Como Não Amor Você
Como Não Amor Você
Como Não Amor Você
Maya Bloom:
Tantas coisas aconteceram desde que fui embora. Eu era apenas uma adolescente entrando na
vida adulta e tendo a primeira desilusão amorosa.
Lembro-me de como conheci ele. Era meu primeiro dia de aula e ele me ajudou.
Passado:
Primeiro dia de aula. Agh! São horríveis. Eu estava em uma cidade nova, numa escola nova
com pessoas que eu não conhecia. Olho para aquele monte de adolescentes entrando pelos
portões e se espalhando pelo campus enquanto eu estava perdida sem saber em qual direção
ir.
Olho para um lindo garoto loiro que para a alguns metros de mim e me olha, logo ele estava
vindo na minha direção.
- Você é Maya Bloom, certo? - pergunta ele me encarando com aquelas lindas esferas azuis.
- Sim. - falo corando, sou muito tímida e ficar perto de garotos bonitos não ajuda em nada.
- Sou Jonathan. - diz ele. - Jonathan Cooper, mas pode me chamar de Jon.
- Digo o mesmo. - diz ele enquanto pega uma folha de seu bolso e estende na minha direção. -
eu sou presidente do corpo estudantil da escola e a diretora me deu o comando de te instruir
no seu primeiro dia de aula. Outras pessoas ficaram encarregadas de ajudar os novatos.
- Oh, obrigada. Estou bastante confusa sem saber por onde ir. - falo sorrindo.
- Não se preocupe, donzela em apuros, estou aqui para ajudá-la. - diz ele e começamos a rir.
Começamos a andar e entramos no grande edifício de três andares da nossa escola. Jon me
mostrou alguns lugares e onde ficavam os armários, era tudo minimamente perfeito, parecia
aquelas escolas dos filmes que assistia, a minha antiga escola era completamente diferente
dessa.
- Minha primeira aula começa em cinco minutos. - diz ele olhando para seu relógio de pulso. -
irei te deixar na sala da diretora para pegar seus horários e depois siga para sua sala.
- Obrigada, Jon. Se não fosse você, eu estaria perdida lá fora sem saber para onde ir. - falo
enquanto andamos pelo corredor todo decorado com quadros antigos e históricos.
- Por nada, não foi trabalho nenhum. - diz ele. - espero te encontrar no intervalo.
Ele sorri quando paramos em uma porta bastante bonita com uma plaquinha escrito diretoria.
Dou três batidas na porta e uma voz feminina com tom confiante me manda entrar. Entro
naquela sala que era extremamente decorada com quadros históricos e com certeza muito
caro, ela estava vestida em trajes formais e tinha uma postura ereta. Seus cabelos loiros
estavam presos em um coque muito bem feito.
- Sou Maya Bloom, vim pegar meus horários. - falei entrando na sala.
- Sente-se querida, eu iria explicar algumas regras da escola para a Alice e o Luke.
Olho pro lado onde vejo uma menina morena dos cabelos cacheados e um menino ruivo com
várias sardas pelo rosto.
- Agora quero falar a vocês sobre as regras de conduta da escola. - disse a diretora começando
a falar todas as regras, algumas delas é que é proibido tocar os quadros para que eles não
danifiquem. Caso isso aconteça, teremos que pagar o prejuízo. Ficamos ali cerca de três
minutos e depois pegamos nossos horários. Minha primeira aula era de biologia, Alice e Luke
também tinham essa mesma aula, então fomos juntos.
Eles eram legais, parece que fiz mais dois amigos. Pelo menos eu acho que Jon quer ser meu
amigo também. Assim fico no total de três amigos, é um bom começo para um primeiro dia de
aula.
Chegamos na nossa sala e nos sentamos nas nossas cadeiras, eu sentei no meio, Alice na
frente e Luke atrás de mim. Ficamos conversando por alguns minutos até que a professora
entra na sala e todos ficam em silêncio, ela se apresenta e manda todos os alunos se
apresentarem também.
[...]
No intervalo, seguimos até o refeitório e pegamos nossos lanches, eu peguei uma caixinha de
suco e um sanduíche, não sou de comer muito.
Eu, Luke e Alice, nos sentamos em uma mesa um pouco afastada dos outros, de longe vejo Jon,
ele estava em uma mesa com alguns caras do time de futebol da escola, como sei disso? Todos
estavam vestidos naquelas jaquetas do time.
Vejo que ele é bem popular, mais diferente daqueles que somos acostumados a ver, ele não se
acha superior por isso, ele é super gentil com os outros e não se acha superior a ninguém. Pelo
menos essa foi a primeira impressão que tive dele, espero que ele não seja diferente do que
parece ser.
- Aquele é o Jon, ele me ajudou quando eu estava perdida no portão da escola sem saber por
onde ir. - falei para os dois que estavam sentados comigo.
- Ele parece ser aqueles caras de filmes que é super popular e capitão do time de futebol. - diz
Alice.
- E que só anda com pessoas iguais a ele e que só pega líderes de torcida. - diz Luke.
- Não foi essa a impressão que tive dele. - falo. - ele foi super legal comigo.
- Talvez ele queira te pegar. - diz Luke. - você tem um belo corpo e é muito bonita com esse
cabelo curtinho e preto, parece uma modelo, além de tudo, é novata, esses caras adoram isso.
- Espero que não seja isso. - falo. - ele pareceu ser tão legal.
- Sempre começa assim, mas pode ser que ele seja realmente legal. - diz Alice. - só tome
cuidado.
- Vocês são demais. - falo. - nem acredito que no meu primeiro dia de aula, já fiz dois amigos
incríveis.
- Você é nossa pequena Bloom. - diz Luke implicando comigo devido à minha altura.
- Não fale da minha altura. - repreendo ele. - na minha antiga escola me chamavam de anão de
jardim.
- Desculpa, sei que é horrível passar por isso, mas é um pouco engraçado. - diz Alice. - mas
vamos parar de falar sobre nosso pequeno anãozinho de jardim e vamos para nossa aula, a
minha é de matemática.
- Que saco, vamos ficar separados. - diz ela cruzando os braços e fazendo um biquinho.
- Nós encontramos no final da aula. - falo me levantando com minha bandeja na mão.
Saiu ouvindo eles se despedirem e rapidamente pegando suas bandejas, e logo em seguida
indo para suas respectivas aulas.
Tive que pedir algumas informações até chegar na sala de música que ficava no segundo
andar. Assim que entro no local, a primeira pessoa que vejo é Jon tocando um violino. Ele não
notou minha presença, então fiquei quietinha observando, seus olhos fechados enquanto ele
tocava, ele sentia a música na alma.
Após finalmente terminar sua apresentação, bato palmas e ele se vira para mim e sorri. O
sorriso mais lindo do mundo, meu coração até acelerou.
Capítulo 2
Maya Bloom:
Olho aquelas pessoas vestidas em trajes de gala, pessoas importantes estavam todas aqui.
Hoje era um evento beneficente que a escola estava fazendo e pessoas importante veem para
fazer suas doações.
Eu agora como uma adulta e arquiteta famosa, vim fazer minha contribuição.
Muitos anos se passaram, tudo mudou, inclusive eu. Não sei como ele, Jon, está hoje em dia,
não procurei saber informações sobre ele, acho que depois de tudo, eu fiquei magoada e quis
apagá-lo da minha memória.
Rapidamente passo meu olhar por aquelas pessoas e vejo um lindo homem loiro me olhando,
o mesmo me olhava como se perguntasse se já nos conhecíamos antes.
