Ramon O Sedutor - Serie Meu Cor - Marcia Candido

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 505

Copyright © 2021 MARCIA CANDIDO

Capa: Marcia Candido


Revisão: Marcia Candido
Diagramação: Marcia Candido
Autora: Marcia Candido
1◦ Edição

Está é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e


acontecimentos descritos são produtos da imaginação da autora. Qualquer
semelhança com nomes, datas e acontecimentos reais é mera coincidência.
Está obra segue as regras da Nova Ortografia da Língua Portuguesa.

Todos os direitos reservados.

É proibido o armazenamento e/ou a reprodução de qualquer parte


dessa obra, através de quaisquer meios (tangível ou intangível) sem o
consentimento escrito da autora. A violação dos direitos autorais é crime
estabelecido na lei nº. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
2018.
Agradecimentos!

Obrigada a todos que me apoiam com sinceridade, que me


incentiva e torcem por mim... Muito obrigada!
Sinopse
Ramon é um milionário dono de muitas boates de luxo espalhadas na
cidade de São Paulo, mas Santos é o lugar onde marca território pois é onde
ele mora com a sua família. Recentemente apresentado como o novo dono da
boate Pleasure House, Ramon Mitchell está acostumado a curtir as garotas
de suas boates, e entre uma curtição e outra Ramon sentirá um interesse
especial por uma de suas garotas, Marcelly Alencar, uma de suas melhores
prostitutas.
A bela moça assim como todas as outras se encantara com o novo
chefe, a fim de subir a sua posição dentro da Pleasure House e se tornar
alguém de confiança do chefe, Marcelly Alencar se envolverá com o
milionário com a única intenção de se dar bem na vida, mas o inesperado
acontecerá, a ruivinha se apaixonada pelo chefe, mas quando descobrir que
o milionário nunca mudará para assumi-la, Marcelly seguirá o conselhos de
suas amigas Paloma e Laura e deixará a prostituição, decidida a esquecer o
homem por quem se apaixonou.
Mas a sua vida longe de suas amigas a não será mais a mesma tendo
que lutar sozinha para sustentar o seu bebê, fruto de um amor não
correspondido.
Ramon conseguirá enxergar que perdeu alguém especial na sua vida,
será que ele terá uma chance de para viver esse amor?
Marcelly Alencar de 23 anos e vem de uma família humilde, e faz de
tudo para sustentar os seus pais adotivos. Ramon Mitchell de 38 anos faz
parte de uma das famílias mais ricas do Brasil e o seu único compromisso
sério é com as suas boates.
Será que esse casal em alguma chance de se entender e viver uma
história de amor? Ramon será capaz de merecer esse amor depois de um ano
procurando pela sua ruiva desaparecida? Vamos descobrir o desfecho dessa
história juntos, conto com vocês.
Capítulo 01
Marcelly
Paloma passou uma semana sem trabalhar enquanto nós nos matamos de transar com esses
infelizes, e quando ela finalmente volta ao trabalho ela pega um dos homens mais gatos que já vi, o
inspetor Watson.
O susto que ela passou com o sequestro foi mesmo terrível, ser
mantida em cárcere privando depois de transar com um cliente e ainda ser
estuprada, eu também não queria passar por isso e não desejo a ninguém
viver um momento de terror com o esse, graças a Deus eu nunca passei por
algo assim e espero nunca passar.
Já fazem três meses que a boate foi vendida e até hoje não
conhecemos o novo dono, ele parece ser uma lenda pois muitos falam nele
mas quase ninguém o conhece nessa boate, nem mesmo eu que já passei por
algumas outras boates antes de chegar aqui, mas nenhuma boate cinco
estrelas como essa.
O Sr. Raman é muito lembrado na Pleasure House pois sempre estão
chegando novas garotas a mando dele, as poucas vezes que ele esteve aqui, a
maioria das meninas estavam no salão ou na academia, Paulo sempre fala que
o nosso novo chefe vai aparecer mas ou ele não vem, ou vem em um horário
que poucas de nós estamos aqui, ele também veio algumas noites mas nesses
dias eu e algumas garotas estávamos na rua com clientes.
Paloma se deu bem, encontrou alguém para tirá-la daqui e não
teremos mais que disputar por ninguém, ela é uma das melhores garotas e
depois dela, só eu consigo pegar os melhores clientes, mas nenhum que
queira me tirar dessa vida, mas eu também não estou esperando por isso.
Hoje foi mais um daqueles dias em que o nosso chefe viria a boate,
mas como sempre não tivemos a sorte de conhecê-lo, estávamos todas na rua,
algumas no salão, outra na academia e algumas foram visitar as suas famílias,
mas para a nossa sorte, quando chegamos Paulo nos avisou que o chefe
voltaria mais tarde e nos queria todas o mais bem arrumadas possíveis.
Fiquei sabendo que assim como Sr. Sarkozy, o Sr. Ramon também
tem o hábito de ficar com as suas garotas, já ouvi falar das suas outras boates
e com certeza vou querer conhecer algumas delas, vai ser bom ter novas
opções de clientes mais generosos.
— Marcelly? Me empresta um vestido seu? Toda semana eu uso as
mesmas roupas, Adélia sempre me emprestava mas ela não está mais aqui, e
depois dela você é a quem tem um gosto mais parecido com o meu. —
Amanda aparece ao meu lado enquanto arruma os seus fios loiros.
— Fique a vontade, Amanda, tem bastante roupas nas minhas gavetas,
mas não pega as peças que ainda estão na etiqueta, eu ainda não as usei e
quero ser a primeira a usá-las. — Alerto enquanto termino a minha
maquiagem.
— Não se preocupe porque eu já tenho em mente o que quero usar, e
pelo que sei você já usou ele antes... Um vestido dourado brilhante e bem
curto, eu preciso chamar atenção daqueles idiotas. — Ela fala dos clientes
com desdém, eu sei que Amanda é lésbica e transar com homens não era bem
o que ela queria.
— Me diz uma coisa Amanda? Porque você ainda está nessa vida?
Transando com homens se você gosta de mulheres? Como você consegue
suportar isso? — Pergunto curiosa e ela me encara com um pequeno sorriso.
— Assim como você e muitas outras garotas, eu não estou nessa vida
porque eu gosto, Marcelly, eu não tenho estudos, não tenho chances de
conseguir um trabalho melhor que esse, é daqui que eu tiro o meu sustento e
o sustento da minha família, e infelizmente noventa e cinco por cento dos
meus clientes são homens, e esses infelizes não me largam. — Ela acaricia a
sua intimidade ao dizer de onde tira o seu sustento, não teve como não sorrir
mas no fundo sei que ela tem razão, estamos todas no mesmo barco. — Se eu
pudesse escolher eu não estaria aqui transando com esses filhos da puta, mas
eu sou obrigada a aturar tudo isso para mandar dinheiro pra minha família...
Ninguém aqui sabe, mas... Eu tenho um filho pequeno para criar e dependo
do dinheiro desses vermes. — Me surpreendo ao saber que Amanda, uma
mulher lésbica tem um filho.
— Como assim Amanda? Que babado é esse, amiga? Você tem um
filho? Mas você teve um relacionamento com um homem ou... — Pergunto
curiosa mas ela me interrompe.
— Não Marcelly! Eu nunca namorei um homem, sempre gostei de
mulheres e meu filho é... Fruto de uma das minhas noites com um cliente...
Eu era inexperiente e acabei me descuidando, meu filho hoje tem cinco anos
e é a razão da minha vida... Estou fazendo esse sacrifício de aceitar tudo isso
por ele, Marcelly, é pelo meu filho e minha mãe que eu suporto tudo isso e
não vou desistir agora... Por favor, Marcelly, isso é um segredo ouviu? Não
diz nada a ninguém, eu só precisava desabafar um pouco e pensei que você...
— Diz apreensiva mas eu a interrompo.
— Não se preocupe, Amanda, posso não valer nada mas eu sei
guardar um segredo quando me pedem... Não vou contar nada a ninguém e
digo mais! Se precisar de mim para qualquer coisa relacionado ao seu filho,
ou a sua família, pode contar comigo. — Sorrio sem graça pois sempre
brigamos por causa de clientes, e muitas garotas não vão com a minha cara
por isso, por eu sempre querer o melhor.
— Estou surpresa por você me oferecer o seu apoio, estamos sempre
brigando por causa de clientes mas... É bom saber que posso contar com
alguém, obrigada. — Ela me encara surpresa, mas me dá um pequeno sorriso.
Quando penso em contestá-la só para irritá-la um pouco e fazê-la
sorrir, Keila entra no quarto empolgada com outras garotas, Amanda me
encara de relance e eu apenas pisco para ela dizendo que não se preocupe.
Terminamos todas de nós arrumar e descemos para o salão, a música
está alta e já tem cliente chegando, ergo a minha cabeça, empino o meu nariz
e jogo os cabelos me sentindo poderosa, hoje eu preciso arrasar e conseguir o
máximo de clientes possíveis, eu preciso reunir o valor mais alto que eu
puder nesse final de semana, eu tenho os meus gastos pessoais e não são
poucos, mas também preciso mandar dinheiro para os meus pais adotivos,
eles são a única família que eu tenho e já estão de idade.
A aposentadoria dos meus pais foi bloqueada a mais de um ano e até
hoje não conseguimos resolver, minha mãe raramente consegue algum
trabalho de diarista, mas não quero ela trabalhando tanto pois ela precisa
cuidar do meu pai e também da sua saúde, então eu trabalho por mim e por
eles.
— Keila! Marcelly e Tatiana! Eu quero vocês no palco agora...!
Tatiana, depois da dança passa no caixa para pegar a ficha do seu primeiro
cliente, acho que você terá que ir até o hotel onde ele se encontra
hospedado... Marcelly, tem uma dança agendada para depois da apresentação
de vocês, aqui mesmo na sala privada, depois da dança tem um programa
também fora da boate... Vamos! Se apressem pois hoje a noite será longa
meninas. — Paulo parece agitado e sua energia positiva nos contamina.
— Vocês ouviram meninas! Vamos começar os trabalhos porque hoje
vamos nos dar bem. — Me empolgo enquanto subo no palco e Keila e
Tatiana vem comigo, enquanto Amanda e as outras percorrem o salão.
Nós posicionamos no palco atrás das cortinas esperando a música
começar, quando enfim ela se inicia as cortinas se abrem então entramos
dançando, a boate ainda não está tão cheia como eu gostaria, mas ainda está
cedo, até mais tarde ainda terei uma segunda apresentação e eu adoro me
exibir no palco, gosto de chamar atenção, e quanto mais melhor, assim
consigo os melhores clientes e faturo dobrado.
A nossa dança é a melhor parte da noite, pois é onde eu mostro para
quê estou aqui, dançamos com muita sensualidade nos tocando e tirando
algumas peças das nossas roupas, ficando só de lingerie. Alguns homens se
aproximam do palco nos admirando de perto, seus olhares famintos nos dão a
certeza de que muitas sifras de dinheiro entrarão nos nossos bolsos hoje.
Quando a música termina estamos dançando sobre notas de cinquenta
e cem reais, alguns homens mandam beijos piscam e até fazem sinal para nós
aproximarmos mais, e quando o fazemos o assunto é o mesmo de sempre,
cantadas baratas e muitos convites para uma transa gostosa, a maioria deles
não sabem que quase sempre fazemos o que eles querem apenas por causa do
dinheiro, eles gostam de elogios na cama, gostam de saberem que foram
melhores que os outros e nós damos isso a eles, mesmo que não seja a
verdade, temos que agradar os clientes a todo custo pois é isso que garante o
valor que precisamos no final da noite.
Pegamos o dinheiro e as nossas roupas jogadas no chão e seguimos
para o camarim, já com alguns programas previstos para depois da nossa
dança. Tomamos um banho rápido e nos arrumamos para os nossos próximos
compromissos, bom, eu tenho uma dança particular agora e as meninas tem
programas.
Paulo aparece dizendo que o chefe está na boate e nos apressa para
atendermos os nossos clientes, tento perguntar sobre o nosso chefe achando
que finalmente vamos conhecê-lo, mas ele diz que o chefe está ocupado no
escritório, e que talvez ele venha amanhã pela manhã para conhecer a todas
com mais calma. Que cara estranho, se tornou dono dessa boate a mais de
três meses e até agora não o conhecemos, sabemos que ele é bastante
ocupado pois tem outras muitas boates espalhadas por aí, mas já era para ele
ter vindo conhecer as garotas que trazem lucros para ele.
Deixo esse assunto de lado e vou até o caixa pegar a ficha do meu
cliente, um advogado de trinta e cinco anos que adora realizar fetiches
eróticos, cliente novo na casa e por isso sempre pegamos algumas
informações básicas deles para a nossa segurança, ele quer somente a dança e
pediu para que eu me vista de empregada, então volto para o camarim e me
preparo antes de ir para a sala privada esperar por ele.
Entro na sala e coloco uma música sensual, o espaço é todo
acolchoado e não deixa entrar o barulho que vem do salão principal, aqui
podemos gritar a vontade que ninguém lá fora vai escutar.
Preparo alguns apetrechos para a hora da dança, mas antes de
terminar, um homem muito bonito e charmoso entra na sala me encarando de
cima abaixo, consigo ver os seus braços tatuados pela camisa dobrada até o
antebraço.
O encaro com o meu melhor sorriso enquanto ele se aproxima me
analisando com seus olhares intensos.
— Me desculpe, eu não sabia que... —O interrompo.
— Boa noite bonitão, não precisa se desculpar, apenas sente-se nessa
cadeira que o show já vai começar... Vou te dar a melhor dança da sua vida e
com certeza você vai querer voltar a me ver. — Pego a sua mão o guiando até
a cadeira a frente do pequeno palco, mas ele continua calado.
Melhor assim, tem cliente que entra aqui falando muita besteira ao
invés de me deixar fazer o meu trabalho. Ele fica ali sentado com seus olhos
atentos em mim, realmente ele é novo aqui pois nunca o vi antes. Subo no
palco onde tem um pole dance e começo a dançar com os meus olhos fixos
nele, faço caras e bocas e rebolo me esfregando na barra de ferro fria.
Sensualizo passando as mãos pelo meu corpo o encarando com
desejo, pois esse homem é realmente uma delícia, é uma pena que ele não
quis o programa pois acho que iria curtir uma transa com esse gato, ele
parece ter uma pegada forte, ele é bastante sério mas seus olhos intensos
sobre mim me excitam.
Durante a dança começo a tirar algumas peças da fantasia, logo estou
com os meus seios a mostra e tiro também a mini-saia, ficando só de
calcinha, seus olhos estão atentos a cada movimento meu e eu adoro isso,
pois mostra o quanto eles estão apreciando a dança.
Desço do palco me aproximando dele ainda movimentando o meu
corpo de forma sensual, paro na sua frente e me inclino sobre ele levando os
meus seios bem próximo a ao seu rosto, ele sussurra alguma coisa mas não
toca em mim, afasto as suas pernas ficando entre elas, me viro de costas para
ele e me inclino para frente empinando a minha bunda para ele.
— Porra... Muito linda... — Ouço sua voz rouca e logo sinto suas
mãos tocarem a minha bunda.
Me inclino novamente para cima jogando os cabelos para trás, de
repente sinto ele me puxar pela cintura fazendo eu me sentar no seu colo,
ofego excitada ao sentir a sua ereção dura, rebolo no seu colo me esfregando
nele o excitando ainda mais, ele geme segurando firme os meus cabelos
beijando e chupando o meu ombro, me deixando louca de tesão, nunca um
cliente me deixou tão excitada como agora, mas ele não pagou pelo programa
então não vou transar com ele.
Me levanto do seu colo para me afastar mas ele me puxa pela mão,
me trazendo de volta para o seu colo mas dessa vez de frente para ele, com os
meus seios bem próximos ao seu rosto.
— Você está me enlouquecendo, ruiva... Quero transar com você,
você é gostosa demais. — Ele encara os meus seios enquanto percorre as suas
mãos pelo meu corpo, cada pedaço da minha pele que ele toca sinto pegar
fogo.
— Sinto muito gostosão... Você não pagou pelo programa então você
só terá a dança... Conforme-se. — Tento mais uma vez me levantar do seu
colo mas ele não permite.
— Eu pago o que você quiser, mas eu quero transar com você...
Quero você agora ruivinha. — Rebate com a voz rouca me puxando pela
nuca e beija o meu pescoço chupando a minha pele.
— É a sua primeira vez na casa, então terá que pagar primeiro... Me
desculpe pela desconfiança, mas não vou correr o risco de transar de graça.
— Me forço a sair do seu colo e ele respira fundo antes de tirar a sua carteira
do bolso.
O encaro atenta enquanto ele tira um maço de dinheiro, folheando
algumas notas, ele tira quinhentos reais me entregando em seguida, me
pegando de surpresa ao me dar quase o dobro do valor do programa. Não
reclamo e rapidamente pego o dinheiro indo até uma caixinha ao lado do
aparelho de som, o guardando até o nosso horário terminar.
Pego uma camisinha em uma segunda caixinha e volto na sua direção,
o encaro com um largo sorriso, satisfeita por ele ter sido tão generoso, os
lucros que faço sem o agendamento fica todo para mim e isso me deixa mais
animada.
Me aproximo novamente dele dançando movendo o meu corpo no
ritmo da música, me coloco novamente entre as suas pernas e me ajoelho na
sua frente descendo as minhas mãos do seu peito até a sua ereção, o
apertando com vontade sentindo o quanto está duro e pulsante.
Abro o seu sinto e em seguida a sua calça, puxo-a o suficiente para
colocar a sua ereção volumosa para fora e admiro esse monumento suculento
que faz a minha boca salivar, o acaricio masturbando-o suavemente, ele me
encara atento mas a intensidade do seu olhar me estremece. Sem desviar os
meus olhos do seu eu desço até a sua ereção o colocando todo na boca de
uma só vez.
— Puta merda... Que boquinha gulosa, ruiva... E muito quente, quente
demais... Hummm. — Sua voz sai mais rouca que antes.
Ele agarra firme os meus cabelos me fazendo o engolir ainda mais
fundo, o obedeço e chupo-o com vontade o levando na minha garganta, o
engulo com chupadas fortes mamando o seu pau com fome de vê-lo
enlouquecer, e sei que ele está perto de gozar então o tiro da minha boca e
abro a camisinha colocando nele.
— Não vai me deixar gozar na sua boca? Você chupa
maravilhosamente bem, ruivinha. — Questiona ofegante passando o seu
polegar pelos meus lábios e eu chupo o seu dedo.
— Você precisa merecer que eu deixe você gozar na minha boca, é a
sua primeira vez aqui, se me contratar mais algumas vezes, pode ser que você
consiga o que tanto quer. — Pisco para ele e finalmente vejo um pequeno
sorriso em seu rosto.
— Combinado... Se você for tão gostosa o quando acho que é, com
certeza vou querer você outras vezes. — Diz enquanto eu subo no seu colo e
ele segura firme a minha cintura.
Puxo a minha calcinha para o lado e seguro a sua ereção o
posicionando na minha entrada, me sento lentamente o sentindo me esticar.
— Ok! Você é mesmo muito gostosa... Ahh gostosa pra caralho... —
Ele geme movendo a minha cintura me fazendo cavalgar no seu pau.
— Você também é mais gostoso do que eu imaginei... Delicioso...
Ohhh gostoso... — Gemi montando nele com força sentindo a minha
intimidade arder pelo seu tamanho me alargando.
Onde esse homem estava que eu nunca o vi antes? Suas mãos me
apertam com posse subindo pelo meu corpo, e ele agarra os meus seios
levando a sua boca até um deles sugando faminto, ele mordisca o meu
mamilo enquanto torce o outro de maneira suave me fazendo enlouquecer,
cavalgo nele ainda mais rápido sentindo o meu orgasmo se formar de maneira
que nunca senti antes, será o orgasmo mais rápido da minha vida e nunca um
homem me fez gozar com essa rapidez, mas quando estou prestes a explodir
o filho da mãe se levanta me tirando do seu colo.
Estou frustrada e ofegante, mas para a minha surpresa, o cliente me
vira abruptamente me colocando de joelhos na poltrona e automaticamente eu
empino a minha bunda ansiosa para recebe-lo novamente, ele puxa a minha
calcinha arrebentando-a, tirando ela do meu corpo, não demora muito e ele já
está puxando os meus cabelos enquanto mete em mim com força, meu corpo
estremece com a sua estocada forte.
— Se eu soubesse que aqui tinha uma mulher tão gostosa como
você... Com certeza eu teria vindo antes, ohh... Você é deliciosa ruivinha,
uma tentação em forma de mulher... — Diz entre dentes metendo em mim
com força ainda agarrado aos meus cabelos.
— Não desperdiça o seu tempo falando... Me fode...? Ohhh me come
e me faz gozar...? Poucos homens conseguem fazer isso... — Sussurro quase
sem voz virando o rosto para encara-lo sob os ombros, e vejo a sua expressão
de surpresa.
— Não seja por isso, vou te dar o que você tanto quer sua gostosa! —
Ele sai de mim me arrastando até o palco e me deita no forro acolchoado se
pondo sob mim.
Seus olhos estão dilatados de desejo, sua respiração pesada como a
minha e gememos quando ele volta a me preencher entrando em mim com
tudo, ele ainda me encara com um olhar de surpresa enquanto eu abraço a sua
cintura com as minhas pernas, puxando-o mais para mim.
— Só falta uma coisa para eu descobrir se você é perfeita... —
Comenta antes de avançar na minha boca me roubando um beijo feroz.
Seu gosto é maravilhoso, seu beijo é perfeito e eu abraço o seu
pescoço puxando-o pela nuca, aprofundando mais o beijo, seus movimentos
dentro de mim não diminui, mesmo me beijando ferozmente ele me penetra
me dando o que eu tanto queria, sinto a minha intimidade pulsar o apertando
então gozo gemendo na sua boca. Ele mete mais fundo e mais forte e logo o
sinto gozar e a cada pulsar da sua ereção dentro de mim eu arqueio, ainda
delirando de prazer.
Ele ainda me beija, ele não oferece resistência em querer parar o beijo
e chupa a minha língua, mordisca os meus lábios e ainda geme na minha boca
tão ofegante quanto eu, mas ao quebrar o beijo ele me encara de um jeito que
não consigo decifrar, ele encara a minha boca e volta a encarar os meus
olhos, ainda o sinto latejar dentro de mim.
Ele passa o seu polegar pelos meus lábios encarando fixamente a
minha boca, então sai de mim se levantando e eu faço o mesmo ainda me
sentindo sem forças depois desse orgasmo maravilhoso.
— Você é novo na cidade, não é? Eu nunca te vi por aqui antes e a
maioria dos homens dessa cidade vem nessa boate. — Puxo assunto querendo
saber mais sobre esse homem gostoso.
— Verdade, a gente ainda não tinha se visto, mas não se preocupe,
isso vai acontecer com mais frequência a partir de hoje, afinal, eu sou o novo
dono desse lugar. — Ele diz enquanto arruma a sua roupa e eu o encaro
perplexa.
— Do... Dono? Você é o novo dono da boate...? Então você não é o
cliente que eu estava esperando! — Pergunto ainda o encarando surpresa e
ele sorrir.
— Não, eu não sou o seu cliente, eu vim apenas verificar o estado das
cabines de dança e também dos quartos, mas você me pegou de surpresa e eu
não consigo resistir a uma bela mulher... Pretendo fazer algumas mudanças e
por isso estou visitando os cômodos da boate. — Explica me encarando
atento enquanto eu morro de vergonha pela confusão que eu fiz.
— Me desculpe? Eu não imaginava que o senhor era o novo dono da
boate, eu realmente pensei que o senhor fosse o cliente que eu estava
esperando... Me desculpe pelo mal entendido. — Recolho as peças da
fantasia do chão ainda pasma com o que aconteceu aqui.
— Não se desculpe, foi um delicioso mal entendido. — Ele sorrir de
lado e pisca para mim antes de sair da cabine me deixando aqui ainda
surpresa.
Puta merda! Eu transei com o meu chefe sem saber que ele é o meu
chefe, que loucura, que delícia. Sorrio feito uma boba por ter transando com
o Sr. Ramon antes das outras meninas, porque eu sei que elas vão cair
matando em cima desse homem gostoso, ele tem uma pegada forte e eu gosto
disso.
Capítulo 02
Ramon
As minhas visitas a Pleasure House tem sido ligeiras, procuro passar
por aqui sempre no período da manhã pois tenho outras boates além dessa
para gerenciar, desde que comprei a boate do meu amigo só estive aqui umas
três vezes, e mesmo assim ainda não conhecia a maioria das garotas, e
confesso, algumas delas me chamaram bastante a atenção, elas são muito
bonitas mas ainda não tinha tido a chance de vê-las no horário de trabalho
Hoje foi a primeira vez que fiquei até mais tarde na Pleasure House, eu
precisava de alguns relatórios sobre o estabelecimento pois pretendo fazer
algumas melhorias, dar um toque de sofisticação, nada que deva ser
consertado, mas melhorado para ficar mais moderno, do meu agrado.
Saí do escritório já com a música alta pelo salão e muitos clientes já
na casa curtindo as garotas, vi que estava tendo uma apresentação e
aproveitei para analisar as garotas em ação enquanto trabalham, as garotas no
palco são lindas mas eu ainda não conheço a ruiva dançando tão sensual, ela
parece fazer isso com prazer, ela gosta de estar aqui e a sua beleza é
impressionante, a maioria das garotas das minhas boates são lindas mas essa
ruiva é um espetáculo.
Paulo me chama para ver um dos quartos, ali no primeiro andar, o
cômodo é aconchegante mas não é espaçoso e acho que podemos dar uma
melhorada, talvez colocar mais acessórios e mudar a cor das paredes por
cores mais forte, vermelho, a cor do prazer me agrada bastante.
Depois de ver o quarto, Paulo me leva para ver as salas privadas mas
ele é chamado por uma das garotas, antes de sair ele me indica as portas onde
ficam as salas privadas, ele sai e eu encaro uma das portas antes de entrar,
para a minha surpresa encontro a ruiva que dançava no palco minutos atrás.
Ela me confunde com um dos seus clientes e me arrastada para uma
poltrona, estou bebendo a sua beleza e não me importo em desfazer o seu
engano, eu quero sentir essa mulher para saber se ela é tão gostosa o quanto
parece, e eu não fico na vontade, depois de dançar divinamente sexy para
mim eu a convenço a transar comigo, lhe dando uma certa quantia em
dinheiro, não me interessa se tem clientes esperando por ela, hoje eu serei o
primeiro a senti-la e assim aconteceu, essa ruiva é mais gostosa do que eu
imaginei, estou impressionado e com certeza vou querer come-lá mais uma
vez.
Ela fica surpresa quando descobre que sou o novo dono da boate, ela
se desculpa mas o sorriso em seu rosto me prova que ela gostou de estar
comigo, isso é bom porque enquanto eu a quiser, ela não vai se negar a me
atender.
Depois de arrumar a minha roupa eu saio da sala privada me sentindo
leve, nunca uma mulher havia me feito gozar tão rápido e me deixar tão
saciado, normalmente as minhas transas duram mais tempo que isso, mesmo
com duas ou três mulheres, mas essa ruiva conseguiu sozinha acabar comigo
em poucos minutos. Ainda estou surpreso, mas vida que segue, ainda não
havia transando com nenhuma das garotas dessa boate, mas agora estou
curioso para saber se as outras são tão gostosas quanto a ruiva.
Volto para o salão e tem outras garotas se apresentando, vou até o bar
e pego uma dose dupla de uísque para recuperar as minhas energias, encontro
Paulo e ele parece irritado.
— Algum problema Paulo? Você parece estressado. — Me aproximo
dele com o meu copo de uísque na mão, ele respira fundo.
— Temos um cliente irritado porque uma das garotas resolveu sumir e
o cara precisa ser atendido, ele não quer outra garota, ele quer a Marcelly. —
Ele tenta se manter calmo enquanto olha pelo salão procurando por alguém.
— Como assim a garota sumiu? Ela não sabia que tinha cliente
marcado? Não deixa elas relaxarem no atendimento, Paulo, pois isso espanta
os clientes. — Bebo uma golada do meu uísque o encarando sério.
— Peço desculpas, Sr. Mitchell, eu te garanto que todas as meninas
nunca deixaram a desejar nos atendimentos, nunca tivemos uma única
reclamação sequer até agora... Marcelly saiu do palco e tinha que se arrumar
para atender o cliente, mas ela simplesmente sumiu, não sei onde aquela ruiva
metida foi parar. — Me surpreendo quando ele fala da ruiva,
automaticamente um sorriso surge em meu rosto.
— Então o nome da ruiva é Marcelly? Ela estava comigo... Não foi
nada programado, ela me confundiu com um cliente, então ficamos na sala
privada... Peça desculpas ao cliente e diz que ela teve um imprevisto...
Ofereça uma dose dupla do melhor uísque como cortesia da casa, tenho
certeza de que ele ficará mais tranquilo. — Ele me encara surpreso mas sorrir
de lado me encarando atento, mas quando ele tenta dizer algo uma das
garotas se aproxima chamando por ele.
— Eu a encontrei, Paulo, Marcelly está terminando de se arrumar para
atender o cliente... Graças a Deus ele está mais calmo já esperando por ela na
sala privada, Marcelly não disse o que aconteceu mas ela parece bem. —
Explica a loira atenta a ele mas parece nem notar a minha presença, diferente
das outras garotas a minha volta.
— Eu já estou ciente do que aconteceu, Amanda, não se preocupe, foi
apenas um mal entendido então pode voltar ao trabalho, está tudo bem. —
Paulo a dispensa e ela sai sumindo no meio dos clientes.
— Amanhã eu voltarei para inspecionar melhor os cômodos dos dois
pavimentos, Paulo, se tiver alguma outra coisa que precise da minha atenção,
já deixar anotado para não se esquecer de mencionar... Aproveita e reúna as
garotas, quero conhecer cada uma delas e assim evitar mal entendidos. — Ele
me encara atento, mas sei que tem um sorriso de satisfação grampeado em
meu rosto.
— Como quiser, Sr. Mitchell, eu farei isso... Agora se me der licença
vou verificar a movimentação no caixa, e fazer as retiradas... Se precisar de
mim é só mandar me chamar, senhor. — Ele diz antes de sair me deixando
aqui no meio dessa multidão de homens.
As minhas boates não são frequentadas apenas por homens, muitas
mulheres curiosas também passam por minhas boates todos os dias, casais a
procura de fetiches para apimentar a relação, entre outras coisas, em algumas
das minhas seis boates temos atendimentos masculinos também, estou
pensando em trazer alguns dos garotos para Pleasure House, renovar um
pouco mais as preferencias por aqui, já percebi que tem muitas mulheres aqui
procurando diversão, então vamos dar isso a elas, amanhã mesmo trarei
algumas novidades para esse lugar.
Término o meu uísque e resolvo encerrar a minha visita por aqui,
aviso ao Paulo que estou de saída e peço para ele só me ligar em caso de
emergência.
Saio da Pleasure House e sigo para o outro lado da cidade, ainda
tenho que passar em duas boates antes de ir pra casa, Sexy Night e Sweet
Pleasure, já tem duas semanas que não passo por lá pois as outras boates
também precisavam da minha atenção, não é fácil encontrar gentes de
confiança para trabalhar conosco, tive que trocar o gerente de uma das boates
e espero não voltar a ter problemas com mais ninguém.
Depois de passar nas duas boates e transar com mais algumas das
minhas garotas eu finalmente vou para casa, eu não obrigo ninguém a transar
comigo, eu chamo e elas se jogam em cima de mim, e quando pago elas
fazem tudo que eu mando e um pouco mais, essas garotas são maravilhosas,
mas de repente me vejo pensando na ruiva da Pleasure House, Marcelly, que
mulher linda e gostosa, e que beijo perfeito ela tem, um espetáculo de
mulher.
Chego em casa e vou direto para o meu quarto, o dia já está quase
clareando mas acho que consigo descansar um pouco antes de voltar a sair.
Tomo um banho pouco demorado e me jogo na cama ainda nu, estou exausto
então programo o despertador para me acordar às oito horas, me entrego ao
sono rapidamente e consigo relaxar para aliviar o cansaço.

No horário programado sou acordado por uma música suave e


relaxante vindo do meu despertador, me levanto e tomo um banho antes de
me arrumar para sair, ligo para duas das minhas boates e solicito a
transferência de três dos garotos de programas para trabalharem na Pleasure
House, eles adoraram a ideia pois querem explorar novos ambientes, e talvez
eu transfira algumas das meninas da Pleasure House para outras boates
também, se assim elas quiserem, não vou obrigá-las irem para onde elas não
querem, vou oferecer a ideia, se alguma delas aceitar tudo bem, do contrário,
ficará exatamente como está.
Tomo o meu café da manhã calmamente e logo saio de casa, ligo para
o Paulo avisando que chegarei em alguns minutos e quero todos reunidos me
esperando, Paulo é muito eficiente, foi o melhor acerto de John na gerência
da boate e pretendo manter como está, também não tenho queixas em relação
a segurança, sou um cara moderno e ambicioso e o que puder fazer para
melhorar a boate, eu farei, mas como estou chegando agora na Pleasure
House, vou com calma para não assustar os funcionários, aos poucos vou
deixar aquele lugar exatamente como eu gosto, uma boate de luxo, um
ambiente de outro mundo.
Chego na boate e estaciono o meu carro logo na entrada, nesse mesmo
instante vejo um táxi parar atrás do meu carro e os garotos saem, entramos na
boate juntos e vejo as garotas reunidas no salão tomando café da manhã. Me
aproximo com os garotos e elas nos encaram com um largo sorriso no rosto,
mas vou ter que acabar com esse sorriso logo.
— Bom dia a todos! Estão todos aqui ou está faltando alguém? —
Paro na ponta da mesa e vejo os seguranças se aproximando para
participarem da reunião.
— Bom dia, Sr. Mitchell! Estão todos aqui como o senhor pediu. —
Paulo se levanta da mesa para me cumprimentar.
— Ótimo! Bom pessoal, para quem não me conhece, eu sou Ramon
Mitchell, o novo dono da Pleasure House... Esses são, Diego, Talison e
Sandro, seus novos colegas de trabalho. — As garotas os encaram surpresas
mas vejo que algumas delas parecem animadas até demais. — Desde já quero
deixar a todos cientes das minhas regras, e isso vale para todos...! É
extremamente proibido o envolvimento amoroso entre colegas de trabalho,
não quero ninguém apaixonadinho impedindo o trabalho do outro por ciúmes,
então se querem se envolver com alguém, que seja fora da minha boate! E de
preferência que seu parceiro ou parceira não saiba o que vocês fazem aqui,
não quero ninguém entrando no meu estabelecimento para me causar
problemas... Vocês conseguiram me entender ou terei que repetir? — Digo
em um tom firme e todos me encaram atentos.
— Sim, Sr. Mitchell! Nós entendemos.
Diz algumas das meninas me encarando decepcionadas, melhor se
decepcionarem agora do que depois, não quero ter que mandar ninguém
embora.
— Ótimo! Espero mesmo não ter que repetir, do contrário não
pensarei duas vezes antes de demitir quem não cumprir as minhas regras...
Paulo ficará atento a todos vocês e eu sempre saberei do que acontecer aqui
dentro, não quero me decepcionar com vocês então por favor, quero todos
andando na linha... As antigas regras de John Sarkozy continuam valendo,
não mudarei absolutamente nada do que já foi decidido antes, colocarei
apenas duas mudanças que serão, a integração dos garotos na equipe de
vocês, e também levarei algumas de vocês para as outras boates, se assim
desejarem, poderemos fazer uma experiência, assim como estou trazendo
novos atendentes para cá, se algumas de vocês quiserem ir para alguma das
minhas outras cinco boates, as levarei também... Alguém tem alguma
pergunta? — Mantenho o meu tom firme e elas me encaram atentas, uma
delas levanta a mão.
— Essas transferências são prementes ou temporárias? Se eu quiser
visitar uma das outras boates eu poderei voltar depois, ou terei que ficar lá?
— Pergunta uma morena.
— Vocês são livres para irem e virem, meninas, ninguém aqui é
obrigado a nada, a única coisa que exigirei de todos aqui, é o cumprimento
das regras, feito isso todos sairemos ganhando. — Percorro os meus olhos
pela mesa as encarando atento e meus olhos param na ruiva.
Porra ela usa um topo com os seus seios deliciosos quase pulando
para fora, "foco Ramon!" Reparo um pouco mais nas outras meninas e
mesmo sem maquiagem, elas são belíssimas, porra o John deve ter se dado
bem nessa boate com tantas garotas gostosas. Merda!
— Bom, eu já me apresentei e apresentei os rapazes, então por favor!
Digam os seus nomes e o tempo que estão aqui, quero conhecer cada uma de
vocês sem precisar olhar os seus arquivos. — Encaro uma loirinha também
muito gostosa que abre o seu sorriso para mim. Gostei!
— Eu me chamo Tatiana! Estou aqui á oito meses. — Responde a
loira.
— Eu me chamo Keila e estou aqui a três anos. — Diz a morena.
— Sou Amanda e estou aqui a seis anos. — Me surpreendo pelo
tempo dessa garota na casa, ela deve ser muito boa para estar aqui por tanto
tempo, mas ela não aparenta gostar do que faz.
— Eu me chamo Marcelly, estou aqui a um pouco mais de um ano. —
A ruiva se apresenta chamando a minha atenção para ela, sua voz é ainda
mais suave sem aquela música ao fundo.
Me lembro dos seus gemidos e sinto o meu pau dar sinal de vida,
caralho! Puxo uma cadeira e me sento para que elas não foquem suas
atenções no volume se formando na minha calça.
Todas elas se apresentam e algumas perguntam mais sobre os garotos,
eles se soltam falando sobre eles e os atendimentos que estão acostumados a
fazer, vejo a ruiva encarar fixamente o Diego que tem a sua atenção dividida
entra ela e Keila, uma mulher também bastante atraente e sedutora, uma das
meninas me oferece uma xícara de café e eu aceito.
— Sr. Mitchell? O senhor pretende visitar a boate com mais
frequência? Acho que todas nós vamos querer conhecê-lo mais a fundo,
afinal, agora o senhor é o nosso chefe. — Uma negra muito linda chama a
minha atenção.
Seus lábios são carnudos e muito convidativos, devem ser excelentes
fazendo um boquete.
— Com toda certeza eu virei com mais frequência... Assim como eu
disse antes, quero conhecer a todas vocês sem precisar olhar os seus arquivos.
— Encaro a negra fixamente imaginando essa boca linda mamando o meu
pau. Puta merda!
Ela me dá um sorriso atrevido e as outras meninas se empolgam para
me fazerem perguntas, tento me descontrair um pouco mas logo me levanto
para continuar o que vim fazer aqui.
— Bom, meninas, não sei se foram informadas mas, pretendo fazer
algumas melhorias na boate, não será por agora pois tenho que planejar com
calma o que vou fazer, então se alguma de vocês tiverem alguma
recomendação a fazer, a hora é agora, Paulo vai ouvir a todas vocês e anotar
o que ele achar mais de acordo com as regras da casa... Fiquem a vontade
para mostrarem as novas acomodações dos seus novos colegas... Paulo!
Vamos continuar a inspeção nos cômodos de baixo, depois vamos lá para
cima... Com licença meninas. — Me retiro com Paulo e seguimos para os
quartos privados.
Fizemos a vistoria em todos os cômodos e levou mais tempo do que
eu desejava, mas tudo bem, hoje tirei o dia para dar atenção apenas a essa
boate, já passei nas outras ao logo dessa semana e já deixei tudo em ordem
sem nenhum problema em vista.
Passo também na suíte principal onde era usada por John e as garotas
com quem ele transava, parece que a última que passou por aqui foi
exatamente aquela com quem ele acabou de se casar, e teve logo de cara dois
filhos, acho que vou trocar de suíte, não quero correr o risco de me casar
também, isso é algo que não está nos meus planos nem agora é muito menos
no futuro, casamento não é para mim e nunca será.
— Algum problema com essa suíte, Sr. Mitchell? O senhor ficou
apreensivo de repente. — Paulo me encara atento e me pego encarando
fixamente aquela cama imensa a minha frente.
— Não Paulo, não há nenhum problema com a suíte, pelo contrário...
Vamos fazer desse quarto uma suíte Master para os nossos melhores clientes,
aqueles clientes especiais e bastante generosos... Eu vou ficar com a suíte que
vimos anteriormente, só precisamos fazer uma leve mudança e ela ficará
perfeita para mim. — Comento enquanto vou em direção a janela, essa suíte
tem uma bela Vista para uma piscina nos fundos da boate, meus funcionários
também precisam de um momento de laser além de trabalhar.
Termino o que tenho que fazer e me despeço de Paulo para ir embora,
já passa do meio dia e eu estou faminto então saio da boate indo para o meu
carro, mas antes de chegar no mesmo sinto falta do meu celular, não posso
ficar sem ele então me lembro que o deixei no escritório da boate.
Entro novamente no estabelecimento e sigo para o escritório, não há
ninguém na sala e imagino que as meninas estão na cozinha, pois o cheiro da
comida está ótimo, mas faço o que tenho que fazer e entro no escritório, pego
o meu celular e saio novamente mas antes de passar pela porta me deparo
com Tatiana e Joyce, as duas me encaram com um sorriso malicioso e eu
respiro fundo.
— Sr. Mitchell, queríamos conversar um pouco mais com você, tem
um tempinho para nós? — Elas entram me fazendo recuar e fecham a porta
na chave, sorrio satisfeito.
— Mas é claro meninas, fiquem a vontade para dizer e perguntar o
que quiserem... Sou todo ouvidos. — Vou em direção a poltrona e me sento
esperando por elas.
As mesmas se aproximam se sentando uma de cada lado me deixando
entre elas, seus sorrisos faceiros me dizem exatamente o que elas querem.
— E então? Porque não me dizem o que querem? Se preferirem
podem fazer também, eu não vou me incomodar. — Sorrio de lado
acariciando a perna da loira e encaro essa negra linda passando a mão pelo
meu peito.
— Isso era tudo que queríamos ouvir, Sr. Mitchell. — Tatiana pega a
minha mão subindo entre as suas pernas até tocar a sua intimidade.
Joyce segura o meu rosto e me beija com calma, um beijo suave e
prazeroso enquanto eu puxo a calcinha da loira para o lado, penetrando um
dedo nela, a mesma geme mas sinto suas mãos no meu cinto abrindo-o com
uma rapidez surpreendente, Joyce sem parar o beijo abre a minha camisa
deslizando a sua mão pelo meu peito.
— Adoro homens tatuados. — Ela diz terminando de abrir a minha
blusa e eu me viro para beijar Tatiana.
Elas são muito gostosas e não vou perder a chance de foder essas
duas.
— Tirem as roupas, as duas! Quero vê-las exatamente como vieram
ao mundo... Completamente nuas. — Ordeno enquanto tiro a minha camisa e
elas se levantam sorrindo, fazendo o que mandei.
Quando elas terminam de tirar as suas calcinhas já estou terminando
de tirar a minha calça junto com a cueca, me sento novamente e Joyce se
ajoelha entra as minhas pernas acariciando o meu pau, e Tatiana se senta ao
meu lado me puxando pela nuca, ela me beija com vontade e eu gemi na sua
boca quando sinto o meu pau sendo engolido pela boca veluda e macia de
Joyce. Acaricio os seios da loira e me inclino para chupar um deles, abro as
suas pernas para tocar a sua intimidade, mas ela se abaixa para chupar o meu
pau junto com a sua colega, porra elas são perfeitas no fazem, duas bocas me
chupando ao mesmo tempo é maravilhoso, mas quero come-las de uma vez.
Pego a minha carteira no bolso da calça e tiro dela uma camisinha,
entrego a elas e logo já estou pronto para meter nelas com força, e assim eu
faço. Me levanto colocando as duas de quarto na poltrona e meto primeiro na
loira enquanto masturbo a outra, as duas geme e rebolam para mim, depois de
alguns minutos metendo em Tatiana é a vez que comer a Joyce enquanto
masturbo a loira, estamos fazendo uma verdadeira orgia e eu adoro isso.
Passamos alguns longos minutos transando e logo faço uma gozar
antes de fazer a outra quase desmaiar por meter tão forte nela, se elas querem
me dar essas bocetas terão que se acostumar comigo.
As garotas já estão exaustas e eu ainda não gozei, coloco as duas de
joelhos na minha frente e tiro a camisinha me masturbando até gozar na boca
delas, as duas me chupam mamando o meu liquido feito duas esfomeadas,
isso foi delicioso, foi demais.
Depois da nossa transa dou uma quantia em dinheiro para as duas e
me visto para ir embora, me despeço delas as deixando ali se arrumando e
pego as minhas coisas saindo do escritório, satisfeito mas pensativo, porque
demorei tanto para gozar com essas duas e com a ruiva foi tão rápido? As três
são muito gostosas mas a ruiva, não sei o que dizer dela além de excepcional.
Tento me focar no que preciso fazer a seguir e encontro Paulo na sala,
o mesmo me encara confuso.
— Ainda por aqui senhor? Pensei que já tivesse... Ok! Eu já entendi,
essas duas descabeladas explica tudo. — Paulo me encara ainda surpreso mas
sorrir ao ver as garotas vindo do corredor arrumando os cabelos com um
largo sorriso no rosto.
— Foi um enorme prazer conversar com você, Sr. Mitchell...
Aguardaremos ansiosas para uma próxima conversa. — Tatiana abre ainda
mais o seu sorriso e eu apenas pisco para elas, lhes dando um pequeno
sorriso.
Elas seguem o seu trajeto para cozinha e eu encaro Paulo que balança
a cabeça negativamente.
— Essas garotas não perdem tempo... São mais espertas do que
parece. — Ele sorrir olhando na direção que elas foram mas me encara ainda
sorridente.
— Elas são espertas e muito habilidosas também, Paulo, isso é ótimo
para os nossos negócios... Bom, agora eu realmente vou indo, matei a minha
fome pelo sexo mas agora preciso matar a fome do meu estômago... Elas me
deixaram ainda mais faminto. — Ele gargalha enquanto me acompanha até a
porta, então saio da boate seguindo direto para casa.
Ainda tem outras garotas para eu conhecer de perto, mas farei isso em
outro momento, vou tirar o resto do dia de folga.
Capítulo 03
Marcelly
DUAS SEMANAS DEPOIS...

Já faz duas semanas desde que conheci o novo dono da boate, ele tem
vindo aqui com frequência mas as meninas estão fazendo fila para transarem
com ele, menos eu pois fui a primeira a sentir aquele homem gostoso e agora
preciso deixar as minhas colegas se divertirem também.
Estou com a minha agenda cheia para hoje e já estou no meu terceiro
programa, adoro passar por esses hotéis de luxo e ainda ganhar uma boa
grana no final, claro que uma porcentagem fica para boate e o acordo é
cinquenta por cento da boate e cinquenta por cento da garota, nunca vi uma
boate deixar as garotas com uma porcentagem tão alta, mas enfim, não
estamos em uma boate qualquer.
O Sr. Sarkozy vendeu a boate mas tudo continuou como estava, quer
dizer, teve uma grande melhora com a chegada dos garotos, eles estão se
dando bem e a boate agora tem quase o mesmo número de homens e
mulheres como frequentadores, eles são lindos e já percebi que Diego tem
algum interesse em mim, seus olhares e seu modo de falar comigo deixa isso
bem claro, ele é lindo mas fomos proibidas de nos envolver com os nossos
colegas de trabalho, o que é uma pena porque eu iria adorar beijar esse
loirinho lindo, Sandro e Talison também são uns gatos e eu ficaria com cada
um deles, ou todos eles ao mesmo tempo, eu não me importaria com isso, ter
dois homens me comendo enquanto eu chupo o outro, seria uma orgia
deliciosa.
Chego na boate depois de um sexo até que razoável, subo direto para
o quarto que divido com algumas das garotas e me troco, me arrumando para
o próximo cliente, eu já tomei um banho antes de sair do hotel então já estou
cheirosinha, pronta para agradar mais um cliente.
Depois de arrumada eu desço até o salão que ainda está bastante
cheio, já passa de uma da manhã e ainda tem cliente entrando na boate. Meu
percurso até o caixa para pegar a ficha do próximo cliente é bastante tensa,
alguns homens me param no caminho querendo o programa, mas aviso que já
estou ocupada, algumas mulheres me perguntam pelos garotos e só então
percebo que não há nenhum deles por aqui, com certeza eles estão ocupados
com os seus programas também.
Pego a ficha do cliente e sigo para saída da boate, mas no meu trajeto
esbarro em alguém que segura a minha cintura me puxando para o seu corpo.
— Onde vai com tanta pressa, ruivinha? Está ocupada? — Me deparo
com o meu chefe grudado em mim me encarando com aquele olhar sedutor.
— Sr. Mitchell... Me desculpa eu quase o derrubei... Eu estou saindo
para atender um cliente e não quero me atrasar, com licença senhor. — Me
solto dele sutilmente e me afasto saindo da boate.
Não gosto de deixar os meus clientes esperando, porque isso conta
ponto a meu favor e ainda quero ser a garota número um dessa boate, eu já
estou entre as mais procuradas mas eu quero me tornar a melhor.
Pego um táxi e sigo para casa do cliente, dou mais uma olhada na
ficha e só então percebo que vou atender um casal, Leonardo e Raquel, bom,
no sexo quando é pago vale tudo, então já penso em algumas ideias para
agradar ao casal, pelo que vejo na ficha essa é a segunda vez que eles pedem
os serviços da boate, e a garota que os atendeu recentemente foi Amanda, ela
deve ter curtido já que ela gosta de mulheres, eu não curto muito mas pelo
dinheiro, eu faço tudo.
Não escondo que sou ambiciosa, gosto muito de dinheiro e faço tudo
para tê-lo, menos prejudicar as pessoas, isso eu não faço com ninguém para
que não façam comigo, posso ser uma prostituta, mas eu tenho princípios,
conquisto tudo e a todos através de maneiras justas e é assim que eu quero ser
a melhor.
Alguns minutos depois e eu já estou tocando a campainha da casa
enquanto arrumo a minha roupa, e coloco um sorriso provocante no rosto, em
menos de um minuto uma mulher morena alta de olhos verdes muito bonita
abre a porta.
— Olá! Boa noite, eu sou a Marcelly e creio que estão esperando por
mim. — A encaro com o meu melhor sorriso e ela retribui me admirando de
cima a baixo.
— Boa noite! Marcelly, entra por favor! Eu e meu marido estávamos
ansiosos pela sua chegada. — Ela me cumprimenta com um beijo demorado
no rosto e me dá passagem para entrar, e assim o faço.
Um moreno lindo está em pé no meio da sala, mas quando me
aproximo ele vem me cumprimentar acompanhado de um belo sorriso.
— Seja muito bem vinda, Marcelly! Assim como a minha esposa,
você está muito linda... Tenho certeza de que o nosso momento será
incrível... Você foi uma escolha de Raquel e ela escolheu muito bem, ela tem
um ótimo gosto. — Ele me cumprimenta com um beijo no canto da boca e
sinto a sua esposa segurar a minha cintura por trás.
— Prometo honrar a sua escolha, Raquel... Vocês não vão se
arrepender por me escolherem. — Viro o meu rosto para encara-la e ela me
surpreende com um beijo feroz.
Retribuo ao seu beijo enquanto sinto suas mãos vagar pelo meu corpo,
sinto outros lábios macios se juntar ao nosso e logo Leonardo está me
beijando de forma intensa, agora ele me puxa para o seu corpo enquanto
devora a minha boca e sua esposa beija e chupa o meu pescoço, confesso que
está bem excitante. Passo as minhas mãos pelo seu peito e desço uma delas
até a sua ereção já volumosa dentro da calça.
— Não vamos perder tempo, vamos tirar logo essas roupas, eu estou
ansiosa para nossa diversão. — Sugere Raquel no meu ouvido então
interrompo o beijo com seu marido.
— Ótima ideia, Raquel... Porque não coloca uma música para
fazermos um pequeno show? Estou aqui para dar prazer aos dois e quero
começar com uma dança... Mas se preferirem podemos ir direto ao que
interessa, o sexo. — Encaro os dois com desejo pois estou mesmo curtindo
esse momento, os dois são muito lindos e de uma certa forma, estão me
excitando.
— Podemos ir com calma até chegar no sexo, queremos admirar você
um pouco mais... Você é muito bonita, Marcelly. — Raquel me encara com
desejo e morde o lábio inferior, lhe dou o meu melhor sorriso e ela mexe em
um controle remoto colocando uma música para nós.
Peço para que eles se acomodem no sofá a minha frente, enquanto
deixo a minha bolsa sobre o móvel, me viro para eles e começo a dançar
fazendo movimentos leves e sensuais, passo as minhas mãos pelo meu corpo,
jogo os cabelos e faço charme, olho para eles com desejo recebendo os seus
olhares intensos sob o meu corpo, começo a tirar calmamente a minha roupa,
peça por peça até ficar só de calcinha.
Me aproximo mais deles e me viro de costas rebolando de forma
suave e Raquel se levanta dançando junto comigo, tiro as suas roupas
calmamente enquanto ela acaricia o meu corpo e eu ainda me movo no ritmo
da música, ela se aproxima mais me puxando pela cintura e me beija com
calma, já estamos as duas completamente nuas então encaro o seu marido já
sem camisa e com a sua calca aberta, ele está se masturbando enquanto nos
admira juntas, ele tem um ótimo tamanho.
— Não fique aí só olhando... Se junte a nós, Leonardo. — Estendo a
mão para ele que termina de tirar a sua roupa ficando nu assim como nós.
— É excitante pra caralho ver vocês duas juntas... Estou ansioso para
senti-las em mim. — Ele se aproxima ainda se masturbando mas nos abraça
pela cintura nos puxando para o seu corpo.
Raquel o beija enquanto eu passo a minha língua pelo seu pescoço e
desço para o seu peito, seguro a sua ereção masturbando-o e me ajoelho
encarando o seu mastro, sua glande rosada faz a minha boca salivar então
passo a minha língua pela sua extremidade, ele geme na boca da esposa
enquanto o coloco na boca, chupando-o com vontade.
— Caramba... Ohhh que boca quente você tem, Marcelly... Está me
engolindo quase por inteiro. — Ele geme segurando os meus cabelos pela
nuca entrando mais rápido na minha boca.
Sem dizer nada Raquel se ajoelha ao meu lado, passando a sua língua
pela extremidade dele enquanto eu chupo apenas a sua glande sugando com
força, tiro ele da boca e Raquel o engole enquanto eu chupo as suas bolas, ele
geme, de repente ele se afasta e nos pega pela mão nos arrastando para algum
lugar, entramos em um quarto amplo e espaçoso com uma cama imensa.
Leonardo nos leva pra cama e me põe deitada se pondo sobre mim,
ele me beija ferozmente enquanto esfrega a sua ereção em mim, logo ele
deixa a minha boca e desce até os meus seios beijando, lambendo e chupando
cada um deles enquanto Raquel está sentada ao lado apenas olhando,
admirando e se excitando a cena a sua frente.
Leonardo continua descendo a sua boca pelo meu corpo e logo sinto
sua língua brincar na minha intimidade, está gostoso, sua língua é ágil e me
dá prazer, gemi rebolando na sua boca enquanto sinto as mãos de Raquel nos
meus seios, apertando e acariciando, ela geme me encarando com luxuria mas
está atenta as ações do marido, ela se inclina me beijando ferozmente, mas
logo devora os meus seios mordiscando os meus mamilos, prendendo-os
entre os seus lábios, me fazendo realmente delirar, era para eu estar dando
prazer a eles, mas são eles quem estão me dando.
— Eu quero foder vocês duas, quero sentir as duas gozando... Mas
primeiro vamos brincar um pouco mais. — Leonardo deixa a minha
intimidade e puxa Raquel deitando-a na cama já penetrando-a.
Raquel me puxa pela mão pedindo para eu me sentar no seu rosto e
assim o faço, ela geme enquanto me chupa de um jeito faminto, me fazendo
rebolar no seu rosto, estou realmente sentindo muito prazer nessa orgia e me
entrego ao prazer, sinto a língua quente de Leonardo nas minhas costas,
chupando a minha pele enquanto come a sua esposa, mas alguns minutos
depois e a minha vez de jogá-lo na cama e lhe dar prazer.
Pego uma camisinha sobre a mesinha de cabeceira e coloco nele,
enquanto Raquel se senta no rosto dele de frente para mim eu me sento na sua
ereção descendo lentamente, sentindo-o me preencher. Começo a cavalgar
nele e acaricio os seios de Raquel, ela geme com os seus olhos presos em
mim então lhe dou o mesmo prazer que ela me deu, beijo-a com intensidade
chupando a sua língua enquanto desço a minha mão até a sua intimidade,
masturbo-a com movimentos suaves tocando bem no seu ponto sensível,
fazendo ela gemer, desço a minha boca até os seus seios e sugo com vontade
sem diminuir os meus movimentos enquanto cavalgo nessa ereção robusta,
esse homem é gostoso, e sua mulher não fica atrás, não vou negar, estou
adorando o nosso sexo, estou tão excitada com os nossos gemidos que posso
gozar a qualquer momento, estamos os três gemendo escandalosamente mas
não nos importamos com isso. Sinto Leonardo latejar dentro de mim assim
como sinto o corpo de Raquel estremecer.
— Goza suas gostosas... Goza na minha boca amor! E você goza no
meu pau Marcelly! Vamos eu quero sentir vocês gozarem...! Porra eu vou
gozar logo então me obedeçam...! Gozam vai! — Ele ordena dando impulsos
entrando em mim mais forte e mais rápido.
— Eu vou gozar meu amor... Ohhh eu vou gozar... — Raquel geme
me puxando pelos cabelos me beijando mais uma vez.
Eu ainda toco a sua intimidade enquanto ela faz o mesmo comigo,
estamos nos masturbando enquanto seu marido me come e chupa ela.
— Isso... Isso... Ohhh delícia... Eu vou gozar... Goza Raquel... Enche
a boca do seu marido vai! Vamos gozar gostoso para ele... Vai! Vai Raquel!
Ohhh... — Gemi descontrolada sentindo Leonardo entrar fundo em mim e
Raquel me masturbar.
Não resisto e gozo sentindo Leonardo gozar em seguida latejando
forte dentro de mim, Raquel geme alto e seu corpo estremece assim como o
meu e ela goza na boca do marido, ele geme urrando enquanto chupa a sua
intimidade e ela me abraça desabando sobre os meus ombros, aos poucos
Leonardo para os seus movimentos, mas então Raquel se joga na cama e seu
marido faz o mesmo comigo.
— Fica de quatro Marcelly...! Eu ainda quero comer você. — Ordena
enquanto tira a sua camisinha e Raquel estende outra para ele.
— Insaciável... Eu gosto disso, ainda mais quando o sexo é tão bom.
— Divido a minha atenção entre o homem ainda de pau duro e a mulher
jogada na cama ainda ofegante.
Ela sorrir daquele jeito malicioso enquanto eu fico de quatro e logo
seu marido está me comendo novamente. Foram duas horas de puro prazer e
ainda recebi uma proposta para ficar mais uma hora, mas como ainda tenho
um último cliente eu tive que recusar a proposta, mas marcamos um segundo
encontro para ainda essa semana, eles gostaram bastante do nosso momento e
me descreveram como a melhor garota da boate, não preciso dizer o quanto
fiquei envaidecida com um elogio como esse, ganhei até um bônus generoso
e isso me deixou bastante satisfeita.
Depois de um banho gostoso a três eu saio da casa do casal e sigo de
volta para boate, estou me sentindo exausta mas ainda tenho o último cliente
para atender hoje.
Entro na boate encontrando algumas garotas no salão conversando
animadas com os clientes, não paro para falar com elas pois tenho uma dança
privada em vinte minutos, então subo para me arrumar.
Entro no corredor indo para o quarto, mas antes de entrar no mesmo
olho para o outro corredor e vejo o Sr. Mitchell sair da sua suíte com uma das
garotas, eles parecem empolgados, o que significa que se divertiram bastante,
mas talvez nem tanto quanto eu.
Entro no quarto sorrindo me lembrando do programa de alguns
minutos atrás, eu gostei daquele casal, foi a primeira vez que eu curtir tanto
uma transa envolvendo outra mulher, já cheguei a transar com dois homens
também e foi delicioso sentir os dois entrando em mim, me fodendo com
calma mas de um jeito muito prazeroso, me excito só de me lembrar.
Me arrumo rapidamente me vestindo de feiticeira, que foi uma
escolha do cliente, visto um hobby por cima da fantasia e saio do quarto
apressada, preciso preparar a sala privada antes do cliente chegar então desço
até o salão entrando rapidamente no corredor, a boate ainda está bem cheia e
vejo Diego no palco com algumas meninas, esse loiro é uma delícia e eu
estou louca para beijar aquela boquinha linda, mas infelizmente eu não posso.
Entro na sala privada e escolho uma música para dançar, estou me
sentindo exausta mas não posso deixar a desejar no meu trabalho, dou uma
olhada na ficha do cliente que já estava na bancada e vejo que se trata do
mesmo cliente da outra noite, um executivo de cinquenta e cinco anos, um
coroa com tudo em cima, ele adorou a minha dança e avisou que voltaria a
me procurar, não chegamos a transar mas depois de uma boa esfregada nele,
foi o suficiente para ganhar um presente generoso em dinheiro.
— Finalmente te encontrei... Está difícil falar com você hoje,
ruivinha. — Me assusto com a voz do Sr. Mitchell entrando na sala.
— Sr. Mitchell, não sabia que estava me procurando... Aconteceu
alguma coisa? É algo urgente? Paulo poderia ter me ligado ou... — O encaro
preocupada pensando ser alguma reclamação de cliente ou alguma
advertência, mas ele me interrompe.
— Ei! Relaxa! Não aconteceu nada... Eu queria te ver, era só isso. —
Ele se aproxima com aquele seu sorriso sedutor e aquele olhar penetrante me
prendendo nele. Porra de homem gostoso!
— Bom, já me viu, Sr. Mitchell... Deseja algo mais? — Pergunto
enquanto tiro o meu hobby exibindo a minha fantasia e ele me admira de
cima abaixo.
— Sim, eu desejo... Eu desejo você ruivinha... Vai dançar para mim
hoje, Marcelly? Você dança de um jeito único... Seus movimentos
hipnotizam a qualquer um. — Ele me encara com desejo e confesso que
quero muito estar com esse homem novamente, mas hoje eu não consigo,
estou acabada.
— Eu terei o maior prazer em dançar para você novamente, Sr.
Mitchell... Mas antes preciso confirmar o pagamento pela dança... É só a
dança que você vai querer? — Retribuo ao seu olhar intenso e ele se
aproxima tocando o meu rosto, tentando me puxar pela nuca mas eu me
afasto.
— Mas é claro que eu não quero só a dança, quero transar com você
como da outra vez, mas quero que seja com calma, na minha suíte... Já estou
com saudades de sentir essa bocetinha gostosa... Como a sua ainda não senti
igual. — Ele me puxa pela cintura apertando e apalpando o meu corpo e isso
me deixa tensa.
— Eu faço o que você quiser, Sr. Mitchell, desde que pague pelo
programa... Sem o pagamento eu sinto muito, mas não vou atendê-lo. — Me
solto do seu aperto me sentindo trêmula como nunca estive antes, ele me
encara confuso.
— As outras meninas não me cobraram para transar com elas... Elas
vieram até a mim de graça. — Ele me encara sério e diria até mesmo irritado,
mas isso não me intimida.
— Eu não sou as outras meninas, Sr. Mitchell, eu não faço caridade
então se quiser transar comigo terá que pagar como qualquer outro cliente...
Se não concordar com isso eu peço licença, pois tenho um cliente para
atender agora. — Sustento o seu olhar sério e o vejo trincar o maxilar me
encarando furioso.
— O que tem de gostosa tem de atrevida, nenhuma mulher me rejeita
dessa maneira...! Atenda o seu cliente, não quero que fique no prejuízo por
minha causa. — Ainda com aquele olhar intenso e furioso ele sai da sala
privada me deixando aqui de pernas bambas.
— Cretino gostoso, não vai me comer de graça só porque é o meu
chefe... Não sou uma prostituta qualquer, estou nessa vida pelo dinheiro e não
vou transar de graça com ninguém, nem mesmo com esse Deus grego do meu
chefe. — Digo para mim mesma pensativa me lembrando do seu olhar
intenso e furioso.
Balanço a cabeça negativamente tentando espantar essa tensão
estranha que ficou no ar, a maneira como ele me olha me estremece, sei que
ele quer me dominar como faz com as outras, mas ele não vai conseguir, não
sou uma mulher qualquer, sou Marcelly Alencar e sou única.
Poucos minutos depois o meu cliente entra e eu lhe dou toda a atenção
desejada e um pouco mais, quero que ele seja generoso comigo como foi
antes, e sei que será então faço o meu melhor, mas diferente do outro dia ele
me faz uma proposta que eu já esperava, ele coloca na minha mão uma boa
quantia em dinheiro para transamos, e é claro que eu aceito.
Já estou com a boceta ardendo de tanto transar e esse coroa e bem
mais viril do que eu imaginei, o cara mete bem apesar da aparência de
homem tranquilo e carinhoso, claro que não foi nada agressivo mas ele tem
uma pegada forte, e eu já estou no bagaço, estou morta de cansaço.
Terminamos o atendimento e ele se despede me dando um agrado a
mais para satisfazer a sua próxima fantasia, ele quer que eu me vista de
egípcia no nosso próximo encontro e o alertei que estamos em falta dessa
fantasia, mas rapidamente ele resolve esse problema com algumas notas a
mais de cem reais, sorrio satisfeita e o levo até a porta vestindo apenas o meu
hobby e nada mais por baixo, em seguida pego a fantasia espalhada pelo chão
e a camisinha para jogar no lixo.
Subo de volta para o quarto já triste e desanimada de tanto transar, em
algumas transas até que são prazerosas mas em outras são incômodas, como
por exemplo quando a vagina já está sensível e inchada pelas inúmeras
penetrações, sexo é bom e pagando melhor ainda, mas tudo tem o seu limite,
não é fácil fazer cinco programas em um só dia, minha vaidade custa caro e
os remédios de diabetes dos meus pais também, amanhã é minha folga e
preciso de um bom dinheiro para levar para eles, já estou com as receitas dos
remédios em mãos então, vou levar os remédios e o dinheiro das despesas.
Meus pais sabem o que eu faço e não foi fácil ter a aprovação deles
para continuar nessa vida, eles não podem mais trabalhar e depois de serem
abandonados pelos próprios filhos de sangue em um asilo, eu os tirei de lá e
estou sustentando-os, a aposentadoria deles foram bloqueadas pois
descobriram que era um dos filhos quem estava recebendo os pagamentos,
apenas essa semana eu descobri que alguém denunciou esse fato e eu achei
bem feito.
Não deixo os meus pais darem o meu dinheiro a eles, por isso
controlo tudo, eu mesma faço as compras de casa, pago as contas e compro
os remédios, deixo com eles apenas o suficiente para eles se virarem durante
a semana até eu voltar e dar mais dinheiro a eles, e assim estamos todos
tranquilos e meus pais são muito gratos a mim por cuidar tão bem deles.
Não são meus pais de sangue mas são os meus pais do coração, e são
os melhores pais do mundo, nunca me deixaram faltar amor e carinho mesmo
depois de descobrirem o que eu faço, minha irmã tentou me deixar mal diante
deles mas foi ela e o irmão quem se deram mal, sou considerada a melhor
filha do mundo e essa é a minha maior felicidade.
Capítulo 04
Marcelly
Depois de um banho demorado eu visto um conjunto de lingerie e me
jogo na cama, estou exausta, eu preciso descansar um pouco e rapidamente
pego no sono e nem vejo a hora que as meninas entram, quero ter o sono que
eu mereço então me entrego ao sono.
Dormi tranquilamente e acordei já com o dia claro, sentindo um
carinho gostoso no rosto e abro lentamente os meus olhos, me deparo com
Diego sentado á beira da cama me encarando com um sorriso lindo.
— Bom dia bela adormecida! Já são quase dez da manhã e as meninas
estão te esperando para tomar café, a maioria delas acordaram a pouco tempo
e estão sentindo a sua falta... A sua noite foi bem puxada ontem, eu quase não
te vi. — Ele acaricia o meu rosto e eu abro o meu melhor sorriso para ele
achando fofo o seu carinho no meu rosto.
— Verdade, a minha noite foi muito puxada, mas eu não deveria ter
dormido tanto... Ainda tenho que ir ver os meus pais, já tem três dias que não
os vejo e não gosto de ficar tanto tempo longe. — Me levanto e meu hobby se
abre deixando os meus seios a mostra, mas rapidamente o fecho novamente
ao sentir seus olhos fixos em mim.
— Porra você tem um corpo perfeito... Deixa as mulheres com inveja
e os homens loucos para ter você... Você é tão linda, Marcelly, é uma pena o
chefe ter nos proibido de nos envolver entre nós... Eu estou louco para beijar
você, ruivinha. — Diego se aproxima me encarando com desejo e eu ofego
desejando ardentemente transar com ele, mas não posso correr o risco de
perder a minha vaga aqui na boate.
— Realmente é uma pena, Diego... Eu também iria adorar lamber esse
tanquinho que você tem nesse abdômen, mas não posso descumprir as regras
ou estarei fora da boate, e eu não quero isso... Se conforme em apenas me
admirar querido, isso é de graça e não nos coloca em risco, ok? Vou tomar
um banho e encontro vocês lá em baixo. — Abro um sorriso malicioso e ele
morde o lábio inferior me encarando intensamente, mas suspira frustrado
enquanto vou para o banheiro.
— Isso é injusto... Ter uma mulher tão linda e tão gostosa na minha
frente e não poder fazer nada, é cruel. — Ele reclama enquanto entro no
banheiro sorrindo e tranco a porta, porque se ele resolver entrar aqui, com
toda certeza eu vou cair em tentação.
Tomo um banho pouco demorado e logo saio do banheiro enrolada
em uma toalha, mas quando entro no quarto me deparo com o Sr. Mitchell
andando pelo quarto, olhando tudo, todas as camas estão arrumadas menos a
minha, já que acabei de acordar.
— Está procurando por alguém, Sr. Mitchell? Posso ajudá-lo em
algo? — Chamo a sua atenção enquanto sigo para minha cama e mexo nas
minhas gavetas, procurando uma roupa para vestir.
— Bom dia, Marcelly! Não sabia que ainda tinha gente no quarto...
Estou pensando em colocar armários novos nos quartos para vocês terem
mais espaço para as suas coisas... Essa é uma das reclamações das suas
colegas. — Ele diz enquanto eu tiro a toalha do meu corpo ainda de costas
para ele, e me inclino para vestir a minha calcinha, sinto o seu olhar sob o
meu corpo.
— Olhando por esse lado eu concordo com elas... Mais armários seria
ótimo, assim não disputaríamos os armários como disputamos os clientes...
Tem sempre um melhor que o outro. — Comento enquanto me viro para
encará-lo, seus olhos estão nos meus seios nus, então visto o meu sutiã e ele
me encara atento.
— A sua noite ontem foi bem longa, mas você parecia ter gostado
bastante... Aconteceu algo de interessante? — Ele se aproxima lentamente de
mim com as mãos nos bolsos e os seus olhos vidrados no meu corpo,
enquanto me visto calmamente.
— Sexo é muito bom e eu adoro, principalmente quando tem dinheiro
envolvido... Tudo fica mais prazeroso, mas confesso que... Ontem eu tive um
programa bastante agradável com um casal, a esposa do cliente gostou
bastante do meu corpo... Ela chupa uma boceta tão bem quanto o marido. —
O encaro fixamente, mas desvio para a sua boca entre aberta, seu olhar sob
mim é intenso e penetrante.
— Eu não sabia que você curtia tanto assim o sexo com outra
mulher... Você consegue me surpreender a cada vez que falo com você,
garota. — Ele se aproxima mais e sentir o seu perfume assim de tão perto, me
deixa tensa e ofegante.
— Não curto sexo com mulher, mas na minha profissão eu tenho que
agradar a todos... Mas pela primeira vez eu gostei muito de estar com uma
mulher, experimentar novas sensações é sempre muito bom... O senhor não
acha, Sr. Mitchell? — Ele continua se aproximando e eu me afasto batendo as
minhas costas na cômoda.
— Concordo, pelo visto temos muito em comum... Será que temos o
mesmo desejo em comum também? — Ramon Mitchell continua se
aproximando me encarando de um jeito tão intenso que me estremeço.
Sinto sua mão na minha cintura me puxando para o seu corpo e minha
respiração pesa ainda mais que antes.
— Me desculpe mas... Eu... Eu preciso ir e estou atrasa... — Gaguejo
tentando sair do seu aperto, mas ele me interrompe avançando na minha
boca.
Porra ele tem um beijo maravilhoso e eu não consigo resistir, suas
mãos me apertam com posse me puxando mais para o seu corpo, uma de suas
mãos vai para minha bunda.
— Eu quero você ruivinha... Porra eu preciso sentir você de novo...
Eu pago o que você quiser, mas eu quero você. — Ele geme as palavras entre
os beijos então me solto dele ofegante, me sentindo zonza de desejo.
— Tudo bem... É... Eu vou te atender, Sr. Mitchell, mas não agora...
Me desculpe, mas eu preciso ir ver os meus pais e mais tarde eu... — Pego a
minha bolsa sobre a cama e vou em direção a porta arrumando os meus
cabelos, mas ele me puxa pelo braço me fazendo voltar contra o seu corpo.
— Mais tarde não! Eu quero você agora! Nesse instante. — Ele me
beija mais uma vez e sinto que estou derretendo em seus braços, mas não
posso deixá-lo me dominar.
— Me desculpe Sr. Mitchell, mas hoje é minha folga... Ainda não me
recuperei dos programas de ontem e não vou conseguir fazer o meu melhor
desempenho com você... Amanhã eu o atendo na hora que quiser e onde
quiser, mas hoje não...! Sinto muito, mas eu preciso descansar e hoje é o
único dia que eu tenho para fazer isso... Com licença senhor. — Me apresso
para sair do quarto sentindo a minha intimidade latejar de desejo, mas ela
ainda está inchada e ardendo, preciso dar um descansa a ela.
— Mas que porra! Como ela consegue ser tão escorregadia? — Ouço
ele esbraveja enquanto me afasto da porta e desço apressada para sair dali.
Dou uma passada rápida na cozinha para ver as meninas e aviso que
estou indo pra casa, hoje é o meu dia de ficar com os meus pais e Keila se
adianta aproveitando a minha companhia, hoje também é a folga dela e seus
pais não moram muito longe dos meus.
Saímos da boate conversando empolgadas e chamamos um Uber,
dividimos a corrida e primeiro eu fiquei na casa dos meus pais e ela seguiu
para casa dos seus. Passo em uma farmácia antes e compro os remédios deles
antes de seguir para casa, por causa das madrugadas em claro atendendo aos
clientes, eu nunca consigo parar em casa, meus pais sentem a minha falta e eu
a falta deles, mas eles respeitam a minha decisão de continuar na boate.
A Pleasure House fica no centro da cidade e meus pais moram bem
afastados do centro, eu gasto uma hora e quinze minutos para chegar em casa
e não conseguiria voltar todos os dias atendendo aos clientes até tarde da
madrugada, não gosto de deixar os meus pais sozinhos mas eles são bem
compreensivos comigo.
Meus irmãos só apareciam aqui quando queriam dinheiro, mas depois
que as aposentadorias dos meus pais foram bloqueadas eles nunca mais
apareceram, praticamente abandonaram os nossos pais, mas antes eles
tiveram que ouvir poucas e boas de mim.
Da última vez que apareceram aqui, Júlio e Betina tiveram a cara de
pau de me pedir dinheiro, mesmo depois de me humilharem tentando me
deixar mal com os nossos pais, mas não tenho papas na língua e não sou
mulher de lavrar desaforos pra casa, joguei na cara deles tudo que estava
entalado na garganta e os coloquei para fora de casa a vassouradas, os dois já
são casados e tem suas famílias mas ninguém cuida dos meus pais como eu,
me considero mais filha do que aqueles malditos miseráveis.
Assim que chego no portão de casa vejo minha mãe no Jardim
cuidando das suas flores penduradas em uma grade de madeira.
— Mamãe! Bênção. — Chamo por ela enquanto entro no quintal e ela
me dá aquele seu sorriso lindo.
— Filha! Deus te abençoe querida, que bom que veio eu já estava
com saudades de você... Seu pai passou a noite inteira falando em você
ontem, ele quer te vê querida. — Me aproximo recebendo um abraço
apertado antes de acariciar o meu rosto.
— Eu também estava com saudades, mamãe, vamos lá ver o papai, eu
ainda tenho que ir no mercado comprar algumas coisas que não conseguimos
comprar na semana passada. — Abraço-a guiando-a para dentro de casa.
— Mas não está faltando nada, filha, a geladeira e a despensa estão
cheias, você não tem que gastar com mais nada... Você está guardando o seu
dinheiro como nós pedimos? Você precisa garantir o seu futuro minha filha,
não quero pensar que podemos partir dessa vida de uma hora para outra e
deixarmos você sozinha nessa vida... Eu quero ver você bem, Celly, pensa
um pouco mais em você minha filha? — Questiona me encarando apreensiva
deixando o meu coração apertado.
— Eu não posso nem pensar em perder você e o papai, mamãe, não
fala uma coisa dessas nem de brincadeira, por favor...? Enquanto eu puder eu
farei tudo por vocês, não quero pensar em mim agora porque primeiro quero
ver vocês bem, felizes e tranquilos... Sei muito bem que andam chorando por
quem não merece e isso me corta o coração... Aqueles ingratos não merecem
as lágrimas de vocês, mamãe. — Paro no meio da sala encarando-a atenta e
vejo seus olhos já marejados, mas ela tenta ao máximo não deixar suas
lágrimas caírem.
— Eu sei que você está certa querida, mas ainda assim eles são os
meus filhos e eu sinto falta deles... Seu pai não gosta de admitir, mas ele
também está sofrendo pela distância deles e você também não para em casa,
esse seu trabalho está consumindo todo o seu tempo Celly, estamos pensando
seriamente em nós mudar só para ficarmos mais perto de você. — Diz em um
tom choroso fazendo o meu coração se despedaçar a cada batida.
— Me perdoa mamãe? Eu juro que queria passar mais tempo com
vocês, mas não dá... Eu vou tentar conseguir uma casa para levar vocês para
ficarem mais perto de mim, se isso for o que vocês querem eu faço isso por
vocês, mas eu ainda não posso sair da boate... Em nenhum outro lugar eu vou
conseguir um emprego que me ajude a sustentar essa casa como eu faço
agora... Pagar aluguel, comprar os remédios, arcar com as despesas da casa e
os meus gastos pessoais... Eu quero vocês perto de mim, mas eu não posso
deixar o meu trabalho, você entende mamãe? — Explico com lágrimas nos
olhos me segurando para não chorar, me sinto culpada por estar longe deles,
mas eu faço o que posso por eles.
— Mas é claro que nós entendemos querida, dos nossos filhos você é
a única quem está lutando por nós, mesmo não tendo o nosso sangue você é a
única a nos dar valor e isso não tem preço... Criamos os nossos filhos para
nós dar orgulho, para terem um futuro digno e brilhante, mas eles foram os
primeiros a nos dar as costas... Mesmo sendo criticada e julgada você nunca
nos abandonou, e é por isso que te amamos tanto... Sentimos muito a sua
falta, mas entendemos e aceitamos as suas escolhas, pelo menos a gente se vê
uma ou duas vezes na semana... Aqueles ingratos não aparecem por aqui a
mais de um ano, nem os meus netos eles não nos deixa ver... E é isso que nos
deixa tão tristes. — Meu pai aparece na sala vindo na nossa direção e eu me
apresso para abraçá-lo.
— Bênção papai! — Peço a bênção ainda abraçada a ele.
— Que Deus te abençoe minha filha... Que Deus te proteja e te dê a
felicidade que você tanto merece por ser essa menina tão doce, tão generosa e
amorosa com os seus velhos pais. — Ele me aperta em seus braços beijando o
alto da minha cabeça.
— Amém papai, que Deus te ouça... Mas vamos voltar ao assunto
anterior, vocês gostariam de se mudar para uma casa melhor? Mais perto de
mim? — Me afasto brevemente o encarando atenta e ele encara minha mãe.
— Filha, eu vou deixar essa decisão para sua mãe, o que ela decidir é
o que eu quero... Não queríamos te dar trabalho para você nos tirar daqui,
mas se é o que vocês querem e você acha que consegue, então a decisão é de
vocês. — Seu tom de voz é confiante e minha mãe abre um largo sorriso,
aquele sorriso que eu desejo ver sempre que estou com eles.
— Posso começar a procurar outra casa, mamãe? Você quer sair
daqui para ficar mais perto de mim? — Pergunto estendendo a mão para ela
que vem nos abraçar.
— Sim filha, se você concorda com isso, então nós vamos ficar mais
perto de você querida. — Mais uma vez ela me dar um lindo sorriso, e eu
abraço-a forte satisfeita com a sua decisão.
— Amanhã mesmo eu vou começar a procurar uma casa nova para
nós, mamãe, vou pedir ajuda as meninas e sei que vou conseguir encontrar
algo logo. — Me empolgo, feliz por poder passar mais tempo com os meus
pais, vou me esforçar ao máximo para dar mais atenção a eles, pois eles
merecem.
Fomos para cozinha conversar um pouco enquanto minha mãe
prepara o nosso almoço, ajudo-a com algumas coisas e logo o nosso almoço
está servido, almoçamos entre uma conversa e outra e minha mãe me conta
como foi os dias deles enquanto estive fora, eu não tenho muito o quê contar
a eles e sei que eles não iriam gostar de saber que passei a noite inteira
transando com estranhos.
Depois do nosso almoço mamãe me serviu um pedaço generoso de
pudim, é a minha sobremesa favorita e ela sempre faz quando eu peço, ela
cozinha muito bem e eu amo o seu tempero, tudo que ela faz é com amor, o
único amor que conheço em toda a minha vida.
Meus pais biológicos morreram quando eu era pequena, minha mãe
estava grávida e meu pai estava levando-a para maternidade quando foram
assaltados e meu pai reagiu, percebendo que o meu pai poderia ser morto
minha mãe tentou ajuda-lo, mas os dois acabaram baleados e meu pai morreu
na hora, minha mãe ainda foi socorrida, mas ela não resistiu pela demora que
teve no parto, minha irmãzinha nasceu morta infelizmente.
Eu tinha apenas seis anos na época e os nossos vizinhos acabaram me
pegando para criar, não fui bem aceita pelos meus novos irmãos, mas os
meus novos pais sempre me trataram com muito amor e carinho, e eu sempre
procurei respeitá-los acima de tudo como eles sempre me ensinaram, ao
contrário dos meus irmãos. Eu recebi a mesma criação que eles mas nem
parece que fomos criados pelas mesmas pessoas, isso sim é um fato
lamentável.
Passei uma tarde muito animada e agradável com os meus pais, no
início da noite quando falei que já estava de saída, minha mãe me encarou
com aquele seu olhar pidão e eu não resisti, não vou trabalhar hoje então
resolvo dormir com eles e só voltar para boate amanhã, assim eu não caio em
tentação com o meu chefe ou com aquele gostoso do Diego, ambos mexem
comigo, mas nenhum homem me fez estremecer como o meu chefe, droga!
Porque ele tinha que ser o meu chefe? Não podia ser um cliente como todos
os outros? Que contrata os meus serviços uma vez ou outra ao invés de me
cercar pela boate me deixando excitada daquele jeito?
O Sr. Mitchell tem um beijo tão bom, seus lábios são tão macios, mas
o seu beijo é forte e intenso, ele tem uma pegada que ainda não senti com
ninguém, ele conseguiu me desestabilizar com aquele seu beijo, me deixou
excitada e com dificuldade para resistir, não quero resistir a ele, mas também
não vou ficar transando com ele de graça como as outras meninas, não
escondo que sou ambiciosa, sem falar que quando chegar garotas novas na
Pleasure House ou nas outras boates, ele vai me dispensar sem pensar duas
vezes e quem vai ficar no prejuízo e de bolso vazio serei eu, eu pego, mas
não me apego, primeiro eu penso em mim e nos meus pais e o resto é resto.
Me acomodo na minha cama ali no meu quarto, pensando em onde
começar a procurar uma casa nova para os meus pais, não vou conseguir
bancar uma casa no centro pois tudo ali é caro, o padrão de vida ali é outro e
mesmo os meus pais merecendo muito, não sei se vou conseguir uma casa ali
no centro, bom, vamos ver o que eu consigo e onde vou conseguir, agora eu
só quero descansar e deixar para pensar nisso amanhã com calma.
Me entrego ao sono rapidamente tamanho é o meu cansaço, ainda não
era nove da noite quando me deitei e logo dormir, ouvi o meu celular tocar no
meio da noite mas não me importei, as meninas sabem que vou ficar por aqui
hoje e assim elas não ficam preocupadas por eu não aparecer.

