Como Crescemos

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DIA 23

Como crescemos

Deus quer que cresçamos, [...] —


à semelhança de Cristo, em tudo.
Efésios 4.15, AM
O propósito disposto para nós não é que
continuemos como crianças.
Efésios 4.14, CH

DEUS QUER QUE VOCÊ CRESÇA.


O objetivo do Pai celestial é que você amadureça e desenvolva as
características de Jesus Cristo. Lamentavelmente, milhões de
cristãos envelhecem, mas nunca crescem. Emperram numa
perpétua infância espiritual, usando fraldas e sapatinhos de crochê.
Isso ocorre porque nunca pretenderam crescer.
O crescimento espiritual não é automático. É necessário um
compromisso intencional. Você deve querer crescer, decidir crescer,
esforçar-se para crescer e persistir em crescer. O discipulado —
processo de se tornar semelhante a Cristo — sempre começa com
uma decisão. Jesus nos chama, e nós respondemos: “ ‘Venha, seja
meu discípulo’, Jesus lhe disse. Então Mateus levantou-se e o
seguiu” (Mateus 9.9, NLT).
Quando os primeiros discípulos escolheram seguir Jesus, não
compreendiam todas as implicações da decisão que haviam
tomado. Simplesmente atenderam ao convite do Mestre. Isto é tudo
que você precisa para começar: decidir tornar-se um discípulo.
Nada influencia mais sua vida que os compromissos que você
escolhe assumir. Eles podem fazê-lo crescer ou destruí-lo, mas
sempre serão determinantes para você. Diga-me com o que você
está comprometido, e eu lhe direi onde você estará em vinte anos.
Tornamo--nos aquilo com que estamos comprometidos.
É nesse estágio do comprometimento que a maioria das pessoas
perde o propósito de Deus para a vida. Muitos têm medo de se
comprometer com qualquer coisa e simplesmente ficam vagando
por aí. Outros assumem compromissos superficiais, com valores
conflitantes, o que leva à frustração e à mediocridade. Outros se
comprometem inteiramente com objetivos seculares, como
enriquecer ou ficar famoso, e acabam desapontados e amargos.
Toda escolha tem consequências eternas. Logo, é melhor que você
escolha sabiamente. Pedro adverte: “Já que tudo ao nosso redor se
derreterá, que vida santa e piedosa devemos viver!” (2Pedro 3.11,
NLT).
A parte de Deus e nossa parte. Tornar-se semelhante a Cristo é
o resultado de escolhas em conformidade com ele, na dependência
do Espírito Santo para consumá-las. Uma vez que tenha decidido
seriamente se tornar semelhante a Cristo, você deve começar a agir
de maneira diferente. Precisará se livrar de alguns procedimentos
antigos, desenvolver novos hábitos e intencionalmente mudar o
modo de pensar. Esteja certo de que o Espírito Santo o ajudará
nessas mudanças. A Bíblia diz: “[...] ponham em ação a salvação de
vocês com temor e tremor, pois é Deus quem efetua em vocês tanto
o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele”
(Filipenses 2.12b,13, NVI).
Esse versículo mostra as duas Tornamo-nos aquilo com que
partes do crescimento espiritual: pôr estamos comprometidos.
em ação e efetuar. A primeira é nossa
responsabilidade; a segunda é o papel de Deus. O crescimento
espiritual é um esforço de cooperação entre você e o Espírito Santo.
O Espírito de Deus trabalha conosco, não apenas em nós.
Esse versículo, direcionado aos cristãos, não se refere à
salvação, mas ao crescimento na fé. Ele não aconselha “empenho”
pela salvação, porque você não pode acrescentar nada ao que
Jesus já realizou. Quando “põe em ação” o corpo, você se exercita
para desenvolvê-lo, não para conseguir um corpo.
Quando sua mente é “posta em ação” para resolver um quebra-
cabeça, você já possui todas as peças — sua tarefa é juntá-las.
Fazendeiros “agem” sobre a terra não para obter terra, mas para
desenvolver o que já possuem. Deus deu a você uma nova vida, e
agora é responsabilidade sua desenvolvê-la “com temor e tremor”.
Isso significa levar seu crescimento espiritual a sério! Quando
alguém se mostra negligente com o crescimento espiritual, isso
demonstra que ele não entendeu as implicações eternas desse ato
(como vimos nos capítulos 4 e 5).
Reprogramando o piloto
Seu modo de pensar determina
automático. Para mudar a vida, você
seu modo de sentir, e seu modo
deve mudar o modo de pensar. Por
de sentir influencia sua maneira
de agir. trás de tudo que você faz, há um
pensamento. Todo comportamento é
motivado por uma crença, e toda ação é induzida por uma atitude.
Deus revelou isso milhares de anos antes de os psicólogos
chegarem à mesma conclusão: “Tenha cuidado com o que você
pensa, pois a sua vida é dirigida pelos seus pensamentos”
(Provérbios 4.23, NTLH). Imagine-se viajando de lancha, num lago,
com o piloto automático ajustado para o leste. Se você decidir dar a
volta e rumar para oeste, há duas formas possíveis de mudar a
direção do barco. A primeira é agarrar a roda do leme e forçá-la
manualmente a virar para o lado oposto do que está programado no
piloto automático. Com total autocontrole, você até poderá dominar
o piloto automático, mas sentiria constante resistência. Seus braços
acabariam por se cansar do esforço e soltaria a roda do leme, e a
lancha instantaneamente voltaria a rumar para leste, conforme o
programado.
É isso que acontece quando você tenta mudar de vida pelo
autocontrole. Você diz: “Vou me esforçar para comer menos, fazer
mais exercícios, deixar de me atrasar e de ser desorganizado”. Sim,
o autocontrole pode produzir mudanças no curto prazo, mas cria
uma constante pressão interna, já que você não tratou a raiz do
problema. A mudança não é natural, então você acaba por desistir,
abandona a dieta, deixa de se exercitar e rapidamente retorna aos
antigos padrões.
A segunda maneira é mais rápida e fácil: altere o ajuste do piloto
automático — sua forma de pensar. A Bíblia diz: “Permita que Deus
o transforme em uma nova pessoa, mudando a maneira de você
pensar” (Romanos 12.2b, NLT). O primeiro passo em direção ao
crescimento espiritual é mudar o modo de pensar. Toda mudança
deve sempre ocorrer primeiro na mente. O modo de pensar
determina o modo de sentir, e o modo de sentir influencia a maneira
de agir. Paulo diz: “Deve haver uma renovação espiritual de seus
pensamentos e atitudes” (Efésios 4.23, NLT).
Para ser semelhante a Cristo, você precisa desenvolver a mente
de Cristo. O Novo Testamento chama essa mudança mental
“arrependimento”, que no original grego quer dizer literalmente
“mudar de ideia”. Você se arrepende sempre que muda a maneira
de pensar, ao adotar o mesmo modo de pensar de Deus — sobre
você mesmo, sobre o pecado, sobre Deus, sobre as outras pessoas,
sobre a vida, sobre seu futuro e sobre tudo o mais. Você assume a
perspectiva e o enfoque de Cristo.
Recebemos a seguinte ordem: “Pensem da mesma maneira que
Cristo Jesus pensa” (Filipenses 2.5, CEV). Esse processo consiste
em duas etapas. O primeiro estágio dessa alteração mental é deixar
de ter pensamentos imaturos, que são egocêntricos e egoístas. A
Bíblia diz: “Irmãos, deixem de pensar como crianças. Com respeito
ao mal, sejam crianças; mas, quanto ao modo de pensar, sejam
adultos” (1Coríntios 14.20, NVI). Os bebês são por natureza
egoístas: só pensam em si mesmos e em suas necessidades. São
incapazes de dar: só conseguem receber. Isso é um modo imaturo
de pensar. Infelizmente, muitas pessoas jamais vão além desse tipo
de pensamento. A Bíblia diz que o pensamento egoísta é a fonte do
comportamento pecaminoso: “Os que vivem segundo a própria
natureza pecaminosa só pensam nas coisas que essa natureza
pecaminosa deseja” (Romanos 8.5, NCV).
O segundo estágio da mudança que leva a pensar como Jesus é
começar a ter pensamentos maduros, concentrados nos outros; não
em nós mesmos. Em seu notório capítulo sobre o verdadeiro amor,
Paulo conclui que pensar nos outros é a marca da maturidade:
“Quando eu era menino, falava como menino, pensava como
menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem,
deixei para trás as coisas de menino” (1Coríntios 13.11, NVI).
Hoje, muitos presumem que a maturidade espiritual é medida pela
quantidade de informação bíblica e de doutrinas que conhecem.
Embora o conhecimento seja uma das maneiras de medir a
maturidade, isso não é tudo. A vida cristã é muito mais que um
conjunto de credos e convicções: ela inclui conduta e caráter.
Nossos atos devem ser coerentes com nossa fé, e nossas crenças
devem ser confirmadas por um comportamento semelhante ao de
Cristo.
O cristianismo não é uma religião nem uma filosofia, mas um
relacionamento e um estilo de vida. A essência desse estilo de vida,
como vemos no exemplo de Jesus, é pensar nos outros; não em
nós mesmos. A Bíblia diz: “Devemos pensar no bem deles e tentar
ajudá-los, fazendo coisas que lhes agradam. Nem mesmo Cristo
tentou agradar a si mesmo” (Romanos 15.2,3a, CEV).
Pensar nos outros é a base para se tornar semelhante a Cristo e
a melhor evidência de crescimento espiritual. Esse tipo de
pensamento não é natural, é contracultural, raro e árduo.
Felizmente, temos ajuda: “Deus nos deu o seu Espírito. Por isso,
não pensamos como pensam as outras pessoas deste mundo”
(1Coríntios 2.12a, CEV). Em alguns capítulos mais adiante, veremos
as ferramentas que o Espírito Santo usa para nos ajudar a crescer.

