Tributo Conceito e Classificacoes E1670344289
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DE DIREITO
TRIBUTÁRIO
Tributo: Conceito e Classificações
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
NOÇÕES DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Tributo: Conceito e Classificações
Diego Degrazia e Lis Ribas
Sumário
Apresentação Geral.. .......................................................................................................................................................3
Tributo: Conceito e Classificações.. ........................................................................................................................8
1. Direito Tributário..........................................................................................................................................................8
1.1. Conceito..........................................................................................................................................................................8
1.2. Fontes............................................................................................................................................................................12
2. Atividade Financeira do Estado e as Receitas Públicas. ....................................................................18
3. Tributo..............................................................................................................................................................................21
3.1. Conceito.......................................................................................................................................................................21
3.2. Natureza Jurídica do Tributo.......................................................................................................................... 28
3.3. Classificação dos Tributos. . ............................................................................................................................42
4. Jurisprudência Selecionada. . ..............................................................................................................................54
5. Doutrina Selecionada.............................................................................................................................................56
Resumo................................................................................................................................................................................57
Questões Comentadas em Aula.. ...........................................................................................................................63
Questões de Concurso................................................................................................................................................70
Gabarito............................................................................................................................................................................... 79
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................80
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NOÇÕES DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Tributo: Conceito e Classificações
Diego Degrazia e Lis Ribas
Apresentação Geral
Apresentação – Professor Diego Degrazia
Antes de iniciarmos os comentários sobre o nosso curso, gostaríamos de fazer uma breve
apresentação pessoal.
Como você já deve ter notado – pois estamos escrevendo tudo aqui na primeira pessoa
do plural –, seremos dois a ministrar o curso.
Vou, na 1ª pessoa, explicar isso melhor e já aproveitar para fazer a minha apresenta-
ção: meu nome é Diego Degrazia da Silveira e sou Auditor-Fiscal da Receita Estadual do Rio
Grande do Sul.
Antes disso, fui Assistente Técnico Administrativo do Ministério da Fazenda e trabalhei no
Serviço de Controle e Acompanhamento Tributário – SECAT -, na Delegacia da Receita Fede-
ral de Porto Alegre.
Muito antes, mas muito antes mesmo de tudo isso, fui de tudo um pouco: de jornaleiro
a dono de boteco. Verdade, galera. Até planos de saúde e enciclopédias eu vendi de porta
em porta...
Quando decidi estudar para concursos, lá em 2005, eu tinha um pequeno restaurante em
Porto Alegre que me dava um trabalho hercúleo e uma remuneração espartana.
Essa decisão – de voltar a ser estudante –, como você pode imaginar, revolucionou a mi-
nha forma de viver. Entretanto, me ensinou diversas coisas muito legais e importantes.
Foram quatro anos de plena dedicação que passei estudando para atingir a aprovação.
Imagine: sem grana para passagem, comendo miojo com salsicha direto e copiando das livra-
rias - em cadernos usados - os conceitos da doutrina... sinistríssimo!!!
Entretanto, por mais paradoxal que possa parecer, tudo isso me trouxe muita coisa boa e
muito crescimento.
Posso dizer de carteirinha: foi a MELHOR decisão que eu tomei na minha vida. Estudar
para concursos me tornou um ser humano MUITO melhor em todos os sentidos. Verdade.
A coisa mais importante que a JORNADA me ensinou foi entender que, se a gente se DEDI-
CAR, PERSISTIR e TIVER FÉ, qualquer um consegue tudo, mas tudo mesmo, até aquela quase
inatingível aprovação em um concurso de altíssimo nível.
Eu sei que posso estar soando um pouco como um escritor de autoajuda misturado com
um stand up comedy man, mas eu tinha que falar isso para você.
É que isso é uma constante em todos os papos que eu tenho com a galera que aprova em
concursos de alto nível: todos eles, de uma forma ou de outra, passaram por essas três fases,
a da dedicação, a da persistência e a da fé. Todos.
Sério. Neste caminho, eu aprendi que, quando a gente quer realizar algo de muito bom na
vida, a gente precisa se dedicar. A gente precisa persistir. E, at last but not least, a gente preci-
sa ter fé que essa coisa vai rolar...
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Então, era isso que eu queria trazer para vocês agora no começo do nosso curso e queria
deixar claro que eu não deixei de ser um concurseiro.
Eu falo isso para todos os meus alunos: “gurizada, eu não sou um professor de direito. Eu
sou um CONCURSEIRO que agora tem tempo para se dedicar ao Direito. E mais: que agora
tem a GRANA para comprar todos os livros e cursos que ele sempre sonhou, ehehehehe...”
Como você pode ver, eu continuo me dedicando, persistindo e tendo fé. Só que agora em
um outro objetivo: ajudar você na aprovação.
Por isso, tenha certeza de que estarei aqui do outro lado debulhando doutrinas, concei-
tos, jurisprudências e questões para trazer para você a melhor forma de estudo para obter a
aprovação.
Pode contar seriamente com isso.
Enfim, pra finalizar, listo abaixo as minhas conquistas. Afinal de contas, é MUITO impor-
tante para um concurseiro contar as aprovações. Elas nos seguram no bom caminho:
Auditor-Fiscal da Receita Estadual do Rio Grande do Sul, 2009, classificado na 24ª posição.
Assistente Técnico Administrativo do Ministério da Fazenda, 2009, classificado na
12ª posição.
Analista Judiciário TRT/SC, 2007, classificado na 15ª posição.
Analista de Orçamentos do MPU, 2006; classificado na 1ª posição.
Um abração a todos.
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Atualmente sou Auditora de Controle Externo no TCM/BA, de volta a minha terra natal.
Um conselho: antes de se debruçar sobre os livros, estude sobre o cargo que pretende
ocupar, pois se identificar com a sua atuação será o seu combustível diário.
Foco, fé, disciplina, persistência e abdicação são fundamentais. Assim como organização
e planejamento. Levante a cabeça diante das dificuldades e frustrações, siga adiante, com
garra, afinal, você sabe aonde quer chegar, não é mesmo? Permaneça firme! A aprovação é
certa para quem realmente luta por ela.
E se eu puder dar-lhe mais uma dica, escolha um curso por matéria e tenha ele como a
sua bíblia até a aprovação, complementando-o com questões, letra de lei, e procure outras
fontes quando surgir uma dúvida, essa pesquisa esclarecedora de determinados conceitos
irá consolidar o seu conhecimento.
Do lado de cá, iremos atrás de doutrinas, leis, jurisprudências, questões e casos práti-
cos para trazer os assuntos com clareza e completude para você, independentemente do
seu nível.
Vamos seguir juntos! Vamos compartilhar conhecimento, as angústias e as alegrias da
batalha que venceremos!
Sobre o Curso
No que depender de nós, você estará preparado para prestar o concurso público de Con-
tador, da Defensoria Pública do Estado do Mato Grosso.
Durante a nossa preparação, iremos estudar:
1- Constituição Federal de 1988 – CF/88: Dela retiraremos inúmeros conceitos, regras e
princípios, e faremos a indicação dos seus artigos sobre cada assunto e esquemas para faci-
litar a sua compreensão e memorização. (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicao.htm)
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(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm)
3- Diversas leis: O conteúdo das matérias jurídicas está registrado, em boa parte, em nor-
mas jurídicas. Assim, além da CF/88 e do CTN, utilizaremos leis que tratam sobre assuntos
específicos do Direito Tributário. Ex.: Lei Complementar 116/2003, que dispõe sobre os Im-
postos sobre Serviços.
4- Doutrina: Iremos nos debruçar sobre as principais doutrinas para que possamos pas-
sar para vocês o conhecimento necessário para responder as questões do concurso (Ricardo
Alexandre, Eduardo Sabbag, Leandro Paulsen etc.).
5- Jurisprudência: Traremos o posicionamento dos tribunais para melhor compreensão
de determinados temas e resolução de questões. Em sua maioria, como você verá, os julga-
dos serão do Supremo Tribunal Federal – STF.
6- Esquemas: Organizaremos alguns assuntos com tabelas e desenhos para auxiliar na
fixação da teoria e resolução de questões.
7- Questões: Esse é o maior diferencial para alcance da aprovação, e, por isso, resolvere-
mos centenas de questões até o final do curso.
Ao final da teoria de cada aula, tratemos uma lista de questões comentadas de concur-
sos. Comentaremos questões de outras bancas de forma pontual no corpo do curso, como
CEBRASPE, FGV e FCC, tendo em vista que algumas são importantes para fins de fixação do
conteúdo e tendo em conta a pequena quantidade de questões da banca alvo disponíveis.
Lembre: qualquer dúvida/orientação só mandar um e-mail para professordegrazia@
gmail.com.
Cronograma de Aulas
Nosso curso foi organizado com base no edital do concurso e está adequado para o con-
curso público para provimento de vagas de Contador da Defensoria Pública do Estado do
Mato Grosso.
DPE/MT - Contador - Direito Tributário
PDF CONTEÚDO DATA
Aula 01 Noções de Direito Tributário. 13/06/2022
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1
Há controvérsia se o Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse Privado é, em sua real concepção, um
princípio, tendo em conta que princípios em suas definições não comportam uma superioridade apriorística, necessitando
ser analisada a situação em concreto. Entretanto, tal discussão está mais conectada ao âmbito do Direito Administrativo,
sendo aceito por grande parte da doutrina que tal “princípio” é uma das bases dos ramos do direito público.
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mos para ambos, sendo características desse ramo a manifestação de vontade e a liberdade
contratual.
Como você pode ver, nas relações privadas impera a horizontalidade entre as partes, pois
não há imposição de vontade de uma sobre a outra.
Assim, o Direito Tributário é ramo do Direito Público pois trata de relações em que o Esta-
do atua com superioridade (por meio do seu Poder de Império), exigindo tributos, em atenção
à determinação legal.
Em resumo, o Direito Tributário, ramo do direito público, é a ciência que estuda o conjunto
de regras e princípios inerentes à criação, arrecadação e fiscalização dos tributos.
A compreensão da essência da tributação no país é interessante não só por fazer parte
do rol de disciplinas dos concursos, mas também por se tratar de algo presente na vida de
qualquer um de nós.
Você já parou para pensar que inúmeros episódios do cotidiano geram obrigações
tributárias?
