Aulas 18 e 19

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MECÂNICA DOS SOLOS APLICADA

AULAS 18 e 19
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
Planejamento da Aula:
4 - Hidráulica dos solos
• Permeabilidade dos solos
• 4.2.2 - Cargas hidráulicas. Equação de Bernoulli.
Traçados de diagramas de cargas piezométrica,
altimétrica e total.
• 4.2.3 - Permeabilidade: Experiências de H. Darcy
e Reynolds.
• 4.2.3.1 - Métodos de determinação do coeficiente
de permeabilidade, diretos e indiretos, de
laboratório e de campo.
• 4.2.3.2 - Fatores influenciantes.
• 4.2.3.3 - Permeabilidade em terrenos
estratificados.
Fontes de Consulta:
 Aulas Mecânica dos Solos – Prof. Dr. Romero César Gomes
 PINTO, C.S. CURSO BÁSICO DE MECÂNICA DOS SOLOS. 3
ED. SÃO PAULO: OFICINA DE TEXTOS, 2006.
 DAS, B. M. Fundamentos de Engenharia Geotécnica. São
Paulo: Thomson. Learning, 2007. 560 p.
 CRAIG, R.F. Mecânica dos Solos. Rio de Janeiro, LTC, 2007.
 VARGAS, M. Introdução à Mecânica dos Solos.. São Paulo:
Ed. Universidade de São Paulo, 1977.
 CAPUTO, H.P. Mecânica dos Solos e suas Aplicações. 1 ed.
Rio de Janeiro: Livro Técnico, 1967.
 TERZAGHI, K. Mecânica dos Solos na Prática da Engenharia.
Rio de Janeiro: Livro Técnico, 1962.
Figuras: Prof. Dr. Romero César Gomes
(Mestrado Profissional em Geotecnia – UFOP-MG)
Fontes de Consulta:

 Mecânica de Solos – Prof. Fabio Tonin.

 Notas de Aula – Prof. DSc. Erinaldo Hilário Cavalcante.


(Colaboração: Profª. DSc. Michéle Dal Toé Casagrande).
Permeabilidade

É a propriedade que o solo apresenta de


permitir o escoamento de água através dele.

(todos os solos são mais ou menos permeáveis)


Importância
Os problemas, mais graves, de construção estão
relacionados com a presença da água no solo.

Principalmente:

- Na estimativa da vazão que percolará através do


maciço e da fundação de barragens de terra;
- Em obras de drenagem;
- Rebaixamento do nível d’água;
- Adensamento;
- Entre outras...
Fonte: Apud Costa, 2012
DIMENSIONAMENTO DE FILTRO DE BARRAGEM

Detalhes de filtros de proteção contra piping (Bordeaux, 1980)


Drenagem Externa
Rebaixamento do nível da água
Consequência do Rebaixamento do “NA”
ADENSAMENTO: PRÉDIOS DE SANTOS
Coeficiente de Permeabilidade (k)

• Pode ser determinado através de:

Ensaios de laboratório (amostras indeformadas)


Ensaios “in situ”
Darcy
Q=kiA

Obteve experimentalmente a equação


v = k.i

Por isso é conhecida como “Lei de Darcy”


Lei de Darcy

Experimento:

Percolou água através de uma


amostra de solo de comprimento “L” e
área “A”, a partir de dois reservatórios de
nível constante, sendo “h” a diferença de
cota entre ambos.
Lei de Darcy
Os resultados indicaram que a velocidade de
percolação (v) é proporcional ao gradiente
hidráulico (i).

Q = V.A

v = k.i
Q=k.i.A
Permeabilidade
Fatores que influenciam:
• Granulometria
• Índice de vazios
• Composição mineral
• “Temperatura” (percolação)
• “Fluído” (percolação)
• Grau de Saturação
• Estrutura
• Macro-estrutura
 Granulometria - O tamanho das partículas que
constituem os solos influencia no valor de “k”.

 Índice de vazios (ε = Vvazios/Vsólidos)


 A permeabilidade dos solos esta relacionada
com o índice de vazios, logo, com a sua
porosidade. Quanto mais poroso for um solo
(maior a dimensão dos poros), maior será o
índice de vazios, por conseguinte, mais
permeável será o solo. Para argilas moles isto
não se verifica.

