Lei Geral 116 - 2010 Ubá MG PDF
Lei Geral 116 - 2010 Ubá MG PDF
Lei Geral 116 - 2010 Ubá MG PDF
O Povo do Município de Ubá, por seus representantes decretou e eu, em seu nome,
sanciono a seguinte Lei Complementar:
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º. Esta Lei Complementar institui, no âmbito do Município de Ubá, o Estatuto
da Microempresa, da Empresa de Pequeno Porte e do Microempreendedor Individual, nos
termos do art. 179 da Constituição Federal e da Lei Complementar Federal n. 123 de 14 de
dezembro de 2006, estabelecendo normas gerais e conferindo tratamento favorecido,
diferenciado e simplificado, em especial no que se refere:
I - ao processo de registro e de legalização de empresários e de pessoas jurídicas
perante a Administração Municipal;
II - à criação de banco de dados com informações, orientações e instrumentos à
disposição dos usuários;
III - à simplificação, racionalização e uniformização dos requisitos de segurança
sanitária, metrologia, controle ambiental e prevenção contra incêndios, para fins de
registro, legalização e funcionamento, inclusive, com adoção da definição das atividades
consideradas de alto risco pela legislação federal;
IV - à concessão de benefícios fiscais e tributários, no âmbito da competência
municipal;
V - à preferência nas aquisições de bens e serviços pelo Poder Público Municipal;
VI - ao associativismo e às regras de inclusão;
VII - ao incentivo à geração de empregos;
VIII - ao incentivo à formalização de empreendimentos.
Art. 3º. Para as hipóteses não contempladas na presente lei, serão aplicadas as
diretrizes estabelecidas pela Lei Complementar Federal nº. 123, de 14 de dezembro de
2006, e suas alterações posteriores, sem prejuízo da aplicação subsidiária dos demais atos
normativos e regulamentares em vigor.
CAPÍTULO II
DAS DEFINIÇÕES DE MICROEMPRESA, EMPRESA DE PEQUENO PORTE E
MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL
Seção I
Da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.
Art. 4º. Para os efeitos desta Lei, considera-se Microempresa e Empresa de Pequeno
Porte a sociedade empresária e a sociedade simples devidamente registradas no Registro
de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde
que:
I - No caso das microempresas, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada
aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$240.000,00 (duzentos e
quarenta mil reais), ou outro valor que vier a ser definido pela legislação federal;
II - No caso das empresas de pequeno porte, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela
equiparada aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$240.000,00
(duzentos e quarenta mil reais) e igual ou inferior a R$2.400.000,00 (dois milhões e
quatrocentos mil reais), ou outro valor que vier a ser definido pela legislação federal.
§ 1º. Considera-se receita bruta para fins do disposto no caput desse artigo, o
produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços
prestados e o resultado nas operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas
e os descontos incondicionais concedidos.
§ 2º. Não se inclui no regime desta Lei a pessoa jurídica definida nos incisos I a X do
parágrafo 4º do art. 3º, da Lei Complementar Federal n. 123 de 14 de dezembro de 2006.
Seção II
Do Microempreendedor Individual
CAPÍTULO III
DA INSCRIÇÃO, ALTERAÇÃO E BAIXA
Seção I
Das Disposições Comuns
Art. 6º. O pequeno empresário deverá possuir inscrição municipal, na qual deverá
acrescentar ao seu nome a expressão “Microempresa” ou a abreviação “ME” e, no caso de
Micro Empreendedor Individual, a expressão “MEI” e ainda “EPP” no caso de Empresa de
Pequeno Porte.
Seção II
Da Inscrição
Art. 12. A Administração Municipal concederá Alvará de Funcionamento Provisório
às empresas que se enquadrarem na presente Lei Complementar, o qual permitirá o início
de operação do estabelecimento imediatamente após o ato de registro, exceto nos casos em
que a atividade apresentar riscos à saúde e/ou à segurança, situações em que serão
exigidos vistorias e estudos prévios.
