Ramon O Sedutor - Serie Meu Cor - Marcia Candido
Ramon O Sedutor - Serie Meu Cor - Marcia Candido
Ramon O Sedutor - Serie Meu Cor - Marcia Candido
Já faz duas semanas desde que conheci o novo dono da boate, ele tem
vindo aqui com frequência mas as meninas estão fazendo fila para transarem
com ele, menos eu pois fui a primeira a sentir aquele homem gostoso e agora
preciso deixar as minhas colegas se divertirem também.
Estou com a minha agenda cheia para hoje e já estou no meu terceiro
programa, adoro passar por esses hotéis de luxo e ainda ganhar uma boa
grana no final, claro que uma porcentagem fica para boate e o acordo é
cinquenta por cento da boate e cinquenta por cento da garota, nunca vi uma
boate deixar as garotas com uma porcentagem tão alta, mas enfim, não
estamos em uma boate qualquer.
O Sr. Sarkozy vendeu a boate mas tudo continuou como estava, quer
dizer, teve uma grande melhora com a chegada dos garotos, eles estão se
dando bem e a boate agora tem quase o mesmo número de homens e
mulheres como frequentadores, eles são lindos e já percebi que Diego tem
algum interesse em mim, seus olhares e seu modo de falar comigo deixa isso
bem claro, ele é lindo mas fomos proibidas de nos envolver com os nossos
colegas de trabalho, o que é uma pena porque eu iria adorar beijar esse
loirinho lindo, Sandro e Talison também são uns gatos e eu ficaria com cada
um deles, ou todos eles ao mesmo tempo, eu não me importaria com isso, ter
dois homens me comendo enquanto eu chupo o outro, seria uma orgia
deliciosa.
Chego na boate depois de um sexo até que razoável, subo direto para
o quarto que divido com algumas das garotas e me troco, me arrumando para
o próximo cliente, eu já tomei um banho antes de sair do hotel então já estou
cheirosinha, pronta para agradar mais um cliente.
Depois de arrumada eu desço até o salão que ainda está bastante
cheio, já passa de uma da manhã e ainda tem cliente entrando na boate. Meu
percurso até o caixa para pegar a ficha do próximo cliente é bastante tensa,
alguns homens me param no caminho querendo o programa, mas aviso que já
estou ocupada, algumas mulheres me perguntam pelos garotos e só então
percebo que não há nenhum deles por aqui, com certeza eles estão ocupados
com os seus programas também.
Pego a ficha do cliente e sigo para saída da boate, mas no meu trajeto
esbarro em alguém que segura a minha cintura me puxando para o seu corpo.
— Onde vai com tanta pressa, ruivinha? Está ocupada? — Me deparo
com o meu chefe grudado em mim me encarando com aquele olhar sedutor.
— Sr. Mitchell... Me desculpa eu quase o derrubei... Eu estou saindo
para atender um cliente e não quero me atrasar, com licença senhor. — Me
solto dele sutilmente e me afasto saindo da boate.
Não gosto de deixar os meus clientes esperando, porque isso conta
ponto a meu favor e ainda quero ser a garota número um dessa boate, eu já
estou entre as mais procuradas mas eu quero me tornar a melhor.
Pego um táxi e sigo para casa do cliente, dou mais uma olhada na
ficha e só então percebo que vou atender um casal, Leonardo e Raquel, bom,
no sexo quando é pago vale tudo, então já penso em algumas ideias para
agradar ao casal, pelo que vejo na ficha essa é a segunda vez que eles pedem
os serviços da boate, e a garota que os atendeu recentemente foi Amanda, ela
deve ter curtido já que ela gosta de mulheres, eu não curto muito mas pelo
dinheiro, eu faço tudo.
Não escondo que sou ambiciosa, gosto muito de dinheiro e faço tudo
para tê-lo, menos prejudicar as pessoas, isso eu não faço com ninguém para
que não façam comigo, posso ser uma prostituta, mas eu tenho princípios,
conquisto tudo e a todos através de maneiras justas e é assim que eu quero ser
a melhor.
Alguns minutos depois e eu já estou tocando a campainha da casa
enquanto arrumo a minha roupa, e coloco um sorriso provocante no rosto, em
menos de um minuto uma mulher morena alta de olhos verdes muito bonita
abre a porta.
— Olá! Boa noite, eu sou a Marcelly e creio que estão esperando por
mim. — A encaro com o meu melhor sorriso e ela retribui me admirando de
cima a baixo.
— Boa noite! Marcelly, entra por favor! Eu e meu marido estávamos
ansiosos pela sua chegada. — Ela me cumprimenta com um beijo demorado
no rosto e me dá passagem para entrar, e assim o faço.
Um moreno lindo está em pé no meio da sala, mas quando me
aproximo ele vem me cumprimentar acompanhado de um belo sorriso.
— Seja muito bem vinda, Marcelly! Assim como a minha esposa,
você está muito linda... Tenho certeza de que o nosso momento será
incrível... Você foi uma escolha de Raquel e ela escolheu muito bem, ela tem
um ótimo gosto. — Ele me cumprimenta com um beijo no canto da boca e
sinto a sua esposa segurar a minha cintura por trás.
— Prometo honrar a sua escolha, Raquel... Vocês não vão se
arrepender por me escolherem. — Viro o meu rosto para encara-la e ela me
surpreende com um beijo feroz.
Retribuo ao seu beijo enquanto sinto suas mãos vagar pelo meu corpo,
sinto outros lábios macios se juntar ao nosso e logo Leonardo está me
beijando de forma intensa, agora ele me puxa para o seu corpo enquanto
devora a minha boca e sua esposa beija e chupa o meu pescoço, confesso que
está bem excitante. Passo as minhas mãos pelo seu peito e desço uma delas
até a sua ereção já volumosa dentro da calça.
— Não vamos perder tempo, vamos tirar logo essas roupas, eu estou
ansiosa para nossa diversão. — Sugere Raquel no meu ouvido então
interrompo o beijo com seu marido.
— Ótima ideia, Raquel... Porque não coloca uma música para
fazermos um pequeno show? Estou aqui para dar prazer aos dois e quero
começar com uma dança... Mas se preferirem podemos ir direto ao que
interessa, o sexo. — Encaro os dois com desejo pois estou mesmo curtindo
esse momento, os dois são muito lindos e de uma certa forma, estão me
excitando.
— Podemos ir com calma até chegar no sexo, queremos admirar você
um pouco mais... Você é muito bonita, Marcelly. — Raquel me encara com
desejo e morde o lábio inferior, lhe dou o meu melhor sorriso e ela mexe em
um controle remoto colocando uma música para nós.
Peço para que eles se acomodem no sofá a minha frente, enquanto
deixo a minha bolsa sobre o móvel, me viro para eles e começo a dançar
fazendo movimentos leves e sensuais, passo as minhas mãos pelo meu corpo,
jogo os cabelos e faço charme, olho para eles com desejo recebendo os seus
olhares intensos sob o meu corpo, começo a tirar calmamente a minha roupa,
peça por peça até ficar só de calcinha.
Me aproximo mais deles e me viro de costas rebolando de forma
suave e Raquel se levanta dançando junto comigo, tiro as suas roupas
calmamente enquanto ela acaricia o meu corpo e eu ainda me movo no ritmo
da música, ela se aproxima mais me puxando pela cintura e me beija com
calma, já estamos as duas completamente nuas então encaro o seu marido já
sem camisa e com a sua calca aberta, ele está se masturbando enquanto nos
admira juntas, ele tem um ótimo tamanho.
— Não fique aí só olhando... Se junte a nós, Leonardo. — Estendo a
mão para ele que termina de tirar a sua roupa ficando nu assim como nós.
— É excitante pra caralho ver vocês duas juntas... Estou ansioso para
senti-las em mim. — Ele se aproxima ainda se masturbando mas nos abraça
pela cintura nos puxando para o seu corpo.
Raquel o beija enquanto eu passo a minha língua pelo seu pescoço e
desço para o seu peito, seguro a sua ereção masturbando-o e me ajoelho
encarando o seu mastro, sua glande rosada faz a minha boca salivar então
passo a minha língua pela sua extremidade, ele geme na boca da esposa
enquanto o coloco na boca, chupando-o com vontade.
— Caramba... Ohhh que boca quente você tem, Marcelly... Está me
engolindo quase por inteiro. — Ele geme segurando os meus cabelos pela
nuca entrando mais rápido na minha boca.
Sem dizer nada Raquel se ajoelha ao meu lado, passando a sua língua
pela extremidade dele enquanto eu chupo apenas a sua glande sugando com
força, tiro ele da boca e Raquel o engole enquanto eu chupo as suas bolas, ele
geme, de repente ele se afasta e nos pega pela mão nos arrastando para algum
lugar, entramos em um quarto amplo e espaçoso com uma cama imensa.
Leonardo nos leva pra cama e me põe deitada se pondo sobre mim,
ele me beija ferozmente enquanto esfrega a sua ereção em mim, logo ele
deixa a minha boca e desce até os meus seios beijando, lambendo e chupando
cada um deles enquanto Raquel está sentada ao lado apenas olhando,
admirando e se excitando a cena a sua frente.
Leonardo continua descendo a sua boca pelo meu corpo e logo sinto
sua língua brincar na minha intimidade, está gostoso, sua língua é ágil e me
dá prazer, gemi rebolando na sua boca enquanto sinto as mãos de Raquel nos
meus seios, apertando e acariciando, ela geme me encarando com luxuria mas
está atenta as ações do marido, ela se inclina me beijando ferozmente, mas
logo devora os meus seios mordiscando os meus mamilos, prendendo-os
entre os seus lábios, me fazendo realmente delirar, era para eu estar dando
prazer a eles, mas são eles quem estão me dando.
— Eu quero foder vocês duas, quero sentir as duas gozando... Mas
primeiro vamos brincar um pouco mais. — Leonardo deixa a minha
intimidade e puxa Raquel deitando-a na cama já penetrando-a.
Raquel me puxa pela mão pedindo para eu me sentar no seu rosto e
assim o faço, ela geme enquanto me chupa de um jeito faminto, me fazendo
rebolar no seu rosto, estou realmente sentindo muito prazer nessa orgia e me
entrego ao prazer, sinto a língua quente de Leonardo nas minhas costas,
chupando a minha pele enquanto come a sua esposa, mas alguns minutos
depois e a minha vez de jogá-lo na cama e lhe dar prazer.
Pego uma camisinha sobre a mesinha de cabeceira e coloco nele,
enquanto Raquel se senta no rosto dele de frente para mim eu me sento na sua
ereção descendo lentamente, sentindo-o me preencher. Começo a cavalgar
nele e acaricio os seios de Raquel, ela geme com os seus olhos presos em
mim então lhe dou o mesmo prazer que ela me deu, beijo-a com intensidade
chupando a sua língua enquanto desço a minha mão até a sua intimidade,
masturbo-a com movimentos suaves tocando bem no seu ponto sensível,
fazendo ela gemer, desço a minha boca até os seus seios e sugo com vontade
sem diminuir os meus movimentos enquanto cavalgo nessa ereção robusta,
esse homem é gostoso, e sua mulher não fica atrás, não vou negar, estou
adorando o nosso sexo, estou tão excitada com os nossos gemidos que posso
gozar a qualquer momento, estamos os três gemendo escandalosamente mas
não nos importamos com isso. Sinto Leonardo latejar dentro de mim assim
como sinto o corpo de Raquel estremecer.
— Goza suas gostosas... Goza na minha boca amor! E você goza no
meu pau Marcelly! Vamos eu quero sentir vocês gozarem...! Porra eu vou
gozar logo então me obedeçam...! Gozam vai! — Ele ordena dando impulsos
entrando em mim mais forte e mais rápido.
— Eu vou gozar meu amor... Ohhh eu vou gozar... — Raquel geme
me puxando pelos cabelos me beijando mais uma vez.
Eu ainda toco a sua intimidade enquanto ela faz o mesmo comigo,
estamos nos masturbando enquanto seu marido me come e chupa ela.
— Isso... Isso... Ohhh delícia... Eu vou gozar... Goza Raquel... Enche
a boca do seu marido vai! Vamos gozar gostoso para ele... Vai! Vai Raquel!
Ohhh... — Gemi descontrolada sentindo Leonardo entrar fundo em mim e
Raquel me masturbar.
Não resisto e gozo sentindo Leonardo gozar em seguida latejando
forte dentro de mim, Raquel geme alto e seu corpo estremece assim como o
meu e ela goza na boca do marido, ele geme urrando enquanto chupa a sua
intimidade e ela me abraça desabando sobre os meus ombros, aos poucos
Leonardo para os seus movimentos, mas então Raquel se joga na cama e seu
marido faz o mesmo comigo.
— Fica de quatro Marcelly...! Eu ainda quero comer você. — Ordena
enquanto tira a sua camisinha e Raquel estende outra para ele.
— Insaciável... Eu gosto disso, ainda mais quando o sexo é tão bom.
— Divido a minha atenção entre o homem ainda de pau duro e a mulher
jogada na cama ainda ofegante.
Ela sorrir daquele jeito malicioso enquanto eu fico de quatro e logo
seu marido está me comendo novamente. Foram duas horas de puro prazer e
ainda recebi uma proposta para ficar mais uma hora, mas como ainda tenho
um último cliente eu tive que recusar a proposta, mas marcamos um segundo
encontro para ainda essa semana, eles gostaram bastante do nosso momento e
me descreveram como a melhor garota da boate, não preciso dizer o quanto
fiquei envaidecida com um elogio como esse, ganhei até um bônus generoso
e isso me deixou bastante satisfeita.
Depois de um banho gostoso a três eu saio da casa do casal e sigo de
volta para boate, estou me sentindo exausta mas ainda tenho o último cliente
para atender hoje.
Entro na boate encontrando algumas garotas no salão conversando
animadas com os clientes, não paro para falar com elas pois tenho uma dança
privada em vinte minutos, então subo para me arrumar.
Entro no corredor indo para o quarto, mas antes de entrar no mesmo
olho para o outro corredor e vejo o Sr. Mitchell sair da sua suíte com uma das
garotas, eles parecem empolgados, o que significa que se divertiram bastante,
mas talvez nem tanto quanto eu.
Entro no quarto sorrindo me lembrando do programa de alguns
minutos atrás, eu gostei daquele casal, foi a primeira vez que eu curtir tanto
uma transa envolvendo outra mulher, já cheguei a transar com dois homens
também e foi delicioso sentir os dois entrando em mim, me fodendo com
calma mas de um jeito muito prazeroso, me excito só de me lembrar.
Me arrumo rapidamente me vestindo de feiticeira, que foi uma
escolha do cliente, visto um hobby por cima da fantasia e saio do quarto
apressada, preciso preparar a sala privada antes do cliente chegar então desço
até o salão entrando rapidamente no corredor, a boate ainda está bem cheia e
vejo Diego no palco com algumas meninas, esse loiro é uma delícia e eu
estou louca para beijar aquela boquinha linda, mas infelizmente eu não posso.
Entro na sala privada e escolho uma música para dançar, estou me
sentindo exausta mas não posso deixar a desejar no meu trabalho, dou uma
olhada na ficha do cliente que já estava na bancada e vejo que se trata do
mesmo cliente da outra noite, um executivo de cinquenta e cinco anos, um
coroa com tudo em cima, ele adorou a minha dança e avisou que voltaria a
me procurar, não chegamos a transar mas depois de uma boa esfregada nele,
foi o suficiente para ganhar um presente generoso em dinheiro.
— Finalmente te encontrei... Está difícil falar com você hoje,
ruivinha. — Me assusto com a voz do Sr. Mitchell entrando na sala.
— Sr. Mitchell, não sabia que estava me procurando... Aconteceu
alguma coisa? É algo urgente? Paulo poderia ter me ligado ou... — O encaro
preocupada pensando ser alguma reclamação de cliente ou alguma
advertência, mas ele me interrompe.
— Ei! Relaxa! Não aconteceu nada... Eu queria te ver, era só isso. —
Ele se aproxima com aquele seu sorriso sedutor e aquele olhar penetrante me
prendendo nele. Porra de homem gostoso!
— Bom, já me viu, Sr. Mitchell... Deseja algo mais? — Pergunto
enquanto tiro o meu hobby exibindo a minha fantasia e ele me admira de
cima abaixo.
— Sim, eu desejo... Eu desejo você ruivinha... Vai dançar para mim
hoje, Marcelly? Você dança de um jeito único... Seus movimentos
hipnotizam a qualquer um. — Ele me encara com desejo e confesso que
quero muito estar com esse homem novamente, mas hoje eu não consigo,
estou acabada.
— Eu terei o maior prazer em dançar para você novamente, Sr.
Mitchell... Mas antes preciso confirmar o pagamento pela dança... É só a
dança que você vai querer? — Retribuo ao seu olhar intenso e ele se
aproxima tocando o meu rosto, tentando me puxar pela nuca mas eu me
afasto.
— Mas é claro que eu não quero só a dança, quero transar com você
como da outra vez, mas quero que seja com calma, na minha suíte... Já estou
com saudades de sentir essa bocetinha gostosa... Como a sua ainda não senti
igual. — Ele me puxa pela cintura apertando e apalpando o meu corpo e isso
me deixa tensa.
— Eu faço o que você quiser, Sr. Mitchell, desde que pague pelo
programa... Sem o pagamento eu sinto muito, mas não vou atendê-lo. — Me
solto do seu aperto me sentindo trêmula como nunca estive antes, ele me
encara confuso.
— As outras meninas não me cobraram para transar com elas... Elas
vieram até a mim de graça. — Ele me encara sério e diria até mesmo irritado,
mas isso não me intimida.
— Eu não sou as outras meninas, Sr. Mitchell, eu não faço caridade
então se quiser transar comigo terá que pagar como qualquer outro cliente...
Se não concordar com isso eu peço licença, pois tenho um cliente para
atender agora. — Sustento o seu olhar sério e o vejo trincar o maxilar me
encarando furioso.
— O que tem de gostosa tem de atrevida, nenhuma mulher me rejeita
dessa maneira...! Atenda o seu cliente, não quero que fique no prejuízo por
minha causa. — Ainda com aquele olhar intenso e furioso ele sai da sala
privada me deixando aqui de pernas bambas.
— Cretino gostoso, não vai me comer de graça só porque é o meu
chefe... Não sou uma prostituta qualquer, estou nessa vida pelo dinheiro e não
vou transar de graça com ninguém, nem mesmo com esse Deus grego do meu
chefe. — Digo para mim mesma pensativa me lembrando do seu olhar
intenso e furioso.
Balanço a cabeça negativamente tentando espantar essa tensão
estranha que ficou no ar, a maneira como ele me olha me estremece, sei que
ele quer me dominar como faz com as outras, mas ele não vai conseguir, não
sou uma mulher qualquer, sou Marcelly Alencar e sou única.
Poucos minutos depois o meu cliente entra e eu lhe dou toda a atenção
desejada e um pouco mais, quero que ele seja generoso comigo como foi
antes, e sei que será então faço o meu melhor, mas diferente do outro dia ele
me faz uma proposta que eu já esperava, ele coloca na minha mão uma boa
quantia em dinheiro para transamos, e é claro que eu aceito.
Já estou com a boceta ardendo de tanto transar e esse coroa e bem
mais viril do que eu imaginei, o cara mete bem apesar da aparência de
homem tranquilo e carinhoso, claro que não foi nada agressivo mas ele tem
uma pegada forte, e eu já estou no bagaço, estou morta de cansaço.
Terminamos o atendimento e ele se despede me dando um agrado a
mais para satisfazer a sua próxima fantasia, ele quer que eu me vista de
egípcia no nosso próximo encontro e o alertei que estamos em falta dessa
fantasia, mas rapidamente ele resolve esse problema com algumas notas a
mais de cem reais, sorrio satisfeita e o levo até a porta vestindo apenas o meu
hobby e nada mais por baixo, em seguida pego a fantasia espalhada pelo chão
e a camisinha para jogar no lixo.
Subo de volta para o quarto já triste e desanimada de tanto transar, em
algumas transas até que são prazerosas mas em outras são incômodas, como
por exemplo quando a vagina já está sensível e inchada pelas inúmeras
penetrações, sexo é bom e pagando melhor ainda, mas tudo tem o seu limite,
não é fácil fazer cinco programas em um só dia, minha vaidade custa caro e
os remédios de diabetes dos meus pais também, amanhã é minha folga e
preciso de um bom dinheiro para levar para eles, já estou com as receitas dos
remédios em mãos então, vou levar os remédios e o dinheiro das despesas.
Meus pais sabem o que eu faço e não foi fácil ter a aprovação deles
para continuar nessa vida, eles não podem mais trabalhar e depois de serem
abandonados pelos próprios filhos de sangue em um asilo, eu os tirei de lá e
estou sustentando-os, a aposentadoria deles foram bloqueadas pois
descobriram que era um dos filhos quem estava recebendo os pagamentos,
apenas essa semana eu descobri que alguém denunciou esse fato e eu achei
bem feito.
Não deixo os meus pais darem o meu dinheiro a eles, por isso
controlo tudo, eu mesma faço as compras de casa, pago as contas e compro
os remédios, deixo com eles apenas o suficiente para eles se virarem durante
a semana até eu voltar e dar mais dinheiro a eles, e assim estamos todos
tranquilos e meus pais são muito gratos a mim por cuidar tão bem deles.
Não são meus pais de sangue mas são os meus pais do coração, e são
os melhores pais do mundo, nunca me deixaram faltar amor e carinho mesmo
depois de descobrirem o que eu faço, minha irmã tentou me deixar mal diante
deles mas foi ela e o irmão quem se deram mal, sou considerada a melhor
filha do mundo e essa é a minha maior felicidade.
Capítulo 04
Marcelly
Depois de um banho demorado eu visto um conjunto de lingerie e me
jogo na cama, estou exausta, eu preciso descansar um pouco e rapidamente
pego no sono e nem vejo a hora que as meninas entram, quero ter o sono que
eu mereço então me entrego ao sono.
Dormi tranquilamente e acordei já com o dia claro, sentindo um
carinho gostoso no rosto e abro lentamente os meus olhos, me deparo com
Diego sentado á beira da cama me encarando com um sorriso lindo.
— Bom dia bela adormecida! Já são quase dez da manhã e as meninas
estão te esperando para tomar café, a maioria delas acordaram a pouco tempo
e estão sentindo a sua falta... A sua noite foi bem puxada ontem, eu quase não
te vi. — Ele acaricia o meu rosto e eu abro o meu melhor sorriso para ele
achando fofo o seu carinho no meu rosto.
— Verdade, a minha noite foi muito puxada, mas eu não deveria ter
dormido tanto... Ainda tenho que ir ver os meus pais, já tem três dias que não
os vejo e não gosto de ficar tanto tempo longe. — Me levanto e meu hobby se
abre deixando os meus seios a mostra, mas rapidamente o fecho novamente
ao sentir seus olhos fixos em mim.
— Porra você tem um corpo perfeito... Deixa as mulheres com inveja
e os homens loucos para ter você... Você é tão linda, Marcelly, é uma pena o
chefe ter nos proibido de nos envolver entre nós... Eu estou louco para beijar
você, ruivinha. — Diego se aproxima me encarando com desejo e eu ofego
desejando ardentemente transar com ele, mas não posso correr o risco de
perder a minha vaga aqui na boate.
— Realmente é uma pena, Diego... Eu também iria adorar lamber esse
tanquinho que você tem nesse abdômen, mas não posso descumprir as regras
ou estarei fora da boate, e eu não quero isso... Se conforme em apenas me
admirar querido, isso é de graça e não nos coloca em risco, ok? Vou tomar
um banho e encontro vocês lá em baixo. — Abro um sorriso malicioso e ele
morde o lábio inferior me encarando intensamente, mas suspira frustrado
enquanto vou para o banheiro.
— Isso é injusto... Ter uma mulher tão linda e tão gostosa na minha
frente e não poder fazer nada, é cruel. — Ele reclama enquanto entro no
banheiro sorrindo e tranco a porta, porque se ele resolver entrar aqui, com
toda certeza eu vou cair em tentação.
Tomo um banho pouco demorado e logo saio do banheiro enrolada
em uma toalha, mas quando entro no quarto me deparo com o Sr. Mitchell
andando pelo quarto, olhando tudo, todas as camas estão arrumadas menos a
minha, já que acabei de acordar.
— Está procurando por alguém, Sr. Mitchell? Posso ajudá-lo em
algo? — Chamo a sua atenção enquanto sigo para minha cama e mexo nas
minhas gavetas, procurando uma roupa para vestir.
— Bom dia, Marcelly! Não sabia que ainda tinha gente no quarto...
Estou pensando em colocar armários novos nos quartos para vocês terem
mais espaço para as suas coisas... Essa é uma das reclamações das suas
colegas. — Ele diz enquanto eu tiro a toalha do meu corpo ainda de costas
para ele, e me inclino para vestir a minha calcinha, sinto o seu olhar sob o
meu corpo.
— Olhando por esse lado eu concordo com elas... Mais armários seria
ótimo, assim não disputaríamos os armários como disputamos os clientes...
Tem sempre um melhor que o outro. — Comento enquanto me viro para
encará-lo, seus olhos estão nos meus seios nus, então visto o meu sutiã e ele
me encara atento.
— A sua noite ontem foi bem longa, mas você parecia ter gostado
bastante... Aconteceu algo de interessante? — Ele se aproxima lentamente de
mim com as mãos nos bolsos e os seus olhos vidrados no meu corpo,
enquanto me visto calmamente.
— Sexo é muito bom e eu adoro, principalmente quando tem dinheiro
envolvido... Tudo fica mais prazeroso, mas confesso que... Ontem eu tive um
programa bastante agradável com um casal, a esposa do cliente gostou
bastante do meu corpo... Ela chupa uma boceta tão bem quanto o marido. —
O encaro fixamente, mas desvio para a sua boca entre aberta, seu olhar sob
mim é intenso e penetrante.
— Eu não sabia que você curtia tanto assim o sexo com outra
mulher... Você consegue me surpreender a cada vez que falo com você,
garota. — Ele se aproxima mais e sentir o seu perfume assim de tão perto, me
deixa tensa e ofegante.
— Não curto sexo com mulher, mas na minha profissão eu tenho que
agradar a todos... Mas pela primeira vez eu gostei muito de estar com uma
mulher, experimentar novas sensações é sempre muito bom... O senhor não
acha, Sr. Mitchell? — Ele continua se aproximando e eu me afasto batendo as
minhas costas na cômoda.
— Concordo, pelo visto temos muito em comum... Será que temos o
mesmo desejo em comum também? — Ramon Mitchell continua se
aproximando me encarando de um jeito tão intenso que me estremeço.
Sinto sua mão na minha cintura me puxando para o seu corpo e minha
respiração pesa ainda mais que antes.
— Me desculpe mas... Eu... Eu preciso ir e estou atrasa... — Gaguejo
tentando sair do seu aperto, mas ele me interrompe avançando na minha
boca.
Porra ele tem um beijo maravilhoso e eu não consigo resistir, suas
mãos me apertam com posse me puxando mais para o seu corpo, uma de suas
mãos vai para minha bunda.
— Eu quero você ruivinha... Porra eu preciso sentir você de novo...
Eu pago o que você quiser, mas eu quero você. — Ele geme as palavras entre
os beijos então me solto dele ofegante, me sentindo zonza de desejo.
— Tudo bem... É... Eu vou te atender, Sr. Mitchell, mas não agora...
Me desculpe, mas eu preciso ir ver os meus pais e mais tarde eu... — Pego a
minha bolsa sobre a cama e vou em direção a porta arrumando os meus
cabelos, mas ele me puxa pelo braço me fazendo voltar contra o seu corpo.
— Mais tarde não! Eu quero você agora! Nesse instante. — Ele me
beija mais uma vez e sinto que estou derretendo em seus braços, mas não
posso deixá-lo me dominar.
— Me desculpe Sr. Mitchell, mas hoje é minha folga... Ainda não me
recuperei dos programas de ontem e não vou conseguir fazer o meu melhor
desempenho com você... Amanhã eu o atendo na hora que quiser e onde
quiser, mas hoje não...! Sinto muito, mas eu preciso descansar e hoje é o
único dia que eu tenho para fazer isso... Com licença senhor. — Me apresso
para sair do quarto sentindo a minha intimidade latejar de desejo, mas ela
ainda está inchada e ardendo, preciso dar um descansa a ela.
— Mas que porra! Como ela consegue ser tão escorregadia? — Ouço
ele esbraveja enquanto me afasto da porta e desço apressada para sair dali.
Dou uma passada rápida na cozinha para ver as meninas e aviso que
estou indo pra casa, hoje é o meu dia de ficar com os meus pais e Keila se
adianta aproveitando a minha companhia, hoje também é a folga dela e seus
pais não moram muito longe dos meus.
Saímos da boate conversando empolgadas e chamamos um Uber,
dividimos a corrida e primeiro eu fiquei na casa dos meus pais e ela seguiu
para casa dos seus. Passo em uma farmácia antes e compro os remédios deles
antes de seguir para casa, por causa das madrugadas em claro atendendo aos
clientes, eu nunca consigo parar em casa, meus pais sentem a minha falta e eu
a falta deles, mas eles respeitam a minha decisão de continuar na boate.
A Pleasure House fica no centro da cidade e meus pais moram bem
afastados do centro, eu gasto uma hora e quinze minutos para chegar em casa
e não conseguiria voltar todos os dias atendendo aos clientes até tarde da
madrugada, não gosto de deixar os meus pais sozinhos mas eles são bem
compreensivos comigo.
Meus irmãos só apareciam aqui quando queriam dinheiro, mas depois
que as aposentadorias dos meus pais foram bloqueadas eles nunca mais
apareceram, praticamente abandonaram os nossos pais, mas antes eles
tiveram que ouvir poucas e boas de mim.
Da última vez que apareceram aqui, Júlio e Betina tiveram a cara de
pau de me pedir dinheiro, mesmo depois de me humilharem tentando me
deixar mal com os nossos pais, mas não tenho papas na língua e não sou
mulher de lavrar desaforos pra casa, joguei na cara deles tudo que estava
entalado na garganta e os coloquei para fora de casa a vassouradas, os dois já
são casados e tem suas famílias mas ninguém cuida dos meus pais como eu,
me considero mais filha do que aqueles malditos miseráveis.
Assim que chego no portão de casa vejo minha mãe no Jardim
cuidando das suas flores penduradas em uma grade de madeira.
— Mamãe! Bênção. — Chamo por ela enquanto entro no quintal e ela
me dá aquele seu sorriso lindo.
— Filha! Deus te abençoe querida, que bom que veio eu já estava
com saudades de você... Seu pai passou a noite inteira falando em você
ontem, ele quer te vê querida. — Me aproximo recebendo um abraço
apertado antes de acariciar o meu rosto.
— Eu também estava com saudades, mamãe, vamos lá ver o papai, eu
ainda tenho que ir no mercado comprar algumas coisas que não conseguimos
comprar na semana passada. — Abraço-a guiando-a para dentro de casa.
— Mas não está faltando nada, filha, a geladeira e a despensa estão
cheias, você não tem que gastar com mais nada... Você está guardando o seu
dinheiro como nós pedimos? Você precisa garantir o seu futuro minha filha,
não quero pensar que podemos partir dessa vida de uma hora para outra e
deixarmos você sozinha nessa vida... Eu quero ver você bem, Celly, pensa
um pouco mais em você minha filha? — Questiona me encarando apreensiva
deixando o meu coração apertado.
— Eu não posso nem pensar em perder você e o papai, mamãe, não
fala uma coisa dessas nem de brincadeira, por favor...? Enquanto eu puder eu
farei tudo por vocês, não quero pensar em mim agora porque primeiro quero
ver vocês bem, felizes e tranquilos... Sei muito bem que andam chorando por
quem não merece e isso me corta o coração... Aqueles ingratos não merecem
as lágrimas de vocês, mamãe. — Paro no meio da sala encarando-a atenta e
vejo seus olhos já marejados, mas ela tenta ao máximo não deixar suas
lágrimas caírem.
