Aula 03 - Bioclimatologia Animal (Parte 1)

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Unidade Parque Shopping - Belém

Curso de Medicina Veterinária


Período: 3º Semestre
Disciplina de Zootecnia e Produção Animal

Por: Juliane da Silva Costa

BELÉM – PA
2024.1
 Definição:
BIOCLIMATOLOGIA OU BIOMETEOROLOGIA

É o ramo da ecologia e da climatologia que estuda a relação clima animal.

Estuda os efeitos do clima sobre os animais, objetivando entender as relações entre


os elementos climáticos com a fisiologia e genética animal.

 Permite: identificar os efeitos do clima que limitam a produção ótima


e prevê estratégias visando minimizar o estresse climático e melhorar
a condição de conforto, aumentando a produção e a reprodução.
 Definição:
BIOCLIMATOLOGIA OU BIOMETEOROLOGIA

Ex.:
 Definições:
BIOCLIMATOLOGIA OU BIOMETEOROLOGIA

É o ramo da climatologia e da ecologia que trata dos efeitos do ambiente físico sobre
os organismos vivos (Baccari Jr, 1986).

É a ciência que busca entender as relações entre os elementos climáticos e a fisiologia


animal, tendo como perspectiva a superação de barreiras impostas pelo meio
ambiente sobre a expressão do potencial genético dos animais (Tito, 1998)
 Definição:
BIOCLIMATOLOGIA: CIÊNCIA MULTIDISCIPLINAR

Em virtude do clima ter algum efeito


sobre os seres vivos, o escopo da
biometeorologia é quase ilimitado e seu
conhecimento de amplo espectro.
 Definição:

AMBIÊNCIA ANIMAL

É o conjunto de condições e influências externas que atuam direta ou indiretamente sobre


os animais.

 Ambiência: é o ambiente em que vive o animal e tudo o


que nele se encontra.

 Relação bidirecional ambiente-animal, sendo o conjunto


de fatores capazes de tornar um ambiente mais ou
menos agradável (conforto).
 Definição:

AMBIÊNCIA ANIMAL

É o conjunto de condições e influências externas que atuam direta ou indiretamente sobre


os animais.

 Permite: identificar as condições de máximo


conforto e o garantir por meio de estratégias
ambientais, permitindo aos animais expressar o
máximo de produtividade que o potencial genético
que cada espécie, raça ou animal pode expressar.
 Definição:

BIOCLIMATOLOGIA ANIMAL = AMBIÊNCIA ANIMAL


 Definição: Ambiência não se
restringe ao conforto
climático.

BIOCLIMATOLOGIA SINÔNIMOS AMBIÊNCIA


ANIMAL ANIMAL
 Por meio da Ambiência se analisa as condições de:
Temperatura,
Umidade relativa do ar,
Ventilação,
Luminosidade,
Exposição a gases,
Poeiras,
Níveis de ruídos, etc.

...do ambiente em que o animal encontra-se inserido...


 Importância do estudo em Bioclimatologia:

O conhecimento sobre os efeitos potenciais do clima, como causadores de estresse


e desconforto fisiológico, é importante para a definição de estratégias de
intervenção no ambiente que possibilitam explorar a potencialidade genética de
cada espécie animal de interesse econômico.

(Pereira, 2005)
 Inter-relação animal e ambiente:
Corresponde na busca do equilíbrio térmico pelo animal, pois se entende que o animal
é um sistema termodinâmico aberto que encontra-se em desequilíbrio com o
ambiente.

Ainda que os organismos vivos pareçam estar em equilíbrio, uma vez que eles não
apresentam modificações visíveis, na realidade, eles se encontram em estado
estacionário (a quantidade de energia que sai do sistema é a mesma que entra).
 Inter-relação animal e ambiente:

Neste processo, os fatores externos do ambiente tendem a produzir variações internas


no animal.

Havendo então a necessidade de ajustes fisiológicos para ocorrer o balanço de calor.

Manter a HOMEOTERMIA.

TERMOGÊNESE TERMÓLISE
CONCEITOS
 Adaptação:
A um dado ambiente está relacionada com mudanças estruturais, funcionais ou
comportamentais observadas no animal, objetivando:

1. Sobrevivência,

2. Reprodução e

3. Produção

...em condições adversas...


CONCEITOS

 CONCEITO BIOLÓGICO
 ADAPTAÇÃO:

 CONCEITO GENÉTICO
CONCEITOS
 Adaptação:
1. Adaptação biológica ou fisiológica x Aclimatação

É o resultado da ação conjunta de características anatômicas, fisiológicas e


comportamentais, no sentido de favorecer a sobrevivência de um organismo
em um ambiente específico. Ocorre em um indivíduo dentro de um curto ou
longo prazo.
CONCEITOS
 Adaptação:
1. Adaptação biológica ou fisiológica

É a capacidade e o processo de ajustamento do animal cujo objetivo seja reduzir os


efeitos adversos do clima.

Quanto maior a extensão da adaptação, melhor o animal sobrevive e se reproduz.