Então ele vem na minha direção, ao se aproximar ele parece me reconhecer, também o
reconheço, era ele, Jon. Então ele sorri, aquele mesmo sorriso que ele dava quando éramos
adolescentes...
Passado:
- Você estava aí esse tempo todo? - pergunta ele deixando o violino sobre a mesa e se
aproxima de mim.
- Uma boa música precisa ser apreciada, e você estava tão concentrado no que estava fazendo
que resolvi não atrapalhar. - falo sorrindo.
- Oh, não. - falo sorrindo. - não sei tocar nenhum instrumento, na verdade.
- Sério? - pergunta indignado. - temos que mudar isso, eu irei te ensinar a tocar alguma coisa,
que tal violão?
- Eu adoraria. - falo.
- Podemos usar a sala de música depois que as aulas acabarem. - diz ele.
- Você deve ter outros compromissos. - falo. - não quero tomar todo o seu tempo.
- Eu faço natação no sábado. - diz ele. - fora isso, só aulas e outras coisas banais.
- Pensava que você jogava futebol. - falo. - vi você no intervalo com os outros caras, que fazem
parte do time.
Quando ele iria responder, a professora entra na sala seguida por vários alunos.
- Depois conversamos. - diz ele, concordo fazendo um rápido sinal com a cabeça.
Assim a professora novamente faz algumas apresentações e começa a nos explicar sobre a arte
da música.
[...]
- Jon? - chamo pelo seu nome assim que entro na sala de música.
Combinamos que nos encontraríamos após terminar as aulas, assim eu vim, mas parece que
ele ainda não chegou.
Ando até o centro da sala e vejo todos aqueles instrumentos, sinto uma presença atrás de mim
e logo mãos cobrirem meus olhos.
- Jon? - falo e ele retira as mãos dos meus olhos e me olha sorrindo.
- Estava te esperando. - diz ele. - então, pronta para aprender a tocar, ou pelo menos tentar, se
você for péssima infelizmente não posso fazer milagre.
Jon anda até o violão e o pega, ele se senta em uma das cadeiras e me chama para sentar ao
seu lado.
- Irei te ensinar algumas notas fáceis, até um bebê consegue. - diz ele em tom provocativo.
- Me dê isso. - falo tomando o violão de suas mãos e colocando sobre meu colo.
Mas a posição parecia estranha para mim, tento tocar alguma nota que ele falou, mas estava
bem complicado.
- Não está dando certo. - falo. - essa posição não está legal para tocar.
- Você deve ser canhota. - diz ele. - todos os violões aqui são para pessoas destras.
- Preciso levar esse problema para a diretora. - diz ele. - precisamos trocar as cordas de alguns
violões para que pessoas canhotas como você possam tocar também.
- Já que você não consegue tocar, vou tocar para você. - diz ele.
- Sou um grande fã dela, vou tocar "Enchanted". - diz já começando a tocar algumas notas. Fico
quieta admirando ele tocar, observo tudo atentamente. O jeito que ele se comporta, que ele
mexe suas mãos enquanto toca as notas e em como seu rosto expressa cada emoção.
- Obrigada. - falo. - você canta e toca mais lindo ainda, qual seu defeito meu caro lorde?
Ele sorri.
- Bem, eu posso ser lindo, gostoso, cantar, tocar e fazer um monte de outras coisas. - ele para
de falar e rir quando bato em seu braço.
- Convencido. - falo sorrindo. - e que história é essa de você preferir natação? Você parece
mais um jogador de futebol, ainda mais andando com os outros caras do time.
- Claro. - falo.
- Me acha estranho por ser um homem que não sabe jogar futebol? - pergunta.
- Longe de mim pensar essas coisas, só fiquei surpresa. - falo. - quero ver você nadando
qualquer dia desses.
- Daqui a dois meses terá um campeonato de natação, irei participar e quero você lá torcendo
por mim. - diz ele. - pela escola, já que estarei representando ela nas competições.
- Serei a primeira da fila torcendo por você... pela escola. - sorriu sentindo minhas bochechas
queimarem.
Assenti e assim saímos da sala de música seguindo pelos corredores, sinto ele tirar minha bolsa
que estava sobre meu ombro de lado e colocar sobre o seu.
- Claro que precisa, parece pesada e você também parece bem cansada. - diz.
- Eu estou um pouco cansada mesmo. - falo. - ainda terei que ir de ônibus para casa.
- Não quero te incomodar. - falo. - minha casa fica um pouco longe daqui.
- Qual seu endereço? - pergunta ele e eu rapidamente falo o nome da rua onde moro, ele sorri.
- Minha casa fica exatamente nessa direção, não será trabalho nenhum te levar.
- Sendo assim eu aceito. - falo sorrindo e seguimos em direção ao seu carro que estava no
estacionamento da escola.
Ele coloca minha bolsa no banco de trás de seu carro e abre a porta para mim, sorriu
agradecendo e me sento no banco da frente.
Ele fecha a porta e dá a volta onde se senta no banco do motorista, rapidamente seguimos
caminho.
Jon liga o som do carro e coloca uma música baixinha, começamos a andar e apesar do silêncio
entre nós dois, estava bem confortável.
Depois de cinco minutos ele para de frente a minha casa e desce do carro para abrir a porta
para mim.
Sorriu descendo do carro e ele logo abre a porta de trás para apegar minha bolsa, ele me entre
e sorri.
- Não tem de quê. - diz sorrindo enquanto anda até seu carro.
- Minha casa não fica aqui perto, fica do outro lado da cidade, na verdade. - diz sorrindo.
Antes que eu fale alguma coisa, ele sorri e rapidamente sai em seu carro.
Olho indignada para o mesmo que a cada segundo ficava mais distante.
Começo a andar até minha casa com um sorriso bobo no rosto.
Capítulo 3
Maya Bloom:
- Meu Deus, quase não te reconheci. - diz ele. - seu cabelo cresceu...
- Nesses últimos anos a minha vida mudou bastante, inclusive minha aparência. - falo.
- Que bom reencontrá-la. - diz ele, seu tom de voz era feliz. - nossa, eu adorava seu cabelo
curto.
Aquelas palavras me atingem e rapidamente lembro-me de quando ele falou isso para mim,
pela primeira vez.
Passado:
A gente tinha acabado de sair da escola, tínhamos acabado de terminar uma das minhas aulas
de violão, já faziam um mês que eu estava estudando lá, me aproximei bastante de Jon, assim
como Alice e Luke, que se tornaram meus melhores amigos.
Como já estava tarde, Jon me levou para casa, no caminho avistamos um parque de diversões
que abriu recentemente na cidade.
- Oh, não. - falo negando rapidamente. - não tenho dinheiro para ir nos brinquedos, e entrar só
para olhar seria tão triste.
- Jon, eu não quero que pague nada. - falo. - só temos um mês de amizade e já estou me
sentindo uma interesseira por você sempre ir me deixar na minha casa e depois ter que voltar
todo o caminho por que sua casa fica do outro lado da cidade. Você me dá aulas de música e
ainda quer pagar coisas para mim.
- Mas eu quero, então não é interesse nenhum. - diz ele entrando em outra rua e seguindo em
direção a um estacionamento ao lado do parque. Descemos do carro e olho tudo aquilo com
os olhos brilhando.
Encaro ele, olhando naquelas lindas esferas azuis e sinto meu coração acelerar, aquele
friozinho na barriga e as mãos ficarem suadas.