— Eu sei que você está certa querida, mas ainda assim eles são os
meus filhos e eu sinto falta deles... Seu pai não gosta de admitir, mas ele
também está sofrendo pela distância deles e você também não para em casa,
esse seu trabalho está consumindo todo o seu tempo Celly, estamos pensando
seriamente em nós mudar só para ficarmos mais perto de você. — Diz em um
tom choroso fazendo o meu coração se despedaçar a cada batida.
— Me perdoa mamãe? Eu juro que queria passar mais tempo com
vocês, mas não dá... Eu vou tentar conseguir uma casa para levar vocês para
ficarem mais perto de mim, se isso for o que vocês querem eu faço isso por
vocês, mas eu ainda não posso sair da boate... Em nenhum outro lugar eu vou
conseguir um emprego que me ajude a sustentar essa casa como eu faço
agora... Pagar aluguel, comprar os remédios, arcar com as despesas da casa e
os meus gastos pessoais... Eu quero vocês perto de mim, mas eu não posso
deixar o meu trabalho, você entende mamãe? — Explico com lágrimas nos
olhos me segurando para não chorar, me sinto culpada por estar longe deles,
mas eu faço o que posso por eles.
— Mas é claro que nós entendemos querida, dos nossos filhos você é
a única quem está lutando por nós, mesmo não tendo o nosso sangue você é a
única a nos dar valor e isso não tem preço... Criamos os nossos filhos para
nós dar orgulho, para terem um futuro digno e brilhante, mas eles foram os
primeiros a nos dar as costas... Mesmo sendo criticada e julgada você nunca
nos abandonou, e é por isso que te amamos tanto... Sentimos muito a sua
falta, mas entendemos e aceitamos as suas escolhas, pelo menos a gente se vê
uma ou duas vezes na semana... Aqueles ingratos não aparecem por aqui a
mais de um ano, nem os meus netos eles não nos deixa ver... E é isso que nos
deixa tão tristes. — Meu pai aparece na sala vindo na nossa direção e eu me
apresso para abraçá-lo.
— Bênção papai! — Peço a bênção ainda abraçada a ele.
— Que Deus te abençoe minha filha... Que Deus te proteja e te dê a
felicidade que você tanto merece por ser essa menina tão doce, tão generosa e
amorosa com os seus velhos pais. — Ele me aperta em seus braços beijando o
alto da minha cabeça.
— Amém papai, que Deus te ouça... Mas vamos voltar ao assunto
anterior, vocês gostariam de se mudar para uma casa melhor? Mais perto de
mim? — Me afasto brevemente o encarando atenta e ele encara minha mãe.
— Filha, eu vou deixar essa decisão para sua mãe, o que ela decidir é
o que eu quero... Não queríamos te dar trabalho para você nos tirar daqui,
mas se é o que vocês querem e você acha que consegue, então a decisão é de
vocês. — Seu tom de voz é confiante e minha mãe abre um largo sorriso,
aquele sorriso que eu desejo ver sempre que estou com eles.
— Posso começar a procurar outra casa, mamãe? Você quer sair
daqui para ficar mais perto de mim? — Pergunto estendendo a mão para ela
que vem nos abraçar.
— Sim filha, se você concorda com isso, então nós vamos ficar mais
perto de você querida. — Mais uma vez ela me dar um lindo sorriso, e eu
abraço-a forte satisfeita com a sua decisão.
— Amanhã mesmo eu vou começar a procurar uma casa nova para
nós, mamãe, vou pedir ajuda as meninas e sei que vou conseguir encontrar
algo logo. — Me empolgo, feliz por poder passar mais tempo com os meus
pais, vou me esforçar ao máximo para dar mais atenção a eles, pois eles
merecem.
Fomos para cozinha conversar um pouco enquanto minha mãe
prepara o nosso almoço, ajudo-a com algumas coisas e logo o nosso almoço
está servido, almoçamos entre uma conversa e outra e minha mãe me conta
como foi os dias deles enquanto estive fora, eu não tenho muito o quê contar
a eles e sei que eles não iriam gostar de saber que passei a noite inteira
transando com estranhos.
Depois do nosso almoço mamãe me serviu um pedaço generoso de
pudim, é a minha sobremesa favorita e ela sempre faz quando eu peço, ela
cozinha muito bem e eu amo o seu tempero, tudo que ela faz é com amor, o
único amor que conheço em toda a minha vida.
Meus pais biológicos morreram quando eu era pequena, minha mãe
estava grávida e meu pai estava levando-a para maternidade quando foram
assaltados e meu pai reagiu, percebendo que o meu pai poderia ser morto
minha mãe tentou ajuda-lo, mas os dois acabaram baleados e meu pai morreu
na hora, minha mãe ainda foi socorrida, mas ela não resistiu pela demora que
teve no parto, minha irmãzinha nasceu morta infelizmente.
Eu tinha apenas seis anos na época e os nossos vizinhos acabaram me
pegando para criar, não fui bem aceita pelos meus novos irmãos, mas os
meus novos pais sempre me trataram com muito amor e carinho, e eu sempre
procurei respeitá-los acima de tudo como eles sempre me ensinaram, ao
contrário dos meus irmãos. Eu recebi a mesma criação que eles mas nem
parece que fomos criados pelas mesmas pessoas, isso sim é um fato
lamentável.
Passei uma tarde muito animada e agradável com os meus pais, no
início da noite quando falei que já estava de saída, minha mãe me encarou
com aquele seu olhar pidão e eu não resisti, não vou trabalhar hoje então
resolvo dormir com eles e só voltar para boate amanhã, assim eu não caio em
tentação com o meu chefe ou com aquele gostoso do Diego, ambos mexem
comigo, mas nenhum homem me fez estremecer como o meu chefe, droga!
Porque ele tinha que ser o meu chefe? Não podia ser um cliente como todos
os outros? Que contrata os meus serviços uma vez ou outra ao invés de me
cercar pela boate me deixando excitada daquele jeito?
O Sr. Mitchell tem um beijo tão bom, seus lábios são tão macios, mas
o seu beijo é forte e intenso, ele tem uma pegada que ainda não senti com
ninguém, ele conseguiu me desestabilizar com aquele seu beijo, me deixou
excitada e com dificuldade para resistir, não quero resistir a ele, mas também
não vou ficar transando com ele de graça como as outras meninas, não
escondo que sou ambiciosa, sem falar que quando chegar garotas novas na
Pleasure House ou nas outras boates, ele vai me dispensar sem pensar duas
vezes e quem vai ficar no prejuízo e de bolso vazio serei eu, eu pego, mas
não me apego, primeiro eu penso em mim e nos meus pais e o resto é resto.
Me acomodo na minha cama ali no meu quarto, pensando em onde
começar a procurar uma casa nova para os meus pais, não vou conseguir
bancar uma casa no centro pois tudo ali é caro, o padrão de vida ali é outro e
mesmo os meus pais merecendo muito, não sei se vou conseguir uma casa ali
no centro, bom, vamos ver o que eu consigo e onde vou conseguir, agora eu
só quero descansar e deixar para pensar nisso amanhã com calma.
Me entrego ao sono rapidamente tamanho é o meu cansaço, ainda não
era nove da noite quando me deitei e logo dormir, ouvi o meu celular tocar no
meio da noite mas não me importei, as meninas sabem que vou ficar por aqui
hoje e assim elas não ficam preocupadas por eu não aparecer.
Se estou feliz? Mas é claro que estou, hoje os meus pais estão se
mudando para a nossa casa nova com a ajuda de uma equipe que eu paguei,
não pude ir ajudá-los pois já faz dias que estou dormindo na boate e mal
consigo ir vê-los por causa do insaciável do meu chefe, mas ele não está nada
satisfeito comigo por eu ter recusado a sua participação na compra da casa
nova, ele tentou a todo custo me fazer aceitar a sua ajudar mas eu não aceitei,
não tinha lógica alguma aceitar a sua ajuda ganhando dois mil reais por noite
e ainda tem as boas gorjetas que ganho com as apresentações, dois mil por
dia me rende uma boa grana no final do mês então eu só precisava ser
paciente e esperar juntar um pouco mais de dinheiro, eu já tinha trinta mil
guardado no banco porque a minha mãe me obrigava a guarda uma parte do
meu dinheiro para não gastar tudo com a casa, somando mais o dinheiro que
ganho como exclusiva do Sr. Mitchell, eu consegui comprar à vista uma casa
nova para os meus pais, eles estão felizes como nunca vi antes, minha mãe
até se emocionou, chorou abraçada a mim e eu tive medo dela passar mal, ela
ficou tão emocionada que a pressão dela subiu e tive que fazê-la tomar os
seus remédios sob a minha supervisão.
Na boate está tudo tranquilo, apesar da segurança ter sido reforçada
sem nenhuma explicação, Paulo disse que o nosso chefe só quer garantir a
nossa segurança, mas mesmo achando isso estranho ninguém o questionou.
A cada dia que passa estou me envolvendo mais com o meu chefe,
quando ele não dorme comigo na suíte da boate ele vem me buscar ou manda
o motorista para me levar para sua mansão, aquela casa é dos deuses e é
digna de um homem como ele.
Ramon está muito diferente comigo, ele está carinhoso e se preocupa
comigo como se eu fosse realmente importante para ele, as meninas da boate
já se conformaram que a minha passagem pela cama do chefe não é
passageira, e assim como minha mãe, elas também acham que eu gosto do
meu chefe, e o que é pior, estão dizendo que ele gosta de mim também mas
eu não posso me iludir, o que um homem como ele veria em uma prostituta
como eu?
Um homem como Ramon Mitchell pode ter a mulher que desejar e
não se apegaria a uma prostituta, o fato é que eu estou confusa como nunca
estive em toda a minha vida, eu sinto por esse homem algo que eu nunca
senti por nenhum outro, eu o desejo ardentemente só de pensar nele, ofego
toda vez que me lembro dos seus toques na minha pele, seus gemidos
sussurrando o meu nome me chamando de gostosa, sentir a sua carne na
minha é algo surreal e está a cada dia mais intenso, não consigo sentir desejo
por nenhum outro homem além dele e isso vai me prejudicar quando ele não
me quiser mais.
— A julgar pela sua respiração pesada, tenho certeza de que está
pensando no nosso chefe. — Saio dos meus pensamentos com Keila se
sentando ao meu lado e eu borro o meu batom sem perceber.
— Não diga besteiras, Keila! Não estava pensando em ninguém...
Estava pensando na minha casa nova, hoje eu me mudei com os meus pais
para a casa nova, e depois vou te passar meu endereço novo para você ir me
visitar. — Tento mudar de assunto mas não dá certo.
— Tudo bem, falaremos da sua casa nova depois mas agora, eu quero
saber se você está ou não apaixonada pelo Sr. Mitchell... Vamos! Pode
começar a falar, eu estou ouvindo, e não minta para mim, ouviu? — Ela cruza
os braços me encarando atenta e eu me levanto engolindo a seco.
— Nunca me apaixonei por ninguém, Keila, não sei como é estar
apaixonada mas sei que não estou apaixonada pelo nosso chefe... Eu não
posso me apaixonar por ele... Eu sou uma garota de programa e ele é um
homem importante no mundo dos negócios... Droga ele é o meu chefe e está
pagando para ficar comigo, é só isso que eu sou para ele, uma prostituta e
nada mais! E eu não posso me iludir com ele por estar ganhando presentes
caros ou por estar transando só com ele... Merda! Eu estou tão confusa. —
Desabafo me sentando de novo ao seu lado e ela me abraça.
— É disso que eu tenho medo, Celly, tenho medo de me apaixonar
por um cliente e ele não me ver além da prostituta que ele está pagando para
comer, tenho medo de me iludir e quebrar a minha cara... Eu não quero isso
para mim e não desejo isso para você... Espero que saiba como lidar com
tudo isso, mas se não souber, saiba que estarei aqui com você, está bem?
Você nunca vai estar sozinha minha amiga. — Ela me dá um sorriso amoroso
que me aquece a alma, só a minha mãe tinha esse poder de me tranquilizar,
mas Keila está sendo uma amiga e tanto.
— Obrigada Keila, você é uma das minhas melhores amigas e
também pode contar comigo sempre, ouviu? — Abraço-a forte e ela retribui,
mas logo se solta de mim me encarando com uma sobrancelha erguida.
— Eu sou uma das suas melhores amigas, Marcelly? Eu pensei que eu
fosse a única já que só agora você e Amanda estão tão amiguinhas. — Ela me
encara enciumada e eu gargalho.
— Misericórdia Keila, você com ciúmes de mim? Essa é nova...
Minha mãe é a minha amiga número um, você é a número dois, Amanda a
número três, e Paloma a número quatro, está mais contente agora? — A
encaro com uma sobrancelha erguida e ela gargalha vindo me abraçar.
— Agora sim eu estou contente... Agora vamos descer porque o Sr.
Mitchell está lá em baixo nos esperando, reunião de emergência. — Avisa me
arrastando até a porta e me surpreendo ao saber que ele está aqui.
— O Ramon está aqui? Quer dizer, o Sr. Mitchell está na boate? — A
encaro envergonhada e a cretina gargalha na minha cara.
— Para mim você não precisa disfarçar, Marcelly, estou ligada no
clima de vocês não é de hoje, sua bobinha. — Ela gargalha ainda mais
enquanto me arrasta para fora do quarto.
— Já tem quase uma semana que ele não aparece por aqui tão cedo,
ele sempre vem no final da noite ou manda me buscar, será que aconteceu
alguma coisa? — Pergunto curiosa e ela me encara apreensiva.
— Que aconteceu alguma coisa, disso eu tenho certeza, eu só não sei
o que é... Mas vamos descobrir assim que descemos. — Comenta enquanto
viramos no corredor e descemos a escada, e lá no meio do salão estão Paulo,
Ramon e os inúmeros seguranças que chegaram recentemente.
Assim que chegamos no pé da escada ele se vira e seus olhos se
cruzam com os meus, o vejo respirar fundo como se estivesse aliviado em me
ver aqui. Nos aproximamos das outras garotas e nos sentamos esperando o
nosso chefe falar, ele me encarar atento enquanto diz alguma coisa ao Paulo,
mas logo sua atenção se volta para nós.
— Meninas eu quero que prestem muita atenção no que eu vou dizer,
é algo sério e eu preciso da colaboração de todas vocês, ok? — Ele faz uma
breve pausa antes de voltar a falar. — Eu sei que vocês ainda estão se
perguntando o porquê de colocarmos tantos seguranças na Pleasure House,
bom, eu fui informado que há uma quadrilha atuando aqui no Brasil, tráfico
humano, e os sequestros já chegaram aqui em Santos... Duas garotas de uma
das minhas boate foram sequestradas hoje, Alita e Brenda da boate Sexy
Night, por esse motivo eu estou suspendendo os programas fora da boate, os
atendimento só serão aceito aqui dentro da Pleasure House, aquele que
descumprir essa nova regra estará por sua conta e rico, e se eu descobrir que
alguém aqui está atendendo fora da boate nesse período, poderá se considerar
fora dessa equipe. — Revela em um tom firme mas posso ver uma grande
preocupação em seus olhos, Alita é a sua garota preferida da Sexy Night.
— Alita e Brenda foram sequestradas? O que está sendo feito quanto
a isso, Sr. Mitchell? A polícia já foi acionada? Como aconteceu? — Pergunta
Sandro também demonstrando preocupação.
— Sim, a polícia já foi acionada e o caso já está sendo investigado,
estamos torcendo para que elas sejam encontradas e resgatadas logo... Vocês
precisam seguir as minhas orientações a risca, os sequestradores estão se
passando por clientes para levarem as garotas, por isso estão todas proibidas
de deixarem a boate com qualquer cliente, e atenderem por conta própria lá
fora, eu estou fazendo isso para segurança de vocês então espero que
colaborem comigo, não quero ter que ir a polícia relatar mais um sequestro.
— Ele nos encara atento e vejo todas as meninas cochichando com um
semblante preocupado.
Tá legal! Agora até eu fiquei com medo, não vou com a cara daquela
Alita mas nunca desejaria nem para ela ser sequestrada, encaro Sr. Mitchell e
ele parece apreensivo, mas mesmo assim tenta nos manter tranquilas, ele nos
explica com calma tudo que aconteceu e nos alerta mais uma vez sobre o que
fazer e o que não fazer, sei que ele se sente responsável por todas as garotas
das suas boates, mas me incomoda ele citar tanto o nome de Alita, eu não
devia estar tão incomodada já que a garota foi sequestrada, mas sei que ele
ainda fica com ela e não gosto nada de imaginá-los juntos.
Não me sinto confortável olhando para ele e saber que ele ainda
transa com ela depois de transar comigo, ou antes de transar comigo, droga
eu estou com raiva só de pensar nisso. Me levanto enquanto ele ainda fala
com as meninas e sigo em direção a escada, ouço Amanda me chamar mas
não paro e subo apressada para sair logo dali, estou ofegante de raiva, sinto o
meu peito se aperta e meu coração sangrar só de imaginá-lo na cama com
outras garotas além de mim, o que está acontecendo comigo? Porque estou
tão furiosa? Estou com ciúmes dele? Não, isso não!
Entro no corredor indo para o quarto das meninas mas quando toco a
maçaneta, sinto alguém segurar o meu braço.
— O que aconteceu? Você está bem? Porque saiu daquele jeito? —
Ramon me encara preocupado e eu respiro fundo tentando não encará-lo.
— Sim, está tudo bem eu só... Eu só fiquei muito impressionada com
o que aconteceu com Alita e Brenda... Você está bastante aflito por causa da
sua preferida, espero que ela saia bem de tudo isso para não precisarmos ver
o nosso chefe tão abatido. — Me solto dele abrindo a porta para entrar no
quarto, mas ele não deixa e me segura novamente o meu braço.
— Do que você está falando, Marcelly? Você ficou louca...? Alita não
é mais a minha preferida a muito tempo, e sim, eu estou muito aflito porque
as garotas das minhas boates são responsabilidade minha, não quero as
famílias delas me processando por algo que aconteça a elas e é por isso que
estou preocupado... Espera! Eu aqui preocupado com as garotas sequestradas
e você com ciúmes? É isso Marcelly? — Ele me encara sério e sinto o meu
rosto queimar de vergonha, não acredito que estou fazendo uma cena dessas.
— Não estou com ciúmes de você, Sr. Mitchell! Não está com essa
bola toda, ok? Por mim você pode comer quem você quiser eu não me
importo nem um pouco...! Agora me deixa, eu quero ficar sozinha. — Me
solto dele e entro no quarto batendo a porta. — Cretino idiota! Odeio esse
cara! — Esbravejo irritada enquanto vou em direção ao banheiro.
— Me odeia mesmo, Marcelly? Porque não diz isso olhando nos
meus olhos? — Sua voz firme soa no ambiente e me estremece, me viro
abruptamente dando de cara com ele atrás de mim.
— Se está achando que não tenho coragem para isso, está enganado...
Eu te odeio, Ramon... Droga eu te odeio! — O enfrento com a voz trêmula
enquanto ele se aproxima me fazendo dar alguns passos para trás.
— Não é ódio que eu vejo nos seus olhos, Marcelly... Vejo desejo não
só nos seus olhos mas no seu corpo também. — Ele vem se aproximando e
quando eu bato as costas em um dos armários, ele segura a minha cintura me
fazendo amolecer.
— Ramon... Eu preciso me arrumar... Já está quase na hora da boate
abrir e... Eu... Ramon... Ahhh... — Ele puxa o meu corpo para o seu e eu
sussurro o seu nome, ele aperta a minha cintura me fazendo gemer.
— Você é uma péssima mentirosa... Aposto que já está toda
molhadinha me desejando dentro de você... É uma pena eu não poder te dar o
que você quer agora, eu ainda preciso ir às outras boates dar o mesmo alerta
que dei a vocês... Não fica pensando besteiras a meu respeito, ruivinha, eu
sou tão transparente quanto você... Você sabe que eu passo mais tempo aqui
do que nas outras boates, a minha preferida é você, sua esquentadinha. — Ele
acaricia o meu rosto me fazendo mais uma vez estremecer, tento me soltar
dele mas ele não permite.
— Me desculpa pelo meu ataque... Não sei o que deu em mim... Mas
não se preocupe, isso não vai mais se repetir. — Sinto o meu rosto queimar
de vergonha e o infeliz sorrir antes de me roubar um beijo intenso.
— Porra você fica muito sexy quando está zangada... Eu só não quero
que se afaste de mim como estava tentando fazer... Você pode gritar que me
odeia o quanto quiser, mas eu sei que no fundo isso não é verdade. — Diz
entre os beijos me deixando mole de tão excitada.
— Já que não vai me dar o que eu preciso... Então vai embora logo!
Eu preciso me arrumar para trabalhar e ainda tenho que me cuidar para não
ser sequestrada. — Me solto dele indo para o banheiro mas ele me abraça por
trás.
— Não posso te dar o que você precisa agora, mas te darei mais tarde
quando eu voltar... Por favor me promete que vai se cuidar? Eu estou falando
sério Marcelly... Não quero você andando sozinha nem de dia e muito menos
a noite, evite ao máximo pegar Uber porque você não sabe quem vai estar
dirigindo, alerte as meninas também sobre isso, se for saírem, tentem sair em
grupos e de preferência, com um ou mais seguranças, isso é para proteção de
vocês, entendeu? Me promete Marcelly? — Ele beija o meu pescoço me
fazendo arrepiar, então me vira para encará-lo e vejo uma grande
preocupação no seu olhar ao pedir para eu me cuidar.
— Está bem, eu vou me cuidar... Os meus pais não podem nem
sonhar que tudo isso está acontecendo, ou eles vão me proibir de sair de
casa... Você está atrasado para sair, o quanto antes você alertar as outras
meninas, melhor... Por mais que não me agrada te imaginar transando com
algumas delas, eu não desejo um sequestro a ninguém. — Confesso sem
graça e ele sorrir de lado me segurando pela nuca, rapidamente sinto os seus
lábios devorando os meus.
— Não sei a que horas eu vou voltar, mas quando eu chegar quero
você me esperando na suíte, ouviu? — Ele me dá mais um beijo antes de se
afastar. — E só para te tranquilizar, eu não transei com nenhuma outra
mulher depois que se tornou minha exclusiva... Estou te dando exclusividade
também ruivinha... Te vejo mais tarde. — Ele me encara fixamente me
deixando sem ar com a sua confissão, ele se afasta e sai do quarto me
deixando aqui sem palavras.
— Esse homem está tentando me deixar ainda mais louca... Como ele
pode me dizer uma coisa dessas e depois me deixar aqui assim? — Respiro
fundo e entro no banheiro sorrindo feito uma boba pelo que ele disse.
Calma Marcelly! Não se empolga, isso não significa que ele gosta de
você. Tomo o meu banho e logo saio do banheiro encontrando as meninas já
se arrumando, me junto a elas e em poucas horas já estamos no salão,
iniciamos a nossa noite de trabalho com a primeira apresentação, e como
sempre, recebo muitas propostas indecentes e irrecusáveis, mas se o meu
chefe souber disso ele pode acabar surtando e pode me proibir de dançar.
As semanas estão se passando e eu ainda não sei definir o que está
acontecendo entre nós, gostamos do que está acontecendo e nos acomodamos
nessa situação, ele não quer me dispensar e nem eu quero ser dispensada, por
mim eu fico como sua exclusiva definitivamente, mas eu não sei até quando
tudo isso vai durar e eu temo que no final eu saia machucada de tudo isso.
Estou me apegando a ele é isso é um fato, eu gosto dele mas não sei
se posso dizer que é paixão como minha mãe e Keila estão dizendo, estar
com esse homem é a melhor coisa do mundo, ele está a cada dia mais
carinhoso e mesmo discutindo e discordando de algumas coisas, ele não
muda comigo, sempre me dá a atenção que eu quero.
Toda semana ele me presenteia com alguma coisa seja para mim ou
para os meus pais, ele tem os visitado bastante e por falar nisso, ele ainda não
tem o nosso novo endereço, ele não gostou do fato de eu ter recusado a sua
proposta para ele comprar a nossa casa e descontar no dinheiro que ele me
paga, mas eu achei melhor assim, não quero ficar devendo nada a ele pois
quando ele não me quiser mais, ele vai me cobrar e eu não terei como pagar a
ele é sustentar a minha família, por isso comprei a casa sem a ajuda de dele e
ainda não informei o meu novo endereço, já que ele sempre vem me buscar
aqui, não quero misturar as coisas entre nós e ele ficar indo na minha casa,
torna tudo muito pessoal e isso não é bom.
Hoje fazem quatro dias que eu fui sequestrada e mantida presa longe
das outras meninas, não sei o porquê estão fazendo isso comigo, já que estou
nesse inferno e queria pelo menos ver um rosto conhecido, mas estão me
mantendo longe das meninas por algum motivo que eu não sei, aquele cara
nojento que chamam de Nogueira filho disse que eu seria um presente para o
papai dele, o que vão fazer comigo? Porque não me tiram logo daqui? Ontem
me tiraram daquela casa velha e me jogaram novamente dentro de uma vã,
me trouxeram para um navio de carga e me jogaram dentro de uma sala com
uma cama de solteiro e uma pequena mesa de aço, estou aqui trancada nesse
cômodo sem ver ninguém além daquele homem que me traz água e comida,
bom, pelo menos isso, eu pensei que me deixariam com fome por dias como
forma de castigo, ou que me maltratariam de alguma maneira, mas graças a
Deus nada disse aconteceu e espero que continue assim.
Acordo já com o dia claro e vejo aquele homem mau encarado entrar
com um pedaço de pão em um prato e mais uma garrafa de água, ele entra e
sai sem dizer nada e eu agradeço a Deus por isso. Me levanto e vou até a
mesa devorando aquele pedaço de pão, mas nesse momento entra um senhor
de cabelos grisalhos acompanhado do homem mais novo e um dos caras que
me sequestraram, me afasto da mesa receosa e com medo mas o senhor faz
sinal me mandando parar, o encaro fixamente pois acho que já o vi antes.
— Pode ficar onde você está querida, não tenha medo eu não vou te
machucar... Caramba filho você não exagerou em nada, ela é mesmo linda...
Fica tranquila está bem? Eu só preciso fazer um teste drive para ver se o
material é bom antes de fechar o negócio, não posso vender uma mercadoria
ruim você entende? Já nos conhecemos antes? Talvez da boate Pleasure
House? Lá tem mesmo muitas mulheres lindas, foi uma pena esses
incompetentes terem pegado apenas uma de vocês. — Ele se aproxima de
mim e eu me encolho no canto da parede, eu sabia que já tinha o visto antes.
— Não se aproxima de mim... Se você tocar em mim eu juro que você
vai se arrepender. — Digo entre dentes olhando dentro dos seus olhos
sentindo minhas lágrimas se formarem rapidamente.
— Não mentiram quando disseram que você é brava... Mas o que
você não sabe meu bem, é que eu adoro uma mulher brava, isso me excita
você não faz ideia. — Ele se aproxima com cautela e eu me afasto me
arrastando pela parede sem tirar os olhos dele.
Ele abre o seu cinto e em um ato de desespero eu corro me
esquivando dele indo em direção a porta, mas um daqueles homens aponta
novamente uma arma na minha cara.
— Se der mais um passo eu atiro! E eu tenho permissão para isso... Se
ele não te comer viva ele vai te comer morta não tenha dúvidas disso,
princesa, então é melhor colaborar. — Diz o homem que me sequestrou
destravado a sua arma fazendo o meu coração disparar.
— Por favor... Não façam nada comigo... Eu estou implorando... Eu
não mereço isso por favor... Eu prometo me comportar mas não... Não façam
nada comigo. — Imploro entre lágrimas com a voz trêmula pelo medo mas
sinto alguém me puxar pelos cabelos me arrastando para algum lugar.
— Tarde demais para implorar princesa, você deixou o meu pai ainda
mais curioso para sentir você. — Diz o outro homem me jogando debruçada
sobre a mesa de aço e o outro se aproxima amarrando uma corda nas minhas
mãos.
— Não por favor... Isso não... Por favor não! — Imploro me
debatendo tentando me soltar mas não consigo.
Minhas mãos são amarradas e presas embaixo da mesa, estou
literalmente abraçando a mesa enquanto alguém acaricia a minha bunda me
deixando em pânico.
— ME SOLTA! NÃO FAZ ISSO COMIGO POR FAVOR! ME
SOLTA! SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDA SOCORRO! — Grito
desesperada quando sinto alguém erguer o meu vestido e abaixar a minha
calcinha.
— CALA A BOCA! VADIA! — Grita um dos caras me acertando
um tapa no meu rosto antes de colocar uma mordaça na minha boca.
— Vai com calma alemão, não podemos danificar a mercadoria...
Saiam! Eu dou conta dela sozinho agora. — Ouço o senhor atrás de mim mas
não consigo vê-lo.
Os homens saem do cômodo me deixando ali sozinha com aquele
homem nojento, então ele dá a volta na mesa parando na minha frente
enquanto eu choro sentindo o meu coração bater na garganta.
— Você é bem rebelde ruiva, e muito bonita também... Agora eu só
preciso saber se é tão gostosa o quanto parece, e se for você vai me render
uma boa grana sabia? Fique feliz por isso princesa. — Ele fala enquanto abre
a sua calça colocando a sua ereção para fora se masturbando ali perto do meu
rosto.
Fecho os olhos com força querendo gritar mas não consigo com uma
mordaça na boca, ele agarra os meus cabelos com força erguendo o meu rosto
me fazendo encara a sua ereção, ele a esfrega no meu rosto enquanto eu
choro sentindo o meu estômago revirar de nojo, mas então ele me solta
pegando uma camisinha no bolso abrindo-a colocando em seguida, ele some
do meu campo de visão me deixando apavorada então sinto ele abrir as
minhas pernas, ele diz coisas obscenas enquanto se encaixa em mim e me
penetra de uma só vez.
— AAAAAAAHHHH... HUMMMMM. — Grito mordendo com
força a mordaça na minha boca.
Ele puxa os meus cabelos com força enquanto me penetra fundo com
brutalidade, sinto a minha intimidade arder como se estivesse sendo rasgada,
choro mordendo aquele pano grosso na minha boca tentando suportar a dor
de estar sendo violada, imagens do Raman invadem a minha mente mas o que
vejo dele não me agrada, ele me olha com nojo, me olha com pena e isso é
tudo que eu não desejo dele.
— Caramba você é mesmo gostosa... Você é quente ruiva... Ohhh
você é mesmo deliciosa... Acho que vou querer te comer de novo amanhã...
Ahhh caramba. — Esbraveja enquanto me penetra com golpes fortes me
fazendo sentir uma dor por dentro.
Tento gritar, tento me soltar mas não tenho sucesso, ele repete os seus
golpes dentro de mim até gozar então ele solta os meus cabelos, sinto suas
mãos caminhar pelas minhas costas fazendo o meu estômago revirar, sinto
que posso vomitar a qualquer momento mas posso me sufocar no meu
próprio vômito com essa mordaça na boca, me sinto sem forças para reagir,
me sinto destruída sem condições para me recompor.
— Fala a verdade para mim ruiva? Você gostou não gostou? Só está
fazendo charme mas comigo isso não cola. — Ele sai de mim dando a volta
na mesa e tira a minha mordaça, nesse mesmo instante o meu vômito vem e
eu vômito nos seus sapatos. — MAS O QUE É ISSO? Que nojo garota olha o
que você fez? — Esbraveja horrorizado se afastando da mesa enquanto eu
vômito colocando para fora o pão que havia acabo de comer. — Alemão!
Venha aqui já! — Ele chama novamente aquele homem que entra no cômodo
me encarando com nojo.
— Mas que merda é essa? O que aconteceu aqui? — Pergunta parado
na porta evitando entrar. Acho que vou ter que vomitar mais vezes para
manter esses monstros longe de mim!
