Trabalho em Grupo de Psicopatologia

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Adelino Jorge Paqueleque Rimua

Cristina Muapuecha
Hidrício Júlio Raimundo Caetano
Zacarias Evaristo Mário Bolacha

PSICOPATOLOGIA E O ESTUDO DAS DOENÇAS MENTAIS

Universidade Rovuma
Outubro
2023

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Adelino Jorge Paqueleque Rimua

Cristina Muapuecha

Hidrício Júlio Raimundo Caetano

Zacarias Evaristo Mário Bolacha

PSICOPATOLOGIA E O ESTUDO DAS DOENÇAS MENTAIS

Trabalho Científico a ser apresentado na


Faculdade de Educação e Psicologia, para
obtenção do grau de Licenciatura em
Psicologia Social e das Organizações da
Universidade Rovuma.
Docente: Rosário M. Sunde

Universidade Rovuma

Outubro

2023

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Índice

Introdução ------------------------------------------------------------------------------------------ 4

PSICOPATOLOGIA E O ESTUDO DAS DOENÇAS MENTAIS ------------------------5

1. Sistemas de classificação dos transtornos mentais ----------------------------------- 6

1.1. CID-10 ------------------------------------------------------------------------------------- 7

1.2. DSM-IV-TR ------------------------------------------------------------------------------- 8

2. Tipos de Psicopatologia ----------------------------------------------------------------- 8

3. Doenças Tratadas pela Psicopatologia ----------------------------------------------- 10

Conclusão ----------------------------------------------------------------------------------------- 12

Bibliografia --------------------------------------------------------------------------------------- 13

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Introdução

Etimologicamente a Psicopatologia é composta de três palavras gregas: psychê, que


produziu "psique", "psiquismo", "psíquico", "alma"; pathos, que resultou em "paixão",
"excesso", "passagem", "passividade", "sofrimento", "assujeitamento", "patológico" e
logos, que resultou em "lógica", "discurso", "narrativa", "conhecimento". Dessa forma,
Psicopatologia pode ser compreendida como um discurso ou um saber (logos) sobre a
paixão, (pathos) da mente, da alma (psiquê). Ou seja, um discurso representativo a
respeito do pathos psíquico; um discurso sobre o sofrimento psíquico sobre o padecer
psíquico. A psychê é alada; mas a direcção que ela toma lhe é dada pelo pathos, pelas
paixões. (BERLINCK, 1998 apud CECCARELLI, 2005).

Barlow & Durand (2008) também salientam que a Psicopatologia é um termo ambíguo:
refere-se tanto ao estudo dos estados mentais patológicos, quanto à manifestação de
comportamentos e experiências que podem indicar um estado mental ou psicológico
anormal. Os transtornos psiquiátricos são descritos por suas características patológicas,
ou Psicopatologia, que é um ramo descritivo destes fenómenos.

Neste trabalho de pesquisa e realizado em grupo, o principal objectivo é de:

 Pesquisar e descrever as principais definições, conceitos, teorias e práticas


utilizadas na Psicopatologia.

Para a concretização da ampla pesquisa do presente trabalho, foram usados métodos de


pesquisas bibliográficas.

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PSICOPATOLOGIA E O ESTUDO DAS DOENÇAS MENTAIS

A psicopatologia pode ser definida como o ramo da psicologia que estuda os fenómenos
patológicos ou distúrbios mentais e outros fenómenos anormais. Ela tenta,
especialmente, estabelecer a diferença entre o normal e o patológico.

Na antiguidade greco-latina, as doenças mentais eram vistas como corpos que sofrem e
almas que geram a desordem. Por sua vez, a idade média impõe o poder do religioso
para explicar e tratar os casos patológicos. O século das luzes abre mais a porta aos
processos de cura do que à tentativa de descrição das doenças.

Segundo Pierre Pichot, psicólogo e psiquiatra francês, o termo psicopatologia foi


empregue pela primeira vez em 1876, na Alemanha, mas com um sentido semelhante ao
de psicologia clínica. O seu nascimento, como método e disciplina própria, ocorre bem
mais tarde.

A psicopatologia nasce no início do século XX em França, no momento em que a


psicologia, como disciplina científica, se começa a separar da filosofia.