Na manhã seguinte eu acordo com um cheirinho bom de café e um


carinho gostoso no rosto.
— Querida! Acorda meu amor...? Já são nove horas da manhã e você
precisa se alimentar. — Sua voz carinhosa faz um sorriso bobo surgir em
meu rosto e eu bocejo me espreguiçando, como é bom acordar na minha
cama, na minha casa. — Bom dia filha, o seu pai está nos esperando na mesa
do café, ainda não comemos esperando você acordar, mas se eu não viesse
até aqui, provavelmente você só acordaria na hora do almoço. — Ela acaricia
o meu rosto com ternura então me sento abraçando-a.
— Bom dia mamãe! Me desculpe por acordar tão tarde, mas acordar
na minha cama com esse carinho logo cedo, é bom demais... Eu sinto muita
falta disso nos dias que passo longe. — Comento ainda abraçada a ela que me
enche de beijos.
— Então vamos aproveitar um pouco mais enquanto você ainda está
aqui, levante-se e toma um banho para despertar, vamos estar te esperando na
mesa, está bem? Não demora querida. — Ela se levanta empolgada e eu faço
o mesmo, lhe dou um beijo demorado e vou tomar o meu banho.
Não demoro muito, pois eles já devem estar famintos por esperarem a
minha boa vontade de acordar, por mim eu dormiria pelo resto do dia mas eu
preciso voltar ao trabalho.
Depois do banho eu me visto com uma roupa confortável e corro pra
mesa, estou faminta e meus pais também, então tomamos o nosso café da
manhã. A mesa está linda e as delícias que minha mãe preparou estão
deliciosas, sinto vontade de ficar um pouco mais, não tenho nada para fazer
na boate agora pela manhã, já fui no salão ontem e fiz as unhas, depilação,
massagem e cabelo, bom, o cabelo não adianta fazer todo dia pois durante o
sexo o couro cabeludo fica suado, e consequentemente temos que levar o
cabelo com frequência.
Antes do almoço fui ao mercado e comprei mais algumas coisas
mesmo minha mãe dizendo que não precisava, não gosto que falte nem
mesmo um sabonete para eles. Entreguei a eles uma pequena quantia em
dinheiro para eles se virarem até eu voltar, vou ter que economizar um pouco
mais agora para tirá-los desse lugar, esse bairro é muito afastado de tudo, até
o hospital fica longe e sei que perto de mim eles terão mais acesso a tudo, o
plano de saúde deles está em dia mas nessa área são poucas as clínicas que o
aceitam, e fora daqui eles terão uma atenção melhor na saúde, espero
conseguir tirá-los daqui o quanto antes.
Capítulo 05
Ramon
Eu não acredito que aquela garota me dispensou pela segunda vez,
porra ela estava vestida de feiticeira ontem e ela realmente me enfeitiçou, eu
fiquei louco para fodê-la com força, mas vê-la nua enquanto se trocava foi a
minha perdição, se ela não tivesse saído naquele momento eu teria comido
ela ali mesmo no quarto das meninas, mas ela escorregou das minhas garras e
desapareceu, ela passou o dia inteiro fora e a noite também, procurei por ela
no salão mas não a encontrei, só então me lembrei que é folga dela e
provavelmente ela ficará com a família.
No dia seguinte cheguei na boate cedo para acompanhar a pequena
reforma que estamos fazendo em alguns ambientes, mais uma vez procurei
por aquela ruiva atrevida e ela não estava, ela não aparece na boate desde
ontem mas estou me perguntando o porquê estou tão interessado nela?
Simples! Porque ela é uma das garotas mais gostosas que já comi até agora e
quero muito comer de novo, mas a filha da mãe me rejeitou como nenhuma
outra mulher fez antes, como isso é possível?
Está certo que ela quer receber para transar comigo, mas me deixar de
pau duro e sair sem me dar o que eu queria foi uma afronta, quem essa garota
pensa que é para me rejeitar daquela maneira? Filha da mãe! Está
consumindo os meus pensamentos pela raiva que ela me fez sentir, mas
também pelo desejo de estar novamente dentro dela, mas a diaba conseguiu
se esquivar de mim. Já tomei algumas doses de uísque e já transei com duas
garotas e nada do meu tesão passar.
Hoje eu cheguei na boate mais tarde com os clientes já se divertindo
como todas as noites, e Marcelly não está na boate, ela já havia saído para um
programa e quando chegou ela foi direto para o palco, fiquei apenas
admirando-a de longe mas logo ela saiu novamente e até agora não voltou,
estou irritado por não conseguir o que eu quero.
Antes dessa boate passar para as minhas mãos já tinha um tempo que
eu não vinha aqui, mas a última vez que estive nesse lugar como cliente, essa
ruiva ainda não estava aqui, Paulo disse que ela já trabalhou em algumas
outras boates mas não deve ser nenhuma na qual eu já frequentei, e não foram
poucas, se eu a tivesse encontrado antes não iria me esquecer de uma mulher
tão gostosa, tem sempre uma que chama mais a minha atenção, mas como
Marcelly ainda estou para conhecer.
Essa mulher é atrevida e me afronta como nenhuma outra fez antes, e
isso me irrita, ela realmente exigiu que eu pagasse pelo programa como
nenhuma outra me cobrou antes, claro que eu sempre pego pelos programas,
mas elas nunca me cobraram por isso, elas só querem estar comigo e eu pago
para dar a elas o que querem, mas essa Marcelly não é como as outras, e é
exatamente por isso que quero tê-la novamente, quero acabar com essa sua
marra de ficar me evitando e me afrontando daquela maneira.
Ouço um alvoroço de homens gritando e assobiando e olho em
direção ao palco, lá está ela dançando com um sorriso sexy no rosto vestida
tão provocante como ainda não tinha visto, porra ela está muito gostosa, ela
dança com tanta sensualidade, o seu corpo é perfeito e me deixa louco só em
admirá-la, mas de repente Diego e Talison entram no palco dançando ao lado
dela, deixando as mulheres e muitos homens loucos.
Uma coisa me chama atenção, Talison e Diego a encaram com desejo,
eles tocam nela com posse como se estivessem disputando a sua atenção, eu
não acredito nisso, mas que filhos da mãe! Eu avisei que não queria
envolvimento entre eles e pelo visto as minhas ordens não estão sendo
cumpridas.
Os encaro atento pois vejo que algo está acontecendo, Marcelly
parece inquieta e os garotos parecem irritados.
— Tire as mãos dela seu filho mãe! Não quero você tocando nela
assim, ouviu bem? — Esbraveja Diego empurrando Talison que o empurra de
volta.
Merda! Era isso que eu queria evitar ao proibir relacionamentos
dentro da minha boate.
— Quem é você para me dizer o que eu posso ou não fazer? Se manda
daqui seu merda, você está sobrando! — Vejo uma confusão se armar no
palco e me apresso para chegar até eles.
— Parem com isso vocês dois! Vocês ficaram malucos? É só uma
dança! — Marcelly tenta empurrar Diego o afastando de Talison e vejo
alguns clientes os encarando confusos.
Me aproximo do palco e ela me encara apreensiva, acho que já
imaginando o que vai acontecer, não vou permitir esse tipo de confusão na
minha boate.
— Eu quero os três no meu escritório, agora! Se eu passar por aquela
porta e não ver os três entrando logo atrás, estarão os três na rua! — Alerto
em um tom firme os encarando furioso, então me viro saindo dali.
Não vou deixar que manchem a imagem da minha boate com brigas
desnecessárias, eu fui bem claro quando disse que não queria meus
funcionários se envolvendo entre si, e era justamente para evitar esse tipo de
coisa.
Entro no escritório e assim que me aproximo da minha mesa eles
entram logo atrás, me viro os encarando indiferente.
— Quando vocês entraram nessa boate, eu deixei bem claro que não
queria vocês se envolvendo com ninguém aqui dentro, e vocês
concordaram... Quer namorar faça isso fora da minha boate! E de preferência
com quem não conhece o trabalho de vocês, eu impus essa regra justamente
para evitar uma cena patética como aquela no palco na frente de todos os
nossos clientes! Eu não os trouxe aqui para fazerem uma ceninha ridícula
como aquela, então vocês tem duas opções...! Ou eu coloco ela na rua, ou
vocês dão o fora da minha boate, agora! E então? Estou esperando uma
decisão de vocês. — Esbravejo alterado os encarando furioso e vejo Marcelly
ficar mais pálida que um papel.
— Não! Por favor eu não posso sair daqui...? Sr. Mitchell eu não me
envolvi com nenhum deles eu juro! Eu não posso sair da boate os meus pais
dependem do dinheiro que eu ganho aqui, por favor? Eu não fiz nada de
errado, não me mande embora...? Por favor? Me deixa ficar? — Implora
aflita me encarando apavorada, mas ela tinha que ter pensado nisso antes. —
Vamos seus idiotas! Diz a verdade ao Sr. Mitchell! Eu não vou perder a
minha vaga na boate por causa de vocês seus filhos da puta...! Eu não me
envolvi com nenhum deles eu não posso perder a minha vaga por uma coisa
que eu não fiz! Eu não descumprir nenhuma regra droga! — Marcelly
esbraveja irritada e dá um tapa na cara de cada um deles, me surpreendendo
com a sua atitude. Além de atrevida também é brava!
— Ela está falando a verdade, Sr. Ramon, não nos envolvemos com
ela... Mas foi só porque ela não quis, essa garota só pensa em dinheiro e pelo
dinheiro ela foi capaz de dispensar um cara como eu, é interesseira demais
para enxergar o que está perdendo. — Confessa Diego a encarando frustrado
assim como Talison.
— É o dinheiro que paga as minhas contas e sustenta a mim e aos
meus pais! Não vou colocar tudo isso em jogo por uma transa com um cara
mimado que acha que pode tudo...! Eu vivo pelo dinheiro, não vivo pelo sexo
e nunca escondi isso de ninguém! Quem garante o meu sustento é o dinheiro
e não um romancezinho qualquer com um inútil feito vocês! — Ela esbraveja
alterada me surpreendendo ainda mais com a sua declaração em meio a fúria,
então ela não pensa em romance, isso é um ponto a seu favor.
— Entre vocês três, me parece que a garota é a única pessoa com a
cabeça no lugar, mas mesmo assim ainda temos um problema para resolver,
Marcelly está cumprindo a risca as normas da casa, mas por outro lado vocês
dois estão querendo se matar por ela... Infelizmente eu terei que tirar alguém
daqui, então ou eu tiro ela, ou eu tiro vocês e assim os meus problemas e o de
vocês terminam por aqui... O que eu devo fazer, Talison? Eu quero ouvir uma
posição sua já que não disse nada até agora. — Me aproximo deles os
encarando atento e os vejo respirar fundo.
— Como Diego mesmo disse, senhor, ela não teve culpa de nada, o
único erro que ela cometeu foi ser gostosa demais, e isso está nos tirando do
sério por não podermos tê-la... Não quero que ela se prejudique então eu
saio... Eu gostaria muito de uma segunda chance para ficar, e se eu conseguir
eu prometo seguir a risca todas as normas, mas se o senhor não concordar
com isso, então eu saio, ela fica! — Talison me encara evitando encarar
Marcelly, esse idiota se apaixonou por ela?
— E você Diego? Tem algo a me dizer? Qual é a sua decisão? Você
sai ou ela sai? — O encaro fixamente e ele encara Marcelly ao meu lado, só
então ouço ela fungar. Merda ela está chorando?
— Ela fica e eu saio! — Diz curto e grosso e Marcelly respira
aliviada.
— E quanto ao Sandro? Ele vai ficar ou vai sair? — Pergunta Talison.
— O Sandro não me trouxe nenhum problema até agora, então ele
fica! Quanto a vocês dois! Podem arrumar as suas coisas e deixarem a minha
boate ainda hoje. — Me viro indo para minha mesa e os ouço xingar
baixinho.
— Com licença, Sr. Ramon! — Paulo entra na sala vindo na minha
direção. — Sei que esses idiotas pisaram na bola mas eles não chegaram a
descumprir as regras, não se envolveram com nenhuma das garotas então eu
peço que eles fiquem, as mulheres estão loucas lá no salão chamando por
eles... Vamos sofrer uma grande perda com a saída deles, senhor... Eu
prometo separar o joio do trigo se o senhor permitir que eles fiquem, eu
mesmo vou ficar de olho neles e se algo como aquilo voltar a se repetir, eu
mesmo os coloco para fora daqui, com a sua permissão é claro. — Paulo me
encara atento e eu encaro os garotos, respiro fundo pensando na proposta de
Paulo.
Realmente o movimento da boate cresceu ainda mais com a chegada
deles, tirá-los agora será um desfalque grande pois estamos ampliando a
clientela através deles.
— Ok! A partir de hoje eles são problemas seus, mas se eu receber
alguma reclamação de um único cliente que seja, se eu ver algo entre eles que
não me agradar, eles não serão os únicos a saírem daqui, ouviu Paulo? Você
está colocando as mãos no fogo por eles, espero sinceramente que eles não o
decepcione... Agora eu preciso ir, a Sexy Night precisa da minha atenção
hoje. — Encaro Paulo fixamente indo na sua direção e passo por ele, saindo
do escritório.
Não sou de voltar a traz nas minhas decisões, mas como Paulo tomou
a frente por eles então vou lhes dar uma segunda chance, tendo em vista que
a presença deles melhorou bastante a movimentação da boate, mas eu poderia
simplesmente substitui-los por outros garotos e ponto final, mas Paulo é um
dos meus melhores funcionários e vou dar uma chance a ele.
Saio da boate e sigo para a Sexy Night, já era para eu está lá, mas
perdi a noção do tempo esperando por uma mulher que está se esquivando de
mim, que foda-se, não vou mais correr atrás dela com tantas mulheres
correndo atrás de mim, eu vou encontrar uma mulher mais gostosa que ela e
isso é questão de tempo.
Chego na Sexy Night e vejo a casa lotada como sempre, algumas
meninas dançando no palco e outras em cima de algumas mesas divertindo
alguns clientes, outras circulando com bandejas nas mãos e os garotos dando
a devida atenção há algumas clientes vip da casa, ou seja, está tudo normal
por aqui, mas ainda preciso aprovar a chegada de algumas garotas novas.
Sigo para o escritório e no caminho Alita me para dizendo que tem
alguns garotos querendo fazer parte da equipe, mas aqui já tem gente demais
e não posso extrapolar os limites da boate, o que posso fazer é ver se tem
vaga nas outras boates para alguns deles.
Entro no meu escritório e sigo até a minha mesa onde encontro
Anastácia sentada falando ao telefone, mas assim que me ver abre um largo
sorriso encerrando a sua chamada. Anastácia é a gerente da minha boate e é
como uma irmã para mim, somos melhores amigos e na minha ausência ela é
quem fica a frente de tudo.
— Até que enfim você resolveu aparecer, Ramon, não está dando
conta dos problemas da Pleasure House? — Ela vem na minha direção e me
abraça carinhosamente.
— Não tenho problemas na Pleasure House, está tudo sobe controle,
Ana... E por aqui como andam as coisas? Porque precisava da minha
presença com tanta urgência? — Pergunto me soltando dela e vou para trás
da minha mesa me sentando em seguida.
— A única urgência que existe aqui e a saudade que sinto do meu
melhor amigo... Quando você não está na Pleasure House ou na Sweet
Pleasure está nas outras, e no meio do caminho eu sempre acabo esquecida.
— Anastácia me encara magoada e eu respiro fundo esfregando as mãos no
rosto.
— Me desculpa, Anastácia... Eu estou com a cabeça cheia demais,
preciso de umas férias ou vou enlouquecer... A anos eu não tiro umas férias
para mim e a semanas não vejo os meus pais, eles já estão me enchendo a
paciência por causa disso. — Respiro frustrado me lembrando que devo uma
visita aos meus pais, eles moram em Miami e não posso ficar saindo do país
toda semana.
— Então faça isso, Ramon, tira pelo menos uns dias para você, saia
um pouco do mundo do trabalho porque você está realmente precisando...
Vai ver os seus pais, meu amigo, você sabe que por aqui está tudo tranquilo...
Você se preocupa demais mesmo sabendo que damos conta do trabalho. —
Ela se senta na ponta da mesa me encarando atenta, quando vou responde
entram algumas meninas no escritório acompanhadas por Alita.
— Chefe! Me desculpe por incomodar, mas essas vadias estão
ansiosas para conhecê-lo. — Alita se aproxima empolgada e ela está linda, é
a minha preferida aqui da Sexy Night, em cada uma das minhas boates eu
tem uma que me agrada mais.
As garotas se aproximam sorrindo e até que são lindas, e muito
gostosas também, me levanto admirando a cada uma delas que tem seus olhos
sedutores presos em mim.
— Vocês são lindas e parecem bastante experientes... Onde
trabalharam antes de virem parar aqui? São amigas? — Puxo assunto e uma
ruiva se aproxima toda sorridente, ela é linda, mas nem de longe me atrai
como aquela ruiva atrevida da Pleasure House.
Elas se apresentam dizendo os seus nomes e de onde vieram, a
maioria veio de casas noturnas ou casas de prostituição de baixo nível, se
alguma delas forem contratadas, primeiro elas passarão por atendimentos
médicos antes de começarem os trabalhos, todas as minhas garotas só ficam
nas minhas boates se tiverem com a saúde física e íntima em dia, não quero
ninguém doente trabalhando para mim.
Depois de alguns minutos os rapazes também aparecem para se
apresentar, até que são boa pinta e podem trazer muitos lucros para casa.
Faço uma breve entrevista com todos eles e os separo em grupos de três
garotas e um garoto, dou a cada grupo o endereço de algumas das minhas
boates e peço para que procurem os gerentes assim que puderem, a Sexy
Night já tem muita gente e não dá para contratar mais ninguém, não quero
superlotar a boate com funcionários então não posso contratar mais ninguém
aqui.
Depois de resolver essa questão eu subo com Alita para a minha suíte,
estou estressado e sei que ela vai me ajudar a relaxar, essa mulher é
maravilhosa no que fez.
Passo um longo período com Alita e depois deixo a boate e vou para
casa, arrumo uma pequena mala decidido a sair cedo de casa para ir ver os
meus pais, minha mãe me liga todos os dias e não aguento mais ouvi-la
reclamar, vou vê-los e assim consigo mais umas semanas de sossego sem
cobranças.
Tomo um banho pouco demorado e me jogo na cama, são quase cinco
da manhã então não terei muito tempo para descansar, eu preciso passar
menos tempo nessas boates ou vou virar um zumbi por não dormir direito.
Minha vida está do jeito que eu gosto, só trabalho sexo e curtição,
óbvio que os meus pais não concordam com isso, mas já estou bem
grandinho para saber o que eu quero para mim, e o que eu quero é o oposto
do que eles querem, aquela história de casamento e filhos que deixa um
homem em sã consciência apavorado, não é a toa que evito ir na casa deles.
Toda vez que aviso que estou a caminho, quando eu chego já tem uma
garota de boa família na casa me esperando, minha mãe quer me casar de
qualquer jeito mas isso não vai acontecer, por sorte tenho mais dois irmãos,
Rafaela que é mais nova que eu, e Alaric que é o mais velho, ambos já são
casados e tem as suas famílias e insistem em dizer que sou uma ovelha
desgarrada, foda-se! Sou feliz do jeito que sou e assim continuarei.
Não acredito em amor, muito menos que a felicidade de um homem
está em uma mulher, o prazer com certeza vem delas mas o resto é bobagens,
para que me prender a uma única mulher se posso ter várias? Uma mais
gostosa que a outra.
Posso estar errado no meu modo de pensar, mas as experiências que
tive com relacionamentos me fizeram ser assim e não pretendo mudar por
ninguém, da mesma maneira que brincaram comigo eu brincarei com todas e
assim ninguém sai perdendo, dou o dinheiro que elas querem e elas me dão o
sexo que eu preciso, para que vou me amarrar a uma única pessoa se posso
ter tudo que eu quero a hora que eu quero a todo momento? Não quero e não
vou mudar a minha vida apenas para agradar aos meus pais, vou ser eu
mesmo como venho sendo todos esses anos.
Capítulo 06
Marcelly
— Como está se sentindo depois de quase ter sido expulsa da boate,
Marcelly? Minha nossa que loucura foi aquela briga garota? Eu sabia que
esses garotos estavam loucos por vocês, mas sabia que isso não iria prestar.
— Pergunta Amanda se jogando na minha cama enquanto eu me troco para
me deitar depois de uma noite agitada.
— Nem me fale, Amanda, eu posso ter me insinuado para eles, mas
eu sempre deixei claro que não ia rolar nada entre nós, essa é uma das regras
da casa e eu não colocaria a minha vaga a prêmio, os meus pais precisam
desse dinheiro, ainda mais agora que prometi trazê-los para mais perto de
mim... Eu preciso encontrar logo uma casa para alugar, sinto muita falta dos
meus velhinhos e eles de mim. — Digo pensativa me lembrando dos seus
carinhos e a saudade aperta mais uma vez.
— Relaxa, eu e as meninas vamos te ajudar e logo os seus pais vão
estar com você... Ham... Olha só quem está entrando, acho que eles erraram
de quarto. — Amanda olha para um ponto atrás de mim e eu me viro
encarando Diego e Talison vindo na nossa direção.
— Fiquem tranquilas, meninas, só viemos aqui para falar por um
instante com Marcelly... Queremos nos desculpar pelo acontecido, não
queríamos te deixar mal com chefe e reconhecemos que nos deixamos levar
pelo desejo... Porra vocês são muito gostosas, e você nos tira do sério com
esse seu jeito provocante, Marcelly... Não tem como não enlouquecer perto
de você, garota. — Diego me surpreende com a sua confissão, mas cruzo os
braços o encarando séria.
— Já entendemos que não temos chance com você e não queremos te
prejudicar, por isso conversamos e decidimos vir pedir desculpas, era isso. —
Talison me encara meio sem graça e apreensivo, eu me aproximo deles os
encarando atenta.
— Eu só vou desculpá-los porque vocês me defenderam com o Sr.
Mitchell, mas se vocês se aproximarem de mim novamente com segundas
intenções, eu juro que faço vocês serem expulsos, ouviram? Eu não posso
perder a minha vaga nessa boate porque eu preciso sustentar os meus pais,
então por mais que eu me interesse por vocês eu nunca vou arriscar perder o
que eu ganho aqui... Sexo é apenas sexo e isso nós fazemos todos os dias com
muitas pessoas diferentes, na nossa profissão não é aconselhado a se apegar a
ninguém e comigo isso nunca vai acontecer... Mesmo que eu transasse com
vocês hoje, amanhã seria como se nada tivesse acontecido, vocês entendem?
É por isso que não posso colocar a minha vaga a prêmio por uma transa de
momento. — Os encaro ainda séria e eles suspiram frustrado.
— É difícil admitir, mas você tem razão, nós também não queremos
perder essa chance que ganhamos, e é por isso que viemos aqui... Bom, era
isso, nos desculpe e prometemos que aquele episódio não vai mais se repetir.
— Diego me encara inconformado mas parece sincero.
— Ok! Vamos esquecer o que aconteceu e espero mesmo que aquilo
não se repita... Agora se me derem licença, eu preciso dormir, estou exausta...
Tenham uma boa noite. — Suspiro me dando por vencida e me viro me
acomodando na minha cama ao lado de Amanda.
— O dia já está quase amanhecendo então o certo é, tenham um bom
dia rapazes. — Diz Amanda com um ar de deboche e eles reviram os olhos
saindo em seguida.
Sorrio pela sua gracinha e ela vai para sua cama me deixando a
vontade na minha, não estou assim tão cansada, afinal eu só fiz dois
programas e o resto foram danças particulares, e também algumas
apresentações, a noite para mim até que foi tranquila, mas Amanda e Tatiana
terminaram a noite revoltadas, Amanda fez de três a quatro programas e dois
deles ela teve que se esforçar para animar os velhos com quem ficou, imagina
uma mulher que não gosta de homens tendo que animar dois velhos babão?
Que merda! Eu não queria estar na pele dela.
Tatiana teve um pouquinho mais de sorte, ela fez cinco programas
mas o último cliente era mais bruto e ela já não estava aguentando transar
com ninguém, aí aparece um homem das cavernas que faltou pouco quebrá-la
no meio, não vou rir das desgraças dos outros pois já passei por isso também,
desejo nunca mais passar isso pois é horrível, depois de muitas horas de sexo
não há pomada ginecológica que dure.
Temos os nossos cremes e produtos que nos ajuda a aliviar o
desconforto e a ardência após o sexo, claro que não usamos nada sem
recomendações médicas mas em uma boate de prostituição, as obrigações dos
médicos são nos deixar o mais informadas possíveis sobre cuidados antes,
durantes e após o sexo.
Converso brevemente com algumas meninas que se preparam para
dormir também, mas logo estamos todas desmaiadas pelo sono, desejando
dormir o dia todo mas é claro que isso não é possível.
Não vi o dia clarear, não sei por quanto tempo dormi mas acordei
sentindo alguém acariciar o meu rosto, abro os olhos lentamente e me deparo
com Paulo abaixando ao lado da minha cama.
— Paulo? O que houve...? Aconteceu alguma coisa...? Você nunca
vem nos acordar pessoalmente. — Esfrego os olhos para enxergá-lo melhor,
mas ele está muito sério.
— Bom dia Marcelly, eu não queria te acordar a essa hora gatinha,
mas o chefe está aqui e quer falar com você... Levante-se é vá lavar o rosto
para acordar, e não demore porque ele está com pressa e parece bastante
inquieto. — Avisa me encarando apreensivo e se levanta, eu faço o mesmo.
— O que ele quer comigo a essa hora, Paulo? O que aconteceu dessa
vez? Eu não me lembro de ter feito nada de errado. — Pergunto apreensiva
enquanto me apresso para ir para o banheiro.
— Eu não sei minha linda, ele só disse que precisa falar com você,
mas para ele ter vindo tão cedo deve ser algo sério... Ele está te esperando na
suíte dele então não demora, ouviu? — Me alerta antes de sair do quarto e eu
sinto o meu coração se apertar, espero que ele não tenha mudado de ideia,
espero que ele não me mande embora.
Entro no banheiro e me apresso para fazer a minha higiene pessoal,
saio em seguida e tiro o meu pijama ficando só de calcinha, pego o primeiro
vestido que vejo na frente e visto antes de me apressar para sair do quarto,
prendo os meus cabelos em um coque frouxo e saio do quarto seguindo para
o final do outro corredor, mas se ele veio me mandar embora, porque está me
esperando na suíte? Merda! Eu queria ter o poder de adivinhar pensamentos.
Chego no final do corredor e por um instante hesito em bater na porta,
já sinto o meu peito doer só de pensar que posso estar a um passo de ser
expulsa da boate, mas então crio coragem e bato na porta.
— Entre! — Sua voz grossa mesmo atrás da porta me estremece, abro
a mesma e ele está de frente para janela de costas para mim.
— Com licença, Sr. Mitchell... Bom dia! O senhor quer falar comigo?
— Permaneço em pé na porta com medo de entrar apenas para ouvir que
estou fora da boate.
— Entra e fecha a porta, por favor! — Seu tom de voz é firme e me
abala como nunca antes, mas faço o que ele manda.
Me aproximo dele com cautela e ele se vira me encarando de cima
abaixo, Sr. Mitchell tem seus olhos atentos em mim então paro a dois metros
de distância dele, mas ele se aproxima lentamente com as mãos nos bolsos
me encarando daquele jeito intenso, caramba ele está tão lindo, tão cheiroso.
— Para querer falar comigo tão cedo, deve ser algo sério... Mas... Mas
eu juro que não fiz nada de erra... —Tento argumentar mas ele me interrompe
me puxando pela nuca devorando a minha boca enquanto me puxa pela
cintura.
Seu beijo é forte, é faminto e me deixa mole em seus braços, tento
raciocinar mas é em vão, estou perdida no desejo que seus toques me causam,
mas então ele interrompe o beijo me encarando ofegante.
— Agora sim eu posso te dar bom dia... Quero você agora! E antes
que me cobre, o seu dinheiro já está ali na mesa... Vou precisar ficar uns dias
fora e preciso sentir você antes de partir. — Ele toca o meu rosto me fitando
daquele jeito intenso, não consigo dizer nada e ele me beija mais uma vez
enquanto me guia até a sua cama.
Enquanto suas mãos percorrem o meu corpo eu abro a sua camisa e
logo estou abrindo o seu cinto, ele puxa o meu vestido tirando-o do meu
corpo e se afasta brevemente, me encarando com desejo.
— Não tiro a razão de brigaram por você... Porra você é muito
gostosa. — Sussurra encarando fixamente os meus seios e eu sorrio me
aproximando novamente dele.
— Pensei que tivesse vindo me mandar embora pelo acontecido de
ontem, mas graças a Deus que me enganei. — O encara fixamente enquanto
término de abrir a sua calca, mordo o lábio inferior e ele geme me puxando
pela cintura.
— Não estava nos meus planos mandar você embora, no máximo eu
te trocaria de boate, mas eu não perderia a chance de estar com você... Agora
chega de conversa por que eu quero foder você. — Ele termina de tirar a sua
calca enquanto eu subo na cama engatinhando empinando a minha bunda
para ele.
De repente sinto ele me puxar pelos pés me fazendo deita e me vira
abruptamente se pondo sob mm, ele devora a minha boca enquanto esfrega a
sua ereção dura na minha intimidade, sua boca desce pelo meu pescoço e
logo ele está sugando o meu seio me fazendo gemer e me contorcer embaixo
dele, sinto o meu corpo em chamas com cada toque da sua boca e suas mãos
na minha pele, me sinto trêmula como nunca senti antes, me sinto eufórica
com essa sensação prazerosa.
Passo as minhas mãos pelas suas costas e ele divide a sua atenção
entre um seio e outro me arrancando gemidos abafados, mas quando sinto sua
mão entrar na minha calcinha tocando a minha intimidade eu quase grito.
— Ohhh... Isso é uma tortura... É delicioso mas ainda assim, é uma
tortura... — Sussurro de olhos fechados enquanto seus lábios quentes e
úmidos descem pela minha pele.
Ele não diz nada e se põe entre as minhas pernas abrindo-as para ele,
Sr. Mitchell se ergue me encarando daquele jeito que me estremece, então tira
a minha calcinha encarando a minha intimidade com desejo, seus olhos
percorrem o meu corpo enquanto ele desce indo direto na minha intimidade
me chupando de um jeito faminto.
— Oh meu Deus... Ahh isso... Isso Sr. Mitchell... Que delícia... — Me
contorço e rebolo na sua boca, como ele consegue me deixar assim tão
descontrolada?
— Porra você é deliciosa... Muito gostosa ruivinha. — Ramon
Mitchell geme na minha intimidade sem parar de me chupar.
Sua língua entra em mim enquanto suas mãos agarram o meu quadril
me puxando contra a sua boca, apoio os meus pés nas suas costas e tomo
impulso esfregando a minha intimidade contra a sua boca, mas quando estou
perto de gozar ele para me encarando ofegante assim com eu.
Protesto me sentindo frustrada e ele sorrir enquanto pega uma
camisinha na gaveta da mesinha de cabeceira, ele tira a sua cueca e abre a
embalagem, mas antes que ele a coloque o empurro na cama me pondo sob
ele.
— Minha vez de sentir o seu gosto... Minha vez de torturar você, Sr.
Mitchell. — Sussurro o seu sobrenome e ele morde o lábio inferior, me
encarando com aquele olhar penetrante.
Beijo o seu peito e desço até o seu abdômen deslizando a minha
língua pela sua pele, o vendo se arrepiar, seguro a sua ereção e o masturbo
enquanto passo a minha língua pela sua extremidade, ele desfaz o coque no
meu cabelo e o enrola na sua mão segurando firme, pisco para ele e o engulo
de uma só vez sugando a sua ereção com força.
— Ohhh... Cacete! Isso... Mama gostoso ruivinha... Isso engole o meu
pau todinho, porra...! — Ele urra segurando firme os meus cabelos me
fazendo levá-lo na minha garganta e eu prendo a respiração para não me
engasgar.
Levo-o na minha garganta por várias vezes e o tiro sugando-o
faminta, não demora e sinto suas veias pulsarem, faço o que ele fez comigo e
o tiro antes dele gozar.
— Porra porque parou? Cacete eu estava quase gozando nessa
boquinha perfeita. — Questiona frustrado e eu sorrio me pondo sob ele,
esfregando a minha intimidade na sua ereção.
— Eu já te disse antes e vou repetir, você precisa merecer que eu
deixe você gozar na minha boca, não é só me pagar chegar aqui e gozar...
Você disse que ia me foder... Estou esperando, Sr. Mitchell... Me faz gozar
ou terei que gozar sozinha usando os meus dedos... — O encaro fixamente e
ele sorrir me jogando na cama se pondo novamente sob mim.
— Nunca na minha vida eu deixei uma mulher gozar sozinha, e você
não será a primeira a fazer isso... Eu não vou permitir, ruivinha, agora relaxa
e me receba. — Ele se ergue colocando a camisinha e logo está me
penetrando me preenchendo com o seu tamanho.
Ele geme metendo em mim com força entrando fundo fazendo eu me
perder em delírios, me chamando de gostosa e gemendo junto comigo. As
sensações que ele me faz sentir é surreal, já senti prazer com muitos clientes,
mas nada parecido com o que esse homem está me fazendo sentir, mal
começamos a transar e já estou perto de gozar.
— Mais forte Ramon...? Eu preciso que meta mais forte...? Estou
quase conseguindo o que eu quero... Ohhh eu vou gozar... Me faz gozar
Ramon...? — Gemi descontrolada me arqueando enquanto sua boca suga o
meu seio, mordiscando, me fazendo estremecer.
— Você quer mais forte? Então eu vou te dar o que você quer! — Ele
me encara tão intensamente que ofego sentindo os meus pulmões arderem
pela falta de ar.
Ramon sai de mim me virando de bruços e me coloca de quatro na
cama, em uma estocada forte ele entra em mim me fazendo desabar, mas ele
segura a minha cintura, me mantendo ali com a bunda para o alto com ele
metendo fundo e forte, me fazendo perder o fôlego.
— É assim que você gosta ruiva...? Porra é assim que você gosta?
Caralho que boceta gostosa... Ohhh eu vou gozar logo, que merda...! Ahhh
merda agora não... Ohhh... — Esbraveja segurando firme os meus cabelos
enquanto me penetra forte.
— Isso Ramon... Isso... É assim que eu gosto... Isso gostoso... Ohhh.
— Deliro sentindo a minha intimidade se contrair o apertando mais e o meu
corpo treme, eu gozo sentindo as minhas forças se esvair.
— Caralho! Porra mulher... Ohhh cacete... — Geme rouco latejando
dentro de mim então ele goza em meio as estocada mais lentas, mas fundas
tirando o que resta das minhas forças.
Suas mãos deslizam pelo meu corpo me apalpando e ele se inclina
beijando as minhas costas, me fazendo arrepiar. Desabo de vez na cama e ele
desaba sob mim, sinto sua boca no meu pescoço chupando a minha pele
enquanto aos poucos ele para de se movimentar.
— Como você consegue ser tão deliciosa...? Como consegue me fazer
te desejar tanto...? — Sussurra no meu ouvido apertando a minha cintura, me
deixando trêmula.
Ele sai de mim se deitando ao meu lado me encarando fixamente, mas
de um jeito que não consigo decifrar. Ele acaricia o meu rosto e me beija com
calma, um beijo demorado e intenso, mas logo volta a me encarar.
— Vamos tomar um banho juntos! Eu ainda quero você. — Seu tom
de voz rouco me abala de uma maneira inexplicável, ele se levanta me
estendendo a mão e eu sorrio satisfeita.
— Que coincidência, Sr. Mitchell... Eu também ainda quero você. —
Lhe dou o meu melhor sorriso encarando a sua ereção ainda dura e me
levanto, puxando-o pela mão o arrastando para o banheiro.
— Gostei de ouvir você me chamando apenas de Ramon... Em forma
de gemido fica ainda mais excitante na sua voz. — Ele sorrir de lado me
puxando para o seu corpo, abraço o seu pescoço e beijo-o com mais urgência.
Preciso aproveita esse homem delicioso enquanto ele ainda me quer,
mas ao contrário de muitas eu não farei isso de graça.
— Me coma mais uma vez, Ramon...? Eu quero senti-lo me pegar de
jeito mais uma vez. — Sussurro na sua boca e ele me guia para dentro do box
me colocando contra a parede fria.
— Com o maior prazer eu vou comer você todinha... Quero te foder
até não aguentar mais. — Diz naquele mesmo tom de voz rouco e me segura
pela nuca, me beijando ferozmente.
Adoro o sabor dos seus lábios, adoro a maneira como ele me toca me
fazendo vacilar. Transamos mais uma vez em baixo do chuveiro e depois
tomamos um banho, Sr. Mitchell a todo momento me acaricia tocando o meu
corpo com desejo.
Saímos do banheiro e eu me jogo naquela cama novamente nua, o
admirando desfilar nu pelo quarto, ele pega as suas roupas para vestir
enquanto me encara daquele jeito provocante e intenso.
— Queria tanto ficar comigo e agora vai embora correndo? Tudo
bem, mas não vou esperar até a noite para que me satisfaça outra vez. — O
encaro fixamente enquanto escorrego um dedo para dentro de mim. —
Ohhh... Humm... Ramon... Vai ter coragem de me deixar assim? Ahhh... —
Gemi me masturbando de pernas abertas enquanto acaricio os meus seios.
— Filha da mãe... Porra eu vou me atrasar para o embarque. — O
vejo jogar as suas roupas para o alto e logo ele está colocando uma camisinha
e vem na minha direção. — Você me rejeitou com uma facilidade absurda...
Mas porque eu não consigo fazer o mesmo...? Ohhh Marcelly... — Questiona
entre dentes enquanto me penetra mais uma vez, sorrio satisfeita mas ele
desmancha o meu sorriso com um beijo feroz.
Nos entregamos ao prazer mais uma vez e logo estamos gozando feito
loucos como se nunca tivéssemos gozado antes. Depois do nosso momento
junto ele se veste para sair e eu faço o mesmo, mas ele diz para eu ficar e
descansar um pouco mais, já que me tirou da cama tão cedo, não recuso a sua
proposta e me jogo naquela cama me esparramado nela, os tecidos desse
lençol é dez vezes mais macio que os outros, essa suíte é ainda mais luxuosa
que a outra onde o Sr. Sarkozy ficava conosco.
Sr. Mitchell se despede e sai dizendo que estará de volta em alguns
dias, assim que ele passa pela porta eu corro até a mesa para pegar o dinheiro
que ele deixou e me surpreendo com a quantia.
— Caramba! Aqui tem quase o valor de uma noite inteira de
programa... Com esse valor eu consigo alugar uma casa e deixar um mês de
aluguel adiantado. — Encaro aquelas notas de cem com um enorme sorriso
no rosto. — O Sr. Mitchell pode me tirar da cama cedo quantas vezes ele
quiser, eu não vou me importar nem um pouco. — Digo para mim mesmo e
corro me jogando naquela cama imensa e macia, nunca ganhei tanto dinheiro
em um único programa.
Passo o resto da manhã ali naquela suíte maravilhosa, mas logo vejo
Tatiana entrar com uma bandeja de café da manhã.
— Eu posso saber o que você fez para merecer ser tratada como uma
rainha? Eu não sou sua empregada queridinha. — Ela me encara com um
sorriso desconfiado e eu fico sem entender nada.
— Tenta ser melhor que eu e você será tratada da mesma forma,
queridinha... Quem mandou você trazer isso? Foi o Sr. Mitchell? — Pergunto
surpresa mas já sabendo a resposta.
— Acredite ou não, foi ele mesmo... Você deve ser mesmo muito boa
para o chefe te deixar nessa suíte e ainda mandar te trazerem café da manhã
na cama... Ele parecia bem humorado quando saiu. — Ela coloca a bandeja
na cama se sentando na minha frente me encarando atenta.
— Quando Paulo me acordou dizendo que o chefe queria me ver, eu
pensei que ele tinha mudado de ideia e tinha vindo para me mandar embora,
mas estranhei quando ele disse que o Sr. Mitchell estava me esperando na sua
suíte... Transamos algumas vezes então ele foi embora porque vai viajar...
Não aconteceu nada que não estivesse acostumada a fazer todos os dias,
várias vezes por noite. — Comento pensativa me lembrando daquele homem
gostoso me tocando e me penetrando com força, me arrepio só de me
lembrar.
— Está ofegante só de falar do chefe, pelo visto você gostou bastante
de transar com ele, não é Marcelly? — Ela me encara com aquele sorriso de
desconfiança.
— E quem seria a louca de não gostar de transar com aquele homem
gostoso? Você já transou com ele e ficou rindo à toa por dias... Não posso ter
gostado de ficar com ele também? — Tento sair do foco do assunto e ela se
levanta.
— Todas nós gostamos de transar com aquele Deus grego, aliás, ele
não transa, ele fode, e fode gostoso. — Ela abre ainda mais o seu sorriso
enquanto eu devoro o meu café da manhã.
— É, eu estou ciente de tudo isso, agora me deixa tomar o meu café
porque aquele homem me deixou faminta. — Ela gargalha r sai do quarto me
deixando ali sozinha.
Não consigo esquecer suas mãos no meu corpo, ainda sinto o sabor
delicioso da sua língua e isso me excita. Tento tirá-lo da minha mente e foco
a minha atenção em sair para procurar uma casa nova para os meus pais, hoje
vou passar a tarde na rua até encontrar alguma coisa.
Capítulo 07
Ramon
Não consegui viajar sem antes sentir aquela mulher, eu precisava dela
e quando já estava a caminho do aeroporto tive que desviar o meu trajeto,
aquela ruiva atrevida me fez chegar atrasado meia hora, por sorte o meu
piloto é inteligente o suficiente para me aguardar ao invés de despachar o
meu jatinho, consegui embarcar como previsto e em algumas horas estarei
pousando em Miami, mas não avisei aos meus pais que estou chegando, não
quero que minha mãe me prepare alguma surpresa desagradável.
Passei a viagem inteira pensando naquela ruiva gostosa, ela é muito
fogosa parece insaciável e isso me agrada bastante, ela é irresistível e já estou
louco para senti-la novamente.
— Porra era só o que me faltava, ficar perdido em pensamentos por
causa de uma prostituta... Isso é inacreditável. — Esfrego as mãos no rosto
frustrado com essa situação.
Tento pensar em qualquer outra coisa que não seja aquela ruiva
atrevida para conseguir dormir um pouco até chegar a Miami, mas até nos
meus sonhos essa mulher tira o meu sossego, seu corpo maravilhoso, seus
seios perfeitos e aquela bundinha redondinha, ainda sinto o sabor da sua
intimidade na minha boca me fazendo salivar, porra eu a quero de novo, que
porra está acontecendo? Eu nunca quis tanto a mesma mulher como quero
essa ruiva.
— Mas que porra! Inferno! Nem dormir eu consigo sem sonhar com
ela! — Praguejo irritado com essa situação.
Respiro fundo ainda frustrado e vou até o bar me servir uma dose
dupla de uísque, volto para minha poltrona e nesse momento o copiloto sai da
cabine vindo na minha direção.
— Com licença senhor, eu vim avisar que vamos pousar em alguns
instantes, já estamos dentro de Miami. — Ele me encara atento e eu apenas
concordo e ele sai novamente.
Coloco o meu cinto de segurança e espero ansioso para pousarmos,
apesar da amolação de sempre eu sinto muita falta da minha mãe e minha
irmã, eu as amo, mas quando elas vem com aquela história de casamento e
filhos, as desejo bem longe de mim, não tenho mais paciência para esse tipo
de coisa.
Poucos minutos depois já estamos pousando no aeroporto de Miami,
cumprimento o meu piloto e peço para que ele fique atento ao meu chamado
pois voltarei ao Brasil logo. Pego um táxi e sigo para mansão Mitchell no
centro de Miami, alguns minutos depois já estou entrando pelos portões e
estou morrendo de fome, já é noite e tudo que eu fiz a viagem inteira foi
dormir e sonhar com aquela deusa do sexo, e aqui estou eu de novo pensando
nela.
— Ramon? Filho você está mesmo aqui! Porque não avisou que vinha
querido? — Mamãe se levanta da poltrona assim que entro em casa.
— Boa noite a todos! Boa noite mamãe. — Me aproximo dela que se
pendura no meu pescoço me abraçando apertado, se ela fosse um homem já
teria me matado asfixiado.
Vejo a casa cheia e começo a me arrepender por não ter ligado antes,
mamãe sai para cumprimentar outras pessoas e eu fico aqui, parado olhando
de um lado para o outro.
— Que bom que veio, maninho, eu estava morrendo de saudades. —
Minha irmã se aproxima apressada também me abraçando apertado.
— Eu também estava com saudades, maninha, e esse moleque aí?
Não nasceu ainda não? Está grávida de quantos meses? Dez? — A encaro
assustado pelo tamanho da sua barriga.
— Engraçadinho, seu sobrinho pode nascer a qualquer momento e eu
pensei que você não iria está aqui para vê-lo nascer... Vai ficar mais tempo
dessa vez, não vai Ramon? — Ela me encara esperançosa e eu suspiro fundo
me abaixando para beijar a sua barriga.
— Escuta o que o seu tio vai dizer, moleque! Você tem uma semana
para nascer, ouviu bem? Eu vou ter que ir embora depois disso e se você ficar
enrolando para nascer, a sua mãe manda derrubar o meu avião, entendeu?
Não vai querer que o seu tio preferido morra, certo? — Ouço as risadas da
minha irmã acariciando os meus cabelos e isso já me deixa satisfeito, então
me levanto. — Não vou poder ficar muito tempo, Rafa, eu só preciso de uns
dias para relaxar um pouco longe de trabalho, depois eu tenho que voltar. —
Abraço-a guiando ela pela casa e vejo meu irmão conversando empolgado
com alguns amigos da empresa.
Alaric assumiu a empresa do nosso pai e é o presidente interino, papai
me encheu a paciência querendo que eu assumisse a empresa do Brasil, já
que eu moro lá, mas não era isso que eu queria, depois de descobrir que
estavam brincando comigo eu não quis para minha vida nada que não fosse
ser dono de boate, e isso nunca agradou o Sr. Danilo, mas agora isso não
interessa mais, essa é a vida que eu escolhi para mim e não vou mudar para
agradar ninguém. Sou um empresário bem sucedido dentro do padrão de vida
que eu gosto, as minhas boates me rendem muitos lucros assim como me
renderia a presidência do grupo Mitchell, a filial da nossa corretora de
seguros.
Caminho com a minha irmã no meio daquela gente cumprimentando
alguns conhecidos, e vejo o meu sobrinho Wellington correr na minha
direção, ele é um garoto esperto e tem oito anos.
— Tio Ramon! — Ele grita chamando a atenção de algumas pessoas,
mas não me importo.
— Wellington! Fala garoto! Está crescendo muito rapaz, o que a sua
mãe está te dando para comer? — Pego ele no colo fazendo cócegas nele que
gargalha, mas logo coloco-o no chão.
— Eu pensei que ficaríamos mais alguns meses sem vermos o nosso
filho ingrato... O que deu em você para aparecer sem avisar? — Meu pai se
aproxima me fazendo suspirar frustrado.
— Oi papai! Boa noite para você também... Bom, eu cheguei agora de
viagem e estou exausto, vou cumprimentar algumas pessoas e vou subir para
descansar um pouco, se o senhor não se importar é claro. — O encaro sério
assim como ele, tento passar por ele mas o mesmo segura o meu braço.
— Você fica semanas sem aparecer, não atende uma ligação minha e
chega aqui sem avisar agindo como se estivesse de férias em um hotel,
assumir os negócios da família você não quer, não é Ramon? — Ele diz entre
dentes forçando um sorriso para ninguém perceber a discussão que está se
iniciando.
— Se o problema é eu ficar na sua casa então não seja por isso... Peço
desculpas por vir sem avisar, Sr. Mitchell, eu prometo não pôr os pés na sua
casa nunca mais se for para discutirmos toda vez que eu aparecer. — O
encaro fixamente nos olhos e me viro para sair dali, volto em direção a porta
mas sinto alguém novamente segurar o meu braço, me viro me deparando
com minha mãe.
— Não faz isso filho, por favor...? Não vai eu estou te pedindo? —
Ela me encara com os olhos marejados e eu abraço-a.
— Foi um erro ter vindo sem avisar, mamãe, não se preocupe, eu não
vou embora, vou ficar em um hotel, depois eu ligo te passando o endereço. —
Lhe dou um beijo demorado no alto da cabeça e me solto dela saindo dali.
Saio da casa e sigo até a garagem onde deixei um dos meus carros,
entro no mesmo para sair dali mas quando abro a porta da garagem, vejo
meus irmãos parados na frente me encarando apreensivos, respiro fundo e
desligo o motor saindo do carro em seguida, me aproximo já sabendo o que
vem a seguir.
— Não dê ouvidos ao nosso pai, Ramon, a nossa mãe está se
segurando para não chorar porque você mal entrou em casa e já está saindo,
porra cara, você conhece bem o nosso pai, você não pode dar ideia para tudo
que ele falar. — Alaric se aproxima me abraçando receoso.
— Toda vez que eu venho é a mesma coisa, já estou cansado de tudo
isso, Alaric, o nosso pai não desiste de me irritar achando que assim vai
conseguir o que quer... Não adianta! Eu não vou assumir a empresa como ele
quer, eu já tenho trabalho demais nas minhas boates e não vou abrir mão
delas por nada e nem por ninguém. — Me solto dele irritado e Rafaela se
aproxima já com lágrimas nos olhos, se segurando para não chorar.
— Não quer assumir a empresa? Então não assume meu irmão! Só
não se afasta da sua família novamente por favor? A mamãe está sofrendo
muito com isso, Ramon... Ninguém é obrigado a fazer aquilo que não quer, o
nosso pai só precisa entender isso... Eu assumi a empresa de Nova York
porque eu moro lá, Alaric assumiu a empresa daqui porque ele mora aqui e
nós escolhemos isso, mas você não... Nós sabemos que você só está se
prendendo naquelas boates para não se prender a alguém fora dela, mesmo
achando que essa não é a vida que você quer de verdade, nós aceitamos isso,
te apoiamos para você não se afastar, mas é isso que você está fazendo... A
mamãe está sofrendo muito com a sua ausência, por favor fica...? Não vai
embora? Ela quer os filhos reunidos aqui com ela. — Rafaela finalmente
deixa as suas lágrimas caírem e eu não suporto vê-la chorando, ainda mais no
estado dela.
— Eu agradeço o apoio de vocês, sei o quanto se esforçam para me
aceitarem como um fanático por minhas boates, mas eu preciso disso para
superar algumas coisas e vocês sabem disso... Eu não vou embora, mas
também não vou ficar nessa casa, o papai parece querer entrar em guerra
comigo e eu estou tentando evitar isso... Eu não sou um filho rebelde, eu só
quero viver a minha vida a minha maneira mas ele não aceita. — Tento não
me alterar para não deixar minha irmã nervosa e ela me abraça.
— Não dê ouvidos ao Sr. Danilo, maninho, se preocupe apenas em
agradar a nossa mãe e deixa o papai comigo, está bem? Vamos voltar para
festa! A mamãe quer você aqui conosco. — Alaric me encara com um sorriso
confiante e eu respiro fundo, tentando relevar como eles estão pedindo.
— Eu fico na festa, mas depois eu vou para o hotel, isso é o máximo
que eu posso fazer pela mamãe e por vocês também... Vamos! Eu estou
morrendo de fome, não comi nada o dia todo. — Abro um pequeno sorriso
para minha irmã que me abraça me guiando de volta até a porta da casa.
— A mamãe vai ficar muito feliz ao te ver entrar em casa de novo, ela
estava se segurando para não chorar na frente de... Oh meu Deus... Eu não
acredito... — Rafaela se empolgada, mas de repente ela para abruptamente
com os olhos arregalados, ela olha para baixo onde tem uma poça de água se
formando abaixo dos seus pés.
— Mas que merda é essa, Rafa? Não aguentou esperar até chegar ao
banheiro, maninha? — Tento parecer engraçado, mas ela continua séria e
com os olhos arregalados.
— Seu idiota a bolsa estourou! O seu sobrinho vai nascer, Ramon...!
Chame o meu marido, rápido! — Ela respira fundo enquanto eu abraço a sua
cintura com medo dela cair.
— O moleque nem nasceu e já é obediente? Ele não precisava levar o
que eu disse ao pé da letra... Alaric! Essa criança não pode nascer aqui cara,
vai chamar o Wagner e pega as coisas dela e do bebê, eu vou colocar ela no
carro... Vamos Rafa, segura essa criança aí dentro até chegar no hospital, pelo
amor de Deus! — Tento não parecer desesperado mas a filha da mãe gargalha
na minha cara.
— Como vocês homens conseguem ser tão frouxos...? Semana
passada eu tive um alarme falso e Wagner quase pariu no meu lugar... Ahhh
merda! — Ela diz entre gargalhadas mas grita quando sente uma contração.
Coloco ela no carro mas decido não esperar pelo lerdo do meu
cunhado, pergunto para qual hospital ela iria e saio da mansão as pressas,
temendo realmente que o meu sobrinho nasça dentro do meu carro e eu não
vou saber o que fazer.
Poucos minutos depois já estamos na porta da maternidade e eu saio
do carro apressado chamando por ajuda. Uma enfermeira me entrega uma
cadeira de rodas e segue ao meu lado até o carro, coloco a minha irmã na
cadeira e a empurro para dentro da maternidade, ela não está com uma cara
muito boa pois suas contrações estão aumentando, ela grita apertando com
força o braço da cadeira e chama pelo marido, mas ele ainda não chegou, se
eu estivesse lá esperando por ele o meu sobrinho com certeza iria nascer no
meu carro.
A enfermeira leva a minha irmã para o atendimento e me entrega uma
ficha para preencher, fico ali na recepção esperando pelo resto da família
enquanto preencho a ficha com os dados básicos que eu sei, quando Wagner
chegar ele termina de preencher o resto.
Não demora muito e já estão todos entrando na recepção.
— Como está minha mulher? Ela já foi atendida? O meu filho já está
nascendo? — Pergunta Wagner se aproximando aflito.
— Relaxa cunhado! Ela vai ficar bem, ela já está sendo atendida e
logo o seu filho vai nascer... Vai lá ficar com ela, mas eu preciso dos
documentos dela para terminar de preencher a ficha. — O encaro atento pois
ele está muito preocupado.
— Obrigado cunhado, eu vou lá ficar com ela, depois conversamos
com calma, está bem? É bom te ver de novo cara... Eu venho avisar quando o
seu sobrinho nascer. — Ele me entrega a bolsa da minha irmã e sai correndo
pelo corredor me fazendo sorrir do seu desespero. Quem mandou ele quer ter
filhos?
Encaro os meus pais ao meu lado e meu pai me encara apreensivo,
evito puxar assunto para não iniciarmos uma discussão aqui dentro do
hospital, não quero ser expulso daqui.
Depois de preencher a ficha de Rafaela eu entrego a bolsa dela para
minha mãe, conversamos um pouco e mais uma vez ela tenta me convencer a
ficar na mansão, mas eu não quero, prefiro evitar confusão com o Sr. Danilo.
Depois de quarenta minutos ali na sala de espera andando de um lado
para o outro e conversando com Alaric, Wagner finalmente aparece dizendo
que seu filho nasceu e é enorme, mas também pelo tamanho que estava a
barriga da minha irmã, meu sobrinho tinha mesmo que ser enorme, ele está
tão feliz que não se aguenta. Lhe dou os parabéns e depois de saber que
minha irmã e meu sobrinho estão bem, eu me despeço para ir embora, estou
exausto e faminto pelo tempo que estou sem comer nada.
— Mamãe eu preciso ir, amanhã eu passo para ver você, está bem? —
Me despeço dela com um abraço, mas ela me aperta forte e não me solta.
— Não vai filho? Por favor? Fica conosco, eu converso com o seu
pai...? Eu não suporto mais ver vocês se desentendendo dessa maneira, vocês
vão me matar de tanta tristeza por ver pai filho brigando o tempo todo... Um
momento que era para ser de alegria e comemoração pelo nascimento do meu
neto, eu estou aqui chorando de tristeza por culpa de vocês... Eu não aguento
mais isso! — Mamãe chora de um jeito tão sofrido que me parte o coração.
— Me perdoa mamãe? Eu não queria ver você passando por isso, mas
tenta me entender? É a minha vida e eu não vou vive-la como eu não quero
só para agradar o papai... Eu vou fazê-lo feliz fazendo o que ele quer, mas e o
que eu quero não conta? Porque é tão difícil dele entender e aceitar o que eu
quero? Não sou eu quem está procurando briga, você consegue me entender
mamãe...? Me perdoa? Não quero ver você triste comigo por favor? — Tento
me manter calmo mas me irrito chamando atenção das pessoas ali na sala.
— Eu lutei por anos para construir tudo aquilo para você e seus
irmãos! Para agora você abrir mão de tudo que eu fiz como se não fosse nada
para você, como se não se importasse com o esforço que eu sempre fiz por
você! É isso que me deixa mais triste, lutar para dar um futuro digno a um
filho e ele preferir boates de prostituição... Eu não aceito isso e nunca vou
aceitar! — Meu pai também se altera e vejo a minha mãe respirar fundo
pondo a mão no peito, me apresso para colocá-la sentada e me sento ao seu
lado.
— Mamãe você está bem? Me responde você está sentindo alguma
coisa mamãe? — Pergunto preocupado mas ela não me responde e isso me
deixa em pânico. — Alaric chame um médico, rápido! A mamãe não está
bem. — Peço sem tirar os olhos dela que deita a cabeça em meu ombro sem
reagir, me deixando apavorado.
— Querida responde? Por favor não faz isso comigo meu bem...?
Rápido chamem um médico! — Meu pai se senta do outro lado acariciando o
seu rosto visivelmente preocupado.
— Eu só quero que parem de brigar... Eu vou morrer se vocês
continuarem brigando... Eu quero ir para casa, não vou nem poder ver o meu
neto por culpa de vocês... Eu quero que me deixem sozinha! — Vejo minha
mãe chorar magoada como nunca vi antes, eu não posso ser o causador disso,
ela não merece isso, mas eu mereço fazer o que não quero?
— Não vou deixar você sozinha, sei que está magoada comigo mas eu
não vou sair de perto de você! E se você me pedir para ir embora, eu vou,
mas eu não volto mais...! Vai me mandar embora ou vai me deixar ficar perto
de você...? Por favor mamãe? — Me ajoelho na sua frente encarando-a atento
e ela acaricia o meu rosto.
— Está bem filho, você pode ficar comigo mas vai ficar lá em casa, o
seu pai querendo ou não! — Diz com a respiração pesada e sei que ela não
está bem.
— Quem é a paciente que precisa de atendimento...? Por favor tragam
ela até o meu consultório! — Um médico aparece na sala e meu irmão e meu
pai a levam para ser atendida, mesmo ela protestando.
Fico ali na sala andando de um lado para o outro sozinho, tentando
não surtar com essa situação, eu vim até aqui para relaxar e me acontece isso?
Eu devia ter imaginado que algo assim aconteceria, afinal, não é a primeira
vez que isso acontece e também não será a última.
Respiro fundo arrependido dessa maldita viagem e desejando
ardentemente sumir daqui, a imagem dela me vem na mente, ter aquela
mulher em meus braços seria a única maneira de me acalmar agora, mas ela
está a milhares de quilômetros de distância, merda! O que eu estou fazendo?
Porque pensar tanto nela? Porque desejar tanto a mesma mulher? Isso não vai
dar certo, eu preciso tirar essa mulher da minha cabeça.
Saio dos meus pensamentos com meu pai entrando na sala.
— Sua mãe quer te ver, ela foi medicada e terá que ficar em
observação até a pressão dela baixar. — Ele se aproxima receoso e assim
como eu ele evita me encarar.
— Em que quarto ela está? Eu vou vê-la. — Pergunto curto e grosso e
o ouço respirar fundo.
— Vamos lá! Eu te levo até ela. — Ele segue em direção a porta e eu
sigo atrás dele pensativo.
Seguimos por um corredor e entramos no elevador, minha mãe está
em um quarto no andar de cima então subimos até ela. Assim que entramos
no quarto a vejo deitada com uma expressão mais serena que antes, me
aproximo da sua cama parando ao seu lado e ela me encara fixamente me
estendendo a mão, ela encara o meu pai do outro lado da cama e também o
estende a mão.
— Eu já estou em uma idade avançada, não sei por quanto tempo
mais eu vou viver... Mas se eu morrer de uma hora para outra não quero
partir sabendo que pai e filho não se entendem... Querido, se o nosso filho
está feliz fazendo o que ele faz agora, porque não aceitar a vida que ele
escolheu...? Filho, tem certeza que você não pode dar essa alegria ao seu pai
mesmo sem deixar de viver a sua vida como você quer? Seria um sacrifício
muito grande para você aceitar o pedido do seu pai, querido...? E você meu
bem? Porque não aceita de uma vez a vida que o nosso filho escolheu? Vocês
preferem brigar e se enfrentar a dar o braço a torcer e aceita o que o outro tem
a oferecer? — Minha mãe nos encara com lágrimas nos olhos ainda magoada,
e eu encaro o meu pai pensativo. — Por favor? Me deem essa alegria de ver a
nossa família unida outra vez? — Suplica nos encarando esperançosa então
encaro meu pai, eles não vão desistir e não quero que minha mãe acabe mal
por nós ver brigando tanto, respiro fundo me dando por vencido.
Capítulo 08
Ramon
— Eu já estou em uma idade avançada, não sei por quanto tempo
mais eu vou viver... Mas se eu morrer de uma hora para outra não quero
partir sabendo que pai e filho não se entendem... Querido, se o nosso filho
está feliz fazendo o que ele faz agora, porque não aceitar a vida que ele
escolheu...? Filho, tem certeza que você não pode dar essa alegria ao seu pai
mesmo sem deixar de viver a sua vida como você quer? Seria um sacrifício
muito grande para você aceitar o pedido do seu pai, querido...? E você meu
bem? Porque não aceita de uma vez a vida que o nosso filho escolheu? Vocês
preferem brigar e se enfrentar a dar o braço a torcer e aceita o que o outro tem
a oferecer? — Minha mãe nos encara com lágrimas nos olhos ainda magoada,
e eu encaro o meu pai pensativo. — Por favor? Me deem essa alegria de ver a
nossa família unida outra vez? — Suplica nos encarando esperançosa então
encaro meu pai, eles não vão desistir e não quero que minha mãe acabe mal
por nós ver brigando tanto, respiro fundo me dando por vencido.
— Se o papai estiver disposto a não me criticar mais por causa das
minhas boates... Por mim tudo bem, mamãe, eu aceito assumir a empresa do
Brasil. — A encaro frustrado e mesmo assim vejo um pequeno sorriso surgir
em seu rosto.
— Está falando sério, filho? Vai mesmo assumir a empresa? — Papai
pergunta me encarando surpreso enquanto dá a volta na cama, se
aproximando mais de mim.
— É papai, eu vou assumir a empresa mas o senhor deve isso a minha
mãe... Eu nunca desmereci o seu esforço para construir toda essa carreira para
mim e meus irmãos, sei o quanto você batalhou para construir todo esse
império e me orgulho muito disso... A força que você teve e ainda tem, é a
força que eu estou buscando para mim, estou tentando trilhar o meu caminho
a minha maneira e eu queria muito que você entendesse isso, mas ao invés
disso você só me critica, quer que eu pegue pronto o que você construiu, mas
eu tenho o direito de construir o que eu quero também, quero batalhar por
algo a minha maneira por mais errado que você achar que seja, mas é algo
que eu estou batalhando do começo ao fim, com erros e acertos, mas sou eu
quem está construindo. — Desabafo pensativo e o vejo refletir, ele encara
minha mãe que tem os seus olhos atentos em nós.
— Realmente, ser dono de boates de prostituição não era o que eu
queria para você, meu filho, mas eu prometo tentar entender e aceita essa sua
escolha, desde que isso não o afaste mais da nossa família, desde que isso não
o afaste do que eu quero para você porque eu quero o melhor para cada um
dos meus filhos... Eu também não gosto de brigar com você, Ramon, mesmo
que eu não demonstre, eu te amo, meu filho... Posso ser um casca grossa
como você mesmo já me chamou algumas vezes, mas eu quero o melhor para
você. — Puta merda, ele está emocionado, nunca vi o meu pai emocionado
antes, sempre o vejo irritado comigo, mas emocionado é a primeira vez.
— Me desculpe papai? Eu sempre falo algumas besteiras na hora da
raiva, mas você me entende bem porque não somos diferentes nisso... Você
também fala muita merda as vezes, admite! —Tento descontrair e o vejo
gargalhar como ele não faz a tempos, pelo menos não perto de mim.
— Você me tira do sério moleque, não tem como manter a boca limpa
perto de você. — Afirma ainda sorrindo e vejo minha mãe sorrir largamente.
Ele abre os braços para mim e eu vou de bom grado, afim de dar uma
trégua e encerrar essas brigas entre nós.
— Porra até que enfim! Eu precisei passar mal para ver esses dois se
entendendo... Graças a Deus, eu não aguentava mais. — Nos separando e eu
encaro a minha mãe, chocado pelo palavrão que ela disse.
— Mamãe! Que boca suja é essa? Tenha modos você não tem mais
idade para ficar soltando palavrões por aí, muito menos dentro de um
hospital. — A repreendo e ela gargalha.
— Deixa comigo filho, eu vou limpar a boca dela agora mesmo. —
Meu pai se inclina para beijá-la e eu os encaro surpreso com esse beijo de
cinema.
— Querem que eu deixe vocês a sós? Eu também posso fazer uma
reserva em um hotel, não quero ninguém ouvindo os meus pais gemendo por
aí. — Pego o celular do bolso fingindo ligar para algum lugar e minha mãe
me repreende.
— Ramon! Mais respeito garoto, eu ainda sou a sua mãe...! Onde já se
viu dizer uma coisa dessas na cara dura. —Ela me repreende me encarando
séria enquanto eu gargalho por vê-la envergonhada, meu pai se segura para
não rir, é um sem vergonha mesmo.
— Desculpa mamãe, eu não resisti... Ham... Vocês ainda... Sabe,
vocês ainda dão no coro depois de tantos anos juntos? — Pergunto realmente
curioso e minha mãe atira o seu travesseiro em mim.
— Ramon Mitchell! Você não acha que já está bem grandinho para
merecer levar uma surra, menino? Meu Deus os filhos já não respeitam mais
os pais como antigamente. — Ela dramatiza vermelha feito um tomate
enquanto eu e meu pai caímos na gargalhada.
— Legal! Que bom encontrar vocês sorrindo depois da mamãe quase
enfartar, vocês não podia ter pulado para essa parte a algumas horas atrás? —
Alaric entra no quarto nos encarando surpreso.
— Vai por mim maninho, eu fiz uma pergunta aos nossos pais e estou
curioso para saber a resposta, acho que você também iria querer matar a sua
curiosidade... Depois de tantos anos de casados como um casal consegue
manter a vida íntima ativa? Sabe, dar no coro mesmo, uma boa noite de sexo
sem pudor. — Tento me controlar das gargalhadas mas meu irmão se junta a
mim.
— Bom, não plantamos mais bananeiras e nem viramos cambalhotas,
mas ainda fazemos o essencial para sermos felizes, não é querida? —
Confessa meu pai segurando a mão da minha mãe com carinho, mas vejo
uma certa malícia no seu sorriso.
— Meu Deus me leva logo dessa terra! Ou eu vou morrer de tanta
vergonha... Onde já se viu Danilo! Falar da nossa vida íntima para os nossos
filhos? O que eles vão pensar de nós? Você é mesmo um pervertido, Ramon
teve a quem puxar, não é à toa que vivem brigando. — Mamãe se senta na
cama o encarando séria e ele tenta se conter das suas risadas.
— Então o nosso pai é um pervertido e mesmo assim, implica por
Ramon ser dono de boates...? Fale mais sobre o papai, mamãe? Essa conversa
está começando a ficar interessante. — Alaric se senta a beira da cama mas
mamãe avança nele como uma leoa o fazendo correr de perto dela.
— Saiam já daqui e vão buscar um médico! Eu quero ver o meu neto
e depois ir para casa, seus filhos da mãe...! Façam algo que preste e me tirem
daqui! — Esbraveja descendo da cama e papai a ajuda mesmo se contorcendo
de rir.
— Se acalma querida, se a sua pressão subir de novo o médico não
vai querer te dar alta. — Ele a encara com um largo sorriso mas ela lhe dá um
tapa no braço, que mulher brava, já sei o porquê o papai se apaixonou por ela.
— Eu vou chamar um médico para te dar alta mamãe, você está
ótima... Depois eu vou para um hotel, eu preciso descansar um pouco e ainda
estou morrendo de fome. — Me aproximo lhe dando um beijo e vejo-a me
encarar apreensiva.
— Deixa de bobagens filho, aquela casa também é sua e não tem
cabimento você ficar em um hotel, sem falar que precisamos conversar sobre
a sua posse na filial do Brasil. — Meu pai me encara com um largo sorriso,
meu irmão me encara surpreso.
— Como assim? Ramon finalmente aceitou assumir a empresa do
Brasil? Por essa eu não esperava... Parabéns irmão! Eu sabia que uma hora
você iria ceder. — Meu irmão se aproxima mais me puxando para um abraço
afetivo.
— Bom, vocês tentaram até que conseguiram me convencer, mas
espero que estejam cientes de que agora as minhas visitas serão ainda mais
curtas... Não vai ser fácil assumir uma empresa daquele porte e gerenciar seis
boates ao mesmo tempo, se quiserem me ver terão que ir até a mim. — Os
alerto e meu irmão me encara pensativo.
— Não seja por isso, se Maomé não vai a montanha, a montanha vai
até Maomé. — Minha mãe finalmente sorrir depois das minhas gracinhas.
— Perfeito! Amanhã mesmo farei uma vídeo conferência marcando
uma reunião para próxima semana, irei ao Brasil com meu filho para a sua
posse na presidência da Groups' Mitchell Brasil... Quero que você assuma a
empresa o quanto antes, filho, os negócios da família precisam permanecer
em família. — Meu pai se empolga como não via há anos na minha presença,
sei que ele esteve todos esses anos magoado comigo mas acho que agora isso
vai mudar.
— Não precisa ter pressa papai, a empresa não vai fugir do lugar...
Por falar em fugir, o que vai acontecer com o atual presidente da empresa?
Como vai justificar o meu posto na presidência? — O encaro curioso e ele dá
de ombros.
— Não preciso justificar nada, você é um dos herdeiros dos grupos
Mitchell e tem todo o direito de assumir os negócios da família... Mas eu já
pensei em um novo cargo para o atual presidente, a filial que inauguramos na
Itália ainda precisa de um presidente, não vou trabalhar a vida toda e já estou
cansado de viajar de um lado para o outro... Quero dar mais atenção à minha
esposa e aos meus netos, então colocarei Fernando no meu lugar assim que
você assumir a empresa. — A tranquilidade na sua voz me impressiona, ele já
tinha tudo planejado, esse filho da mãe, não tem como negar que sou filho
dele.
Sorrio da sua cara de pau em dizer tudo isso como se fosse a coisa
mais óbvia do mundo, eu não pretendia assumir a empresa, muito menos
agora, mas não posso ariscar a saúde da minha mãe com brigas entre mim e o
cabeça dura do meu pai, mesmo brigando muito eu o amo, e acho que posso
fazer esse sacrifício para não ver a mulher das nossas vidas decepcionadas e
passando mal por nossa culpa, mamãe não merece essa situação então farei
isso por ela.
Chamo um médico como a mamãe pediu mas ele ainda a quer em
observação, se ela aceitou essa decisão? Óbvio que não, eu não sou o único
teimoso e insistente na família, acho que esse problema é hereditário pois
herdei dos meus pais.
Depois de brigar com o médico por querer ver o neto, mamãe
finalmente saiu do quarto e fomos todos até o berçário ver o mais novo
integrante da família, não preciso dizer que minha mãe chorou horrores
querendo pegá-lo no colo, mas as enfermeiras ainda estão cuidando dele
antes de levá-lo para minha irmã, arrastamos a dona Verônica pelos
corredores e a levamos até o quarto, onde minha irmã já está esperando
ansiosa para ter o seu filho em seus braços.
— Parabéns minha irmã, meu sobrinho é mesmo um moleque forte,
além de ser boa pinta... Vai ser pegador como o tio. — Me aproximo dela lhe
dando um beijo no alto da cabeça.
— Obrigada maninho, mas nem de longe eu quero que o meu filho
seja como você... Eu quero que ele forme uma família algum dia e se ele for
como você eu nunca terei um neto. — Ela me encara com um largo sorriso no
rosto e vejo minha mãe pensativa, já maquinando alguma coisa na sua mente.
Merda!
— No que depender de mim o seu irmão não ficará por muito mais
tempo solteiro, filha... Camila perguntou de você Ramon, no próximo mês ela
vai estar no Brasil e falei para ela te fazer uma visita, então por favor, filho?
Seja gentil com ela? — Conta mamãe me encarando esperançosa.
— Ela disse mais ou menos a data que vai estar no Brasil? Quero
saber para eu sumir do mapa nessa época, não estou afim de ver ninguém,
mamãe, a menos que ela esteja afim de um bom sexo e nada mais, é só isso
que eu posso oferecer a ela. — A encaro sério insatisfeito com essa sua
insistência.
— Pelo amor de Deus Ramon! O que custa dar uma chance a menina?
Ela gosta tanto de você, meu filho. — Suplica meu pai me fazendo revirar os
olhos.
— Ela é gostosa papai, mas eu não tenho nada a oferecer a ela além
de sexo... Não quero compromisso com ninguém então não insistam, vocês já
conseguiram o bastante por hoje, eu vou assumir a empresa, não vou? Então
não forcem a barra ou eu vou pirar. — Me irrito e minha mãe suspira fundo.
— Eu volto amanhã para te ver, maninha, eu estou realmente exausto e
preciso descansar... Nos vemos em casa mamãe. — Me despeço de cada um
deles e logo estou saindo do hospital sob os protestos da dona Verônica.
Nunca deixei ninguém me influenciar e não vai ser agora que vão
conseguir isso, já fiz o suficiente aceitando a assumir a empresa, agora chega!
Sigo para mansão Mitchell e quando chego já não tem quase
ninguém, graças a Deus, peço a uma das empregadas para me levarem algo
para comer no quarto enquanto eu subo para tomar um banho, passo pelo
menos trinta minutos embaixo da água tentando relaxar o corpo, quando me
sinto um pouco mais leve eu saio enrolado na toalha, entro de volta no quarto
e vejo a empregada arrumando a mesa no canto do quarto, ela está tão
distraída que nem percebe a minha presença. Me aproximo por trás dela e
seguro firme a sua cintura prendendo o seu corpo ao meu.
— Olá Sthefany! Sentiu a minha falta boneca? — Sussurro no seu
ouvido e ela amolece.
— Sr. Ramon... Não esperava vê-lo hoje... Eu fiquei sabendo que
havia ido para um hotel... Que bom que mudou de ideia. — Ela diz ofegante
se virando para me encarar.
Sthefany é uma morena muito bonita e muito gostosa também, ela me
diverte sempre que venho a Miami.
— Pensei que já tivesse se recolhido junto a maioria dos
empregados... Passa a noite comigo hoje? Preciso relaxar e sinto saudade
dessa boquinha gulosa. — Aperto a sua cintura e desço a minha mão até a sua
bunda erguendo o seu uniforme.
Como essas mulheres conseguem usar uma calcinha tão pequena?
Mal cobre a frente e atrás não cobre nada.
— Vai descansar enquanto eu termino de ajudar na arrumação da
casa... Prometo te acordar no meio da noite com a minha boca nesse corpinho
delicioso e tatuado... Agora eu preciso ir, Sr. Ramon, ou virão atrás de mim.
— Ela abre aquele sorriso safado e puxa a toalha da minha cintura se
afastando para encarar o meu pau já duro e esperando por ela.
— Não vai me dar nem um beijo antes de ir? Estou ansioso para saber
como você vai me acordar. — Lhe dou um sorriso de lado e ela se abaixa na
minha frente acariciando o meu pau.
Não demora muito e ela me coloca na boca me engolindo inteirinho,
gemi em resposta fechando os olhos para curtir essa boquinha deliciosa, mas
a imagem da outra vem na minha mente.
— Que boca gostosa ruivinha... Ohhh delícia... — Gemi segurando a
sua nuca entrando mais rápido na sua boca, mas de repente ela se afasta se
levantando furiosa.
— Eu não sou ruiva, Ramon, eu sou morena! Filho da mãe! Quer me
comer pensando em outra? Vai se ferrar! — Esbraveja irritada me pegando de
surpresa com a sua reação.
— Espera Sthefany! Você ouviu mal, eu não falei ruiva eu falei
morena...! Porra espera Sthefany! Sthefany? — Tento ir atrás dela mas ela sai
do quarto me deixando ali pelado e de pau duro. — Mas que merda aconteceu
aqui...? Ruiva filha da mãe! Mesmo longe ela conseguiu arruinar a minha
foda de hoje.
Suspiro frustrado ali parado em pé na porta ainda nu, fecho a porta do
quarto e vou até a minha mala pegar uma cueca para vestir, depois disso me
sento a mesa sentindo o meu estômago roncar de fome, a comida está
quentinha e deliciosa como só a Maria sabe fazer.
Começo a comer pensando na foda que perdi e novamente os meus
pensamentos vão nela, naquela ruiva gostosa, fecho os olhos e consigo vê-la
nua na minha frente com aquele sorriso atrevido, não posso pensar tanto em
uma prostituta, isso não está acontecendo comigo.
Termino de comer e me jogo na cama tentando dormir um pouco,
Marcelly não sai da minha mente então me forço a pensar na nova
responsabilidade que irei assumir na próxima semana, isso sim é broxante e
logo pego no sono, eu preciso pensar em como vou conciliar as minhas idas
nas boates e o meu trabalho na empresa, sei que vou me arrepender por
aceitar me comprometer tanto, mas por outro lado, assumir parte dos
negócios da família pode me ajudar a manter a minha mente fechada para
esse assunto casamento que minha mãe insiste em me pressionar, não vou me
casar para agradá-la, isso eu não farei jamais, isso ninguém vai me obrigar a
fazer.
Eu preciso descobrir quando Camila vai estar no Brasil, eu preciso
evitar ao máximo me encontrar com aquela garota, ela caiu nas ideias da
minha mãe de que eu preciso me casar e agora a garota vai ficar na minha
cola e eu quero evitar isso, eu já deixei claro que só quero sexo, eu não posso
oferecer nada além disso para ela e nem para ninguém, a minha vida é
perfeita como está, dinheiro, mulher muito sexo e diversão, não existe nada
melhor que isso e eu não vou perder por nada nesse mundo.
Vou aproveitar a minha estadia na cidade para visitar o meu amigo
John, ele voltou recentemente para Miami com a sua nova mulher e já se
casou, depois de anos na mesma vida que eu, John Sarkozy abandonou a vida
de pegador para se prender a uma única mulher, Felipe está indo pelo mesmo
caminho e eu aqui sem entender o que está acontecendo com os meus
amigos.
Depois de uma grande decepção, cada um de nós concordamos que
não existe nada melhor do que viver sem pensar no amanhã, sem nos
preocupar com relacionamentos e com mulheres pegando no nosso pé a todo
instante, mas parece que aqueles dois estão tendo uma recaída, mas isso não
vai acontecer comigo, sou mais forte do que muitos pensam. Eu sou Ramon
Mitchell porra!
Capítulo 09
Marcelly
DUAS SEMANAS DEPOIS...

— Vamos meninas! Precisamos entrar no palco logo, eu tenho um


programa em meia hora e não posso me atrasar... Sandro você está pronto?
Vamos entrar no palco agora! — Apresso-os pois não podemos nos
atrasarmos mais, já era para estarmos no palco mas algumas garotas são
muito lerdas para se arrumarem.
— Relaxa Marcelly! Vai dar tempo de você ir para o seu programa, o
cliente está aí fora esperando você fazer a sua apresentação antes, esse cara é
tarado em você garota... Mas também quem não seria? — Sandro me encara
de cima abaixo me fazendo revira dos olhos.
— Pelo amor de Deus Sandro! Eu já tive problemas com os meninos e
não quero ter problemas com você também, ok? Não me olha assim, o Paulo
está passando relatórios para o Sr. Mitchell a cada dois dias, ouviu? — O
alerto e ele dá de ombros.
— Já tem duas semanas que o Sr. Mitchell não aparece por aqui, não
tem como Paulo ficar de olho na gente o tempo inteiro... Podemos nos ver
fora da boate se você quiser. — Ele se aproxima me encarando de um jeito
estranho, me fazendo bufar.
— Se você se aproximar de mim novamente me olhando desse jeito,
eu juro que arranco as suas bolas fora, você me ouviu? Quer perder a sua
vaga aqui então se envolva com outra, porque comigo você não vai conseguir
nada. — O encaro furiosa e me viro para as meninas. — Se vocês não
entrarem no palco comigo agora eu vou entrar sozinha! — Alerto-as irritada
por esse idiota do Sandro não dar valor ao que tem aqui, mas eu não vou
deixar ele me ferrar junto com ele.
Me apresso para me posicionar atrás das cortinas e logo vejo as
meninas parar ao meu lado, faço sinal para Isac, o rapaz do som então ele
coloca a nossa música, escolhemos as nossas poses e as cortinas se abrem e
nós entramos no palco dançando, abro o meu melhor sorriso enquanto danço
junto as meninas, os homens gritam e nos admiram com um imenso sorriso,
logo à frente do palco está o cliente que vou atender depois dessa
apresentação.
Invisto na sensualidade junto as meninas e danço como se a minha
vida dependesse disso, sinto o meu corpo estremecer como se estivesse sendo
vigiada, mas todos nesse salão estão olhando não só para mim, mas para as
meninas também.
Sandro entra no palco se juntando a nós e mesmo com receio, danço
junto com ele, as meninas o agarram fazem caras e bocas mas eu tento não
passar dos limites com ele, Sandro pode entender errado como os outros
meninos e assim complicar a minha vida, e a dele também.
Começamos a tirar algumas peças da nossa fantasia até ficarmos só de
peças íntimas, eu e as meninas tiramos a parte de cima da lingerie exibindo
um pequeno adesivo vermelho cobrindo o mamilo dos seios, os homens e
também as mulheres jogam notas de dinheiro na nossa direção, um dos
clientes tenta até subir no palco mas é barrado por um dos seguranças,
sorrimos satisfeitas com o resultado da nossa dança mas logo estamos
agradecendo enquanto recolhemos o dinheiro do palco.
Em seguida saímos voltando para o canarinho satisfeitos pois dessa
vez o dinheiro jogado no palco foi bem maior que o de ontem, foi a nossa
primeira apresentação e foi ótima, mas agora eu preciso ir para o meu
primeiro programa da noite, e já tem outros três agendado então a minha
noite será cheia.
Me apresso para tomar um banho ali mesmo no canarinho e me
arrumo para sair, o cliente quer ir para um hotel então eu preciso me apressar
para não perder tempo, não fico com um cliente nem um minuto a mais e
nem a menos, eu fico o tempo justo pago por eles então depois de pronta eu
saio do camarim, sigo para o salão a procura do meu cliente e no meio do
meu trajeto, recebo algumas propostas indecentes, algumas bem generosa e
irrecusável mas eu já estou comprometida com o cliente de agora, e não
posso deixá-lo na mão.
— Fica comigo hoje gatinha? Eu tenho uma noite inesquecível para te
oferecer além de uma boa quantia em dinheiro... Ainda posso ser mais
generoso que isso, é só você me escolher delícia. — Diz um cliente me
puxando pela cintura me prendendo ao seu corpo.
— Sinto muito querido, mas tem um cliente me esperando, passa no
caixa e veja se ainda há horários disponíveis para hoje, se tiver eu terei o
maior prazer em te atender, não sou apenas de um, eu sou de todos e todos
merecem a minha atenção, cada um no seu horário marcado. — Tento me
soltar dele mas ele não me larga.
— Venha comigo e eu cubro o valor do seu cliente! Te dou o dobro
do que ele te ofereceu princesa, mas eu quero você agora! — Ele tenta me
beijar mas eu o empurro tentando me esquivar.
— Eu vou te atender, mas só se tiver um horário marcado...! Fora isso
eu não posso te atender hoje... Agora me solta! Você está me machucando!
— Tento a todo custo me soltar dele mas ele me arrasta para algum lugar no
meio da multidão.
— Eu estou tentando sair com você a uma semana, mas você nunca
está disponível e eu preciso ter você agora! — Esbraveja me apertando, me
arrastando para algum lugar e isso me desesperar.
— Eu não vou com você a lugar nenhum! Me solta! Me solta seu
filho da puta! — Esbravejo de volta tentando me soltar mas não consigo, o
encaro furiosa e lhe acerto uma ajoelhada o fazendo me soltar e cair de
joelhos no chão. — Depois disso eu não vou te atender nem por todo dinheiro
do mundo, seu lunático doente! — Esbravejo puxando os seus cabelos com
força, mas sinto alguém me abraçar por trás tentando me arrastar para longe
do cliente.
— Solta ele Marcelly! Ele já teve o que mereceu, agora solta esse lixo
que os seguranças vão cuidar dele. — Ouço a voz preocupada de Paulo no
meu ouvido então solto o cliente, olho para cima e me deparado com aquele
par de olhos intensos me encarando. — Sr. Mitchell...? — Sussurro o
encarando surpresa, ele tem seus olhos atentos em mim.
— Leva ela para minha suíte, Paulo! Eu vou cuidar desse bastardo
inútil. — Ordena em um tom firme, aquele mesmo tom que me estremeceu a
semanas atrás.
— Me desculpe senhor, mas tem um cliente me esperando... — O
alerto mas ele me interrompe.
— Eu não perguntei se tem cliente te esperando, eu quero você na
minha suíte agora então não discuta! Apenas cumpra as minhas ordens,
Paulo...! Leva ela! Eu já estou indo, precisamos ter uma conversa. — Ele me
encara sério me fazendo perder o ar dos meus pulmões então Paulo me
arrasta para longe dali.
— Me solta Paulo! Eu não fiz nada! Foi aquele idiota que me agarrou
a força e ainda vou levar uma bronca do chefe? Isso não é justo. — Esbravejo
irritada enquanto Paulo me arrasta escada acima, no trajeto encontro Amanda
e Keila me encarando confusas.
— O que está acontecendo, Marcelly? O que houve para onde ele está
te levando? — Keila pergunta preocupada encarando Paulo aflita.
— Relaxem meninas! Não é nada demais, Marcelly deu uma surra em
um abusado e o chefe quer conversar com ela, e vocês voltem ao trabalho!
Estou de olho em vocês, ouviu? Em todos vocês! — Paulo as encara sério
mas volta a subir me arrastando pela cintura, para não agarrar o meu braço.
Terminamos de subir sob os meus protestos e entramos no corredor,
Paulo me leva até a suíte do chefe e me coloca para dentro me encarando
preocupado.
— Não seja tão rebelde, Marcelly, o chefe quer conversar mas não
deve ser nada demais, então espera aqui ouviu? Não saia ou você vai se
complicar e me complicar também, você consegue entender isso? — Paulo
me encara atento e eu respiro fundo me sentindo frustrada.
— Tudo bem, eu não vou sair daqui, mas você precisa avisar ao meu
cliente que vou me atrasar, e eu não vou dar desconto para ninguém pelo
atraso porque eu não tenho culpa de nada! — Concordo irritada andando pela
suíte e ele esfrega as mãos no rosto.
— Relaxa! Eu vou resolver esse problema, agora fique aqui e espera
pelo Sr. Mitchell, ele já teve estar vindo. — Ele volta em direção a porta mas
eu chamo por ele.
— Espera Paulo! Quando foi que ele chegou de viagem? Ele chegou a
muito tempo na boate? — Pergunto curiosa e ele me encara atento.
— Ele chegou de viagem a uma semana mas estava muito atarefado
com outros assuntos, com as outras boates e só agora conseguiu aparecer, ele
chegou assim que vocês entraram no palco, porque? — Seu olhar
desconfiado me deixa sem graça.
— Por nada, já tem tempo que ele não aparece por aqui, eu só fiquei
curiosa... Só isso. — Tento não demonstrar que estou tensa mas ele se
aproxima me encarando nos olhos.
— Você está gostando do nosso chefe, Marcelly? Se estiver gostando
dele é melhor esquecê-lo, o Sr. Mitchell não é o tipo de homem que se
apaixona, ouviu bem? Não quero que se machuque então se concentra no
possível e esquece o impossível, ok? — Ele me encara atento e tenho certeza
de que estou vermelha.
— Não sei de onde você tirou um absurdo desses, não estou gostando
de ninguém, o meu único interesse aqui é no dinheiro e você sabe disso...! Eu
também não sou mulher de me apaixonar, não se preocupe, você perdeu a
Laura e Paloma, mas não vai me perder, bebê... Você ainda vai ter que me
aturar muito, pode ter certeza disso. — Abro um largo sorriso o abraçando e
ele retribui concordando.
— Acho bom mesmo, você está se tornando uma das melhores
garotas da casa e eu não posso perder você... Não é a toa que os garotos e os
clientes estão brigando por você, mas acho bom você ficar de olho aberto
com Sandro, o chefe viu o quando esse garoto está interessado em você...
Você quase saiu daqui por causa de dois deles, não deixa que um deles
consiga virar a sua cabeça, está bem? Eu vou descer para ver como estão as
coisas e você fica aqui! — Ele sorrir de lado e pisca para mim antes de sair
do quarto.
Me viro indo até a janela para respirar ar fresco, mas nesse momento
ouço a porta se abrir.
— O que foi Paulo, você esqueceu... Sr. Mitchell... — Me viro
pensando ser o Paulo novamente, mas me deparo com aquele homem gostoso
me encarando de cima abaixo, ele tranca a porta e se aproxima me fazendo
engolir a seco.
Sem perceber a minha respiração pesa, ele está tão lindo e quanto
mais ele se aproxima, mais o seu perfume se faz presente, me sinto trêmula
pois senti sim a falta do seu toque, senti falta de senti-lo e isso está me
assustando, nunca pensei tanto em um cliente como pensei no meu chefe.
Ele continua se aproximando ainda calado me encarando sério, dou
alguns passos para trás batendo a minha bunda na mesa.
— Sr. Mitchell...! Eu posso explicar o que aconteceu lá em baixo... Eu
não tive culpa de nada, acredita em mim? — Me justifico com a voz trêmula
e a respiração pesada, o que está acontecendo comigo? Porque ele está me
deixando assim?
Ele não diz nada, apenas se aproxima mais tocando a minha cintura
me fazendo estremecer.
— Ramon... — Sussurro quase sem voz e ele avança na minha boca
me beijando ferozmente.
Retribuo ao seu beijo matando a saudade que senti desses lábios
macios, seu beijo é intenso e suas mãos me apertam com posse, me deixando
mole como nunca estive antes, ele me ergue me pondo sentada na mesa se
encaixando entre as minhas pernas sem interromper o beijo, ele continua me
puxando pela cintura me fazendo gemer na sua boca ao sentir o quanto ele
está excitado.
— Eu preciso sentir você ruivinha... Porra eu estou febril de tanto
desejar você... — Ele puxa o meu vestido suspendendo-o até tirar o mesmo
do meu corpo.
— Se me desejava tanto, porque demorou tanto tempo para vir...? Já
estava achando que não me desejava mais. — Lhe dou um sorriso atrevido
enquanto me apresso para abrir a sua camisa, em um único puxão
arrebentando os botões e ele me encara surpreso, mas sorrir de lado tirando o
tecido do seu corpo.
— Muito trabalho, ruivinha. Só agora consegui uma folga para te
você. — Ele abraça a minha cintura me prendendo ao seu corpo e eu abraço a
sua cintura com as minhas pernas.
Ele me leva para cama me pondo deitada na mesma, se pondo sob
mim, seu olhar encarando a minha boca é tão intenso quanto antes, porra esse
olha me estremece, ele me beija com calma enquanto se esfrega em mim e
logo sinto a sua boca quente no meu pescoço descendo entres os meus seios,
ele abre a lingerie deixando os meus seios a mostra e os acaricia, os encara de
um jeito faminto.
Ramon se ergue tirando a minha calcinha e fica ali me encarando
fixamente, me encarando daquele jeito intenso que faz o meu corpo arder em
chamas. Ele tira a sua calça junto com a cueca sem desviar os seus olhos de
mim.
— Porque está tão tensa? Porque está tão ofegante, Marcelly? —
Pergunta naquele tom rouco se pondo novamente sob mim, me fazendo
estremecer.
Não consigo responder, abraço a sua cintura com as minhas pernas
mas ele coloca a sua mão entre nós tocando a minha intimidade.
— Ohhh... Hummm... Ramon... Ahh... — Me contorço elevando o
meu quadril para receber mais o seu dedo dentro de mim.
— Porra ruivinha... Você geme assim com os outros clientes também?
Você se entrega assim a todos eles...? Vamos me diz...? Você é intensa assim
com todos eles? — Me surpreendo com as suas perguntas, o encaro confusa
mas não consigo dizer nada.
Ele se ergue sem tirar os seus olhos dos meus e se abaixa tocando a
minha intimidade com a sua língua habilidosa, gemi ainda mais agarrando os
lençóis com força, procurando por alívio, o que está acontecendo comigo?
Porque essa transa está se tornando tão intensa? Porque sinto o desejo me
consumir tanto me deixando a beira de uma explosão? Porra ele mal tocou
em mim e já estou quase gozando.
Ramon me chupa com tanta vontade, ele parece faminto e quer me
devorar.
— O que está fazendo...? O que está fazendo Ramon? Ohhh... Cacete
eu vou gozar... Eu vou gozar... — Tento me segurar ao máximo mas não
resisto e gozo na sua boca enquanto agarro os meus seios me contorcendo de
prazer.
— Porra Marcelly! Isso...! Goza gostoso ruivinha... Porra que
delícia... — Ele geme na minha intimidade sugando o meu prazer enquanto
meu corpo inteiro treme. — Você está destruindo a minha mente ruivinha...
Porra eu nunca desejei uma mulher como estou desejando você. — Ele se põe
novamente sob mim esfregando a sua ereção na minha intimidade, e me
preenche se instando dentro de mim.
— Ohhh... — Gememos juntos e ele começa a se mover me fazendo
delirar ao sentir a sua pele na minha.
— Merda! Você está sem camisinha Sr. Mitchell...! Ohhh... Oh meu
Deus... Ahh que perfeito... — O alerto preocupada mas gemi de prazer
desejando que ele não pare.
— Eu li a sua ficha médica, sei que está limpa e eu também estou...
Porra eu não vou parar agora... Não posso... Ohhh eu não posso ruivinha...
Caralho você está me deixando louco... gostosa... Porra você é tão gostosa...
— Ele urra segurando as minhas mãos acima da cabeça metendo forte indo
fundo me fazendo viajar nesse imenso prazer.
Sua mão livre agarra um dos meus seios e logo sinto ele sugar o meu
mamilo com força, me estremeço, me arqueio sentindo o meu corpo em
colapso, gemi abraçando a sua cintura com as minhas pernas trazendo-o mais
para mim, sentindo o meu segundo orgasmo chegar rapidamente.
Ele deixa o meu seio para tomar a minha boca em um beijo devasso,
sensual e urgente me enlouquecendo de vez ao sentir o meu orgasmo explodir
sem aviso prévio, gemi na sua boca sentindo a minha intimidade latejar o
apertando e ele solta um gemido rouco ao gozar, me preenchendo com o seu
líquido.
Ramon não para os seus movimentos e me penetra mais fundo e forte,
senti-lo latejar dentro de mim me faz gemer de olhos fechados e me arquear
me contorcendo de prazer, ele me beija de forma intensa, de forma que nunca
fui beijada antes, não sei o que está acontecendo aqui mas sei que é algo
inesperado, algo que eu não esperava, algo que não faço ideia do que seja.
Ele me encara nos olhos ainda ofegante e ainda dentro de mim, seus
dedos tocam o meu rosto em um carinho suave tirando os cabelos colados
pelo suor, Ramon sai de mim e se deita ao meu lado me puxando para os seus
braços, e eu vou de bom grado, deito a minha cabeça sob o seu peito
enquanto sua mão desliza pelas minhas costas em um movimento suave e
gostoso.
— Você disse que queria conversar comigo, essa era a conversa?
Transar comigo? — Ergo o meu rosto para encará-lo e ele me surpreende
com um carinho em meu rosto, esse seu gesto me deixa tensa e eu encaro a
sua boca, ele faz o mesmo.
— Quero que seja a minha exclusiva! Não quero você atendendo a
mais ninguém além de mim. — Dispara me encarando com aquele maldito
olhar intenso que bagunça a minha mente, me sento na cama o encarando
surpresa.
— Me quer como sua exclusiva? Mas... E os meus programas? Paulo
agendou alguns clientes para essa semana, sem falar que eu ganho muito mais
por programa do que como exclusiva. — O encaro atenta para ver até onde
ele vai para me ter como sua exclusiva.
— Não me interessa os seus clientes! Eu sou o seu chefe e quero que
seja minha...! Se a sua preocupação é o dinheiro que vai ganhar então me fala
o seu valor? Quanto você cobra por cada programa? Quanto você tira por
noite aqui na boate? — Ele se levanta irritado me encarando sério.
— Não tem como estipular um valor certo por dia, nos dias de semana
a movimentação é bem menor que nos fins de semana, mas... Incluindo as
danças junto aos programas, eu tiro no final da noite até dois mil e quinhentos
no final de semana, mas.... — O encaro atenta ainda não acreditando no que
ele me propôs, mas ele me interrompe.
— Eu te dou dois mil por cada noite para se tornar a minha
exclusiva... Você pode fazer as apresentações com as outras garotas, mas é só
isso, as danças particulares e o sexo serão só comigo, estamos entendidos...?
Quanto aos programas agendados, não se preocupe, Paulo vai resolver essa
questão e tudo isso começa a valer a partir desse instante, não quero mais
ninguém tocando em você além de mim... Eu vou tomar um banho. — Seu
tom firme mais uma vez me abala, mas ele se vira indo para o banheiro
desfilando nu pela suíte.
Estou de boca aberta e queixo caído, ele vai me pagar dois mil reais
por noite para ficar só com ele? Isso só pode ser um sonho, mas se for eu vou
tratar de aproveitar.
Saio do meu transe e me levanto me apressando para chegar ao
banheiro, quero aproveitar cada minuto com esse Deus do sexo.
Capítulo 10
Ramon
Porque essa garota tem que me questionar tanto? O que custa ela
aceitar o que eu quero logo de cara? Não sei o que deu em mim mas eu não
quero outro homem tocando nela além de mim, porra eu fiquei louco com ela
dançando daquele jeito seminua toda sensual, eu estava morrendo de vontade
de estar com ela mas não conseguir vir antes.
Vê-la derrubar aquele cliente filho da puta também foi muito sexy,
que mulher brava, isso só me excitou ainda mais, naquele momento eu decidi
que a queria como minha exclusiva, e não pensei duas vezes antes de mandá-
la subir para minha suíte, eu não iria permitir que ela saísse com nenhum
cliente porque ela tinha que ser minha hoje, assim como foi mas ainda não
estou satisfeito, ainda quero aquela ruiva atrevida e gostosa.
Mal eu entro no chuveiro e logo sinto seus braços em volta da minha
cintura e seus lábios quentes deslizando pelas minhas costas, fecho os olhos
sentindo a minha pele se arrepiar com o seu toque então me viro para encará-
la, mas ela avança na minha boca me beijando com calma, mas de um jeito
intenso que me estremece, porra essa mulher está me enlouquecendo.
Quando o ar nos falta ela desce a sua boca chupando e lambendo o
meu pescoço, me fazendo gemer, ela continua descenso e logo sinto sua boca
no meu pau.
— Porra... Ohhh... Como eu sonhei com essa boquinha gostosa... Puta
que pariu... — Gemi agarrando os seus cabelos forçando o meu pau a entrar
mais na sua boca.
Porra ela me leva na sua garganta com uma facilidade tão grande que
me impressiona, admirá-la mamando o meu pau com tanta vontade enquanto
geme, é surreal, essa entrega dela no sexo me surpreende a cada gemido pois
vejo o quanto é real, não é fingimento e isso é o que mais me surpreende, isso
me deixa louco.
— Eu vou gozar... Caralho eu vou gozar ruivinha... Ohhh merda eu
vou gozar... — Anuncio ofegante me apoiando na parede sentindo as minhas
pernas bambas, mas ela não larga o meu pau.
Ela continua me chupando sugando as minhas forças então não
resisto, gozo com força na sua boca e ela mama todo o meu líquido me
deixando literalmente de boca aberta, gemi ofegante encarando-a surpreso
por ela me deixar gozar na sua boca, sinto as minhas pernas perder as focas e
eu me escorrego pela parede me sentando no chão do box.
Ela me encara com um largo sorriso, mas morde o lábio inferior
enquanto se inclina sob mim esfregando os seus seios fartos no meu rosto,
gemi percorrendo as minhas mãos pelo seu corpo e ela se senta no meu colo,
se esfregando no meu pau ainda latejando pelo orgasmo.
— O que está fazendo...? Está tentando me matar de tanto gozar? —
A encaro com um pequeno sorriso enquanto acaricio o seu corpo.
— Estou te dando á atenção que você merece, por me tornar a sua
exclusiva, Sr. Mitchell. — Seu sorriso atrevido aparece e ela toma a minha
boca em um beijo quente.
Como não conheci essa mulher antes? Não tem como resistir a essa
mulher, não tem como não enlouquecer por causa dela então transamos mais
uma vez.
Depois do nosso momento tomamos um banho e fomos pra cama,
quero descansar um pouco antes de ir embora então me deito com ela em
meus braços, seu corpo quente colado ao meu é tão bom, me trás uma
sensação tão gostosa que me assusta.
— Quer que eu volte para o meu quarto para você descansar mais a
vontade? Eu ainda tenho mais uma apresentação então posso sair para... —
Ela me encara atenta mas a interrompo com beijo, sentindo seus lábios doce,
porque o beijo dela mudou tanto? Está mais doce e mais intenso que antes.
— Não! Eu prefiro que fique comigo até eu ir embora... Na verdade,
quero que passe a dormir aqui a partir de hoje, eu vindo aqui ou não, quero
que você fique na minha suíte... Não quero ter problemas com Sandro e os
outros então evite-os, ou terei que demiti-los e farei isso sem pensar suas
vezes. — Aviso decidido e ela me dá um pequeno sorriso.
— Sim senhor, chefe! Será como você quiser... Mas já que não
atenderei outros clientes, eu queria pedir para passar mais tempo em casa
durante o dia, quero ficar mais tempo com a minha família e no final de todas
as tardes eu volto para boate. — Ela parece apreensiva, mas acho legal que
ela queira passar mais tempo com a família.
— Por mim não tem problema algum, as noites que eu não puder vir
aqui você também pode dormir em casa, se quiser, a decisão é sua. — Toco o
seu rosto sentindo a sua pele tão macia, ela me beija daquele jeito doce me
prendendo nos seus lábios.
Me ponho sob ela devorando a sua boca sentindo certas partes do meu
corpo ganhar vida novamente, claro que transamos mais uma vez, mas de
forma calma, intensa e prazerosa como só ela sabe fazer, eu não me esqueci
que ela ainda não respondeu as minhas perguntas "Você geme assim com os
outros clientes também? Você se entrega assim a todos eles? Vamos me
diz...? Você é intensa assim com todos eles?" Quero saber se ela é assim com
todos ou se eu sou o único que a deixa desse jeito, porque ela é a única que
consegue bagunçar a minha mente dessa forma tão absurda, mas vou deixar
para confrontá-la no momento certo.
Depois de mais um momento de prazer com essa mulher maravilhosa
nos meus braços, pegamos no sono, dormi tranquilamente me sentindo
relaxado como não sinto á séculos, tive o sono dos deuses, mas eu mereço
depois de uma semana trancado naquela empresa trabalhando feito um
condenado, e ainda tive que dividir a minha atenção entre todas as minhas
boates, ou seja, eu estava enlouquecendo por trabalhar tanto e não ter tempo
para sentir essa mulher que eu tanto desejava, e desejo a cada minuto.
Na manhã seguinte eu acordo com o seu corpo quente colado no meu,
ela ainda está aqui comigo e me deu uma das melhores noites da minha vida,
eu nunca transei tanto com a mesma mulher e no final ainda continuar
desejando-a, pois bem, isso está acontecendo agora, gozei feito um louco
ontem e ainda estou aqui, desejando acordá-la com o meu pau já dando sinal
de vida, por admirar essa bundinha linda e redondinha empinada para o alto,
que mulher linda, gostosa demais, maravilhosa demais.
Resisto a tentação e me levanto indo tomar um banho para despertar,
não demoro muito pois preciso ir para empresa e não posso me atrasar.
Depois do banho pego uma roupa limpa no closet e me arrumo para
sair, volto para o quarto e vejo Marcelly se mexer na cama toda manhosa, me
deixando de pau duro por admirá-la nua, ronronando feito uma gatinha
bocejando pelo sono. Pego a minha carteira enquanto me aproximo da cama e
tiro o dinheiro que prometi a ela, o deixando na mesa de cabeceira. Ela abre
os olhos e me encara surpresa por eu já está de pé e arrumado para sair.
— Bom dia, Sr. Mitchell...! Porque vai sair tão cedo? — Ela se senta
na cama esfregando os olhos enquanto eu contemplo a beleza do seu corpo
nu.
— Preciso trabalhar, ruivinha, mas eu volto mais tarde... Quero ver
você de novo. — Me sento ao seu lado na cama e acaricio o seu rosto para
sentir mais uma vez a sua pele macia em meus dedos.
Ela sorrir se sentando no meu colo e me beija calmamente, aquele
mesmo beijo doce que passei a sentir desde ontem.
— Está bem, eu vou esperar ansiosa para te ver de novo. — Sussurra
na minha boca e eu me surpreendo com a sua declaração, mas ela também
parece surpresa com o que disse.
Ela sai do meu colo se acomodando novamente na cama, puxando os
lençóis para se cobrir.
— Tenha um bom dia, Sr. Mitchell! Vou dormir um pouco mais...
Gastamos muita energia ontem e eu ainda estou exausta. — Ela me encara
com aquele sorriso lindo e atrevido e se vira para o lado da cama, me
deixando aqui embasbacada.
— Bom dia, Marcelly! Se precisar de alguma coisa peça ao Paulo
para me ligar. — Me levanto da cama e ela apenas concorda balançando a
cabeça, sorrio feio um idiota e saio da suíte seguindo pelo corredor. Mesmo
pagando para tê-la eu estou satisfeito!
Desço até o salão mas não tem ninguém, ainda é muito cedo e devem
estar todos dormindo então sigo para saída, mas antes de chegar na porta
ouço alguém me chamar.
— Sr. Ramon? Bom dia! Não sabia que tinha passado a noite aqui. —
Me viro me deparando com Paulo vindo na minha direção.
— Você não dorme nunca, Paulo? Ainda é muito cedo, pensei que
ainda estivesse dormindo... E sim, eu passei a noite aqui, está precisando de
alguma coisa? — O encaro atento e ele se aproxima mais.
— Não senhor, não preciso de nada... Aliás, o que aconteceu com a
Marcelly ontem? Ela passou a noite com o senhor? Eu não há vi mais depois
que a deixei na sua suíte, eu tive que cancelar alguns programas que estavam
agendados. — Ele pergunta preocupado e gosto que os meus gerentes se
preocupem com as nossas garotas.
— Sim! Ela passou a noite comigo, foi bom você ter perguntado
porque eu tenho um aviso para te dar... Marcelly agora será a minha garota
exclusiva e não quero ela atendendo a mais ninguém além de mim, nem
mesmo as danças particulares, as apresentações ela fará como de costume,
mas será apenas isso, eu vindo aqui ou não, Marcelly ficará na minha suíte...
Ela me pediu para ficar com a família durante o dia, e as noites que eu não
vier e ela quiser dormir em casa, também não haverá problemas quanto a
isso... Você entendeu tudo que eu disse, Paulo? — Ele me encara de um jeito
que não consigo decifrar, ele parece frustrado mas eu não entendo o porquê.
— Sim chefe! Eu entendi, vou perder mais umas das nossas melhores
garotas. — Comenta pensativo me deixando confuso.
— O que você quis dizer com isso, Paulo? Porque acha que vamos
perdê-la? Por acaso Marcelly está pensando em sair da boate? — Pergunto
ainda confuso e ele respira fundo.
— Não senhor, ela não vai sair... O que eu quis dizer é que... Ao se
tornar a sua exclusiva os clientes perderão umas das nossas melhores garotas,
afinal ela será somente sua, certo? — Sua sobrancelha erguida me diz
claramente que ele quis insinuar alguma coisas além do que disse, vou fingir
que não vi isso.
— Exatamente Paulo! Se ela ficar com alguém o responsável será
você, já que você é o gerente... Eu preciso trabalhar, se precisar de algo é só
ligar... Tenha um bom dia! — O encaro sério mas me viro saindo dali.
Entro no meu carro estacionado a frente da boate e sigo para empresa,
ainda é bem cedo mas quero adiantar alguns trabalhos para conseguir voltar a
boate mais tarde, eu preciso ver essa mulher de novo.
Depois de alguns minutos já estou na empresa iniciando os meus
trabalhos, a minha secretaria chega e me serve um café forte como pedi das
outras vezes e ela não se esqueceu de como gosto, ela é bem bonita, mas é
orgulhosa, já quase transamos uma vez e sei que não vai demorar para isso
acontecer, ela tem uma boca gostosa mas como a boca daquela ruiva não
existe outra igual, só de pensar nela fico duro.
— O que essa mulher está fazendo comigo...? Porque ela me
enlouquece dessa maneira? Até em pensamentos ela ferra a minha sanidade.
— Me pergunto entre dentes me levantando irritado por não conseguir me
controlar por causa dela, o que essa mulher tem que as outras não tem?
Ouço uma batida na porta e peço para entrar, logo vejo a minha
secretaria entrar com alguns documentos nas mãos.
— Com licença, Sr. Mitchell, o Sr. Álvaro me pediu para entregar
esses documentos. — Ela vem até a mim me estendendo os documentos, eu
os pego largando-os sob a mesa.
Ela me encara atenta enquanto eu me aproximo dela, tentando sentir
por ela o desejo que sinto por aquela prostituta atrevida.
— Sr. Mitchell...! Eu preciso voltar ao trabalho... — Contesta com a
voz trêmula quando toco a sua cintura puxando o seu corpo para o meu.
— Eu sou o seu chefe, então eu digo quando você voltará ao trabalho,
Helena. — Avanço na sua boca e ela cede retribuindo o meu beijo, abraçando
o meu pescoço.
Aperto a sua bunda pressionando o meu pau duro nela, ela geme na
minha boca enquanto eu levo-a para poltrona no canto da sala e logo estou
com ela nua em cima de mim, eu sabia que era questão de tempo para
conseguir foder essa secretaria gostosa, mas eu nunca demorei tanto para
gozar como está acontecendo agora, a mulher já gozou duas vezes e eu ainda
estou duro e não estou nem perto de conseguir gozar, a mulher já está mole
jogada lá na poltrona e eu aqui no banheiro de pau duro me masturbando
feito um louco, como isso é possível? Porque não consigo gozar com essa
mulher? A imagem da ruiva vem a minha mente e eu me lembro da sensação
que é estar dentro dela.
— Mas que merda, ruiva...! Ohhh você está acabando comigo
mulher... — Gemi de olhos fechados imaginando ela mamando o meu pau
como ela fez ontem.
Porra! Nenhuma mulher consegue me chupar como ela faz, essa
mulher é de outro mundo e está me destruindo, está fodendo a minha mente.
Enquanto me masturbo pensando nela eu sinto o meu orgasmo
finalmente me atingir em cheio, gozo na privada pensando naquela ruiva
gostosa, me negando a acreditar que não consegui gozar com a minha
secretária, normalmente eu gozo com qualquer mulher, mas por algum
motivo a gostosa da minha secretaria não conseguiu me fazer gozar.
Me arrumo me sentindo levemente saciado depois de gozar pensando
em Marcelly, em seguida saio do banheiro e Helena não está mais aqui,
ótimo! Não quero olhar para ela agora depois de saciar os seus desejos mas
não conseguir saciar os meus, isso é frustrante para mim.
Transei com algumas garotas da Sexy Night e também da Sweet
Pleasure, eu tive que ir até lá durante essa semana e não podia perder a
viagem, mas só me senti a vontade e completamente saciado quando
finalmente pude encontrar a ruiva, eu ainda vou descobrir o que ela tem que
as outras não tem, tem que haver uma explicação para eu desejar tanto essa
mulher.
Foco a minha atenção no trabalho para distrair a minha mente, reviso
os documentos que Helena me trouxe e os assino para despachá-los, recebi a
ligação do meu pai perguntando como estou indo no trabalho, minha mãe
aproveitou para dizer o quanto está magoada por eu não ter dado a Camila a
atenção que ela queria, me controlei para não desligar o telefone só para não
ouvir mais toda essa ladainha de que eu devo me casar, não aguento mais
ouvir essa história mas graças a Deus, eu consegui mudar de assunto ao
perguntar pelo meu sobrinho e minha irmã.
Eles vão ficar com os meus pais enquanto minha irmã ainda estiver de
resguardo, e só depois voltarão para Nova York, não sei o que deu na minha
irmã para aceitar ir morar em Nova York, a cidade do frio, já me acostumei
com a temperatura do Brasil e principalmente com as mulheres, elas são
quentes como o inferno, principalmente uma certa ruivinha que anda
bagunçando os meus pensamentos.
No meu horário de almoço eu saio da minha sala para ir a um
restaurante, e encontro a minha secretaria na sua mesa concentrada no seu
computador.
— Não vai sair para almoçar, Helena? Já deu o seu horário. — A
encaro fixamente e ela abre um largo sorriso.
— Não estou com fome senhor... Estou satisfeita. — Ela morde o
lábio inferior me encarando com desejo, sorrio entendendo o que ela quis
dizer.
— Bom, se precisar comer alguma coisa você está liberada para ir...
Eu volto em duas horas. — Aviso antes de sair deixando ele ali parada
admirando eu me afastar.
Saio da empresa e sigo para o restaurante mais próximo, estou
faminto pois não tomei café da manhã e durante a noite gastei muita energia
naquele sexo incrível, eu não tive o mesmo sucesso com a secretária mas pelo
menos a deixei satisfeita.
Depois do meu almoço eu sigo para uma das boates que ainda não
visitei desde que cheguei de viagem, preciso dividir a minha atenção com a
empresa e com as minhas boates e sei que isso ainda vai me estressar
bastante, mas não tenho muito o que fazer, eu me senti obrigado a aceitar
essa responsabilidade extra e agora tenho que cumprir com ela.
Depois de passar rapidamente pela boate e ver que está tudo em
ordem, eu volto para empresa, algumas meninas se decepcionaram por eu não
ficar mais tempo para dar atenção a elas, mas entenderam que estou muito
ocupado no momento, mas em breve voltarei a dar atenção a todas elas.

