MicroBiologia II-Microbiano
MicroBiologia II-Microbiano
MicroBiologia II-Microbiano
Aplicada à Biomedicina
Material Teórico
Crescimento e Controle Microbiano
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Crescimento e Controle Microbiano
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Rediscutir as diferenças entre as células procarióticas e as eucarióticas;
• Conhecer os fatores e as fases do crescimento microbiano;
• Compreender os seguintes termos relacionados ao controle microbiano: esterilização,
desinfecção, antissepsia e assepsia.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Crescimento e Controle Microbiano
As bactérias são formadas por células procariotas e podem ser encontradas com
diferentes tamanhos e formatos.
Os cocos normalmente são redondos, mas podem também ter a forma oval,
alongada ou achatada em uma das extremidades. Durante a reprodução, as células
podem permanecer ligadas umas às outras. Existem características desse grupo
que são úteis na identificação.
Cocos que permanecem aos pares após a divisão são chamados de diplococos;
aqueles que se dividem e permanecem ligados uns aos outros em forma de cadeia
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são chamados de estreptococos; os que se dividem em dois planos e permanecem
em grupos de quatro são conhecidos como tétrades; aqueles que se dividem em três
planos e permanecem unidos em forma de cubo, com oito bactérias, são chamados
de sarcinas; e aqueles que se dividem em múltiplos planos e formam agrupamentos
tipo cacho de uva ou lâminas amplas são chamados de estafilococos.
As bactérias espirais possuem uma ou mais curvaturas. Elas nunca são retas.
As bactérias que se assemelham a bastões curvos são chamadas de vibriões.
Outras, denominadas espirilos, possuem uma forma helicoidal, como um saca-rolha,
e um corpo bastante rígido.
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UNIDADE Crescimento e Controle Microbiano
Parede Celular
Ao estudarmos o formato das bactérias, temos que a parede celular de uma cé-
lula bacteriana é responsável por esse formato e, além disso, a parede celular tem
uma estrutura na célula procariótica complexa, semirrígida, e uma série de funções
que vale a pena discutirmos com mais detalhes.
Devido à alta pressão, a principal função da parede celular é proteger a lise bac-
teriana, ou seja, o rompimento da membrana. Quase todos os procariotos possuem
paredes celulares.
A prevenção é devida à sua estrutura semirrígida, que não permite a ruptura das
células bacterianas quando a pressão da água dentro da célula é maior que fora dela.
À medida que o volume de uma célula bacteriana aumenta, sua membrana plasmática
e parede celular se estendem conforme necessário.
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Filas adjacentes são ligadas por polipeptídeos (a porção peptídica da peptideo-
glicano). Embora a estrutura da ligação polipeptídica possa variar, ela sempre inclui
cadeias laterais de tetrapeptídeos, as quais consistem em quatro aminoácidos ligados
ao NAM no esqueleto, incluindo D-alanina, L-alanina, ácido D-glutânico ou L-lisina.
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UNIDADE Crescimento e Controle Microbiano
Como as paredes celulares das bactérias gram-negativas contêm somente uma pe-
quena quantidade de peptideoglicano, são mais suscetíveis ao rompimento mecânico.
A membrana externa tem várias funções especializadas. Sua forte carga negativa
é um fator importante na evasão da fagocitose e nas ações do complemento (causa
lise de células e promove a fagocitose), dois componentes das defesas do hospedeiro.
Existem duas classes de ácidos teicoicos: ácido lipoteicoico, que atravessa a ca-
mada de peptideoglicano e está ligado à membrana plasmática, e ácido teicoico da
parede, que está ligado à camada de peptideoglicano.
Devido à sua carga negativa (proveniente dos grupos fosfato), os ácidos teicoicos
podem se ligar e regular o movimento de cátions (íons positivos) para dentro e para
fora da célula.
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Lactobacillus, Gardnerella, Mycoplasma, Staphylococcus e Streptomyces,
Streptococcus e exemplos de bactérias gram-negativas: Escherichia, Helicobcater,
Hemophilus, Neisseria, Klebsiella, Enterobacter, Chlamydia, Pseudomonas,
Salmonella e Shigella.
Um meio pelo qual a parede celular pode ser danificada é pela exposição à
enzima digestiva lisozima. Essa enzima ocorre naturalmente em algumas células
eucarióticas, sendo um constituinte das lágrimas, do muco e da saliva.
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Crescimento Microbiano
(Fatores Físicos e Químicos)
Iremos estudar agora em nossa Disciplina o crescimento microbiano. Inicialmen-
te, o crescimento microbiano refere-se ao aumento do número de células e não
ao tamanho, formando populações microbianas. As bactérias crescem de maneira
muito rápida, e podem ficar muito grandes em um espaço de tempo muito curto.
Um grupo, composto somente por psicrófilos, pode crescer a 0°C, mas tem
uma temperatura ótima de crescimento em cerca de 15°C, os mesófilos, crescem
em temperaturas moderadas, com uma temperatura ótima de crescimento em 25 a
40°C e os termófilos crescem em altas temperaturas, em 50 a 60°C.
