Economia Do Turismo
Economia Do Turismo
Economia Do Turismo
O que é a Economia? É uma ciência social, subjetiva, que consiste na análise da produção,
distribuição e consumo, de bens e serviços. É também a ciência social que estuda a atividade
económica, através da aplicação da teoria económica, tendo na gestão, a sua aplicabilidade
prática. (Harper, 2001)
A economia, tem na gestão o seu lado mais prático, ou seja, utiliza a gestão como mecanismo
que potencia diferentes dividendos resultantes das trocas comerciais entre os diversos
agentes económicos.
- Microeconomia: estuda o comportamento da economia de forma individual, ou seja,
estuda o comportamento e a contribuição que cada agente económico (consumidor individua,
famílias, Estado, bancos, empresas, etc.) tem para a economia, isto é, para um determinado
mercado.
Uma das funções base da microeconomia é a de procurar explicar a formação dos
preços quer dos bens de consumo final, quer dos fatores de produção (considerados
individualmente), recorrendo para isso à Teoria da Procura, à Teoria da Oferta e à Teoria
da Produção.
Em resumo, a microeconomia estuda “apenas” uma pequena parte do funcionamento de
um circuito económico.
- Macroeconomia: estuda o comportamento da economia de forma agregada, ou seja,
estuda a relação que cada agente económico estabelece entre si.
A macroeconomia preocupa-se em estudar os diferentes fenómenos que podem influenciar
(ou ser resultado) as relações de mercado entre diferentes regiões, Estados, continentes.
Assim, temos os seguintes fenómenos macroeconómicos: inflação/deflação,
exportações/importações, taxas de juros e taxas de câmbio, os diferentes impostos, o PIB.
Para concluir, por fenómenos macroeconómicos entendemos a guerra, pandemias,
catástrofes naturais.
Necessidades Recursos
ilimitadas escassos
Escolha
Custo de oportunidade: não é mais do que um custo que implica uma escolha. É o custo
da opção que não escolhemos, ou seja, da opção que deixámos à parte.
O custo de oportunidade, em termos matemáticos, corresponde à soma da despesa da
escolha com o excedente da opção não escolhida (2ª opção).
𝐶. 𝑂 = 𝑑𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎 𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑙ℎ𝑎 + 𝑒𝑥𝑐𝑒𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑎 𝑜𝑝çã𝑜 𝑛ã𝑜 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑙ℎ𝑖𝑑𝑎
Exemplo:
Vencimento (V) Despesa (D) Excedente (V - D)
Opção A 1600€ 200€ 1400€
Opção B 1800€ 600€ 1200€
Opção C 1500€ 0€ 1500€
A situação de equilíbrio é aquela em que cada agente económico (tanto os do lado da procura,
como os do lado da oferta) não querem alterar o seu comportamento pois estarão numa
situação ótima. Ainda assim, como a economia é uma ciência social subjetiva, pois estuda o
comportamento das pessoas, poderá levar (quase sempre) a situações de desequilíbrio de
mercado.
Caso do Supermercado: Se todos procurarem ser atendidos de acordo com a regra definida
anteriormente, verifica-se um equilíbrio, que é uma situação a partir da qual ninguém tem
incentivos a alterar o seu comportamento.
No entanto, pode não se verificar racionalidade dos agentes como o não terem muita
pressa, o estarem acompanhados à conversa, o não estar preocupado com o tempo gasto.
Outros problemas que possam surgir, mesmo que haja equilíbrio nas filas são o poder haver
pessoas que tenham mais produtos para passar na caixa do que outras, a velocidade dos
operadores de caixa pode não ser a mesma, entre outros.
Subjetividade: pode estar relacionada com o facto de se estar a falar de uma ciência
social – juízos de valor.
➢ Economia Positiva: análise foca-se em factos propriamente ditos e é assente em
metodologia científica. Exemplo: o salário mínimo em Portugal é de 505€.
➢ Economia Normativa: análise foca-se em juízos de valor. Exemplo: o salário mínimo em
Portugal é de apenas 505€.
A Procura:
➢ Representa o comportamento racional dos produtores.
➢ Relaciona a quantidade ótima que os consumidores querem adquirir a um dado preço
ou qual o preço máximo que pagariam para adquirir certa quantidade.
Lei da Procura: quanto maior o preço de um bem, menor a quantidade procurada desse
mesmo bem. Se um bem ficar mais caro, o consumidor tende a comprar menos.