Art. 16. Não poderá haver, sob qualquer hipótese ou alegação, o impedimento à ação
fiscalizadora do Poder Público Municipal junto às Microempresas, às Empresas de Pequeno
Porte e aos Microempreendedores Individuais, podendo este ainda, sempre que concluir e
fundamentar, revogar a qualquer tempo o Alvará de Funcionamento concedido, seja ele
provisório ou definitivo, independentemente do período de validade, assegurada a ampla
defesa e o contraditório.
Seção III
Da Alteração
Seção IV
Da Baixa
CAPÍTULO IV
DOS TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES MUNICIPAIS
Art. 27. Conforme estabelece o artigo 35, da Lei Complementar Federal nº. 123, de
14 de dezembro de 2006, e alterações posteriores, aplicam-se aos impostos e contribuições
devidos pelas Microempresas, Empresas de Pequeno Porte e Microempreendedor
Individual, optantes pelo Regime Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições -
Simples Nacional, as normas relativas aos juros e multa de mora ou de ofício previstas na
legislação do imposto sobre a renda.
Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto no caput, aos impostos e contribuições
devidos pelas Microempresas, Empresas de Pequeno Porte e Microempreendedores
Individuais enquadrados na Lei Complementar nº. 123, de 14 de dezembro de 2006,
porém, não optantes pelo Regime Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições -
Simples Nacional, aplicam-se em todos os seus termos e efeitos o Código de Receitas do
Município.
CAPÍTULO V
DA FISCALIZAÇÃO ORIENTADORA
Art. 32. A dupla visita consiste em uma primeira ação da autoridade fiscal com
finalidade de verificar a regularidade do estabelecimento e em uma ação posterior de
caráter punitivo, quando verificada na primeira visita, qualquer irregularidade nos termos
do artigo 33 com relação à qual não for efetuada a respectiva regularização no prazo
determinado.
Art. 33. Quando na primeira visita for constatada irregularidade que se sujeitar ao
sistema de dupla visita, será lavrado um Termo de Verificação e Orientação para que o
responsável regularize a situação no prazo de 30 (trinta) dias, sem aplicação de
penalidade.
§ 1º. Quando o prazo referido neste artigo não for suficiente para a regularização
necessária e a irregularidade, por sua natureza, demandar prazo maior para a
regularização, o interessado deverá formalizar com o órgão fiscalizador um Termo de
Ajuste de Conduta, onde assumirá o compromisso de efetuar a regularização dentro do
cronograma fixado.
§ 2º. Os autos onde constar o Termo de Ajuste de Conduta são públicos e acessíveis
para consulta ou cópia, na repartição, a quem protocolizar pedido de vistas.
§ 3º. Decorridos os prazos fixados no caput ou no Termo de Ajuste de Conduta, sem
a regularização necessária, será lavrado o competente Auto de Infração com a aplicação da
penalidade cabível.
CAPÍTULO VI
DOS BENEFÍCIOS FISCAIS
CAPÍTULO VII
DAS OBRIGAÇÕES FISCAIS ACESSÓRIAS
Art. 40. Nas contratações públicas de bens e serviços do Município, poderá ser
concedido tratamento favorecido, diferenciado e simplificado para as Microempresas e
Empresas de Pequeno Porte objetivando:
I - promover o desenvolvimento econômico e social no âmbito municipal e regional;
II - ampliar a eficiência das políticas públicas voltadas às MPEs;
III - fomentar o desenvolvimento local, através do apoio aos arranjos produtivos
locais;
IV - apoiar as iniciativas do comércio justo e solidário;
V - incentivo à inovação tecnológica.
Art. 44. Nas licitações públicas municipais a comprovação da regularidade fiscal das
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte será exigida somente para efeito de
assinatura de contrato ou de instrumento equivalente.
Art. 45. As Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, por ocasião da
participação em certames licitatórios, deverão apresentar toda a documentação exigida
para efeito de comprovação de regularidade fiscal, mesmo que esta apresente alguma
restrição.
§ 1º. Havendo alguma restrição na comprovação da regularidade fiscal, será
assegurado o prazo de 2 (dois) dias úteis, cujo termo inicial corresponderá ao momento em
que o proponente for declarado o vencedor do certame, prorrogáveis por igual período, a
critério da Administração Pública, para a regularização da documentação, pagamento ou
parcelamento do débito, e emissão de eventuais certidões negativas ou positivas com efeito
de certidão negativa e apresentação da devida comprovação desses atos.