- Vamos? - diz ele pegando na minha mão de repente, aquilo foi o suficiente para meu coração
quase sair pela boca. Como as palavras não saíram da minha boca, apenas assenti com a
cabeça.
- Sim, eu acho a roda gigante um dos brinquedos mais bonitos e divertidos, mas a altura me
deixa em pânico.
- Não precisa ter medo, estarei ao seu lado segurando sua mão. - diz ele dando um leve aperto
na minha mão, me passando confiança. - confia em mim?
- Ótimo, estão, vamos nos divertir. - diz ele me puxando em direção a um carinho de algodão-
doce. - me dê dois algodões, senhor.
O moço do carrinho rapidamente prepara dois algodões-doces para a gente, o meu rosa e o de
Jon azul. Começamos a caminhar pelo parque comendo enquanto decidíamos em qual
brinquedo ir primeiro.
- Tenho medo de altura, ainda mais quando estou em alta velocidade virando de ponta cabeça.
- falo fazendo ele sorrir.
- Para de drama, eu estaria ao seu lado. - diz. - te garanto que é seguro e que você irá se
divertir.
- Vamos, meu caro lorde. - falo e sorrimos enquanto andávamos até aquela montanha-russa
enorme e assustadora.
Jon pagou nossas entradas e nos sentamos na frente, descemos a trava de segurança e
forçamos para ver se estávamos realmente seguros, vendo que estávamos presos, finalmente
o carrinho começou a se mover.
Subimos bem alto e paramos quase na descida, sabendo o que vinha em seguida, segurei
fortemente na mão de Jon que segurou de volta na mesma intensidade.
Então, de repente, o carrinho desceu sobre os trilhos rapidamente, as voltas eram super
rápidas, virávamos de cabeça para baixo enquanto levantávamos nossos braços no alto e
gritávamos.
Era radical.
Quando o carrinho finalmente parou, descemos e tive que segurar no braço de Jon por que
acabei ficando tonta de tanto girar e ficar de cabeça para baixo. Ele sorri enquanto passa seu
braço sobre meus ombros, abraço sua cintura e andamos em direção a roda gigante.
- Espera. - diz ele se afastando de mim. - já volto.
Fico observando ele andar para longe de mim em direção a um carrinho de pipoca, o mesmo
compra dois saquinhos de pipoca e rapidamente vem na minha direção.
- Uma linda donzela precisa ser cortejada. - diz ele me fazendo rir. - vamos?
- Vamos. - falo segurando a mão dele e andando até a entrada da roda gigante.
- Não, mas estou com você, e isso me deixa segura e preparada para enfrentar qualquer coisa.
- falo apertado sua mão, um aperto confiante.
- Que ótimo, fico feliz que se sente segura comigo. - diz ele sorrindo lindamente.
Após ele pagar nossas entradas, nos sentamos naqueles banquinhos suspensos naquela
enorme roda. Começamos a subir, a vista era linda, mas a altura me deixava um pouco
assustada.
- Você está segura. - diz ele segurando minha mão, concordo olhando para frente, vejo todas
aquelas luzes da cidade e o quanto ela é bonita aqui do alto.
- Sim, qualquer dia irei te levar para fazer uma trilha, tem uma montanha não muito longe
daqui com uma vista espetacular. - diz soltando minha mão e colocando sobre meus ombros,
me aproximo dele e deito sobre seu peito. Estávamos no topo da roda gigante quando a
mesma para, sinto a brisa bater contra meus rosto e meus cabelos voarem.
Sinto quando Jon aproxima seu rosto da minha cabeça e inspira o cheiro do meu cabelo.
Aperto sua cintura e ele me puxa ainda mais para perto de si.
- Eu adoro seu cabelo curto. - diz ele. - é tão lindo, macio e cheiroso.
- Obrigada... - falo envergonhada. - seu cabelo loiro é lindo e eu adoro os seus olhos... eles são
perfeitos.
Olho para cima e seus olhos me encaram com intensidade. A mão dele vem até minha
bochecha onde faz um leve carinho, fecho meus olhos enquanto aprecio aquela sensação.
Meu coração parecia que a qualquer minuto iria sair pela boca, estava batendo muito rápido.
Sinto sua testa colar na minha e fico nervosa sabendo o que irá acontecer, a respiração dele
bate contra meu rosto. Mas quando finalmente ele aproxima sua boca da minha, a roda
gigante começa a se mover.
O mesmo se afasta de mim e sorri beijando minha testa, sinto minhas bochechas queimarem e
me afasto dele quando finalmente chegamos embaixo e iríamos descer.
- Vamos, está ficando tarde. - diz ele olhando as horas. - preciso levar você para casa.
Apenas assenti segurando sua mão e rapidamente começamos a andar pelo parque, meu
coração ainda estava acelerado, e minha mente só pensava no nosso quase beijo.
Eu iria mesmo beijá-lo?
Sinto meu coração bater ainda mais forte com esse pensamento, eu queria tanto ter beijado
ele.
Capítulo 4
Maya Bloom:
- Independentemente do seu cabelo estar grande ou curto, você continua linda como sempre.
- diz me fazendo corar.
- Obrigada. - falo sorrindo envergonhada. - O tempo também foi bom com você, continua lindo
como sempre foi.
- Oh, obrigado, linda donzela. - diz me fazendo lembrar de como nos tratávamos antes.
- Não há de quê, caro lorde. - falo vendo ele sorrir, desviando seu olhar para as várias pessoas
espalhadas pelo salão.
- Eles irão ter muitas doações. - diz Jon. - aqui está lotado.
- Certeza que estão aqui só para passarem a impressão de bons cidadãos. - falo olhando para
todos aqueles homens engravatados e suas esposas que estavam aos seus lados sorrindo
falsamente.
- Bem, o novo prefeito está aqui e já vi comentários de que ele é honesto. - diz olhando para o
Sr. Black, o novo prefeito da cidade.
- Só mais um corrupto que ainda não mostrou seu lado podre. - falo. - com o tempo ele irá
mostrar sua verdadeira identidade e você verá sua grande honestidade.
- E você, parece estar querendo sair correndo para longe desse lugar. - diz ele me olhando e
sorrindo.
- Isso é verdade, está insuportável ficar perto dessas pessoas que ficam se fingindo de boas
pessoas. - falo. - eles só fazem doações quando tem grandes eventos para se mostrarem, eu
não gosto disso, eles deveriam fazer doações e ajudar necessitados sempre, não só quando
tem imprensa para aparecem em canais de televisão, sites e até mesmo jornais como bons
contribuintes e ajudantes da pátria.
- Você tem razão, eu mesmo sempre faço doações para uma instituição que abriga crianças e
adolescentes. - diz ele. - tenho um projeto que ajuda essas crianças, faço isso por amor.
- Eu também faço doações para uma instituição que ajuda crianças com câncer, inclusive
construí uma instituição com melhores condições para abrigar essas crianças, para elas ficarem
confortáveis enquanto fazem seus tratamentos. - falo. - conhece a instituição anjos sem asas?
- Sim, recebo várias doações de anjos sem asas, esse dinheiro vai direto para a conta do
hospital que paga o tratamento de crianças e fazem elas terem uma nova oportunidade de
viver bem e com saúde. - falo orgulhosa de tudo que construí.
