vantagens e limitações.
 Descrever o processo de medição de variáveis psicológicas por meio de testes
psicológicos, identificando sua relevância na prática clínica e de pesquisa.
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Conceito de mediação
O conceito de mediação, segundo Baron e Kenny (1986) e Preacher e Hayes
(2004, 2008), refere-se à explicação da relação entre uma variável preditora e uma
variável de resultado por meio de uma ou mais variáveis intermediárias, chamadas de
mediadoras. Isso implica uma relação de causalidade e temporalidade, onde a variável
independente afeta o mediador, que por sua vez influencia a variável dependente. Este
modelo pressupõe que a variável independente precede temporalmente o mediador, que
por sua vez precede a variável dependente.

Em estatística, um modelo de mediação busca explicar o mecanismo por trás de


uma relação entre uma variável independente e uma variável dependente, inserindo uma
terceira variável hipotética, chamada variável mediadora. Em vez de uma relação causal
direta, o modelo propõe que a variável independente afeta a variável mediadora, que por
sua vez influencia a variável dependente. Isso ajuda a esclarecer a natureza da relação
entre as variáveis independentes e dependentes.

Mediação completa e parcial


Uma variável mediadora pode ser responsável por todas ou algumas das relações
observadas entre duas variáveis.

Mediação completa
A evidência máxima para a mediação, também conhecida como mediação
completa, ocorre quando a inclusão da variável mediadora reduz a relação entre a
variável independente e a variável dependente para zero.

Mediação parcial
Para estabelecer a mediação total ou parcial, é necessário demonstrar uma
redução significativa na variância explicada pela variável independente ao introduzir o
mediador, confirmado por testes como o teste de Sobel. A presença de efeitos indiretos
estatisticamente significativos pode ocorrer mesmo na ausência de um efeito total,
devido a vários caminhos de mediação que se cancelam. É crucial interpretar os termos
"mediação parcial" e "completa" em relação ao conjunto de variáveis no modelo. A
operação de "fixar uma variável" difere da de "controlar por uma variável", essencial
para uma análise precisa da mediação, especialmente quando os erros são
correlacionados.
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Conceito de estatistica
Estatística: É a ciência que oferece uma coleção de métodos para produzir e
obter dados organizá-los resume-los, analisá-los, interpretá-los e deles extrair
conhecimento (Adaptado de Triola (1999)). Deste modo, a Estatística contribui para que
dados gerem conhecimento e, como tal, deve ter como objetivo não só a produção de
dados, como também a interpretação de dados já existentes, utilizando a combinação de
gráficos, tabelas e medidas numéricas que permitam interpretar o que esses dados
significam.

Entrevista
Entrevista é um instrumento da metodologia qualitativa e mostra-se
especialmente adequada à investigação de processos internos e reflexivos e à produção
de significados da ótica dos entrevistados. Faz-se ainda necessário, no entanto,
estabelecer as diferenças entre as entrevistas, os grupos focais e os questionários, posto
que as três técnicas sejam instrumentos de investigação de processos internos e
reflexivos a partir de significados construídos pelos participantes.

Tipos de entrevistas
Existem diferentes tipos de entrevistas, cada uma com seu propósito específico. A
entrevista padronizada ou estruturada segue um roteiro previamente estabelecido, com
perguntas predeterminadas, permitindo comparações entre os entrevistados. Por outro
lado, a entrevista despadronizada ou não estruturada oferece ao entrevistador liberdade
para explorar amplamente os tópicos, utilizando perguntas abertas em uma conversa
informal. Esse tipo de entrevista, segundo Ander-Egg (1978:110), apresenta três
modalidades:

 Entrevista focalizada há um roteiro de tópicos relativos ao problema que se vai


estudar e o entrevistador tem liberdade de fazer as perguntas que quiser: sonda
razões e motivos dão esclarecimentos, não obedecendo, a rigor, a uma estrutura
formal. Para isso, são necessários habilidade e perspicácia por parte do
entrevistador em geral, é utilizada em estudos de situações de mudança de
conduta.
 Entrevista clínica trata-se de estudar os motivos, os sentimentos, a conduta das
pessoas. Para esse tipo de entrevista pode ser organizada uma série de perguntas
específicas. Não dirigida. Há liberdade total por parte do entrevistado, que
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poderá expressar suas opiniões e sentimentos. A função do entrevistador é de


incentivo, levando o informante a falar sobre determinado assunto, sem,
entretanto, forçá-lo a responder.
 Painel consiste na repetição de perguntas, de tempo em tempo, às mesmas
pessoas, a fim de estudar a evolução das opiniões em períodos curtos. As
perguntas devem ser formuladas de maneira diversa, para que o entrevistado não
distorça as respostas com essas repetições.