A minha tarde passou tranquilamente, mas me sinto inquieto com


alguma coisa, não sei o que está me deixando assim, mas não estou gostando,
fiquei estressado de uma hora para outra e nem tomando o meu café forte
consegui me acalmar.
Participei de uma reunião no final da tarde mas não consegui me
concentrar como gostaria, mas no final consegui um bom resultado mas
graças a Deus a reunião terminou. Voltei para minha sala já louco para ir
embora, mas ainda não está na minha hora e o vice presidente vai me trazer
alguns documentos para aprovar, mas que saco é isso aqui.
Saio do meu estresse com o meu celular tocando e o atendo sem nem
ao menos olhar quem é.
— Alô! — Atendo impaciente.
— Chefe! Me desculpe por incomodar mas, tem uma ruiva irritante
me perturbando para falar com o senhor, então eu queria saber se me
autoriza a dar o seu número a ela... Não quero ter que ficar ligando para
incomodá-lo toda vez que ela sentir saudades... Aiii! Porra Marcelly isso dói
garota! — Ouço a voz de Paulo e sinto a minha respiração pesar só de ouvir o
nome dela.
— Isso é para você aprender a não ficar dizendo besteiras, o que o
chefe vai pensar de mim, seu idiota! — Ouço a voz dela irritada e
rapidamente um sorriso surge em meu rosto, que mulher brava.
— Me deixe falar com ela, Paulo! — Peço sem conseguir tirar o
sorriso do meu rosto, logo ouço a sua voz mais nitidamente.
— Sr. Mitchell, me desculpe por incomodar mas... É quê... Bom, você
disse que viria hoje mas, eu tive um imprevisto com o meu pai e ele precisa
de mim, ele não está bem e não quero deixar a minha mãe sozinha com ele,
por isso pedi ao Paulo para ligar... Me desculpe mas eu não vou poder
esperá-lo... Mas eu prometo recompensá-lo por isso assim que possível, eu só
preciso de dois dias para cuidar deles, mas se você não se importar eu posso
te ver durante o dia por algumas horas. — Sua voz é apreensiva, mas
confesso que não queria deixar de vê-la hoje, eu preciso me acalmar e sinto
que só ela vai conseguir me ajudar, já estou mais tranquilo só de ouvir a sua
voz.
— Bom... Tudo bem, vai cuidar dos seus pais e me liga se precisar de
algo... Pega o meu número com Paulo e me passa o seu endereço por
mensagem, amanhã eu vou mandar te buscar para almoçar comigo. — Tento
não parecer decepcionado pois eu queria tê-la hoje.
— Como quiser, Sr. Mitchell, e obrigada pela compreensão... Eu
queria realmente vê-lo hoje mas eu estou muito preocupada com o meu pai,
mas eu vou esperar que me busquem para o nosso almoço de amanhã,
prometo recompensá-lo por esse imprevisto. — Sinto sua voz trêmula e isso
me excita, pois sei que ela também está excitada. Porra eu quero ela!
— Prefiro que me agradeça pessoalmente amanhã... Estou de pau
duro só de me lembrar dessa bocetinha gostosa na minha boca. — Não
resisto em provocá-la e consigo ouvi a sua respiração pesada.
— Sr. Mitchell... Bom... Nos vemos amanhã então... Tenha uma boa
tarde... Tchau. — Mais uma vez ouço a sua voz trêmula e ofegante então ela
encerra a ligação me fazendo sorrir largamente.
Ela ainda vai me dizer se todos a deixam assim, tão desconcertada e
nervosa apenas ouvindo a minha voz, quando eu a toco seu corpo estremece e
isso me deixa louco, porra essa mulher me enlouquece.
Capítulo 11
Marcelly UM MÊS DEPOIS...
Já faz um mês que estou como exclusiva do Sr. Mitchell, não vou
negar, eu estou adorando, estou conseguindo juntar um bom dinheiro para
ajudar os meus pais a comprar a tão sonhada casa própria, moramos de
aluguel por muitos anos no mesmo lugar, mas agora que os trouxe para perto
de mim e estou conseguindo ganhar uma grana boa por dia, estou juntando
para dar entrada em uma casa nova, minha mãe gosta de cuidar de plantas
então comprarei uma casa com quintal e ela terá tudo que sempre sonhou, as
suas próprias plantas para cuidar como ela achar melhor.
Estou jogada nessa cama maravilhosa na suíte do meu chefe depois de
uma noite de sexo incrível, Sr. Mitchell saiu cedo para trabalhar e eu fiquei
nessa suíte me sentindo uma rainha, a sua rainha.
— Meu Deus o que eu estou fazendo? Porque estou confundindo as
coisas se sei que ele nunca vai deixar de me ver como uma prostituta...? Eu
sou mesmo uma idiota! — Me levanto frustrada e vou para o banheiro tomar
um banho.
Entro no chuveiro e deixo a água cair sob o meu corpo, fecho os olhos
e a imagem dele beijando o meu corpo invade a minha mente, ofego sentindo
a minha intimidade latejar só de me lembrar dos seus toques, dos seus beijos
e da nossa transa intensa.
A semanas sinto que estou me envolvendo além do profissional, está
tudo se tornando mais intenso e mais prazeroso entre nós e isso está me
assustando, talvez seja porque só estou transando com ele e ninguém mais,
não sei até quando ele vai me querer como sua exclusiva, mas vou aproveitar
o quanto poder para garantir a casinha dos meus pais, eu só preciso separar o
profissional do pessoal para não me machucar no final, mas quando ele não
está eu sinto a falta dele, sinto falta do seu cheiro e dos seus beijos.
— Merda! Merda! Merda...! Se concentra Marcelly, não seja tão burra
mulher! — Termino o meu banho e saio do banheiro para me vestir.
Depois que o faço saio da suíte descendo até a cozinha, passei a
manhã inteira dormindo e acordei faminta.
— É, o nosso chefe está deixando a preferida dele bastante cansada,
veja a hora que a bela adormecida está acordando. — Joyce me encara com
desdém assim que entro na cozinha, mas isso não me afeta.
— Se você fosse tão boa quanto eu, seria você no meu lugar,
querida... Mas está na cara que eu sou a melhor então aceita que dói menos.
— A encaro com o mesmo sorriso de desdém e ela me lança um olhar mortal.
— Eu sou tão boa quanto você, sua ridícula! Se você conseguiu se
tornar a exclusiva do chefe foi porque você ficou se jogando em cima dele
feito uma desesperada... Não fica tão felizinha porque você não vai ser a
exclusiva dele para sempre, ele vai me escolher quando se cansar de você. —
Esbraveja tentando vir para cima de mim, mas Amanda entra na sua frente
enquanto gargalho na sua cara.
— Vê se te enxerga garota! Se você fosse assim tão boa o Sr. Mitchell
teria escolhido você, e não eu... Eu não preciso me jogar em cima de ninguém
para ser escolhida, não é querer me gabar, mas eu sou foda na cama
queridinha, sei como dar um chá de boceta em um homem, ao contrário de
você, sua ridícula! — Me irrito também tentando ir para cima dela, mas Keila
me segura.
— QUE MERDA ESTÁ ACONTECENDO AQUI? Porra brigando de
novo, Marcelly? — Paulo entra na cozinha chamando a minha atenção.
— Foi essa nojenta que começou, Paulo! Eu não fiz nada contra ela...
Essa recalcada não se aguenta de inveja e fica me atacando como se eu fosse
inimiga dela. — Esbravejo ainda alterada tentando me soltar de Keila, mas ela
não deixa.
— É verdade Paulo, Marcelly não fez nada dessa vez, algumas garotas
estão cobiçando a vaga dela na cama do nosso chefe, então elas acabam
brigando... Mas a ruivinha do chefe não teve culpa de nada. — Amanda me
defende e Paulo respira fundo nos encarando sério.
— Eu quero que vocês entendam uma coisa, garotas! Hoje é a vez
dela agradar o nosso chefe e amanhã pode ser a vez de vocês, então se
coloquem no lugar dela e pensem se vocês vão querer outras garotas
disputando com vocês, para darem essas bocetas para o nosso patrão... Porra
o Sr. Mitchell não vai gostar de saber que vocês estão brigando com a
Marcelly por causa dele, se não quiserem ser demitidas, vamos parar já com
essa palhaçada de brigas, ouviram... Agora vamos! Dispersando as garotas
que já almoçaram e precisam sair para o salão, as demais se comportem pois
não quero mais saber de brigas aqui, entenderam? — Avisa irritado com um
olhar furioso, mas eu estou rindo da cara dessas vadias recalcadas.
Algumas das garotas saem e eu me acomodo a mesa para comer
alguma coisa, já passou da hora do almoço mas como alguma coisa leve só
para não ficar de estômago vazio, converso um pouco com algumas meninas
planejando o show de hoje a noite.
Na parte da tarde eu fui ver os meus pais como faço todos os dias, e
me agrada ver que eles estão tão felizes por me ver em casa mais vezes, já
que antes eles quase não me viam. Depois que se mudaram para perto de mim
eles parecem outras pessoas, parecem mais felizes e mais tranquilos também,
e isso me alegre muito.
Não demorei muito em casa, no final da tarde eu já estava de volta na
boate me reunindo com as meninas para um rápido ensaio, mas assim que
subimos no palco, Paulo aparece chamando a nossa atenção.
— Amanda, Keila e Marcelly! Vocês precisam ir para o hospital
agora, Paloma não está bem e o delegado Watson pediu para que vocês
fossem fazer companhia a ela até ele voltar... Vai ser coisa rápida e logo eu
quero as três aqui para as apresentações, ouviram? — Me surpreendo com a
suas palavras.
— Paloma não está bem? O que aconteceu com ela? Porque ela está
em um hospital? Vamos Paulo diz? — Pergunta Amanda o encarando aflita,
eu estou sabendo que ela gosta de Paloma e sei que não é nada fácil para ela
ver a mulher que ama com outro homem.
— Paloma não está nada bem, ela descobriu que estava grávida mas
ela foi agredida na rua e perdeu o bebê, ela está muito abalada e precisa das
amigas ao lado dela... Vocês estão liberadas para irem vê-la, e não demorem
para não deixá-la sozinha. — Ele faz sinal para seguirmos ele enquanto sai da
cozinha e nos apressamos para irmos atrás.
Estou chocada, Paloma estava grávida e perdeu o bebê... Paulo nos
contou por auto o que aconteceu e sei que a policial ex. do delegado está
envolvida nisso, eu sugeri de pegarmos ela desprevenida e darmos uma surra
nessa vadia de farda, e Amanda concordou comigo, mas disse que não faria
nada sem a aprovação de Paloma, bufei frustrada mas aceitei a sua decisão.
Eu e Paloma nunca fomos grandes amigas mas ultimamente estamos
nos dando muito bem, até que ela não é tão antipática o quanto parecia
quando disputávamos os clientes, éramos rivais mas agora estamos nos dando
bem, acho que posso dizer que somos amigas, um tempo atrás quando ela e o
namorado brigaram ela até me chamou para ficar com ela e Amanda.
Nos arrumamos para sairmos da boate mas algumas das garotas
insistiram para irem conosco, Paulo não teve muito o que dizer então liberou
algumas delas para irem ver Paloma também.
Pegamos um táxi e seguimos para o hospital do centro, mas apenas
Amanda conseguiu entrar pois já tem alguém com Paloma, estão proibindo
muitas pessoas no quarto para não deixá-la agitada então eu, Keila e as outras
meninas esperando do lado de fora, mas depois de alguns minutos vejo o ex.
delegado Gusmão sair do quarto nos cumprimentando.
— Meninas! Podem entrar! — Ouvimos Amanda nos chamar e
entramos no quarto, nos deparando com Paloma abatida e chorando bastante,
o seu sofrimento é bastante visível.
— Não vou perguntar como você está porque sei que está mal, eu vejo
isso nos seus olhos, Paloma... Ainda não acredito que você estava grávida, e
por culpa de uma policial vadia você perdeu o bebê. — Me aproximo a
encarando com carinho pois é disso que ela precisa agora, não deve ser fácil
perder um filho.
— Eu não tive tempo de contar a vocês sobre a gravidez... Não tive
tempo de contar nem para minha família... Descobrimos hoje e... Droga eu
perdi o meu bebê... Perdi o meu filho por causa daquelas vacas de fardas...
Nós já estávamos fazendo planos, estávamos tão empolgados com a notícia...
E agora tudo acabou antes mesmo de começar. — Ela chora
compulsivamente me deixando aflita por vê-la assim.
— Não fica assim amiga? O Felipe não vai gostar de ver você tão
triste desse jeito... Vocês vão poder ter outros filhos em breve, não fica
assim...? Aquelas vadias vão pagar pelo que fizeram. — Keila se aproxima se
sentando na beira da cama mas Paloma está bastante abalada.
— Eu sei de tudo isso Keila... Mas a dor de saber que eu não vou mais
ser mãe, por culpa daquelas desequilibradas me deixa furiosa... Eu queria
poder acabar com aquelas malditas eu mesma! — Esbraveja alterada tentando
se levantar e nós tentamos a impedir, mas nesse momento uma enfermeira
entra no quarto.
— O que está acontecendo aqui? A paciente não pode se alterar dessa
maneira, ela está em recuperação... Eu vou pedir que se retirem por favor! —
Nos expulsa a enfermeira se aproximando para mexer no soro dela que ainda
chora nervosa.
— Me desculpe mas eu não vou deixá-la sozinha, a minha amiga está
muito abalada então eu só saio daqui se ela me pedir...! Não vou deixá-la
sozinha! — Amanda segura firme a mão de Paloma encarando séria a
enfermeira.
— Tudo bem, mas apenas uma de vocês vai poder ficar, o restante vai
ter que se retirar e só vão poder entrar para visitar uma por vez... A paciente
precisa repousar e é importante que ela não se agite. — Nos alerta a
enfermeira mexendo no soro e todas nós concordamos para o bem de Paloma.
— Tudo bem, a gente já vai, precisamos voltar ao trabalho mesmo...
Nós só queríamos saber como você está, Paloma, e como Amanda vai ficar
com você a gente vai ficar mais tranquilas, mas se precisar da gente é só
ligar, ouviu? — Me aproximo lhe dando um beijo carinhoso para que ela
saiba que pode contar comigo.
— Obrigada, Marcelly, obrigada a todas vocês por se preocuparem
comigo, mas eu vou sair daqui logo... Eu ligo para vocês quando eu estiver
em casa, está bem? — Ela segura firme a minha mão e as outras meninas
mandam beijo já se afastando pois a enfermeira nos encara com uma
expressão nada boa.
Mas Paloma se despede de cada uma de nós e logo fomos embora
deixando apenas Amanda com ela, essa enfermeira não vai nos deixar ficar
aqui por muito mais tempo então eu e as meninas voltamos para boate,
amanhã se Paloma ainda estiver aqui eu volto para vê-la com mais calma.
Eu, Keila e as meninas novamente rachamos o táxi e logo estamos
entrando na Pleasure House, já é noite e já tem algumas garotas arrumadas se
preparando para os atendimentos de hoje, então me apresso e subo até a suíte
para tomar um banho e me arrumar também, o Sr. Mitchell deve aparecer só
no final da noite então entro na suíte indo direto para o banheiro.
Entro na água quentinha mas sem molhar o cabelo, pego a bucha e
aquele sabonete líquido maravilhoso e passo pelo meu corpo apreciando esse
cheirinho bom, me lembro daquelas mãos grandes passando pelo meu corpo,
daquela boca maravilhosa me beijando com fome de sentir o meu gosto, eu o
quero, eu o desejo ardentemente dentro de mim.
Acaricio os meus seios me lembrando da sua boca neles, deslizo os
meus dedos pela minha intimidade pressionando o meu ponto sensível me
lembrando da sensação de tê-lo dentro de mim, gemi ofegante sentindo o meu
corpo estremece e eu fecho os olhos o imaginando aqui comigo.
— Sr. Mitchell... Ohhh... Eu quero... Ahhh eu quero. — Me encosto na
parede gemendo me penetrando um dedo sentindo o meu orgasmo chegar. —
Eu quero você... Ohh Deus eu quero você, Sr. Mitchell. — Gemi me
masturbando ainda de olhos fechados.
— Puta merda...! O que você está fazendo, Marcelly? — Me assusto
com aquela voz rouca e me escorrego pela parede indo parar de bunda no
chão.
— Sr. Mitchell...? O que faz aqui tão cedo...? — Ofego surpresa, ele
está ali parado na minha frente, completamente nu.
Esfrego os olhos tentando acreditar que ele esteja mesmo aqui, ele se
aproxima se abaixando na minha frente e me puxa pelas pernas fazendo eu
me deitar no chão do box, ele se encaixa entre as minhas pernas se pondo sob
mim.
— Sr. Mitchell... — Sussurro quase sem voz.
— Porque estava se tocando se eu estou aqui...? Se estava me
desejando era só me chamar, ruivinha, vou saciar os seus desejos com o
maior prazer. — Ele me encara com tanta intensidade que perco a fala, ele
avançar na minha boca me beijando ferozmente.
Não tenho tempo de dizer nada pois ele se encaixa na minha entrada
me penetrando de uma só vez.
— Ohhh... Ramon... Ramon... Ahh... — Gemi alto me contorcendo ao
receber as suas estocadas.
— Adoro ouvir você gemendo o meu nome... Porra isso me deixa
louco ruivinha... Você está me deixando louco, está acabando comigo... Está
me fazendo te querer a todo momento minha gostosa... Você é todinha minha
Marcelly... Ohhh... — Geme as palavras com aquela voz rouca me encarando
tão intensamente que perco o fôlego.
Agarro os seus braços com forçar e abraço a sua cintura com as
minhas pernas, gememos ofegantes nos entregando um ao outro com prazer,
com intensidade. Não demora muito e já estava sentindo-o latejar dentro mim
e minha intimidade se contraiu, o apertei curtindo a sensação de senti-lo
entrando e saindo de mim, a sua carne na minha me faz delirar e arranhar os
seus braços enquanto sua boca chupa o meu pescoço, ele mete fundo em mim
então gozo me derramando enquanto o meu corpo treme inteiro, me
explodindo em um delicioso orgasmo, Sr. Mitchell geme enquanto chupa a
minha pele e goza logo em seguida, me preenchendo com o seu líquido, me
deixando extasiada com essa sensação.
Ele me encara ainda ofegante e me beija calmamente, um beijo doce
que eu não queria que tivesse fim, retribuo ao seu beijo com a mesma doçura
e intensidade me esquecendo de tudo a minha volta, mas acordo para
realidade apenas quando ele interrompe o beijo saindo de mim, ele me
estende a mão me erguendo do chão, o encaro sem graça por ele ter me
encontrado naquele estado, mas ele está sorrindo, merda! É aquele sorriso
que me deixa abobalhada.
— Eu não esperava encontrar você se masturbando, essa cena é muito
excitante... Mas saber que estava fazendo isso pensando em mim me deixou
satisfeito. — Ele entra em baixo da água me puxando junto, sei que estou
vermelha pois sinto o meu rosto queimar. — Ver você envergonhada é uma
surpresa para mim ruivinha... Você fica ainda mais linda assim. — Ele
acaricia o meu rosto e me beija mais uma vez.
— Eu não esperava encontrá-lo agora, pensei que viesse apenas mais
tarde... Como entrou se eu não ouvi a porta bater? — O encaro atenta
enquanto deslizo os meus dedos pelas suas tatuagens em seus braços.
— Quando você chegou eu já estava na suíte, estava no closet e vi
quando passou para o banheiro... Você estava tão distraída que não me viu,
Paulo me avisou que você foi ver Paloma no hospital, ele me contou o que
houve e foi lamentável, espero que ela esteja bem. — Conta pensativo
enquanto passa sabonete pelos meus seios.
— Foi horrível o que fizeram com ela, eu espero que aquelas vadias
paguem pelo que fizeram... Malditas, até dentro da polícia tem gente ruim, é
impressionante. — Me irrito ao me lembrar de Paloma chorando tanto.
— Você fica muito gostosa quando está brava, mas não quero você se
metendo em confusão, ouviu...? Eu não gostaria te ver machucada, o
namorado dela é o delegado dessa cidade e já está cuidando dessa questão,
Felipe é meu amigo e eu o conheço bem, sei que ele vai fazer justiça pela
perda do seu filho, tenho certeza disso. — Ele acaricia o meu rosto e eu beijo-
o com calma, mas profundo o suficiente para me excitar novamente, mas eu
preciso sair logo desse banheiro.
— É muito bom saber disso, mas agora eu preciso me apressar, tenho
uma apresentação em alguns minutos. — Me viro pegando a toalha
pendurada no box, mas sinto-o me abraçar por trás.
— Tudo bem, eu desço em seguida para ver a sua apresentação,
depois eu terei que ir pois preciso passar na Sexy Night. — Ele beija o meu
pescoço mas logo se solta de mim pegando a outra toalha.
Saber que ele vai na outra boate me incomodou, pois sei o que ele vai
fazer lá, o mesmo que ele vem fazer aqui.
Já dancei na Sexy Night algumas vezes durante esse mês, e fiquei
sabendo que o tarado do meu chefe é mesmo um pervertido, ele coleciona
garotas preferidas em cada uma das suas boates. Cretino!
— Você vai até lá para ficar com Alita? A sua preferida da Sexy
Night? Você é mesmo insaciável, Sr. Mitchell. — Saio do banheiro indo para
o closet mas sinto sua mão no meu braço me fazendo parar.
— Não me diga que está com ciúmes, ruivinha? Quer ter esse
corpinho aqui só para você? É isso? — Vejo um largo sorriso em seu rosto e
isso me irrita.
— Porque eu teria ciúmes de você? Assim como eu não sou a única
que você come, você também não é o único que quer me comer... Só que
você é o meu chefe e está pagando muito bem, é só por isso que eu aceitei a
ser a sua exclusiva... Agora se me der licença, eu preciso trabalhar. — Me
solto dele o encarando furiosa e entro no closet procurando algo para vestir,
mas ele vem atrás.
— O que deu em você, garota? Que bicho te mordeu? Porque está tão
irritada? — Questiona me abraçando por trás, tento me soltar mas ele não
deixa.
— Eu preciso me arrumar, Sr. Mitchell...! E já que não vai mais voltar
hoje eu vou dormir em casa... Agora me solta...! Por favor? — Tento
controlar a minha respiração mas está difícil, ele me vira de frente para ele
me colocando contra o espelho na parede.
O encaro fixamente nos olhos e ele tem um sorriso de lado encarando
a minha boca intensamente, tento me soltar mas ele me beija com vontade me
deixando mole, não tem como resistir a esse beijo e eu me entrego a ele até o
mesmo interromper o beijo se afastando me deixando de pernas bambas.
— Só para você ficar sabendo, não estou indo na Sexy Night para
ficar com ninguém, estou indo até lá justamente para resolver um problema
com Alita e um dos garotos... E tudo bem você ir dormir em casa, eu já disse
que não me importo com isso. — Explica enquanto veste a sua cueca mas
posso ver a sua ereção volumosa marcando bastante o tecido branco, ofego só
de olhar para ele.
Não digo nada, apenas visto uma lingerie e pego o vestido mais curto
que há no cabide e me visto, ele me encara atento admirando os meus
movimentos, o vestido é dourado brilhoso com as costas nuas, e um decote na
frente que vai até quase no umbigo, ele valoriza bastante os meus seios e
minhas pernas.
— Não vai ficar nua no palco de novo, não é? — Pergunta enquanto se
veste sem tirar os olhos de mim.
— É assim que eu ganho as minhas gorjetas, então eu preciso ficar
nua. — Respondo indiferente.
— O que eu te pago não é o suficiente? Você ainda precisa das
gorjetas? — Questiona irritado e isso me surpreende.
— Você disse que eu podia dançar e é assim que eu danço... Deveria
ter pensado nisso antes de permitir que eu dançasse, Sr. Mitchell...! Com
licença. — O encaro com um sorriso vitorioso e saio do closet indo para o
banheiro.
Ouço ele resmungar alguma coisa mas não me importo, seco os meus
cabelos no secador e faço uma maquiagem bem marcante, assim que termino
saio do banheiro o encontrando sentado na cama pensativo, me despeço e
saio do quarto mas ele está logo atrás de mim.
Ali mesmo no corredor vejo alguns clientes entrarem nos quartos com
algumas garotas, mas nem por isso eles deixam de me elogiar, isso me deixa
envaidecida, me sinto maravilhosa então descemos e encontro Amanda e
Keila já me esperando para entrarmos no palco, me afasto do Sr. Mitchell e
sigo as meninas nos posicionando atrás das cortinas, o nosso Show vai
começar.
Capítulo 12
Ramon
Encontrar Marcelly se masturbando no banheiro me deixou louco, eu
passei o dia todo pensando nessa mulher e quanto chego a encontro gemendo
o meu nome, se tocando me deixando hipnotizado com aquela visão, foi
inevitável fazê-la minha ali mesmo no chão do banheiro, depois do susto que
ela levou ao me ver ali.
Outra coisa que me surpreendeu foi ver o seu ciúme ao falar de Alita,
mas porque ela sentiria ciúmes de mim? Será que ela gosta de mim? Não!
Definitivamente ela não gosta de mim como imaginei, pois ela logo se
justificou dizendo que só aceita a minha exclusividade por eu pagar bem,
filha da mãe, essa mulher está me enlouquecendo, o que ela está fazendo
comigo? Porque ainda penso tanto nela?
Depois de um mês fodendo essa mulher eu pensei que já estaria
enjoado e procuraria outras, mas está acontecendo exatamente ao contrário,
não quero e não consigo ficar com outras, eu só quero ela e só consigo me
saciar com ela, essa mulher está me ferrando literalmente.
Por algum motivo ver Marcelly seminua no palco passou a me
incomodar, não quero ela se exibindo tanto com todos esses tarados infelizes
quase se jogando em cima do palco por causa dela, eu já pedi para ela não
ficar nua no palco mas ela nunca me obedece, porque as mulheres têm que
ser tão teimosas? Marcelly testa a minha paciência todos os dias e isso já está
me irritando.
Admiro ela no palco dançando com Amanda e Keila, essas três estão
bem próximas ultimamente, mas Amanda está se aproximando até demais, as
três estão seminuas no palco, apenas um minúsculo adesivo cobre os seus
mamilos e uma calcinha menor que as outras de costume.
Respiro fundo tentando controlar a minha raiva por ver esses homens
gritando tanto por elas, viro o meu copo de uísque bebendo em uma só
golada, sinto o líquido descer queimando mas não me importo, vejo algo que
me faz trincar o maxilar de tanta raiva, Marcelly e Amanda dançam
acariciando uma a outra e Amanda passa a língua entre os seus seios
enquanto aperta a sua bunda, Keila abraça ela por trás beijando o seu pescoço
e a descarada ainda sorrir gostando do que estão fazendo, Amanda beija a sua
boca me deixa cego de raiva.
— Filha da mãe! Mas que porra elas pensam que estão fazendo? —
Me levanto da mesa inquieto me segurando para não ir lá agora e tirá-la
daquele palco.
Ela me encara e abre ainda mais o seu sorriso cínico, ela está fazendo
isso para me provocar, e o mais assustador é que ela está conseguindo pois
sei que Amanda é lésbica e a toca com desejo. Elas encerram a apresentação
e recolhem o dinheiro jogado no palco e saem, as cortinas se fecham então
sigo para o camarim onde elas devem estar, e assim que entro as vejo
gargalhando falando sobre a apresentação.
— Eu quero todas fora daqui, agora! Menos você, Marcelly!
Precisamos conversar. — Ordeno irritado as encarando sério tentando
controlar a minha fúria.
— Parece que a preferida do chefe está ferrada. — Joyce passa por ela
junto com outras garotas, mas Marcelly não parece preocupada, ela sabe o
que está fazendo essa filha da mãe.
Ela sorrir de lado enquanto as garotas passam por mim e vejo que
Amanda a encara preocupada. Assim que elas saem eu tranco a porta e vou
até Marcelly que me dá as costas sorrindo.
— O que pensa que estava fazendo? Porque deixou Amanda te beijar?
Sabia que eu posso mandá-la embora por se envolver com você? Eu proibi o
envolvimento entre os funcionários e sei que ela é lésbica e está afim de
você! — Esbravejo puxando ela pelo braço e a infeliz gargalha na minha
cara, me deixando ainda mais puto.
— Você não pode mandá-la embora porque não nos envolvemos, tudo
aquilo faz parte da nossa apresentação e eu não sou lésbica para me envolver
com ela, eu gosto de homens Sr. Mitchell e você sabe bem disso... Quer
castigar alguém, então castigue a mim porque eu aceitei a ideia delas de nos
tocarmos. — Ela esbraveja me encarando séria me surpreendendo mais uma
vez por me enfrentar.
— Eu já falei que não gosto que me enfrente, Marcelly! E com certeza
eu vou castigar você sua atrevida! — Agarro os seus cabelos puxando o seu
corpo para o meu, mas ela me empurra com força me fazendo cair sentado
em uma poltrona atrás de mim.
A encaro surpreso e chocado ao mesmo tempo com a sua atitude,
tento me levantar a encarando furioso mas ela me empurra de volta se
sentando no meu colo.
— Vai mesmo perder tempo me castigando? Ou vai me comer como
eu sei que você está desejando agora? — Ela avança na minha boca com um
beijo faminto me desarmando no mesmo instante.
Essa mulher está conseguindo me dobrar como nenhuma outra
conseguiu antes, porque estou sendo tão fraco permitindo que ela faça isso
comigo? Porra não consigo resistir, eu quero ela mais uma vez hoje.
— Eu preciso castigar você por me afrontar tanto... Porra você me tira
do sério garota! — Digo entre dentes me levantando tirando-a do meu colo.
Levo-a até o balcão de maquiagem e coloco-a debruçada na mesma,
pelo espelho a vejo sorrir e isso só me deixa mais puto.
— Eu quero ver você sorrir quando eu entrar em você com força. —
Agarro os seus cabelos e dou um tapa na sua bunda.
Ela geme me encarando surpresa através do espelho, puxo a sua
calcinha com força arrebentando-a tirando do seu corpo, abro a minha calça
sentindo o meu pau latejar ansioso para entrar nela e castigá-la como ela
merece. Enrolo os seus cabelos ruivos na minha mão e dou mais um tapa na
sua bunda sentindo-a estremecer, me encaixo na sua entrada mas não a
penetro.
— Enquanto for minha, você não vai permitir que mais ninguém te
toque além de mim! Não quero ninguém beijando você além de mim, ouviu
bem? Ohhh gostosa... Porra... — Esbravejo lhe dando mais um tapa na sua
bunda e penetro-a de uma só vez, sentindo a sua carne quente e úmida me
envolver inteiro.
— Ohhh... Sr. Mitchell... Ohhh... — Ela sussurra quase sem voz pela
força da penetração.
Não dou tempo para ela se recompor e meto nela com tudo, ela
estremece e geme de olhos fechados, pelo espelho vejo as suas expressões de
prazer me deixando satisfeito, o som da sua bunda se chocando contra mim é
excitante demais e rapidamente sinto o meu orgasmo se formar.
— Não quero você me afrontando outra vez...! Ou terei que te castigar
de novo, ouviu? Sua gostosa atrevida...! Se não quiser parar de dançar terá
que me obedecer eu fui claro...? Porra você consegue me entender Marcelly?
Ohhh merda! Eu não acredito que já vou gozar... — Puxo os seus cabelos
trazendo o seu corpo para o meu, sua intimidade me aperta
consideravelmente e ela goza.
— Ohhh sim... Sim senhor eu entendi... Ahhh... Mas eu sei o que eu
posso e não posso fazer... Oh meu Deus... Ohhh... — Ela sussurra enquanto
goza e eu sinto o seu corpo mole.
— Filha da mãe... Porra! Porque você tem que ser tão teimosa,
ruivinha? Ahhh cacete! — Esbravejo sem parar os meus movimentos então
gozo dentro dela sentindo essa bocetinha gulosa me apertar.
Ela desaba sobre o balcão de maquiagem e eu me inclino beijando as
suas costas, ainda latejando dentro dela, porque essa mulher tem que ser tão
gostosa? Ela ofega e geme baixinho enquanto eu acaricio o seu corpo. Saio
dela vendo o seu corpo sem forças mas então ela se ergue, se escorando no
balcão me encarando daquele jeito que me deixa confuso.
— Eu adorei ser castigada, Sr. Mitchell... Prometo me comportar se
Amanda não for mandada embora... Ela não teve culpa de nada, só estávamos
dançando. — Ela me dá aquele sorriso atrevido me deixando tenso.
— Se algo como aquilo não se repetir, ela fica... Mas se eu vê-la
tocando em você daquela maneira, eu juro que ela será manda embora, fui
claro Marcelly...? Quando eu pedi exclusividade, não era apenas os clientes
que eu queria longe de você, consegue me entender? Você é minha,
Marcelly! — Me aproximo dela a encarando severamente e ela estremece
engolindo a seco.
— Sim, Sr. Mitchell... Eu entendi, isso não vai se repetir... Nem com
Amanda e nem com ninguém. — Sua voz trêmula e sua respiração pesada
ainda é um mistério para mim, porque ela fica tão nervosa quando me
aproximo?
— Você está me devendo algumas respostas para algumas
perguntas... Me diz agora! Porque fica tão nervosa quando eu me
aproximo...? Porque o sexo com você é sempre tão intenso...? Você era assim
com os outros clientes? Me responde, eu quero saber! — Questiono em um
tom firme ainda intrigado com essa situação.
Ela ofega ainda mais quando toco a sua cintura, seu corpo inteiro
treme e ela me encara daquele mesmo jeito intenso, beijo-a sentindo esse
sabor doce que tanto tem me inebriado de desejo.
— Responde as minhas perguntas, Marcelly! Eu quero saber agora!
— Exijo encarando fixamente os seus olhos, ela abre a boca algumas vezes
mas não diz nada.
— Sr. Mitchell, eu... — Alguém bate na porta a interrompendo e isso
me irrita.
— Mas que merda! O que é? — Esbravejo irritado e logo ouço a voz
de Paulo.
— Sr. Mitchell? Está tudo bem aí? Me desculpe incomodar mas as
meninas precisam se arrumar para os programas. — Respiro frustrado e ela
respira aliviada.
— Você não vai fugir de mim por muito tempo, ouviu? Eu ainda
quero essas respostas... Preciso ir, te vejo amanhã. — Arrumo a minha calça
novamente e ela pega um hobby para vestir, a encaro uma última vez e ela
parece envergonhada.
Saio do camarim encarando Paulo atentamente, as meninas entram no
camarim e ele me segue até o salão, aviso que estou de saída mas ele me
chama.
— Espera senhor! Eu queria saber se tem algum problema entre o
senhor e a Marcelly, as meninas disseram que o senhor estava furioso com
ela... Ainda pretende mantê-la como sua exclusiva? As meninas estão saindo
no tapa para ocupar o lugar da ruiva e os clientes estão me cobrando por ela
não estar atendendo. — Ele me encara atento e esse assunto me irrita ainda
mais.
— Quando Marcelly deixar de ser minha exclusiva, você vai ficar
sabendo, quanto aos clientes! Não me interessa que estejam sentindo a falta
dela porque agora ela é minha! — Retruco irritado enquanto esfrego as mãos
no rosto tentando me acalmar. — Controla melhor essas vadias, não quero
ninguém brigando a toa e muito menos brigando com Marcelly...! Ela não
tem culpa por ser tão gostosa... Merda! Eu não estou bem, eu vou para casa,
só me liga em caso de emergência, ouviu? — Ele me encara surpreso mas
não ligo, saio da boate e sigo para minha casa.
Quando estou quase chegando em casa Anastácia me liga me
lembrando do problema que eu tenho que resolver.
— Você falou que vinha Ramon! Essa prostituta é problema seu já
que você a colou como sua preferida na casa, você está negando assistência
na cama e ela está procurando o que lhe convém... Eu não estou te
entendendo, o que está acontecendo com você? Ramon você nunca ficou
tanto tempo sem vir aqui, está com algum problema? Precisa de ajuda com
alguma coisa? — Seu tom de voz diz claramente que ela está preocupada
comigo.
— Não está acontecendo nada, Ana, só estou trabalhando demais,
você sabe que assumi a empresa da minha família e ainda estou tentando
organizar os meus horários... Quanto a Alita, não podemos dispensá-la
ainda, então dispensa o infeliz que está querendo com ela mais do que ele
pode ter, eu deixei bem claro que não queria envolvimento entre
funcionários, então dispensa ele e dá uma advertência a essa vadia... A
próxima a ser dispensada será ela e eu não quero ouvir reclamações ou
insistências, não estou com paciência para isso... Alita já pode voltar a
atender normalmente como todas as garotas, isso é tudo Anastácia! Falo
com você depois, tenha uma boa noite. — Me despeço mesmo sob os seus
protestos e encerro a ligação.
Não estou afim de reclamações ou cobranças, nem conselhos de
amigos e nem nada do tipo, estou sem paciência, aquela garota está me
deixando impaciente e nem ao menos sei lidar com isso, não sei o porquê
estou assim. Mas que merda! Eu preciso descobrir o que está acontecendo
comigo!
Sigo para minha casa e logo estou entrando pelos portões, era para eu
ter ido pessoalmente resolver o problema da Alita, mas nem isso consegui
fazer, estou confuso com as coisas que estou sentindo, estou me irritando
com muita facilidade em relação a Marcelly, e eu nem ao menos consigo
imaginar o porquê.
Entro em casa e subo direto para o meu quarto, entro no banheiro e
vou direto para o chuveiro entrando na água fria, deixo a água cair sob a
minha cabeça e permaneço ali por longos minutos, pensando e repensando
mas me vem na cabeça a imagem dela no palco e Amanda beijando-a.
— Mas que merda! Porque eu estou me importando tanto com isso?
Ela é só uma prostituta... Eu não posso me apegar a ela dessa maneira... Não
posso! — Esbravejo irritado e desligo a água saindo do box.
Me enrolo em uma toalha e vou para o closet vestindo apenas uma
cueca e uma bermuda, desço até a cozinha e preparo um sanduíche para
comer, mas a empregada aparece querendo preparar o meu jantar, não estou
com muita fome então deixo ela preparar o meu sanduíche e levar para mim
na beira da piscina, pego um copo de uísque e me sento em uma das
espreguiçadeiras me perdendo em pensamentos, mas só tem uma pessoa
consumindo os meus pensamentos nesse momento, aquela ruiva atrevida e
insolente, nenhuma das garotas me deu tanto trabalho como essa Marcelly
está me dando, ela está me tirando o sono literalmente.
Depois de comer o meu sanduíche e beber o meu uísque, eu continuo
ali deitado olhando para o céu, eu nunca fiquei tão pensativo em toda a minha
vida como eu estou agora, eu nunca me dei tempo para pensar em nada e
agora estou pensando em uma única mulher, depois de anos sem me importar
com elas estou me sentindo eufórico com uma prostituta.
A oito anos atrás eu me apeguei a uma mulher, eu quis com ela tudo
que eu nunca quis com mais ninguém nessa vida, acho que foi a primeira vez
que gostei de verdade de uma mulher mas ela foi a minha ruína, ela foi a
minha maior alegria, mas também foi a minha maior decepção.
Pegar a minha namorada transando no meu carro com o meu
motorista foi demais para mim, ela me traiu com o meu motorista, ela desceu
tão baixo que para mim foi muito pior que uma prostituta, pelo menos uma
prostituta tem o seu valor ao contrário dela, ela é uma mulher de boa família e
tinha tudo para ter um cara disposto a tudo por ela, mas aquela ordinária
preferiu jogar a sua chance fora.
A tratei pior que uma prostituta, a humilhei como ela jamais imaginou
que eu faria mas uma pessoa magoada e ferida, não pensa nas consequências
antes de agir, mas só assim para conseguir dar o troco na mesma moeda, eu
fiz ela me encontrar na cama com três prostitutas gostosas e depois disso,
peguei o gosto pelo o ramo.
Abri logo quatro boates espalhadas pela cidade e ao longo dos dois
últimos anos, comprei mais duas boates já existentes, a Pleasure House e a
Your Paradise, já transei com todas as garotas das minhas boates e também
das boates de alguns conhecidos, mas em nenhumas dessas boates encontrei
uma mulher que mexesse comigo como Marcelly está fazendo, eu desejo essa
mulher como nunca desejei nenhuma outra, o que ela tem que as outras não
tem? Eu ainda não sei, mas vou descobrir.
Marcelly se entrega ao nosso sexo de uma maneira que nunca senti
antes, tudo com ela se torna intenso e ainda não sei explicar o porquê.
Depois de tanto pensar eu entro em casa subindo para o meu quarto,
eu preciso descansar um pouco pois estou com a minha mente fervilhando, eu
estou enlouquecendo e a única culpada é aquela ruiva atrevida.
Me jogo na cama e tento dormir e esquecer um pouco aquela
prostituta, mas não deu muito certo, foi eu pregar os olhos e sonhei com ela
nua em cima de mim, gemendo o meu nome enquanto eu metia gostoso nela,
acordei excitado e de pau duro e fiz o inevitável, me masturbei pensando
nela, maldita prostituta! Está destruindo a minha paz.
Já tentei procurar outras mulheres para deixá-la um pouco de lado
mas não consigo, eu sempre acabo com ela em meus braços gemendo o meu
nome.
Me levanto e tomo um banho, hoje é sábado e normalmente vou até
algumas das minhas boates, mas hoje não estou afim, ando de um lado para o
outro pensativo e decido fazer algo que nunca fiz antes.
Pego o meu celular e ligo para ela, eu salvei o seu número na primeira
vez que ela me mandou o seu endereço por mensagem. O telefone chama de
cair e ninguém atende, tento mais uma vez e finalmente ela me atende quando
a ligação já está quase caindo.
— Alô... Espero que seja importante, isso não é hora de ligar para
ninguém, sabia? Ainda é muito cedo, Paulo. — Sua voz manhosa pelo sono
me excita, respiro fundo tentando me controlar.
— Não sou o Paulo, sou o seu chefe e ligo a hora que me der
vontade... Se arruma! O meu motorista está indo te buscar, vamos tomar café
da manhã antes de sairmos. — Aviso no meu tom firme e a linha fica muda
por alguns segundos.
— Sr. Mitchell... Me desculpa? Eu pensei que fosse o Paulo mas...
Aconteceu alguma coisa para o senhor querer me ver tão cedo? — Me
questiona curiosa.
— Não aconteceu nada, ainda, mas vai acontecer se continuar me
questionando... Não pode simplesmente dizer sim e acatar o que pedi...? Se
arruma e não demora! O motorista já está indo te buscar, te vejo em alguns
minutos. — Insisto impaciente louco para agarrar aqueles cabelos ruivos e dar
umas palmadas naquela bundinha gostosa.
— Faz parte da educação dar bom dia as pessoas, sabia? Sr.
Mitchell! Te vejo daqui a pouco. — Diz irritada e desliga na minha cara.
— Mas que porra de mulher atrevida! Porque ela não pode ser como
as outras? Porque ela tem que ser diferente...? Merda! — Esbravejo jogando
o celular na cama.
Desço até a cozinha e peço a empregada para preparar a mesa do café
na piscina, mas ela se surpreende quando peço para colocar lugares para duas
pessoas, eu não trago uma mulher nessa casa desde a Nathalia, até eu estou
surpreso comigo mesmo.
Peço ao meu motorista para ir buscar Marcelly no endereço de
sempre, não quero tomar café da manhã sozinho e acho que pode ser legal ter
a companhia dela, quero conhecê-la um pouco mais além da garota que me
atende na boate, ela já me contou um pouco sobre os seus pais adotivos e me
surpreendi por ela estar nessa vida para sustentar os pais, sei também que os
seus irmãos de criação não gostam dela e nem mesmo dos pais, isso é uma
coisa imperdoável, enquanto a filha que não tem o sangue dos pais se
prostitui para sustentá-los, os filhos de sangue tentam tirar dos pais o pouco
que eles têm, isso é um absurdo mas infelizmente nem tudo é como a gente
gostaria que fosse.
Apesar de ser uma mulher atrevida e respondona, Marcelly consegue
ser uma mulher doce e amorosa, a forma como ela fala de seus pais me
encanta, o seu sorriso meigo e sedutor me tira do prumo e isso é o que mais
me confunde, isso é o que mais me enlouquece e me prende a essa mulher.
Capítulo 13
Marcelly
Esse cara só pode ter acordado de mau humor, me ligar a uma hora
dessas exigindo que eu vá tomar café da manhã com ele? É um louco e está
me deixando louca também.
Me levanto e tomo um banho rápido, me arrumo colocando um
vestido branco tomara que caia justo do busto e soltinho em todo resto, deixo
os meus longos cabelos ruivos soltos e faço uma maquiagem leve porque o
dia ainda está amanhecendo, e o gostoso do meu chefe quer me ver.
Provavelmente ele vai me fazer comer para me comer depois, é só isso que
acontece quando estamos juntos, comemos e ele me come depois, é só para
isso que eu sirvo para esses filhos da puta, será que algum dia alguém vai me
levar a sério? Será que algum dia os homens vão deixar de me ver como uma
prostituta? Acho que não, então não vou ficar me iludindo, vou apenas
continuar tirando o dinheiro desses cretinos miseráveis, é só isso que me resta
nessa merda de vida em que eu vivo.
Depois de pronta eu saio do quarto e sigo até a cozinha, pois sinto o
cheiro maravilhoso de café vindo de lá, o que significa que minha mãe já está
acordada. Assim que passo pela porta ela me encara surpresa por me ver
acordada a essa hora.
— Bom dia querida! Deu formiga na cama? Porque acordou tão cedo?
— Pergunta enquanto me aproximo lhe dando um beijo demorado no rosto.
— Bom dia mamãe! Preciso sair, o meu chefe acabou ligar e quer me
ver... Me desculpe eu não vou poder ficar para o café da manhã. — A encaro
apreensiva pois ela sabe o que acontece toda vez que saio para encontrá-lo.
— Tudo bem querida, não precisa me olhar com essa cara... Faz parte
do seu trabalho, eu sei... Mas o que você acha de trazer o seu chefe para
almoçar conosco hoje? Eu gostaria de conhecê-lo e saber a quem devo
procurar caso aconteça alguma coisa com a minha filha. — Me surpreendo
com as suas palavras e a encaro apreensiva.
— O quê? Não mamãe! Eu não sei se é uma boa ideia, o meu chefe
está me pagando para eu ir até ele, eu não acho que ele aceitaria vir almoçar
em uma casa simples como a nossa... Ele não vai querer misturar o
profissional com o pessoal eu... — Contesto meio nervosa com a sua ideia
mas ela me interrompe.
— Ei querida! Relaxa! Ele vai aceitar sim, eu tenho certeza disso. —
Ela diz tranquilamente me deixando pasma com a sua certeza.
— Como você pode ter tanta certeza disso, mamãe? Você nem o
conhece, não sabe nada sobre ele... Por favor? Não inventa ideias, está bem?
Deixa as coisas como estão porque vai ser melhor assim. — Pego um pedaço
do bolo de laranja para comer enquanto o motorista não chega, mas ela
continua me encarando com um meio sorriso.
— Ou você convida ele ou eu farei isso, Celly, eu quero conhecer o
seu chefe mas não quero ter que ir até a boate procurar por ele, então não é
melhor ele vir até aqui, querida? — Dispara em um tom firme me pegando de
surpresa com isso.
— Meu Deus mamãe! O que deu em você? Porque isso agora? Eu vou
ficar bem não vai acontecer nada comigo, e vocês não vão precisar procurar
ninguém para saberem de mim... Mamãe! Esquece essa história por favor? —
Suplico enquanto termina de arrumar a mesa do café mas ela não oferece
resistência.
— Me dá o número do celular dele e eu mesma ligo! Quero falar com
ele pessoalmente. — Ela me estende a mão e eu respiro fundo.
— Ok! Mamãe! Eu vou tentar falar com ele... Mas não espere que ele
aceite, ouviu? — Concordo frustrada com essa sua loucura e ela sorrir
largamente, nesse momento a campainha toca. — Deve ser o motorista que
veio me buscar, te vejo mais tarde porque não sei a hora que estarei livre. —
Lhe dou um beijo no alto da cabeça e me viro para sair.
— Vou fazer um almoço especial para esperar por vocês, ouviu? Não
me deixem esperando. — Diz ela me fazendo parar abruptamente.
— Como assim mamãe? Você quer que eu o traga para almoçar hoje?
Não mamãe hoje não dá para... — A encaro apavorada mas novamente ela
me interrompe.
— Ou você o trás para almoçar hoje ou eu procuro por ele... Esse Sr.
Mitchell tem um sobrenome bastante conhecido, não vai ser difícil achá-lo.
— Ela me encara com uma sobrancelha erguida me deixando de boca aberta,
tento contestá-la mas a campainha toca mais uma vez.
— Depois falamos sobre isso, mamãe, eu preciso ir... Te amo. —
Corro até a porta e ela grita lá da cozinha.
— Também te amo querida! — Saio de casa e entro no carro parado
na porta.
Cumprimento o motorista então ele segue para algum lugar, ainda não
sei para onde ele está me levando, já que ainda é muito cedo e não tem
nenhum restaurante aberto, eu sempre o encontro em hotéis ou até mesmo na
suíte da boate, mas ele nunca havia me chamado tão cedo e não sei onde vou
encontrá-lo, mas também não me interessa pois já sei o que ele quer, quer me
comer e mesmo que eu esteja ansiosa para senti-lo dentro mim, já não estou
mais satisfeita com essa situação. Não queria que ele me visse apenas como
uma prostituta mas sei que isso não vai mudar, não vou me iludir achando
que ele pode ser diferente dos outros, talvez ele seja um dos piores por
manter uma prostituta em cada lugar, eu tenho certeza que ele passou a noite
com Alita e agora quer me comer. Desgraçado!
Depois de alguns minutos me surpreendo por ver que estamos
passando por uma área nobre da cidade, na verdade, a área mais rica da
cidade e isso me deixa curiosa.
— Me desculpe, Sr. Francisco, mas... Para onde estamos indo? Eu
nunca vim para esse lado da cidade antes. — Pergunto olhando a nossa volta
me deparando com inúmeras mansões luxuosas de tirar o fôlego de tão lindas.
— Estamos chegando na mansão Mitchell, senhorita... O patrão está
te esperando para o café da manhã em casa. — Me surpreendo ainda mais
com as suas palavras.
— Estamos indo para... Para mansão... Mitchell? — Pergunto
boquiaberta e ele sorrir de lado.
— Sim senhorita, estamos chegando na mansão Mitchell... A
senhorita deve ser mesmo muito importante para o patrão. — Suas palavras
agora me deixam confusa.
— Me desculpe mas... Porque o senhor está dizendo isso? Eu nunca
fui importante para ninguém além dos meus pais. — Sussurro a última parte
para mim mesma, mas ele me encara atento pelo retrovisor.
— Chegamos, Srta. Marcelly. — Diz enquanto passamos por um
imenso portão de aço preto.
Fico de boca aberta ao admirar a extensão desse jardim, a casa ao
longe dos portões parece um palácio de tão grande, mas estou confusa, para
que uma casa tão grande para uma pessoa que mora sozinha? Eu andei
fuçando na internet para saber mais sobre ele e descobri que ele é solteiro, e
sua família mora no exterior.
Não me canso de admirar esse lugar então o carro para na entrada da
casa, o Sr. Francisco abre a porta do carro para mim e eu saio admirando
aquele lugar incrível, eu nunca havia entrado em um lugar como esse antes, já
entrei em muitos hotéis de luxo mas isso aqui é inexplicável.
O motorista me guia até a porta e abre-a me orientando a entra e assim
o faço, paro no meio da sala embasbacada com tanto luxo, só achei escuro
demais, mas mesmo assim é lindo.
— Isso é... inacreditável. — Sussurro andando pela sala admirando
tudo.
— Espero que essa sua reação seja positiva. — Ouço a sua voz grave
atrás de mim e eu me viro abruptamente.
— Sr. Mitchell... — O encaro surpresa, ele está de camiseta e
bermuda, está mais informal que o normal, isso me surpreende.
— Bom dia... Você está muito linda. — Ele me encara de cima abaixo
me estremecendo com o seu olhar intenso.
— Bom dia, Sr. Mitchell... Estou surpresa por me trazer até a sua
casa... É muito bonita... Na verdade nunca vi algo assim de perto. — O
encaro sem graça e ele sorrir de lado me deixando de pernas bambas.
— Que bom que gostou... Venha! A mesa do café já está posta. — Ele
se aproxima mais abraçando a minha cintura e me guia para algum lugar.
Não digo mais nada, apenas ouço esse silêncio irritante entre nós,
saímos da casa para um jardim externo com uma belíssima piscina.
— Uau... Que linda. — Admiro aquela água cristalina louca para dar
um mergulho, mas na parte rasa porque eu não sei nadar e não tenho
vergonha de admitir.
— Podemos dar um mergulho depois do almoço, quero que passe o
dia comigo hoje. — Sugere enquanto nos aproximamos de uma farta mesa de
café da manhã.
— Nossa quanta comida, está esperando mais alguém para comer
conosco? — Pergunto impressionada com essa mesa tão farta.
— Seremos só eu e você, eu não sabia do que você gosta então
mandei prepararem tudo que pessoas normais gostam de comer. — Ele puxa
a cadeira para mim como das outras vezes e eu me sento.
— Se conversássemos mais ao invés de apenas transarmos, você
saberia muito sobre mim. — O encaro com uma sobrancelha erguida e ele
respira fundo.
— Então vamos conversar mais, Marcelly, me diz o que você mais
gosta de fazer no seu tempo livre? — Pergunta enquanto me serve um
croissant e ele ainda está quentinho.
— Eu amo croissant, aliás, quem não gosta...? Bom, no meu tempo
livre eu gosto muito de ir à praia só para me sentar na areia e admirar o mar,
gosto de fazer compras como toda mulher gosta, mas... Como eu havia dito
antes, eu trouxe os meus pais para ficarem mais perto de mim, então eu
procuro passar mais tempo com eles... Para não me sentir tão sozinha e não
deixá-los sozinhos também. — Abro um pequeno sorriso enquanto ele me
encara atento.
— Se sente sozinha mesmo na companhia das suas amigas? Bom, não
sei se devo considerar Amanda como sua amiga, ela te olha com desejo e me
atrevo a dizer que ela gosta de você, mas não como amiga. — Me lança um
olhar sério enquanto bebe o seu café preto, não teve como não sorrir.
— Em primeiro lugar, ter algumas das meninas como amiga não
significa que não vou me sentir sozinha, estamos sempre muito ocupadas
ficando lindas para agradar aos clientes, não temos muito tempo para nada, as
nossas folgas são sempre em dias alternativos e nunca podemos curtir
juntas... Me desculpe, eu não estou reclamando mas, é impossível não se
sentir sozinha passando dia e noite preocupada em agradar os outros por um
punhado de dinheiro, mas infelizmente eu tenho uma família para sustentar, e
por isso estamos sempre disputando para ver quem será a melhor da casa...
As meninas estão pau da vida comigo por ganhar tanto a sua atenção, e é
Amanda e Keila que estão sendo as minhas melhores amigas nesse momento,
então você não precisa ficar com ciúmes delas. — Desabafo pensativa mas o
encaro com uma sobrancelha erguida, mas seus olhos intensos ainda me fitam
atentos.
— Não estou com ciúmes, Marcelly, o problema é que eu te coloquei
como minha exclusiva justamente para não ter ninguém tocando em você
além de mim, acho um exagero você dançar daquele jeito com aquelas
garotas, ficar nua também é desnecessário mas eu sei que você não vai me
dar ouvidos... Está para nascer uma mulher tão teimosa como você. — Diz
meio irritado e isso me diverte.
— Não sou teimosa, Sr. Mitchell, sou uma mulher de opinião e não
gosto que mandem em mim... Na cama tudo bem, mas fora dela não. — Lhe
dou um pequeno sorriso e ele morde o lábio inferior me deixando excitada.
— É melhor a gente terminar de comer, sei que deve estar faminta já
que eu te tirei da cama tão cedo. — Ele me encara ainda daquele jeito intenso
e se serve uma fatia de bolo de baunilha, que aliás, está uma delícia.
— Realmente eu estou faminta, você nunca havia me chamado tão
cedo, mas... Eu não vou poder passar o dia com você, Sr. Mitchell. — Digo
receosa e o vejo me encara frustrado.
— Como assim não vai poder passar o dia comigo? Eu te chamei aqui
para isso, para ficar comigo. — Questiona irritado me lançando aquele olhar
sério, eu adoro vê-lo irritado, seu tom de voz grave me abala como sempre.
— Eu não sabia que você iria querer ficar o dia todo comigo, pensei
que eu viria aqui, a gente transaria e eu seria dispensada em seguida como
das outras vezes. — Ele parece surpreso com as minhas palavras mas eu não
disse nenhum absurdo, não disse nada que já não tivesse acontecido antes.
— Eu pensei em fazer diferente hoje, não quero só transar com você,
quero conversar um pouco mais... Passar um tempo agradável a dois. — Me
surpreendo por vê-lo sem graça, sorrio satisfeita por vê-lo assim mas me
lembro da minha mãe.
— Bom, depois do almoço talvez a minha mãe me libere, se não
estiver chateada comigo... Ela me pediu para convidá-lo para almoçar
conosco hoje, mas ela vai entender que você não está acostumado com....—
Ele me interrompe.
— Eu aceito...! Você fala deles com tanto carinho que me deu
vontade sim de conhecê-los. — O encaro chocada por ele ter aceitado o
convite da minha mãe.
— Está falando sério? Vai mesmo almoçar com os meus pais...? Olha
não precisa aceitar o convite só para agradar a minha mãe, ela vai entender se
você não quiser ir. — O encaro apreensiva pois sei que minha mãe não vai
entender a sua recusa, ela ameaçou ir atrás dele para conhecê-lo.
— Eu faço questão de almoçar com os seus pais, confesso que fiquei
surpreso com o convite, você me disse que eles sabem o que você faz, e
sabem que quando está comigo é pelo sexo... Mas mesmo assim sei que vou
gostar de conhecê-los. — Minha nossa ele está sorrindo tão abertamente que
me deixa aérea.
— É sério, Sr. Mitchell, não precisa... — Ele me interrompe.
— Quer por favor parar de me chamar de Sr. Mitchell...! Me chama
apenas de Ramon, isso é uma ordem...! Porra você só me obedece assim,
quando dou ordens. — Ele me encara sério e eu sorrio largamente tentando
provocá-lo um pouco mais.
— Me desculpe mas eu não posso acatar essa ordem, Sr. Mitchell, as
meninas já estão me enchendo a paciência por ganhar a sua atenção, imagina
se eu começar a chamá-lo pelo primeiro nome? Elas vão implicar ainda mais
comigo por isso. — Não falo nenhuma mentira mas adoro vê-lo contrariado.
— Se para você me obedecer eu tiver que mandá-las embora, então
considere-as demitidas! Mas você vai sim me obedecer. — Ele se levanta
furioso e sua reação me surpreende, me levanto me aproximando dele.
— Me desculpa, Ramon? Eu não esperava que a sua irritação fosse
chegar ao extremo... Não precisa demiti-las por minha culpa... Eu vou
obedecê-lo como quer. — O encaro ainda surpresa com a sua reação e abraço
o seu pescoço, logo sinto suas mãos na minha cintura me puxando para o seu
corpo.
— Porque você tem que me irritar dessa maneira, Marcelly? Você
está me enlouquecendo garota... — Seu tom de voz é rouco e isso me excita,
beijo-o com calma chupando a sua língua, saboreado o seu gosto de café.
— Você também me deixa louca, Ramon... Você está destruindo a
minha paz... Ahhh... — Sussurro e ofego me sentindo mole em seus braços,
ele aperta a minha cintura descendo a sua boca pelo meu pescoço.
— Eu quero as respostas para as minhas perguntas de ontem a noite...
Eu preciso saber se você é assim intensa com todos os seus clientes, ou se eu
sou especial para você... Você gosta de estar comigo? Porque você fica mole
com os meus toques? Porque as nossas transas são tão intensas...? Você se
entrega assim para todos ou isso é só comigo...? Me responde Marcelly! —
Me assusto com as suas perguntas, elas me deixam sem voz. Tento me soltar
dele mas suas mãos me prendem ao seu corpo.
— Ramon... Me solta...? Eu não vou responder nada me solta! — Me
desespero para me soltar do seu aperto, e quando consigo corro para longe
dele tentando voltar por onde viemos.
— Espera Marcelly! Você não vai fugir de mim... Espera! Não faz
isso Marcelly! — Ele me alcança me abraçando por trás, tento me soltar mas
ele não deixa.
— Estou me sentindo sufocada eu quero sair daqui...! Me deixa ir
embora? — Tento desesperadamente me soltar deles mas ele me vira de
frente para ele me encarando fixamente.
— Eu te solto, deixo você ir embora se ainda quiser ir, mas eu preciso
saber Marcelly...! Porra ruivinha nenhuma mulher se entregou para mim
assim como você faz, isso está me enlouquecendo... Porra você me deixa
louco, eu não consigo deseja outra mulher como eu desejo você então me
diz...? O que você fez comigo? O que você está fazendo comigo Marcelly?
— Esbraveja ainda me encarando nos olhos, me pegando de surpresa com as
suas palavras.
— Eu iria te fazer a mesma pergunta... Nunca desejei um homem
como eu desejo você... Nunca me entreguei a nenhum outro homem com essa
mesma intensidade... Eu não sei explicar o que está acontecendo Ramon,
estou tão confusa quanto você... Caramba eu não sei o que está acontecendo!
Eu só sei que quero você mais do que deveria... Agora me deixa ir embora!
Eu quero sair da.... Ahhh! — Esbravejo também irritada tentando não chorar
pelo meu nervosismo, ando de costas para me afastar dele mas acabo caindo
na piscina atrás de mim.
Quando dou por mim já estou no fundo da piscina engolindo água,
mas logo o sinto abraçar a minha cintura me levando de volta para superfície,
mesmo tossindo muito o vejo me encarar preocupado.
— Você está bem? Diz para mim Marcelly você está bem...? Como
você não sabe nadar se me disse que gosta de ir à praia? — Pergunta
preocupado me surpreendendo mais uma vez.
— Sim... Sim eu estou bem... Eu gosto de ir a praia mas eu só entro
nas partes rasas onde sei que não vou me afogar. — Não consigo desviar os
meus olhos dos seus, meu corpo inteiro treme pelo susto mas também por
estar em seus braços.
— Eu quero beijar você! — Sua voz sai em um sussurro.
— Desde quando você pede permissão... Para fazer isso? — Ofego e
ele sorrir de lado me puxando pela nunca, sinto seus lábios famintos
devorarem os meus em um beijo intenso.
Sinto quando ele me coloca contra a parede da piscina e suas mãos
descem a parte de cima do meu vestido, seus dedos tocam os meus mamilos e
eu me estremeço gemendo na sua boca.
— Vamos para o meu quarto...! Não quero os empregados nos
vigiando as escondidas. — Mais uma vez ele sorrir na minha boca me
levando para parte rasa da piscina, quando me sinto segura eu me solto dele.
— Será que seus empregados iriam gostar de ver uma mulher
nadando nua nessa piscina? — Tiro o meu vestido ficando só de calcinha e
ele se aproxima abraçando o meu corpo.
— Porra você ficou maluca, Marcelly? Não quero os meus seguranças
de pau duro por sua causa... Veste esse vestido e vamos sair da água! — Ele
tenta me fazer colocar o vestido mas me afasto o encarando atenta, porque ele
está incomodado que me vejam nua? Sou apenas uma garota de programa.
— Se eu entrar na casa com a roupa pingando água vai molhar o chão
todo, você não acha melhor eu entrar nua? — Saio da piscina me segurando
para não rir e ele se apressa me segurando pelo braço.
— Cacete Marcelly! Faz o que eu mandei e coloca esse vestido...!
Para de me provocar garota! Não queira me ver irritado, você pode não gostar
disso. — Me alerta entre dentes me lançando aquele seu olhar sério e eu lhe
dou o meu melhor sorriso.
— Ontem eu vi você irritado e até fui castigada... Não quer me
castigar de novo, Sr. Mitchell? — O provoco mais uma vez ele me puxa
pelos cabelos devorando a minha boca.
— Com licença, Sr. Mitchell...! Me perdoe por incomodar, mas a
Srta. Camila já ligou pela quinta vez querendo falar com o senhor... Ela disse
que vira até aqui se o senhor não a atender. — Ouço a voz de um senhor que
suponho ser um dos empregados e me solto de Ramon, cobrindo o meu corpo
com o vestido.
— Tudo bem Ronaldo, diz a ela que estou ocupado mas retornarei em
alguns minutos. — Ele diz no seu tom firme e o empregado se retira em
seguida.
Ele me encara meio sem jeito então visto o meu vestido sob os seus
olhares intensos.
— Se tiver algum problema para resolver, fique a vontade, eu espero
aqui ou posso ir embora, a gente se vê depois em um melhor momento. —
Me sinto estranha, me sinto mal pois tenho certeza de que deve ser uma das
garotas com quem ele sai.
— Não tenho nenhum problema para resolver, eu tirei o dia para
aproveitar com você e assim será... Eu só preciso atender essa louca
insistente. — Diz enquanto entramos na casa e ele me leva até o seu quarto
no andar de cima.
Ele vai até o seu closet e volta com uma de suas camisas me
entregando.
— Vista para você não ficar com a roupa molhada... Como eu disse
antes, hoje o nosso momento junto será diferente... Não quero só transar com
você ruivinha, quero curtir você além do sexo... Vou fazer uma ligação e já
volto, vamos sair, eu quero levar você em alguns lugares antes do almoço. —
Ele acaricia o meu rosto me surpreendendo do mais uma vez, então sai me
deixando aqui ainda pasma com tudo isso.
Primeiro ele me traz para casa dele, me cobra explicações sobre a
intensidade das nossas transas, depois me dá uma roupa dele para vestir e
ainda quer me levar para sair? O que está acontecendo com esse homem? O
que ele pretende com tudo isso?
Capítulo 14
Ramon
Ser convidado pelos pais de Marcelly para almoçar me pegou de
surpresa, mas confesso que gostei, vai ser bom conhecê-los de perto mesmo
sem saber o que esperar de um almoço como esse.
Ouvir Marcelly dizer que nunca se entregou a um homem como ela se
entrega para mim, só fodeu ainda mais a minha mente, eu não esperava que
ouvir isso dela mexeria tanto comigo. Eu queria fodê-la ali mesmo dentro da
piscina e castigá-la por me afrontar tanto, mas fomos interrompidos e apesar
disso ter me irritado bastante, eu preciso resolver essa questão, eu não
aguento mais essa mulher irritante me ligando me procurando como se
tivéssemos algum compromisso, e tudo isso por culpa da minha mãe que
insiste em empurra aquela louca para cima de mim.
Levo Marcelly para o meu quarto e lhe dou uma de minhas camisas
para ela vestir, eu fui na intenção de dar a ela um roupão para vestir enquanto
colocaria a sua roupa para secar, mas quando vi ela já estava vestindo a
minha camisa, porra ela ficou muito sexy vestindo a minha camisa, eu queria
jogá-la na minha cama e pegá-la de jeito, mas sei que seríamos interrompidos
por mais uma ligação de Camila.
Pego o seu vestido e a sua calcinha e saio do quarto deixando-a á
vontade, desço até a cozinha e peço para uma das empregadas colocarem a
roupa na secadora, então saio para fazer uma ligação, eu preciso acabar de
uma vez por todas com essas ligações insistentes e incômodas.
Entro no meu escritório e ligo para minha mãe, ela atende no quarto
toque.
— Ramon, filho! Que bom que ligou eu precisava mesmo falar com
você, eu não acredito que você está ignorando uma moça tão gentil como
Camila, ela só quer se aproximar mais de... — Ela fala sem parar para
respirar, mas a interrompo.
— Eu vou ser direto e vou falar só uma vez, mamãe! E você sabe que
eu não brinco com coisas sérias, eu estou cansado! Estou exausto dessa
mulher chata me ligando, me incomodando como se tivesse algum
compromisso comigo, porque não tem...! EU NÃO AGUENTO MAIS ISSO,
MAMÃE! JÁ CHEGA! Ou você manda essa mulher parar de me procurar ou
eu juro que nunca mais coloco os pés na sua casa, você trouxe esse problema
para mim e você vai resolvê-lo...! Eu já sou grandinho o suficiente para
saber o que eu quero para mim, e eu não quero ninguém se metendo na
minha vida você, entendeu? A única coisa que você vai conseguiu com essa
mulher pegando no meu pé, vai ser que eu me afaste ainda mais de vocês e
eu não quero isso... DROGA MAMÃE! EU TE AMO! Te amo demais mas
não vou aceitar que você decida com quem eu devo ou não ficar, nem quando
isso vai acontecer! Eu aceitei a assumir a empresa do papai só para você
não nos ver brigando mais, eu aceitei a ir te ver mais vezes mesmo
carregando um mundo de responsabilidade nas costas, mas agora chega...!
Eu não quero mais essa mulher me ligando e você vai falar com ela para
parar! — Me irrito com essa situação mas tento não me alterar muito para
não desrespeitar a única mulher que me amou e me ama nessa vida, mas tudo
tem um limite.
— Filho me desculpa...? Eu não imaginava que você fosse se chatear
tanto... Me desculpa querido, eu prometo que vou falar com Camila, você
está tão sozinho aí nesse país longe da sua família, que eu pensei... — A
interrompo mais uma vez.
— Não pensa muito, mamãe! É você quem decide a sua vida e a vida
dos filhos, mas a partir do momento que esses filhos já são adultos e tomam
as próprias decisões, você não pode mais decidir por eles... Olha! Eu
entendo que você quer o melhor para mim, mas eu sei o que é melhor para
mim, mamãe... Eu não estou preparado para me relacionar com ninguém,
muito menos com alguém que não me agrada, então por favor? Não insista
nisso, está bem? Promete para mim que vai parar com isso, mamãe? —
Respiro fundo tentando me controlar, não posso passar dos limites com a
minha mãe.
— Tudo bem filho, eu te entendo... Me perdoa por querer que você
seja feliz, eu posso ter agido de maneira errada mas a sua felicidade é só o
que eu quero, Ramon... Bom, eu prometo falar com a Camila e ela não vai
mais te incomodar, está bem? Agora cumpra a sua promessa e venha me ver!
Já tem três semanas que esteve aqui e eu estou com saudades, espero que a
próxima vez que nos falarmos seja pessoalmente, ouviu bem Ramon
Mitchell? — Sua voz triste dá lugar a uma voz zangada me fazendo respirar
aliviado. Essa é a minha mãe!
— Está bem, dona Verônica, eu prometo ir te ver antes do próximo
final de semana, estou com muito trabalho por aqui mamãe e não vou
conseguir ir antes de... — Ela me interrompe.
— Você não está entendendo, Ramon! Eu não posso me meter na sua
vida mas posso exigir que um filho ingrato venha ver os seus pais, agora não
discuta comigo e venha me ver logo! Ou eu vou até você, você quer isso
querido Ramon? — Diz ainda em seu tom zangado me fazendo sorrir.
— Está bem, mamãe! Em dois dias eu chego aí... Preciso desligar
agora, eu te amo. — Me despeço dela ainda sorrindo.
— Eu também te amo querido, vê se não passa o final de semana
trancado em casa, ouviu...? Estarei sempre aqui se precisar, filho. — Seu
tom carinhoso agora me deixar mais tranquilo.
— Está bem mamãe, eu nunca vou me esquecer disso... Diz ao papai
que mandei um abraço, eu chego aí em dois dias. — Me despeço dela mais
uma vez então encerro a ligação.
Saio do escritório e vejo Marcelly andando pela sala admirando as
minhas fotos, me aproximo dela calmamente sem alarmá-la admirando as
suas pernas nuas, minha camisa é cumprida apenas o suficiente para cobrir
essa bundinha linda que ela tem. Porra estou louco para senti-la, mas também
quero curti-la além do sexo, não sei o porquê mas sinto vontade de passar
mais tempo com ela. Chego de mansinho atrás dela e abraço a sua cintura.
— Sr. Mitchell...! Quer dizer, Ramon... Você me assustou. — Ela
respira com dificuldade, ela se vira me encarando daquele jeito intenso.
— Não tenho culpa se estava tão distraída... Vou buscar o seu vestido,
precisamos sair mas você não vai comigo usando isso, você estava mais linda
no seu vestido... Você assim está muito gostosa, eu quero resistir um pouco
mais. — A encaro com desejo e ela abre um largo sorriso.
— Você está resistindo a mim? Uau... Acho que não estou me
esforçando o bastante para conseguir o que eu quero. — Diz enquanto abre
alguns botões da blusa e morde o lábio inferior. Porra! Aí é covardia!
— O que você quer, Marcelly? É só pedir e eu te dou, ruivinha... —
Ofego admirando os seus mamilos marcando a minha camisa em seu corpo.
Me aproximo puxando-a pela cintura, ela abraça o meu pescoço e me
beija com calma, porra aquele beijo intenso que me deixa fora de mim.
Agarro os seus cabelos pela nuca e puxo-os de leve deixando o seu pescoço
livre para mim, beijo e chupo a sua pele ouvindo os seus sussurros me
excitando ainda mais.
— Ramon... Aqui não... Alguém pode nos ver... — Ela se solta de
mim vermelha e ofegante, me deixando zonzo de desejo.
Respiro fundo tentando controlar a minha respiração, me aproximo
puxando-a novamente pela cintura mas sou interrompido.
— Com licença, Sr. Mitchell... A roupa da senhorita já está seca. —
Ronaldo, o meu mordomo se aproxima com o vestido nas mãos nos
encarando sem graça.
— Obrigado, Ronaldo, como sempre, você é muito eficiente. — O
encaro sério e ele engole a seco me encarando receoso.
— Obrigada por trazer o meu vestido, Sr. Ronaldo, o senhor foi muito
gentil. — Marcelly se aproxima dele meio sem jeito e ele lhe entrega a roupa.
— Não precisa agradecer, querida, foi um prazer servi-la... Com
licença. — Ele a encara com um sorriso gentil e se retira ainda sem graça.
— Eu vou me trocar e já volto... Ahm, posso usar o seu quarto
novamente ou posso me trocar aqui mesmo? — Ela começa a abrir a camisa
me fazendo coçar a barba.
— Porra garota, vá para o meu quarto...! Maluquinha. — Lhe dou
uma carreira e ela corre para escada, sorrio com o seu atrevimento e ela
gargalha enquanto sobe, uma gargalhada tão gostosa que eu poderia passar
horas ouvindo.
Me sento ali no sofá enquanto espero por ela, sorrindo feito um idiota
por passar por situações como essa e não saber o que fazer, é a primeira vez
que uma mulher me deixa perdido desse jeito, não sei se espero por ela aqui
ou se vou atrás dela para conseguir o que eu quero. Porra! Que merda está
acontecendo?
Me levanto e vou até o bar me servindo de uma dose de uísque, me
viro enquanto tomo uma longa golada e lá está ela descendo a escada, mesmo
com os cabelos ainda molhados ela continua linda.
— Já podemos ir, Sr. Ramon! — Ela se corrige meio sem graça me
fazendo sorrir de lado.
— É bom se acostumar a me chamar de Ramon, afinal esse é o meu
nome. — Deixo o meu copo no balcão e sigo na sua direção.
— Não vai ser fácil me acostumar, mas eu vou tentar. — Cacete ela
está sorrindo daquele jeito encantador.
— É melhor sairmos logo, eu quero te levar em alguns lugares
enquanto o shopping não abre. — Me aproximo lhe estendendo a mão e ela
pega com aquele olhar de surpresa.
— Shopping? Você vai me levar ao shopping? — O seu olhar
espantado me diverte.
— Não vai me dizer que você nunca foi ao shopping? — A encaro
com uma sobrancelha erguida e ela gargalha novamente.
— Engraçadinho... Eu só fiquei surpresa porque um cliente nunca me
levou ao shopping antes, mas para tudo tem a sua primeira vez, não é? —
Rebate ainda sorrindo mas percebo um tom triste na sua voz, não gostei de
ouvi-la se referindo a mim como cliente, porque isso está me incomodando
agora?
Saímos da casa e eu dispenso o motorista por hoje, entramos no meu
carro e saímos da mansão rodando pela cidade enquanto conversamos,
passamos pela praia e resolvemos descer um pouco admirando o nascer do
sol, ainda é bem cedo mas eu nem vejo o tempo passar conversar com essa
mulher, ela é incrível e até que não está sendo uma má ideia conhecê-la além
do profissional, eu não imaginava que uma garota de programa poderia ser
tão doce, simpática e carinhosa, conhecer melhor a Marcelly está sendo uma
grande experiência.
Depois de caminhar pela praia, nos sentamos em um quiosque para
tomar uma água de Coco.
— Você está bem à vontade com esse passeio, faz muito isso? Vem
muito à praia? — Pergunta curiosa, mas seus olhos atentos estão procurando
os meus.
— Acredite ou não, essa é a primeira vez que eu venho a praia depois
de anos... Andei focados em outras coisas que eu julgava ser mais importante
que tirar um tempo livre para mim. — Encaro seus lábios rosados e logo
encaro seus olhos que me fitam surpresos.
— Está falando sério que você não vem a praia? Mesmo sem saber
nadar eu amo vir á praia quando posso, não sei o porquê mas eu me sinto
livre aqui. — Ela abre novamente aquele sorriso lindo me hipnotizado.
— Por falar em liberdade, você já teve muitos namorados? Já veio a
praia com algum deles? — Sinto a minha curiosidade ganhar força para saber
mais sobre ela.
— Não, eu não tive muitos namorados, apenas um amor de
adolescência na escola, mas isso já faz alguns anos... Eu comecei a atender
com dezoito e depois disso eu não tive tempo para pensar em namorados, eu
precisava me manter e manter os meus pais porque os meus irmãos sempre
foram gananciosos o suficiente, para tirar dos próprios pais o pouco que
tinham, eu não conseguia trabalho em nenhum lugar bom por ser de menor.
— Conta pensativa, mas seu tom é triste ao falar dos seus pais. — O único
lugar onde consegui trabalho foi em uma feirinha do bairro, mas eu não
conseguia ganhar o suficiente para ajudar os meus pais, eu comecei a receber
cantadas de homens na feiras insinuando coisas e... Eu recebi um convite para
sair para jantar e na inocência eu fui, o cara era bonito e no final da noite ele
quis transar comigo, mas eu disse não, foi aí que ele me ofereceu uma quantia
em dinheiro que eu não consiga ganhar em um mês trabalhando na feira...
Não vou negar, antes de me deslumbrar por ganhar tanto dinheiro em apenas
uma hora sexo, eu me senti suja por estar fazendo aquilo, transar com
estranhos por dinheiro? Não era isso que eu queria, mas quando começou a
faltar comida em casa, quando as contas começaram acumular e ver os meus
pais preocupados chorando pelos cantos, eu não vi outra saída, eu não tive
escolha... Eu precisava ajudar a família que me acolheu e não tinha outro jeito
se não aquele. — Consigo ver a sua tristeza ao falar tudo isso, mas ela
disfarça colocando um sorriso no rosto.
— Você disse que está na Pleasure House á um pouco mais de um
ano, onde esteve antes de chegar lá? Alguma boate que eu conheça? — Ela
respira fundo antes de me responder.
— Eu passei um ano atendendo por meio de indicações dos próprios
clientes, e um deles me falou sobre uma boate no bairro vizinho, eu fui até lá
e... Bom, fiquei por pouco tempo porque o dono da boate ficava com a maior
parte do dinheiro para ele, eu ganhava muito mais atendendo fora da boate,
mas... Como os clientes pagavam sempre depois do programa, alguns deles
começaram a me pagar pouco e alguns nem pagava, isso me deixava furiosa e
como na boate o pagamento era feito antes do programa, eu tive que dar o
braço a torcer... Passei por algumas boates pequenas até chegar na Pleasure
House... Foi a melhor boate que eu já trabalhei até hoje. — Diz um pouco
mais empolgada ao falar da Pleasure House.
— Se você não estivesse na prostituição, o que você iria querer fazer?
No que você iria querer trabalhar? Você chegou a terminar os estudos? —
Pergunto enquanto término de beber a minha água, ela me encara surpresa
com as minhas perguntas.
— Infelizmente eu não terminei os estudos, estava no último ano mas
não cheguei a concluir, saí antes para trabalhar... Acredita ou não mas, eu
pretendia cursar direito caso os meus pais pudessem pagar a minha faculdade,
mas com os ladrões que tínhamos dentro de casa eu sabia que isso não seria
possível, então qualquer trabalho que eu conseguisse para ajudar os meus
pais já estava bom... Mas aí você me pergunta, porque você não procurou um
emprego melhor depois de completar a maior idade? Simples! Eu já estava
infectada pelo deslumbre, e o dinheiro vinha fácil, rápido e em um valor
muito agradável, não tenho vergonha de admitir, eu gosto da grana que eu
ganho pois é assim que eu banco o meu padrão de vida e sustento os meus
pais, simples assim. — Ela tem uma segurança tão grande na voz que me
impressiona.
Eu vejo o quanto ela gosta de dinheiro, mas a sua ambição é diferente,
sei que ela já deve ter tido muitas oportunidades para se dar bem na vida e
sair daquela boate, Paulo já me contou que muitos clientes já tiveram a
ousadia de oferecer muito dinheiro para algumas das garotas, inclusive
Marcelly, mas elas não aceitaram, o ruim da exclusividade é que muitos
clientes não agradam as garotas e muitas das garotas não se agradam de ficar
atendendo apenas um cliente, principalmente se ele for ruim de cama e ruim
no bolso, tem muitos clientes mão fechada e querem muito pagando pouco.
Depois de conversar bastante com Marcelly e me surpreender ainda
mais com a sua história de vida, me dou conta de que já são dez horas da
manhã, então saímos da praia e seguimos para o Shopping pois quero agradá-
la um pouco, ela disse que gosta de fazer compras então quero conhecer um
pouco mais os seus gostos.
Chegamos no shopping já com todas as lojas abertas e a vejo indecisa
de por onde começar, não teve como não sorrir mas ela finalmente entrou em
uma loja escolhendo uma bolsa e alguns pares de sapatos com um salto
enorme, não sei como essas mulheres conseguem se equilibrar em cima disso,
mas elas ficam lindas, essa é a verdade.
Ela escolheu alguns vestidos e me surpreendi por não serem tão
decotados como os que ela usa na boate, claro que não fiquei na curiosidade e
perguntei sobre isso, me surpreendi quando ela disse que ser vulgar para
atrair os homens é o seu trabalho, mas que ela também gosta de ser admirada
sem precisar mostrar o fundo da calcinha e os seios, isso me deixou mais que
surpreso, me deixou chocado.
Por último ela escolheu algumas lingeries e ela fez questão de
experimentar para eu ver, não foi uma boa ideia, vê-la só de lingerie, isso me
deixou de pau duro e a descarada fez questão de me provocar para me ver
louco sem poder tocá-la, quase entrei no provador para lhe dar uma lição mas
as atendentes não desgrudam os olhos de mim.
— Termina logo Marcelly! Precisamos ir... Porra estou de pau duro e
não posso fazer nada. — Sussurro entre dentes e posso ouvir as suas risadas,
ela está fazendo isso de propósito.
— O que acha dessa calcinha, Ramon? Ficou bom ou devo pedir um
tamanho menor? — Ela abre a cortina do provador e vejo o seu belo corpo
sustentar apenas uma linha que ela chama de calcinha, seus seios lindos e nus
me faz ofegar.
— Cacete Marcelly... Você quer me ver perdendo o juízo garota? —
Engulo a seco tentando a todo custo ficar onde estou.
— Bom, se você não pode me ajudar eu vou ter que pedir ajuda para
uma das atendentes. — Ela sai do provador mas eu a empurro de volta para
dentro do mesmo.
— O que é você ficou maluca? Tem homens na loja, Marcelly...! Está
tentando me irritar? Porque você está conseguindo! — A encaro furioso mas
ela avança na minha boca me beijando ferozmente, um beijo intenso e
profundo, diferentes dos beijos que já trocamos até agora.
Aperto o seu corpo contra a parede de espelhos e subo as minhas
mãos pelo seu corpo tocando os seus seios, porra eu poderia come-la aqui e
agora.
Nos separamos ofegantes, nos encarando de um jeito que não sei
explicar, ela engole a seco encarando a minha boca e eu faço o mesmo.
— Me desculpa... Eu... Eu não sei o que deu em mim... Eu vou me
trocar. — Ela parece tão tensa e confusa quanto eu, o que aconteceu aqui?
Abro a boca para dizer algo mas não consigo dizer nada, ela me dá as
costas pegando o seu vestido para vestir e eu me afasto me sentindo confuso
e perdido, tentando raciocinar depois do que houve aqui.
Ela se troca e pega as lingeries devolvendo para atendente, dizendo
que não vai levar nenhuma, a questiono e percebo o quanto ela parece sem
graça com alguma coisa.
— Vamos até o caixa! Ela vai levar todas as peças que ela
experimentou... Ficaram perfeitas nela. — Aviso enquanto pego as sacolas
das compras anteriores.
— Não precisa comprar todas, Ramon! Umas duas ou três peças já
está bom... Aqui tem seis conjuntos de lingerie, não precisa de tudo isso, já
compramos coisas demais. — Ela me encara timidamente mas não entendo o
porquê ela ficou assim de repente, é raro vê-la envergonhada.
— Você vai usá-las para mim então eu quero que leve todas! Sei que
gostou delas então porque não levar...? Vamos passar no caixa então
seguimos para sua casa, não vamos deixar os seus pais nos esperando para o
almoço. — Tento desfazer esse clima com um sorriso e ela arregala os olhos.
— Droga! Eu me esqueci do almoço... Você me faz perder a noção do
tempo, Ramon. — Ela finalmente sorrir então seguimos para o caixa.
Depois de pagar pelas lingeries, seguimos para o estacionamento do
shopping, coloco as sacolas no porta malas e entramos no mesmo seguindo
para sua casa, já estou ansioso para conhecer os pais dela.
Capítulo 15
Marcelly
Não vou negar, gosto que me agradem e já ganhei alguns presentinhos
de alguns clientes, mas o que Ramon me deu hoje é algo surreal, ele gastou
comigo brincando trinta mil reais em compras e ainda queria que eu
comprasse mais, esse homem é louco, ele age como se não houvesse o
amanhã mas não vou ser hipócrita de dizer que não gostei, porque eu amei e
só não comprei mais como ele sugeriu porque já estamos em cima da hora do
almoço, e minha mãe já deve estar nos esperando ansiosa para conhecer o
meu chefe.
Saímos do shopping e seguimos para minha casa, não sei o que houve
mas o silêncio tomou conta do carro e isso está me incomodando.
— Eu tenho um jantar de negócios agendado para sexta, quero que
venha comigo como minha acompanhante... Também vou viajar em dois dias
para ver a minha família e quero que fique em casa com os seus pais, não
quero que vá para boate enquanto eu estiver fora. — Avisa sem tirar a sua
atenção de mim.
— Não sei se é uma boa ideia eu ficar em casa, Ramon, eu estou
começando a me acostumar com essa história de ficar em casa sem precisar ir
trabalhar na boate, e isso não é bom para mim. — Contesto pensativa e ele
me encara confuso.
— Não é bom porque? Pensei que gostasse de ficar mais tempo com a
sua família. — Ele divide a sua atenção entre mim e a pista.
— Eu gosto muito de ficar com a minha família, mas eu não sei por
quanto tempo mais continuarei como sua exclusiva, não quero relaxar agora
para depois começarem a reclamar de mim... Se bem que... Paulo me disse
que tem alguns clientes querendo seguir a sua ideia de ter algumas garotas
como exclusiva, e... Já estão querendo saber quando eu vou está disponível.
— Me lembro da conversa que tive com Paulo ontem antes de vir embora, o
carro para de repente no meio da pista me assustando. — Me Deus Ramon,
que susto! O que houve? O que aconteceu? — Olho para os lados antes de
encará-lo mas ele não tem uma cara muito boa.
— Eu não pretendo dispensar você tão cedo, então se estiver
desejando outros clientes eu sugiro que esqueça! E espero que cumpra as
minhas ordens porque não quero você na boate enquanto eu estiver fora...!
Não sei se posso confiar em você com essa história de ficar se agarrando com
as outras garotas enquanto dança, e também não sei se vai querer ficar com
outros clientes na minha ausência. — Esbraveja irritado me pegando de
surpresa com a sua reação.
— Eu já deixei bem claro que cumpro qualquer ordem e qualquer
regra para não perder a minha vaga na boate, Sr. Mitchell! Eu não sei se o
senhor se lembra mas eu tenho uma família para sustentar...! Posso ser
interesseira sim mas gananciosa eu nunca fui, se não confia em mim e se não
estar satisfeito com o que eu faço, então me dispensa logo! Agora me tira
daqui porque a minha mãe está me esperando! — Esbravejo também irritada
querendo voar no pescoço dele mas me controlo, ele ainda é o meu chefe e
não posso ser demitida da boate.
— Quem decide quando você será dispensada sou eu...! Ainda não
está na hora então para de me enfrentar e faça apenas o que eu mandar! —
Esbraveja de volta enquanto põe o carro novamente em movimento. Bufei
frustrada.
Não digo mais nada para não irritá-lo ainda mais, ficamos os dois
calados feito dois mudos e ele só se dirigiu a mim para perguntar o meu
endereço, já que sempre é o motorista quem vai me buscar em casa.
Digo o endereço a ele e o mesmo o digita no GPS, poucos minutos
depois estamos parando na porta da minha casa.
— Se quiser desistir do almoço não tem problema... — Ele me deixa
falando sozinha e sai do carro para abrir a porta para mim. É sério isso?
— Não é porque você é uma mulher teimosa com T maiúsculo, que
vou desistir do almoço... Estou com fome e eu dispensei a minha empregada.
— Ele tenta descontrair e eu seguro o riso.
— Há muitos restaurantes maravilhosos abertos por aí, sabia, Sr.
Mitchell? — O provoco e ele respira fundo revirando os olhos.
— É sério garota, as vezes sinto vontade de colocar uma mordaça em
você, sabia, Marcelly...? Está para nascer uma mulher para gostar tanto de me
contrariar como você. — Ele me segue até o portão de casa e entramos no
quintal.
— Não estou contrariando você, Sr. Mitchell, eu apenas gosto de
dizer o que penso. — Caminho até a porta mas de repente ele me puxa pelo
braço me fazendo voltar contra o seu corpo.
— Se não está me contrariando, então porque insiste em me chamar
de Sr. Mitchell? — Sua voz sai rouca e sinto suas mãos apertando a minha
cintura, me deixam tensa e de pernas bambas. Engulo a seco!
— Ramon... Aqui não, por favor...? Não quero faltar com o respeito
aos meus pais. — Minha voz trêmula me entrega, estou nervosa, só não sei o
porquê esse homem é o único que me deixa assim.
— Tudo bem... Eu consigo esperar um pouco mais. — Ele me solta
aos poucos mas nossos olhos ainda estão conectados.
Porque ele me deixa tão aérea? Porque ele me desconcerta com esse
olhar intenso? Porque nenhum outro homem me deixa assim? Excitada e
trêmula só com um olhar.
Entramos em casa e vejo a minha mãe em pé na janela nos encarando
com um pequeno sorriso, e meu pai sentado no sofá ao lado com os seus
olhos atentos em nós. Merda! Será que minha mãe nos viu?
— Mamãe! Papai! Esse é o Sr. Ramon Mitchell... O meu chefe lá na
boate... Sr. Mitchell esses são os meus pais, Antônia e Sérgio... As pessoas
mais importantes da minha vida. — Os apresento meio sem jeito pela
situação mas vejo o meu chefe sorrir bastante a vontade, meu pai se levanta
para cumprimentá-lo.
— É um prazer conhecê-los, Sr. Sérgio! Sra. Antônia...! Eu fiquei
muito feliz com o convite para o almoço. — Ele se aproxima
cumprimentando os dois enquanto eu permaneço no mesmo lugar, insegura
com essa situação.
— Que bom que aceitou o nosso convite para almoçar, Sr. Mitchell,
Espero que nos entenda e compreenda a nossa preocupação, só queremos
saber com quem a nossa filha está e saber a quem procurar caso seja
necessário, as vezes ela passa a noite fora e isso nos preocupa muito, levando
em conta o trabalho que ela faz. — Diz meu pai ainda apertando a sua mão
mas se senta oferecendo lugar ao seu lado.
— Mas é claro que eu entendo, Sr. Sérgio, por isso quero deixar com
vocês todos os meus contatos caso precisem falar comigo. — Ele pega a sua
carteira tirando um cartão o entregando ao meu pai. O que ele pensa que está
fazendo? — A maioria das garotas que trabalham comigo, ou as famílias não
sabem o que elas fazem ou elas não tem família, algumas foram expulsas de
casa por fazerem o que fazem e... Bom, apesar do que fazem a gente tenta
oferecer o melhor a elas. — Ele diz empolgado mas o vejo sem jeito ao falar
do que acontece com as meninas.
— A nossa filha é bastante sincera conosco, Sr. Mitchell, ela nos
contou como são tratadas na sua boate, e... Mesmo não aceitando o que ela
faz, tentamos ser compreensivos com ela, Marcelly se sente na obrigação de
nos sustentar e nada tira dessa cabecinha dura dela, de que ela não tem que
fazer isso para nos ajudar, eu preferia vê-la trabalhando em qualquer outro
lugar, menos em uma boate, mas ela já é uma mulher adulta e sabe o que faz,
não nos metemos na vida dela, pois dos nossos filhos ela é a única que
demonstrar amor e respeito por nós. — Meu pai diz em um tom firme mas o
vejo triste e pensativo.
— Papai, por favor vamos mudar de assunto...? O Sr. Mitchell veio
aqui para almoçar e não para te ver triste, você sabe que eu não gosto de te
ver assim... Mamãe como está indo o almoço? O chefe está faminto e ele
dispensou a cozinheira para comer a sua comida. — Me aproximo do meu pai
segurando a sua mão com carinho, mas encaro a minha mãe tentando mudar
de assunto.
— Não seja por isso querida, o almoço já está quase pronto, vamos
deixar os rapazes conversando e venha me ajudar... Com a sua licença, Sr.
Mitchell. — Minha mãe abre o seu sorriso para ele e isso me surpreende
ainda mais.
— Por favor, Sr. Antônia, fique a vontade. — Ele retribui o seu
sorriso me deixando chocada com toda essa simpatia.
— Por favor querido, me chame apenas de Antônia, vou me sentir
menos velha assim. — Minha mãe sorrir descaradamente para o meu chefe.
— Bom, sendo assim, eu prefiro que me chamem apenas de Ramon,
eu vou me sentir mais a vontade também. — O cínico pisca para mim me
deixando vermelha feito um tomate.
— Vamos para cozinha, mamãe...! O meu chefe não é o único com
fome aqui. — Limpo a garganta tentando não demonstrar o quanto estou
tensa, mas minha mãe olha de mim para o meu chefe e vice versa.
— Vamos sim filha, temos muito o que conversar. — Ela abraça a
minha cintura me guiando para cozinha, a encaro confusa mas não digo nada.
Entramos na cozinha e minha mãe começa a me bombear de
perguntas sobre o Sr. Mitchell, ela quis saber mais sobre ele e fez perguntas
que ela acha que eu sei a resposta, não sei muita coisa sobre ele além do que
eu já li na Internet, meus pais estão um pouco mais tranquilos com o que eu
faço agora que sabem que não saio com mais ninguém além do meu chefe,
mas acho que minha mãe está confundindo as coisas pois ela está insinuando
que estou gostando do meu chefe.
— Você não está no seu juízo normal, mamãe, de onde você tirou um
absurdo desses? Eu não gosto do meu chefe...! Quer dizer, eu gosto dele mas
não da maneira que você está pensando. — A encaro chocada e ela sorrir
desconfiada.
— Você já ouviu o ditado que diz, o pior cego é aquele que não quer
ver? Abre o olho querida, a maneira como vocês se olham é como um casal
apaixonado... Vocês estão caidinhos um pelo outro mas eu não sei o que vai
ser de vocês com essa... Relação complicada, digamos assim. — Ela diz
tranquilamente enquanto mexe nas panelas.
— Mamãe não diga besteiras! O que você está pensando não tem
fundamento, ele é o meu chefe...! Não estamos caidinhos um pelo outro, é
só... É só atração física e eu não queria está falando sobre isso com você, é
estranho e constrangedor levando em conta o que eu faço e você saber disso.
— Retruco meio inquieta esperançosa de que ela mude de assunto, mas não
dá certo.
— Eu já falei que você pode conversar comigo sobre tudo, filha, até
mesmo sobre os seus clientes se você se sentir a vontade para fazer isso... Eu
não tive chance de ser amiga dos meus filhos, e olha que eu tentei... Tentei
conversar, tentei aconselhar e ajudar, e olha o que eu tive em troca? A
indiferença e a distância, a crueldade e a desonestidade... Eu só tenho você,
Marcelly, parece que você é a única filha que eu tenho, e quero ser para você
muito mais do que eu fui para os seus irmãos... Eu te amo filha, e quero que
conte comigo para o que precisar, até mesmo para conversar sobre a sua vida
íntima e amorosa. — Ela se emociona e isso me emociona também, abraço-a
carinhosamente lhe dando um beijo demorado no rosto.
— Eu tenho algumas amigas na boate, mas você é a minha melhor
amiga, mamãe... É por isso que eu faço todo e qualquer sacrifício por você e
o papai... Vocês são tudo que eu tenho e tudo que eu amo... Não amo mais
ninguém além de vocês então esquece essa história de vida amorosa, ok?
Vamos terminar o almoço porque o Ramon já deve estar faminto. — Me
solto dela indo mexer nas panelas.
— Ramon? Já está o chamando pelo primeiro nome...? Interessante.
— Ela se segura para não rir e eu sinto o meu rosto queimar de vergonha.
— Foi exigência dele, mamãe, não é o que você está pensando. —
Prendo os meus cabelos em um coque me afastando tentando não encará-la
nos olhos, mas ela percebe que estou me esquivando.
— Sobre o que as minhas garotas estão conversando? Esse almoço sai
ou não sai? — Questiona meu pai entrando na cozinha e quando me viro, lá
está ele, ao lado do meu pai com os seus olhos presos em mim.
Tento controlar a minha respiração mas não consigo, meu Deus ele
me deixa trêmula com esse olhar tão intenso.
— Já está pronto querido, eu só preciso terminar de colocar a mesa.
— Ela diz empolgada enquanto meu pai se aproxima lhe dando um beijo.
Encaro meu chefe que ainda tem os seus olhos presos em mim, mas
eu desvio o meu olhar tentando não desabar de tão tensa.
— Eu termino de arrumar a mesa, mamãe. — Me apresso para pegar
os pratos e vou até a sala começando a arrumar a mesa, para evitar o clima
que se instalou na cozinha.
— Precisa de ajuda? — Ouço sua voz atrás de mim e eu me apoio na
mesa sentindo as minhas pernas trêmulas.
— Ham... Não precisa, já estou terminando. — Respiro fundo
enquanto coloco os talheres no lugar e o vejo colocar uma travessa de arroz
na mesa.
Meus pais aparecem trazendo outras travessas as colocando na mesa,
nos acomodando em nossos lugares e nos servimos começando a comer, meu
pai e meu chefe parecem bem à vontade conversando feito dois grandes
amigos, isso parece bizarro, meu chefe que paga para transar comigo, está na
minha casa almoçando com os meus pais como se fosse algo comum de se
acontecer, bom, está acontecendo.
O nosso almoço segue tranquilamente entre uma conversa e outra,
passamos muito tempo na mesa, foi o almoço mais longo que já tivemos
então minha mãe traz a minha sobremesa preferida, pudim de leite
condensado, amo de paixão.
— Você é maravilhosa mamãe, mas você não está me ajudando muito
fazendo esse pudim dos deuses toda semana... Eu preciso manter o meu peso
mas comendo desse jeito fica impossível. — Digo enquanto termino a minha
sobremesa e pego mais um pedaço.
— Você está maravilhosa, não tem o porquê se preocupar com o seu
peso. — Ramon me encara fixamente mas vejo o quanto ele fica sem jeito
com os meus pais o encarando atento.
— Concordo com você, Ramon, minha filha é linda e é o meu maior
orgulho... Eu estou mais tranquilo agora com ela passando a maior parte das
noites em casa... É um alívio muito grande quando a vejo entrar em casa,
vendo que ela está bem, eu não suportaria se algo de ruim acontecesse com
ela. — Meu pai me estende a mão e eu pego com carinho.
— Não vai me acontecer nada, papai, eu me cuido bem, eu juro...
Prometo continuar me cuidado para que vocês não precisem se preocupar
comigo. — Lanço-lhe um olhar confiante com um pequeno sorriso e ele
respira fundo, acariciando a minha mão.
— Em dois dias eu vou precisar viajar para ver a minha família, então
eu dispensei Marcelly para ficar em casa até eu voltar... Ela fala de vocês
com tanto carinho... Vocês têm uma filha muito amorosa, parabéns. —
Ramon me encara daquele jeito que não consigo decifrar.
— Isso é maravilhoso, teremos a nossa filha em casa durante o dia, a
tarde e à noite, podemos até fazer algo juntos, querida... Você disse que nos
levaria para ver a casa que você quer comprar, agora teremos tempo para ir
vê-la com calma. — Meu pai comenta empolgado e eu adoro vê-lo assim.
— Claro papai, será uma boa oportunidade para resolvermos isso,
mas se você e a mamãe não gostarem da casa ou do lugar, a gente pode ver
outras opções na imobiliária... O quanto antes fecharmos o financiamento
melhor para sairmos do aluguel. — Vejo os seus olhos brilhando assim como
os da minha mãe, isso faz um largo sorriso surgir em meu rosto.
— Se precisarem de ajuda com a transação da compra, o meu
advogado pode ajudar... Eu também posso ajudar no valor da compra,
Marcelly... Posso te dar um adiantamento pelos próximos meses. — Dispara
Ramon tranquilamente mas suas palavras me deixam chocada.
— Próximos... Meses...? Você vai querer os meus... Vai querer ficar
comigo pelos próximos meses? De quantos meses estamos falando
exatamente, Ramon? — Pergunto boquiaberta o encarando sem acreditar no
que ouvi.
— Mas é claro que eu quero ficar com você... Porque? Você não quer
mais ficar comigo? — Pergunta em um tom surpreso e decepcionado, mais
uma vez me surpreendendo com isso.
— Não, não é isso... É claro que eu quero ficar com você... Eu só
fiquei surpresa por você querer estender o nosso tempo juntos, e... Por quanto
tempo seria isso? — Pergunto curiosa mas vejo que ele não gosta de ser
questionado.
— Será por tempo indeterminado, enquanto isso eu posso adiantar a
quantia que vocês precisarem para a compra da nova casa, é só me dizerem o
valor que precisam. — Insiste com uma tranquilidade tão grande que me
deixa de boca aberta.
— Eu não posso aceitar isso, Ramon, se eu aceitar e usar todo o
dinheiro na compra casa, eu não vou ter como sustentar os meus pais nos
próximos meses e... — O encaro preocupada mas minha mãe me interrompe.
— Relaxa querida, a gente dá um jeito, eu posso procurar algo que
nos ajude a ganhar alguma renda e... — A interrompo.
— Não mamãe! Eu não aceito que vocês saiam procurando emprego
por aí se eu posso trabalhar... Não, isso não...! Podemos esperar um pouco
mais até conseguirmos o valor da casa, ou podemos continuar com o plano do
financiamento... Eu vou conseguir pagar as parcelas e sustentar a casa sem
problemas. — Me levanto os encarando apreensiva mas meu chefe se levanta
também.
— Você não vai deixar de receber Marcelly, você vai continuar
dançando na boate como você vem fazendo no último mês, eu posso fazer um
salário para você pelas danças, assim você não vai precisar se preocupar com
as despesas da sua casa... Aceita o adiantamento? Assim você pode dar uma
felicidade a mais aos seus pais... Pelo menos uma vez na vida não seja tão
teimosa comigo...? Eu só quero ajudar. — Ele se aproxima de mim me
deixando tensa, sinto a minha respiração pesar e sua mão toca o meu rosto.
— Ramon... É... Bom... Eu vou deixar essa decisão com os meus
pais... Se eles aceitarem eu aceito. — Me esquivo do seu toque ao ver meus
pais com os seus olhos atentos em nós.
— Imagina querida, essa decisão só cabe a você e não a nós... O que
você decidir a gente vai te apoiar como sempre fizemos. — Meu pai se
levanta nos encarando com um pequeno sorriso.
— Eu vou pensar nessa proposta com calma, darei uma resposta a
você logo, Sr. Mitchell. — O encaro seria por ele se meter nessa questão, mas
ouço minha mãe sorrindo por eu o chamar pelo sobrenome depois de o
chamar pelo primeiro nome. Acho que estou enlouquecendo!
Capítulo 16
Ramon
— Eu vou pensar nessa proposta com calma, darei uma resposta a
você logo, Sr. Mitchell. — Ela me encara séria tentando me irritar, e ela sabe
o que eu gosto de fazer quando ela faz isso.
— Ótimo! Você tem até amanhã para me dar essa resposta... Bom,
Sérgio! Antônia! Foi um enorme prazer conhecê-los e eu agradeço pelo
almoço, estava tudo divino, principalmente a sobremesa, eu ainda não havia
provado um doce tão delicioso. — Me aproximo deles os cumprimentando.
— O prazer em conhecê-lo foi todo nosso, querido... Volte sempre
que quiser. — Antônia me dá um abraço carinhoso, Marcelly não exagerou,
os seus pais são mesmo pessoas incríveis.
— Eu voltarei com certeza, Antônia, pode contar com isso.
— Foi bom te conhecer, Ramon, e saber que você está protegendo a
minha filha foi a melhor notícia que eu poderia receber... Obrigado meu
rapaz. — Sérgio me encara fixamente e vejo nos seus olhos que ele está
depositando muita confiança em mim.
— Não me agradeça, Sérgio, eu já percebi que a sua filha é uma
garota muito especial... O que eu puder fazer por ela você pode ter certeza de
que eu farei. — Sustento o seu olhar vendo uma certeza na minha voz que
surpreende até a mim mesmo, ele me abraça forte mas logo nos soltamos. —
Bom, eu tenho que ir agora... Me acompanha até o carro, Marcelly? Você
precisa pegar as suas sacolas que ficou no porta malas. — Sigo em direção a
porta e ela concorda vindo atrás de mim.
Me despeço mais uma vez dos pais dela e saímos até o quintal, ela
segue na minha frente tentando se afastar de mim, mas a minha vontade de
beijá-la e tão grande que não resisto em segurar o seu braço, puxando-a para
o meu corpo, beijo-a com vontade sentindo o meu coração bater acelerado
como nunca senti antes, sinto o seu corpo amolecer em meus braços e ela se
entrega ao beijo, me beijando na mesma intensidade, com a mesma vontade e
com a mesma fome que eu sinto para tê-la, mas de repente ela se afasta me
empurrando sutilmente se soltando de mim.
— Ramon...! Aqui não... Por favor? — Sussurra ofegante puxando o
ar com força para os seus pulmões e eu faço o mesmo.
— Tudo bem... Me desculpa eu não resisti... Porra eu estou te
desejando feito um louco, Marcelly... Eu estou me controlando desde cedo
eu... — Confesso meio irritado e frustrado mas ela me interrompe.
— Eu sei o que está sentindo, Ramon... Eu estou sentindo o mesmo
mas teremos que esperar até mais tarde... Vou esperá-lo na sua suíte depois
da minha primeira apresentação, está bem? Agora me ajuda com as bolsas
por favor? — Vejo o quanto ela está trêmula, ela se afasta para abrir o portão
mas seguro a sua mão.
— Não sei se vou conseguir esperar até mais tarde, eu quero você
agora ruivinha...! Eu pensei que fossemos passar a tarde juntos. — Trago-a
de volta para mim mas ela se afasta novamente olhando em direção a casa.
— Passamos um bom tempo juntos, Ramon... Não tivemos intimidade
mas foi um dos melhores momentos que já tive com você... Foi agradável e
foi tudo que eu não esperava de um cliente, e muito menos do meu chefe,
mas eu adorei... Meus pais adoraram a sua visita e já tem tempo que não os
vejo assim, tão empolgados... Bom, já é quase final de tarde e logo estarei
indo para boate, posso te esperar lá ou te encontrar em algum outro lugar...
Obrigada por me levar até a sua casa, eu adorei conhecê-la. — Ela me encara
apreensiva mas me dá aquele sorriso lindo que me hipnotiza e me desarma
completamente.
— Ok! Te encontro em algumas horas... Espero que não me desafie
ficando nua no palco outra vez, eu posso não ser tão bonzinho como da outra
vez... Não quero te proibir de dançar então me obedeça, entendeu? — Alerto-
a enquanto saímos até o meu carro mas ela para me encarando incrédula.
— Você é o meu chefe, não devia estar me proibindo de trabalhar. —
Retruca indignada e eu não dou muita importância, abro o porta malas para
pegar as suas sacolas.
— Exato! Eu sou o seu chefe e não estou te proibindo de trabalhar,
estou te impedindo de ficar nua para outros homens que não seja eu. — Pego
as suas inúmeras sacolas a entregando.
— Mas é claro, você está pagando então você pode tudo, Sr. Mitchell.
— Resmunga emburrada me pegando de surpresa com o seu tom de voz.
— Não estou fazendo isso só porque estou pagando! E muito menos
porque sou o seu chefe! Estou fazendo isso porque você é minha, está me
entendendo Marcelly? Agora para de discutir comigo e me obedeça
caramba...! Mas que porra de mulher difícil! — Esbravejo irritado já sem
paciência e ela me encara surpresa.
— Me desculpa se o meu jeito impulsivo te chateia... Vou tentar me
controlar mas não prometo conseguir... Até mais tarde, Ramon. — Seus olhos
ainda transbordam surpresa com algo que eu disse mas ela se vira entrando
no quintal. Merda! O que foi que eu disse para deixá-la assim?
— Espera Marcelly! Me desculpa por ter gritado eu... Eu não queria
ter gritado com você, mas o problema é que você consegue me tirar do sério
mesmo quando não tem a intensão. — Me aproximo dela e a mesma se vira
me encarando com um pequeno sorriso.
— Desculpas aceitas, Ramon... Não sai daqui, eu já volto! — Ela abre
ainda mais o seu sorriso e sai apressada me deixando aqui confuso.
Não sei o que ela pretende mas espero por ela como pediu, ando de
um lado para o outro e entro no carro pois não sei se ela vai demorar, mas
quando dou por mim ela já está entrando no carro me encarando com aquele
olhar intenso. De repente ela avança na minha boca me beijando ferozmente.
— Me leva para algum lugar...! Eu só preciso que você dirija e saia
daqui. — Ela desce a sua mão pelo meu peito e para no meu pau acariciando
de leve.
Faço o que ela pede e ligo o carro saindo dali, quando já estamos
afastados da casa dos seus pais ela mete a mão no meu cinto abrindo-o com
uma facilidade absurda.
— O que está fazendo? Marcelly eu estou dirigindo... — Questiono
enquanto ela pega o meu pau me masturbando, me sinto latejar na sua
pequena mão.
— Você gritou comigo por eu te chatear, mas você pediu desculpas...
Agora eu preciso pedir desculpas por chatear você. — Ela se inclina passando
a língua pela minha boca e se abaixa engolindo o meu pau.
— Porra Marcelly... Caralho mulher... Ohhh Puta merda... — Gemi
apertando com força o volante tentando não perder o controle.
Sua boca me engole com força, ela parece faminta me levando na sua
garganta, mas ela me masturba sugando apenas a minha base, porra isso é
delicioso, passo por um supermercado e não penso duas vezes antes de entrar
no estacionamento, não vou conseguir esperar mais para sentir essa mulher.
Paro na primeira vaga que encontro e agarro os seus cabelos trazendo
a sua boca até a minha, sem esperar as minhas próximas ações ela vem para o
meu colo já erguendo o seu vestido, agarro a sua calcinha puxando para o
lado e ela se ergue enquanto me encaixo na sua entrada, porra ela está
meladinha e se senta em mim me engolindo nessa boceta gostosa que ela tem.
— Ohhh... Era isso que você queria, Ramon? Está mais calmo
agora...? Porque eu estou... Ohhh gostoso... Você é delicioso Ramon... — Ela
geme descontrolada cavalgando em mim descendo rápido no meu pau.
— Só vou ficar calmo quando você gozar no meu pau, minha
gostosa... Então faz o que eu quero! Goza gostoso ruivinha...! Ohhh cacete
que delícia... — Agarro a sua cintura fazendo ela descer com força no meu
pau.
Ela desce a parte de cima do vestido esfregando os seus seios no meu
rosto e eu não perco tempo, abocanho um deles prendendo o seu mamilo
entre os meus lábios brincando com a minha língua neles, mamo o seu seio
feito um bezerro esfomeado mas ela agarra os meus cabelos me fazendo
erguer o rosto, sinto seus lábios macios esmagando os meus em um beijo
feroz.
— O que você está fazendo comigo, Ramon...? O que você está
fazendo...? Ohhh... Porque está me fazendo te querer tanto? Porque eu te
desejo tão desesperadamente...? Ahhh Ramon... — Questiona entre gemidos
na minha boca e rebola no meu pau, suas palavras em forma de gemidos me
enlouquece, sua confissão me surpreende.
Encaro os seus olhos enquanto dou pequenos impulsos para entrar
fundo nela, nossos gemidos, nossos olhares e nossos corpos tremendo em
uma mesma sintonia me deixa surpreso e também confundo.
— Diga que você é minha, Marcelly! Eu quero ouvir você dizer,
ruivinha... Você tem que ser minha... Porra... Porra... Ohhh... — Ordeno entre
dentes ofegante olhando nos seus olhos e ela me aperta na sua intimidade, me
fazendo gozar.
— Eu sou sua, Ramon... Ohh meu Deus eu sou todinha sua... Ahhh...
— Geme de olhos fechados e sinto ela gozar latejando no meu pau.
Seguro ela pela nuca e beijo-a ferozmente ainda sentindo os nossos
corpos estremecendo, quando não conseguíamos mais respirar nos encaramos
um tão surpreso quanto o outro, o que aconteceu aqui? Porque as nossas
transas estão ficando tão intensas?
De repente ela sai do meu colo ajeitando a sua roupa e eu faço o
mesmo, sem conseguir tirar os olhos dela, não sei o porquê mas ela está
envergonhada, o tom rosado em seu rosto a entrega e isso me faz sorrir, porra
porque ela tem que ser tão linda após o sexo?
— Você pode me deixar na boate, por favor? Eu preciso cumprir um
horário para as meninas não me encherem a paciência. — Pede enquanto
arruma o seu cabelo evitando me encarar, respiro fundo.
— Seu chefe sou eu e não as meninas... Você não tem que dar
ouvidos ao que elas falam, e se elas estiverem te incomodando você precisa
me dizer, Marcelly, não quero você me omitindo ou me escondendo nada, eu
fui claro? — Coloco o carro em movimento saindo do estacionamento.
— Eu sei me defender, ok? E eu não dou ouvidos ao que elas falam,
eu quero mais é que se danem, aquelas vacas só estão com inveja. — Diz
confiante com um pequeno sorriso e eu gosto de vê-la assim. — Bom, depois
dessa transa acho que você não vai mais querer me ver por hoje, certo? —
Ela me encara com uma sobrancelha erguida mas me surpreendo com a sua
pergunta.
— Engano seu! Quero dormir com você hoje porque em dois dias eu
vou viajar, e não sei quanto tempo vou ficar fora... Quero aproveitar a noite
com você, mas parece que você não está assim tão empolgada para ficar
comigo, já está satisfeita por hoje? — Ergo uma sobrancelha e ela abre mais
o seu sorriso.
— Estamos transando a mais de um mês e você ainda não se
acostumou com o meu pique? Acha mesmo que estou satisfeita, Sr. Mitchell?
— Ela me provoca e eu sorrio satisfeito, essa mulher é o meu número, tão
insaciável quanto eu.
— Mas é claro que não, ruivinha, é por isso que vou passar para te
buscar mais tarde... Quero dormir com você, mas não na boate... Quero
experimentar algo novo, quero saber como é dormir com você na minha
cama, na minha casa. — Ela me encara surpresa mas abre um largo sorriso,
aquele que me faz retribuir sorrindo feito um bobo. Eu estou ferrado com
essa mulher!
— Como você quiser, Sr. Mitchell. — Me provoca ainda sorrindo me
fazendo revira os olhos e ela gargalha.
Sigo para boate e em poucos minutos ela já está descendo do carro
toda sorridente, ela corre até a porta da boate e assim que ela entra eu saio
seguindo para casa, preciso de um banho e algumas horas de sono, eu quase
não dormi essa noite e acordei super cedo, mas não vou negar, eu tive um
ótimo dia hoje, estou me sentindo animado, alegre de verdade como não me
sinto a tempos, um sentimento tão simples mas tão difícil de sentir.
Sempre estive empolgado, mas alegre, feliz, eu não me sentia desde
que descobri a traição daquela vadia chamada Larissa, mas enfim, Marcelly
está me fazendo sentir coisa que eu jurava que nunca mais sentiria, ela me
deixa de um jeito que me assusta pois sei que estou cometendo um erro, estou
me apegando a ela e isso não está certo. Droga eu não consigo me afastar
dela, quanto mais eu penso que está errado mais eu quero essa mulher, mais
ela me atrai e me prende a ela, o que eu faço quanto a isso? Desistir eu sei
que não consigo, mas o que eu devo fazer meu Deus? Essa mulher está
bagunçando a minha mente e a minha vida.
Chego em casa e sigo direto para o meu quarto, entro no mesmo já me
despindo e vou direto para o banho tirar o suor do corpo. Fico ali em baixo da
água pensativo, me lembrando de tudo que aconteceu hoje, eu nunca trouxe
uma mulher nessa casa desde a Larissa, e mesmo assim, ela nunca dormiu
aqui comigo, eu estava preparando essa casa para morarmos juntos e só não
me desfiz dela depois da separação, porque nada aqui me lembrava ela, os
móveis que estávamos comprando juntos eu devolvi todos e comprei outros
mais de acordo com a minha personalidade, e agora eu estou aqui, ansioso
para ir buscar aquela ruiva para dormir comigo.
— O que você está fazendo, Ramon...? Isso é loucura cara. — Esfrego
as mãos nos cabelos pensativo me lembrando que ela só está comigo pelo
dinheiro.
Ela vai se afastar de mim quando se cansar ou quando encontrar
alguém mais generoso que eu, tenho certeza disso, Marcelly é totalmente
diferente de qualquer outra mulher, ela é um poço de sinceridade e não
esconde o seu interesse pelo dinheiro, e vai ser o dinheiro que vai mantê-la
perto de mim. Se ela aceitar a minha ajuda para comprar a casa dos seus pais
ela ficará me devendo, e assim ela não vai poder se afastar, eu só preciso
convencê-la a comprar uma boa casa em um valor que ela não possa me
pagar tão cedo, ou que ela não possa me deixar tão cedo.
Amanhã mesmo vou levá-la em uma imobiliária e vou deixá-la
escolher a casa que ela quiser, do jeito que ela é interesseira não vai escolher
uma casa simples, vai escolher uma casa cara e quem vai sair ganhando nessa
história sou eu.
Depois do banho visto uma bermuda e desço até o meu escritório, eu
preciso pesquisar algumas imobiliárias por perto de onde ela mora, de lá para
boate ela gasta uns quinze minutos e sei que ela vai gostar de uma boa casa
naquela área, ou não, eu preciso pensar direito, em relação aos seus pais ela é
bastante conservadora e não vai querer uma casa tão próxima a boate.
Eu preciso pensar com calma então volto para o meu quarto e me jogo
na minha cama, coloco o meu celular para despertar em uma determinada
hora e me permito relaxar um pouco, merda! Eu ainda preciso arrumar a
minha mala para viajar amanhã à noite, e ainda preciso passar nas minhas
boates para ver se está tudo ok antes de sair do país.
Me levanto novamente e me arrumo para sair, no caminho eu ligo
para cada uma das boates e saberei em qual delas devo ir primeiro.
Saio de casa depois de ligar para alguns dos meus gerentes e sigo para
Sweet Pleasure, parece que algumas das garotas está tendo problemas com as
novatas e aquele incompetente do Mario não está dando conta do recado.
Depois de alguns minutos já estou entrando na Sweet Pleasure e vejo alguns
dos garotos ajudando na arrumação das mesas, algumas meninas ainda estão
ensaiando no palco então vou direto para o escritório, é final de tarde e logo a
boate vai estar aberta e quero sair daqui a tempo de ver a minha ruiva
dançando, minha ruiva? Eu pensei mesmo nisso? Mas que merda.
— Eu pensei que você fosse capaz de resolver um problema tão
simples como esse sozinho, Mário... É sério isso? As garotas estão brigando
entre si e você não consegue dar um jeito nisso? — O encaro sério enquanto
entro no escritório me aproximando da mesa, ele se levanta respirando fundo.
— Se você tivesse esse bando de vadias resmungando no seu ouvido
dia e noite, você também estaria louco Ramon, não é fácil aturar essas
malucas e não enlouquecer junto... Porra eu estou ficando de cabelos brancos
por causa dessas garotas, cara. — Ele dá a volta mesa indo até o mini bar nos
servindo uma bebida.
— E qual é o problema dessa vez? Antes a briga era por causa de
clientes, e agora? É pelo quê? — Respiro fundo e ele me entrega um copo de
uísque bebendo a sua em seguida.
— Essas filhas da puta estão brigando por causa dos quartos, estão
reclamando dizendo que uma está tendo mais privilégio que as outras, elas
nunca estão satisfeitas com nada. — Relata impaciente esfregando as mãos
no rosto.
— E qual é o problema dos quartos? Todos eles foram reformados e
personalizados igualmente, o que um tem o outro também então, eu não estou
entendendo essa justificativa, Mário... Você consegue me explicar melhor o
que está realmente acontecendo? — Pergunto também impaciente e ele
respira fundo.
— Tem algumas garotas reclamando que um quarto está mais cheio
que o outro, ou seja, estão reclamando de superlotação e no meu ponto de
vista, a única solução é mandar algumas delas embora, tem muita gente
trabalhando aqui, Ramon, temos seis garotos e vinte meninas, se não
quisermos mandar algumas delas embora teremos que reformar um quarto a
mais, elas estão brigando por espaço e se você visse todas elas na cozinha ao
mesmo tempo, porra é de pirar o cabeção cara, muita mulher falando e
brigando ao mesmo tempo, a coisa está ficando fora de controle. — Explica
em um tom de exaustão e vejo que ele está no seu limite.
— Ok! Por hora eu quero todas as garotas reunidas no salão
imediatamente, depois com calma eu preciso que você me mande a lista de
funcionários da casa, com nome, idade, tempo de casa e histórico de brigas,
reclamações de clientes entre outras coisas, eu vou viajar amanhã e quero sair
daqui sem lavrar nenhum problema na minha mente, eu fui claro...? Agora vá
reunir as garotas e seja rápido, eu estou com pressa. — Ordeno enquanto me
sirvo mais uma dose de uísque.
— Como quiser chefe, é pra já! — Ele sai me deixando ali pensativo
com mais esse problema para resolver, e eu preciso tomar uma decisão.
— Mandar embora? Ou ampliar os quartos? — Pergunto para mim
mesmo enquanto bebo a minha bebida.
Vinte garotas está acima da minha margem limite de quinze garotas,
são cinco garotas acima do limite que eu estabeleci, e se eu abrir exceções
agora, depois elas vão pegar no meu pé.
Depois de alguns minutos Mário aparece dizendo que todas as garotas
e também os garotos estão no salão me esperando, não perco tempo e vou até
lá, estão todos apreensivos me encarando temerosos, na hora de me arrumar
problemas ninguém fica assim.
Me aproximo de todos e paro a sua frente os encarando atento, tem
algumas garotas novas e eu não me lembro delas, acho que foram as garotas
que Mário ligou pedindo autorização para contestá-las e agora ele não está
dando conta do recado.
— Boa tarde a todos! Quero que prestem bastante atenção no que eu
vou falar porque eu não vou repetir! Estou vendo que tem gente nova na casa
então para quem não me conhece, eu sou Ramon Mitchell! O dono da boate e
estou muito irritado por estar recebendo reclamações, essa boate passou dois
anos seguidos como uma boate modelo, mas a escala de vocês está
despencando desagradavelmente, mas acho que isso se deve a superlotação
de funcionários, certo? — As encaro sério e elas parecem ainda mais
apreensivas. — Eu tenho duas opções para resolver esse problema, tem gente
demais trabalhando aqui então ou eu mando a metade embora agora mesmo,
ou eu mando ampliar os quartos para comportar todas vocês, e já vou
avisando, Mário! Nenhuma contratação a mais será admitida com essa
quantidade de funcionários trabalhando aqui... Bom, eu pedi ao Mário para
me passar uma lista dos funcionários com todo o histórico de suas
permanências aqui, vou analisar um por um então decidirei quem de vocês
serão dispensados, já que tem gente demais na casa, por hora eu quero todos
se comportando porque eu não vou pensar duas vezes antes de mandar todo
mundo embora e contratar gente nova, não se esqueçam, eu sou o chefe e eu
posso tudo aqui dentro. — Digo em um tom firme sem desviar os meus olhos
dos seus, e vejo todas se desesperar.
— Prometemos mudar o nosso completamente, Sr. Mitchell, mas por
favor não nos mande embora? Todos aqui precisamos dessa vaga e... — Se
justifica uma das meninas mas eu a interrompo.
— Vocês têm que pensar nisso antes de me trazerem dor de cabeça!
Para quem não sabe eu tenho seis boates incluindo essa, imaginem se em
todas elas eu tiver que resolver problemas bobos como esse? Isso me irrita e
o único jeito é cortar o mal pela raiz, nesse caso, demissão e sei que vocês
não querem isso, então pensem bem antes de ficarem brigando a toa por
qualquer motivo que não seja realmente relevante! Brigas é uma das minhas
regras não permitidas e vocês sabem disso...! Eu não precisava vir até aqui só
para demitir alguém porque Mário está autorizado a mandar qualquer um
embora, se for para eliminar problemas. — Meu tom sai um pouco mais
alterado que o pretendido e elas me encaram assustadas. — Hoje é sábado e
eu vou pensar se dou ou não uma segunda chance para vocês mudarem, vocês
tem até amanhã para pararem com as brigas aqui dentro, ou eu prometo
colocar todas vocês para fora daqui sem me importar se precisam ou não das
vagas! Enquanto isso vou analisar os seus históricos então decidirei se amplio
os quartos ou se mando cinco de vocês embora... Mário vai me manter
informado sobre vocês, e se ele me ligar para relatar mais uma discussão por
menor que seja, não vou perder o meu tempo analisando os seus históricos,
será demissão para todos sem direito a contestar...! Isso era tudo que eu tinha
para dizer, amanhã antes de viajar passarei para comunicar a minha decisão...
Agora eu preciso ir, espero os históricos no meu e-mail ainda hoje, Mário. —
Desvio o meu olhar para ele também o encarando sério e me viro para sair.
— Como quiser chefe, vou mandar agora mesmo. — Ele me
acompanha até a porta então saio da Sweet Pleasure e sigo para Your
Paradise.
Minha próxima parada antes de ir assistir ao show da minha ruiva.
Aff! Eu estou mesmo enlouquecendo!
Capítulo 17
Marcelly
TRÊS SEMANAS DEPOIS...