- Sim, meu caro lorde. - falo fazendo uma rápida reverência e segurando sua mão enquanto
andamos até o meio do salão sorrindo. Nos posicionamos um na frente do outro e sinto sua
mão passar pela minha cintura e ficar nas minhas costas enquanto sua outra mão se ergue
segurando a minha.
Olho nos olhos dele e novamente uma lembrança do passado vem em minha mente.
Passado:
Estávamos saindo do parque quando passamos por um cara tocando uma música no violão,
seu chapéu aos seus pés para que pessoas o ajudassem com qualquer continha em dinheiro.
- Sim, meu caro lorde. - sorriu segurando sua mão e em seguida colocando a sobre seus
ombros. Suas mãos vão diretamente para minha cintura e nossos corpos se encontram, o calor
de seu corpo se misturando com o meu enquanto dançamos sobre as estrelas que brilhavam
no céu, até a lua resolveu aparecer naquele dia.
A brisa fria da noite batia contra nossos corpos e abraço Jon mais forte para que o calor de seu
corpo me aqueça. Deito minha cabeça sobre seu ombro enquanto suas mãos acariciam minhas
costas, nossos movimentos eram lentos enquanto o som do violão ao fundo deixava tudo
ainda mais perfeito.
Meu coração estava acelerado, por que ele sempre tem esse efeito sobre mim? Por que ele
me deixa nervosa e, ao mesmo tempo, estar ao lado dele é o melhor lugar, eu me sinto
protegida com ele...
- Maya. - sussurra ele e levanto meu olhar para encarar aquelas lindas esferas azuis que me
deixam fascinada.
- Jon. - sussurro seu nome de volta, fui pega de surpresa quando ele cola seus lábios nos meus.
Paramos de dançar e ficamos ali parados nos beijando com a linda música de fundo e a lua e as
estrelas sobre nossas cabeças.
Nos afastamos e olho em seus olhos, Jon beija minha testa e nos afastamos por completo.
- Agora realmente precisamos ir, já passou muito do horário. - diz ele e eu apenas confirmo
ainda envergonhada pelo nosso beijo.
Jon se aproxima do homem que tocava e deixou uma pequena contribuição no seu chapéu, o
homem agradeceu com um cumprimento de cabeça e assim seguimos para o carro, aonde Jon
iria me levar para casa.
Atualmente:
Era como se estivéssemos naquele dia, era como se ainda fôssemos adolescentes. O calor de
seu corpo, seu cheiro... era como antes. O que mudou foi que agora somos adultos e temos
responsabilidades, não somos mais adolescentes que estão estudando para entrar na
faculdade ou que está aprendendo a tocar violão.
Agora éramos adultos, eu não sabia nada sobre a vida dele atualmente. Assim como ele, que
também não sabia nada sobre minha vida.
Deito minha cabeça sobre seu ombro e ele como antigamente começou a acariciar minhas
costas calmante.
A música finalmente acaba e nos separamos, vejo o prefeito subir no palco e ir em direção ao
microfone.
- Meus caros amigos... - diz ele começando a falar com todos os presentes naquele local, sinto
ânsia só de ouvir a falsidade em seu tom de voz, é nitidamente visível o seu falso interesse,
está na cara que ele nem queria estar aqui.
- Por favor, me tira daqui antes que meus ouvidos sangrem com tantas mentiras e falsidades. -
falo sorrindo quando começamos a seguir para fora daquele local.
Seguimos para fora da escola e andamos até o estacionamento, eu vim de táxi, então irei fazer
o pedido para que o mesmo venha me buscar.
- Eu vim de táxi. - falo para Jon. - vou fazer o pedido para ele vir me pegar.
- Irei ficar aqui com você até você ir embora. - diz ele.
- Obrigada por me fazer companhia. - falo pegando o celular que estava na minha bolsinha e
faço o pedido. - irá chegar em cinco minutos.
- Vamos nos sentar enquanto esperamos. - diz ele e andamos até um banco que ficava bem de
frente a rua, assim quando o táxi chegasse eu o veria.
- Me fala um pouco sobre sua vida. - diz ele. - depois que você foi embora de repente, não tive
mais notícias.
Olho para ele e em seguida desvio meu olhar para a rua, suspiro antes de começar a falar.
Capítulo 5
Maya Bloom:
- Depois que fui embora, eu... Eu fui para a casa dos meus tios na Itália, fiz faculdade de
arquitetura. Me formei e comecei a trabalhar em uma empresa chamada Art and life, o dono
do local era um empresário e arquiteto americano, depois de dois anos, abri minha própria
empresa de arquitetura. Eu fazia trabalhos pequenos, mas aos poucos fui ficando conhecida e
minha empresa crescendo. Comecei a fazer grandes projetos e fiquei bem famosa diante da
mídia.
- Nossa, que bom que conseguiu o que queria. - diz ele, eu sempre falava que queria ser
arquiteta.
- Quando eu comecei a ter bastante dinheiro, resolvi fazer uma doação para alguma
instituição. - falo lembrando das péssimas condições que se encontravam a instituição
pequenos anjinhos. - conheci a pequenos anjinhos, aquela instituição estava tão carente, eu
via a necessidade e o desconforto daquelas crianças. Foi aí que tive a ideia de fazer minha
própria instituição, comprei o terreno onde ficava o imóvel pequenos anjinhos e transformei
ela na anjos sem asas. Algumas pessoas conhecidas por mim começaram a fazer doações, logo
foi se espalhando e várias outras pessoas foram doando também. Cada doação eles ganhavam
uma medalha, os doadores são chamados de anjos sem asas, porque eles realmente são anjos
que ajudam crianças a terem uma nova chance de vida.
- Emocionante. - diz ele. - espero que você continue tendo sucesso na sua vida.
- Depois que terminei o curso de educação física, entrei para uma liga de natação. - diz ele
como se estive nostálgico por lembrar do passado. - ganhei grandes competições e fiquei
muito famoso. Comecei a fazer doações também, e aluguei um centro de natação e fiz um
projeto onde eu levaria as crianças carentes para aprenderem a nadar, e quem sabe
futuramente entrarem em uma liga de natação profissional.
- É tão bom poder fazer a diferença na vida de alguém. - falo lembrando de tantas crianças que
agora vivem bem por minha causa.
- Está viajando. - diz ele. - Ashley faz parte de uma liga feminina de natação, por isso viaja
muito.
Passado:
Eu estava completamente apaixonada por ele, disso eu já tinha certeza. Agora eu estava na
primeira fila vendo ele caminhar com sua equipe para a borda da piscina.
- JON! - grito seu nome e ele no mesmo momento me olha e sorri acenando.
Uma garota morena que está ao seu lado sussurra alguma coisa no ouvido dele e o mesmo
nega com a cabeça, não sei o que ela falou, mas não gostei.
Todos nos sentamos quando dão o aviso que irá começar, nossa escola está competindo
contra outras quatro escolas. Primeiro os meninos e as meninas irão competir quem vai de
uma ponta a outra da piscina no menor tempo e em seguida vem a competição de salto.
Fico bem ansiosa, estou torcendo para que Jon vá muito bem.
Todos os homens ficam em seus lugares na borda da piscina, uma sirene alta toca e eles
rapidamente pulam na água e começam a nadar super rápido.
Começo a gritar o nome do Jon sem parar, vejo quando ele vira do outro lado da piscina e
começa a nadar de volta. Grito e bato palmas, ele estava na frente. Foi quando Jon tocou na
borda da piscina primeiro e todo mundo começou a gritar, inclusive eu.