Vantagens e limitações
Como técnica de coleta de dados, a entrevista oferece várias vantagens e limitações:

Vantagens:
 Pode ser utilizada com todos os segmentos da população: analfabetos ou
alfabetizados.
 Fornece uma amostragem muito melhor da população geral: o entrevistado não
precisa saber ler ou escrever.
 Há maior flexibilidade, podendo o entrevistador repetir ou esclarecer perguntas,
formular de maneira diferente; especificar algum significado, como garantia de
estar sendo compreendido.
 Oferece maior oportunidade para avaliar atitudes, condutas, podendo o
entrevistado ser observado naquilo que diz e como diz: registro de reações,
gestos etc.
 Dá oportunidade para a obtenção de dados que não se encontram em fontes
documentais e que sejam relevantes e significativos.
 Há possibilidade de conseguir informações mais precisas, podendo ser
comprovadas, de imediato, as discordâncias.
 Permite que os dados sejam quantificados e submetidos a tratamento estatístico.

Limitações
A entrevista apresenta algumas limitações ou desvantagens, que podem ser
superadas ou minimizadas se o pesquisador for uma pessoa com bastante experiência ou
tiver muito bom-senso. As limitações são:

 Dificuldade de expressão e comunicação de ambas as partes.


 Incompreensão, por parte do informante, do significado das perguntas, da
pesquisa, que pode levar a uma falsa interpretação.
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 Possibilidade de o entrevistado ser influenciado, consciente ou


inconscientemente, pelo questionador, pelo seu aspecto físico, suas atitudes,
idéias, opiniões etc.
 Disposição do entrevistado em dar as informações necessárias.
 Retenção de alguns dados importantes, receando que sua identidade seja
revelada.
 Pequeno grau de controle sobre uma situação de coleta de dados.
 Ocupa muito tempo e é difícil de ser realizada.

Preparação da entrevista
A preparação da entrevista é uma etapa importante da pesquisa: requer tempo (o
pesquisador deve ter uma idéia clara da informação de que necessita) e exige algumas
medidas:

 Planejamento da entrevista: deve ter em vista o objetivo a ser alcançado.


 Conhecimento prévio do entrevistado: objetiva conhecer o grau de familiaridade
dele com o assunto.
 Oportunidade da entrevista: marcar com antecedência a hora e o local, para
assegurar-se de que será recebido.
 Condições favoráveis: garantir ao entrevistado o segredo de suas confidências e
de sua· identidade.
 Contato com líderes: espera-se obter maior entrosamento com o entrevistado e
maior variabilidade de informações.
 Conhecimento prévio do campo: evita desencontros e perda de tempo.
 Preparação específica: organizar roteiro ou formulário com as questões
importantes.

Diretrizes da entrevista
A entrevista, que visa obter respostas válidas e informações pertinentes, é uma
verdadeira arte, que se aprimora com o tempo, com treino e com experiência. Exige
habilidade e sensibilidade;· não é tarefa fácil, mas é básica. Quando o entrevistador
consegue estabelecer certa relação de confiança com o entrevistado, pode obter
informações que de outra maneira talvez não fossem possíveis.

Para maior êxito da entrevista, devem-se observar algumas normas:


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Contato Inicial O pesquisador deve entrar em contato com o infonnante e


estabelecer, desde o primeiro momento, uma conversação amistosa, explicando a
finalidade da pesquisa, seu objeto, relevância e ressaltar a necessidade de sua
colaboração. É importante obter e manter a confiança do entrevistado, assegurando-lhe
o caráter confidencial de suas informações. Criar um ambiente que estimule e que leve o
entrevistado a ficar à vontade e a falar espontânea e naturalmente, sem tolhimentos de
qualquer ordem. A conversa deve ser mantida numa atmosfera de cordialidade e de
amizade (rapport).