CONCEITOS
 Adaptação:
2. Adaptação genética
É um conjunto de alterações herdáveis nas características que favorecem a
sobrevivência de uma população em um determinado ambiente, podendo envolver
modificações evolutivas em muitas gerações (seleção natural) ou a aquisição de
propriedades genéticas específicas (seleção artificial).
CONCEITOS
 Adaptação:
2. Adaptação genética

Seleção natural
CONCEITOS
 Adaptação:
2. Adaptação genética

Seleção artificial
Plymouth rock branco
 Os ecossistemas são constituídos de dois componentes que relacionam-se entre si:

1. Componentes bióticos

2. Componentes abióticos
 O clima é um dos componentes abióticos que exerce efeito mais pronunciado
sobre o bem-estar animal e, por consequência, sobre a produção e produtividade.

 É considerado, portanto, fator regulador ou mesmo limitador da exploração animal


para fins econômicos.
 DEFINIÇÃO:

É o conjunto de fenômenos meteorológicos que define a atmosfera de determinado


local/região.

 O clima de uma região é determinado pelos modelos de variação dos elementos


climáticos, como radiação solar, temperatura, umidade do ar, ventos e
precipitações.

...E, ainda, pelas combinações entre eles.


A diferença entre tempo
e clima está na escala temporal
que os envolve.

O tempo é um estado momentâneo


da atmosfera, enquanto o clima é a
configuração mais permanente ou
referente a um período de tempo
maior.
 Elementos climáticos

São grandezas meteorológicas que variam no


tempo e no espaço e que se configuram como
o atributo básico para se definir o clima da
região. São estes: temperatura, umidade, vento,
radiação solar entre outros.

Os elementos climáticos caracterizam os


climas.
 Fatores climáticos

Influenciam os elementos climáticos, modificando o clima de um local.

Destacam-se os seguintes fatores climáticos:


1. Altitude,
2. Latitude
3. Relevo,
4. Massa de ar,
5. Vegetação entre outros.
 Os fatores climáticos dizem respeito à localização da região ou fazenda e não
podem ser modificados.

 Entretanto, precisamos conhecê-los, porque afetam os elementos climáticos que,


por sua vez, afeta o clima de uma região.

Este influenciará na tomada de decisões para se conseguir


a manutenção do conforto térmico para os animais.
= Máxima eficiência
Desafios da na
pecuária produção animal
moderna
Sanidade

Nutrição
Limitado pelos Manejo
fatores ambientais Genética

Exploração do máximo
potencial genético do
animal
Reprodutivo
Produtivo
 Fatores ambientais externos e o microclima dentro das instalações exercem
efeitos sobre a produção animal em todas as fases de produção, gerando:
1. Baixa produtividade até morte do animal.
2. Perda econômica.
 O clima atua sobre os animais de duas formas:

DIRETA INDIRETA
 Temperatura do ar,  Vegetação (alimento),
 Radiação solar,  Parasitas e doenças.
 Umidade do ar associada a temperatura.
O elemento climático mais importante é a
precipitação (chuva):
Relaciona-se principalmente com os
1. Controla a quantidade e a qualidade
mecanismos fisiológicos envolvidos na
vegetação (alimentação),
termorregulação corporal.
2. Ciclo de parasitas.
 O clima atua sobre os animais de duas formas:

DIRETA INDIRETA

Homeostase
 A ilustração de Bonsma (1958), na forma de uma “roda de carroça”, explica a influência
dos efeitos diretos e indiretos do clima sobre os animais.

ARO

CUBO

LUBRIFICANTE

EIXO

RAIOS
1. Homem funciona como eixo (guiar a rotação).

2. Manejo como lubrificante (facilitar a rotação


do cubo em torno do eixo).

3. Animal é o cubo (movimentar a roda).

4. O meio ambiente é o aro.

5. Os raios correspondem aos diversos


elementos ou variáveis ambientais.

As interações possíveis entre estes elementos são


as setas concêntricas.
BONSMA diz que a adaptação é a
harmonia entre o animal e o meio
OBS: O mundo está dividido em 3 zonas climáticas:

Nas regiões temperadas as


condições ambientais são
consideradas satisfatórias para o
desempenho animal, pois as
interações dos elementos climáticos
propiciam uma situação de conforto,
proporcionando um funcionamento
harmônico da “roda”.
Na zona tropical...

A atuação dos elementos climáticos, de


forma mais intensa, isolados ou em
interação, faz com que a ação do raio sobre o
cubo seja tão forte, que este se rompe,
provocando um desequilíbrio entre o meio
ambiente e o animal.

Nessas regiões, a temperatura do ar


frequentemente excede a temperatura
corporal dos animais de interesse zootécnico.
 Regras ecológicas de adaptação dos animais domésticos:

1. Animais que habitam regiões quentes e úmidas possuem mais


melanina do que as espécies que habitam regiões frias.

Os melanócitos sintetizam dois tipos de pigmento:

1. Eumelanina ‐ melanina castanha absorve os raios solares,


deixando a pele naturalmente mais protegida.

2. Feomelanina ‐ melanina de cor vermelha ou amarelo alaranjada.


Quanto mais clara for a pele, maior a quantidade de feomelanina
e a sensibilidade ao sol.