§ 2º. A não-regularização da documentação, no prazo previsto no § 1º deste artigo,
implicará decadência do direito à contratação, sem prejuízo das sanções previstas no artigo
81 da Lei Federal nº. 8.666, de 21 de junho de 1993, sendo facultado à Administração
convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para a assinatura do
contrato, ou revogar a licitação.
§ 3º. A prorrogação do prazo previsto no § 1º poderá sempre ser concedida pela
administração quando requerida pelo licitante, a não ser que exista urgência na
contratação ou prazo insuficiente para o empenho, devidamente justificado.
Art. 47. Nas subcontratações de que trata o artigo 49, observar-se-á o seguinte:
I - o edital de licitação estabelecerá que as Microempresas e Empresas de Pequeno
Porte a serem subcontratadas deverão estar indicadas e qualificadas nas propostas dos
licitantes com a descrição dos bens e serviços a serem fornecidos e respectivos produtos;
II - a empresa contratada compromete-se a substituir a subcontratada, no prazo
máximo de 30 (trinta) dias, na hipótese de extinção da subcontratatação, mantendo o
percentual originalmente subcontratado até a sua execução total, notificando o órgão ou
entidade contratante, sob pena de rescisão, sem prejuízo das sanções cabíveis, desde que
haja uma Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte passível de substituição no
Município;
III - demonstrada a inviabilidade de nova subcontratação, a empresa contratada
executará integralmente os serviços subcontratados, após prévia aprovação da
Administração Pública Municipal.
§ 1º. A empresa contratada, na subcontratação, exigirá da subcontratada a
documentação de que trata o artigo 49, da Lei Complementar Federal nº. 123, de 14 de
dezembro de 2006.
§ 2º. A empresa contratada deverá, quando do início da prestação dos serviços ou da
execução da obra, apresentar à Administração Pública Municipal a documentação referida
no parágrafo anterior.
Art. 48. Nas licitações públicas para a aquisição de bens e serviços de natureza
divisível e desde que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, nas hipóteses
definidas em decreto, a Administração Municipal poderá reservar cota de até 25% (vinte e
cinco) por cento do objeto, para a contratação de Microempresas ou Empresas de Pequeno
Porte.
Parágrafo único. Não havendo vencedor para a cota reservada, esta será adjudicada
ao vencedor da cota principal ou, diante da recusa deste, aos licitantes remanescentes, em
ordem de classificação, desde que pratiquem o preço do primeiro colocado.
Art. 49. Nas licitações será assegurado, como critério de desempate, preferência de
contratação para as Microempresas ou Empresas de Pequeno Porte.
§ 1º. Entende-se por empate aquelas situações em que as ofertas apresentadas pelas
Microempresas ou Empresas de Pequeno Porte sejam iguais ou até 10% (dez por cento)
superiores àquelas apresentadas pelas demais empresas.
§ 2º. Na modalidade pregão, o intervalo percentual estabelecido no § 1º será de 5%
(cinco por cento) superior ao melhor preço.
Art. 50. Para efeito do disposto no artigo 52, ocorrendo o empate, proceder-se-á da
seguinte forma:
I - a Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte melhor classificada poderá
apresentar proposta de preço inferior àquela considerada vencedora do certame, situação
em que será adjudicado o contrato em seu favor;
II - na hipótese da não contratação de Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte,
na forma do inciso I, serão convocadas as remanescentes que, por ventura, se enquadrarem
na hipótese dos parágrafos 1º e 2º, do artigo 52, na ordem classificatória, para o exercício
do mesmo direito;
III - no caso de equivalência de valores apresentados pelas Microempresas ou
Empresas de Pequeno Porte que se encontrem nos intervalos estabelecidos nos parágrafos
1º e 2º do art. 52, o desempate será feito pelo maior número de empregados pelas
empresas, segundo a RAIS.
§ 1º. Na hipótese da não contratação nos termos previstos no caput deste artigo, o
contrato será adjudicado em favor da proposta originalmente vencedora do certame.