Mediante a técnica da entrevista o pesquisador pode levar o entrevistado a uma


penetração maior em sua própria experiência, explorando áreas importantes, mas não
previstas no roteiro de perguntas. O entrevistado pode falar, mas principalmente deve
ouvir, procurando sempre manter o controle da entrevista.

Formulação de Perguntas as perguntas devem ser feitas de acordo com o tipo da


entrevista: padronizadas, obedecendo ao roteiro ou formulário preestabelecido; não
padronizadas, deixando o informante falar à vontade e, depois, ajudá-lo com outras
perguntas, entrando em maiores detalhes. Para não confundir o entrevistado, deve-se
fazer uma pergunta de cada vez e, primeiro, as que não tenham probabilidade de ser
recusadas. Deve-se permitir ao informante restringir ou limitar suas informações. Toda
pergunta que sugira resposta deve ser evitada.

Registro de Respostas se possível, devem ser anotadas no momento da


entrevista, para maior fidelidade e veracidade das informações. O uso do gravador é
ideal, se o informante concordar com a sua utilização. A anotação posterior apresenta
duas inconveniências: falha de memória e/ou distorção do fato, quando não se guardam
todos os elementos. O registro deve ser feito com as mesmas palavras que o
entrevistado usar, evitando-se as resume. Outra preocupação é manter o entrevistador
atento em relação aos erros, devendo-se conferir as respostas, sempre que puder. Se
possível, anotar gestos, atitudes e inflexões de voz. Ter em mãos todo o material
necessário para registrar as informações.

Término da Entrevista deve terminar como começou, isto é, em ambiente de


cordialidade, para que o pesquisador; se necessário, possa voltar e obter novos dados,
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sem que o informante se oponha a isso. Uma condição para o êxito da entrevista é que
mereça aprovação por parte do informante.

Requisitos Importantes às respostas de uma entrevista devem atender aos


seguintes requisitos, apontados por Lodi (12:9): validade, relevância, especificidade e
clareza, profundidade e extensão.

Validade comparação com a fonte externa, com a de outro entrevistador, observando


as dúvidas, incertezas e hesitações demonstradas pelo entrevistado.

 Relevância. Importância em relação aos objetivos da pesquisa.


 Especificidade e Clareza. “Referência a dados, data, nomes, lugares, quantidade,
percentagens, prazos etc” com objetividade. A clareza dos termos colabora na
especificidade.

Profundidade está relacionada com os sentimentos, pensamentos e lembranças do


entrevistado, sua intensidade e intimidade.

 Extensão. Amplitude da resposta

Questionário

Questionário é um instrumento de coleta de dados composto por uma série de


perguntas ordenadas, que são respondidas por escrito sem a presença do entrevistador.
Geralmente enviado pelo correio, é acompanhado por uma carta explicativa sobre a
pesquisa e sua importância, buscando estimular o interesse do destinatário para
preenchê-lo e devolvê-lo dentro de um prazo adequado. O retorno dos questionários
pode ser influenciado por vários fatores, como o patrocinador, a forma atrativa, a
extensão, a carta de acompanhamento, a facilidade de preenchimento e devolução, os
motivos apresentados para a resposta e o tipo de público-alvo.

Vantagens e desvantagens
Como toda técnica de coleta de dados, o questionário também apresenta uma
série de vantagens e desvantagens:

Vantagens:
 Economiza tempo, viagens e obtém grande número de dados.
 Atinge maior número de pessoas simultaneamente.
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 Abrange uma área geografica mais ampla.


 Economiza pessoal, tanto em adestramento quanto em trabalho de campo.

Desvantagens:
a) Percentagem pequena dos questionários que voltam.
b) Grande número de perguntas sem respostas.
c) Não pode ser aplicado a pessoas analfabetas.
d) Impossibilidade de ajudar o informante em questões mal compreendidas.
e) A dificuldade de compreensão, por parte dos informantes, leva a uma
uniformidade aparente.
f) Na leitura de todas as perguntas, antes de respondê-las, pode uma questão
influenciar a outra.