Dia 23
Pensando sobre meu propósito de vida
TEMA PARA REFLEXÃO: Nunca é tarde demais para começar a crescer.
VERSÍCULO PARA MEMORIZAR: “Deixem que Deus os transforme por
meio de uma completa mudança da mente de vocês. Assim vocês
conhecerão a vontade de Deus, isto é, aquilo que é bom, perfeito e agradável
a ele” (Romanos 12.2b, NTLH).
Uma questão para meditar: Em que área preciso parar de pensar do meu
jeito e começar a pensar do jeito de Deus?
DIA 24

Transformado pela verdade

As pessoas precisam mais que de pão


para sua vida; elas precisam se alimentar de
cada palavra proveniente de Deus.
Mateus 4.4, NLT
“Agora me entrego a Deus, ao nosso Deus
maravilhoso, cuja Palavra poderá moldar vocês
para que sejam o que ele quer e conceder a
vocês tudo de que precisem nesta
comunidade de santos amigos.”
Atos 20.32, AM

A VERDADE NOS TRANSFORMA.


O crescimento espiritual é o processo pelo qual substituímos as
mentiras pelas verdades. Jesus orou: “Santifica-os na verdade; a tua
palavra é a verdade” (João 17.17, NVI). Santificação exige
revelação. O Espírito de Deus usa a Palavra de Deus para nos
tornar semelhantes ao Filho de Deus. Para tornar-nos semelhantes
a Jesus, devemos preencher nossa vida com a Palavra. A Bíblia diz:
“Por meio da Palavra, somos unidos e moldados para as tarefas que
Deus deseja nos incumbir” (2Timóteo 3.17, AM).
A Palavra de Deus é diferente de qualquer outra. Ela é viva (v.
Atos 7.38; Hebreus 4.12; 1Pedro 1.23). Jesus disse: “[...] As
palavras que eu disse são espírito e vida” (João 6.63b, NVI).
Quando o Senhor fala, as coisas mudam. Tudo ao seu redor — toda
a criação — existe porque “Deus disse”. Foi pelas palavras dele que
tudo veio a existir. Sem elas, você nem estaria vivo. Tiago observa:
“Deus decidiu nos dar vida pela palavra da verdade, por isso somos
a mais importante de todas as coisas que ele criou” (Tiago 1.18,
NCV).
A Bíblia é muito mais que um manual de doutrinas. A Palavra de
Deus gera a vida, produz a fé, promove mudanças, afugenta o
Diabo, realiza milagres, cura feridas, edifica o caráter, transforma as
circunstâncias, transmite alegria, supera a adversidade, derrota a
tentação, inspira esperança, libera poder, esclarece a mente, cria
coisas e nos garante o futuro eterno! Não podemos viver sem a
Palavra de Deus, cujo valor nunca deve ser subestimado! Você deve
considerá-la tão essencial à sua vida quanto o alimento. Jó disse:
“[...] dei mais valor às palavras de sua boca do que ao meu pão de
cada dia” (Jó 23.12b, NVI).
A Palavra de Deus é o alimento espiritual do qual você deve se
alimentar, para cumprir seu propósito. A Bíblia é chamada “mel”,
“pão”, “alimento sólido” e “leite” (Salmos 119.103; Mateus 4.4;
1Coríntios 3.2; 1Pedro 2.2). Essa refeição completa é o menu do
Espírito Santo para o fortalecimento e crescimento espiritual. Pedro
aconselha: “[...] desejem de coração o leite espiritual puro, para que
por meio dele cresçam para a salvação” (1Pedro 2.2, NVI).

