Estudo de Risco de Arco Elétrico

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P-76 TOPSIDES E PROJETO DE INTEGRAÇÃO

ESTUDO DE RISCO DE ARCO ELÉTRICO

ÁREA OPERATIVA

INTERNAL DOCUMENT

Revisão Descrição da Revisão Data Preparado Verificado Aprovado


Sandoval- Pedro Mellucci Pedro Mellucci
Augusto Aragao 2015.06.18 16: 2015.06.18 16:
0 PARA APROVAÇÃO 15/06/2015 2015.06.15 14:
25:46 -02'00' 25:58 -02'00'
33:57 -02'00'
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Revisão Principais Mundanças

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ÍNDICE

1. OBJETIVO ............................................................................................................. 4
2. ALCANCE .............................................................................................................. 4
3. REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 4
4. TERMOS E DEFINIÇÕES ...................................................................................... 4
5. RESPONSABILIDADES ........................................................................................ 4
6. DESENVOLVIMENTO............................................................................................ 5
6.1. ASPECTOS GERAIS .......................................................................................... 5
6.2. MODELO MATEMÁTICO .................................................................................... 5
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1. OBJETIVO
Analisar as condições de formação de arco elétrico na área operativa do canteiro UOT.

2. ALCANCE
Aplicável às atividades executadas pelo Consórcio P76 formado pelas empresas Technip Brasil - Engenharia,
Instalações e Apoio Marítimo Ltda e Techint Engenharia e Construção. Este Consórcio destina-se à
construção, montagem e integração em FPSO da Plataforma P76, em contrato com a PETROBRAS
NETHERLANDS BV (PNBV).

3. REFERÊNCIAS
Anexo Contratual EXHIBT IX e adendos – Diretrizes de Meio Ambiente, Segurança e Saúde
WI SAF 002 – Consignação de Energias Perigosas
IEEE Transactions on Industry Applications
NR 10 – Norma Regulamentadora sobre Instalações e Serviços em Eletricidade
Micrologic 5.0P Electronic Trip Unit - Instruction Bulletin

4. TERMOS E DEFINIÇÕES

MASS: Meio ambiente, Segurança e Saúde

Energia Perigosa: compreende os seguintes tipos de energia: Elétrica (circuitos energizados que estão
conectados aos equipamentos e instalações); Mecânica (engrenagens, folhas de serra e transportadores);
Pneumática (dispositivos de controle de equipamentos transportadores); Hidráulica (carga e descarga de
plataformas); Química (liberação de químicos de tanques, tubulações ou válvulas); Térmica (calor de
equipamentos que operam com vapor); Gravitacional; Radiação; Energia armazenada em equipamentos,
instalações ou sistema e que possa liberar-se intempestivamente (pressão de molas, volantes fora de sua
posição de repouso, contrapesos, amortizadores etc.) e outra energia tal que, ao ser liberada, supera a
capacidade do corpo humano para suportá-la sem causar danos à saúde ou lesões.

Bloqueio: ação destinada a impedir o acionamento dos dispositivos que foram previstos de forma a manter
em uma posição que evite a liberação da energia.

Bloqueadores: são dispositivos para materializar os bloqueios, como cadeados, freios, correntes, bloqueador
de disjuntor, bloqueador de válvula, alavancas, travas ou outros meios idôneos para realizar um bloqueio
efetivo.

5. RESPONSABILIDADES

Gerência do Projeto
 Conhecer o presente procedimento;
 Prover os recursos necessários para a execução deste procedimento;

MASS
 Elaborar e implementar as ações decorrentes deste memorial de calculo;
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 Acompanhar o desenvolvimento deste memorial, bem como sugerir alterações quando necessário.
 Orientar os colaboradores quanto ao cumprimento deste procedimento e verificar sua aplicação;

Engenheiros e Supervisores
 Orientar e supervisionar sua equipe quanto à aplicação deste procedimento;

6. DESENVOLVIMENTO

6.1. ASPECTOS GERAIS


Toda a manutenção elétrica da UOT deve ser realizada observando o procedimento de BLOQUEIO DE
ENERGIAS PERIGOSAS (TTP76 Nº: F70107-000-PP-514). Adicionalmente, se faz necessário também o
cálculo de estimativa da energia liberada por arcos elétricos. A literatura nacional e as normas brasileiras são
deficientes para definição de uma metologia da quantificação da energia liberada pelo arco elétrico. Por essa
razão faz-se então necessário utilizar bases normativas internacionais.

6.2.MODELO MATEMÁTICO

Inicialmente tomaremos como base o modelo da NFPA 70E, descrita na versão de 2009 da revista “IEEE
Transactions on Industry Applications” publicadado pelo ““Institute of Electrical and Eletronics Engineering”
(IEEE). O qual é valido para as seguintes condições de contorno:
 Tensão inferior a 0,60 kV,
 Corrente de curto-circuito sólido simétrico de 16 kA até 50kA:

Neste modelo, a energia incidente pode ser calculada por:

Ei  5271.D 1,9593.t[0,0016I bf2  0,0076I bf  0,8938]

em que:
Ei , energia incidente em cal/cm²
D , distância ao ponto de falha em in;
t , tempo de extinção do arco em s
I bf , corrente de curto-circuito sólido simétrico em kA
Para este projeto, temos que:
D  0.8in (distância dos barramentos nos paíneis de distribuição)
t  0.00002s (item obtido através da folha de dados do relay de
proteção MICROLOGIC 5P)
I bf  50kA (conforme 6840-E-EU-8100001 - DIAGRAMA UNIFILAR
GERAL SUBESTAÇÕES 01, 02 e 03).