§ 2º. O disposto neste artigo somente se aplicará quando a melhor oferta inicial não
tiver sido apresentada por Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte.
§ 3º. No caso de Pregão, a Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte melhor
classificada será convocada para apresentar nova proposta no prazo máximo de 5 (cinco)
minutos após o encerramento dos lances, sob pena de preclusão, observado o disposto no
inciso III do caput deste artigo.
Seção II
Do Estímulo ao Mercado Local
Art. 54. A Administração Municipal incentivará a realização de feiras envolvendo as
Microempresas, as Empresas de Pequeno Porte, os Microempreendedores Individuais,
produtores e artesãos, bem como apoiará a participação em missões comerciais, rodada de
negócios, exposição e venda de produtos locais em outras localidades com potencial de
consumo.
CAPÍTULO IX
DO ASSOCIATIVISMO
Art. 56. O Município poderá adotar políticas de estímulo à organização de
empreendedores fomentando o associativismo, o cooperativismo e a formação de
consórcios em busca da competitividade, contribuindo para o desenvolvimento local
integrado e sustentável.
§ 1º. O associativismo, o cooperativismo e o consórcio referidos no caput deste
artigo serão destinados ao aumento de competitividade e inserção em novos mercados
internos e externos, por meio de ganhos de escala, redução de custos, gestão estratégica,
maior capacitação, acesso ao crédito e a novas tecnologias.
§ 2º. Para os efeitos desta lei é considerada sociedade cooperativa aquela
devidamente registrada nos órgãos públicos e entidades previstas na legislação federal
aplicável.
CAPÍTULO X
DA EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA E DO ACESSO À INFORMAÇÃO
Art. 58. Fica o Poder Público autorizado a promover parcerias com instituições
públicas e privadas para o desenvolvimento de projetos de educação empreendedora, com
objetivo de disseminar o conhecimento sobre gestão de Microempresas e Empresas de
Pequeno Porte, associativismo, cooperativismo, empreendedorismo e assuntos afins.
§ 1º. Estão compreendidos no âmbito do caput deste artigo ações de caráter
curricular ou extracurricular, voltadas a alunos do ensino fundamental de escolas públicas
e privadas, assim como a alunos de nível médio e superior de ensino.
§ 2º. Os projetos referidos neste artigo poderão assumir a forma de fornecimento de
cursos de qualificação, concessão de bolsas de estudo, complementação de ensino básico
público e particular, ações de capacitação de professores, integrar outros programas ou
projetos de nível local ou regional ou outras ações que o Poder Público Municipal entender
cabíveis para estimular a educação empreendedora.
§ 3º. Na escolha das parcerias referidas neste artigo terão prioridade projetos que:
I - sejam profissionalizantes;
II - beneficiem portadores de necessidades especiais, idosos ou jovens carentes;
III - estejam orientados para identificação e promoção de ações compatíveis com as
necessidades, potencialidades e vocações do município.
Art. 59. Fica o Poder Público Municipal autorizado a promover parcerias com órgãos
governamentais, centros de desenvolvimento tecnológico e instituições de ensino para o
desenvolvimento de projetos de educação tecnológica, com os objetivos de transferência
de conhecimento gerado nas instituições de pesquisa, qualificação profissional e
capacitação no emprego de técnicas de produção.
Parágrafo único. Compreende-se no âmbito deste artigo a concessão de bolsas de
iniciação científica, a oferta de cursos de qualificação profissional, a complementação de
ensino básico público e particular e ações de capacitação de professores.
Art. 61. Fica o Executivo Municipal autorizado a firmar parcerias visando dinamizar
e potencializar a capacidade produtiva e incrementar as atividades desenvolvidas pelas
Microempresas, Empresas de Pequeno Porte e pelos Microempreendedores Individuais,
particularmente nas áreas de gestão, vendas, qualificação, capacitação, pesquisa, inovação,
produção, inclusão e mercado.
Art. 63. Os benefícios fiscais e tributários desta Lei não alcançam os tributos
municipais já recolhidos, quaisquer que tenham sido as modalidades de recolhimento.
Art. 64. Esta Lei Complementar entrará em vigor no prazo de 90 (noventa) dias
contados da sua publicação.