no mundo”. Esse era 0 tipo de frase que se lia nos
anos 1970. Essa aparece no relatério citado ante-
riormente. Mas seria possivel criticar essa no¢ao de
crescimento exponencial como se fosse um fator
biolégico e, por isso, natural. Seria possivel com-
preender a propria nogio de “crescimento expo-
nencial” como uma aberragao social, e nio como a
expressao de um principio natural. Pois devemos
lembrar que crescimento exponencial é uma reali-
dade totalmente dependente de um certo tipo
muito especifico de sociedade submetida ao pro-
cesso de acumulacdo capitalista, da produgao feita
para gerar excedente e ampliar exponencialmente
0 consumo.
Etienne Balazs, em um livro sobre a China
intitulado A burocracia celeste, lembrava, mais ou
menos a mesma época, que a China tinha todas as
condig6es tecnoldgicas e cientificas para inventar o
capitalismo no século XIII. Se nao o fez é, entre
outras coisas, porque o Estado fechava as minas
quando as reservas de metal eram suficientes. Ou
seja, faltava-Ihes a nogo de crescimento exponen-
cial como extrac4o continua de mais-valia.
Esse crescimento exponencial, quando aparecer,
sera indissocidvel do desenvolvimento de mercados
mundiais cada vez maiores, da sujeicao colonial, da
explorag&o das condicées de trabalho, do uso de
trabalho nfo pago, com toda a violéncia que isso
implica. Isso nos explica por que as eras vistas por
uns como momentos histéricos de aperfeigoamento
técnico e perfectibilidade humana foram com-
preendidas por outros como momentos de espolia-
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