 Composição mineralógica - A predominância


de alguns tipos de minerais na constituição
dos solos tem grande influência na
permeabilidade.
 Temperatura - Quanto maior a temperatura,
menor a viscosidade d’água, portanto,
“maior a permeabilidade”, isto significa que
a água mais facilmente escoará pelos poros
do solo

 Fluído - O tipo de fluído que se encontra nos


poros. Nos solos, em geral, o fluído é a água
com ou sem gases (ar) dissolvidos.

 Grau de saturação – a presença de ar,


mesmo em pequena quantidade, dificulta a
passagem da água pelos vazios. Portanto,
ocorrerá maiores permeabilidades `a medida
em que o solo tende a se tornar saturado.
• Estrutura – É o arranjo das
partículas. Nas argilas existem as
estruturas isoladas e em grupo
que atuam forças de natureza
capilar e molecular, que dependem
da forma das partículas. Nas
areias o arranjo estrutural é mais
simplificado, constituindo-se por
canalículos, interconectados onde
a água flui mais facilmente.
Estrutura Unigranular ou Simples
São características dos solos grossos
onde há predominância das forças devidas a
gravidade na disposição das partículas.
Fonte: Alexandra Fonseca Castelhano (2016)
Estrutura Alveolar
Esta estrutura é típica dos solos de grãos
finos que se depositam em um meio contínuo,
normalmente água e em certas condições no ar.
Nestas partículas a gravidade exerce uma atração
de modo a fazê-las sedimentar, porém dada sua
pequena massa, outras forças (como a atração
molecular) podem tornar-se em grandeza
comparáveis a gravidade.
Estrutura Alveolar
Alveolar (ou em favo de abelha)

• Ocorre em solos finos (finos com areia);


• Atração molecular;
• Os solos finos possuem mais vazios do que os
grossos;
• Um solo fino possui diâmetro 70x menor do que
um solo grosso.
Estrutura Floculenta
Trata-se de uma estrutura de ordem
dupla. É formada pela sedimentação de
estruturas alveolares.
• Macro-estrutura – Principalmente em solos que
guardam as características do material de origem
(rocha mãe) como diaclases, fraturas, juntas,
estratificações. Estes solos constituem o horizonte
C dos perfis de solo, também denominados de solos
saprolíticos.
Perfil do solo residual formado a partir
da rocha de origem
Acamamento Sedimentar

Fonte: Carlos Fiolhais (2015)


Xistosidade

Fonte: Maria Eugênia


Juntas e Diáclases

Fonte: Ciência Viva (2010)


Formação de montanhas

Fonte: Aliks Ray


Fórmulas Empíricas

 Hazen

Fornece valores de permeabilidade em função do


diâmetro e forma dos grãos. Válida somente para solos
arenosos (areias fofas e uniformes).

Onde,
k = coeficiente de permeabilidade
D10 = diâmetro efetivo das partículas
C = coeficiente que para solos arenosos é igual a 100.
Fórmulas Empíricas

 Nishida

Correlaciona o índice de vazios com a permeabilidade


em argilas saturadas.

Onde,
k = coeficiente de permeabilidade
e = índice de vazios
IP = índice de plasticidade
δ = constante que depende do tipo de solo e de valor médio 0,05
Estratificação do terreno:
Em virtude da estratificação do solo, os valores de k são
diferentes nas direções horizontal e vertical, como mostra a Figura
abaixo. Chamando-se de k1, k2, k3, ... os coeficientes de
permeabilidade das diferentes camadas e de e1, e2, e3, ...
respectivamente as suas espessuras, deduzamos as fórmulas dos
valores médios de k nas direções paralela e perpendicular aos
planos de estratificação. A permeabilidade média do maciço
depende da direção do fluxo em relação à orientação das camadas.
CONCEITO DE CARGA
É uma medida correspondente à cada parcela de
energia. É a energia por unidade de peso do fluido.

