Roteiro Teórico RFM 0012 Aparelho Cárdio-Respiratório 2022
Roteiro Teórico RFM 0012 Aparelho Cárdio-Respiratório 2022
Roteiro Teórico RFM 0012 Aparelho Cárdio-Respiratório 2022
1. INTRODUÇÃO
Figura 2. Pericárdio e suas divisões. As três túnicas do coração estão mostradas na imagem:
pericárdio, miocárdio e endocárdio (revestindo as câmaras cardíacas).
Figura 6. Visão do ventrículo direito (à esquerda) e do átrio direito (à direita) indicando algumas de suas
estruturas anatômicas.
Figura 7. Visão do ventrículo esquerdo (à esquerda) e do átrio esquerdo (à direita) indicando algumas de
suas estruturas anatômicas.
O coração possui quatro valvas no seu interior: 1) valva do tronco pulmonar, 2)
valva aórtica, 3) valva atrioventricular direita ou tricúspide e 4) valva atrioventricular
esquerda ou mitral ou bicúspide.
Uma valva pode ser definida como um conjunto de válvulas ou cúspides.
Assim, a valva do tronco pulmonar (localizada na raiz desse vaso) está formada por 3
válvulas semilunares; a valva aórtica (localizada na raiz desse vaso) está formada
também por 3 válvulas semilunares; a valva atrioventricular direita ou tricúspide (entre
o átrio e o ventrículo direito) está formada por 3 cúspides; enquanto a valva
atrioventricular esquerda ou bicúspide (localizada entre o átrio e o ventrículo esquerdo)
está formada por 2 cúspides (Figura 8).
Figura 8. Valvas cardíacas e divisões do esqueleto fibroso cardíaco destacado em azul, a partir da visão
superior após remoção dos átrios. O esqueleto fibroso dá fixação às valvas cardíacas e à musculatura
cardíaca.
Figura 10. Sistema de condução do coração. O marca passo natural do coração é considerado o nó sino-
atrial.
2.2. VASOS SANGUÍNEOS
O ventrículo esquerdo é o local de origem da aorta (principal artéria do corpo
humano). Esse vaso emite ramos que se distribuem a todos os tecidos do corpo
humano. Portanto, artéria é todo vaso que deixa o coração (sentido centrífugo), ou seja,
deixa os ventrículos. Durante o seu trajeto, as artérias podem emitir ramos que
diminuem de calibre. Quando a artéria termina dividindo-se em sua extremidade, ela
emite ramos terminais, perde sua individualidade e sua denominação. Por exemplo, a
aorta abdominal termina se dividindo em artérias ilíacas comuns direita e esquerda, a
artéria braquial se divide em artérias radial e ulnar, entre outros exemplos.
A figura 11 mostra algumas das principais artérias do corpo humano.
Figura 11. Algumas das principais artérias do corpo humano são observadas na figura.
As artérias também podem ser diferenciadas com base na sua espessura e nas
diferenças de constituição das túnicas, especialmente a túnica média. O tamanho da
artéria apresenta uma mudança gradual nas características morfológicas de um tipo
para o outro. Existem três tipos de artérias: elásticas ou de condução (grande
quantidade de fibras elásticas na túnica média, exemplos: arco aórtico, aorta torácica e
abdominal), musculares ou de distribuição (artérias de médio e pequeno calibre,
exemplos; artérias femoral, braquial, carótidas interna e externa) e as arteríolas. Essas
últimas se continuam na rede capilar, servindo como válvulas reguladoras das redes
capilares. As metarteríolas são ramos das arteríolas terminais. Nos locais de abertura
no leito capilar, são circundadas por uma camada circular de miócitos que formam
esfíncteres pré-capilares, importantes no controle do fluxo sanguíneo através dos
capilares.
Os capilares são vasos sanguíneos de paredes finas, dispostos em rede, que
permitem a troca de substâncias entre o sangue e os tecidos. São constituídos por uma
só camada de células endoteliais e uma lâmina basal.
Em continuidade com a rede capilar arterial, os capilares venosos convergem
para a formação de vênulas que se reúnem para formar vasos cada vez mais
calibrosos. Esses vasos terminam como troncos venosos que então chegam ao átrio
direito do coração (vasos com sentido centrípeto). As vênulas correspondem às
arteríolas, as veias (classificadas como de grande, médio e pequeno calibre) às
artérias musculares e os troncos venosos (veias cavas superior e inferior) às grandes
artérias elásticas que saem do coração (aorta e tronco pulmonar).
As principais veias do corpo humano podem ser observadas nas figuras 12 e 13.
Figura 12. Veias da cabeça e do tronco. Observar na imagem à direita, o sistema ázigos
(conectando as veias cavas superior e inferior) e o sistema porta-hepático.