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Poderíamos escrever mais e mais episódios, mas o que está exemplificado já pode dar
uma bela noção para constatarmos (i) a alta frequência dos fatos cotidianos que acarretam a
cobrança de tributos e (ii) a importância do Direito Tributário.
Note o seguinte esquema para fixação:
a) Errada. O Direito Tributário não regula o DESTINO dos valores arrecadados, situação mais
conectada com o Direito Financeiro.
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b) Errada. Também não é objetivo do Direito Tributário regular a conduta dos agentes públicos
no que diz com a condução orçamentária. Ademais, a questão ainda limita o tema à Adminis-
tração Pública Indireta.
c) Errada. Mesmo ponto que foi explicitado na alternativa anterior. Aqui, a assertiva limita
ainda a conduta dos agentes da Administração Direta, o que não é adequado quando falamos
de ramos do Direito Público.
d) Certa. Note que, em que pese a definição não seja a mais adequada conceitualmente, é
a única que pode ser associada ao conceito de Direito Tributário: “Direito Tributário é ramo
do Direito público pois trata de relações em que o Estado atua com superioridade (por meio
do seu Poder de Império), exigindo tributos, em atenção à determinação legal. Em resumo, o
Direito Tributário é a ciência que estuda o conjunto de regras e princípios inerentes à criação,
arrecadação e fiscalização dos tributos.
e) Errada. As leis orçamentárias – em sentido amplo – estão conectadas muito mais ao Direi-
to Financeiro do que ao Direito Tributário.
Letra d.
a) Errada. Quando falamos de Direito Tributário e de Poder de Tributar não ficamos adstritos
às normas constitucionais. Por óbvio que tais diretrizes são a base do sistema tributário,
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porém é sabido que existem diversas outras normas – em especial as leis complementares -
que regulam essa atividade, como o CTN. A própria Constituição delega esse poder à norma
complementar em diversas situações.
b) Certa. O Poder de Tributar, ao ser definido pela Constituição, delimita a ideia de Compe-
tência Tributária. Logo assim, delimita qual parcela dos atos econômicos poderão sofrer a
incidência tributária e quais não
c) Errada. A função tributária do estado não se limita à captação de receitas para fazer frente
aos gastos públicos. Os tributos possuem, inclusive, características extrafiscais que influen-
ciam, deveras, na atividade econômica.
d) Errada. A atividade tributária é interesse da sociedade. Direito Tributário é a ciência que
estuda o conjunto de regras e princípios inerentes à criação, arrecadação e fiscalização dos
tributos. Dessa forma, não podemos dizer que tal ciência estuda apenas as limitações ao po-
der de tributar.
e) Errada. A finalidade do Direito Tributário é regular as relações tributárias de um Estado de
forma adequada à Constituição. A arrecadação de receitas é a consequência de uma submis-
são correta às normas tributárias. Esse, entretanto, não deve ser o único parâmetro utilizado
pelo legislador ou pelo intérprete para verificar se determinada norma está adequada e pro-
porcional. Existem diversos outros princípios a nortear essa atividade.
Letra b.
1.2. Fontes
As fontes do direito tributário representam a origem da identificação de uma relação tri-
butária, as quais se dividem em: reais/materiais e formais.
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Trataremos cada uma das normas em aula específica sobre “legislação tributária”, mas
inicialmente já pontuamos que a Constituição Federal de 1988 – CF/88 (arts. 145 a 162) e o
Código Tributário Nacional – CTN são essenciais para a compreensão da matéria e devem ser
dominados por você -> a leitura delas é fundamental e deve ser frequente.
Sabemos que a Constituição Federal é a norma máxima do Estado e é responsável por or-
ganizar o poder político, dá as diretrizes fundamentais para o funcionamento e a organização
do país, freia a atuação dos governantes e prevê direitos fundamentais para os cidadãos.
É da CF/88 que tiramos os mandamentos fundamentais da tributação no país, quais são
os tributos existentes e quais são os limites inerentes ao poder de tributar do Estado.
Na pirâmide de hierarquia entre as leis, abaixo das normas constitucionais, identificamos
as normas infraconstitucionais (leis em sentido amplo: leis ordinárias e complementares, leis
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De acordo com o que está disposto no artigo 146 da Constituição Federal, cabe à Lei Comple-
mentar dispor sobre os temas delimitados no enunciado.
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Art. 146. Cabe à lei complementar:
I – dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Dis-
trito Federal e os Municípios;
II – regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III – estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados
nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas
de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art.
155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art.
239. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime
único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, observado que: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
Letra d.
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d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas
de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art.
155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art.
239. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime
único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, observado que: (Incluído pela Emenda Constitucional n. 42, de 19.12.2003)
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Repare que para essas normas serem editadas é necessário que haja uma lei anterior
(uma das espécies de fonte primária) que trate sobre o assunto, pois, ao fim e ao cabo, essas
normas secundárias retiram seu fundamento de validade da norma primária imediatamen-
te superior.
Além das normas jurídicas, o costume, a jurisprudência e a doutrina são fontes do Direito,
em geral. Assim, são também fontes do Direito Tributário:
Costume: práticas reiteradas pela sociedade com a convicção de obrigatoriedade (em
fontes formais também vimos os costumes como fonte do Direito Tributário, em razão de o
CTN prever como norma secundária “práticas reiteradas das autoridades administrativas”).
Jurisprudência: conjunto de decisões judiciais proferidas em um mesmo sentido de forma
reiterada (repetitiva), que, inclusive, será utilizada em nosso curso para explicitarmos a apli-
cação de determinados institutos e dispositivos vigentes no ordenamento jurídico brasileiro.
Doutrina: é o conjunto de pesquisas e teses construídas por cientistas do Direito para ex-
posição, ensinamento e compreensão de temas jurídicos.
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Os tributos são, efetivamente, a principal receita financeira do Estado, classificando-se como re-
ceita derivada (porque deriva do patrimônio do privado) e compulsória (uma vez que, decorrendo
de lei, independem da vontade das pessoas de contribuírem para o custeio da atividade estatal.
(Leandro Paulsen, 2013)
Tributos são receita derivada e têm por finalidade a obtenção de recursos para custear as
atividades do Estado.
Certo.
Tributos são receita derivada, assim eliminamos de plano as alternativas A e B, que trazem
exemplos apenas de receitas derivadas.
A alternativa C traz exemplos de exações não tributárias, decorrentes de contratos, o que não
nos permite assumir serem receitas derivadas do poder de polícia.
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A alternativa D, por sua vez, é o gabarito. O tributo é receita derivada e a tarifa, exação derivada
de contrato, em que a utilização do patrimônio público enseja a contraprestação do particu-
lar, caracteriza-se como receita originária.
Por fim, a Alternativa E inverte as ordens de classificação.
Letra d.
3. Tributo
3.1. Conceito
Feitas as considerações iniciais sobre a matéria, começaremos agora o estudo dos tri-
butos e a sua previsão no nosso ordenamento jurídico.
Tributo é uma espécie de receita derivada, oriunda do exercício do Poder de Império
do Estado.
É a Constituição Federal quem delimita juridicamente esse poder de fato, atribuindo
competência para os entes políticos instituírem os seus tributos (veremos com mais calma
esse tópico mais adiante, mas é bom você já ir se familiarizando com o tema).
Ademais, a Constituição também informa qual será o normativo competente para definir
o que são e quais serão os tributos do nosso sistema tributário.
Vamos dar uma olhada no artigo 146, III, a da CF/88:
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitui sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
Note que o tributo é uma prestação, ou seja, o objeto de uma obrigação. Essa ideia
vem lá do Direito Civil, do Direito das Obrigações, quando se estabelece uma relação entre
partes ativas e passivas. O objeto, ou seja, o que decorre dessa relação obrigacional é uma
prestação.
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No âmbito do Direito Tributário, vamos falar mais à frente no nosso curso sobre a obriga-
ção tributária. Por agora, é importante você entender que o tributo é uma prestação que possui
características peculiares.
Logo assim, para que algo seja considerado um tributo é preciso que ele obedeça a todos
os aspectos relacionados no artigo 3º do CTN.
Para melhor compreensão, dividiremos a análise desse dispositivo em tópicos. Mas além
de compreender que o tributo deve se enquadrar em todos os tópicos explanados, memorize
o conceito previsto no art. 3º pois ele é amplamente cobrado em provas pela sua literalidade.
Vejamos.
Para realizar as suas finalidades precípuas, o Estado necessita captar recursos para custeio.
Para tanto, o dinheiro arrecadado também vem em forma de tributo, sendo ele represen-
tado pela obrigação de pagar dinheiro ao Estado para que este possa pagar suas despesas,
como salários de servidores políticos, construção de estradas e hospitais, compra de mate-
riais para prestação de serviços, custo de energia elétrica dos seus prédios etc.
As pessoas têm inúmeras obrigações diante do Estado, mas nem todas elas se resumem
em pagar tributo. Há casos em que se exige do cidadão a prestação de serviço militar obriga-
tório, o comparecimento ao Tribunal do Júri para atuar como jurado, trabalhar como mesário
nas eleições.
E essas obrigações são tributos? O legislador afirma que tributo é prestação pecuniária
“em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir”, assim, como tais obrigações são não pe-
cuniárias, certamente não são consideradas tributo, pois não é possível quantificá-las em
dinheiro e nem em moeda.
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NOÇÕES DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Tributo: Conceito e Classificações
Diego Degrazia e Lis Ribas
Se temos uma dívida de R$ 100,00, o ideal é que o seu pagamento seja feito mediante a
entrega de dinheiro vivo, de transferência bancária, de emissão de cheque e outras formas de
pagamento à vista.
Com o pagamento do tributo devemos utilizar o mesmo raciocínio.
Com a previsão no CTN de que tributo é prestação pecuniária, quis o legislador registrar
que no ordenamento jurídico brasileiro não é aceito o tributo in labore (em trabalho, em servi-
ços) e nem o tributo in natura (em bens).
Já pensou passar no caixa do supermercado e ter que deixar metade da picanha para
pagar o ICMS incidente? Pois é. Isso não acontece no Brasil, em face do disposto no artigo
3º do CTN.
Note bem. Em face do que está expresso no artigo 3º, nunca o tributo poderá ser previsto
abstratamente como um trabalho ou como uma entrega de bens.
O tributo deverá estar previsto como uma obrigação de dar moeda ou algo cujo valor pos-
sa se exprimir em moeda.