Se estou feliz? Mas é claro que estou, hoje os meus pais estão se
mudando para a nossa casa nova com a ajuda de uma equipe que eu paguei,
não pude ir ajudá-los pois já faz dias que estou dormindo na boate e mal
consigo ir vê-los por causa do insaciável do meu chefe, mas ele não está nada
satisfeito comigo por eu ter recusado a sua participação na compra da casa
nova, ele tentou a todo custo me fazer aceitar a sua ajudar mas eu não aceitei,
não tinha lógica alguma aceitar a sua ajuda ganhando dois mil reais por noite
e ainda tem as boas gorjetas que ganho com as apresentações, dois mil por
dia me rende uma boa grana no final do mês então eu só precisava ser
paciente e esperar juntar um pouco mais de dinheiro, eu já tinha trinta mil
guardado no banco porque a minha mãe me obrigava a guarda uma parte do
meu dinheiro para não gastar tudo com a casa, somando mais o dinheiro que
ganho como exclusiva do Sr. Mitchell, eu consegui comprar à vista uma casa
nova para os meus pais, eles estão felizes como nunca vi antes, minha mãe
até se emocionou, chorou abraçada a mim e eu tive medo dela passar mal, ela
ficou tão emocionada que a pressão dela subiu e tive que fazê-la tomar os
seus remédios sob a minha supervisão.
Na boate está tudo tranquilo, apesar da segurança ter sido reforçada
sem nenhuma explicação, Paulo disse que o nosso chefe só quer garantir a
nossa segurança, mas mesmo achando isso estranho ninguém o questionou.
A cada dia que passa estou me envolvendo mais com o meu chefe,
quando ele não dorme comigo na suíte da boate ele vem me buscar ou manda
o motorista para me levar para sua mansão, aquela casa é dos deuses e é
digna de um homem como ele.
Ramon está muito diferente comigo, ele está carinhoso e se preocupa
comigo como se eu fosse realmente importante para ele, as meninas da boate
já se conformaram que a minha passagem pela cama do chefe não é
passageira, e assim como minha mãe, elas também acham que eu gosto do
meu chefe, e o que é pior, estão dizendo que ele gosta de mim também mas
eu não posso me iludir, o que um homem como ele veria em uma prostituta
como eu?
Um homem como Ramon Mitchell pode ter a mulher que desejar e
não se apegaria a uma prostituta, o fato é que eu estou confusa como nunca
estive em toda a minha vida, eu sinto por esse homem algo que eu nunca
senti por nenhum outro, eu o desejo ardentemente só de pensar nele, ofego
toda vez que me lembro dos seus toques na minha pele, seus gemidos
sussurrando o meu nome me chamando de gostosa, sentir a sua carne na
minha é algo surreal e está a cada dia mais intenso, não consigo sentir desejo
por nenhum outro homem além dele e isso vai me prejudicar quando ele não
me quiser mais.
— A julgar pela sua respiração pesada, tenho certeza de que está
pensando no nosso chefe. — Saio dos meus pensamentos com Keila se
sentando ao meu lado e eu borro o meu batom sem perceber.
— Não diga besteiras, Keila! Não estava pensando em ninguém...
Estava pensando na minha casa nova, hoje eu me mudei com os meus pais
para a casa nova, e depois vou te passar meu endereço novo para você ir me
visitar. — Tento mudar de assunto mas não dá certo.
— Tudo bem, falaremos da sua casa nova depois mas agora, eu quero
saber se você está ou não apaixonada pelo Sr. Mitchell... Vamos! Pode
começar a falar, eu estou ouvindo, e não minta para mim, ouviu? — Ela cruza
os braços me encarando atenta e eu me levanto engolindo a seco.
— Nunca me apaixonei por ninguém, Keila, não sei como é estar
apaixonada mas sei que não estou apaixonada pelo nosso chefe... Eu não
posso me apaixonar por ele... Eu sou uma garota de programa e ele é um
homem importante no mundo dos negócios... Droga ele é o meu chefe e está
pagando para ficar comigo, é só isso que eu sou para ele, uma prostituta e
nada mais! E eu não posso me iludir com ele por estar ganhando presentes
caros ou por estar transando só com ele... Merda! Eu estou tão confusa. —
Desabafo me sentando de novo ao seu lado e ela me abraça.
— É disso que eu tenho medo, Celly, tenho medo de me apaixonar
por um cliente e ele não me ver além da prostituta que ele está pagando para
comer, tenho medo de me iludir e quebrar a minha cara... Eu não quero isso
para mim e não desejo isso para você... Espero que saiba como lidar com
tudo isso, mas se não souber, saiba que estarei aqui com você, está bem?
Você nunca vai estar sozinha minha amiga. — Ela me dá um sorriso amoroso
que me aquece a alma, só a minha mãe tinha esse poder de me tranquilizar,
mas Keila está sendo uma amiga e tanto.
— Obrigada Keila, você é uma das minhas melhores amigas e
também pode contar comigo sempre, ouviu? — Abraço-a forte e ela retribui,
mas logo se solta de mim me encarando com uma sobrancelha erguida.
— Eu sou uma das suas melhores amigas, Marcelly? Eu pensei que eu
fosse a única já que só agora você e Amanda estão tão amiguinhas. — Ela me
encara enciumada e eu gargalho.
— Misericórdia Keila, você com ciúmes de mim? Essa é nova...
Minha mãe é a minha amiga número um, você é a número dois, Amanda a
número três, e Paloma a número quatro, está mais contente agora? — A
encaro com uma sobrancelha erguida e ela gargalha vindo me abraçar.
— Agora sim eu estou contente... Agora vamos descer porque o Sr.
Mitchell está lá em baixo nos esperando, reunião de emergência. — Avisa me
arrastando até a porta e me surpreendo ao saber que ele está aqui.
— O Ramon está aqui? Quer dizer, o Sr. Mitchell está na boate? — A
encaro envergonhada e a cretina gargalha na minha cara.
— Para mim você não precisa disfarçar, Marcelly, estou ligada no
clima de vocês não é de hoje, sua bobinha. — Ela gargalha ainda mais
enquanto me arrasta para fora do quarto.
— Já tem quase uma semana que ele não aparece por aqui tão cedo,
ele sempre vem no final da noite ou manda me buscar, será que aconteceu
alguma coisa? — Pergunto curiosa e ela me encara apreensiva.
— Que aconteceu alguma coisa, disso eu tenho certeza, eu só não sei
o que é... Mas vamos descobrir assim que descemos. — Comenta enquanto
viramos no corredor e descemos a escada, e lá no meio do salão estão Paulo,
Ramon e os inúmeros seguranças que chegaram recentemente.
Assim que chegamos no pé da escada ele se vira e seus olhos se
cruzam com os meus, o vejo respirar fundo como se estivesse aliviado em me
ver aqui. Nos aproximamos das outras garotas e nos sentamos esperando o
nosso chefe falar, ele me encarar atento enquanto diz alguma coisa ao Paulo,
mas logo sua atenção se volta para nós.
— Meninas eu quero que prestem muita atenção no que eu vou dizer,
é algo sério e eu preciso da colaboração de todas vocês, ok? — Ele faz uma
breve pausa antes de voltar a falar. — Eu sei que vocês ainda estão se
perguntando o porquê de colocarmos tantos seguranças na Pleasure House,
bom, eu fui informado que há uma quadrilha atuando aqui no Brasil, tráfico
humano, e os sequestros já chegaram aqui em Santos... Duas garotas de uma
das minhas boate foram sequestradas hoje, Alita e Brenda da boate Sexy
Night, por esse motivo eu estou suspendendo os programas fora da boate, os
atendimento só serão aceito aqui dentro da Pleasure House, aquele que
descumprir essa nova regra estará por sua conta e rico, e se eu descobrir que
alguém aqui está atendendo fora da boate nesse período, poderá se considerar
fora dessa equipe. — Revela em um tom firme mas posso ver uma grande
preocupação em seus olhos, Alita é a sua garota preferida da Sexy Night.
— Alita e Brenda foram sequestradas? O que está sendo feito quanto
a isso, Sr. Mitchell? A polícia já foi acionada? Como aconteceu? — Pergunta
Sandro também demonstrando preocupação.
— Sim, a polícia já foi acionada e o caso já está sendo investigado,
estamos torcendo para que elas sejam encontradas e resgatadas logo... Vocês
precisam seguir as minhas orientações a risca, os sequestradores estão se
passando por clientes para levarem as garotas, por isso estão todas proibidas
de deixarem a boate com qualquer cliente, e atenderem por conta própria lá
fora, eu estou fazendo isso para segurança de vocês então espero que
colaborem comigo, não quero ter que ir a polícia relatar mais um sequestro.
— Ele nos encara atento e vejo todas as meninas cochichando com um
semblante preocupado.
Tá legal! Agora até eu fiquei com medo, não vou com a cara daquela
Alita mas nunca desejaria nem para ela ser sequestrada, encaro Sr. Mitchell e
ele parece apreensivo, mas mesmo assim tenta nos manter tranquilas, ele nos
explica com calma tudo que aconteceu e nos alerta mais uma vez sobre o que
fazer e o que não fazer, sei que ele se sente responsável por todas as garotas
das suas boates, mas me incomoda ele citar tanto o nome de Alita, eu não
devia estar tão incomodada já que a garota foi sequestrada, mas sei que ele
ainda fica com ela e não gosto nada de imaginá-los juntos.
Não me sinto confortável olhando para ele e saber que ele ainda
transa com ela depois de transar comigo, ou antes de transar comigo, droga
eu estou com raiva só de pensar nisso. Me levanto enquanto ele ainda fala
com as meninas e sigo em direção a escada, ouço Amanda me chamar mas
não paro e subo apressada para sair logo dali, estou ofegante de raiva, sinto o
meu peito se aperta e meu coração sangrar só de imaginá-lo na cama com
outras garotas além de mim, o que está acontecendo comigo? Porque estou
tão furiosa? Estou com ciúmes dele? Não, isso não!
Entro no corredor indo para o quarto das meninas mas quando toco a
maçaneta, sinto alguém segurar o meu braço.
— O que aconteceu? Você está bem? Porque saiu daquele jeito? —
Ramon me encara preocupado e eu respiro fundo tentando não encará-lo.
— Sim, está tudo bem eu só... Eu só fiquei muito impressionada com
o que aconteceu com Alita e Brenda... Você está bastante aflito por causa da
sua preferida, espero que ela saia bem de tudo isso para não precisarmos ver
o nosso chefe tão abatido. — Me solto dele abrindo a porta para entrar no
quarto, mas ele não deixa e me segura novamente o meu braço.
— Do que você está falando, Marcelly? Você ficou louca...? Alita não
é mais a minha preferida a muito tempo, e sim, eu estou muito aflito porque
as garotas das minhas boates são responsabilidade minha, não quero as
famílias delas me processando por algo que aconteça a elas e é por isso que
estou preocupado... Espera! Eu aqui preocupado com as garotas sequestradas
e você com ciúmes? É isso Marcelly? — Ele me encara sério e sinto o meu
rosto queimar de vergonha, não acredito que estou fazendo uma cena dessas.
— Não estou com ciúmes de você, Sr. Mitchell! Não está com essa
bola toda, ok? Por mim você pode comer quem você quiser eu não me
importo nem um pouco...! Agora me deixa, eu quero ficar sozinha. — Me
solto dele e entro no quarto batendo a porta. — Cretino idiota! Odeio esse
cara! — Esbravejo irritada enquanto vou em direção ao banheiro.
— Me odeia mesmo, Marcelly? Porque não diz isso olhando nos
meus olhos? — Sua voz firme soa no ambiente e me estremece, me viro
abruptamente dando de cara com ele atrás de mim.
— Se está achando que não tenho coragem para isso, está enganado...
Eu te odeio, Ramon... Droga eu te odeio! — O enfrento com a voz trêmula
enquanto ele se aproxima me fazendo dar alguns passos para trás.
— Não é ódio que eu vejo nos seus olhos, Marcelly... Vejo desejo não
só nos seus olhos mas no seu corpo também. — Ele vem se aproximando e
quando eu bato as costas em um dos armários, ele segura a minha cintura me
fazendo amolecer.
— Ramon... Eu preciso me arrumar... Já está quase na hora da boate
abrir e... Eu... Ramon... Ahhh... — Ele puxa o meu corpo para o seu e eu
sussurro o seu nome, ele aperta a minha cintura me fazendo gemer.
— Você é uma péssima mentirosa... Aposto que já está toda
molhadinha me desejando dentro de você... É uma pena eu não poder te dar o
que você quer agora, eu ainda preciso ir às outras boates dar o mesmo alerta
que dei a vocês... Não fica pensando besteiras a meu respeito, ruivinha, eu
sou tão transparente quanto você... Você sabe que eu passo mais tempo aqui
do que nas outras boates, a minha preferida é você, sua esquentadinha. — Ele
acaricia o meu rosto me fazendo mais uma vez estremecer, tento me soltar
dele mas ele não permite.
— Me desculpa pelo meu ataque... Não sei o que deu em mim... Mas
não se preocupe, isso não vai mais se repetir. — Sinto o meu rosto queimar
de vergonha e o infeliz sorrir antes de me roubar um beijo intenso.
— Porra você fica muito sexy quando está zangada... Eu só não quero
que se afaste de mim como estava tentando fazer... Você pode gritar que me
odeia o quanto quiser, mas eu sei que no fundo isso não é verdade. — Diz
entre os beijos me deixando mole de tão excitada.
— Já que não vai me dar o que eu preciso... Então vai embora logo!
Eu preciso me arrumar para trabalhar e ainda tenho que me cuidar para não
ser sequestrada. — Me solto dele indo para o banheiro mas ele me abraça por
trás.
— Não posso te dar o que você precisa agora, mas te darei mais tarde
quando eu voltar... Por favor me promete que vai se cuidar? Eu estou falando
sério Marcelly... Não quero você andando sozinha nem de dia e muito menos
a noite, evite ao máximo pegar Uber porque você não sabe quem vai estar
dirigindo, alerte as meninas também sobre isso, se for saírem, tentem sair em
grupos e de preferência, com um ou mais seguranças, isso é para proteção de
vocês, entendeu? Me promete Marcelly? — Ele beija o meu pescoço me
fazendo arrepiar, então me vira para encará-lo e vejo uma grande
preocupação no seu olhar ao pedir para eu me cuidar.
— Está bem, eu vou me cuidar... Os meus pais não podem nem
sonhar que tudo isso está acontecendo, ou eles vão me proibir de sair de
casa... Você está atrasado para sair, o quanto antes você alertar as outras
meninas, melhor... Por mais que não me agrada te imaginar transando com
algumas delas, eu não desejo um sequestro a ninguém. — Confesso sem
graça e ele sorrir de lado me segurando pela nuca, rapidamente sinto os seus
lábios devorando os meus.
— Não sei a que horas eu vou voltar, mas quando eu chegar quero
você me esperando na suíte, ouviu? — Ele me dá mais um beijo antes de se
afastar. — E só para te tranquilizar, eu não transei com nenhuma outra
mulher depois que se tornou minha exclusiva... Estou te dando exclusividade
também ruivinha... Te vejo mais tarde. — Ele me encara fixamente me
deixando sem ar com a sua confissão, ele se afasta e sai do quarto me
deixando aqui sem palavras.
— Esse homem está tentando me deixar ainda mais louca... Como ele
pode me dizer uma coisa dessas e depois me deixar aqui assim? — Respiro
fundo e entro no banheiro sorrindo feito uma boba pelo que ele disse.
Calma Marcelly! Não se empolga, isso não significa que ele gosta de
você. Tomo o meu banho e logo saio do banheiro encontrando as meninas já
se arrumando, me junto a elas e em poucas horas já estamos no salão,
iniciamos a nossa noite de trabalho com a primeira apresentação, e como
sempre, recebo muitas propostas indecentes e irrecusáveis, mas se o meu
chefe souber disso ele pode acabar surtando e pode me proibir de dançar.
As semanas estão se passando e eu ainda não sei definir o que está
acontecendo entre nós, gostamos do que está acontecendo e nos acomodamos
nessa situação, ele não quer me dispensar e nem eu quero ser dispensada, por
mim eu fico como sua exclusiva definitivamente, mas eu não sei até quando
tudo isso vai durar e eu temo que no final eu saia machucada de tudo isso.
Estou me apegando a ele é isso é um fato, eu gosto dele mas não sei
se posso dizer que é paixão como minha mãe e Keila estão dizendo, estar
com esse homem é a melhor coisa do mundo, ele está a cada dia mais
carinhoso e mesmo discutindo e discordando de algumas coisas, ele não
muda comigo, sempre me dá a atenção que eu quero.
Toda semana ele me presenteia com alguma coisa seja para mim ou
para os meus pais, ele tem os visitado bastante e por falar nisso, ele ainda não
tem o nosso novo endereço, ele não gostou do fato de eu ter recusado a sua
proposta para ele comprar a nossa casa e descontar no dinheiro que ele me
paga, mas eu achei melhor assim, não quero ficar devendo nada a ele pois
quando ele não me quiser mais, ele vai me cobrar e eu não terei como pagar a
ele é sustentar a minha família, por isso comprei a casa sem a ajuda de dele e
ainda não informei o meu novo endereço, já que ele sempre vem me buscar
aqui, não quero misturar as coisas entre nós e ele ficar indo na minha casa,
torna tudo muito pessoal e isso não é bom.

A noite está acabando e ele ainda não apareceu, já são quatro da


manhã e ainda tem cliente na boate, e como eu não atendo ninguém mais
além do meu chefe, eu tenho que ficar até o final junto com outras meninas
que atendem as mesas.
Quando Paulo me libera para subir eu não penso duas vezes, vou para
suíte e tomo um bom banho me perfurando para esperar por ele, me jogo
naquela cama imensa e macia e me acomodo abraçada ao seu travesseiro, me
perco em pensamentos e minha mente viaja com a imagem dele, meu Deus
eu quero esse homem pra mim, porque eu não posso tê-lo como uma mulher
normal? Porque eu só posso ficar com ele recebendo o seu dinheiro? Porque
ele não pode gostar de mim como eu gosto dele? Oh meu Deus! Eu gosto
dele! Porque eu permiti que isso acontecesse? Como eu saio dessa situação
agora?
Depois de tanto pensar eu acabo pegando no sono ainda esperando
por ele, ele falou que vinha mas está demorando mais que o previsto, será que
ele se esqueceu de mim? Ele esqueceu que me deixou esperando por ele?
— Marcelly? Marcelly acorda bela adormecida! — Me desperto com
a voz de Amanda no meu ouvido.
— Eu estou cansada, Amanda... Me deixa dormir só mais um
pouquinho? — Resmungo me virando para o outro lado e me dou conta de
que Ramon não apareceu.
— Sinto muito mas eu não posso deixar você dormir mais, já são dez
da manhã e você tem salão marcado com Keila e Tatiana... Vamos levantar
ou você vai perder a sua vaga no salão. — Me alerta enquanto se levanta
puxando o edredom, descobrindo o meu corpo.
— Nossa, não imaginava que já fosse tão tarde... Eu vou tomar um
banho rápido e já desço. — Me levanto amarrando os meus cabelos em um
coque.
— Acho bom não demorar mesmo, ou as meninas vão sem você. —
Amanda vai em direção a porta e eu apenas concordo indo para o banheiro.
Assim como disse eu tomo um banho rápido e me arrumo, pego a
minha bolsa e o celular e desço para encontrar as meninas, vejo no meu
celular que há duas mensagens do Ramon dizendo que não veio ficar comigo
porque teve problemas em uma das boates, e outra dizendo que vem me ver a
tarde, bom, pelo menos ele mandou mensagens se justificando, acho que isso
é um bom sinal.
— Meninas já podemos ir! Me desculpem pelo atraso, eu dormi
demais. — Termino de descer a escada me aproximando delas sentadas em
uma das mesas do salão.
— Não vai tomar café, Marcelly? Se você for rápida a gente te espera.
— Keila me encara atenta.
— Não estou com fome, eu como alguma coisa na rua depois...
Vamos porque esses cabelos longos aqui dão muito trabalho para escovar, eu
ainda vou querer fazer as unhas e uma boa massagem. — Comento
empolgada e elas se levantam se animando também.
— Não vai depilar a perseguida, Marcelly? Eu sei que o nosso chefe
gosta de uma boceta lisinha, já faz muitos dias que ele não te dá atenção, não
é? Já deve estar cabeluda pelo tempo de espera. — Joyce tira sarro da minha
cara e eu paro para encará-la com um pequeno sorriso.
— Minha boceta está lisinha igual bumbum de bebê, quer dar uma
olhadinha querida? Só não pode se apaixonar por ela porque eu nunca vou
deixar você me chupar. — Renato com ironia e as outras garotas gargalham
tirando sarro da cara dela.
Mando um beijo para ela e pisco antes de me virar para sair.
— Poderia ter passado sem essa, Joyce... Mas se quiser chupar a
minha boceta eu deixo. — Ouço a voz de Amanda e gargalho enquanto saio
da boate.
Capítulo 18
Marcelly
Chamamos um táxi mas um dos seguranças vieram conosco seguindo
as ordens do nosso chefe, alguns minutos depois já estávamos chegando no
salão que não fica muito longe da boate, Paulo paga mensalmente os nossos
atendimentos e somos tratadas com carinho por toda a equipe, no salão
trabalham três homens lindos mas eles são gays, trabalham tão bem quanto as
mulheres e eles são muito respeitados pelo que fazem.
Cumprimentamos a todos e seguimos para os nossos atendimentos, eu
começo com a massagem enquanto Keila faz as unhas, depois fui escovar os
cabelos com um dos rapazes enquanto outras meninas fazem as minhas
unhas, quero está linda quando Ramon chegar, sei que ele não está em um
momento muito bom com o sequestro das meninas mas ele precisa relaxar e
eu quero ajuda-lo nisso.
Depois de algumas horas já estávamos prontas, unhas cabelos e
massagens ok, mas meu estômago está roncando de fome então nos
despedimos dos garotos e das meninas e saímos do salão, quero passar em
casa para ver os meus pais e comer a comida deliciosa da minha mãe antes do
Ramon ir me buscar, estou morrendo de saudades deles e já faz dias que não
os vejo direito, só dou uma passada rápida que minha fala que é como se eu
nem estivesse ido lá, as vezes ela exagera mas mesmo assim eu a amo
demais. Seguimos para o ponto de táxi mas de repente sinto braços envolver
o meu corpo me arrastando com brutalidade.
—O que é isso? Me solta! Socorro me solta! — Esbravejo
desesperada vendo outro homem encapuzado agarrar Keila e Tatiana se
desespera correndo para longe dali.
— SOLTEM ELAS OU EU ATIRO! SOLTA ELAS! — Grita o
segurança apontando uma arma para o cara que segura Keila mas ele também
está armado.
Me deixo agir por impulso e dou um soco no saco do cara que me
segurava com uma gravata no pescoço.
— PORRA SUA VADIA! VOLTA AQUI FILHA DA PUTA! — Ele
grita enquanto me solta e eu aproveito para correr em direção a Keila.
O cara que segura ela aponta a sua arma na minha direção mas o
segurança aproveita a sua distração para desarmá-lo, ele coloca a sua arma na
cabeça do cara então puxo Keila do seu aperto e nós correndo na direção que
Tatiana foi, mas não fomos muito longe pois logo sinto alguém puxar os
meus cabelos com tudo.
— Sua vadia você vai me pagar pelo que fez. — Esbraveja me
arrastando para algum lugar.
— MARCELLY! MARCELLY! — Ouço os gritos desesperados de
Keila.
— Corre Keila! Sai daqui rápido! Pode ter mais alguém corre! —
Grito enquanto sou arrastada pelos cabelos e sinto novamente ele envolver o
seu braço no meu pescoço apertando com força até eu perder os sentidos e
desmaiar.
Em questão de segundos não vejo e nem ouço mais nada. Não
acredito que isso esteja acontecendo comigo, só pode ser um pesadelo e sei
que quando eu acordar nada disse estará acontecendo de verdade.
Um tempo depois eu acordo amarrada, deitada no chão de um carro,
parece uma vã ou um furgão, tento gritar para pedir socorro mas estou com
uma mordaça na boca e aqueles dois homens já sem o capuz me encaram de
um jeito horripilante, meu Deus me proteja, me ajuda a sair dessa com vida
por favor, eu preciso ver os meus pais mais uma vez, meu Deus... Meus pais
vão morrer quando souberem o que aconteceu, e se eu não conseguir sair
dessa com vida? Se eu nunca mais puder ver os meus pais novamente? Quem
vai ajuda-los? Quem vai sustenta-los? Quem vai cuidar deles? Meu Deus me
ajudar a sair daqui.
— O chefe iria gostar das três, bom, pelo menos uma delas nós
conseguimos pegar... Essa ruiva deve valer uma boa grana, ela é muito
gostosa. — Diz um dos caras me encarando daquele jeito que faz o medo
bater forte como um soco no estômago.
— Não podemos encostar nas garotas antes do chefe, são ordens dele
então se não quiser perder a cabeça segura a sua onda cara... Depois do chefe
podemos fazer o que quisermos com elas desde que a gente não deixe
marcas. — Um dos caras se inclina tentando tocar o meu rosto mas eu não
deixo e me esquivo virando o rosto.
— Porra você tinha que pegar a mais brava cara, aquele soco que ela
te deu doeu até em mim... Eu só espero que ela seja boazinha com chefe, ou
ela vai ganhar uma bala no coração antes que eu possa dar um trato nela. —
Diz o cara que tentou tocar o meu rosto, tudo que eu consigo sentir nesse
momento são as minhas lágrimas descendo e um medo absurdo que me
atinge em cheio.
— Ela pode ser brava, mas com uma arma apontada na cabeça ela vai
até chamar o chefe de meu amor... Desgraçado sortudo, ele come todas as
garotas com a desculpa de conferir o pacote, no final a gente acaba sem nada,
será que ele vai perceber se eu pegar essa vadia antes dele? — Diz o cara que
me segurou antes agarrando os meus cabelos e eu arregalo os olhos assustada
e com medo de ser violentada por esses monstros.
Eles passam o caminho todo me torturando psicologicamente me
deixando aterrorizada com tudo isso, meus pensamentos vão nos meus pais e
no arrependimento de não ter passado a noite com eles, se eu tivesse dormido
um pouco mais e perdido o meu horário no salão eu não estaria aqui agora,
mas umas das meninas poderiam está no meu lugar e isso também não me
deixa melhor. Choro insistentemente dominada pelo medo imaginando o que
vão fazer comigo, eu serei vendida como escrava sexual? Vão me matar?
Para onde vão me levar? O que vão fazer comigo?
Depois de alguns longos minutos ali jogada no chão da vã o carro
finalmente para e os caras saem me arrastando como se fosse um bicho,
estamos na porta de uma casa mas não sei que lugar é esse nem o que vão
fazer comigo aqui. Eles me arrastam para dentro da casa e tem um homem
bem mais novo andando de um lado para o outro falando irritado pelo
telefone, quando ele nota a nossa presença ele encerra a ligação me
encarando de cima abaixo.
— Só trouxeram uma? O mar não está para peixe hoje e isso?
Precisamos acelerar as coisas alemão, logo o meu pai vai estar aqui e ele vai
querer encontrar tudo como planejado. — Pergunta o homem se aproximando
com os seus olhos fixos em mim.
— Teríamos trago três sereias se não tivesse um tubarão como guarda
costas, ele estava armado e duas das garotas conseguiram fugir... Podemos
tentar de novo amanhã, prometo que teremos mais sucesso Sr. Nogueira
filho. — Um dos capangas me empurra na direção daquele homem que me
segura pelos braços me encarando fixamente.
— Ela é bem bonita... Bom, coloquem ela separada das outras
meninas, o meu pai vai querer fazer uma visita pra ela assim que chegar, ela
será um presentinho de boas-vindas... Eu espero que vocês não tenham
tocado nela antes dele, ou cabeças vão rolar. — Diz aquele homem em um
tom firme e um dos seus capangas me arrasta pela sala me levando para
algum lugar.
Tento gritar e tento me soltar mas não consigo, estou perdida no
inferno e não sei como me livrar de tudo isso. Me lembro de Brenda e Alita,
elas devem estar aqui também, mas porque vão me colocar separada delas?
Meu Deus não deixa ninguém fazer nada de mal comigo, por favor me ajuda
senhor.
Sou jogada em um cômodo com um colchão no chão e uma pequena
mesa em um canto, o homem tira a minha mordaça e desamarra as minhas
mãos me deixando ali jogada feito um lixo, não adianta lutar agora pois tudo
que vou conseguir e que me maltratem. Me sento ali naquele colchão sujo e
rezo pela minha vida, peço a Deus que me permita ver e abraçar os meus
velhinhos mais uma vez, eu não posso sair daqui derrotada eu não aceito isso.
Me levanto indo até a janela já sabendo que não vou conseguir sair
por ela, assim que entramos no quintal da cada eu reparei que as janelas tem
grades, mas se eu consegui pedir ajudar para alguém já está valendo pontos a
meu favor, mas quando tento abrir a janela ela não abre, está trancada por um
cadeado e isso me apavora novamente. Ouço um barulho na porta e corro
para o colchão novamente, um homem que ainda não tinha visto aparece
colocando uma garrafa de água sobre a mesa e volta em direção a porta.
— Por favor traga algo para eu comer? Eu estou morrendo de fome
ainda não comi nada hoje... Por favor... Eu estou com fome. — Me levanto
indo na sua direção mas ele saca a sua arma apontando na minha direção, me
fazendo parar abruptamente assustada.
— Você vai comer na hora que chefe mandar, antes disso você só vai
beber água... Agora se afasta porque eu não quero atirar em você. — O
encaro assustada enquanto dou passos para trás me afastando dele.
Não digo mais nada e ele se retira trancando a porta novamente, mais
uma vez eu choro por estar nessa situação, porque isso tinha que acontecer
logo comigo? Será que o Ramon já sabe o que aconteceu? Será que ele já deu
queixa na polícia? Passo longa horas ali chorando com fome e pensando no
desespero dos meus pais por não ter notícias minhas, eu não fui pra casa
ontem e eu sempre ligo para avisar se vou ou não pra casa, ligo nem que seja
apenas para dar bom dia boa noite e saber se estão bem, não vou ter como
ligar e sei que eles vão se preocupar comigo.
A tarde passa e a noite entra, estou azul de fome e mais ninguém
apareceu aqui depois que me trouxeram água, estou me sentindo fraca e
quando estou quase pegando no sono ouço novamente a porta sendo
destrancada, logo aquele mesmo homem que me apontou uma arma entra
com uma quentinha na mão, ele a coloca sobre a mesa com um garrafa de
água e volta em direção a porta, espero ele sair e me levanto cambaleando de
fome e ataco aquela quentinha de comida feito uma mendiga esfomeada, a
comida não é uma das melhores mas com a fome que estou sentindo essa está
sendo a melhor comida do mundo, como em pé mesmo pois nem uma cadeira
ali não tem.
Depois de comer bebo a água e volto a me deitar naquele colchão
imundo, ainda estou me sentindo fraca pelo tempo que fiquei sem comer, fico
atenta com medo de que alguém entre nesse cômodo e faça alguma coisa
comigo, o meu medo é imenso mas eu preciso saber administrá-lo para
conseguir passar por isso. Em um determinado momento eu pego no sono
esquecendo por um momento que estou mesmo esse pesadelo, consigo pelo
menos passar a noite tranquila sem me preocupar com ninguém mexendo
comigo, e espero que continue assim até o final.

TRÊS DIAS DEPOIS...

Hoje fazem quatro dias que eu fui sequestrada e mantida presa longe
das outras meninas, não sei o porquê estão fazendo isso comigo, já que estou
nesse inferno e queria pelo menos ver um rosto conhecido, mas estão me
mantendo longe das meninas por algum motivo que eu não sei, aquele cara
nojento que chamam de Nogueira filho disse que eu seria um presente para o
papai dele, o que vão fazer comigo? Porque não me tiram logo daqui? Ontem
me tiraram daquela casa velha e me jogaram novamente dentro de uma vã,
me trouxeram para um navio de carga e me jogaram dentro de uma sala com
uma cama de solteiro e uma pequena mesa de aço, estou aqui trancada nesse
cômodo sem ver ninguém além daquele homem que me traz água e comida,
bom, pelo menos isso, eu pensei que me deixariam com fome por dias como
forma de castigo, ou que me maltratariam de alguma maneira, mas graças a
Deus nada disse aconteceu e espero que continue assim.
Acordo já com o dia claro e vejo aquele homem mau encarado entrar
com um pedaço de pão em um prato e mais uma garrafa de água, ele entra e
sai sem dizer nada e eu agradeço a Deus por isso. Me levanto e vou até a
mesa devorando aquele pedaço de pão, mas nesse momento entra um senhor
de cabelos grisalhos acompanhado do homem mais novo e um dos caras que
me sequestraram, me afasto da mesa receosa e com medo mas o senhor faz
sinal me mandando parar, o encaro fixamente pois acho que já o vi antes.
— Pode ficar onde você está querida, não tenha medo eu não vou te
machucar... Caramba filho você não exagerou em nada, ela é mesmo linda...
Fica tranquila está bem? Eu só preciso fazer um teste drive para ver se o
material é bom antes de fechar o negócio, não posso vender uma mercadoria
ruim você entende? Já nos conhecemos antes? Talvez da boate Pleasure
House? Lá tem mesmo muitas mulheres lindas, foi uma pena esses
incompetentes terem pegado apenas uma de vocês. — Ele se aproxima de
mim e eu me encolho no canto da parede, eu sabia que já tinha o visto antes.
— Não se aproxima de mim... Se você tocar em mim eu juro que você
vai se arrepender. — Digo entre dentes olhando dentro dos seus olhos
sentindo minhas lágrimas se formarem rapidamente.
— Não mentiram quando disseram que você é brava... Mas o que
você não sabe meu bem, é que eu adoro uma mulher brava, isso me excita
você não faz ideia. — Ele se aproxima com cautela e eu me afasto me
arrastando pela parede sem tirar os olhos dele.
Ele abre o seu cinto e em um ato de desespero eu corro me
esquivando dele indo em direção a porta, mas um daqueles homens aponta
novamente uma arma na minha cara.
— Se der mais um passo eu atiro! E eu tenho permissão para isso... Se
ele não te comer viva ele vai te comer morta não tenha dúvidas disso,
princesa, então é melhor colaborar. — Diz o homem que me sequestrou
destravado a sua arma fazendo o meu coração disparar.
— Por favor... Não façam nada comigo... Eu estou implorando... Eu
não mereço isso por favor... Eu prometo me comportar mas não... Não façam
nada comigo. — Imploro entre lágrimas com a voz trêmula pelo medo mas
sinto alguém me puxar pelos cabelos me arrastando para algum lugar.
— Tarde demais para implorar princesa, você deixou o meu pai ainda
mais curioso para sentir você. — Diz o outro homem me jogando debruçada
sobre a mesa de aço e o outro se aproxima amarrando uma corda nas minhas
mãos.
— Não por favor... Isso não... Por favor não! — Imploro me
debatendo tentando me soltar mas não consigo.
Minhas mãos são amarradas e presas embaixo da mesa, estou
literalmente abraçando a mesa enquanto alguém acaricia a minha bunda me
deixando em pânico.
— ME SOLTA! NÃO FAZ ISSO COMIGO POR FAVOR! ME
SOLTA! SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDA SOCORRO! — Grito
desesperada quando sinto alguém erguer o meu vestido e abaixar a minha
calcinha.
— CALA A BOCA! VADIA! — Grita um dos caras me acertando
um tapa no meu rosto antes de colocar uma mordaça na minha boca.
— Vai com calma alemão, não podemos danificar a mercadoria...
Saiam! Eu dou conta dela sozinho agora. — Ouço o senhor atrás de mim mas
não consigo vê-lo.
Os homens saem do cômodo me deixando ali sozinha com aquele
homem nojento, então ele dá a volta na mesa parando na minha frente
enquanto eu choro sentindo o meu coração bater na garganta.
— Você é bem rebelde ruiva, e muito bonita também... Agora eu só
preciso saber se é tão gostosa o quanto parece, e se for você vai me render
uma boa grana sabia? Fique feliz por isso princesa. — Ele fala enquanto abre
a sua calça colocando a sua ereção para fora se masturbando ali perto do meu
rosto.
Fecho os olhos com força querendo gritar mas não consigo com uma
mordaça na boca, ele agarra os meus cabelos com força erguendo o meu rosto
me fazendo encara a sua ereção, ele a esfrega no meu rosto enquanto eu
choro sentindo o meu estômago revirar de nojo, mas então ele me solta
pegando uma camisinha no bolso abrindo-a colocando em seguida, ele some
do meu campo de visão me deixando apavorada então sinto ele abrir as
minhas pernas, ele diz coisas obscenas enquanto se encaixa em mim e me
penetra de uma só vez.
— AAAAAAAHHHH... HUMMMMM. — Grito mordendo com
força a mordaça na minha boca.
Ele puxa os meus cabelos com força enquanto me penetra fundo com
brutalidade, sinto a minha intimidade arder como se estivesse sendo rasgada,
choro mordendo aquele pano grosso na minha boca tentando suportar a dor
de estar sendo violada, imagens do Raman invadem a minha mente mas o que
vejo dele não me agrada, ele me olha com nojo, me olha com pena e isso é
tudo que eu não desejo dele.
— Caramba você é mesmo gostosa... Você é quente ruiva... Ohhh
você é mesmo deliciosa... Acho que vou querer te comer de novo amanhã...
Ahhh caramba. — Esbraveja enquanto me penetra com golpes fortes me
fazendo sentir uma dor por dentro.
Tento gritar, tento me soltar mas não tenho sucesso, ele repete os seus
golpes dentro de mim até gozar então ele solta os meus cabelos, sinto suas
mãos caminhar pelas minhas costas fazendo o meu estômago revirar, sinto
que posso vomitar a qualquer momento mas posso me sufocar no meu
próprio vômito com essa mordaça na boca, me sinto sem forças para reagir,
me sinto destruída sem condições para me recompor.
— Fala a verdade para mim ruiva? Você gostou não gostou? Só está
fazendo charme mas comigo isso não cola. — Ele sai de mim dando a volta
na mesa e tira a minha mordaça, nesse mesmo instante o meu vômito vem e
eu vômito nos seus sapatos. — MAS O QUE É ISSO? Que nojo garota olha o
que você fez? — Esbraveja horrorizado se afastando da mesa enquanto eu
vômito colocando para fora o pão que havia acabo de comer. — Alemão!
Venha aqui já! — Ele chama novamente aquele homem que entra no cômodo
me encarando com nojo.
— Mas que merda é essa? O que aconteceu aqui? — Pergunta parado
na porta evitando entrar. Acho que vou ter que vomitar mais vezes para
manter esses monstros longe de mim!
— Tira essa garota daqui! Coloca ela junto com as outras e limpa esse
quarto para receber as garotas que vão chegar... Até que essa ruiva é gostosa,
mas eu devia ter deixado ela com a mordaça. — Diz o abusador enquanto
arruma a sua calça e coloca a camisinha no bolso. Desgraçado! Eu quero
vomitar na sua boca seu verme!
O tal alemão reclama por ter que limpar o meu vômito e vem até a
mim desembarcando as minhas mãos, estou em choque sem conseguir reagir,
eu apenas choro em silêncio sentindo a minha intimidade doer, uma dor
profunda atinge o meu peito, o alemão me puxa parar me afastar da mesa e eu
desabo no chão sem conseguir sentir as minhas pernas, não consigo reagir,
não consigo me mexer e o homem me arrasta pelo braço me tirando de dentro
do cômodo. Consigo puxar a minha calcinha presa nas minhas pernas
vestindo-a novamente, aquele homem me arrasta por um corredor estreito e
abre uma porta alguns metros a frente e me joga para dentro me fazendo ir
parar no chão.
— Se eu escutar um pio que seja, eu volto aqui e todas vocês vão se
ferrar nas minhas mãos ouviram? — O homem esbraveja enquanto eu cubro
o meu rosto chorando em silêncio ali sentada no chão frio depois de ser
estuprada.
A minha vida se transformou em um inferno, eu estou em um
pesadelo real e sei que não vou sair daqui viva, ou eles vão me matar ou vão
me estuprar todos os dias depois de me tirarem daqui, eu nunca mais serei a
mesma pessoa depois disso.
— Marcelly? Meu Deus Marcelly... O que fizeram com você? Te
machucaram? Fala comigo Marcelly sou eu Alita... Vai ficar tudo bem você
precisa suportar tudo isso. — Sinto braços me envolverem e uma voz chorosa
me confortando, olho para cima e vejo Alita e Brenda chorando me
encarando preocupadas.
— Eu quero morrer... Eu nunca sentir uma dor como essa... Estou
destruída Alita e não quero mais viver... Foi muito humilhante. — Digo entre
lágrimas e elas me abraçando forte.
— Você não foi a única a ser violada Marcelly, a maioria aqui passou
por isso e todas nós desejamos a mesma coisa... Mas você precisa ser forte
como a gente, precisamos nos unir contra esses monstros ou vamos morrer,
então aguenta firme... Você não está aqui sozinha ouviu? — Sua voz me
encoraja e elas se levantam me erguendo junto.
Brenda não diz nada, assim como eu e algumas outras garotas ali ela
apenas chora enquanto me levam para junto das outras garotas.
— Era ela gritando agora pouco, aqueles miseráveis estupraram ela
também... — Ouço uma das garotas mas não me preocupo em ver quem é,
estou chocada e ferida o suficiente para não me importar com isso.
As meninas me colocam deitada em um daqueles coleções e todas
sussurrando para não serem ouvidas, tem muitas mulheres aqui dentro, é um
cômodo grande com mulheres espalhadas para todo canto, muitas chorando
em silêncio assim como eu e outras tentam confortar a quem está em estado
de choque como eu, dominadas pelo medo e o desespero.
Capítulo 19
Ramon
TRÊS DIAS ANTES...

São seis horas da manhã e eu ainda estou na Your Paradise depois de


sair da Sexy Night, já alertei a todos sobre os sequestros e assim como fiz nas
outras boates, eu proibir os programas fora do estabelecimento e mesmo
algumas garotas não concordando, elas tiveram que aceitar.
Depois de conversar com o meu gerente passando novas ordens a
equipe de segurança, eu me preparo para sair quando uma das meninas se
aproxima chamando a minha atenção.
— Sr. Mitchell! Por minha conta e risco eu posso continuar atendendo
fora da boate? Eu preciso muito do dinheiro e... — Ela me encara apreensiva
mas a interrompo.
— Você quer se arriscar mesmo eu te alertando sobre o que está
acontecendo, com as mulheres desse país? Então por sua conta e risco, você
está demitida! Não quero mais você trabalhando na minha boate me trazendo
problemas... Pegue as suas coisas e saia agora mesmo...! Já estou tendo
problemas com duas garotas sequestradas e não quero você incluída nessa
lista. — Digo entre dentes me controlando para não gritar pois ainda temos
clientes na casa, me viro para sair mas ela segura o meu braço.
— Me perdoa, Sr. Mitchell! Eu prometo seguir as suas ordens mas
não me manda embora? Por favor não me manda embora eu preciso muito
desse dinheiro? — Ela me encara com lágrimas nos olhos mas isso não me
comove, me solto dela.
— Pensasse nisso antes de me contestar! Eu estou fazendo de tudo
para mantê-las segura e você pensando somente na porra do dinheiro... Eu
conheço muito bem esse tipo de mulher como você, assim que eu virar as
costas você vai fazer aquilo que te convém então saia da minha boate! Você
tem vinte minutos para sair... Melhor! Para você não sair por aí dizendo que
eu sou um péssimo chefe, você tem uma hora para sair, até lá o sol já está de
fora e você não vai precisar vagar por aí no escuro... Eu vou ligar para o Alex
em uma hora, se você ainda estiver aqui os meus seguranças vão te levar
onde você quiser, está bem? Tenha um bom dia! — A encaro fixamente nos
olhos e me viro saindo dali.
Ela chora de soluçar mas isso não me surpreende, não quero correr o
risco de ter que lidar com mais um sequestro porque eu não vou suportar isso,
quando as famílias descobrirem elas vão vir em cima de mim me cobrar
indenização e a porra toda, eu estou fazendo a minha parte mantendo a
segurança delas, mas elas também precisam fazer a parte delas e seguirem as
minhas regras.
Saio da boate pensando em ir ficar com Marcelly, mas estou
realmente exausto, não vou conseguir dar a ela a atenção que ela merece
então decido ir direto para casa, assim que chego vou direto para o banho
tomar uma ducha para relaxar os músculos, andei o dia todo ontem e passei
um bom tempo na delegacia conversando com o inspetor Yure, registrando os
boletins dos sequestro, não parei nem para comer e ainda virei a noite
passando de boate em boate para alertas as minhas equipes pessoalmente,
agora vou descansar um pouco e a tarde eu passo um tempo com a minha
ruiva.
Não adianta negar, eu quero essa mulher para mim, não vou mais
deixá-la fazer programa com nenhum outro cliente, estou até pensando em
tirá-la da boate para passar mais tempo comigo, e consequentemente passar
mais tempo com os seus pais. É muito bonito o sentimento que ela tem por
eles e sei que ela só está na boate por causa deles, para sustentá-los então eu
quero que ela os ajude, mas sem precisar voltar na boate para se exibir para
aqueles tarados infelizes.
Marcelly é uma mulher muito teimosa e não consegui prendê-la a
mim como eu planejava, mas mesmo chateado por não ter conseguido o que
eu queria, eu não consegui ficar bravo com ela, eu sei que ela não vai me
deixa para ficar com outro cliente, eu vejo isso nos seus olhares, no seu
desejo por mim e isso é o bastante para me deixar tranquilo.
Mando algumas mensagens para ela explicando o porquê não fui vê-
la, aviso que a buscarei mais tarde para ficar comigo, mas ela não me
responde, com certeza já deve estar dormindo então faço o mesmo, me
permito dormir e relaxar um pouco pensando nela, já sinto saudade daqueles
lábios macios nos meus, sinto falta do seu corpo nu colado ao meu e com isso
chego a uma constatação, não consigo mais ficar longe dela, já me acostumei
com a sua presença ao meu lado e não vou abrir mão disso, será que ela se
sente da mesma forma? Não estou me reconhecendo, não sou mais o mesmo
Ramon Mitchell, essa mulher está me mudando e não sei se isso é bom ou
ruim, eu só sei que eu quero ela.
Acordo com o meu celular gritando e a minha vontade e arremessá-lo
na parede, resmungo irritado ainda sonolento mas resolvo atender quando
vejo o nome Pleasure House aceso na tela, é o número da boate então só pode
ser o Paulo.
— Fala Paulo! Não podia ligar um pouco mais tarde cara? Estou
tentando descansar um pouco, e... — Resmungo com a voz rouca pelo sono
mas ele me interrompe.
— Me desculpe, Sr. Ramon, mas é urgente, temos problemas grave e
precisamos do senhor aqui! — Seu tom de voz diz claramente o quanto ele
está nervoso, me sento na cama sentindo um aperto estranho no peito.
— O que aconteceu Paulo? Vá direto ao assunto sem rodeios porque
eu estou sem paciência hoje... Me diz o que aconteceu? É algo com as
meninas? A Marcelly está bem? — Pergunto enquanto me levanto da cama e
ouço algo que não esperava ouvir.
— Sinto muito chefe... Tatiana, Keila e Marcelly foram atacadas na
saída do salão, o segurança que estava com elas não conseguiu salvar as
três e uma delas foi levada por aqueles malditos! — Sua voz é visivelmente
alterada mas isso só faz o ar dos meus pulmões evaporar mais rápido sem eu
perceber.
— Paulo... Qual... Qual delas foi levada? A Marcelly está aí com
você, não está? Me deixa falar com ela, Paulo! Eu preciso saber se ela está
bem... COLOCA A MARCELLY NO TELEFONE PAULO! EU ESTOU
MANDANDO! — A linha fica muda por alguns segundos fazendo o meu
coração se despedaçar, sinto o meu corpo inteiro tremer.
— Me desculpe, Sr. Ramon... Não vai ser possível falar com a ruiva...
Meu Deus ela foi sequestrada, Ramon...! Levaram ela e as meninas que
conseguiram fugir estão apavoradas. — Sua voz trêmula não me surpreende,
Paulo tem muito carinho por todas as garotas.
Não consigo dizer nada, sinto como se um tiro me atingisse no meio
da testa e eu desabo sem perceber, estou de joelhos no chão sentindo o meu
peito se aperta mais a cada segundo.
— Sr. Ramon? O senhor ainda está na linha? O que devo fazer
senhor? Quer que eu vá a delegacia? Ou o senhor fará isso pessoalmente? —
Pergunta em um tom derrotado enquanto eu tento respirar, puxo o ar para os
meus pulmões com força sentindo tudo a minha volta rodar.
Isso não pode estar acontecendo, não com ela, com a minha ruiva
não!
— Paulo...! Mande alguns dos seguranças até o salão, peça para que
eles consigam imagens da câmera de segurança do estabelecimento e de
qualquer outro comércio ou residência perto do salão, peça que eles me
encontrarem na décima quinta delegacia de Santos, o delegado Watson está
a frente desse caso... Eu estou indo para lá agora mesmo, qualquer novidade
eu te aviso e por favor...? Tenta manter as garotas tranquilas e suspende os
atendimentos até segunda ordem... Vou ligar para as outras boates e
suspender os atendimentos por lá também... Eu... Eu te ligo assim que sair da
delegacia. — Informo ainda desnorteado tentando raciocinar para tomar todas
as providências necessárias.
— Está bem, Sr. Ramon, se quiser eu posso ligar para as outras
boates e passar as suas ordens, sei que não deve estar sendo fácil aceitar o
que aconteceu com a ruiva, então... Se preocupa só com ela e as outras
meninas agora, eu vou ligar para Anastácia e ela me ajudará com o resto. —
Respiro fundo, sei que isso será o melhor a ser feito então lhe dou carta
branca para agir.
— Obrigado Paulo, faça e isso é peça para os gerentes me ligarem
caso aja problemas em cumprirem as minhas ordens, eu falo com você
depois, eu preciso sair agora. — Digo enquanto vou para o meu closet então
encerro a ligação.
Paro encarando o nada a minha frente, não consigo ver nada além o
seu rosto esboçando aquele lindo sorriso, sinto um ódio descomunal me
atingir e a vontade de fazer justiça com as próprias mãos, mas vamos pensar
direito e de cabeça fria, seria eu sozinho contra uma quadrilha e sei que isso
não sairia como eu planejasse, só o que me resta agora é contar com a ajuda
dos meus amigos, Felipe e Yure são da polícia e também tenho alguns outros
contatos que podem nos ajudar, eu preciso agir agora.
Me arrumo o mais depressa possível e desço encontrando Ronaldo na
sala falando telefone, ele me encara esperando eu me aproximar e diz que é a
minha mãe ao telefone, apenas digo a ele para dizer que eu saí e não tenho
hora para voltar, e saio de casa entrando no meu Honda Civic grafite.
Saio da mansão a caminho da delegacia, vejo o meu celular tocar e o
nome da minha mãe aparecer na tela mas eu não posso falar com ela agora,
não estou com cabeça para isso agora então desligo o meu celular. Poucos
minutos depois estou estacionando na frente da delegacia, saio do carro e
entro procurando por Felipe.
— Por favor? Eu preciso ver o delegado Watson, é urgente! —
Encaro o policial ali no balcão e ele percebe o meu nervosismo.
— Me desculpe, senhor, mas o delegado Watson não se encontra, só
serve ele? O inspetor Yure está no comando até o delegado voltar, o senhor
pode falar diretamente com ele... Está tudo bem? O senhor parece nervoso.
— Ele me encara atento então vejo Yure vir na minha direção.
— Ramon? Você aqui de novo? Veio nos trazer mais alguma
informação sobre o sequestro das meninas? — Yure me encara apreensivo
pois ele também já notou que estou nervoso.
— Pelo contrário Yure! Eu vim relatar mais um sequestro... Esses
filhos da puta estão tentando me tirar do sério e estão consegui do cara...
Porra levaram mais uma das minhas garotas, Yure! — Relato irritado
esfregando as mãos nos cabelos pensando no que pode estar acontecendo
com Marcelly agora.
— Calma cara, vem comigo! Eu vou fazer o seu boletim de
ocorrência enquanto tento entrar em contato com Felipe, ele foi justamente
alertar a mulher dele sobre o que está acontecendo, ele está bastante
preocupado com essa situação. — Explica enquanto me guia até a sala do
delegado.
Entramos na sala e eu tendo me manter calmo para não pirar com as
merdas que estão passando na minha cabeça, só de imaginar ela sendo
agredida ou algo pior, isso acaba comigo.
Explico ao Yure o que aconteceu no salão e aviso sobre as ordens que
dei aos meus seguranças, que logo eles apareceriam com as imagens das
câmeras, pois a equipe do salão são meus parceiros e não vão me negar as
imagens para tentar pegar esse filhos da puta.
Enquanto esperamos os meus seguranças chegar, conversamos sobre
o caso e sobre como eu poderia ajudar nas investigações, como estou muito
nervoso, Yure acha que não devo participar para não pôr a operação em risco,
não concordo com ele mas eu não sou da polícia e terei que ficar de fora em
algumas situações.
Yure tenta falar com Felipe pela segunda vez mas sai da sala me
deixando ali pensativo, poucos minutos depois ele volta mas dessa vez com
dois dos meus seguranças que acabam de chegar com as imagens das
câmeras.
Ele dá a volta na sua mesa com um pen drive na mão e o coloca no
computador, não consigo ficar parado e vou até ele dando a volta na sua
mesa, ele abre um dos arquivos de imagens e logo a vejo sair do salão
empolgada, o sorriso no seu rosto faz o meu coração acelerar, ela mexe nos
seus longos cabelos ruivos de uma maneira tão sensual, mas de repente um
cara encapuzado agarra ela por trás e ela se desespera tentando se soltar, o
segurança tenta defendê-las e Marcelly consegue se soltar tirando Keila das
garras do outro infeliz, mas ele agarra ela pelos cabelos de forma violenta
sendo arrastada para algum lugar.
— Desgraçado filho da puta! Ela é esquentada, Marcelly vai tentar
reagir e vão machucá-la Yure...! Droga precisamos fazer alguma coisa logo
por favor cara...? Marcelly... — Esbravejo irritado enquanto ele abre outro
arquivo, assim que as meninas são agarradas vejo Tatiana por outro ângulo,
ela consegue correr e se livrar de ser pega.
— Se desesperar não vai ajudar em nada Ramon...! Olha isso aqui
cara! A Marcelly sendo colocada dentro de uma vã preta... Droga está sem
placa! Não dá para rastrear um carro sem o número da placa, não vai ser fácil
descobrir para onde ela foi levada mas também não é impossível, podemos
verificar as câmeras de segurança de comércios residências e também as
câmeras de trânsito, e com certeza quando a encontrarmos ela vai estar junto
com as outras garotas, ela vai estar bem, Ramon... O Felipe já deve estar
chegando, podemos organizar agora mesmo um grupo de buscar para varrer
aquela área do salão, e assim que identificarmos e descobrirmos o paradeiro
do carro, montaremos uma nova equipe para fazermos também uma busca no
local... É impressionante o número de mulheres sequestradas mas últimas
semanas, esses malditos estão agindo de baixo do nosso nariz, cara...! Nós
vamos pegar eles malditos, pode contar com isso! — Diz seguro das suas
palavras mas mesmo assim não consigo me tranquilizar.
Enquanto estamos aqui buscando por pistas elas podem estar sendo
maltratadas ou até mesmo abusadas, meus Deus eu não consigo nem
imaginar uma coisa dessas acontecendo com a minha ruiva.
— Eu vou chamar o investigador Marcos, ele pode buscar agora
mesmo no banco de dados por algum carro nesse modelo que tenha sido
roubado, podemos ter alguma chance de encontrarmos logo esse carro... Me
espera aqui Ramon, eu já volto! — Ele se levanta saindo da sala em seguida,
me lembro de Keila nas imagens então ligo novamente o meu celular, no
mesmo instante ele toca e vejo o nome do Mario piscar na tela. Só espero que
não seja mais uma má notícia!
— Pelo amor de Deus Mário! Se você estiver me ligando para me dar
uma má notícia, pode se considerar demitido! — Me levanto impaciente e
ouço sua respiração pesada.
— Acho que eu posso dizer que ainda não é uma má notícia, Ramon,
algumas das meninas não estão aceitando bem a sua decisão de fechar a
boate, estão reclamando enchendo a minha paciência cara... O que eu faço
com elas para resolver essa questão? Você acha mesmo necessário fechar
totalmente a boate? — Me informa em um tom cansado e mais uma vez me
aborreço.
— Demite! Aquelas que não respeitarem as minhas ordens eu quero
que sejam demitidas imediatamente...! Enquanto tem outras morrendo de
medo de sair nas ruas, outras estão querendo bancar as valentonas? A minha
decisão é uma só, quem não gostar e não seguir as minhas ordens, pode
demitir sem dor! — Me irrito por contestarem a minha decisão, até isso me
faz lembrar a ruiva, até agora ela foi a única capaz de me dobrar e me fazer
repensar uma decisão.
— Assim eu terei que demitir a maioria delas, Ramon, vamos ficar
com poucas garotas na casa e mesmo que a gente contrate outras depois... —
Ele me questiona me irritando ainda mais.
— Não me interessa! Eu quero esse problema resolvido o mais rápido
possível! As meninas estão todas apavorada e inseguras com tudo isso... A
melhor solução agora é fecharmos as portas até segunda ordem, sei que
temos clientes fiéis mas há muitos outros clientes novos que não conhecemos,
não podemos confiar às cegas em ninguém... Eu não quero mais nenhuma
das minhas garotas correndo riscos, então sigam as minhas ordens...! Logo
eu estarei aí. — Me irrito andando de um lado para o outro e vejo Felipe
entrar se acomodando na sua cadeira, eu encerro a chamada. — Delegado
Watson! Eu queria muito dizer que é um prazer revê-lo, mas você já deve
estar ciente do que aconteceu mais uma vez, certo? Porra já me levaram duas
garotas e agora mais uma! — Vou até ele lhe estendendo a mão e o mesmo se
levanta me cumprimentando.
— Sr. Mitchell! Sim, já estou ciente do acontecido e lamento muito
que essa situação tenha chegado até você... Como sabe, a minha mulher é
amiga das suas garotas e está muito abalada com o acontecido, vamos fazer
de tudo para montarmos esse quebra cabeça o mais rápido possível, estamos
dando prioridade a esse caso. — Ele me cumprimenta antes de voltar a se
sentar e eu faço o mesmo.
— Fico mais tranquilo em saber disso, Felipe, mas vamos deixar essa
merda de formalidade de lado, cara, não somos nenhum estranho, somos
amigos, certo? — Abro o meu blazer respirando fundo pois ainda estou
chocado com o que aconteceu.
— Certo cara! Mas me diz? O que realmente aconteceu com
Marcelly? Onde aconteceu e quando? Eu preciso saber de todos os detalhes
para saber por onde começar as buscas. — Pergunta enquanto pega o telefone
e liga para alguém. — Vem até a minha sala, Yure! Preciso de você aqui cara.
— A ligação é rápida e logo ele encerra a chamada.
— Esses ratos miseráveis estão se passando por clientes para pegar as
garotas, Felipe, mas agora eles estão indo longe demais cara... Marcelly foi
pega na saída do salão de beleza onde ela e as meninas estão acostumadas a
ir, eles simplesmente a pegaram e a jogaram dentro de um carro preto
descaracterizado, sem placa e sem marca, totalmente irreconhecível... Eu
tomei a liberdade de pedir as imagens das câmeras de segurança do salão, eu
não vou ficar de braços cruzados e espero que aceite a minha ajuda, sabe que
não sou apenas um empresário dono de boates, não é? Eu tenho os meus
conhecimentos e amigos dentro da força militar e eles estão dispostos a nos
ajudar... Precisamos derrubar a banca desses caras, Felipe...! Precisamos
encontrar a Marcelly! — O encara atento respirando fundo, estamos todos
frustrados com essa situação.
— Toda a ajuda que tivermos será bem-vinda, Ramon... Vamos
conseguir vencer essa batalha e resgatar essas garotas, meu irmão. — Afirma
convicto das suas palavras e nesse momento Yure entra na sala.
— Felipe! Ramon! Eu recebi o relatório dos agentes que estão
cuidando das saídas estratégicas, até o momento nenhum suspeito tentou sair
do país, esses ratos estão se escondendo mas não por muito tempo... Ainda
vamos pegar esses miseráveis! — Yure lhe entrega um envelope pardo e
rapidamente ele pega analisando as informações.
— Certo Yure! Você já está ciente dos detalhes do sequestro da
Marcelly, então vamos agir cara, precisamos ir até o local da ocorrência
buscar por mais informações que nos ajude a localizar esses bandidos, vamos
ficar atentos a qualquer residência ou comércio que possuem câmeras de
segurança, possíveis testemunhas nas ruas e os funcionários do salão de
beleza, não podemos deixar nenhum detalhe passar despercebido... Vamos
agir cara! — Diz Felipe enquanto analisa os documentos em suas mãos, eu
me sinto um pouco mais tranquilo com a sua empolgação e sei que vamos
conseguir resgatar as garotas.
— Eu quero acompanhar de perto as investigações, Felipe, prometo
não atrapalhar mas se eu puder ajudar em algo, conte comigo... Não tem
como proteger todas as mulheres do mundo então a nossa única solução, é
acabarmos com esses vermes malditos de uma vez por todas! — Me levanto
decidido e ele se levanta junto.
— Os seus conhecimentos podem ser útil, Ramon, você pode sim nos
acompanhar... Quanto mais pessoas trabalhando maiores são as chances de
conseguirmos solucionar esse caso... Bom, não vamos perder tempo,
precisamos ir até o local do sequestro agora mesmo! — Seu tom firme me
anima, ele pendura o seu distintivo no pescoço e verifica a sua arma, a minha
está no carro mas só vou pegar nela se precisar.
Seguimos todos para fora da sua sala decididos a irmos para o local
do sequestro, Felipe determina alguns agentes para nós acompanhar até o
local, mas fomos informados que já tem um pessoal no local e isso me deixa
mais esperançoso de encontrarmos logo as meninas, mas confesso que a
minha preocupação maior é com Marcelly, ela é minha mulher e não quero
que nada de ruim aconteça com ela.
Não perdemos tempo e seguimos para o carro do meu amigo
delegado, deixei o meu carro na mesma vaga que estacionei e seguimos para
o local do sequestro.
Capítulo 20
Marcelly DIA ATUAL...
Depois que me jogaram junto com as outras garotas, nenhum daqueles
homens voltaram a aparecer, já passou a hora do almoço, já é final de tarde e
até agora estamos aqui com fome jogadas no chão feito bichos, muitas
chorando, querendo as suas famílias e tudo que eu consigo fazer e olhar para
o nada, algumas meninas se aproximam tentando me consolar, me dizendo
palavras de conforto, tentando me fazer reagir.
Brenda e Alita por incrível que pareça estão sempre ao meu lado, mas
elas também dão atenção a outras meninas que chegaram aqui no mesmo dia
que eu, e também depois de mim, eu fiquei alguns dias isolada e não via
quem chegava e o que acontecia, mas Brenda me contou que todo dia chegam
duas ou três garotas novas.
— ME SOLTA! SEU MONSTRO! A POLÍCIA VAI TE ACHAR
ARTHUR! VOCÊ VAI SE FERRAR SEU MONSTRO DESGRAÇADO!
VOCÊ VAI PAGAR PELO QUE FEZ COMIGO SEU ANIMAL! — Ouço
gritos estéticos se aproximando e logo a porta se abre e mais uma garota e
jogada para dentro do cômodo, com a roupa toda rasgada e descabelada.
— A polícia nunca vai me pegar, querida, eles estão muito longe de
conseguir nos rastrear, então cala essa boca porque você já está me irritando.
— Aquele mesmo cara que chamou aquele senhor de pai entra na sala
encarando com desdém a garota chorando caída no chão. — Você que
sempre julgou a sua colega de trabalho, vai se tornar uma prostituta como ela
foi um dia... Você é patética, Jaqueline, você ofendeu a Paloma por ter sido
garota de programa mas se jogava para cima de mim como uma cadela no
cio, você queria me sentir entrar em você e você sentiu! Não foi como você
esperava mas eu te dei exatamente o que você queria, e vai ter muito mais, é
só esperar... Agora fecha essa boca porque eu não quero ouvir a sua voz. —
Eu não acredito, esse filho da puta conhece a Paloma, então essa garota
trabalha com a Paloma no restaurante? Meu Deus a Paloma também está
correndo perigo!
— Bem diz o ditado que as aparências enganam... Você é um monstro
em pele de cordeiro... Pode ter certeza de que a sua vaga para o inferno já
está garantida, seu miserável! — A garota diz com a voz trêmula pelo choro o
encarando com nojo.
Se eu tivesse uma arma aqui agora, eu não me importaria em morrer
se eu conseguisse levar pelo menos um desses vermes comigo. O desgraçado
gargalha se aproximando dela que se encolhe no lugar onde está.
— Eu sou o filho do diabo meu bem, se eu for para o inferno estarei
indo para casa... Eu sou Otávio Nogueira Filho, e adorei recrutar a maioria de
vocês... Agora vê se calem essa boca! Se eu escutar sequer a respiração de
uma de vocês, os meus amigos aqui fora vão se divertir muito com cada uma
até não aguentarem mais, então se não quiserem passar por isso, eu sugiro
que me obedeçam... Eles estão loucos para pegar algumas de vocês e só não
conseguiram porque o meu pai é o chefe aqui, e precisa das mercadorias bem
conservadas... Por mim eu não me importaria em dar um pouquinho de
diversão a eles, então parem com essa choradeira! Isso já está me irritando!
— Nos alerta entre dentes nos encarando furioso e sai em seguida da sala
batendo a porta, logo ouço o som da fechadura sendo trancada.
Me levanto cambaleando e vou até a garota caída no chão, chorando
compulsivamente, Alita e outra garota me acompanham e nos abaixamos ao
lado da garota. Ela nos encara apreensiva e volta a chorar, me aproximo mais
a abraçando forte e ela retribui.
— Esse monstro me estuprou... Esse Miserável fingia ser quem ele
não era para enganar as pessoas... Maldito desgraçado...! Eu cheguei a gostar
dele pensando que ele fosse um cara legal. — Desabafa entre lágrimas se
soltando de mim, encaro-a fixamente e me lembro dela.
Eu já fui almoçar com Ramon no restaurante onde Paloma trabalha,
eu me lembro de ver essa garota nos servindo.
— Você é amiga da Paloma? Vocês trabalham juntas, não é...? Meu
Deus a Paloma pode estar correndo perigo também. — A encaro atenta e ele
faz o mesmo.
— Arthur... Otávio, seja lá qual for o nome desse demônio, ele vem
cercando a Paloma já faz um tempo, ele deve estar planejando alguma coisa
com certeza... Eu espero que o nosso desaparecimento tenha sido registrado
na polícia, e com isso sei que Paloma será alertada, o namorado dela é o
delegado, ele não vai deixá-la desprotegida... Meu Deus o que vai ser de nós?
— Ela tenta se aclamar mas parece ainda mais assustada ao falar de Paloma.
— Eu tenho certeza de que Paloma está segura... O meu chefe
registrou na polícia o sequestro de duas garotas antes de me pegarem
também... Alita e Brenda são minhas colegas de trabalho, é como se
fossemos mercadorias que eles usam e depois passam para frente... Eu nunca
me senti tão suja como agora, nunca na minha vida desejei a morte mas... Eu
não quero mais sofrer, não quero mais passar por isso mas não sei o que
esperar quando nos levarem daqui... Eu nunca mais verei os meus pais...
Nunca mais verei as minhas amigas... Nunca mais verei o cara que eu gosto...
Nunca mais serei feliz nessa vida. — Desabafo pensativa vendo um filme se
passar na minha mente, encaro Alita e vejo os seus olhos marejados como os
meus. — Estamos todas feridas e com a vida destruída, mas ficarmos
chorando não vai nos ajudar em nada... Precisamos anestesiar a nossa alma
para não sentirmos mais nada, essa é a única solução para não sentirmos
dor... Vamos pensar que ainda temos uma chance de sairmos dessa, enquanto
não nos tirarem daqui, a polícia ainda tem uma chance de nos encontrar. —
Seguro a mão de Jaqueline e a mão de Alita abraçada a Brenda, tento
convencê-la de que teremos uma saída mas a mim mesmo eu não consigo
esse milagre.
— É isso mesmo Marcelly, vamos pensar positivos, mesmo que a
nossa vida tenha acabado aqui... Se não conseguirmos ser resgatadas,
podemos nos unir para fugirmos quando estivermos em um local acessível...
Ninguém vai me vender e sair lucrando as minhas custas... Eu vou foder com
os negócios desses cretinos filhos da puta! Eles vão ver o que é prejuízo se
realmente conseguirem me vender... O meu dono sou eu mesma e ninguém
vai se dar bem as minhas custas. — Alita se levanta revoltada mas vejo as
suas lágrimas descendo assim como as nossas.
Algumas meninas se levantam junto também revoltadas, mas nesse
momento ouço a porta sendo destrancada, me levanto apavorada temendo o
pior e vejo um dos sequestradores entrar nos encarando furioso.
— Vocês vão parar com essa baderna ou vão querer me ver furioso?
Eu posso meter uma bala no meio do crânio de vocês ou posso lhes dar algo
melhor. — Ele destrava a arma se aproximando mais de nós, mas abre o seu
cinto nos encarando com um sorriso sombrio.
— Eu estava muito assustada com o que tem acontecido, mas não
imaginava que aconteceria comigo também, por pouco duas amigas minhas
não foram pegas junto comigo, elas conseguiram fugir dos filhos da puta que
me pegaram... Essas pessoas são cruéis, eles vão nos vender então eu prefiro
levar uma bala no crânio a ser estuprada por um verme feito você. — Alita
diz entre dentes fazendo o sorriso dele desaparecer, meu coração acelera de
medo.
— Você se acha muito corajosa, não é sua vadia? Então agora eu vou
comer você, e de brinde você vai ganhar uma bala no crânio para deixar de
ser bravinha. — Ele se aproxima rápido agarrando-a pelos cabelos arrastando
ela para longe de nós, me deixo mover pelo pânico e abraço Alita puxando
ela para mim.
— SOLTA ELA! SEU DESGRAÇADO SOLTA ELA! ALITA!
NÃO ALITA! — Grito desesperada puxando ela para Amim e a mesma me
abraça de volta tentando soltar a mão dele dos seus cabelos.
— Você quer que eu a solte? Então eu vou soltar... Ao invés de matar
uma eu mato as duas aqui mesmo! — Ele nos empurra furioso e vamos parar
as duas no chão, ele aponta a sua arma na nossa direção e eu entro na frente
de Alita.
— Atira! Pode atirar e depois você explica ao seu chefe o porquê tem
uma garota a menos para ele vender...! Será um favor que estará me fazendo,
ENTÃO ATIRA! Nós somos as vadias e você é o corajoso... ATIRA SEU
VERME! — Ele trinca os dentes me encarando fixamente nos olhos e só vejo
maldade, só vejo ódio.
Ele aponta a sua arma na minha cabeça e eu vejo a minha morte
passar como um filme diante de mim, fecho os olhos para que esse verme não
seja a última pessoa que verei antes de morrer, penso nos meus pais e minhas
lágrimas descem sem parar, mas antes que ele puxe o gatilho ouço uma
segunda voz masculina, abro os olhos e vejo o outro sequestrador.
— O que pensa que está fazendo Alemão? Atira em um dedo dela e
você terá a sua cabeça decepada do seu pescoço, acha mesmo que vai valer
apenas atirar nessa vadia? Então atira, ou você pode se mandar daqui para
não deixa essas garotas manipularem a sua mente. — O sequestrador o encara
atento e se vira saindo dali, mas o Alemão continua me encarando fixamente
e posso ver o seu maxilar tremer de ódio.
Ele não diz nada, apenas abaixa a sua arma e se vira também saindo
dali, ele bate a porta e eu desabo no chão ouvindo a porta sendo trancada.
— Meu Deus Marcelly você ficou maluca? Estava tentando se
matar...? Caramba obrigada por interceder por mim ruiva... Ele ia me estuprar
e me matar com certeza. — Alita se ajoelha ao meu lado me abraçando forte,
quando dou por mim já estou chorando e Brenda e Jaqueline entre outras
garotas se aproximam tentando me acalmar.
Elas me levam de volta para um dos colchões e ali passamos longas
horas conversando, lamentando por cada uma de nós estarmos nessa situação.
Já era noite quando finalmente apareceu alguém trazendo comida,
uma quentinha e uma garrafa de água para cada duas garotas, uma cena tão
desumana, tão difícil de aceitar mas infelizmente não podemos nem reclamar,
não ficaremos sem fazer nada, essa é a promessa que nos fizeram e sei que
vamos cumprir.
Não faço ideia de que horas seja agora, mais uma vez penso nos meus
pais sozinhos em casa preocupados por eu não dar notícias, será que o Ramon
ou Amanda ligou para eles? Será que eles sabem que fui sequestrada? Como
será que eles estão agora? Que eles estejam bem meu Deus, que pensem que
eu fugi e fui embora mas que nunca descubram o que de fato aconteceu
comigo, pois sei o quanto eles vão sofrer e eu não quero isso, a decepção com
o tempo dá para superar, mas uma perda não dá para curar as feridas jamais.
Passamos a noite em claro preocupadas que alguém viesse fazer algo
conosco, mas graças a Deus não apareceu ninguém e assim algumas de nós
conseguiram pegar no somos, pois não temos mais lágrimas para chorar, mas
quando imagens dos meus pais e de Ramon vem a minha mente, não tem
como segurar as lágrimas ao pensar que posso nunca mais vê-los outra vez,
se eu conseguir sair daqui, será que o Ramon ainda vai querer ficar comigo
depois que souber o que fizeram comigo? Será que ele não vai sentir nojo de
me tocar novamente? Droga! Porque isso tinha que acontecer comigo?

