Ao Invés de Acessar o Pornô
Ao Invés de Acessar o Pornô
Ao Invés de Acessar o Pornô
”: análise de uma
comunidade virtual de ajuda mútua
Carina Cleto
Flávio Augusto
Gabriel Borges
Guilherme Cintra
Hugo Costa
Lucas Uchôa Lyra
Rodrigo Moura
RESUMO
A internet tem revolucionado o consumo de pornografia, ao tornar mais acessíveis os
conteúdos de teor sexual, garantindo a privacidade dos usuários. Isso tende a prejudicar os
indivíduos que apresentam comportamento compulsivo, possibilitando até mesmo a junção
de dois vícios (na internet e na pornografia). Por outro lado, a própria internet oferece
recursos de ajuda. Nesse artigo, as práticas comunicativas de usuários do blog/fórum
BadPorn são estudadas, para compreender o papel dessa comunidade virtual na construção
de uma rede de apoio e tratamento ao vício em pornografia. Analisamos dados
quantitativos e qualitativos dos usuários desse espaço digital. Entre as principais
conclusões do trabalho estão: os indivíduos que procuram o grupo estão em estágios mais
avançados de vício; são desenvolvidos laços emocionais entre os participantes, reforçados
por forte sentimento de empatia entre eles.
Palavras-chave: pornografia; internet; cibersexo; vício; comunidade virtual.
INTRODUÇÃO
Até o final do século XX, era comum o acesso a conteúdo pornográfico em revistas, fitas
de vídeo e o sexo com prostitutas. Entretanto, a internet revolucionou o consumo de
pornografia, pois se mostrou o meio ideal para a atividade sexual anônima. Ela é barata,
facilmente acessível e permite que o usuário mantenha sua privacidade sem expor sua
imagem (Cooper, 2009). A democratização desse serviço permitiu novas formas de
consumo, mais abrangentes e ao mesmo tempo cada vez mais segmentadas em diversas
categorias, como as bibliotecas pornográficas de fotos e vídeos on-line, as apresentações de
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strippers via webcam, as salas de bate-papo, etc. Além disso, a segmentação também
atingiu o público, abrindo espaço para minorias como os homossexuais e transexuais.
A facilidade de acesso permite que o conteúdo pornográfico seja utilizado como uma
forma banal de entretenimento, o que pode causar comportamentos abusivos. Atualmente,
o distúrbio de compulsão do chamado cibersexo vem aumentando e sendo estudado. Os
compulsivos são aqueles que dedicam uma média de 10 a 25 horas por semana ao consumo
de pornografia. Esse nível excessivo acarreta efeitos negativos em relação ao envolvimento
e disponibilidade familiar, social e profissional, afetando em especial o casamento e os
relacionamentos sexuais. O perfil mais comum desses usuários mostra sinais de solidão,
vergonha, falta de motivação, depressão, isolamento social, impotência e ansiedade.
Cooper (2009) identificou cinco comportamentos particulares desses indivíduos: negação,
tentativas frustradas de cessar o vício, reclusão nos ambientes social, profissional e
recreacional, e repetição do comportamento apesar das consequências adversas.
Há, entretanto, usuários que reconhecem seus problemas e, a partir disso, participam de
grupos de ajuda, também no universo on-line. Tais grupos têm o objetivo de reunir pessoas
com o mesmo problema e promover discussões que as ajudem a lidar com essa
dependência.
Este trabalho se justifica tanto devido ao seu caráter pioneiro no país (ainda não foram
realizados estudos desse tipo no Brasil) quanto pela construção de novos conhecimentos
1
O endereço do blog é: <https://badporn.wordpress.com/> (último acesso em 20 ago. 2017). Ele dá acesso ao
fórum de discussão estudado.
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comunicacionais, a partir de diversas áreas de saber, em função da natureza do problema,
relacionado a interações comunicativas e também a questões de outras áreas.
OBJETIVOS
Pornografia e vício
2
Em <https://dicionariodoaurelio.com/pornografia>. Último acesso: 20 ago. 2017.
3
Em <https://dicionariodoaurelio.com/erotico>. Último acesso: 20 ago. 2017.
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no contexto pós-moderno. Porém, este termo ainda continua a carregar um significado
negativo, apesar do consumo e da consolidação de um mercado de produção pornográfica
no mundo.
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Motivações, estágios e superação do vício em pornografia
Young (2008) descreve o processo que leva um usuário a tornar-se dependente do sexo na
internet (diretamente associado ao consumo de pornografia), sendo a sua teoria bastante
aceita dentro da comunidade científica. O primeiro estágio seria a descoberta (discovery)
da rede digital e das suas possibilidades de acesso a conteúdos. O segundo estágio é o da
experimentação (experimentation). O indivíduo se sente incentivado e encorajado a
experimentar novos materiais e consumir pornografia sem o medo ou receio de ser julgado.