Quando o legislador afirmou que o tributo é prestação pecuniária “em moeda ou cujo valor
nela se possa exprimir” ele levou em consideração dois aspectos em relação à aceitação do
dinheiro e sua expressão em moeda: a) há bens que podem ser quantificados monetariamen-
te e revertidos em dinheiro para pagamento de suas despesas; b) o mercado econômico sofre
alterações que podem influenciar no valor do dinheiro, como a inflação.
Poderemos ter aí, então, incluído o conceito de um índice atualizável para substituir o va-
lor inicial do tributo devido, como é comum de acontecer com as Unidades de Padrão Fiscal,
índices que refletem, por exemplo, a variação da inflação. Não esqueça que o CTN foi publica-
do em 1966, período em que havia muita inflação. A de 1965, por exemplo, foi de 34%. Então
era realmente necessário inserir essa possibilidade no cálculo do tributo devido.
Sobre a possibilidade de aceitação de coisa distinta de dinheiro para extinção do crédito
tributário, é importante falarmos da Lei Complementar n. 104, editada em 2001, que acrescen-
tou o art. 156, XI, do CTN, como mais uma forma de extinção do crédito tributário: a dação em
pagamento em bens imóveis.
Essa previsão levantou a dúvida se então teria o legislador alterado a sua disposição de
que o tributo só poderia ser algo expresso em moeda.
Mas não. A intenção continua a mesma, afinal o imóvel tem seu valor perante o mercado e
pode ser quantificado em moeda, e isso é autorizado pelo CTN. Trataremos do tema com mais
profundidade em aula específica sobre a extinção do crédito tributário.
Perfeito sobre esse ponto?
Vamos então à segunda consideração do tópico: o legislador também quis dizer - ao afir-
mar que tributo deve ser previsto “em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir” – que
existe a possibilidade de aplicação de indexadores fiscais para determinar o valor devido pelo
contribuinte. O referido indexador é conhecido como Unidade de Referência Fiscal – UFIR.
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Tributo: Conceito e Classificações
Diego Degrazia e Lis Ribas
Hoje em dia pouco se utiliza a UFIR, mas como a Secretaria de Fazenda do Estado do Rio
de Janeiro (SEFAZ–RJ) ainda a utiliza para realizar atualização monetária de alguns valores a
receber, traremos o exemplo do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quais-
quer Bens ou Direitos – ITD. A Lei 7.175/2015 do RJ prevê:
Art. 26. O imposto é calculado aplicando-se, sobre o valor fixado para a base de cálculo, conside-
rando-se a totalidade dos bens e direitos transmitidos, a alíquota de:
I – 4,0% (quatro e meio por cento), para valores até 70.000 UFIR-RJ.
Nesse sentido, para transformar esse valor de 70.000 UFIR-RJ em reais, vamos ver quan-
to vale cada UFIR? Nos termos da Resolução da SEFAZ-RJ n. 101/2019, em 2020 uma UFIR
equivale a R$3,555. Logo, para bens/direitos transmitidos que valham até R$248.850,00, a
alíquota do ITD será de 4%.
Percebeu então que a utilização da UFIR respeita a previsão legal de que o tributo é pres-
tação pecuniária em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir?
B) Prestação Compulsória
Afirmar que o tributo é uma prestação compulsória tem relação direta com o fato de que
as relações tributárias estão sujeitas ao regime de direito público, em que o Estado atua com
o seu poder de império obrigando o contribuinte a pagá-lo.
Além da referência ao regime de direito público, devemos lembrar que o tributo é uma re-
ceita derivada, que são cobradas pelo Poder Público ao utilizar a sua força como Estado para
obrigar as pessoas a fazer aquilo que ele deseja.
Segundo a CF/88, art. 5º, II, “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coi-
sa senão em virtude de lei”.
Sabemos que os mandamentos para nascimento do tributo sujeitam-se ao princípio da
legalidade, de forma que, uma vez que exista uma lei vigente no nosso país que obrigue ao
seu pagamento, não há nenhuma liberdade às pessoas para escolher se irão ou não o pagar.
A cobrança do tributo nasce quando a pessoa (física ou jurídica) pratica um fato previsto
em lei que gera a obrigação de pagar tributo. Não pode haver aqui, no núcleo da prática do
ato, a ilicitude.
Se o ato em si for ilícito, não poderá ser tributo.
Entretanto, é possível que exista ilicitude em conduta do sujeito passivo relacionada com
o ato de pagar o tributo, quando, por exemplo, paga em atraso e, por isso, é multado.
Havendo ilicitude em paralelo à cobrança do tributo, o infrator será penalizado.
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Diego Degrazia e Lis Ribas
Note bem. A ocorrência do fato gerador pode decorrer de um ato ilícito. O que não pode
ocorrer é ser o próprio fato gerador tributário um fato ilícito. O núcleo da ação é essencial
nesse ponto.
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Tributo: Conceito e Classificações
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Por exemplo, o comércio de drogas ilícitas não pode ser tributado pelo ICMS – que possui
como núcleo uma “operação de circulação de mercadorias”, entretanto a renda auferida pelo
traficante pode – e deve – ser tributada pelo imposto de renda.
O importante aqui é entender que a renda é decorrente da atividade ilícita, mas seu nú-
cleo tributário – auferir renda, não se confunde com a atividade ilícita – comercializar dro-
gas ilícitas.
A lei tem o poder de inovar na ordem jurídica criando direitos e obrigações às pessoas que
praticarem o fato nela previsto.
A lei é uma norma dotada de generalidade (por obrigar, indiscriminadamente, a quantos
venham a se situar sob sua incidência) e de abstração (por disciplinar abstratamente as situ-
ações sujeitas ao seu comando normativo).
No item c deste capítulo, expusemos que o tributo é uma prestação compulsória, de for-
ma que este tipo de obrigação sempre decorre de lei. A previsão de que o tributo é prestação
instituída em lei confirma a referida afirmação, pois há correlação entre a compulsoriedade e
a legalidade.
Ao sujeitar a instituição de tributos à reserva legal, o legislador quis afirmar que a institui-
ção de tributos somente se dará por meio dos atos normativos que tenham força de lei como
leis ordinárias, leis complementares, até medidas provisórias.
Conforme previsão do texto constitucional, no seu art. 150, inciso I, a instituição e a ma-
joração de tributos devem ser previstas em lei, de forma que para considerar que as medidas
provisórias agem como tal, destacamos o art. 62.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.
...
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provi-
sórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
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Tributo: Conceito e Classificações
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ser criados por medida provisória, desde que a Constituição não requeira lei complementar
para sua instituição.
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo
lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do
fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do
tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de
responsabilidade funcional.
Não há liberdade nesse ponto e o CTN é até um tanto redundante ao tratar da matéria.
Se o ato é vinculado, não há discricionariedade. Logo, dizer que a atividade administrativa
é PLENAMENTE vinculada acaba sendo mais do mesmo. Não existe ato vinculado que não
seja plenamente vinculado.
Mas, enfim. Como veremos no curso, o CTN é um código cheio de peculiaridades.
Para finalizar esse ponto, nunca é demais reforçar que, para que algo seja considerado
tributo, precisa estar adequado a todas as características do artigo 3º do CTN.
Vamos resolver uma questão sobre o tema:
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Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitui sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade ad-
ministrativa plenamente vinculada.
Letra d.
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cada na norma que se constata a natureza jurídica do tributo, ou melhor, qual é a espécie de
tributo gerado.
A maioria dos cidadãos brasileiros sequer sabe que há diversas espécies de tributo no
país, achando que a tributação aqui se resume a impostos.
Como veremos, os impostos representam apenas uma das espécies tributárias, de forma
que iremos aprender a identificar todas elas.
A forma como determinamos a natureza jurídica de um tributo está prevista no art. 4º do
Código Tributário Nacional.
Mas vamos com calma aqui.
Antes de mais nada, é preciso relembrar que o CTN foi promulgado ANTES da Constituição
Federal de 1988, sob a égide da Constituição de 1946.
Naquele momento, vigia no nosso ordenamento jurídico uma teoria que entendia a exis-
tência de apenas três espécies tributárias, que era a chamada teoria tripartida ou tripartite.
É com esse olhar que devemos analisar o disposto no CTN, em especial o seu artigo 4º,
que trata da delimitação da natureza específica de cada espécie tributária. Vamos ao dispo-
sitivo legal:
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obri-
gação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I – a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II – a destinação legal do produto da sua arrecadação.
Nesse sentido, pouco importa o nome e as características formais que a lei adota e a des-
tinação do valor arrecadado, o importante para a identificação do tributo é mesmo a ocorrên-
cia do fato efetivamente praticado por alguma pessoa que gere a obrigação tributária. Logo, o
FATO GERADOR (e somente ele) é quem determina a natureza jurídica do tributo.
Ainda vamos falar um pouco mais sobre a distinção entre fato gerador e hipótese de inci-
dência, mas por agora já podemos definir que é esse conceito delimitado na lei, a ser realizado
pelo contribuinte no plano fático, quem definirá qual espécie de tributo será devida.
E, lembrando, o CTN entende que existem apenas três espécies deles. Note a redação do
artigo 5º:
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Partindo da redação desse dispositivo, conclui-se facilmente que o CTN adota a teoria
tripartida para determinar quais são as espécies existentes de tributo, de forma que para a
determinação da natureza jurídica de cada um se aplica o art. 4º, CTN, conforme o fato gera-
dor delimitado no plano abstrato.
Esse dispositivo do artigo 4º está, por sua vez, muito conectado com a concepção que o
CTN traz de cada um dos seus tributos (impostos, taxas e contribuições de melhoria).
Assim, é preciso entender o que é um imposto (art. 16), o que é uma taxa (art.77) e o que
é uma contribuição de melhoria (art. 81) para o CTN, antes de avaliarmos o seu fato gerador
e a sua natureza jurídica.
Na próxima aula, vamos estudar esse tema com mais afinco, porém é importante que você
já vá se familiarizando com o tema.
Um imposto é, na definição do Código:
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios,
no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de
polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto à sua disposição.
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pe-
los Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de
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obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada
e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
Logo, se uma lei municipal prevê que o fato de transmitir a propriedade de bens imóveis
de uma pessoa viva para outra acarreta a cobrança de um tributo, essa situação é que definirá
qual a espécie tributária em questão.
A mesma coisa irá acontecer se houver previsão legal de um tributo cobrado em face de
uma atividade da administração pública, como a emissão de uma licença.