Substituindo estes valores na fórmula apresentada acima temos que a energia incidente pelo método da
NFPA 70E é:

Ei  7.37 cal cm
2
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Existe ainda o modelo apresentado no IEEE Std 1584 (2002) “Guide For Performing Arc-Flash Hazart
Calculations” para calculos de arco elétrico. Trata-se de um método baseado em exaustivos ensaios
cujos resultados receberam um tratamento estatístico. O resultado deste estudo levou a um modelo que
pode ser aplicado desde que as seguintes condições de contorno possam ser aplicadas:

- Tensão entre 208 – 15.000 V;


- Freqüência elétrica de 50 ou 60 Hz;
- Corrente de curto-circuito entre 700 – 106.000 A;
- Aterramento do sistema sólido ou isolado, com ou sem resistência;
- Configuração do arco em local aberto ou em invólucro fechado;
- Distância dos condutores entre 13 – 152 mm;

Para a área operativa, onde a tensão máxima não passa de 1000 kV, temos que a seguinte equação
para o calculo da corrente de arco elétrico:

( K  0, 662log(I bf ) 0, 0966V 0, 000526G 0, 5588T log(I bf ) 0, 00304G log(I bf ))
I a  10

em que:
Ia , Corrente de arco em kA;
K , fator de configuração;
Onde K = -0,153 em aberto ou K = -0,097 quando fechado;

I bf , corrente de curto-circuito sólido simétrico em kA;


T , tensao em kV;
G , distancia dos condutores em mm, conforme quadro 1;

Distancia tipica Fator de


Tipo de
Tensao (kV) dos condutores distancia
Equipamento
(mm) (mm)
Aberto 10 – 40 2,000
Disjuntor 32 1,473
0,208 - 1
Painel/CCM 25 1,641
Cabo 13 2,000
Aberto 102 2,000
1–5 Disjuntor 13 – 102 0,973
Cabo 13 2,000
Aberto 13 – 153 2,000
5 - 15 Disjuntor 153 0,973
Cabo 13 2,000
Quadro 1 – Fatores de distancia conforme configuração.
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Para este MC, temos que:


K  -0,153
Ibf  50kA (conforme 6840-E-EU-8100001 - DIAGRAMA UNIFILAR
GERAL SUBESTAÇÕES 01, 02 e 03).
T  440V para o maior caso;

O que nos leva a:

I a  27.54kA

De posse da corrente de arco, obtém-se o valor da Energia Incidente Normalizada:

EN  10( K1  K2 1,081log(Ia )0.0011G )

em que:
E N , Energia incidente normalizada em J/cm²;
K1 , Fator de configuração, que em aberto vale -0,792 e quando em
fechado vale -0,555;
K 2 , Fator de aterramento, que o valor quando sólido é -0113 e
isolado vale 0;
I a , Corrente de arco em kA;
G , Distância dos condutores em mm, ver Quadro 1

Neste caso temos que:

K1  0,792 ;
K 2  0,113;
I a (obtida anteriormente);
G , Distância dos condutores em mm, ver Quadro 1

Resultando em:

E N  4,78J / cm 2

Finalmente, o calculo da energia incidente se tem através de:


t 610 x
Ei  4,184C f E N ( )( )
0,2 D
Onde:
Ei , energia incidiente dada em J/cm²;
C f , fator de calculo da tensão (0,208–1kV: 1,5 ou 1-15kV: 1,0);
E N , energia incidente normalizada em J/cm²;
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t , tempo de extinção do arco em s;


x, fator de distancia (Quadro 1);
Neste modelo, tem-se a energia incidente em termos de J/cm2:

Uma vez que temos os seguintes parâmetros para esta equação:

C f  1.5 ;
t  0.002 ;
x  1.641;

Teremos que o valor da energia incidente pelo método da IEEE será:

Ei  18.18 J cm
2

6.3. CONCLUSAO

Os métodos fornecem valores de energia incidente em diferentes unidades, por isso é necessário converte-
los para compara-los. A tabela a seguir relaciona os diferentes graus de risco com os diferentes valores de
energia incidente para cada unidade de medida:

Resistencia Minima
Categoria ao Arco Eletrico
de Risco
J/cm2 cal/cm2
0 5,00 1,2
1 16,74 4
2 33,47 8
3 104,60 25
4 167,36 40
Quadro 2 – Equivalencia de grau de risco conforme energia incidiente.

Ambos métodos fornecem como resultados valores que se encaixam na faixa do grau de risco 2. Portanto, se
2
faz necessária a adoção de EPI com tecido FR de categoria 2, ou seja, ATPV mínimo de 8 cal/cm (ou 33,47
2
J/cm ).

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