Na medicina, Claude Bernard vai salientar o interesse do estudo fisiopatológico, que


será tomado como modelo pela psicopatologia.

A psicopatologia está ligada a diversas vertentes, porém é foco de muitos estudos nas
disciplinas de psicologia, psiquiatria e corpo teórico psicanalítico. Na Psicologia faz
parte da Psicologia Clínica, Psicologia Geral e Psicologia ligada às neurociências entre
outros. Ou seja, pode ser caracterizada como o estudo descritivos dos fenómenos
psíquicos “anormais’, estudando gestos, comportamentos, expressões e relatos
autodescritivos do enfermo. A palavra Psicopatologia é composta por três palavras
gregas:

• psique - alma ou mente;

• pathos – paixão, sofrimento ou doença;

• logo - lógica ou o conhecimento.

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As psicopatias são percebidas como alterações do comportamento que resultam de
perturbação da personalidade ou de desadaptação dos indivíduos, em relação a si
mesmos ou ao ambiente em que se integram. A psicopatologia nasceu à sombra da
psiquiatria, mas enquanto esta última tem como objectivo a cura, a profilaxia (uso de
medidas sistemáticas para evitar, prevenir uma doença) e a reeducação, fazendo uso de
modelos medicinais e bioquímicos para a resolução de problemas, a psicopatologia
procura observar, conhecer e compreender através de um método clínico e
psicoterapêutico.

1. SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DOS TRANSTORNOS MENTAIS

De acordo com Barlow & Durand (2008) o transtorno psicológico ou comportamento


anormal é uma disfunção psicológica que ocorre em um indivíduo e está associada com
angústia, diminuição da capacidade adaptativa e apresenta uma resposta que não é
culturalmente aceita. Jaspers (2003) enumera ainda o que deve ser entendido como
enfermidade:

 Processos somáticos;
 Acontecimentos graves que causam ruptura com a vida;
 Desvios grandes em relação ao normal estatístico e visto como indesejados pelo
afectado ou seu meio.

As manifestações psicopatológicas podem ser classificadas de diversas maneiras: por


etiologia (a exemplo das orgânicas e psicológicas), por tipo de alteração (a exemplo da
neurose e psicose que considera a relação com a consciência como perda de contacto
com a realidade na concepção psicanalítica desta), etc.

A categoria de classificação possui fins estatísticos ou seja de tabulação de prontuários


em serviços de saúde, atestados, declarações de óbito. Entre as mais conhecidas estão a
CID (Classificação Internacional das Doenças e de Problemas relacionados à Saúde que
está na 10.ª revisão e se iniciou em 1893) e o DSM (referente ao Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais, uma publicação da American Psychiatric
Association, Washington D.C., sendo a sua 4.ª edição conhecida pela designação
“DSM-IV-TR”).

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A CID-10 e o DSM-IV-TR são sistemas diferentes, propostos respectivamente pela
Organização Mundial da Saúde e pela American Psychiatric Association (APA), e
possuem diferentes formas de classificação. Tanto a CID-10 quanto o DSM-IV-TR são
sistemas de classificação a-teóricos, ou seja, não estão vinculados directa ou
exclusivamente a uma teoria psicológica (p. ex., psicanálise, cognitivismo, humanismo)
na explicação da génese, manutenção e tratamento dos sintomas. Esta visão a-teórica
permite que os sistemas sejam utilizados, virtualmente, por todos os profissionais da
saúde.

1.1. CID-10

A CID-10 apresenta um carácter descritivo por diagnóstico, com os principais aspectos


clínicos e outros associados, mesmo que menos importantes. Fornece directrizes
diagnósticas que são as orientações que visam auxiliar o profissional a avaliar o
conjunto de sinais e de sintomas apresentados pelo paciente.