De acordo como CTN, nas duas situações será preciso avaliar o fato gerador, tendo por base
o conceito dos três tributos para a conclusão de qual espécie estamos tratando nos exemplos.
Assim, pode-se concluir que teremos um IMPOSTO na primeira situação, pois estamos fa-
lando aqui de uma situação independente de qualquer atividade estatal específica e uma TAXA
na segunda, tendo em conta a atividade estatal relacionada com o exercício do poder de polícia.
Note que quando o legislador afirmou, no artigo 4º, inciso I, que pouco importa o nome
dado ao tributo, ele quis dizer que o ente tributante poderia chamar essas duas situações de
contribuição de melhoria, o que não alteraria a sua natureza jurídica de imposto e taxa, res-
pectivamente, e a aplicação das normas relativas a esses tributos.
Já quanto ao artigo 4º, inciso II, do CTN, que afirma que a determinação da natureza jurídi-
ca do tributo independe da destinação legal do produto da sua arrecadação, veremos que esta
não se encaixa para todos os tipos de tributo, só para os previstos no CTN: impostos, taxas e
contribuições de melhoria.
Quando tratamos sobre as fontes do Direito Tributário, falamos que o CTN foi elaborado
antes da nova CF/88. Assim, a Lei Maior trouxe novidades, dentre elas a previsão de mais
duas espécies tributárias que não possuem definição no CTN.
Da leitura do art. 145 da CF, parece à primeira vista que esta norma também entende que
as espécies tributárias são só aquelas três previstas no CTN:
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:
I – impostos;
II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de
serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
Ocorre que ao ler outros dispositivos presentes no capítulo “Sistema Tributário Nacional”
é possível constatar que há mais dois tipos de tributos: a) empréstimos compulsórios – art.
148, CF; b) contribuições especiais – art. 149, CF e 149-A, CF;
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa
ou sua iminência;
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II – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observa-
do o disposto no art. 150, III, “b”.
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no do-
mínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento
de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
Ao avaliar o que estava previsto nos dispositivos na CF/88, o Supremo Tribunal Federal
considerou que essas contribuições especiais e os empréstimos compulsórios seriam, sim,
espécies tributárias e adotou uma nova teoria, a teoria pentapartida (pentapartite/quinqui-
partida), que entende presentes no ordenamento cinco espécies de tributos e não três como
adotado pelo CTN.
Note o excerto retirado do Recurso Extraordinário n. 146.733, julgado pelo Plenário do
STF em 1992:
JURISPRUDÊNCIA
De fato, a par das três modalidades de tributos (os impostos, as taxas e as contribuições
de melhoria), a que se refere o art.145 para declarar que são competentes para instituí-
-los a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, os arts. 148 e 149 aludem
a duas outras modalidades tributárias para cuja instituição só a União é competente: o
empréstimo compulsório e as contribuições sociais.
Como se pode inferir, tal situação gerou algumas controvérsias, em especial no que diz
com as disposições do artigo 4º do CTN.
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Tal consideração sobre essas espécies nos leva a concluir que elas estão em contrarieda-
de ao disposto no CTN, que entende a destinação legal do tributo irrelevante para a definição
de sua natureza jurídica. Mas percebemos que é compreensível que a normal geral tributá-
ria (CTN) tenha desconsiderado essa característica inerente aos empréstimos compulsórios
e às contribuições especiais, pois quando ela foi elaborada esses tributos ainda não eram
considerados espécies tributárias, conforme a constituição vigente quando da elaboração do
CTN (1966).
Estudaremos na próxima aula as peculiaridades de cada espécie e veremos que a lei que
instituir as contribuições especiais e os empréstimos compulsórios deverá também prever
a sua destinação legal específica, em atenção ao texto constitucional. Caso a lei que o crie
ignore o seu destino, certamente terá sua inconstitucionalidade declarada.
A título de exemplo, no caso dos empréstimos compulsórios, a CF/88 no art. 148, pará-
grafo único, destacou com clareza que sua destinação é relevante para a sua determinação:
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
...
Parágrafo único: A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vincula-
da à despesa que fundamentou sua instituição.
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Fica instituída contribuição social sobre o lucro das pessoas jurídicas, destinada ao financiamento
da seguridade social.
Ao se deparar com esta situação, em que o destino do tributo é determinante para cons-
tatarmos a sua natureza jurídica, vemos com clareza que o art. 4º foi parcialmente não recep-
cionado pela Constituição Federal de 1988 apenas no que se refere às contribuições espe-
ciais e aos empréstimos compulsórios.
Quando avaliamos o artigo 4º à luz do CTN e das espécies tributárias lá previstas, ele con-
tinua plenamente aplicável.
Preste bem atenção nisso!
Assim, temos DUAS grandes teorias relacionadas às espécies tributárias que são impor-
tantes para concurso: a teoria TRIPARTITE (CTN) e a teoria PENTAPARTITE (STF e CF/88).
Os autores que adotam a teoria tripartite, entretanto, não ignoram a presença dos em-
préstimos compulsórios e das contribuições. Eles apenas entendem que tais exações terão
natureza jurídica de taxas ou impostos, a depender do fato gerador previsto em lei.
É preciso falar também que existem doutrinadores que entendem que as contribuições
especiais e as contribuições de melhoria são espécie de um só grupo intitulado “contribui-
ções”, e, por isso, as espécies tributárias, sob essa perspectiva, são: (i) impostos; (ii) taxas;
(iii) contribuições; (iv) empréstimos compulsórios.
Logo, ainda temos presente uma outra teoria, não muito cobrada em concursos públi-
cos: a teoria quadripartida (veja ao final, na seção JURISPRUDÊNCIA, o RE 138.284 que tra-
ta do tema).
Importante destacar, por fim, que já foi adotada a teoria bipartite/dualista/clássica, a qual
considera que há somente duas espécies de tributos: (i) impostos; e (ii) taxas (taxas e con-
tribuições de melhoria). E para identificar qual deles nasce em razão de um fato gerador,
avalia-se a atuação estatal, classificando-o em tributos vinculados (taxas e contribuições de
melhoria) e não vinculados (impostos). Veremos que essa classificação ainda é utilizada para
efeitos didáticos, mas hoje não mais para identificação das espécies tributárias realmente
existentes.
Em resumo, a natureza jurídica é definida pelo fato gerador, sendo irrelevantes a deno-
minação, bem como as características formais adotadas em lei, e, no que diz com impostos,
taxas e contribuições de melhoria, a destinação legal do produto da arrecadação.
Quanto à destinação legal do tributo, vimos que, ao reconhecermos a aplicabilidade da
teoria pentapartida, o destino legal é relevante para identificarmos os empréstimos compul-
sórios e as contribuições especiais.
Importante destacarmos, ainda, que, tendo em vista que os tributos são arrecadados e
destinados à conta do Estado, e utilizados para prestação de suas atividades, o STF e o STJ
concluíram que o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS não é um tributo.
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Note que o FGTS é um valor que fica em uma conta vinculada ao nome do empregado,
de modo que, embora seja uma prestação pecuniária, instituída em lei, cobrada por meio de
atividade vinculada, não fica à disposição do Poder Público.
Nesse sentido, o STJ consolidou o referido entendimento por meio da edição da Súmula 353:
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 353 - “As disposições do Código Tributário Nacional não se aplicam às contri-
buições para o FGTS”.
O art. 4º do CTN afirma que a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato
gerador, sendo irrelevantes para qualificá-la (i) a denominação e características formais pre-
vistas em lei, e (ii) a destinação do recurso arrecadado.
Letra c.
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Questão simples. O termo TRIBUTO é gênero que comporta as seguintes espécies, de acordo
com o CTN: impostos, taxas e contribuições de melhoria.
Já a Constituição Federal de 1988 trouxe para dentro dessa classificação mais duas espécies
tributárias: as Contribuições Especiais e os empréstimos compulsórios.
Letra e.
De acordo com o artigo 16 do CTN, a exação tributária que independe de qualquer atividade
estatal específica é o IMPOSTO. Veremos mais adiante, ainda nesta aula, que por essa defini-
ção o imposto é um tributo NÃO VINCULADO.
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Letra b.
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d) o tributo só pode ser criado por lei, mas existem exceções como os impostos de importa-
ção e o imposto sobre produtos industrializados, que podem ser criados por decreto.
e) o dever de pagar o tributo é imposto pela lei, independentemente da vontade das partes
envolvidas.
Note que o examinador quer a assertiva INCORRETA. Em que pese isso, convém ressaltar que,
em nossa opinião, há algumas assertivas que estão incorretas. Para ser considerada tributo,
a exação precisa se adequar a TODOS os conceitos previstos no artigo terceiro do CTN e não
a apenas algumas partes dele.
Assim, as assertivas B e C estariam incompletas e, por sua vez, incorretas, bem como a as-
sertiva D estaria incorreta, pois o tributo só pode ser criado por lei, sem exceções. A banca
entendeu que a mais incorreta delas seria a D e a delimitou como gabarito. Ficam as nossas
ressalvas.
a) Certa. Essa é a literalidade do CTN em seu dispositivo:
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
b) Considerada certa pela banca. Em que pese esteja em parte adequada ao disposto no CTN,
não se pode afirmar que tributo seja apenas “prestação pecuniária em moeda ou cujo valor
nela se possa exprimir”.
c) Considerada certa pela banca. Em que pese esteja em parte adequada ao disposto no CTN,
não se pode afirmar que tributo seja apenas uma “prestação que não pode se constituir em
sanção de ato ilícito”.
d) Errada. Realmente, não existe exceção no que diz com a instituição de tributos. Ela deve
ser feita necessariamente por ato com força de lei. Seria a alternativa “mais errada” de todas,
digamos assim.
e) Certa. Tributo é uma obrigação ex-lege, ou seja, imposta pela lei e independe da vontade
das partes.
Letra d.
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mercadorias, desde que reste configurada a hipótese de incidência do referido tributo, qual
seja, a circulação dessas mercadorias, para que possa ele ser exigido.
c) nem toda prestação pecuniária prevista em lei constitui tributo, mas somente aquelas que
reúnam o conjunto dos requisitos previstos na definição de tributo, consoante o Código Tri-
butário Nacional.
d) o Estado exige os tributos compulsoriamente das pessoas, portanto, a obrigação de pagar
tributos não decorre da vontade do contribuinte, sendo esta, aliás, irrelevante nessa matéria.
e) embora sendo uma obrigação de direito público, absolutamente indisponível por parte da
administração, admite-se, desde que haja a respectiva previsão legal, a delegação dessa obri-
gação a outras pessoas jurídicas, como empresas públicas e sociedades de economia mista.