— Tira essa garota daqui! Coloca ela junto com as outras e limpa esse
quarto para receber as garotas que vão chegar... Até que essa ruiva é gostosa,
mas eu devia ter deixado ela com a mordaça. — Diz o abusador enquanto
arruma a sua calça e coloca a camisinha no bolso. Desgraçado! Eu quero
vomitar na sua boca seu verme!
O tal alemão reclama por ter que limpar o meu vômito e vem até a
mim desembarcando as minhas mãos, estou em choque sem conseguir reagir,
eu apenas choro em silêncio sentindo a minha intimidade doer, uma dor
profunda atinge o meu peito, o alemão me puxa parar me afastar da mesa e eu
desabo no chão sem conseguir sentir as minhas pernas, não consigo reagir,
não consigo me mexer e o homem me arrasta pelo braço me tirando de dentro
do cômodo. Consigo puxar a minha calcinha presa nas minhas pernas
vestindo-a novamente, aquele homem me arrasta por um corredor estreito e
abre uma porta alguns metros a frente e me joga para dentro me fazendo ir
parar no chão.
— Se eu escutar um pio que seja, eu volto aqui e todas vocês vão se
ferrar nas minhas mãos ouviram? — O homem esbraveja enquanto eu cubro
o meu rosto chorando em silêncio ali sentada no chão frio depois de ser
estuprada.
A minha vida se transformou em um inferno, eu estou em um
pesadelo real e sei que não vou sair daqui viva, ou eles vão me matar ou vão
me estuprar todos os dias depois de me tirarem daqui, eu nunca mais serei a
mesma pessoa depois disso.
— Marcelly? Meu Deus Marcelly... O que fizeram com você? Te
machucaram? Fala comigo Marcelly sou eu Alita... Vai ficar tudo bem você
precisa suportar tudo isso. — Sinto braços me envolverem e uma voz chorosa
me confortando, olho para cima e vejo Alita e Brenda chorando me
encarando preocupadas.
— Eu quero morrer... Eu nunca sentir uma dor como essa... Estou
destruída Alita e não quero mais viver... Foi muito humilhante. — Digo entre
lágrimas e elas me abraçando forte.
— Você não foi a única a ser violada Marcelly, a maioria aqui passou
por isso e todas nós desejamos a mesma coisa... Mas você precisa ser forte
como a gente, precisamos nos unir contra esses monstros ou vamos morrer,
então aguenta firme... Você não está aqui sozinha ouviu? — Sua voz me
encoraja e elas se levantam me erguendo junto.
Brenda não diz nada, assim como eu e algumas outras garotas ali ela
apenas chora enquanto me levam para junto das outras garotas.
— Era ela gritando agora pouco, aqueles miseráveis estupraram ela
também... — Ouço uma das garotas mas não me preocupo em ver quem é,
estou chocada e ferida o suficiente para não me importar com isso.
As meninas me colocam deitada em um daqueles coleções e todas
sussurrando para não serem ouvidas, tem muitas mulheres aqui dentro, é um
cômodo grande com mulheres espalhadas para todo canto, muitas chorando
em silêncio assim como eu e outras tentam confortar a quem está em estado
de choque como eu, dominadas pelo medo e o desespero.
Capítulo 19
Ramon
TRÊS DIAS ANTES...
Se estou nervosa? Mas é claro que sim, logo de cara eu já não gostei
do pai do Ramon e espero que a mãe dele seja mais simpática. Estava
empolgada para conhecer os pais dele, mas, depois de conhecer o Sr. Danilo
eu mudei de ideia, não quero mais ir nesse jantar mas eu não tenho escolha,
Ramon mandou preparar um jantar especial só para nos receber e nos
apresentar aos seus pais, então eu tenho que ir.
— Você parece desanimada, filha, aconteceu alguma coisa? Está tudo
bem querida? — Minha mãe se senta ao meu lado no sofá enquanto eu olho
fixamente para TV sem nem ao menos prestar atenção em nada.
— Sim mamãe, está tudo bem, eu só estou um pouco receosa de
conhecer os pais do Ramon... Na verdade eu já conheci o pai dele hoje na
empresa mas amanhã vamos conhecer a mãe dele também, os irmãos não
vieram porque trabalham e também moram em cidades diferentes no
exterior... Você acha que eles podem não gostar de mim, mamãe? Quer dizer,
o Ramon diz que sou mulher dele e até diz que me ama, mas... Ele não me
pediu em namoro como você achou que ele iria fazer, não sei definir o que
existe entre nós, não temos um compromisso mesmo nos declarando um para
o outro... Eu não sei o porquê mas, estou me sentindo insegura, mamãe. — A
encaro pensativa e apreensiva e ela me encara atenta.
— Você está se preocupando a toa, filha, o Sr. Ramon gosta de você
de verdade... Você mesma me disse que ele não tem um relacionamento com
alguém a anos, ele pode estar esperando o momento certo para fazer isso, ou
simplesmente pensa que não há necessidade de te pedir em namoro já que
estão juntos... Confesso que eu e seu pai iríamos ficar mais tranquilos se ele
nos dissesse o que espera de você realmente, quais são as intenções dele com
você e se ele vai se responsabilizar por você na nossa ausência. — Ela
também fica pensativa mas me encara nos olhos como ela sempre faz nas
nossas conversas. — Depois do que aconteceu com você a gente tem medo
de te deixar sozinha nessa vida, sem ninguém para cuidar de você, filha, você
precisa de alguém em quem possamos confiar, que vai te proteger e te amar
como você merece, não estou dizendo que o Sr. Ramon não está qualificado
pois sei que está, mas o fato dele não assumir um compromisso com você nos
deixa inseguros quanto a isso, você me entende querida? Não estou te
cobrando e nem quero que você cobre isso dele, se for para vocês ficarem
mesmo juntos, se ele realmente te ama ele mesmo vai tomar essa iniciativa.
— Mamãe segura a minha mão com carinho e eu a abraço, sentir os seus
carinhos era tudo que eu precisava nesse momento.
— Eu sei de tudo isso, mamãe, e entendo o lado de vocês também, o
papai não diz nada mas no fundo eu sei que ele também pensa assim... Mas
eu peço para vocês não se preocuparem tanto comigo, está bem? O que
aconteceu no passado não vai voltar acontecer... Nunca mais eu vou me
prostituir, nunca mais vão me sequestrar porque eu estou me cuidando ao
extremo como vocês e o Ramon pediram... Ele não vai me deixar, mamãe, eu
sei disso... Ele me ama como nenhum outro homem me amou antes, ele faz
por mim o que só você e meu pai desejariam fazer mas não puderam, mas
mesmo assim eu sou muito grata por ter vocês como meus pais... Eu amo
muito vocês, dona Antônia, vocês são a minha vida. — Me deito no seu colo
e ela mexe nos meus cabelos, seus carinhos são tão bons que por mim eu
passaria horas aqui.
— O que vocês duas pensam que estão fazendo? Temos um jantar
para irmos e mulheres demoram muito para se arrumarem, é melhor
começarem agora ou vamos chegar atrasados no jantar. — Papai entra na sala
empolgado nos fazendo sorrir.
— Meu Deus papai! Não seja exagerado, ainda são cinco da tarde,
temos tempo de sobra não se preocupe, nós não vamos nos atrasar. — Ele se
senta no sofá ao lado iniciando uma conversa sobre os pais de Ramon.
Ele ainda não os conhece e tem certeza de que vai gostar deles, mas
eu não tenho tanta certeza disso, se meu pai souber do que aconteceu hoje ele
também não vai querer ir a esse jantar, mesmo quando eu me vendia, meu pai
não gostava de ouvir que eu fui insultada ou desrespeitada por alguém, aquele
era o meu trabalho e ele queria que eu fosse respeitada por isso, mas cá entre
nós, todo mundo sabe que uma garota de programa nunca é respeitada por
ninguém, e comigo não foi diferente.
Passei alguns bons minutos conversando com os meus pais mas logo
fui para o meu quarto, eu preciso escolher a roupa que vou vestir para o jantar
e não quero nada chamativo, nada ousado e sim um pouco mais conservador
que o habitual... Ou melhor, não vou mudar para agradar ninguém, quem
gosta de mim gosta do jeito que eu sou e vou continuar assim, não vou mudar
nada já que foi assim que Ramon me conheceu e ele gostou de mim assim.
Escolho um vestido vinho justo no corpo, ele é tomara que caia e seu
comprimento fica um palmo acima dos joelhos, separo os saltos alto preto e
uma bolsa de não na mesma cor, depois disso vou tomar um banho para
relaxar a tensão do meu corpo. Estou nervosa e muito ansiosa pois não sei o
que será desse jantar, ou os pais de Ramon vão me odiar ou vão me amar, é
oito ou outra.
Depois de um bom tempo no banho minha mãe aparece na porta do
banheiro para me apressar, já são quase sete horas e eu ainda nem me
arrumei. Saio do banheiro apressada e corro para me arrumar, ainda bem que
eu já separei a minha roupa e não vou precisar procurar nada.
Passo o meu hidratante corporal e coloco o vestido que eu escolhi,
solto os meus cabelos os deixando levemente ondulados e faço a minha
maquiagem, marco bem os olhos e escolho um batom clarinho para não ficar
muito chamativo, termino de me arrumar e pego a minha bolsa no mesmo
instante em que ouço a campainha tocar, deve ser o motorista pois se fosse
Ramon ele avisaria que estava vindo, mas ele não ligou então sei que é o
motorista.
Saio do meu quarto apressada mas quando chego na sala, meu pai já
está recebendo o motorista que o cumprimenta gentilmente.
— Boa noite Srta. Marcelly! O Sr. Ramon Mitchell mandou que eu
pedisse desculpas por não ter vindo buscá-los pessoalmente, ele ficou com os
pais e todos estão aguardando por vocês. — Ele me cumprimenta com a
mesma forma carinhosa de sempre.
— Boa noite Sr. Francisco, o seu patrão não tem o porquê se
desculpar, é natural que ele fique com família até chegarmos... Onde está a
mamãe, papai? — Retribuo ao sorriso gentil de Francisco, mas me viro para o
meu pai.
— Eu ouvi alguém me chamar? — Ela entra na sala linda como se
tivesse indo para uma festa.
— Você está linda, mamãe... A mãe mais linda que já vi até agora. —
Admiro-a de cima abaixo e vejo o meu pai com os olhos brilhando todo
derretido pela mamãe.
— Eu tenho que concordar, filha... É a mulher mais linda que os meus
olhos já viram... Aliás, as duas estão muito lindas, ainda bem que não vamos
a um restaurante, ou então eu e Ramon teríamos que ficar de olho em vocês.
— Meu pai abre um sorriso tão lindo e sinto o meu coração acelerar ao ouvi-
lo falar de Ramon assim, não teve como não sorrir do seu comentário.
— É melhor irmos, querido, não é elegante deixarmos os nossos
anfitriões nos esperando... Você está muito elegante, meu esposo, já faz
tempo que não nos arrumamos assim para sairmos, precisamos fazer isso
mais vezes. — Ela enlaça o seu braço no de papai e assim saímos de casa.
Sorrio largamente admirando o casal a minha frente, meus pais ficam
tão lindo juntos que não consigo imaginá-los de outra forma, eu os amo tanto.
Sr. Francisco abre a porta do carro para nós e nos acomodamos todos
no carro, meus pais atrás e eu vou na frente com Francisco, eu estou nervosa,
estou apreensiva mas vou tentar relaxar um pouco.
Seguimos para mansão Mitchell e durante o nosso percurso presenciei
os meus pais se paquerando no banco de trás, sorrio feito uma boba por ver
os meus velhinhos assim tão felizes.
Nos aproximamos da mansão Mitchell e o meu coração dispara por
pensar nele, o carro entra pelos portões e segue até a entrada da casa onde ele
está parado nos esperando, meu Deus ele está lindo. Automaticamente o meu
sorriso de abre para ele que se aproxima abrindo a porta para mim, o
motorista sai do carro fazendo o mesmo para os meus pais.
— Você está tão linda... Porra eu quero beijar você todinha, ruivinha.
— Ramon abraça a minha cintura avançando na minha boca, me entrego ao
seu beijo, mas me lembro dos meus pais.
— Agora não...! Por favor...? — Me solto dele brevemente encarando
os meus pais que tem um sorriso largo no rosto.
— Sr. Sérgio! Sra. Antônia! Sejam bem vindos de volta a minha casa,
por favor vamos entrar! Os meus pais já estão esperando por vocês. — Ele se
aproxima deles os cumprimentando e nos guia até a porta principal da casa.
Meus pais estão bastante empolgados e espero que essa empolgação
não seja frustrada. Entramos na casa e um casal de senhores se levantam para
nós receber, a senhora tem um largo sorriso no rosto, diferente do marido.
— Olá boa noite! Sejam bem vindos! Eu sou Verônica e esse é o meu
marido Danilo, somos os pais de Ramon. — Ela se aproxima sem tirar o seu
sorriso do rosto e cumprimenta os meus pais.
— Boa noite querida, somos os pais adotivos de Marcelly, me chamo
Antônia e esse é o meu marido Sérgio... Nos desculpem pelo atraso, moramos
mais longe do que eu imaginava. — Mamãe a cumprimenta com o seu
melhor sorriso que é retribuído imediatamente.
— Imagina, Antônia, não tem que se desculpar, vocês chegaram bem
na hora... É um prazer conhecê-los... E essa bela jovem é a Marcelly, é um
prazer conhecê-la, querida... Minha nossa! Você é muito linda. — Ela me
cumprimenta com um sorriso gentil e me abraça carinhosamente.
— O prazer em conhecê-la é todo meu, Sra. Verônica, a senhora é
muito gentil. — Lhe dou o meu melhor sorriso antes de encarar o pai de
Ramon, cumprimentando os meus pais. — Boa noite, Sr. Danilo! É muito
bom vê-lo novamente. — Me mantenho firme para não fraquejar e
demonstrar o meu receio em estar aqui na frente dele.
— Boa noite, querida! É bom vê-la também... Vocês já conhecem a
casa então sintam-se a vontade. — Ele me cumprimenta com um aperto de
mão e me dá um beijo no rosto.
Acho que eu exagerei nos meus medos e receios quanto a ele, o Sr.
Danilo está sendo gentil e parece sincero, pode ter sido a maneira como nos
conhecemos que deixou uma impressão não muito boa.
Fomos todos para o sofá e iniciamos uma conversa sobre a viagem
deles ao Brasil, pelo que percebi eles vão passar uma semana com Ramon e
não sei se vai ser uma boa ideia eu ficar aqui com ele e os pais dele, bom, a
menos que ele me peça eu vou voltar com os meus pais pra casa.
O encaro sentando ao meu lado e ele pisca para mim, sorrio desejando
loucamente sentir os seus lábios nos meus para acalmar o meu interior.
— Vem comigo, ruivinha! Quero conversar com você sobre um
assunto importante... Com licença senhores! Senhoras! — Diz já se
levantando me puxando pela mão, eu apenas concordo e ele me arrasta para
algum lugar.
Logo estamos saindo para o jardim e quando nos aproximamos da
piscina ele me puxa pela nuca me beijando ferozmente, amoleço no mesmo
instante me entregando aos seus beijos.
— Eu quero tanto você, ruivinha... Só sentir a sua boca não é o
suficiente para me acalmar, eu preciso sentir você inteirinha, minha gostosa.
— Ele me encara tão intensamente que sinto que posso desabar a qualquer
momento.
— Podemos conversar sobre isso depois... Mas agora me diz...? O que
Você queria conversar comigo? Algum problema? Aconteceu alguma coisa?
— Pergunto curiosa abraçando o seu pescoço e ele aperta mais a minha
cintura.
— Precisamos conversar sobre a gente, sobre a nossa situação,
Marcelly... A gente está junto já há um tempo, algumas semanas atrás nos
declaramos um para o outro, e... Não estou me sentindo bem sem saber ao
certo o que somos um para o outro, como eu mesmo já te disse, já faz tempo
que não assumo um compromisso com uma mulher, mas eu quero tentar isso
com você... Eu quero tentar tudo que você quiser, ruivinha... E você? Você
quer tudo comigo? Quer namorar comigo, Marcelly? — Ele parece meio sem
jeito com tudo que disse e eu acho isso fofo, não vou negar, não esperava por
isso, mas isso é tudo que eu mais quero.
— Ramon... Você me quer mesmo como sua namorada? Você quer se
comprometer comigo? — O encaro surpresa louca para me atirar em seus
braços e me entregar para ele como já fiz tantas outras vezes.
— Sim princesa... Eu quero me comprometer com você, precisamos
oficializar o nosso envolvimento então... Vou perguntar de novo... Marcelly
Alencar! Você quer namo... — Ele abre um sorriso tão lindo, mas quando ele
vai repetir a pergunta alguém o interrompe.
— Ramon! Marcelly! Venham! O jantar será servido, só estamos
aguardando vocês. — Alerta Sr. Danilo parado mais a frente nos encarando
atento, porque ele tinha que aparecer justo agora?
— Nós já vamos papai... Terminamos a nossa conversa depois do
jantar, está bem? — Ele acaricia o meu rosto mesmo frustrado, assim como
eu.
Eu apenas concordo e seguirmos de mãos dadas de volta para dentro
da casa, Sr. Danilo continua ali parado nos encarando atento enquanto
passamos por ele, o mesmo vem logo atrás de nós.
Entramos de volta na casa e meus pais conversam animados com a
Sra. Verônica, assim que nos ver entrar eles se levantam para nós receber e
fomos para sala de refeições. Porra! Se eles desconfiassem que já transamos
em cima dessa mesa, eles perderiam a fome, coro só de me lembrar de tal
acontecimento.
— O que foi? Porque está envergonhada? Está se lembrando de algo,
ruivinha? — Me questiona baixinho ao me ver encarar a mesa.
Apenas o encaro séria e o cretino sorrir ainda mais me deixando ainda
mais envergonhada.
— Para com isso...! Está me deixando constrangida. — O repreendo
enquanto vou para o meu lugar e ele se segura para não rir ainda mais.
Me sento ao lado dos meus pais e ele ao lado dos dele, o jantar é
servido enquanto nossas mães e nossos pais se conhecem um pouco mais,
perguntando sobre família, trabalho e tudo que tem direito, fico muito feliz
que eles estejam se entendendo tão bem, isso é um alívio e eu fico feliz por
isso.
— Fala mais sobre você, Marcelly? Queremos te conhecer melhor...
Você fez faculdade? É formada em quê? — Me surpreendo com a pergunta
do Sr. Danilo.
— Eu cheguei a terminar o ensino médio, mas não cursei nenhuma
faculdade, Sr. Danilo, eu tive que começar a trabalhar cedo para ajudar os
meus pais, eu já sou uma mulher adulta então é a minha vez de cuidar deles, e
para isso eu não meço esforços... Eles merecem que eu lute por eles depois de
tudo que já fizeram por mim. — Respondo em um tom firme segura das
minhas palavras.
— É admirável ver um filho tão dedicado a família, é raro encantar
famílias unidas assim... Parabéns Antônia, você criou muito bem a sua filha,
Marcelly é uma moça adorável. — Sra. Verônica me encara com carinho e
olha para os meus pais antes de encarar Ramon, que segura a minha mão
sobre a mesa, sorrio para ele mas o meu sorriso não dura muito.
— Realmente, uma moça admirável, poucos filhos se sacrificam pelos
pais como você fez Marcelly... Seus pais sabem que você é uma garota de
programa? Que se vende por dinheiro para ajudá-los? — Sr. Danilo pergunta
me encarando com um sorriso cínico, fazendo o meu sorriso desaparecer.
Encaro Ramon não acreditando que ele contou sobre o meu passado
sem nem ao menos me alertar sobre isso.
— Sim, Sr. Danilo! Os meus pais sabem que eu "fui" uma garota de
programa e eles nunca me julgaram por isso, eu sempre tive o amor, o
carinho e a compreensão dos meus pais, independente de qualquer coisa, e eu
não me envergonho por isso pois pelos meus pais eu faria qualquer coisa se
for para ajudá-los... Eu não sabia que você tinha conversado com o seu pai
sobre isso, Ramon! — Mantenho o meu tom firme mas os encaro séria.
— Eu não contei nada, Marcelly, eu jamais faria isso sem o seu
consentimento, ruivinha... Acredita em mim? Eu não tenho motivos para
mentir pra você... Mas parece que o meu pai é capaz de tudo para se meter
onde não foi chamado. — Ele me encara aflito mas em seguida encara o pai
furioso.
— Realmente ele está falando a verdade, ele não me contaria isso
porque sabe que eu não aprovaria, por isso passei o dia investigando e
descobri que você é uma das prostitutas da boate dele... — Ele fala em um
tom de sarcasmo e Ramon se levanta furioso, mas antes que ele diga algo
meu pai se levanta também.
— Acho que esse jantar termina por aqui! Eu não vim aqui para ver a
minha filha ser humilhada dessa maneira... O mais triste de tudo isso, Danilo!
Foi que você nos recebeu na casa do seu filho nos tratando com falsidade,
fingindo gostar da nossa presença... A minha filha pode ter um passado que
não te agrada, mas isso não te faz melhor que ela, pelo contrário! Você está
muito abaixo de Marcelly, a minha filha é mais honrada que você! Um
homem da sua idade se meter na vida do filho para prejudicá-lo? Eu no lugar
de Ramon teria vergonha de ter um pai como você... Vamos queria! Filha!
Vamos embora agora mesmo! — Meu pai esbraveja alterado como nunca vi
antes, isso me preocupa e me envergonha por eles estarem passando por isso.
— Me desculpem por favor! Eu não sei o que deu no meu marido mas
obviamente tem uma explicação para uma maldade dessas, não é Danilo?
Porque você está fazendo isso com o nosso filho? Porque você tinha que... —
A mãe de Ramon se levanta nos encarando apreensiva, mas Ramon a
interrompe.
— Nenhuma explicação justiça o que ele fez, mamãe! Destratar assim
os meus convidados dentro da minha casa! Se for para ficar se mantendo na
minha vida dessa maneira, papai, você já pode arrumar as suas malas e voltar
para Flórida, a sua presença aqui já ficou incomoda. — Ramon também
esbraveja alterado enquanto vejo as nossas mães já chorando. Mas que
merda!
— Você trabalha na minha empresa! Não quero você levando uma
qualquer para trabalhar dentro do que é meu levando o meu dinheiro! Com
tantas mulheres por aí e você vai se envolver justo com uma prostituta? Não
vai demora para ela aparecer grávida de um qualquer e dizer que o filho é seu
só para te dar o golpe da... — Ele rebate de volta também se levantando mas
o interrompo quando me canso de ouvi-lo.
— EU POSSO SIM TER SIDO UMA PROSTITUTA COMO O
SENHOR ESTÁ ENCHENDO A BOCA PARA JOGAR NA MINHA
CARA! MAS NÃO É VOCÊ QUEM DECIDE SE SOU OU NÃO BOA O
SUFICIENTE PARA O SEU FILHO! QUEM DECIDE É ELE...! Quem
beija a minha boca é ele, quem transa comigo também é ele e não você!
Então apenas ele vai dizer se quer ou não ficar comigo...! E eu não preciso
dar golpe em ninguém porque diferente de você, eu tenho vergonha na minha
cara, mesmo com um passado tão sujo eu sei que sou mais digna que você...!
Com licença, Sr. Mitchell! Já ouvi o suficiente mesmo sem merecer... Me
desculpe, Sra. Verônica... Vamos mamãe! Papai! — Despejo tudo que estava
entalado na minha garganta depois de ouvir todos esses absurdos.
Abraço a minha mãe e saio levando ela comigo, mas sinto uma mão
no meu braço mas eu puxo de volta.
— Por favor, ruivinha? Não vai embora assim, vamos conversar? Me
perdoa por tudo isso eu estou muito envergonhado...? Nenhum de vocês
mereciam isso, eu... — Ramon pede aflito mas eu continuo andando.
— Não vou conversar com você diante desse homem! Me procura
amanhã para conversar porque eu não volto mais naquela empresa, eu estou
me demitindo, Ramon...! Agora eu preciso levar os meus pais daqui,
realmente eles não mereciam isso... Nos vemos depois. — Tento com todas
as minhas forças seguras as minhas lágrimas mas não consigo, mesmo assim
permaneço séria e me viro saindo dali com os meus pais.
— Marcelly! Me desculpem por favor...? Sr. Sérgio? Por favor me
perdoa por tudo isso? — Ele vem atrás implorando por perdão e meu pai para
lhe dando atenção.
— Você não tem que se desculpar, filho, você teve a melhor das
intenções, a culpa não foi sua, fique tranquilo...! Apareça lá em casa para
conversarmos com calma, está bem? Agora eu vou levar a minha esposa e
minha filha pra casa, com licença. — Meu pai o tranquiliza em um tom
calmo, mas vem atrás de mim e dá mamãe que chora em silêncio.
— Me desculpa mamãe? Eu devia ter seguido a minha intuição... Eu
senti que esse homem não havia gostado de mim desde o momento em que
nos vimos na empresa ontem, pensei que pudesse ser coisa da minha cabeça
mas olha só o que aconteceu...? Me desculpa por tudo isso. — Me desculpo
enquanto saímos da casa e ela aperta forte a minha mão.
— Não se preocupe querida! Nem você e nem Ramon teve culpa de
nada... Eu só não queria que você tivesse passado por isso depois de tudo que
já sofreu... Vamos embora! Em casa conversaremos com calma, está bem?
Não se preocupe tanto, Celly. — Ela limpa o rosto enquanto seguimos até o
carro, mas meu pai chama a nossa atenção.
— Filha! Vamos de táxi, não vamos mais incomodar o motorista do
Ramon, já chega disso. — Ele abraça a minha mãe nos guiando para o portão
de saída.
— Por favor senhor? Aceite a carona nem que seja só por hoje? Se
meu patrão descobre que não os levei em casa ele vai ficar furioso... Me
permita levá-los por favor? — Sr. Francisco se aproxima apreensivo mas meu
pai está decido.
— Não se preocupe, depois eu me entendo com o seu patrão, ouviu?
Tenha uma boa noite, Sr. Francisco! — Meu pai o cumprimenta antes de se
virar nos tirando dali. Estava tudo bom demais para ser verdade!
Capítulo 33
Ramon
— NÃO ME INTERESSA SE VOCÊ ACHA QUE ELA NÃO
SERVE PARA MIM! Quem decide isso sou eu e ela deixou isso bem claro
pra você! Ela é a mulher que eu escolhi independente do passado dela...! Eu
só vou dizer uma vez, papai! Se eu perder essa mulher eu não serei o único a
sair perdendo... Se a Marcelly me deixar eu saio da sua empresa e você pode
esquecer que eu existo! Eu saio da sua empresa e da sua vida, mas não antes
de te levar a falência! Você decide. — Esbravejo enfurecido e saio da sala de
refeições apressado, mas paro abruptamente. — Eu vou atrás da minha
mulher, quando eu chegar eu não quero mais ver você aqui, você ouviu bem?
— Volto na sua direção o encarando dentro dos olhos e ele faz o mesmo.
— É isso mesmo que você quer fazer? Quer ficar contra mim por
causa de uma prostituta vagabunda? Eu sou o seu pai e você me deve respeito
seu moleque! — Retruca também furioso e eu agarro a toalha da mesa
jogando tudo para o alto, louco para voar em cima dele.
— CALA A SUA BOCA PAPAI! Limpa bem a sua boca para falar
dela na minha frente, eu fui claro...? É engraçado você falar de respeito já que
você nunca me respeitou, nunca me apoiou em nada que não fosse para
agradar você... Se quer ser respeitado acho bom começar a me respeitar
também! Eu não sou mais aquele moleque que fazia de tudo para te agradar,
eu tenho a minha vida agora e não vou permitir que você se meta nela para
me prejudicar, porque é só isso que você sabe fazer por mim, me
prejudicar...! Se você estiver aqui quando eu voltar, eu juro que mando os
meus seguranças tirarem você! Está avisado! — Digo entre dentes e vejo
minha mãe cair sentada no chão. — Mamãe! Mamãe o que houve? — Me
apresso para chegar até ela mas meu pai me empurra para longe se abaixando
ao lado dela.
— Tira as mãos de mim, Danilo! Eu não quero você tocando em
mim...! Você não é o mesmo homem com quem eu me casei... Você virou um
monstro atacando o próprio filho... Eu quero que você vá embora agora...!
Me deixa sozinha com o meu filho! — Me surpreendo com a explosão da
minha mãe e me surpreendo ainda mais por ela ficar contra o meu pai a meu
favor.
— Você não pode estar falando sério, Verônica! Eu sou o seu marido
e não vou te deixar sozinha...! Vem! Eu vou te levar para o hospital... Se esse
ingrato do seu filho me ouvisse, nada disso teria acontecido... — Contesta
irritado e eu encaro a minha mãe de longe mas ela o interrompe.
— JÁ CHEGA, DANILO! Eu não aguento mais essa sua implicância
com Ramon, se ele está feliz o que custar torcer por ele ao invés de derrubá-
lo? Você humilhou tanto aquela menina e sua família, como se você fosse o
homem mais integro que existe... Eu tenho vergonha de você, Danilo...! Ou
você muda o seu jeito de tratar o nosso filho, ou peço o divórcio! Eu tenho
vergonha de você e não quero mais presenciar outra palhaçada como essa que
você fez! — Rebate em um tom sério e irritado, me pegando de surpresa com
isso, nunca tinha visto ela desse jeito antes. — Ramon! Me ajuda filho? Me
leva para o quarto e depois vá atrás da Marcelly, a pobrezinha saiu daqui
arrasada depois de toda aquela humilhação... Mas fico feliz que antes de sair
ela tenha dito umas boas verdades na cara do seu pai, ele mereceu isso e
muito mais. — Me apresso para levantá-la do chão.
— Você está bem, mamãe? Quer que eu te leve para o hospital? A sua
pressão pode ter subido como da outra vez, eu não quero você passando
mal... Me desculpa por tudo isso? Eu não queria ter reagido assim na sua
frente. — Levo ela para sala deixando o meu pai resmungando sozinho na
sala de refeições.
— Não se desculpe filho, não foi sua culpa e muito menos daquela
menina... Eu estou surpresa por você não ter derrubado essa casa... Eu estou
bem querido não se preocupe comigo, vá atrás da sua namorada, veja se ela e
os pais estão bem, se estão precisando de ajuda com algo, e... Apenas vá,
filho! Eu estou muito envergonhada pelo que houve. — Ela se senta no sofá
me encarando triste.
Um dia que era para ser de alegria se transformou em um pesadelo.
— Promete pra mim que vai ficar bem se eu for? Vai me ligar se
precisar...? Acho que vou fazer melhor... RONALDO! RONALDO VENHA
ATÉ AQUI! — Chamo pelo meu mordomo e rapidamente ele aparece.
— Pois não senhor? Em que posso ajudar? — Ele se aproxima
rapidamente atento a mim e minha mãe.
— Eu vou precisar sair agora mas eu quero que fique de olho na dona
Verônica, assim como a maioria das mulheres ela é bastante teimosa, então,
você só precisa ajudá-la no que for e me ligar no menor problema que
houver, estendeu? — O alerto em um tom sério e minha mãe faz careta para
mim.
— Será exatamente como o senhor ordenou, Sr. Mitchell...! Vá
tranquilo. — Ele para ao meu lado me encarando apreensivo pela minha mãe
o encarar feio.
— Relaxa Ronaldo! Ela não morde... A minha mãe é o ser mais doce
que existe nesse mundo além da minha ruivinha... Por falar nela, o que você
está fazendo aqui Francisco? Você já levou Marcelly e os pais em casa assim
tão rápido? Eles chegaram bem? — O questiono assim que o vejo entrar em
casa, ele se aproxima receoso.
— Me desculpe, Sr. Mitchell, eu insisti para levá-los em casa mas o
Sr. Sérgio se recusou a aceitar a carona, eles foram para o ponto de táxi mas
eu acho que... — Me surpreendo com as suas palavras e o interrompo.
— Você não é pago para pesar, Francisco! Já está muito tarde para
eles irem de táxi, porque você não veio me avisar assim que eles saíram? —
Questiono irritado e ele me encara sem graça.