Na manhã seguinte eu acordo com o som da porta sendo destranca e


assim como as outras garotas, eu me sento me encolhendo no canto do
colchão e vejo mais duas garotas sendo empurradas para dentro do cômodo,
uma morena e uma loira, elas choram em silêncio nos encarando apreensivas.
— Deem as boas vindas as suas novas colegas de cativeiro, mas não
fiquem amiguinhas porque vocês não vão ficar juntas por muito tempo,
quando sairmos do Brasil cada uma de vocês vão para uma boate, e
provavelmente não vão se ver outra vez... E só para avisar, partiremos ainda
hoje então se preparem, em breve vocês conhecerão os seus novos donos. —
O tal Otávio Nogueira Filho avisa e sai em seguida nos trancando novamente.
— ME TIREM DAQUI...! POR FAVOR ME TIREM DAQUI...!
SEUS MISERÁVEIS MALDITOS! — A morena corre até a porta socando a
mesma desesperada para sair.
— Ei! Se acalma não vai adiantar você ficar gritando, isso só vai
irritá-los ainda mais e eles podem fazer coisas que você não vai gostar...
Vem! Já estamos condenadas então você precisa se acalmar. — Uma mulher
aparentando te um pouco mais idade que a maioria de nós se levanta indo
confortar as garotas.
Respiro fundo sentindo o meu peito se aperta, encaro Alita, Brenda e
Jaqueline sentadas ao meu lado me encarando apreensivas, me mexo para
mudar de posição e ainda sinto uma ardência na minha intimidade, aquele
desgraçado me penetrou com tanta brutalidade que me machucou, ele é mais
forte do que aparenta ser, mas também amarrada feito um bicho, como eu iria
conseguir reagir? Eu mataria aquele monstro se eu tivesse oportunidade para
isso, talvez por isso me amarraram.
— Vão nos tirar daqui hoje, como a polícia vai conseguir nos
encontrar? Depois que sairmos do país será impossível nos encontrarem, pois
com certeza vão nos manter sobre vigilância... Se for para ficar longe da
minha família sendo maltratada, eu prefiro morrer... Se eu for resgatada como
vou contar aos meus pais que fui sequestrada? Que me amarraram feito um
bicho e me violentaram? Eles disseram tantas vezes que eu estava me
colocando em perigo... E o pior é que não foi um cliente que fez isso
comigo... Me pegaram na saída de um salão e agora eu posso nunca mais ter
a minha vida de volta... Vão me transformar em uma escrava sexual e com
certeza vão me maltratar se eu me recusar a fazer isso... Eu estou ferida, se eu
voltar como vão olhar para mim depois do que aconteceu? — Desabafo
baixinho só para elas ouvirem.
Rapidamente sinto as minhas lágrimas voltarem a descer, eu pensei
que já havia chorado o suficiente mas a minha dor assim como das outras
mulheres nessa sala, é muito grande.
— Você me pediu para ser forte e pensar positivo, Marcelly, porque
também não segue o seu próprio concelho? Vamos ser fortes juntas! Vamos
ter fé que vamos sair desse pesadelo logo, enquanto estivermos vivas ainda
há esperança. — Jaqueline segura a minha mão com carinho mas com uma
aparência tão triste quanto todas nós aqui.
— A quem estamos tentando enganar? A polícia não sabe onde
estamos e já estamos em um navio pronto para zarpar... Como vão conseguir
nos achar aqui? Como vamos escapar desse inferno? — Choro ainda mais ao
constatar esse fato e elas me encaram tristes como antes. — Podemos reunir
forças para tentar escapar depois que chegarmos aos nossos destinos, porque
enquanto estivermos presas nesse navio, não teremos chances, essa é a
verdade. — Tento inutilmente conter as minhas lágrimas e Jaqueline me
abraça chorando também.
Me deito ao seu lado chorando em silêncio e elas permanecem ali,
sentadas, olhando para o nada pensando na nossa realidade. Passamos algum
tempo ali pensativas e nem vimos o tempo passar, já passava das duas da
tarde quando trouxerem comida e novamente tivemos que dividir com as
outras meninas, como a contra gosto apenas para não ficar com fome pois
podemos ficar mais tempo sem comer depois, nunca sabemos a que horas vão
nos alimentar.
Assim que terminamos de comer alguns homens apareceram trazendo
algumas roupas para algumas das garotas que estão com as suas roupas
rasgadas, enquanto elas se trocam ali na frente daqueles homens que as
encaram com um olhar faminto, eu me encolho no canto me lembrando do
que aquele monstro maldito fez comigo, a sua frieza em se masturbar ali
perto do meu rosto e a sua brutalidade ao me estuprar, eu nunca me imaginei
passando por algo assim em toda a minha vida, foi cruel e assustador demais.
— Chorando de novo, Marcelly...? Confesso que tinha raiva de você
por me roubar a atenção do Sr. Mitchell, mas depois de passar por tudo isso,
depois de você se colocar na frente de uma arma por mim... Porra garota você
ganhou todo o meu respeito... Não fica assim? Estamos todas sofrendo e ver
o sofrimento alheio é ainda pior. — Ela se senta de frente para mim me
olhando no fundo dos olhos, ali eu vejo que se existia alguma rivalidade,
raiva ou algo do tipo entre nós, não existe mais.
— Eu não roubei de você a atenção do nosso chefe... Eu não escolhi,
eu fui escolhida, Alita... Eu nunca quis disputar nada com ninguém se não
fosse por dinheiro, mas... Eu não sei eu... Eu passei a ver nele mais que um
cliente... Ele me trata como nenhum outro homem foi capaz de me tratar... O
que eu passei ontem eu sei que ele jamais faria comigo, eu... Merda! Eu
confio nele como nunca confiei em ninguém além dos pais, eu...— Conto
pensativa e sinto a minha respiração pesar só de falar dele, mas ela me
interrompe.
— Puta merda! Você se apaixonou por ele? Está apaixonada pelo Sr.
Mitchell, Marcelly? — Ela me encara perplexa e eu me levanto abruptamente
sem me importar com o desconforto na minha intimidade.
Capítulo 21
Marcelly
— Puta merda! Você se apaixonou por ele? Está apaixonada pelo Sr.
Mitchell, Marcelly? — Ela me encara perplexa e eu me levanto abruptamente
sem me importar com o desconforto na minha intimidade.
— Não Alita! Claro que não! Eu... Eu não estou apaixonada por ele
eu... Eu só gosto de estar com ele, mas que merda! Porque estão todos me
dizendo que estou apaixonada por ele? — A encara com os olhos levemente
arregalados com a sua insinuação. — Eu não posso me apaixonar por ele...
Ele só me ver como uma prostituta e ele sabe que eu só aceitei ficar com ele
pelo dinheiro, e mesmo que eu estivesse apaixonada... Agora é muito tarde
para pensar nisso... Não sei se vou voltar a vê-lo e mesmo que isso aconteça,
ele não vai mais me querer quando souber o que fizeram comigo, e eu nem
posso culpá-lo por isso. — Contesto pensativa e frustrada, sentindo o meu
coração se partir em mil pedaços, será que eu nunca vou conseguir ser feliz
nessa vida?
— Mas que droga Marcelly...! Vem aqui...? Eu queria muito ter o
poder de voltar no tempo mas eu não tenho, ninguém aqui tem e sei que todas
estão tão tristes quanto você e eu... Não fica assim vai! — Ela limpa o meu
rosto e me abraça apertado, só então percebo as minhas lágrimas caindo mais
uma vez.
Eu retribuo ao seu abraço mas de repente somos separadas
abruptamente.
— Chega de agarramento! Guardem essa empolgação para os seus
novos clientes que já estão esperando por vocês em outros países. — Ele me
arrasta pelos cabelos para longe das meninas.
— Solta ela! Não fizemos nada demais solta ela! — Alita e Jaqueline
tenta se aproximar mas ele aponta a sua arma para elas.
— Se der mais um passo eu atiro! Essa vadia me enfrentou na frente
de todos e agora vai me pagar por isso...! Eu estou autorizado a dar um trato
nela. — O tal alemão puxa com força o meu cabelo me arrastando para longe
delas me deixando em pânico.
— NÃO...! POR FAVOR...! ME SOLTA! ME SOLTA SEU
MONSTRO...! SOCORRO! SOCORRO! HUMMM. — Grito apavorada me
debatendo tentando a todo custo me soltar dele, mas ele cobre a minha boca
com a sua mão enquanto me tira daquela sala.
— É melhor calar essa boca ou eu juro que não vou apenas comer
você... Eu vou meter uma bala na sua cabeça também sua vadia filha da
puta...! O chefe gostou muito de você e se ele gostou, eu vou gostar também,
nós dois temos um gosto muito parecido. — Ele diz no meu ouvido
abraçando o meu corpo por trás, subindo a sua arma da minha barriga até os
meus seios me fazendo estremecer de medo.
Ele abre uma porta e entrar comigo sem soltar o meu corpo, percebo
que é o mesmo quarto onde aquele homem me estuprou e isso me deixa em
choque, me debato com mais força e ele me solta sorrindo largamente.
— Se for me estuprar terá que me matar antes...! Eu não vou deixar
você tocar em mim! — Esbravejo me afastando ao máximo dele mas o quarto
é pequeno e não tenho para onde correr.
— Eu não me importaria em te matar primeiro, mas eu estou excitado
só de imaginar você gritando implorando para eu parar. — Ele se aproxima
me encarando de cima abaixo e eu estremeço sentindo o medo e o nojo me
dominar ainda mais.
Não vou ser estuprada de novo, prefiro morrer! Ele para na minha
frente colocando a sua arma sobre a mesa mas de repente ele avança sob
mim, me jogando com tudo naquela cama pequena, ele praticamente se joga
sob mim e eu grito desesperada tentando tirá-lo de cima de mim, mas ele abre
as minhas pernas com força se pondo entre elas me deixando apavorada.
— SOCORRO! POR FAVOR SOCORRO! ME TIRA DAQUI!
SOCORRO! — Grito desesperada sentindo a sua mão entre nós e ele puxa a
minha calcinha com força rasgando-a do meu corpo.
— Grita sua vadia! Isso grita mais! Eu vou foder você até ficar
inconsciente. — Ele solta o seu peso sob mim enquanto abre a sua calça e no
desespero eu mordo com força o seu ombro enquanto enfio as minhas unhas
no seu pescoço.
— AHHH... SUA CADELA EU VOU TE MATAR! FILHA DA
PUTA! — Ele grita saindo de cima de mim e eu me apresso para me levantar
correndo em direção a porta, mas quando passo por ela me choco contra
alguém indo parar no chão.
— Que merda está acontecendo aqui? O que você pensa que está
fazendo seu idiota? Com ordens de quem você está violando as mercadorias?
— Questiona um dos sequestradores parado bem na minha frente olhando de
mim para o cara dentro do quarto me encarando furioso.
Eu me tremo feito vara verde ainda em choque com a possibilidade de
ser estuprada de novo, não penso duas vezes e me arrasto para fora do quarto
mas o homem na minha frente se coloca no meu caminho.
— Essa vagabunda me mordeu! Eu só ia dar uma lição nela por me
enfrentar na frente das outras vadias. — Se justifica irritado pegando a sua
arma e eu temo que ele atire em mim.
— Você é mesmo um idiota! O chefe foi claro quando disse para
ninguém mexer com elas, e o que você faz? Se uma delas se machucar e o
comprador não gostar, quem vai se ferrar é você caralho! — Esbraveja o cara
na minha frente então ele me agarra pelo braço me erguendo do chão.
Nesse momento vejo as outras meninas saindo do cômodo onde
estávamos presas, elas seguem em filha na direção contrária de onde estou,
mas quando vejo Jaqueline e Alita elas tentam vir na minha direção
chamando por mim, mas são impedidas, me solto daquele cara e corro na
direção dela mesmo temendo levar um tiro pelas costas.
— Marcelly você está bem? Fizeram alguma coisa com você...? Meu
Deus você está tremendo. — Alita e Jaqueline me abraçam me arrastando
junto com as meninas.
Não consigo responder, estou em choque chorando sem parar, elas
tentam me acalmar mas eu mal consigo ouvir suas vozes, estou muito abalada
por quase ter sido estuprada pela segunda vez em menos de vinte e quatro
horas.
Saímos por aquele corredor até uma área com muitos contêineres
empalhados, mas há alguns abertos com muitos homens armados andando
para todos os lados, seguimos em filas e algumas garotas choram mais que
eu, ainda estou em choque e mal sinto o chão abaixo dos meus pés, vejo tudo
a minha volta rodar e minhas pernas amolecerem, mas Alita, Brenda e
Jaqueline permanecem ao meu lado, me apoio em Jaqueline enquanto
caminhamos para algum lugar.
De repente ouço alguém me chamar e me assusto ao reconhecer a voz.
— Marcelly! — Olho para os lados procurando por Paloma e a
encontro sendo arrastada pelos cabelos ao tentar vir na minha direção.
— Paloma! Meu Deus como você veio parar aqui? Te pegaram
também amiga...? Meu Deus... Meu Deus... — Choro tentando me aproximar
assim como ela, mas somos impedidas.
— Fica tranquila, está bem? Por favor fica tranquila? Vamos passar
por isso todas juntas ninguém aqui está sozinha... Esses filhos da puta vão
pagar pelo que estão fazendo... AAII DESGRAÇADO! Está me machucando
seu verme! — Ela tenta me confortar mas aquele infeliz arrasta ela pelos
cabelos para longe de nós na direção contraria.
— Cala essa boca garota! Ou eu juro que te coloco para dormir! —
Esbraveja o cara armado levando-a para algum lugar, me sinto ainda mais
desesperada, se Paloma foi capturada tendo um delegado ao seu lado, então
estamos realmente perdidas.
— Ei cara! pega leve ai, essa aí é especial... Leva ela para uma das
cabines e depois leva a ruiva também... Eu quero fazer uma festinha depois
que zarparmos. — Diz o Filho do homem que me estuprou, fazendo a minha
respiração pesar e o desespero me dominar.
Jaqueline e Alita me encaram apreensivas e sinto o ar me faltar, sinto
que vou desabar a qualquer momento mas sinto braços envolver o meu corpo,
minhas lágrimas descem sem parar.
— Ninguém vai levar você porque eu não vou deixar! Está me
ouvindo? Por favor reage Marcelly! Meu Deus ela vai desmaiar, me ajuda
Brenda! — Sinto elas envolverem meus braços em volta do seu pescoço e
uma voz bem longe nos mandando entrar em algum lugar.
Quando dou por mim já estamos dentro do contêiner escuro e pouco
ventilado, há pequenos buracos nas laterais do contêiner mas mesmo assim,
ainda está escuro. Já estou sentada no chão e sinto tapas de leve em meu
rosto.
— Marcelly? Fala comigo Marcelly reaja! Vamos! — A voz de
Jaqueline ecoa na minha mente enquanto eu olho fixamente para ela, mas mal
consigo vê-la.
Ouço também a voz de Brenda e Alita me sacudindo mas não consigo
reagir, depois de alguns poucos minutos tentando me reanimar eu finalmente
consigo diz alguma coisa.
— Não deixem eles se aproximarem de mim...? Por favor não
deixem...? Não deixem? — Sussurro encarando-as fixamente ainda sentindo
minhas lágrimas descerem.
— Ninguém vai se aproximar de você, ouviu? Nem que me matem
mas eu não vou deixá-los se aproximarem de você... Aquele monstro fez
alguma coisa com você? Abusaram de você de novo, Marcelly? — Pergunta
Alita segurando o meu rosto me encarando fixamente.
— Não... Eu consegui me livrar dele, mas foi por muito pouco...
Aquele verme chegou a rasgar a minha calcinha... Estava abrindo a calça se
preparando para me estuprar... Eu agi movida pelo desespero e o mordi,
enterrei as minhas unhas no seu pescoço e consegui tirá-lo de cima de mim...
Eu pensei que iria morrer hoje e talvez eu morra... Seria melhor que ser
estuprada por esses malditos. — Digo entre dentes sentindo o ódio, medo,
nojo e uma tristeza sem fim.
Elas se sentam a minha volta tentando me consolar, mas a minha
mente é invadida por imagens daquele homem me estuprando seguidas de
imagens do outro tentando me estuprar, sinto uma imensa vontade de gritar e
quebrar tudo a minha volta de tanta raiva e nojo que estou sentindo, mas aqui
não tem nada para quebrar e não posso gritar, ou vão entrar aqui e me matar e
atirar o meu corpo no mar.
Passo alguns minutos ali ouvindo as meninas falando sobre o que
queriam fazer com aqueles miseráveis, mas de repente ouvimos barulhos de
tiros do lado de fora e nos jogamos todas no chão com medo de sermos
atingidas, ouço o barulho da parte de aço se abrindo e o meu coração acelera,
será que vieram nos matar? O que vão fazer conosco? Meu Deus nos ajude,
nos tire desse inferno sãs e salvas.
A porta de aço se abre e vejo uma mulher entrar olhando atenta para
nós como se procurasse por alguém, foco meus olhos nela e vejo que é
Paloma então me levanto.
— Paloma! Meu Deus você está bem? Eu pensei que tivessem feito
alguma coisa com você... O que está acontecendo lá fora? Porque esses tiros?
— Corro na sua direção e a abraço ainda apavorada, mas sinto Jaqueline
abraçar a nós duas.
— Fiquem todas calmas! Se está havendo um confronto é porque a
polícia está aqui, então se abaixem e fiquem quietas...! Eles vão nos salvar eu
tenho certeza disso. — Nos tranquiliza Paloma enquanto nos leva de volta
para o fundo do contêiner, mas de repente ela é puxada abruptamente para
longe de nós.
— O que você fez sua cadela! Como você conseguiu avisar aquele
desgraçado onde estamos? Foi você não foi? Avisou ao delegado onde
estamos sua maldita? — Grita o filho do diabo furioso tirando-a novamente
do contêiner nos trancando novamente.
Não consigo mais ouvir nitidamente a voz da minha amiga, só
consigo ouvir vozes alteradas mas não compreendo o que está acontecendo,
os tiros param nos deixando um pouco mais calmas mas meus pensamentos
vão em Paloma, o que fizeram com ela? Será que ela está morta? Será que
esses miseráveis a mataram ou a polícia conseguiu resgatá-la?
De repente mais tiros são ouvidos e dessa vez mais perto de nós então
nos jogamos no chão gritando apavoradas, temendo que esses tiros nos atinja
e uma de nós acabe morrendo, minha mente está neutra, não consigo pensar
em nada e nem em ninguém, sinto a minha vida acabada, sinto como se tudo
que eu vivi até agora esteve se apagado da minha memória, tudo que vejo e
ouço se chama desespero e medo, o tempo parece ter parado mas ele volta
com força quando ouvimos mais tiros e alguém gritando, voltamos a nos
desesperar mas quando os tiros param novamente, ouço a porta de aço se
abrir e todas gritam achando que vieram nos matar também.
— Se acalmem meninas! Eu me chamo Yure e sou da polícia! Estou
aqui para ajudá-las não tenham medo...! O pesadelo acabou então venham
comigo...! Eu vou tirar vocês daqui. — Ele se aproxima com cautela
enquanto guarda a sua arma e vejo outros policiais entrando também.
Choro ainda mais não acreditando que tudo isso acabou, parece um
sonho, não consigo acreditar que vou ver novamente a minha família. Os
policiais nos ajudam a levantar com cuidado e muitas ainda estão em choque
como eu, se a polícia não chegasse a tempo a essa hora eu estaria sendo
estuprada pelo filho do diabo junto com a minha amiga, eu devia imagina que
o delegado faria de tudo para salvar a sua mulher, e consequentemente nos
salvar também.
Saímos todas do contêiner e fomos levadas para fora do navio, muitas
garotas saem correndo com medo de não conseguir sair desse pesadelo, mas
quando finalmente colocamos os pés para fora do navio, um alívio imenso
toma conta de mim, não consigo acompanhar Brenda e Alita, elas estão tão
apavoradas e assustada quando eu, sinto Jaqueline entrelaçar o seu braço no
meu me encarando com um pequeno sorriso, mesmo chorando tanto todas
nós.
— Conseguimos Marcelly... Estamos a salvas. — Diz entre lágrimas e
eu soluço de tanto chorar e ainda sinto a minha vida acabada mesmo estando
fora desse pesadelo.
Olho para frente enquanto caminhamos a passadas largas e vejo
Paloma correndo como se procurasse por alguém, encaro Jaqueline e
corremos ao seu encontro.
— Paloma! — Gritamos enquanto nos aproximamos dela correndo.
— Vocês estão bem? Não fizeram nada com vocês, não é...? Meu
Deus até que enfim esse pesadelo acabou. — Pergunta emocionada
abraçando a nós duas e choramos abraçadas.
Não conseguimos dizer nada além de chorar, mas de repente aquele
mesmo policial que entrou para nos resgatar se aproxima, chamando a nossa
atenção e nos separamos enquanto limpamos o rosto.
— Meninas vocês precisam vir comigo, precisamos pegar o
depoimento de vocês e depois vai ter um psicólogo aguardando para atendê-
las, se quiserem ligar para suas famílias ou alguém mais próximo, faremos
isso na delegacia... Vamos? — Ele se aproxima mais de nós mas Paloma o
segura pelo braço.
— Espera Yure! O que aconteceu com Emma? Ela ainda está viva?
Ela vai sobreviver a todos aqueles tiros? — Paloma o encara apreensiva então
avisto ao longe, Alita e Brenda conversando com um homem, então fomos na
sua direção abraçadas.
O homem se vira e vem correndo na nossa direção, minha nossa é ele,
é o Ramon, como vou encará-lo depois do que fizeram comigo? Como ele vai
reagir quando souber que fui violentada? Ele não vai me querer mais, vou
perdê-lo mesmo sabendo que nunca o tive de verdade.
Deixo os meus pensamentos de lado não me importando com nada e
corro na sua direção, tudo que eu preciso agora é de um abraço seu para saber
que realmente estou fora desse pesadelo.
Capítulo 22
Ramon
Eu tentei entrar juntos com os oficiais para o resgates das garotas, mas
Felipe não permitiu por receio de que eu fosse baleado, mas assim como
todos eles, eu também estou com um colete aprova de balas e queria a todo
custo ter entrado com eles para ajudar, mas Felipe é o delegado e eu tive que
acatar as suas ordens, mas assim que entrei no local e vi as garotas saindo do
navio eu me apressei para saber como elas estão, Alita e Brenda foram as
primeiras que eu vi saírem correndo do navio então vou até elas, meu Deus
elas parecem assustadas demais.
— Vai ficar tudo bem meninas, estão feridas? Eles fizeram algo com
vocês...? Meu Deus, venham! Tem uma vã da polícia esperando para levarem
vocês, eu preciso encontrar Marcelly, vocês a viram? — Elas me abraçam
forte ainda assustadas, eu retribuo o abraço guiando-as para longe dali, mas
me lembro de Marcelly.
— Ela estava logo atrás de nós... Estamos todas bem, só estamos
assustadas com tudo isso... Eu quero ver a minha família, Sr. Mitchell... Eu
pensei que jamais os veria de novo. — Brenda chora compulsivamente e eu
respiro fundo.
— Não se preocupem, vocês vão ver as suas famílias, mas antes o
delegado vai solicitar o depoimento de vocês para encerrar o inquérito...
Vocês passaram por coisas terríveis e ainda tem alguns daqueles filhos da
puta vivos, e para garantir que eles permaneçam atrás das grades por um bom
tempo, vocês precisam dizer a polícia exatamente tudo que aconteceu,
ouviram? Eu vou dar todo o suporte que vocês precisarem, não se
preocupem, vocês não estão desamparadas. — Tento tranquilizá-las mas elas
parecem em choque, olho em direção ao navio e vejo Marcelly chorando ao
lado de Paloma e outra garota. Mas Paloma é mulher do Felipe! O que ela
está fazendo aqui?
Meu coração acelera de uma maneira que nunca senti antes, sinto uma
imensa vontade de sair correndo para junto dela e é isso que eu faço, me
apresso para chegar até ela mas nesse momento ela se vira vindo com a
garota na minha direção, ela me vê e vem correndo se jogando em meus
braços me apertando tão forte que sinto o seu pânico e angustia.
— Você está aqui! Meu Deus você está aqui... Você procurou por
mim, você não me abandonou... Obrigada Sr. Ramon... Obrigada. — Ela
chora copiosamente ainda abraçada a mim, mas posso sentir o seu corpo
fraco e eu não penso duas vezes antes de pegá-la no colo.
— Diz parara mim que você está bem, Marcelly? Por favor minha
linda diz que você está bem? Não fizeram nada com você, não é? — Pergunto
preocupado encarando o seu rosto aflito enquanto levo-a para junto das outras
meninas, ela apenas deita a cabeça em meu ombro e seu silêncio não me
agrada.
Mudo o meu curso e levo-a para o meu carro, eu me preocupo com
todas as meninas, mas ultimamente a minha preocupação com Marcelly tem
sido maior que o desejado. Coloco-a no banco do carona e deito o mesmo
para que ela fique mais confortável, sem conseguir me conter eu acaricio o
seu rosto molhado pelas lágrimas, percebendo a sua respiração fraca.
— Você não respondeu a minha pergunta... Fizeram algo com você?
Te machucaram ou algo do tipo? Vamos Marcelly me diz? — Insisto na
minha pergunta e ela me encara fixamente deixando uma lágrima cair.
— Não precisa mais se preocupar... Ele já está morto... Otávio
Nogueira já pagou pelo que fez a mim e as outras meninas... Ele... Ele disse
que precisava fazer o teste drive para saber se... O material era mesmo bom
antes de fechar negócio com o comprador. — Ela me encara com uma dor tão
visível nos olhos, mas vira o rosto evitando me encarar.
A encaro chocado ao saber o que fizeram com ela, eu preciso me
certificar de que aquele maldito esteja mesmo morto, porque se não estiver eu
juro que mato aquele desgraçado filho da puta! Não acredito, ela foi
estuprada, a minha ruiva foi estuprada, violentada por aquele porco maldito!
— Não saia desse carro! Isso não é um pedido. — Aviso em um tom
firme me erguendo e fecho a porta do carro me apressado para ir até o Felipe.
Saio a procura de Felipe mas não o encontro, vejo Paloma ir em
direção vã onde as outras garotas estão e encontro Felipe próximo ao navio,
conversando com alguns agentes, vou até ele tentando controlar a minha fúria
mas assim que ver eu me aproximar, ele me encara atento.
— Eu só preciso de uma resposta sua, Felipe... Ele está vivo ou ele
está morto? Aquele monstro asqueroso do Otávio Nogueira! Ele está mesmo
morto? Diz para mim que ele está morto delegado! Aquele maldito violentou
algumas garotas e eu não vou deixar isso.... — Questiono irritado o
encarando furioso mas ele me interrompe.
— Relaxa cara! Ele está morto! Eu mesmo descarreguei a minha arma
nele... Aquele maldito já pagou por tudo que fez as meninas não se preocupe,
o estado de São Paulo vai oferecer atendimentos psicológicos a todas as
vítimas, para ajudá-las a superarem esse trauma... O pesadelo acabou meu
amigo, elas estão á salvas e não foram traficadas como aqueles merdas
pretendiam fazer, o importante agora é que elas estão vivas e estão bem,
quanto ao que aconteceu, veremos o que podemos fazer para ajudá-las. —
Ele tenta me tranquilizar e eu respiro fundo, olho em direção ao meu carro e
esfrego as mãos no rosto vendo imagens delas sendo violentada invadir a
minha mente.
— Eu quero te pedir um favor, Felipe... Porra cara não tem como
levar as meninas para depor amanhã? Elas estão muito abaladas, não sei se
vocês vão conseguir extrair muitas informações delas nesse estado... Estão
todas muito nervosas e ansiosas para verem suas famílias, seria melhor deixá-
las irem para casa descansar um pouco depois de tudo isso. — Sugiro um
pouco mais relaxado tentando distrair a minha mente para não pensar tanto
no que já passou.
— Sim Ramon, você tem razão, eu estava mesmo falando sobre isso
com Marcos, eles vão levar as garotas até as suas casas e amanhã vamos
colher o depoimento de cada uma delas... Eu também preciso levar a minha
mulher para casa, foi uma terrível surpresa para mim descobrir que ela
também estava entre as garotas que seriam traficadas, ainda não me recuperei
do susto e ela também não, eu preciso vê-la bem e em segurança em casa,
então pode levar as suas garotas, cara, entro em contato quando eu precisar,
está bem? — Diz ele me pegando de surpresa ao dizer que Paloma também
foi sequestrada, mas respiro aliviado pois graças a Deus as garotas estão
todas bem, apesar do que fizeram a elas.
— Beleza Felipe, eu vou estar à disposição para quando as meninas
tiverem que ir a delegacia... Eu sinto muito por Paloma ter passado por esse
trauma mais uma vez, afinal, é a segunda vez que ela é sequestrada mas eu
tenho que te dar os parabéns, cara, a sua mulher é muito forte, ela sabe como
enfrentar a situação e ainda consegue acalmar as outras meninas. — Olho em
direção a vã e vejo Paloma conversando tentando consolar as outras garotas,
isso é incrível.
— Tenho que concordar com você... Minha mulher é uma guerreira,
uma verdadeira heroína... Bom, conversaremos melhor depois, Ramon, vou
voltar a delegacia mas também vou estar disponível para o que precisarem,
meu amigo, mas antes vou levar Paloma em casa, os pais dela estão muito
preocupados. — Ele me abraça pelos ombros me guiando de volta em direção
a vã.
Converso com as minhas garotas e ofereço de levá-las em casa, mas
elas preferem que eu leve Marcelly para o hospital por acharem que ela não
está bem, olho em direção ao carro e a porta está aberta, dou meia volta
procurando-a pelo local e a encontro na beira da plataforma olhando
fixamente para água, meu coração se apertar e eu saio correndo em direção a
ela, porra ela vai pular e ela não sabe nadar.
— MARCELLY! — Só tenho tempo de gritar o seu nome e ela pula
na água me deixando em pânico.
Corro o mais depressa que consigo e pulo atrás dela mergulhando a
procura do seu corpo, olho de um lado para o outro mas não há vejo, meu
Deus onde ela foi parar? Subo para superfície para puxar o ar e mergulho
novamente, mas dessa vez vou mais fundo e vejo o seu corpo descer cada vez
mais para o fundo. Alcanço o seu corpo e abraço a sua cintura trazendo ela
para mim, olho para o lado e vejo Felipe segurando os braços dela para me
ajudar, nadamos o mais rápido que conseguimos e subimos para superfície.
Não acredito que ela fez isso, ela tentou se matar, Marcelly está muito
traumatizada e tentou se matar.
Quando ganhamos a superfície já tinham algumas boias a nossa volta
e mais um grupo de agentes para ajudar a tirá-la da água, ela está
inconsciente, ela se afogou caramba!
Assim que saímos da água os paramédicos de uma das ambulâncias
que está local, já estava nos esperando e começam a fazer a massagem
cardíaca nela, mas não a vejo reagir, meu coração se despedaça, meu coração
sangra como nunca senti antes, o que está havendo comigo? Eu me sinto
assim por qualquer um, certo? Porque que com elas está sendo diferente?
Porque sinto medo de perdê-la?
— Salvem ela pelo amor de Deus! SALVEM ELA! — Imploro
nervoso andando de um lado para o outro e Felipe me encara preocupado.
Mas de repente ouço quando ela começa a tossir cuspindo toda aquela
água que ela engoliu, caio de joelhos cobrindo o rosto respirando aliviado por
ela ainda estar viva.
— A pulsação dela está muito fraca, ela precisa ir para o hospital
agora mesmo! — Avisa o paramédico que a reanimou já pegando ela colo
colocando-a na maca que já estava preparada ao seu lado.
— Marcelly...? Marcelly você está me ouvindo...? Droga! Merda! —
Chamo por ela enquanto corro ao seu lado mas ela desmaia me apavorando
novamente.
— Ela vai ficar bem senhor, não se preocupe, ela precisa de oxigênio
a respiração dela está muito fraca... Vamos levá-la para o hospital do centro,
alguém precisa vir conosco para preencher a ficha dela. — Informa o
paramédico enquanto empurra a maca e eu mal consigo tirar os olhos dela.
— Eu vou com ela, Sr. Ramon, o senhor pode ir atrás de carro, eu
conheço bem a Marcelly e preencho a sua ficha. — Ouço a voz trêmula de
Paloma ao meu lado e só então percebo a sua presença.
— Tudo bem, eu vou seguindo vocês de carro, estarei logo atrás. —
Falo enquanto eles a colocando na ambulância e eu corro para o meu carro,
mas quando abro a porta do mesmo sinto uma mão no meu ombro.
— Espera Ramon! Você está muito nervoso cara, eu dirijo... Vamos!
— Felipe toma a chave da minha mão então corro para dar a volta no carro
entrando no mesmo em seguida.
Vejo a ambulância sair e nós saímos logo atrás seguindo para o centro
da cidade, meu coração ainda bate acelerado, mas quase me engasgo quando
Felipe me faz uma pergunta inesperada.
— Você a ama? Está apaixonado por ela, Ramon? — Sua pergunta
faz o meu coração parar algumas batidas e o ar me faltar. Engulo a seco
tentando respirar!
— Não! Não estou... Eu... Eu não estou apaixonado por ela, eu apenas
me preocupo com ela assim como me preocupo com todas as outras garotas...
Você e John sempre souberam que eu saio com as garotas das minhas
boates... Não estou apaixonado, é apenas preocupação e nada mais. — Me
justifico em um tom firme tentando passar verdade nas minhas palavras, mas
nem eu consigo acreditar nelas. Que merda está havendo?
— Fico feliz em saber que você se preocupa tanto assim com as suas
garotas, a ponto de querer a riscar a sua vida para salvá-las... Isso é o mais
humano que eu espero de um homem em relação a uma mulher... Ainda mais
sabendo que ele não a ama. — Seus olhos estão atentos na estrada mas ele me
encara desconfiado.
— Não me obrigue a desacatá-lo, Sr. Delegado! Apenas dirige essa
merda desse carro, ok...? Droga! — Retruco entre dentes furioso com as suas
insinuações e o infeliz gargalha na minha cara. — Qual é Watson? Vai se
ferrar cara! Me esquece! Foca na ambulância a sua frente por favor! —
Esbravejo ainda irritado e ele tenta controlar as suas gargalhadas. Filho da
mãe!
Não digo mais nada e ele levanta a mão em sinal de rendição, esse
cretino idiota não sabe o que está dizendo, não é porque ele caiu de quatro
por Paloma que sabe se estou ou não apaixonado, porque eu não estou, eu sei
que não estou apaixonado por ela, o sexo é maravilhoso, a gente se entende
muito bem na cama, mas é só isso e nada mais. Não sei se ela vai querer
continuar atendendo depois do que aconteceu, mas eu vou apoia-la no que ela
decidir, desde que ela não se afaste de mim.
Em poucos minutos já estamos estacionando na entrada do hospital e
eu salto do carro apressado, corro para dentro do mesmo e encontro Paloma
já preenchendo a ficha de Marcelly.
— Cadê ela? Onde está Marcelly? Ela já foi atendida? Ela está bem
Paloma, me diz? — Pergunto ao me aproximar dela angustiado e ela me
encara atenta limpando o rosto molhado pelas lágrimas.
— Ela vai ficar bem, Sr. Ramon, não se preocupe, os médicos
acabaram de levá-la para o atendimento mas ela vai ficar bem... Ela chegou
aqui consciente mas ainda está em choque... Eu sinto muito pelo que fizeram
com ela, eu não sabia até Brenda me contar, quando ia falar com ela,
Marcelly já tinha pulado na água... Meu Deus que loucura... Ela não devia ter
feito aquilo... Não devia! — Diz nervosa se tremendo e eu abraço-a tentando
acalmar a nós dois.
— Como você mesma disse, ela vai ficar bem... Ela vai precisar muito
das amigas dela nesse momento, Paloma, você pode fazer isso por ela? Por
favor? — Me afasto brevemente para encará-la e ela apenas balança a cabeça
concordando.
— Amor! Princesa como você está? Fica tranquila vai dá tudo certo...
Foi lamentável o que aconteceu mas ela agiu movida pelo desespero, ela se
sente ferida pelo que fizeram a ela e isso é traumatizante... Você passou por
algo parecido à um tempo atrás, sabe como ela se sente e sabe que ela vai
precisar de todo o apoio das amigas... Mas você precisa estar calma para
ajudar, está bem? — Felipe se aproxima acariciando as costas da sua mulher
e ela se solta de mim o abraçando apertado.
— Eu sei amor... Eu vou tentar... Eu ainda estou muito abalada com
tudo que passei hoje, e imaginar o sofrimento dessas garotas não está me
ajudando... Porque nós mulheres temos que passar por isso? Isso não é justo!
— Ela volta a chorar e Felipe a leva para se sentar, enquanto eu ando de um
lado para o outro ainda preocupado.
Paloma é amiga dela e está nesse desespero todo por gostar muito
dela, é assim que eu me sinto, desesperado por gostar dela mas isso não
significa que estou apaixonado. Tento tirar essa história da minha cabeça e
vou até o corredor a procura de algum médico, mas não vejo ninguém, apenas
algumas enfermeiras andando de um lado para o outro dizendo que eu não
podia ficar ali, respiro frustrado e volto para recepção, Felipe me encara
apreensivo enquanto eu vou a passadas largas na sua direção.
— Cara você é delegado, me ajuda a entrar lá? Eu preciso vê-la!
Preciso saber como ela está. — Me aproximo dele afobado por não conseguir
ir até Marcelly.
— Sim eu sou delegado, Ramon, mas eu não posso fazer nada, ela
está sendo atendida então... — Ele se levanta me encarando atento mas é
interrompido por um médico que aparece na recepção.
— Tem algum acompanhante da Srta. Marcelly Alencar? — Pergunta
olhando a sua volta e eu me apresso para chegar até ele.
— Nós estamos com ela doutor! Eu sou Ramon Mitchell e sou
responsável por ela, como ela está? Ela está fora de perigo, não é? Podemos
vê-la? — Pergunto mais eufórico que o normal pegando até a mim mesmo de
surpresa com isso.
— Sim, Sr. Mitchell, ela está bem, ela já está no quarto e vai precisar
passar algumas horas em observação, se depois disso ela estiver se sentindo
melhor eu lhe darei alta... Ela está no quarto 301 no terceiro andar, vocês já
podem ir vê-la mas sugiro que entre um por vez, o estado emocional dela está
bastante afetado, parece que ela sofreu um trauma grande... Ela nos contou o
que houve e por isso decidimos fazer alguns exames, também estamos dando
a ela o coquetel para prevenir possíveis doenças, não sabemos se a camisinha
usada estourou ou não então estamos fazendo isso como uma prevenção. —
Explica o médico analisando uma prancheta na sua mão e suas palavras me
atinge como um soco no estômago.
— Eu preciso vê-la... Eu... Eu só preciso vê-la por favor! — Não
consigo ouvir mais nada, eu só quero estar com ela, quero protegê-la como
não fui capaz de fazer antes de tudo isso acontecer.
Me apresso para chegar ao elevador e entro no mesmo apertando o
botão do andar impaciente, eu quero estar logo com ela, eu preciso estar com
ela. Assim que chego no terceiro andar eu saio do elevador apressado a
procura do quarto em que ela está, meu coração está batendo muito acima do
ritmo normal, sinto que estou parando de respirar, puxo a respiração com
força e então entro no quarto me deparando com ela dormindo, ela parece tão
tranquila, diferente da cena que presenciei lá no Porto.
Me aproximo dela com os olhos focados no seu rosto, encaro o seu
corpo antes de voltar a encarar o seu rosto e pego a sua mão, ela está tão
gelada, encaro seus lábios pequenos louco para beijá-la, mas me controlo,
aquela angústia, aquele aperto no peito volta a me incomodar.
— Me desculpe ruivinha... Me perdoa por falhar na segurança de
vocês, as outras meninas também estão mal, mas você... Você está me ferindo
por dentro por estar assim, em uma cama de hospital... Você deve estar me
odiando, talvez queira se afastar da boate e também de mim depois do que
aconteceu, e... Eu vou te ajudar e te apoiar no que for preciso minha linda...
Você só precisa sair logo daqui, você precisa melhorar logo. — Acaricio a
sua mão desejando a todo custo pegá-la no colo e tirá-la daqui.
Ela se mexe mas não abre os olhos, sinto sua respiração pesar e ela
aperta de leve a minha mão.
— Sim... Eu quero sair da boate... Não quero mais isso para mim,
Ramon... Mas não odeio você... Eu preciso de ajuda... Preciso superar tudo
isso... Foi cruel e doloroso demais, me sinto suja como nunca me senti
antes... Me sinto violada de todas as formas e... Provavelmente você nunca
mais vai me olhar como antes, mas... — Seu tom angustiado e sofrido me faz
interrompê-la com um beijo, o que eu estava desejando desde que soube que
ela havia sido levada.
— Não quero você pensando besteiras porque isso não é verdade... Eu
vou te ajudar no que você precisar, assim como as outras garotas também, sei
que todas vocês estão muito traumatizadas e você muito mais que elas, mas...
Não quero você pensando que o acontecido vai influenciar no meu
comportamento com você, porque não vai, ouviu...? Vamos conversar com
calma depois que você estiver melhor, está bem? — Acaricio o seu rosto e ela
força um sorriso, e mesmo assim, isso faz eu me sentir um pouco melhor.
— Está bem, precisamos mesmo conversar... Eu tive medo de não te
ver de novo. — Ela me encara com um olhar amoroso me pegando de
surpresa com isso. O que ela está fazendo? Está me confundindo ainda mais!
Capítulo 23
Marcelly
Não sei o que deu em mim, agi sem pensar enquanto me lembrava
daquele homem me estuprando, não queria mais conviver com aquilo então
apenas saí do carro e caminhei até a beira da plataforma, encarei aquela água
pensando que ali eu poderia deixar todo o meu sofrimento sair do meu corpo,
então pulei no mesmo instante em que ouvi alguém me gritar, quando dei por
mim já estava indo para o fundo da água me debatendo enquanto engolia toda
aquela água suja e salgada, foi uma das piores sensações que já senti na
minha vida mas logo meu inconsciente não existia mais, tudo que eu
consegui ver por um breve segundo foi a imagem dos meus pais chorando
então eu apaguei.
Quando acordei já no hospital eu o vi ali sentando ao meu lado na
cama, segurando firme a minha mão como se tivesse medo de me soltar,
conversamos brevemente e ele me garantiu que não me deixaria, seu olhar
abatido transbordando tristeza por me ver ali em uma cama de hospital, me
surpreendeu, ele está realmente sofrendo por mim ou está com pena? Não
vou queimar os meus neurônios pensando coisas que talvez não existam, vou
esperar para conversarmos com calma depois.
Sentir os seus lábios nos meus depois de dias trancada, depois de ser
abusada e pensar que ele sentiria nojo de mim, seu gosto está ainda mais doce
que antes, seu beijo está ainda mais envolvente e saber que ele não vai se
afastar de mim me acalmou, acaricio o seu rosto e encaro os seus olhos com
ternura por ele ter lutado por mim e pelas meninas, mas vejo que ele tem a
sua atenção e preocupação mais atentos a mim.
Toco os meus lábios pensando que eu poderia nunca mais vê-lo e
senti-lo novamente perto de mim, sinto uma imensa vontade de gritar que
senti a sua falta, que gosto dele como nunca imaginei gostar de alguém, mas
a minha voz não sai, minha respiração pesa com a imensa vontade que sinto
de abraçá-lo então o faço, o abraço apertado não querendo soltá-lo mais.
— Ficar longe de você por todos esses dias, foi uma das piores coisas
que já me aconteceu... Pensar que eu poderia não te ver mais me destruiu por
dentro... Eu só quero que você fique bem, ruivinha... Quero que fique segura
perto de mim. — Ele me aperta de volta e beija o meu ombro me fazendo
sentir uma sensação gostosa, fazendo eu me sentir eu mesma novamente.
— Me sentir segura perto de você, é o que eu mais quero... Eu vou
precisar de um tempo para me recuperar, não me sinto bem comigo mesma
depois do que aconteceu, eu... Eu quero algo novo para mim e sei que meus
pais vão me apoiar nisso, afinal eles sempre tentaram me convencer a
arrumar um trabalho melhor... Por falar neles, como eles estão? Eles sabem o
que aconteceu comigo? — Me solto dele me acomodando novamente na
cama enquanto me lembro dos meus pais, meu coração volta a acelerar.
— Fica tranquila eles estão bem, eu não contei nada a eles e nem
permitir que nenhuma das meninas falasse nada... Eu queria ter certeza de
que teríamos você e as garotas de volta antes de falar qualquer coisa a eles, eu
apenas disse a eles que estava viajando e que você estava comigo... Claro que
eles pediram para falar com você, mas, eu tive que mentir ainda mais dizendo
que naquele momento você não estava comigo, e que depois você ligaria,
mas eles continuaram ligando e eu tive que desligar o celular, eu não sabia
mais o que dizer e não conseguia mais continuar mentindo, então... Eles
ainda estão esperando notícias suas, mas acho melhor você falar com eles
mais tarde, você ainda está muito abalada e... Não vai ser bom que eles
ouçam a sua voz tristinha sem eles poderem está por perto, para verem que
você está mesmo bem. — Ele me encara meio sem jeito e acho fofo toda essa
sua preocupação com os meus pais.
— Está bem, eu ligo para eles mais tarde, ou você pode trazê-los para
me ver, se não for pedir demais, é claro... Estou morrendo de saudade deles...
Eu pensei que nuca mais os veria e isso me destruiu por dentro. — Tento a
todo custo controlar as minhas emoções mas deixo uma lágrima cair ao falar
deles.
— E de mim? Você sentiu saudade...? Pensou em mim também,
Marcelly? — Ele me encara fixamente fazendo a minha respiração pesar.
— Muito... Senti muito a sua falta, mas... Eu pensei em você tendo
nojo de mim ao saber o que fizeram comigo, e eu... — Desvio os meus olhos
dele mas o mesmo me interrompe pondo um dedo nos meus lábios.
— Como pôde pensar isso de mim, ruivinha? Eu jamais sentiria nojo
de você por isso... A única coisa que eu sinto é raiva por não ter matado eu
mesmo o filho da puta que fez isso com você...! Eu não quero você me
evitando por causa do que aconteceu, ouviu bem? Eu não aceito que você se
afaste de mim, Marcelly! — Ele se levanta da cama alterado me pegando de
surpresa com a sua reação. — Suas amigas estão esperando para te ver, eu
vou sair para elas entrarem e depois eu volto... Eu preciso tomar um café,
estou a três dias sem dormir preocupado com você... E com as outras garotas
também. — Revela ainda inquieto esfregando as mãos no rosto mas se
aproxima novamente. — Se precisar de algo, é só pedir para me chamarem,
entendeu...? Eu volto em alguns minutos. — Ele acaricia o meu rosto me
encarando sério e eu apenas balanço a cabeça concordando.
Ele se vira e sai do quarto me deixando aqui pensativa, estou surpresa
por ele não querer se afastar de mim, mas também não vou negar que estou
feliz por ele estar aqui comigo.
Assim que ele sai as minhas amigas entram me encarando
apreensivas, não tem como não pensar em tudo que nós passamos naquele
inferno.
— Sei que é bobagem perguntar como você está, mas eu quero que
você saia logo desse hospital, ouviu...? Não quer passar uns dias comigo lá
em casa? A minha mãe vai adorar ter você conosco, ela já aprendeu a aceitar
as minhas amizades... Eu também passei por situações traumatizantes nesse
sequestro, amiga, e iria adorar ter você por perto. — Paloma se senta à beira
da minha cama e eu a encaro desanimada, sem ânimo para nada.
— Eu prometo pensar na sua proposta amiga, seria muito bom passar
um tempo com você, mas... O Sr. Ramon vai me ajudar a sair da boate, quero
ter uma oportunidade legal como você teve de sair e encontrar um emprego
bacana... Mudar de vida sabe? Eu vou ficar uns dias fora da boate até
conseguir me recuperar, mas pensei em ir ficar com os meus pais adotivos, eu
vou vê-los todo dia mas eu quase não os vi essa semana, e depois de tudo que
aconteceu nos últimos dias, eles devem estar muito preocupados por não
verem e nem falarem comigo... Quero passar mais tempo com eles, eles
entendem que estou na boate a trabalho, mas... Não quero que eles me vejam
apenas quando tenho que ir levar dinheiro para ele... Sinto falta da minha
família. — Digo em um tom triste pensando nos meus pais e sinto minhas
lágrimas voltarem a descer.
— Eu te entendo, Marcelly, e super te apoio, a família é o bem mais
preciso que temos nessa vida e precisamos valorizá-la... Eu não queria tocar
nesse assunto agora porque você ainda está mal, eu sei que você agiu pelo
desespero e pela angústia do que aconteceu, mas... Eu estou muito triste por
você ter tentado se matar, você não sabe nadar e mesmo assim você pulou na
água, Marcelly... Não quero te criticar, eu... Eu só estou tentando dizer que
tive medo de perder você... O Sr. Ramon ficou apavorado quando te viu pular
na água e na mesma hora ele pulou atrás de você para te salvar. — Vejo-a
apreensiva e eu a encaro surpresa com o que ela disse.
— Sério...? Ele... Ele pulou na água para me salvar? — Pergunto
ainda surpresa mas automaticamente sinto um sorriso se forma no meu rosto.
— Sim, ele pulou, o Sr. Ramon estava muito angustiado por te ver
desacordada, você nos deu um baita susto garota... Nunca mais faça algo
assim de novo, ouviu? Você sofreu muito mas você não está sozinha nessa
terra, tem muita gente que te ama e vai sofrer quando souber que quase te
perdemos... Você vai passar por isso ao lado da sua família e ao lado das suas
amigas, vamos superar o que aconteceu todas juntas, ok? — Ela segura a
minha mão com carinho e acaricia o meu rosto, quem diria que eu e Paloma
fossemos nos tornar grandes amigas.
— Obrigada, Paloma... Você se tornou a minha melhor amiga, guria...
Nos conhecemos em uma boate e já fomos rivais disputando os melhores
clientes naquele lugar, e agora veja só onde estamos? Foi um maldito cliente
que me jogou dentro de um quarto sujo e fez horrores comigo... Eu não quero
mais isso Paloma... Não quero mais essa vida, amiga, ela é mais perigosa do
que a gente imagina, e o pior é que a gente só enxerga isso quando acontece
algo ruim com a gente. — Volto a chorar e ela me encara pensativa, sei que
ela está se lembrando do que também passou nas mãos daqueles monstros.
Conversamos um pouco mais mas sinto o sono se aproximar
rapidamente, acho que os remédios colocados no soro estão fazendo efeito,
logo estou dormindo com Paloma ao meu lado, mas também quero ver as
meninas, sei que elas estão lá fora só esperando para me verem, mas não
consigo mais ficar de olhos abertos, me entrego ao sono sem conseguir
esperar por mais ninguém.
Durmo para tentar esquecer mas isso não dá certo, sonho com aquele
homem nojento me estuprando enquanto estou amarrada feito um bicho, tento
gritar mas não consigo por estar com a boca amordaçada.
— Me solta! Por favor me solta...! Não faz isso... Não faz isso está me
machucando...! — Imploro em meio ao choro mordendo a mordaça com
forca para tentar esquecer a dor, mas ele não para.
— Para de reclamar! Você transa com vários homens por dia então
tem que me aguentar! — Esbraveja me penetrando ainda com mais força
enquanto sinto minhas lágrimas descerem livremente.
— PARAAA! SEU PORCO NOJENTO ME SOLTA! ME SOLTA!
ALGUÉM ME AJUDA! Por favor me ajuda! — Grito tentando soltar as
minhas mãos mas recebo um tapa forte na bunda. — AHHH... — Grito antes
de perder o fôlego.
— Marcelly? Acorda ruivinha...? Marcelly! — Ouço alguém me
chamar mas não vejo ninguém.
Olho para os lados mas tudo que consigo ver são dois homens se
masturbando na minha frente enquanto sou estuprada, choro, grito e tento
me debater enquanto eles gargalham se aproximando de mim, me desespero
pois sei que eles também vão me estuprar.
— NÃO! NÃO POR FAVOR JÁ CHEGA! PARA POR FAVOR! —
Grito mastigando a mordaça na minha boca mas eles continuam se
aproximando enquanto se masturbam.
— Marcelly não faz isso comigo! Abra os olhos ruivinha...? Por favor
abra os olhos eu estou mandando! Me obedeça e abra os olhos! — Sinto o
meu corpo sendo sacudido e a voz aflita de Ramon me mandando para
acordar.
— Me ajuda...? Me ajuda...? Me ajuda...? — Me debato sentindo o
meu corpo sendo apertado e os meus lábios são devorados com um beijo
urgente, mas não consigo corresponder.
Apenas quando a sua língua entra na minha boca e toca a minha eu
consigo me acalmar e corresponder ao seu beijo antes de abrir os olhos, o
encaro ofegante e ele me encara apreensivo e preocupado, ele me abraça
apertado e eu choro em silêncio também o apertando para me sentir segura
em seus braços.
— Se acalma princesa eu estou aqui... Foi só um pesadelo não tenha
medo. — Ele beija o meu ombro repetidas vezes enquanto me aperta no seu
corpo e acaricia as minhas costas, eu apenas choro.
— Eu quero sair daqui, Ramon...? Eu quero ir pra casa...? Quero ver
os meus pais por favor...? Me tira daqui...? Por favor...? — Peço o apertando
ainda mais forte e sei que ele sente o quanto estou desesperada.
— Eu sinto muito ruivinha, mas você não poderá sair agora, você
tentou suicídio então um psicólogo virá falar com você antes de te
liberarem... Eu quero ter certeza de que você está bem para sair daqui, que
não tentará uma loucura como aquela novamente... Mas eu posso trazer os
seus pais aqui se você quiser, posso falar apenas que você sofreu um acidente
e que está internada esse tempo todo sem avisá-los, para não preocupa-los. —
Ele se solta de mim me encarando atento e ainda preocupado.
— Eu não gosto de mentir para os meus pais, e mesmo sabendo que
será um choque para ele saber a verdade, eu tenho que contar o que houve...
Eles vão me proibir de sair de casa por um tempo, mas... Eles vão ficar mais
tranquilos quando souberem que eu não vou mais voltar para boate... Que
você vai me ajudar a sair dessa vida porque eu não quero mais isso, Ramon...
Não quero outro homem tocando em mim além de você, mas se não me
quiser mais eu não vou querer nenhum outro homem perto de mim tão cedo
e... — Rebato o encarando atenta mas desvio os olhos dele, envergonhada por
admitir que só quero ele, mas ele me interrompe.
— Fico muito feliz em saber disso, ruivinha... Porque eu também só
quero você, só você me deixa louco de maneira que nenhuma outra mulher
me deixou antes... Só você me faz querer coisas que a muitos anos eu não
queria com ninguém... Eu quero você para mim, Marcelly... Não vou aceitar
que seja de mais ninguém porque você é minha...! É difícil para mim admitir,
mas... Eu gosto de você ruivinha, não consigo mais te ver como antes, como
uma simples prostituta... Eu te vejo agora como uma mulher linda e
maravilhosa, uma mulher que não merece a vida que leva naquela boate, eu
não vou mais permitir que você trabalhe em um lugar como aquele porque
você é minha, porque eu... Marcelly eu... Eu... — Ele me encara com tanta
ternura me pegando de surpresa com a sua confissão, mas ele fica inquieto
tentando dizer algo mais, mas não consegue, mas o que ouvi dele até agora já
me deixou feliz.
— Também não é fácil para mim admitir isso, Ramon... Mas eu
também gosto de você... Na verdade, enquanto estive em cativeiro sendo
maltratada por aqueles monstros, eu... Eu descobri que estou apaixonada por
você... Quando eu pensei que poderia nunca mais ver você novamente eu
senti o meu coração se quebrar... Talvez você me veja como uma tola por me
apaixonar por você, mas eu não escolhi isso... Eu simplesmente me apaixonei
por você e não sei se... — Confesso sentindo as minhas lagrimas descerem
enquanto ele me encara tão surpreso quanto eu mesma, por dizer tudo isso
assim olhando em seus olhos.
Mas ele me interrompe com um beijo tão doce, tão carinhoso que
sinto vindo dele o mesmo sentindo que sinto por ele.
— Você não precisa saber de mais nada meu anjo... Você só precisa
saber que você é minha... Sempre foi e não vai deixar de ser, minha
ruivinha... Você é minha e eu não vou aceitar perder você, ouviu bem?
Vamos conversar com os seus pais sobre o que aconteceu, mas eu não vou
aceitar que eles me afastem de você... Eles precisam entender que você é
minha mulher e não vai deixar de ser! — Diz entre os beijos mas me encara
decidido e determinado, com aquele ar de mandão que me deixa fascinada
por ele, sorrio feito uma boba por ele dizer que sua mulher. — Você me
confunde, me enlouquece com esse sorriso tão lindo, tão meigo... Porra
Marcelly! Você chegou para bagunçar a minha vida, garota... O que eu faço
com você, Marcelly? — Ele me olha nos olhos antes de encarar a minha
boca, passando o seu polegar pelos meus lábios.
— Me beija, Ramon...! Apenas me beija! — Ofego com essa sensação
que ele me causa e Ramon atende o meu pedido avançando na minha boca
com urgência.
— Porra ruivinha... Você ainda está no hospital... Ainda não está bem
e eu preciso me controlar... Sei que você acabou de sair de uma situação
traumática, mas... Porra eu estou te desejando meu anjo. — Ele se separa de
mim ofegante e eu coro por ele ainda me desejar, mesmo depois de saber o
que fizeram comigo.
Meu Deus! Eu estou mesmo apaixonada por esse homem, eu o quero
para mim como nunca fui capaz de querer outro homem nessa vida. O encaro
surpresa e ao mesmo tempo feliz por saber que não vou perdê-lo, melhor, por
saber que mesmo não estando apaixonado por mim, ele gosta de mim, ele me
quer tanto quanto eu o quero então vamos ter um ao outro, mesmo que não
saibamos por quanto tempo, eu vou amar esse homem.
Capítulo 24
Yure
Resgatar as garotas sequestradas não foi fácil, até porque, não
fazíamos ideia de onde elas estavam mas graças a um rastreador que Felipe
colocou na arma de Paloma, conseguimos descobrir onde elas estavam e as
resgatamos sãs e salvas, muitas delas estão muito abaladas e algumas até
mesmo em cheque, Marcelly estava tão transtornada que pulou na água
mesmo não sabendo nadar, ela estava claramente tentando suicídio mas
graças a Deus conseguiram salvá-la antes que o pior acontecesse.
— Yure! As meninas já estão sendo tiradas do local, algumas serão
levadas até as suas casas e outras concordaram em depor ainda hoje, elas
estão sendo levadas para delegacia... Você vai precisar estar lá para pegar o
depoimento delas, já que Felipe acompanhou Ramon até o hospital. —
Marcos se aproxima chamando a minha atenção enquanto termino de
conversar com um dos policiais, que leva um dos detidos para uma das
viaturas.
— Tudo bem, eu já vou segui de volta até a corporação, venha
comigo Marcos! Eu vou precisar de você lá. — Sigo para o meu carro e ele
vem ao meu lado.
Conversamos brevemente e entramos cada um em seu carro seguindo
de volta para delegacia, não consigo tirar da minha mente a imagem daquelas
garotas jogadas dentro de um contêiner, chorando assustadas e temendo por
suas vidas, é crueldade demais o que fizeram com elas e me surpreendi ao
encontrar entre elas, Jaqueline, a jovem que trabalha com Paloma no
restaurante, como ela foi parar ali? Eu não me lembro de terem registrado o
seu desaparecimento, será que ela foi pega junto com Paloma? Será que
aquele infeliz do Arthur... Ou melhor dizendo, aquele desgraçado do Otávio
filho trouxe as duas com certeza, mas ele pagou com a própria vida pelo que
fez e estou satisfeito por isso.
Depois de alguns minutos chegamos a delegacia e posso ver a
primeira vã chegar com algumas das garotas, saio do carro no mesmo instante
em que algumas garotas saem da vã ainda chorando, e uma delas desmaia
deixando as outras apavoradas.
— SOCORRO! ALGUÉM AJUDE POR FAVOR! — Pede uma das
garotas aos gritos desesperada e eu corro para ajudar.
— Se acalmem vai ficar tudo bem! Ela parece fraca vamos mandá-la
para um hospital. — Pego a garota no colo e nesse momento encosta uma
segunda vã, mas eu não posso me ausentar da delícia agora. — Marcos! Me
ajude! Leva ela para uma viatura e pede para levarem ela até o hospital, se
alguma das garotas quiserem acompanhar não se oponha, eu não posso sair
daqui agora, eu preciso receber as outras garotas. — Peço já lhe entregando a
garota e rapidamente ele faz o que peço.
Oriento as outras garotas a entrarem e peço para que uma das policiais
as levem para uma sala, onde possam esperar serem chamadas para tomarmos
os depoimentos. Vou para sala de Felipe e chamo um dos escrivães para me
acompanhar, os depoimentos precisam ser registrados e assinados então peço
para que tragam a primeira garota, começo o depoimento falando com uma
por uma e praticamente todos os depoimentos são parecidos, todas foram
surpreendidas em algum lugar e levadas de maneiras brutas como vimos nas
imagens de alguns dos casos registrados, a maioria são garotas de programas
mas algumas delas são donas de casa, estudantes e até mesmo uma
empresária está no meio das sequestradas, e a maioria foram estupradas e isso
é o que mais me revolta nessa situação toda, ainda bem que a maioria
daqueles monstros estão mortos agora.
Depois de tomar os depoimentos de 15 das garotas eles trazem uma
morena que logo reconheço, é Jaqueline e ela ainda chora em silêncio, está
pensativa e sei bem o quanto ela está sofrendo pelo que passou, todas elas
estão na mesma situação mas quando vemos alguém conhecido a surpresa é
ainda maior, será que ela também foi estuprada? Para estar nesse estado é
provável que sim, Merda! Eu já me peguei admirando essa moça algumas
vezes enquanto me servia no restaurante, ela é linda e mesmo com os olhos
inchados de chorar a sua beleza está ali presente, já pensei em chamá-la para
sair algumas vezes mas nunca tive oportunidade para fazer isso, sei que ela é
solteira pois Felipe me confirmou isso.
— Srta. Jaqueline! Acha que está em condições de depor? Se sente
bem para fazer isso? Do contrário podemos adiar o seu depoimento para
amanhã ou quando se sentir melhor. — A encaro atento e ela que estava de
cabeça baixa finalmente me encara.
— Me desculpa... Eu não consigo fazer isso agora... Eu quero ir
embora... Por favor eu quero ir embora... — Pede entre soluços me deixando
realmente preocupado com ela.
— Tudo bem, podemos adiar o seu depoimento, acho que por hoje já
chega vocês estão muito abaladas para continuar com isso agora... Me dê o
número de algum parente ou uma amiga que eu possa ligar para virem de
buscar, você não está em condições de sair daqui assim... A última garota que
ficou sozinha por alguns minutos tentou suicídio. — Digo já pegando o
telefone e ela chora ainda mais.
— Eu não tenho ninguém inspetor... Eu sou sozinha e não tenho para
quem ligar... Eu só quero ir pra casa e ficar sozinha. — Sua voz trêmula e sua
expressão abatida me deixa ainda mais preocupado, essa garota não pode
ficar sozinha nesse estado.
— Você não tem nenhuma amiga que possa ficar essa noite com
você? Não acho prudente você ficar sozinha Jaqueline. — Me levanto dando
a volta na mesa me aproximando dela.
— A única amiga que eu tenho também está na mesma situação
inspetor... Paloma também deve estar tão arrasada quanto eu e ainda foi ficar
com Marcelly, uma amiga dela que também foi sequestrada e tentou o
suicídio... Não vou incomoda-la então eu prefiro ficar sozinha. — Ela funga
limpando o rosto e se levanta me encarando envergonhada.
— Tudo bem, eu te levo em casa, eu só preciso dispensar as outras
meninas e ver se alguma delas precisa ir ao hospital... Eu já volto, por favor
me espere aqui está bem? — Ela me encara surpresa mas balança a cabeça
concordando e se senta novamente.
Saio da sala e sigo até as outras garotas ainda esperando para depor,
converso com elas brevemente e vejo que o psicólogo já está na companhia
delas, orientando-as e dando os seus conselhos, cada uma delas terá uma hora
marcada para algumas seções se assim elas quiserem, não podemos obrigá-las
a isso se elas não se sentirem a vontade para esse atendimento.
Depois de dispensar as garotas e pegar os nomes de cada uma delas,
eu peço ao Marcos para encaminhá-las de volta para as vãs para que sejam
levadas para suas casas, se alguma delas quiserem ir para o hospital, também
pedi que alguém leve-as mas a maioria preferiram ir direto para casa e verem
suas famílias.
Depois de alguns minutos volto para sala do delegado decidido a levar
Jaqueline em casa, mas quando passo pela porta a encontro caída no chão
desmaiada e o escrivão não está mais aqui.
— Jaqueline! Jaqueline reaja! Por favor não faça isso comigo...? —
Chamo por ela preocupado mas ela não reage, pego ela no colo e saio da sala
apressado.
— Inspetor precisa de ajuda? O que aconteceu? Acho melhor levá-la
parando hospital. — Pergunta um dos policiais vindo na minha direção mas
passo direto por ele.
— Eu a levarei para o hospital, se precisarem de mim eu estarei no
celular. — Aviso já saindo da delegacia e me apresso para chegar no meu
carro.
— Yure precisa de ajuda? Leva ela para o hospital do centro, algumas
das garotas foram levadas para lá, o delegado se encontra lá com a mulher e
também com Ramon. — Marcos vem na minha direção enquanto coloco
Jaqueline no carro.
— Beleza Marcos! Fica atento a tudo, qualquer coisa liga para mim
ou para Felipe, estaremos no mesmo lugar. — Dou a volta no carro e entro
em seguida e ele apenas concorda antes de entrar na delegacia.
Dou a partida no carro e saio dali apressado, sigo para o hospital do
centro ainda preocupado com a mulher desmaiada no bando do meu carro,
porra ela não pode ficar sozinha, ela pode tentar suicídio assim como uma das
garotas do Ramon, mas o que eu posso fazer? Ela disse que não tem
ninguém, Paloma é sua amiga mas também passou por traumas hoje assim
como ela, e mesmo depois de tudo isso ela acompanhou a outra amiga até o
hospital, porra o que eu faço? Eu não posso deixá-la sozinha.
Pouco minutos depois estou estacionando na entrada do hospital e
saio do carro dando a volta no mesmo, pego a garota no colo e entro
apressado no hospital pedindo por ajuda, logo ela é levada para o
atendimento, eles me pedem para preencher a ficha dela mas eu mal a
conheço de vista, não sei nada sobre ela então explico que sou inspetor de
polícia e ela é uma das garotas sequestradas e precisa de ajuda, rapidamente
eles a levam para o atendimento e eu fico, ali parado sem saber o que fazer.
— Yure? O que está fazendo aqui cara? Aconteceu alguma coisa? —
Saio dos meus pensamentos com a voz de Felipe atrás de mim, me viro para
encará-lo e o vejo com Paloma e o Sr. Gusmão ao seu lado.
— Felipe... Eu trouxe uma das garotas para o hospital, estavam todas
muito agitadas e nervosas então preferi dispensá-las por hoje e retomar os
depoimentos a partir de amanhã... Mas uma delas desmaiou e achei melhor
trazê-la para o hospital... Assim como a garota do Ramon, Jaqueline está
muito abalada, ela está em choque. — Explico pensativo e Paloma se
aproxima preocupada.
— Jaqueline? Ela está aqui no hospital? Como ela está? Eu quero ver
a minha amiga Felipe! Eu não vou sair daqui sem vê-la. — Questiona Paloma
se desesperando e volta em direção a recepção, mas eu chamo por ela.
— Espera Paloma? Ela acaba de ser levada para o atendimento, eles
precisam que alguém preencha a ficha dela e talvez você possa ajudar a dar
pelo menos algumas informações sobre ela, eu te acompanho vamos! — Vou
na sua direção e logo estamos na recepção dando informações sobre
Jaqueline, e também para saber sobre ela.
Felipe se aproxima com o delegado Gusmão e eles também estão
preocupados com as garotas resgatadas, muitas delas foram levadas direto
para suas famílias e outras saíram da delegacia direto para o hospital, pois
ainda estão feridas por terem sido estupradas e espero de coração que todas
elas fiquem bem, nenhuma mulher merece ser tratada dessa maneira tão
cruel, claro que tem sempre algumas que fazem de tudo para se tornarem um
monstro, como por exemplo Emma e Bruna, o que elas fizeram com Paloma
ainda não foi esquecido.
Paloma está bastante preocupada e quer ficar com a amiga, já que ela
não tem ninguém, fiquei mais tranquilo depois disso e me juntei a Felipe e
Gusmão enquanto Paloma é levada por uma enfermeira até Jaqueline.
Conversamos brevemente e eu me despeço para voltar a delegacia, Gustavo e
Felipe ainda vão esperar por Paloma pois ela também precisa descansar
depois de tudo que passou no dia de hoje.
Saio do hospital e entro no meu carro seguindo de volta para
delegacia, estou mais tranquilo por saber que a garota terá o devido
atendimento e não estará sozinha, será muito triste se mais uma das garotas
tentar suicídio como a ruiva do Ramon, sei que estão todas muito
traumatizadas e nesse momento, o apoio de suas famílias deve ser essencial
para elas.
Depois de alguns minutos no trânsito eu chego na delegacia para dar
continuidade aos trabalhos, entro na sala do delegado e nesse mesmo instante
Marcos aparece para informar sobre as prisões de hoje. Fizemos os relatórios
do resgate das garotas e as mortes de alguns envolvidos nos sequestros,
deixamos tudo preparado para Felipe tomar as devidas providências sobre as
transferências dos presos para o presídio, e espero que esses vermes
miseráveis passem o resto de suas vidas malditas atrás das grades.
TRÊS SEMANAS DEPOIS...