Agora era a vez das meninas, aquela menina que sussurrou no ouvido de Jon algo que eu ainda
estou curiosa para saber o que é, pulou na água e começou a nadar, ela é muito rápida e
acabou chegando em primeiro lugar.
Vejo quando ela sai comemorando da piscina e pula nas costas de Jon, ele parece não se
importar, até segura nas pernas dela para a mesma não cair. Mas logo eles estavam separados
por que era a vez deles saltarem, vejo quando cada aluno das outras escolas fazem seus saltos,
eles eram bons, mas sempre caíam errado na água. Vejo quando Jon fica na ponta do
trampolim e se posiciona, ele respira fundo e da três pulos no trampolim antes de se jogar. Jon
cai em queda livre enquanto gira três vezes e cai perfeitamente na água.
Todos vão à loucura, começamos a gritar e pular, vejo quando Jon sai da água e aquela mesma
menina corre na direção dele e simplesmente o beija. Foi um beijo rápido, mais eles ficam
abraçados enquanto os outros da equipe correm na direção deles para se abraçarem.
- Eles voltaram? - ouço uma menina que estava atrás de mim falar com outra.
- Ashley vive correndo atrás dele para reatar o relacionamento, acho que eles voltaram. - diz a
outra menina.
Não aguentando mais aquilo, saiu rapidamente dali, meu coração estava doendo muito, não
conseguia segurar as lágrimas. Corro para a rua e ando pela calçada parando no ponto de
ônibus, onde depois de dois minutos passa um e eu rapidamente entro no mesmo e vou
embora. Sentada no banco eu choro com a cabeça encostada no vidro, ele tem namorada, e
eu estou apaixonada por ele, enquanto ele está namorando outra.
Assim que o ônibus para próximo da minha casa, desço do mesmo e sigo em direção a minha
casa. Minha mãe me vê chorando e rapidamente me pergunta o que aconteceu, eu conto tudo
e a mesma me olha com pena.
- Oh, querida, você vai superar isso. - diz ela acariciando meus cabelos. - você vai ficar bem.
- Eu não vou ficar bem. - falo chorando. - como vou olhar para ele… como vou para a escola e
ver ele com essa garota todos os dias.
- Sua tia ligou hoje, a mesma disse que está com saudade de você. - diz ela. - disse que lá na
Itália seria o lugar perfeito para você fazer sua faculdade de arquitetura, a mesma disse que
queria que você fosse para lá.
- Posso ir estudar lá? Posso terminar meus estudos na Itália? - pergunto. - não quero mais
voltar para aquela escola.
- Se você quiser, eu e seu pai iremos te apoiar em todas suas escolhas. - diz ela.
- Certo, vou avisar a sua tia que você irá para a Itália morar com ela. - diz me abraçando.
A parti dali foi onde minha vida começou a mudar, tanto em lados ruins como em lados bons.
Capítulo 6
Maya Bloom:
Chorei muito durante aquela tarde, acabei dormindo de tanto cansaço. Quando acordei vi
várias mensagens de Jon perguntando por que eu tinha ido embora
Falei que minha mãe tinha me ligado falando que precisava da minha ajuda em casa e que tive
que ir embora mais cedo.
No dia seguinte tinha aula e não fui, eu já não estudava mais naquela escola, minha mãe falou
com minha tia que ficou super empolgada de me ter na Itália morando com ela e seu marido,
eles não têm filhos.
Jon me mandou mensagem perguntando por que eu não tinha ido à escola, eu respondi que
tive um pequeno problema e não pude ir, assim como no dia seguinte, e no outro, e no outro.
Jon falava que iria vir na minha casa e eu sempre inventava uma desculpa para ele não vir,
quando ele vinha, minha mãe falava que eu não estava.
Sei que estava sendo infantil, que eu deveria ser mais madura e encarar meus problemas de
frente. Mas eu fui covarde, eu preferi me esconder atrás da dor e do sofrimento de ter meu
coração partido pela primeira vez, fugi disso.
Eu fui para o mais longe possível daquela cidade, dele. Eu poderia apenas ter conversado e ter
tentado entender o que estava acontecendo.
Fui para a Itália duas semanas depois do acontecimento do beijo entre Jon e aquela menina.
Não vi mais ele e o mesmo depois de uma semana dando desculpas para não vê-lo, decidiu
desistir de mandar mensagens e tentar me encontrar.
Falei com Alice e Luke, contei tudo que aconteceu e eles ficaram tristes pela minha partida,
ficaram com raiva de Jon por ser o causador disso.
Fui para a Itália e terminei o ensino médio, depois entrei em uma faculdade de arquitetura e
comecei a trabalhar em um pequeno escritório como secretária de um grande arquiteto.
Enquanto estudava, pegava experiência com o Sr. Rossi. Ele era um ótimo chefe e me ajudava
me dando dicas de como ele se tornou o que era hoje.
Assim o tempo foi passando e eu finalmente me formei, e resolvi criar minha própria empresa
de arquitetura, era bem pequena, mas para uma recém-formada, estava perfeito.
Aquele maldito sentimento que eu tinha no peito, eu me perguntava como ele estava, se
estava bem...
Eu não falava mais tão frequentemente com Alice e Luke, eles se casaram, tiveram um filho e
agora tinha uma grande empresa de eletrônicos. Eles eram ocupados e eu também, meus pais
sofreram um acidente de carro e infelizmente meu pai não resistiu. Minha mãe sofreu muito,
assim como eu, minha tia foi para Atlanta no velório dele, eu não tive coragem de ir, falei com
minha mãe por vídeo chamada e ela estava muito abalada.
Novamente o tempo foi passando, minha mãe se casou novamente, depois de cinco anos. O
Tomás, novo marido da minha mãe, era legal, eu falei com ele por vídeo chamada e eles
pareciam felizes.
A vida seguia em frente, eu estava trabalhando sem parar, construí minha instituição e estava
me sentindo bem.
Eu pensei muito antes de aceitar ir, mas acho que depois de tanto tempo, eu tinha que voltar,
não poderia fugir disso para sempre. Então, eu voltei... depois de dez anos. A menina de
dezessete agora era uma mulher de vinte e sete. A estudante agora era uma arquiteta com
uma carreira de sucesso.
Eu tinha responsabilidade, agora eu tinha que agir de acordo com minha idade. Mas acontece
que nem adultos agem como adultos, pelo menos não na maioria das vezes. Tem adultos que
agem como moleques, não querem ter responsabilidades. Mas eu não era assim, já fugi por
muito tempo, agora chegou a hora de voltar ao passado.
Viajei de volta para Atlanta, aluguei uma casa e fui visitar minha mãe e seu novo marido. Fui
até o cemitério e deixei rosas para meu pai. Fiz uma pequena oração para ele e depois fui
embora.
No dia seguinte seria o evento, eu não imaginaria que veria Jon tão rápido. Mas o destino teve
outros planos. Agora eu estava aqui, sentada com o Jon falando sobre nossas vidas, o que nos
tornamos e o que queremos para o futuro.
Desde que fui embora às vezes pensava em como seria essa conversa com Jon, eu sempre
pensava em como seria minha resposta. Mas agora, eu não sei, as palavras sumiram da minha
boca e eu simplesmente não consegui falar nada. Abro a boca diversas vezes na tentativa de
dar alguma resposta, mas simplesmente não conseguia dizer nada.
Meu celular faz um pequeno barulho de notificação e isso acaba me salvando de responder
sua pergunta, a qual eu não tinha uma resposta, pelo menos não uma que não envolvesse falar
sobre meus antigos sentimentos por ele.