• Carga de Pressão ou Carga Piezométrica (hp):

𝐩
𝐚
• Carga de Elevação ou Carga Altimétrica (he):

• Carga de Velocidade ou Carga Cinética (hv):

• Carga Total (h):

𝐚
Teoria de Bernoulli: há conservação da carga total no escoamento de fluidos
ideais e incompressíveis em regime permanente. Ou seja:

• Nos escoamentos em meios porosos:

𝐀 𝐁

Δh = perda de carga entre A e B.

De maneira geral, nos problemas de fluxo em meios porosos, a perda de carga


devida à velocidade é desprezível. Assim, pode-se obter:

𝐀 𝐁
𝐭𝐨𝐭𝐚𝐥 𝐩 𝐞 𝐀 𝐁 𝐀𝐁
𝐚 𝐚
Exercício 1
CALCULAR A CARGA HIDRÁULICA TOTAL NOS
PONTOS A, B e C
SOLUÇÃO

Ponto A Ponto B Ponto C


he = H he = h he = 0
hp = 0 hp = (H – h) hp = H
= he + hp = H 𝐭𝐨𝐭𝐚𝐥 =H 𝐭𝐨𝐭𝐚𝐥 =H
Exercício 2
CALCULAR A CARGA HIDRÁULICA TOTAL NOS
PONTOS A, B e B’
SOLUÇÃO

Ponto A Ponto B = B’
he = hc he = 0
hp = - hc hp = 0
hT = he + hp = 0 hT = 0
Exercício 3 - Fluxo Vertical Descendente
CALCULAR A CARGA HIDRÁULICA TOTAL NOS PONTOS A, B, C, D e
D’. CALCULAR A VELOCIDADE DA ÁGUA NO INTERIOR DO SOLO

Observações:

• A direção do fluxo é determinada pela diferença da carga total. O fluxo é


dado sempre no sentido da maior carga para o de menor;
• Toda a perda de carga acontece no solo;
• Qualquer elevação pode ser selecionada como RN para a determinação
das cargas de elevação.
Solução

Ponto A Ponto B Ponto C Ponto D = D’


he = 4,2m he = 3,6m he = 0,6m he = 0

hp = 0 hp = 0,6m hp = 0 – 0,6 = -0,6m hp = 0

hT = 4,2m hT = 4,2m hT = 0 hT = 0

,
Exemplo 4 - Fluxo Vertical Ascendente
Calcular a carga hidráulica total nos pontos A, B, C, D
e D’. Calcular a velocidade da água no interior do
solo
Solução

Ponto A Ponto B Ponto C Ponto D


he = 3,6m he = 2,4m he = 0,6m he = 0

hp = 0 hp = 1,2m hp = 1,2 + 1,2 + 1,8 = 4,2m hp = 4,8m

hT = 3,6m hT = 3,6m hT = 4,8m hT = 4,8m

,
,
Exercício 5 - Fluxo Horizontal
CALCULAR A CARGA HIDRÁULICA TOTAL NOS
PONTOS A, B, C, D e D’.
Solução

Ponto A’ Ponto A Ponto B Ponto C Ponto D


he = 0 he = 0,9m he = 0,9m he = 0,9m he = 0,9m
hp = (2,4 tf/m²)/(1,0 tf/m²) = hp = 2,4–0,9 = hp = 2,4–0,9 =
hp = -0,9m hp = -0,9m
2,4m 1,5m 1,5m
hT = 0,9-0,9 =
hT = 2,4m hT = 2,4m hT = 2,4m hT = 0
0
Definições de Fluxo
Quando o fluxo da água ocorre sempre na
mesma direção, como no caso dos permeâmetros
diz-se que o fluxo é unidimensinal. Sendo
uniforme a areia, a direção do fluxo e o gradiente
hidráulico são constantes em qualquer ponto.

Quando as partículas de água se deslocam


segundo qualquer direção, o fluxo é
tridimensional.
A migração da água em um poço é um
exemplo de fluxo tridimensional de interesse para a
engenharia.

Quando as partículas de água seguem


caminhos curvos, mas contidos em planos
paralelos, o fluxo é bidimensional. É o caso da
percolação pelas fundações de uma barragem.