Permanecendo na Palavra de Deus


Existem mais Bíblias impressas hoje em dia do que jamais houve
no passado, mas de nada vale uma Bíblia na estante. Milhões de
fiéis são assolados pela anorexia espiritual, morrendo de fome com
a alma subnutrida. Para se tornar um saudável discípulo de Jesus,
alimentar-se da Palavra de Deus deve ser sua primeira prioridade.
Jesus chama isso “permanecer”. Ele disse: “Se vocês permanecem
na Minha palavra, então são verdadeiramente Meus discípulos”
(João 8.31, NASB). Na vida cotidiana, “permanecer na Palavra de
Deus” inclui três atitudes.
Devo aceitar sua autoridade. A Bíblia deve se tornar o critério
definitivo para minha vida, a bússola na qual confio para saber a
direção, o conselho a que dou ouvidos para tomar decisões sábias e
o parâmetro que utilizo para avaliar todas as coisas. A Bíblia deve
sempre ter a primeira e a última palavra em minha vida.
Muitos de nossos problemas
O Espírito de Deus usa a Palavra
de Deus para nos tornar
ocorrem porque baseamos nossas
semelhantes ao Filho de Deus. escolhas em critérios duvidosos:
cultura (“Todos estão fazendo isso”);
tradição (“Sempre fizemos isso”); razão (“Isso parece lógico”);
emoção (“Pareceu-me a coisa certa”). Todos esses critérios foram
corrompidos pela entrada do pecado no mundo. O que precisamos é
de um critério perfeito, que jamais nos aponte a direção errada.
Somente a Palavra de Deus supre essa necessidade. Salomão
lembra: “ ‘Cada palavra de Deus é comprovadamente pura’ ”
(Provérbios 30.5a, NVI). E Paulo explica que “tudo nas Escrituras é
Palavra de Deus. Tudo nela é útil para ensinar e ajudar as pessoas
e para corrigi-las e mostrar-lhes como viver” (2Timóteo 3.16, CEV).
Nos primeiros anos de seu ministério, Billy Graham atravessou
um período em que lutava com suas dúvidas sobre a veracidade e a
autoridade da Bíblia. Numa noite enluarada, ele caiu de joelhos e
disse a Deus que, apesar das passagens confusas que não
compreendia, daquele momento em diante depositaria confiança
total na Bíblia como a única autoridade para sua vida e seu
ministério. Daquele dia em diante, a vida de Billy Graham foi
abençoada com extraordinário poder e eficácia.
A decisão mais importante que você pode tomar hoje é
estabelecer o que exercerá a autoridade máxima sobre sua vida.
Decida que, independentemente de cultura, tradição, razão ou
emoção, você escolhe a Bíblia como a autoridade definitiva para sua
vida. Estabeleça que antes de tomar qualquer decisão você
perguntará: “O que a Bíblia diz a respeito?”. Determine que, quando
Deus lhe mandar fazer alguma coisa, você confiará em sua Palavra
e seguirá em frente, quer a ordem faça sentido para você, quer não,
independentemente de sua vontade. Adote a declaração de Paulo
como sua afirmação pessoal de fé: “[...] Creio em tudo o que
concorda com a Lei e no que está escrito nos Profetas” (Atos
24.14b, NVI).
Devo assimilar sua verdade. Não basta acreditar na Bíblia:
devemos impregnar nossa mente de seus ensinamentos, de forma
que o Espírito Santo possa nos transformar com a verdade. Existem
cinco maneiras de fazer isso: receber, ler, pesquisar, memorizar e
refletir sobre ela.
Primeira: você recebe a Palavra de Deus quando a ouve e a
aceita sem reservas. A parábola do semeador ilustra como nossa
receptividade determina se a Palavra de Deus irá ou não criar raízes
em nossa vida e dar frutos. Jesus identifica três atitudes de rejeição
— mente fechada (à beira do caminho), mente superficial (solo
pedregoso) e mente distraída (entre os espinhos) —; em seguida,
adverte: “ ‘Considerem atentamente como vocês estão ouvindo’ ”
(Lucas 8.18a, NVI).
Toda vez que sentir que não está aprendendo nada com o sermão
ou com seu professor de Bíblia, você deve examinar sua atitude,
especialmente em relação ao orgulho. Deus pode falar até mesmo
por meio do professor mais enfadonho, se você for humilde e
receptivo. Tiago aconselha: “Num espírito humilde (gentil, modesto),
receba de bom grado a palavra que, implantada e arraigada no
coração, tem o poder de salvar a sua alma” (Tiago 1.21b, Amp.).
Segunda: por mais de dois mil anos
Muitos dos que afirmam crer na
na história da Igreja, somente o líder
Bíblia “de capa a capa” jamais a
leram de uma capa a outra. da comunidade eclesiástica podia ler a
Bíblia pessoalmente, mas agora
milhões de pessoas têm acesso a ela. Apesar disso, muitos fiéis são
mais dedicados à leitura do jornal diário que à leitura da Bíblia. Não
é de admirar que não cresçamos. Não se pode assistir à televisão
durante três horas e esperar crescimento lendo a Bíblia apenas três
minutos.
Muitos dos que afirmam crer na Bíblia “de capa a capa” jamais a
leram de uma capa a outra. Mas se você separar quinze minutos de
seu dia para ler a Bíblia, em um ano terá lido toda ela. Se você
eliminar algum programa de televisão de trinta minutos todos os dias
e substituí-lo pela leitura bíblica, completará duas leituras das
Escrituras no período de um ano!
A leitura diária da Bíblia o manterá ao alcance da voz de Deus.
Por isso Deus orientou os reis de Israel a sempre manter por perto
uma cópia da Lei: “Ele deverá guardá-la consigo todo o tempo e lê-
la todos os dias de sua vida” (Deuteronômio 17.19a, NCV). Mas não
se limite a mantê-la perto de você: leia-a regularmente! Uma
ferramenta simples, mas de grande auxílio, é um plano de leitura
diária da Bíblia. Evitará que você fique saltando de uma parte a
outra, arbitrariamente, negligenciando outras.
Terceira: pesquisar ou estudar a Bíblia é outra forma prática de
permanecer na Palavra de Deus. A diferença entre ler e estudar a
Bíblia implica duas atividades adicionais: fazer perguntas sobre o
texto e anotar suas impressões. Você não terá estudado realmente
a Bíblia se não anotar seus pensamentos no papel ou no
computador.
O espaço não me permite explicar os diferentes métodos de
estudo bíblico. Mas existem diversos livros que podem ser de
grande utilidade nessa tarefa, incluindo um de minha autoria,
publicado há algum tempo.[Nota 1] O segredo de um bom estudo
bíblico consiste simplesmente em aprender a fazer as perguntas
certas. Métodos diferentes usam perguntas diferentes. Você
descobrirá muito mais se parar e fizer perguntas simples como:
“Quem?”; “O quê?”; “Quando?”; “Onde?”; “Por quê?”; “Como?”. A
Bíblia diz:
Verdadeiramente as pessoas felizes são as que
cuidadosamente estudam a perfeita lei de Deus, a qual as
torna livres, e continuam a estudá-la. Elas não esquecem o
que ouviram, antes obedecem ao ensinamento de Deus.
Todos os que fazem isso serão felizes (Tiago 1.25, NCV).
Quarta: memorizar a Palavra de Deus. A sua capacidade de
memorizar é uma dádiva concedida por Deus. Você pode achar que
tem memória fraca, mas a verdade é que memorizou milhões de
ideias, verdades, fatos e imagens. O comum é que você se lembre
do que é importante para você. Se a Palavra de Deus é importante,
você usará seu tempo para memorizá-la.
Existem enormes benefícios na memorização de versículos
bíblicos. Eles o ajudam a resistir à tentação, tomar decisões sábias,
reduzir o estresse, ganhar confiança, dar bons conselhos e
compartilhar sua fé com outros (v. Salmos 119.11,49,50,105;
Provérbios 22.18; Jeremias 15.16; 1Pedro 3.15).
A memória é como um músculo. Quanto mais a exercita, mais
forte ela se torna, e memorizar as Escrituras ficará cada vez mais
fácil. Comece selecionando alguns dos versículos bíblicos
transcritos neste livro que falaram ao seu coração, escrevendo-os
em um pequeno cartão que possa levar sempre com você. Releia o
trecho em voz alta durante o dia. Você pode memorizar as
Escrituras em qualquer lugar: enquanto estiver trabalhando, fazendo
exercícios físicos, dirigindo, esperando algo ou na hora de dormir.
Os três elementos essenciais para a memorização das Escrituras
são: repassar, repassar e repassar! A Bíblia diz: “Lembrem-se do
que Cristo ensinou e que suas palavras enriqueçam a vida de vocês
e os tornem sábios” (Colossenses 3.16a, BV).
Quinta: refletir sobre a Palavra de Deus — o que a Bíblia chama
“meditação”. Para muitos, a ideia de meditar evoca imagens de
alguém provocando um estado de consciência neutra, deixando a
mente fluir. Isso é exatamente o oposto da meditação bíblica.
Meditação é pensamento concentrado. É necessário esforço
verdadeiro. Você escolhe um versículo e pondera longamente a
respeito dele.
Como dito no capítulo 11, se você sabe se preocupar, já sabe
meditar. Preocupação é o pensamento concentrado em algo
negativo. A meditação tem a mesma característica, mas está
voltada para a Palavra de Deus, não para algum problema.
Não há outro hábito tão eficaz para a transformação de sua vida e
para torná-lo mais semelhante a Jesus que a reflexão diária sobre
as Escrituras. À medida que utilizamos nosso tempo para
contemplar a verdade de Deus, espelhando-nos realmente no
exemplo de Cristo: “segundo a sua imagem estamos sendo
transformados com glória cada vez maior” (2Coríntios 3.18b, NVI).
Se você pesquisar todas as vezes que Deus fala em meditação
na Bíblia, ficará maravilhado com os benefícios que ele prometeu
aos que dedicam algum tempo para refletir na Palavra durante o dia.
Um dos motivos pelos quais Deus chamou Davi “homem segundo o
meu coração” (Atos 13.22, NVI) é que Davi tinha prazer em meditar
na Palavra de Deus. Ele disse: “Como amo os teus ensinamentos!
Medito neles o dia inteiro” (Salmos 119.97, NCV). Refletir
seriamente na verdade de Deus é a chave para obter resposta às
orações e o segredo para uma vida bem-sucedida (v. Josué 1.8;
Salmos 1.2,3; João 15.7).
Devo pôr em prática os princípios das Escrituras. Podemos
receber, ler, pesquisar, memorizar refletir a Palavra de Deus, mas
tudo será inútil se falharmos em pô-la em prática. Devemos nos
tornar “praticantes da palavra” (Tiago 1.22, NVI). Esse é o passo
mais difícil, porque Satanás luta contra ele com muita intensidade.
Ele não se importa que você frequente estudos bíblicos, contanto
que não pratique nada do que aprendeu.
Enganamos a nós mesmos quando presumimos que assimilamos
a verdade apenas por tê-la ouvido, lido ou estudado. O fato é que,
ocupado em frequentar aulas, seminários e conferências bíblicas,
você pode não ter tempo de pôr em prática o que aprendeu. Ou
seja, esquece-se do que aprendeu enquanto se prepara para o
estudo seguinte. Sem a prática, o estudo bíblico é inútil. Jesus
disse: “ ‘Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é
como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha’
” (Mateus 7.24, NVI). Jesus também destacou que as bênçãos de
Deus provêm da obediência à verdade, mas não apenas por
conhecê-la. Ele disse: “ ‘Agora que vocês sabem estas coisas,
felizes serão se as praticarem’” (João 13.17, NVI).
Outra razão que nos faz evitar a
aplicação pessoal da Palavra de Deus A verdade vai libertá-lo, mas no
começo poderá fazê-lo sentir-se
é a possibilidade de que isso seja miserável!
difícil, até mesmo doloroso. A verdade
vai libertá-lo, mas no começo poderá fazê-lo sentir-se miserável! A
Palavra de Deus expõe nossas motivações, aponta nossas faltas,
repreende nosso pecado e espera que nos transformemos. Faz
parte da natureza humana resistir a mudanças, por isso a prática da
Palavra de Deus é uma tarefa difícil. Essa é a razão de ser tão
importante discutir com outras pessoas como aplicar seus ensinos à
própria vida.
Não há como enfatizar suficientemente o valor de fazer parte de
um grupo de estudo bíblico. Sempre aprendemos com a verdade
compartilhada pelos outros e jamais aprenderíamos por conta
própria. Outras pessoas vão ajudá-lo a discernir coisas que você
teria deixado passar e vão ajudá-lo a praticar a verdade de Deus.
A melhor maneira de se tornar um “praticante da palavra” é
colocando no papel uma atitude resultante da leitura, do estudo ou
da reflexão sobre a Palavra de Deus. Desenvolva o hábito de anotar
de forma precisa o que você pretende fazer. Essa atitude efetiva
deverá ser pessoal (envolvendo apenas você), prática (algo que
você possa fazer) e verificável (com um prazo final para ser
realizada). Toda aplicação deve envolver tanto seu relacionamento
com Deus — ou com os outros — quanto seu caráter.
Antes de ler o próximo capítulo, passe algum tempo pensando
sobre esta questão: “O que Deus já lhe pediu por meio da Palavra
que você ainda não começou a fazer?”. Então escreva algumas
medidas práticas que o ajudarão a executar aquilo que você
identificou. Você pode, por exemplo, pedir a um amigo que não o
deixe vacilar. Assim disse D. L. Moody: “A Bíblia não nos foi
concedida para aumentar nosso conhecimento, mas para mudar
nossa vida”.

Dia 24
Pensando sobre meu propósito de vida
TEMA PARA REFLEXÃO: A verdade me transforma.
VERSÍCULO PARA MEMORIZAR: “Se vocês permanecerem em minha
palavra, serão realmente meus discípulos. E conhecerão a verdade, e a
verdade os libertará” (João 8.31,32; KJV).
PERGUNTA PARA MEDITAR: O que Deus já me disse em sua Palavra que
ainda não comecei a fazer?

Notas do Capítulo

Nota 1 - Rick Warren, 12 maneiras de estudar a Bíblia sozinho (São Paulo:


Vida, 2005). [Voltar]
DIA 25

Transformado pela provação

Estão produzindo para nós uma glória eterna que


pesa mais do que todos eles.
2Coríntios 4.17, NVI
É o fogo do sofrimento que produz
o ouro da santidade.
Madame Guyon

DEUS TEM UM PROPÓSITO POR TRÁS DE CADA ADVERSIDADE.