- Meu táxi não vem. - falo vendo que tinha sido cancelado. - vou pedir outro.
- Eu te levo sua boba. - diz sorrindo enquanto bate de leve seu ombro no meu.
Ele se levanta e começa a andar em direção ao seu carro, o mesmo não estava tão distante de
onde estávamos, o mesmo era um Porsche. Vejo que ele tem muito dinheiro, e não estou
falando apenas pelo seu carro, e sim, pelos seus trajes. O terno que ele usava exalava cheiro
de dinheiro, parecia que até algumas partes douradas de sua roupa eram feitas de ouro.
Me levanto e ando na direção de seu carro, meu vestido vermelho justo, no qual tem um
grande decote, marcava todas as minhas curvas, e por ter as costas abertas, todos viam a
minha tatuagem que descia sobre minha coluna.
O som dos meus saltos no chão era o único barulho naquele estacionamento.
Jon abre a porta para mim e rapidamente entro me aconchegante no banco da frente, o
mesmo dá a volta e rapidamente entra no carro junto comigo. Vejo quando ele vem na minha
direção, meu coração acelera na hora, sinto várias borboletas na minha barriga por que
parecia que ele ia me beijar. Mas minutos depois foi como se ele tivesse me jogado um balde
de água fria.
- Você sempre foi esquecida. - diz ele ligando o carro e rapidamente saindo.
Mantenho meu olhar fixo na rua, evito a todo custo olhar para o lado, às vezes não conseguia
evitar e quando olhava, Jon estava me olhando de canto de olho. Acabo me sentindo
envergonhada e olho para a frente na tentativa de evitar seu olhar. Fui o caminho todo
corando com o olhar intenso de Jon sobre mim.
Capítulo 7
Maya Bloom:
- Sua casa é muito bonita. - diz ele olhando para fora, em direção a minha casa.
- Só aluguei por algum tempo. - falo. - mas ela é realmente muito bonita, por isso estou
morando nela por um tempo.
- Pretende viajar quando? Quanto tempo ficará aqui? - pergunta ele curioso.
- Ainda não sei, mas irei embora logo. - falo suspirando. - Não tenho nada que me prenda aqui.
- Minha mãe está feliz com o novo marido dela, pretende viajar o mundo com ele. - suspiro
olhando para a rua. - E eu... já sou adulta, tenho minha vida, só que ela não é aqui... toda a
minha vida está na Itália. E como eu disse, nada me prende aqui.
Ouço ele respirar fundo enquanto se remexe no banco, não olho para ele, fico encarando a
rua.
- Por que foi embora? - pergunta. - me fala, naquela hora eu deixei passar, mas agora eu quero
saber.
- Acho que a conversa que eu sempre imaginei vai acontecer... Então vou falar tudo que
sempre esteve entalado na minha garganta todo esse tempo. - falo virando de frente para ele,
noto que ele também estava virado de frente para mim. - Eu fui embora por que estava
apaixonada por você, e você quebrou meu coração.
- Você, Jon, me fez me apaixonar por você, você me encantou com esse seu jeito carinho, doce
e sincero. Você foi a primeira pessoa que me ajudou quando eu estava sozinha e perdida em
uma escola nova, numa cidade nova. Eu me encantei por você desde a primeira vez que vi você
andar na minha direção perguntando se eu era Maya Bloom, você me ensinou a tocar violão e
foi paciente comigo. Como não me apaixonar por você?
- Eu... Eu não entendo. - diz. - se você gostava de mim, por que me ignorou e foi embora sem
me falar nada?
- Porque você foi embora, eu queria você Maya. - diz ele de uma vez e prendo a respiração. -
eu estava apaixonado por você, até falei para Ashley, ela pediu desculpas por ter me beijado e
eu fui te procurar, você já não queria falar comigo, tentei explicar, te liguei e fui na sua casa,
mas você não queria falar comigo. Então eu dei um tempo, foi quando soube que você foi
embora, e fiquei arrasado. Ashley me ajudou quando eu estava sofrendo por você, a gente
acabou se beijando um dia e resolvemos namorar novamente, mas tinha uma coisa errada.
- Jon... - falo mais sou interrompida por ele. - Eu quero que você saiba que fiquei encantado de
te conhecer também. - diz ele. - você sempre sorria lindamente, e cada momento com você
era único. Nossas aulas de violão, nosso passeio pelo parque, nosso quase beijo na roda
gigante.
Sorriu nostálgica.
- Como eu iria esquecer Maya. Você foi e ainda é a garota que eu amo. - diz e prendo
respiração imediatamente.
- Sou? - pergunto.
- Você é, eu queria muito te beijar agora. - diz ele. - mas sou noivo, e não posso vacilar com
Ashley, e nem fazer você de amante.
- Por isso quando Ashley voltar de viagem semana que vem, vou terminar tudo com ela, só não
termino agora mesmo, porque seria muita idiotice da minha parte terminar um
relacionamento pelo celular. - diz ele e rapidamente levanto minha cabeça encarando ele. -
não é justo eu ficar com ela, sendo que sou apaixonado por outra. E se você me quiser,
podemos começar do zero, eu vou adorar te conhecer novamente, e me encantar por você
uma segunda vez.
- Jon... É tudo que eu mais quero. - falo sorrindo enquanto sinto meus olhos se encherem de
lágrimas.
- Então, enquanto não termino meu relacionamento, aceita ser minha amiga? - pergunta. - só
por enquanto.
Ele me abraça fortemente e sinto cada músculo de seu corpo, por ele ser atleta e fazer muitos
esportes físicos, seu corpo e perfeitamente esculpido devido aos seus longos tempos de treino.
- Desculpa por ir embora sem falar nada... foi infantil da minha parte. - falo envergonhada. -
você merecia saber disso...
- Agora está tudo bem, a gente se entendeu. - diz ele sorrindo. - eu não vou mais te deixar ir
embora.
- Parece que tenho algo que me prende aqui, agora. - falo sorrindo enquanto esfrego meu
rosto na sua mão que acariciava meu rosto suavemente.
- Só Deus sabe a vontade que estou de te beijar. - diz ele. - mas temos que esperar, e quando
eu finalmente puder te beijar, eu nunca mais vou parar.
- É melhor você entrar e descansar. - diz ele se afastando. - amanhã podemos nos ver?
- Claro, aceita tomar café da manhã comigo? - pergunto e ele assenti sorrindo.
- Na minha, eu não quero ver fotos suas com a outra. - falo sabendo que a casa dele, deles,
está cheia de fotografias.
- Ok, na sua então. - diz ele sorrindo. - eu vou tirá-las assim que chegar na minha casa.
- Certo, te vejo amanhã. - me aproximo dele e beijo sua bochecha, assim me afasto e saiu de
seu carro.
Ando até a porta e olho para trás, ele ainda estava ali parado me observando, sorriu acenando
e entro com o coração acelerado. Eu estava tão feliz. Me encosto na porta e solto um gritinho
de felicidade, sorriu alegremente enquanto começo a dar alguns pulinhos pela sala.
- Meu Jon. - falo sorrindo ao lembrar que agora ele é meu. Ele sempre foi meu, e eu sempre fui
dele.
Me sinto uma idiota agora por ter ido embora, mas talvez essa sempre foi nossa trajetória,
nosso destino. Talvez fosse para a gente conseguir realizar nossos sonhos separados para
depois nos reencontrarmos, e sinto que meu amor por ele voltou muito mais forte e intenso
do que antes.