O estudo do fluxo bidimensional é muito


facilitado pela representação gráfica dos caminhos
percorridos pela água e da correspondente
dissipação de carga. Esta representação é
conhecida como rede de fluxo.
Construção da Barragem, Ensecadeiras e desvio do curso da água

Fonte: Matelpar Engenharia Ltda


Construção de Ensecadeiras

Fonte: Fundação Renova (2019)


Construção de Ensecadeiras

Fonte: UHE Belo Monte (2016)


Fonte: Blog da Rose (2019)
“NA” Superior

Barragem

“NA” Inferior

Fundação da Barragem Rede


de
Fluxo

Região Impermeável
Duas linhas equipotenciais consecutivas
de fluxo formam um canal. A rigor, seriam
necessárias quatro linhas para que fosse
caracterizado tridimensionalmente um canal.
Como os problemas de fluxo em meios
porosos podem ser na prática resolvidos em
duas dimensões, considera-se a terceira
dimensão com o valor unitário.
No traçado de uma rede de fluxo devem ser
observados os seguintes critérios:

 o número de fluxo não deve ser excessivo (entre 3 e


5);

 as equipotenciais devem fazer ângulos


aproximadamente retos com as linhas de fluxo;

 a distância entre equipotenciais deve ser tal que a


figura geométrica formada por duas linhas de fluxo e
duas equipotenciais se aproxime de um quadrado, ou
seja, L = b.
Solução e Gráfico das Redes de Fluxo

Diferença de potencial hidráulico 𝟏 𝟐 Gradiente hidráulico


𝟏 𝟐

Fluxo de água de H1 para H2 no solo permeável sob a cortina


Elemento de solo A no domínio do fluxo
Pontos Básicos:
• as linhas de fluxo representam as trajetórias de fluxo das panículas de água.
• o fluxo não pode ocorrer através das linhas de fluxo, ou seja, as linhas de fluxo
não se interceptam.
• o domínio entre duas linhas de fluxo é chamado de tubo de fluxo.
• a vazão através de um tubo de fluxo é constante.
• as linhas de fluxo e as linhas equipotenciais são normais (perpendiculares)
entre si.
• a velocidade de fluxo é normal às linhas equipotenciais.
• a diferença de potencial (carga hidráulica) entre duas equipotenciais é
chamada de queda de potencial ou perda de carga.
Redes de Fluxo em muros
Método Gráfico das Redes de Fluxo
Método Gráfico das Redes de Fluxo
Parâmetros obtidos da rede de fluxo:
→ Nf = número de tubos de fluxo da rede.
→ Nq = número de quedas de potencial (perdas de carga) da rede.

Dado disponível a partir da geometria do problema:


→ H = carga hidráulica total

Parâmetros Δ da rede:
→ Δq = vazão (constante) através de cada tubo de fluxo da rede.
→ Δh = queda de potencial (constante) entre as equipotenciais da rede.

Δq ----------------- 1 Δh ----------------- 1
q ----------------- Nf h ----------------- Nq

𝐟 𝐪
Método Gráfico das Redes de Fluxo
Escalas diversas, exemplos:
1:100 – 1:200 – 1:1500 – 1:2000
Exercício 1
Dado os seguintes informações, calcular a vazão
(q) e a pressão de água no ponto P (uP).
• K = 1,0 x m/s
Como calcular o Zp
Primeira forma: Com escala gráfica

1) Mede-se com uma régua a distância de “0” a “1” na escala gráfica.


2) Se por exemplo esta distância for 1,05 deve-se fazer uma regra de 3 da
seguinte forma: 1,05 cm ------- 1,0 m
2,5 cm --------- x
Sendo que 2,5 cm corresponde a medida de Zp

Portanto, x = 2,38 m

Segunda forma: Com escala não gráfica

Exemplo: 1:200
1) “cortando” os dois últimos zeros ou melhor, andando com a vírgula
duas casas para a esquerda, temos o valor final. Neste caso, 1cm = 2,0
m
2) No exemplo anterior em que o Zp é igual a 2,5, desta forma “no campo”
esta distância será equivalente a 2,5 x 2 = 5,0 m
Solução:

Cálculo da Vazão (q)


𝐟 𝐪 ; h = 4,5 – 0,5 = 4,0m

k= m/s

𝟕
Solução:

Cálculo da Poropressão
nq = 10 𝐪

𝐏
Exercício 2
Dado os seguintes informações, calcular a vazão
(q) e a poropressão no ponto P (up).