Figura 13. Plexo venoso superficial no membro inferior, destacando as duas veias principais: v. safena
magna e v. safena parva e algumas veias tributárias da veia cava inferior, assim como da pelve e a v.
femoral (profunda no membro inferior).
Anastomoses arteriovenosas (Figura 14) são observadas, com desvio de sangue
diretamente de uma arteríola para uma vênula, sem que passe pelo leito capilar. Através
da inervação autônoma simpática da sua parede, o vaso é capaz de se fechar
completamente, com a circulação sendo então feita pelo leito capilar. É o que acontece
nas anastomoses cutâneas quando o organismo se encontra em um ambiente com alta
temperatura. É importante que o organismo perca calor par o meio a fim de manter sua
temperatura constante, fechando assim as anastomoses arteriovenosas. Quando aberta
essas anastomoses, o canal transporta sangue da artéria para a veia, excluindo parcial
ou completamente o leito capilar da circulação. É observado em ambientes frios, em
que o organismo deve, ao contrário, evitar perda de calor para o meio. Assim, nesse
exemplo, as anastomoses arteriovenosas cutâneas são essenciais para o controle da
temperatura geral e local do corpo.
Figura 14. Localização das metarteríolas e das anastomoses arteriovenosas em relação ao leito capilar.
Figura 17. Baço na posição anatômica (hipocôndrio esquerdo da cavidade abdominal) e peça anatômica
com visão da sua face diafragmática (FD) e visceral (FV). O hilo esplênico ou lienal está indicado pelas
setas pretas nessa imagem.
Figura 18. Medula óssea e timo. Observar a presença de medula óssea no interior do canal medular e das
epífises. O timo tem sua localização sobre o coração e pericárdio e sobre os vasos supra-órticos.
Figura 19. Tonsilas e sua localização formando o anel linfático de Waldeyer na faringe:
3. ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
Figura 22. A cavidade nasal e suas divisões. O septo nasal ósseo (imagem superior à direita)
está formado pelo vômer (cor verde) e pela lâmina perpendicular do osso etmóide (cor rosa). A
parte anterior (em cinza) representa a cartilagem do septo nasal.
Nas paredes laterais das cavidades nasais observamos três projeções ósseas
irregulares e papiráceas, as conchas nasais superiores, médias e inferiores. As
conchas nasais superiores e médias são parte do osso etmóide, enquanto as conchas
nasais inferiores são ossos isolados do viscerocrânio.
As conchas nasais aumentam a área de superfície da mucosa nasal, permitindo
melhor aquecimento e umedecimento do ar inspirado através das cavidades nasais, e
assim tornando o ar mais bem condicionado para a hematose.
As conchas nasais recobrem espaços denominados meatos nasais. Assim, as
conchas nasais superiores revestem pequenos espaços denominados meatos nasais
superiores; as conchas nasais médias recobrem os meatos nasais médios e as conchas
nasais inferiores os meatos nasais inferiores. Nestes meatos, se abrem os óstios dos
seios paranasais, com exceção do seio esfenoidal que se abre acima das conchas
nasais superiores, no recesso esfeno-etmoidal (portanto, entre estes dois ossos) (Figura
23).
Figura 23. Conchas nasais superior (CNS), média (CNM) e inferior (CNI) e meatos nasais. O
recesso esfeno-etmoidal se encontra acima das conchas nasais superiores.
Figura 24. Seios paranasais. Todos possuem abertura nas cavidades nasais. Note a relação dos
seios maxilares com as raízes dos dentes molares superiores (imagem C) e a relação do seio
esfenoidal com a fossa hipofisária (imagem A).
Os seios paranasais estão no interior dos seguintes ossos: frontal, maxilares, (os
maiores), etmóide e esfenóide. No interior do osso etmóide, representam pequenos
espaços denominados células etmoidais.
A faringe é um órgão muscular de aproximadamente 12 cm de comprimento
localizado entre a base do crânio (superiormente) e as vértebras C1 a C6
(inferiormente), estando anteriormente a essas vértebras.
É dividida em três porções de acordo com suas relações anteriores: 1)
nasofaringe (entre as coanas e a margem inferior do palato mole) está posteriormente
às cavidades nasais; 2) orofaringe ou bucofaringe (entre a margem inferior do palato
mole e a margem superior da cartilagem epiglote da laringe) está posteriormente à
cavidade oral separada dela pelo istmo das fauces ou da garganta; e 3) laringofaringe
(está localizada entre a margem superior da epiglote e a margem inferior da cartilagem
cricóide) está posteriormente à laringe separada dela pelo adito à laringe,
Das 3 divisões, apenas a nasofaringe está relacionada exclusivamente à
respiração; enquanto a bucofaringe e laringofaringe estão relacionadas aos sistemas
respiratório e digestório. A faringe se continua abaixo de C6 como esôfago. Nela são
encontrados pequenos grupamentos de tecido linfático, as tonsilas, descritas
anteriormente no sistema circulatório. Elas representam uma defesa do organismo
contra infecções que entram pelas cavidades nasais ou oral (Figura 25).