P = preço
Q = quantidades
D = procura
A Oferta
➢ Representa o comportamento racional dos produtores.
➢ Relaciona a quantidade ótima a produzir dado um certo preço de venda ou qual o
preço mínimo a que a que os produtores estariam dispostos a receber para produzir
uma certa quantidade.
Lei da Oferta: quanto maior é o preço, maior é a oferta e quanto menor é o preço,
menor será a quantidade oferecida (= oferta).
Tudo isto é verificado desde que tudo o resto seja constante, ou seja, que todas as variáveis
exógenas, sejam constantes.
P = preço
Q = quantidade
S = oferta
Equilíbrio de mercado: apenas quando temos a procura exatamente igual à oferta. Ou seja,
ao preço de equilíbrio, a quantidade oferecida é igual à quantidade procurada pelo que
consumidores e produtores compram e vendem na quantidade que desejam, sem haver
consumidores que querem adquirir o bem ou o serviço e já conseguem, nem produtores que
queiram vender mais unidades, mas não são bem sucedidos nas suas intenções.
2.
D: 𝑄𝐷 = 200 − 𝑃
S: 𝑄𝑆 = −50 + 𝑃
= 200 − 𝑃 = −50 + 𝑃
= 250 = 2𝑃
= 125 = 𝑃 ∗
𝑸𝑫 𝒆 𝑸𝑺 = 𝟕𝟓
Excedentes
- excedente do consumidor
𝑏𝑥ℎ 75 𝑥 (200 − 125)
𝑋𝐷 = = = 2812.5 𝑢. 𝑚.
2 2
- excedente do produtor
𝑏𝑥ℎ 75 𝑥 (125 − 50)
𝑋𝐷 = = = 2812.5 𝑢. 𝑚.
2 2
Excedente económico = 𝑿𝑫 + 𝑿𝑺
= 2812.5 + 28125.5 = 5625 u.m.
Desequilíbrio de mercado
Oferta turística
Segundo a organização mundial do turismo, para definir a oferta turística, é necessário
distinguir previamente os conceitos de património e recurso turístico.
O recurso turístico é toda a matéria-prima de um determinado destino turístico. Só podemos
considerar como património o resultado de um conjunto de recursos turísticos.
A oferta turística baseia os seus critérios tendo por base o comportamento dos
consumidores. Critérios esses que vão desde a preferência destes até ao seu rendimento.
Existem três premissas essenciais:
- a oferta resulta de uma intervenção humana que vise a satisfação das necessidades
turísticas.
- considera-se oferta turística ao ser consumida pela procura turística.
- a oferta turística baseia-se no conceito de recurso turístico.
Assim, a oferta é então o “conjunto de todas as facilidades, bens e serviços adquiridos ou
utilizados pelos visitantes, bem como todos aqueles que foram criados com o fim de satisfazer
as suas necessidades e postos à sua disposição, e ainda os elementos naturais e culturais
que concorrem para a sua deslocação” (…) (Cunha, 2007).
A oferta turística compreende o conjunto integrado de facilidades, bens, serviços, imagem
geral do destino e respetivas atrações, não só produzidos para o consumo de visitantes, mas
também pelos produzidos aos residentes e que são consumidos por visitantes (OMT,2001).
Elasticidades
O que é uma elasticidade? É o tamanho do impacto que a alteração numa variável (ex. preço),
exerce sobre outra variável (ex. procura).
Elasticidade procura – preço direta
A elasticidade procura – preço direta (ou preço da procura) mede o efeito que a variação
do preço tem na quantidade procurada de um determinado bem, ao longo de um dado período
de tempo.
Em termos matemáticos, visa medir a variação percentual da quantidade procurada de um
bem ou serviço dada uma variação percentual no preço destes, tudo o resto constante.
Esta elasticidade, no fundo, mede quanto varia a quantidade procurada quando o preço varia
1%.
∆𝑄 𝑃
𝐸𝑝 = 𝑋
𝑄 ∆𝑃
∆𝑄 = 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
∆𝑃 = 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑝𝑟𝑒ç𝑜
Exemplos:
Período Preço Quantidade
Janeiro 2021 10€ 500
Fevereiro 2021 !0.5€ 480
Resposta: Este resultado permite dizer que quando o preço varia 1%, a quantidade procurada
varia – 0.8%.