K = 2,5 x m/s

P
Solução:

Cálculo da Vazão (q)


𝐟 𝐪 ; h = 5,0 – 1,0 = 4,0 m

𝟓
Solução:

Cálculo da Poropressão no ponto (P)


𝐟 𝐪 ; h = 5,0 – 1,0 = 4,0 m ; nq =1

𝐏
𝐏
𝐰
Exercício 3
Nas figuras a seguir, apresentam-se a seção
transversal de uma barragem com 120 m de
desenvolvimento e a rede de fluxo no maciço de
fundação para duas situações diferentes: sem dreno de
pé e com dreno de pé. O terreno de fundação é um
arenito com coeficiente de permeabilidade k =2,5x
m/s. Esse solo possui peso específico saturado
γsat = 20 kN/m³.

a) Em que caso é maior a vazão que atravessa por dia o


maciço de fundação da barragem? Justifique a
resposta com cálculos e comente o resultado.
b) Calcule a pressão neutra no ponto A da Figura e
caracterize em grandeza, direção e sentido a força
de percolação na região sombreada na mesma
figura.

c) Avalie a segurança em relação ao “piping” ou erosão


interna na situação da barragem sem filtro de pé. Na
situação da barragem com filtro de pé a segurança
relativamente à ruptura hidráulica será, em princípio,
maior ou menor? Que característica do material
constituinte do dreno de jusante é relevante quanto à
segurança em relação à ruptura hidráulica?
Solução:
a) Em que caso é maior a vazão que atravessa por dia o maciço
de fundação da barragem? Justifique a resposta com cálculos
e comente o resultado.

Situação 1:
Nf = 5; Nd = 12

𝐟 𝟑
𝐪
𝟐

Situação 2:
Nf = 5; Nd = 9

𝐟 𝟑
𝐪
𝟐
b) Calcule a pressão neutra no ponto A da Figura e
caracterize em grandeza, direção e sentido a força de
percolação na região sombreada na mesma figura.

ha = 10 m
hp = 30 - 3 x (10 / 12) = 27,5 m
hp = 27,5 – 10 = 17,5 m
u = hp x w = 17,5 x 10 = 175 kN/m²

Direção: Horizontal, paralela as linhas de fluxo.

Força de percolação:
Δh = 6,5 x (10 / 12) = 5,41
i = H / ( x Nd) = 10 / (4 x 12) = 0,21
J = i x w = 0,21 x 10 = 2,1 kN/m³
c) Avalie a segurança em relação ao “piping” ou erosão interna
na situação da barragem sem filtro de pé . Na situação da
barragem com filtro de pé a segurança relativamente à ruptura
hidráulica será, em princípio, maior ou menor? Que
característica do material constituinte do dreno de jusante é
relevante quanto à segurança em relação à ruptura hidráulica?

i = H / ( x Nd) = 10 / (2 x 12) = 0,416 ???


icrít = sub / w = (20 – 10) / 10 = 1,0
FS = icrít / i = 1,0 /0,416 = 2,38 < 4,0, portanto não está seguro. ???

Na situação com filtro de pé a segurança será maior pois


as regiões de flux o convergirão para o dreno de jusante,
localizando as vazões no dreno e reduzindo o gradiente
hidráulico na saída do solo local.
A característica mais importante do material do dreno é o
seu coeficiente de permeabilidade, sendo que o material deverá
ser suficientemente permeável para oferecer pouca resistência à
percolação.
Exercício 4: Considerando h1= 5m, h2= 2m e K= 1,3 x 10
-5 m/s calcular a vazão (q) e a Poropressão no ponto P.