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fisca-
lizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária,
conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da
Constituição.
Letra e.
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c) são espécies tributárias, entre outras, imposto, taxa, contribuição em favor de categoria
profissional, preço público e contribuição de intervenção no domínio econômico.
d) tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda, ou cujo valor nela se possa ex-
primir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
e) tributo é a prestação pecuniária compulsória, em moeda, ou cujo valor nela se possa expri-
mir, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, que
não constitua sanção de ato ilícito, ressalvado o caso de ato ilícito que requeira reparação em
virtude de guerra.
a) Errada. A compensação financeira aos Estados pela exploração de petróleo, prevista na CF,
art. 20, §1º, NÃO é espécie tributária.
b) Errada. É possível que um tributo requeira uma atividade estatal específica, como a con-
tribuição de melhoria. No caso, o examinador trocou o termo IMPOSTO pelo termo TRIBUTO.
c) Errada. Veremos nas próximas aulas que o preço público não se confunde com a taxa e, por
isso, não possui natureza de tributo.
d) Certa. É a exata definição do artigo 3º do CTN.
e) Errada. De acordo com o artigo 3º do CTN, não existe a ressalva ao final da assertiva em
caso de reparação em virtude de guerra.
Letra d.
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Tributo: Conceito e Classificações
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a) Errada. O conceito de tributo é determinado pela LEI – ou seja, pelo CTN - e não pela Cons-
tituição Federal.
b) Errada. A natureza jurídica específica do tributo é determinada pela LEI – ou seja, pelo CTN
- e não pela Constituição Federal.
c) Errada. As espécies delimitadas pela lei, no CTN, são apenas três: impostos, taxas e con-
tribuições de melhoria. O CTN, nesse ponto, adotou a teoria tripartida. A Constituição, por sua
vez, de acordo com a interpretação dada pelo STF, adotou a teoria pentapartida, incluindo no
conceito de tributo as contribuições especiais e os empréstimos compulsórios. Assim, não
fica completamente correto dizer que tais espécies tributárias são delimitadas tanto legal
quanto constitucionalmente. Aí está o erro da assertiva.
d) Certa. Nessa assertiva é possível dizer que a definição é tanto constitucional quanto legal:
note a redação do artigo 145 da Constituição e do artigo 77 do CTN:
CF/88
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:
...
II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de
serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
...
§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.
CTN:
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios,
no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de
polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto à sua disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspon-
dam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas.
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Tributo: Conceito e Classificações
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c) da denominação.
d) da fixação do agente arrecadador.
e) das peculiaridades dos sujeitos ativo e passivo da obrigação.
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obri-
gação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I – a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II – a destinação legal do produto da sua arrecadação.
Letra a.
a) Errada. O fato gerador não pode se confundir, em seu núcleo, com situação ilícita, mas pode
sim decorrer dela, como no caso da tributação pelo IR de rendas obtidas de forma ilegal.
b) Errada. A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da obriga-
ção tributária. Apenas em casos especiais, como nas contribuições especiais e nos emprés-
timos compulsórios, a destinação legal será levada em consideração de forma excepcional.
c) Errada. Não se admite a previsão de tributo in labore, tendo em conta as delimitações do
artigo 3º do CTN.
d) Errada. As taxas não se confundem com as tarifas. Enquanto as primeiras possuem natu-
reza tributária, as últimas não a possuem.
e) Certa. Essa é a definição da característica extrafiscal dos tributos.
Letra e.
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Já foi dito no decorrer desta aula algumas vezes que os tributos são instituídos pelo Esta-
do com a finalidade de arrecadar recursos para financiar os seus gastos. Ocorre que este não
é o único objetivo perseguido pelo Estado ao instituir um tributo.
Quando a principal razão da sua instituição é a arrecadação, a obtenção de recursos para
os cofres públicos, diz-se que o tributo possui finalidade fiscal predominante. Ex.: Imposto
sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR); Imposto sobre Serviços (ISS).
Já se a principal função do tributo instituído for regular algum setor econômico ou social,
influenciando o comportamento dos contribuintes, estaremos diante de um tributo com fina-
lidade extrafiscal predominante.
Vejamos a definição redigida por Leandro Paulsen sobre o assunto:
Diz-se que se trata de um tributo com finalidade extrafiscal quando os efeitos extrafiscais são ape-
nas uma decorrência secundária da tributação, mas o deliberadamente pretendido pelo legislador
que utiliza do tributo como instrumento para dissuadir ou estimular determinadas condutas.
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Quando o tributo tem objetivo parafiscal, entende-se que o ente tributante o institui por
meio de lei, mas confere a capacidade tributária ativa de arrecadação, fiscalização e adminis-
tração da quantia a uma entidade ou órgão, com o intuito de que este exerça uma atividade
que não é típica de Estado, mas que é relevante para a sociedade.
Ex.: Contribuição cobrada pelos órgãos fiscalizadores dos conselhos de classe, como o Con-
selho Regional de Medicina – CRM.
Imaginemos: i) a União elabora e publica uma lei criando uma contribuição a ser paga
por um médico (profissional); ii) a União cria Conselhos Regionais de Medicina (autarquias);
iii) a função dos CRMs é fiscalizar a atuação dos médicos naquela região. A União então não
arrecada nem fiscaliza diretamente as contribuições profissionais, ela concede as referidas
atividades ao CRM.
Assim, quando falamos em tributos parafiscais,(essa denominação já está em desuso,
mas aparece em provas ocasionalmente) falamos em tributos que são arrecadados, fiscali-
zados e utilizados por pessoa distinta da responsável pela sua criação.
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Note, antes de mais nada, que existem duas assertivas iguais na questão, a A e a D. Ademais,
não podemos dizer que os impostos não possuem caráter extrafiscal. Todo imposto possui
um caráter extrafiscal, por menor que seja.
A alternativa C nos traz como exemplo uma contribuição que, por sua natureza, já impõe seu
caráter extrafiscal.
Assim, ficamos apenas com a alternativa E como possível resposta, mesmo entendendo atu-
almente que a Taxa de Iluminação Pública não pode ser instituída sob pena de ser considera-
da inconstitucional, o que ainda veremos no decorrer do nosso curso.
Letra e.
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Repare que o artigo constitucional supratranscrito traz algumas exceções, as quais, inclu-
sive, serão objeto de estudo no nosso curso, na parte em que trataremos sobre a “Repartição
Constitucional das Receitas Tributárias”.
No que se refere às taxas, espécie de tributo claramente previsto no CTN, estudamos que
sua destinação legal é irrelevante para determinação da sua natureza jurídica.
Embora irrelevante para a sua identificação, o legislador pode prever que o valor arrecada-
do a título de taxa tenha destino certo. Assim, taxas poderão, a critério do legislador, ter sua
arrecadação vinculada ou não a determinada despesa, fato que em nada irá influenciar em
sua natureza jurídica.
Há, inobstante isso, um caso peculiar de taxa com arrecadação necessariamente vinculada.
A CF/88, em seu art. 98, §2º, determinou que “as custas e emolumentos serão destinados
exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça”.
Sendo essas “custas e emolumentos” uma taxa judiciária, concluímos então que é uma
taxa de arrecadação vinculada constitucionalmente delimitada, de forma que - especifica-
mente nesse caso – a taxa deverá ser instituída com arrecadação vinculada ao custeio dos
serviços afetos às atividades específicas da Justiça, já que foi assim que a CF/88 determinou.
Note que, de qualquer forma, as taxas não poderão ter sua arrecadação vinculada a pes-
soas jurídicas de direito privado. Só poderão ser vinculadas a entidades de direito público ou
fundos públicos, sempre relacionados à atividade que gerou a taxa.
Em relação às contribuições de melhoria, veremos que elas são instituídas pelo ente
tributante somente quando ocorre a valorização imobiliária decorrente de realização de
obras públicas.
Se a criação do referido tributo se dá só depois de já ter o Estado realizado a sua ativi-
dade (obra pública), então certamente a arrecadação da contribuição de melhoria será não
vinculada nesse ponto, pelo simples fato de que a sua receita não servirá mais para custear
a obra. Nada impede, entretanto, que o legislador ordinário opte por vincular o recurso a uma
outra despesa.
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Agora o que importa não é mais se a arrecadação do tributo cobrado está vinculada ao
financiamento de uma atividade/despesa estatal.
Para identificar se um tributo é vinculado ou não vinculado, o que se deve considerar é se o
nascimento da obrigação tributária está vinculado a uma atuação do Estado.
O tributo vinculado é aquele em que a norma legal prevê que o fato gerador de um tributo
está vinculado a alguma ação realizada pelo Poder Público relativa ao contribuinte.
Veremos na aula seguinte que as taxas podem ser instituídas pelo ente tributante por dois
motivos: (i) se ele prestar serviço público específico e divisível; e (ii) se ele exercer o poder
de polícia.
Assim, ao analisar as razões de criação da taxa, percebe-se, claramente, que ela é tributo
vinculado à prestação de alguma atividade pelo Poder Público.
Veremos também que a contribuição de melhoria é instituída pelos entes políticos quan-
do eles realizam uma obra, e dessa obra resulta na valorização do imóvel do contribuinte. Da
análise do fato gerador desse tributo, percebe-se também que há uma ação praticada pelo
Estado que tem relação direta com o nascimento do tributo. Logo, as contribuições de melho-
ria são tributos vinculados.
Por haver contraprestação estatal, por haver referibilidade da atividade estatal em relação
ao contribuinte, afirma-se que os tributos vinculados são contraprestacionais e retributivos.
Já os tributos não vinculados nascem independentemente de qualquer atuação estatal.
A hipótese de incidência desses tributos leva em consideração tão somente a prática da
conduta pelo contribuinte, como é o caso dos impostos. Se a pessoa aufere renda, paga IR; se
a indústria produz produtos, paga IPI; se a pessoa importa alguma mercadoria, é obrigada a
pagar II. Assim, nesses casos não há vinculação a qualquer atividade estatal em contraparti-
da à cobrança do tributo.
Viu que nesses casos não houve nenhuma atividade prestada pelo Estado? Justamente por
essa razão que se diz que o nascimento de tributos não vinculados está relacionado a fato do
contribuinte, enquanto o nascimento de tributos vinculados está vinculado a um fato do Estado.