4
Cavaglion (2009), em seu estudo de um blog de autoajuda de dependentes de pornografia italiano, também
fala num tipo de consumidor de pornografia por intensificação. No entanto, utiliza um conceito diferente do
de Young (2008). Para Cavaglion (2009), esse tipo de viciado já sofreu algum tipo de disfunção sexual, mas
a manteve em segredo, com medo de sofrer repreensão social. Com a internet, ele pode liberar seus desejos e
obsessões.
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esse tipo de conteúdo se torna um meio para aliviar qualquer tensão ou estresse causados
pela rotina; a própria pornografia se torna uma rotina.
Por fim, Young (2008) discute estratégias de tratamento, o que inclui propostas para lidar
com os sintomas, a reflexão (em que o indivíduo, pelo autocontrole, para de consumir
pornografia), um plano de recuperação sexual (no qual o viciado volta as suas atividades
sexuais normais e trabalha em sua autoestima) e, por fim, a mudança de hábitos e ajuda
(procura grupos para deixar de consumir pornografia e mudar seu comportamento). Essa
trajetória de cura é apenas ilustrativa, já que há sempre a possibilidade de recaídas, pois a
internet é atualmente essencial para o convívio social e para o trabalho. Desse modo, é
preciso que o dependente tenha grande força de vontade para acessar o computador na vida
cotidiana sem ter uma recaída. Os spams, propagandas eróticas e pop-ups espalhados por
toda a rede dificultam essa meta.
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escola, igreja). As relações sociais, no mundo contemporâneo, tornaram-se pouco
profundas, vazias, passageiras, líquidas, como defende Bauman (2007).
O conceito de Bauman está diretamente ligado com o que Castells (2003) chama de
sociedade em rede, na qual a rede digital possibilita novas formas de interação social.
Desse modo, para o autor, as comunidades virtuais também geram sociabilização e
relações humanas, assim como comunidades tradicionais, embora não da mesma maneira.
A internet possibilitou que indivíduos com diferentes afinidades pudessem se comunicar e
se relacionar mesmo estando a grandes distâncias, transformando o espaço de
relacionamento em comunidade. Entretanto, apesar dessa rede de afinidades existir, os
laços gerados por elas são mais frágeis, uma vez que a consolidação dos laços se dá,
principalmente, por relações face a face.
O autor também descreve o comportamento dos usuários on-line, sendo que o eu on-line
apenas expressa o modo como o eu off-line gostaria de se comportar na vida real. “A
Internet é um instrumento que desenvolve, mas não muda os comportamentos; ao
contrário, os comportamentos apropriam-se da Internet, amplificam-se e potencializam-se
a partir do que são” (Castells, 2003: 273).
Isso leva a uma reflexão sobre o conceito de intimidade, já que em fóruns e blogs são
expostos sentimentos profundos e verdadeiros de usuários, direcionados muitas vezes a
completos desconhecidos, como forma de desabafo ou compartilhamento de experiências.
Já não são necessários anos de interação para que haja uma relação profunda entre
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usuários, porém esse tipo de relação muitas vezes é mediada por nicknames (apelidos)
falsos, que escondem a verdadeira identidade do indivíduo, não havendo assim uma
completa confiança neste tipo de relação. Esse é o caso do fórum/blog BadPorn.
Porém, há um ponto de encontro entre os dois autores no que diz respeito à consciência
coletiva. Costa (2005) defende que a organização em comunidades virtuais cria uma
consciência coletiva, sendo que a troca de informações e conhecimento entre usuários
proporciona incremento do nível intelectual dos participantes. Castells (2003) trata o tema,
principalmente, pelo viés dos movimentos sociais, mas com conclusão similar.
Dessa maneira, os ambientes digitais (como um blog) poderiam funcionar como uma
comunidade virtual, isto é, ser o ponto de encontro entre usuários com as mesmas
afinidades. No caso do vício em pornografia, essa é uma esfera em que a vergonha e a falta
de confiança os levam a utilizar nomes falsos. Há ainda, por vezes, a formação de fortes
laços emocionais, pela troca de experiências e sentimentos, mesmo que passageiros. Por
fim, podem criar uma atmosfera de consciência coletiva sobre o tema discutido, sendo que
a publicização do problema proporciona um maior conhecimento sobre ele e maior
discussão sobre possíveis formas de tratamento e ajuda mútua.