Processo de elaboração
A elaboração de um questionário requer precisão nas normas para aumentar sua
eficácia e validade. O pesquisador deve organizar os temas, selecionar questões
importantes e relevantes para os objetivos da pesquisa. O questionário deve ser limitado
em extensão, contendo de 20 a 30 perguntas, e ser acompanhado por instruções claras e
notas explicativas. As questões devem ser codificadas para facilitar a tabulação, e o
questionário deve apresentar uma identificação clara da entidade patrocinadora da
pesquisa. O aspecto material e estético também é importante, incluindo tamanho
adequado, facilidade de manipulação e espaço suficiente para as respostas.

O pré-teste
O pré-teste é uma fase inicial de avaliação realizada antes da implementação
completa de um instrumento de medição, como questionário ou teste. Ele visa avaliar a
viabilidade, eficácia, clareza e adequação do instrumento, sendo administrado a uma
amostra menor de participantes representativa do grupo-alvo. Durante o pré-teste, os
pesquisadores observam e coletam opiniões sobre a compreensão das instruções, clareza
das perguntas, relevância do conteúdo e facilidade de resposta. Com base nesses dados,
ajustes podem ser feitos para melhorar a qualidade e validade do instrumento antes de
sua utilização completa. Essa etapa é crucial para identificar e corrigir problemas
potenciais antes que afetem os resultados da pesquisa ou avaliação.
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Classificação das perguntas


Quanto à forma, as perguntas, em geral, são classificadas em três categorias: abertas,
fechadas e de múltipla escolha.

 Perguntas abertas. Também chamadas livres ou não limitadas, são as que


permitem ao informante responder livremente, usando linguagem própria, e
emitir opiniões.
 Perguntas fechadas ou dicotômicas. Também denominadas limitadas ou de
alternativas fixas, são aquelas que o informante escolhe sua resposta entre duas
opções: Ex: sim e não.
 Perguntas de múltipla escolha. São perguntas fechadas, mas que apresentam
uma série de possíveis respostas, abrangendo várias facetas do mesmo assunto.

Alguns autores classificam ainda as perguntas em:

 Direta ou Pessoal. Quando formuladas em termos pessoais, incluindo a pessoa


do informado.
 Indireta ou Impessoal. Quando formuladas visando a outras pessoas.

Conteúdo, Vocabulário, Bateria.

As perguntas devem ser formuladas de forma clara, objetiva e precisa, utilizando


uma linguagem acessível ao entrevistado. Devem evitar ambiguidades, insinuações ou
inferências, e confirmar umas às outras sempre que possível. As alternativas também
devem ser examinadas para garantir que estejam bem expressas e não provoquem
distorções. O uso de baterias de perguntas deve ser cuidadosamente considerado para
evitar contaminação ou distorção das respostas.

Ordem das perguntas


Ao construir um questionário, é importante seguir uma progressão lógica, iniciando
com perguntas gerais e avançando para as específicas. As perguntas de fato devem ser
colocadas no final para evitar insegurança. Durante o questionário, é recomendado
alternar entre perguntas pessoais e impessoais. Essa abordagem, conhecida como
"técnica do funil", facilita a participação do entrevistado e mantém a coerência na
progressão das questões, conforme sugerido por Goode e Hatt (1969:177).

a) Seja conduzido a responder pelo interesse despertado, sendo as perguntas


atraentes e não controvertidas;
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b) Seja levado a responder, indo dos itens mais fáceis para os mais complexos;
c) Não se defronte prematura e subitamente com informações pessoais - questões
delicadas devem vir mais no fim;
d) Seja levado gradativamente de um quadro de referência a outro - facilitando o
entendimento e as respostas.

Formulário

Um formulário é um instrumento fundamental para coletar dados na pesquisa social. Ele


consiste em uma lista formal de perguntas, elaborada para ser preenchida pelo próprio
pesquisador ou pelo entrevistado, sob sua orientação, durante uma interação face a face.
Essas perguntas são anotadas pelo entrevistador durante a entrevista. Essencialmente,
um formulário é um roteiro estruturado para coletar informações diretamente do
entrevistado durante a pesquisa.

São três as qualidades essenciais de todo formulário, apontadas por Ander-Egg


(1978:125):

a) Adaptação ao objeto de investigação.


b) Adaptação aos meios que se possui para realizar o trabalho.
c) Precisão das informações em um grau de exatidão suficiente e satisfatório para o
objetivo proposto.