Ele usa as circunstâncias para desenvolver nosso caráter. Na
verdade, ele se utiliza mais das circunstâncias para nos tornar
semelhantes a Jesus que da leitura da Bíblia. A razão é óbvia: você
se defronta com as circunstâncias da vida nas 24 horas do dia.
Jesus alertou-nos de que teríamos aflições no mundo (v. João
16.33). Ninguém está imune à dor ou livre de sofrer e ninguém tem
a oportunidade de atravessar a vida sem problemas. A vida é uma
série de problemas. Toda vez que se resolve um, já existe outro
aguardando a vez. Nem todos são graves, mas todos são
importantes para o processo de crescimento que Deus planejou
para você. Pedro nos assegura de que os problemas são normais:
“Queridos amigos, não se assustem nem se admirem quando vocês
passarem pelas provas ardentes que estão para vir, pois isto não é
coisa estranha e nem fora do comum que lhes vai acontecer”
(1Pedro 4.12, BV).
Deus utiliza os problemas para que você se aproxime dele. A
Bíblia diz: “O Senhor está perto dos que têm o coração
quebrantado; ele resgata os de espírito abatido” (Salmos 34.18,
NLT). As mais íntimas e profundas experiências de adoração
ocorrerão provavelmente nos dias mais sombrios — quando o
coração estiver partido; quando você se sentir abandonado; quando
não tiver mais nenhuma opção; quando a dor for intensa —, nos
dias em que você decide buscar somente a Deus. É durante os
períodos de sofrimento que aprendemos a fazer orações mais
sinceras, autênticas e honestas a Deus. Quando sentimos dor física
ou emocional, não temos disposição para orações superficiais.
Joni Eareckson Tada[Nota 1] observa: “Quando a vida é um mar de
rosas, podemos passar o tempo adquirindo conhecimentos sobre
Jesus, imitando-o, citando-o e falando sobre ele. Mas apenas
quando sofremos é que o conheceremos”.[Nota 2] No sofrimento,
aprendemos coisas a respeito de Deus que não podemos aprender
de nenhuma outra forma.
Deus poderia ter livrado José da prisão (v. Gênesis 39.20-22) e
Daniel da cova dos leões (v. Daniel 6.16-23), poupado Jeremias de
ser lançado no poço de lama (v. Jeremias 38.6), impedido os três
naufrágios de Paulo (v. 2Coríntios 11.25) e evitado que os três
jovens hebreus fossem jogados na fornalha em chamas (v. Daniel
3.1-26), mas não o fez. Permitiu que esses problemas
acontecessem, e, em decorrência deles, cada um desses homens
foi trazido para mais perto de Deus.
Os problemas obrigam-nos a olhar para Deus e a depender dele,
em vez de confiar em nós mesmos. Paulo dá testemunho desse
benefício:
Sentimos que estávamos condenados à morte e percebemos
como éramos fracos demais para socorrermos a nós mesmos; isso,
porém, foi bom, porque assim nós colocamos tudo nas mãos de
Deus, o único que poderia salvar-nos, pois é capaz até de levantar
os mortos (2Coríntios 1.9, BV).
Você nunca saberá que Deus é tudo que você precisa até que ele
seja tudo que você tiver.
Independentemente da causa, nenhum problema acontece sem a
permissão de Deus. Tudo que ocorre na vida de um filho de Deus é
filtrado pelo Pai, e ele pretende usar isso para o bem, mesmo que
Satanás e outros tencionem usá-lo para o mal.
Se o Senhor tem controle total da
situação, os acidentes são apenas Suas mais íntimas e profundas
experiências de adoração
circunstâncias do plano dele para sua ocorrerão provavelmente nos
vida. Como todos os dias de sua dias mais sombrios.
existência foram escritos no calendário
de Deus antes que você nascesse (v. Salmos 139.16), tudo que
acontece com você tem significado espiritual. Tudo! Paulo explica
por quê:
Sabemos que Deus determina que tudo coopere para o
bem de todos aqueles que amam a Deus e são chamados
segundo o propósito que tem para eles. Porque Deus
conhecia os seus de antemão e os escolheu para se
tornarem semelhantes ao seu Filho (Romanos 8.28,29,
NLT).

Compreendendo Romanos 8.28,29


Essa é uma das passagens bíblicas mais incompreendidas e
equivocadamente citadas. Ela não diz: “Deus faz com que tudo saia
da forma que eu quero”. É óbvio que isso não pode ser verdade.
Também não diz: “Deus faz com que tudo neste mundo tenha um
final feliz”. Isso também não é verdade: há muitos finais infelizes
neste mundo.
Vivemos num mundo caído. Somente no céu tudo é perfeito, da
forma que Deus quer. É por isso que somos orientados a orar: “Seja
feita a tua vontade na terra, assim como no céu” (v. Mateus 6.10,
KJV). Para compreender inteiramente Romanos 8.28,29, você deve
examinar frase por frase (na NVI):
“Sabemos [...]” Nossa esperança em tempos difíceis não é
fundamentada em pensamentos positivos, em anseios ou num
otimismo natural. É uma certeza que se fundamenta na verdade de
que Deus tem pleno controle do Universo e ama todos nós.
“[...] que Deus age [...]” Há um Grande Projetista por trás de
tudo. Nossa vida não é resultado do acaso, do destino ou da sorte.
Existe um plano principal. A História consiste na história de Deus. É
Deus quem controla o leme. Nós cometemos erros; Deus, porém,
jamais se engana. Ele não pode cometer erros — porque é Deus.
“[...] em todas as coisas [...]” O
Tudo que acontece com você tem
significado espiritual.
plano de Deus para sua vida envolve
tudo que acontece a você — incluindo
erros, pecados e mágoas. E ainda inclui doenças, dívidas,
acontecimentos infelizes, divórcio e a morte de pessoas queridas.
Deus pode fazer o bem aflorar na pior adversidade. Ele fez isso no
Calvário. Nada acontece de forma isolada ou independente. Os
fatos de sua vida agem em conjunto, conforme o plano de Deus.
Não são atos isolados, mas partes interdependentes do processo
que o tornarão semelhante a Cristo. Para fazer um bolo, você utiliza
farinha, fermento, ovos, açúcar e óleo. Comidos isoladamente, os
ingredientes podem ter sabor bastante desagradável. Mas asse-os
juntos, e se tornarão deliciosos. Se você entregar a Deus todas as
suas experiências horríveis e desagradáveis, ele as misturará para
que se tornem agradáveis.
“[...] para o bem [...]” Isso não quer dizer que tudo na vida seja
bom. Grande parte do que acontece no nosso mundo pode ser
caracterizada como mau e cruel, mas Deus é especialista em extrair
o bem de tudo isso. Na genealogia oficial de Jesus Cristo (v. Mateus
1.1-16) distinguem-se quatro mulheres: Tamar, Raabe, Rute e Bate-
Seba. Tamar seduziu seu sogro para engravidar. Raabe era
prostituta. Rute nem mesmo era judia e infringiu a Lei ao casar com
um judeu. Bate-Seba cometeu adultério com Davi, o que acabou
causando o assassinato do próprio marido. Não são exatamente
reputações excelentes, mas Deus converteu o mal em bem, e Jesus
veio dessa linhagem. O propósito de Deus é maior que nossos
problemas, nosso sofrimento e até mesmo nossos pecados.
otimismo natural. É uma certeza que se fundamenta na verdade de
que Deus tem pleno controle do Universo e ama todos nós.
“[...] que Deus age [...]” Há um Grande Projetista por trás de
tudo. Nossa vida não é resultado do acaso, do destino ou da sorte.
Existe um plano principal. A História consiste na história de Deus. É
Deus quem controla o leme. Nós cometemos erros; Deus, porém,
jamais se engana. Ele não pode cometer erros — porque é Deus.
“[...] em todas as coisas [...]” O
Tudo que acontece com você tem
significado espiritual.
plano de Deus para sua vida envolve
tudo que acontece a você — incluindo
erros, pecados e mágoas. E ainda inclui doenças, dívidas,
acontecimentos infelizes, divórcio e a morte de pessoas queridas.
Deus pode fazer o bem aflorar na pior adversidade. Ele fez isso no
Calvário. Nada acontece de forma isolada ou independente. Os
fatos de sua vida agem em conjunto, conforme o plano de Deus.
Não são atos isolados, mas partes interdependentes do processo
que o tornarão semelhante a Cristo. Para fazer um bolo, você utiliza
farinha, fermento, ovos, açúcar e óleo. Comidos isoladamente, os
ingredientes podem ter sabor bastante desagradável. Mas asse-os
juntos, e se tornarão deliciosos. Se você entregar a Deus todas as
suas experiências horríveis e desagradáveis, ele as misturará para
que se tornem agradáveis.
“[...] para o bem [...]” Isso não quer dizer que tudo na vida seja
bom. Grande parte do que acontece no nosso mundo pode ser
caracterizada como mau e cruel, mas Deus é especialista em extrair
o bem de tudo isso. Na genealogia oficial de Jesus Cristo (v. Mateus
1.1-16) distinguem-se quatro mulheres: Tamar, Raabe, Rute e Bate-
Seba. Tamar seduziu seu sogro para engravidar. Raabe era
prostituta. Rute nem mesmo era judia e infringiu a Lei ao casar com
um judeu. Bate-Seba cometeu adultério com Davi, o que acabou
causando o assassinato do próprio marido. Não são exatamente
reputações excelentes, mas Deus converteu o mal em bem, e Jesus
veio dessa linhagem. O propósito de Deus é maior que nossos
problemas, nosso sofrimento e até mesmo nossos pecados.
“[...] daqueles que o amam, dos que foram chamados [...]”
Essa promessa é somente para os filhos de Deus, não para todos.
Todas as coisas contribuem para o mal daqueles que vivem em
oposição a Deus, insistindo em seguir o próprio caminho.
“[...] de acordo com o seu propósito [...]” Que propósito é
esse? Que sejamos “semelhantes a seu Filho”. Tudo que Deus
permite que aconteça em nossa vida é por causa desse propósito!

Edificando um caráter semelhante ao de Cristo


Somos joias moldadas pelo martelo e o cinzel da adversidade. Se
o martelo do Joalheiro não tiver peso suficiente para aparar nossas
arestas, ele usará uma marreta. Se formos realmente obstinados,
ele utilizará uma britadeira. Ele usará o que for necessário.
Cada problema é uma oportunidade para a edificação do caráter,
e, quanto mais difícil a situação, maior o potencial de
desenvolvimento dos músculos espirituais e da fibra moral. Paulo
disse: “Sabemos que essas tribulações produzem paciência. E a
paciência produz caráter” (v. Romanos 5.3,4, NCV). O que acontece
exteriormente em sua vida não é tão importante quanto o que
acontece dentro de você. As circunstâncias da vida são temporárias,
mas o caráter é eterno.
A Bíblia frequentemente compara as provações ao fogo que refina
o metal, queimando as impurezas. Pedro diz: “Essas dificuldades
lhes sobrevêm para provar que a sua fé é pura. Essa pureza de fé
vale mais que ouro” (1Pedro 1.7a, NCV). Foi feita a seguinte
pergunta a um ourives: “Como você sabe que a prata é pura?”. Ele
respondeu: “Quando vejo meu reflexo nela”. Quando você é refinado
pelas provações, as pessoas podem ver o reflexo de Jesus em
você. Tiago declara: “Amigos, quando lutas e aflições os atingirem
em cheio, saibam que isso é um presente especial. Vocês verão
como a fé será fortalecida e como terão forças para continuar até o
fim” (Tiago 1.2,3, AM).
Deus pretende torná-lo semelhante a Jesus, por isso o fará
passar pelas mesmas experiências que Jesus passou: solidão,
tentação, estresse, críticas, rejeição e muitos outros problemas. A
Bíblia diz que Jesus aprendeu a obedecer por meio do sofrimento,
pelo qual também foi aperfeiçoado (v. Hebreus 5.8,9). Por que Deus
nos eximiria de passar por aquilo que permitiu que o próprio Filho
passasse? Paulo afirma: “Iremos passar pelo que Cristo passou. Se
enfrentamos momentos difíceis com ele, então é certo que com ele
passaremos momentos inesquecíveis!” (Romanos 8.17, AM).