ANÁLISE DESCRITIVA
O BadPorn surgiu no ano de 2008, o que pode associado ao aumento do acesso à internet.
Desse modo, em paralelo ao crescimento do número de sites de conteúdo pornográfico na
internet, surgiram espaços digitais de auxílio, aumentando as discussões sobre pornografia.
Atualmente5, o fórum tem 54 usuários (que precisam solicitar cadastro) e um total de 397
mensagens distribuídas em 24 tópicos.
Homens Mulheres
Faixa etária/participantes
N % N %
Menos de 20 anos 1 3 - -
Entre 20 e 25 anos 18 53 1 50
Entre 26 e 30 anos 6 18 1 50
Entre 31 e 35 anos 7 20 - -
Mais de 35 anos 2 6 - -
Total 34 100 2 100
5
Em junho de 2012.
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Os participantes acessam o conteúdo de suas casas na grande maioria dos casos, existindo,
no entanto, 8 (22,2%) que consumiram conteúdo pornográfico em outros locais, como no
trabalho ou espaço público, aliando isso à masturbação. A grande maioria, 34 pessoas
(94,4% da amostra) já tentou de alguma forma parar com o vício, mas com recaídas em
todos os casos.
A quantidade de horas despendidas por cada participante por semana, bem como o tempo
dessa prática de consumo de pornografia, em anos, são fatores relevantes, já que podem vir
a atrapalhar a realização de algumas ações cotidianas (trabalho, relação com a família) e
projetos de vida. A maioria dos integrantes, 19 (52,8%), chega a gastar de 6 a 10 horas
semanais com conteúdo pornográfico. Já o tempo que tem durado esse consumo, para a
maioria dos membros é algo que já dura de 6 a 10 anos, havendo, no entanto, alguns com
mais de 20 anos de vício. Os Gráficos 1 e 2 ilustram esses dados observados.
Para os participantes, a ideia de cura ou de controle desse problema é um fator que os une,
como mostram as comunicações observadas. A ideia de liberdade e felicidade está bastante
45
atrelada ao processo, alguns procuram total distanciamento dos fatores de risco, outros se
contentam com um controle consciente sem se afastar por completo.
Análises qualitativas
Previamente, é interessante ressaltar que muitos indicaram ter iniciado sua curiosidade a
respeito de conteúdo pornográfico bastante cedo, com idades entre 10 e 12 anos, e que a
internet é percebida como algo que estimulou o vício, ao aumentar a possibilidade de
consumo de material pornográfico. Há a percepção do exagero nessa prática, que passou a
interferir na vida pessoal, familiar, sexual e/ou profissional dos indivíduos.
Os tópicos que obtiveram mais destaque foram relativos a Desinteresse por sexo (28%) e a
problemas relativos à Família/Relacionamento (28%). Existe um paralelo entre esses
temas, uma vez que questões que afetam a vida amorosa do usuário costumam interferir
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também em sua vida sexual com a parceira. Inclusive, ao contrário do que se poderia
pensar, a maior parte dos usuários que se manifestou no site sobre essa questão, 13
especificamente, possui algum tipo de envolvimento amoroso, como namoro ou
casamento, contra apenas 3 solteiros. Contudo, o vício por pornografia atrapalha o
relacionamento de todos os participantes, havendo casos onde casamentos são ameaçados e
namoros terminados. No entanto, algumas vezes, o usuário menciona especificamente o
relacionamento com a mulher e a família, não se referindo especificamente à prática sexual
com a parceira, como na mensagem a seguir:
estou trabalhando... recebi uma mensagem de minha esposa... ela quer a separação
mais uma vez... não quero perde-la... e não posso viver longe de meu filho... então
procurei algo ao invés de acessar o porno, encontrei vocês... graças a Deus... vou
mostrar o site pra minha esposa e espero que ela me dê mais uma chance....6
Já outros usuários abordam a prática sexual em si, a piora no desempenho e até mesmo a
ocorrência de casos de impotência, relatados por 3 usuários. O desinteresse por sexo
também se manifesta comumente, como nesse trecho de comentário: “Atrapalhando não sí
no sexo real como no trabalho também. Rouba energia”.
A partir disso, constata-se que esses tópicos são os maiores motivadores de busca por ajuda
encontrados no site Bad Porn, representando mais da metade (55%) das menções.
A Falta de Energia e Religião/Culpa vêm a seguir como fatores que motivam os usuários,
ambos com 16% das mensagens. A Falta de Energia é relativa, sobretudo, aos usuários
que passam muitas horas consumindo conteúdo pornográfico na internet, atrelada por
vezes à masturbação. Eles relatam um cansaço contínuo e falta de motivação ao realizarem
suas tarefas diárias normais. O trecho da mensagem, a seguir, exemplifica isso.