Vantagens e desvantagens
O formulário, assim como o questionário, apresenta uma série de vantagens e
desvantagens.

Vantagens:
a) Utilizado em quase todo o segmento da população: alfabetizados, analfabetos,
populações heterogêneas etc., porque seu preenchimento é feito pelo
entrevistador.
b) Oportunidade de estabelecer rapport, devido ao contato pessoal.
c) Presença do pesquisador, que pode explicar os objetivos da pesquisa, orientar o
preenchimento do fonnulário e elucidar significados de perguntas que não
estejam muito claras.
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d) Flexibilidade, para adaptarem-se às necessidades de cada situação, podendo o


entrevistador refonnular itens ou ajustar o fonnulário à compreensão de cada
infonnante.
e) Obtenção de dados mais complexos e úteis.
f) Facilidade na aquisição de um número representativo de informantes, em·
determinado grupo.
g) Uniformidade dos símbolos utilizados, pois é preenchido pelo próprio
pesquisador.

Desvantagens:
a) Menos liberdade nas respostas, em virtude da presença do entrevistador.
b) Risco de distorções, pela influência do aplicador.
c) Menos prazo para responder às perguntas; não havendo tempo para pensar, elas
podem ser invalidadas.
d) Mais demorado, por ser aplicado a uma pessoa de cada vez.
e) Insegurança das respostas, por falta do anonimato.
f) Pessoas possuidoras de infonnações necessárias podem estar em localidades.
Muito distantes, tornando a resposta difícil, demorada e dispendiosa.

Testes psicologicos
Um teste psicológico é um instrumento projetado para medir construtos não
observáveis, também conhecidos como variáveis latentes. Geralmente, consiste em uma
série de tarefas ou problemas que o indivíduo deve resolver. Enquanto os questionários
também medem construtos não observáveis, os testes psicológicos diferem ao solicitar
ao indivíduo seu desempenho máximo, em oposição ao desempenho típico exigido
pelos questionários. Um teste psicológico eficaz deve ser válido (com evidências
apoiando a interpretação dos resultados) e confiável (consistentemente fornecendo
resultados precisos ao longo do tempo e entre diferentes avaliadores).

É crucial que pessoas com habilidades semelhantes no construto medido tenham


probabilidades equivalentes de responder corretamente aos itens do teste. Por exemplo,
um item em um teste de matemática pode exigir conhecimento de futebol além das
habilidades matemáticas para ser respondido corretamente. A afiliação a um grupo
também pode afetar a probabilidade de responder corretamente aos itens (diferenciação
funcional dos itens). Os testes muitas vezes são projetados para uma população
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específica, o que deve ser considerado ao administrá-los. A invariância do teste para


diferenças grupais (por exemplo, gênero) em uma população (por exemplo, Inglaterra)
não garante automaticamente sua invariância em outra população (por exemplo, Japão).

Escalas de mediação
De acordo com Herrero & Cuesta (2005), o processo de medição compreende
quatro níveis: a variável (propriedade a ser medida), o atributo (modo de manifestação
da propriedade), o valor (expressão numérica do atributo) e a relação (ligação entre os
valores da variável). Os valores dos atributos são codificados de acordo com quatro
tipos de escalas de medida: nominal, ordinal, intervalar e proporcional (razão).

Escalas de medidas da variaveis


Escalas de medida de variáveis referem-se aos métodos ou sistemas utilizados
para quantificar e representar os diferentes níveis ou valores de uma variável em uma
pesquisa ou estudo. Essas escalas fornecem uma estrutura para coletar, organizar e
analisar dados, e podem variar em complexidade e aplicação, desde escalas simples de
categorização até escalas mais complexas com valores contínuos e mensuráveis. Os
quatro tipos principais de escalas de medida são nominal, ordinal, intervalar e de razão,
cada uma com características distintas em termos de ordem, distância entre valores e
presença de um ponto zero absoluto. Essas escalas são fundamentais para a coleta e
análise de dados em pesquisas nas áreas de ciências sociais, psicologia, saúde, entre
outras.