Reagindo aos problemas como Jesus reagiria


Os problemas não produzem automaticamente o que é pretendido
por Deus. Muitas pessoas tornam-se ainda mais amargas em vez de
melhorar, e nunca crescem. Você deve reagir da forma que Jesus
reagiria.
Lembre-se de que o plano de Deus
é bom. Ele sabe o que é melhor para O que acontece exteriormente
em sua vida não é tão
você e visa apenas a seu bem. O importante quanto o que
Senhor disse a Jeremias: “ ‘Porque sou acontece dentro de você.
eu que conheço os planos que tenho
para vocês’, diz o Senhor, ‘planos de fazê-los prosperar e não de
causar dano, planos de dar a vocês esperança e um futuro’ ”
(Jeremias 29.11, NVI). José compreendeu essa verdade quando,
falando aos irmãos que o haviam vendido como escravo, disse:
“Vocês planejaram o mal contra mim, mas Deus o tornou em bem,
para que hoje fosse preservada a vida de muitos.” (Gênesis 50.20,
NVI). Ezequias expressou o mesmo sentimento em relação à
doença que ameaçava tirar-lhe a vida: “Foi para o meu próprio bem
que passei esse período difícil” (Isaías 38.17, CEV). Sempre que
Deus disser não ao seu pedido de alívio, lembre-se de que ele “está
fazendo o que é melhor para nós. Está nos treinando para que
possamos viver de acordo com seu santo propósito” (Hebreus
12.10b, AM).
É vital que você se mantenha concentrado no plano de Deus; não
no problema ou no sofrimento. Foi assim que Jesus suportou a dor
na cruz, e somos exortados a seguir seu exemplo: “Mantenham o
olhar firme em Jesus, nosso líder e orientador. Ele esteve pronto a
padecer uma morte vergonhosa na cruz por causa da alegria que
sabia que depois ia ter” (Hebreus 12.2a, BV). Corrie ten Boom, que
sofreu num campo de concentração nazista, explica o poder do
foco: “Se você olhar para o mundo, ficará aflito. Se olhar para você
mesmo, ficará deprimido. Mas, se olhar para Cristo, descansará!”. O
foco determinará seus sentimentos.
O segredo da resistência é lembrar-se de que o sofrimento é
temporário, mas a recompensa será eterna. Moisés suportou uma
vida de tribulações “porque contemplava a sua recompensa”
(Hebreus 11.26, NVI). Paulo suportou as adversidades da mesma
forma. Ele declarou: “Nossas presentes aflições são muito pequenas
e não durarão muito — e ainda produzem para nós glória
imensurável, que durará para sempre” (2Coríntios 4.17, NLT).
Não se renda às considerações de curto prazo. Mantenha o foco
no resultado final: “Se participamos da sua glória, precisamos
participar também do seu sofrimento. O que sofremos agora não é
nada, comparado com a glória que ele nos dará adiante” (Romanos
8.17,18, NLT).
Exulte e agradeça. A Bíblia diz: “Deem graças em todas as
circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo
Jesus” (1Tessalonicenses 5.18, NVI). Como isso é possível?
Observe que Deus nos manda dar graças “em todas as
circunstâncias”, mas não “por todas as circunstâncias”. Deus não
espera que você seja agradecido pelo mal, pelo pecado, pelo
sofrimento ou pelas consequências dolorosas próprias deste mundo.
Em vez disso, quer que você demonstre gratidão pelo fato de ele
usar os problemas que o afligem para o cumprimento dos propósitos
dele.
A Bíblia diz: “Alegrem-se sempre no Senhor” (Filipenses 4.4a,
NVI). Ela não diz: “Alegrem-se no seu sofrimento”. Isso é
masoquismo. Você se alegra “no Senhor”. Não importa o que
aconteça, você pode se alegrar no amor, na atenção, na sabedoria,
no poder e na fidelidade de Deus. Jesus disse: “Alegrem-se quando
isso ocorrer, pois há uma grande recompensa esperando por vocês
no céu” (Lucas 6.23, NCV).
Nós também podemos nos alegrar ao saber que o Senhor passa
pelo sofrimento junto conosco. Não servimos a um Deus alienado,
que se mantém distante de nós, tentando nos motivar com frases
feitas. Ao contrário, ele participa de nosso sofrimento. Jesus fez isso
na encarnação, e hoje é seu Espírito quem opera isso em nós. Deus
jamais nos deixará sozinhos.
Recuse-se a desistir. Seja paciente e persistente. A Bíblia diz:
Entendam que [os problemas] vêm para lhes testar a fé e
gerar em vocês perseverança. Mas deixem que esse
processo continue até que a perseverança se desenvolva
completamente, e descobrirão que se tornaram homens de
caráter maduro, de integridade, sem nenhum ponto fraco
(Tiago 1.3,4, CH).
A construção do caráter é um processo lento. Sempre que
tentamos evitar ou escapar das dificuldades da vida, criamos um
atalho no processo, atrasamos nosso crescimento e, na verdade,
acabamos experimentando um sofrimento ainda pior — algo inútil,
que acompanha a negação e a rejeição. Quando você compreende
as consequências eternas do desenvolvimento do caráter, faz
menos orações do tipo “Consola-me” (“Faz com que eu me sinta
melhor”) e mais do tipo “Renova-me” (“Use essa situação para
tornar-me mais semelhante a ti”).
Você sabe que está amadurecendo quando começa a perceber a
mão de Deus nos acontecimentos aleatórios e confusos e nas
circunstâncias da vida aparentemente sem sentido.
Se você estiver enfrentando algum problema neste momento, não
pergunte: “Por que eu?”. Em vez disso, pergunte: “O que queres que
eu aprenda?”. Então confie em Deus e siga fazendo o que é certo.
“Vocês precisam perseverar, permanecer firmes na aliança de Deus
para alcançar o aperfeiçoamento prometido” (Hebreus 10.36, AM).
Não desista, cresça!

Dia 25
Pensando sobre meu propósito de vida
TEMA PARA REFLEXÃO: Existe um propósito por trás de cada
adversidade.
VERSÍCULO PARA MEMORIZAR: “Sabemos que Deus age em todas as
coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de
acordo com o seu propósito” (Romanos 8.28, NVI).
PERGUNTA PARA MEDITAR: Que problema em minha vida permitiu que
eu experimentasse um crescimento maior?

Notas do Capítulo

Nota 1 - Escritora e fundadora da associação Joni and Friends, que auxilia


deficientes físicos. [Voltar]

Nota 2 - 31 Days Toward Intimacy with God (Portland: Multnomah Books,


2005). [Voltar]
DIA 26

Crescendo por meio da tentação

Feliz é o homem que não cede e não pratica o


mal quando é tentado, porque depois receberá
como recompensa a coroa da vida que Deus
prometeu àqueles que o amam.
Tiago 1.12, BV
Minhas tentações têm sido minhas
mestras em teologia.
Martinho Lutero

TODA TENTAÇÃO É UMA OPORTUNIDADE PARA FAZER O BEM.


No caminho do amadurecimento espiritual, até mesmo a tentação
se torna um degrau, em vez de uma pedra de tropeço, quando você
percebe que ela é uma oportunidade tanto para fazer a coisa certa
quanto para agir de maneira errada. A tentação apenas apresenta
uma escolha. Embora ela seja a principal arma de Satanás para
destruir você, Deus quer utilizá-la para fortalecê-lo. Toda vez que
você escolhe fazer o bem, em vez de pecar, está desenvolvendo o
caráter de Cristo.
Para compreender isso, você deve primeiro identificar as
qualidades do caráter de Jesus. Uma das mais concisas descrições
de seu caráter é o fruto do Espírito: “Quando o Espírito Santo
controla a nossa vida, ele produz os seguintes frutos em nós: amor,
alegria, paz, paciência, bondade, benignidade, fidelidade, mansidão
e domínio próprio” (Gálatas 5.22,23, NLT).
Essas nove qualidades são uma expansão do Grande
Mandamento e constituem uma bela descrição de Jesus Cristo: ele
concentra de modo perfeito numa única pessoa o amor, a alegria, a
paciência e todas as outras virtudes mencionadas. Ter o fruto do
Espírito Santo é ser semelhante a Cristo.
Mas como o Espírito Santo produzirá em sua vida esse fruto com
nove qualidades? Ele as cria de modo instantâneo? Será que um
dia, ao se levantar pela manhã, você será repentinamente
abastecido de forma plena com essas características? Não! O fruto
sempre se desenvolve e amadurece lentamente.
Esta afirmação é uma das mais importantes verdades espirituais
que você poderá aprender: Deus desenvolve o fruto do Espírito em
sua vida, permitindo que você vivencie situações nas quais será
tentado a exteriorizar uma qualidade exatamente oposta! O
desenvolvimento do caráter sempre envolve uma escolha, e a
tentação propicia essa oportunidade.
Por exemplo: Deus nos ensina a amar, colocando pessoas
desagradáveis ao nosso redor. Amar pessoas agradáveis e que
ainda por cima são amáveis conosco não exige nenhum caráter. O
Senhor nos ensina a verdadeira alegria no meio da aflição quando
nos voltamos para ele. A felicidade depende de circunstâncias
externas, mas a alegria fundamenta-se no relacionamento com
Deus.
O Senhor promove a verdadeira paz dentro de nós — não
fazendo com que tudo saia como planejamos, mas permitindo
períodos de confusão e insegurança. Qualquer um pode se sentir
tranquilo observando um belo pôr do sol ou relaxando durante as
férias, mas aprendemos a verdadeira paz quando optamos por
confiar em Deus em situações nas quais somos tentados a ceder à
preocupação e ao medo. Da mesma forma, a paciência é
desenvolvida em situações nas quais somos forçados a esperar,
enfrentando a tentação de nos entregarmos à ira por causa de
nosso pavio curto.
Deus recorre à situação oposta de
cada fruto para nos permitir escolher. Deus desenvolve o fruto do
Espírito em sua vida, permitindo
Você não pode afirmar que é bom se que você vivencie situações nas
jamais foi tentado a ser mau. Não pode quais será tentado a exteriorizar
se dizer fiel, se nunca foi tentado a ser uma qualidade exatamente
oposta!
infiel. A integridade é construída ao se
derrotar a tentação da desonestidade;
a humildade cresce quando nos recusamos a ser arrogantes; a
perseverança desenvolve-se sempre que resistimos à tentação de
desistir. Cada vez que você derrota uma tentação, torna-se um
pouco mais semelhante a Jesus!