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Tributo: Conceito e Classificações
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Questão bastante interessante. Vamos analisar com calma. O comando traz como questio-
namento maior qual a espécie tributária que possui determinadas características. Assim, a
melhor forma de resolver essa é por eliminação. A primeira característica que a banca traz é
que o tributo é “não vinculado”.
Ora, nesse ponto já podemos eliminar a alternativa “A” pois as taxas são tributos vinculados.
A segunda característica é que esse tributo admite, por “expressa e excepcional previsão
constitucional”, destinação específica do produto de sua arrecadação.
Nesse caso, é muito possível que a banca esteja falando de IMPOSTOS, pois quando falamos
de contribuições especiais (de intervenção no domínio econômico ou sociais) a destinação
legal do produto da arrecadação é parte integrante da definição da natureza jurídica do tributo.
Logo, aqui não é uma característica EXCEPCIONAL do tributo e sim uma ideia normal. A mes-
ma coisa acontece com os empréstimos compulsórios.
De qualquer forma, a banca prossegue dizendo que não existe a previsão de sua restituição
ao final de determinado período, o que nos faz eliminar a assertiva “D” tendo em conta que a
restituição é uma característica dos empréstimos compulsórios.
Ficamos com as alternativas, “B”, “C” e “E”.
Note que as alternativas B e E trazem exemplos de contribuições especiais. Tais espécies
tributárias não são exatamente iguais, pois possuem peculiaridades que iremos estudar mais
à frente no curso.
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Tributo: Conceito e Classificações
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Entretanto no que diz com as suas características gerais apresentadas na questão, sim.
Veja, não poderíamos ter como correta uma em detrimento da outra sob pena de anulação
da questão.
Só nos resta nesse caso a alternativa C, que está em consonância com o que o comando da
questão traz de características gerais dos impostos.
Letra c.
Na sequência do nosso curso, estudaremos com mais afinco quem são os sujeitos passi-
vos da obrigação tributária: contribuinte ou responsável tributário.
Contribuinte é a pessoa que pratica o fato gerador previsto em lei que gera uma obrigação
tributária. Por ex.: a lei do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores – IPVA afir-
ma que a sua cobrança será realizada em razão da propriedade de veículo automotor, sendo
o contribuinte o proprietário de veículo automotor.
O tributo é direto quando o praticante do fato gerador (contribuinte) é quem arcará com
o ônus e sofrerá a repercussão direta do encargo econômico-financeiro. No caso do IPVA, a
obrigação de pagá-lo é do contribuinte, e a lei não prevê a possibilidade de transferir o ônus
tributário a terceiro, assim, esse deve ser considerado um tributo direto.
Já o tributo indireto é aquele em que a repercussão do ônus econômico do tributo pode re-
cair sobre um terceiro, distinto do contribuinte previsto em lei, que suportará a carga tributária.
Nos tributos indiretos há a presença de um contribuinte de fato e um contribuinte de di-
reito. Contribuinte de direito é aquele que pratica o fato gerador e é obrigado ao pagamento
do tributo, conforme a lei, enquanto o contribuinte de fato representa aquele que arca efetiva-
mente com o encargo financeiro do tributo.
Vejamos. Da venda de televisores a um consumidor final por uma empresa comercial,
incide ICMS.
A obrigação de pagar o ICMS é da empresa, mas ela, em vez de arcar com este valor, re-
passa esse encargo para o consumidor embutindo-o no preço do produto. Para constatar o
que estamos afirmando, basta pegar a nota fiscal de algum produto que você tenha compra-
do recentemente. No caso, se a empresa anuncia uma TV por R$2.000,00, certamente nesse
valor ela já embutiu o ICMS.
Assim, percebemos que quando os tributos são indiretos, os contribuintes de fato e de di-
reito são pessoas distintas. No exemplo, o contribuinte de direito é a empresa comercial, que
é o contribuinte determinado em lei, enquanto o contribuinte de fato é o consumidor final, que
é quem, na prática, sofre o encargo FINANCEIRO.
E quanto aos tributos diretos, quem é o contribuinte de fato e quem é o contribuinte de
direito? A mesma pessoa! Pois a pessoa praticante do fato gerador, obrigada ao pagamento
por meio de lei, é aquela que arca com o ônus do tributo.
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Na CF/88, no art. 145, parágrafo 1º, há a previsão de que “sempre que possível, os im-
postos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contri-
buinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte”.
Com essa previsão constitucional, identifica-se que no Brasil há a classificação dos im-
postos em pessoais e reais.
O imposto real considera tão somente o valor do bem/evento objeto do fato gerador para
determinação da carga tributária, desconsiderando qualquer característica de quem praticou
o fato gerador.
Por ex.: O Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU tem como fato
gerador da obrigação tributária a “propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel, por na-
tureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município”.
Como podemos ver, para cobrar o IPTU o que interessa é o imóvel, não importando para
determinação da carga tributária nenhuma característica do contribuinte (proprietário, titular
do domínio útil ou possuidor).
Digamos, o IPTU relativo a um apartamento localizado no “Prédio Alfa” custa R$2.000,00,
anualmente. O morador do 101 é um médico e tem um filho, e o do 102 é um técnico de enfer-
magem e tem dois filhos, o que nos leva a concluir que provavelmente a realidade econômica
desses contribuintes é bem diferente uma da outra.
Ocorre que o município não se importa com isso, e é cobrado o mesmo IPTU de ambos,
R$2.000,00, pois o que interessa no caso em apreço é o imóvel somente.
Já na cobrança de um imposto pessoal, nos termos da redação do parágrafo único, art.
145, da CF/88, é necessário levar em consideração as características pessoais do praticante
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O ICMS é um tributo não cumulativo, indireto, seletivo e não vinculado. Assim, só nos resta a
alternativa A como certa. O ICMS é, sim, um imposto real, pois incide sobre a coisa e não sobre
um aspecto específico do contribuinte.
Letra a.
Parcela a deduzir
Base de cálculo (R$) Alíquota (%)
do IRPF (R$)
Até 1.903,98 - -
De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,8
De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,8
De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13
Acima de 4.664,68 27,5 869,36
Note que o imposto de renda não será cobrado de quem ganha até R$ 1.903,99 e só pas-
sará a incidir com a alíquota de 7,5% na faixa que vai de R$1.903,99 até R$2.826,65. A cada
aumento de faixa de renda essa alíquota irá aumentar até chegar ao topo de 27% para os ga-
nhos superiores a R$ 4.664,68.
Quando formos estudar o imposto de renda, trataremos do tema com mais detalhes, mas
o importante aqui é você entender que a alíquota tributária irá aumentar quando houver au-
mento da base de cálculo de forma progressiva.
Eduardo Sabbag ainda afirma que o critério da progressividade pode se desdobrar em
duas modalidades: progressividade fiscal e progressividade extrafiscal.
A progressividade fiscal está relacionada com a finalidade arrecadatória do tributo, e diz
respeito ao fato de que, quanto mais ganha a pessoa, mais ela deverá pagar, é o caso vis-
to do IRPF.
Já a progressividade extrafiscal é aplicada para estimular/desestimular condutas. Lem-
bra que quando o tributo é classificado como extrafiscal sua finalidade é regular/intervir na
situação social/econômica do país? Veja o caso do Imposto sobre a Propriedade Predial e
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Territorial Urbana - IPTU, que, conforme a CF/88, terá uma alíquota maior, no decorrer do tem-
po, por não estar a propriedade cumprindo a sua função social:
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções
sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
...
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado
ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
...
II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo.
Veremos ainda que a progressividade fiscal também está presente no IPTU, de forma que
o texto constitucional, no art. 156, § 1º, I, prevê que o referido imposto será progressivo em
razão do valor do imóvel.
Importante destacarmos que a progressividade fiscal e extrafiscal também são carac-
terísticas do Imposto Territorial Rural – ITR, tendo em vista que a CF/88, no art. 153, §4º, II,
prevê que ele será progressivo e terá suas alíquotas fixadas com o intuito de desestimular a
manutenção de propriedades improdutivas.
No que diz respeito aos tributos proporcionais, há aplicação de uma alíquota única para
qualquer base de cálculo.
Por exemplo, temos o ICMS, que é determinado por meio da aplicação de uma alíquota de
18% em operações internas no estado da Bahia, independentemente do valor e da quantidade
das mercadorias vendidas. Agora, observe que, em regra, esta é a alíquota aplicável no estado
da Bahia, mas há alíquotas diferenciadas, em casos específicos previstos na legislação do
estado. É o caso das operações internas com arroz e feijão, em que a alíquota aplicável é de
7%, e das bebidas alcoólicas, em que a alíquota é de 25%.
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racterísticas: o fato gerador é a propriedade, posse ou domínio útil de bem imóvel localizado
na zona urbana do Município; o sujeito passivo é o proprietário, possuidor ou titular do domí-
nio útil; a base de cálculo é o valor venal do imóvel; a alíquota é estipulada em faixas de valor,
variando de 0,25% a 1,5%, na medida em que aumenta a base de cálculo. Quanto às alíquotas,
este IPTU pode ser classificado como
a) fixo.
b) proporcional.
c) progressivo.
d) regressivo.
e) seletivo.
O IPTU terá suas alíquotas aumentando na medida em que a base de cálculo aumenta. Nesse
caso, estamos falando de um imposto progressivo.
Letra c.
4. Jurisprudência Selecionada
Os temas estudados nesta aula geraram posições dos tribunais superiores que são im-
portantes para fins de prova.
Vamos repassar as principais súmulas do STF e do STJ. Não se assuste se em algum
ponto você encontrar dificuldade de entendimento, pois ao final do curso temos certeza de
que tudo será sanado.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 239-STF: Decisão que declara indevida a cobrança do imposto em determinado
exercício não faz coisa julgada em relação aos posteriores.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 732-STF: É constitucional a cobrança da contribuição do salário-educação,
seja sob a Carta de 1969, seja sob a Constituição Federal de 1988, e no regime da Lei
9.424/96.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 659-STF: É legítima a cobrança da COFINS, do PIS e do FINSOCIAL sobre as
operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de
petróleo, combustíveis e minerais do País.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 241 – STF: A contribuição previdenciária incide sôbre o abono incorporado ao
salário.