De forma resumida, o capítulo V da CID-10 que corresponde aos Transtornos Mentais e


Comportamentais inclui as seguintes categorias de classificação:

F00-F09 – Transtornos mentais orgânicos, inclusive os sintomáticos;

F10-F19 – Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de substâncias


psicoactivas;

F20-F29 – Esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e delirantes;

F30-F48 – Transtorno do humor (afectivos);

F40-F48 – Transtornos neuróticos, transtornos relacionados com o estresse e transtornos


somatoformes;

F50-F59 – Síndromes comportamentais associadas com distúrbios fisiológicos e a


factores físicos;

F60-F69 – Transtorno de personalidade e do comportamento do adulto;

F70-F79 – Retardo Mental;

F80-F89 – Transtornos do desenvolvimento psicológico;

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F90-F98 – Transtornos do comportamento e transtornos emocionais que aparecem
habitualmente na infância e adolescência.

1.2. DSM-IV-TR

O DSM-IV-TR é um sistema diagnóstico definido como multiaxial. Isso significa que


ele avalia vários factores, ou "eixos" (axis) do comportamento, buscando uma
compreensão que vai além do simples diagnóstico do transtorno mental actual.

Organização geral das categorias do DSM-IV-TR:

 Transtornos geralmente diagnosticados pela primeira vez na infância ou na


adolescência;
 Delírio, demência, transtorno amnéstico e outros transtornos cognitivos;
 Transtornos mentais causados por uma condição médica geral;
 Transtornos relacionados a substâncias;
 Esquizofrenia e outros transtornos psicóticos;
 Transtornos do humor;
 Transtornos de ansiedade;
 Transtornos somatoformes;
 Transtornos factícios;
 Transtornos dissociativos;
 Transtornos sexuais e da identidade de género;
 Transtornos da alimentação;
 Transtornos do sono;
 Transtornos do controle do impulso não classificados em outro local;
 Transtornos de adaptação;
 Transtornos de personalidade.

2. TIPOS DE PSICOPATOLOGIA

Dentro da Psicopatologia existem diferentes interpretações e abordagens. Ou seja, são


maneiras bem distintas de encarar as doenças mentais e envolvem considerações que
precisam fazer parte do dia-a-dia de um profissional da área:

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 Psicopatologia cognitivo comportamental

O fundamento da psicopatologia cognitivo comportamental é que as pessoas têm


comportamentos que profissionais podem verificar e regular a partir de estímulos
específicos. Ou seja, as disfunções vêm da experiência sociofamiliar e conseguimos
corrigi-las a partir de influências específicas.

 Psicopatologia psicanalítica

Quando falamos de psicopatologia psicanalítica, a base de toda a teoria vem do famoso


Freud. Ele pregava que todo mundo sofre com conflitos inconscientes, o que exige a
análise de um profissional. Então, o trabalho envolve identificar esses conflitos pra que
deixem de causar problemas à vida do paciente.

 Psicopatologia biológica

O trabalho com psicopatologia biológica tem como principal foco o aspecto biológico
das doenças mentais. Ou seja, é uma actuação concentrada no contexto cerebral, as
questões neuroquímicas e neurofisiológicas do paciente. Então, é uma abordagem que
encara doenças mentais como cerebrais.

 Psicopatologia sociocultural

Por outro lado, a psicopatologia sociocultural vê as doenças mentais como resultados de


um contexto sociocultural, histórico e simbólico. Ou seja, as pessoas sofrem com esses
problemas como consequência do meio em que convivem, o que precisa ser considerado
como parte do diagnóstico e tratamento.

 Psicopatologia categorial

A psicopatologia categorial tem como principal característica a visão de que doenças


mentais têm delimitações bem nítidas. Então, o trabalho do profissional envolve
identificar esses limites a partir de um estudo biológico.

 Psicopatologia dimensional

Diferentemente da categorial, a psicopatologia dimensional encara as doenças mentais


sob dimensões distintas pra contar com tratamentos mais precisos. Ou seja, uma mesma

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doença pode estar sob prismas dependendo da idade, da convivência, do comportamento
e outros atributos do paciente.

3. DOENÇAS TRATADAS PELA PSICOPATOLOGIA

 Depressão

A depressão tem como principal característica o sentimento de tristeza profunda que


atinge o paciente. Além disso, ela costuma ser desproporcional aos acontecimentos e
persistir ao longo de bastante tempo.

Esse quadro gera uma série de impactos na vida da pessoa. Por exemplo, ela perde a
vontade de estudar, trabalhar e até se divertir. O profissional de Psicopatologia se
especializa em doenças mentais como essa, podendo receitar o tratamento adequado.