— Yure! Vamos sair para almoçar? Eu estou faminto cara... Já


terminou o relatório das prisões de hoje? — Saio dos meus pensamentos com
Felipe entrando na minha sala.
— Vamos sim meu amigo, eu também já estou zonzo de fome... Os
relatórios já estão prontos, já pode levá-los se quiser. — Me levanto da minha
mesa pegando o meu celular e os relatórios para entregá-lo.
— Deixa-os ai meu amigo, quando voltarmos eu pego-os com você
porque agora precisamos ir, meu pai está nos esperando para almoçarmos
juntos, eu quero curtir cada momento junto com ele para recuperar o tempo
perdido... É surpreendente Yure, meu pai esteve esse tempo todo perto de
mim e eu não sabia meu amigo, não estou mais sozinho nesse mundo, agora
eu tenho um pai. — Comenta com um sorriso largo no rosto me fazendo
sorrir também.
— Todos nós ficamos surpresos, mas também ficamos muito felizes
por você e o Sr. Gusmão... Desejo que vocês recuperem o tempo perdido
dando muito carinho e atenção um ao outro... Mas agora vamos almoçar,
estou faminto e seu pai está nos esperando. — O abraço pelos ombros e assim
saímos da minha sala.
Marcos se junta a nós e seguimos para os nossos carros, saindo em
seguida, fomos para o restaurante que vamos com frequência, o mesmo
restaurante onde Paloma e Jaqueline trabalham, mas desde o acontecido não
vejo Jaqueline por lá, ela está de licença para se recuperar dos traumas
causados por aqueles monstros.
Seguimos para o restaurante e paramos os nossos carros nas vagas
disponíveis na frente do estabelecimento, entramos no local e Paloma nos
recebe nos levando até a nossa mesa, mas não antes de receber um beijo
apaixonado do nosso delegado.
— Me acompanhem rapazes! Eu reservei uma mesa ótima para vocês.
— Ela segue na frente de mãos dadas com Felipe enquanto eu e seu sogro
seguimos logo atrás, sorrindo felizes por esses dois.
Nos acomodamos na nossa mesa e fomos avisados que logo um
garçom nos atenderia, iniciamos uma conversa sobre o trabalho mas logo
para alguém ao meu lado.
— Com licença senhores, boa tarde! Eu vou atendê-los hoje. —
Reconheço a sua voz e rapidamente levanto o meu rosto para encará-la.
— Srta. Jaqueline... É muito bom vê-la de novo e ver que está bem...
Não sabia que tinha voltado ao trabalho, já se sente melhor para trabalhar? —
Me levanto encarando-a fixamente, me sentindo eufórico só por vê-la bem
depois de tudo que passou.
— Sim, eu estou melhor, obrigada... Eu quero muito te agradecer por
ter me ajudado... Paloma me contou que você me levou desmaiada para o
hospital, eu não tenho palavras para descrever o tamanho da minha gratidão...
Por você e todos os outros que nos tiraram daquele inferno... Obrigada
inspetor, muito obrigada... — Ela diz com a voz trêmula mas me surpreende
com um abraço apertado e cheio de carinho, mas ela se solta de mim
envergonhada. — Me desculpe, eu não devia ter feito isso eu sinto muito...
Eu me deixei agir pelo impulso me perdo... — Ela abaixa a cabeça ainda mais
envergonhada me fazendo sorrir. A interrompo.
— Não precisa se desculpa, Jaqueline... Fico muito feliz por ver que
você está bem... Você não tem que agradecer, só fizemos o nosso trabalho. —
Prendo a minha atenção nela sem conseguir olhar para nenhum outro lugar,
mas ela faz o mesmo. — Já faz um tempo que estou desejando te chamar para
sair... Você aceita o meu convite para jantarmos? Se não quiser eu vou
entender, afinal... — Agora sou eu que me sinto envergonhado mas ela me
interrompe com um belo sorriso.
— Mas é claro que eu aceito, Inspetor... Eu vou adorar sair para jantar
com você... — Ela me dá um sorriso tão lindo que eu retribuo sem perceber.
— Me desculpe senhores, aqui está o cardápio... Escolham a vontade e sem
pressa, eu estarei aqui para servi-los. — Jaqueline olha envergonha para a
nossa mesa e só então percebo Felipe e Gusmão me encarando com um
sorriso de desconfiança.
— Obrigado, minha jovem, eu vou querer experimentar uma sugestão
do chefe... Quero comer algo diferente do habitual. — Decide Gusmão
enquanto eu me sento mas Felipe não tira os olhos de mim.
— Eu vou querer a mesma sugestão do meu pai... Diz ao chefe que eu
espero ser surpreendido, Jaqueline, é bom ver que você e as outras garotas
estão bem. — Felipe a encara atento e vejo Jaqueline lhe dar um pequeno
sorriso, mas um sorriso sincero.
— Sim, Sr. Delegado, eu estou bem graças a Deus e a todos vocês da
polícia, sei que Paloma foi uma peça chave para sermos encontradas, graças a
um rastreador que o senhor colocou na arma dela... Somos todas grata por
isso. — Vejo em seus olhos brilhantes a felicidade por estar aqui hoje, viva e
tranquila sabendo que todo aquele pesadelo acabou.
Ainda não acredito que ela aceitou sair comigo, eu sempre quis
convidá-la mas nunca tive coragem por achar que ela não aceitaria, porra eu
vou levá-la para jantar, ela é tão linda e agora olhando-a de perto sem as suas
lágrimas rolando, é perfeito, estou encantado com essa mulher. Fizemos os
nossos pedidos e Jaqueline sai me deixando aqui feito um bobo admirando-a
se afastar.
— Ele nem disfarça, papai... Yure está caidinho pela garçonete mas
ela também parece bastante interessada nele. — Comenta Felipe me fazendo
finalmente encará-lo.
— Não fala bobagens Felipe! Não estou caidinho por ninguém, mas
também não vou negar o meu interesse nela... Jaqueline é uma mulher linda...
— Sorrio feito um bobo mas me recomponho com esses dois a minha frente
rindo da minha cara.
— Não adianta negar, Yure, não é de hoje que você está admirando
essa moça... Antes mesmo de tudo aquilo acontecer com ela, você já a
admirava com olhares de interesse, mas agora está admirando-a com olhar de
desejo. — Dispara Gusmão me encarando desconfiado me deixando tenso
com o rumo dessa conversa.
— Não vai adiantar negar, vocês vão continuar insistindo que estou
interessada em Jaqueline, mas... A verdade é que eu estou sim interessado
nela... Essa mulher é linda, eu estou encantado por ela. — Confesso
envergonhado e os infelizes gargalham.
— Eu sabia! Você não me engana, Yure! Eu te conheço meu amigo...
Eu só não entendi o porquê você está envergonhado por isso, todos nós
homens precisamos de uma grande mulher ao nosso lado, cara, só assim a
gente se sente completo meu caro... Eu não me vejo mais sem a minha
morena, eu amo aquela mulher mais que a mim mesmo. — Confessa Felipe
com um sorriso largo e eu me sinto mais confiante para seguir com os meus
planos de conquistar essa mulher, ela tem que ser minha mas sei que preciso
ir com calma.
O nosso almoço é servido e começamos a almoçar, conseguir mudar o
foco do assunto e falamos sobre trabalho como sempre fazemos, nem vejo o
tempo passar pois quando falamos de trabalho tiramos assuntos do fundo do
baú, alguns casos que resolvemos anteriormente sempre nos ajudam a ter
ideias sobre o que fazer e como agir com os casos novos, e isso sempre conta
pontos a nosso favor.
Depois do nosso almoço nos levantamos para sairmos e seguimos
para recepção, onde Paloma se encontra, mas ela não está sozinha, está
conversando com Jaqueline e as duas parecem bastante empolgadas.
— Meu amor, quer que eu venha te buscar ou nos vemos em casa? —
Felipe para na frente do balcão da recepção e nós fazemos o mesmo, mas não
consigo tirar os olhos de Jaqueline que me dá um sorriso tão lindo que me
deixa bobo.
— Nos vemos em casa amor, eu vou sair com a Jaque depois do
expediente, mas não vamos demorar. — Avisa Paloma empolgada ainda atrás
do balcão.
— Está bem, morena, mas se cuidem, ouviram? Se precisar, me liga
está bem? Eu te amo. — Felipe se inclina para beijá-la e eu sinto inveja, estou
louco para experimentar um beijo desses lábios rosados de Jaqueline.
Ela me encara meio sem graça mas eu me aproximo sem tirar os olhos
dela.
— E então, Jaqueline? Podemos sair para jantar hoje? Ou você
prefere outro dia? Não se sinta obrigada a nada, ouviu? É só se você quiser.
— Me debruço sob o balcão e ela cora ao perceber Paloma e Felipe nos
encarando.
— Para quê deixar para outro dia o que podemos fazer hoje? Estou
precisando sair e me distrair um pouco, então podemos sair hoje, se estiver
tudo bem para você... Por causa do seu trabalho. — Concorda ainda mais
vermelha e eu sorrio satisfeito.
— Ótimo! Me passa o seu endereço por mensagem e eu vou te buscar
as oito... Está bem para você esse horário? Ou prefere mais cedo? Tem
alguma preferência de comida ou de restaurante? — Tiro a minha carteira no
bolso e pego um dos meus cartões pessoais entregando a ela.
— As oito está perfeito, Inspetor... Não tenho nenhuma preferência
por comida, o que você escolher está ótimo. — Ela me encara ainda
envergonhada e Paloma abre um largo sorriso.
— Por favor...! Me chame apenas de Yure, esquece essa formalidade,
está bem? Bom... Nos vemos mais tarde... Tenha bom trabalho, Jaqueline. —
Me afasto brevemente do balcão onde ela se encontra atrás ao lado de
Paloma.
— Igualmente... Yure, nos vemos mais tarde. — Concorda com a
respiração pesada me deixando louco para tomar os seus lábios para mim.
Porra, até eu conseguir um beijo dela eu vou enlouquecer, já faz
tempo que admiro-a de longe e ela tem uma boca bastante convidativa.
— Bom, meninas, precisamos ir, tenham um bom trabalho... Te vejo
em casa meu amor, te amo. — Felipe me tira dos meus pensamentos e só
então percebo que estou hipnotizado por essa bela mulher.
Mas que merda! Eu nunca me senti assim antes com a mente presa
em uma só mulher!
— Até mais tarde amor, te amo. — A voz de Paloma desvia a minha
atenção de Jaqueline que me encara com um pequeno sorriso ainda
envergonhada.
— Até mais meninas! — Pisco para Jaqueline antes de me afastar
com Gusmão que sorrir abertamente.
— Vou te dar umas dicas para você fisgar esse Inspetor, Jaqueline,
somos amigas e eu vou te ajudar. — Ouço Paloma me fazendo sorrir, se ela
soubesse que essa mulher já me fisgou, ela não se preocuparia com isso,
Jaqueline me fisgou sem precisar fazer nada e eu nem percebi.
— Paloma! Ficou maluca ele vai te ouvir garota! — Jaqueline a
repreende me fazendo sorrir ainda mais. Essa mulher vai ser minha! Há vai!
Capítulo 25
Jaqueline
— Ainda não estou acreditando que o inspetor Yure me convidou
para sair, eu jamais me imaginei saindo com um homem como ele... Eu nunca
tive sorte com homens, sair com Yure não parece real, parece um sonho. —
Relato pensativa enquanto me olho no espelho, admirando o vestido que
Paloma me ajudou a escolher.
— Você não deu sorte com nenhum deles porque não era a hora,
Jaque, eu tenho certeza de que Yure quer entrar na sua vida para ficar, minha
amiga... Agora se arruma logo porque daqui a pouco ele chega para te buscar,
Felipe também está vindo para me buscar e eu já estou morrendo de saudade
do meu amor. — Ela abre um sorriso largo enquanto eu me viro a encarando
nos olhos.
— Será que um dia alguém vai me chamar de amor? Será que Yure
está mesmo interessado em mim como você disse? Eu tenho medo de me
iludir com ele, Paloma, como um inspetor de polícia vai se interessar por
alguém como eu? Uma garçonete? — Questiono ainda não acreditando que
vou sair com aquele homem maravilhoso.
— Ele não é louco de iludir você, Jaqueline, Yure é um homem sério
demais para pensar em brincar com os sentimentos de alguém, muito menos
de alguém que ele ajudou a salvar das mãos daqueles monstros... Felipe me
contou que tanto ele quanto Ramon e Yure, sempre foram mulherengos mas
eles jamais brincaram com o sentimento de ninguém, pelo contrário,
brincaram com eles e por isso escolheram a solidão e a vida de pegação para
descontar as frustrações do passado, por isso eles nunca ficavam com uma
única mulher por mais de uma vez, mas eles estão mudados... Eu e Felipe já
estamos juntos a muitos meses e nos apaixonamos, Ramon e Marcelly
também estão saindo a um tempo e dá para ver na cara deles que estão
apaixonados, aquele turrão do Ramon só não quer dar o braço a torcer e
admitir que ama a minha amiga... E com você e Yure não será diferente, já
que estão se paquerando a bastante tempo, eu pensei que vocês iria levar uma
eternidade para saírem, e olha só? Ele finalmente tomou uma atitude. — Suas
palavras me animam um pouco mais, vou deixar as coisas acontecerem para
ver onde vai dar.
— Como aquele homem consegue ser tão lindo? É aquele sorriso?
Minha nossa, só de lembrar fico com as pernas bambas... Inspetor Yure... —
Comento para mim mesma sorrindo feito uma boba, mas é claro que Paloma
ouviu.
— Uma dica que eu te dou, Jaque, sei que Yure pediu para você
chamá-lo pelo nome, mas quando tiver que rolar mais intimidade entre vocês,
esqueça o nome dele e o chama de Inspetor... Vai por mim, isso sempre dá
resultados. — Me aconselha pensativa com um sorriso malicioso e sei que
está se lembrando do delegado.
— Eu não sei se estou preparada para ter intimidade com alguém
agora, Paloma, eu ainda não consegui tirar aquele maldito acontecimento da
minha mente, e só estou conseguindo superar o que houve graça ao seu apoio,
e também de algumas meninas da boate... Eu vou tentar deixar as coisas
acontecerem naturalmente e vamos ver no que dá... Não quero ir com muita
cedo ao pote por que da última vez que fiz isso, eu acabei sequestrada e
estuprada por aquele filho da puta... Não estou dizendo que com Yure será
assim, muito pelo contrário, mas não quero agir como antigamente... Eu
estava desesperada para ter alguém e não me sentir tão sozinha, fui burra de
confiar demais e me dar demais a um cara que obviamente não me queria,
todo mundo sabia do interesse dele por você, mas no fundo aquele traste só
queria te usar contra o Felipe... Mas graças a Deus ele não está mais entre nós
e tudo será diferente daqui em diante. — Me sinto tensa só de pensar em
Yure, mas vou tentar não me apegar ao que aconteceu, vou me focar no
presente e quem sabe no futuro também.
— Você não tem que se achar burra por confiar demais nas pessoas,
Jaque, esse é o seu jeitinho a sua essência e nós amamos você assim,
exatamente como você é... Mas é verdade que a gente tem que escolher muito
bem em quem confiar, infelizmente não é todo mundo que merece a nossa
confiança e pelo menos agora, você sabe disso... Mas em Yure você pode
confiar, o Inspetor está caidinho por você amiga, eu super apoio vocês dois
juntos... Agora vamos deixar de muita conversa porque eu preciso terminar a
sua maquiagem... Quero deixa você ainda mais linda para deixar o Inspetor
de boca aberta. — Paloma acaricia o meu rosto com ternura mas se empolga
me levando de volta para minha penteadeira.
Enquanto termina a minha maquiagem Paloma me dá algumas dicas
sobre perguntas para fazer e assim conhecer melhor o Inspetor, confesso que
estou nervosa e ansiosa ao mesmo tempo, estou sonhando com uma noite
agradável e espero que seja assim.
Depois de pronta espero dá a hora de Yure chegar para me buscar,
mas nesse meio tempo Paloma se despede para ir embora, me deixando
sozinha e ainda mais ansiosa.
Pego a minha bolsa de mão e confiro o telefone para ver se não tem
nenhuma mensagem ou ligação perdida, mas não tem nada. Ando de um lado
para o outro e quando falta apenas cinco minutos para as oito, a minha
campainha toca, meu coração dispara e minhas pernas tremem.
— É ele... Tem que ser ele. — Sussurro para mim mesma enquanto a
campainha toca mais uma vez.
Me apresso para chegar até a porta e abro, me deparando com um
homem lindo de tirar o fôlego.
— Yure... — Sussurro o seu nome sem perceber enquanto ele me
lança um olhar intenso, percorrendo os seus olhos pelo meu corpo.
— Caramba... Você está linda... — Me admira sem piscar me
deixando aérea.
— Quer entrar para tomar uma água...? Um suco ou... Ou podemos ir
se preferir. — Tento desfazer esse clima intenso controlando a minha
respiração, mas falho.
— É melhor irmos... Talvez na volta eu aceite um suco... Ou uma
água desde que esteja bem gelada... Não é uma boa ideia eu entrar agora... Eu
vou querer te beijar inteirinha e você pode se assustar. — Puta merda, senti a
minha calcinha umedecer, ele me encara tão intensamente que não consigo
sustentar o seu olhar. — Minha nossa, você fica tão linda corada... Me
desculpe se falei algo que não te agradou... Droga! É melhor sairmos logo
daqui. — Ele coça a cabeça antes de me estender a mão e eu pego lhe dando
um pequeno sorriso.
Não digo mais nada, apenas saio de casa calada seguindo ao seu lado,
e descemos até a rua onde o seu carro está parado na frente do prédio. Não
moro em um lugar extraordinário mas também não morro mal, sou sozinha e
não tenho com quem gastar o meu dinheiro além de mim mesma, então
procuro me dar o melhor que consigo.
Entramos no seu carro e seguimos para o restaurante que ainda não
sei onde é, entramos em uma conversa falando sobre comidas mas a todo
instante seus olhos estão em mim. Poucos minutos depois ele entra na
garagem de um prédio de cinco andares de frente para praia, não acredito que
ele me trouxe aqui, nesse prédio tem um restaurante que é maravilhoso, eu já
tentei trabalhar aqui mas não consegui, cheguei tarde e a vaga já tinha sido
preenchida.
Saio do seu carro assim que ele abre a porta para mim e seguimos
para o elevador, subimos até o último andar e entramos no restaurante com
quase todas as mesas ocupadas, esse lugar é simplesmente incrível. Paramos
na recepção e Yure avisa que tem uma mesa reservada em seu nome, o
recepcionista confere na sua agenda eletrônica e logo nos leva até a nossa
mesa, Yure escolheu justo umas das mesas com vista para o mar e eu estou
me sentindo especial por ele ter me trago até aqui.
Nos acomodamos na mesa e eu admiro o mar enquanto sinto seus
olhos sob mim.
— Porque me olhar desse jeito? Porque você mexe tanto comigo,
Yure? — Questiono sem me dar conta do que estou dizendo e coro ao
perceber o que disse.
— Porque eu quero você, e sei que você também me quer. — Afirma
olhando dentro dos meus olhos e eu engulo a seco.
— Vamos fazer os pedidos...? Eu estou mesmo com fome. — Tento
sair desse assunto e ele sorrir de lado.
Merda! É aquele sorriso que me fez babar tantas outras vezes o
admirando de longe!
O garçom se aproxima nos entregando o cardápio então fizemos os
nossos pedidos, eu escolho um risoto de camarão e Yure pede o mesmo para
me acompanhar, ele pede também uma garrafa do melhor vinho e logo ele
nos serve, fizemos um brinde a nossa noite e iniciamos uma conversa sobre
filmes, já que ele acaba de me convidar para irmos ao cinema em outra
ocasião, porque hoje vamos curtir apenas o nosso jantar.
Depois de alguns minutos o nosso jantar foi servido e começamos a
comer em meio a nossa conversa, ainda estou um pouco tímida mas depois de
algumas taças de vinho, espero não me envergonhar tanto com os seus
olhares intensos.
A garrafa de vinho secou e Yure pede mais uma, eu me recuso a beber
mais pois já estou rindo a toa, não quero dar vexame ou fazer algo para
envergonhá-lo.
— Tem certeza que não quer beber mais nada? Se quiser pode pedir
um refrigerante ou qualquer outra coisa... Posso pedir a sobremesa? O que vai
querer? — Pergunta sem desviar os seus olhos dos meus, mas encara a minha
boca mordendo o lábio inferior.
— Hamm... É... Acho que vou querer uma torta holandesa... —
Engulo a seco desviando os meus olhos dele e acabo bebendo todo o vinho da
minha taça. Não quero ficar bêbada justo com esse homem ao meu lado!
— Bom, eu vou pedir uma cheesecake de frutas vermelhas. — Ele diz
enquanto faz sinal para o garçom e o mesmo vem rapidamente.
Fizemos os pedidos das sobremesas e o garçom sai por onde veio, não
consigo desviar os meus olhos dele até ele me flagrar o admirando. Encaro a
janela a nossa frente admirando o mar.
— Você me disse que não tem ninguém, mas ainda não me falou o
que houve com a sua família... Se não se sentir à vontade para falar disso,
tudo bem, eu vou entender... — Ele me encara receoso mas o interrompo.
— Está tudo bem, o que aconteceu com a minha família não é
segredo... Foi muito triste o que houve, mas... Bom... Os meus pais morreram
muito novos, eu os perdi quando ainda era pequena deixando a mim e minha
irmã sozinhas, mas conseguimos nos virar sem precisar mendigar, afinal, não
tínhamos mais ninguém além dos nossos pais... Mas depois de adultas a
minha irmã arranjou um namorado rico e foi embora com ele, eu não sei dela
a muito tempo e por isso sou sozinha, não tenho outros parentes além dela
mas parece que Samantha não se importa muito comigo, ela nunca liga e
muito menos me procura, eu não sei onde ela está e não tenho como procura
por ela, mas ela quis assim, então eu vou seguir a minha vida me
considerando sozinha. — Conto pensativa ao me lembrar da família que não
tenho mais. — A seis anos atrás, eu consegui o meu atual emprego como
garçonete, é um bom trabalho, é honesto e eu consigo me manter com o
salário que ganho, não é lá essas coisas, mas, para mim sozinha é o
suficiente. — Sorrio tentando desfazer as minhas lembranças tristes.
— Porque não tem um namorado? Porque não está deixando ninguém
te fazer feliz, Jaqueline? É um absurdo uma mulher tão linda estar sozinha
sem ninguém. — Ele umedece os lábios me encarando daquele jeito que me
incendeia inteira e me deixa aérea.
— Hamm... Bom... Digamos que as minhas tentativas de ter um
namorado, não foram bem sucedidas até agora... Quer dizer... Eu não tive
sorte de encontrar alguém que me quisesse além da cama. — Novamente fico
pensativa e ele se inclina tocando o meu rosto em um movimento suave e
carinhoso.
— Eles a não te mereciam, por isso você não teve sorte, ou melhor,
eles foram azarados por perderem uma mulher como você... Eu espero ser
mais sortudo que eles. — Ele me encara fixamente com a boca entreaberta e
eu ofego, meu Deus o que está acontecendo aqui? Ele não pode estar
brincando comigo só para me levar pra cama. Ele não!
Desvio os meus olhos dele e nesse momento a nossa sobremesa é
servida e eu agradeço por isso, começamos a comer e eu pergunto mais sobre
ele e sua família, pelo que ele me contou, a sua família mora na capital e ele
tem um irmão mais novo que ele, e sempre que dá ele vai vê-los mas como o
trabalho está corrido ele, está a um mês sem ir ver a família, pelo que ele me
contou ele não tem um relacionamento sério a muito tempo, e sua vida atual
era de pura pegação e curtição, sem se preocupar com nada e nem com
ninguém, mas segundo ele, ele está disposto a se prender em uma única
mulher se ele ver que ela vale apena, ele diz tudo isso olhando nos meus
olhos como se estivesse dizendo isso para mim, não preciso dizer o quanto
fiquei sem graça.
— Quer pedir mais alguma coisa, ou podemos ir? Quer dar um
passeio na praia, ou prefere ir direto para casa? — Ele sorrir de lado me
deixando sem fala, tem uma grande diferença entre admirar esse sorriso de
longe e assim de tão perto, é ainda mais lindo e encantador.
— Não... Quer dizer, sim, eu prefiro ir direto para casa... Me desculpe
mas é que eu estou cansada, passei o dia todo em pé no restaurante e ainda saí
com Paloma. — Sorrio timidamente e ele respira fundo encarando a minha
boca.
— Tudo bem, eu entendo, o meu dia na delegacia também foi puxado
como sempre... Bom, eu vou pagar a conta e já volto. — Ele abre um sorriso
lindo antes de se levantar e sair em seguida.
O admiro de longe enquanto ele segue até o caixa, até o andar dele é
sexy, esse homem é maravilhoso, por isso é tão difícil acreditar que ele esteja
mesmo afim de mim, eu estou muito, muito afim dele.
Yure volta colocando uma bala na boca e sorrir se aproximando de
mim, ele me estende a mão e eu pego retribuindo o sorriso, mas ao me
levantar fico tonta e ele abraça a minha cintura me puxando para o seu corpo.
— Você está bem? Está sentindo alguma coisa, Jaqueline...? — Ele
toca o meu rosto deslizando os seus dedos pela minha pele e coloca o meu
cabelo atrás da orelha, encaro a sua boca tão pertinho de mim e ele faz o
mesmo.
— Acho que bebi demais... Sou fraca para bebidas. — Desvio os
meus olhos dos seus lábios e me afasto brevemente, antes de me deixar
mover pelo desejo que estou sentindo por esse homem.
Ele me encara confuso mas toca novamente a minha cintura me
guiando pelo restaurante. Saímos do mesmo e descemos até a garagem onde
está o seu carro, entramos no mesmo e mais uma vez Yure é um cavalheiro
abrindo a porta do carro para mim, não estou acostumada com homens gentis,
se eu disser que nenhum outro homem além de Yure abriu a porta do carro
para mim, ninguém acredita, mas essa é a pura verdade.
— Chegamos Jaqueline... Você parece mesmo cansadinha. — Ouço a
voz de Yure e abro os olhos percebendo que estava quase dormindo no banco
do seu carro.
— Desculpa, o vinho me deu sono. — Tiro o meu cinto de segurança
e ele sai do carro indo abrir a porta para mim.
Assim que ele o faz eu saio me encostando no seu carro, ele fecha a
porta me encarando atento enquanto se aproxima mais, Yure apoia as mãos
no carro me deixando sem saída para escapar dele, mas no fundo eu não
quero escapar. Ficamos em silêncio por alguns instantes com ele me
encarando, alternando o seu olhar entre a minha boca e os meus olhos.
— Porque está pensando tanto, Inspetor? — Pergunto em um fio de
voz, ofegante por ele estar tão perto.
— Só estava esperando a sua permissão. — Diz com a voz rouca já
avançando na minha boca com um beijo feroz.
Retribuo o seu beijo com a mesma intensidade, sentindo o meu corpo
escorregar pela lataria do carro, mas as suas mãos apertam a minha cintura
me mantendo no lugar enquanto a sua boca devora a minha.
— Porra... A sua boca é mais gostosa do que imaginei... Não consigo
parar de te beijar, Jaque... — Sussurra entre os beijos me puxando para o seu
corpo.
— Eu preciso respirar... Meu Coração parece querer sair pela boca. —
Sussurro de volta agarrando os seus braços com força, tentando me manter de
pé pois não consigo sentir as minhas pernas.
Será o efeito do vinho ou dos seus beijos? Com certeza dos seus
beijos!
Ele aprofunda o beijo me puxando ainda mais para o seu corpo, me
fazendo sentir o quanto ele está excitado. Caramba!
— Yure... A gente ainda está na rua... — O alerto entre os beijos e ele
se afasta brevemente, tão ofegante quanto eu.
— Eu vou te levar até a sua porta... Eu já imaginava que você beija
bem, mas não pensei que me enlouqueceria dessa maneira. — Ele me encara
de uma maneira que não sei decifrar, sua respiração está tão pesada quanto a
minha.
Me estremeço onde estou e engulo a seco, ele parece querer me
devorar. Desvio os meus olhos dele o vendo tirar a camisa de dentro da calça,
cobrindo um volume bem visível que me faz corar.
— Oh meu Deus... Não precisa me acompanhar se não quiser, eu
posso subir sozinha... — Me afasto indo em direção a entrada do prédio, mas
sinto a sua presença ao meu lado.
— Eu te busquei na porta de casa, então eu vou te deixar na porta de
casa! — Sua voz está diferente, está rouca como ainda não tinha ouvido.
Não digo nada, apenas abro o portão para entrar na portaria e ele vem
logo atrás, entramos no prédio e seguimos para o elevador subindo para o
meu andar, estamos calados, eu envergonhada e ele apreensivo. Quando as
portas do elevador se abrem eu saio na frente mas posso sentir os seus olhos
sob mim, enquanto ele vem logo atrás.
Abro a porta do meu apartamento, mas antes de entrar ele segura o
meu braço.
— Espera, Jaqueline! Eu fiz algo que você não gostou? Você ficou
tão quieta de repente e mal olha para mim como estava fazendo a noite
inteira. — Questiona ainda segurando o meu braço, ainda parado na porta.
— Não aconteceu nada, Yure, não se preocupe... Eu passei o dia todo
recebendo olhares maliciosos de clientes no restaurante, eu não me sinto bem
com outros homens me encarando pois tenho medos e receio pelo que
aconteceu, e penso que vai acontecer de novo, foi o pior pesadelo que já vivi
na minha vida... Mas, com você está sendo diferente, me sinto segura não só
por saber que você é um Inspetor de polícia, mas também por saber que você
jamais me faria mal... Eu me sinto bem só de olhar para você. — Confesso
sem graça e ele sorrir me puxando para o seu corpo.
— Fico feliz de saber que se sente segura comigo... Eu jamais faria
mal a uma mulher, muito menos a você, Jaque. — Sinto o seu carinho no
meu rosto antes de tomar a minha boca mais uma vez, mas nosso beijo não
dura muito pois logo sinto algo duro pressionar o meu ventre e ele se afasta.
— Vou deixar você descansar... Nos vemos amanhã no restaurante, agora eu
tenho um motivo a mais para almoçar lá todos os dias. — Ele me dá um
sorriso tão lindo que mordo o lábio inferior sem perceber o desejo me
consumir, ele se afasta para sair mas chamo a sua atenção.
— Não vai pedir para entrar? Não vai tentar transar comigo como
normalmente os homens fazem? — Solto de uma só vez e só então percebo o
que disse, pois sinto o meu rosto pegar fogo de tanta vergonha. O que deu em
mim para pergunta algo assim?
— Olha Jaqueline... Não vou ser hipócrita e nega que quero isso,
porque eu quero muito, estou te desejando a muito tempo mas não é só isso
que eu quero de você. — Ele se aproxima me olhando nos olhos. — Então
não, eu não vou tentar transar com você, não hoje porque eu fui um idiota e
deixei você beber demais... Mas também porque quero esperar o seu tempo,
sei que ainda deve estar mal psicologicamente depois do que houve, não
quero ser apressado com você então eu vou... — Se justifica já bem próximo
mas o interrompo com um beijo urgente, me deixando mover pelo desejo que
sinto por esse homem.
— Cala boca, Inspetor... Apenas me beija! — Ordeno me afastando
brevemente para encará-lo. Yure me coloca contra o batente da porta me
beijando ferozmente.
Eu poderia arrastá-lo para dentro do meu apartamento e deixá-lo me
possuir como desejar, mas não quero ser apressada e deixar as coisas
acontecerem e acabarem como antes, quero que dessa vez seja diferente então
dessa vez eu vou com calma, esse homem é diferente de todos os outros e eu
não quero agir com ele como agi com os outros, eu quero que dure então vou
devagar como ele está disposto a fazer por mim.
— É melhor eu ir agora... Eu estou numa batalha física e mental para
resistir a você, e temo não conseguir vencer a mim mesmo... Porra você é
linda, maravilhosa e... Gostosa demais. — Sussurra ao quebrar o beijo mas
volta a avançar na minha boca apertando a minha cintura, me deixando mole
como nenhum outro homem fez antes. — Você é especial, Jaqueline, e por
isso não quero agir com você como sempre agi com as outras mulheres,
quero que seja diferente com você porque eu não te quero apenas hoje, tenho
certeza de que vou te querer muito mais amanhã. — Ele encara fixamente os
meus olhos mas passa o seu polegar pelos meus lábios me fazendo quase
derreter.
— Yure... Ahhh... — Sussurro de olhos fechados tentando me
equilibrar sob as minhas pernas.
— Puta merda... Não geme assim, Jaqueline... Cacete! — Me alerta
em um tom rouco antes de tomar a minha boca novamente.
Me sinto em chamas, me sinto totalmente rendida a ele mas não quero
que ele pense que vou ser com ele como as outras foram, quero algo diferente
para mim e esse algo tem que ser ele.
— Eu preciso entrar... Te vejo no restaurante amanhã? — Interrompo
o beijo ainda ofegante mas ele não me solta, continua prendendo o meu corpo
ao seu.
— Pode contar com isso, talvez eu vá até um pouco mais cedo que de
costume... E talvez os meus almoços sejam um pouco mais demorados a
partir de agora. — Ele encara a minha boca e eu sorrio recebendo o seu
sorriso de volta.
— Bom, nos vemos amanhã então. — Tento desviar os meus olhos da
sua boca mas não consigo.
— Até amanhã então.
— Boa noite Inspetor!
— Boa noite... Srta. Jaqueline! — Ele sorrir ainda prendendo o meu
corpo e eu desejo que ele não me solte nunca mais, mas eu preciso mesmo
entrar.
— Se você não me soltar, vamos passar a noite aqui... Na minha
porta.
— Eu iria preferi passar a noite na sua cama... Quer dizer... Me
desculpa...? Droga! Você me confunde mulher. — Ele encara a minha boca
tão intensamente, mas me solta ao perceber o que disse e eu sorrio satisfeita,
o vendo corado pela primeira vez, ele fica lindo envergonhado.
— Talvez no segundo encontro eu não beba tanto, e te convide para
entrar, Inspetor... Isso se você me convidar para sair, é claro. — Continuo ali
parada desejando que ele não vá embora.
— Mas é claro, podemos sair amanhã... Quer dizer, se estiver tudo
bem para você... Podemos ir ao cinema e dessa vez, nada de vinho e nada que
tenha álcool. — Ele sorrir ainda mais me fazendo gargalhar.
— Está bem... Nada que contenha álcool... Eu vou adorar ir ao cinema
com você, Yure. — Me aproximo dele ainda sorrindo e lhe dou um beijo
calmo e pouco demorado, antes de me afastar para entrar em casa, mas paro
na porta. — Tenha uma boa noite, Yure. — Que nome lindo, eu poderia
repeti-lo a noite inteira sem me cansar.
— Boa noite, Jaqueline! Durma bem. — Ele coça a cabeça ainda
sorrindo e eu entro fechando a porta. — Deus! Eu vou enlouquecer de tanto
desejar essa mulher. — Ouço a sua voz se afastar da minha porta e eu sorrio.
— Você não é o único enlouquecendo de desejo, Inspetor... Eu quero
você. — Sussurro para mim mesma e vou em direção ao meu quarto, eu
preciso de um banho frio para acalmar o meu corpo.
Capítulo 26
Marcelly
Hoje faz três semanas que saí daquele inferno onde fui violentada, eu
e Ramon conversamos com os meus pais sobre o que aconteceu e como já
imaginava, eles ficaram chocados e horrorizados com tudo que contamos e
ambos passaram mal, a pressão deles subiu demais e tivemos que levá-los
para o hospital, eu sabia que o choque seria grande mas não imaginei que
seria tanto, tive medo de perder os meus pais mas Ramon os levou para o
melhor hospital da cidade e graças a Deus eles estão bem, estão em casa.
Eles ficaram receosos de me deixar com Ramon depois do que houve,
mas depois de uma longa conversa eles entenderam que tudo que Ramon fez
foi me salvar, ele tem nos ajudado e nos apoiado bastante e isso tem me
encantado ainda mais por ele, Ramon está ainda mais carinhoso e atencioso
comigo depois que me declarei para ele.
Ainda não transamos depois do que aconteceu pois ainda me sinto
atormentada com tudo que passei, e por incrível que pareça Ramon tem sido
muito compreensivo comigo, ele nunca forçou a barra para transamos mesmo
eu vendo o quanto ele fica excitado quando nos beijamos, estou essas três
semanas com os meus pais e ele tem vindo me ver com frequência, apesar da
correria do seu trabalho.
Eu não voltei mais a boate depois do que aconteceu e meus pais estão
mais tranquilos com isso, Ramon está me apoiando na minha decisão e até
me ofereceu um trabalho na sua empresa, eu estava indecisa entre aceitar ou
não, mas, eu não vou encontrar algo melhor que isso em nenhum outro lugar,
até hoje ele foi o único que já me ofereceu algo decente para trabalhar, então
eu vou aceitar já que meus pais estão me apoiando.
Ramon me deu o tempo que eu precisar para me recuperar até eu me
sentir bem para voltar a trabalhar, ele me quer como sua secretária e mesmo
não sabendo fazer nada, ele prometeu me ensinar, talvez assim um dia eu
esqueça que já fui garota de programa, porque agora eu não sou mais, agora
eu sou apenas dele e ele é apenas meu e espero continuar assim.
Mesmo dizendo apenas que gosta de mim, eu sinto que Ramon sente
algo mais que apenas gostar, eu posso estar confundindo as coisas mas
prefiro acreditar que esse homem maravilhoso esteja apaixonado por mim, eu
o amo e não tem mais como negar, eu já me declarei pra ele e depois disso os
nossos beijos tem ficado ainda mais intensos que antes.
— Está pensando nele, não é querida? Você está muito mudada
depois que conheceu o Sr. Mitchell... Está apaixonada, não tem mais como
negar isso. — Saio dos meus pensamentos com a minha mãe parada na frente
da minha cama.
— Não vou negar, mamãe, eu estou completamente apaixonada pelo
meu chefe... Ele me salvou duas vezes ao me tirar do fundo daquela água, e
também quando me apoiou na minha decisão de sair da boate... Ele continua
me pagando mesmo sem eu trabalhar, ele disse que não quer que eu aceite
esse dinheiro como pagamento, mas sim como uma ajuda de custo, ele não
quer mais me pagar para estar comigo e eu agradeci por isso, estou
apaixonada pelo meu chefe e não quero ser paga para estar com ele... Tudo
isso parece um sonho e eu não quero acordar, mamãe... Mesmo depois do que
aconteceu eu estou feliz, porque estou com ele... Porque estou em casa com
você e o papai. — Desabafo pensativa e ela sorrir me encarando daquele seu
jeitinho amoroso que eu tanto amo.
Ela se senta a beira da minha cama e eu me sento para conversar
melhor.
— O que tiver que ser, será minha filha... Infelizmente não podemos
escolher quando, como e onde as coisas vão acontecer, não podemos
adivinhar o futuro mas podemos trabalhar para mantê-lo do jeito que está...
Se você e o senhor Mitchell estão se entendendo bem, então trabalhe para que
continue assim... Desde que coloquei os olhos naquele homem eu sabia que
isso aconteceria, você não é a única apaixonada, filha, o Sr. Mitchell está
caidinho por você, e ele pode não admitir isso mas está sim apaixonado. —
Ela abre um largo sorriso me pegando de surpresa com a sua confissão.
— Será mamãe? O Sr. Mitchell apaixonado por mim? Mesmo que ele
esteja realmente apaixonado ele jamais admitirá isso... Eu jamais o imaginei
dizendo que gosta de mim e ele disse, mas estou ciente de que não passará
disso... Eu o amo demais, mamãe... O amo como nunca amei outro homem
mas estou feliz apenas por estar com ele... Mesmo que ele não sinta o mesmo
por mim. — Comento pensativa me lembrando dos seus beijos, dos seus
carinhos e sinto minha respiração pesar.
— Vamos continuar conversando sobre isso depois, querida, mas
agora levante-se dessa cama porque você já passou tempo demais nela... Tem
alguém lá na sala conversando com o seu pai mas sei muito bem quem ele
quer ver. — Ela se levanta me fazendo dar um pulo da cama no mesmo
instante.
— O Sr. Mitchell? Ele está aqui? Meu Deus eu estou horrível, eu
preciso me arrumar. — Me apresso para chegar no meu guarda roupas e
minha mãe sorrir.
— Se acalma querida, ele vai gostar de te ver mesmo que você esteja
de pijama e com os cabelos desgrenhados... Vocês estão sem se verem a uma
semana e sei que ambos estão ansiosos para verem o outro. — Constata ainda
sorrindo enquanto eu arranco as minhas roupas e pego um vestido para vestir.
— Eu só quero estar apresentável, mamãe, eu estou horrível e ele não
está acostumado a me ver assim. — Tento me justificar mas ela apenas sorrir
e vai em direção a porta.
— Vou te esperar na sala, querida, não demore, está bem? — Pede
antes de sair e logo ela o faz me deixando sozinha.
Coloco o vestido rapidamente e solto os meus cabelos levemente
ondulados pelo coque que o prendia, passo apenas um brilho labial e me
apresso para sair do quarto, mas assim que o faço dou de cara com Ramon
parado na porta.
— Ramon... Me desculpe pela demora, eu... Eu não sabia que você
vinha me ver... Não sabia que havia chegado de viagem... Como foi nas suas
reuniões? — Ofego louca para me atirar em seus braços, ele está tão lindo.
— Eu decidi voltar em cima da hora por isso não te avisei... Como
você está? Se sente mais calma e mais disposta...? Você está linda... Eu não
aguentei ficar muito tempo longe de você, ruivinha... Eu estava com saudades
dessa boquinha linda. — Ele se aproxima abraçando a minha cintura me
deixando ainda mais tensa, mas quando ele toma a minha boca para si eu
amoleço em seus braços.
Beijo-o com vontade matando a saudade que senti dele e de seus
lábios, seus braços me apertam, me prendendo ainda mais ao seu corpo e
sinto as minhas costas contra a parede.
— Eu preciso de você Marcelly... Não estou mais aguentando de tanta
saudade do seu corpo... Eu preciso sentir você minha gostosa... Eu estou
febril de tanto desejo acumulado, ruivinha... Seja minha outra vez? Por favor?
— Ele desce os seus lábios pelo meu pescoço me deixando em chamas.
Depois do que aconteceu eu não pensei que desejaria tanto estar com
ele, pois ainda tenho pesadelos as vezes mas o fato dele ter ficando tantos
dias longe, me fez sentir ainda mais a sua falta e desejá-lo tanto quanto antes.
— Eu sei que prometi não te perturbar com isso, Marcelly... Mas não
estou aguentando esperar mais, eu preciso de você... Eu preciso de você meu
anjo. — Ramon abre a porta do meu quarto me guiando para dentro e fecha
novamente.
Não consigo dizer nada pois o quero dentro de mim, sinto a sua falta e
meu desejo por ele é ainda maior que antes. Ramon me deita na cama se
pondo sobre mim e toma novamente a minha boca em um beijo urgente, mas
me lembro dos meus pais lá na sala nos esperando e só por isso eu o
interrompo, mesmo contra a minha vontade.
— Ramon...! Não podemos aqui... Por favor os meus pais... — O
alerto ofegante, desejando ardentemente que ele não pare. — Eu quero muito
você, Ramon... Quero como nunca quis antes, mas eu não posso fazer isso na
casa dos meus pais... Por favor me entenda? Eu sou sua empregada, sua
funcionária e não a sua namorada... Não posso desrespeitar os meus pais
então seria melhor que... Que fossemos para outro lugar. — O encaro ainda
ofegante e apreensiva com a sua reação, Ramon me encara surpreso e
confuso ao mesmo tempo.
— Tudo bem... Eu te entendo, Marcelly... Bom... Então vamos para
minha casa, mas eu preciso sentir você ainda hoje... Ou eu vou enlouquecer
ainda mais. — Ele me encara ainda confuso mas me beija mais uma vez,
quase me tirando o fôlego de tão intenso é o nosso beijo.
Nosso beijo fica ainda mais intenso e prolongado e temo não resistir
se ele não parar agora, sinto o quanto ele está excitado e isso só me excita
ainda mais, sinto o meu corpo arder em chamas e gemi me arqueando sedenta
de desejo por isso.
— Ramon... Ahhh... Os meus pais... Oh meu Deus, Ramon... — Gemi
de olhos fechados sem conseguir o afastar de mim pois não é isso que quero.
— Tudo bem minha gostosa, vamos! Eu quero tirar você daqui agora
mesmo...! Vamos conversar com os seus pais, quero que fique comigo por
uns dias e também quero que eles fiquem tranquilos e despreocupados quanto
a isso... Não vou deixar nada de mal acontecer a você, eu prometo... Você é
minha... Só minha e não vou deixar ninguém tirar você de mim, isso é uma
promessa! — Diz enquanto se levanta da cama me estendendo a mão, eu vou
de bom grado.
— Espero que cumpra a sua promessa, Ramon... Não deixa ninguém
me tirar de você porque eu não quero te perder... Quero ser sua enquanto me
desejar. — Solto a minha voz trêmula me levantando e ele me puxa pela
cintura.
— Você não vai me perder porque você e minha... Agora prepare uma
pequena bolsa de roupas, não precisa leva muitas coisas pois vou te levar
para fazer compras... Quero que se distraia um pouco e sei que isso pode
ajudar... Agora se apresse, vou conversar com os seus pais e te espero na sala.
— Ele me pega de surpresa com as suas palavras mas não vou negar que
gostei, ele me dá um beijo e sai em seguida me deixando sozinha.
Sorrio largamente e me apresso para preparar a minha bolsa, faço
como ele sugeriu e coloco poucas roupas na bolsa, me arrumo melhor que
antes e saio do quarto empolgada para passar esse tempo com ele, não queria
ficar longe dos meus pais mas sei que será apenas por alguns dias, mas virei
vê-los todos os dias e sei que Ramon não vai se opor a isso.
Sigo pelo corredor até a sala e logo que chego o vejo conversar
empolgado com os meus pais.
— Se não quiserem ficar conosco vocês podem ir apenas conhecer a
minha casa, e saber onde a filha de vocês está e ter a certeza de que ela estará
segura... Vocês vão conosco e depois o meu motorista os trás de volta, mas
quero que jantem comigo hoje na minha casa... Depois de me receberem tão
bem e me convidarem tantas vezes para almoçar ou jantar, é a minha vez de
retribuir a gentileza. — Me surpreendo mais uma vez com as palavras de
Ramon vendo os meus pais sorridentes e empolgados, isso me deixa feliz.
— Está bem, Sr. Ramon, nos aceitaremos o seu convite apenas para
conhecer a sua casa e jantaremos com vocês, eu vou ficar mais tranquilo
sabendo onde a minha filha vai estar. — Meu pai se levanta empolgado e
meu sorriso se amplia consideravelmente.
— Fico feliz que tenham aceitado o meu convite, sei que Marcelly
também ficará mais tranquila e animada se tivermos um momento como
esse... Mas desde já quero deixá-los despreocupados pois ela vira em casa
todos os dias, mas eu preciso desse tempo com ela e agradeço por me
entenderem. — Ramon também se levanta com um sorriso tão lindo que me
estremece.
— É verdade papai, eu não abro mão de vir vê-los todos os dias e
passar algumas horas com vocês, e não se preocupem porque eu não vou
voltar a me ausentar como antes... Aquela minha vida horrorosa de antes já
não existe mais, e em breve vou começar a trabalhar em algo descente, algo
que lhes tragam orgulho como sempre desejaram... Eu pensei na proposta do
Sr. Mitchell e... Vou aceitar ser sua secretária na sua empresa. — Afirmo
decidida e vejo todos me encararem surpresos, mas não mais que meu chefe.
— Está falando sério, Ruivinha? Vai mesmo aceitar a minha proposta
de trabalho? Vai trabalhar comigo, meu anjo? — Ramon pergunta empolgado
se aproximando de mim com aquele sorriso que me deixa aérea.
— Sim... É isso mesmo, Sr. Mitchell... Eu quero trabalhar como sua
secretária na sua empresa... Prometo me empenhar em não decepcioná-lo. —
Ele me puxa para o seu corpo mas antes que ele me beije o chamo de Sr.
Mitchell pois sei que ele não gosta, mas agora mais do que antes terei que
chamá-lo assim.
— Eu sei que você não vai me decepcionar, o pouco que te conheço é
o suficiente para saber disso... Bom, acho que agora já podemos ir, não é? —
Ele me solta encarando os meus pais meio sem jeito os fazendo segurar o
riso.
Me apresso para ir até a porta e ouço os meus pais sorrir baixinho me
deixando nervosa, toco a maçaneta mas sinto sua mão toca a minha.
— Para quê a pressa? Temos que esperar os seus pais! — Ele me
encara daquele jeito intenso e eu tento não o encarar.
Olho para trás e vejo os meus pais indo em direção ao corredor dos
quartos, encaro novamente o meu chefe mas não tenho tempo de dizer nada,
ele me puxa pela nuca devorando a minha boca enquanto me coloca contra a
porta, meu corpo reage no mesmo instante e eu me entrego ao beijo sem
conseguir resistir.
— Porra ruivinha... Você me deixa louco... — Sussurra na minha
boca antes de aprofundar ainda mais o beijo.
— Ramon... Espera por favor! — Me solto dele abruptamente,
ofegante e tremula de desejo, mas também de medo.
— O que foi ruivinha...? Porque está se afastando de mim meu
anjo...? Eu não vou aceitar que se afaste de mim, eu avisei sobre isso! —
Questiona angustiado e eu me aproximo novamente tocando o seu rosto com
carinho, como tenho feito nessas três semanas, agora tudo parece ainda mais
diferente entre nós.
— Não é isso Ramon, eu não quero me afastar de você, eu só... É
que... Eu... Eu estou com receios, Ramon... Eu ainda tenho tido pesadelos
com tudo que aconteceu e... É que... Eu preciso que você seja um pouco mais
delicado comigo... Quando estivermos a sós... Estou com receio de não
conseguir um bom desempenho como antes. — Abaixo a cabeça tão
envergonhada que ele sorrir erguendo o meu queixo.
— Caramba ruivinha... É com isso que está preocupada? Você não
tem motivos para isso meu anjo... E com certeza eu serei mais delicado com
você, mas só até você se sentir bem com tudo que houve... Estou louco para
pegar você de jeito, minha ruivinha linda. — Ele acaricia o meu rosto com
um lindo sorriso antes de me beijar devagar, um beijo diferente de todos os
outros, um beijo delicado.
Me entrego ao seu beijo abraçando o seu pescoço e ele me puxa pela
cintura, sinto o ar dos meus pulmões evapora aos poucos e minhas pernas
fraquejar, mas de repente ouço alguém limpar a garganta me assustando e eu
me afasto de Ramon abruptamente.
— Mamãe...! Papai...! — Tento controlar a minha respiração mas não
consigo.
Meus pais estão arrumados e diferente da minha mãe, meu pai nos
encara meio sem jeito pois sei que ficou desconfortável por nós ver aos
beijos.
— Vamos mamãe? Você vai adorar conhecer a mansão do Sr.
Mitchell... Ela é linda. — Faço sinal para minha mãe vir e saio de casa ainda
tentando recuperar o fôlego.
Puxo o ar com força para os meus pulmões e nesse momento sinto
minha mãe se aproximar pegando a minha mão com carinho.
— Não precisa se preocupar com o seu pai, querida, ele sabe e
entende o que acontece entre você e seu chefe... Não vou negar que nós
queremos pra você um homem que te assuma, que te ame de verdade, mas...
Eu acho que isso não está longe de acontecer, e até o seu pai já percebeu isso.
— Ela abre ainda mais o seu sorriso me surpreendendo com as suas suspeitas.
— Será mamãe? Eu não quero me iludir, não quero me precipitar
pensando algo que talvez não aconteça... Eu o amo mas não vou me iludir,
vou deixar as coisas acontecerem e o que tiver que ser, será. — Abraço-a
forte e sinto o seu carinho e seu amor ao retribuir o meu abraço.
— Sabia decisão, minha filha, o que tiver que ser, será querida. — Ela
se solta de mim com o sorriso mais lindo do mundo me fazendo sorrir
também.
— Podemos ir meninas! — Meu pai se aproxima sorrindo com
Ramon ao meu lado.
Seguimos para o carro de Ramon e meus pais entram atrás enquanto
eu entro na frente ao seu lado, ele dá a partida e seguimos para a área mais
rica da cidade. Depois de alguns minutos no trânsito meu pai e minha mãe
estão de boca aberta, admirando a cada mansão por onde passamos, meus
pais fazendo perguntas e Ramon responde sorrindo de um jeito que ainda não
tinha visto, eu sorrio só por vê-lo sorrindo mas hora ou outra ele pega a
minha mão me encarando com aquele seu olhar intenso.
Quando finalmente entramos pelos portões da mansão Mitchell meus
pais arregalam os olhos espantados, embasbacado com tamanha beleza, eu
nunca vou me cansar de admirar essa bela casa porque ela é mesmo incrível.
Entramos na casa de Ramon e minha mãe parece deslumbrada,
admirando tudo de boca aberta. Ramon nos deixa por um instante e vai até a
cozinha avisar que tem visitas, alguns minutos depois ele volta se juntando a
nós e Ronaldo aparece logo atrás nos servindo um generoso copo de suco de
laranja.
Conversamos um pouco enquanto Ramon leva os meus pais para
conhecer a casa, mas ele não tira os olhos de mim ao lado de minha mãe, essa
semana que não nos vimos nos deixou ainda mais ansiosos para estarmos um
com o outro, já tem quase um mês desde a última vez que transamos e ele não
é o único a estar inquieto e ansioso, mesmo com os meus medos e receios
após o que aconteceu, eu estou ansiosa para estar a sós com ele, com o meu
amor.
Capítulo 27
Ramon
Foi um choque para mim ouvir da boca de Marcelly que ela está
apaixonada por mim, eu não esperava por isso, eu jamais me imaginei ouvir
uma mulher se declarar para mim depois da minha decepção no passado,
estou acostumado com mulher se jogando para cima de mim o tempo todo
afim de uma boa foda ou simplesmente afim de ganhar agrados, e
sinceramente eu nunca me importei com isso, eu sempre soube que não
passaria de pegação, mas o fato é que essa ruiva é diferente e eu quero essa
ela para mim e não vou permitir que ela me deixe, muito menos agora que ela
se declarou para mim.
Estou confuso, depois daquele terrível episódio do sequestro e a
tentativa de suicídio de Marcelly eu não me sinto mais o mesmo, não sei
explicar mas uma angustia me consome por não conseguir decifrar o que
sinto por ela, já fazem três semanas que não transamos e sinceramente, eu já
não estou aguentando mais esperar, eu fico louco de tesão só de tocar nela
mas quando sinto os seus lábios, porra eu fico em chamas como nunca fiquei
com nenhuma outra mulher, o fato é que eu sou louco por ela mas não
consigo admitir, foram tantos anos vivendo de pegação sem compromisso,
sem me apegar a ninguém e agora não consigo mais me ver sem ela.
Passei uma semana fora do país por conta das reuniões na matriz das
empresas do meu pai, ele e minha mãe queriam que eu ficasse mais tempo
com eles, mas não consegui, eu precisava ver a minha ruivinha pois só falar
por telefone não era o suficiente, eu precisava tocar nela então inventei uma
desculpa qualquer e embarquei de volta para o Brasil, nem cheguei a vir em
casa, fui direto buscar a minha mulher para ficar comigo e sei que um único
dia não será o suficiente para saciar a minha saudade dela, e para não ter
impedimento com os pais dela eu os trouxe para jantar comigo, em
agradecimento pelos muitos convites que já me fizeram.
— Com licença, Sr. Mitchell! O jantar está servido como o senhor
ordenou, já podem ir para sala de refeições, senhor. — Ronaldo aparece na
sala onde estou sentado ao lado da minha ruiva conversando com os seus
pais.
— Obrigado Ronaldo! Já estamos indo... Sr. Sérgio! Sra. Antônia! Me
acompanhem por favor. — Me levanto estendendo a mão para Marcelly que
me dá um pequeno sorriso.
— Eu estou faminta e sei que a comida deve estar uma delícia, como
sempre. — Ela abre ainda mais o seu sorriso me fazendo sorrir também.
— Porque não falou que estava com fome? Eu teria pedido para
antecipar o jantar. — Sigo para sala de jantar segurando a sua mão mas ela
não desvia os seus olhos de mim.
Ela parece diferente, não está mais me contestando como antes é
aceita com facilidade as minhas decisões, está mais carinhosa e também mais
sensível que antes, um simples toque meu na sua pele e ela ofega, quando
abraço-a ela se derrete em meus braços, porra isso me deixa ainda mais louco
por ela.
Nos acomodamos a mesa e começamos a comer, os pais de Marcelly
falam um pouco mais sobre a casa nova e o quanto estão empolgados, eu só
conheci a casa nova deles quando fui levar Marcelly pessoalmente em casa e
conversar com os pais dela, eles ficaram sem chão ao saber do sequestro e
também da tentativa de suicídio da filha, mas entenderam o seu desespero
depois de tudo que sofreu e lhes deram o seu total apoio, carinho, amor e
atenção, tudo que ela precisava e ainda precisa, e eu também quero dar tudo
isso a ela, eu só preciso conseguir admitir para mim mesmo o quanto gosto
dessa mulher.
— Você tem razão, filha, a comida está divina... Nunca havia comido
algo tão saboroso. — Sra. Antônia concorda animada enquanto come, e
minha ruiva sorrir abertamente como não tenho visto a semanas.
— Realmente, está tudo delicioso, Ramon, dê os parabéns a sua
cozinheira porque está tudo perfeito. — Sr. Sérgio elogia enquanto come e
sua esposa sorrir acariciando a sua mão, um gesto tão genuíno e carinhoso
que me deixa pensativo.
— Obrigado, Sr. Sérgio, eu vou agradecê-la com certeza... Não é
sempre que tenho visitas em casa e Marlene adora fazer muita comida, além
dos meus pais e Marcelly, vocês são as únicas visitas que recebo. — Encaro
Marcelly enquanto pego a sua mão por baixo da mesa e ela me dar aquele seu
olhar de ternura que me confunde.
— O pouco que você nos falou da sua família, já deu para perceber
que são pessoas admiráveis assim como você... Espero que estejam todos
bem. — Sra. Antônia me lança um sorriso gentil e amoroso me fazendo
lembrar da minha mãe.
— Obrigado pela consideração, Sra. Antônia, a minha família está
bem graças a Deus... Na próxima semana os meus pais devem vir ao Brasil
para passar uns dias comigo, eu faço questão que eles conheçam vocês... Eu
me identifiquei bastante com todos vocês e sei que vão se dar muito bem com
a minha família. — Comento espontaneamente me lembrando da conversa
que tive com a minha mãe.
— Porque você está tão pensativo, meu filho? Tem algo te
perturbando? Ou algum problema que precise de ajuda? — Pergunta minha
mãe entrando no meu quarto enquanto estou jogado na minha cama
pensando nela, na minha ruiva.
— Estou com um problemão, mamãe, estou confuso e não sei como
mudar isso... Sei que não sou de pedir ajuda, mas... Dessa vez eu preciso de
você. — Me sento na cama e ela se aproxima mais se sentando de frente para
mim.
— Fico feliz por finalmente me pedir ajuda, querido, eu sempre estive
aqui esperando por você, mas você nunca vinha e com isso eu sempre estive
preocupada com você... Mas me diz? O que está te deixando tão confuso? Se
abra para mim e me deixa te ajudar filho? — Ela me dá aquele sorriso
amoroso me passando uma confiança que eu não tenho a tempos para me
abrir com alguém.
— Bom... É que... Tem uma garota me tirando o sono, ela é diferente
das mulheres que estou acostumado a ver por aí... A gente está se curtindo já
há um tempo e.... Porra mamãe, eu não sei o que está acontecendo comigo, a
duas semanas atrás ela disse que está apaixonada por mim e isso me pegou
de surpresa, eu sempre esperei por isso vindo de que qualquer uma, menos
dela, temos muito em comum, a gente se entende bem na cama e fora dela
também, até quando ela me tira do sério eu sinto uma sensação boa, ela é
arisca, é brava, ela me lembra muito de você com o papai... Eu sinto medo de
perdê-la, sinto medo dela se afastar de mim e não me querer mais... O que
está acontecendo comigo, mamãe? Eu gosto muito daquela ruiva e não me
imagino longe dela, eu quero protegê-la, quero cuidar dela... Eu quero
aquela mulher pra mim. — Me levando da cama inquieto esfregando as mãos
nos cabelos angustiado e ela sorrir mesmo me encarando surpresa.
— Deus seja louvado... As minhas preces foram atendidas e você está
mudando, está voltando ao que era antes, Ramon... Filho você está
apaixonado! — Ela se levanta empolgada me pegando de surpresa com a sua
afirmação.
— Apaixonado? Eu? Será que é mesmo isso, mamãe? Eu já estive
apaixonado antes e o que eu sinto por essa mulher não chega nem perto do
que senti antes... É maior que isso, mamãe, e eu estou assustado... Eu nunca
senti isso antes eu tenho certeza disso! — A encaro apreensivo em busca de
repostas e ela vem como um tiro no peito tirando todo o ar dos meus
pulmões.
— Oh meu Deus filho... Você ama essa garota... Quem é ela? De onde
ela é? Vocês estão namorando? Ela é de boa família? Me diz Ramon? —
Minha mãe me encara atenta com um sorriso largo enquanto eu respiro
fundo, tentando puxar o ar para os meus pulmões.
Eu a amo...? Eu amo aquela mulher? A encaro receoso com a sua
última pergunta, não sei como será a reação dela quando souber que estou
assim por causa de uma garota de programa, mas ela não é mais garota de
programa porque ela é só minha.
— Mamãe... Antes de responder as suas perguntas eu quero que saiba
de uma coisa... Não me interessa a opinião de ninguém sobre ela, Marcelly é
minha e não vou perdê-la por causa do que você ou papai vão pensar sobre
isso, você sabe a quanto tempo eu não me sinto assim? Essa garota entrou na
minha vida de um jeito definitivo, mamãe, eu não posso tirá-la da minha vida
ou isso vai me destruir de novo. — Desabafo angustiado e ela se aproxima
olhando dentro dos meus olhos, posso ver o quanto ela está surpresa.
— Porque você está dizendo isso, filho? Porque essa angústia toda te
atormenta? Se abra comigo, Ramon? Eu sou sua mãe e jamais vou te julgar
contra algo ou alguém que está te fazendo feliz, que está te trazendo de
volta... Fala comigo filho? — Ela acaricia o meu rosto e eu respiro fundo.
— Quando eu me envolvi com ela... Ela era uma das garotas da
minha boate, eu a coloquei como minha exclusiva e desde então ela é só
minha... Recentemente teve uma onda de sequestros em São Paulo, e três das
garotas das minhas boates foram sequestradas e ela era uma delas... Eu senti
o meu mundo desabar quando descobri que tinham levado ela, mamãe...
Maltrataram ela e Marcelly tentou suicídio, mas graças a Deus eu consegui
impedir e desde então ela não trabalha mais como garota de programa, ela
saiu da minha boate e vai trabalhar comigo na empresa, se ela aceitar a
minha proposta... A família dela é bem humilde, ela se prostituía para
sustentar os pais que aliás, são pessoas incríveis e me receberam muito bem,
mesmo sabendo que a filha trabalhava para mim e me atendia... São pessoas
honestas, mamãe, mas mesmo assim eu sei que o papai vai me encher a
paciência... Por favor? Diz que está do meu lado ou vou me sentir sozinho
sem o seu apoio e seu carinho? Ter a rejeição de um de vocês eu aguento,
mas ter a rejeição dos dois eu não vou aguentar, eu vou embora para não
voltar mais. — Despejo de uma só vez e ela se mantém calada apenas me
ouvindo, me afasto esfregando as mãos nos cabelos e ouço ela respirar
fundo.
— O seu pai não precisa saber desse detalhe, filho... Pelo menos por
enquanto... Se a garota não faz mais programas e não quer mais essa vida,
eu não tenho nada para dizer sobre isso... Como você mesmo disse, ela fez o
que fez para ajudar os pais e eu já estou gostando dela só por saber disso,
você pode conhecer bem uma pessoa pela maneira que ela trata a sua
família, e pelo que percebi, essa menina tem sofrido tudo isso por ajudar e
honrar os seus pais, tenho certeza de que vou adorar conhecê-la
pessoalmente. — Diz minha mãe me fazendo respirar um pouco mais
aliviado.
Mas ainda sinto o peso da palavra amor pesando sobre mim, como
isso pode ser bom se me sinto angustiado? Será que amo mesmo aquela
ruiva? Eu só vou descobrir isso quando estiver novamente com ela.
— Eu sabia que podia contar com você... Me desculpa por não ter te
procurado antes, mamãe... Você é perfeita... Eu te amo! — Me aproximo
novamente dela e abraço-a apertado por finalmente entender o que está
acontecendo comigo, eu gosto daquela ruiva muito mais do que imaginei.
— Não me agradeça filho, nós mães estamos nesse mundo para isso,
para ajudar e orientar os nossos filhos a irem na direção certa. — Ela se
solta brevemente me dando aquele sorriso amoroso e encantador."
Depois da sobremesa fomos todos para sala e conversamos um pouco
mais antes que os pais de Marcelly decidam ir embora, eles estão empolgados
com o meu convite para virem quando quiserem para passarem o dia comigo,
e é claro, com a minha ruiva também.
— Ramon! Muito obrigado por nos receber na sua casa meu rapaz,
adorei o jantar mas agora está na hora de irmos. — Sr. Sérgio se levanta já se
despedindo e sua esposa faz o mesmo.
— É verdade querido, já está ficando tarde e nós precisamos ir... Foi
muito bom passar esse momento com você, Ramon, espero que cuide bem da
minha filha, só estamos tranquilos de deixá-la aqui porque sabemos o quão
responsável você é, e sabemos que vai protegê-la... Me liga se precisar,
querida, a hora que for eu e seu pai vamos estar esperando por você, está
bem...? Eu te amo filha. — Ela se aproxima me dando um abraço carinhoso e
um sorriso gentil, eu retribuo antes dela me soltar para abraçar também a
filha.
— Pode ficar tranquila, Sra. Antônia, a sua filha está segura aqui
comigo... Sintam-se a vontade para vir a hora que quiserem, a porta da minha
casa estará sempre aberta para receber pessoas incríveis como vocês. —
Cumprimento-os mais uma vez enquanto seguimos até a porta de saída, assim
que o fazemos Marcelly se despede dos pais com um abraço carinhoso e
demorado.
— Eu amo vocês, mamãe, amanhã depois do almoço eu vou vê-los,
está bem? Vão com cuidado e me ligam se precisarem, se não conseguirem
falar comigo não precisam ficar preocupados, ouviram? O Sr. Mitchell deu os
telefones dele caso precisem ligar... Eu amo muito vocês, papai... Obrigada
por sempre me apoiarem sem me julgar... Vocês são os melhores pais do
mundo. — Ela se emociona abraçada aos pais que a admiram com tanto
amor.
— Está bem filha, te esperamos em casa amanhã... Tenham uma boa
noite e que Deus os protejam. — Sr. Sérgio me cumprimenta mais uma vez e
dá um beijo na filha enquanto sua esposa faz o mesmo.
Eles entram no carro e meu motorista dá a partida saindo com os pais
da minha mulher.
— Agora somos só eu e você... Minha ruivinha. — Surpreendo
Marcelly pegando-a no colo e ela se assusta dando um gritinho abraçando o
meu pescoço.
— Ramon você ficou louco...? Você me assustou homem! — Me
repreende sorrindo e eu entro em casa com ela indo direto para as escadas.
— Eu sempre fui louco, você que nunca percebeu isso. — Digo em
um tom irônico e ela gargalha fazendo o meu coração acelerar, já faz tempo
que não a vejo sorrir assim.
— Você acha mesmo que eu nunca percebi, Ramon? Você é o louco
mais lindo e mais gostoso que já conheci em toda minha vida. — Dispara
ainda empolgada enquanto eu subo a escada com ela em meus braços, mas
ela cora violentamente pelo seu comentário e eu nunca a vi tão vermelhinha.
— Então eu sou louco, lindo e gostoso? Uau... Acho que eu posso
dizer o mesmo de você... Você é a mulher mais louca, linda e gostosa que já
conheci em toda a minha vida... E é a única mulher que eu quero para mim.
— Paro no meio da escada encarando fixamente os seus olhos. Ela faz o
mesmo.
— Você pode não ter sido o primeiro homem da minha vida,
Ramon... Mas você é o único que já amei e vou amar... Você é o único que
vou querer eternamente na minha vida... Eu te amo, Ramon... — Ela ofega
fazendo o meu coração bater na boca com a sua declaração.
Abro a boca para dizer que sinto o mesmo por ela mas não consigo,
minha garganta queima e minha respiração pesa, sinto a minha mente pesar
uma tonelada mas ela me beija com calma fazendo eu me sentir leve
novamente.
Termino de subir as escadas sem quebrar o beijo e ela sussurra na
minha boca dizendo que me ama, a cada vez que ela repete essas palavrinhas
o meu coração bate mais forte e mais acelerado.
Entro com ela no quarto e vejo que fizeram exatamente como pedi,
ainda no jatinho de volta para o Brasil eu liguei pedindo a Ronaldo que
preparasse uma surpresa para Marcelly, e assim compensar o tempo que
ficamos longe.
— Ramon... O que é isso...? Meu Deus são, lindas... São para mim?
Todos esses buquês de rosas são para mim? — Ela sussurra admirando os
vários buquês de rosas que mandei comprar para recebê-la, mas preferi que as
colocassem no meu quarto onde pretendo passar mais tempo com essa mulher
linda, a minha mulher.
— Essas rosas são para minha mulher... Você é minha mulher,
Marcelly...? Me responde ruivinha? — Questiono ainda com ela em meus
braços e ela me ofega, posso sentir o seu corpo trêmulo.
— Sim, Ramon Mitchell...! Eu sou sua mulher... Apenas sua... — Sua
voz trêmula e ofegante me diz claramente que ela está excitada.
— Então essas flores são sim para você... Minha mulher... — Levo
ela para cama e deito-a com calma me pondo sobre ela sem quebrar o nosso
olhar.
Beijo-a com calma sentindo o maravilhoso sabor dos seus lábios, ela
me puxa pela nuca devorando a minha boca me deixando ensandecido de
desejo por ela, mas de repente ela para me encarando aflita, sei que está com
receios pois é a nossa primeira vez depois do que houve.
— Ramon... — Ela parece apreensiva mas a interrompo.
— Schiii...! Não precisa dizer nada, eu sei que está receosa mas você
não tem motivos para isso... Apenas relaxa e me receba, ruivinha...Eu sou
seu... — Passo o meu polegar pelos seus lábios e ela geme fechando os olhos.
Ela é tão linda rendida ao desejo, gemendo de prazer me deixando
louco para pegá-la de jeito. Beijo os lábios doces mais uma vez antes de me
erguer saindo da cama, abro a minha camisa botão por botão sem desviar os
olhos dela, estou louco para sentir essa mulher novamente.
Ela se senta na cama abaixando as alças do seu vestido até descobrir
os seus lindos seios, sinto o meu pau latejar em resposta e ofego, tiro a minha
calça enquanto ela termina de tirar o seu vestido, ficando somente de calcinha
e se deita novamente, percorrendo os seus olhos pelo meu corpo.
Já completamente nu eu subo na cama e me ajoelho ao seu lado
deslizando a sua calcinha pelas suas pernas até tirá-la completamente do seu
corpo, porra ela está lisinha como sempre esteve. Me ponho sobre ela e beijo
os seus lábios antes de descer a minha boca pelo seu pescoço, logo estou
beijando entre os seus seios e acaricio um e levo a boca até o outro, brinco
com a minha língua no seu mamilo e sugo com vontade sentindo as suas
unhas entrarem nos meus braços.
— Ahhh... Deus... Ramon... Ohhh... — Ela geme enquanto me
esfrego nela ansioso para preenchê-la todinha.
Dou atenção ao outro seio igualmente e ela se arqueia para mim, mas
estou ansioso demais então desço a minha boca pelo seu corpo e abro as suas
pernas me pondo entre elas, vejo Marcelly novamente me encarar apreensiva
mas fixo os meus olhos nos seus, prendendo ela a mim enquanto me baixo até
tocar a sua intimidade com a minha língua, ela quase grita quando passo a
língua entre seus lábios e chupo o seu pontinho sensível.
— Ramonnnn... Ramon... Ohhh isso é incrível... É maravilhoso meu
amor... Ahhh... — Geme de olhos fechados se contorcendo me deixando
satisfeito com a sua entrega.
Ela está ainda mais gostosa depois desse tempo de abstinência, eu já
estava passando mal sem poder senti-la mas não vou aceitar ficar um único
dia sem sentir a minha mulher novamente. Chupo-a com mais vontade
alucinado pelo tesão, sinto o meu pau babar desejando entrar nela agora mas
quero sentir o seu mel e ele não demora muito para vir, Marcelly está
bastante sensível ao meu toque e se eu não entrar nela agora eu vou gozar na
cama sem nem ao menos senti-la.
Marcelly goza na minha boca me chamando de amor e essas palavras
ficam martelando na minha mente.
— Gostosa... Eu senti tanto a sua falta minha gostosa... Minha
mulher... — Sugo todo o seu mel mas me ergo rapidamente quando sinto que
vou gozar.
Encaro o seu corpo mole na cama e subo os meus olhos até o seu
rosto, ela tem os olhos presos em mim e eu me ponho sobre ela beijando-a
ferozmente, mas interrompo o beijo para encarar os seus olhos transbordando
doçura, paixão e desejo.
— Quero tentar algo diferente hoje... Quero tentar algo que talvez
você goste... Não quero transar com você agora, Marcelly... Quero fazer amor
com você, ruivinha... Quero amar você, Marcelly Alencar... — Solto
enquanto me encaixo na sua entrada e penetro-a lentamente, sentindo a minha
garganta arranhar e aquela angústia desaparecer aos poucos.
— Ramon... Meu Ramon... Ohhh eu te amo... Eu te amo... —
Sussurra deixando uma lágrima cair enquanto penetro a minha mulher com
calma, com carinho e com amor sentindo a sua carne quente me envolver.
— Eu te amo, Marcelly... Por mais que eu não saiba demonstra isso...
Ohhh eu te amo... Por mais que eu negue para mim mesmo... Eu te amo...
Ohhh Deus eu te amo, ruivinha... — Me declaro antes de tomar a sua boca
em um beijo apaixonado, sentindo um peso absurdo sair das minhas costas,
sentindo um alívio que nunca senti antes.
Interrompo o nosso beijo pela falta de ar e prendo os meus olhos nos
seus, sentindo a sua carne quente e macia me envolver completamente,
Marcelly tem um largo sorriso no rosto me fazendo sorrir também.
— Eu estou amando fazer amor com você... Meu amor... Ramon...
Ahhh minha vida... — Seu gemido está mais suave e sensual, está mais sexy
e isso me excita mais.
— Você também é minha vida, ruivinha... Eu não posso te perder
nunca, ouviu? Você é minha, meu amor... Ohhh cacete! Você é minha...
Minha Marcelly...! Ohhh caramba eu vou gozar... Porra eu já vou gozar! —
Sinto a adrenalina correr em minhas veias e meu orgasmo se aproximar me
fazendo aumentar os meus movimentos e ela abraça a minha cintura com as
suas pernas.
Meu corpo inteiro treme e eu gozo com força depois de três semanas
me masturbando feito um louco pensando nela. Gozo preenchendo-a com o
meu liquido e ela me aperta anunciando o seu orgasmo, continuo os meus
movimentos e quando já estou sem forças para continuar, ela goza se
derramando no meu pau, uma sensação tão gostosa que eu senti tanta falta.
Encaro o seu rosto admirando as suas reações e vejo novamente as
suas lágrimas rolarem, mas ela me beija, um beijo tão intensão que desabo
sobre ela mas não solto o meu peso. Ela acaricia os meus cabelos e aos
poucos paramos o beijo ainda ofegantes.
— Obrigada... Obrigada por ser paciente comigo... Obrigada por me
deixar te amar, e obrigada por me dar o seu amor... Ramon, esse dia ficará
gravado na minha memória pra sempre... — A vejo emocionada passando os
dedos delicados pelo meu rosto e eu beijo a sua mão, sem conseguir desviar
os meus olhos dos seus.
— Idem... Minha ruivinha... — Seco as suas lágrimas com o meu
polegar e beijo-a apaixonadamente, com todo esse sentimento gigantesco que
sinto dentro de mim.
Ainda não acredito que me declarei para ela, me sinto até mais leve
depois que o fiz, essa mulher é muito importante para mim, ela minha, minha
mulher.
Saio dela me deitando ao seu lado e puxo-a para os meus braços, não
consigo mais dormir longe dela e quando isso não acontece eu nem durmo
direito.
— Vamos tomar um banho? Eu mandei prepararem a banheira para
nós. — Toco o seu rosto gentilmente e ela ergue os seus olhos até os meus.
— Além de cavalheiro agora também está se mostrando romântico...?
Eu gosto disso, Sr. Mitchell. — Ela pisca para mim enquanto se levanta se
sentando sobre mim. Admiro o seu belo corpo. — Ainda não acredito que
ouvi da sua boca que me ama, pensei que já amais ouviria isso de você, mas,
me enganei... O meu sonho de ser amada se realizou. — Ela passa os seus
dedos pelo meu peito e eu me sento abraçando o seu corpo.
— Eu não estou acostumado a me declarar para ninguém, ruivinha,
então se por algum momento você precisar ouvir isso de mim e eu não disser,
não fica chateada comigo, está bem? Tudo isso é novo para mim, eu preciso
me acostumar com isso... Mas desde já saiba que te amo, que você é minha e
nunca deixará de ser, ouviu bem? — Adentro os meus dedos nos seus cabelos
e seguro ela pela nuca, ela apenas balança a cabeça concordando.
Passo a minha língua pelos seus lábios antes de beija-la ardentemente,
Marcelly começa a rebolar no meu colo e posso sentir o nosso gozo escorrer
da sua intimidade melando o meu pau.
— Já fizemos amor, Sr. Mitchell... Agora pega a sua mulher de jeito...
Eu já estou pronta para você. — Diz com a voz rouca de desejo mas sai do
meu colo descendo da cama, me deixando frustrado.
A minha ruivinha atrevida está de volta, sorrio feito um bobo e me
levanto indo atrás dela, a nossa noite será longa pois só assim saciarei o meu
desejo por ela.
Capítulo 28
Marcelly
Não tenho palavras para descrever o que estou sentindo depois de
ouvi-lo se declarar, Ramon disse que me ama, ainda não estou acreditando
nisso e acho que vou querer ouvir de novo, mas estou ciente de que ele ainda
está se acostumando com esse sentimento, não vou ficar cobrando isso dele
pois melhor que ouvir é sentir o seu amor, é ver as suas atitudes e isso me
basta para me sentir amada.
Eu fiquei de boca aberta quando entramos no quarto e vi todos
aqueles buquês de flores espalhados pelo quarto, e saber que todas elas são
para mim fez o meu coração acelerar. Pela primeira vez na minha vida eu fiz
amor com o homem que amo, o meu homem, é tão bom poder dizer isso
porque ele é realmente meu, e não digo isso só por estar dormindo somente
com ele, mas também porque sinto que ele é somente meu.
Depois de nos amarmos fomos para o banheiro como ele sugeriu e me
surpreendi com a bananeira cheia com espumas e pétalas de rosas, o encaro
surpresa mas ele parece tão surpreso quanto eu, acho que ele não esperava
por isso também mas sorrir me puxando para o seu corpo.
— Bom, vamos aproveitar bem a nossa noite porque eu ainda estou
com saudade de você... Minha gostosa. — Ele aperta o meu corpo contra o
seu e posso sentir que ele já está duro novamente.
— Já que está querendo me agradar tanto, quero que faça algo que
nós dois gostamos muito... Eu estou aqui com você, eu confio em você,
Ramon... Então me dá o que eu quero...? Eu quero que me pegue de jeito
como só você sabe fazer... Como só você me deixa louca por mais... Muito
mais, Sr. Mitchell. — Passo a mão pelo seu peito e desço até a sua ereção
acariciando-o com movimentos suaves.
— Porque insiste em me chamar de Sr. Mitchell? Está com
dificuldade para me obedecer, Marcelly...? Você é minha mulher, já se
esqueceu disso? Precisa que eu te lembre? — Questiona naquele tom firme
que me faz estremecer, mas como sempre isso não me intimida, só me excita
ainda mais com ele apertando a minha cintura.
— Eu sei que sou sua mulher, Sr. Mitchell... Mas também sou sua
funcionária, já que aceitei trabalhar com você... Não vai ser legal para os
outros funcionários da sua empresa... Me verem te chamar pelo primeiro
nome. — Ele se esfrega em mim me deixando tensa e ofegante, passo a
língua pelos seus lábios e me solto dele prendendo os meus cabelos, entrando
na banheira em seguida.
— Não me interessa os outros funcionários, só o que me interessa é
você, Marcelly, você é minha mulher caramba! Custa me obedecer...? O que
você tem de gostosa tem de teimosa, sabia? — Retruca enquanto entra na
banheira e eu sorrio, eu amo vê-lo contrariado, ele fica tão sexy com essa cara
de bravo.
Ele se senta na banheira de frente para mim e eu vou para o seu colo
me sentando de frente para ele, suas mãos na minha cintura me puxam mais
para o seu corpo, pressionando os meus seios no seu peito tatuado. Ele não
diz nada e eu também não, nos encaramos fixamente por um tempo enquanto
abraço o seu pescoço, suas mãos vagam pelo meu corpo me causando aquelas
sensações prazerosas.
Rebolo no seu colo sentindo o quão duro ele já está, o vejo ofega e
assim como eu enquanto suas mãos apertam a minha bunda me pressionando
na sua ereção.
— Você está tentando me enlouquecer ainda mais...? Quer me ver
perdendo o juízo com você, Marcelly? Porque será isso que vai acontecer se
continuar me provocando. — Ele ofega descendo a sua mão entre nós e passa
os seus dedos pela minha intimidade.
— Estou esperando você reagir, Ramon... Vai fazer amor comigo de
novo...? Ou vai me foder com força...? — Mesmo com receios de pedir isso
eu me mantenho firme, não vou deixar o que aconteceu mudar essa química
forte que existe entre nós.
— Confesso que não esperava que fosse me pedir isso agora... Mas eu
quero muito isso, minha gostosa. — Ele se ergue me tirando do seu colo e me
vira abruptamente me colocando de quatro na banheira. — Eu senti tanta falta
de pegar você assim, de sentir a sua entrega total a mim, ruivinha. — Sinto
sua mão deslizar pela minha bunda e meu coração acelera no mesmo instante.
Me apoio na borda da banheira e ele esfrega a sua ereção na minha
bunda me fazendo ofegar, de depende sinto um tapa na minha bunda que me
estremece e eu desabo.
— Não! Não por favor...! Por favor não faz isso eu não consigo... —
Imploro me sentando na banheira me encolhendo abraçando o meu corpo. —
Me desculpa eu não consigo... Eu pensei que estivesse pronta mas não
estou... Eu ainda não consigo... Imagens deles vem a minha mente me
atormentando... Eu não consigo, Ramon... — Choro de cabeça baixa ainda
abraçada ao meu corpo e ele se senta ao meu lado me abraçando apertado.
— Se acalma meu anjo, está tudo bem... Eu que peço desculpas, no
fundo eu sabia que você ainda não está bem... Me perdoa por não ter
conseguido impedir o que aconteceu? De certa forma eu me sinto culpado por
não ter cuidado melhor de você... Me perdoar por tudo que você sofreu...?
Não fica assim por favor? — Ele me puxa para o seu colo e eu vou de bom
grado abraçando o seu pescoço, aninhando o meu rosto no seu pescoço.
Eu choro em silêncio enquanto ele acaricia as minhas costas, o aperto
forte contra o meu corpo para sentir que é mesmo ele aqui comigo, que não
estou mais naquele pesadelo e agora eu estou segura.
Eu passei essas três semanas tendo pesadelos com o que aconteceu,
meus pais e também Ramon já presenciaram o meu desespero ao acordar
assustada, eu não quero mais passar por isso, quero superar logo tudo isso
para voltar a ter uma vida normal.
— Não se desculpe mais, por favor...? Você não teve culpa de nada,
Ramon... Eu ainda não consegui superar o que houve, me desculpa? —
Sussurro ainda escondendo o meu rosto no seu pescoço e ele aperta o meu
corpo.
— Está tudo bem amor, não se preocupe... Eu só quero que saiba que
você está segura agora, não vou sair de perto de você nunca mais, mas para
você se sentir ainda mais segura você não vai mais sair sozinha, eu vou
deixar uma equipe de segurança a sua disposição e também da sua família,
sei que assim você se sentirá mais tranquila e é essa a minha intenção... Não
quero mais te ver sofrendo assim, ouviu? — Ele ainda me aperta contra o seu
corpo e eu realmente me sinto mais tranquila. — Olha para mim, ruivinha?
Olha nos meus olhos meu amor! — Ramon ergue o meu queixo para encará-
lo e assim o faço. — Aqueles malditos miseráveis estão mortos, eles pagaram
pelo que fizeram... Eu só lamento não ter matado eles eu mesmo mas agora
está tudo bem... Eu estou com você e não vou te deixar nunca... Confia em
mim por favor? Eu não vou te decepcionar, eu prometo...! Eu só faço
promessas para quem eu amo e eu amo você, Marcelly. — Ele acaricia o meu
rosto me encarando com um brilho diferente no olhar, um olhar de amor. Ele
realmente me ama!
— Eu confio em você, Ramon... Mas eu peço que confie em mim
também... Você está sendo tão paciente comigo, tão carinhoso e atencioso...
Você está sendo um amor literalmente. — Me afasto brevemente par encará-
lo melhor e limpo o meu rosto, me sentindo envergonhada por esse episódio.
— Porque está envergonhada...? Eu adoro ver você assim, sabia?
Você fica linda. — Ele me dá um sorriso tão lindo que me faz sorrir também.
— Eu confio em você, minha princesa, nunca na minha vida eu tive uma
mulher tão sincera e espontânea com você... Essas são algumas das
qualidades que eu mais admiro em você, mas não posso deixar de dizer o
quanto você é linda e gostosa... Ou seja, você é perfeita. — Ele coloca alguns
fios soltos dos meus cabelos atrás da orelha e encara a minha boca.
Não digo nada, apenas sorrio encarando os seus lábios entreabertos,
acaricio o seu rosto e beijo-o com calma enquanto suas mãos vagam pelas
minhas costas, me ergo para me sentar de frente para ele e beijo-o mais uma
vez, e dessa vez com mais intensidade, posso sentir que ele já está se
excitando novamente e ele para o beijo, me encarando nos olhos.
— Confia em mim como você confiou a minutos a trás...? Sou eu aqui
com você, o homem que te ama e só quer ver você bem... Não vamos transar
hoje se não quiser, mas eu quero fazer amor com você mais uma vez... Se
você ainda me quiser hoje. — Ele ofega alternando o seu olhar entre minha
boca e meus olhos, eu apenas balanço a cabeça concordando.
— É você aqui comigo... Não é um sonho e muito menos um
pesadelo, eu sou sua mulher e você é o meu homem... Eu quero você porque
sei que jamais me faria mal, você me protege... Ahhh... Você me ama e quer
cuidar de mim... Ramon... Ohhh... — Olho em seus olhos enquanto me ergo o
encaixando na minha entrada, me sentando lentamente nele.
— Ohhhh... Isso princesa... Minha princesa ruiva... Ohhh... — Geme
enquanto cavalgo nele presa no seu olhar.
Ele toca os meus seios com carinho antes de pôr a boca neles, um por
um pressionando a sua língua nos meus mamilos. Me movimento um pouco
mais rápido e posso senti-lo pulsar dentro de mim.
— Você é maravilhosa, ruivinha... Porra, você me deixa louco... Ohhh
você perfeita... Perfeita para mim meu anjo... — Seu tom é rouco e ele segura
firme a minha cintura dando pequenos impulsos para entrar em mim. —
Porra eu não estou aguentando, Marcelly... Me deixa pegar você de quatro
amor...? Me deixa sentir você com força...? Eu não vou te machucar eu
prometo...? Ohhh cacete que delícia... — Ele pede apertando a minha bunda
estocando em mim mais rápido.
O Encaro apreensiva mas decido enfrentar os meus traumas. Saio do
seu colo ficando de quatro na banheira, rapidamente ele se põe atrás de mim,
mas diferente de antes ele segura a minha cintura e se encaixa na minha
entrada deslizando para dentro de mim, eu fecho os olhos me concentrando
na sua voz e nos seus toques.
— Você é linda... Você é maravilhosa demais ruivinha... Ouve a
minha voz e se concentra em mim, está bem...? Sou eu, o seu homem quem
está aqui te pegando de jeito, meu amor... Ohhh bocetinha gostosa e
viciante... Minha mulher... Meu amor... Ohhh meu amor. — Ramon me
penetra mais forte e mais rápido enquanto eu permaneço de olhos fechos,
suas mãos acariciam as minhas costas e eu me entrego a ele por inteira como
antes.
— Mais forte Ramon...! Ohhh mais forte...! Agrade a sua mulher e me
pega mais forte...? Ahhh... Me deixa ouvir a sua voz...? Não para de falar
amor... — Peço ainda de olhos fechados e rapidamente ele atende o meu
pedido.
— Eu faço o que você quiser, ruivinha... Você quer mais forte? Então
eu vou te dar mais forte... Quer ouvir a minha voz, meu anjo...? Então ouça
eu dizer que você é minha mulher... Ouça eu dizer que você me deixa louco...
Ohhh cacete eu vou gozar... Porra ruivinha... Ahhh Deus... Que mulher
perfeita... — Sua voz é rouca e me excita, ele me penetra com força mas puxa
o meu corpo me prendendo a ele.
Sinto seus lábios chupar o meu pescoço enquanto sussurra palavras
obscenas e ao mesmo tempo carinhosas, ele sabe como me deixar relaxada
mas sinto a minha intimidade se contrair, o aperto com força sentindo o meu
corpo em colapso, sei que vou gozar logo.
— Ohhh Deus eu vou gozar ruivinha... Sente o seu homem latejar
dentro de você...! Sente o quão duro você me deixa ruivinha...! Agora você
vai me sentir gozar derramando todo o meu liquido dentro de você... Mas eu
quero que faça o mesmo, meu anjo... Goza no meu pau! Goza comigo
princesa...? Ohhh goza! Goza comigo Marcelly! — Sussurra no meu ouvido
enquanto prende firme a minha cintura me penetrando ainda mais forte, de
um jeito mais bruto e eu não resisto a sua voz rouca e gozo, o apertando na
minha intimidade.
— Puta merda, Ramon... Ohhh isso... Isso... Ahhh... — Urrei sentindo
o meu corpo tremer com esse orgasmo tão intenso e sinto ele gozar em
seguida me preenchendo.
Eu e Ramon gememos descontrolados nos entregando ao nosso desejo
e prazer, ele continua se movimentando enquanto aos poucos deixa de latejar
e eu já estou me sentindo sem forças, deito a minha cabeça em seu ombro
sentindo também o seu corpo tremer. Ele sai de mim contra a minha vontade
e se senta na banheira me levando junto.
— Você conseguiu, ruivinha... Pelo menos por hoje você venceu o
seu trauma, meu anjo... Estou orgulhoso de você... Porque tinha que ser tão
gostosa? Porque tem que me deixar tão louco por você? — Seu tom é mais
tranquilo e eu me acomodo no seu colo de costas para ele e o mesmo abraça o
meu corpo.
— Você me ajudou muito, Ramon... Sei que todo dia eu vou superar
esses traumas e logo voltarei ao normal... Prometo. — Fecho os olhos
curtindo a sensação de estar em seus braços recebendo os seus carinhos.
— Não precisa prometer isso ruivinha, eu sei que você vai superar o
que houve porque você é mais forte do que pensa... Por isso estou preso a
você, porque você foi feita pra mim. — Ele ergue o meu queixo me fazendo
encará-lo e me beija devagar, com doçura como ele tem feito desde antes do
sequestro.
— Obrigada por estar comigo, Ramon, obrigada por me apoiar e me
oferecer algo tão diferente, e ao mesmo tempo tão importante... Você é
importante para mim. — Seus olhos brilham e eu ganho um beijo intenso.
— Você também é muito importante para mim, ruivinha... Mais do
que você possa imaginar, mas agora vamos terminar o nosso banho porque
tem uma garrafa de champanhe esquentando lá no quarto, e você nem viu. —
Ele sorrir passando espuma pelos meus seios me fazendo sorrir também.
Terminamos o nosso banho entre beijos e carícias mas o insaciável do
meu chefe não resistiu em me provocar um pouco mais, consequência?
Transamos mais uma vez antes de sairmos vestindo um roupão e voltamos
para o quarto, realmente tem uma garrafa de champanhe no gelo e eu não
tinha visto. Ele nos serve uma taça e fizemos um brinde a nós e a nossa noite,
ele me beija mais uma vez com aquela mesma doçura me deixando ainda
mais apaixonada por ele.
Depois de brindarmos eu saio até a saca do quarto e admiro a piscina
ilimitada lá em baixo, o jardim enorme com muitas palmeiras e plantas são
lindas, eu adoro esse lugar.
— Amanhã eu vou ter que sair cedo para ir até a empresa, mas eu
venho almoçar em casa e depois do almoço podemos ir ao shopping fazer
compras, quero que compre tudo que gostar e se quiser, pode fazer um agrado
aos seus pais, compre algo que você ache que eles vão gostar. — Ramon me
abraça por trás e eu deito a cabeça em seu ombro.
— Sei que você acha que fazer compras vai me fazer bem... E na
verdade vai mesmo porque eu vou me distrair e eu adoro fazer compras...
Mas tem algo que eu quero mais do que fazer compras. — Me solto dele me
virando para encará-lo sorrindo e ele retribui. Eu nunca tinha visto esse
homem sorrir tanto, seu sorriso me fascina!
— E eu posso saber o que você quer fazer além das compras? Espero
que seja algo que esteja ao meu alcance. — Ele me puxa de volta para o seu
corpo e eu vou de bom grado.
— Não é nada surreal, é algo que você mesmo me ofereceu... Eu
quero voltar a trabalhar o quanto antes, então eu queria saber quando vou
poder começar a trabalhar com você? Porque você não tem uma secretária?
Sempre trabalhou sem alguém para te ajudar? — O encaro pensativa e
curiosa e mais uma vez ele sorrir.
— Em primeiro lugar, eu sempre tive uma secretária, mas como eu
sou o presidente eu posso escolher quem eu quero trabalhando ao meu lado...
E eu quero você perto de mim... Em segundo lugar, você se sente pronta para
voltar a trabalhar? Tem certeza de que está mesmo bem para isso? —
Pergunta atento a mim, acariciando o meu rosto. Deus como eu amo sentir os
seus carinhos.
— Sim... Eu estou pronta e mesmo que não tivesse, é exatamente isso
que eu iria querer, vai me fazer bem trabalhar para não ficar pensando no que
aconteceu... Sem falar que eu vou poder passar mais tempo perto de você... E
quando eu estiver excitada por me lembrar de nós dois juntos eu não vou
precisar me tocar... Eu só vou precisar entrar na sua sala ofegante e você vai
entender o que eu quero, e sei que vai me dar. — Digo decidida mas o
provoco abrindo o seu roupão. Ele sorrir de lado.
— Eu nunca gostei de trabalhar naquele lugar, mas agora não vou
faltar um dia sequer... É bom ter a minha diabinha atrevida de volta. — Ele
me ergue e eu abraço a sua cintura com as minhas pernas sorrindo satisfeita
por conseguir provocá-lo.
Beijo-o ferozmente e ele me leva de volta para o quarto, e o seu alvo é
a sua cama, eu não poderia estar mais feliz do que estou hoje, tudo que
aconteceu hoje parece um sonho mesmo eu sabendo que é real.
Capítulo 29
Jaqueline
Ontem eu tive uma noite muito agradável na companhia de Yure, esse
homem é incrível, ele é tão atencioso, ele é cavalheiro como nenhum outro
homem foi comigo, meu Deus eu vou me apaixonar por ele muito rápido e
ainda nem sei o que será de nós amanhã ou depois, mas não quero ficar
pensando nisso, quero curtir esses momentos com ele já que ele foi o único a
despertar certos sentimentos em mim.
— Eu estou muito feliz por vocês, amiga, é uma pena vocês não terem
ido mais a diante nesse encontro e te peço desculpas, eu me esquece de te
avisar para não tomar mais de uma taça de vinho... Felipe também mal toca
em mim quando bebo demais e eu já aprendi a lição, quando estiver afim de
sexo gostoso não toca em bebida alcoólica, esses nossos homens são
certinhos demais e eles preferem que estejamos conscientes nos momentos a
sós... Por um lado eu acho isso muito fofo e respeitoso da parte deles, mas
por outro, eu sofro quando bebo e quero fazer amor com Felipe e ele se
esquiva de mim, mas quase sempre eu consigo seduzi-lo e mesmo bravo
comigo ele não resiste... O sexo fica ainda mais gostoso, se é que me entende.
— Paloma diz numa tranquilidade absurda enquanto eu coro envergonhada
com tanta intimidade.
Sorrio pelo seu jeito espontâneo de falar mas quando vou contestar,
alguém para no balcão.
— Bom dia meninas! Como é bom vê-las assim, sorridentes. — Me
estremeço ao ouvir a voz de Yure e vejo Felipe ao seu lado sorrindo
abertamente.
— Bom dia! — Dissemos juntas e eu coro por esse homem lindo a
minha frente não desviar os olhos de mim.
— Oi meu amor, vamos ficar na mesa de sempre. — Felipe se inclina
sobre o balcão beijando Paloma e eu coro ainda mais por desejar o mesmo do
meu Inspetor.
Meu? Desde quando? Ele ainda não me pediu para ser dele mas
tenho a impressão de que isso não vai demorar para acontecer!
Desvio os meus olhos dele sem conseguir desfazer o sorriso em meu
rosto, respiro fundo me sentindo tensa e me viro para sair de trás do balcão,
assim que o faço os encaro meio sem graça depois da minha noite de ontem
com esse homem espetacular.
— Senhores, vou acompanhá-los até a sua mesa, por aqui por favor!
— Engulo a seco desviando os meus olhos deles e me viro para sair, mas
sinto uma mão no meu braço.
Me viro e Yure me puxa para o seu corpo olhando para os lados, sem
dizer nada ele avança na minha boca me roubando um beijo intenso de tirar o
fôlego, me deixando mole e de pernas bambas.
— Porra, eu passei a manhã inteira desejando fazer isso... Foi
impossível não sonhar com você a noite inteira, e isso me complicou
bastante. — Diz ofegante ainda abraçado a minha cintura, mas eu me solto
receosa que meu chefe me veja nessa situação.
Abro a boca diversas vezes tentando dizer algo, mas não consigo,
engulo a seco sentindo as minhas pernas trêmulas, ele acaricia o meu rosto
fitando a minha boca e vejo Paloma passar por nós.
— Por aqui rapazes! Minha amiga precisa recuperar o fôlego. —
Paloma se afasta com Felipe e eu sinto o meu rosto queimar de vergonha.
— Me desculpa por fazer isso no seu local de trabalho, mas eu não
resisti... Eu precisava disso mas na verdade, eu preciso de muito mais... Eu
venho te buscar depois do seu expediente para o nosso cinema. — Ele me
encara tão fixamente que perco o ar novamente.
— Não precisa se incomodar, você deve ter muito trabalho na
delegacia... Sem falar que eu vou precisar ir em casa tomar um banho e me
arrumar... Você pode me buscar em casa. — Tento voltar para trás do balcão
mas ele segura a minha mão.
— Tudo bem, eu busco você em casa. — Ele pisca pra minha e dá um
beijo na minha mão antes de sair.
Meu Deus esse homem quer me ver ainda mais louca por ele. Volto
para trás do balcão e me sento tentando não ter um ataque cardíaco. Nesse
momento Paloma volta com um sorriso de orelha a orelha.
— Não senta não, queridinha! Tem uma mesa com um certo bonitão
te esperando para atendê-los. — Ela entra atrás do balcão fazendo o meu
coração bater na boca.
— Eu não posso atendê-los, Paloma! Eu estou muito nervosa eu não
vou conseguir atendê-los. — Apelo para o seu bom senso mas não adiantou.
— Sinto muito, mas o Inspetor exige ser atendido por você,
queridinha... É melhor se apressar pois eles estão famintos. — Ela pega o seu
Tablet enquanto eu me levanto emburrada por ela não me ajudar.
Mas a verdade é que Paloma é recepcionista e eu sou uma das
garçonetes. Dou língua para ela e saio ouvindo as suas risadas, vou até o
balcão do caixa e pego os cardápios voltando para o salão do restaurante, sigo
para a mesa dos oficiais da lei e consigo vê-lo me encarando com um
pequeno sorriso.
Me aproximo da sua mesa e lhes entrego o cardápio esperando que
façam os seus pedidos, Yure mais me encara do que olha o cardápio me
arrancando sorrisos. Depois de pegar os seus pedidos e ele piscar para mim
ao me entregar o cardápio, eu saio em seguida, é impossível não desejar esse
homem com ele me paquerando tão descaradamente, mas estou adorando
isso.
Atendo outras mesas junto aos meus colegas de trabalho mas hora ou
outra admiro o Inspetor de longe, ele conversa empolgado com Felipe e os
dois sorriem animados.
Tento focar a minha atenção no trabalho e me distraio conversando,
organizando algumas mesas que estão sendo desocupadas, algumas das
minhas colegas vão para cozinha ajudarem o novo chefe, eu em particular
quero distância daquela cozinha e principalmente do novo chefe, a última vez
que me empolguei com um eu entrei na maior furada da minha vida.
Paloma me chama para atender uma mesa próximo a entrada e assim
eu faço, atendo o casal de idosos e depois de anotar os pedidos eu me viro
para sair, mas me choco contra alguém que abraça a minha cintura.
— Me desculpe eu não te vi... Yure... Já está de saída? — O encaro
meio sem jeito por admirar esse sorriso lindo em seus lábios.
— Sim, já estou de saída... Te vejo em algumas horas. — Ele pisca
para mim abrindo ainda mais o seu sorriso, mas me solta se afastando.
Apenas balanço a cabeça concordando e ele vai embora com Felipe,
fico ali parada tentando me lembrar do que eu preciso fazer e vez Paloma
fazer sinal pra mim, escrevendo na sua agenda, encaro o bloco na minha mão
e me lembro do pedido então me apresso para chegar no balcão da cozinha.
Respiro fundo porque aquele homem tem o poder de me deixar aérea.
Foco a minha atenção no trabalho e nem vejo o tempo passar, quando
dou por mim já está na hora de ir embora e não me dou ao trabalho de tomar
banho antes de sair, prefiro fazer isso em casa com calma.
Me despeço de Paloma e as outras meninas na porta do restaurante e
sigo para o meu apartamento, não moro muito longe do trabalho então não
demoro para chegar. Em poucos minutos já estou em casa tomando o meu
banho e ansiosa para me arrumar pois Yure não vai demorar para vir me
buscar.
Mais alguns minutos e já estou terminando de me arrumar, coloco um
vestido branco de alças finas e com as costas nua, seu comprimento fica um
palmo acima dos joelhos e tem um belo decote nos seios, mas nada
exagerado e chamativo, ele não é colado no corpo mas também não é soltinho
como o de ontem. Faço uma maquiagem marcando bem os olhos e nos lábios
um bato rosa claro, calço os meus saltos e passo o meu perfume preferido,
nesse mesmo instante a campainha toca fazendo o meu coração acelerar.
Me apresso para chegar na sala e vou direto na porta, abro a mesma e
ali está ele, lindo de tirar o fôlego me encarando de cima abaixo.
— Nossa... A cada minuto eu me surpreendo mais com a sua beleza...
Você está linda. — Ele dá um passo na minha direção entrando no meu
apartamento, me fazendo ofegar.
— Obrigada... Você também está lindo. — Engulo a seco sentindo a
minha respiração pesar e meu coração bater na boca, ele sorrir ali parado no
meio da minha sala. — Eu vou buscar a minha bolsa e já volto... Fique à
vontade. — Estalo os dedos me sentindo tão nervosa e ele abre mais o seu
sorriso.
Me viro para sair mas sinto suas mãos na minha cintura me abraçando
por trás.
— Como você consegue ser tão gostosa? Eu perco o rumo só de olhar
pra você, Jaqueline... Eu quero tanto você. — Ele sussurra no meu ouvido e
eu tento me controlar para não desabar, ele me puxa contra o seu corpo me
fazendo sentir o quão duro ele está.
— Yure... O que está fazendo...? — Sussurro quase sem voz e ele me
vira abruptamente me puxando pela nuca devorando a minha boca.
Ele me empurra para algum lugar é logo sinto as minhas costas contra
a parede fria me fazendo arquear. Gemi em resposta me sentindo
completamente rendida a ele, mas nesse momento o seu celular toca e ele
nem pensar em deixar a minha boca, o telefone insiste em tocar e eu me
afasto brevemente para encará-lo.
— É melhor você atender... Pode ser importante... Eu vou pegar a
minha bolsa e já volto. — Saio feito um foguete mesmo sentindo as minhas
pernas bambas.
Meu Deus o que foi isso? Se ele insistisse naquilo eu não sairia mais
dessa casa hoje, ele mexe muito comigo mas quero deixar o melhor para mais
tarde, quero curtir ao máximo o tempo junto a ele.
Pego a minha bolsa e retoco o meu batom borrado, respiro fundo e
saio do quarto o encontrando andando de um lado para o outro olhando a
tudo a sua volta, quando me vê ele para me admirando.
— Já podemos ir, já escolheu qual filme vamos ver? — Puxo assunto
para desfazer o clima tenso que agora pouco. Ele me estende a mão e eu
pego.
— Podemos escolher juntos quando chegarmos lá... Ainda não sei de
todos os seus gostos então vou deixar você escolher o filme. — Sugere
enquanto saímos do meu apartamento e seguimos para o elevador.
Descemos até o seu carro e seguimos para o shopping do centro,
iniciamos uma conversa até que agradável, mesmo eu ainda me sentindo
nervosa.
Alguns poucos minutos depois estamos chegando no shopping e
seguimos direto para o andar do cinema, decidimos assistir Os Bady Boys
porque eu também gosto de ação, e agora estou gostando ainda mais da
polícia.
Enquanto Yure compra os ingressos eu vou para fila da pipoca e
compro uma pipoca grande e dois refrigerantes, compro também alguns
chocolates e balas de meta, me viro para voltar até ele e ouço alguém mexer
comigo.
— Ei gatinha? Espera princesa vamos conversar? — Passo por um
grupo de homens que mexe comigo mas não me dou ao trabalho de olhar.
Continuo andando mas de repente sinto alguém me segurar pelo
braço, me puxando para o seu corpo me fazendo deixar a pipoca e os
refrigerantes caírem no chão.
— Eu estou falando com você garota! Não gosto que me ignorem. —
Diz o cara que mexeu comigo tentando me beijar mas eu o empurro para
longe, mas ele parece grudado em mim.
— Me solta! Eu não te conheço e não estou afim de papo com você...!
Me solta! — Esbravejo tentando me soltar dele mas ele tenta mais uma vez
me beijar. Me desespero ao me lembrar do que o Arthur fez comigo.
— Não precisa ter medo princesa, eu não vou te machucar, eu não
vou te morder a mesmo que você me peça. — Ele sorrir tentando novamente
me beijar e eu entro em choque.
— Me solta! SOCORRO! YURE! YURE! SOCORRO ME SOLTA!
— Grito apavorada e de repente sinto o cara sendo tirado de cima de mim
abruptamente e eu vou parar no chão.
— SOLTA ELA SEU ANIMAL! VERME DESGRAÇADO! — Yure
joga o cara no chão lhe acertando vários socos no rosto e eu me arrasto pelo
chão me afastando deles. — Eu sou inspetor da Polícia e você está preso! Por
assédio e também por ser um filho da puta! — Olho para o cara no chão
sendo algemado, os encaro com os olhos arregalados e ainda assustada.
Yure olha para todos os lados me procurando até que seus olhos
param em mim, ouço algumas pessoas ao meu lado chamando a minha
atenção mas não consigo reagir, estou tremendo enquanto imagens do Arthur
me estuprando invadem a minha mente.
— Ela precisa de ajuda, ela está em choque. — Ouço a voz de uma
mulher ao meu lado mas não consigo ver nada além da imagem de Arthur
gargalhando na minha cara.
— Jaqueline fala comigo? Por favor meu anjo não faz isso comigo?
Reaja eu estou pedido...? Jaque sou eu, Yure! — Ouço sua voz ao fundo mas
quando ouço o seu nome eu pisco várias vezes tentando reagir.
— Me tira daqui...? Por favor me tira daqui...? Eu quero ir embora por
favor? — Peço entre soluços o abraçando forte e só então percebo que estou
chorando.
— Está bem eu levo você pra casa, mas por favor não chore mais, está
bem? Aquele desgraçado vai ser preso, eu só preciso encaminha-lo para
delegacia. — Avisa enquanto me pega no colo me levando até uma cadeira
próximo a entrada da sala do cinema. — Senhora! Você pode me ajudar? Eu
sou da polícia você pode fazer companhia a ela enquanto eu despacho o
detido? Ela não pode ficar sozinha, por favor? Me chama se algo acontece ou
ela precisa, está bem? Eu já volto. — Ele me põe sentada e acaricia o meu
rosto antes de chamar atenção de uma senhora.
— Vá tranquilo querido, eu fico com ela. — Responde a senhora se
pondo ao meu lado e me abraça pelos ombros, enquanto vejo Yure se afastar
rapidamente. — Oh querida, vai ficar tudo bem, eu olho pra você e vejo uma
mulher forte e guerreira, então seque essas lágrimas para o seu namorado não
te ver assim tão triste, ele está bastante preocupado com você... Ainda bem
que ele é da polícia e não vai deixar aquele infeliz solto. — Ela se senta ao
meu lado e eu lhe dou um pequeno sorriso tentando parecer bem.
— Obrigada pelas palavras de conforto, senhora, e muito gentil da sua
parte. — Limpo o meu rosto e ela me dá um sorriso amoroso.
— Disponha querida... A propósito, eu me chamo Eulália, fico feliz
de ver um sorriso no seu rosto, o seu namorado está resolvendo tudo sem tirar
os olhos de você, parece que ele ainda tem medo que algo te aconteça, isso
mostra o quanto ele gosta de você e se preocupa. — Me surpreendo com a
sua confissão enquanto olha em direção a Yure, que conversa com dois dos
seguranças do shopping enquanto fala ao telefone, mas não tira os olhos de
mim.
— Sinto muito em decepcioná-la, dona Eulália, mas ele não é meu
namorado... Ainda estamos nos conhecendo e não sei se ele vai querer
namorar uma mulher tão complicada como eu... Eu tenho o poder de atrair
coisas ruins mesmo contra a minha vontade... A propósito, eu me chamo
Jaqueline, mais uma vez obrigada pela sua atenção. — Encaro Yure de longe
interrogando o cara que me agarrou e tem o rosto sangrando.
— Se aquele rapaz lindo não é o seu namorado, não vai demorar
muito para ser... Eu conheço a paixão de longe, Jaqueline, e posso afirmar
com todas as letras que ambos estão apaixonados, só falta vocês assumirem
isso e não adianta dizer que estão apenas se conhecendo, o amor não precisa
de dias, meses ou anos para ser sentindo dentro de nós, basta o seu coração
escolher a pessoa e pronto, a paixão é instantânea. — Ela sorrir me fazendo
sorrir também apesar de ainda estar assustada, eu só não quero ficar sozinha
me sentindo insegura.
Poucos minutos depois a multidão já tinha se dispersado e Yure vem
na minha direção, ele agradece a senhora por ter me feito companhia, ela me
dá um beijo no rosto e se despede voltando para filha da pipoca.
— Yure! Me desculpe por essa confusão? Eu juro que não estava nos
meus planos estragar o nosso cinem... — Me levanto envergonhada mas ele
me interrompe.
— Pode parar, Jaqueline! Nada disso foi culpa sua, meu anjo, aquele
infeliz miserável que não tem um pingo de juízo, ou então não mexeria com
uma mulher sem a permissão dela... Eu liguei para o Felipe e contei o que
houve, ele já está esperando o detido e adivinha só? Ele já tem oito passagens
na polícia pelo mesmo delito, mas dessa vez vamos garantir que ele passe
mais tempo atrás das grades para ver se o juízo dele volta... Bom, eu já
resolvi tudo por aqui então podemos ir embora, eu vou te levar pra casa. —
Ele toca o meu rosto gentilmente enquanto fala e eu o abraço apertado
agradecendo por me salvar.
— Obrigada Yure... Muito obrigada por me salvar, o mais
impressionante de tudo isso é que muitas pessoas viram o que estava
acontecendo mas ninguém fez nada... Se você não estivesse aqui eu não sei o
que teria acontecido... De coração muito obrigada... Queria que você tivesse
olhado pra mim a mais tempo, talvez eu não teria passado por nada do que
passei de alguns meses para cá. — Tento sorrir para ele mas sinto uma
lágrima descer pelo meu rosto.
— Não fica assim? Estou tão acostumado a te ver sorrindo que não
suporto te ver triste... Vem! Vamos embora. — Ele limpa a minha lágrima e
pega a minha mão me tirando dali, eu agarro o seu braço com medo de que
ele me solte e eu me perca dele.
Saímos do shopping seguindo para o seu carro e saímos dali, sinto os
meus olhos arderem pelas lágrimas que derramei e fecho os olhos para
descansar as vistas, Yure coloca uma música suave bem baixinho e ela
embalo o meu sono que vem sem eu perceber. Não tive escapatória e sonhei
com Arthur me levando para aquele navio, mas antes de entrar nele sinto um
carinho gostoso em meu rosto e a voz de Yure me chamando.
— Jaque? Acorda morena...? Abra os olhos e olha pra mim? — Ele
pede e assim eu faço, abro os olhos me deparando com esse homem lindo ao
me lado na cama. Mas como eu vim parar aqui? Que lugar é esse?
— Yure? Que lugar é esse? Onde estamos e como eu vim parar aqui?
— Me sento na cama assustada por não reconhecer o lugar.
— Relaxa você está no meu apartamento! Você dormiu no carro e eu
não quis te acordar, mas fiquei preocupado quando ouvi você falando
enquanto dormia, você pedia para não fazerem isso e pedia para ir embora,
pensei que estivesse tendo um pesadelo. — Ele me encara nos olhos enquanto
sinto seus dedos tocar o meu rosto.
— Era sim um pesadelo, eu estava sonhando com o dia em que Arthur
me levou para aquele navio, mas antes de entrar nele ouvi a sua voz... Foi tão
real, parecia que você estava mesmo lá para me salvar. — O encaro
fixamente e toco o seu rosto assim como ele faz comigo.
— Eu sinto muito por tudo que você passou, nenhuma mulher merece
isso, muito menos você... Eu só quero que sabia que eu estou aqui para você,
está bem? Conte comigo para o que precisar, Jaqueline, eu estarei sempre
aqui para você. — Yure me olha dentro dos olhos e ali eu vejo tudo que eu
precisava ver e saber, esse homem vai ser meu a partir hoje.
Tento dizer algo mas não consigo, então faço o que acho mais fácil
para que ele me entenda, puxo-o pela nuca beijando-a com vontade enquanto
me sento no seu colo, sentindo as suas mãos apertar a minha cintura.
Interrompo o beijo e me afasto brevemente dele encarando o olhando nos
olhos. Tento controlar a minha respiração mas não consigo, mas não vou
deixar isso me impedir de fazer o que quero. Abaixo uma das alças do meu
vestido desviando a sua atenção para o meu corpo, abaixo a outra alça do
vestido descobrindo os meus seios e ele ofega os encarando fixamente.
— Ohhh caramba... Puta que pariu você... Você é linda... Você é
gostosa pra cacete... — Ele ofega ainda mais alternando o seu olhar entre os
meus seios e os meus olhos, posso senti-lo pulsar em baixo de mim.
— Você não vai precisar esperar mais... Já esperei por tempo demais
para encontrar um homem como você... Eu quero você, Yure... Sempre quis
desde que te vi entrar pela primeira vez naquele restaurante, mas não me
atrevi a me aproximar por pensar que jamais teria chances com você... — Ele
me interrompe pondo um dedo em meus lábios.
— Calada Jaqueline! Você está falando demais... Eu sempre quis você
e agora você será minha. — Ele avança na minha boca enquanto me deita na
cama se pondo sobre mim. — Tem certeza de que quer mesmo isso? Eu
preciso sentir você, Jaque, mas não quero te obrigar a nada, entende? — Ele
passa as suas mãos grandes pelo meu corpo e eu me sinto nas nuvens.
— Ninguém me obriga a nada, Yure... Eu também quero sentir você...
Quero muito, Inspetor... — Ofefo de desejo e ele avança na minha boca
enquanto se esfrega em mim.
Eu falei que não iria apressar as coisas, o problema é que é impossível
resistir a esse homem. Yure desce beijando o meu pescoço e logo seus lábios
quentes estão entre os meus seios lambendo a minha pele. Sinto a sua língua
em volta dele, gemi me arqueando e ele suga o meu mamilo.
Capítulo 30
Yure
— Yure... Ohhh... A sua língua é tão quente... Oh meu Deus... — Ela
geme se arqueando, me deixando ansioso para possui-la, porra ela é muito
gostosa, não acredito que ela vai se entregar pra mim.
Me ergo para tirar a minha blusa mas me atrapalho por ser um
apressado, acabo puxando a minha blusa desprendendo os botões e ela sorrir,
porra, que sorriso lindo.
— Não ria, eu nunca fiquei assim por uma mulher antes... Me dá um
desconto vai? Você não é qualquer uma, você é especial. — Sorrio para ela
enquanto saio da cama para tirar a minha calça, mas não consigo tirar os
olhos do seu corpo.
Ela é tão linda, porra ela está aqui na minha cama tirando o seu
vestido, me deixando ainda mais louco por ela. Jaqueline está decidida a se
entregar para mim mesmo depois de tudo que aconteceu hoje. Termino de
tirar a minha calça ficando só de cueca e ela me admira de cima abaixo, ela
está ofegante, não sei se está nervosa ou excitada, sei que preciso ir com
calma com ela e farei isso.
Admiro o seu corpo nu perfeito de cima abaixo, sustentando apenas
uma micro calcinha que sinto vontade de tirar com os dentes. Subo de volta
na cama me pondo sobre ela e a mesma ofega ainda mais, me lembro do seu
pânico hoje no shopping com o ataque daquele miserável, ela estava tão
assustada, diferente de agora, ela está ofegante e segura os meus braços com
força ao me sentir pressionar o meu pau na sua intimidade.
— Relaxa princesa...? Eu não vou te machucar, eu prometo...!
Podemos dar um tempo até você se sentir melh... — Olho em seus olhos
aflitos realmente preocupado com ela, mas Jaqueline me interrompe com um
beijo feroz e intenso, me deixando aéreo.
— Me faça sua, Yure...? Eu quero ser sua hoje... Agora...! Eu não vou
conseguir vencer os meus traumas sozinha, sem uma oportunidade para fazer
isso... E eu quero fazer isso com você... Só com você... — Pede entre os
beijos mas eu paro para encará-la surpreso, confesso que fiquei feliz por isso.
— Eu te ajudo no que você precisar, princesa... Eu quero você não só
na minha cama, mas na minha vida também, Jaqueline... Eu quero você
princesa. — Acaricio o seu rosto preso em seus olhos brilhantes e beijo-a
devagar, sentindo o seu corpo tremer.
Seu beijo me tira o fôlego e eu desço a minha boca pelo seu pescoço
correndo a minha língua pela sua pele, sentindo o meu pau latejar de
ansiedade para sentir a sua carne na minha. Toco o seu seio atento ao seu
rosto e vejo-a ofegar se arqueando, desço a minha boca até o outro seio e
sugo com vontade o seu biquinho sentindo-a estremecer, ela geme fazendo o
meu corpo pegar fogo.
— Eu quero você... Ohhh eu quero você princesa... — Deixo um seio
para abocanhar o outro sedento de desejo por essa mulher.
— Eu também quero você Yure... Ohhh eu quero muito você...
Sinto as suas mãos nos meus cabelos enquanto sinto o seu corpo
tenso. Não vou conseguir aguentar por muito tempo mas quero ir com calma,
eu quero sentir essa mulher por inteira e vou fazer isso. Desço a minha boca
pelo seu corpo até encontrar a barrada da sua calcinha e realizo o meu desejo,
tiro-a com os dentes e abro as suas pernas, hipnotizado com a visão da sua
intimidade.
— Cacete... Você é maravilhosa... Com certeza é deliciosa também, e
é todinha minha... — Sussurro antes de me abaixar entre suas pernas e beijo a
sua intimidade faminto, como se estivesse beijando a sua boca. — Eu sabia...
Você é deliciosa... Ohhh... — Gemi na sua intimidade e ela se contorce
rebolando na minha boca.
— Oh meu Deus... Yure... Ohhh Yure... Oh meu Deus... Ohhh meu
Deus... Que delícia... — Ela geme erguendo o seu quadril e eu aproveito bem
o seu gesto para sugar a sua intimidade, sentindo que posso gozar apenas
chupando-a.
— Eu não aguento mais... Eu quero muito sentir o seu sabor mas eu
não aguento mais esperar... Vou ter que deixar isso para depois. — Me ergo
abaixando a minha cueca me pondo sobre ela. Tomo a sua boca em um beijo
ardente.
Quando vou me encaixar na sua entrada me lembro da camisinha,
estico a minha mão até a gaveta da mesa de cabeceira e pego uma camisinha,
me apresso para colocar a mesma e me ponho novamente sobre ela, Jaqueline
parece tensa e sei que está apreensiva, e mesmo querendo parar por aqui para
não vê-la assim, eu não consigo, eu passei semanas desejando falar com essa
mulher, e agora que ela está aqui, na minha cama, nua me desejando tanto
quanto eu a ela, eu não posso parar.
Beijo-a com calma sentindo o seu corpo tenso, mas me afasto a
encarando atento.
— Não desiste de mim Yure...? Por mais que eu esteja apreensiva...
Eu quero você... Quero de verdade... — Ela toca o meu rosto enquanto abraça
a minha cintura com as suas pernas.
— Idem... Eu também te quero de verdade, Jaque... Minha Jaque...
Ahhh linda... Gostosa... — Respondo em um tom firme e rouco enquanto me
posiciono na sua intimidade, aos poucos penetro-a vendo ela fechar os olhos
e ofegar.
Tento controlar a minha respiração mas não consigo, ela é apertada
demais.
— Yure... Ohhh... Meu Deus... Você é maior que o normal... Ohhh...
— Ela geme com os olhos levemente arregalados e eu paro no mesmo
instante.
— Estou te machucando? Me desculpa eu não... — Questiono
preocupado mas ela me puxa pela nuca devorando a minha boca. Ela é bem
decidida e eu gosto disso!
— Você não tem o porquê se desculpar... Você é perfeito, Inspetor...
Por favor não para...? Ohhh... — Me encara dentro dos olhos de uma maneira
tão intensa que não resisto, começo a me movimentar e ela geme.
— Você é tão gostosa, princesa... Porra você é deliciosa... Você tem
que ser minha, Jaqueline... Não quero que seja demais ninguém... Ohhh
gostosa você tem quer ser minha... Cacete... Ohhh... Gostosa... Gostosa... —
Encaro fixamente os seus olhos e ela me encara de volta tão surpresa quanto
eu mesmo pelo que eu disse.
Tomo os seus lábios doces para mim em um beijo ardente sem deixar
de me movimentar, ela geme na minha boca e eu na sua, tento não penetrá-la
com força para não assustá-la, mas eu já sinto o meu orgasmo se formando e
sei que vou gozar logo, mas nenhum homem de verdade vai gozar antes da
mulher para satisfazer só os seus desejos, ela também merecer ter um
orgasmo e eu vou dar isso a ela.
Abraço o seu corpo e me sento com ela no meu colo, ela respira fundo
jogando a cabeça para trás.
— Oh meu Deus... Ohhh... Eu sinto você inteirinho dentro de mim...
Essa sensação nunca me agradou tanto como agora... Eu quero você, Yure...
Não só hoje mas amanhã também... E depois de amanhã também... — Ela me
olha nos olhos enquanto passa os seus dedos pelos meus lábios e me beija
começando a se movimentar no meu colo.
— Eu também quero o mesmo, Jaque... Quero você pra mim, quero
você todos os dias... Ohhh eu quero que seja minha, Jaque... Eu quero você
pra mim... Minha princesa gostosa... — Agarro a sua bunda redondinha
ajudando-a descer e subir no meu colo, essa mulher é gostosa pra caramba.
— Eu serei sua se você for meu... Eu quero ser sua... Somente sua
Yure... Ohhh Deus... Ohhh eu vou gozar... — Ela rebola no meu pau me
fazendo enlouquecer de tanto tesão.
— Eu serei seu, Jaqueline... Eu serei somente seu porque você será só
minha... Eu... Eu... Cacete eu vou gozar... Ohh goza comigo princesa! Goza
comigo...? Eu não vou conseguir resistir... Ohhh isso... Isso princesa...
Caramba que delícia... Você está apertando tanto... — Peço ofegante sentindo
a sua intimidade me apertar e de repente ela goza me enlouquecendo.
— Você é perfeito... Perfeito... Ahhh Deus... Ohhh Yure... — Ela
geme alto abraçada ao meu pescoço e posso sentir o seu corpo tremer e
explodir no melhor orgasmo da minha vida.
Gemi abraçado ao seu corpo tremendo tanto quanto ela, porra ela fica
linda corada e gemendo o meu nome, como eu demorei tanto tempo para ter
essa mulher?
Sinto o meu corpo sem forças mas me mantenho no lugar só para ter
essa mulher maravilhosa por mais tempo nos meus braços, mas me deito na
cama com ela em cima de mim e ela deita a cabeça sobre o meu peito. Ainda
ofegantes ficamos em silêncio por um instante, mas ela sai de mim contra a
minha vontade e se deita ao meu lado.
— Você é incrível, Yure... Porque não me chamou para sair antes? Eu
sempre quis ter uma chance com você, mas, sempre achei impossível um
agente da polícia se interessar por uma mulher como eu... Uma garçonete, e
agora como Inspetor eu pensei que seria ainda mais impossível sonhar com
você. — Ela me encara envergonhada e eu me viro para ela puxando o seu
corpo para o meu.
— Se eu soubesse que você estava afim de mim, eu teria com certeza
te chamado para sair antes... E porque um inspetor de polícia não poderia se
interessar por uma mulher como você? Linda, maravilhosa, gentil, doce como
mel... Eu estou afim de você a bastante tempo, Jaqueline, se você tivesse me
dado uma pista de que estava afim de mim, você já seria minha a mais tempo.
— Ela cora ainda mais e eu acaricio o seu rosto, ela sorrir de um jeito tão
doce que não resisto em beijá-la.
— Me diz que não estou sonhando...? Algumas coisas eu queria sem
dúvida esquecer, mas não os momentos em que eu estive com você... Estar
com você foi a melhor coisa que já me aconteceu, eu me sinto realmente
protegida quando estou com você e não quero que isso mude, não quero que
acabe... Eu sei que ainda estamos nos conhecendo e as coisas estão
acontecendo rápido demais, mas... — Seus dedos tocam o meu rosto em um
carinho suave e isso me faz bem, me traz uma sensação tão boa que a
interrompo.
— Eu também não quero que mude, Jaque, também não quero que
acabe... A quem diga que estou me apaixonando por você e eu quero
descobrir se é verdade... Me deixa fazer parte da sua vida? Já faz tempo que
não tenho uma namorada, e... Eu quero tentar isso com você... Se me quiser é
claro. — A encaro apreensivo, curioso e ansioso pela sua resposta, ela se
senta na cama abruptamente me encarando surpresa.
— Você... Você... Está me pedindo em namoro...? Você realmente me
quer como sua namorada? Você teria coragem de me apresentar como sua
namorada? — Pergunta espantada e eu me sento olhando dentro dos seus
olhos, toco o seu rosto colocando uma mecha do seu cabelo atrás da orelha.
— Se me pedir eu te apresento para o mundo, princesa... Mas não
acho isso uma boa ideia... Jaqueline eu quero você como minha mulher, mas
por ser um Inspetor de polícia você pode se tornar alvo de bandidos, eu já
prendi muita gente nessa vida e sei que muitos deles me odeiam por isso, a
justiça do nosso país não é rigorosa como deveria... Eu sempre tive medo de
me envolver com alguém e colocar esse alguém em risco, eu posso estar
sendo egoísta mas eu não quero perder você... Eu preciso de você, Jaqueline
Bennett... Eu quero você... Quero você pra mim. — Me aproximo mais do
seu rosto e beijo-a devagar, beijo-a com doçura e ela retribui com a mesma
intensidade, com o mesmo sentimento.
— Eu me sinto segura com você... Eu não quero te perder só por
causa desses fatos... Eu também quero você, Yure, eu também tenho
dificuldades com relacionamentos porque eu só escolho o cara errado... Mas
agora que o cara certo apareceu eu não quero perdê-lo... Eu vou ser a mulher
mais infeliz desse mundo se eu perder você... Você ainda me quer? Ou vai
desistir de mim? — Ela se afasta brevemente de mim me encarando aflita e
eu sorriso.
— Eu nunca vou desistir de você, minha princesa... Eu quero você
como nunca quis outra coisa na minha vida... Compartilhamos o mesmo
medo então não vamos deixar isso acontecer, está bem? Vem aqui! Eu ainda
quero você. — Puxo ela para o meu colo e beijo-a novamente sentindo o
desejo voltar a me dominar. — Vamos tomar um banho juntos? Eu quero
sentir você mais uma vez, princesa. — Saio da cama com ela em meus braços
e vou para o banheiro.
Entramos no chuveiro e fizemos o que nós dois queríamos, transamos
mais uma vez e eu repeti a pergunta que ela não me respondeu, Jaqueline a
partir de hoje é minha mulher, minha namorada e mesmo surpreso com esse
acontecimento, é exatamente isso que eu quero. Ainda não estou acreditando
que eu a pedi em namoro, depois de meses admirando-a de longe agora ela é
minha mulher.
Saímos do banho depois de longos minutos embaixo da água e nos
enrolados na toalha, visto uma box azul marinho e uma bermuda branca,
pego uma de minhas camisas para ela vestir e ficar mais confortável, além
disso, aquele seu vestido tem um decote que desvia a minha atenção toda
para os seus seios lindos e isso me complica.
— Quer comer alguma coisa? Eu posso pedir no restaurante ou você
me ajuda na cozinha... A gente ia ao cinema mas como os nossos planos
deram errados, podemos fazer um cinema em casa... O que acha? — Admiro
o seu corpo enquanto ela veste a minha camisa e eu só consigo olhar para sua
calcinha minúscula.
— Eu vou adorar o nosso cinema em casa, acho que podemos fazer
algo aqui mesmo... Por falar em cinema, você chegou a comprar os
ingressos? Gastou dinheiro à toa porque até os chocolates que eu queria tanto
ficaram perdidos. — Concorda empolgada mas fica pensativa ao se lembrar
do acontecido.
— Relaxa! Cuidar de você será a minha prioridade a partir de hoje...
Mas o gerente do cinema me deu dois vales para usarmos quando quisermos
e vermos o filme que quisermos, então quando você quiser podemos tentar de
novo, a menos que você prefira o cinema em casa. — Abraço a sua cintura
enquanto saímos do quarto e ela sorrir.
— Podemos tentar o cinema em alguns dias, eu só preciso me sentir
bem outra vez para ter confiança em voltar lá de novo, depois de tudo que
passei, passar por mais aquilo me deixou desestabilizada outra vez... Que
bom que a manhã é minha folga e vou poder ficar mais quietinha longe do
trabalho. — Seu tom é apreensivo mesmo ela tentando disfarçar.
— Que coincidência, amanhã é minha folga também... Porque não
dorme aqui comigo hoje? O nosso dia juntos só está começando e talvez ele
termine bem tarde. — Viro o seu corpo puxando ela para mim e beijo os seus
lábios doces.
— Não sei se é uma boa ideia, Yure... Eu posso ficar mal acostumada.
— Ela sorrir na minha boca e se solta seguindo na minha frente.
— A intensão é exatamente essa... Que você se acostume porque vou
querer passar mais tempo com você quando eu estiver em casa. —
Surpreendo a mim mesmo com o meu comentário e ela percebe isso.
— Vamos com calma, está bem? Nas nossas folgas eu posso vir ficar
com você, nós outros dias a gente ver como vai ficar. — Ela sorrir
timidamente me fazendo sorrir com isso, a verdade é que não quero deixá-la
sozinha, quero protegê-la pois ela já ficou tempo demais sozinha.
— Perfeito! Agora vamos comer alguma coisa porque eu estou
faminto... Tenho certeza de que você também está. — Abraço o seu corpo e
seguimos direto para cozinha empolgado como nunca estive antes.
— Vamos ver o que você tem aqui para fazermos, com licença mas eu
vou mexer na sua cozinha... Prefere algo bem elaborado ou um lanche
reforçado está bom? — Pergunta enquanto abre a geladeira e eu fico apenas
admirando-a.
— Faça o que achar melhor, princesa, a cozinha é toda sua, fique à
vontade. — Sorrio largamente e me viro para sair, mas sinto ela abraçar a
minha cintura por trás.
— Nada disso, Inspetor...! Se acha que vai escapar de me ajudar, se
enganou... Eu quero você aqui, pertinho de mim para me ajudar. — Ela beija
as minhas costas me fazendo arrepiar, me viro para encará-la e não resisto em
beijá-la ardentemente, já desejando sentir essa mulher mais uma vez.
— Eu faço o que você quiser, princesa... Mas me deixa sentir você
mais uma vez...? Eu estou enlouquecendo de tanto desejo acumulado, você é
muito gostosa, Jaque... — Coloco ela contra a bancada da cozinha prendendo
o seu corpo ao meu.
Ergo-a colocando ela sentada na bancada me posicionando entre as
suas pernas, subo as minhas mãos pelas suas coxas e aperto sutilmente, ela
geme na minha boca, me apresso para abrir a minha bermuda mas nesse
momento o meu celular toca me deixando muito frustrado, Jaqueline estava
tão presa no nosso beijo que se assusta pulando da bancada, ofegante, trêmula
e ao mesmo tempo assustada pelo toque do celular.
— Vai atender... Pode ser importante... Enquanto isso eu preparo
alguma coisa para comermos. — Diz ainda tensa e volta para geladeira
enquanto eu esfrego as mãos nos cabelos, frustrado por não conseguir o que
eu queria tanto.
Apenas respiro fundo e me afasto indo até a sala onde o meu celular
toca incansavelmente. Pego o aparelho e vejo o nome do Felipe piscar na tela.
— Fala Felipe! Algum problema? Precisa de ajuda com algo? —
Pergunto ainda frustrado e ele percebe.
— Porra cara me desculpa, sei que você está ocupado e eu não
queria te atrapalhar, mas eu precisava que soubesse que o vagabundo que
você nos encaminhou já abriu o bico. — Diz enquanto saio até a sacada, não
quero que Jaqueline ouça a nossa conversa já que é sobre o infeliz que
agarrou ela a força.
— Certo! E o que descobriram sobre ele? Tem algo mais além de
assédio na ficha dele? — Pergunto curioso.
— Na verdade, ele entregou os seus cúmplices que agiam junto com
ele, você não vai acreditar, Yure, esses infelizes colecionam vítimas, cara,
cada um deles tem pelo menos de 15 a 25 passagem, como esses malditos
continuam soltos? Marcos deu uma doa surra nesse miserável e já expedimos
os mandatos de prisão para o restante do grupo, já tem uma equipe a
caminho para prendê-los... Como está a Jaqueline depois do que aconteceu?
Ela está mais calma? — Conta inquieto e sei que depois do que aconteceu
com Paloma ele abomina ainda mais os ataques contra mulheres, eu não
penso diferente dele.
— Por mim exterminaríamos esses vermes, Felipe, não somos
justiceiros mas já estou com saudades daqueles nossos antigos trabalhinhos,
cara... Marcelly quase cometeu suicídio por causa daqueles vermes, a sua
mulher teve que matar um deles para se proteger e depois de tudo que
passou, acontece mais isso com Jaqueline... É sério Felipe, se não tivesse
testemunhas eu teria matado aquele infeliz de merda! Eu não suporto esse
tipo de injustiça e você sabe disso... — Digo irritado mas respiro fundo
tentando me controlar. — Jaqueline está bem, está mais tranquila... Eu a
trouxe para o meu apartamento, não quero deixá-la sozinha depois do que
houve... Eu vi a garota do Ramon pular na água sem saber nadar, ela estava
em choque assim como todas as garotas e... A Jaqueline é sozinha, Felipe,
tenho medo de que ela também tente algo como aquilo. — Respiro fundo
realmente preocupado com a minha princesa, não quero que ela tente nada
como aquilo.
— Eu te entendo, Yure, Paloma também está preocupada com as
amigas, ela tem visitado bastante a Marcelly e tem dado bastante atenção a
Jaqueline também, não só no trabalho mas ela tem ficado com ela alguns
dias para não deixa-la sozinha... Amanhã é sua folga e depois do que
aconteceu com a sua garota hoje, não precisa voltar ao trabalho por hoje,
Paloma vai ficar com os pais hoje então eu cubro o seu plantão. — Ele tenta
me animar e confesso que gostei da ideia de ficar com ela hoje, eu teria que
voltar ao trabalho depois das nove mas estou feliz por não precisar fazer isso.
— Porra irmão, eu nem sei como agradecer... — Ele interrompe.
— Ah mas eu sei como você pode me agradecer, um dia depois da
sua folga eu quero levar a minha mulher para jantar fora e a nossa noite vai
ser quente e longa, eu vou precisar que você me cubra, pode ser? Uma não
lava a outra lembra? — O filho da mãe gargalha me fazendo gargalhar
também.
— Tranquilo parceiro! Amigos são para essas coisas, eu te cubro
sem problema... Agora me deixa cuidar da minha princesa, não quero deixá-
la sozinha por muito tempo... Dá um beijo em Paloma por mim, até mais
irmão, qualquer novidade sobre os detentos me mantém informado, ok?
Tenha um bom trabalho delegado. — Me despeço dele entrando no
apartamento e sinto um cheiro maravilhoso invadir as minhas narinas.
— Valeu irmão, faça o mesmo por mim e dá um beijo na Jaque, até
mais. — Ele se despede sorrindo enquanto eu fixo os meus olhos na mulher
mexendo nas panelas e me dá um sorriso lindo.
— Ah, eu vou dar muitos beijos nela, pode ter certeza disso. — Vou
na direção dela e a mesma cora ao ouvir o que disse, desligo o telefone sem
esperar Felipe dizer mais nada.
— Está tudo bem no trabalho? Estão precisando da sua ajuda? — Ela
me encara apreensiva, sei que ela quer ficar comigo assim como eu quero
ficar com ela.
— Sou todinho seu por hoje e amanhã... E então? Vai reconsiderar o
meu convite para dormir comigo hoje? Não precisamos fazer nada se não
quiser, podemos apenas dormir. — Me aproximo dela e pisco vendo ela
ofegar.
— Até parece que vou dormir com você e não vamos fazer nada... Se
for para apenas dormirmos eu vou dormir em casa... Não abro mão de
namorar você a noite inteira. — Dispara ainda mais corada que antes me
fazendo sorrir.
— Gostei disso... Mulher decidida... Gostosa e todinha minha... —
Me aproximo mais e puxo ela pela cintura. Ela abraça o meu pescoço.
Jaqueline acaricia o meu rosto antes de eu a beijar com calma, já me
excitando novamente mas o cheiro que vem das panelas chama a minha
atenção.
— O que está preparando...? Está cheirando tão bem. — Pergunto
entre os beijos e ela se solta de mim indo mexer nas panelas.
— Estou morrendo de fome porque não almocei hoje, apenas tomei o
café da manhã no restaurante, então... Eu decidi preparar algo fácil e rápido, é
um pouco calórico mas você não tem que se preocupar com o seu corpo, já
que é perfeito, enfim... Macarrão de panela de pressão, é algo bem simples
mas muito gostoso quando se põe os ingredientes certos... Espero que goste,
do contrário eu terei que preparar outra... — Explica apreensiva mas a
interrompo.
— Macarrão de panela de pressão está perfeito... Eu pensei que só eu
gostasse desse macarrão, realmente é mais fácil e rápido, por isso vou com
frequência na academia. — Paro ao seu lado já com a boca cheia d'água só
pelo cheiro da comida. — E o que está preparando nessa panela? O cheiro
também está divino. — Pergunto curioso e ela sorrir desligando o fogo da
panela.
— É um molho especial para adicionar ao macarrão depois de pronto,
depois é só colocar na travessa, colocar o queijo e depois é levar no forno
para derreter o queijo... Mas porque eu estou te explicando tudo isso se você
sabe fazer esse macarrão...? Você cozinhando deve ser uma visão dos deuses.
— Ela sussurra a última parte enquanto coloca a panela de pressão para soltar
o ar, mas consigo ouvir o seu comentário que me faz sorrir.
— Bom, eu vou arrumar a mesa para comermos, eu nem vi que já
estava na hora do jantar, o tempo ao seu lado passa voando de tão bom que é
estar com você. — Abraço ela por trás e sinto o seu corpo reagir.
Viro ela para mim e beijo os seus lábios devagar, um beijo suave mas
antes que eu me anime e a deixe com fome, eu paro o nosso beijo, com
certeza a nossa noite será quente como essas panelas no fogão, espero não
colocarmos fogo no apartamento porque hoje vamos pernoitar na cama, na
sala, no banheiro e onde mais ela quiser. Essa mulher é maravilhosa.
Capítulo 31
Ramon
UMA SEMANA DEPOIS...