Como a tentação se manifesta


É bom saber que Satanás é absolutamente previsível. Ele tem
usado a mesma estratégia e os velhos truques desde que o mundo
foi criado. Todas as tentações seguem um padrão idêntico. É por
isso que Paulo declara: “Estamos bem familiarizados com os seus
esquemas malignos” (2Coríntios 2.11, NLT). A Bíblia ensina que a
tentação segue um processo de quatro etapas, que Satanás fez uso
tanto na tentação de Adão e Eva quanto na de Jesus.
Na primeira etapa, Satanás identifica um desejo dentro de você.
Pode ser um desejo pecaminoso, como o de vingança ou o de
controlar os outros; pode ser um desejo normal e legítimo, como o
de ser amado, ser valorizado e sentir prazer. A tentação começa
quando Satanás sugere (com um pensamento) que você ceda a um
desejo maléfico ou realize um desejo legítimo da maneira errada ou
na hora errada. Cuidado com os atalhos: frequentemente são
tentações! Satanás sussurra: “Você merece isso! Você deve ter isso
agora! Será emocionante, gratificante, e fará com que você se sinta
melhor”.
Costumamos pensar que a tentação está ao nosso redor, mas
Deus diz que ela começa dentro de nós. Se você não tiver o desejo
interiorizado, a tentação não tem como atraí-lo. Ela sempre começa
na mente, não por meio de circunstâncias. Jesus disse: “ ‘Pois do
interior do coração dos homens vêm os maus pensamentos, as
imoralidades sexuais, os roubos, os homicídios, os adultérios, as
cobiças, as maldades, o engano, a devassidão, a inveja, a calúnia, a
arrogância e a insensatez. Todos esses males vêm de dentro e
tornam o homem impuro” (Marcos 7.21-23, NVI). Tiago afirma que
“existe um exército inteiro de maus desejos dentro de vocês” (Tiago
4.1, BV).
A segunda etapa é a dúvida. Satanás tenta fazê-lo duvidar do que
Deus disse sobre o pecado: “Será que é mesmo errado? Será que
Deus realmente proibiu fazer isso? Não é possível que Deus tenha
proibido isso para outro povo, em outra época? Deus não quer que
eu seja feliz?”. A Bíblia adverte: “Cuidado! Não deixem os maus
pensamentos e as dúvidas levarem algum de vocês a se afastar do
Deus vivo” (Hebreus 3.12, CEV).
A terceira etapa é o engano. Satanás
Costumamos pensar que a
tentação está ao nosso redor,
é incapaz de falar a verdade, por isso é
mas Deus diz que ela começa chamado “pai da mentira” (v. João
dentro de nós. 8.44). Tudo que ele lhe disser será
falso ou nada além de meia verdade.
Ele oferece a mentira em substituição ao que Deus já diz em sua
Palavra. Satanás diz: “Você não vai morrer. Você será mais sábio do
que Deus. Você pode não ser punido por isso. Ninguém vai saber.
Isso vai resolver seus problemas. Além do mais, todos estão
fazendo isso. É um pecado insignificante”. Mas um “pecadinho” é
como uma gravidez recente: acabará aparecendo.
A quarta etapa é a desobediência. Você acaba agindo de acordo
com a ideia que vinha cogitando na mente. O que começou como
uma ideia nasce como conduta. Você cede a qualquer coisa que
chamar sua atenção. Acredita nas mentiras de Satanás e cai na
armadilha sobre a qual Tiago nos alerta: “As pessoas são tentadas
quando são atraídas e enganadas pelos seus próprios maus
desejos. Então esses desejos fazem com que o pecado nasça, e o
pecado, quando já está maduro, produz a morte. Não se enganem,
meus queridos irmãos” (Tiago 1.14-16, NTLH).

Superando a tentação
Compreender como a tentação se manifesta é bastante
proveitoso, mas alguns passos são necessários para que você
venha a superá-la.
Recuse-se a ser intimidado. Muitos cristãos são aterrorizados e
aviltados por pensamentos tentadores, sentindo-se culpados por
não estarem “fora do alcance” da tentação. Eles sentem vergonha
pelo simples fato de terem sido tentados, sinal de que não
entendem o verdadeiro significado de maturidade espiritual. Você
jamais se livrará da tentação.
Em certo sentido, você pode considerar a tentação um elogio.
Satanás não precisa tentar aqueles que já fazem a vontade dele,
pois já lhe pertencem. A tentação é um indício de que Satanás odeia
você, mas não um sinal de fraqueza ou de vida profana. Isso
também faz parte de nossa natureza, pois somos humanos e
vivemos num mundo destituído de Deus. Não fique surpreso,
abalado ou intimidado por isso. Seja realista quanto à inevitabilidade
da tentação: você jamais poderá evitá-la completamente. A Bíblia
diz: “... quando chega a tentação”, mas não “... se chega a
tentação”. Paulo orienta: “Lembrem-se de que as tentações que
surgem na vida de vocês não são diferentes das que os outros
enfrentam” (1Coríntios 10.13, NLT).
Ser tentado não é pecado. Jesus sofreu tentação, embora nunca
tenha cometido pecado (v. Hebreus 4.15). A tentação só se torna
pecado quando você se entrega. Lutero afirmava: “Não podemos
evitar que os pássaros voem sobre nossa cabeça, mas podemos
evitar que façam ninho sobre ela”. Você não pode impedir o Diabo
de lhe sugerir pensamentos, mas pode escolher não assimilá-los ou
agir de acordo com eles.
Por exemplo: muitos não sabem a
A tentação é um indício de que
diferença entre atração física ou
Satanás odeia você; não um sinal
excitação sexual e sensualidade. Não
de fraqueza ou de vida profana.
são a mesma coisa. Deus fez de cada
um de nós um ser sexuado, e isso é bom. Atração e excitação são
reações naturais e espontâneas: uma inclinação afetiva concedida
por Deus como resposta à beleza física. Já a lascívia é uma atitude
deliberada do desejo: é a escolha de comprometer sua mente com
algo que você gostaria de fazer com seu corpo. Você pode se sentir
atraído ou mesmo excitado, sem escolher pecar pela lascívia. Os
homens cristãos, principalmente, sentem-se culpados quando os
hormônios, que foram concedidos por Deus, exercem o devido
efeito fisiológico. Quando reparam numa mulher atraente,
presumem que isso já é lascívia e sentem-se envergonhados e
culpados. No entanto, atração não equivale a desejo sexual ilícito
até que você comece a insistir nisso.
Na verdade, quanto mais próximo de Deus você fica, mais
Satanás se esforça para tentá-lo. No instante em que você se torna
filho de Deus, Satanás, como assassino de aluguel, fecha um
“contrato” para acabar com você. Você é agora inimigo, por isso
conspira para sua derrocada.
Às vezes, enquanto você está orando, Satanás sugere um
pensamento mau ou bizarro, apenas para distraí-lo e envergonhá-lo.
Não fique assustado ou envergonhado com isso. Entenda que
Satanás teme suas orações e tentará de tudo para interrompê-las.
Em vez de ficar se condenando com indagações do tipo: “Como
pude pensar uma coisa dessas?”, considere isso uma distração
provocada por Satanás e volte imediatamente a se concentrar em
Deus.
Reconheça seu padrão de tentação e prepare-se. Há situações
que o deixam mais vulnerável a tentações do que outras. Algumas
circunstâncias farão você tropeçar quase imediatamente, enquanto
outras não incomodarão muito. São situações preparadas para
atacar seus pontos fracos, e você precisa também identificá-los,
pois Satanás certamente os conhece! Ele sabe exatamente o que
pode fazer você cair e trabalha incessantemente para cercá-lo com
essas circunstâncias. Pedro adverte: “[...] estejam sempre atentos.
O Diabo está querendo atacar, e não quer outra coisa senão
apanhar vocês desprevenidos” (1Pedro 5.8, AM).
Pergunte a você mesmo: “Quando sou mais tentado? Em que dia
da semana? A que hora do dia?”. Pergunte: “Em que lugar sou mais
tentado? No trabalho? Em casa? Na casa do vizinho? Num bar? No
aeroporto? Num hotel fora da cidade?”.
Pergunte: “Quem está comigo nos momentos em que sou mais
tentado? Amigos? Colegas de trabalho? Uma multidão de
estranhos? Sou mais tentado quando estou só?”. Pergunte também:
“Como normalmente estou me sentindo quando sou mais tentado?”.
Pode ser quando você está cansado, solitário, entediado, deprimido
ou sob pressão. Ou talvez quando está magoado, zangado,
preocupado. Ou ainda após um grande sucesso ou momento de
enlevo espiritual.
Você deve identificar seu padrão de tentação e então se preparar,
a fim de evitar tais situações tanto quanto possível. A Bíblia nos
adverte continuamente em nos prevenirmos para enfrentar a
tentação (v. Mateus 26.41; Efésios 6.10-18; 1Tessalonicenses 5.6,8;
1Pedro 1.13; 4.7; 5.8). Paulo admoesta: “Não deem ao Diabo
oportunidade para tentar vocês” (Efésios 4.27, NTLH). O
planejamento prudente reduz a tentação. Siga o conselho de
Provérbios: “Pense bem no que você vai fazer [...]. Evite o mal e
caminhe sempre em frente; não se desvie nem um só passo do
caminho certo” (Provérbios 4.26,27, NTLH); “O povo de Deus evita
os maus caminhos e se protege, observando o lugar por onde vai”
(Provérbios 16.17, CEV).
Peça ajuda a Deus. O céu tem uma linha direta 24 horas para
emergências. Deus quer que você peça ajuda quando a tentação
estiver muito forte. Ele diz: “ ‘e clame a mim no dia da angústia; eu o
livrarei, e você me honrará’ ” (Salmos 50.15, NVI).
Chamo isso “oração micro-ondas”, porque é rápida e objetiva:
“Socorro!”. Quando bate a tentação, você não tem tempo para uma
conversa longa com Deus: simplesmente clama por socorro. Davi,
Daniel, Pedro, Paulo e milhões de outros fizeram esse tipo de
oração instantânea, pedindo ajuda na hora da aflição.
A Bíblia garante que nosso pedido de socorro será ouvido, porque
Jesus se compadece de nossa luta. Ele enfrentou as mesmas
tentações que nos afligem. Cristo “compreende as nossas
fraquezas, pois ele enfrentou as mesmas tentações que
enfrentamos, ainda que não tenha cometido pecado” (Hebreus 4.15,
NLT).
Se Deus está aguardando para nos ajudar a derrotar as
tentações, por que não pedimos sua ajuda com mais frequência?
Falando com franqueza, às vezes não queremos ser ajudados!
Queremos ceder à tentação, embora saibamos que é errado.
Nesses momentos, achamos que sabemos mais do que Deus o que
é melhor para nós.
Em outras ocasiões, ficamos envergonhados de pedir o auxílio
divino, porque continuamos a ceder à mesma tentação repetidas
vezes. Deus, porém, jamais se irrita, se aborrece ou perde a
paciência se continuamos recorrendo a ele. A Bíblia diz: “Tenhamos
confiança e cheguemos perto do trono divino, onde está a graça de
Deus. Ali receberemos misericórdia e encontraremos graça sempre
que precisarmos de ajuda” (Hebreus 4.16, NTLH).
O amor de Deus não se esgota, e sua paciência permanece para
sempre. Se você tiver de clamar pela ajuda de Deus mil vezes por
dia a fim de derrotar uma tentação em particular, ele ainda estará
ansioso por lhe demonstrar misericórdia e graça. Então apresente-
se corajosamente diante de Deus. Peça-lhe forças para fazer a
coisa certa e depois espere, que ele proverá.
As tentações mantêm-nos dependentes de Deus. Assim como as
raízes crescem mais fortes quando o vento sopra contra a árvore,
você se torna mais semelhante a Jesus toda vez que enfrenta uma
tentação. Quando você tropeça — o que certamente ocorrerá —,
isso não representa o fim. Em vez de ceder ou desistir, busque a
Deus, confie que ele o ajudará e lembre-se da recompensa que
espera por você: “Quando as pessoas são tentadas e ainda
continuam fortes, devem ficar felizes. Depois de provada a sua fé,
Deus as recompensará com vida para sempre” (Tiago 1.12, NCV).
Dia 26
Pensando sobre meu propósito de vida
TEMA PARA REFLEXÃO: Toda tentação é uma oportunidade para fazer o
bem.
VERSÍCULO PARA MEMORIZAR: “Deus abençoa as pessoas que
pacientemente suportam a provação. No final, receberão a coroa da vida que
Deus prometeu a todos os que o amam” (Tiago 1.12, NLT).
PERGUNTA PARA MEDITAR: Que atributo do caráter cristão posso
desenvolver para derrotar minha maior tentação?
DIA 27