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JURISPRUDÊNCIA
Súmula 688 – STF: É legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º
salário.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 423 – STJ: A Contribuição para Financiamento da Seguridade Social - Cofins
incide sobre as receitas provenientes das operações de locação de bens móveis.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 458 – STJ: A contribuição previdenciária incide sobre a comissão paga ao cor-
retor de seguros.
JURISPRUDÊNCIA
Súmula 499 – STJ: As empresas prestadoras de serviços estão sujeitas às contribui-
ções ao Sesc e Senac, salvo se integradas noutro serviço social.
Julgados importantes:
JURISPRUDÊNCIA
Recurso Extraordinário 138.284. Excerto do Voto do Ministro Carlos Velloso que expli-
cita a ideia da teoria quadripartida
Os tributos, nas suas diversas espécies, compõem o Sistema Constitucional Tributário,
que a Constituição inscreve nos seus artigos 145 a 162. Tributo, sabemos, encontra defi-
nição no artigo 3º do C.T.N., definição que se resume, em termos jurídicos, no constituir
ele uma obrigação, que a lei impõe ás pessoas, de entregar uma certa importância em
dinheiro ao Estado. As obrigações são voluntárias ou legais. As primeiras, decorrem da
vontade das partes, assim do contrato; as legais resultam da lei, por isso são denomi-
nadas obrigações ex lege e podem ser encontradas tanto no direito público quanto no
direito privado. A obrigação tributária, obrigação ex lege, a mais importante do direito
público, “nasce de um fato qualquer da vida concreta, que antes havia sido qualificado
pela lei como apto a determinar o seu nascimento.” (Geraldo Ataliba, “Hermenêutica e
Sistema Constitucional Tributário”, in “Diritto e Pratica Tributaria”, volume L, Padova,
Cedem, 1979). As diversas espécies tributárias, determinadas pela hipótese de incidên-
cia ou pelo fato gerador da respectiva obrigação (CTN, art. 4º), são as seguintes: a) os
impostos (C.F., arts. 145, I, 153, 154, 155 e 156); b) as taxas (C.F., art. 145, II); c) as con-
tribuições, que podem ser assim classificadas: c.l. de melhoria (C.F., art. 145, III); c.2.
parafiscais (C.F., art. 149), que são: c.2.1. sociais, c.2.1.1. de seguridade social (C.F., art.
195, I, II, III), C.2.1.2. outras de seguridade social (C.F., art. 195, parág. 4º), c.2.1.3. sociais
gerais (o FGTS, o salário-educação, C.F., art. 212, parág. 5º, contribuições para o SESI,
SENAI, SENAC, C.F., art. 240); c.3. especiais: c.3.1. de intervenção no domínio econômico
(C.F., art. 149) e c.3.2. corporativas (C.F., art. 149). Constituem, ainda, espécie tributária:
d) os empréstimos compulsórios (C.F., art. 148).
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5. Doutrina Selecionada
Sabe-se que, em princípio, não é função da lei conceituar. A lei deve conter uma regra de com-
portamento. Entretanto, em face de controvérsias, às vezes deve a lei estabelecer conceitos. Isso
aconteceu com o conceito de tributo, que é atualmente no Brasil, legalmente determinado. Hugo de
Brito Machado, em Curso de Direito Tributário, 12 ed. página 56-57, Malheiros Editores.
...
Invocando a clássica dicotomia de regimes jurídicos, verifica-se que o Direito Tributário situa-se
no âmbito do Direito Público, vale dizer, insere-se no conjunto normativo que disciplina as relações
jurídicas em que o Estado é parte. Em outras palavras, a presença do Estado numa relação jurídica
impõe a incidência do regramento composto por normas de direito público, restando afastada a
aplicação de normas de direito privado, senão em caráter meramente subsidiário. Regina Helena
Costa, em Curso de Direito Tributário, Constituição e Código Tributário Nacional, 2 ed. Página 30,
Editora Saraiva.
...
Em face da presença simultânea de efeitos fiscais e extrafiscais, pode resultar difícil classificar um
tributo por esse critério. Costuma-se fazê-lo em atenção ao seu caráter predominante. Diz-se que
se trata de um tributo com finalidade extrafiscal quando os efeitos extrafiscais são não apenas uma
decorrência secundária da tributação, mas deliberadamente pretendidos pelo legislador. Leandro
Paulsen, em Curso de Direito Tributário Completo, 6 ed. Página 30, Livraria do Advogado Editora.
...
Observamos que as divergências sobre as espécies de tributos são construídas em função dos di-
ferentes critérios utilizados à classificação. A teoria bipartida adota como critério distintivo a base
de cálculo como representativa ou não de um serviço ou coisa do Estado (Becker), ou a vinculação
ou não da hipótese de incidência à atuação estatal (Ataliba). A teoria triparte não avança muito,
uma vez que adota o mesmo critério dos tributos vinculados ou não vinculados de Geraldo Ataliba.
O mesmo pode se dizer da teoria quadripartida. Novidade de critérios somente encontraremos na
teoria quinquipartida, hoje, teoria majoritária e adotada pelo STF, para quem os tributos têm como
espécies autônomas: os impostos, as taxas, as contribuições de melhoria, os empréstimos com-
pulsórios e as contribuições especiais. Ao critério da vinculação e não vinculação, ela acrescenta
dois outros critérios distintivos: a destinação do produto da arrecadação e a restituição do tributo.
Francisco Leite Duarte, em Direito Tributário, Teoria e Prática, 3 ed. Página 98, Revista dos Tribunais.
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RESUMO
Direito Tributário
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Fontes
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Tributo
Conceito
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d) pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamen-
te vinculada.
e) compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que constitua ou não sanção
de ato ilícito, instituída pela legislação tributária e cobrada mediante atividade administrativa
ou judicial plenamente vinculada.
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c) são espécies tributárias, entre outras, imposto, taxa, contribuição em favor de categoria
profissional, preço público e contribuição de intervenção no domínio econômico.
d) tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda, ou cujo valor nela se possa ex-
primir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
e) tributo é a prestação pecuniária compulsória, em moeda, ou cujo valor nela se possa expri-
mir, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, que
não constitua sanção de ato ilícito, ressalvado o caso de ato ilícito que requeira reparação em
virtude de guerra.
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QUESTÕES DE CONCURSO
IBFC
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O enunciado normativo enumera elementos que são intrínsecos ao conceito de tributo. Nes-
se, contexto, julgue o item a seguir:
Por ser uma prestação compulsória pecuniária em moeda ou em valor que nela possa se ex-
primir, o tributo pode se dar por meio da dação de bens móveis ou pela prestação de serviços
para a administração pública.
CESPE
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FCC
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a) contribuições e extrafiscais.
b) parafiscais e especiais.
c) extrafiscais e parafiscais.
d) especiais e extraordinários.
e) fiscais e empréstimos compulsórios.
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Diversas Bancas
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Tributo: Conceito e Classificações
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a) A compensação financeira pela exploração de recursos minerais não é tributo, por ausên-
cia do caráter compulsório.
b) A concessão de desconto ao contribuinte do IPVA, que não tenha cometido infrações de
trânsito, viola o conceito de tributo, pois o tributo não é sanção por ato ilícito.
c) O serviço militar obrigatório não é tributo, por ser uma obrigação compulsória não pecuniária.
d) O acréscimo no valor do IPTU, a título de multa administrativa por ausência de inscrição
imobiliária, viola o conceito de tributo, por se tratar de sanção por ato ilícito.
e) Os agentes públicos envolvidos na cobrança do tributo não podem agir motivados por
pressupostos de conveniência e oportunidade, devendo cumprir o que determina a lei, pois a
cobrança do tributo é atividade administrativa plenamente vinculada.
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constitua sanção por ato ilícito, constituída em lei e cobrada mediante atividade administra-
tiva plenamente vinculada.
Os tributos podem ser classificados em vinculados e não vinculados.
Assinale a opção que indica um tributo não vinculado.
a) Taxas.
b) Impostos.
c) Contribuições de melhoria.
d) Contribuições sociais.
e) Empréstimos compulsórios.
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GABARITO
1. d 37. b
2. b 38. a
3. b 39. c
4. d 40. c
5. C 41. b
6. d 42. e
7. d 43. c
8. c 44. d
9. e 45. c
10. b 46. b
11. d 47. c
12. e 48. a
13. d 49. b
14. d
15. a
16. e
17. e
18. e
19. c
20. a
21. c
22. E
23. C
24. b
25. E
26. E
27. E
28. b
29. d
30. a
31. c
32. d
33. e
34. c
35. d
36. b
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GABARITO COMENTADO
IBFC
Segundo o art. 4º do CTN, a natureza jurídica do tributo é baseada fato gerador da obrigação
tributária.
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obri-
gação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I – a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II – a destinação legal do produto da sua arrecadação.
Errado.
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
Certo.
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Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obri-
gação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I – a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II – a destinação legal do produto da sua arrecadação.
Letra b.
O tributo não constitui sanção por ato ilícito, tendo como base a sua definição no art. 3º do CTN:
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
Errado.
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Por ser uma prestação compulsória pecuniária em moeda ou em valor que nela possa se
exprimir, o tributo não pode se dar por meio da prestação de serviços para a administração
pública. No entanto, quanto à dação de bens móveis, na aula de extinção do crédito tributário
você vai ver que o STF já reconheceu que, embora o CTN só preveja a possibilidade de dação
de bens imóveis, os entes políticos podem prever, em lei, a possibilidade de quitação do tribu-
to por meio da dação de bens móveis. administração pública.
Errado.
O pagamento de tributo é compulsório, tendo em vista a afirmação do art. 3º do CTN que diz
que tributo é “toda prestação pecuniária compulsória”.
Errado.
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Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
b) Certa, nos termos do art. 3º do CTN, tributo é prestação pecuniária cobrada por meio de
atividade administrativa plenamente vinculada.
c) Errada, tendo em vista que embora o CTN afirme que são tributos os impostos, as taxas e
as contribuições de melhoria, adota-se a teoria pentapartida em nosso ordenamento jurídico,
sendo considerados como tributo, com base na jurisprudência do STF, os impostos, as taxas,
as contribuições de melhoria, os empréstimos compulsórios e as contribuições especiais.
d) Errada. Segundo o art. 4º do CTN, a denominação adotada por lei independe para identificar
a espécie tributária. É o fato gerador que determina a sua natureza jurídica.
Letra b.