Escalas nominais
As escalas nominais são um tipo de escala de medida usada para categorizar
dados em diferentes categorias ou grupos, sem atribuir qualquer ordem ou hierarquia
aos valores. Nesse tipo de escala, os números ou categorias representam apenas rótulos
ou identificadores para os diferentes grupos, e não há relação quantitativa ou ordenação
entre eles. Um exemplo comum de escala nominal é a variável "gênero", que pode
incluir categorias como "masculino", "feminino" e "não binário". Nesse caso, os
números ou categorias são usados apenas para identificar os diferentes grupos, e não há
uma ordem específica associada a eles. As escalas nominais são frequentemente
utilizadas em pesquisas de ciências sociais, como sociologia e psicologia, para
categorizar dados em grupos distintos e analisar padrões de distribuição e associação
entre as categorias.
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Escala ordinal

A escala ordinal é um tipo de escala de medida que classifica os dados em


categorias ou níveis ordenados, onde a ordem dos valores é significativa, mas as
diferenças entre os valores não são uniformes ou mensuráveis. Em outras palavras, os
valores em uma escala ordinal podem ser classificados em uma sequência específica,
mas a distância entre esses valores não é necessariamente igual. Por exemplo, uma
escala ordinal pode ser usada para medir a satisfação do cliente, onde as respostas são
categorizadas como "insatisfeito", "neutro" e "satisfeito". Embora exista uma ordem
clara entre essas categorias, a diferença entre "insatisfeito" e "neutro" pode não ser a
mesma que entre "neutro" e "satisfeito". As escalas ordinais são comumente utilizadas
em pesquisas de opinião, classificações e avaliações subjetivas, onde a ordenação dos
valores é importante, mas a magnitude das diferenças não é relevante ou mensurável.

Escala intervalar
A escala intervalar é uma ferramenta fundamental na quantificação de
fenômenos, pois permite medir a intensidade específica de um atributo em relação a um
ponto zero arbitrário. Nessa escala, as variações iguais correspondem às variações
iguais nos valores da variável, garantindo uma representação precisa das diferenças
entre as observações. No entanto, ao contrário das escalas métricas, não há um ponto
zero natural, o que significa que não se pode atribuir significado absoluto a esse ponto.
Por exemplo, nas escalas de temperatura, como Celsius e Fahrenheit, o zero não
representa a ausência total de temperatura, mas sim uma referência escolhida
arbitrariamente. Isso impede a interpretação de proporções entre os valores da escala,
como dizer que uma temperatura é o dobro de outra. Portanto, embora as escalas
intervalares ofereçam uma medida quantitativa precisa, é importante ter em mente suas
limitações ao interpretar os dados.

Escalas proporcionais ou de razão


Escalas proporcionais ou de razão são um tipo de escala de medida utilizada em
estatística e pesquisa, onde as diferenças entre os valores são significativas e
proporcionais, e onde existe um verdadeiro zero absoluto. Isso significa que não só é
possível determinar a ordem dos valores, mas também calcular razões e proporções
significativas entre eles. Em uma escala de razão, o zero representa a ausência completa
da característica medida, e os números são contínuos e infinitos. Além disso, as
17

operações aritméticas como adição, subtração, multiplicação e divisão, podem ser


realizadas nos valores da escala de razão, pois eles têm significado real.

Exemplos de escalas proporcionais incluem medidas de peso, altura, tempo,


temperatura e distância, onde o zero representa a ausência completa da característica
medida (por exemplo, zero quilograma de peso, zero metros de altura, zero graus
Celsius de temperatura).
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Conclusão
Ao final do trabalho, o grupo chegou à conclusão de que a compreensão do
conceito de mediação e estatística, juntamente com as técnicas de coleta de dados, como
entrevistas e questionários, bem como a aplicação de testes psicológicos e escalas de
mediação, são fundamentais para a prática e pesquisa em psicologia e áreas afins. Esses
elementos fornecem uma base sólida para a análise e interpretação de fenômenos
psicológicos, bem como para a tomada de decisões informadas em diversos contextos
profissionais. Através da aplicação desses conceitos e ferramentas, é possível entender
melhor o comportamento humano, identificar padrões e tendências, validar hipóteses e
desenvolver intervenções eficazes para promover o bem-estar e o desenvolvimento
individual e coletivo.
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