Considerar a escala de 1:100


Exercício 5
O fundo de um rio compõe-se de uma camada de
areia com 8,25 m de espessura apoiada em rocha
impermeável. A espessura da lâmina d’água é 2,50 m. Uma
ensecadeira contínua com 5,50 m de largura é construída
pela cravação de duas linhas de estacas pranchas até uma
profundidade de 6,00 m abaixo do nível do fundo do rio, e
uma escavação de 2,0m abaixo desse mesmo nível é
executada no interior da ensecadeira. O nível d’água no
interior da ensecadeira é mantido no nível da escavação
por bombeamento. Se a descarga na ensecadeira é de 0,25
m³/hora por unidade de comprimento, qual é o coeficiente
de permeabilidade da areia? Qual é o maior gradiente
hidráulico imediatamente abaixo da superfície escavada?
Se o peso específico saturado da areia é 1,8 tf/m³, verificar
se poderá ocorrer ruptura hidráulica por levantamento no
interior da ensecadeira.
SOLUÇÃO:

DADOS

q = vazão/unidade de comprimento  q = 0,25 m³/hora

h = perda de carga hidráulica ou desnível de água entre a montante


e a jusante  h = 4,50 m

γSAT = peso específico aparente do solo saturado  γSAT = 1,8 tf/m³

Da rede de fluxo:
Nf = n.º de quedas de fluxo = 6
Nd = n.º de quedas de potencial = 11
- Cálculo do coeficiente de permeabilidade do solo:

𝒇 𝒅 𝟓
𝒅 𝒇

- Cálculo do máximo gradiente hidráulico de saída do fluxo:

L = 0,90m (obtido graficamente conforme indicações no esquema)


i = imáx quando L = Lmin
- Verificação da possibilidade de ocorrer ruptura hidráulica por
levantamento do fundo da escavação:

A condição para que isto ocorra é i > iCRIT

𝑺𝑨𝑻 𝑨
𝑪𝑹𝑰𝑻
𝑨 𝑨

𝑪𝑹𝑰𝑻

𝒎á𝒙 𝑪𝑹𝑰𝑻 𝑪𝑹𝑰𝑻 , logo não ocorrerá ruptura.


Exercício 6
Traçar o diagrama de subpressões na base da
barragem de concreto, cuja seção transversal está
esquematizada a seguir, considerando o nível d’água de
jusante como plano de referência.

Fazer primeiro para os pontos 1 e 5.


SOLUÇÃO:

DADOS:

h = 5,0 - 1,0 = 4,0 m

Da rede de fluxo:
Nf = 5
Nd = 15

• Ponto 1:

Da equação de Bernoulli adaptada ao escoamento através


do solo, a carga hidráulica total em 1 é:

𝟏
𝟏 𝟏
𝑨
Considerando as quedas de potencial ao longo da rede de
fluxo, no sentido do escoamento:

A carga altimétrica é a distância medida na vertical, entre o


ponto 1 e o plano de referência (considerando-se como carga
negativa para os pontos situados abaixo do plano de referência):

𝟏
Em que:

𝟏
𝟏 𝟏
𝑨

Como 𝑨 = 1,00 tf/m³  𝟏 = 2,07 tf/m²


• Ponto 5:

Segundo o mesmo raciocínio já apresentado para o ponto


1, tem-se:
𝟓
𝟓 𝟓
𝑨

Sendo:

𝟓
Em que:

𝟓
𝟓 𝟓
𝑨

Como 𝑨 = 1,00 tf/m³  𝟓 = 3,73 tf/m²


Resposta:
Exercício 7
Será executada uma escavação conforme desenho
abaixo. No contato areia-argila foi instalado um
piezômetro que registrou uma carga piezométrica de 7,6
m. A profundidade de escavação é de 6 m. Calcule a
altura de água a ser mantida no interior da escavação a
fim de se evitar instabilidade de fundo.
SOLUÇÃO:

i) antes da escavação:

hA = 9,2 m  he = 0 e hp = 9,2 m

hC = 7,6 m  he = 0 e hp = 7,6 m

Fluxo descendente

ii. após a escavação:

hB = 9,2 m – 6 m = 3,2 m

hC = 7,6 m  he = 0 e hp = 7,6 m

Fluxo ascendente
ii.a) gradiente hidráulico:

𝒔𝒖𝒃
𝑪𝑹𝑰𝑻
𝒘

𝑪 𝑩

𝑪𝑹𝑰𝑻

𝑪 𝑩
𝒑𝒓𝒐𝒋𝒆𝒕𝒐

𝒉𝑪 𝒉𝑩 𝟕,𝟔 (𝟑,𝟐 𝑯𝒘 )
𝑩 𝒘 𝒑𝒓𝒐𝒋𝒆𝒕𝒐 𝑳 𝟑,𝟐

𝒘
ii.a) tensão efetiva:

𝒄 𝑨

𝒗𝒄 𝒘 𝒘 𝒘

𝒗𝒄 𝒘

𝒗𝒄 𝒘
Exercício 8
a) Construir os diagramas das pressões verticais
(totais, neutras e efetivas) para o subsolo do lago
indicado na figura, onde ocorre um fluxo de água
linear ascendente e constante, com gradiente
hidráulico i = 0,5 na camada de areia.

b) Qual seria o diagrama das pressões verticais


efetivas se o fluxo de água fosse linear descendente
com i = 0,5?

c) Para o fluxo ascendente, qual seria o valor do


gradiente hidráulico para que ocorresse o fenômeno
de “quick sand” na camada de areia?
SOLUÇÃO

As pressões na conta 0,0 são nulas. É suficiente calcular as


pressões nas cotas -6 e -10m.

a) Fluxo ascendente:

- pressões totais:

𝟔 𝑨 = 1,0 x 6,0 = 6,00 tf/m²

𝟏𝟎 𝟔 𝒔𝒂𝒕 𝒂𝒓𝒆𝒊𝒂 = 6,0 + (2,19 x 4,00) = 14,76 tf/m²

- pressões neutras:

𝟔 𝑨 = 1,0 x 6,0 = 6,00 tf/m²

𝟏𝟎 𝑨 𝑨
1,0 (6,0 + 4,0) + 1,0 (2,0) = 12,00 tf/m²
O valor da carga hidráulica h utilizada na expressão
anterior foi calculada da seguinte forma:

- pressões efetivas:

𝟔 𝟔 𝟔 = 6,00 - 6,00 = 0

𝟏𝟎 𝟏𝟎 𝟏𝟎 = 14,76 - 12,00 = 2,76 tf/m²


b) Fluxo descendente:

𝟔 =0

𝟏𝟎 𝒔𝒖𝒃 𝒂𝒓𝒆𝒊𝒂 𝑨
(1,19 x 4,00) + (1,00 x 2,00) = 6,76 tf/m²

c) “Quick Sand” (areia movediça):

condição i = iCRIT

𝒔𝒖𝒃
𝒄𝒓𝒊𝒕
𝑨
Resposta

a) Fluxo ascendente: σ’
b) Fluxo descendente:

c) i ≥ icrit = 1,19
Exercício 9

a) Para o sistema hidráulico indicado, traçar os diagramas de


pressões totais, neutras e efetivas para o reservatório R2.

b) Qual deverá ser a posição do nível d’água do reservatório


R1 para que ocorra o fenômeno de areia movediça?
Resposta
a)

b) N.A. do R1 = + 7,80m para ocorrer o fenômeno de “areia


movediça”
Exercício 10

a) Com os dados do sistema hidráulico abaixo, determinar os


diagramas de pressões totais, neutras e efetivas para o
reservatório 2.
b) Qual a cota que deveria atingir uma escavação na camada
de areia para ocorrer o fenômeno de areia movediça,
considerando inalterados os níveis d’água dos
reservatórios durante a escavação?
Resposta

a)

b) Areia movediça quando a escavação atingir a conta -9,0m.


Exercício 11
Para o sistema hidráulico indicado a seguir, traçar
os diagramas de pressões verticais totais, neutras e
efetivas para o reservatório R2. Considerar que ocorre
nesse reservatório o fenômeno de areia movediça.
Resposta

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