Figura 25. Faringe: relações anteriores e respectivas divisões. Uma das tonsilas está
indicada no teto da nasofaringe (tonsila faríngea ou adenóide).
Figura 27. Divisões da laringe em visão a partir de corte coronal e de um corte mediano: cavidade
oral (CO), nasofaringe (N), orofaringe (O), laringofaringe (L), tonsila lingual (TL), cartilagem
epiglote (seta preta), tireóide (T) e cricóide (Cr), vestíbulo da laringe (*), prega vestibular (Ve),
prega vocal (Vo), cavidade infraglótica (I) e traquéia (Tr).
Inferiormente à laringe, a partir da margem inferior da cartilagem cricóide está a
traquéia, órgão tubular com comprimento entre 15 e 18 cm localizado na região cervical
e torácica anteriormente ao esôfago. Possui função apenas como órgão que permite a
passagem de ar durante a inspiração e expiração. Está formada por semianéis de
cartilagem e posteriormente por musculatura lisa. Os seus 15 a 20 semianéis são
intercalados aos ligamentos anulares de tecido conjuntivo, que dá flexibilidade ao órgão.
Termina se dividindo no interior da cavidade torácica em brônquios principais direito e
esquerdo a partir de uma projeção da sua última cartilagem, a carina da traquéia (Figura
28).
Os brônquios principais direito (BPD) e esquerdo (BPE) são dois órgãos
tubulares formados a partir da divisão da traquéia, de posição extra-pulmonar e que
possuem as mesmas características da traquéia: semi-anéis de cartilagem e ligamentos
anulares. O BPD possui apenas 2,5cm de comprimento, mas com maior diâmetro que
o esquerdo e menor angulação ou desvio do plano mediano. Já o BPE tem maior
comprimento (5cm), menor diâmetro e maior desvio do plano mediano (Figura 28).
Figura 28. Traquéia e brônquios principais. Notar os semianéis de cartilagem com musculatura
lisa posteriormente.
Figura 29. Ramificação dos brônquios lobares e segmentares no interior dos pulmões (árvore
brônquica). Observar os brônquios segmentares em cores diferentes. Os brônquios principais
direito (BPD) e esquerdo (BPE) são extra-pulmonares.
Figura 30. Porção respiratória destacada na imagem à esquerda e ampliada na imagem à direita.
Identificar os bronquíolos respiratórios de 1ª, 2ª e 3ª ordem, um ducto alveolar, sacos alveolares
e suas paredes formadas pelos alvéolos que se comunicam entre si pelos poros alveolares.
Os pulmões são duas vísceras maciças ou parenquimatosas localizadas no
interior das respectivas cavidades pleuro-pulmonares direita e esquerda no interior da
cavidade torácica. Os dois pulmões apresentam algumas diferenças quanto à sua
forma: a altura (esquerdo mais alto que o direito) e largura (direito mais largo) pela
presença do fígado no antímero direito e do ápice do coração no antímero esquerdo.
Os pulmões possuem uma base (repousa indiretamente no músculo diafragma)
e um ápice (está cerca de 3cm acima da abertura superior do tórax). Cada pulmão
possui também três faces: diafragmática (côncava e inferior), costal (convexa e anterior,
lateral e posterior) e mediastinal (medial, voltada para o mediastino). Nessa última face
é encontrada uma abertura denominada hilo pulmonar, que permite a passagem dos
elementos que formam o pedículo pulmonar: artéria pulmonar, veias pulmonares e
brônquio principal, além de vasos linfáticos, linfonodos, fibras nervosas autônomas e os
vasos brônquicos.
O pulmão direito é dividido em três lobos: superior, médio e inferior, separados
por duas fissuras: horizontal e oblíqua. Já o pulmão esquerdo possui apenas dois lobos:
superior e inferior, separados pela fissura oblíqua. No lobo superior do pulmão esquerdo
observamos uma projeção alongada denominada língula (Figuras 31 e 32).
Figura 31. Posição anatômica dos pulmões (imagem A) e lobos e fissuras dos pulmões (em B): lobo
superior direito (LSD), lobo médio (LM), lobo inferior direito (LID), lobo superior esquerdo (LSE) e lobo
inferior esquerdo (LIE). No pulmão direito e esquerdo a fissura oblíqua está indicada pelas setas pretas e a
fissura horizontal no pulmão direito pela seta branca.
Figura 32. Pulmão direito e esquerdo com indicação de seus lobos, fissuras e faces. Impressões
são observadas principalmente na face mediastinal dos dois pulmões, como por exemplo da
aorta, esôfago e ápice do coração. Lobo superior (LS), lobo médio (LM), lobo inferior (LI), face
costal (1), mediastinal (2) e diafragmática (3).