— Ramon! Não foi essa a educação que eu te dei, garoto! Não é
porque ele é seu empregado que você pode tratá-lo assim! — Minha mãe me
repreende ao mesmo tempo que me dá uma bronca, me sinto uma criança
perto dela.
— Me desculpa, Francisco! Eu estou nervoso porque não era para eles
irem sozinhos... Eu vou tentar alcançá-los... Por favor Ronaldo! Ajuda o Sr.
Danilo com as malas, ele está de saída... Te amo mamãe, eu vou tentar voltar
logo, não se preocupa comigo, está bem? — Ordeno em um tom firme e dou
um beijo na minha mãe antes de seguir até a porta.
Saio apressado até o meu carro e entro no mesmo saindo pelos
portões da mansão, acelero o carro preocupado por Marcelly e os pais terem
saído sozinhos daquele jeito, eu não vou aceitar trabalhar longe dela, se ela
não aceitar o dinheiro do meu pai eu vou tirar do meu bolso o pagamento
dela, mas ela vai ficar comigo.
Passo pelo primeiro ponto de táxi e não tem ninguém, está deserto
pois já está tarde, passo pelo segundo ponto de táxi e também não tem
ninguém, mas quando passo do ponto os vejo andando a pé na calçada escuta,
meu coração acelera de preocupação com eles. Paro o carro um pouco a
frente deles e saio esperando eles se aproximarem.
— Porque não aceitaram a carona, Sr. Sérgio? É muito perigoso andar
sozinhos a uma hora dessas... Por favor entrem no carro? Eu vou levá-los em
casa. — Em curto a nossa distância e vejo que Marcelly evita me encarar.
— Não precisa se incomodar, Ramon, a gente consegue um táxi mais
frente, filho, não deixa a sua família sozinha por nós. — Diz em um tom
triste e sei o quanto ele está magoado.
— Por favor, Sr. Sérgio? Sra. Antônia já está muito tarde, eu estou
muito preocupado com vocês... Por favor me deixa levá-los em casa? Eu
quero muito me redimir pelo que houve. — Abraço o Sr. Sérgio pelos ombros
e o vejo respirar fundo.
— Tudo bem, vamos aceitar porque elas já estão cansadas de tanto
andar, não imaginávamos que seria tão difícil pegar um táxi por aqui...
Vamos querida! Vem filha? Entra no carro querida? — Ele se dá por vencido
e eu abro a porta do carro para eles entrarem.
Marcelly tenta entrar com eles atrás mas eu seguro a sua mão,
fechando a porta antes que ela entre.
— Por favor, meu amor...? Não fica assim...? Você não me quer mais,
é isso? Está magoada comigo...? Eu não aguento te ver assim, Marcelly...!
Me dá um beijo princesa? Só um e eu já fico satisfeito... — Puxo ela para os
meus braços e acaricio o seu rosto já inchado de tanto chorar. — Por favor,
ruivinha...? Me perdoa meu amor? — Ergo o seu queixo e beijo de leve os
seus lábios.
Beijo-a mais profundamente e ela abraça o meu pescoço me fazendo
respirar aliviado em meio aos beijos, mas não dura muito pois logo ela se
afasta finalmente me olhando nos olhos.
— Eu odeio o seu pai, e não quero ele como sogro... Já está avisado!
— Diz emburrada cruzando os braços me fazendo sorrir.
— Isso quer dizer que aceita namorar comigo? Não vai deixar de ser
minha, Marcelly? — Sorrio instantaneamente e vejo ela finalmente me dar
um pequeno sorriso.
— Sim, eu quero ser sua namorada não importa o que o seu pai pense
de mim... Enquanto você me quiser eu também vou querer você. — Ela sorrir
largamente para mim e eu beijo-a com vontade.
— Caramba... Eu tive tanto medo de perder você... — Confesso entre
os beijos e ela se solta de mim se afastando.
— Me leva pra casa! É perigoso ficarmos parado aqui por muito
tempo. — Ela sorrir dando a volta no carro e eu me apresso para abrir a porta
do mesmo.
Ela entra sorridente assim como eu, dou a partida no carro saindo dali.
— A minha intensão com esse jantar, Sr. Sérgio, era para pedir o seu
consentimento para oficializar o meu compromisso com a sua filha, eu queria
que vocês se dessem bem com a minha família, mas, nada saiu como
planejado... Minha mãe está arrasada pelo que o meu pai fez, ela está
pensando até em divórcio tamanha é a vergonha que ela está sentindo com
tudo que houve, minha mãe é uma pessoa maravilhosa, diferente do meu pai,
ela quer a chance de se desculpar com vocês pessoalmente, eu peço a vocês
por favor que a recebam...? Minha mãe tem um coração grande e generoso
assim como vocês, e... Ela quer poder conviver com a família da mulher que
eu escolhi para mim... Marcelly aceitou namorar comigo, Sr. Sérgio, o senhor
fica feliz com isso, ou não? — Seguro firme a mão da minha mulher
encarando meu sogro pelo retrovisor, Marcelly abre ainda mais o seu sorriso.
— Desde o início eu aprovei vocês juntos, porque eu não aprovaria
agora? Você defendeu a minha filha e a família dela, esse é o sinal de que
você realmente a merece, Ramon... É claro que eu fico feliz com isso, mas
não posso deixar de dizer que não quero o seu pai e nem ninguém magoando
a minha filha, eu fui claro? Isso é tudo que eu te peço, que a proteja e a faça
feliz. — Seu tom firme para mim já é um bom sinal, eu sempre gostei dessas
pessoas e hoje eu gosto muito mais por fazer parte de tudo isso com elas.
— Eu farei isso, Sr. Sérgio! Você tem a minha palavra! — Abro um
largo sorriso para Marcelly e ela se inclina para ele beijar.
— Filha! Deixa o seu namorado nos levar em casa em segurança,
depois vocês namoram. — Pelo seu tom empolgado sei que ele está mesmo
feliz por nós, mesmo depois do que houve.
Sorrimos de mãos dadas e seguimos para sua casa. Estou feliz apesar
do que houve, ainda não estou tranquilo com toda aquela palhaçada do meu
pai, e ainda tenho que convencer Marcelly a voltar para empresa comigo,
porque se ela não voltar eu saio também, o meu pai passou de todos os
limites e isso eu não vou perdoar.
Depois de alguns longos minutos eu chego na casa de Marcelly com
os pais dela, entro com eles por um instante pois não posso demorar e deixar
a minha mãe sozinha, mas estou feliz por estar bem com a minha ruiva, o
ataque de loucura do meu pai não afetou a nossa relação com ela e a família,
essa mulher é mais madura do que aparenta, ela é incrível.
— Eu vou me recolher, filha, estou cansada e já está tarde... Obrigada
por nós trazer em casa, Ramon, apesar do que houve eu estou feliz por você e
minha filha, ouviu? Eu já sabia que vocês iriam acabar juntos desde a
primeira vez que vi vocês juntos... Bom, nos vemos depois, querido, boa
noite...! Vai descansar, filha, nos vemos amanhã meu anjo. — Minha sogra
acaricia o meu rosto e se despede também da filha me fazendo sorrir feito um
bobo.
— Durma bem mamãe, eu já vou me deitar também, só vou me
despedir do meu namorado. — Ouvir isso dela faz o meu coração bater forte,
ela é oficialmente minha.
— Está bem querida, te amo. — Elas se abraçam antes da Sra.
Antônia se afastar, nos despedimos também do seu pai e eles nos deixam a
sós.
Assim que eles entram no corredor eu puxo a minha mulher para um
beijo ardente e apaixonado.
Sinto o meu corpo necessitado pelo dela mas depois do que houve,
não vou poder ficar e nem ela vai querer ir lá pra casa agora.
— Eu quero você... Eu amo você, ruivinha... Eu sou louco por você...
Você é minha... — Sussurro entre os beijos apertando o seu corpo contra o
meu, não querendo ir embora e deixá-la para trás.
— Eu também te amo muito... Nada vai me afastar de você, Ramon...
Nada e nem ninguém... Eu sou sua... Ahhh eu sou sua... — Ela sussurra de
volta e geme quando aperto a sua bunda pressionando-a contra o meu corpo.
— Volta para empresa comigo? Eu não vou conseguir trabalhar sem
você ao meu lado, Marcelly... — Tento apelar para ela reconsiderar a sua
decisão, mas ela me interrompe.
— Não Ramon! O seu pai jogou na minha cara que eu estou
recebendo o dinheiro dele, e eu não quero mais isso...! Prefiro voltar a me
prostituir a receber o dinheiro daquele homem. — Rebate irritada me
pegando de surpresa com as suas palavras.
— Você não é louca de voltar a fazer aquilo! Eu nunca vou permitir
isso, Marcelly! Mas que merda! — Me irrito só de pensar em outro homem
tocando nela, eu jamais vou permitir isso. — Já que você não quer voltar
comigo para empresa, então deixa de ser orgulhosa e aceita a minha ajuda?
Agora eu sou o seu namorado e vou assumir as despesas da sua casa, não vou
aceitar um não como resposta! Ou você trabalha comigo ou você vai ficar em
casa sem fazer nada, você tem essas duas opções, é só escolher uma. —
Tento me controlar para não me alterar e ela respira fundo.
— Eu posso tentar uma vaga no restaurante onde Paloma trabalha, sei
lá, eu vou colocar currículos por aí mas eu vou trabalhar sim, Ramon! Você
não vai me impedir de trabalhar, não estou acostumada a ficar parada em casa
e nem estou acostumada com ninguém me bancando para eu ficar a toa sem
fazer nada... Poxa não briga comigo? Eu ainda estou magoada com o que
aconteceu hoje, não quero ninguém jogando na minha cara que estou com
você por interesse, porque não é verdade, Ramon! Eu estou com você porque
eu te amo, se fosse só pelo dinheiro eu não iria querer me prender a ninguém
como eu estou presa a você... Eu não quero um centavo que venha do seu pai,
por isso eu não vou voltar para aquela empresa, vou tentar qualquer outra
coisa em qualquer outro lugar, mas parada eu não vou ficar! — Argumenta
inquieta e se vira para sair, mas abraço o seu corpo por trás, ela está tão
cheirosa, eu queria beijá-la inteirinha hoje mas nada saiu como planejei.
— E se eu tirar do meu bolso para pagar você? Não vou te pagar com
dinheiro da empresa, você não será funcionária da empresa, você será minha
funcionária pessoal, o que me diz? — Apelo mais uma vez e ela se solta de
mim se virando para me encarar.
— O seu pai disse que vai ficar na cidade por uns dias, se ele souber
que estou na empresa dele, não interessa se vou estar recebendo o seu
dinheiro e não o dele, seu pai vai me humilhar de novo e eu não vou ficar
quieta, Ramon, eu fui sutil com ele hoje mas eu posso ser grossa se ele me
insultar mais uma vez, eu tenho o pavio curto e você sabe disso! — Me alerta
emburrada cruzando os braços fazendo os seus seios quase saltar do vestido.
Porra! Ela fica linda nessas roupas mas isso me deixa louco de
desejo, e também de ciúmes!
— Deixa que eu me entendo com o meu pai, está bem? Se você não
voltar a trabalhar comigo eu também não volto para empresa, assim eu volto
a me dedicar mais as minhas boates, está ficando puxando pra mim trabalhar
na empresa e depois ter que ir nas boates... Talvez seja mesmo melhor eu sair
da empresa e me focar mais nas... — Comento pensativo e ela e interrompe.
— Não Ramon! Não sai da empresa ou o seu pai vai colocar a culpa
disso em mim também... Além do mas, eu prefiro que você não tenha tempo
de ir a boate... Não gosto de imaginar aquelas garotas se jogando em cima de
você, isso me incomoda e muito. — Confessa enciumada me fazendo sorrir,
eu gosto de saber que ela sente ciúmes de mim.
— Então reconsidere a sua decisão...? Volta comigo para empresa,
ruivinha? Eu não vou conseguir me concentrar no trabalho longe de você... O
meu pai não vai mais se aproximar de você, ele não vai sequer dirigir a
palavra a você ou eu saio da empresa, isso é uma promessa, minha princesa.
— Puxo ela de volta para os meus braços e beijo-a com calma, saboreando o
seu gosto.
— Eu volto a trabalhar com você! Mas só depois que o seu pai for
embora, antes disso eu não volto! — Avisa decidida e eu já me conformo
com isso.
— Negócio fechado! Eu vou tentar despachar o meu pai de volta para
Miami o mais rápido possível... Eu preciso ir agora, ruivinha, minha mãe não
estava bem quando eu saí e prometi não me demorar... Ela teve uma
discussão feia com o meu pai e eu o mandei sair da minha casa, estou tão
magoado quanto você, meu anjo, não gosto de te ver triste e gosto menos
ainda quando alguém que deveria torcer por mim, é quem me ataca daquela
maneira tentando impedir a minha felicidade... Eu nunca vou permitir que te
faltem com o respeito, meu amor, muito menos que seja alguém da minha
família a fazer isso... Você é tudo para mim, Marcelly, perder você seria a
minha destruição, não se esqueça disso, ouviu...? Eu não posso perder você.
— Abraço-a forte e ela retribui beijando o meu pescoço. — É melhor eu ir,
ou eu vou acabar te levando para o seu quarto... Eu estou morrendo de
vontade de foder você com força... Porra ruivinha, você é uma tentação... —
Aperto a sua bunda esfregando o meu pau nela, ela geme no meu ouvido com
uma voz tão sedutora que me faz latejar.
— Volta amanhã e eu te dou o que você quiser... Talvez eu te dê
muito mais... Se você quiser, é claro... — Ela me instiga e eu enlouqueço
tomando a sua boca com urgência. — Ramon... O meu pai pode aparecer...
Ohhh... Eu quero você... Você me tira do prumo, Ramon... Mas é melhor
você ir, a sua mãe está sozinha e eu estou tentando resistir a você... Pede
desculpas a sua mãe por mim, está bem? Eu gostei dela, mas com toda aquela
confusão eu nem me despedi dela direito. — Ela se afasta pensativa e eu
abraço-a levando ela até aporta para me despedir.
— Ela também lamentou muito o que aconteceu e quer se desculpar
pessoalmente, eu pensei em levar ela e você para almoçar antes dela ir
embora, você acha que os seus pais aceitariam ir? Ou podemos almoçar aqui
se eles preferir e não se importar, eu sei que eles não vão querer voltar lá em
casa enquanto o meu pai estiver na cidade... Você me ajuda com isso? —
Acaricio o seu rosto colocando o seu cabelo atrás da orelha, ela abraça o meu
pescoço me beijando com doçura.
— Mas é claro que eu ajudo, meu amor... Eu vou conversar com os
meus pais amanhã, o que eles decidirem eu passo pra você, ok? Agora vai
porque eu preciso dormir e você também, me liga amanhã! Tenha uma boa
noite, amor. — Ganho alguns selinhos carinhosos e um abraço pouco
demorado.
— Está bem, princesa, até amanhã... Durma bem. — Lhe dou um
selinho demorado e saio deixando ela ali parada na porta.
Quando chego no portão eu paro olhando para trás, não queria ter que
ir embora sem ela, ela é minha mulher e tinha que ir comigo para casa e não
ficar pra trás.
Mando um beijo para ela e saio entrando no meu carro, enquanto ela
entra fechando a porta.
Capítulo 34
Marcelly
Nem tudo acontece como a gente quer, nem tudo é o que parece e
todo dia acontece algo para te lembrar sobre isso, acho que nem quando eu
me prostituía me humilharam tanto, pelo menos lá eu sabia o que esperar e
sabia me defender a altura, lá eu estava preparada para enfrentar qualquer um
mas agora eu me sinto uma fraca, me sinto indefesa sem saber o que fazer e
como agir, agora eu me magoo com facilidade, agora eu sinto dores que antes
eu não sentia.
Ouvir Ramon me pedir em namoro era tudo que eu queria, eu cheguei
a sonhar com isso, mas, agora depois de um bom banho eu me jogo na cama
pensativa, será que isso vai dar certo? Será que eu não me precipitei
aceitando esse namoro?
Laura fugiu de casa para proteger a cunhada de uma louca que queria
o homem dela! Paloma perdeu o bebê por causa de uma ex mal amada e
agora esse velho medonho me humilhando na frente dos meus pais, na frente
do homem que eu amo, até onde o pai dele é capaz de ir para me humilha
outra vez?
Ele me investigou para me deixar mal na frente de Ramon e na frente
dos meus pais, o que mais ele será capaz de fazer para o filho não o expôr se
envolvendo com uma ex prostituta?
Me afundo em pensamentos e pego no sono sem perceber, mas
diferente do que foi a minha noite eu tive um sonho bom, sonhei com Ramon
se declarando para mim enquanto fazíamos amor, já faz alguns dias que não
fazemos isso, ele sempre me pega de jeito me deixando faminta para senti-lo
mais e mais, nessas horas eu nem me importo em fazer amor, tudo que eu
sempre quero é senti-lo dentro de mim com força e ele sempre me dá o que
eu quero.
Adoro provocá-lo, adoro tirá-lo do sério, ele fica tão sexy quando está
bravo e mesmo assim, ele se entrega pra mim.
Paloma não foi a única que ficou surpresa com o prazo do casamento,
todos pareciam chocados por eles se casaram tão em cima da hora, mas não
vou negar, estou feliz por ela pois sei o quanto ela ama aquele delegado, ela
até foi capaz de ficar bêbada em uma praia por causa dele.
Hoje será o casamento deles e eu estou triste por não poder ir
acompanhada do meu namorado, Paloma até perguntou o que houve por nos
ver tão distantes um do outro, eu quis contar a verdade a ela mas Ramon me
pediu para não fazer isso, e eu não posso decepcioná-lo, então menti como foi
o combinado, para todos os efeitos não estamos mais juntos e não estamos
mais nos vendo.
— Já está pronta filha? Suas amigas já devem estar te esperando
querida. — Saio dos meus pensamentos com minha mãe entrando no quarto.
— Sim mamãe, já estou pronta... Mas e você? Porque não se arrumou
ainda? Não me diga que desistiu de ir comigo no casamento da Paloma? —
Dou uma última olhada no espelho e me viro para minha mãe ainda
desarrumada.
— Sinto muito querida, mas não vou poder sair, o seu pai não está se
sentindo bem e eu não posso deixá-lo sozinho... Dê os parabéns aos noivos
por mim, diz que desejo toda felicidade do mundo a eles mas infelizmente eu
não posso ir... Você está tão linda queria, é uma pena Ramon não poder vir te
buscar, ele vai ficar embasbacado quando te ver. — Ela se aproxima me
admirando de cima abaixo e sinto o meu coração bater forte só de ouvir o
nome de Ramon.
Meus pais não sabem da armação do Sr. Danilo, não quero eles
preocupados comigo então tive que omitir essa parte da história, mas não é
mentira que Ramon está trabalhando demais.
— Realmente é uma pena você não ir comigo, e também é lamentável
que meu namorado não possa vir me buscar... Mas nós já explicamos a
situação e vocês sabem que ele está trabalhando demais, mas isso é
temporário e logo Ramon voltará a vir com mais frequência em casa...
Mesmo não o vendo como antes, eu estou feliz mamãe, Ramon nunca deixou
de demonstrar que me ama e que vai cuidar de mim. — Sorrio abertamente
me lembrando dos nossos momentos juntos, até por telefone a gente transa e
também é prazeroso.
— Eu sei filha, logo ele vai ter uma folguinha no trabalho para te dar
mais atenção querida... Agora se apresse para se despedir do seu pai porque
suas amigas devem estar esperando. — Ela me abraça pela cintura e me leva
para fora do quarto, mas volto correndo para pegar a minha bolsa.
Estou usando um vestido vermelho longo de alças finas com um
pequeno decote, nas costas as alças finas trançadas deixam as minhas costas
quase por completa exposta. Meus cabelos soltos levemente ondulados do
jeito que eu amo. Coloquei um batom vermelho fosco e os sapatos na cor
nude.
Sigo para o quarto do meu pai para lhe dar um beijo, mas quando
entro ele está dormindo e eu não quero incomodá-lo, lhe dou um beijo de leve
no alto da cabeça e saio para não acordá-lo. Me despeço da minha mãe e ligo
para o motorista que Ramon deixou a minha disposição, na verdade é um
motorista de uber que aceitou prestar serviços para Ramon.
Em poucos minutos o motorista chega então sigo para o antigo
apartamento de Felipe, onde os pais de Paloma estão morando agora, eu
prometi ir mais cedo para ajudá-la com algo que precise. Não vou negar que
nesses três dias eu sonhei que estava me casando também, na verdade não era
bem um sonho, está mais para pesadelo porque no sonho, Ramon não
aparecia no casamento e eu me decepcionava como nunca antes na minha
vida, bom, eu sei que isso nunca vai acontecer porque aquele homem
realmente me ama e jamais faria algo assim comigo, eu nem ao menos sei se
ele pretende um dia se casar, para mim já foi um milagre ele me pedir em
namoro, não vou ficar sonhando tanto com casamento pois para mim já me
basta estar com ele e ter o seu amor.
Chego na casa de Paloma e ela já está agitada, ansiosa para se casar
com o delegado, estão todas as nossas amigas aqui, até mesmo Laura que
veio de Miami para surpreender Paloma, em pensar que na próxima semana
eu também vou estar naquela cidade linda, com certeza eu vou querer visitar
Laura e conhecer a sua casa.
Ajudo no que posso mas nada consegue fazer Paloma parar quieta em
um canto só.
— Gente eu não posso esperar mais! Eu prometi não me atrasar e não
posso deixá-lo esperando... Já está quase na hora do casamento e a gente
pode pegar trânsito daqui até a igreja, e... — Ela anda pelo quarto nervosa
mas Laura a interrompe.
— Para de andar, Paloma! Meu Deus você está mais nervosa que eu
no meu casamento, e olha que eu também estava grávida mas a minha barriga
parecia que iria explodir de tão grande... Então eu vou te dizer o mesmo que
você me disse a quase um ano atrás... Relaxa e respira! Mesmo que você se
atrase ele vai estar lá esperando por você... Você está linda amiga, tomara que
o Felipe não desmaie quando ver você... Você está perfeita. — Laura segura
as suas mãos tentando acalmá-la e por alguns instantes ela parece conseguir.
— Obrigada amiga, o apoio de vocês nesse momento é muito
importante para mim... Mas por favor vamos sair logo de casa? Eu já estou
suando frio de tanta ansiedade e temo passar mal a qualquer momento se eu
não o vê... Você viu a mensagem dele Marcelly! Se eu me atrasar ele manda a
polícia vir me buscar, já imaginou eu indo para o meu casamento em uma
viatura...? Ele estaria literalmente me prendendo a ele. — Diz sorrindo
pensativa, parece até que está aprontando alguma coisa.
— Victor acabou de me mandar uma mensagem dizendo que eles já
vão sair de casa, Felipe está mais nervoso que você Paloma, e eu realmente
não duvido que ele mande te buscar... Vocês estão piores que eu, Laura, John
e Victor juntos. — Giulia sorrir nos fazendo sorrir também.
— É isso que eu quero...! Jaqueline? Liga para o Yure agora! Eu
tenho uma mudança para fazer e temos que ser rápidas... Eu quero
surpreender o meu noivo, quero chegar na igreja em uma viatura escoltada
por policiais, pede ao Yure para levar o distintivo do Felipe com ele para
igreja, e só colocar nele quando eu chegar... Eu quero me casar com Felipe,
mas também quero me casar com o delegado... Nos conhecemos em uma
ocorrência e o nosso primeiro beijo foi na delegacia... Eu quero que esse
casamento seja literalmente uma prisão para nós dois, quero me prender a ele
para sempre. — Paloma comenta em um tom confiante, segura da sua decisão
e todas a encaramos surpresas. Essa guria é mais ousada do que imaginei!
— Paloma você tem certeza disso, amiga...? É algo diferente e tenho
certeza que o seu noivo não será o único a se surpreender. — Jaqueline a
encara surpresa mas ela parece tão empolgada quanto a noiva.
Paloma e a mãe conversam empolgadas sobre a sua ideia e mesmo
assustada, a Sra. Esmeralda apoia a filha em tudo assim como a minha mãe
também está sempre me apoiando.
Fomos todas atrás da noiva empolgadas com as suas ideias e ela fica
atenta a tudo, ela chama também o sogro para pedir ajuda com algumas
coisas, Jaqueline conversa um pouco comigo e ela fala do seu namoro com o
inspetor Yure, não fiquei surpresa porque Jaqueline também é uma mulher
linda e combina com o Inspetor, assim como eu combino com o meu CEO
empresário.
Depois de Paloma colocar as suas ideias em prática saímos todos do
apartamento, como Paloma vai na viatura com o sogro, os pais dela vão com
o motorista junto com Giulia e Laura, eu e Jaqueline vamos com o meu
motorista mas eu falo que ele é um conhecido motorista de aplicativo, não
entro em muitos detalhes.
Seguimos para igreja na frente da noiva para chegarmos primeiro,
Paloma quer que seus amigos entrem na igreja de braços dados e meu
coração acelera só de pensar entrar na igreja com Ramon, será que ele vai
criticar isso já que estamos fingindo estarmos separados? Acho que não,
também não tem como saber já que Paloma só decidiu isso hoje de manhã.
Chegamos na frente da igreja e saímos do carro vendo Laura e os
outros encostar em seguida, caminho distraída conversando com Jaqueline,
sorrindo sobre a ideia corajosa de Paloma em vir em uma viatura da polícia,
fomos para entrada da igreja mas esbarro em alguém me desequilibrado, vou
em direção ao chão mas sinto alguém abraçar o meu corpo me puxando para
os seus braços.
— Meu Deus... Me desculpe eu não... Ramon... — Me desculpo aflita
abraçando o seu pescoço e meus olhos se cruzam com os seus.
— Porra...! Não sussurra o meu nome em público, ruivinha...
Caramba... Você está tão linda... E porque me abraçou se não sabia que era
eu? E se fosse outro no meu lugar te segurando assim...? Eu não quero nem
pensar, ao invés de um casamento teríamos um velório! — Sussurra me
encarando fixamente sem soltar o meu corpo, ele me encara furioso ao pensar
em outro homem me segurando, finjo não ter ouvido isso.
— Você está tão cheiroso... Quero lamber você todinho... — Me
seguro para não sorrir da cara de bravo que ele faz.
— Ficou maluca, Marcelly? Você não pode me provocar em público,
se esqueceu disso...? — Me repreende em um tom bravo e me solta.
Eu finalmente sorrio procurando por Jaqueline, mas ela já está nos
braços do Inspetor.
— E se eu não te obedecer...? O que acontece, Sr. Mitchell? — O
provoco mas engulo a seco quando ele trinca o maxilar furioso por eu
contestá-lo.
— Em casa eu te mostro o que acontece quando você me
desobedece... Porra você está muito gostosa... Vê se não rebola, fui claro? —
Ele disfarça olhando de um lado para o outro.
— Eu não controlo os movimentos do meu corpo, Ramon... Estão
olhando pra gente, eu preciso ir. — O encaro um pouco mais séria e me
afasto.
Vou para perto de Jaqueline mas Ramon se aproxima para ficar mais
perto de mim, logo Paloma chega com a sirene da viatura ligada nos fazendo
sorrir, Felipe aparece na porta da igreja embasbacado com a beleza da sua
noiva, os rapazes quase não conseguem levá-lo de volta para dentro mas
depois de muita insistência, eles conseguem, realmente Paloma está linda e
eu estou muito feliz por ela, espero um dia ser feliz assim também.
A organizadora pede para nós posicionarmos para entrarmos na igreja
em pares de casais. John entra com Laura e entro logo atrás de braços dados
com Ramon e atrás de nós virão Jaqueline e Yure, e também Victor e Giulia,
mas lá na frente nos separamos e fomos cada um para um lado e eu agradeço
por isso, eu fico muito nervosa perto dele.
Assim que nos acomodamos em nossos lugares entram na igreja
alguns policiais fazendo barreiras nas laterais para o trajeto de Paloma, não
tem um que não admire esse acontecimento, mas hora ou outra os meus olhos
estão em Ramon que me encara tão fixamente que coro.
A marcha nupcial começa a tocar mas depois muda para outra música
muito linda também, Paloma entra na igreja ao lado da cadeira de rodas do
pai, não teve como não me emocionar com essa cena, me peguei imaginando
um dia o meu pai entrando comigo de braços dados na igreja, mas no que
depender do meu sogro isso jamais vai acontecer, e se ele continuar nos
perseguindo mesmo depois de Ramon sair da empresa? Com certeza o Sr.
Danilo vai me culpar por isso.
Encaro Ramon e ele me encara confuso, ele percebeu que estou
pensativa mas não me importo com isso, dou a minha total atenção a
cerimônia que se inicia com Felipe, Paloma e o pai dela muito emocionados.
O padre inicia o seu discurso e todos ficam atentos a tudo, sinto o meu
celular vibrar dentro da bolsa e pego-o pensando ser Ramon ou os meus pais,
mas me surpreendo com uma mensagem de Diego, um dos garotos de
programas da Pleasure House.
"Já sei que não está mais com o chefe, agora que não está mais
trabalhando para ele, que tal sairmos um dia desses? Sinto sua falta,
Marcelly, Você não imagina o quanto estou desejando a sua boca!
Diego...
Encaro Ramon antes de voltar a encarar o celular, meus pensamentos
vão em Amanda no jantar da Paloma, com certeza foi ela que disse que eu e
Ramon não estamos mais juntos, mas que merda! Meu celular toca e eu
agradeço por estar no vibra cal, é Diego mas eu recuso a sua ligação, guardo
o celular na bolsa mas ele toca novamente, pego-o novamente e mais uma
vez recuso a ligação, três segundos depois uma nova chamada e vejo a foto
do Paulo piscar, me levanto discretamente e sigo em direção a saída da igreja,
não posso atender aqui dentro.
Saio da igreja e respiro fundo antes de atender a chamada.
— Oi Paulo? O que houve? Porque não veio ao casamento da
Paloma? — Atendo depois da chamada cair e ele ligar de novo.
— Oi Marcelly! Você está sumida? Não vai mais aparecer para
visitar os amigos? — Ele tenta ser simpático mas pelo seu tom percebo o
quanto ele está sério.
— Os meus amigos sabem onde eu moro, porque não vem me visitar
também? Aconteceu alguma coisa? Sua voz está estranha. — Questiono e
ouço ele respirar fundo.
— Eu já liguei para Paloma hoje dando os parabéns pelo casamento,
sou o gerente dessa boate e não posso me ausentar... Um dos seus
amiguinhos resolveu beber e está me perturbando para falar com você, é
verdade que você e o chefe não estão mais juntos? Amanda já espalhou para
a boate inteira e as garotas estão ansiosas para verem o Sr. Ramon, assim
como esses tarados estão querendo ver você de qualquer jeito. — Diz meio
irritado e posso ouvir a voz embolada de Diego ao fundo, pedindo para falar
comigo.
— Porra! Amanda mandou muito mal... Eu não quero falar com esse
garoto, Paulo! E pode cortar as asinhas dessas piranhas porque o Ramon
nunca deixou de ser meu, elas só não precisam saber disso agora, entendeu?
— Aviso irritada mas controlo o meu tom de voz, ele tenta dizer algo mas
ouço a voz de Diego.
— Marcelly...? Ruiva eu quero ver você, agora não temos mais
impedimentos para sairmos juntos e você... — Diz com a voz embolada mas
alguém toma o celular da minha mão.
— Se você ligar para minha mulher mais uma vez, você está demitido
seu infeliz! Eu sou o seu chefe e a mulher para quem você está ligando é
minha! É melhor você esquecer o número dela, entendeu bem? — Avisa
Ramon entre dentes me surpreendendo com a sua atitude.
Ele desliga o telefone e mexe no mesmo procurando alguma coisa, o
encarando perplexa.
— O que você pensa que está fazendo? Porque está mexendo assim
no meu celular? Você nunca fez isso antes. — O questiono ainda surpresa e
ele me encara furioso.