A maioria das bactérias cresce em uma faixa limitada de temperatura, sendo que há
somente 30ºC de diferença entre a temperatura máxima e a mínima de crescimento.
Agora, na faixa de pH, a maior parte das bactérias cresce melhor em uma faixa
estreita de pH perto da neutralidade.
O meio em que são cultivadas as bactérias é quase somente de água. Por exemplo,
a concentração de Agar (um polissacarídeo complexo isolado de uma alga marinha)
utilizada para solidificar os meios de cultura, normalmente, é de cerca de 1,5%.
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Se concentrações bem mais altas são utilizadas, a pressão osmótica aumentada
pode inibir o crescimento de algumas bactérias.
Fases do Crescimento
Normalmente, as bactérias se reproduzem por fissão binária ou por brotamento.
Quando algumas bactérias são inoculadas em um meio líquido de crescimento e a
população é contada em intervalos regulares, é possível representar graficamente a
curva de crescimento bacteriano, que mostra o crescimento das células em função
do tempo.
Há quatro fases básicas de crescimento: a fase lag, a fase log, a fase estacio-
nária e a fase de morte celular.
Durante a fase lag, também conhecida como fase de latência, num certo tem-
po, as células estão em adaptação e o número de células muda pouco, pois elas não
se reproduzem imediatamente em um novo meio.
Esse período de pouca ou nenhuma divisão é chamado de fase lag, podendo durar de
uma hora a vários dias. Durante esse tempo, contudo, as células não estão dormentes.
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Por exemplo, certas vitaminas ou antibióticos em uma solução podem ser inati-
vados pelo calor. Muitos materiais de laboratório ou hospitalares, como as sondas
de borracha e látex, são danificados por ciclos repetidos de aquecimento.
Existem também considerações econômicas: pode ser mais barato usar instru-
mentos plásticos pré-esterilizados, descartáveis, do que lavar e reesterilizar repeti-
damente objetos de vidro.
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Meios de cultura e vidrarias de Laboratório, assim como muitos instrumentos hos-
pitalares, também são normalmente esterilizados pelo calor. O mecanismo de ação do
calor aparentemente mata os micro-organismos pela desnaturação de suas enzimas,
o que resulta em mudanças na forma tridimensional dessas proteínas, inativando-as.
Sob essas condições, o vapor a uma pressão em torno de 121ºC matará todos
os organismos seus endósporos em cerca de 15 minutos.
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Alguns hospitais em suas salas de cirurgia e salas ocupadas por pacientes quei-
mados recebem ar filtrado para reduzir o número de micro-organismos transmiti-
dos pelo ar. Em Farmácias de Manipulação, esses filtros são obrigatórios no Labo-
ratório de Desenvolvimento de Medicamentos.
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Entretanto, algumas bactérias muito flexíveis, como as espiroquetas ou os mico-
plasmas sem parede celular, algumas vezes passam através desses filtros. Existem
filtros com poros tão pequenos quanto 0,01μm, um tamanho que retém os vírus e
mesmo algumas moléculas grandes de proteína.
Organismos protegidos por sólidos e coberturas como papel, vidro e tecidos não
são afetados, sendo mais usada em ambientes fechados.
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No lado direito, o O-fenilfenol foi ineficaz contra pseudomonas, mas foi quase
igualmente eficaz contra as bactérias gram-positivas e as gram-negativas.
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reduzir o número de microrganismos até um nível seguro. Um sanitizante deve ser ca-
paz de eliminar 99,999% de uma população específica de bactérias em 30 segundos.
Tipos de Desinfetantes
Existe o fenol, que exerce ação bactericida (principalmente, contra bactérias
gram-positiva) e fungicida. Sua ação viricida depende da formulação, já que nem
todos os produtos são iguais.
O iodo (I2) é um dos antissépticos mais antigos e mais eficazes, sendo eficiente
contra todos os tipos de bactérias, muitos endósporos, vários fungos e alguns vírus
e, assim como os iodados, os clorados têm ação germicida e poder residual pobre.
O cloro tem boa ação fungicida, algicida, protozoocida, viricida e contra formas
vegetativas de bactérias, mas não é tão efetivo contra esporos bacterianos; contudo,
a atividade do cloro aumenta na presença de água quente ou fervente.
Por exemplo, estão presentes materiais orgânicos que podem interferir com a
ação do desinfetante?
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Uma área pode precisar ser esfregada e lavada antes da aplicação do desinfetante.
Em geral, a desinfecção é um processo gradual. Portanto, para ser efetivo, pode ser
necessário deixar um desinfetante em contato com uma superfície por várias horas.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Structure of Prokaryotes: Bacteria and Archaea
https://bit.ly/2Zd7CH0
Vídeos
Microbiology: Bacteria Structure and Function | 3D Animation View
https://youtu.be/ei6Z7orCpPk
Growth and Reproduction in Bacteria
https://youtu.be/R5WrU72Ja4A
Leitura
Morfologia e Estrutura da Célula Bacteriana
https://bit.ly/2ZjVH5q
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Referências
BROOKS, G. F. et. al. Microbiologia Médica. 25.ed. Porto Alegre: AMGH,
2012. (E-Book)
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