Já faz alguns dias que Marcelly começou a trabalhar na minha


empresa, mas orgulhosa como sempre ela não quis mais aceitar a minha ajuda
de custo mais o salário da empresa, então eu tive que estipular um salário
generoso para ela mesmo contra a sua vontade, ela teve a petulância de brigar
comigo por ganhar mais que alguns outros funcionários, o problema é que o
salário de uma secretaria não é lá essas coisas e eu não quero que falte nada
para ela, Marcelly está acostumada com um padrão de vida que ela tinha
enquanto ganhava um bom dinheiro na boate, não quero que isso mude então
ela foi obrigada a aceitar os meus termos.
Trabalhar com essa mulher ao meu lado tem sido uma prova de fogo,
ela me provoca o tempo inteiro ela me tira do sério, até no meio de uma
reunião ela me deixa de pau duro e muito puto por ver aqueles miseráveis
olhando para ela com malícia, mesmo usando um uniforme, Marcelly fica
irresistível, o lado bom tudo isso é que eu sempre consigo tê-la em meus
braços quando quero e desejo essa mulher maravilhosa.
Os meus pais chegaram de viagem hoje e eu os alertei que darei um
jantar especial amanhã, quero apresentar Marcelly e seus pais a eles e tenho
certeza de que eles vão se dar bem.
Me levanto da minha mesa para ir até a porta, mas nesse momento
alguém bate e logo ela entrar com aquele seu sorriso sedutor estampando o
seu rosto, ela fecha a porta e vem na minha direção enquanto eu paro
esperando por ela.
— Me desculpe por incomodar, Sr. Mitchell, me pediram para trazer
esses documentos e disseram que é urgente. — Ela se aproxima mais
enquanto eu admiro o seu corpo de cima abaixo, imaginando ela nua. Porra!
Não tem como não me excitar apenas olhando para ela!
— E quem foi que mandou esses documentos, Marcelly? Você foi
buscar ou vieram até você? — Questiono enquanto pego os documentos e ela
dá de ombro.
Eu já avisei a ela o quanto isso me irrita mas parece que ela faz de
propósito, essa mulher atrevida afora me ver irritado.
— Foi um dos advogados quem trouxe os documentos pessoalmente...
Não precisei ir buscar, eles sempre vem até a mim... — Ela vai em direção
porta rebolando mas a interrompo.
— Marcelly! Porra já conversamos sobre isso, Marcelly volta aqui!
Eu sou o seu chefe e estou falando com você, então me obedeça! —
Esbravejo esperando ela voltar mas ela não o faz, ela sai da sala me deixando
muito puto. — Porra essa mulher quer me enlouquecer! Mas que droga! —
Jogo os documentos em cima da mesa e vou em direção a porta, abro a
mesma e ela está debruçada na mesa com essa bundinha redondinha
empinada. Porra! — Venha até a minha sala, Marcelly! Agora!
Ordeno antes de me afastar entrando de volta na sala, deixando a
porta aberta. Não demora muito e ouço a porta bater antes de sentir ela se
aproximar.
— Pois não chefe! Estou aqui. — Sinto o meu pau latejar só de ouvir
a sua voz manhosa e suas mãos subindo pelas minhas costas.
Me viro rapidamente puxando-a pela nuca, devorando a sua boca, ela
sorrir em meio aos beijos e isso é apenas uma confirmação para mim, ela fez
de propósito para me ver perdendo a linha.
— Porque você tem que ser tão teimosa, ruivinha...? Porra você me
deixa louco, garota... — Aperto a sua bunda puxando ela mais para mim, ela
ofega ao sentir o quanto estou duro. — Eu já falei que não quero você indo
buscar nada na sala de ninguém, eu fui claro? Se tiverem que me entregar
alguma coisa eles que venham até a mim... Não quero você sozinha com
nenhum funcionário homem dessa empresa, entendeu, Marcelly? Você não é
só uma funcionária aqui dentro, você é minha mulher e não gosto de ver esses
infelizes babando por você... Além de mim. — A repreendo inquieto e me
solto dela ao admitir tal coisa.
— Você babando por mim...? Essa eu vou pagar para ver, Sr.
Mitchell... — Ela se aproxima novamente e passa a mão pelo meu pau me
fazendo arfar.
— Cacete Marcelly...! Eu pensei que seria fácil trabalhar com você
por perto... Mas eu não sinto vontade de trabalhar com você aqui... Eu quero
você de novo ruivinha... — Coloco ela sentada na minha mesa e subo as
minhas mãos pelas suas coxas erguendo a sua saia.
— Ramon... A porta não está trancada... Eu preciso voltar ao
trabalho... Ahhh... — Ela ofega e posso sentir o seu corpo tenso, ela me quer
assim como eu a quero.
— Não seja por isso, eu fecho a porta mas eu quero você. — Me
afasto para ir até a porta mas ela desce da mesa segurando a minha mão.
— Espera Ramon! Já está quase na hora do almoço e eu fiquei de ir
almoçar em casa, eu não vejo os meus pais desde ontem, eu preciso ficar com
eles hoje. — Ela me encara apreensiva mas sei que esse foi o combinado.
Ela fica uns dias comigo e uns dias com os pais, mas quando ela está
comigo ou com eles, nunca deixamos de nos ver e ela nunca deixa de ver os
pais.
— Está bem... Eu levo você em casa, aproveita para lembrar os seus
pais do jantar na minha casa amanhã... — Me aproximo dela novamente
puxando o seu corpo para o meu, mas sou interrompido por alguém entrando
na sala sem bater fazendo Marcelly se afastar de mim rapidamente.
— Então é isso que você faz durante o trabalho, filho? Transa com a
secretaria? — Meu pai se aproxima me pegando de surpresa com a sua visita,
mas o seu comentário hostil não me surpreende nem um pouco.
— Eu não quero você falando assim da Marcelly, papai, ela não é
apenas a minha secretaria, ela é minha mulher. — O repreendo em um tom
firme o encarando sério e ele me encara surpreso.
— Sua mulher? Eu não sabia que você estava com alguém, Ramon,
porque não nos contou nada...? Me desculpe pelo que eu disse, eu estou tão
acostumando com você transando com as empregadas que não medi as
minhas palavras. — Ele encara Marcelly de cima abaixo me deixando irritado
com isso. — Você escolheu bem, a sua namorada é linda... Me desculpe
querida, eu me chamo Danilo, pai do seu chefe e também do seu namorado.
— Ele se aproxima olhando de mim para Marcelly e lhe estende a mão,
cumprimentando-a.
Essa palavra namorado me ascende um alerta, eu ainda não pedi
Marcelly em namoro, as coisas estão acontecendo e eu estou me acomodando
por receios de tudo isso acabar, e eu não quero isso.
— É um prazer conhecê-lo, Sr. Danilo, eu não esperava vê-lo hoje, já
que Ramon marcou o jantar para nós apresentar amanhã... Bom, eu vou
deixá-los a vontade, com licença. — Ela parece tensa, até a sua voz mudou e
isso não é bom.
Ela me encara brevemente e força um sorriso antes de sair me
deixando a sós com meu pai, o encaro seriamente mas ele tem a sua atenção
na porta por onde minha mulher acabou de sair.
— O que veio fazer aqui, papai? Sentiu saudades de me atormentar?
A gente não tinha combinado de não brigarmos mais? Pela mamãe? — Me
sento na minha cadeira pegando os documentos que Marcelly trouxe.
— Quem falou que estamos brigando? Estamos tendo dificuldade na
comunicação sim, porque você não nos contou que está namorando e muito
menos que ela trabalha para mim... Foi se apegar justo a secretária, filho?
Temos investidoras e empresárias maravilhosas nessa empresa e você... —
Diz em um tom de sarcasmo mas o interrompo.
— Chega papai! Não vou discutir com você sobre quem eu devo ou
não me relacionar... Pelo que eu sei, antes de se casar com a mamãe você não
era diferente de mim, então não entendo o porquê de você ficar me julgando
tanto já que não era nenhum santo. — Retruco em um tom frio e ele me
encara sério. — Eu fiz a sua vontade ao assumir a "sua" empresa, a única
coisa que eu te pedi em troca foi que não se matasse na minha vida e nos
meus negócios fora daqui... Podemos continuar nos dando bem se você
cumprir a sua parte. — Guardo os documentos na minha gaveta e tranco
antes de me levantar para sair.
— Você está fazendo um excelente trabalho, isso eu não tenho como
negar, então não se preocupe comigo, eu vou cumprir a minha parte...
Podemos almoçar juntos? Sua mãe está nos esperando em casa... Eu vim
conversar com o vice presidente e decidi te esperar para irmos juntos. — Vou
em direção a porta e ele vem atrás.
— Pode ir na frente, eu vou levar Marcelly em casa e encontro você
para o almoço. — Saio da minha sala com ele vindo atrás de mim e vejo
Marcelly ainda sentada na sua mesa, anotando alguma coisa.
Ela aprende rápido e está fazendo um bom trabalho.
— Tudo bem filho, espero você em casa... Foi um prazer te conhecer,
Marcelly, e me desculpe mais uma vez pelo inconveniente... Nos vemos
amanhã no jantar, você vai adorar conhecer a minha esposa e sei que vão se
dar bem... Até amanhã querida. — Ele sorrir abertamente para ela lhe
estendendo a mão e isso me surpreende, depois de tudo que ele disse lá
dentro.
— Igualmente senhor, tenho certeza de que vou adorar conhecê-la
também... Nos vemos amanhã. — Ela sorrir daquele jeito encantador mas não
gosto de vê-la sorrir assim para nenhum outro homem, nem mesmo o meu
pai.
— Já está pronta? Eu vou te levar em casa antes de ir almoçar com os
meus pais. — Me aproximo mais da sua mesa e ela abre ainda mais o seu
sorriso para mim, estou louco para beijá-la.
— Eu vou indo filho, te vejo em casa. — Avisa já saindo me
deixando com a minha mulher, eu agradeço mentalmente por isso.
— Caramba, será que ele gostou mesmo de mim? Não sei o porquê
mas a minha intuição está me dizendo o contrário... Me desculpa, Ramon, eu
sei que é o seu pai mas... Acho que ele esperava algo melhor para o filho
dele. — Ela me encara apreensiva mas desvia os olhos de mim evitando me
encarar.
— Ei! Relaxa! Está tudo bem, se eu não conhecesse muito bem o meu
pai eu diria que você está enganada, mas o meu pai é ambicioso demais, ele
não se contenta com pouco e nada para ele é perfeito... Ele não sabe que as
vezes o pouco vale mais que muito, o simples vale mais que o sofisticado, e
as mulheres mais lindas e mais gostosas não são as filhinhas de papai... São
mulheres fortes e guerreiras que pensam no seu próximo além de pensar em
si mesma... Você já entendeu o que eu quis dizer, não é? — Acaricio o seu
rosto recebendo um sorriso tão encantador que me sinto sem graça.
— Você fica tão fofo quando está romântico, eu gosto disso... Mas
gosto muito mais quando você está bravo comigo e me pega de jeito, Sr.
Mitchell filho. — Ela olha pelo corredor entes de passar a sua mão pelo meu
peito me instigando.
— Porra Marcelly... Você não perde uma oportunidade de me
provocar, não é? Merda! Eu não vou poder te pegar de jeito agora, ruivinha,
não vamos passar a noite juntos mas eu quero você depois que voltarmos,
ouviu...? Vamos sair logo daqui! — Me seguro para não agarrá-la aqui
mesmo e voltar para minha sala com ela.
Me afasto para resistir à tentação e ela sorrir me deixando frustrado,
Marcelly é uma diabinha em forma de mulher, uma diabinha muito gostosa
que me enlouquece a cada segundo que estamos juntos, e as vezes até por
telefone ou em sonhos ela acaba comigo.
Seguimos para o elevador lado a lado e sei que ela está rebolando, ela
está atraindo os olhares masculinos todos para o seu corpo além dos olhares
invejosos de algumas secretárias, ninguém sabe do nosso envolvimento
porque Marcelly quis assim, por ser minha funcionária ela não quer as
pessoas comentando sobre isso, mas eu não me importaria em demitir alguém
por esse motivo, minha vida pessoal não diz respeito à ninguém mas também
confesso que não gosto da ideia de ainda não ter oficializado a nossa relação,
eu ainda não tinha pensando na palavra namoro e nem ela me questiona sobre
isso, será que ela não quer namorar comigo? A verdade é que eu estou a
tantos anos sem namorar, sem ter um compromisso que acabei me
acomodando com as coisas do jeito que estão, uma conversa com a minha
mãe pode me ajudar com isso.
Descemos até a garagem e entramos no meu carro, saímos seguindo
para o endereço de Marcelly que é contra mão para mim, mas não me
importo porque assim passo mais tempo com ela ao meu lado.
Passamos o trajeto em uma conversa sobre o jantar de amanhã e é
notável a sua preocupação, ela está receosa depois do meu pai ter nos visto
juntos.
— Eu já falei para você relaxar ruivinha, meu pai foi mais gentil com
você do que comigo então é claro que ele gostou de você... Vai por mim,
minha mãe vai gostar de você muito mais, eu conversei com ela sobre você,
minha mãe ficou muito ansiosa para te conhecer. — Pego a sua mão sobre a
minha perna e a vejo me encarar surpresa.
— Você conversou com a sua mãe sobre mim? O que falou para ela?
Seus pais sabem que eu era garota de programa? — Pergunta visivelmente
preocupada e eu sorrio para tranquilizá-la.
— Minha mãe é minha confidente, eu não escondo nada dela,
Marcelly... Sim, ela sabe de tudo, até mesmo do seu sequestro e ela lamentou
por tudo que você passou, mas ela disse que já gosta de você só por saber que
você sofreu tudo aquilo para ajudar os seus pais, assim como você, nós
também prezamos muito a família, por isso me encantei tanto por você,
ruivinha... Meu pai e meus irmãos ainda não sabem e acho que nem precisam
saber, e eu não digo isso por vergonha porque eu não tenho vergonha do seu
passado, mas você não é mais a mesma então não tem o porquê mencionar
isso, a menos que você queira isso. — Enquanto eu falo ela me encara
pensativa, apreensiva e receosa mas ela não tem motivos para isso, sei que na
minha família, todos vão aceitá-la independente do seu passado.
— Eu não sei o que dizer, Ramon, não vou mentir, eu estou sim com
medo de não gostarem de mim quando souberem do meu passado, o seu pai
parece bem machista, me desculpe pela sinceridade, mas, o jeito que ele falou
quando nos viu juntos sem saber o que existe entre nós, aquilo foi machista...
E que história é aquela de você transar com as empregadas? Você ainda faz
isso quando vai ver os seus pais na Flórida? — Ela evita me encarar mas me
lançar um olhar severo ao falar das empregadas, sei que está com ciúmes.
— A história das empregadas é verdade, mas isso só acontecia porque
eu não tinha ninguém, era só sexo, curtição mas isso acabou quando eu
coloquei você como minha exclusiva... Não vou negar, no dia que eu fiz isso
e fui ver os meus pais, eu tentei transar com uma das empregadas mas não
consegui... Eu a confundi com você e ela me dispensou... Perdi uma transa
por pensar tanto em você, ruivinha... Você já me enlouquecia quando isso
aconteceu, eu já era seu quando confundi a empregada com você, por isso
perdi a transa, porque eu desejava você e não ela. — Sorrio me lembrando do
acontecido e a encaro atento, ela está vermelha, está envergonhada por algum
motivo.
— Eu deixei de desejar outros homens quando passou a transar
comigo com frequência, quando me colocou como sua exclusiva eu agradeci
por isso... Eu só queria você e ninguém mais, Ramon... Eu sempre vou querer
somente você. — Ela aperta a minha coxa e sobe a sua mão até o meu pau
acariciando com uma pegada forte.
— Ohhh... Puta merda Marcelly...! Eu estou dirigindo! Não vai me
fazer chegar em casa de pau duro, não é...? — Divido a minha atenção entre
ela e o trânsito e minha ruivinha faz o que eu já esperava.
Marcelly abre a minha calça segurando firme o meu pau e se abaixa
me engolindo inteiro. Gemi apertando o volante enquanto ela me chupa com
força, Marcelly geme no meu pau me deixando louco.
— Cacete Marcelly... Ohhh eu vou bater o carro, ruivinha... Ohhh
caramba isso é maravilhoso... Eu queria está metendo nessa bocetinha
gostosa, queria te pegar de jeito e fazer você gritar o meu nome, ruivinha... —
Digo entre dentes me controlando para não gemer alto e me distrair no
volante.
Marcelly não para e me engole inteiro me levando na sua garganta, é
uma sensação tão gostosa que sinto o meu orgasmo se formar rapidamente.
— Goza na minha boca, Ramon...! Eu quero sentir o seu gosto... —
Pede antes de me engolir novamente e dessa vez ela me masturba enquanto
mama o meu pau.
— Não vai ser difícil fazer isso... Eu vou gozar nessa boquinha
gostosa... Caralho eu vou gozar, ruivinha... Ohhh puta merda... Ahhh... —
Sinto o meu corpo inteiro se contrair e eu piso fundo no acelerador sem
conseguir me controlar. — Porra Marcelly...! Ohhh cacete...! — Gozo com
força na sua boca e nem percebo que furei um sinal vermelho.
Marcelly mama o meu pau sugando o meu líquido e eu tento
raciocinar sentindo o meu corpo fraco. Ela se ergue limpando a boca e sorrir
me encarando com uma sobrancelha erguida.
— Se está tão sério e porque não gostou, e se não gostou eu não faço
mais isso, está bem? Me desculpa. — A cínica segura o riso me deixando
perplexo.
— Porra você sabe o quanto eu gosto disso, Marcelly, só espera eu
parar o carro da próxima vez... Porra eu furei o sinal vermelho, a gente
poderia ter sofrido um acidente mulher...! Caralho você tem o dom de me
fazer perder o juízo. — A encaro bravo mas a descarada gargalha na minha
cara, entro na rua da sua casa e ela se inclina para me beijar.
— Me desculpa, eu não consigo raciocinar perto de você... Quando
me dá vontade de fazer as coisas eu simplesmente faço sem pensar em nada,
eu só quero agradar você e principalmente agradar a mim também. — Ela diz
aqui pertinho do meu rosto e eu não resisto em beijá-la.
Enquanto as outras mulheres se preocupavam em não me desagradar
ou me desobedecer, Marcelly faz exatamente o contrário e é por isso que me
apaixonei por essa mulher.
Paro o carro em frente a sua casa e ela me beija mais uma vez.
— Não precisa vir me buscar depois do almoço, eu vou te táxi, está
bem? — Ela se afasta abrindo a porta do carro, mas, seguro a sua mão.
— Não! Não quero você andando de táxi enquanto o meu motorista
está em casa recebendo sem trabalhar, eu vou deixá-lo a sua disposição para
te levar e buscar quando estiver com os seus pais, se eles também precisarem
sair, o motorista pode levá-los onde quiserem, entendido? — Puxo a sua mão
trazendo ela de volta para mim lhe roubando um beijo intenso.
— Eu amo você... Obrigada por esse gesto de carinho e preocupação
comigo e meus pais... Você é incrível... Nos vemos mais tarde. — Ela me dá
um selinho rápido e sai do carro fechando a porta, abro o vidro enquanto ela
está ali parada esperando eu ir.
— Eu também te amo, ruivinha... Não esqueça de me ligar se precisar,
está bem? Agora entra! Só saio depois que você entrar. — Sorrio feito um
bobo e ela retribui, pisco para minha mulher e ela manda um beijo no ar antes
de entrar no quintal da casa.
Só então eu saio fazendo o retorno para voltar por onde viemos. Meus
pais estão me esperando em casa para almoçar com eles e eu não posso
deixar a minha mãe esperando, ainda não há vi e estou morrendo de saudades
dela. Espero que meu pai não esteja distorcendo os fatos do que ele viu na
empresa, o Sr. Danilo não é um homem fácil de se lidar mas eu preciso passar
por isso e acho bom que seja agora, assim eu não me preocupo depois.
Capítulo 32
Marcelly
DIA SEGUINTE...

Se estou nervosa? Mas é claro que sim, logo de cara eu já não gostei
do pai do Ramon e espero que a mãe dele seja mais simpática. Estava
empolgada para conhecer os pais dele, mas, depois de conhecer o Sr. Danilo
eu mudei de ideia, não quero mais ir nesse jantar mas eu não tenho escolha,
Ramon mandou preparar um jantar especial só para nos receber e nos
apresentar aos seus pais, então eu tenho que ir.
— Você parece desanimada, filha, aconteceu alguma coisa? Está tudo
bem querida? — Minha mãe se senta ao meu lado no sofá enquanto eu olho
fixamente para TV sem nem ao menos prestar atenção em nada.
— Sim mamãe, está tudo bem, eu só estou um pouco receosa de
conhecer os pais do Ramon... Na verdade eu já conheci o pai dele hoje na
empresa mas amanhã vamos conhecer a mãe dele também, os irmãos não
vieram porque trabalham e também moram em cidades diferentes no
exterior... Você acha que eles podem não gostar de mim, mamãe? Quer dizer,
o Ramon diz que sou mulher dele e até diz que me ama, mas... Ele não me
pediu em namoro como você achou que ele iria fazer, não sei definir o que
existe entre nós, não temos um compromisso mesmo nos declarando um para
o outro... Eu não sei o porquê mas, estou me sentindo insegura, mamãe. — A
encaro pensativa e apreensiva e ela me encara atenta.
— Você está se preocupando a toa, filha, o Sr. Ramon gosta de você
de verdade... Você mesma me disse que ele não tem um relacionamento com
alguém a anos, ele pode estar esperando o momento certo para fazer isso, ou
simplesmente pensa que não há necessidade de te pedir em namoro já que
estão juntos... Confesso que eu e seu pai iríamos ficar mais tranquilos se ele
nos dissesse o que espera de você realmente, quais são as intenções dele com
você e se ele vai se responsabilizar por você na nossa ausência. — Ela
também fica pensativa mas me encara nos olhos como ela sempre faz nas
nossas conversas. — Depois do que aconteceu com você a gente tem medo
de te deixar sozinha nessa vida, sem ninguém para cuidar de você, filha, você
precisa de alguém em quem possamos confiar, que vai te proteger e te amar
como você merece, não estou dizendo que o Sr. Ramon não está qualificado
pois sei que está, mas o fato dele não assumir um compromisso com você nos
deixa inseguros quanto a isso, você me entende querida? Não estou te
cobrando e nem quero que você cobre isso dele, se for para vocês ficarem
mesmo juntos, se ele realmente te ama ele mesmo vai tomar essa iniciativa.
— Mamãe segura a minha mão com carinho e eu a abraço, sentir os seus
carinhos era tudo que eu precisava nesse momento.
— Eu sei de tudo isso, mamãe, e entendo o lado de vocês também, o
papai não diz nada mas no fundo eu sei que ele também pensa assim... Mas
eu peço para vocês não se preocuparem tanto comigo, está bem? O que
aconteceu no passado não vai voltar acontecer... Nunca mais eu vou me
prostituir, nunca mais vão me sequestrar porque eu estou me cuidando ao
extremo como vocês e o Ramon pediram... Ele não vai me deixar, mamãe, eu
sei disso... Ele me ama como nenhum outro homem me amou antes, ele faz
por mim o que só você e meu pai desejariam fazer mas não puderam, mas
mesmo assim eu sou muito grata por ter vocês como meus pais... Eu amo
muito vocês, dona Antônia, vocês são a minha vida. — Me deito no seu colo
e ela mexe nos meus cabelos, seus carinhos são tão bons que por mim eu
passaria horas aqui.
— O que vocês duas pensam que estão fazendo? Temos um jantar
para irmos e mulheres demoram muito para se arrumarem, é melhor
começarem agora ou vamos chegar atrasados no jantar. — Papai entra na sala
empolgado nos fazendo sorrir.
— Meu Deus papai! Não seja exagerado, ainda são cinco da tarde,
temos tempo de sobra não se preocupe, nós não vamos nos atrasar. — Ele se
senta no sofá ao lado iniciando uma conversa sobre os pais de Ramon.
Ele ainda não os conhece e tem certeza de que vai gostar deles, mas
eu não tenho tanta certeza disso, se meu pai souber do que aconteceu hoje ele
também não vai querer ir a esse jantar, mesmo quando eu me vendia, meu pai
não gostava de ouvir que eu fui insultada ou desrespeitada por alguém, aquele
era o meu trabalho e ele queria que eu fosse respeitada por isso, mas cá entre
nós, todo mundo sabe que uma garota de programa nunca é respeitada por
ninguém, e comigo não foi diferente.
Passei alguns bons minutos conversando com os meus pais mas logo
fui para o meu quarto, eu preciso escolher a roupa que vou vestir para o jantar
e não quero nada chamativo, nada ousado e sim um pouco mais conservador
que o habitual... Ou melhor, não vou mudar para agradar ninguém, quem
gosta de mim gosta do jeito que eu sou e vou continuar assim, não vou mudar
nada já que foi assim que Ramon me conheceu e ele gostou de mim assim.
Escolho um vestido vinho justo no corpo, ele é tomara que caia e seu
comprimento fica um palmo acima dos joelhos, separo os saltos alto preto e
uma bolsa de não na mesma cor, depois disso vou tomar um banho para
relaxar a tensão do meu corpo. Estou nervosa e muito ansiosa pois não sei o
que será desse jantar, ou os pais de Ramon vão me odiar ou vão me amar, é
oito ou outra.
Depois de um bom tempo no banho minha mãe aparece na porta do
banheiro para me apressar, já são quase sete horas e eu ainda nem me
arrumei. Saio do banheiro apressada e corro para me arrumar, ainda bem que
eu já separei a minha roupa e não vou precisar procurar nada.
Passo o meu hidratante corporal e coloco o vestido que eu escolhi,
solto os meus cabelos os deixando levemente ondulados e faço a minha
maquiagem, marco bem os olhos e escolho um batom clarinho para não ficar
muito chamativo, termino de me arrumar e pego a minha bolsa no mesmo
instante em que ouço a campainha tocar, deve ser o motorista pois se fosse
Ramon ele avisaria que estava vindo, mas ele não ligou então sei que é o
motorista.
Saio do meu quarto apressada mas quando chego na sala, meu pai já
está recebendo o motorista que o cumprimenta gentilmente.
— Boa noite Srta. Marcelly! O Sr. Ramon Mitchell mandou que eu
pedisse desculpas por não ter vindo buscá-los pessoalmente, ele ficou com os
pais e todos estão aguardando por vocês. — Ele me cumprimenta com a
mesma forma carinhosa de sempre.
— Boa noite Sr. Francisco, o seu patrão não tem o porquê se
desculpar, é natural que ele fique com família até chegarmos... Onde está a
mamãe, papai? — Retribuo ao sorriso gentil de Francisco, mas me viro para o
meu pai.
— Eu ouvi alguém me chamar? — Ela entra na sala linda como se
tivesse indo para uma festa.
— Você está linda, mamãe... A mãe mais linda que já vi até agora. —
Admiro-a de cima abaixo e vejo o meu pai com os olhos brilhando todo
derretido pela mamãe.
— Eu tenho que concordar, filha... É a mulher mais linda que os meus
olhos já viram... Aliás, as duas estão muito lindas, ainda bem que não vamos
a um restaurante, ou então eu e Ramon teríamos que ficar de olho em vocês.
— Meu pai abre um sorriso tão lindo e sinto o meu coração acelerar ao ouvi-
lo falar de Ramon assim, não teve como não sorrir do seu comentário.
— É melhor irmos, querido, não é elegante deixarmos os nossos
anfitriões nos esperando... Você está muito elegante, meu esposo, já faz
tempo que não nos arrumamos assim para sairmos, precisamos fazer isso
mais vezes. — Ela enlaça o seu braço no de papai e assim saímos de casa.
Sorrio largamente admirando o casal a minha frente, meus pais ficam
tão lindo juntos que não consigo imaginá-los de outra forma, eu os amo tanto.
Sr. Francisco abre a porta do carro para nós e nos acomodamos todos
no carro, meus pais atrás e eu vou na frente com Francisco, eu estou nervosa,
estou apreensiva mas vou tentar relaxar um pouco.
Seguimos para mansão Mitchell e durante o nosso percurso presenciei
os meus pais se paquerando no banco de trás, sorrio feito uma boba por ver
os meus velhinhos assim tão felizes.
Nos aproximamos da mansão Mitchell e o meu coração dispara por
pensar nele, o carro entra pelos portões e segue até a entrada da casa onde ele
está parado nos esperando, meu Deus ele está lindo. Automaticamente o meu
sorriso de abre para ele que se aproxima abrindo a porta para mim, o
motorista sai do carro fazendo o mesmo para os meus pais.
— Você está tão linda... Porra eu quero beijar você todinha, ruivinha.
— Ramon abraça a minha cintura avançando na minha boca, me entrego ao
seu beijo, mas me lembro dos meus pais.
— Agora não...! Por favor...? — Me solto dele brevemente encarando
os meus pais que tem um sorriso largo no rosto.
— Sr. Sérgio! Sra. Antônia! Sejam bem vindos de volta a minha casa,
por favor vamos entrar! Os meus pais já estão esperando por vocês. — Ele se
aproxima deles os cumprimentando e nos guia até a porta principal da casa.
Meus pais estão bastante empolgados e espero que essa empolgação
não seja frustrada. Entramos na casa e um casal de senhores se levantam para
nós receber, a senhora tem um largo sorriso no rosto, diferente do marido.
— Olá boa noite! Sejam bem vindos! Eu sou Verônica e esse é o meu
marido Danilo, somos os pais de Ramon. — Ela se aproxima sem tirar o seu
sorriso do rosto e cumprimenta os meus pais.
— Boa noite querida, somos os pais adotivos de Marcelly, me chamo
Antônia e esse é o meu marido Sérgio... Nos desculpem pelo atraso, moramos
mais longe do que eu imaginava. — Mamãe a cumprimenta com o seu
melhor sorriso que é retribuído imediatamente.
— Imagina, Antônia, não tem que se desculpar, vocês chegaram bem
na hora... É um prazer conhecê-los... E essa bela jovem é a Marcelly, é um
prazer conhecê-la, querida... Minha nossa! Você é muito linda. — Ela me
cumprimenta com um sorriso gentil e me abraça carinhosamente.
— O prazer em conhecê-la é todo meu, Sra. Verônica, a senhora é
muito gentil. — Lhe dou o meu melhor sorriso antes de encarar o pai de
Ramon, cumprimentando os meus pais. — Boa noite, Sr. Danilo! É muito
bom vê-lo novamente. — Me mantenho firme para não fraquejar e
demonstrar o meu receio em estar aqui na frente dele.
— Boa noite, querida! É bom vê-la também... Vocês já conhecem a
casa então sintam-se a vontade. — Ele me cumprimenta com um aperto de
mão e me dá um beijo no rosto.
Acho que eu exagerei nos meus medos e receios quanto a ele, o Sr.
Danilo está sendo gentil e parece sincero, pode ter sido a maneira como nos
conhecemos que deixou uma impressão não muito boa.
Fomos todos para o sofá e iniciamos uma conversa sobre a viagem
deles ao Brasil, pelo que percebi eles vão passar uma semana com Ramon e
não sei se vai ser uma boa ideia eu ficar aqui com ele e os pais dele, bom, a
menos que ele me peça eu vou voltar com os meus pais pra casa.
O encaro sentando ao meu lado e ele pisca para mim, sorrio desejando
loucamente sentir os seus lábios nos meus para acalmar o meu interior.
— Vem comigo, ruivinha! Quero conversar com você sobre um
assunto importante... Com licença senhores! Senhoras! — Diz já se
levantando me puxando pela mão, eu apenas concordo e ele me arrasta para
algum lugar.
Logo estamos saindo para o jardim e quando nos aproximamos da
piscina ele me puxa pela nuca me beijando ferozmente, amoleço no mesmo
instante me entregando aos seus beijos.
— Eu quero tanto você, ruivinha... Só sentir a sua boca não é o
suficiente para me acalmar, eu preciso sentir você inteirinha, minha gostosa.
— Ele me encara tão intensamente que sinto que posso desabar a qualquer
momento.
— Podemos conversar sobre isso depois... Mas agora me diz...? O que
Você queria conversar comigo? Algum problema? Aconteceu alguma coisa?
— Pergunto curiosa abraçando o seu pescoço e ele aperta mais a minha
cintura.
— Precisamos conversar sobre a gente, sobre a nossa situação,
Marcelly... A gente está junto já há um tempo, algumas semanas atrás nos
declaramos um para o outro, e... Não estou me sentindo bem sem saber ao
certo o que somos um para o outro, como eu mesmo já te disse, já faz tempo
que não assumo um compromisso com uma mulher, mas eu quero tentar isso
com você... Eu quero tentar tudo que você quiser, ruivinha... E você? Você
quer tudo comigo? Quer namorar comigo, Marcelly? — Ele parece meio sem
jeito com tudo que disse e eu acho isso fofo, não vou negar, não esperava por
isso, mas isso é tudo que eu mais quero.
— Ramon... Você me quer mesmo como sua namorada? Você quer se
comprometer comigo? — O encaro surpresa louca para me atirar em seus
braços e me entregar para ele como já fiz tantas outras vezes.
— Sim princesa... Eu quero me comprometer com você, precisamos
oficializar o nosso envolvimento então... Vou perguntar de novo... Marcelly
Alencar! Você quer namo... — Ele abre um sorriso tão lindo, mas quando ele
vai repetir a pergunta alguém o interrompe.
— Ramon! Marcelly! Venham! O jantar será servido, só estamos
aguardando vocês. — Alerta Sr. Danilo parado mais a frente nos encarando
atento, porque ele tinha que aparecer justo agora?
— Nós já vamos papai... Terminamos a nossa conversa depois do
jantar, está bem? — Ele acaricia o meu rosto mesmo frustrado, assim como
eu.
Eu apenas concordo e seguirmos de mãos dadas de volta para dentro
da casa, Sr. Danilo continua ali parado nos encarando atento enquanto
passamos por ele, o mesmo vem logo atrás de nós.
Entramos de volta na casa e meus pais conversam animados com a
Sra. Verônica, assim que nos ver entrar eles se levantam para nós receber e
fomos para sala de refeições. Porra! Se eles desconfiassem que já transamos
em cima dessa mesa, eles perderiam a fome, coro só de me lembrar de tal
acontecimento.
— O que foi? Porque está envergonhada? Está se lembrando de algo,
ruivinha? — Me questiona baixinho ao me ver encarar a mesa.
Apenas o encaro séria e o cretino sorrir ainda mais me deixando ainda
mais envergonhada.
— Para com isso...! Está me deixando constrangida. — O repreendo
enquanto vou para o meu lugar e ele se segura para não rir ainda mais.
Me sento ao lado dos meus pais e ele ao lado dos dele, o jantar é
servido enquanto nossas mães e nossos pais se conhecem um pouco mais,
perguntando sobre família, trabalho e tudo que tem direito, fico muito feliz
que eles estejam se entendendo tão bem, isso é um alívio e eu fico feliz por
isso.
— Fala mais sobre você, Marcelly? Queremos te conhecer melhor...
Você fez faculdade? É formada em quê? — Me surpreendo com a pergunta
do Sr. Danilo.
— Eu cheguei a terminar o ensino médio, mas não cursei nenhuma
faculdade, Sr. Danilo, eu tive que começar a trabalhar cedo para ajudar os
meus pais, eu já sou uma mulher adulta então é a minha vez de cuidar deles, e
para isso eu não meço esforços... Eles merecem que eu lute por eles depois de
tudo que já fizeram por mim. — Respondo em um tom firme segura das
minhas palavras.
— É admirável ver um filho tão dedicado a família, é raro encantar
famílias unidas assim... Parabéns Antônia, você criou muito bem a sua filha,
Marcelly é uma moça adorável. — Sra. Verônica me encara com carinho e
olha para os meus pais antes de encarar Ramon, que segura a minha mão
sobre a mesa, sorrio para ele mas o meu sorriso não dura muito.
— Realmente, uma moça admirável, poucos filhos se sacrificam pelos
pais como você fez Marcelly... Seus pais sabem que você é uma garota de
programa? Que se vende por dinheiro para ajudá-los? — Sr. Danilo pergunta
me encarando com um sorriso cínico, fazendo o meu sorriso desaparecer.
Encaro Ramon não acreditando que ele contou sobre o meu passado
sem nem ao menos me alertar sobre isso.
— Sim, Sr. Danilo! Os meus pais sabem que eu "fui" uma garota de
programa e eles nunca me julgaram por isso, eu sempre tive o amor, o
carinho e a compreensão dos meus pais, independente de qualquer coisa, e eu
não me envergonho por isso pois pelos meus pais eu faria qualquer coisa se
for para ajudá-los... Eu não sabia que você tinha conversado com o seu pai
sobre isso, Ramon! — Mantenho o meu tom firme mas os encaro séria.
— Eu não contei nada, Marcelly, eu jamais faria isso sem o seu
consentimento, ruivinha... Acredita em mim? Eu não tenho motivos para
mentir pra você... Mas parece que o meu pai é capaz de tudo para se meter
onde não foi chamado. — Ele me encara aflito mas em seguida encara o pai
furioso.
— Realmente ele está falando a verdade, ele não me contaria isso
porque sabe que eu não aprovaria, por isso passei o dia investigando e
descobri que você é uma das prostitutas da boate dele... — Ele fala em um
tom de sarcasmo e Ramon se levanta furioso, mas antes que ele diga algo
meu pai se levanta também.
— Acho que esse jantar termina por aqui! Eu não vim aqui para ver a
minha filha ser humilhada dessa maneira... O mais triste de tudo isso, Danilo!
Foi que você nos recebeu na casa do seu filho nos tratando com falsidade,
fingindo gostar da nossa presença... A minha filha pode ter um passado que
não te agrada, mas isso não te faz melhor que ela, pelo contrário! Você está
muito abaixo de Marcelly, a minha filha é mais honrada que você! Um
homem da sua idade se meter na vida do filho para prejudicá-lo? Eu no lugar
de Ramon teria vergonha de ter um pai como você... Vamos queria! Filha!
Vamos embora agora mesmo! — Meu pai esbraveja alterado como nunca vi
antes, isso me preocupa e me envergonha por eles estarem passando por isso.
— Me desculpem por favor! Eu não sei o que deu no meu marido mas
obviamente tem uma explicação para uma maldade dessas, não é Danilo?
Porque você está fazendo isso com o nosso filho? Porque você tinha que... —
A mãe de Ramon se levanta nos encarando apreensiva, mas Ramon a
interrompe.
— Nenhuma explicação justiça o que ele fez, mamãe! Destratar assim
os meus convidados dentro da minha casa! Se for para ficar se mantendo na
minha vida dessa maneira, papai, você já pode arrumar as suas malas e voltar
para Flórida, a sua presença aqui já ficou incomoda. — Ramon também
esbraveja alterado enquanto vejo as nossas mães já chorando. Mas que
merda!
— Você trabalha na minha empresa! Não quero você levando uma
qualquer para trabalhar dentro do que é meu levando o meu dinheiro! Com
tantas mulheres por aí e você vai se envolver justo com uma prostituta? Não
vai demora para ela aparecer grávida de um qualquer e dizer que o filho é seu
só para te dar o golpe da... — Ele rebate de volta também se levantando mas
o interrompo quando me canso de ouvi-lo.
— EU POSSO SIM TER SIDO UMA PROSTITUTA COMO O
SENHOR ESTÁ ENCHENDO A BOCA PARA JOGAR NA MINHA
CARA! MAS NÃO É VOCÊ QUEM DECIDE SE SOU OU NÃO BOA O
SUFICIENTE PARA O SEU FILHO! QUEM DECIDE É ELE...! Quem
beija a minha boca é ele, quem transa comigo também é ele e não você!
Então apenas ele vai dizer se quer ou não ficar comigo...! E eu não preciso
dar golpe em ninguém porque diferente de você, eu tenho vergonha na minha
cara, mesmo com um passado tão sujo eu sei que sou mais digna que você...!
Com licença, Sr. Mitchell! Já ouvi o suficiente mesmo sem merecer... Me
desculpe, Sra. Verônica... Vamos mamãe! Papai! — Despejo tudo que estava
entalado na minha garganta depois de ouvir todos esses absurdos.
Abraço a minha mãe e saio levando ela comigo, mas sinto uma mão
no meu braço mas eu puxo de volta.
— Por favor, ruivinha? Não vai embora assim, vamos conversar? Me
perdoa por tudo isso eu estou muito envergonhado...? Nenhum de vocês
mereciam isso, eu... — Ramon pede aflito mas eu continuo andando.
— Não vou conversar com você diante desse homem! Me procura
amanhã para conversar porque eu não volto mais naquela empresa, eu estou
me demitindo, Ramon...! Agora eu preciso levar os meus pais daqui,
realmente eles não mereciam isso... Nos vemos depois. — Tento com todas
as minhas forças seguras as minhas lágrimas mas não consigo, mesmo assim
permaneço séria e me viro saindo dali com os meus pais.
— Marcelly! Me desculpem por favor...? Sr. Sérgio? Por favor me
perdoa por tudo isso? — Ele vem atrás implorando por perdão e meu pai para
lhe dando atenção.
— Você não tem que se desculpar, filho, você teve a melhor das
intenções, a culpa não foi sua, fique tranquilo...! Apareça lá em casa para
conversarmos com calma, está bem? Agora eu vou levar a minha esposa e
minha filha pra casa, com licença. — Meu pai o tranquiliza em um tom
calmo, mas vem atrás de mim e dá mamãe que chora em silêncio.
— Me desculpa mamãe? Eu devia ter seguido a minha intuição... Eu
senti que esse homem não havia gostado de mim desde o momento em que
nos vimos na empresa ontem, pensei que pudesse ser coisa da minha cabeça
mas olha só o que aconteceu...? Me desculpa por tudo isso. — Me desculpo
enquanto saímos da casa e ela aperta forte a minha mão.
— Não se preocupe querida! Nem você e nem Ramon teve culpa de
nada... Eu só não queria que você tivesse passado por isso depois de tudo que
já sofreu... Vamos embora! Em casa conversaremos com calma, está bem?
Não se preocupe tanto, Celly. — Ela limpa o rosto enquanto seguimos até o
carro, mas meu pai chama a nossa atenção.
— Filha! Vamos de táxi, não vamos mais incomodar o motorista do
Ramon, já chega disso. — Ele abraça a minha mãe nos guiando para o portão
de saída.
— Por favor senhor? Aceite a carona nem que seja só por hoje? Se
meu patrão descobre que não os levei em casa ele vai ficar furioso... Me
permita levá-los por favor? — Sr. Francisco se aproxima apreensivo mas meu
pai está decido.
— Não se preocupe, depois eu me entendo com o seu patrão, ouviu?
Tenha uma boa noite, Sr. Francisco! — Meu pai o cumprimenta antes de se
virar nos tirando dali. Estava tudo bom demais para ser verdade!
Capítulo 33
Ramon
— NÃO ME INTERESSA SE VOCÊ ACHA QUE ELA NÃO
SERVE PARA MIM! Quem decide isso sou eu e ela deixou isso bem claro
pra você! Ela é a mulher que eu escolhi independente do passado dela...! Eu
só vou dizer uma vez, papai! Se eu perder essa mulher eu não serei o único a
sair perdendo... Se a Marcelly me deixar eu saio da sua empresa e você pode
esquecer que eu existo! Eu saio da sua empresa e da sua vida, mas não antes
de te levar a falência! Você decide. — Esbravejo enfurecido e saio da sala de
refeições apressado, mas paro abruptamente. — Eu vou atrás da minha
mulher, quando eu chegar eu não quero mais ver você aqui, você ouviu bem?
— Volto na sua direção o encarando dentro dos olhos e ele faz o mesmo.
— É isso mesmo que você quer fazer? Quer ficar contra mim por
causa de uma prostituta vagabunda? Eu sou o seu pai e você me deve respeito
seu moleque! — Retruca também furioso e eu agarro a toalha da mesa
jogando tudo para o alto, louco para voar em cima dele.
— CALA A SUA BOCA PAPAI! Limpa bem a sua boca para falar
dela na minha frente, eu fui claro...? É engraçado você falar de respeito já que
você nunca me respeitou, nunca me apoiou em nada que não fosse para
agradar você... Se quer ser respeitado acho bom começar a me respeitar
também! Eu não sou mais aquele moleque que fazia de tudo para te agradar,
eu tenho a minha vida agora e não vou permitir que você se meta nela para
me prejudicar, porque é só isso que você sabe fazer por mim, me
prejudicar...! Se você estiver aqui quando eu voltar, eu juro que mando os
meus seguranças tirarem você! Está avisado! — Digo entre dentes e vejo
minha mãe cair sentada no chão. — Mamãe! Mamãe o que houve? — Me
apresso para chegar até ela mas meu pai me empurra para longe se abaixando
ao lado dela.
— Tira as mãos de mim, Danilo! Eu não quero você tocando em
mim...! Você não é o mesmo homem com quem eu me casei... Você virou um
monstro atacando o próprio filho... Eu quero que você vá embora agora...!
Me deixa sozinha com o meu filho! — Me surpreendo com a explosão da
minha mãe e me surpreendo ainda mais por ela ficar contra o meu pai a meu
favor.
— Você não pode estar falando sério, Verônica! Eu sou o seu marido
e não vou te deixar sozinha...! Vem! Eu vou te levar para o hospital... Se esse
ingrato do seu filho me ouvisse, nada disso teria acontecido... — Contesta
irritado e eu encaro a minha mãe de longe mas ela o interrompe.
— JÁ CHEGA, DANILO! Eu não aguento mais essa sua implicância
com Ramon, se ele está feliz o que custar torcer por ele ao invés de derrubá-
lo? Você humilhou tanto aquela menina e sua família, como se você fosse o
homem mais integro que existe... Eu tenho vergonha de você, Danilo...! Ou
você muda o seu jeito de tratar o nosso filho, ou peço o divórcio! Eu tenho
vergonha de você e não quero mais presenciar outra palhaçada como essa que
você fez! — Rebate em um tom sério e irritado, me pegando de surpresa com
isso, nunca tinha visto ela desse jeito antes. — Ramon! Me ajuda filho? Me
leva para o quarto e depois vá atrás da Marcelly, a pobrezinha saiu daqui
arrasada depois de toda aquela humilhação... Mas fico feliz que antes de sair
ela tenha dito umas boas verdades na cara do seu pai, ele mereceu isso e
muito mais. — Me apresso para levantá-la do chão.
— Você está bem, mamãe? Quer que eu te leve para o hospital? A sua
pressão pode ter subido como da outra vez, eu não quero você passando
mal... Me desculpa por tudo isso? Eu não queria ter reagido assim na sua
frente. — Levo ela para sala deixando o meu pai resmungando sozinho na
sala de refeições.
— Não se desculpe filho, não foi sua culpa e muito menos daquela
menina... Eu estou surpresa por você não ter derrubado essa casa... Eu estou
bem querido não se preocupe comigo, vá atrás da sua namorada, veja se ela e
os pais estão bem, se estão precisando de ajuda com algo, e... Apenas vá,
filho! Eu estou muito envergonhada pelo que houve. — Ela se senta no sofá
me encarando triste.
Um dia que era para ser de alegria se transformou em um pesadelo.
— Promete pra mim que vai ficar bem se eu for? Vai me ligar se
precisar...? Acho que vou fazer melhor... RONALDO! RONALDO VENHA
ATÉ AQUI! — Chamo pelo meu mordomo e rapidamente ele aparece.
— Pois não senhor? Em que posso ajudar? — Ele se aproxima
rapidamente atento a mim e minha mãe.
— Eu vou precisar sair agora mas eu quero que fique de olho na dona
Verônica, assim como a maioria das mulheres ela é bastante teimosa, então,
você só precisa ajudá-la no que for e me ligar no menor problema que
houver, estendeu? — O alerto em um tom sério e minha mãe faz careta para
mim.
— Será exatamente como o senhor ordenou, Sr. Mitchell...! Vá
tranquilo. — Ele para ao meu lado me encarando apreensivo pela minha mãe
o encarar feio.
— Relaxa Ronaldo! Ela não morde... A minha mãe é o ser mais doce
que existe nesse mundo além da minha ruivinha... Por falar nela, o que você
está fazendo aqui Francisco? Você já levou Marcelly e os pais em casa assim
tão rápido? Eles chegaram bem? — O questiono assim que o vejo entrar em
casa, ele se aproxima receoso.
— Me desculpe, Sr. Mitchell, eu insisti para levá-los em casa mas o
Sr. Sérgio se recusou a aceitar a carona, eles foram para o ponto de táxi mas
eu acho que... — Me surpreendo com as suas palavras e o interrompo.
— Você não é pago para pesar, Francisco! Já está muito tarde para
eles irem de táxi, porque você não veio me avisar assim que eles saíram? —
Questiono irritado e ele me encara sem graça.
— Ramon! Não foi essa a educação que eu te dei, garoto! Não é
porque ele é seu empregado que você pode tratá-lo assim! — Minha mãe me
repreende ao mesmo tempo que me dá uma bronca, me sinto uma criança
perto dela.
— Me desculpa, Francisco! Eu estou nervoso porque não era para eles
irem sozinhos... Eu vou tentar alcançá-los... Por favor Ronaldo! Ajuda o Sr.
Danilo com as malas, ele está de saída... Te amo mamãe, eu vou tentar voltar
logo, não se preocupa comigo, está bem? — Ordeno em um tom firme e dou
um beijo na minha mãe antes de seguir até a porta.
Saio apressado até o meu carro e entro no mesmo saindo pelos
portões da mansão, acelero o carro preocupado por Marcelly e os pais terem
saído sozinhos daquele jeito, eu não vou aceitar trabalhar longe dela, se ela
não aceitar o dinheiro do meu pai eu vou tirar do meu bolso o pagamento
dela, mas ela vai ficar comigo.
Passo pelo primeiro ponto de táxi e não tem ninguém, está deserto
pois já está tarde, passo pelo segundo ponto de táxi e também não tem
ninguém, mas quando passo do ponto os vejo andando a pé na calçada escuta,
meu coração acelera de preocupação com eles. Paro o carro um pouco a
frente deles e saio esperando eles se aproximarem.
— Porque não aceitaram a carona, Sr. Sérgio? É muito perigoso andar
sozinhos a uma hora dessas... Por favor entrem no carro? Eu vou levá-los em
casa. — Em curto a nossa distância e vejo que Marcelly evita me encarar.
— Não precisa se incomodar, Ramon, a gente consegue um táxi mais
frente, filho, não deixa a sua família sozinha por nós. — Diz em um tom
triste e sei o quanto ele está magoado.
— Por favor, Sr. Sérgio? Sra. Antônia já está muito tarde, eu estou
muito preocupado com vocês... Por favor me deixa levá-los em casa? Eu
quero muito me redimir pelo que houve. — Abraço o Sr. Sérgio pelos ombros
e o vejo respirar fundo.
— Tudo bem, vamos aceitar porque elas já estão cansadas de tanto
andar, não imaginávamos que seria tão difícil pegar um táxi por aqui...
Vamos querida! Vem filha? Entra no carro querida? — Ele se dá por vencido
e eu abro a porta do carro para eles entrarem.
Marcelly tenta entrar com eles atrás mas eu seguro a sua mão,
fechando a porta antes que ela entre.
— Por favor, meu amor...? Não fica assim...? Você não me quer mais,
é isso? Está magoada comigo...? Eu não aguento te ver assim, Marcelly...!
Me dá um beijo princesa? Só um e eu já fico satisfeito... — Puxo ela para os
meus braços e acaricio o seu rosto já inchado de tanto chorar. — Por favor,
ruivinha...? Me perdoa meu amor? — Ergo o seu queixo e beijo de leve os
seus lábios.
Beijo-a mais profundamente e ela abraça o meu pescoço me fazendo
respirar aliviado em meio aos beijos, mas não dura muito pois logo ela se
afasta finalmente me olhando nos olhos.
— Eu odeio o seu pai, e não quero ele como sogro... Já está avisado!
— Diz emburrada cruzando os braços me fazendo sorrir.
— Isso quer dizer que aceita namorar comigo? Não vai deixar de ser
minha, Marcelly? — Sorrio instantaneamente e vejo ela finalmente me dar
um pequeno sorriso.
— Sim, eu quero ser sua namorada não importa o que o seu pai pense
de mim... Enquanto você me quiser eu também vou querer você. — Ela sorrir
largamente para mim e eu beijo-a com vontade.
— Caramba... Eu tive tanto medo de perder você... — Confesso entre
os beijos e ela se solta de mim se afastando.
— Me leva pra casa! É perigoso ficarmos parado aqui por muito
tempo. — Ela sorrir dando a volta no carro e eu me apresso para abrir a porta
do mesmo.
Ela entra sorridente assim como eu, dou a partida no carro saindo dali.
— A minha intensão com esse jantar, Sr. Sérgio, era para pedir o seu
consentimento para oficializar o meu compromisso com a sua filha, eu queria
que vocês se dessem bem com a minha família, mas, nada saiu como
planejado... Minha mãe está arrasada pelo que o meu pai fez, ela está
pensando até em divórcio tamanha é a vergonha que ela está sentindo com
tudo que houve, minha mãe é uma pessoa maravilhosa, diferente do meu pai,
ela quer a chance de se desculpar com vocês pessoalmente, eu peço a vocês
por favor que a recebam...? Minha mãe tem um coração grande e generoso
assim como vocês, e... Ela quer poder conviver com a família da mulher que
eu escolhi para mim... Marcelly aceitou namorar comigo, Sr. Sérgio, o senhor
fica feliz com isso, ou não? — Seguro firme a mão da minha mulher
encarando meu sogro pelo retrovisor, Marcelly abre ainda mais o seu sorriso.
— Desde o início eu aprovei vocês juntos, porque eu não aprovaria
agora? Você defendeu a minha filha e a família dela, esse é o sinal de que
você realmente a merece, Ramon... É claro que eu fico feliz com isso, mas
não posso deixar de dizer que não quero o seu pai e nem ninguém magoando
a minha filha, eu fui claro? Isso é tudo que eu te peço, que a proteja e a faça
feliz. — Seu tom firme para mim já é um bom sinal, eu sempre gostei dessas
pessoas e hoje eu gosto muito mais por fazer parte de tudo isso com elas.
— Eu farei isso, Sr. Sérgio! Você tem a minha palavra! — Abro um
largo sorriso para Marcelly e ela se inclina para ele beijar.
— Filha! Deixa o seu namorado nos levar em casa em segurança,
depois vocês namoram. — Pelo seu tom empolgado sei que ele está mesmo
feliz por nós, mesmo depois do que houve.
Sorrimos de mãos dadas e seguimos para sua casa. Estou feliz apesar
do que houve, ainda não estou tranquilo com toda aquela palhaçada do meu
pai, e ainda tenho que convencer Marcelly a voltar para empresa comigo,
porque se ela não voltar eu saio também, o meu pai passou de todos os
limites e isso eu não vou perdoar.
Depois de alguns longos minutos eu chego na casa de Marcelly com
os pais dela, entro com eles por um instante pois não posso demorar e deixar
a minha mãe sozinha, mas estou feliz por estar bem com a minha ruiva, o
ataque de loucura do meu pai não afetou a nossa relação com ela e a família,
essa mulher é mais madura do que aparenta, ela é incrível.
— Eu vou me recolher, filha, estou cansada e já está tarde... Obrigada
por nós trazer em casa, Ramon, apesar do que houve eu estou feliz por você e
minha filha, ouviu? Eu já sabia que vocês iriam acabar juntos desde a
primeira vez que vi vocês juntos... Bom, nos vemos depois, querido, boa
noite...! Vai descansar, filha, nos vemos amanhã meu anjo. — Minha sogra
acaricia o meu rosto e se despede também da filha me fazendo sorrir feito um
bobo.
— Durma bem mamãe, eu já vou me deitar também, só vou me
despedir do meu namorado. — Ouvir isso dela faz o meu coração bater forte,
ela é oficialmente minha.
— Está bem querida, te amo. — Elas se abraçam antes da Sra.
Antônia se afastar, nos despedimos também do seu pai e eles nos deixam a
sós.
Assim que eles entram no corredor eu puxo a minha mulher para um
beijo ardente e apaixonado.
Sinto o meu corpo necessitado pelo dela mas depois do que houve,
não vou poder ficar e nem ela vai querer ir lá pra casa agora.
— Eu quero você... Eu amo você, ruivinha... Eu sou louco por você...
Você é minha... — Sussurro entre os beijos apertando o seu corpo contra o
meu, não querendo ir embora e deixá-la para trás.
— Eu também te amo muito... Nada vai me afastar de você, Ramon...
Nada e nem ninguém... Eu sou sua... Ahhh eu sou sua... — Ela sussurra de
volta e geme quando aperto a sua bunda pressionando-a contra o meu corpo.
— Volta para empresa comigo? Eu não vou conseguir trabalhar sem
você ao meu lado, Marcelly... — Tento apelar para ela reconsiderar a sua
decisão, mas ela me interrompe.
— Não Ramon! O seu pai jogou na minha cara que eu estou
recebendo o dinheiro dele, e eu não quero mais isso...! Prefiro voltar a me
prostituir a receber o dinheiro daquele homem. — Rebate irritada me
pegando de surpresa com as suas palavras.
— Você não é louca de voltar a fazer aquilo! Eu nunca vou permitir
isso, Marcelly! Mas que merda! — Me irrito só de pensar em outro homem
tocando nela, eu jamais vou permitir isso. — Já que você não quer voltar
comigo para empresa, então deixa de ser orgulhosa e aceita a minha ajuda?
Agora eu sou o seu namorado e vou assumir as despesas da sua casa, não vou
aceitar um não como resposta! Ou você trabalha comigo ou você vai ficar em
casa sem fazer nada, você tem essas duas opções, é só escolher uma. —
Tento me controlar para não me alterar e ela respira fundo.
— Eu posso tentar uma vaga no restaurante onde Paloma trabalha, sei
lá, eu vou colocar currículos por aí mas eu vou trabalhar sim, Ramon! Você
não vai me impedir de trabalhar, não estou acostumada a ficar parada em casa
e nem estou acostumada com ninguém me bancando para eu ficar a toa sem
fazer nada... Poxa não briga comigo? Eu ainda estou magoada com o que
aconteceu hoje, não quero ninguém jogando na minha cara que estou com
você por interesse, porque não é verdade, Ramon! Eu estou com você porque
eu te amo, se fosse só pelo dinheiro eu não iria querer me prender a ninguém
como eu estou presa a você... Eu não quero um centavo que venha do seu pai,
por isso eu não vou voltar para aquela empresa, vou tentar qualquer outra
coisa em qualquer outro lugar, mas parada eu não vou ficar! — Argumenta
inquieta e se vira para sair, mas abraço o seu corpo por trás, ela está tão
cheirosa, eu queria beijá-la inteirinha hoje mas nada saiu como planejei.
— E se eu tirar do meu bolso para pagar você? Não vou te pagar com
dinheiro da empresa, você não será funcionária da empresa, você será minha
funcionária pessoal, o que me diz? — Apelo mais uma vez e ela se solta de
mim se virando para me encarar.
— O seu pai disse que vai ficar na cidade por uns dias, se ele souber
que estou na empresa dele, não interessa se vou estar recebendo o seu
dinheiro e não o dele, seu pai vai me humilhar de novo e eu não vou ficar
quieta, Ramon, eu fui sutil com ele hoje mas eu posso ser grossa se ele me
insultar mais uma vez, eu tenho o pavio curto e você sabe disso! — Me alerta
emburrada cruzando os braços fazendo os seus seios quase saltar do vestido.
Porra! Ela fica linda nessas roupas mas isso me deixa louco de
desejo, e também de ciúmes!
— Deixa que eu me entendo com o meu pai, está bem? Se você não
voltar a trabalhar comigo eu também não volto para empresa, assim eu volto
a me dedicar mais as minhas boates, está ficando puxando pra mim trabalhar
na empresa e depois ter que ir nas boates... Talvez seja mesmo melhor eu sair
da empresa e me focar mais nas... — Comento pensativo e ela e interrompe.
— Não Ramon! Não sai da empresa ou o seu pai vai colocar a culpa
disso em mim também... Além do mas, eu prefiro que você não tenha tempo
de ir a boate... Não gosto de imaginar aquelas garotas se jogando em cima de
você, isso me incomoda e muito. — Confessa enciumada me fazendo sorrir,
eu gosto de saber que ela sente ciúmes de mim.
— Então reconsidere a sua decisão...? Volta comigo para empresa,
ruivinha? Eu não vou conseguir me concentrar no trabalho longe de você... O
meu pai não vai mais se aproximar de você, ele não vai sequer dirigir a
palavra a você ou eu saio da empresa, isso é uma promessa, minha princesa.
— Puxo ela de volta para os meus braços e beijo-a com calma, saboreando o
seu gosto.
— Eu volto a trabalhar com você! Mas só depois que o seu pai for
embora, antes disso eu não volto! — Avisa decidida e eu já me conformo
com isso.
— Negócio fechado! Eu vou tentar despachar o meu pai de volta para
Miami o mais rápido possível... Eu preciso ir agora, ruivinha, minha mãe não
estava bem quando eu saí e prometi não me demorar... Ela teve uma
discussão feia com o meu pai e eu o mandei sair da minha casa, estou tão
magoado quanto você, meu anjo, não gosto de te ver triste e gosto menos
ainda quando alguém que deveria torcer por mim, é quem me ataca daquela
maneira tentando impedir a minha felicidade... Eu nunca vou permitir que te
faltem com o respeito, meu amor, muito menos que seja alguém da minha
família a fazer isso... Você é tudo para mim, Marcelly, perder você seria a
minha destruição, não se esqueça disso, ouviu...? Eu não posso perder você.
— Abraço-a forte e ela retribui beijando o meu pescoço. — É melhor eu ir,
ou eu vou acabar te levando para o seu quarto... Eu estou morrendo de
vontade de foder você com força... Porra ruivinha, você é uma tentação... —
Aperto a sua bunda esfregando o meu pau nela, ela geme no meu ouvido com
uma voz tão sedutora que me faz latejar.
— Volta amanhã e eu te dou o que você quiser... Talvez eu te dê
muito mais... Se você quiser, é claro... — Ela me instiga e eu enlouqueço
tomando a sua boca com urgência. — Ramon... O meu pai pode aparecer...
Ohhh... Eu quero você... Você me tira do prumo, Ramon... Mas é melhor
você ir, a sua mãe está sozinha e eu estou tentando resistir a você... Pede
desculpas a sua mãe por mim, está bem? Eu gostei dela, mas com toda aquela
confusão eu nem me despedi dela direito. — Ela se afasta pensativa e eu
abraço-a levando ela até aporta para me despedir.
— Ela também lamentou muito o que aconteceu e quer se desculpar
pessoalmente, eu pensei em levar ela e você para almoçar antes dela ir
embora, você acha que os seus pais aceitariam ir? Ou podemos almoçar aqui
se eles preferir e não se importar, eu sei que eles não vão querer voltar lá em
casa enquanto o meu pai estiver na cidade... Você me ajuda com isso? —
Acaricio o seu rosto colocando o seu cabelo atrás da orelha, ela abraça o meu
pescoço me beijando com doçura.
— Mas é claro que eu ajudo, meu amor... Eu vou conversar com os
meus pais amanhã, o que eles decidirem eu passo pra você, ok? Agora vai
porque eu preciso dormir e você também, me liga amanhã! Tenha uma boa
noite, amor. — Ganho alguns selinhos carinhosos e um abraço pouco
demorado.
— Está bem, princesa, até amanhã... Durma bem. — Lhe dou um
selinho demorado e saio deixando ela ali parada na porta.
Quando chego no portão eu paro olhando para trás, não queria ter que
ir embora sem ela, ela é minha mulher e tinha que ir comigo para casa e não
ficar pra trás.
Mando um beijo para ela e saio entrando no meu carro, enquanto ela
entra fechando a porta.
Capítulo 34
Marcelly
Nem tudo acontece como a gente quer, nem tudo é o que parece e
todo dia acontece algo para te lembrar sobre isso, acho que nem quando eu
me prostituía me humilharam tanto, pelo menos lá eu sabia o que esperar e
sabia me defender a altura, lá eu estava preparada para enfrentar qualquer um
mas agora eu me sinto uma fraca, me sinto indefesa sem saber o que fazer e
como agir, agora eu me magoo com facilidade, agora eu sinto dores que antes
eu não sentia.
Ouvir Ramon me pedir em namoro era tudo que eu queria, eu cheguei
a sonhar com isso, mas, agora depois de um bom banho eu me jogo na cama
pensativa, será que isso vai dar certo? Será que eu não me precipitei
aceitando esse namoro?
Laura fugiu de casa para proteger a cunhada de uma louca que queria
o homem dela! Paloma perdeu o bebê por causa de uma ex mal amada e
agora esse velho medonho me humilhando na frente dos meus pais, na frente
do homem que eu amo, até onde o pai dele é capaz de ir para me humilha
outra vez?
Ele me investigou para me deixar mal na frente de Ramon e na frente
dos meus pais, o que mais ele será capaz de fazer para o filho não o expôr se
envolvendo com uma ex prostituta?
Me afundo em pensamentos e pego no sono sem perceber, mas
diferente do que foi a minha noite eu tive um sonho bom, sonhei com Ramon
se declarando para mim enquanto fazíamos amor, já faz alguns dias que não
fazemos isso, ele sempre me pega de jeito me deixando faminta para senti-lo
mais e mais, nessas horas eu nem me importo em fazer amor, tudo que eu
sempre quero é senti-lo dentro de mim com força e ele sempre me dá o que
eu quero.
Adoro provocá-lo, adoro tirá-lo do sério, ele fica tão sexy quando está
bravo e mesmo assim, ele se entrega pra mim.