Derrotando a tentação

Fuja de qualquer coisa que lhe provoque os


pensamentos malignos [...] mas aproxime-se de
qualquer coisa que o leve a querer fazer o bem.
2Timóteo 2.22, BV
Lembrem-se de que as tentações que surgem
na vida de vocês não são diferentes das que os
outros enfrentam. E Deus é fiel. Ele impedirá
que a tentação se torne tão forte que vocês não
possam suportá-la. Quando forem tentados, ele
lhes mostrará uma saída, de modo que vocês não
venham a ser vencidos por ela.
1Coríntios 10.13, NLT

SEMPRE HÁ UMA SAÍDA.


A tentação às vezes pode parecer irresistível, impossível de
reprimir, mas isso é uma mentira de Satanás. Deus prometeu jamais
permitir que algo que venha de fora prevaleça sobre o que ele
colocou dentro de você. Ele não deixará que você seja tentado além
de suas forças. Entretanto, você também deve fazer sua parte,
praticando quatro fundamentos bíblicos para derrotar a tentação.
Redirecione sua atenção para outra coisa. Pode parecer
estranho, mas em parte alguma da Bíblia você encontra instruções
sobre como “resistir à tentação”. Somos orientados a resistir ao
Diabo (v. Tiago 4.7), mas isso é muito diferente, como explicarei
mais adiante. Em vez disso, somos aconselhados a redirecionar
nossa atenção, pois resistir a um pensamento não produz o
resultado pretendido. Isso só aumenta nossa concentração na coisa
errada e fortalece a sedução. Deixe-me explicar.
Toda vez que você tenta bloquear um pensamento, você o
implanta ainda mais fundo em sua memória. Resistindo, você na
verdade o fortalece. Isso realmente ocorre com a tentação. Você
não consegue derrotá-la combatendo a sensação que ela traz.
Quanto mais você combate um sentimento, mais ele o consome e
controla. Você o fortalece cada vez que pensa nele.
Como a tentação sempre começa com um pensamento, a
maneira mais rápida de neutralizar seu fascínio é desviar a atenção
para outra coisa. Não combata o pensamento, apenas mude o canal
de sua mente e concentre seu interesse em outra ideia. Esse é o
primeiro passo para derrotar a tentação.
A batalha contra o pecado é ganha ou perdida na mente. O que
prende sua atenção também aprisiona você, por isso Jó declara:
“Fiz um pacto com os meus olhos: jamais olhar com cobiça para
uma jovem” (Jó 31.1, NLT). Davi orou: “Não me deixes ficar
pensando em coisas sem valor” (Salmos 119.37a, NTLH).
Já se sentiu subitamente faminto depois de assistir a um anúncio
de comida na televisão? Já ouviu alguém tossir e imediatamente
sentiu vontade de limpar a garganta? Já presenciou alguém dando
um grande bocejo e sentiu o impulso de bocejar? (Você talvez esteja
bocejando enquanto lê isto!) É o poder da sugestão. Movemo-nos
naturalmente para onde dirigimos nossa atenção. Quanto mais você
pensa a respeito de alguma coisa, com mais força ela se apodera
de você.
É por isso que ficar repetindo:
“Preciso parar de comer tanto [de A batalha contra o pecado é
ganha ou perdida na mente. O
fumar/de me entregar ao desejo sexual que prende sua atenção
ilícito]” é uma estratégia também aprisiona você.
contraproducente. Ela o mantém
concentrado no que você não quer. É como anunciar: “Nunca vou
fazer o que minha mãe fez”. Dizendo isso, você está apenas se
programando para repetir o que foi feito.
As dietas em geral não são eficazes porque o mantêm pensando
em comida o tempo todo: é a garantia de que você estará sempre
faminto. De igual modo, o orador que fica repetindo para si mesmo:
“Não fique nervoso!” está contribuindo para manter o nervosismo.
Ele deveria concentrar os pensamentos em qualquer outra coisa,
exceto nas sensações. Poderia concentrar-se em Deus, na
importância do discurso ou nas necessidades dos que irão ouvi-lo.
A tentação começa capturando sua atenção. E o que prende a
atenção desperta emoções. Estas, por sua vez, estimulam seu
comportamento e você age de acordo com o que sente. Quanto
mais você se concentra em não querer algo, com mais força isso o
envolverá em sua teia.
Ignorar a tentação é muito mais eficaz que combatê-la. Se a
mente estiver focada em outra coisa, a tentação perde o domínio.
Então, quando a tentação o chamar ao telefone, não discuta com
ela, apenas desligue!
Às vezes, isso significa sair fisicamente de uma situação
tentadora. Trata-se de uma ocasião em que não é errado fugir.
Levante-se e desligue o televisor. Afaste-se do grupo que está
fofocando. Saia do cinema no meio do filme. Para evitar o ferrão,
afaste-se das abelhas. Faça o que for necessário para desviar a
atenção e concentrá-la em algo legítimo.
Da perspectiva espiritual, a mente é o órgão mais vulnerável. Para
reduzir a tentação, mantenha-se ocupado com a Palavra de Deus e
com pensamentos bons. Você derrota os maus pensamentos
pensando em algo melhor. É o princípio da substituição. Você vence
o mal com o bem (v. Romanos 12.21). Satanás não pode atrair sua
atenção quando sua mente está preocupada com outra coisa. É por
isso que a Bíblia insiste em que mantenhamos a mente direcionada:
“[...] fixem os seus pensamentos em Jesus” (Hebreus 3.1b, NVI),
“Lembre-se de Jesus Cristo”(2Timóteo 2.8a, NVI) e “encham a
mente de vocês com tudo o que é bom e merece elogios, isto é,
tudo o que é verdadeiro, digno, correto, puro, agradável e decente”
(Filipenses 4.8, NTLH). Se você realmente pretende derrotar a
tentação, então deve controlar a mente e avaliar o que absorve da
mídia. O homem mais sábio que já viveu advertia: “Tenha cuidado
com o que você pensa, pois a vida é dirigida pelos pensamentos”
(Provérbios 4.23, NTLH). Não permita que indignidades penetrem-
lhe a mente por falta de critério. Seja seletivo. Escolha
cuidadosamente em que pensar. Siga o exemplo de Paulo:
“Mantemos cativo todo pensamento e, dominando-o, fazemos com
que ele obedeça a Cristo” (2Coríntios 10.5, NCV). Isso exige uma
vida inteira de prática, mas com a ajuda do Espírito Santo você pode
estabelecer sua forma de pensar.
Revele sua luta a um amigo espiritual ou a um grupo de
apoio. Não será necessário contar para todo o mundo, mas você
precisa pelo menos de uma pessoa com quem possa abertamente
compartilhar sua luta. A Bíblia diz: “É melhor ter um amigo que ficar
sozinho [...] se você cai, seu amigo pode ajudá-lo a levantar-se. Mas
se você cai sem ter um amigo por perto, está realmente em
dificuldades” (Eclesiastes 4.9,10, CEV).
Deixe-me ser claro: se você está perdendo a batalha contra um
mau hábito, um vício ou uma tentação constantes e está tolhido num
ciclo repetitivo de “intenção-fracasso-culpa”, entenda que não irá se
recuperar por conta própria! Você precisa da ajuda de outras
pessoas. Algumas tentações são vencidas somente com o auxílio
de alguém que ore por você, que o incentive e que o responsabilize
por seus atos.
O plano de Deus para seu crescimento e libertação inclui outros
cristãos. A comunhão honesta e verdadeira é o antídoto para a luta
solitária contra os pecados, que não dão trégua. Deus diz que essa
é a única maneira de escapar: “[...] confessem os seus pecados uns