Mal posso acreditar que agora ele ficará comigo, e dessa vez vai dar tudo certo.
Capítulo 8
Maya Bloom:
Ouço a campainha e corro para abrir a porta. E lá estava ele, Jon estava com uma calça
moletom preta, uma camisa branca e um casaco preto por cima, nos seus pés tinha um par de
tênis braço.
Dou espaço para ele entrar e assim ele entra observando minha casa.
- Cheguei muito cedo? - pergunta. - confesso que estava muito ansioso para te ver.
- Eu também estava ansiosa para te ver. - falo. - e você chegou na hora certa. Coloquei o café
na mesa agora.
- Eu sempre cozinho, na Itália eu tenho cozinheira, aqui não. - falo. - então tenho que cozinhar
ou comer fora.
- Já estava feliz por você ter cozinhado especialmente para mim. - diz ele fazendo cara de
decepcionado. - agora estou triste.
- Porque é o primeiro a provar minha comida, nem a minha mãe comeu. - falo sorrindo.
Andamos até a mesa e assim nos sentamos, ele fica admirado com o bolo que fiz, e também
com as panquecas. Nos servimos e assim começamos a comer enquanto conversávamos.
- De início ela não disse nada, eu falei que a gente precisava conversa e tenho certeza que ela
já sabia o que eu queria... ela sabe que nunca te esqueci. - diz ele tomando um gole do seu
suco de laranja. - eu mandei a real para ela, disse que a gente conversou, e discutimos sobre o
passado... eu falei para ela que queria terminar nosso relacionamento, mas não poderia fazer
isso pelo celular, a gente precisava conversar pessoalmente, afinal, temos contas juntos e
precisamos dividir tudo e ver como vai ficar.
- Ashley não disse muita coisa, apenas que quando voltasse a gente iria discutir sobre isso. -
disse ele.
Ele segura minha mão sobre a mesa e dá um leve aperto, sorriu carinhosa para ele e dou um
aperto na sua mão para mostrar que eu também quero que isso se resolva o mais rápido
possível. Eu amo tanto Jon, e não poder beijá-lo, é torturante. Mas ele está certo, ele é meio
que comprometido ainda, ele ainda precisa conversar pessoalmente com Ashley, terminar um
relacionamento pelo celular é muita babaquice e sei que Jon não é homem de fazer isso. Se ele
ficar comigo, ele estará "traindo" Ashley e me fazendo sua amante, e sei que ele não quer que
eu seja chamada de amante.
Para quem já esperou tantos anos por esse momento, mais alguns dias não fará diferença.
Depois que tomamos café, tenho a ideia da gente ir tomar banho de piscina, o dia estava lindo
e seria uma programação perfeita para um dia perfeito.
[...]
- Convencido. - falo sorrindo. - mas realmente você é o melhor, pena que não compete mais.
- Chega uma hora que a aposentadoria chama, alguns bem mais jovens como eu, outros têm a
sorte de vir a se aposentar mais velho. - diz se sentando na borda da piscina e passando a mão
pelos seus cabelos molhados. Olho suas costas molhadas e seus braços musculosos. Jon estava
apenas de cueca, e como a mesma era branca, mostrava muito bem seus atributos.
- Não está? Eu estou sentindo seu olhar queimando nas minhas costas. - diz ele virando seu
olhar para mim, sorrindo. - sou o homem mais bonito que você já viu, não sou?
- Assim você machuca meu coração. - diz ele colocando a mão sobre o peito. - eu tenho que
ser o único homem que você tem que achar bonito.
- Ah, Jon, entre a gente não tem isso. - falo. - Então, aceita jantar comigo?
- Aceito, tem que me levar flores. - diz ele. - E me pegar na minha casa.
O mesmo coloca seu cabelo imaginário atrás da orelha enquanto faz pose.
[...]
Dou três batidas na porta de Jon e espero o mesmo atender, ele me passou seu endereço, mal
sabia ele o que eu estava aprontando. Ao abrir a porta o mesmo abre a boca em choque.
- Pronto para nosso jantar? - pergunto estendendo um buquê de flores para ele. - vim buscar
meu lorde.
- Eu estava zoando quando falei que queria que você viesse me buscar e trazer flores. - diz ele
segurando o buquê. - mas gostei.
Ele sorri cheirando as flores e logo anda até a mesa colocando o buquê delicadamente sobre a
mesma. Jon sai de sua casa e fecha a porta, o mesmo estende seu braço para mim e entrelaço
ao meu, sorriu feliz enquanto andamos até o carro.
Fiz uma reserva em um dos restaurantes mais chique de Atlanta, quero que essa noite seja
especial, eu estava muito feliz por ter finalmente Jon para mim.
A gente iria ser muito feliz, afinal, ele é minha felicidade. Sem ele meu mundo fica cinza, mas
com ele... meu mundo fica colorido. Eu amo Jon com todo o meu ser, e vou amá-lo para
sempre.
Capítulo 9
Jonathan Cooper:
Estava na minha casa assistindo uma competição de natação na televisão, quando a porta se
abre e Ashley passa por ela. A mesma puxava uma pequena mala preta, seu olhar vem na
minha direção, a mesma não diz nada, apenas deixa sua mala no meio da sala e vem até a
mim, se sentando ao meu lado.
- Quer tomar um banho primeiro antes da gente ter aquela conversa? - pergunto.
- Não, antes de vir para cá, liguei para uma amiga e pedi para ficar na casa dela, pelo menos
enquanto não encontro um apartamento. - Diz ela. - liguei para minha advogada e ela irá
entrar em contato com o seu advogado para fazer as divisões dos nossos bens, os que
conquistamos juntos.
- Certo, quero que saiba que apesar de tudo, você é importante para mim também. - falo.
- Você é incrível Jon. - diz ela. - e aquela Maya é a puta de uma sortuda por ter você, e o seu
amor. Se fosse qualquer outro, só terminaria por telefone, mas você me esperou para falar
pessoalmente, isso significou muito para mim. Quero que você seja feliz.
- Fiquei um pouquinho triste, mas eu sabia que você nunca me amaria, pelo menos não
enquanto ama a outra. Eu quero alguém que me ame assim também, e se você não pode,
tenho certeza que outro sim. E assim como você quer ser feliz com o amor da sua vida, eu
também quero encontrar o meu amor e ser feliz.
- E você irá, seja feliz, Ashley. - falei e ela sorriu andando até sua mala.
- Sim, eu vou para a casa da minha amiga e depois vou aceitar uma proposta que recebi. - diz
ela.
Eu pensava que ela iria fazer algum drama ou tentar complicar nosso termino, mas acho que
ela também não estava tão feliz nesse relacionamento, acho que a gente só estava insistindo
em algo que já deveria ter acabado há muito tempo.
Sorriu por finalmente ser um homem descomprometido, pelo menos por alguns minutos. Pego
a chave do carro e corro para a garagem onde pego o mesmo e vou em direção a casa de
Maya.
[...]
Bato três vezes na porta de Maya e em alguns minutos a mesma está sendo aberta por ela.
Sorriu para ela que rapidamente já sabe por que estou ali.
- Oi! - falo e logo a mesma pula em meus braços entrelaçando suas pernas ao redor da minha
cintura.
Entrei em sua casa com ela em meus braços e fecho a porta com o pé, ando até o sofá com ela
e sento com a mesma em meu colo. Maya se afasta um pouco de mim e me olha nos olhos.
