NJQ FBN 6 P WPB W3 JQGW Y6 KHVN
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14393/SN-v32-2020-46916
Recebido: 06 de fevereiro de 2019 |Accepted: 06 de fevereiro de 2020
Artigos
Palavras-chave Resumo
Boane O estudo da vulnerabilidade à perda de solo das unidades de paisagem
Estabilidade constitui um dos mecanismos para o desenho de práticas sustentáveis de uso
Geogrocessamento e ocupação da terra e dos recursos naturais. Atendendo a esse facto, esta
Perda de Solo pesquisa teve como objectivo avaliar a vulnerabilidade à perda do solo no
distrito de Boane em 2018 aplicando a metodologia proposta por Crepani. Os
materiais utilizados incluem as imagens OLI do Landsat-8 e ASTER GDTM
V2 que permitiram a geração dos mapas de uso e cobertura de terra e
declividade respectivamente, o banco de dados de solos, litologia, e
pluviosiodade disponível no CENACARTA. Estes dados foram processados em
ambiente SIG em função da metodologia proposta por Crepani para análise
da vulnerabilidade à perda de solo. Os resultados obtidos mostraram que cerca
de 53,3% do distrito apresentou estabilidade mediana, 34,7% moderadamente
vulnerável, 11,4% moderadamente estável, 0,6% estável e 0% vulnerável.
Estes resultados revelam uma situação considerada favorável, porém não se
deve ficar numa situação de conforto pois com o ritmo de urbanização que se
assiste nas últimas décadas e suas consequências sobre o meio ambiente,
aliada à não implementação dos planos de ordenamento, pode colocar em
causa esta situação.
Keywords Abstract
Boane The soil lost vulnerability study of the landscape units, constitutes one of the
Stability mechanisms for the sustainable practices design of land use and cover and
Geoprocessing natural resources. Therefore, this research aimed to evaluate the soil loss
Soil Loss vulnerability in the Boane district in 2018 applying the methodology proposed
by Crepani. The materials used included OLI Landsat 8 and ASTER GDTM
V2 images, through which we generated land use and cover and slope maps
respectively, soils, lithology, and precipitation databases available in
CENACARTA. This data were processed in a GIS environment according to
the methodology proposed by Crepani. The results showed that 53.3% of the
district had a median stability, 34.7% moderately vulnerable, 11.4%
moderately stable, 0.6% stable and 0% vulnerable. These results indicate a
favorable situation, but not confortable at the short term, due to the
accelerated rhythm of urbanization and its consequences to the environment
that is seen in the last decades, joined to the lack or non-implementation of
1
Instituto de Formação em Administração de Terras e Cartografia, Matola, Moçambique. [email protected]
2
Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, Brasil. [email protected]
the main planning plans, that can change this situation in short term.
Boane é constituído por material basáltico aluviões com cascalho, quartzo, riólitos, alguns
de idade Jurássico-Cretáceo (Karroo Vulcânico minerais e rochas (TIQUE; DYKSHOORN,
da série Superior), sedimentos de Mananga, 1993; VASCONCELOS, 2014).
seixos rolados e por sedimentos aluvionares. Os O relevo do baixo curso da bacia do rio
basaltos são de idade Jurássico-Cretáceo, Umbeluzi é caracterizado, em geral, por uma
pertencentes ao Super grupo do Karroo, paisagem levemente ondulada e sem grandes
formados durante a última fase, a das diferenças de altitude. Na parte Norte, Este e
emanações vulcânicas denominadas de Sudoeste apresenta uma paisagem com
Stormberg Superior ou Serie Superior. Estes pequenas diferenças de nível, formando-se uma
Basaltos fazem parte da cadeia dos Libombos verdadeira planície. A altitude varia de 0 a 300
com direcção Norte-Sul com mais de 450km de metros (ALBINO, 2012).
comprimento e de 20-25km de largura e De acordo com Tique e Dykshoorn (1993),
inclinação para Este. Encontram-se também, cinco unidades principais de solos podem ser
nas duas margens do rio Umbeluzi, coberturas encontradas na grande parte do distrito, a
quaternárias de materiais arenosos, saber: (i) derivados de Basaltos-Bv; (ii) de
constituídas por depósitos aluvionares ou por Mananga com cobertura arenosa inferior a
(Figura 2).
Figura 2. Classes das unidades de paisagem
O processo de álgebra de mapas permitiu (Figura 3), inferindo-se deste modo que o
calcular o valor médio de vulnerabilidade, distrito apresenta os estágios de pedogênese e
obtendo-se 18 classes de Unidades de Paisagem morfogênese.
solo exposto devido à abertura de novas áreas conforto, pois com o ritmo de urbanização que
para habitação e cultivo, bem como a existência se assiste nas últimas décadas e suas
de Neossolos que são solos com valores de fator consequências sobre o meio ambiente na falta
topográfico alto, constituindo assim um da implementação dos planos de ordenamento,
considerável fator de risco de perda de solo pode colocar em causa esta situação, também
(NEVES et al., 2011). pelo facto de existir uma área considerável de
As áreas estáveis localizam-se ao longo vulnerabilidade moderada.
dos rios e na albufeira dos pequenos Libombos, A metodologia aplicada no estudo
constituindo menos de 1% da área do distrito, mostrou-se adequada à medida que os
enquanto que as áreas vulneráveis são ínfimas, resultados produzidos conferem com o que o se
isto é, quase inexistentes. pode observar no terreno. Há que se chamar
atenção aquém é de direito para a manutenção
Tabela 2. Áreas de cada classe de deste grau de estabilidade e à intervenção de
Estabilidade/vulnerabilidade
pesquisadores das mais diversas áreas de
Classes Área Porcentagem
conhecimento no sentido de realizarem-se mais
(km2)
Estável 5.00 0.6
estudos sobre esta temática ou afins, de forma
Vulnerável
ALBINO, A. J. Bases geoambientais para a
Vulnerável 0.05 0.0
gestão da bacia hidrográfica do rio
Total 859.05 100 umbeluzi-moçambique. Dissertação
(Mestrado em Geografia) – UFRJ. PPGG. 2012.
Org.: Pelos Autores, 2018.
BECKER, B. K.; EGLER, C. A. G. Detalhamento
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Zoneamento Ecológico-Econômico pelos
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estados da Amazônia Legal. Brasília. SAE
Secretaria de Assuntos Estratégicos/MMA-
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O estudo feito neste artigo diagnosticou o CENTRO NACIONAL DE CARTOGRAFIA E
estado de equilíbrio e da dinâmica natural do TELEDETECÇÃO - CENACARTA. Informação
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CREPANI, E.; MEDEIROS, J. S.; AZEVEDO, L.
uso e ocupação de terra e dos recursos naturais. G.; HERNANDEZ FILHO, P.; FLORENZANO,
T. G.; DUARTE, V. Curso de sensoriamento
Os resultados mostraram prevalência de
remoto aplicado ao zoneamento ecológico
uma estabilidade mediana (53,3% do econômico [CD-ROM]. In: Simpósio
Brasileiro de Sensoriamento Remoto, 8.
território), uma situação considerada favorável, Salvador, 1996. Anais. São Paulo: Image
porém não se deve ficar numa situação de Multimídia, 1996.
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