Subtipos: Constitutiva e a Facultativa


 Regras ecológicas de adaptação dos animais domésticos:

1. Animais que habitam regiões quentes e úmidas possuem mais


melanina do que as espécies que habitam regiões frias.

Charolês
Os zebuínos possuem a pele
preta sob pêlos claros,
condição ideal para se evitar
a ação dos raios solares
sobre o organismo.
 Regras ecológicas de adaptação dos animais domésticos:

2. As partes protuberantes do corpo (cauda, orelhas,


extremidades, etc.) são menores em raças que
habitam regiões frias.

Os animais que habitam regiões de


clima quente possuem pernas
compridas e com isso os efeitos do
reflexo dos raios solares no corpo
são menores.
 Regras ecológicas de adaptação dos animais domésticos:

3. As raças menores de uma certa espécie habitam regiões


mais quentes e as raças maiores, as regiões mais frias.

4. O isolamento térmico, baseada no comprimento,


espessura e quantidade dos pelos e espessura do tecido
adiposo, estão altamente relacionados com o clima.
 Quem são:

Temperatura do Ar

Umidade Relativa

Velocidade do Vento

Radiação Solar Clima e Microclima

Pluviosidade

Luz

Pressão Atmosférica
Ajustes fisiológicos para
 Temperatura do ar (ºC): manter a homeotermia

Elemento climático mais importante


isoladamente.

A temperatura é o fator mais importante


para determinar o tipo de animal que se
pode criar em uma determinada região.

O conhecimento das temperaturas


médias, máximas e mínimas de
determinada região é fundamental para
a elaboração do projeto e manejo de
instalações para produção animal.
 Umidade relativa do ar (UR%):

Sempre levar em consideração juntamente com a temperatura.


A UR em conjunto com a TºC possuem papel importante na dissipação de calor pelos animais.
Altos valores de TºC e UR são extremamente danosos para a produção.

Ideal: Entre 22 e 25° C e 50 a 70%


< 50% = UR 50 a 70% > 70% =
quente-seco quente-úmido

Perda de água = Maior dificuldade de


desidratação trocar calor com o meio
Equilíbrio
 Velocidade do vento (m/s):

A velocidade do vento influencia positivamente na


condição de conforto dos animais.

Está relacionada com o conceito de “Sensação térmica”.

Quanto maior a velocidade do vento, maior será o


deslocamento de massa de ar sobre a superfície do
corpo do animal, aumentando a perda de calor por
convecção, gerando uma condição de conforto (7 m/s
em vacas leiteiras).
 Velocidade do vento (m/s):

Uma ventilação mínima deve ser priorizada = ventilação higiênica.

Usada em climas frios para renovação mínima do ar dentro das


instalações, promovendo a troca de gases e odores.

A abertura (de entrada e saída do ar) deve estar localizada fora do


alcance do corpo do animal.
 Velocidade do vento (m/s):

Para regiões de clima quente e/ou no verão, prioriza-se o conforto térmico dentro
das instalações.
Lanternim

Abertura na parte superior do telhado, responsável


por proporcionar renovação contínua de ar
resultando em um ambiente confortável.

A corrente de vento frio passa Quanto mais alta for a cobertura maior será a ascensão do ar
pelo animal. no interior da instalação.
 Velocidade do vento (m/s):

A renovação do ar no interior da instalação permite:

1. Redução da transferência de calor da cobertura,


2. Facilita as trocas de calor corporal por convecção e evaporação,
3. Diminui o excesso de umidade e de gases (NH3,CO2 e H2S) advindos da cama,
da respiração e dos excrementos,
4. Evita ou reduz a propagação de doenças, especialmente as pulmonares.
 Velocidade do vento (m/s):

A partir do conhecimento das necessidades ambientais das espécies pode-se


projetar o sistema de ventilação natural ou ventilação artificial.

Sem gasto de Com gasto de


energia elétrica energia elétrica
 Velocidade do vento (m/s):

Ventilação artificial

VENTILAÇÃO ARTIFICIAL VENTILAÇÃO ARTIFICIAL


POSITIVA NEGATIVA

Os ventiladores movimentam o ar na Trabalha com sucção de ar por meio de


instalação inteira evitando “zonas mortas”. exaustores, formando uma pressão negativa no
interior da instalação, obrigando o ar a entrar
A eficiência do sistema dependerá da com velocidade mais uniforme.
definição de quantidade, distribuição e
posição dos ventiladores. É fundamental o perfeito isolamento da
instalação na cobertura, nas laterais e na
posição dos extratores de ar.
 Radiação solar:

A radiação solar ocorre de forma direta do sol ou de forma refletida quando a


radiação reflete do solo ou outro corpo.

Todo corpo possui:

• Refletividade,

• Absortividade,

• Transmissividade (relacionada a emissividade).


 Radiação solar (energia radiante):

Resposta dos corpos varia de acordo com suas características.

Corpos Claros Corpos Escuros

REFLETEM CALOR ABSORVEM CALOR


 Radiação solar (energia radiante):
Efeito das instalações sobre a energia radiante.

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