— Era esse infeliz que estava mandando mensagens para você
minutos atrás? A quanto tempo você está falando com ele? Porque ele está
dando em cima de você, Marcelly? Já avisou a ele que supostamente não
estamos mais juntos, é isso? — Esbraveja me arrastando pelo braço me
levando para longe da porta da igreja mas me solto dele.
— Pode parar com isso, ok? Eu não falei nada para ninguém, quem
falou para a boate inteira que não estamos mais juntos foi Amanda! As suas
garotas já estão saindo no tapa para verem quem vai conseguir transar com o
chefe primeiro, já estão se preparando para serem escolhidas como sua
exclusiva, Sr. Mitchell! — Esbravejo irritada pegando o meu celular da sua
mão e me viro para sair, mas ele segura o meu braço.
— Espera Marcelly! Precisamos conversar! Não muda de assunto
porque eu quero saber o porquê esse cara... — Retruca também irritado mas
me solto do seu aperto.
— Eu não quero conversar com você agora! Vai lá acalmar as suas
garotas, elas estão agitadas por sua causa! E se for mesmo não precisa me
procura mais! — Lanço lhe um olhar furiosa e me viro me afastando dele, ele
vem atrás de mim resmungando algo mas entro na igreja antes que ele me
alcance.
Sigo para o meu lugar irritada com essa história das garotas estarem
procurando por Ramon, não gosto disso, ele é meu namorado droga! Porque
Amanda tinha que abrir o bico? Eu pedi para ela não comentar nada com as
garotas e ela faz isso? Será que ela está mesmo afim de mim como Ramon
insiste em dizer que está? Não! Eu jamais ficaria com ela, eu não curto
mulheres e ela sabe disso, então porque ela faria isso?
— Está tudo bem Marcelly? Você aparece irritada, aconteceu algo
sério? — Questiona Jaqueline sentada ao meu lado.
— Não é nada demais, não se preocupe, está tudo bem sim... Ou pelo
menos vai ficar, assim espero. — Forço um sorriso para ela antes de olhar
para o assento de Ramon, ele me encara sério antes de focar a sua atenção no
seu celular.
Espero que ele não esteja ligando para demitir ninguém, Diego acha
que estou livre assim como Amanda, mas ela não devia ter espalhado que eu
e Ramon não estamos mais juntos, porra somos amigas, será que ela está com
raiva porque o amor da vida dela está se casando? Mas ela disse ter superado
e até está se dando bem com Felipe, não entendo o porquê ela não veio no
casamento.
Foco a minha atenção na cerimônia e tento esquecer a cena que
aconteceu agora pouco, comigo e meu namorado mandão. A cerimônia está
linda mas logo chega a hora do sim, não vou negar, me emocionei muito pois
me imaginei me cansando também, será que algum dia meu pai também me
entregará ao homem que amo?
Olho para ele discretamente e seus olhos estão nos noivos, mas em
fração de segundos seus olhos estão em mim e eu respiro fundo, desvio os
meus olhos dele quando ouço um alvoroço de aplausos e vejo os noivos se
beijando.
Poucos minutos depois os noivos já estão saindo e os convidados
começam a sair logo atrás, seguimos pelo tapete vermelho e eu não espero
por Ramon, saio da igreja já pegando o celular para ligar para o motorista vir
me buscar, mas no meio desse alvoroço de gente sinto alguém me segurar
pelo braço me arrastando para algum lugar.
— O que você está fazendo, Ramon? O olheiro do seu pai pode nos
ver juntos! — Questiono incrédula com a sua atitude mas ele finge não me
ouvir.
Ramon não diz nada e eu também não, ele me arrasta para uma rua ao
lado da igreja onde vejo o seu carro encostar, ele abre a porta do mesmo me
colocando lá dentro e entra em seguida, ele não diz nada apenas encara o
motorista e ele sai com o carro, cruzo os braços emburrada.
— Precisamos conversar! Você vai mudar o chip desse celular porque
eu não quero aquele infeliz ligando pra você, entendeu, Marcelly? Me dá o
seu telefone! — Avisa irritado me encarando sério.
— Você está pedindo ou está mandando, Sr. Mitchell? Não vai torná-
lo de mim como fez mais cedo...? Eu já disse que o Diego só me mandou
mensagens porque assim como todos, ele também pensa que não estamos
juntos, Ramon! — Argumento com ironia mas o encaro fixamente esperando
a sua próxima reação.
— Ele não é pago para pensar, Marcelly, ele está na minha boate para
trabalhar e não para ficar com saudades da minha mulher! Mas não precisa
mais se preocupar com ele, aquele merda já foi demitido... Agora me dá o seu
celular! Eu vou trocar o seu chip! — Rebate irritado me deixando perplexa,
ele pede o meu celular mas eu não dou.
— Você não pode demiti-lo, Ramon! Ele não tem culpa por não saber
a verdade... Poxa você sempre soube que ele é afim de mim mas eu nunca...
— O encaro ainda não acreditando no que ele fez, mas ele me interrompe.
— É por isso que não quer que eu o demita, Marcelly? Porque ele é
afim de você? Eu não acredito que você está me pedindo isso, aquele infeliz
não vai mais trabalhar na minha boate e ponto final! — Questiona alterado e
eu respiro fundo.
— Eu não quero conversar com você agora! Você não está me
ouvindo, você só está brigando comigo como se eu fosse culpada de algo,
então vai brigar sozinho! Eu me recuso a isso...! Para o carro! Por favor, Sr.
Francisco? Para o carro? Eu vou descer! — Solto um tom irritado mas
decidida, peço para parar o carro mas ele não deixar.
— Se você parar esse carro você está demitido, Francisco! Ela não vai
sair desse carro e ponto final! — Alerta autoritário encarando sério o
motorista.
— Então vai ser assim? Agora todos que não fizerem o que você
manda está demitido? Já que ele não vai parar o carro, eu vou pular! — Me
irrito com essa sua postura e agarro a maçaneta da porta abrindo-a já vendo o
asfalto, mas sinto ele abraçar o meu corpo.
Capítulo 40
Ramon
— Então vai ser assim? Agora todos que não fizerem o que você
mandar está demitido? Já que ele não vai parar o carro, eu vou pular! — Ela
se irrita e faz o impensável, ela abre a porta para pular e só tenho tempo de
abraçar o seu corpo.
— PORRA MARCELLY! VOCÊ FICOU MALUCA? ESTÁ
TENTANDO SE MATAR GAROTA...? Cacete você quer me ver enfartar, é
isso? Porque você fez isso? Por favor não faz mais isso, Marcelly...? Porra
você me tira do sério, ruiva...! Meu Deus... Ahh meu Deus... — Me desespero
sentindo o meu coração bater na boca por medo dela se machucar ou algo
pior.
Puxo ela para o meu colo fechando a porta do carro abraçando-a
apertado, ainda sentindo o meu coração acelerado, ela abraça o meu pescoço
com força tão ofegante quanto eu, ouço Francisco travar as portas do carro,
mas porque ele não fez isso antes?
— Me desculpa...? Eu não pensei antes de agir, me desculpa...? Eu
estava brava e não sabia o que estava fazendo... Me desculpa, Ramon...? —
Ela chora ainda abraçada a mim e eu acaricio as suas costas, tentando me
acalmar, me sinto trêmulo só de imaginá-la machucada.
— Me promete que não vai mais fazer isso? Porra Marcelly! Você
podia ter morrido em uma queda como essa, ou pior, o carro que vem atrás
poderia passar por cima de você... Mas que droga! Eu não posso perder você,
entenda isso de uma vez! — A repreendo irritado mas tento não alterar a
minha voz, porra ela já está chorando. — Me promete Marcelly...? Nunca
mais você vai fazer nada que ponha a sua vida em risco, me promete...? Por
favor, ruivinha? Me promete! — Peço ainda prendendo o seu corpo contra o
meu, mas ela se afasta me encarando nos olhos.
— Eu prometo... Me perdoa? Me desculpa, amor...? — Pede enquanto
limpo o seu rosto mas beijo-a ferozmente.
— Eu te perdoo, meu amor... Eu te perdoo mas não faça mais isso...?
Eu morreria se te visse machucada, Celly... — Sussurro entre os beijos e ela
se move se sentando no meu colo de frente para mim. — Porra, ruivinha...
Não estamos sozinhos. — Alerto entre os beijos mas ela parece não me ouvir,
ela me beija ferozmente. — Foca a sua atenção no trânsito, Francisco! —
Ordeno em meio aos beijos apertando as coxas da minha mulher e Marcelly
finalmente me encara, ofegante e vermelha de vergonha.
— Me desculpa... Eu não consigo raciocinar quando você me toca...
— Diz envergonha saindo do meu colo encarando Francisco sem graça.
— Não se preocupe com isso... Agora me dá o seu celular e não se
atreva a fazer nenhuma loucura, ouviu? — Ela respira fundo.
— Não vou te dar o meu celular, você nunca mexeu nele a mesmo
que eu pedisse... Não vou mudar o meu número de telefone só por causa do
seu ciúme, eu vou pedir ao Diego para não me ligar mais e pronto! — Ela age
como se esse assunto fosse algo sem importância.
— Acontece que você é minha mulher e não quero aquele infeliz te
ligando, e muito menos te mandando mensagens...! Porra já vamos começar
abrigar de novo? O que custa você fazer o que estou pedindo, Marcelly?
Salva os seus contatos no chip novo e pronto! Não passa o seu número para
aquele moleque, Você entendeu? — Me irrito novamente por ela me
contrariar, porque essa mulher tem que ser tão difícil?
— Já que você está pedindo e não mandando... Eu vou pensar no
assunto. — Me encara com uma sobrancelha erguida e eu respiro fundo, me
segurando para não dar o que ela merece aqui mesmo.
— Você quer me ver louco, você ainda vai me visitar em um
sanatório, Marcelly, e a culpada por isso vai ser você! — Alerto-a inquieto e
ela gargalha, uma gargalhada tão gostosa que me faz sorrir.
— Você é tão exagerado, Ramon... É você que me enlouquece com
esse seu jeito mandão e autoritário... Você me deixa louca, sabia? —
Marcelly abre ainda mais o seu sorriso e eu tento ficar sério.
— Então vamos ser internados juntos porque você realmente é louca...
Nunca mais repita o que você fez hoje, você entendeu? Eu não sei o que seria
de mim se você se machucasse, Marcelly, nunca mais eu quero te ver em um
hospital, ouviu bem? O meu mundo se destrói só de imaginar algo de ruim
acontecendo com você. — Toco o seu rosto olhando dentro dos seus olhos e
ela sorrir mais uma vez segurando a minha mão com carinho.
— Eu prometo que vou me cuidar ao extremo... Não vou me
machucar e nem vou permitir que me machuquem... Eu prometo! — Afirma
decidida em um tom firme, antes de me beijar me passando uma
tranquilidade que só sinto quando estou com ela.
— Está bem... Eu vou confiar em você então me não decepcione...
Ver você machucada ou morta, seria uma terrível decepção para mim, meu
amor... Seria a minha ruína. — Passo o meu polegar pelos seus lábios e ela
fecha os olhos, mas os abre novamente sorrindo, aqui pertinho do meu rosto.
Ela me beija mais uma vez mas logo percebo que já estamos parados
na frente do salão de festas e ela se afasta olhando para fora do carro, faço o
mesmo procurando pelo carro daqueles idiotas mas não os vejo.
— É melhor eu sair antes que os seus admiradores secretos
apareçam... Se eu sair daqui tarde eu vou direto pra casa, ok? Não posso
dormir longe dos meus pais hoje, meu pai não estava bem quando eu saí e
não quero ficar longe dele hoje. — Avisa olha no retrovisor arrumando a sua
maquiagem borrada.
— O que houve com o seu pai? Ele já foi levado ao médico? O que
ele tem, Celly? Não queria ficar sem você hoje, amor — A encaro
preocupado, pois o Sr. Sérgio é a melhor referência de pai que eu tenho.
Tudo que os pais dela fez por ela, mesmo sabendo de tudo que ela
fazia na boate e não a julgaram, sempre a apoiaram e isso para mim é algo
admirável.
— Eu ainda não sei o que ele tem, só na hora de sair de casa que
minha mãe disse que ele não estava se sentindo bem, por isso eu preciso ir
pra casa, Ramon, não vou poder ficar com você hoje, minha vida. — Ela me
encara atenta e ao mesmo tempo apreensiva.
— Tudo bem, eu entendo a sua preocupação e não vou morrer se não
passarmos a noite juntos hoje... Mas eu quero te ver antes de você ir, quero
estar com você nem que seja por alguns minutos. — Coloco os seus cabelos
atrás da orelha e ela me dá um beijo rápido.
— Pensa em algo e me manda uma mensagem... Eu também quero
muito ver você antes de ir... Tchau, Sr. Francisco, me desculpe por não ter
cumprimenta-o antes... — Ela sorrir envergonhada e pisca para mim saindo
do carro.
— Tchau, Srta. Marcelly! Foi um prazer revê-la. — Francisco a
cumprimenta antes dela fechar a porta se afastando.
Espero no carro por alguns minutos e Francisco dá meia volta para
entrar no estacionamento, assim que ele entra no mesmo vejo o carro
daqueles abutres passar devagarinho nos procurando, ratos miseráveis! Antes
da minha viagem eu vou lhes fazer uma surpresa inesquecível.
Entro no salão minutos depois de Marcelly e procuro um lugar para
me sentar, quase no centro do salão vejo Yure, Victor e John com as suas
mulheres em uma mesa e me junto a eles, procurando Marcelly de longe e a
vejo na mesa com os pais de Paloma e o ex delegado Gusmão, ela conversa
com eles empolgada e eu tento não olhar tanto para ela.
— Ramon! Quando for a Miami não deixa de ir me visitar, já faz
tempo que não passamos um tempo juntos como antes, então apareça quando
estiver na cidade. — Vejo John empolgado quando digo que vou a Miami na
próxima semana, na verdade em quatro dias estarei viajando.
— Não se preocupe, eu irei com toda certeza, estou ciente de que a
minha última visita a sua casa foi muito rápida mas, a próxima semana vamos
aproveitar um pouco mais... Quero conhecer melhor a sua empresa porque
também estou pensando em abrir um outro negócio, quero dicas e sei que
você pode me ajudar nisso. — Pego a minha taça de champanhe dando uma
boa golada e ele faz o mesmo.
— Terei o maior prazer em te ajudar, meu amigo, meu pai também
tem ótimas ideias e sábios conselhos, ele também poderá te orientar no que
você precisar, aliás! Ele tem perguntado bastante por você, ele vai gostar de
te ver também. — Sei que eles darão ótimas ideia para gastar bem o dinheiro
que estou tirando do meu pai.
— Eu vou adorar ver o Sr. Conrado, realmente ele é um homem muito
sábio e seus concelhos serão como ouro para mim. — Também me empolgo
pois tenho muita estima pelos pais do meu amigo.
— Com licença senhores! Laura! Jaqueline e Giulia! Paloma quer
tirar fotos conosco, vamos lá? — Me surpreendo com Marcelly se
aproximando da mesa e não teve como não dar a minha atenção a ela.
— Oba! Vamos! Eu adoro fotos! — Giulia é a primeira a se levantar e
Laura e Jaqueline se levantam em seguida.
— Vamos meninas! Eu quero muito tirar essa foto com as minhas
amigas. — Laura sai empolgada arrastando Giulia, Jaqueline e Marcelly com
ela, todas agarradas uma na outra, não teve como não sorrir.
Volto a conversar com John, Victor e Yure mas sem tirar a minha
atenção dela, nos levantamos também depois de tanto tempo sentados e
Felipe aparece com uma garrafa de champanhe nas mãos, conversarmos
enquanto admiramos as garotas empolgadas com alguma coisa.
Me sirvo mais uma taça de champanhe e bebo em uma só golada
tentando não admirar muito a minha ruivinha, John e Felipe não tiram os
olhos de mim pois eles sabem o tamanho do meu interesse por Marcelly,
droga! Eu preciso ser mais convincente, Marcelly consegue disfarçar melhor
que eu.
Ouço as mulheres gritarem alvoroçadas e me aproximo mais dos
outros.
— Eu nunca vou entender essas mulheres, ficarem nesse desespero
todo por causa de um buquê de flores? — Indago realmente chocado por
essas mulheres ficarem tão eufórica por algo tão simples.
Já tem décadas que não presencio um casamento e já tinha me
esquecido desse acontecimento, Paloma vai jogar o buquê e eu não consigo
tirar os olhos daquelas mulheres agitadas em frente ao palco.
— Ali só tem as mulheres solteiras, Ramon, e todas elas querem se
casar, inclusive a sua ruivinha, olha lá! — Ele diz com um largo sorriso no
rosto e vejo Marcelly no meio daquelas mulheres, tão eufórica que me deixa
surpreso.
— Se ela não se casar com você, será com outro, pensa nisso! Se é
que você sente algo por ela. — Me aconselha Yure com os olhos presos em
Jaqueline tão empolgada quanto Marcelly.
Minha garganta seca e eu tento controlar a minha respiração, não
consigo dizer nada e continuo calado admirando a minha mulher. Paloma faz
a contagem para jogar o buquê e logo o mesmo está voando sobre aquele
monte de mulheres, gritando quase subindo uma em cima das outras para
pegar o buquê, logo vejo Marcelly e Jaqueline pegarem o buquê juntas e para
não ter briga, elas dividem o buquê em dois, elas parecem felizes com isso e
eu engulo a seco encarando a minha ruivinha com o buquê nas mãos, ela quer
isso, ela quer se casar e eu não faço ideia de como dá isso a ela, eu preciso de
ajuda.
— Eu preciso de uma bebida! — Digo ao mesmo tempo que Yure e
saio procurando por algo forte para beber.
Posso ouvir Felipe, John e Marcos se acabamos de rir da nossa cara,
eles não sabem o quanto é complicado para mim lidar com uma situação
como essa, eu precisei dos conselhos da minha mãe para descobrir que
Marcelly queria um relacionamento mais sério, mas depois de vê-la tão feliz
com o casamento da amiga, depois de vê-la tão empolgada e sorridente com
um buquê de casamento eu não tenho mais dúvidas, assim como toda mulher,
Marcelly também quer se casar mas não faço a mínima ideia de como fazer
isso, me sinto perdido, o que eu faço sobre isso? Digo a ela que a quero para
sempre? Que quero me prender ainda mais a essa mulher? Droga! Eu
realmente preciso de algo forte.
Paro uns quatro garçons para pedir algo mais forte, mas adivinha?
Não tem nada além de champanhe, refrigerante e água, nem um Bourbon para
me acalmar não tem. Olho para todos os lados e vejo-a sorrindo conversando
com as amigas, só um beijo dela me acalmaria agora mas eu não posso se
quer me aproximar muito dela.
— Mas que inferno! Eu preciso sair daqui. — Paro em um canto me
segurando para não ir até ela.
Me sinto sufocado aqui dentro então saio do salão respirando fundo,
paro ali na porta olhando de um lado para o outro e vejo aqueles abutres
encostados no carro do outro lado da rua, finjo não tê-los visto e pego o meu
celular para mandar uma mensagem para minha ruivinha, penso melhor e
decido fazer uma surpresa.
Entro de volta no salão pois sei que já fui visto aqui fora, procuro uma
saída secundária e só há uma segunda saída pela cozinha que dá acesso no
estacionamento, me despeço de Felipe e sua esposa desejando a eles
felicidade e logo sigo para minha fuga.
Ligo para um dos meus seguranças vir me buscar mas peço para que
ele venha vestido formalmente e em um carro diferente, aviso para ele entrar
no estacionamento e me ligar, ligo também para o motorista de Marcelly vir e
mando uma mensagem para ela avisando que ele já está vindo buscá-la, aviso
para ela ir direto para sua casa e ela me questiona por mensagem mas, não
respondo, quero fazer uma surpresa.
Em pouco minutos vejo um carro simples e bem rodado entrando no
estacionamento, fico escondido atento a todo carro que entra esperando entrar
um dos meus carros novos que comprei com o dinheiro da empresa, esses
capangas do meu pai ainda não os viram sair da minha casa pois eles não
estão lá, estão em um edifício garagem que aluguei só para guardá-los, mas
me surpreendo ao reconhecer um dos meus seguranças dentro daquele carro
velho.
— Esse infeliz só pode estar de brincadeira, eu não vou entrar nesse
carro velho, não sei como ele conseguiu chegar até aqui inteiro sem
desmontar pelo caminho. — Resmungo quieto no meu canto e logo ele liga
para o meu celular, atento emburrado.
— Já cheguei, senhor! Já pode vir a barra está limpa! — O vejo
olhando para os lados se certificando de que não foi seguido.
— Eu estou te vendo Alessandro, mas que porra de carro é esse?
Velho caindo aos pedaços! — Questiono ainda chocado e o ouço sorrir.
Infeliz!
— Me desculpe, senhor, mas acho que passaremos despercebidos em
um carro como esse, seus carros são muito luxuosos e dá muito na cara que
pode ser o senhor dentro deles. — Explica calmamente e mesmo
reconhecendo que ele tem razão, isso me incomoda.
— Porra no podia ter escolhido um carro um pouquinho melhor
não...? Estou indo aí. — Me apresso para chegar até o carro ainda irritado
enquanto olho para os lados.
— Foi mal chefe, mas até que esse carro não é tão velho, é um Siena
semi-novo. — Explica o infeliz ainda sorrindo e isso me incomoda.
— Semi-novo! Não é novo Alessandro! Você já andou nos meus
carros e sabe bem com o que eu estou acostumado, droga...! Mas você tem
razão, será melhor assim... Agora vamos! A minha mulher já vai sair para me
encontrar e não quero deixá-la esperando. — Entro no banco de trás me
deitando no mesmo, o vidro desse carro não é tão escuro quanto os das
minhas maquinas.
Saímos do estacionamento e passamos na porta do salão, os idiotas
que meu pai contratou ainda estão lá parados conversando ao lado do seu
carro.
— Sua mulher já está saindo chefe, ela está entrando no carro nesse
momento. — Avisa me deixando ansioso para vê-la.
— Segue para casa dela, Alessandro! Aqueles idiotas não vão segui-la
mas se por acaso isso acontecer, eu quero chegar antes dela. — Ordeno me
acomodando normalmente no acento e ele faz o que mando.
Seguimos para casa de Marcelly e no meio do caminho recebo mais
de dez mensagens dela, sorrio por ela ser tão impaciente, respondo apenas
uma de suas inúmeras mensagens dizendo que a vejo em breve, ela está
preocupada achando que aconteceu alguma coisa mas apenas digo que está
tudo bem.
Poucos minutos depois estou entrando pelo portão da sua casa e me
apresso para chegar na porta, não posso correr o risco de ser visto aqui então
peço a Alessandro para vir me buscar amanhã cedo com esse mesmo carro.
Bato na porta e não demora muito vejo minha sogra abrir a porta com
uma xícara na mão, ela me encara surpresa procurando por alguém e sei
exatamente quem ela está procurando.
— Que surpresa boa te ver, querido, não fique ai parado! Entre por
favor...? Mas você veio sozinho, eu pensei que estivesse com a Celly. — Ela
fecha a porta e me cumprimenta com um beijo carinhoso no rosto.
— É muito bom vê-la também, Sra. Antônia, eu estava com Marcelly
sim, mas eu tive que sair para resolver um assunto e vim para cá assim que
me desocupei, pensei que ela já tivesse chegado. — Minto para não ter que
dizer que cheguei aqui sozinho porque não posso ser visto com a filha dela.
— Entendo, bom, ela ainda chegou, ainda deve estar com as amigas
mas fique à vontade... Eu sinto muito em não poder te dar atenção agora,
querido, Sérgio resolveu ficar gripado e eu preciso levar esse chá para ele,
mas fique à vontade, pela hora Celly já deve estar chegando. — Ela me dá
aquele seu sorriso amoroso que me faz lembrar a minha mãe.
— Se não se importa, Sra. Antônia, eu poderia esperar por ela no
quarto? Ela não sabe que vim então quero surpreendê-la. — Retribuo ao seu
sorriso meio sem jeito por dizer isso, pois sei que ela sabe o que acontece lá
dentro quanto estou aqui.
— Essa também é sua casa, querido, fique à vontade... Se precisar de
algo e a Celly não tiver chegando é só me chamar, está bem? Se for ficar aqui
hoje, nos vemos amanhã no café da manhã, do contrário, tenha um boa noite,
querido, eu já vou me recolher com meu marido, já está tarde e o sono já está
me alcançando. — Ela acaricia o meu rosto e eu lhe dou um beijo demorado
na testa.
— Muito obrigado, Sra. Antônia, vejo a senhora no café da manhã,
tenha uma excelente noite e melhoras para o meu sogro... Não vou vê-lo
agora para não incomodá-lo, mas amanhã espero vê-lo na mesa do café, se
ele estiver acordado diz que estou aqui e que desejo que ele melhore logo. —
Caminho com ela pelo corredor e ela agradece.
Nos despedimos mais uma vez e ela entra no seu quanto enquanto
sigo para o final do corredor, entro no quarto da minha ruiva e seu perfume
está aqui presente inebriado os meus sentidos, ando pelo quarto olhando a
tudo e vejo uma foto nossa na mesinha de cabeceira, e outra na sua
penteadeira, sorrio feito um bobo, já faz mais de um mês que não entro no
quarto dela e ainda não tinha visto essas fotos, eu me lembro que ela tirou
essas fotos enquanto tentava me seduzir, essa mulher é uma diabinha
tentadora.
Tiro as minhas roupas e vou para o seu banheiro afim de tomar um
banho, mas quando entro no mesmo ouço a porta do quarto bater e volto até a
porta, paro ali e a observo prender os cabelos em um coque deixando as suas
costas nuas a mostra, ela tira o seu vestido ficando só de calcinha e pega o
seu celular, ela disca um número e espera chamar.
— Acho bom você atender, Ramon, ou eu vou... — Diz irritada mas
para quando o meu celular começa a tocar, ela olha para todos lados surpresa
até parar os seus olhos em mim. — Meu Deus Ramon...! Que sustos você me
deu! — Me repreende com a voz trêmula e joga o celular na cama correndo
para mim, ela se joga em meus braços me apertando aflita.
— Ei? O que houve? Você está tremendo, Marcelly, o que aconteceu?
— Acaricio as suas costas e tento não me excitar com ela praticamente nua
agarrada a mim.
— A culpa é sua! Seu insensível! Você me deixou preocupada e não
respondia as minhas mensagens... Eu pensei que tivesse acontecido alguma
coisa com você, Ramon...! Você nunca ficou tanto tempo sem me responder,
eu fiquei preocupada caramba...! — Esbraveja se soltando de mim quase
chorando e soca o meu peito me pegando de surpresa com essa sua reação.
— Se acalma ruivinha? Está tudo bem comigo amor, eu só queria te
fazer uma surpresa, é só isso... Você é curiosa demais por isso não te disse
nada... Se acalma eu não gosto de ver você assim! Chorando tão nervosa. —
Abraço o seu corpo puxando ela de volta para mim colocando-a contra a
parede. — O que está acontecendo com você hoje, meu amor? Você está
emotiva, tão sensível... Olha, me desculpe se te deixei preocupada? Tudo isso
que estamos passando por causa do meu pai é uma loucura, mas isso vai
acabar logo, eu te prometo...! Não fica assim, vai? — Acaricio o seu rosto e
ela me abraça apertado, sinto a sua angústia.
— Me desculpa? Eu não sei o que está acontecendo comigo... Eu só
tive medo de algo ruim ter acontecido com você, eu não gosto daqueles caras
te seguindo, sei o quanto você fica irritado com isso e tenho medo que eles
reajam contra você... Me desculpe por falar isso mas o seu pai é um
monstro... Um velho maldito! — Ela se solta de mim irritada e entra no
banheiro tirando a calcinha, me deixando duro com essa visão. Sorrio ao
ouvi-la falar do meu pai!
Capítulo 41
Ramon
— Precisamos fingir que não estamos juntos, então ainda não posso
quebrar o pescoço aqueles vermes. — Admiro ela entrar no box ligando o
chuveiro e entro logo atrás abraçando a sua cintura. — Temos um assunto
pendente... Você vai ou não trocar o seu número? Não quero mais aquele
moleque te mandando mensagens e muito menos te ligando. — Questiono me
esfregando nela que ofega pondo as mãos na parede, eu sei o que ela quer.
— Se eu não fizer isso...? O que aconte... Ahhh... Ramon... — Me
provoca ofegante e eu lhe dou um tapa na bunda fazendo ela gemer jogando a
cabeça para trás.
— É isso que acontece quando você me desobedece... Mas não é só
isso... Dessa vez eu vou ser mais rigoroso porque a sua desobediência está
sendo mais grave... Não quero outro homem dando em cima da minha
mulher. — Me encaixo na sua intimidade mas não penetro-a. — Vai fazer o
que mandei...? Vai trocar o número, Marcelly...? — Lhe dou mais um tapa na
bunda e sinto ela estremecer em meio a gemidos.
— Você não pode fazer isso Ramon...! Eu vou apenas bloqueá-lo...
Ele não vai mais me ligar, eu prome... Ohhh... Ahhh... — Retruca com a voz
trêmula mais uma vez jogando a cabeça para trás e eu seguro os seus cabelos
penetrando-a lentamente, ela geme de olhos fechados.
— Não é isso que eu quero que você faça, eu quero que troque o seu
número, Marcelly! Aquele infeliz pode trocar de número e vai continuar te
ligando e eu vou me aborrecer feio com isso, entendeu...? Ohhh... Quente...
Deliciosa... — Contesto entre dentes no seu ouvido enquanto lhe dou uma
estocada forte e paro novamente.
— Meu Deus Ramon... Ohhh eu faço o que você quer mas não para...!
Está me torturando, droga...! — Retruca irritada rebolando no meu pau e eu
sorrio.
Seguro o seu quadril a impedindo de se mover e ela me encara
furiosa, porra ela nem imagina o quanto é linda e sexy brava, ela me deixa
louco literalmente.
— Pede o que você quer, ruivinha? Ainda não ouvi você pedir... Pede
minha gostosa marrentinha, e eu te dou... Ohhh... — Sussurro no seu ouvido
enquanto acaricio o seu mamilo e dou uma estocada forte vendo ela perder o
fôlego.
— ... Eu quero você... Me comendo com força, Ramon... Droga eu
quero o seu pau delicioso entrando em mim com força...! Não seja mal e não
me torture mais...? Ohhh... Isso...! Isso Ramon...! Ohhh amor isso...! — Pede
manhosa e geme quando dou o que ela quer, meto nela de um jeito mais bruto
sentindo o som da sua bunda se chocando contra mim, me excitar ainda mais.
— Isso é por você me desobedecer tanto...! — Paro de me
movimentar e lhe dou um tapa na bunda fazendo ela gemer e se arquear,
volto a penetrá-la. — Isso! É por você brigar comigo por causa daquele
moleque...! — Penetro-a com força e lhe dou outro tapa na bunda. — E
isso...! É por ser tão gostosa...! Ohhh... — Puxo o seu cabelo trazendo o seu
corpo para o meu e devoro a sua boquinha gostosa.
Abraço a sua cintura metendo nela mais forte e sinto o seu corpo
tremer, porra ela já vai gozar. Saio dela colocando-a contra a parede e ergo
uma de suas pernas já me encaixando nela novamente, meto nela já sentindo
que posso gozar também e abocanho o seu seio devorando um por um,
sedento por mais dele.
Marcelly abraça o meu pescoço gemendo no meu ouvido e sinto o
meu pau latejar dentro dela, sua intimidade me aperta e uma adrenalina
absurda me atinge me fazendo gozar preenchendo-a todinha, mas ela ainda
não gozou então não paro, sinto as minhas forças se esvair mas não vou parar
até ela gozar.
— Ramonnnn... Ohhh Ramon... Ahhh que delícia... Delíciaaaa... —
Geme o meu nome me apertando e goza deixando o seu corpo escorregar
pelo azulejo, mas abraço o seu corpo prendendo ela em meus braços.