CESPE
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
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a) Errada. Como veremos adiante, apenas os Municípios e o Distrito Federal possuem com-
petência para instituição da Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública, em
face do disposto no art. 149-A da Constituição Federal.
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respec-
tivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.
(Incluído pela Emenda Constitucional n. 39, de 2002)
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de con-
sumo de energia elétrica. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 39, de 2002)
b) Errada. A definição de tributo do artigo 3º do CTN diz expressamente que tributo NÃO É
SANÇÃO DE ATO ILÍCITO.
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
c) Certa. Essa é a definição de taxa constante no inc. II do artigo 145 da Constituição Federal.
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:
...
II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de
serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
d) Errada. De acordo com o disposto no artigo 4º do CTN, tais situações são IRRELEVANTES
para a determinação da natureza jurídica do tributo.
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obri-
gação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I – a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II – a destinação legal do produto da sua arrecadação.
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa
ou sua iminência;
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Tributo: Conceito e Classificações
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II – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observa-
do o disposto no art. 150, III, “b”.
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vincula-
da à despesa que fundamentou sua instituição.
Letra c.
a) Errada. O Tributo não é sanção por ato ilícito. Até por isso, no caso de crime de contraban-
do, o imposto de importação não pode ser exigido.
b) Errada. O lançamento tributário é sempre realizado pela Autoridade Administrativa. E o IPTU
é imposto geralmente lançado de ofício e não por homologação. Há, com veremos adiante no
curso, hipótese específica de constituição do crédito tributário por meio de declaração do su-
jeito passivo em tributos sujeitos ao lançamento por homologação, mas não é esse o exemplo
da alternativa.
c) Errada. Tributo é, na dicção do artigo 3º do CTN, prestação pecuniária compulsória em mo-
eda ou cujo valor nela se possa exprimir. O nosso ordenamento não admite o tributo in natura
como exposto na alternativa.
d) Considerada como certa pela banca FCC. O tributo só pode ser instituído mediante lei ou
ato normativo com força de lei. Não há exceções constitucionais para essa situação. A única
interpretação plausível da alternativa é considerar o vocábulo “lei” como sendo lei ordinária
em sentido estrito. Nesse caso, seria possível entender que o examinador quis dizer que via
de regra o tributo é instituído por “lei”, mas a Constituição prevê hipóteses de instituição por
Lei Complementar ou por Medida provisória, por exemplo.
e) Errada. É prestação pecuniária COMPULSÓRIA.
Letra d.
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Tributo: Conceito e Classificações
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Vimos exaustivamente que tributo não é sanção de ato ilícito. Logo, a referida penalidade pe-
cuniária não pode ser considerada um tributo.
Letra e.
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
Letra c.
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Tributo não pode ser sanção por ato ilícito. A multa é exatamente isso, a sanção, em pecúnia,
pelo descumprimento de alguma norma.
Letra d.
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
Letra b.
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Note que o examinador foge de qualquer controvérsia ao perguntar sobre a natureza jurídica
específica do tributo – EM REGRA.
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Logo, nesse caso, entramos na regra geral do CTN, que atribui essa definição ao fato gerador
da obrigação tributária.
Ademais, mesmo se fosse levar em conta as contribuições especiais ou os empréstimos com-
pulsórios, não se pode dizer que a regra é usar a destinação legal do produto da arrecadação
para a definição da natureza jurídica de todos os tributos.
Assim, tendo por base o artigo 4º do CTN, a alternativa A é a única opção certa.
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obri-
gação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I – a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II – a destinação legal do produto da sua arrecadação.
Letra a.
I – A questão está falando aqui da característica extrafiscal dos tributos, na qual o intuito é
gerar um comportamento do contribuinte. Se a principal função do tributo instituído for re-
gular algum setor econômico ou social, influenciando o comportamento dos contribuintes,
estaremos diante de um tributo com finalidade extrafiscal predominante.
II – O Estado institui o tributo e confere a capacidade tributária ativa de arrecadação, fiscali-
zação e administração a uma entidade ou órgão, com o intuito de que este exerça uma ativi-
dade que não é típica de estado, mas que é relevante para a sociedade. Tributo PARAFISCAL.
Letra c.
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Como vimos, tributos são exações originadas no poder de império do Estado, ou seja, receitas
derivadas desse mesmo poder. Assim, impostos, taxas e contribuições de melhoria, por se-
rem espécies de tributos, são exemplos de receitas derivadas.
Letra c.
As taxas podem ser instituídas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização
efetiva ou potencial de serviço público, específico e divisível prestado ao contribuinte ou pos-
to à sua disposição. Até por isso, a taxa de serviço é um tributo vinculado, tendo em conta que
sua instituição se dá em face de um ato da administração. Ademais, as taxas de serviço são
instituídas exatamente para remunerar o serviço público em questão.
Letra b.
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Tributo: Conceito e Classificações
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necessidade extrema e urgente, reconhecida e declarada por ato do Poder Executivo do ente
público que a instituiu.
b) é taxa, mas sua base de cálculo é imprópria.
c) é taxa, na medida em que foi assim denominada na lei estadual que a instituiu, sendo essa
denominação elemento essencial na determinação de sua natureza jurídica específica.
d) é conhecida como taxa imprópria e tem natureza jurídica específica de taxa, sendo sua ins-
tituição e cobrança contempladas pela Constituição Federal, mas restrita, porém, aos casos
de ocorrência de calamidade pública, reconhecida e declarada por ato do Poder Executivo do
ente público que a instituiu.
e) não é taxa, ainda que tenha sido assim denominada, pois seu fato gerador não é o exercício
regular do poder de polícia, nem a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específi-
co e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
A denominação legal do tributo não pode ser utilizada para definir a sua natureza jurídica. No
caso, mesmo estando denominada como taxa, a exação não se refere à prestação de serviço
público ou exercício do poder de polícia, fatos que ensejariam a instituição de taxa.
Letra e.
Diversas Bancas
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
Letra c.
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Uma questão um tanto controversa que precisa ser feita por eliminação.
Como sabemos, o artigo 3º do CTN traz a definição de tributo:
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.
Letra c.
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a) A compensação financeira pela exploração de recursos minerais não é tributo, por ausên-
cia do caráter compulsório.
b) A concessão de desconto ao contribuinte do IPVA, que não tenha cometido infrações de
trânsito, viola o conceito de tributo, pois o tributo não é sanção por ato ilícito.
c) O serviço militar obrigatório não é tributo, por ser uma obrigação compulsória não pecuniária.
d) O acréscimo no valor do IPTU, a título de multa administrativa por ausência de inscrição
imobiliária, viola o conceito de tributo, por se tratar de sanção por ato ilícito.
e) Os agentes públicos envolvidos na cobrança do tributo não podem agir motivados por
pressupostos de conveniência e oportunidade, devendo cumprir o que determina a lei, pois a
cobrança do tributo é atividade administrativa plenamente vinculada.
a) Certa. Tal compensação, prevista no §1º do art. 20 da CF/88, não possui caráter tributário.
b) Errada. O desconto do IPVA para o bom motorista não se confunde com a imposição de
penalidade, sendo assim, lícito.
c) Certa. O serviço militar obrigatório é prestação compulsória, mas não em moeda ou cujo
valor nela se possa exprimir, descaracterizando-se assim do conceito de tributo.
d) Certa. Com efeito, acréscimo do valor do IMPOSTO a título de multa viola o conceito de tri-
buto. Por óbvio que o valor total a ser pago, no caso de multa tributária, irá aumentar o valor
total do crédito tributário a ser extinto. Mas tais valores serão expressos de forma distinta na
própria constituição do crédito, separando-se o valor do tributo do valor da multa tributária.
e) Certa. Essa é a redação do artigo 3º do CTN. Cobrado mediante atividade administrativa
plenamente vinculada.
Letra b.
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JURISPRUDÊNCIA
Ementa: TRIBUTÁRIO E CONSTITUCIONAL. PEDÁGIO. NATUREZA JURÍDICA DE PREÇO
PÚBLICO. DECRETO 34.417/92, DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. CONSTITUCIO-
NALIDADE. 1. O pedágio cobrado pela efetiva utilização de rodovias conservadas pelo
Poder Público, cuja cobrança está autorizada pelo inciso V, parte final, do art. 150 da
Constituição de 1988, não tem natureza jurídica de taxa, mas sim de preço público, não
estando a sua instituição, consequentemente, sujeita ao princípio da legalidade estrita.
2. Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente.
(ADI 800, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 11/06/2014,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-125 DIVULG 27-06-2014 PUBLIC 01-07-2014)
c) Certa. Em que pese a previsão de que as contribuições sociais possuam natureza tributária
não estejam dispostas no CTN, a sua configuração como tributo advém da sua adequação ao
que está exposto no artigo 3º do Código, de acordo com a posição do STF. Ademais, não há
outra opção a se marcar na questão.
d) Errada. O laudêmio é instituto de direito civil, que decorre de previsão contratual e não de
imposição tributária.
e) Errada. Tarifas não se confundem com taxas e, por isso, não possuem natureza de tributo.
Letra c.
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A teoria pentapartida, que decorre da Constituição de 1988, entende que existem cinco es-
pécies de tributos: Impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e
contribuições parafiscais ou especiais.
Letra a.
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da à despesa que fundamentou sua instituição.
Letra b.
Diego Degrazia
Professor em cursos para concursos em Porto Alegre e em cursos online. Jornalista. Graduando em
Direito. Atualmente, é auditor-fiscal da Receita Estadual/RS (ICMS-RS), aprovado em 24º lugar no
concurso de 2009. Foi assistente técnico administrativo do Ministério da Fazenda, aprovado em 12º lugar.
Foi também aprovado em 1º lugar no concurso de analista de Orçamentos do Ministério Público da União.
É o fundador do Grupo de Estudos do Degrazia, no Facebook, comunidade que reúne mais de 11 mil
concurseiros de todo o País. Orientador de alunos, ajudou diretamente na aprovação de diversos alunos
nos principais concursos fiscais do País, em especial na 1º colocação do ICMS-SC.
Lis Ribas
Auditora Pública Externa do TCE-RS, Especialista em Direito Tributário pela UFBA (2014), já advogou na
área tributária e foi aprovada nos seguintes concursos: Analista do MP-AL (2018); Auditora TCM-BA
(2018); Analista de Planejamento e Orçamento da Câmara Municipal de Maceió-AL (2018); Analista de
Controle Interno de Maceió (2017).
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