6
As transcrições de citações mantiveram eventuais erros ortográficos e gramaticais.
47
É osso cara.... não aguento mais, a masturbação ta sugando tudo que tenho. Meu
desempenho nos estudos quando me masturbo margeiam o zero, detalhe é que
ando me masturbando todos os dias. Se ficar em casa sozinho, sem dúvida, oitenta
por cento do tempo vai ser vendo pornografia.
Por fim, o tópico Fim do Relacionamento/ Solidão (12%) diz respeito às menções que
indicam a falta de companhia como o principal fator do vício e, consequentemente, a
procura por ajuda. A solidão dentro de casa e, por isso, a liberdade de acessar conteúdo
pornográfico facilitam o vício. A falta de uma companheira ou o fim de um relacionamento
também são fatores apontados pelos usuários. Essa situação é exemplificada nessa
postagem: “O que me motivou a cair foi solidão. Período em que estava longe da família e
falta da namorada. Desde então vem controlado. Mas é um controle que sai dos eixos de
vez em quando”.
A maioria dos usuários tem a sensação de impotência perante a compulsão pelo consumo
de pornografia na internet, e isso faz com que os participantes se sintam deprimidos, vazios
e repulsivos após o consumo desse material. Entre os 10 usuários que responderam às
perguntas do cadastro proposto pelo administrador do fórum, 9 apresentaram esse tipo de
sentimento.
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pornográfico. Apesarem de serem secundários por se manifestarem em um número menor
de pessoas, eles são também de importância para compreender os efeitos da compulsão.
Por exemplo: 3 usuários entre 10 analisados, afirmam que a pornografia provocou a
infidelidade, a busca pela prostituição, o trato pouco afável ao seu/sua companheiro/a ou a
apresentar outros tipos de mudanças na conduta sexual.
As comunidades virtuais
Nesse tópico, o site será analisado com o foco nas teorias sobre comunidades virtuais.
Assim, é possível perceber uma forte relação entre os usuários, sendo esta criada graças
aos seus objetivos em comum, de forma que rapidamente é criado um ambiente de
intimidade. Tal intimidade é gerada graças ao teor sensível do assunto tratado. Os laços
afetivos fortalecem-se devido à reciprocidade demonstrada pelos usuários, já que há o
medo e a vergonha de contar o problema para pessoas próximas (fora do site) e, por outro
lado, encontram acolhimento e sentimento de compreensão na comunidade virtual. Como
se observa nessa postagem:
cara você falou tudo! É sempre assim mesmo, também tou usando essa técnica de
acabar logo pelo menos não perde horas do seu dia, mais uma coisa é certa: você
realmente fica frustrado de não passar 2 horas no computador. Um abraço e
continuemos na luta, fico feliz. Em ver o fórum assim.
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O que vcs acham de marcamos uma conferência de áudio? Isso mesmo, com
microfone e fone apenas. Reunir os interessados em um ambiente virtual para
diálogo em voz. Assim vamos nos conhecer melhor, debater algumas pautas e tal.
Existem programas que fazem isso. O skype proporciona uma sala com até 10
pessoas (ou mais, se fizer um esquema lá). Há outros programas de conferência
muito usados por jogadores online, como Xfire e Teamspeak. Creio que o skype
seja mais acessível a todos e tem em português. Basta instalar e ter um microfone
funcionando devidamente. Criadas as contas, podemos publica-las aqui para add.
Aí escolhemos um dia/hora bom para todos. Podemos nos adicionar e abrir a
sessão. O que acham?
Apesar de este meio ter a capacidade de manter nomes e identidades ainda não reveladas,
ocorre uma iniciativa de aumentar o nível de intimidade entre os usuários, já que o contato
pela voz é mais pessoal do que a escrita. Esta nova maneira de contato transmite as
emoções imediatas do indivíduo durante o processo comunicativo, ocorrendo um nível de
exposição maior.
50
Esse padrão de comportamento é consistente com as teorias de Castells (2003) e Costa
(2005) sobre comunidades virtuais, em termos da coletivização da informação e da criação
de consciência coletiva: o compartilhamento de experiências gera maior conhecimento do
assunto para todos os que tentam controlar a sua situação de dependência.
ANÁLISE INTERPRETATIVA
Hipótese secundária 1 - Nível de vício: aceita. Esta hipótese foi aceita, pois os usuários
apresentaram níveis de vício correspondentes aos da escala proposta por Young (2008) de
“compulsão” e “desesperança”, de modo que se pode constatar uma similaridade
intercultural entre as pesquisas realizadas pelo autor mencionado, por Cavaglion (2009) e
esta pesquisa.