aos outros e façam oração uns pelos outros, para que vocês sejam
curados” (Tiago 5.16a, NVI).
Você realmente quer ser curado daquela tentação recorrente que
o derrota continuamente? A solução de Deus é simples: não a
reprima, confesse! Não a oculte, revele. Expor os sentimentos é o
início da cura.
Esconder a dor só a intensifica. Os
A verdade é que qualquer
problemas crescem na escuridão,
assunto sobre o qual você não tornando-se cada vez maiores, mas
possa falar já está fora de
controle. retrocedem quando expostos à luz da
verdade. As enfermidades têm a
medida dos segredos. Então tire a máscara, pare de fingir ser
perfeito e venha para a liberdade.
Na Igreja Saddleback, temos visto o impressionante poder desse
princípio para destruir o domínio de tentações constantes e de vícios
aparentemente incorrigíveis por meio do programa que
desenvolvemos chamado Celebrando a Recuperação. É um
processo bíblico de recuperação em oito etapas, baseado nas bem-
aventuranças de Jesus e construído em torno de pequenos grupos
de apoio. Nos últimos dez anos, mais de 5 mil vidas foram libertas
de todo tipo de hábitos obsessivos, danos emocionais e vícios. Hoje,
o programa é utilizado em milhares de igrejas. Recomendo-o
fervorosamente à sua igreja.
Satanás quer que você pense que seu pecado e sua tentação são
exclusivos e que por isso deve mantê-los em segredo. A verdade é
que estamos todos no mesmo barco. Todos combatemos as
mesmas tentações (v. 1Coríntios 10.13) e “todos pecaram”
(Romanos 3.23, NVI). Milhões de pessoas sentem o que você está
sentindo e enfrentam as mesmas lutas que você está enfrentando.
O motivo pelo qual escondemos nossos pecados é o orgulho.
Queremos que os outros pensem que temos tudo “sob controle”. A
verdade é que qualquer assunto sobre o qual você não possa falar
já está fora de controle: problemas financeiros, casamento, crianças,
pensamentos, sexualidade, hábitos secretos ou qualquer outra
coisa. Se você pudesse resolvê-los sozinho, já o teria feito. Mas não
pode. Nessa situação, decisões pessoais e força de vontade não
são suficientes.
Alguns problemas estão profundamente arraigados, tornaram-se
rotineiros e cresceram demais: não há como solucioná-los por conta
própria. Você precisa de um grupo de apoio ou de um parceiro que
se sinta responsável por você, que o incentive e apoie, que ore por
você, que o ame incondicionalmente e que o mantenha na linha.
Depois, você pode fazer o mesmo por ele (ou por eles).
Sempre que alguém confia em mim, dizendo: “Nunca contei isso a
ninguém”, fico entusiasmado com aquela pessoa, porque sei que ela
está para experimentar um grande alívio e libertação. A válvula de
pressão está para ser aberta, e pela primeira vez se vislumbra uma
esperança. Isso sempre acontece quando fazemos o que Deus nos
manda fazer, quando admitimos a um amigo cristão e temente a
Deus que temos um problema.
Deixe-me fazer uma pergunta difícil. O que você finge não ser um
problema em sua vida? De que assunto você tem medo de falar?
Você não irá resolver esse problema sozinho. Sim, é humilhante
admitir fraquezas perante outra pessoa, mas é exatamente a falta
de humildade que o impede de melhorar. A Bíblia diz: “Deus se opõe
aos orgulhosos, mas favorece os humildes. Portanto, humilhem-se
diante de Deus” (Tiago 4.6,7a, NLT).
Resista ao Diabo. Após termos nos humilhado e nos submetido a
Deus, somos orientados a desafiar o Diabo. A parte final de Tiago
4.7 diz: “Resistam ao Diabo, e ele fugirá de vocês” (NVI). Não nos
resignemos passivamente diante de seus ataques. Devemos contra-
atacar.
O Novo Testamento descreve muitas vezes a vida cristã como
uma batalha espiritual contra as forças do mal, utilizando termos que
aludem à guerra, como: “batalha”, “conquistar”, “luta” e “superar”. Os
cristãos são muitas vezes comparados a soldados que atuam em
território inimigo.
Como podemos resistir ao Diabo? Paulo explica: “Revista-se da
salvação como seu capacete e tomem a espada do Espírito, que é a
palavra de Deus” (Efésios 6.17, NLT). O primeiro passo é aceitar a
salvação de Deus. Você não será capaz de dizer não ao Diabo, a
menos que tenha dito sim a Cristo. Sem Cristo, não temos defesas
contra o Diabo, mas com o “capacete da salvação” nossa mente é
protegida por Deus. Lembre-se disto: se você é cristão, Satanás não
pode obrigá-lo a fazer coisa alguma. Pode apenas sugerir.
O segundo passo é usar a Palavra de Deus como arma contra
Satanás. Jesus deu o exemplo quando foi tentado no deserto.
Sempre que Satanás apresentava uma tentação, Jesus reagia
citando as Escrituras. Ele não discutiu com Satanás. Ele não disse:
“Não estou com fome”, quando foi tentado a usar seu poder para
suprir uma necessidade pessoal. Ele simplesmente citou as
Escrituras, que havia memorizado. Devemos fazer o mesmo. Há
poder na Palavra de Deus, e Satanás a teme.
Jamais tente argumentar com o Diabo. Ele argumenta melhor que
você, pois teve milhares de anos para praticar. Você não pode blefar
com Satanás, nem convencê-lo com sua lógica, nem lhe impor sua
opinião, mas pode usar a arma que o faz tremer: a verdade de
Deus. É por isso que memorizar as Escrituras é absolutamente
essencial para derrotar as tentações. Você poderá acessá-la
rapidamente quando for tentado. Assim como Jesus, você terá a
verdade guardada no coração, pronta para ser usada.
Se você não sabe nenhum versículo
Jamais tente argumentar com o
Diabo. Ele argumenta melhor que
bíblico de cor, sua arma está sem
você, pois teve milhares de anos munição! Convido-o a memorizar um
para praticar. versículo por semana, até o fim de sua
vida. Imagine como você ficará mais
forte!
Esteja ciente de sua vulnerabilidade. Somos advertidos em
nunca ficarmos arrogantes ou confiantes demais: essa é a receita
para o desastre. Jeremias declara: “O coração é mais enganoso que
qualquer outra coisa e sua doença é incurável [...]” (Jeremias 17.9,
NVI). Isso significa que somos bons em enganar a nós mesmos.
Nas circunstâncias adequadas, qualquer um de nós é capaz de
qualquer pecado. Não devemos jamais baixar a guarda e imaginar
que somos imunes à tentação.
Não se ponha por descuido em situações que atraiam tentações.
Evite-as (v. Provérbios 14.16). Lembre-se de que é mais fácil
manter-se fora das tentações que sair delas.
A Bíblia diz: “Não sejam tão ingênuos e autoconfiantes. Vocês não
são diferentes. Podem fracassar tão facilmente como qualquer um.
Nada de confiar em vocês mesmos. Isso é inútil! Mantenham a
confiança em Deus.” (1Coríntios 10.12, AM).

Dia 27
Pensando sobre meu propósito de vida
TEMA PARA REFLEXÃO: Sempre há uma saída.
VERSÍCULO PARA MEMORIZAR: “Deus é fiel. Ele impedirá que a tentação
se torne tão forte que vocês não possam suportá-la. Quando forem tentados,
ele lhes mostrará uma saída, de modo que vocês não venham a ser vencidos
por ela” (1Coríntios 10.13, NLT).
PERGUNTA PARA MEDITAR: A quem posso pedir que seja meu parceiro
espiritual, para me ajudar em oração a derrotar uma tentação constante?

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