Sinto que vou cair mas me mantenho firme para segurá-la, Marcelly
me beija ainda ofegante passando as suas mãos pelos meus braços descendo
para o meu peito, ela me encara com aquele seu sorriso lindo e encantador me
fazendo sorrir também.
— Eu amo as suas tatuagens... Amor o seu corpo... Amo os seus
beijos, amo quando faz amor comigo... Amo quando o seu toque me deixa
tensa e excitada, eu amo você, Ramon Mitchell, meu namorado, meu amor
gostosão... — Confessa sorrindo subindo as suas mãos para o meu pescoço e
acaricia o meu rosto, me fazendo sorrir ainda mais.
— Eu não tenho muito para falar de você ruivinha... Deixe-me ver...
Eu amo o seu sorriso sexy e provocante... Amo o seu olhar doce quando me
admira discretamente... — Ela sorrir envergonhada. — Amo a sua ereção
quando te flagro me admirando, você fica linda vermelhinha... Mas também
amo a forma como coloca os cabelos atrás da orelha, amo as suas gargalhadas
sapeca e atrevida... Sua postura de mulher decidida, porra eu amo você de
muitas formas e maneira diferentes, Marcelly... Nunca uma mulher me fez
amar tão intensamente como eu amo você... Amo os seus beijos, amo o seu
corpo e essa bocetinha viciante... Amo essa bundinha gostosa que me deixa
louco... Sabe o que mais eu amo em você? Amo sentir essa boquinha quente
no meu pau, porra isso me leva ao céu, ruivinha. — Confesso acariciando o
seu rosto e ela gargalha envergonhada.
— Você é um tarado, sabia...? Esse foi um dos motivos que me fez
gostar tanto de você, somos muito compatíveis em todos os sentidos,
Ramon... Meu Ramon... — Me encara sorrindo passando os seus dedos pela
minha boca e eu chupo os seus dedos antes de avançar na sua boca.
Beijo a minha mulher com paixão, com ternura e desejo enquanto
levo-a para baixo da água, namoramos por longos minutos enquanto ela dá
banho em mim, mas isso apenas me excita novamente, quando tento fazer o
mesmo não resisto em tocá-la com desejo, acaricio a sua intimidade e seus
seios me sentindo um filho da mãe sortudo por ter uma mulher como essa.
Não teve como não fazer amor com ela mais uma vez, mas dessa vez
fomos pra cama e nos amamos com calma, com muita paixão e logo ela está
deitada sobre o meu peito ainda nua, acariciando as minhas tatuagens
enquanto conversamos, eu não aguento mais essa situação, não quero mais
ficar escondendo a minha mulher dos meus amigos, eles precisam saber o
quanto estou feliz por ter uma única mulher assim como eles.
— O que você acha de anteciparmos a nossa viagem e fazermos uma
surpresa para minha mãe? Podemos ir amanhã mesmo depois do almoço e eu
faço questão de passar a manhã com você e seus pais... Os meus planos na
empresa já estão bem adiantados então eu não quero esperar mais, o dia da
nossa viagem já está chegando e eu não quero esperar mais para mostrar a
todos que estamos juntos. — Sugiro pensativo acariciando as suas costas e
ela se senta surpresa.
— Tem certeza de que você realmente quer fazer isso, Ramon?
Enfrentar o seu pai para ficar comigo? Ele não vai gostar disso e eu não quero
ele vindo atrás de mim para... — Questiona apreensiva e vejo em seus olhos a
sua preocupação.
— Eu pensei que tudo que estou fazendo fosse prova o suficiente pra
você ver o quanto te quero... Marcelly eu nunca me imaginei assim, pagando
de casal, indo na casa dos sogros e dormindo agarradinho com uma
namorada, enfrentei o meu pai e estou a poucos dias de destruir um dos seus
impérios, e eu fiz tudo isso por você e estou disposto a muito mais por nós
dois... — Me sento a encarando confuso e ela vem para o meu colo me
interrompendo com um beijo calmo e intenso.
— Me desculpa por essa pergunta idiota, você tem toda razão meu
amor... Nenhum outro homem fez por mim um terço de tudo que você já fez,
eu também faço qualquer coisa para estar com você, Ramon, eu sou capaz de
tudo para te ver feliz, minha vida, de preferência ao meu lado, me amando e
me deixando te amar. — Marcelly olha dentro dos meus olhos me mostrando
o tamanho do seu amor, eu nunca duvidei de que ela realmente me ama e
quer ser feliz comigo.
— Então vamos viajar amanhã? Isso me deixaria feliz, você faria isso
por mim, minha gostosa? — Admiro o seu corpo já desejando-a novamente,
mas ela sai do meu colo sorrindo.
— Se você me deixar dormir eu faço isso por você... Viajaremos
quando você quiser. — Ela se acomoda nos seus travesseiros, se deitando de
bruços empinando essa bundinha para mim. Porra ela está me testando, ela
não quer que eu a deixe dormir!
Sorrio me deitando ao seu lado, acariciando as suas costas, desço a
minha mão até a sua bunda e respiro fundo.
— Porra ruivinha...! E se eu não te deixar dormir? Você não vai fazer
o que pedi para me deixa feliz...? Seria assim tão malvada comigo? —
Encosto o meu pau na sua bundinha e ela ofega, me ponho sobre ela me
esfregando nela e ouço os seus gemidos.
Beijo as suas costas subindo a minha boca para o seu ombro e me
encaixo na sua bundinha, forçando aos poucos a minha entrada, ela morde o
travesseiro, aos poucos vou me instalando dentro dela e nos amamos
novamente, não consigo resistir a essa mulher, ela me tem em suas mãos mas
consegui senti-la e ganhar a sua confirmação para nossa viagem.
Depois do nosso momento nos acomodamos nos braços um do outro e
nos entregamos ao sono, não tem coisa melhor nessa vida do que dormir
assim, agarrado ao corpo quente da pessoa que faz toda uma diferença na sua
vida, uma diferença boa, maravilhosa.
A nossa noite juntos como sempre foi perfeita, ou melhor, quase
perfeita pois eu queria está na minha casa, na minha cama com a minha
mulher, mas mesmo assim eu adoro dormir com ela em meus braços.
Marcelly está completamente nua em meus braços, ela dorme tão
serenamente, parece um anjo que tenho pena de acordar. Acaricio o seu rosto
angelical, ela realmente parece um anjo, mas com uma personalidade de uma
diabinha, Marcelly é terrível e por isso me apaixonei por ela.
Enquanto muitas se esforçavam para me agradar, Marcelly me
encanta apenas com um sorriso, uma gargalhada sua é impagável, ela me faz
querer agradá-la a todo momento.
Ergo o seu rosto beijando de leve os seus lábios e ela resmunga, me
fazendo sorrir.
— Princesa...? Está na hora de acordar meu amor, já dormimos
demais. — Acaricio as suas costas e ela sai dos meus braços se virando para
o outro lado.
— Eu não me levanto agora nem por um brigadeiro enorme... E olha
que eu amo brigadeiro... Estou morrendo de sono, me deixa dormir um pouco
mais? — Ela se acomoda no seu travesseiro me dando as costas.
— Nem por um pedaço de pudim você se levantaria? Estou sentindo o
cheiro daqui... Estou morrendo de fome amor... — Beijo as suas costas e
acaricio a sua bunda, ela se vira me encarando atenta.
— Pudim...? Não estou sentindo cheiro de nada... Não tenta me
enganar Ramon! Se minha mãe não fez você vai ter que sair para comprar pra
mim... Minha boca enche d'água só de pensar em um generoso pedaço de
pudim. — Ela volta para os meus braços sorrindo e eu beijo-a calmamente.
— Só vai se levantar por causa do pudim? Porra, fiquei magoado. —
Finjo decepção e tento me levantar, mas ela me puxa de volta se pondo sobre
mim.
— O pudim é o meu segundo doce favorito, porque o primeiro é você,
meu gostoso... — Ela me dá um sorriso atrevido antes de me beijar
ferozmente.
Já estou me animando desejando estar dentro dela, mas precisamos
viajar ainda hoje e quero aproveitar melhor o nosso tempo com os pais dela.
— Amor...! Vamos viajar depois do almoço... E você ainda não
avisou aos seus pais... Eu preciso ir em casa arrumar a minha mala enquanto
você arruma a sua, não leva muita coisa pois vamos fazer compras no
exterior... Você pode pedir a minha irmã para te ajudar nisso, Rafaela é uma
gastadeira compulsiva, não sei como ela ainda não faliu o meu pai. — Alerto
entre os beijos e sorrio ao me lembrar da minha irmã.
— Eu estava tranquila até você me lembrar da sua irmã... Ela gostar
de mim por fotos não significa que ela vai gostar de mim pessoalmente...
Espero sinceramente que seus irmãos não me tratem como o seu pai, ou eu
juro que nunca mais ponho os pés naquele lugar. — Ela se levanta indo para
o banheiro e eu não perco a chance de ir junto, com certeza vai rolar um sexo
matinal, isso é maravilhoso e revigorante.
— Não se preocupe tanto ruivinha, eles praticamente já te conhecem,
minha mãe falou tanto de você pra eles que não vai ter como eles não
gostarem de você... Agora relaxa e vamos fazer um sexo gostoso, você
precisa relaxar e eu vou te ajudar nisso... — Entro no box atrás dela mas ela
me interrompe.
— Ramon! Esquece o sexo agora, não estou no clima, estou muito
nervosa por viajar assim em cima da hora... Talvez amanhã a gente transa se
eu estiver mais calma. — Me repreende ligando o chuveiro me deixando
perplexo.
— Amanhã? Porra Marcelly é sério isso? Vamos passar horas dentro
de um avião, eu não vou aguentar, eu me excito só de olhar pra você, imagina
se eu não puder te tocar com você ao meu lado? Eu posso passar mal, sabia?
— Viro ela de frente para mim a encarando incrédulo e ela gargalha na minha
cara. Mulher abusada!
— É sério isso Ramon...? Você já pensou em ser ator de novela?
Quando você quer você é dramático demais, sabia...? Você já ficou duas
semanas sem transar comigo e não morreu por isso, então aguente bebê. —
Ela diz com ironia e se vira novamente entrando na água.
— Bebê...? Eu vou te mostrar o bebê, ele já está duro e louco para
entrar em você. — Viro-a novamente devorando a sua boca, coloco ela contra
o azulejo frio e ela geme em resposta.
Não adianta, ela pode me dominar quando quer, mas nunca consegue
resistir a mim mesmo fingindo que não me quer... Fizemos amor com calma e
tomamos o nosso banho, alguns longos minutos depois estamos nos
arrumando para tomarmos café da manhã. Fomos para mesa e meus sogros já
estão sentados nos esperando enquanto conversam.
— Bom dia, Sra. Antônia! Bom dia, Sr. Sérgio! O senhor está
melhor? Está precisando de algo que eu possa ajudar? — Cumprimento
minha sogra com um beijo no rosto e meu sogro com um abraço.
— Bom dia querido! Bom dia filha, sentem-se por favor! Vocês
precisam se alimentar... Principalmente você que não está se alimentando
direto, Celly. — Como sempre minha sogra é gentil e amável comigo.
— Bom dia Ramon! Eu estou melhor filho, não se preocupe... Que
bom que apareceu, você não acha que está trabalhando demais? Minha filha
estava triste porque você não vinha mais aqui, acho que é por isso que ela não
quer comer direito. — Questiona me apontando a cadeira ao seu lado onde
Marcelly sempre se senta, mas dessa vez ela fica ao lado da mãe.
— Me desculpe meu sogro, eu não sabia que ela não está se
alimentando... Porque não me disse que queria que eu viesse, amor? Eu teria
dado o meu jeito de vir como fiz ontem... Não quero ver você fraca então não
deixe de se alimentar, ouviu? Vou ficar triste se o seu pai me disser mais uma
vez que você não está se alimentando, estamos entendidos? — A encaro
atento e ela sorrir envergonhada. Eu amo vê-la assim!
— Entendidos, Sr. Mandão! Mas não é só por causa disso que não
estou me lamentando, estou entediada sem fazer nada dentro de casa, eu já fui
a três entrevistas de emprego que Felipe me indicou, mas até agora ninguém
me chamou... Eu não tenho sorte para encontrar um emprego descente e que
me aceitem, acho que só vou conseguir trabalho se for de dançarina ou
garçonete na sua boate, Ramon. — Relata em um tom triste enquanto se serve
um pedaço generoso de pudim, mas me irrito quando ela fala em trabalhar na
boate.
— Você só pode estar brincando Marcelly! Eu não quero você
entrando naquele lugar nem mesmo para visitar as suas amigas, elas que
venham até você mas lá você não entra mais! Você é minha mulher e não
quero aquilo pra você...! Eu não vou deixar faltar nada pra você e seus pais,
se não está gostando de ficar em casa, porque não conversou comigo? Eu
poderia comprar algo pra você trabalhar, sei lá, uma loja de roupas ou... Sei lá
o que você quiser era só me pedir, caramba! Eu não quero você falando de
boate outra vez! Eu ainda estou irritado com aquele infeliz te ligando então...
— Contesto irritado mas tento não me alterar na frente dos meus sogros, eles
nos encaram atentos mas Marcelly me interrompe.
— Eu não quero dar mais motivos para implicarem comigo, Ramon!
Não estou com você por causa do seu dinheiro, não estou acostumada a ser
mimada a toa sem fazer nada para merecer o que eu ganho, não quero
ninguém me apontando por você ficar gastando tanto comigo... — Rebate
irritada e levanta sem nem ao menos tocar no seu pudim, a interrompo
também me levantando.
— Não me interessa o que os outros vão falar, Marcelly, a minha
mulher é você e não os outros... Desde de quando você se importa com o que
os outros falam? E mesmo que falem, eu escolhi você para ser minha mulher,
eu escolhi você para um dia me casar e ter uma família então que foda-se os
outros, cacete...! Me desculpe? Sra. Antônia? Sr. Sérgio? Eu... Eu me
descontrolei me desculpem? — Me altero mas paro quando percebo que
estou saindo do controle, os vejo me encarar tão surpresos quanto Marcelly
que não diz nada.
Respiro fundo esfregando as mãos no rosto e ouço ela fungar, a
encaro atento e a vejo secar o rosto, o que está acontecendo com ela? Eu
nunca a vi tão emotiva, mas sei que essa tristeza é por não ter sido aceita em
nenhuma das entrevistas.
— Já faz um mês que estou procurando emprego e não consigo, os
únicos lugares que me chamaram foram algumas boates mas eu recusei, eu
também não quero isso pra mim, Ramon, mas não posso ficar sem trabalhar,
eu preciso conseguir algo logo... Eu sempre fui independente e você me
conheceu assim, não quero ficar dependendo de você a vida toda... Não quero
só ficar recebendo de você eu também quero fazer a minha parte no nosso
relacionamento, não é justo você ficar fazendo tudo por mim e eu não poder
nem te fazer um agrado, e quando faço é com o seu próprio dinheiro, é como
se eu não tivesse te dado nada. — Ela cruza os braços me encarando nos
olhos e vejo suas lágrimas presas neles.
Ela não quer mexer no dinheiro que ganhou do meu pai porque os
pais dela não sabem desse dinheiro, e muito menos o porquê ela o ganhou,
ela está seguindo o meu conselho de mexer nele apenas para emergências.
— Essa é a minha menina... Não se preocupe querida, vamos dar um
jeito de fazer você trabalhar, nem que tenhamos que montar algo em casa mas
o Ramon está certo, não quero mais você em uma boate... Agora que está fora
daquela vida e tem um namorado disposto a tudo por você, não vamos deixar
você voltar para aquele lugar. — Meu sogro se levanta indo abraçar a filha e
eu me seguro para não puxá-la de seus braços e apertá-la forte.
Quero colocá-la no coloco e cuidar dela, quero fazê-la feliz para não
ver novamente as suas lágrimas, quero poder presenciar todos os dias aquele
seu sorriso lindo.
— Sr. Sérgio, quero me ajude a fazer algo que ela goste, ainda estou
descobrindo todos os gostos e planos dela mas, ela não vai me falar quando
quiser algo e não tenho uma bola de cristal para adivinhar... Eu decidi
antecipar a nossa viagem para hoje depois do almoço, vamos ficar umas duas
semanas fora mas enquanto isso, vou contratar alguém para planejar e montar
o que ela quiser, e quando voltarmos ela terá o seu próprio negócio... Eu
quero com essa sua filha teimosa o que eu nunca quis com nenhuma outra
mulher, ela é a mulher que eu escolhi para fazer parte da minha vida e eu
quero fazer tudo por ela... Eu só quero ver você feliz, Marcelly, te ver
sorrindo me faz feliz, princesa... Você tendo o seu próprio negócio você vai
poder até ajudar algumas das suas amigas que saíram e querem sair da boate,
e já vou avisando! Não quero homens trabalhando diretamente com você...
Você não deve ser a única com dificuldade para encontrar trabalho... Aceite a
minha ajuda? Isso vai me deixar feliz, ruivinha? — Os encaro atento mas
foco os meus olhos nos dela.
Marcelly limpa o rosto mais uma vez e me dá aquele sorriso
encantador, me fazendo respirar aliviado.
— Eu não tinha pensado por esse lado... Você é um anjo que caiu do
céu, Ramon... Eu te amo tanto... Eu aceito a sua ajuda, obrigada meu amor...
Me desculpe por me alterar mas é que eu estou tão frustrada. — Ela se solta
do pai vindo para os meus braços e vejo meu sogro sorrir atento a nós.
— Não pensa em mais nada! Apenas me diz o que você quer e eu te
dou... Estou fazendo isso de coração só para te ver feliz... Me diz o que você
deseja e eu resolvo tudo com uma simples ligação? — Me empolgo por ela
finalmente aceitar a minha ajuda, Marcelly é muito orgulhosa mas ela sabe
ceder quando vê que precisa fazer isso.
— Não quero que façam nada sem a minha aprovação, quero
participar de tudo então fazermos isso quando voltarmos de viagem, enquanto
isso vou colocando os meus planos no papel, quando voltarmos colocaremos
em prática... Pode ser? — Diz um pouco mais empolgada me puxando de
volta pra mesa, me fazendo sorrir.
— Sim meu amor, faremos tudo exatamente como você quiser. — Me
sento novamente no mesmo lugar e dessa vez ela se senta ao meu lado.
Meus sogros apenas sorrir nos admirando mas nos questiona sobre a
viagem, explico tudo a eles enquanto tomamos o nosso café mas Marcelly
não se distrai do pudim, só ela já comeu a metade deixando o café e as frutas
de lado, a questiono sobre isso e ela deixa o pudim de lado emburrada, ela
está merecendo mais uns tapas nessa bundinha gostosa, não posso pensar
nisso agora, não quero ficar de pau duro na frente dos meus sogros, seria
constrangedor demais, o problema é que essa ruiva atrevida me tira do sério
mesmo quando não tem a intensão de fazer isso.
Capítulo 42
Marcelly
DIA SEGUINTE...
Ramon
— ME SOLTEM SEUS MALDITOS! O QUE FIZERAM COM
ELA? O QUE FIZERAM COM ELA? MARCELLY...? MARCELLY? —
Grito enfurecido tentando a todo custo me soltar, consigo vê-la sendo jogada
bruscamente dentro do carro e o mesmo sai em disparada me deixando
desesperado.
Sinto o meu coração se despedaçado, sinto o meu mundo sendo
destruído e eu me forço a me soltar das garras desse maldito, vejo Alaric
dando uma gravata no segurança então me solto correndo em direção ao
portão, um dos seguranças aponta uma arma para mim mas eu não ligo de
morrer se eu perder a minha mulher.
Corro passando pelo segurança mas ele me agarra por trás me
derrubando, luto com ele rolando pelo chão e a arma dispara.
— RAMONNNN! — Ouço os gritos da minha mãe e minha irmã e eu
encaro o segurança em cima de mim. — RAMON MEU FILHOOOO! —
Ouço os gritos de pânico da minha mãe enquanto empurro o segurança o
tirando de cima de mim, me levanto pegando a arma da sua mão.
— Eu estou bem mamãe! Abaixem-se! — A encaro dentro dos olhos
e ela sussurra um "não".
Me viro para os seguranças vindo na minha direção e disparo a arma
acertando um por um, eles revidam mas consigo me defender para não ser
atingido, corro até o segurança caído mais a frente e pego a sua arma
descarregando-a na direção dos seguranças que avançam contra mim, me
deito no chão fazendo o corpo do segurança morto de escudo e atiro sem dor
e nem piedade. Olho para minha mãe e ela está caída no chão com a minha
irmã e Alaric protegendo o seu corpo.
Me levanto avançando contra os poucos seguranças que tentam se
proteger das balas, pego outra arma no chão mais a frente e corro em direção
ao portão, mas o chefe dos seguranças aparece na minha frente com uma
arma apontada para mim e eu aponto as duas armas para ele.
— Onde ela está? Para onde aqueles vermes a levaram? É melhor
você falar ou você vai conhecer o filho do diabo, EU! — Esbravejo entre
dentes, me aproximo com passadas lentas sem desviar as armas dele que faz
o mesmo.
— Eu só cumpro ordens, Sr. Ramon, o seu pai me mandou tirá-la
daqui e foi o que eu fiz... Não tenho culpa se o seu pai não gosta da garota...
Eu sinto muito mas você não a verá outra vez. — Ele se aproxima atento às
minhas reações e eu sinto o meu coração sangrar ainda mais com as suas
palavras.
— O que vão fazer com ela? Para onde a levarão? Me diz e eu
prometo poupar a sua vida! — Pergunto já impaciente e vejo outros
seguranças atrás dele apontando as suas armas para mim.
— Ela está sendo levada para alto mar, vai virá comida de peixe, sinto
muito... Agora abaixa essa arma! Você prometeu poupar a minha vida. — Ele
faz mansão de abaixar a arma mas eu mantenho as minhas na mesma posição.
— Sinto muito, eu menti! — Confesso antes de descarregar as armas
em cima dele e dos outros seguranças.
Me jogo no chão me esquivando das balas e só paro de atirar quando
as balas acabam e eu vejo que já estão todos caídos no chão, alguns ainda
vivos apenas baleados e outros mortos, pego as outras armas caídas no chão e
término de matar um por um, se meu pai queria que eu voltasse ao que era
antes, agora ele conseguiu.
Olho para trás e vejo Alaric correndo com minha mãe no colo, minha
irmã me encara chorando antes de correr atrás do nosso irmão, eles vão
cuidar dela, eu preciso ter certeza das palavras desse infeliz.
Corro de volta até a garagem da casa e entro no primeiro carro que
vejo na frente, acelero para sair dali e passo pelos portões, esperançoso de
encontrar a minha mulher, eu não posso perdê-la, se isso acontecer eu mato o
Danilo.
Sigo feito um furacão pelas ruas de Miami a procura da minha mulher
mas não tenho muito o que procurar, sigo para marina a procura de qualquer
embarcação que possa estar levando a minha mulher para longe de mim,
poucos minutos depois estou estacionando o carro na marina e saio correndo
até os seguranças na entrada da guarita, pergunto se viram uma mulher ruiva
entrar por aqui, eles me informam que ninguém entrou por aqui a mais de
quarenta minutos então ela não está aqui, mas onde eles podem estar com
ela?
Entro de volta no carro e sigo para o aeroporto, meu Deus me ajuda a
encontrar a minha mulher? Levo pelo menos quinze minutos da marina até o
aeroporto pois o trânsito não me ajudou, estaciono em qualquer lugar e entro
correndo em direção ao local de embarque, assim que chego me informo se
há algum voo comercial ou particular para o Brasil e tem três voos saindo
agora, um avião particular acabou de decolar e um comercial está saindo
nesse instante, corro até o portão de embarque para verificar se ela está em
algum desse voos que vai sair agora, mas não me deixam entrar, consigo
furar a segurança e entro em um dos aviões procurando pela minha mulher
mas ela não está aqui.
— Mas que droga! Inferno! — Esbravejo dentro do avião e sinto os
seguranças me arrastando para fora do mesmo.
— Se o senhor não sair agora o senhor será preso! Isso é invasão e eu
não posso permitir... — Avisa um dos seguranças que me arrastam para longe
dali.
— A minha mulher foi sequestrada e ela pode estar dentro de um
desses aviões! Ao invés de me prender você deveria me ajudar seu infeliz!
Me solta! Me solta droga! — Esbravejo alterado tentando me soltar e eles
finalmente me soltam.
— Qual é o nome da sua esposa? Vamos tentar ajudar mas você
precisa se manter calmo, eu fui claro? Em que voo o senhor acha que ela
pode estar? Vamos pesquisar nos voos que ainda estão para decolar e depois
nos voos que já saíram. — Pergunta enquanto me levam para longe dali.
— Ela é brasileira, acho que eles podem tê-la levado de volta para o
seu país ou para algum outro lugar, não sei o que pensar estou muito
nervoso... Me ajudem por favor? Não vamos perder tempo! Os voos já estão
saindo...! Ela também pode estar em um voo particular, isso é o mais
provável. — Me apresso para acompanhá-los e tento me acalmar mas não
consigo.
— Nos dê características dela? Como se chamar e a idade dela? —
Pergunta já entrando atrás de um pequeno balcão.
— O nome dela é Marcelly Alencar, tem 23 anos e é uma ruiva linda,
cabelos longos até a cintura e devia estar apavorada. — Explico enquanto
ando de um lado para o outro e ele me encara apreensivo.
— Eu sinto muito senhor, a menos de dez minutos decolou uma
aeronave particular, dois homens e uma ruiva exatamente com essas
características... Mas eles foram para o Chile e por se tratar de um sequestro
nada garante que eles estejam mesmo indo para lá, eu me lembro dessa moça
porque ela realmente parecia assusta e estava com os olhos inchados de
chorar, mas ela se explicou dizendo que tinha perdido alguém que amava
muito, e está sendo levada pra casa porque não se sentia bem. — Explica
dando a volta no balcão e eu sinto o meu mundo desabar diante de mim. —
Senhor está tudo bem...? Precisamos acionar a polícia do aeroporto, o senhor
precisa nos acompanhar. — Informa o segurança tentando me fazer reagir
mas eu não posso perder tempo aqui, eu preciso encontrar a minha mulher.
— Eu preciso de um copo d'água... Por favor? — Peço calmamente
tentando raciocinar.
— Está bem eu pego pra você, não saia daqui está bem? — Ele me
puxa me colocando sentando em uma cadeira e sai em seguida.
Assim que ele se afasta indo até um bebedor eu me levanto correndo
para longe dali, eu preciso sair desse lugar, eu preciso ir atrás da minha
mulher e não posso perder tempo aqui, mas não trouxe o meu celular.
Assim que passo pelas portas de saída do aeroporto não vejo mais o
carro do meu pai, com certeza foi rebocado então entro no primeiro táxi que
vejo e sigo de volta pra casa, peço o celular do taxista emprestado e ligo para
o piloto do jatinho que nos trouxe até aqui, eles já estavam se preparando
para voltar ao Brasil mas eu ordeno que me esperem, eu vou para o Chile
atrás da minha mulher, eu vou até o fim do mundo mas eu vou encontrá-la.
Capítulo 45
Marcelly
Depois de três horas de voo ouço uma conversa entre os seguranças
falando algo sobre pousarmos em algum outro lugar, eles falaram no
aeroporto que iríamos para o Chile e agora mudaram de ideia?
— Para onde estão me levando? Vocês mentiram, vocês disseram que
me deixariam pegar os meus pais então não façam isso...? Por favor me deixa
vê-los? Eu imploro...? — Me desespero tentando soltar o meu cinto de
segurança com medo de não ver mais os meus pais, mas um dos capangas do
diabo me sacode me fazendo ficar quieta.
— Cala boca porra! Você vai sim ver os seus pais mas nós vamos
levá-los até você...! Não vamos correr o risco do filho do chefe mandar
alguém atrás de você, se falharmos na missão seremos nós a sermos mortos
no seu lugar! Vamos pegar os seus pais e vamos levá-los até você, eles já
devem estar a caminho então fica quieta, você me ouviu...? Eu já estou me
irritando então não me faça perder a paciência ou eu te dou um tiro no meio
da cabeça! — Esbraveja na minha cara apontando uma arma na minha cabeça
me fazendo tremer de medo, mas como vou ter paciência se não sei o que
realmente vai conhecer comigo?
Fico quieta na minha chorando em silêncio e tentando não os irritar
mais, eu preciso ser forte para continuar viva. Limpo o meu rosto e divido os
meus pensamentos entre Ramon e meus pais, ele deve estar furioso depois de
ser atacado pelos próprios seguranças da casa dos seus pais, pior, tudo que
houve foi a mando do próprio pai dele e sei que isso vai deixá-lo
transtornado.
Meus pais devem estar muito assustados por terem que sair do país
assim de uma hora para outra, sem saberem para onde estão indo e sem uma
explicação clara do que aconteceu, eu espero que eles e Ramon estejam bem,
espero que meus velhinhos não passem mal por serem tirados de casa de
repente para me encontrarem em outro país.
Ramon
— O que é isso? Choro de criança? Tem criança na casa, Marcelly?
Mas eu não vi ninguém mais além de você e seus pais. — Questiono olhando
para os lados procurando de onde está vindo esse choro, ela me encara
apreensiva mas me dá um sorriso tão lindo.
— Vem comigo! Eu quero que conheça alguém. — Ela se levanta da
cama me segurando pela mão e me arrasta pelo quarto, o choro de bebê fica
mais nítido quando saímos do seu quarto e paramos de frente para a porta em
frente a sua.
Vejo os meus sogros parados na porta nos encarando apreensivos mas
não dizem nada, e nem eu, apenas presto atenção em cada gesto e movimento
da minha mulher. Ela abre a porta e vejo um quarto branco com detalhes
rosa, um quarto de bebê? Meu coração acelera e bate na garganta, engulo a
seco.
— Um bebê...? De quem é esse bebê, Marcelly...? Quem são os pais
dela? — Pergunto enquanto nos aproximamos do berço e vejo uma menina
ruivinha chorando manhosa. — Meu Deus... Não pode ser... Marcelly...! —
Minha voz sai rouca e trêmula, quase falha, meu corpo inteiro treme e mesmo
assim não consigo tirar os olhos dela.
— Ramon... Essa é a Yasmin... E filha, esse é o seu pai... O amor da
minha vida... Nós somos os pais dela, Ramon... Yasmin é sua filha... —
Revela também com a voz trêmula me encarando atenta e eu a encaro
chocado e surpreso ao mesmo tempo.
Encaro a menina no berço e volto a encarar Marcelly, minhas pernas
fraquejam e eu desabo de joelhos na frente do berço admirando o bebê a
minha frente, minhas lágrimas descem espontaneamente e meu coração bate
mais rápido que o normal.
— Minha filha...? Você... Você disse minha filha...? Meu Deus... Meu
Deus eu tenho uma filha...? Você teve uma filha minha...? — Choro
segurando com força a grade do berço, me levanto mesmo não sentindo as
minhas pernas e encaro a bebê ruivinha como a mãe.
— Sim! Sua filha, Ramon... Yasmin é nossa filha. — Afirma entre
lágrimas enquanto pega a bebê do berço e ela para de chorar. — Quer pegar
ela...? Não tenha medo eu te ajudo! — Ela se aproxima me encarando atenta
e eu ergo os braços recebendo a minha filha, nossa filha.
— Ela é tão pequena... Tão linda, você passou por tudo aquilo grávida
da minha filha... Passou a gravidez inteira sem o meu apoio, teve dificuldades
grávida da nossa filha, Marcelly! Porque não me contou que estava grávida?
Porque não me procurou para pedir ajuda ou algo do tipo? Eu merecia saber
que sou pai, Marcelly...! Eu queria ter acompanhado a sua gravidez! —
Questiono entre lágrimas magoado por ter perdido algo tão importante.
— Eu não podia fazer isso, Ramon, eu estaria colocando a vida da
nossa filha em risco, o seu pai foi capaz de tudo aquilo para me tirar da sua
vida, imagina o que ele poderia ter feito com a nossa filha se soubesse dela?