51
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se afirmar que nem todas as questões da pesquisa puderam ser completamente
respondidas, de forma que algumas delas requerem um aprofundamento maior de base
teórica, enquanto outras demandariam maior quantidade de informações disponibilizadas
pelos usuários, maior tempo de observação ou outras estratégias de coleta de dados.
Assim, embora tenhamos refutado a ideia de que nessa comunidade virtual haja somente
laços emocionais fracos entre os usuários, as limitações da pesquisa não nos permitem
dizer se, após as relações comunicativas do blog cumprirem o propósito de auxiliar o
dependente, ele irá esquecer o grupo. Em outras palavras, se o usuário, depois de curado,
deixará de acessar o blog. Também não podemos concluir com certeza se, para se curar, o
usuário procurou ajuda externa – o que é omitido em muitos casos – e isso influenciou o
processo de tratamento.
Mesmo sem que haja um consenso em relação a todas as hipóteses, abre-se a oportunidade
para que outros pesquisadores aprofundem o tema, esclarecendo aspectos ainda não
completamente compreendidos, tanto na esfera psicológica e clínica, como na dimensão
sociológica e de estudo da comunicação nos relacionamentos em comunidades virtuais.
REFERÊNCIAS
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CAVAGLION, Gabriel. Cyber-porn Dependence: Voices of Distress in an Italian Internet
Self-help Community. International Journal of Mental Health and Addiction, v. 7, n. 2, p.
295-310, abr. 2009. DOI: https://doi.org/10.1007/s11469-008-9175-z
CASTELLS, Manuel. Internet e sociedade em rede. In: MORAES, Dênis de (org.). Por
uma outra comunicação. Rio de Janeiro: Record, 2003. p. 255-287.
COOPER, Al. Sexuality and the Internet: Surfing into the new millennium.
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https://doi.org/10.1089/cpb.1998.1.187
COSTA, Rogério da. Por um novo conceito de comunidade: redes sociais, comunidades
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2005. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1414-32832005000200003
52
D’ORLANDO, Fabio. The demand for pornography. Journal of Happiness Studies, v. 12,
n. 1, p. 51-75, mar. 2011. DOI: https://doi.org/10.1007/s10902-009-9175-0
PUTNAM, Dana E. Initiation and maintenance of online sexual compulsivity: Implication
for assessment and treatment. CyberPsychology & Behavior, v. 3, n. 4, p. 553-564, jul.
2004. DOI: https://doi.org/10.1089/109493100420160
SIOMOS, Constantinos. Evolution of Internet addiction in Greek adolescent students over
a two-year period: the impact of parental bonding. European Child & Adolescent
Psychiatry, v. 21, n. 4, p. 211-219, abr. 2012. DOI: https://doi.org/10.1007/s00787-012-
0254-0
YOUNG, Kimberley S. Internet Sex addiction: Risk Factors, Stages of Development, and
Treatment. American Behavioral Scientist, v. 52, n. 1, p. 21-37, 2008. DOI:
http://dx.doi.org/10.1177/0002764208321339
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PROPOSTA DE ATIVIDADE
Utilizar o exercício proposto por Braga (2005: 291-295) para que os alunos
busquem dar forma ao problema da pesquisa. É possível pedir que os estudantes o
façam e debater o resultado em reuniões específicas de orientações ou numa
discussão coletiva com toda a classe, cada grupo apresentado sua reflexão.
Solicitar ainda que eles pensem, enquanto elaboram seu problema ou quando este
estiver mais desenvolvido, no que pode justificar a proposta de investigação. A
exposição coletiva de justificativas poderá ser tema de discussão na classe.
REFERÊNCIAS
AUTORA de tese de doutorado sobre Mr. Catra critica pensamento “elitista e preconceituoso”.
Gazeta do Povo, Curitiba, 17 jun. 2017. Disponível em: <https://goo.gl/KboE9V>. Acesso em: 9
out. 2017.
BRAGA, José Luiz. Para começar um projeto de pesquisa. Comunicação & Educação, São Paulo,
vol. 10, n. 3, p. 288-296, set./dez. 2005. DOI: http://dx.doi.org/10.11606/issn.2316-
9125.v10i3p288-296
CASTRO, Gabriel de Arruda. Dez monografias incomuns bancadas com dinheiro público. Gazeta
do Povo, Curitiba, 13 jun. 2017. Disponível em: <https://goo.gl/pgmKqG>. Acesso em: 9 out.
2017.
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