- Posso te beijar? - pede ela e eu não penso duas vezes antes de atacar sua boca. Nos beijamos
com desejo, amor, paixão e muita saudade. Agora sinto que estou com a pessoa certa, ela
sempre foi a pessoa certa.
Nos separamos por falta de ar e vejo ela sorrir lindamente, levo minha mão em direção ao seu
rosto, acariciando o sua bochecha com carinho.
Meu coração estava tão acelerado que parecia que a qualquer minuto eu teria um infarto.
Maya me ama, e eu também amo ela.
Eu grito muito alto enquanto deito ela sobre o sofá e fico por cima dela, aquilo tudo fez ela rir,
eu estava tão feliz.
- EU TE AMO JONATHAN COOPER! - grita e sorriu quando ela coloca seu rosto na curva do meu
pescoço e me abraça fortemente, eu abraço ela de volta na mesma intensidade.
- Isso parece um sonho. - diz ela me olhando nos olhos. - isso só pode ser um sonho.
- Deus, obrigada por não desistir de mim, e me dar a minha verdadeira felicidade. - fala.
- Obrigado, Deus, por nos dar a nossa felicidade. - falo acariciando sua bochecha.
Assim eu colo meus lábios no dela e nos beijamos intensamente, Maya se esfregava em mim e
eu já estava bastante excitado.
Olho para aquele pequeno pedaço de pano vermelho cobrindo o paraíso, que agora é meu, só
meu. Fico por cima dela entre suas pernas e beijo ela novamente, enquanto faço isso, esfrego
minha ereção nela, a safada gemi enquanto me beija.
Seguro na barra da sua blusa e a puxo para cima, deixando a mostra seus seios com os
biquinhos rosados e durinhos. A safada estava sem sutiã. Me abaixo e abocanhou um de seus
seios, minha mão desce entre nossos corpos e para bem em cima do seu ponto sensível, onde
rapidamente começo a fazer movimentos giratórios. Maya geme enquanto sua mão agarra
meus cabelos.
- Você sabe o que eu quero. - diz ela gemendo alto quando mordo seu pescoço.
Assim eu tomo o que sempre foi meu, entro profundamente dentro dela e me sinto no
paraíso. Maya é, e sempre será a única mulher que irei amar.
Epílogo
Maya Bloom:
Ando um pouco pelo jardim e assim que chego perto da casinha do nosso cachorro, Flash,
ouço uma risadinha.
Finjo que não ouvi nada e ando lentamente para o outro lado da casinha, vejo ela olhar para o
lado oposto e sorrir pensando que me enganou.
Lilian é minha filha de 7 anos, tenho mais dois filhos que são, Maycon e Pablo, eles são gêmeos
e tem 4 anos. Meu marido Jon, levou nossos filhos para a aula de natação, Jon é um super pai
e faz tudo que nossos pequenos querem.
- Ainda não, mas pelo horário acredito que ele já esteja chegando. - falo. - vá tomar banho, vou
colocar o jantar daqui a pouco.
- Tudo bem. - diz ela sorrindo e saindo correndo para tomar seu banho.
Ando um pouco pelo jardim e me sento no balanço enquanto vejo o sol se pôr, nos mudamos
para uma casa perto do mar, e é simplemente incrível morar aqui.
Nos divertimos bastante quando vamos à praia e levamos as crianças, elas vão brincar,
enquanto eu e Jon namoramos um pouquinho. Às vezes fica difícil namorar com três crianças
em casa, então temos que dar um jeito para conseguirmos esse feito.
Sinto a brisa que vem do mar bater nos meus cabelos, fazendo os mesmos voarem. Minha vida
mudou tanto depois que me acertei com Jon.
Primeiro de tudo, abri uma empresa de arquitetura aqui em Atlanta e me mudei para cá, para
administrá-la. Deixei uma pessoa de extrema confiança cuidado da minha outra empresa na
Itália, e continuo fazendo minhas doações e algumas vezes viajo até a Itália para ver as
crianças do Instituto anjos sem asas. Meus anjinhos ficam felizes quando vou visitá-los e levo
presentes.
Agora faço parte da mesma associação que Jonathan participa, ajudo ele com as crianças do
seu centro de natação e até ajudei alguns moradores de rua que viviam perto do centro de
natação do meu marido. Eles moravam lá já fazia um bom tempo e não tinham nada,
literalmente, então conversei com eles e mandei eles para um abrigo de uma conhecida
minha, todos ficaram felizes e me agradecerão muito.
- Amor? - ouço a voz de Jon e olho de onde vem o som de sua voz, o mesmo acabou de entrar
no jardim e vinha na minha direção.
- O que faz aqui? - pergunta ele se sentando ao meu lado, em outro balanço.
- Subiram para guardar suas mochilas no quarto. - diz. - onde está Lilian?
- Jon? - chamo seu nome atraindo sua atenção, ele estava olhando o sol que estava a poucos
minutos de sumir e dar lugar a noite.
- Eu... estou grávida. - falo vendo ele me olhar sem expressão nenhuma no rosto, fico
apreensiva, mas logo tudo passa quando ele abre um lindo sorriso.
- Vamos entrar, vou dar banho nos meninos. - diz ele enquanto passa sua mão carinhosamente
pela minha barriga, ainda plana.
- Vamos, irei terminar de arrumar a mesa pro jantar. - falo me levantando, Jon segura minha
mão enquanto andávamos em direção a nossa casa, balançando nossas mãos para lá e para cá.
[...]
Coloco mais alguns gravetos na fogueira e me sento em um troco de coqueiro que estávamos
fazendo de banco.
Estávamos na praia, eram dez horas da noite e Jon estava com seu violão, enquanto eu
colocava alguns Marshmallow no espeto para assar na fogueira com as crianças.
- Mamãe, coloca para mim? - pede Pablo, meu caçula, ele nasceu três minutos depois do
irmão, Maycon.
- Claro meu amor. - pego seu espeto e colo o Marshmallow, entrego para ele que sorri feliz
correndo pro lado do irmão e irmã, os dois já estavam perto da fogueira com seus espetos na
mão, assim os três começaram a assar.
Olho para Jon que arruma as cordas do violão e me sento ao lado dele em outro troco de
coqueiro, a brisa que vinha do mar balançava meus cabelos.
Jon me olha e sorri, me aproximo dele e lhe dou um selinho.
A melodia da música era incrível, a mesma era animada, relaxante. Dava uma sensação de paz,
de felicidade.
Enquanto ele tocava e cantava, aquela sensação de felicidade me tomava, a brisa fria passava
pela gente e a lua no céu brilhava lindamente.
Nossos filhos comiam seus Marshmallow enquanto ouviam seu pai tocar, aquilo, sim, era
felicidade.
Ser feliz é saber aproveitar as coisas simples da vida no momento em que elas acontecem: um
pôr de sol, um vento no rosto, o cheiro de terra depois da chuva, o barulho do mar, o canto de
um pássaro, o frescor da chuva depois um dia abafado, o abraço de um amigo, o beijo de
quem tanto amamos, a companhia de quem é importante para nós, independentemente de
onde estejamos...
Quem vive as coisas simples da vida compreende que é preciso realmente muito pouco para
nos fazer felizes, embora teimemos em complicar as coisas.
A verdadeira felicidade vem da sabedoria que nos ensina a saborear o que a vida tem de
melhor e mais simples: o que é belo aos olhos e quente ao coração.
Fim.