Porque eu procuraria você sabendo de tudo isso? Porque diria que estava
grávida de um filho seu? Eu era garota de programa, o seu pai iria mesmo
acreditar que o meu filho também é seu? Por acaso ele não iria me humilhar e
jogar na minha cara que eu estava te dando o golpe da barriga para te arrancar
dinheiro? O seu pai tentou me matar, Ramon! E eu já disse que fui impedida
de procurar você... Eu gosto muito de dinheiro e nuca neguei isso para você,
mas eu não sou esse tipo de mulher que precisa enganar para se dar bem, não
colocaria uma criança no mundo apenas pensando em dinheiro...! Sou
ambiciosa sim e quero dar o melhor para a minha filha, mas jamais vou me
sujeitar a humilhações por dinheiro, isso jamais! — Desabafa irritada me
encarando apreensiva, e vejo o quanto ela está tentando ser forte para não
chorar na minha frente, mas logo vejo as suas lágrimas descerem novamente.
— Eu não esperava por uma notícia como essa, mas jamais permitiria
que ele te humilhasse como estava imaginando... Eu amo você, Marcelly, e
sempre estive ao seu lado! Sempre te defendi e faço quantas vezes forem
necessárias... Mas eu entendo as suas razões e não te julgo por isso, mas
também me entenda que não foi e não é fácil para mim tudo que aconteceu...
Eu quero te recompensar por tudo que você passou, quero assumir as minhas
responsabilidades de pai! Quero dar o meu nome a essa criança... Aquele
canalha me tirou a chance de ver você grávida, me tirou a chance de ver o
nascimento da minha filha e eu não vou esquecer isso... Vou fazer por você e
nossa filha tudo que vocês merecem, ruivinha... Meu Deus eu tenho uma
filha...! Nossa filha! — Tento não chorar tanto para conseguir enxergar bem a
minha princesinha, eu não acredito nisso, recuperei a minha mulher e ainda
ganhei uma filha!
Droga eu me esqueci de ligar para minha mãe, entrego Yasmin para a
mãe dela e aviso que vou até o carro pegar o meu celular, ela me diz onde
tem um guarda-chuva que eu possa usar e saio apressado para pegar o
aparelho, eu preciso ligar para minha mãe e quero que ela veja que não estou
mentindo quando contar que eu tenho a minha família de volta.
Estou eufórico, estou agitado por descobrir que sou pai, eu tenho uma
filha, uma menina linda como a mãe... Puta merda! Uma filha mulher, mas eu
estou tão feliz que não me importo se vou sofrer no futuro, eu vou proteger a
minha mulher e a minha filha.
Pego o meu celular e corro de volta para junto das mulheres da minha
vida, porque ela não me contou mais cedo que teve uma filha? Ela estava
esperando o momento certo para me contar? Questiono isso a ela assim que
entro de volta no quarto da nossa pequena, e ela me explica tudo.
Ela tinha medo pela nossa filha com aqueles miseráveis a vigiando,
seu medo e receio era de que eles viessem atrás de mim aqui dentro com a
nossa filha por porto e sei que isso tem fundamento, então não questiono
mais, eu também não suportaria se acontecesse algo a nossa filha.
Já é tarde e talvez minha mãe e meus irmãos já estejam dormindo,
estão todos na mansão com ela então faço uma chamada de vídeo para
Rafaela, demora um pouco mas ela atende, me afasto brevemente de
Marcelly pois quero fazer uma surpresa para eles.
— Meu Deus Ramon! Até que enfim você ligou meu irmão! A
mamãe está muito triste com você, ela te ligou o dia todo e você não
atendeu... Onde você está agora? Ainda está no Canadá? — Me repreende em
um tom zangada e nem percebe o sorriso em meu rosto, a tempo eu não sorria
assim.
— Para de falar um pouco, Rafaela! Se eu liguei é porque eu também
preciso falar com vocês... Onde está a mamãe? Você está com ela? Eu preciso
ver vocês três juntos, se tiverem dormindo pode acordar todo mundo! Agora
Rafaela! — Peço naquele meu tom autoritário de antes para ela não
desconfiar.
— Calma Ramon! Não tem ninguém dormindo, estão todos acordados
sem sono esperando a sua boa vontade de ligar... Espera um minuto! — Diz
enquanto anda pela casa e logo vejo que ela está descendo a escada. —
Mamãe! Alaric! O desnaturado do Ramon ligou, está no telefone! — A vejo
correr me fazendo gargalhar e ela finalmente percebe. — Oh meu Deus ele
está sorrindo? Mamãe o Ramon está sorrindo! Você ainda não respondeu as
minhas perguntas irmão, você está bem? Onde você está? — Ela se empolga
e vejo minha mãe e Alaric sorrindo emocionados por me verem, já faz um
tempo que não os vejo pessoalmente.
— Calma Rafa! Eu só liguei para dizer que estou bem, não estou mais
no Canadá, estou na Austrália, estou morrendo de saudades de vocês mas não
quero e não posso mais sair daqui, eu preciso que vocês venham me ver
assim que puderem, eu vou fixar residência por aqui. — Aviso empolgado e
vejo minha mãe chorar rios de lágrimas.
Encaro Marcelly e ela está sentada na poltrona amamentando a nossa
filha, uma cena tão linda que prendo a minha atenção nelas por um instante.
— Filho você está mesmo bem? Porque você vai morar na Austrália?
O que houve? Você tem se alimentado bem? Está dormindo direto, Ramon?
Eu estou tão preocupada com você meu filho, estou muito triste, acho que
vou morrer de tanta tristeza por não ter você aqui... Já faz meses que não te
vejo... — Ela chora ainda mais fazendo o meu coração se apertar.
— Me perdoa mamãe? Eu prometo que isso vai mudar, eu quero te
fazer um convite, quero que venham passar algumas semanas comigo, se
quiser morar aqui também eu vou amar... Eu tenho uma surpresa pra vocês...!
Alaric! Liga a TV e conecta o telefone no aparelho de transmissão, eu preciso
mostrar algo a vocês mas quero que vejam em uma tela grande... Rafaela
coloca a mamãe sentada por favor! Não quero que ela passe mal. — Peço
eufórico e vejo que os três estão bastante confusos mas fazem o que mando.
— O que está acontecendo, Ramon? Estou vendo que você parece
empolgado e fico feliz por isso, a mais de um ano que não te vejo assim, cara.
— Pergunta Alaric se sentando de frente para TV e consigo ver a imagem
deles sentados no sofá sorrindo para mim, mas sei que estão atentos a TV,
vejo meu cunhado Wagner e minha cunha Jennifer aparecer atrás deles.
— Eu vou mostrar a vocês o motivo dessa minha empolgação, na
verdade não estou apenas empolgado, estou feliz como nunca estive antes na
minha vida... Vocês se lembram que eu repeti por muitas vezes que a minha
mulher não estava morta? Se lembram dessa minha convicção de que um dia
eu a encontraria? Pois bem! Eu vou apresentar a vocês a minha família. —
Pergunto me aproximando de Marcelly e me sento ao seu lado enchendo a
tela do celular com a nossa imagem.
— Boa noite, Sra. Verônica! Alaric! Rafaela! Estou viva e Ramon me
encontrou... Eu trouxe ao mundo mais um integrante para a nossa família...
Essa é Yasmin, minha filha com Ramon, ela tem cinco meses. — Diz
emocionada por ver a todos chocados encarnado a TV como se não
acreditassem no que estão vendo, até Rafaela está sem palavras e isso não é
normal.
— Ela... Ela está viva...? Oh meu Deus ela está viva? Marcelly está
viva meu Deus...! É minha neta? Essa bebê linda, é minha neta? — Minha
mãe se levanta chorando se aproximando mais da TV para nós ver melhor.
— Sim mamãe, a minha mulher está viva e teve uma filha minha...
Ela é linda e tem os seus olhos, mamãe... Se vocês soubessem o quanto estou
feliz, vocês não fazem ideia eu estou eufórico demais, eu tenho uma família!
— Encaro Marcelly que me dá o sorriso mais lindo que já presenciei.
— Vamos mandar preparar o jatinho, Ramon, em no máximo dois
dias estamos chegando aí, queremos ver vocês pessoalmente... Você não
imagina o alívio que me dá saber que você está bem, Marcelly, e que me deu
uma sobrinha ruivinha linda... Já estou vendo Ramon se descabelado por
causa de duas ruivas dentro de casa. — Alaric também se levanta se
aproximando da TV e abraça a nossa mãe que chora tocando na tela, como se
estivesse nos tocando na sua frente.
— Eu estou sem palavras, e olha que é a primeira vez que fico
assim... Eu só vou acreditar de verdade quando eu os ver pessoalmente, já
vou começar a arrumar as malas, eu estou muito feliz que você esteja bem,
Marcelly, Ramon nunca perdeu as esperanças de te encontrar mesmo na
dúvida depois de falarem que você estava morta... Eu quero muito conhecer a
minha sobrinha, ela é ruivinha igual a você... — Rafaela se emociona
abraçada a minha mãe que ainda chora sorrindo, admirando Marcelly e minha
filha.
Marcelly tira Yasmin do peito se ajeitando e vira a nossa filha para
câmera do celular, minha mãe sorrir e chora ainda mais com a minha
princesinha balançando as mãozinhas querendo pegar o celular, sorrio para
ela que me encara atenta tentando descobrir quem sou.
— Eu sou o seu pai meu amor... Minha princesinha linda... Eu estou
tão emocionado, sinto vontade de gritar para o mundo que encontrei a minha
mulher e tenho uma família... Venham me ver logo, mamãe! Eu vou me
sentir ainda mais completo com vocês ao meu lado, a família da minha
mulher é a minha família também assim como vocês, Marcelly não vive sem
eles e nem eu vou impor isso a ela, eu adoro os meus sogros e também os
quero junto conosco, eles sempre me respeitaram e sempre me trataram com
muito carinho, eu me sinto muito bem ao lado deles e já estou decidido a
morar com a família que eu tenho aqui, não sei se eles iriam se importar mas,
eu gostaria que você também morasse conosco, mamãe, sei o quanto é
apegada aos meus sobrinhos, mas, minha filha também vai precisar das duas
avós ao lado dela... Pensa na minha proposta, por favor? Quero passar mais
tempo com você para compensar o tempo que passei longe por causa do
Danilo. — Não consigo me acalmar, estou eufórico demais de tanta
felicidade que estou sentindo.
Marcelly coloca a nossa filha em meus braços e pega o celular da
minha mão, sinto o meu maxilar doer pelo sorriso pregado em meu rosto.
Minha mulher se empolga conversando com os meus irmãos e minha mãe
enquanto eu babo pelo pela minha filha, Yasmin me encara atenta com esses
olhos azuis lindos, ela puxou a minha mãe pois nem eu e nem Marcelly temos
os olhos claros, minha sogra tem mas não há nenhum grau de parentesco
entre elas.
Passamos um bom tempo conversando com a minha mãe e meus
irmãos, eles estão ansiosos para verem pessoalmente as mulheres mais lindas
da minha vida, mamãe ainda está chorosa perguntando a todo instante sobre
minha filha e como tem sido a vida de Marcelly até agora, contamos a eles
como nós encontramos e também contei que pegamos os vigias que
escoltavam a casa de Marcelly, claro que eles ficaram preocupados mas estão
felizes que tenha dado tudo certo.
Todos lamentaram muito por Marcelly e os pais terem ficado
escondidos todo esse tempo por medo das ameaças, mas todos
compreenderam o fato dela não ter nos procurado e ter escondido a gravidez,
eu queria ter estado ao lado dela mas sei que ela fez o que achou melhor para
proteger a nossa filha, e isso só me faz ter ainda mais certeza da mulher que
escolhi para mim.
Depois de encerrar a chamada de vídeo com a minha família eu vou
com a minha mulher e minha filha para o seu quarto, passamos um bom
tempo conversando enquanto brinco com a nossa princesa e falamos sobre a
casa nova, amanhã mesmo vou procurar uma imobiliária para Marcelly
escolher a casa que quiser no centro da cidade, ainda tenho muito dinheiro
que peguei do Danilo mas ela não precisa saber disso.
Marcelly é orgulhosa e não vai querer a casa se eu comprar com o
dinheiro do Danilo, mas eu preciso gastar esse dinheiro então vou pedir para
ela escolher a casa mais cara e maior que tiver já mobiliada, mesmo assim
ainda vai me sobrar muito dinheiro, vou abrir uma conta poupança para
minha filha e deixar guardado uma grana para quando ela crescer poder usar
como desejar, por falar nisso?
— Amor! Quero que a nossa filha tenha o meu sobrenome o mais
rápido possível, por isso amanhã mesmo vou falar com o meu advogado para
resolver essa questão, sei que ela está registrada apenas no seu nome mas ela
tem um pai que vai amá-la infinitamente... Assim como amo a mãe dela,
então quero que você se case comigo... Você aceita ser minha esposa
Marcelly...? Não vou correr o risco de perder você outra vez, então quero
prendê-la ainda mais a mim... E então? Você quer se casar comigo? Sei que
não estou fazendo o pedido como você merece, mas... — Digo sem tirar os
olhos da nossa filha que dormiu sem percebermos, mas encaro a minha
mulher nos olhos e ela me interrompe me puxando pelo pescoço, me beijando
intensamente.
Sorrio na sua boca mas retribuo o seu beijo, seguro ela pela nuca
intensificando o nosso beijo, mas ela se afasta brevemente sorrindo tão
largamente que me deixa eufórico.
— Eu quero me casar com você... Ainda hoje ou amanhã, quando
você quiser mas eu quero ser sua mulher, sua esposa... Quero ser sua amante
para te seduzir nos momentos mais inapropriados e te enlouquecer... — Ela
se levanta se pondo sobre mim me fazendo abrir um sorriso largo.
— Quer me enlouquecer ainda mais? Me seduzir em momentos
inapropriados, isso você já faz, e eu adoro... Eu te amo ainda mais que antes,
ruivinha... Você e a nossa princesinha são a minha vida, meu amor. —
Acaricio o seu rosto e adentro os meus dedos em seus cabelos, tomo os seus
lábios macios em um beijo ardente, desejando senti-la novamente.
Passei o inferno pensando que havia perdido ela para sempre, nunca
desejei outra mulher como desejo-a e ainda está sendo difícil para mim
acreditar que a encontrei, que fizemos amor e ela teve uma filha minha, uma
menina tão linda quanto a mãe.
Capítulo 52
Ramon
Hoje nos mudamos oficialmente para a pequena mansão que comprei
para minha mulher, ao contrário de mim, Marcelly achou a casa muito grande
mas mesmo assim ela adorou, achou muito caro mas não penso em valores
quando é para agradar a minha mulher, comprei a casa já mobiliada mas
algumas das coisas que achamos que precisaria na casa, Marcelly fez questão
de escolher pessoalmente.
Minha família chegou ontem de Miami e assim como minha mãe,
meus irmãos se encantaram com os pais de Marcelly e minha mãe aceitou
morar conosco, Sra. Antônia e dona Verônica parecem duas amigas de
infância e meu irmão e meu cunhado assim como eu, já estão se apegando ao
Sr. Sérgio, não tem como não gostar dessas pessoas.
A casa que compramos não é no centro como tinha sugerido, ao invés
disso compramos na praia com uma vista espetacular do pôr do sol, hoje será
a nossa primeira noite na casa nova e dá gosto ver a minha mulher tão
empolgada, eu fico bobo admirando-a andar pela casa eufórica com a minha
irmã e minha cunhada, eu não menti quando disse que essas três se dariam
bem e isso me deixa mais que feliz.
Fico aqui na espreguiçadeira tomando sol com a minha filha no colo,
não consigo mais me desgrudar dela, eu perdi o seu nascimento e por isso não
quero perder mais nenhum momento da vida dela.
Yasmin é realmente o xodó dos avós, mas é a princesinha do papai
pois eu já a amo com toda a minha alma, minha filha é tudo para mim, ela é
tão linda que não me canso de admira-la, assim como a mãe dela que está
sempre desfilando na minha frente com esse short tão curto, me deixando
louco por ela, ainda não saciei o meu desejo por ela, ainda estou desejando
ardentemente a minha mulher.
— Vamos dar um mergulho meninas! Eu preciso estrear essa
piscina... Vamos! — Ouço a voz empolgada da minha ruivinha e logo a vejo
correr para piscina com as garotas, as três somente de biquíni.
— Espera Celly! Vamos pular as três juntas e depois vamos tomar um
champanhe, precisamos brindar a essa casa maravilhosa, mas também a nossa
amizade, e a vida! A vida é preciosa e devemos saber aproveitá-la, estamos
todos muito felizes por você estar aqui conosco e viva, Marcelly...
Precisamos fazer uma festinha só para nós de casa, tenho certeza de que os
nossos maridos não vão se opor... Agora vamos pular nessa água! Vamos! —
Diz minha irmã tão carinhosa com a minha mulher, sorrio admirando-as se
abraçando mas elas pulam na água gritando me fazendo sorrir ainda mais.
— Fala a verdade, cunhado? Quando foi que você viu três mulheres
assim tão lindas juntas e apenas sorriu admirando-as sem malícia? Quando
você olhou para uma mulher sem segundas intenções apenas se sentindo feliz
por vê-las assim, tão empolgadas e felizes? — Wagner se senta ao meu lado
admirando as nossas mulheres na piscina, nesse mesmo instante meu irmão
também para ao meu lado admirando as garotas.
— Nunca na minha vida eu tinha parado para admirar uma mulher se
não fosse para conseguir sexo, mas eu vi que Marcelly era diferente e merecia
a minha atenção, e foi isso que dei a ela e sempre vou dar... Ela é linda, não
é? Como pode ser possível a gente amar tanto uma única mulher? Meu amor
por ela parece ainda maior depois que a reencontrei e conheci a minha filha...
Porra vocês têm noção disso? Eu nunca me imaginei me prendendo a uma
mulher e veja como estou agora? Caidinho por essa mulher e agora sou pai...
Vou me casar com ela em dois meses, vou fazer o pedido oficialmente hoje à
noite. — Revelo sem tirar os olhos dela brincando com minha irmã e Jennifer
na parte rasa da piscina, vou ensiná-la a nadar para que não tenha medo de
entrar na parte mais funda.
— Bem-vindo ao Club, irmão, eu sabia que um dia você encontraria
uma mulher para tirar toda aquela sua marra de homem mulherengo, e essa
mulher você encontrou justo dentro de uma boate... A história dela é incrível,
Marcelly realmente é uma mulher admirável, você tirou a sorte grande,
Ramon, então valoriza essa mulher, um raio não cai no mesmo lugar duas
vezes então não será fácil você encontrar outra mulher como ela... Na
verdade, quando a gente ama de verdade não enxergamos outra mulher como
vemos a nossa... Jennifer é uma mulher meiga, carinhosa mas também
consegue ser decidida, espontânea e impulsiva quando quer me tirar do sério,
e mesmo assim isso me excita e me deixa louco... Não há possibilidade de
amar outra mulher como amo a minha esposa, ela é maravilhosa, é tudo que
eu sempre quis, quero e sempre vou querê-la na minha vida. — Declara
Alaric admirando a sua esposa e eu sorrio por sermos tão parecidos em
termos de amor.
— E você, Wagner? O que pensa da minha irmã? Pensa bem no que
você vai dizer porque você vai falar da minha irmã, ouviu? — O questiono
com uma sobrancelha erguida e ele respira fundo.
— Porra, Ramon! Eu sou louco pela sua irmã, cara, o que eu vou
dizer dela? Você a conhece bem e sabe o quanto ela é maluquinha, as vezes
me faz perder a paciência mas sempre resolvemos isso na cama, no banheiro,
no chão onde for essa mulher me faz perde o juízo... Nenhuma outra mulher
me deixou assim tão perdido e ao mesmo tempo, tão centrado no que eu
quero... E eu quero a minha esposa pelo resto da minha vida, eu sou capaz de
tudo por ela, o que ela me pedir eu faço... Mas é claro que as vezes a gente
tem que fazer jogo duro só para mostrar que está no controle, mas a verdade é
que ela me têm nas mãos, essa mulher manda em mim e não tenho vergonha
de admitir... Ela me faz de gato e sapato mas vou fazer o quê? Eu a amo com
toda a minha alma... Mesmo ela me deixando louco e de cabelos em pé, eu
não me arrependo nem por um segundo de tê-la escolhido para ser minha
esposa... Por mim eu me casaria com ela todo ano no nosso aniversário, mas,
conhecendo a mulher que tenho ela iria nos falir na velocidade da luz. — Ele
também admira a minha irmã sorridente junto com a minha mulher e minha
cunhada, não teve como não sorrir do seu último comentário pois ele não está
errado.
— Mulheres cunhado! Temos que nos acostumarmos com esses
detalhes... Eu também não me importo em fazer as vontade da minha
ruivinha, tudo que eu quero é vê-la feliz para compensar tudo que ela sofreu
por me amar... O Danilo fez muito mal a ela e eu quero fazê-la esquecer tudo
que passou... Ela não merecia passar por tudo aquilo, ela sofreu mais que eu
por passar a gravidez inteira sem o meu apoio, passando dificuldade porque a
impediram de usar o dinheiro que ela tem na conta... Ainda não acredito em
tudo que aconteceu, agora mais do que nunca eu não me arrependo nem um
pouco pelo que fiz a Danilo, ele mereceu cada bala que atingiu o seu corpo!
— Desabafo pensativo mas me irrito ao me lembrar de Danilo, eu mataria
aquele verme outra vez se ele estivesse vivo.
— Vamos esquecer que aquele cara existiu, irmão, vamos aproveitar
melhor o tempo que temos com a nossa família, dê a sua mulher e a sua filha
tudo que você acha que elas merecem, faça elas felizes e um dia nem mesmo
você se lembrará que Danilo existiu, mesmo ele tendo o nosso sangue... Eu
vou fazer o mesmo e Wagner já prometeu fazer o mesmo com a nossa irmã,
logo nenhum de nós vamos nos lembrar que passamos por tudo aquilo por
causa e um chefe da máfia americana. — Meu irmão se senta ao meu lado
brincando com os dedinhos da sobrinha, mas encara o horizonte pensativo.
Yasmin fica inquieta no meu colo e resmunga manhosa, seu chorinho
de manha é tão gosto de ouvir, mas se ela está chorando é porque está
sentindo algo, e isso me preocupa.
Me levanto com ela no colo e vejo Marcelly nos encarar apreensiva,
mas sorrir quando a nossa princesinha chora olhando para ela.
— Ela deve estar com fome, eu já vou sair da água para pegá-la. —
Avisa ainda sorrindo enquanto sai da piscina.
Ela se inclina para pegar a toalha e não consigo deixar de admirar o
seu belo corpo, nem parece que ela teve filho, seu corpo está lindo, está
perfeito como eu me lembrava antes, ela veste um roupão enquanto vem na
minha direção.
— O que foi filha? A mamãe já está vindo meu amor... Como pode
uma criança ser tão linda? — Brinco com ela que sorrir brevemente antes de
voltar a ficar inquieta.
— Você fica muito sexy com a nossa filha no colo, sabia...?
Irresistível... Vem princesa! Eu sei muito bem o que você quer. — Ela se
aproxima com um sorriso sedutor mordendo o lábio inferior, me deixando de
boca aberta.
Porra ela quer foder a minha mente, ainda quero senti-la mais
algumas vezes hoje para estrear a nossa cama nova. Vamos morar todos
juntos a partir de hoje, meus sogros e minha mãe, meus irmãos precisam
voltar a Miami e Nova York para administrarem as suas empresas, minha
mãe está muito empolgada por poder ficar com a minha família, e
principalmente com a neta. Dona Verônica está encantada com a minha
princesinha ruiva, mas também quem não se encanta com uma criança tão
linda?
Depois que Marcelly entra em casa para amamentar a nossa filha, eu
dou um pouco mais de atenção ao meu irmão e meu cunhado, meu sogro se
junta a nós empolgado com o pôr do sol. Ficamos aqui os quatro conversando
e no meio da conversa resolvo fazer logo o que eu tinha que ter feito no dia
em que pedi a Marcelly para se casar comigo, eu preciso pedir a ele o seu
consentimento como manda a tradição, hoje eu vou levar a minha mulher
para jantar fora ao invés de jantar em casa com todos.
Encaro o meu sogro e decido tomar logo a atitude de conversar com
ele.
— Sr. Sérgio! Será que podemos conversar por um instante? — Me
levanto atento e ele faz o mesmo me acompanhando até o outro lado da
piscina.
— Está com algum problema, filho? É sério o que você tem para
conversar comigo? Por favor vá direto ao assunto pois já estou ficando
preocupado. — Me questiona enquanto admira o pôr do sol sobre o mar a
nossa frente.
— Fica tranquilo meu sogro, não é nada grave mas é sério sim o que
temos para conversar... O senhor sabe o quanto eu amo a sua filha, sabe que
sou capaz de tudo por ela e agora mais do que nunca eu preciso fazer isso...
Sr. Sérgio? O senhor me concede oficialmente a mão da sua filha em
casamento? Quero fazer dela minha esposa o mais rápido possível, não
aguento mais esperar por isso. — O encaro com um largo sorriso e ele parece
surpreso.
— Santo Deus filho! Quer me matar do coração...? Mas é claro que eu
concedo a mão da minha filha, aliás, isso eu já concedi a muito tempo... Eu
nunca vi a minha filha amar alguém como ela te ama, eu sempre sonhei vê-la
se cansando com um rapaz que a merecesse e agora isso vai acontecer... Eu
não poderia estar mais feliz com uma notícia dessas, e para quando será o
casamento? Vai se casar na igreja ou em algum lugar especial? — O vejo
empolgado me abraçando apertado e eu sorrio, eu não esperava outra reação
dele que não fosse essa.
— Quero me casar com ela em dois meses, Sr. Sérgio, e quero que
seja na igreja para que o nosso amor e o nosso casamento seja abençoado por
Deus, sei que é isso que Marcelly quer, eu vi isso nos seus olhos no dia do
casamento da sua amiga Paloma... Quero dar a ela tudo que ela merece, farei
pela minha esposa, minha filha e meus pais tudo que estiver ao meu alcance
para vê-los felizes, tranquilos e seguros... O senhor sempre teve por mim o
carinho que nunca ganhei de um pai, o senhor sempre me respeitou e me
apoiou assim como faz com a sua filha, nunca me julgou ou apontou o dedo
para mim, e... Eu tenho um carinho muito especial pelo senhor e sua esposa,
o carinho que eu só recebia da minha mãe e passei a receber de vocês
também, e isso me pegou de surpresa, isso me fez desejar ter pessoas como
vocês na minha vida e agora eu tenho... Quero fazer parte da sua família e
também quero que façam parte da minha, assim como eu fui muito bem
recebido por vocês, agora vocês também tem todo o carinho da minha
família. — Me emociono ao dizer tudo isso e ele me abraça novamente.
— Obrigado pela consideração, filho, eu também sempre gostei muito
de você pelo simples fato de você proteger a minha filha e tirá-la daquela
vida, fui te conhecendo aos pouco e vi em você o homem que a minha filha
precisa e merece, você a faz feliz, Ramon, ela escolheu você para amar...
Você faz parte da minha família desde o momento em que você salvou a
minha filha, a salvou da prostituição e a salvou quando tentou suicídio, de
uma maneira ou de outra você também nos salvou pois não suportaríamos
perdê-la... Você não faz ideia de como estou feliz, filho... Estou muito feliz
de poder te entregar a minha filha perante Deus... Você já fez o pedido a ela?
Com certeza ela deve ter aceitado mas porque ela não nos contou nada? —
Ele também se emociona e me abraça mais uma vez me fazendo sorrir, ele
questiona pelo fato de Marcelly não ter contado nada.
— Eu a pedi em casamento de supetão, estávamos conversando
naquela noite chuvosa em que passei a noite na sua casa, a surpreendi
dizendo que queria que nos casássemos mas ainda não fiz o pedido
formalmente, pretendo fazer isso hoje pois vou levá-la para jantar fora, não
quero ficar nem mais um minuto longe da minha filha, mas ela estará em
ótimas mãos então quero agradar a minha mulher um pouco... Vou dar a ela
um jantar romântico como sei que ela vai gostar. — Conto sorridente e vejo a
sua felicidade nítida em seu rosto.
Conversamos brevemente sobre o casamento e como já esperava, eu
tenho o seu total apoio, não esperava menos desse homem incrível que tenho
agora como um pai, é assim que o vejo quando ele me chama de filho, nunca
gostei tanto de ouvir essa palavra como gosto quando é o meu sogro quem a
diz.
Depois da nossa conversa saio a procura da minha mãe, ela precisa
saber que pretendo me casar como ela sempre quis, a diferencia é que agora
eu vou me casar porque é com a mulher da minha vida, a mãe da minha filha
e sei o quanto minha mãe está feliz por nós.
A encontro na sala conversando empolgada com a minha sogra,
enquanto minha mulher paparica a nossa princesinha com as tias ao lado, me
aproximo delas e pego a minha princesinha girando ela no ar, eu não tenho
mais palavras para descrever o quanto estou feliz, me sinto um homem
realizado por estar assim, em família apenas com as pessoas mais importantes
do mundo.
— Amor já está esfriando, eu preciso dar um banho em Yasmin
agora, e... — Marcelly se levanta vindo pegar a minha princesinha mas não
deixo, a interrompo.
— Não amor! Agora não...? Me deixa ficar um pouco mais com ela?
Enquanto isso vá você tomar um banho e se arrumar, vamos jantar fora
enquanto as avós e as tias cuidam da nossa bonequinha. — Encho a minha
filha de beijos e ela sorrir abertamente com a minha barba fazendo cócegas
nela.
— Jantar fora? Só nós dois? Têm algo em mente para essa noite a
dois, amor? — Questiona me abraçando, beijando a nossa filha, uma filha
minha com essa mulher incrivelmente maravilhosa.
— Sim princesa, tenho muitas coisas em mente mas não seja curiosa,
apenas faça o que pedi e se arrume, já está anoitecendo e eu também já vou
me arrumar... Agora me dá um beijo... Estou com saudades dos seus lábios.
— Abraço a sua cintura prendendo o seu corpo ao meu, ela sorrir antes de me
beijar.
Um beijo tão apaixonado, perfeito de tão bom. Ela se afasta dando um
beijo na nossa filha e sai rebolando essa bundinha arrebitada, ainda não matei
a minha saudade do seu corpo, parece um sonho depois de todo esse tempo
eu ter recuperado a minha mulher, e junto uma filha que eu nem sabia que
tinha, e que agora se tornou o meu mundo, a minha vida.
— Me dá ela filho? Assim como você, eu também não consigo me
desgrudar da minha netinha, ela é tão linda com essa pele tão branquinha e
esses cabelinhos ruivos, ela saiu a cópia da mãe, mas também tem os seus
traços além dos olhos como os meus... Meu Deus me dê logo ela filho!
Quando ela não está nos meus braços eu fico ansiosa para pegá-la
novamente... Quero paparica muito a minha netinha linda, vovó já ama de
todo coração essa princesinha. — Mamãe toma a minha filha dos meus
braços me deixando enciumado, mas sorrio amando esse seu amor e carinho
com a minha filha e minha mulher.
— Vem comigo mamãe! Precisamos conversar. — Abraço-a guiando
ela comigo até a varanda.
— Aconteceu alguma coisa? Você está bem? Está preocupado com
algo, filho? — Pergunta preocupada mas sem tirar a sua atenção de Yasmin.
— Eu vou me casar mamãe! Vou fazer de Marcelly a minha esposa e
queria que soubesse... Acabei de conversar com o meu sogro e agora com
você. — Solto de uma só vez e ela me encara de boca aberta.
— Está falando sério querido? Vai mesmo se casar? Que notícia
maravilhosa filho, vocês merecem muito ser felizes depois de tudo que
passaram... Mas me diz? Já falou com ela? Já pediu Marcelly em casamento?