 Transtorno de ansiedade

O transtorno de ansiedade gera uma sensação de angústia diante do que é incerto. Então,
conforme começa a impactar o dia-a-dia do paciente e impedi-lo de realizar suas
actividades, vira algo que exige atenção de um especialista.

Quem trabalha no meio da Psicopatologia costuma tratar pacientes com transtorno de


ansiedade. Assim, os profissionais trabalham com tratamentos que combinam
psicoterapia e medicamentos. O objectivo é entender as raízes do problema e amenizar
os sintomas.

 Anorexia

A anorexia é, principalmente, um distúrbio de imagem em que o paciente tenta atingir


um padrão de magreza impensável. Assim, acaba se jogando em uma série de dietas e
hábitos destrutivos que impactam negativamente a saúde dele.

Esse é mais um exemplo de doença de Psicopatologia que requer um tratamento


direccionado às raízes do problema e uma compreensão de suas motivações. A atenção
médica é muito importante, já que a anorexia pode levar à morte.

 Transtorno de personalidade borderline

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O transtorno de personalidade borderline (ou TPB) tem como principal característica a
instabilidade e hipersensibilidade emocionais. Isso acontece principalmente nas relações
com outras pessoas, na auto-imagem e nas variações extremas de humor do paciente.

O profissional especialista em Psicopatologia é quem pode cuidar desse tipo de


problema de saúde mental. O paciente exige bastante atenção e tem seu tratamento
direccionado tanto pela Medicina quanto pela Psicologia.

 Transtorno obsessivo-compulsivo

O transtorno obsessivo-compulsivo (ou TOC) é mais uma doença tratada pela


Psicopatologia. Ou seja, é um problema em que o paciente se torna obcecado e
compulsivo por determinadas acções e situações.

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Conclusão

Concluímos, portanto, que a Psicopatologia refere-se tanto ao estudo dos estados


mentais patológicos, quanto às manifestações comportamentais, ou experiências que
possam indicar um estado mental patológico (ou psicologicamente anormal). Percebe-
se, entretanto, que a sua principal preocupação está direccionada com a doença da
mente. Revela-se por isso, que é um tema vasto a partir do momento em que se defronta
com questões subjectivas, como por exemplo: o que é considerado doença? Qual a
definição exacta de um comportamento atípico? O que é um estado mental patológico?
Além disso, a Psicopatologia está directamente ligada com diferentes áreas do
conhecimento sobretudo, com a Psicologia, Psicanálise, Neurologia e Psiquiatria.

Para Jaspers a Psicopatologia é uma ciência complexa: é uma ciência natural, destinada
à explicação causal dos fenómenos psíquicos mediante os recursos e teorias acerca dos
nexos extraconscientes que determinam esses fenómenos; e é ciência do espírito,
voltada para a descrição das vivências subjectivas, para a interpretação das suas
expressões objectivas e para a compreensão de seus nexos internos e significativos. A
Psicopatologia deve considerar o individuo globalmente atentando sempre para os
padrões de normalidade aonde o indivíduo a ser questionado está inserido, não se
deixando guiar “cegamente” pelos sintomas. Considerar um sintoma isolado é fazer com
que o objectivo principal de entendê-lo (compreender o indivíduo) seja esquecido
(FIGUEIREDO, 1989 apud MENDOZA, 2007).

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Bibliografia

BARLOW, H. David, DURAND, V. Mark. Psicopatologia: uma abordagem integrada.


Trad: Roberto Galman. 4ª edição. São-Paulo: Cengage Learning, 2008.

Instituto da Psicanálise Lacaniana. Núcleo de Estudos e Pesquisas de Psicopatologia e


Psicanálise.

KARL, Jaspers,J. HOENIG,Marian W. Hamilton General Psychopathology. John


Hokins Ed. 1977 e Chicago University. Disponível no Google Livros Dez. 2010.

LAMBERT, Kelly. KINSLEY, Craig H. Neurociência Clínica: as bases neurobiológicas


da saúde. Trad.: Ronaldo Cataldo. Porto Alegre: Artmed, 2006.

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