Resposta: quando o preço varia 1%, há uma variação da quantidade procurada de 1.8%. Este
resultado indica que estamos perante uma exceção à lei da procura.
Elasticidade procura-rendimento
Y = rendimento (yield)
∆𝑄 𝑌
𝐸𝑦 = 𝑥
𝑄 ∆𝑌
∆𝑌 = 𝑌1 − 𝑌2
Exemplos:
Período Rendimento Quantidade
Janeiro 2022 1000 480
Fevereiro 2022 1100 500
Exemplo:
Período Quantidade bem 1 Preço bem 2
Janeiro 2022 400 300
Fevereiro 2022 500 250
Nota: se a variação for positiva – espera-se que o aumento do preço de um produto gere
aumento da procura do seu concorrente, por isso são bens substitutos.
PT = produtividade total
Produtividade marginal (PMg)
É a variação do produto dada variação de uma unidade na quantidade de fator de produção
em determinado período de tempo.
∆𝑃𝑇
𝑃𝑀𝑔𝑁
∆𝑁
= Produtividade marginal da Mão de Obra
∆𝑃𝑇
𝑃𝑀𝑔𝐾
∆𝐾
= Produtividade marginal do Capital
Os valores mais altos são os pontos ótimos. Assim, tendo em conta os resultados da
produtividade marginal, temos a certeza que o número de N que maximiza a produção é de
2. (a marginal dá a certeza do número ótimo de trabalhadores).
𝑸
𝑷𝑴𝒆𝑳 =
𝑳
− 𝐿3 + 45𝐿2
=
𝐿(1)
= −𝐿2 + 45𝐿
Contabilidade Nacional
As três óticas do valor da Produção Nacional:
➢ Ótica da Produção – quando queremos saber quanto é que se produz. (valor
acrescentado bruto)
➢ Ótica do Rendimento – quando queremos saber como é que se distribui a produção
de uma dada economia pelos seus agentes (salários, lucros, juros, etc.)
➢ Ótica da Despesa – quando há interesse em saber quanto é que cada agente
económico (em termos agregados) gasta (consumo privado, despesas públicas,
investimento, importações e exportações)
Como calcular o Produto? Existem dois métodos – o Métodos dos Valores Finais e o Método
dos Valores Acrescentados.
- Método dos Valores Finais: tomamos os valores finais da produção aos preços de mercado,
ou seja, utilizamos os valores do consumo final em bens e serviços para a satisfação direta
das necessidades humanas.
- Método dos Valores Acrescentados: o valor do produto vai ser decomposto nas parcelas
com que os diversos setores da atividade contribuem para a formação desse mesmo produto
(VA = VV – CI = valor das vendas – consumos intermédios)
OU
𝑃𝑁 → 𝑃𝐼 → 𝑃𝐼 = 𝑃𝑁 - RR RM - RPRM (ou SR RM )
Exercício:
PIB = 600
Amortização = 400
SRrm = 300
(nota: o que dá a diferença de interno para nacional é o SRrm)
Calcule:
a. PNB
PNB = PI + SRrm = 600 + 300 = 900
b. PNL
PNL = PNB – amortizações = 900 – 400 = 500
c. PIL
PIL = PNL – SRrm = 500 – 300 = 200
Logo,
PIBcf = PIBpm – I.I + Sub. // PNBcf = PNBpm – I.I + Sub.
OU
PIBpm = PIBcf + I.I – Sub. // PNBpm = PNBcp + I.I – Sub.
Exercício:
PNBpm = 600
I.I = 400
Sub. = 300
Amortização = 300
SRrm = 400
Calcule:
a. PNBcf
PNBpm – I.I + sub. = 600 – 400 + 300 = 500
b. PIBpm
PNBpm – SRrm = 600 – 400 = 200
c. PILcf
PNBcf – SRrm – amortizações = 500 – 400 – 300 = - 200
Ótica da Despesa
Despesa Interna (DI) = PIBpm = C + G + FBC + X – M
C = consumo privado; G = gastos públicos; FBC = formulação bruta de capital ou investimento
Determine:
a. Procura Interna, Procura externa, Procura Global e Despesa Interna.
Procura interna = C + G + FBC (investimento) = 1500 + 500 + 800 = 2800
Procura externa = X (exportações) = 400
Procura global = Pinterna + Pexterna = 3200
Despesa Interna = PIBpm = Procura Global – M (importações) = 3200 – 600 = 2600