Mas porque ela não disse nada? Eu não vi nenhum anel no dedo dela, por
acaso vocês estavam escondendo isso de nós? — Pergunta eufórica mas
abaixa o tom para que não nos escutem.
— Não foi exatamente o pedido que eu queria ter feito, mas sim, eu a
pedi em casamento e ela aceitou, mas ainda não tinha comprado um anel mas
fiz isso hoje de manhã... Veja se aprova mamãe! Você acha que ela vai
gostar? — Sorrio tirando uma caixinha do bolso e abro para ela ver, ela
encara o anel sorrindo com os olhos brilhando, mas volta a me encarar.
— É lindo filho...! É muito bonito e tenho certeza de que ela vai
adorar... Você está mesmo decido, está visivelmente feliz e isso compensa
por todo esse tempo que ficou longe de mim... Mas agora não vou mais
aceitar a sua distância, por isso não vou mais me separar de você nunca mais,
Ramon... Obrigada por me deixar ser a mãe que você precisa e merece, quero
estar ao seu lado nesses momentos importantes da sua vida, eu estou
imensamente feliz por você, filho, tudo que eu mais queria nesses meses que
você passou atormentado por pensar que havia perdido a sua mulher, era que
você fosse feliz e agora você é, e consequentemente você me faz feliz
também, querido. — Ela diz com uma doçura tão grande na voz que me
fascina.
Minha mãe sempre foi muito amorosa comigo e meus irmãos, pelo
menos o amor de mãe nunca nos faltou.
— Você é uma das melhores mães do mundo, mamãe... Eu te amo!
Me desculpa por quase não dizer isso, amo você assim como amo a minha
filha e minha mulher, amo a minha sogra e minha irmã, faço por vocês tudo
que estiver ao meu alcance e muito mais. — Abraço-a lhe dando um beijo
demorado no alto da cabeça, me sentindo feliz como nunca antes na minha
vida.
— É exatamente por ser sua mãe que eu quero que você seja muito
feliz, Ramon, de todo o meu coração eu desejo a você e Marcelly toda
felicidade do mundo, e que esse amor de vocês seja duradouro e se fortaleça
todos os dias... Amo muito você, meu filho, amo essa família linda que você
construiu, estou muito orgulhosa de você e sei que ainda vou me orgulhar
muito... Agora vai se arrumar para sair com a sua noiva! E não se preocupe
com a minha neta pois ela terá os avós mais apaixonados do mundo cuidando
dela. — Ela acaricia o meu rosto e me dá um beijo antes de me arrastar de
volta para sala.
Beijo a minha filha um pouco mais já sentindo saudades por saber que
vou sair sem ela, toda vez que preciso sair e deixar a minha filha ou minha
mulher em casa, me sinto angustiado, tenho medo de voltar e não encontrá-
las mais, sei que é coisa da minha cabeça pois elas estão seguras.
Coloquei três equipes de segurança em casa e Marcelly e meus sogros
nunca saem sozinhos, a amiga de Marcelly, a Simone agora é nossa
funcionária e ela vai ficar responsável por ajudar meus sogros e minha mãe
com algo que eles precisem na rua, por questão de segurança eu coloquei um
dos seguranças para ficar a disposição dela, meus sogros tem muita
consideração por ela então é justo que ela também fique em segurança, já que
ajudou muito a minha ruivinha e os pais dela, mas aquele tal de Lucas não
quero mais perto da minha mulher, já sei que ele é apaixonado por ela e isso
não me agrada.
Vou montar a loja de lingerie para ela como pretendia fazer no Brasil,
não quero mais ela trabalhando naquele restaurante com aquele cara ao lado,
se declarando mesmo sabendo que ela me ama, que é e sempre será minha
mulher, aquele trabalho não é o que ela merece, minha mulher merece muito
mais e eu vou dar isso a ela, sou um homem rico e posso dar a ela o que ela
quiser, por isso ela já pediu demissão de onde trabalhava e já estamos
planejando ver algumas lojas para comprar e montar o que ela quiser, e
enquanto não fazemos isso matamos a saudades que ainda sentimos um do
outro.
Entro no meu quarto para me arrumar e vejo Marcelly sair do
banheiro enrolada na toalha, não teve como não me excitar ao admirá-la mas
vou deixar o melhor de hoje para mais tarde, nem tudo é só sexo então me
aproximo dela lhe roubando um beijo antes dela ir para o closet, e eu vou
para o banheiro.
O iate que comprei já deve estar preparado para o nosso jantar em alto
mar, eu me lembro que quando chegamos a Miami na nossa primeira viagem
juntos, eu prometi levá-la para um passeio de iate mas isso não foi possível,
no mesmo dia em que chegamos a Miami tudo aquilo aconteceu então vou
dar a Marcelly uma noite inesquecível, espero conseguir surpreendê-la como
ela sempre fazia comigo.
Capítulo 53
Marcelly
Me arrumo colocando um vestido grafite longo de alças finas com um
pequeno decote, do lado esquerdo há uma fenda subindo até o meio da coxa e
optei pelos saltos dourados, dessa vez decidi fazer uma trança lateral nos
cabelos deixando a franja solta. Faço uma maquiagem marcante como sempre
gostei e pego a minha bolsa saindo do closet. Ramon já está arrumado e está
lindo, ele veste calça preta social e uma camisa branca embaixo de um blazer
na mesma cor da calça, um espetáculo de homem e é todinho meu.
— Acho que já sei o que vou querer para a minha sobremesa...
Ramon com mel deve ser uma tentação. — Me aproximo dele sorrindo de
lado o admirando de cima abaixo, ele gargalha.
— Ramon com mel...? Você não tem jeito, ruivinha... Porra vou
passar a noite toda imaginando você usando e abusando de mim... Você não
perde uma chance de me seduzir, não é...? Isso me deixa ainda mais
apaixonado por você, minha gostosa... Você está tão linda... Maravilhosa! —
Ele me puxa para o seu corpo apertando a minha cintura e eu estremeço,
desde que nos reencontramos estamos insaciáveis.
— Você também está maravilhoso, meu amor... Mas eu preciso te
corrigir, não sou eu quem seduzo você... Você é uma sedução, você me
seduziu e agora entendo o porquê as meninas da boate te chamavam de,
Ramon, o sedutor... Você tem o poder de seduzir uma mulher apenas com um
olhar, mas fico feliz de ser a única mulher a ser seduzida por você... Me sinto
uma mulher realizada por ser amada por uma homem como você, Ramon, me
sinto a mulher mais feliz do mundo por ter você, a nossa filha e a nossa
família ao meu lado... Mesmo depois de tudo que passamos para viver o
nosso amor, eu estou feliz agora, minhas lágrimas estão sendo recompensada
com todo esse amor e carinho que você está me dando, você é a minha vida,
Ramon, te amo e sempre vou te amar. — Acaricio o seu rosto fitando a sua
boca tão de pertinho.
Tento me controlar para não jogá-lo na nossa cama e fazermos amor a
noite inteira, sem me preocupar com o jantar.
— Se está feliz agora, eu prometo que será ainda mais feliz amanhã, e
depois de amanhã, e todos os dias das nossas vidas, meu amor... Eu custei a
encontrar uma mulher como você e não vou medir esforços para te fazer feliz,
eu te amo como nunca amei outra mulher na minha vida, ruivinha... Nada e
nem ninguém pode me separar de você porque eu não vou permitir, nada e
nem ninguém vai fazer o nosso amor diminuir porque ele é infinito, minha
princesa... Você é a minha vida e me deu o presente mais precioso que um
homem pode querer, uma filha linda, um família amorosa e perfeita, porque
somos perfeitos juntos. — Ele me admira com tanto amor e ternura, ele me
aperta em seus braços e acaricio o meu rosto, me dando um sorriso lindo.
— Meu Deus amor... Se continuarmos assim não vamos sair de casa
hoje... Você foi, você é e sempre será o grande amor da minha vida... Não há
nada nessa vida que me faça deixar de te amar, mesmo que você me magoe
dizendo que não me ama mais, eu vou continuar te amando, mesmo que você
me traia e eu não te perdoe, ainda assim eu vou continuar te amando,
Ramon... Mas eu conheço o seu amor, eu sinto-o em cada olhar, em cada
beijo e a cada toque... Eu sei que jamais me trairia porque eu confio em você,
eu sei que jamais me magoaria pois estaria magoando a si mesmo... Por isso
vou fazer até o impossível para fazê-lo feliz, vou lutar pelo nosso amor com
unhas e dentes como uma leoa para defender a minha família... Agora me
beija antes de irmos ver a nossa filha? Não quero sair sem vê-la acordada. —
Abraço o seu pescoço e ele sorrir antes de tomar a minha boca em um beijo
urgente.
— Você sabe como me deixar ainda mais louco por você... Sabe
como me fazer te amar ainda mais... — Sussurra entre os beijos mas me guia
em direção a porta enquanto retoco o meu Baton.
Saímos do quarto sorrindo e fomos para sala encontrando a todos em
uma conversa empolgada, Yasmin já está dormindo no colo da minha mãe e
nos aproximamos dando um beijo demorado nela, mas Ramon não resiste em
pegá-la no colo e colocá-la no berço ele mesmo, estou encantada com a
reação dele com a nossa filha, ele se apegou a ela no mesmo instante em que
a conheceu e não desgruda mais, para mim isso é maravilhoso.
Nunca imaginei ver Ramon assim tão amoroso com uma criança e me
surpreendi, ele está apaixonado pela Yasmin e ela já se apegou ao pai
também, é tão bom vê-los juntos, é perfeito a família que estamos
construindo.
Depois de alguns poucos minutos Ramon volta todo sorridente e nos
despedimos de todos para sairmos, eles nos desejam uma boa noite e então
saímos de casa, o carro já está nos esperando então entramos saindo da nossa
mansão.
Ramon comprou a casa dos meus sonhos, ela é perfeita é enorme, ela
é mais ou menos do tamanho da mansão do Ramon no Brasil ou um pouco
maior, é enorme e ele ainda queria comprar uma maior, achei exagero e ele
aceitou tudo que eu pedi, a casa é exatamente do jeitinho que eu queria e
agora mais do que nunca vamos permanecer na Austrália, esse já era o nosso
desejo antes mesmo de eu vir para cá, então estamos realizando o nosso
desejo.
O carro nos leva para marina e eu o questiono para saber o que
estamos fazendo aqui, mas ele não diz nada além de "é uma surpresa", mas
mesmo assim o meu sorriso já está presente em meu rosto, só de imaginar o
que estamos fazendo aqui.
Caminhamos até um iate imenso e muito luxuoso, fico de boca aberta
pois ele é bem iluminado e de longe já posso ver o quanto é lindo.
— Vamos jantar nesse iate? Você o alugou só para jantarmos, amor?
Ele é lindo e muito lux... Oh meu Deus... O que o meu nome está fazendo
nesse iate? Ramon o que está acontecendo? Porque esse iate tem o meu
nome? — Pergunto eufórica e ao mesmo tempo curiosa, estou de boca aberta
com essa surpresa, ou coincidência.
— Sim! Vamos jantar nesse iate porque ele é nosso, por isso tem o
seu nome... Eu o comprei antes de te encontrar, mas coloquei o seu nome
para nunca me esquecer da mulher que amo. — Revela com aquele seu
sorriso lindo e sedutor me deixando pasma.
— Nosso...? Esse iate é nosso...? É lindo amor vamos entrar logo! Eu
quero conhecer cada canto dessa coisa maravilhosa... Vamos amor! — Me
empolgo o arrastando pela mão e ele sorrir escancaradamente, mas não me
importo.
— Se acalma meu amor, você vai cair! Temos a noite inteira só para
nós e eu vou te mostrar cada canto do nosso iate, não precisamos pressa. —
Ele segura a minha mão me fazendo parar e me puxa para os seus braços.
— Eu já andei de iate antes mas não em um como esse, e a diferença é
que agora estou com você e esse iate é nosso, por isso estou tão ansiosa. —
Abraço o seu pescoço e sinto uma de suas mãos deslizar pelas minhas costas.
— Adoro ver esse seu sorriso tão largo, ele me encanta ainda mais por
você... A sua felicidade é a minha felicidade também, meu amor... Vou te dar
uma noite inesquecível, eu prometo! — Ramon me encara intensamente antes
de me beijar.
Um beijo doce e apaixonado que eu retribuo com a mesma doçura,
com a mesma paixão. Entramos no iate e fomos recebidos pelo capitão André
e outros funcionários, eles estarão a nossa disposição essa noite.
Enquanto zarpamos Ramon me leva para conhecer o iate assim como
eu peço, mas quando chegamos no quinto e último andar do iate que é um
andar menor, vejo uma belíssima decoração para um jantar romântico, muitas
luminárias espalhadas pelo deck e muitas flores decorando também, flores de
todo tipo, uma verdadeira floricultura.
— Isso é um sonho... Quantas flores amor... Tudo isso é pra mim? —
Me empolgo andando pelo deck encantada com tantas flores.
Toco cada uma delas com um sorriso de orelha a orelha, nunca me
deram tantas flores juntas, na verdade o único que já me deu flores foi
Ramon.
— Sim minha vida, todas elas são suas... — Ele para ao lado da mesa
posta para o nosso jantar.
Sorrio para ele e olho para o céu agradecendo a Deus por tudo isso,
por esse homem maravilhoso que só ele poderia ter posto no meu caminho. O
céu está estrelado e a lua completamente cheia, sorrio admirando-a por um
instante, mas quando olho novamente para Ramon ele está de joelhos
segurando uma caixinha de veludo aberta enquanto me estende a outra mão.
— Oh meu Deus... Ramon! — Sussurro pondo a mão no peito
sentindo o meu coração bater na boca e meu corpo inteiro tremer.
Ele sorrir ainda me estendendo a mão e eu me aproximo mais,
pegando-a, sinto que o meu coração pode sair pela boca.
— Não sei mais o que dizer para me declarar a você, já fizemos
muitas declarações um para o outro, mas o que eu ainda não disse é que não
me caso com nenhum e outra mulher se não for com você... Então, Sra.
Marcelly Alencar! Mãe da minha filha e senhora da minha vida! Você me
daria a honra de tê-la como minha esposa? Aceita se casar comigo? —
Ramon abre aquele seu sorriso sedutor que mesmo que eu não quisesse me
casar com ele eu me casaria.
— É claro que eu me caso com você, meu amor... Sim! Sim eu quero
ser sua esposa, Ramon... Meu Ramon... — Sorrio entre lágrimas me sentindo
eufórica e ele abre ainda mais o seu sorriso para mim.
Ele tira o anel da caixinha o colocando no meu dedo me deixando de
boca aberta, um anel com uma imensa pedra de diamante em forma de
coração que brilha tanto quando as estrelas no céu.
— Isso é inacreditável de tão lindo... Meu Deus Ramon eu te amo! Te
amo meu amor! Minha vida... — Me ajoelho na sua frente me jogando em
seus braços e o beijo ferozmente.
Ele sorrir na minha boca enquanto me aperta em seus braços.
— Te amo...! Te amo meu amor...! Te amo! Obrigado por me fazer
tão feliz, obrigado ruivinha... Minha ruivinha. — Declara entre os beijos
ainda sorrindo e se levanta me erguendo junto.
— Eu te amo muito, Ramon... Te amo muito, amor... Seremos muito
felizes juntos eu prometo, eu quero fazer você feliz e sei que serei a mulher
mais feliz desse mundo ao seu lado, ao lado da nossa filha e da nossa
família... Não acredito que vamos nos casar... Quando vamos nos casar? Vai
ser na igreja? Me diz amor? Você já pensou em tudo não foi? — Sorrio
largamente e o questiono eufórica para nós casarmos logo.
— Por mim eu me casaria com você hoje! Aqui e agora, mas eu quero
dar a você um casamento dos sonhos como toda mulher deseja, e você
merece... E sim, já pensei em tudo e nos casaremos em dois meses... E não
precisa me prometer nada, princesa, você já me faz muito feliz por me amar e
me deixar te amar, e principalmente por ter me dado uma filha tão linda. —
Diz radiante enquanto eu admiro o anel no meu dedo, ainda não estou
acreditando que vamos mesmo nos casar.
— Dois meses! Em dois meses serei sua esposa, sua namorada e sua
amante... Serei tudo que você merece, meu amor, eu estou tão feliz, tão feliz
que sinto vontade de gritar. — Me solto dele girando empolgada mas de
repente ele me pega no colo me girando enquanto gargalhamos.
— Você quer gritar? Então grita princesa! Grita bem alto para as
estrelas ouvirem a sua felicidade! — Ele me incentiva enquanto me gira no ar
e eu faço o que tanto quero.
— AHHHHHHH! EU TE AMO RAMON...! TE AMOOOO! —
Grito com todas as forças dos meus pulmões e sorrio largamente.
— EU TAMBÉM TE AMO RUIVINHAAAA! TE AMOOOO! —
Ele grita alto ainda sorrindo e me encara amorosamente, sinto meu peito
estufar e meu coração acelerar.
— Nunca mais vamos deixar ninguém nos separar! Nunca mais vou
aceitar ficar longe de você, amor, custe o que custar o meu lugar e o da nossa
filha é, e sempre será ao seu lado... Não tem mais ninguém nos odiando então
eu sei que teremos paz e seremos felizes... Vamos brindar! Eu quero fazer um
brinde a nós... Um brinde ao amor que nos une e ao presente mais lindo que
você me deu... A nossa pequena Yasmin. — Me empolgo descendo do seu
colo e o arrasto até a mesa.
Estamos os dois sorrindo feito bobos, é normal já que somos
loucamente apaixonados um pelo outro. Ramon nos serve as duas taças de
champanhe e me olha dentro dos olhos, eu consigo enxergar neles o seu
imenso amor, a sua ternura e admiração por mim, não estou diferente, me
sinto uma filha da mãe sortuda por ter um homem como esse me amando
tanto, fazendo de tudo por mim e minha família.
— Um brinde a mulher mais linda que os meus olhos já viram! Um
brinde a mulher que tem inteiramente o meu coração e está fazendo de mim o
homem mais feliz desse mundo! E foi você quem me deu o meu tesouro mais
precioso, Celly... Você tem noção do tamanho da minha felicidade, ruivinha?
Tem noção de tudo que sou capaz de fazer por você, meu amor...? Eu... Eu
nunca na minha vida me imaginei assim! Me prendendo a uma única mulher,
formando uma família tão linda e desejar viver apenas por vocês... Você
nasceu para ser minha, Marcelly, assim como já estava escrito que eu seria
somente seu... Um brinde ao nosso amor! Um brinde a nossa felicidade e a
Yasmin! O fruto do nosso amor que nos une para sempre e nos completa! —
Ele se emociona me emocionando também, meu Deus onde esse homem
esteve a minha vida toda que não apareceu antes?
— Um brinde a Yasmin! O laço mais forte que nos une e vai nos unir
ainda mais... Ao nosso amor! — Sorrio já chorando de emoção então
brindamos, mas não posso beber muito, estou amamentando e não posso
ingerir álcool.
— O que foi amor? Ficou apreensiva de repente.
Questiona preocupado e eu sorrio abraçando o seu pescoço, beijo-o
ardentemente lhe mostrando que está tudo bem.
— Não é nada demais, não se preocupe... Eu estou tão feliz, tão
empolgada que me esqueci que não posso ingerir álcool, estou amamentando
e o álcool vai para o leite que a nossa filha ingere. — Acaricio o seu rosto
passando os meus dedos pelos seus lábios e ele me encara surpreso.
— Caramba ruivinha, eu não tinha pensado nisso amor... Vou resolver
isso em um instante. — Ele me encara agora um pouco mais preocupado e se
solta de mim indo até um garçom parado mais a diante, ele vai nos servir
durante o jantar.
Ramon pede para trazerem um suco e me questiona sobre o que eu
gostaria de beber, o admiro encantada achando fofo a sua preocupação, me
aproximo deles pedindo ao garçom um suco de manga, depois disso Ramon
me leva até a mesa puxando a cadeira para mim e nos sentamos admirando
aquela lua incrível lá no céu.
Conversamos um pouco sobre o nosso casamento e percebi que não
sou a única ansiosa por aqui, Ramon parece nas nuvens e a todo momento
cita o nome da nossa bonequinha, já estou com saudades dela, imagine ele?
Não tem nem uma semana que ele a conheceu e parece que já convive com
ela desde que nasceu.
Yasmin também já se apegou ao pai, ela sente que ele faz parte dela e
já está se acostumando a dormir entre nós dois, mas isso não é bom pois nas
noites em que quisermos ficar mais a vontade na nossa intimidade, não quero
a nossa filha ouvindo os nossos gemidos, o novo quartinho dela ainda não
está totalmente pronto, eu trouxe as coisas que comprei antes mas a
decoração minha cunhada está me ajudando pessoalmente.
Assim que trazem o meu suco eles servem também o nosso jantar, o
cheiro está divino e começamos a comer, Ramon não tira os olhos de mim me
paquerando na cara dura, não deixo por menos e faço o mesmo. Tiro os meus
sapatos e acaricio a sua perna por baixo da mesa, subindo o meu pé até a sua
virilha, ele geme rouco me repreendendo mas não ligo, subo mais o meu pé
pressionando a sua ereção já volumosa.
— Marcelly...! Porra eu estou tentando ser romântico... Estou
tentando aguentar até a sobremesa mas você não está me ajudando! — Me
repreende mais uma vez em um tom firme, me fazendo estremecer na cadeira.
— Eu não estava brincando quando disse que você seria a minha
sobremesa... Meu estômago já está satisfeito, mas o meu corpo não... Me leva
daqui Ramon...! Me leva para um daqueles quartos meu noivo? Agora! —
Me levanto me aproximando dele e me sento na ponta da mesa, pego a sua
mão e ponho na minha perna exposta pela fenda do vestido.
— Puta que pariu, Marcelly...! Porra estou me sentindo febril de tanto
desejar você... — Ele se levanta rapidamente me puxando para o seu corpo,
mas me solto dele o arrastando pela mão. — Eu ando mais rápido que você
amor... Estou com pressa! Muita pressa! — Ele me pega no colo me fazendo
gargalhar e se apressa para descer comigo para um andar baixo de nós.
Assim que entramos no quarto me surpreendo, mais flores pelo quarto
e muitas pétalas sobre a cama com a frase "te amo ruivinha" meu sorriso vai
nas orelhas, esse quarto ele não me mostrou, disse que estava interditado e
olha só o que ele fez?
— Você tirou a noite para me surpreender, Ramon...? Isso é lindo...
Eu amei... Ganhei muitas flores e um pedido de casamento, junto com um
anel espetacular, eu nunca havia visto na minha vida um diamante tão
grande... Pelo menos não pessoalmente, e agora estou carregando um em meu
dedo... Você é um sonho maravilhoso, amor... Você é perfeito. — Ando pelo
quarto admirando as flores e a cama decorada, mas paro lhe dando o meu
melhor sorriso.
Corro na sua direção pulando no seu colo e ele gargalha, eu nunca vi
esse homem sorrindo tanto quanto agora, beijo-o apaixonadamente, com
desejo mas logo desço do seu colo.
— Minha vez de surpreender você... Vem! Sente-se na cama! — O
arrasto até a cama o colocando sentado e ele me encara atento.
— O que vai aprontar, ruivinha? Não me tortura amor eu já estou
enlouquecendo. — Ele tenta me puxar para o seu corpo mas consigo escapar
sorrindo para ele.
— Não vou fazer nada que você não tenha gostado... É algo que eu já
não faço a bastante tempo. — Me afasto tirando o meu celular da bolsa e
coloco uma música sensual, ele sorrir já entendendo o que vou fazer.
Deixo o telefone e a bolsa sobre uma cômoda próximo a porta e
começo a dançar de forma sensual, desfaço a trança no meu cabelo os
deixando solto e vejo meu noivo com a sua total atenção em mim, eu gosto
disso.
Começo a me mover me deixando levar belo embalo da melodia e
desço uma das alças do vestido, o encaro fixamente e desço a outra alça
descobrindo os meus seios, deixo o vestido cair aos meus pés e danço me
aproximando de Ramon, ele ofega com os olhos presos no meu corpo.
Acaricio os meus seios descendo as minhas mãos pelo meu corpo e o
vejo apertar a sua ereção por cima da calça, me viro de costas para ele
empinando a minha bunda.
— Tire a minha calcinha, Ramon...! Obedece a sua mulher! —
Ordeno em um tom firme e ele resmunga alguma coisa que não entendo, mas
sorrio.
Ele me obedece tirando a minha calcinha enquanto beija a minha
bunda subindo os seus lábios quentes pelas minhas costas, gemo em resposta
e tento me afastar para continuar dançando, mas ele não deixa, Ramon segura
firme a minha cintura e pressiona a sua ereção na minha bunda.
— Você é perfeita dançando, ruivinha, uma verdadeira tentação, meu
amor... Mas eu não estou conseguindo esperar, você está tão gostosa... —
Sussurra no meu ouvido subindo uma de suas mãos até os meus seios e
acaricia-os suavemente.
— Ramon... Eu também não estou aguentando... Eu quero você
amor... Quero você... — Sussurro de volta em um fio de voz sentindo o meu
corpo em chamas.
— Compartilhamos o mesmo desejo minha gostosa... Não vamos
esperar mais, eu quero você agora! — Ouço aquele seu tom rouco e ele me
vira abruptamente devorando a minha boca.
Ele me ergue em seus braços e eu envolvo as minhas pernas na sua
cintura, beijo-o desesperadamente ansiosa para senti-lo dentro de mim. Ele
me leva pra cama me deitando no meio dela se pondo sobre mim, seus lábios
devoram os meus por um instante mas logo estão descendo pelo meu
pescoço, sinto sua mão acariciar o meu seio e seus lábios descerem entre eles,
Ramon chupa a minha pele me arrancando gemidos abafados.
— Tira logo essa roupa amor...! Eu quero contemplar o seu corpo nu
sobre o meu... Ohhh... — Deslizo as minhas mãos pelas suas costas sentindo
o meu corpo inteiro tremer.
— Porra os seus seios estão tão lindos... É uma pena não poder chupá-
los como eu estou desejando todos esses dias... Mas estou ciente de que não
posso, Ainda... — Diz no seu tom rouco enquanto se levanta se apressado
para tirar a sua roupa, sorrio pela sua pressa.
Não desvio os seus olhos dele e logo já está completamente nu,
Ramon sobe de volta na cama se pondo sobre mim, mas quando sinto que ele
vai se encaixar na minha entrada eu me forço para virá-lo na cama me pondo
sobre ele.
— Hoje de manhã você me acordou me chupando inteirinha... Agora
é a minha vez de chupar você, meu gostoso... — Me esfrego nele enquanto
suas mãos apertam as minhas coxas.
Passo as minhas mãos pelo seu peito tocando as suas tatuagens e beijo
algumas delas pois são muitas, desço a minha boca pelo seu corpo sentindo a
sua ereção latejar em baixo de mim. Seguro-o com vontade o acariciando
com movimentos suaves e ouço os seus sussurros, não dou tempo para ele
questionar e me abaixo passando a língua pela sua ereção, sentindo as suas
veias pulsar.
— Você quer me torturar, ruivinha...? Me deixa sentir logo essa
boceta gostosa...? Ohhh Celly! Cacete! Ohhh... — Resmunga mas geme
segurando os meus cabelos enquanto o engulo até onde consigo. — Isso...!
Isso ruivinha! Me chupa, amor! Cacete que delícia... Ahhh que delícia de
boquete... Perfeita... Ohhh perfeita eu vou gozar... Eu vou gozar Celly! —
Ramon me encara fixamente mas logo seus olhos estão na minha boca o
engolindo com movimentos rápidos.
Chupo-o com mais vontade sedenta de desejo por ele, sinto ele latejar
na minha boca mas quero senti-lo gozar dentro de mim. Tiro ele da minha
boca e me ponho sobre ele já me encaixando na sua ereção, me sento
lentamente nele o engolindo por inteiro na minha intimidade, começo a
cavalgar nele me sentindo como em um sonho gostoso.
Seguro os meus cabelos no alto da cabeça enquanto rebolo na sua
ereção, ele geme ensandecido pelo desejo assim como eu, Ramon se senta na
cama acariciando o meu corpo sem desviar os olhos dos meus seios, sei o
quanto ele quer beijá-los e chupar com como fazia antes, mas no momento
isso não será possível, meus seios são apenas da nossa filha e ele já aceitou
isso.
Ramon me deita na cama ficando sobre mim e começa a se
movimentar mais rapidamente e mais forte, ele geme apertando os olhos com
força e eu me arqueio sentindo a sua carne deslizar na minha, me fazendo
alucinar.
— Goza pra mim Ramon...? Goza comigo amor...? Oh meu Deus eu
vou explodir... Ohhh... Amor... Ahhh... — Peço cravando as minhas unhas
nos seus braços e ele rosna para mim.
— Ohhh... Porra... Cacete ruivinha... Me apertando assim eu não
resisto... Ahhh gostosa...
Geme entre dentes metendo em mim com mais força me fazendo
quase perder o fôlego, meu corpo inteiro treme e minha intimidade se contrai
um pouco mais. Quase grito quando atinjo o meu orgasmo e ele goza junto
sem deixar de me penetrar. Ramon geme desabando sobre mim se
movimentando mais lentamente e me beija.
Sinto o ar dos meus pulmões evaporar com esse beijo e o interrompo
beijando e chupando o seu pescoço, abraço a sua cintura com as minhas
pernas e percorro as minhas mãos pelas suas costas nua, estou tão feliz que
sinto vontade de chorar, me sinto tão segura em seus braços que tenho medo
de soltá-lo, tenho medo de perdê-lo novamente mesmo sabendo que esse
risco eu não corro mais.
— Ei...? Amor o que houve? Eu te machuquei...? Celly o que está
acontecendo, minha vida? — Ele me encara preocupado ao me ouvir fungar.
Nem eu mesma havia percebido que estou chorando, ele sai de mim
preocupado se deitando ao meu lado.
— Não é nada, meu amor, não se preocupe... Eu estou tão feliz que
tenho medo... Tenho medo de perder você de novo mesmo sabendo que não
permitirei que isso aconteça... Me promete? Me promete que seremos um do
outro para sempre? Me promete amor? — Choro me pondo sobre ele e beijo-
o desesperadamente.
— Eu prometo amor...! Prometo que seremos para sempre um do
outro... Ninguém vai nos separa novamente, ouviu...? Ninguém, minha
ruivinha...! Minha mulher... — Declara entre os beijos adentrando os seus
dedos em meus cabelos, me segurando pela nuca deixando o nosso beijo mais
intenso.
— Eu te amo.... Sempre vou te ama daqui até a eternidade...
Obrigada, Ramon... Eu devo toda essa felicidade a você, amor... Por isso te
amo tanto... Te amo mais que a mim mesma... Te amo...! Te amo...! Te
amo...! — Declaro em meio aos beijos e ele sorrir na minha boca.
— Amo ouvir você dizer que ama... Eu também te amo demais...
Mais do você possa compreender, minha vida... Te amo...! Te amo...! Te
amo...! — Sussurra na minha boca enquanto me deita na cama se pondo
sobre mim. Sorrio sentindo a sua ereção ainda dura pressionar a minha
intimidade.
— A única coisa que eu consigo compreender agora, é que eu ainda
quero você... Ainda estou com saudade e sei que você também, meu noivo...
Faz amor com a sua noiva mais uma vez...? — Sorrio para ele e desço a
minha mão entre nós segurando a sua ereção.
O encaixo na minha intimidade e ele sorrir antes de me beijar
deslizando a sua carne para dentro de mim.
— Essa é a minha garota...! Insaciável do jeito que eu gosto... A nossa
compatibilidade é perfeita! — Ele olha em meus olhos e começa a se
movimentar.
Sorrio e ofego pois sei que a nossa noite será ainda mais perfeita do
que já está sendo, essa nossa noite será inesquecível. Encaro o anel no meu
dedo e beijo-o antes de beijar o meu noivo, o meu futuro marido.
Capítulo 54
Ramon
DOIS MESES DEPOIS...