Acordo na manhã seguinte sentindo um carinho gostoso em meu rosto


e logo um beijo no alto da cabeça, abro os olhos e ela está sentada na beira da
minha cama com aquele seu sorriso gentil. Eu amo acordar assim!
— Bom dia querida! Eu ia perguntar se dormiu bem, mas acho que
não precisa, você estava sorrindo enquanto dormia e acho que sei com quem
você sonhou. — Mamãe me encara atenta e eu coro me lembrando do que
houve ontem.
— Bom dia mamãe! O papai já acordou? Ele ainda está chateado com
o que aconteceu ontem? Eu estou tão envergonhada, mamãe, não queria que
você tivesse presenciado aquilo mas acho que não será última vez que
acontecerá. — Me sento sem conseguir encará-la mas ela ergue o meu queixo
olhando dentro dos meus olhos.
— Não vou negar, filha, não só o seu pai mas eu também estou
preocupada com você, nós não vamos nos meter na sua vida e muito menos
no seu relacionamento, mas, não queremos você passando por aquilo de novo
querida, você não merece isso... Você só fez o que fez para nos ajudar mesmo
nós não concordando com isso, no fundo nós sabíamos que esse tipo de coisa
poderia acontecer com você e nós não queríamos isso... Mas você sabe o que
fazer da sua vida, você sabe o que escolher para você e é por isso que sempre
te apoiamos... Mas não queremos você passando por aquilo de novo, Celly.
— Seu olhar sério e atento me deixa mal.
Sei o quanto eles se preocupam comigo e não queria estar passando
por isso por amar alguém, as coisas eram mais fáceis quando eu amava
apenas os meus pais.
— Me desculpa, mamãe? Aquilo não vai mais acontecer e mesmo que
aconteça, o Ramon está do meu lado, ele me defende porque me ama... Você
viu que ele ficou contra o pai para me defender... — A encaro apreensiva e
ela me interrompe.
— É exatamente por isso que estamos preocupados, filha, não é certo
um filho ficar contra os próprios pais para viver um amor, os pais têm que
estar ao lado dos filhos nesses momentos mas ao invés disso, veja o que
aconteceu ontem? Vocês se amam e mesmo assim o pai dele não mediu as
palavras para te insultar na frente dele e dos seus pais, e se ele foi capaz
daquilo ele vai fazer de novo, Celly... Eu e seu pai passamos a noite
conversando sobre isso, nós decidimos que não queremos você naquela casa
enquanto esse homem estiver na cidade, não queremos que ele te trate
daquela maneira outra vez então você não vai mais... — Argumenta em um
tom firme mas não me surpreendo com a sua preocupação, eu já esperava por
isso então a interrompo.
— Não se preocupe, mamãe, eu já conversei sobre isso com Ramon
ontem, eu já o avisei que não volto na casa dele e nem na empresa enquanto o
pai ele estiver no Brasil, enquanto isso ele vira me ver aqui em casa, já que
estamos namorando. — Afirmo um pouco mais animada e ela continua com o
seu olhar atento.
— Não queremos você trabalhando naquele lugar, nem agora e nem
depois que aquele homem for embora, Celly... O resultado da perícia da
nossa aposentadoria saiu agora de manhã, eu e seu pai conseguimos o
benefício e você não tem que se preocupar em ficar correndo atrás de
emprego agora, nós vamos te ajudar enquanto você não consegue outro
emprego, porque não queremos você naquela empresa sendo acusada de levar
o dinheiro daquele homem, não vamos aceitar isso querida. — Ela se levanta
ainda com um olhar sério e eu me levanto com um largo sorriso no rosto.
— É sério mamãe? Vocês vão voltar a receber a aposentadoria de
vocês? Graças a Deus! Eu pensei que seria negado mais uma vez depois de
tudo que meus irmãos fizerem... Eu também não vou aceitar que vocês
deixem o cartão da aposentadoria de vocês com eles novamente, ouviu? Não
acho justo o que eles fizeram e não vou aceitar que eles façam isso de novo,
porque eles vão aparecer quando souber que estão recebendo novamente a
aposentadoria... Eu juro mamãe, se aqueles ingratos aparecerem aqui
querendo mais uma vez enganar vocês, eu não vou deixar! Eu coloco os dois
para fora daqui! — Aviso inquieta ao me lembrar daqueles dois que não
deram mais as caras quando a fonte secou, mas agora eles vão aparecer de
novo, eu tenho certeza disso.
— Não se preocupe querida, não vamos deixar isso acontecer de
novo, dessa vez eles nem vão saber que estamos aposentados novamente...
Bom, vamos continuar a nossa conversa no café da manhã, a mesa já está
posta então levante-se meu anjo, tome um bom banho para despertar pois seu
pai já está nos esperando. — Ela se aproxima me abraçando carinhosamente e
eu lhe dou um beijo demorado no rosto, ela se afasta para sair mas eu seguro
a sua mão.
— Mamãe! O Ramon disse que se eu não voltar a trabalhar com ele,
ele sai da empresa do pai e vai voltar para as suas boates... Eu não quero que
ele volte, mamãe... Lá tem muitas garotas afim dele, e... Eu fico insegura toda
vez que ele diz que precisa ir até lá, e se ele voltar a pernoitar nas boates
como ele fazia antes eu posso perdê-lo... Eu não quero perdê-lo mamãe. — A
encaro apreensiva e ela respira fundo.
— Você não vai perdê-lo, Celly, se ele te ama de verdade ele será
para sempre seu, filha... Mas se você quer mesmo voltar a trabalhar com ele,
precisamos conversar com o seu pai porque ele está decidido a não deixar
você voltar naquela empresa... Vai tomar o seu banho e conversaremos
enquanto tomamos café, está bem? Não demora querida. — Me alerta antes
de sair me deixando sozinha.
Vou para o banheiro e entro na água morna ainda com os meus
pensamentos no que aconteceu ontem, não vou conseguir tirar tudo aquilo da
minha cabeça, mesmo depois de ouvir Ramon me pedir em namoro como eu
tanto desejei, mas confesso que não acreditava que ele fosse fazer aquilo, mas
fez e estou feliz apesar das minhas inseguranças.
Termino o meu banho e passo o meu hidratante corporal para logo me
arrumar, colocando um vestido soltinho de alças finas bastante confortável,
faço um coque no cabelo e calço as minhas havaianas.
Saio do meu quarto e sigo para a sala, assim que entro vejo os meus
pais já na mesa conversando enquanto se servem o café, me sento de frente
para minha mãe evitando encarar o meu pai, mas ele me serve um peço de
bolo chamando a minha atenção para ele.
— Dormiu bem, querida? Porque não está me olhando nos olhos? Se
for pelo que aconteceu ontem, pelo amor de Deus Celly! Não quero você se
desculpando ouviu? Sua mãe já me adiantou sobre a conversa de vocês, eu
não tenho nada a dizer por enquanto, quero conversar com você e Ramon
juntos para eu não precisar falar duas vezes... Ele já deve estar chegando. —
Ele me encara sério me fazendo o encarar também, mas me surpreendo com
as suas últimas palavras.
— Como assim ele já deve estar chegando? Você ligou pra ele, papai?
Por favor eu não quero vocês discutindo pelo que houve, está bem? Me
promete papai...? — Peço aflita e ele apenas me encara atento, mas nesse
momento a campainha toca fazendo o meu coração acelerar.
— Deve ser ele... E eu prometo que não vamos discutir querida, fica
tranquila. — Me tranquiliza enquanto se levanta e vai até a porta para abri-la.
Encaro minha mãe e ela sorrir pra mim tentando me acalmar, mas
depois do que aconteceu ontem o meu pai está muito sério e com toda razão.
Não demora e o vejo entrar pela porta mas ele não está sozinho, me levanto
encarando a minha sogra apreensiva mas ela me dá aquele mesmo sorriso
gentil e amoroso de ontem.
— Bom dia a todos! Espero não estar incomodando mas eu precisava
vir... Eu precisava ver vocês e me desculpar pessoalmente pela atitude
abominável do meu marido. — Ela entra ainda sem graça nos encarando
atenta, e até mesmo temerosa.
— Entre Verônica! A nossa casa é humilde mas fique à vontade, não
queremos que se desculpe pois vimos a sua postura quanto ao que
aconteceu... Me desculpe, bom dia! Seja bem vinda... Tudo bem querido?
Bom dia! Juntem-se a nós no café da manhã, por favor? — Minha mãe se
levanta indo cumprimentá-la e pega a sua mão trazendo-a para mesa.
Nos encaramos ambas sem jeito e eu solto a respiração quando sinto
alguém tocar a minha cintura.
— Bom dia princesa...! Dormiu bem? — Ramon me dá um pequeno
sorriso e um selinho demorado, eu o abraço apertado respirando fundo.
— Sim... Eu dormi bem, e você? — Pergunto ainda abraçada a ele e o
mesmo acaricia as minhas costas.
— Eu dormi bem... O que houve? Você parece nervosa, está tudo
bem? — Ramon se solta de mim me encarando atento.
— Sim, está tudo bem... Sente-se...! Bom dia, Sra. Verônica! — Me
sento novamente e Ramon se senta ao meu lado enquanto sua mãe se senta ao
lado da minha.
— Bom dia, querida! Vocês dois combinam, ficam bem juntos. — Ela
nos dá aquele sorriso amoroso me fazendo finamente sorrir. — Eu sei que
vocês provavelmente não querem mais citar o que aconteceu ontem, e isso é
um direito de vocês, mas... Ramon já tinha me falado de Marcelly antes, eu
conheço bem a história dela e de verdade, querida, eu sinto muito por tudo
que você passou, sinto muito pelo que o meu marido fez pois eu não esperava
por aquilo, Danilo sempre desaprovou que Ramon se dedicasse mais as suas
boates do que as empresas que ele tanto queria que o filho assumisse, mas
nem por isso eu esperava uma atitude agressiva como aquela contra você, eu
quero que me perdoe porque vocês não mereciam passar por aquele vexame
horroroso... Mas eu também vim para dizer que vocês tem todo o meu apoio
nesse relacionamento de vocês, você e linda Marcelly e tem uma família
admirável, quero que vejam em mim uma amiga e não uma inimiga como
demonstrou o meu marido. — Ela se emociona mas não tira o seu sorriso do
rosto.
— Não se preocupe, Sra. Verônica, eu sei reconhecer de longe uma
pessoa má e também uma pessoa boa como a senhora, como minha mãe
mesma disse, a senhora não tem o porquê se desculpar. — Lhe dou um
pequeno sorriso e a vejo respirar fundo.
— Obrigada querida, eu fico mais aliviada em saber que vou poder
conviver com a minha nora... Meu Deus, parece mentira que Ramon
finalmente está namorando, e escolheu uma belíssima moça como minha
mora. — Comenta empolgada me pegando de surpresa com isso, mas
confesso que gostei.
Sorrio para Ramon que tem um sorriso tão largo em seu rosto que o
encaro surpresa.
— Eu falei que vocês iriam se dar bem, mamãe... Marcelly é uma
mulher incrível assim como a sua família também. — Ele respira fundo sem
desviar os olhos de mim. Acaricio o seu rosto, louca para beijá-lo.
— Meu Deus eles estão tão apaixonados... Há anos eu não via o meu
filho assim, e agora posso ver diante de mim aquele meu filho amoroso,
gentil e educado... Parabéns de novo filho, eu estou muito orgulhosa de você,
querido... — Ela o encara da mesma maneira que os meus pais me encara,
aqui eu estou vendo que a nossa família tem muito em comum, tirando o
diabo do meu sogro.
— Obrigado mamãe... Mas agora eu preciso conversar com vocês, Sr.
Sérgio! Sra. Antônia! Não tivemos a oportunidade de conversarmos ontem
sobre a sua filha, então eu quero fazer isso agora... Eu quero deixá-los ciente
das minhas intenções com a filha de vocês, há anos eu não me sinto tão bem
com uma pessoa como eu me sinto com Marcelly, há anos eu não quero com
alguém o que eu só consigo desejar com ela... Eu quero fazê-la feliz, quero
cuidar dela, quero me responsabilizar por ela e deixá-los tranquilo, pois vou
protegê-la contra tudo e contra todos... Está certo que estamos nos
conhecendo aos poucos, ainda nos acostumando um com outro, e... Eu peço
que não a proíbam de estar comigo por conta do que o meu pai fez, como eu
disse, eu vou protegê-la contra tudo e contra todos, até mesmo contra o meu
pai... Agora que estamos oficialmente namorando eu preciso dela perto de
mim, eu sou outra pessoa longe dela e não gosto dessa minha versão, eu
preciso ser quem eu sou quando estou com ela... Eu me sinto realmente
tranquilo e feliz quando Marcelly está por perto... Mesmo me tirando do sério
as vezes eu ainda prefiro mil vezes estar com ela. — Ele encara o meu pai
atento mas logo vejo o seu sorriso ao falar diretamente olhando em meus
olhos.
— Caramba... Ninguém foi capaz de falar assim da minha filha
antes... Com tanta certeza do que realmente quer com ela... Bom, diante de
tudo isso eu fiquei sem palavras, eu confiei e ainda confio em você, Ramon,
sei que vai cumprir tudo isso que disse, você já está protegendo-a, já está
cuidando dela e eu a vejo feliz como ainda não tinha visto antes de vocês se
encontrarem... Bom, tomando a decisão que tomar, eu vou aceitar filha, eu
estava disposto não deixar você se aproximar mais da casa do Ramon e muito
menos voltar naquela empresa, mas você já é adulta e sabe tomar as próprias
decisões, eu estou feliz por vocês. — Meu pai finalmente sorrir depois do
clima tenso sobre o acontecido de ontem.
— Você é maravilhoso papai, eu te amo. — Pego a sua mão sobre a
mesa e beijo com carinho sem conseguir desfazer o sorriso em meu rosto.
Encaro minha mãe que tem um sorriso amoroso assim como minha
sogra. Sirvo uma xícara de café a Ramon e também um pedaço do bolo, ele
adora a comida da minha mãe e esse fato a conquistou depois de tantos
elogios que ele fez a ela.
Começamos a tomar o nosso café da manhã e uma conversa animada
se iniciou, minha sogra nos falou sobre seus outros filhos, Rafaela e Alaric,
pelo que ela nos contou eles já sabem sobre mim e Ramon e não se
importaram com o fato de eu ter trabalhado em uma das boates do Ramon,
pelo visto o único que não aprova o meu relacionamento e o meu sogro, e
para falar a verdade, eu não vou me importar com isso se Ramon não me
deixar.
Não tenho que agradar o meu sogro já que ele deixou bem claro que
não me quer com o filho dele, mas quem decide se vamos ou não ficarmos
juntos somos nós e ninguém mais.
Pelo que Ramon nos contou, ele expulsou o pai da sua casa e o
mesmo foi para um hotel, minha sogra está tão decepcionada que decidiu
voltar para florida antes do previsto, por isso ela quis vir nos ver hoje pois
talvez ela embarque ainda hoje ou amanhã para o exterior, lamentei por isso
pois eu gostei muito de conhecê-la, mas entendo a sua decepção, ela não está
diferente do filho que tinha a melhor das intenções com aquele jantar e ao
invés de apoiar, o pai dele aprontou uma covardia daquelas comigo na frente
de dele.
A nossa manhã está perfeita, meus pais e a mãe de Ramon estão se
dando super bem, melhor do que eu imaginei, apesar do que aconteceu.
— Sr. Sérgio! Sra. Antônia! Foi um enorme prazer passar mais esse
tempo com vocês, mas agora eu preciso ir, preciso ir para empresa mas eu
volto mais tarde para ver a sua filha. — Ramon se levanta cumprimentando
os meus pais.
— Está bem filho, tenha um bom trabalho... Obrigado por vir. — Meu
pai se levanta para cumprimentá-lo e todos nós nos levantamos também.
— Eu também vou indo, Antônia, foi libertador para mim vê-los
novamente, e está sendo maravilhoso poder ir embora tranquila sabendo que
pudemos conversar e está tudo bem agora... Eu espero poder vê-los
novamente em breve. — Minha sogra abraça minha mãe com carinho, as
duas muito sorridentes, isso me faz até esquecer por um instante o que houve
ontem.
— Eu digo o mesmo, Verônica, esperamos vê-la em breve, a porta da
nossa humilde casa estará sempre aberta para vocês... Eu gostei muito de
conhecer você. — As duas vão em direção a porta e Ramon pega a minha
mão me levando com ele.
Na porta de casa meus pais e minha sogra se despedem mais uma vez
e eu a levo até o carro junto a Ramon, assim que passamos pelo portão minha
sogra se despede de mim com o mesmo carinho de antes, eu retribuo
satisfeita por ela ter gostado de mim, mas logo ela entra no carro me
deixando a sós com Ramon.
— Eu sei que você fica envergonhada por eu te beijar na frente dos
seus pais, bom, você não gostava porque não tínhamos um compromisso um
com o outro, mas agora é diferente. — Ele abraça a minha cintura me
puxando para o seu corpo. — Agora eu sou o seu namorado, e estou
morrendo de vontade de beijar você... Eu quero um beijo de verdade. — Ele
me segura pela nuca antes de me beijar, um beijo tão profundo e intenso que
me deixa aérea.
Retribuo ao seu beijo com a mesma paixão e ele me puxa mais para o
seu corpo.
— Eu te amo princesa... Muito, minha ruivinha... — Declara entre os
beijos me deixando sem fôlego.
— Eu também... Te amo demais... Mais do que imaginei... —
Acaricio o seu rosto interrompendo o beijo aos poucos e o vejo com um
pequeno sorriso.
— Eu tenho algo pra você, era para eu te dar ontem no jantar quando
eu oficializasse a o nosso namoro, mas... Nada saiu como planejado e você só
me deu a sua resposta no meio da rua, chorando, então... É só um anel de
compromisso, para você olhar para ele e não se esquecer de que és minha...
Todinha minha. — Ele se afasta brevemente tirando uma caixinha do bolso e
abre, tirando um anel de prata delicado sustentando um pequeno diamante,
ele pega a minha mão colocando o anel.
— É tão delicado... Tão lindo... Eu amo você, Ramon Mitchell... Eu
amo você. — Sorrio largamente literalmente pulando no seu pescoço.
— Caramba ruivinha... Se eu soubesse que você ficaria assim tão
empolgada eu teria feito isso antes... Me desculpe por ser tão lerdo para essas
coisas... — Ele rir de mim mas eu não me importo, o interrompo com um
beijo caloroso.
— Não deixa de vir mais tarde, está bem...? Agora você é meu
namorado e vai poder passar algumas horas comigo... No meu quarto. —
Sussurro a última parte e pisco para ele que respira fundo.
— Cacete Marcelly... Eu venho, pode contar com isso... Agora para
de me provocar porque eu preciso ir trabalhar... Até mais tarde minha
gostosa, me liga se precisar, está bem? — Ele acaricia o meu rosto e me dá
um breve beijo antes de dar a volta no carro.
Ele olha para os lados e vejo o carro dos seguranças parado mais a
frente, eles ficam a paisana e eu quase não me lembro que eles estão por aqui.
— Entre amor! Eu só saio depois que você entrar. — Ele pisca
fazendo o meu sorriso se ampliar e eu mando beijos para ele antes de entrar
fechando o portão.
Corro até a porta de casa onde meus pais estão abraçados sorrindo
para mim, olho em direção ao portão e o carro dele está saindo, encaro
novamente os meus pais ainda sorrindo para mim.
— Fico feliz de ver você feliz, filha... Eu vejo o amor em seus olhos
querida. — Meu pai abre os braços para mim e eu vou de bom grado.
— Eu estou feliz papai... Estou muito feliz e esse amor que estou
sentindo é para sempre, eu sinto isso dentro de mim. — Confesso deitando a
minha cabeça em seu peito e minha mãe acaricia o meu rosto.
Me sinto uma menininha quando estou assim com os meus pais, mas
me sinto uma mulher adulta e decidida quando tenho que lutar pela minha
família, por aquilo que eu quero e isso não vai mudar, eu serei sempre assim.
Capítulo 35
Ramon
— Você não faz ideia de como o eu estou feliz, mamãe, ver você e os
pais de Marcelly se entendo é muito importante pra mim... É uma pena não
poder contar com o meu pai para nada, eu nunca tive o apoio dele e me iludi
achando que o teria agora... É por isso que os meus irmãos não se importaram
em assumir as empresas longe dele, eles foram para longe e assim ele os
deixou em paz e focou em me encher a paciência até conseguir o que queria,
mas ele não devia ter feito o que fez, mamãe, eu já fiz o que ele queria em
troca dele não se meter na minha vida e olha o que ele fez? — Seguro a sua
mão com carinho mas me irrito ao me lembrar do meu pai.
— Se acalma filho? Pelo que eu percebi, a sua relação com Marcelly e
os pais dela não foi afetada pela maldade do seu pai. Eu ainda não entendo o
porquê ele fez aquilo, eu estou tão decepcionada quanto você filho... Depois
de tantos anos de casados, depois de toda dedicação que eu dei a ele, depois
de anos pensando que ele me amava e de repente essa decepção... Eu sinto
muito, Ramon. — Ela chora em silêncio e eu entendo a sua dor e a sua
decepção.
— Está tudo bem, mamãe, você não teve culpa de nada e esteve ao
meu lado o tempo todo... Ao contrário do meu pai você é uma mãe
maravilhosa e lamento muito por você ter que ir embora tão rápido, eu queria
que você ficasse mais tempo, mas sei que a sua decisão não é discutível,
então não vou insistir... Eu prometo ir te ver em breve mas você sabe que não
vou ficar na sua casa, não é? Eu vou ficar em um hotel mas quero que você
vá me ver todos os dias para almoçar comigo, ok? Eu vou levar Marcelly
comigo e não quero que ela seja humilhada pelo meu pai novamente, isso eu
não vou permitir! — Tento não me alterar pois estou no volante e minha mãe
não merece isso.
— Está bem filho, depois do que houve eu não posso te cobrar nada...
Mas eu vou esperar por vocês na Flórida, me avisa quando vocês forem e eu
vou me programar para passar o máximo de tempo com vocês, está bem? —
Ela limpa o rosto, sorrindo um pouco mais empolgada que antes. — Agora
me deixa em casa porque vou preparar a minha mala, se eu não for depois do
almoço eu vou a noite, ainda não matei a minha saudade de você, mas... —
Ela acaricia o meu rosto e eu pego a sua mão depositando um beijo
demorado, antes de interrompe-la.
— Mas nada mamãe! Porque não fica para almoçar comigo? Eu
também ainda não matei a minha saudade de você... Que tal sairmos para
almoçar juntos? Eu conheço um restaurante ótimo, você vai gostar. — Divido
a minha atenção entre ela e o trânsito e vejo o seu sorriso se ampliar.
— Está bem filho, eu fico para almoçar com você... Mais tarde você
me leva no aeroporto, ok? — Ela parece mais animada e isso me deixa
satisfeito.
— Está bem mamãe, mas eu quero fazer melhor para compensar a sua
vinda até aqui... Eu vou a empresa agora pela manhã, depois vamos almoçar e
passar a tarde juntos... Não vou trabalhar a tarde, eu quero passar esse tempo
com você, afinal, não é todo dia que eu tenho uma mulher do seu porte ao
meu lado, certo? — Pisco para ela que gargalha me fazendo sorrir, é assim
que eu gosto de vê-la.
— Você não tem jeito, Ramon... Espero que Marcelly tenha muita
paciência com você, você é terrível garoto. — Ela sorrir largamente e eu
respiro aliviado.
— Pelo contrário mamãe, sou eu quem tem que ter paciência com
ela... Marcelly consegue ser pior que eu, ou melhor, eu não sou o mesmo
perto dela, ela me deixa constrangido as vezes. — Sorrio feito um bobo ao
me lembrar dela.
— Você constrangido com uma mulher? Estou gostando ainda mais
dessa menina, sabia? Sua irmã vai adorar conhecê-la. — Comenta confiante e
não posso negar, gostei de saber que meus irmãos me apoiam.
Continuamos a nossa conversa até chegarmos em casa e nos
despedimos. Sigo para empresa e poucos minutos depois já estou entrando na
garagem do prédio, subo para o meu andar e vou direto para minha sala
vendo a mesa da minha secretaria gostosa vazia.
— Porra, eu não vou aguentar ficar muito tempo longe dela. —
Suspiro frustrado e vou para minha sala.
Entro na minha sala e vou direto para minha mesa, me lembro da
minha ruivinha debruçada sobre ela com aquela bundinha linda empinada
para mim, porra eu já estou com saudades dela.
Respiro fundo enquanto ligo o computado e início o meu trabalho,
mas pouco tempo depois alguém entra na minha sala sem bater e isso me
irrita.
— O que você pensa que está... — Resmungo irritado sem me
preocupar em olhar quem é, mas sou interrompido.
— Relaxa! Sou eu... Eu preciso falar com você antes de ir embora,
não vou deixar a sua mãe ir embora sozinha. — Meu pai entra batendo a
porta vindo na minha direção.
— Vamos passar o dia juntos e ela vai embora mais tarde... O que
você quer aqui? Sei que a empresa é sua mas sou eu quem está trabalhando
aqui, eu fui bem claro quando disse que não quero mais perder o meu tempo
com você, então por favor! Retire-se! — O repreendo ainda irritado e ele
sorrir de lado cruzando os braços.
— Eu tentei te ajudar e você me tratou daquela maneira, eu tentei te
mostrar o tipo de mulher com quem você está se envolvendo mas você não
quer enxergar, quando você quebrar a sua cara, não diga que eu não te avisei.
— Danilo me lança um olhar sério mas nada do que ele me disser mudará
alguma coisa, eu não vou permitir isso.
— Se você não sair daqui agora, saio eu! Se veio inventar alguma
coisa sobre a minha mulher você está perdendo o seu tempo! Eu acho ridículo
esse papelão que você está se prestando a fazer só para me... — Me levanto
alterado louco para voar no pescoço dele mas ele me interrompe.
— Essa mulher está te enganando, Ramon! Eu só quero o melhor para
você e o melhor não é uma garota de programa, filho...! Olha isso! Essa foto
foi tirada hoje depois que você saiu da casa dela e... — Revela me deixando
perplexo com a sua atitude enquanto me mostra uma foto dele com Marcelly
no portão da casa dela, o interrompo.
— Você está me seguindo? É isso mesmo que eu estou vendo? Você
está perseguindo a minha mulher para me colocar contra ela, é isso? Você
não vai conseguir estragar a minha vida, Danilo! Não vai, eu fui claro? —
Esbravejo alterado, furioso mas ele se aproxima.
— Presta atenção nessa foto, Ramon! Eu entreguei um cheque
generoso para ela te deixar e ela aceitou! Essa garota só estava atrás de
dinheiro e agora ela tem... Ela vai te deixar, ela vai se afastar da empresa
porque eu paguei por isso, e ela aceitou! Eu não quero uma prostituta dentro
da minha empresa, eu paguei muito bem para ela se afastar e ela aceitou, essa
garota não vale nada! Assim como as prostitutas da sua boate essa mulher é
apenas mais uma querendo se dar bem, mas ela não vai conseguir isso dentro
da minha empresa! — Esbraveja me deixando chocado com as suas palavras.
— A Marcelly não faria isso, ela me ama e não faria isso comigo!
Você não vai conseguir me envenenar contra ela! Agora saia da minha sala
porque eu ainda sou o presidente dessa merda! — O encaro furioso e ele
balança a cabeça negativamente, ele tenta dizer algo mas o interrompo. — Se
não quiser que eu te falte com o respeito, é melhor você ir embora! Eu já
estou de saco cheio dessa empresa e não vou me importar em abandonar esse
lugar sem me preocupar com nada! — O alerto ainda irritado e vou até a
porta abrindo para ele sair, ele vem na minha direção e para na minha frente.
— Você ainda vai me ligar e me dar razão, Ramon, e quando isso
acontecer eu vou estar te esperando para te dar o meu apoio, filho, eu tenho
planos para você, tenho algo muito maior que tudo isso para te oferecer e eu
ainda vou me orgulhar muito de você... Você é dono de boates e devia
conhecer melhor esse tipo de mulher... Uma vez prostituta, sempre prostituta,
Ramon. — Ele me encara fixamente dentro dos olhos e eu vejo o quanto ele
está se divertindo com isso.
— Se eu tiver que quebrar a minha cara, vou preferir sofrer sozinho a
ter que procurar você... Agora sai! Você já passou tempo demais por aqui. —
Digo entre dentes o vendo segurar o riso me deixando ainda mais puto.
Ele passa pela porta e se vira para dizer algo mas eu bato a porta com
força. Ela não fez isso comigo, Marcelly não faria isso comigo e se fez, com
certeza foi por medo do meu pai, mas porque ela aceitou o dinheiro dele?
Porque ela não me ligou ou veio falar comigo sobre isso? Será que ela
pretende me esconder o que houve? Ela mentiria para mim?
— MAS QUE DROGA! INFERNO! — Esbravejo irritado e jogo uma
das cadeiras longe.
Vejo a foto impressa sobre a mesa e pego analisando com cuidado, é
mesmo ela na frente da sua casa pegando um cheque da mão dele, parece que
ele queria mesmo que esse cheque aparecesse na foto só para esfregar na
minha cara. Ela não pode ter aceitado o dinheiro do meu pai, não a minha
ruivinha.
Vou até o bar no canto da sala e me sirvo uma dose dupla de uísque,
bebo em uma só golada sentindo o líquido descer queimando a minha
garganta, encaro o copo por alguns instantes e o arremesso na parede me
sentindo furioso, volto até a minha mesa pegando o meu celular para ligar
para ela, mas nesse mesmo instante alguém bate na porta.
— Entra! — Peço irritado e a porta se abre, mas não me dou ao
trabalho para ver quem.
— Está ocupado? — Ouço a sua voz e a encaro fixamente me
controlando para não explodir com ela.
— O que veio fazer aqui? Porque não me ligou avisando que vinha?
— Porra ela está tão linda que me tira o foco, não gosto dela desfilando com
as pernas de fora mostrando o que é meu.
— Eu vim oficializar a minha demissão, eu não quero mais trabalhar
nesse lugar... — Dispara entrando na sala mas a interrompo ao me lembrar do
meu pai.
— Eu já esperava por isso, até que você demorou bastante para fazer
isso... Já conseguiu o que você queria então agora você vai embora... O meu
pai me mostrou uma foto sua recebendo um cheque para se afastar de mim,
no fundo tudo que você queria era dinheiro e agora que já conseguiu, você
vem pedir demissão para se afastar de mim sem se importar com o que eu
sinto... Pois bem, você quer se afastar de mim então pode ir, mulheres para se
divertirem comigo como você fez eu encontro aos montes por aí. — A encaro
decepcionado não acreditando que isso esteja mesmo acontecendo comigo,
eu como um idiota acreditei que ela me amava.
— Porque você está fazendo isso comigo...? Já te magoaram uma vez
e você sabe o quanto dói, tem certeza de que eu mereço isso? É uma
vingança, Ramon? Você está fazendo comigo o que fizeram com você? É
isso...? Diz pra mim que é uma brincadeira e eu juro que te perdoo.... — Diz
com a voz trêmula e com os olhos marejados mas isso deve ser apenas mais
um dos seus truques para me enganar, a interrompo.
— Eu não preciso do seu perdão... Eu não preciso de você,
Marcelly...! Você queria brincar comigo e conseguiu! Eu não vou mais.... —
Sinto o meu peito se aperta mas ela me interrompe aos gritos.
— CALA BOCA RAMON! DEIXA DE SER IDIOTA E PRESTA
ATENÇÃO NO QUE ESTÁ ACONTECENDO DIANTE DOS SEUS
OLHOS...! O seu pai não quer uma prostituta como nora e muito menos
trabalhando na empresa dele! O seu pai me procurou me oferecendo dinheiro
para me afastar de você! Eu recusei porque te amo, droga...! — Ela grita me
pegando de surpresa com a sua audácia. — Seu pai tem vergonha de mim, o
seu pai não quer um dos herdeiros dele com uma prostituta porque é assim
que ele me vê, como se eu ainda fosse uma garota de programa... Eu não
estou mentindo e eu posso provar! — Ela tira o telefone da bolsa e mexe nele
procurando algo, suas lágrimas descem me destruindo por dentro. O que está
acontecendo aqui?
Ela coloca um áudio em auto e bom som, logo reconheço a voz do
meu pai.
— Precisamos conversar, eu tenho uma proposta para te fazer e você
vai me ouvir, garota!
— Eu não tenho nada para falar com o senhor, e muito menos vou
perder o meu tempo te ouvindo.
— Se você não me ouvir eu faço você se arrepender, então é melhor
ficar quietinha e me obedecer... Eu vou te dar o que você quer tirar do meu
filho, eu vou te poupar de perder o seu tempo com ele porque da minha
empresa, você não vai tirar nada! — Sua voz é irritada.
— Eu não quero nada da sua empresa e muito do seu filho! Aliás,
dele eu quero algo sim, mas isso ele já me dá, o seu filho me ama, ele me
respeita e me quer ao lado dele então vai ser ao lado dele que eu vou ficar...!
O senhor já ouviu o que eu tinha para falar, agora você já pode ir. — Ela diz
em um tom confiante me fazendo encará-la atento.
— Você não vai sair assim! Você vai me ouvir!
— Me solta seu velho maldito! Eu não tenho medo de você, ouviu
bem! Eu vou te processar por agressão seu covarde! — A encaro preocupado
procurando por alguma marca nos seus braços e no rosto, vejo uma marca
vermelha em seu braço direto. Me seguro para não quebrar o telefone na
minha mão!
— Eu vou te dar um cheque e você vai sumir, entendeu? Eu não quero
você na minha empresa e muito menos perto do meu filho, você está
manchando a reputação dele com esse seu passado sujo, e eu não vou
permitir isso!
— Eu não quero o seu dinheiro imundo! Pega esse cheque e enfia
onde quiser...! Me solta você está me machucando! — A encaro novamente e
ela chora em silêncio, sinto o meu sangue ferver de ódio pelo meu pai!
— Pega esse cheque e some! Isso é uma ordem! Você vai se
arrepender se não me obedecer, sua prostitutazinha barata!
— Ok, Sr. Danilo! Eu vou pegar o seu cheque... Agora presta bem
atenção no que eu vou fazer com isso!
— Garota burra! Estúpida! Com esse dinheiro você pode refazer a
sua vida em qualquer outro lugar do mundo, esse valor é muito mais do que
você merece.
— Eu sinto muito em te informar, mas eu não tenho preço, e não vai
ser um velho nojento como você que vai me comprar, entendeu? Ou eu vou
ter que repetir? — Ela esbraveja alterada.
— Vamos ver se você não tem preço... Eu vou fazer um novo cheque e
é bom você não rasgá-lo também, porque eu não vou fazer outro, essa é a
sua última chance de se dar bem sem precisar se envolver com o meu filho.
— Por falar no seu filho! Ele vai saber sobre a sua visita, ele vai
saber que você tentou me comprar para eu me afastar dele.
— Fala o que você quiser, meu filho é um idiota e não vai acreditar
em você... Ele já foi magoado uma vez e não vai ser difícil fazê-lo acreditar
que foi enganado novamente... Se bem quê... Eu não me importaria em
comprar uma noite com você, você é mesmo interessante, sabia? O fato é
que....
— MALDITO! EU NÃO VOU PERDOÁ-LO POR ISSO NUNCA...!
Não é porque ele é o meu pai que ele pode fazer isso comigo...! Se ele quer
você fora daqui então eu também saio, não vou ficar em um lugar onde a
minha mulher não é bem-vinda...! — Esbravejo indignado e acabo
arremessando o celular na parede. — Eu estava enganado... Eu preciso sim
do seu perdão, ruivinha...? Me perdoa? Por favor princesa me perdoa? Eu não
sabia que o meu pai era capaz de... — Suplico aflito por tê-la insultado
daquela maneira sem saber que se tratava de uma armação, ela se aproxima
me interrompendo com um beijo desesperado.
— Relaxa meu amor, eu te perdoo... Eu te perdoo... Não deixa ele nos
separar por favor? Eu sei que é o seu pai mas ele não pode impedir a nossa
felicidade, por favor... — Diz tão aflita quanto eu mas também a interrompo.
— Nunca...! Eu nunca vou deixá-lo se meter na nossa vida dessa
maneira... Me perdoa? Ele esteve aqui para fazer um inferno na minha
cabeça, eu surtei quando ele me mostrou uma foto sua pegando o cheque, eu
pensei que você fosse me deixar, me perdoa meu amor...? Eu te amo tanto
Marcelly... Eu não suportaria perder você princesa... — Aperto ela em meus
braços com medo de soltá-la e ela me deixar.
Me afasto brevemente para encarar os seus olhos molhados pelas
lágrimas e me sinto mal, eu não devia ter agido com ela daquela maneira sem
antes saber da verdade. Beijo-a com calma, com amor e paixão aliviado por
essa armadilha ter se resolvido, por não ter perdido a minha mulher.
— Precisamos conversar, Ramon... Não vai adiantar você sair daqui
por minha causa, o seu pai vai ficar ainda mais bravo com você e por isso e
não vai nos deixar em paz, acho que devemos esconder o nosso namoro por
um tempo... Só até ele me esquecer, vamos continuar juntos porque eu não
aceito perder você, mas vamos ser discretos... Podemos fingir que não
estamos mais juntos e... Sei lá eu só não quero o psicopata do seu pai atrás de
mim... Não vou negar, eu tenho medo dele sim, ele tem pinta de mafioso. —
Ela me encara atenta e força um sorriso mas as suas lágrimas ainda descem
me deixando ainda mais irritado, pois isso é culpa do meu pai.
— Eu não quero ter que fingir, Marcelly, eu não quero esconder você
meu amor... Eu não vou aguentar trabalhar aqui sem você, não vou aguentar
ficar me encontrando com você as escondidas, isso é ridículo eu não... — Me
solto dela pensativo mas ela me interrompe.
— Então a gente vai ter que se separar de verdade porque eu não
quero o seu pai me perseguindo...! Eu dei sorte que os meus pais não viram
nada porque do contrário, eu não estaria aqui agora, Ramon, eles não me
deixariam pôr os pés na rua. — Rebate decidida e isso me assusta, me
aproximo novamente dela puxando-a de volta para mim.
— Nem pensar Marcelly! Eu não aceito isso ruivinha...! Porra você é
minha mulher eu não vou me afastar de você... Não me pede isso princesa?
Eu não vou suportar... Por favor não me deixe? — Acaricio o seu rosto
fitando os seus olhos aflitos.
— Eu não vou te deixar, meu amor... Só precisamos fazer o seu pai
acreditar nisso até ele nos deixar em paz... Quando vermos que está tudo bem
a gente pode mostrar para mundo inteiro que somos um do outro... Eu tenho
medo pelos meus pais, Ramon, não quero eles passando por mais uma
humilhação daquela ou coisa pior, se eles souberem que o seu pai tentou me
comprar, que ele tentou me convencer a ficar com ele por dinheiro eles... —
Ela se solta de mim apreensiva e eu a interrompo.
— Ok! Você tem razão, mas essa situação será temporária, eu fui
claro? Eu preciso fazer umas coisas nessa empresa antes de deixá-la de vez...
Mas eu não vou ficar aqui por muito tempo, eu preciso mostrar para o meu
pai quem é o idiota! — Afirmo mais uma vez pensativo, montando na minha
mente um plano para derrubar o bilionário Danilo Mitchell. Ele vai aprender
a não me subestimar!
— Tem mais uma coisa, amor... Esse aqui é o segundo cheque que o
seu pai me deu depois que eu rasguei o primeiro, eu fiquei com ele para te
mostrar caso você não acreditasse em mim... Mas já vou avisando, não vou
devolver esse cheque, eu vou descontá-lo e torrar cada centavo como uma
indenização pela humilhação que ele me fez... Não vai ser difícil gastar dois
milhões, além disso, ele precisa acreditar que eu aceitei o dinheiro dele e me
afastei de você. — Ela me encara com uma sobrancelha erguida e eu sorrio
por ela ser tão sincera, e eu quase tirei essa mulher incrível da minha vida por
causa daquele miserável do meu pai.
— É justo! Você merece esse dinheiro e muito mais, por isso você vai
fazer o seguinte... Desconta esse cheque e saca todo esse valor em espécie, no
mesmo banco sem sair de lá você vai abrir uma conta nova no seu nome...
Você deposita todo o valor nessa conta nova e me passa o número da conta
em seguida, será melhor se você só usar o dinheiro dessa conta em casos de
emergências... Você merece uma indenização melhor e eu vou te dar isso...
Quanto aos seus gasto, eu vou continuar depositando pra você mensalmente o
mesmo valor que eu te dava antes, não veja isso como pagamento por favor?
Eu só quero te ajudar, não quero você trabalhando por aí longe de mim ao
lado de estranhos... Eu tenho planos para nós ruivinha... Quero montar a
minha própria empresa e você estará ao meu lado, meu amor, trabalhando
comigo, entendeu? — Uma luz se ascende na minha mente, eu vou falir a
empresa do meu pai e já sei como fazer isso, se ele quer me ver como uma
ovelha negra então eu vou dar isso a ele.
— Ramon! Eu não queria ficar recebendo o seu dinheiro sem
trabalhar... O seu pai já jogou na minha cara que estou com você por interesse
mas você sabe que não é verdade, certo? — Ela se afasta de mim me
encarando apreensiva e eu respiro fundo.
— Eu te entendo meu amor, e é claro que eu sei disso... Mas eu estou
tão puto de raiva com o meu pai, eu não quero que ele tenha brechas para se
aproximar de você outra vez... Eu vou falir esse maldito e ele vai aprender a
não me humilhar e nem se meter na minha vida, ele vai saber que eu não sou
o idiota que ele está pensando... Eu vou conversar com Felipe, vou ver se ele
pode te indicar para trabalhar com Paloma no restaurante até as coisas se
resolverem. — Digo decidido pois eu vou resolver essa situação com o meu
pai sem envolve-la, eu quero a minha mulher segura e protegida do canalha
do meu pai.
— Eu vou ficar com o cheque do seu pai, vou fazer como você
sugeriu e vou depositar em uma conta nova... Talvez eu não gaste esse
dinheiro e deixe para usá-lo em uma emergência... E vou ficar mais tranquila
se eu puder voltar a trabalhar, assim vai ficar mais fácil fingir que estamos
separados. — Ela se aproxima novamente abraçando o meu pescoço e me
beija ardentemente.
Capítulo 36
Marcelly
Eu sabia que ele reagiria daquela maneira, eu sabia que aquele velho
maldito aprontaria alguma coisa por isso perdoei Ramon, eu não posso perder
esse homem, ele se tornou mais importante para mim do que eu gostaria, não
sei mais viver sem ele e não vou deixar aquele velho maligno atrapalhar a
nossa vida.
— Olha só princesa, eu não sei como vai estar a situação dos meus
pais em algumas semanas, mas... Minha mãe está indo embora e eu prometi
que iríamos vê-la em breve, quero levar você a Miami comigo mas vamos
ficar em um hotel... Você vai comigo? — Ele olha dentro dos meus olhos me
surpreendendo com o seu pedido.
— Você quer que eu viaje para Miami com você...? Quer mesmo me
levar nessa viagem, amor? Eu em Miami? Jura? — Me solto dele empolgada
mas o abraço novamente o fazendo sorrir.
— Sim princesa, eu vou levar você comigo... Minha mãe quer muito
te ver de novo então pensei em levar você comigo, se você quiser é claro...
Não vou te obrigar a ir comigo mas gostaria muito da sua companhia, assim
eu aproveito para te apresentar aos meus irmãos... Vou ligar antes para avisar
que estaremos a caminho, então eu combino um almoço com eles para vocês
se conhecerem, o que acha? — Ele acaricia o meu rosto e ergue uma
sobrancelha esperando a minha resposta, ele sabe qual é a minha resposta,
mas... Meu sorriso desaparece.
— Seria um sonho para mim poder conhecer outro país, mas... Se
vamos fingir que estamos separados, não vamos poder viajar juntos, e eu
nunca saí do país, muito menos sozinha... Não sei se será uma boa ideia,
Ramon... Eu quero muito ir, mas... — Constato desanimada mas ele me
interrompe.
— Mas nada, ruivinha! Vamos viajar em um mês, é o tempo que eu
preciso para resolver algumas coisas aqui na empresa, então eu me demito e
assumo você publicamente para todos verem que você é minha mulher...
Então vamos poder viajar juntos sem nos preocupar com ninguém meu
amor... Eu só preciso de um mês para então seguirmos as nossas vidas juntos
como tanto desejamos. — Ele me encara tão fixamente que perco a fala.
— Está bem... Eu faço o que você quiser... Eu espero esse tempo que
você está me pedindo mas tem um problema, amor, eu não tenho passaporte,
como vou viajar? — Comento um pouco mais empolgada e ele sorrir.
— Não se preocupe, eu vou providenciar os seus documentos...
Talvez durante essa viagem a gente visite outros países, outras cidades, onde
mais você gostaria de ir? Paris? Roma? Japão? — Pergunta sorrindo me
fazendo ampliar o meu sorriso.
— Eu acho perfeito se pudermos ir em todos esses lugares... Eu vou
adorar passar esse tempo com você, eu vou onde você quiser desde que
estejamos juntos... Longe do seu pai de preferência... Eu tive uma ideia! —
Me empolgo vendo-o sorrir da minha empolgação.
— É? E que ideia seria essa? Me conte? Eu fiquei curioso. — Ele abre
ainda mais o seu sorriso.
— Sei lá, eu pensei que, seria divertido se de repente você pudesse
dispensar algumas das garotas das suas boates, ou talvez todas elas para
fizerem uma visitinha a empresa do seu pai... O que os acionista e
investidores diriam sobre isso? É claro que o seu pai culparia você por isso,
mas, você pode dizer que elas se revoltaram com você e estão se
manifestando... Eu queria ver a cara do seu pai quando visse ao invés de uma
garota de programa, um monte delas desfilando pela importante empresa
dele. — Sorrio pensativa e ele me aperta em seus braços.
— Até que eu gostei da sua ideia, mas infelizmente eu só poderei
colocá-la em prática depois de algumas semanas... É o tempo que eu preciso
para abalar as estruturas desse império, e o Sr. Danilo nem vai desconfiar de
onde veio esse furacão. — Afirma também pensativo e também preocupado,
mas eu vou lhe dar um incentivo para se animar novamente.
Me afasto dele brevemente o encarando atenta, ele ainda está
pensativo então abaixo as alças da minha blusa descobrindo os meus seios,
rapidamente os seus olhos estão neles os admirando faminto.
— O que você pensa que está fazendo, Marcelly? Pode entrar alguém
ruivinha... Porra a porta está destrancada... — Me repreende mas me puxa
para seu corpo sem tirar os olhos dos meus seios.
— Não se preocupe, eu só queria aliviar um pouco esse clima chato...
Eu preciso ir embora agora, nós vamos mais tarde... — Ajeito a minha roupa
novamente e me solto dele para sair, mas ele me abraça por trás me
impedindo de ir.
— Nem sonhando você vai sair daqui agora... Não antes de sentir o
quanto você me deixa louco por ser tão atrevida. — Ele beija o meu pescoço
e esfrega a sua ereção mim, eu ofego desejando ardentemente senti-lo dentro
de mim.
— Eu só quero estar com você, Ramon... Eu quero literalmente estar
com você. — Desço a minha mão entre nós até parar na sua ereção,
provocando-o e ele se solta de mim abruptamente.
Ele vai até a porta trancando-a e volta na minha direção já abrindo a
sua calça, sorrio abertamente para ele satisfeita com a sua reação.
— Eu quero estar dentro de você... Agora minha gostosa! — Ele se
aproxima rapidamente devorando a minha boca.
Abraço o seu pescoço e ele me ergue do chão me fazendo abraçar a
sua cintura com as minhas pernas, logo estou sentada na sua mesa e ele se
encaixando entre as minhas pernas, abaixo as alças da minha blusa e ele varre
a mesa com o seu braço jogando tudo no chão. Me deito sentindo suas mãos
tocarem os meus seios, acariciando os meus mamilos e logo sinto a sua
língua quente sugar o meu biquinho, agarro os seus cabelos e me arqueio
gemendo ao sentir a sua boca quente devorar os meus seios um a um.
— Não vou gozar sem entrar em você... Porra eu quero você, minha
gostosa! — Ele se ergue terminando de abrir a sua calça e eu me apoio em
meus cotovelos.
Admiro a sua ereção com desejo, ele está tão duro que o quero na
minha boca, mas antes que eu me erga ele suspende a minha saia e puxa a
minha calcinha para o lado, me penetrando lentamente.
— Ohhh... Ficar sem sentir você é um tormento, ruivinha... É um
castigo meu amor... Ahhh gostosa... — Geme me penetrando com força me
fazendo delirar. — Você é tão linda gemendo, sua bocetinha fica tão linda
quando está me engolindo... Ela me deixa com água na boca, ruivinha... Você
me deixa louco meu anjo... Ohhh... — Ele ergue as minhas pernas abraçando
as minhas coxas admirando a minha intimidade.
— Mais forte Ramon...? Me faz gozar logo amor...? Ohhh... Mais
forte...? — Agarro os meus seios brincando com os meus mamilos e ele geme
alguma coisa que não entendo.
De repente ele me puxa pelo braço e envolve o meu corpo me tirando
da mesa, Ramon me vira abruptamente em uma pegada forte me fazendo
debruçar sobre a mesa, sorrio satisfeita e sinto ele se encaixar novamente na
minha intimidade, me penetrando de uma só vez.
— Porra... É assim que você quer, minha gostosa? Não precisa pedir
de novo... Ahhh eu vou te dar o que você quer... O meu pau todinho dentro de
você... Ahhh puta merda... — Geme agarrando os meus cabelos enquanto
sinto suas estocadas forte me fazendo perder o fôlego.
— Isso... Isso Ramon... Do jeito que eu gosto... Do jeito que você me
deixou viciada... Ahhh Gostoso... — Gemo descontrolada perdendo a linha
por causa desse homem.
— Você que é muito gostosa meu amor... Você é minha e ninguém
vai tirar você de mim... Ouviu bem? Você é minha...! Ohhh minha...
Marcelly... — Ele aperta a minha cintura com mais força e me penetrar mais
rápido, posso senti-lo latejar dentro de mim.
Sinto que estou perdendo o fôlego a medida que meu orgasmo se
forma e me deixa a beira de explodir, me ergo apoiando as minhas mãos na
mesa e ele puxa os meus cabelos me levando até a sua boca. Ramon enfia a
sua língua na minha boca e eu chupo-a sentindo o tesão me consumir.
— Ohhh caramba... Caramba... Oh meu Deus... Ohhh... — Desabo
novamente sobre a mesa depois de atingir o meu orgasmo, me sentindo sem
forças até para respirar.
— Cacete...! Ohhh caralho...! Ohhh isso é maravilhoso... Oh meu
Deus isso gostoso demais... Ahhh Celly... — Esbraveja entre gemidos roucos
sem deixar de se movimentar e me surpreendo por ele me chamar pelo meu
apelido, é a primeira vez que ele me chama assim.
Ele mete em mim tão forte que sinto ele latejar ao gozar dentro de
mim, me preenchendo, me deixando satisfeita como só ele é capaz de fazer.
— Porra Marcelly... Ohhh Deus... Como vou conseguir trabalhar
agora...? — Ele abraça o meu corpo me erguendo e se afasta da mesa sem sair
de mim se sentando na cadeira comigo em seu colo.
Não digo nada, apenas sorrio deitando a minha cabeça em seu ombro
enquanto suas mãos percorrem o meu corpo, até parar em meus seios.
— Eu vou mandar o meu motorista levar a chave do meu apartamento
pra você, será lá que vamos nos encontrar, está bem...? Eu vou explicar aos
seus pais que precisamos fazer isso por um tempo, eles vão entender, não
vão? — Sinto o seu tom apreensivo enquanto ele cheira os meus cabelos.
— Sim, eles vão entender... Meus pais aceitam qualquer coisa se for
para me proteger, Ramon... Mas eu não sabia que você tem um apartamento...
É lá que você levava as garotas com quem você transava? E agora quer me
levar para eu me deitar na mesma cama que ela? — Tento me levantar do seu
colo mas ele não deixa, me esforço para sair do colo dele e consigo me
afastar enquanto me arrumo.
— Não faz isso Marcelly...? Me desculpe eu não tinha pensado por
esse lado, eu só pensei em um jeito de nos vermos com frequência em um
lugar só nosso... Me desculpa ruivinha? Eu compro outro apartamento pra
gente mas eu não quero você assim comigo... Por favor meu amor? — Ele se
levanta vindo atrás de mim também se arrumando.
— Não estou pedindo pra você comprar nada, Ramon, a gente pode ir
para um hotel, te garanto que sairá muito mais barato mas eu não vou me
deitar na mesma cama que você se deitou com outras! Antes eu não me
importaria com isso, mas agora eu sou sua mulher! Não sou mais a garota de
programa que você pagava para transar. — Resmungo irritada terminando de
me arrumar e pego a minha bolsa no chão, ele se aproxima me segurando
pelo braço.
— Espera Marcelly! Não vamos brigar por causa disso, não é? Porra
eu não pensei que você se importaria com isso, na verdade eu nem me
lembrava mais do rolava naquele apartamento... Não fica assim comigo,
ruivinha...? Está decidido! Eu vou comprar um apartamento e vou colocar no
seu nome, vou providenciar isso amanhã mesmo e logo vamos ter um lugar
para nós vermos... — Ele me puxa para o seu corpo me deixando perplexa
com as suas palavras.
— Você é louco Ramon! Você não pode comprar um apartamento e
colocar no meu nome... Quer dar mais motivos para o seu pai me chamar de
interesseira? — O encaro atenta tentando me soltar mas ele não deixa.
— Relaxa princesa! Ele não precisa saber que fui eu quem comprou o
apartamento e mesmo que souber, o importante é o que eu penso de você, e
não ele... Por favor me deixa fazer isso? Você é minha mulher, eu quero te
deixar segura. — Ele encara a minha boca mas não me beija, não vou negar,
estou feliz por ele se preocupar tanto comigo.
— Faça o que você acha melhor! Agora eu preciso ir... — Me solto
dele ainda o imaginando com outras mulheres e isso só me deixa mais
irritada.
De repente ele puxa abruptamente de volta para o seu corpo e devora
a minha boca ferozmente, não consigo resistir a ele e me entrego ao seu beijo
me sentindo mole, completamente impossibilitada de reagir contra ele.
— Você fica irresistível quando está brava, sabia...? Me dá vontade de
dar uns tapas nessa bundinha gostosa. — Diz em um tom rouco apertando a
minha bunda, me fazendo ofegar.
— Engraçadinho...! Eu preciso ir... Você me deve um telefone novo,
ou não vai conseguir falar comigo! — Me afasto dele para sair mas paro
encarando o meu celular quebrado no chão, me abaixo pegando o chip e o
cartão de memória.
— Eu resolvo isso ainda hoje, não se preocupe, não quero ficar sem
falar com você então eu mando entregarem o aparelho na sua casa... Não vou
poder ir pessoalmente porque vou almoçar com a minha mãe, pretendo passar
a tarde com ela e noite com você, está bem? — Ele me abraça por trás e sinto
a sua mão entrar na minha saia.
Me estremeço quando seus dedos tocam a minha intimidade me
fazendo sentir o quanto estou melada, droga! Esse homem me causa amnésia.
— Ramon...! Para com isso...! Eu preciso ir ao banheiro... Você está
me deixando... Ahhh... — Tento repreendê-lo mas falho ao gemer ao sentir o
seu dedo entrar em mim.
— Estou te deixando excitada ruivinha...? Cacete está me excitando
também... Ohhh porque você tem que gemer assim? Com essa voz tão
sensual...? — Deito a minha cabeça em seu ombro e ele aproveita para me
beijar enquanto brinca com o seu dedo na minha intimidade.
— Não começa Ramon...! Eu não posso demorar, lembra...? — Me
solto dele ofegante e corro para o seu banheiro enquanto ouço as suas
gargalhadas.
Me limpo e arrumo a minha roupa antes de arrumar os meus cabelos,
estou toda desgrenhada por causa desse tarado gostoso.
Termino de me arrumar e saio do banheiro o encontrando sentado na
ponta da mesa com o seu lenço na mão.
— Eu preciso ir, meus pais já devem estar preocupados comigo. —
Me aproximo dele parando na sua frente.
— Tudo bem, me espera mais tarde... Já estou com saudade de você.
— Ele se levanta vindo me beijar e me leva em direção a porta, mas quando
ele abre a mesma vejo o pai dele sair de um dos elevadores. — Droga! O seu
pai...! — Sussurro baixinho e ele olha na mesma direção que eu. — Você é
um cretino eu não quero mais olhar na sua cara! Não vou ficar implorando
pra você acreditar em mim, você não merece isso...! Prefere acreditar no seu
pai que apareceu do nada para atrapalhar a nossa vida... Você vale tanto
quanto ele! Você não vale nada Ramon! — Esbravejo alterada e ele me
encara confuso, pisco para ele a graças a Deus ele entende.
— Não perca o seu tempo vindo atrás de mim! O meu dinheiro você
não vai ter mais, você já tem o suficiente sua interesseira! Qualquer um que
te der um punhado a mais é isso que você vai fazer! Vai me trair dessa
maneira suja...! É bom que não volte mais aqui porque eu vou proibir a sua
entrada! Não queira passar vergonha então não perca o seu tempo insistindo...
Agora vai embora! Já perdi tempo demais com você! — Esbraveja de volta
em um tom tão rude que me assusta, ele pisca para mim mas eu o encaro
envergonhada.
— Um dia você vai se arrepender do que está fazendo, Ramon! E
quando isso acontecer quem vai te desprezar sou eu! Seu arrogante! — O
encaro decepcionada e forço para que minhas lágrimas apareçam, eu preciso
ser convincente.
Mas não preciso me esforçar tanto quando vejo esse velho nojento se
aproximar, o encaro fixamente me lembrando da humilhação que ele me fez
passar na frente dos meus pais, e minhas lágrimas descem espontaneamente,
Ramon me encara preocupado mesmo sabendo que é encenação.
— Você conseguiu o que você queria, Sr. Danilo...! Não vou dizer
que isso um dia vai pesar na sua consciência porque você nem deve saber o
que é isso... Foi um dos maiores desprazeres da minha vida conhecer o
senhor! Velho maldito! Você vai queimar no inferno pode ter certeza disso!
— Esbravejo alterada e vejo Ramon se segurar para não rir, me viro para sair
mas o velho segura o meu braço.
— Vamos ver quem vai queimar no inferno, sua prostituta barata! Te
espero para fazermos companhia ao diabo! — Ele aperta o meu braço e
Ramon o arranca de cima mim pelos colarinhos.
— Você já se meteu na minha vida o suficiente e na dela também!
Não é porque ela me traiu que vou permitir que você seja um canalha com
ela! Se você encostar as mãos nela de novo, ela vai dar queixas de você na
polícia e eu vou ser testemunha, ouviu bem! — Ramon o alerta irritado
colocando o pai contra a parede e isso me assusta.
— Não precisa me defender, Ramon! Eu sei me virar sozinha e não
preciso que você tenha pena de mim... Eu sei como lidar com pessoas como
vocês, arrogantes! Cruéis e desumanas... Você é o meu maior
arrependimento, Ramon Mitchell... Eu nunca deveria ter deixado o programa
por você, você não vale tanto assim. — Encaro os dois magoada e me viro
saindo dali.
— Até parece que ela se arrepende, ela teve o melhor comigo...
Ingrata traidora! — Ouço ele esbravejar mas não paro, me apresso para sair
dali e viro no corredor a esquerda para sair das vistas deles.
Sinto o meu coração doer, sei que tudo isso foi encenação, mas, me
doeu ter que dizer e ouvir tudo aquilo mesmo que tenha sido para me livrar
do pai dele, não era esse o tipo de sogro que eu imaginava para mim, não
queria ter que dizer coisas tão ruins e ouvir outras piores só para o afastar de
mim.
Assim que as portas do elevador se abrem eu entro ainda sentindo o
meu peito se apertar, quando as portas do elevador estão se fechando alguém
segura a porta entrando em seguida.
— Ramon...? O que está fazendo aqui...? E o seu pai? — Questiono
tentando disfarçar a minha voz mas ele não diz nada, apenas me encara atento
enquanto as portas do elevador se fecham.
— Essas lágrimas não parecem fingimento, o que houve? Eu pensei
que você estivesse fingindo, Marcelly, você piscou para mim, eu entendi
errado...? Ficou chateada com algo que eu disse? Me desculpe? Nada do que
eu disse é verdade... — Pergunta preocupado mas o interrompo.
— Não se preocupe, está tudo bem... Não é nada. — Tento encará-lo
mas não consigo, ele ergue o meu queixo me obrigando a encará-lo.
— Se não é nada, porque está chorando...? Porra ruivinha! Não faz
isso...? Por favor me perdoa, meu amor? — Ele me puxa para os seus braços
e eu vou de bom grado.
— Eu que peço desculpas... Me lembrei do que houve ontem e fiquei
mal, é só isso, não é nada demais está bem...? Me beija? Por favor...? — Toco
o seu rosto olhando dentro dos seus olhos e ele sorrir limpando as minhas
lágrimas com o polegar.
— Não precisava pedir, eu vou te beijar você querendo ou não. — Ele
me beija com calma, com paixão fazendo o meu coração se acalmar
rapidamente. — Eu te amo... Me perdoa por fazer você passar por isso...?
Você não merece e eu prometo te recompensar por isso... Eu vou fazer você
feliz, isso é uma promessa e eu vou cumprir, ouviu? — Ele olha dentro dos
meus olhos antes e me beija mais uma vez.
— Eu confio em você... Eu te amo. — Declaro entre os beijos e sinto-
o me colocar contra a parede fria de metal, prolongando o nosso beijo.
— Ei! Vamos terminar o que começamos em casa, não no elevador...
Vou te esperar para jantar comigo, não me deixa esperando, ok? Ou eu vou
realmente brigar com você! — O alerto séria e ele sorrir.
— Não se preocupe, não vou me atrasar... Vou mandar entregar um
celular pra você na sua casa, me liga assim que recebê-lo, entendeu? Quero
saber se chegou bem em casa. — Ele não me solta, ele me encara com
carinho me fazendo esquecer o que houve minutos atrás.
— Está bem, eu ligo... Agora suba para o seu pai não desconfiar da
nossa armação... Eu te amo, não se esqueça disso nunca, ouviu? — Me
despeço dele no mesmo instante em que o elevador se abre.
— Também te amo, não se esqueça disso nunca também... Eu queria
te levar em casa mas não vai dar... Se cuida, ok? — Ele me dá mais um beijo
e eu saio do elevador seguindo pelo saguão do prédio.
Olho para trás e ele está lá, segurando a porta do elevador me
admirando enquanto me afasto, pisco para ele e saio do prédio para ir
embora, aquele velho venceu a batalha de ontem mas quem vai vencer essa
guerra sou eu, ele que me aguarde.
Capítulo 37
Ramon
UM MÊS DEPOIS...

Já faz um mês que estou me encontrando as escondidas com


Marcelly, não gosto disso mas faço qualquer coisa para mantê-la longe das
armações do meu pai, não quero a minha mulher sofrendo por causa daquele
infeliz, ele é o meu pai mas eu não vou perdoar o que ele fez para tentar me
separar de Marcelly, porra o meu próprio pai ofereceu dinheiro para se deitar
com a minha mulher, se isso não for cruel eu não sei descrever o que pode
ser.
Há um mês estou fazendo até o impossível para conseguir concluir o
meu objetivo, eu vou levar essa empresa a falência em duas semanas e meu
pai nunca mais vai me ver na sua vida, manterei contato apenas com a minha
mãe e meus irmãos e ninguém mais, vou sumir no mundo com a minha
mulher e os pais dela e vamos construir a nossa vida em outro país, do outro
lado do mundo.
Já conversei com Marcelly sobre essa possibilidade e ela fechou
comigo, ela aceita tudo que eu peço desde que isso não prejudique os pais
dela, e sei que eles também vão gostar de sair daqui, eles estão muito tristes
com a ausência de seus dois filhos mais velhos e uma mudança de país pode
distraí-los um pouco.
Toda semana estou fazendo pequenas retiradas de trezentos a
quatrocentos mil da empresa e colocando em uma conta que abri para
Marcelly sem ela saber, ela não quis aceitar a indenização que eu quis dá a
ela por se tratar do dinheiro do meu pai, então abri eu mesmo uma conta para
ela que a darei quando sairmos do país, ela vai poder abrir o próprio negócio
se ela quiser, ela merece esse dinheiro por tudo que meu pai fez a ela e é justo
que ela aceite, mas também sei que ela não aceitará enquanto eu estiver nessa
empresa, então quando voltarmos de viagem e estivermos com as malas
prontas, darei a ela o seu novo cartão de credito.
Estamos pensando em irmos para Austrália, andamos pesquisando
lugares que gostaríamos de ir e pelas imagens que ela viu na internet, ela
sugeriu de irmos até lá, nem que seja apenas para conhecer os lugares e
vamos fazer isso antes de voltarmos pra casa, ela já está tendo aulas para
reforçar o seu inglês e também está fazendo um curso online para aprender
outras línguas, pois queremos viajar bastante para curtirmos a nossa vida
juntos.
Meus pais voltaram para Flórida juntos, mesmo minha mãe o
ignorando depois de saber o que ele aprontou, mas conversei com ela sobre
eu e Marcelly fingirmos que não estamos mais juntos e ela aceitou a entrar no
jogo.
Semana que vem eu e Marcelly vamos a Flórida e ela está muito
empolgada, está nervosa para conhecer os meus irmãos pois vamos nos
assumir novamente para todos, ela está nervosa a toa pois meus irmãos já
sabem dela e estão do nosso lado.
Eu enviei uma foto minha com ela e minha irmã ficou louca para vê-
la pessoalmente, Rafaela não poupou elogios e eu tive que concordar, a
minha ruivinha é linda mesmo e eu me orgulho por ela ser somente minha.
Felipe me convidou para um jantar entre amigos hoje e Paloma
convidou Marcelly, já faz tempo que não fico em um mesmo ambiente com a
minha mulher as vistas de todos, sei que meu pai deve ter colocado alguém
para nós vigiar e mesmo achando isso ridículo, não posso vacilar, não quero
ninguém perturbando a minha mulher então aluguei um carro e contratei um
motorista de minha confiança para buscar e levar ela toda vez que nos vemos.
Comprei um apartamento para ela e é nele que nos vemos quase todos
os dias, nem sempre ela vem ficar comigo pois não quer deixar os pais
sozinhos, ela disse a eles que estou trabalhando demais e por isso não estou
indo lá, mas na próxima semana isso acaba de uma vez por todas.
Já são quase oito da noite e estou indo para o restaurante onde vou
encontrar os outros, Marcelly já deve ter chegado lá então saio de casa
ansioso para vê-la, ontem não nos vimos e hoje vamos dormir juntos no seu
apartamento, já estou com saudades da minha ruivinha atrevida, só nos
falamos por telefone mas para mim isso não é o suficiente, quero vê-la e
beijá-la todinha, quero senti-la em meus braços para me sentir calmo, apenas
ela consegue me tirar do sério e me acalmar ao mesmo tempo, essa mulher é
demais, a cada dia conheço ela melhor e me apaixono mais por ela.
Chego no restaurante no centro da cidade e logo reconheço o lugar, já
estive aqui com Marcelly antes para almoçarmos juntos quando a coloquei
como minha exclusiva, me lembro que ela adorou vir aqui então passamos a
vir com mais frequência.
Entrego a chave do carro ao manobrista, entro no restaurante
procurando por ela mas não a encontro, vejo apenas os pais de Paloma com o
ex delegado Gusmão, Marcos com a namorada, John com a esposa que
também é belíssima, eu não sabia que ele estava na cidade, eu estava com
saudade do meu amigo. Yure está ao lado de Jaqueline, a amiga de Paloma
que também foi sequestrada, e também Amanda, o que essa garota está
fazendo aqui? Certo! Me lembrei que ela também é amiga de Paloma, ainda
não esqueci a imagem dela beijando Marcelly no palco da boate, por falar
nela? Porque ela ainda não chegou?
— Boa noite a todos! — Cumprimento ao me aproximar da mesa.
— Boa noite! — Respondem todos.
— John! Como é bom te ver meu amigo...! Como vai Laura? Tudo
bem? — Cumprimento-os me sentando entre John e Marcos.
— Eu estou bem Ramon, obrigada. — Me cumprimenta meio
envergonhada, Laura é o oposto de Marcelly, o que uma tem de tímida a
outra tem de descarada e provocante.
— Eu senti a sua falta no meu casamento, Ramon, até o Felipe foi e
você não apareceu, mas as suas desculpas foram aceitas, não se preocupe, sei
o quanto está trabalhando assumindo as boates e a empresa do seu pai. —
Meu amigo me cumprimenta com um abraço apertado.
— Verdade, estou trabalhando além do que eu queria mas será por
pouco tempo, logo vou me dedicar somente as minhas boates, vou dar um
prazo para o meu pai colocar alguém no meu lugar, corretora de seguros não
é para mim. — Comento como se nada estivesse acontecendo, ninguém pode
saber o que eu pretendo fazer.
— Cadê a Marcelly, Sr. Mitchell? Pensei que estivessem juntos. —
Pergunta Amanda com um olhar curioso.
— Como vou saber dela? Marcelly não nasceu grudada em mim, não
somos gêmeos... Ela tem a vida dela e eu tenho a minha... E você pensou
errado Amanda, não estamos juntos, se é o que quer saber. — Me sinto mal
por mentir mas isso é necessário, mas se essa garota se aproximar de
Marcelly com segundas intenções, eu vou me esquecer que ela é uma mulher.
— Foi mal chefe... Ele está azedo hoje. — Diz a última frase baixinho
e eu finjo não ter ouvido.
A encaro sério por um instante e quando desvio o meu olhar dela,
vejo Marcelly se aproximar, cacete! Ela está muito gostosa, porra porque ela
tem que ser tão provocante? Vejo os homens das outras mesas quase
quebrando o pescoço para olhar pra ela, fecho a cara na mesma hora louco
para tirá-la daqui.
— Boa noite a todos! — Ela cumprimenta sorrindo ao se aproxima.
— Boa noite Marcelly...! Porra você está linda, gatinha... Gostosa pra
caramba. — Amanda se levanta para abraçá-la e eu me seguro para não me
levantar e dá na cara dela. Porra ela está fazendo de propósito, não é
possível!
— Obrigada Amanda, é bom te ver, eu estava com saudade sua louca.
— Marcelly retribui o abraço toda sorridente e vejo Amanda admirando-a
com malícia. Filha da puta!
— Oi Jaqueline? Tudo bem? Se lembra de mim? — Marcelly a
cumprimenta se sentando ao lado da namorada de Yure.
— Mas é claro que eu me lembro de você, você entrou na frente de
uma arma para salvar uma mulher, Alita o nome dela, não é? Você foi muito
valente apesar de ter ficado tão abalada assim como eu e as outras garotas. —
Me surpreendo com as palavras da garota, Marcelly nunca me contou sobre
isso.
A encaro perplexo e ela percebe, mas disfarça, as duas iniciam uma
conversa animada mudando o foco do assunto mas isso não sai da minha
cabeça, Marcelly não me contou muita coisa sobre o que aconteceu naquele
maldito dia, ela sabe que eu não iria aguentar ouvir e me omitiu bastante
coisa, como por exemplo o fato dela ter se colocado na frente de uma arma
para salvar Alita, ela sempre teve ciúmes de Alita e agora eu fico sabendo
disso? Teremos uma longa conversa depois, sei que ela não gosta de falar do
que houve para não reviver tudo aquilo de novo, mas ela não pode me
esconder fatos perigosos que aconteceram com ela.
Tento pensar em qualquer outra coisa para tirar esse assunto da minha
cabeça, tento não olhar tanto para ela e me distraí conversando com os
homens da mesa, mas hora ou outra me pego admirando-a discretamente, ela
sorrir conversando empolga com as amigas e nesse momento, Felipe chega
com a sua mulher.
— Não acredito...! Laura...? Meu Deus você está mesmo aqui amiga!
— Paloma se aproxima empolgada.
— Paloma...! Meu Deus que saudade eu estava de você. — Laura se
levanta indo abraçá-la e Marcelly faz o mesmo, quando vejo já estão as três
chorando com um sorriso enorme estampando seus rostos.
O que está acontecendo com essas mulheres? As encaro confuso e
elas desatam a conversar se esquecendo que há mais pessoas na mesa, sorrio
admirando a minha ruiva que hora ou outra cruza os seus olhares com os
meus, porra estou louco para beijá-la.
Elas se acomodam novamente a mesa e um garçom aparece para
fazermos os nossos pedidos, cada um escolhe o seu prato e um tempo depois
já estamos todos comendo entre uma conversa e outra, as mulheres com os
assuntos delas e nós homens com os nossos, mas nada de assunto de trabalho
porque eu não aguento mais trabalhar para o diabo, infelizmente é assim que
eu estou vendo o meu pai ultimamente.
Conversamos sobre assuntos aleatórios e estamos todos empolgados,
alguns mais que os outros.
— Amigos! Eu quero aproveitar esse momento incrível para fazer um
brinde... Não é sempre que estamos cercados de pessoas especiais e
importantes na nossa vida, não é sempre que temos uma oportunidade como
essa para curtir e celebrar a amizade, a união, a família e ao amor... Então eu
quero fazer um brinde a essa noite maravilhosa, a esse momento que com
certeza será inesquecível para todos... Um brinde a nós! — Felipe se levanta
erguendo a sua taça e todos fazemos o mesmo.
— A nós! — Brindamos dando uma longa golada no champanhe.
— Que momentos como esse se tornem um hábito! — John reforça o
nosso brinde e mais uma vez brindamos, mas antes de nós sentarmos Paloma
se pronuncia.
— Que possamos fazer mais amigos maravilhosos como cada um
nessa mesa, e que a nossa família aumente cada vez mais... E que o Felipe
não seja um pai tão ciumento como John... Que ele continue sendo essa
pessoa maravilhosa porque assim, eu saberei que ele será um pai
maravilhoso... Só vamos precisar esperar mais alguns meses para
descobrirmos isso. — Ela diz em um tom emocionado e eu continuo confuso,
acho que perdi alguma coisa.
Felipe parece paralisado enquanto alguns de nós na mesa apenas os
encaramos preocupados e sem entender nada.
— Você... Paloma você... Está grávida...? Você está grávida amor...?
Por favor se isso for uma brincadeira não tem graça... Meu coração está quase
saindo pela boca não faz isso morena...! — Felipe se ajoelha na frente dela
encarando fixamente a sua barriga, então a minha ficha cai. Caramba meu
irmão! Deu ruim pra tú!
— Estou grávida de oito semanas, amor, dois meses... Não é
brincadeira, eu estou esperando um filho seu, minha vida... — Ela chora
emocionada enquanto os encaramos surpresos, encaro Marcelly e ela tem um
largo sorriso no rosto.
Olho para sua barriga chapada, lisinha e me imagino vendo-a grávida
no futuro, será que um dia vamos ter um filho? Ela é tão linda, e se ela não
quiser engravidar para não estragar o corpo? Porra que merda eu estou
pensando? Com o pai que eu tenho não consigo me imaginar sendo pai de
uma criança, estou começando a ficar com medo de ser como ele então filhos
não é uma boa ideia... A menos que essa mulher me faça mudar de ideia,
poder para isso ela tem.
— Grávida! A minha mulher está grávida! — Felipe quase grita
empolgado puxando a sua mulher para um beijo, isso me deixa com inveja,
eu quero muito beijar a minha ruivinha também. — Eu te amo Paloma...! Eu
te amo minha vida... Você está mesmo grávida? Tem um bebê nosso aqui
dentro de você...? Porra eu vou ser pai...! Eu vou ser pai! — O vejo eufórico
abraçado a sua mulher e nós aplaudimos a felicidade deles.
Eu também quero ser feliz assim um dia, eu já sou feliz com a minha
ruivinha mas quero me sentir ainda mais completo, quero ela sempre ao meu
lado sem precisar ficar indo buscá-la na casa dos pais, sem precisar acordar
sozinho desejando tê-la ao meu lado.
Todos cumprimentamos os novos papais do pedaço, é nítido a
felicidade deles então eu vou ficar feliz por eles também. Felipe é
praticamente um amigo de infância, já que os meus pais moraram aqui por
tantos anos antes de se mudarem para Miami, eu, John, Felipe e Yure nós
conhecemos a bastante tempo, a nossa amizade é como se viesse de vidas
passadas pois ela é, e será longa, será para sempre pois esses caras são como
meus irmãos.
— Parabéns querida! Você conseguiu o que nenhuma outra mulher
foi capaz... Você está fazendo de mim o avô mais feliz do mundo...
Obrigado!
Gusmão abraça a nora com carinho e eu sinto muito por não ter um
pai assim, para me apoiar e estar ao meu lado em momentos importantes para
mim. Me sinto órfã por não poder contar com o meu pai para nada.
— Obrigada meu sogro... O seu apoio é muito importante para nós, a
sua presença, a sua companhia é essencial para nós... O meu filho vai ter um
dos melhores avôs do mundo. — Paloma se emociona ainda mais e vejo do
outro lado da mesa Marcelly os encarando com os olhos marejados, sei que
ela esperava mais do meu pai, e eu também.
— Eu falei que a história de vocês não iria terminar daquele jeito!
Vocês ainda tem muito o que viver, meus filhos, esse bebê é só o início da
felicidade de vocês. — Gusmão está muito feliz com a nora e o neto.
Porque o meu pai não pode ficar feliz por mim? Porque ele nunca
aprova as minhas escolhas? Me sinto como se nunca tivesse tido um pai.
— O meu pai tem razão, esse bebê é só o início da nossa felicidade
meu amor, mas eu não quero esperar mais para te fazer ainda mais feliz... Eu
nunca quis tanto uma mulher como eu quero você, aquele beijo roubado na
delegacia foi apenas o destino escrevendo a nossa história de amor, e eu sei
que essa história será linda como muitas outras por aí... Eu quero você pelo
resto da minha vida, Paloma, quero te dar a felicidade que o meu pai não teve
a oportunidade de dar a minha mãe, quero ser um pai e o marido que você
possa se orgulhar no futuro. — Felipe está decidido e o invejo por ser tão
corajoso para essas coisas, ele se ajoelha na frente da sua mulher tirando uma
caixinha de veludo preta do bolso. Porra ele vai pedi-la em casamento!
— Oh meu Deus... Meu Deus Felipe... — Ela respira fundo pondo as
mãos na boca o encarando com os olhos levemente arregalados, Marcelly já
está chorando pela amiga.
— Eu só vou saber se serei um bom marido quando você se tornar
minha esposa... Então, Paloma Martinez Ramos! Você quer se casar comigo?
Quer se tornar a minha esposa? A delegada que vai comandar a minha vida?
— Ele abre a caixinha lhe mostrando o anel e ela chora ainda sorrindo. Porra
que filho da mãe corajoso!
Eu também quero a minha ruivinha para sempre perto de mim, mas eu
não consigo raciocinar direito para essas coisas depois de tantos anos tratando
as mulheres como as prostitutas da minha boate, dando a elas apenas sexo e
dinheiro e nada mais, mas essa ruiva veio para mudar a minha vida, ela
literalmente me pegou pelo saco e me arrastou para ela antes de roubar o meu
coração.
Porra! Já estamos fazendo palmos de vivermos juntos, mas será que
isso é o suficiente? Eu preciso ter mais uma conversa com a minha mãe, ela
tem o poder de me mostrar o que eu quero e preciso então essa nossa viagem
será a minha deixa, Marcelly não vai me dizer o que espera de mim, ela é
uma mulher de atitude mas quanto a relacionamento, ela parece tão fechada
quanto eu para decidir algo, ela queria que eu a pedisse em namoro mas
nunca falou sobre isso, será que ela também pensa em casamento?
Porra que pergunta idiota, é só olhar para ela tão feliz porque a amiga
vai se casar, é claro que ela também quer isso, acho que toda mulher quer se
casar e com Marcelly não será diferente. Respiro fundo me levantando para
cumprimentar os meus amigos.
— Parabéns delegado! Que esse filho e o casamento de vocês sejam
abençoados, desejo de coração muita felicidade a vocês, meu amigo...
Parabéns mais uma vez, meu caro! — O cumprimento com um abraço forte e
ele retribui sorridente.
— Obrigado, Ramon, você sabe que eu não tenho muitos amigos
então a sua presença aqui é muito importante, irmão, obrigado por ter vindo,
por estar aqui comigo. — Diz ainda abraçado a mim, estou satisfeito pelos
poucos amigos que eu tenho pois a nossa amizade é sincera.
— Não me agradeça por isso, Felipe, somos amigos e eu nunca
deixaria de vir... Eu perdi o casamento do John, mas o seu eu não vou perder,
eu prometo! — Sorrio para ele que me abraçar mais uma vez.
Cumprimento também Paloma e os futuros vovôs que estão felizes
feito pinto no lixo, fizemos um brinde aos noivos e descobrimos que o
casamento será em três dias, eles são bem apressados, mas para que esperar
para serem feliz, não é?
Me retiro por um instante para ir até o banheiro, toda essa situação me
deixa mal por não poder mostrar para o mundo que aquela ruiva maravilhosa
é minha, não suporto mais ficar negando que estamos juntos mas eu sei que
tem gente do meu pai me espionando, sei que estou sendo seguindo mas pelo
menos isso é só comigo, Marcelly está tranquila, meu pai acha que ela está
mesmo se afastando de mim.
Entro no banheiro e vou até a pia para jogar uma água no rosto, tudo
isso me deixou pensativo e desejando mais da minha ruivinha. Seco o meu
rosto com um papel toalha e de repente sinto alguém me puxar pelo braço me
assustando.
— Marcelly...? O que está fazendo aqui? Você ficou louca...? — Ela
me arrasta para uma das cabines e eu sorrio pela sua coragem em entrar aqui.
— Eu não aguento mais... Eu precisava beijar você, eu estou
enlouquecendo. — Ela avança na minha boca enquanto eu fecho a porta da
cabine.
Não vou negar, gosto desse seu lado impulsivo, ela é decidida e sabe
bem o que quer. Beijo-a com vontade sedento de desejo para possuí-la,
coloco ela contra a divisória da cabine e aperto a sua cintura descendo a
minha mão até a sua bunda, ergo o seu vestido sentindo a sua pele tão macia,
já me sinto duro e louco para sentir a sua carne na minha, mas não quero
ninguém ouvindo os seus gemidos, pois eles são só meus.
— Eu quero você, Ramon... Eu quero muito você meu amor... —
Sussurra na minha boca enquanto tenta desesperadamente abrir a minha
calça, mas não podemos demorar aqui.
— Amor! Espera...! Eu também quero muito você, mas quero que seja
com calma... Precisamos voltar pra mesa ou vão desconfiar... Além disso, não
quero nenhum outro homem além de mim ouvindo os seus gemidos... Porra
Marcelly, estamos em um banheiro masculino princesa... Você me deixa
louco, sabia? — Sussurro descendo a minha boca pelo seu pescoço e sinto o
seu corpo reagir.
— Então vamos sair logo daqui, Ramon...? Vamos para o nosso
apartamento? Eu vou na frente e você vai depois... Eu preciso sentir você,
meu amor... Meu corpo necessita pelo seu... — Diz de olhos fechados em um
fio de voz, me deixando ainda mais excitado.
— Tudo bem... Tudo bem amor vamos embora...! Vá se despedir das
suas amigas enquanto eu ligo para o seu motorista... Eu também não estou
aguentando esperar para ter você... — Beijo-a mais uma vez antes de me
afastar.
Abro a porta da cabine e saio com ela desejando que não tenha mais
nenhum outro homem aqui dentro, ela sai em seguida e me rouba um beijo
intenso antes de se afastar.
— Te vejo em breve, Sr. Mitchell...! Não demora por favor? Ou eu
vou morrer de tanta ansiedade de ser sua. — Me alerta com um sorriso tão
lindo que me deixa bobo, mas ela sai me deixando aqui sem saber o que
dizer.
Sorrio, nunca uma mulher me deixou assim sem palavras, tão bobo a
ponto de ficar sorrindo feito um idiota, me olho no espelho e não vejo mais
aquele homem mulherengo e completamente sem noção, sem saber como
uma mulher deve ser tratada, um homem que fazia de tudo para se satisfazer
não importava a que custo, agora eu só vejo um homem apaixonado disposto
a tudo para ter uma única mulher, a minha mulher.
Ligo para o motorista dela e aviso que ela está de saída, enquanto isso
faço hora até poder voltar para mesa e me despedir também.
Capítulo 38
Ramon
Depois de alguns minutos a mais no banheiro eu saio voltando para
mesa, Marcelly já não está, mas eu me sento por uns minutos a mais para não
dar muito na cara que estou indo atrás dela, além do mas, estou sendo
seguido e com certeza os capangas do meu pai ainda estão aí fora para
saberem para onde vou, mas não aguento mais esperar e me despeço, os
noivos também já foram embora para iniciar a lua de mel então me despeço
do meu amigo John com calma, me despeço de todos eles e vejo que Amanda
também já foi, espero que ela não tenha ido com Marcelly, ou ela ainda não
deve ter chegado no apartamento.
Depois de me despedir de todos eu finalmente saio do restaurante,
entro no meu carro e sigo para casa e assim conseguir despistar aqueles
infelizes para ir ver a minha mulher. Sempre que nos vemos eu uso os meus
seguranças para me ajudarem, depois que eu entro em casa, pelo menos cinco
dos seguranças saem junto comigo cada um em um carro para que sigam o
carro errado, e eu consiga encontrar Marcelly.
Eu aluguei um apartamento quatro andares abaixo do apartamento
dela, apenas para não descobrirem que estamos juntos, estou ansioso para vê-
la então no meio do caminho eu ligo avisando aos meus seguranças para se
prepararem.
Assim que chego em casa entro com o carro pelos portões e eles se
fecham, troco de carro com um dos seguranças mas antes de sair ligo para
Marcelly, ela já está no apartamento me esperando então ordeno que abram
novamente os portões, dois dos seguranças saem na frente e eu sigo eles, e
como já previa, o carro que me seguia está parado a poucos metros depois da
minha casa, e os otários sempre usam o mesmo carro.
Os outros carros vem logo atrás e quando chegamos na rodovia
principal, seguimos cada um para um lado, já faz um mês que estamos
fazendo isso e sempre dá certo porque os carros nunca seguem o mesmo
trajeto, pois pegamos atalhos ou o caminho mais longo para conseguir
despistá-los, algumas vezes eu até deixo o carro estacionado em algum lugar
e pego um táxi para ter certeza de que não estão me seguindo.
Entro em um edifício garagem próximo ao apartamento dela e mais
uma vez troco de carro, é muito trabalhoso tudo isso mas por ela vale a pena,
eu faço tudo pela segurança da minha mulher.
Poucos minutos depois estou entrando na garagem do prédio e logo
estou subindo para o apartamento, se alguém me investigou, sabem que tenho
um apartamento nesse prédio mas jamais vão desconfiar sobre Marcelly, pois
ela não está sendo vigiada como eu, meu pai quer manter o seu foco em mim,
pois então que venha, estou pronto para as armações dele.
O essencial desse prédio é que há um elevador social e também o
elevador pessoal que dá acesso único e exclusivo para os moradores, cada
morador tem a sua senha e ao digitá-la saímos dentro do nosso apartamento,
não tem como alguém saber onde estou saindo pois o monitor aparece apenas
a palavra ocupado quando ele está subindo ou descendo, e liberado quando
está parado sem ninguém, apenas dentro do elevador temos acesso a tudo no
monitor.
Alguns segundos depois estou chegando no nono andar e as portas do
elevador se abrem dentro do apartamento dela, a decoração ficou linda pois
ela cuidou de tudo, pedi para ela comprar tudo que queria do mais caro que
tivesse, paguei por tudo mas me reembolsei com as retiradas da empresa do
meu pai, o apartamento está realmente um sonho como ela mesma gosta de
dizer, tem três quartos, sala e uma cozinha com o conceito aberto como ela
pediu, uma sacada e dois banheiro além dos banheiros das suítes, encomendei
um frigobar especial para esse apartamento e sempre tem algo especial para
comemorarmos, coloquei nele os melhores vinhos e os melhores champanhe
pois sei o quanto ela gosta.
Ando pela sala mas está tudo escuro e nem sinal dela por aqui, tem
uma trilha de luminárias acesas indo para o quarto, me surpreendo com isso
mas sigo até lá, entrando no quarto e me deparo com uma mulher estonteante
de tão linda, Marcelly está deitada sobre pétalas de rosas vestida em um
conjunto de lingerie branca, com meias, cinta liga e sapatos na mesma cor,
ela parece uma deusa, um anjo muito sexy que eu quero muito pegar de jeito,
fico aqui parado na porta embasbacado com a beleza dessa mulher.
— Nossa... Caramba... Você está maravilhosa, ruivinha... Minha
princesa... — Sussurro bebendo a sua imagem tão sexy e provocante.
— Vai ficar aí parado, Ramon...? Vai deixar a sua mulher aqui nessa
cama sozinha? — Questiona com uma voz manhosa me deixando louco.
— Eu jamais... Nunca vou deixar você sozinha, minha gostosa... Você
não imagina o quanto sou louco por você. — Me aproximo enquanto tiro o
meu blazer e em seguida a minha camisa.
— Fico feliz em saber disso, meu gostoso... Agora tira logo essa
roupa e faz amor comigo! — Ordena em um tom firme engatinhando sobre a
cama se aproximando de mim.
Ela agarra o meu cinto se apressado para abrir enquanto seguro ela
pela nuca devorando a sua boca, especialmente hoje ela está muito gostosa,
está perfeita como sempre esteve.
Me apresso para ajudá-la a tirar a minha calça e logo estou somente
de cueca, deitando ela cama me pondo sobre ela.
— Você está tão fogosa... Tão gostosa ruivinha... Mesmo de branco
você ainda é uma diabinha tentadora... — Beijo o seu pescoço enquanto
desço a alça da sua lingerie e descubro o seu seio direto, me fartando dele.
Chupo o seu mamilo passando os dentes nele, arrancando dela
gemidos e sussurros abafados que me enlouquecem, me viro na cama
trazendo ela para cima de mim e abro o feixe da sua lingerie, deixando os
seus seios a mostra, me sento abraçando o seu corpo e beijo entre os seus
seios, ela rebola no meu colo me deixando louco de tão duro.
— Vamos pular as preliminares...? Não estou aguentando esperar, eu
quero você agora... Por favor...? — Suplico como nunca havia feito na minha
vida antes dessa mulher aparecer, agora isso está se tornando um hábito.
— Ainda não, amor...! Eu estou desejando chupar você a dias, mas
você sempre me faz esquecer as preliminares... Mas não hoje! Eu quero e vou
chupar você até sentir o seu gosto! — Contesta em um tom autoritária que me
faz gemer. Porra! Com quem ela está aprendendo isso?
— Porra... Ahhh... Marcelly isso é uma tortura, ruivinha...! — Seguro
firme a sua cintura prendendo ela sobre o meu pau latejando de tesão.
Ela sorrir daquele seu jeito atrevido e se inclina me beijando de um
jeito tão sensual, que não percebo ela sair de cima de mim descendo os seus
lábios quentes pelo meu pescoço, ela chupa a minha pele e desce pelo meu
peito enquanto sinto a sua mão acariciar o meu pau por cima da cueca, gemo
em resposta ansioso para estar dentro dela, mas Marcelly continua me
torturando.
Quando sua boca chega na barra da minha cueca ela segura firme
abaixando apressada, ela encara o meu pau como se fosse algo suculento que
ela não pode deixar de provar, a encaro atento e rapidamente ela se abaixa
percorrendo a sua língua pela minha extremidade.
— Ohhh... Minha gostosa... — Gemo atento aos movimentos da sua
boca no meu pau, então ela me engole de uma só vez me levando na sua
garganta. — Puta merda Marcelly...! Ohhh cacete que boquinha gostosa...
Minha nossa... Minha vida... Ahhh... — Gemo descontrolado agarrando os
lençóis com força, ela me chupa faminta para acabar comigo e ela vai
conseguir isso logo.
Agarro os seus cabelos fazendo ela aumentar os seus movimentos e
ela me obedece, porra ela só me obedece na cama, essa diabinha é terrível e
por isso me encantei tanto por ela logo de cara, ela tinha que ser minha e será
para sempre.
— Chega Marcelly...! Ohhh chega... Eu quero gozar dentro de você...
Ohhh caralho ruivinha... Porra eu vou gozar meu amor... Eu vou gozar nessa
boquinha perfeita... Marcelly... Marcelly...! — Gemi entre dentes ainda
segurando os seus cabelos e não resisto em gozar na sua boca.
— Hummm... Ahhh delícia... — Geme no meu pau sugando o meu
líquido e as minhas forças também.
Gozo tão forte que fico zonzo, relaxo na cama puxando o fôlego mas
Marcelly se põe sobre mim esfregando a sua intimidade no meu pau, seguro
ela pela nuca e beijo a sua boca ferozmente ainda desejando-a.
— Eu amo você ainda mais por ser tão insaciável... Você me
completa, Ramon... Só você consegue saciar os meus desejos... — Ela rebola
se esfregando em mim me excitando novamente.
Viro ela na cama ficando sobre ela, sorrio satisfeito com as suas
palavras.
— Minha vez de sentir o seu gosto! — Beijo a sua boca ferozmente
antes de me erguer rasgando a sua calcinha, tirando-a do meu caminho.
— Ei! Essa calcinha foi cara, sabia? Você está rasgando dinheiro
amor... — Me repreende sorrindo mas não me importo.
— Eu compro quantas calcinhas você quiser para compensar essa...
Mas você nem vai se lembrar dela quando eu estiver chupando essa boceta
gostosa. — Acaricio a sua intimidade e me inclino para beija os seus seios.
— Todos os dias eu vou dizer o quanto você é maravilhosa... E também vou
te lembrar que você é minha... Que eu nunca vou me cansar de sentir você,
todos as nossas transas é como se fosse a primeira vez de tão perfeita que
você é... — Encaro fixamente o seu rosto enquanto penetro um dedo nela,
admirando-a se arquear e se contorce. — Você fica ainda mais linda excitada,
gemendo entre sussurros... Isso me deixo louco, Celly... Eu vou chupar você
até você gritar o meu nome, ruivinha... — Me abaixo entre as suas pernas e
passo a minha língua pela sua intimidade, ela geme baixinho de olhos
fechados.
Eu quero ouvi-la gritar e sei que vou conseguir. Chupo a sua
intimidade, faminto para sentir o seu gosto, enfio a minha língua nela
ouvindo os seus gemidos e sussurros abafados, ela tenta fechar as pernas mas
abraço as suas coxas abrindo-as novamente, prendendo ela no lugar.
— Ramon... A sua língua é tão habilidosa, meu amor... Ahhh... — Ela
rebola na minha boca enquanto se contorce.
Ainda não estou satisfeito apenas com isso, eu quero ouvi-la gritar o
meu nome como ela já fez tantas vezes. Puxo ela contra a minha boca
chupando-a com mais vontade, não demora muito e sinto o seu corpo trêmulo
em colapso, sei que ela vai gozar.
— Goza pra mim, Marcelly...! Eu estou mandando, amor...! Cacete!
Goza na minha boca, ruivinha! — Esbravejo na sua intimidade segurando
firme as suas coxas e logo ela me obedece.
— Ohhh... Ramon... Ramon... Ohhh Meu Deus Ramonnn... — Ela se
ergue ao explodir o seu orgasmo e grita o meu nome antes de deixar o seu
corpo cair de volta na cama.
Seu grito me deixa eufórico e ansioso para entrar nela, Marcelly está
mole e ofegante mas me ergo terminando de tirar a minha cueca e me ponho
sobre ela, tomando a sua boca e me encaixando na sua intimidade, penetro-a
devagar me instalando dentro dela, me sentindo completo.
— Ohhh você está quente... Porra está muito quente, Celly... Não
vamos transar hoje... Vamos fazer amor como você tanto quer, minha
princesa... Eu faço tudo por você, Marcelly... Gostosa... Ohhh gostosa... —
Encaro os seus olhos brilhantes enquanto entro nela com calma, mas fundo o
suficiente para me sentir inteiro dentro dela.
— Eu te amo... Ohhh eu te amo, Ramon... — Se declara entre
gemidos de olhos fechados, me deixando ainda mais fascinado por ela.
Como essa mulher consegue ser tão linda quando estamos fazendo
amor? Beijo ela com ternura, com amor e paixão sentindo o meu coração
bater forte como em todas as outras vezes que nos amamos, sinto uma
adrenalina fora do comum quando estou com essa mulher, ela me completa,
mas ela também tem o poder de me salvar e me destruir ao mesmo tempo, ela
me leva do inferno ao céu em fração de segundos, mas, também pode me
jogar de volta nesse inferno em milésimo.
— Te amo... Te amo minha vida... Ohhh eu te amo tanto que dói,
Marcelly... Nunca me deixe, ouviu...? Por favor nunca me deixe, meu
amor...? Ahhh você vai ser minha eternamente... Somente minha, Marcelly...
Ohhh... — Encaro os seus olhos brilhantes aumentando os meus movimentos,
ela abraça a minha cintura com as suas pernas.
— Eu prometo...! Aconteça o que acontecer, eu sempre serei sua...!
Eu sempre vou te amar, Ramon... Sempre meu amor... Ahhh... Mas agora
cala a boca e me faz gozar de novo...! Me faz gozar no seu pau, vai...! Eu
estou mandando Ramon...! Ohhh... Mete forte! — Ela me encara com canta
doçura que me deixa feito um bobo, mas logo me encara decidida dando
ordens fodendo a minha mente.
— Cacete...! Você me enlouquece mulher... — Saio dela me erguendo
e viro-a de bruços na cama, rapidamente ela empina essa bundinha linda para
mim. — Porra... Assim eu não resisto... — Beijo e acaricio a sua bundinha
redondinha e volto a me por sobre ela.
Me encaixo a sua intimidade metendo nela de uma só vez,
penetrando-a forte enquanto acaricio a sua entrada apertadinha, já faz duas
semanas que não sinto essa bundinha gostosa.
— Me come amor...? Fode a sua mulher...! Ahh isso é uma tortura,
Ramon... — Pede manhosa empinando mais a bunda e eu sorrio satisfeito.
— Te dou o que você quiser, minha ruivinha... — Saio dela e me
encaixo na sua bundinha apertadinha, penetro-a lentamente sentindo ela me
apertar. — Ohhh Deus... Que mulher gostosa... Parece que fica mais gostosa
a cada vez que transamos... Isso é perfeito... Ohhh você é perfeita... — Puxo
ela pelo quadril fazendo ela ficar de quatro na cama.
Me controlo para não meter forte demais e acabar machucando-a, não
quero que ela sinta dor, quero dar prazer a ela e é isso que vou fazer. Puxo o
seu quadril fazendo ela se chocar contra mim, ela geme rebolando no meu
pau me deixando louco, porra já estou a beira de gozar, a sua bundinha é tão
apertadinha que me deixa ensandecido de tanto tensão.
— Mais rápido amor...? Mais rápido eu vou gozar...? Eu vou gozar,
Ramon...! Ohhh isso... Assim meu amor... — Choraminga jogando a cabeça
para trás fazendo os seus longos cabelos ruivos bater cá na bunda, enrolo-os
na minha mão e seguro firme dando o que ela quer.
— Eu amo fazer amor com você ruivinha... Mas amo ainda mais foder
você... Ohhh... Amo pegar você de jeito até te deixar sem forças... Você fica
linda minha gostosa... Porra eu vou gozar também... Eu vou gozar nessa
bundinha deliciosa... Ohhh porra... Puta que pariu...! Ahhh... — Entro nela
mais rápido mas isso vai acabar comigo antes dela.
Mas quando sinto que vou gozar ela goza primeiro me levando a
gozar junto. Gememos loucos de desejo enquanto o meu corpo treme em
colapso, Marcelly desaba na cama mas seguro o seu quadril prendendo ela no
lugar diminuindo os meus movimentos, me sinto sem forças, me sinto como
se tivesse sido derrotado em um ringue de luta livre.
Saio dela deixando-a se acomodar melhor na cama e me jogo ao seu
lado, abraço o seu corpo beijando as suas costas e ela vira o rosto para mim,
sorrindo de olhos fechados.
— Me beija...? Me beija Ramon...? — Pede ainda ofegante e de olhos
fechados.
Não digo nada, apenas acaricio o seu rosto e beijo-a ardentemente,
com todo o meu amor, com carinho e ternura mais uma vez me sentindo
completo ao lado dessa mulher.
— Diz que me ama...? Por favor eu amo ouvir você dizer isso... —
Acaricio os seus cabelos os colocando atrás da sua orelha e ela abre os olhos,
me encarando fixamente se virando, ficando de frente para mim.
— Nunca na minha vida eu amei um homem como amo você... E não
serei capaz de amar nenhum outro além de você, Ramon... Mesmo que um
dia você não me queira mais e eu diga que te odeio, eu vou estar mentindo...
Eu te amo e esse sentimento é eterno, meu amor, eu sinto isso aqui dentro de
mim... O meu coração só bate forte por você, Ramon Mitchell... Eu te amo
com todas as forças da minha alma... Te amo. — Declara olhando dentro dos
meus olhos e vejo a verdade das suas palavras nas lágrimas se formando em
seus olhos.
— Você acabou de dizer tudo que eu sinto dentro de mim, Marcelly...
Meu amor, eu sinto a necessidade de dizer cada palavra que você acabou de
dizer, mas... Eu vou apenas reforçar a importância das suas palavras, eu te
amo como nunca amei nenhuma outra mulher, te amo como só você merece
ser amada por mim... Você faz parte de mim, Marcelly, você é a minha vida,
minha princesa... Porra eu não quero me emocionar... Apenas me beija minha
ruivinha? — Sinto minhas vistas arderem e tomo a sua boca em um beijo
ardente e apaixonado.
Ela retribui com a mesma paixão abraçando o meu pescoço, ela chupa
a minha língua e me deixa chupar a sua enquanto sinto os seus seios
pressionar o meu peito. Quero ter uma noite longa com a minha mulher,
quero brindar a nós e a esse momento pois ele se repetirá muitas e muitas
vezes.
— Vamos para banheira...! Ela já está cheia só esperando por nós...
Vamos passar a noite nos amando então precisamos recuperar as nossas
energias... O nosso champanhe já está no gelo nos esperando, amor. —
Marcelly se solta de mim sorrindo e se levanta me puxando junto.
— A julgar pela sua empolgação, eu não tenho dúvidas de que a nossa
noite será maravilhosa... — Sorrio largamente enquanto acompanho-a mas
ela me interrompe com mais um beijo.
— Acho bom não duvidar mesmo... Do contrário eu terei que fazer
você acreditar em mim. — Ela pula em cima de mim agarrando o meu
pescoço e abraça a minha cintura com as suas pernas. Porra! Ela vai acabar
comigo hoje!
Sorrio feito um bobo levando-a para o banheiro, ela me beija de uma
maneira tentadora me excitando novamente, com toda certeza teremos uma
noite inesquecível.
Capítulo 39
Marcelly
TRÊS DIAS DEPOIS...

Paloma não foi a única que ficou surpresa com o prazo do casamento,
todos pareciam chocados por eles se casaram tão em cima da hora, mas não
vou negar, estou feliz por ela pois sei o quanto ela ama aquele delegado, ela
até foi capaz de ficar bêbada em uma praia por causa dele.
Hoje será o casamento deles e eu estou triste por não poder ir
acompanhada do meu namorado, Paloma até perguntou o que houve por nos
ver tão distantes um do outro, eu quis contar a verdade a ela mas Ramon me
pediu para não fazer isso, e eu não posso decepcioná-lo, então menti como foi
o combinado, para todos os efeitos não estamos mais juntos e não estamos
mais nos vendo.
— Já está pronta filha? Suas amigas já devem estar te esperando
querida. — Saio dos meus pensamentos com minha mãe entrando no quarto.
— Sim mamãe, já estou pronta... Mas e você? Porque não se arrumou
ainda? Não me diga que desistiu de ir comigo no casamento da Paloma? —
Dou uma última olhada no espelho e me viro para minha mãe ainda
desarrumada.
— Sinto muito querida, mas não vou poder sair, o seu pai não está se
sentindo bem e eu não posso deixá-lo sozinho... Dê os parabéns aos noivos
por mim, diz que desejo toda felicidade do mundo a eles mas infelizmente eu
não posso ir... Você está tão linda queria, é uma pena Ramon não poder vir te
buscar, ele vai ficar embasbacado quando te ver. — Ela se aproxima me
admirando de cima abaixo e sinto o meu coração bater forte só de ouvir o
nome de Ramon.
Meus pais não sabem da armação do Sr. Danilo, não quero eles
preocupados comigo então tive que omitir essa parte da história, mas não é
mentira que Ramon está trabalhando demais.
— Realmente é uma pena você não ir comigo, e também é lamentável
que meu namorado não possa vir me buscar... Mas nós já explicamos a
situação e vocês sabem que ele está trabalhando demais, mas isso é
temporário e logo Ramon voltará a vir com mais frequência em casa...
Mesmo não o vendo como antes, eu estou feliz mamãe, Ramon nunca deixou
de demonstrar que me ama e que vai cuidar de mim. — Sorrio abertamente
me lembrando dos nossos momentos juntos, até por telefone a gente transa e
também é prazeroso.
— Eu sei filha, logo ele vai ter uma folguinha no trabalho para te dar
mais atenção querida... Agora se apresse para se despedir do seu pai porque
suas amigas devem estar esperando. — Ela me abraça pela cintura e me leva
para fora do quarto, mas volto correndo para pegar a minha bolsa.
Estou usando um vestido vermelho longo de alças finas com um
pequeno decote, nas costas as alças finas trançadas deixam as minhas costas
quase por completa exposta. Meus cabelos soltos levemente ondulados do
jeito que eu amo. Coloquei um batom vermelho fosco e os sapatos na cor
nude.
Sigo para o quarto do meu pai para lhe dar um beijo, mas quando
entro ele está dormindo e eu não quero incomodá-lo, lhe dou um beijo de leve
no alto da cabeça e saio para não acordá-lo. Me despeço da minha mãe e ligo
para o motorista que Ramon deixou a minha disposição, na verdade é um
motorista de uber que aceitou prestar serviços para Ramon.
Em poucos minutos o motorista chega então sigo para o antigo
apartamento de Felipe, onde os pais de Paloma estão morando agora, eu
prometi ir mais cedo para ajudá-la com algo que precise. Não vou negar que
nesses três dias eu sonhei que estava me casando também, na verdade não era
bem um sonho, está mais para pesadelo porque no sonho, Ramon não
aparecia no casamento e eu me decepcionava como nunca antes na minha
vida, bom, eu sei que isso nunca vai acontecer porque aquele homem
realmente me ama e jamais faria algo assim comigo, eu nem ao menos sei se
ele pretende um dia se casar, para mim já foi um milagre ele me pedir em
namoro, não vou ficar sonhando tanto com casamento pois para mim já me
basta estar com ele e ter o seu amor.
Chego na casa de Paloma e ela já está agitada, ansiosa para se casar
com o delegado, estão todas as nossas amigas aqui, até mesmo Laura que
veio de Miami para surpreender Paloma, em pensar que na próxima semana
eu também vou estar naquela cidade linda, com certeza eu vou querer visitar
Laura e conhecer a sua casa.
Ajudo no que posso mas nada consegue fazer Paloma parar quieta em
um canto só.
— Gente eu não posso esperar mais! Eu prometi não me atrasar e não
posso deixá-lo esperando... Já está quase na hora do casamento e a gente
pode pegar trânsito daqui até a igreja, e... — Ela anda pelo quarto nervosa
mas Laura a interrompe.
— Para de andar, Paloma! Meu Deus você está mais nervosa que eu
no meu casamento, e olha que eu também estava grávida mas a minha barriga
parecia que iria explodir de tão grande... Então eu vou te dizer o mesmo que
você me disse a quase um ano atrás... Relaxa e respira! Mesmo que você se
atrase ele vai estar lá esperando por você... Você está linda amiga, tomara que
o Felipe não desmaie quando ver você... Você está perfeita. — Laura segura
as suas mãos tentando acalmá-la e por alguns instantes ela parece conseguir.
— Obrigada amiga, o apoio de vocês nesse momento é muito
importante para mim... Mas por favor vamos sair logo de casa? Eu já estou
suando frio de tanta ansiedade e temo passar mal a qualquer momento se eu
não o vê... Você viu a mensagem dele Marcelly! Se eu me atrasar ele manda a
polícia vir me buscar, já imaginou eu indo para o meu casamento em uma
viatura...? Ele estaria literalmente me prendendo a ele. — Diz sorrindo
pensativa, parece até que está aprontando alguma coisa.
— Victor acabou de me mandar uma mensagem dizendo que eles já
vão sair de casa, Felipe está mais nervoso que você Paloma, e eu realmente
não duvido que ele mande te buscar... Vocês estão piores que eu, Laura, John
e Victor juntos. — Giulia sorrir nos fazendo sorrir também.
— É isso que eu quero...! Jaqueline? Liga para o Yure agora! Eu
tenho uma mudança para fazer e temos que ser rápidas... Eu quero
surpreender o meu noivo, quero chegar na igreja em uma viatura escoltada
por policiais, pede ao Yure para levar o distintivo do Felipe com ele para
igreja, e só colocar nele quando eu chegar... Eu quero me casar com Felipe,
mas também quero me casar com o delegado... Nos conhecemos em uma
ocorrência e o nosso primeiro beijo foi na delegacia... Eu quero que esse
casamento seja literalmente uma prisão para nós dois, quero me prender a ele
para sempre. — Paloma comenta em um tom confiante, segura da sua decisão
e todas a encaramos surpresas. Essa guria é mais ousada do que imaginei!
— Paloma você tem certeza disso, amiga...? É algo diferente e tenho
certeza que o seu noivo não será o único a se surpreender. — Jaqueline a
encara surpresa mas ela parece tão empolgada quanto a noiva.
Paloma e a mãe conversam empolgadas sobre a sua ideia e mesmo
assustada, a Sra. Esmeralda apoia a filha em tudo assim como a minha mãe
também está sempre me apoiando.
Fomos todas atrás da noiva empolgadas com as suas ideias e ela fica
atenta a tudo, ela chama também o sogro para pedir ajuda com algumas
coisas, Jaqueline conversa um pouco comigo e ela fala do seu namoro com o
inspetor Yure, não fiquei surpresa porque Jaqueline também é uma mulher
linda e combina com o Inspetor, assim como eu combino com o meu CEO
empresário.
Depois de Paloma colocar as suas ideias em prática saímos todos do
apartamento, como Paloma vai na viatura com o sogro, os pais dela vão com
o motorista junto com Giulia e Laura, eu e Jaqueline vamos com o meu
motorista mas eu falo que ele é um conhecido motorista de aplicativo, não
entro em muitos detalhes.
Seguimos para igreja na frente da noiva para chegarmos primeiro,
Paloma quer que seus amigos entrem na igreja de braços dados e meu
coração acelera só de pensar entrar na igreja com Ramon, será que ele vai
criticar isso já que estamos fingindo estarmos separados? Acho que não,
também não tem como saber já que Paloma só decidiu isso hoje de manhã.
Chegamos na frente da igreja e saímos do carro vendo Laura e os
outros encostar em seguida, caminho distraída conversando com Jaqueline,
sorrindo sobre a ideia corajosa de Paloma em vir em uma viatura da polícia,
fomos para entrada da igreja mas esbarro em alguém me desequilibrado, vou
em direção ao chão mas sinto alguém abraçar o meu corpo me puxando para
os seus braços.
— Meu Deus... Me desculpe eu não... Ramon... — Me desculpo aflita
abraçando o seu pescoço e meus olhos se cruzam com os seus.
— Porra...! Não sussurra o meu nome em público, ruivinha...
Caramba... Você está tão linda... E porque me abraçou se não sabia que era
eu? E se fosse outro no meu lugar te segurando assim...? Eu não quero nem
pensar, ao invés de um casamento teríamos um velório! — Sussurra me
encarando fixamente sem soltar o meu corpo, ele me encara furioso ao pensar
em outro homem me segurando, finjo não ter ouvido isso.
— Você está tão cheiroso... Quero lamber você todinho... — Me
seguro para não sorrir da cara de bravo que ele faz.
— Ficou maluca, Marcelly? Você não pode me provocar em público,
se esqueceu disso...? — Me repreende em um tom bravo e me solta.
Eu finalmente sorrio procurando por Jaqueline, mas ela já está nos
braços do Inspetor.
— E se eu não te obedecer...? O que acontece, Sr. Mitchell? — O
provoco mas engulo a seco quando ele trinca o maxilar furioso por eu
contestá-lo.
— Em casa eu te mostro o que acontece quando você me
desobedece... Porra você está muito gostosa... Vê se não rebola, fui claro? —
Ele disfarça olhando de um lado para o outro.
— Eu não controlo os movimentos do meu corpo, Ramon... Estão
olhando pra gente, eu preciso ir. — O encaro um pouco mais séria e me
afasto.
Vou para perto de Jaqueline mas Ramon se aproxima para ficar mais
perto de mim, logo Paloma chega com a sirene da viatura ligada nos fazendo
sorrir, Felipe aparece na porta da igreja embasbacado com a beleza da sua
noiva, os rapazes quase não conseguem levá-lo de volta para dentro mas
depois de muita insistência, eles conseguem, realmente Paloma está linda e
eu estou muito feliz por ela, espero um dia ser feliz assim também.
A organizadora pede para nós posicionarmos para entrarmos na igreja
em pares de casais. John entra com Laura e entro logo atrás de braços dados
com Ramon e atrás de nós virão Jaqueline e Yure, e também Victor e Giulia,
mas lá na frente nos separamos e fomos cada um para um lado e eu agradeço
por isso, eu fico muito nervosa perto dele.
Assim que nos acomodamos em nossos lugares entram na igreja
alguns policiais fazendo barreiras nas laterais para o trajeto de Paloma, não
tem um que não admire esse acontecimento, mas hora ou outra os meus olhos
estão em Ramon que me encara tão fixamente que coro.
A marcha nupcial começa a tocar mas depois muda para outra música
muito linda também, Paloma entra na igreja ao lado da cadeira de rodas do
pai, não teve como não me emocionar com essa cena, me peguei imaginando
um dia o meu pai entrando comigo de braços dados na igreja, mas no que
depender do meu sogro isso jamais vai acontecer, e se ele continuar nos
perseguindo mesmo depois de Ramon sair da empresa? Com certeza o Sr.
Danilo vai me culpar por isso.
Encaro Ramon e ele me encara confuso, ele percebeu que estou
pensativa mas não me importo com isso, dou a minha total atenção a
cerimônia que se inicia com Felipe, Paloma e o pai dela muito emocionados.
O padre inicia o seu discurso e todos ficam atentos a tudo, sinto o meu
celular vibrar dentro da bolsa e pego-o pensando ser Ramon ou os meus pais,
mas me surpreendo com uma mensagem de Diego, um dos garotos de
programas da Pleasure House.
"Já sei que não está mais com o chefe, agora que não está mais
trabalhando para ele, que tal sairmos um dia desses? Sinto sua falta,
Marcelly, Você não imagina o quanto estou desejando a sua boca!
Diego...
Encaro Ramon antes de voltar a encarar o celular, meus pensamentos
vão em Amanda no jantar da Paloma, com certeza foi ela que disse que eu e
Ramon não estamos mais juntos, mas que merda! Meu celular toca e eu
agradeço por estar no vibra cal, é Diego mas eu recuso a sua ligação, guardo
o celular na bolsa mas ele toca novamente, pego-o novamente e mais uma
vez recuso a ligação, três segundos depois uma nova chamada e vejo a foto
do Paulo piscar, me levanto discretamente e sigo em direção a saída da igreja,
não posso atender aqui dentro.
Saio da igreja e respiro fundo antes de atender a chamada.
— Oi Paulo? O que houve? Porque não veio ao casamento da
Paloma? — Atendo depois da chamada cair e ele ligar de novo.
— Oi Marcelly! Você está sumida? Não vai mais aparecer para
visitar os amigos? — Ele tenta ser simpático mas pelo seu tom percebo o
quanto ele está sério.
— Os meus amigos sabem onde eu moro, porque não vem me visitar
também? Aconteceu alguma coisa? Sua voz está estranha. — Questiono e
ouço ele respirar fundo.
— Eu já liguei para Paloma hoje dando os parabéns pelo casamento,
sou o gerente dessa boate e não posso me ausentar... Um dos seus
amiguinhos resolveu beber e está me perturbando para falar com você, é
verdade que você e o chefe não estão mais juntos? Amanda já espalhou para
a boate inteira e as garotas estão ansiosas para verem o Sr. Ramon, assim
como esses tarados estão querendo ver você de qualquer jeito. — Diz meio
irritado e posso ouvir a voz embolada de Diego ao fundo, pedindo para falar
comigo.
— Porra! Amanda mandou muito mal... Eu não quero falar com esse
garoto, Paulo! E pode cortar as asinhas dessas piranhas porque o Ramon
nunca deixou de ser meu, elas só não precisam saber disso agora, entendeu?
— Aviso irritada mas controlo o meu tom de voz, ele tenta dizer algo mas
ouço a voz de Diego.
— Marcelly...? Ruiva eu quero ver você, agora não temos mais
impedimentos para sairmos juntos e você... — Diz com a voz embolada mas
alguém toma o celular da minha mão.
— Se você ligar para minha mulher mais uma vez, você está demitido
seu infeliz! Eu sou o seu chefe e a mulher para quem você está ligando é
minha! É melhor você esquecer o número dela, entendeu bem? — Avisa
Ramon entre dentes me surpreendendo com a sua atitude.
Ele desliga o telefone e mexe no mesmo procurando alguma coisa, o
encarando perplexa.
— O que você pensa que está fazendo? Porque está mexendo assim
no meu celular? Você nunca fez isso antes. — O questiono ainda surpresa e
ele me encara furioso.
— Era esse infeliz que estava mandando mensagens para você
minutos atrás? A quanto tempo você está falando com ele? Porque ele está
dando em cima de você, Marcelly? Já avisou a ele que supostamente não
estamos mais juntos, é isso? — Esbraveja me arrastando pelo braço me
levando para longe da porta da igreja mas me solto dele.
— Pode parar com isso, ok? Eu não falei nada para ninguém, quem
falou para a boate inteira que não estamos mais juntos foi Amanda! As suas
garotas já estão saindo no tapa para verem quem vai conseguir transar com o
chefe primeiro, já estão se preparando para serem escolhidas como sua
exclusiva, Sr. Mitchell! — Esbravejo irritada pegando o meu celular da sua
mão e me viro para sair, mas ele segura o meu braço.
— Espera Marcelly! Precisamos conversar! Não muda de assunto
porque eu quero saber o porquê esse cara... — Retruca também irritado mas
me solto do seu aperto.
— Eu não quero conversar com você agora! Vai lá acalmar as suas
garotas, elas estão agitadas por sua causa! E se for mesmo não precisa me
procura mais! — Lanço lhe um olhar furiosa e me viro me afastando dele, ele
vem atrás de mim resmungando algo mas entro na igreja antes que ele me
alcance.
Sigo para o meu lugar irritada com essa história das garotas estarem
procurando por Ramon, não gosto disso, ele é meu namorado droga! Porque
Amanda tinha que abrir o bico? Eu pedi para ela não comentar nada com as
garotas e ela faz isso? Será que ela está mesmo afim de mim como Ramon
insiste em dizer que está? Não! Eu jamais ficaria com ela, eu não curto
mulheres e ela sabe disso, então porque ela faria isso?
— Está tudo bem Marcelly? Você aparece irritada, aconteceu algo
sério? — Questiona Jaqueline sentada ao meu lado.
— Não é nada demais, não se preocupe, está tudo bem sim... Ou pelo
menos vai ficar, assim espero. — Forço um sorriso para ela antes de olhar
para o assento de Ramon, ele me encara sério antes de focar a sua atenção no
seu celular.
Espero que ele não esteja ligando para demitir ninguém, Diego acha
que estou livre assim como Amanda, mas ela não devia ter espalhado que eu
e Ramon não estamos mais juntos, porra somos amigas, será que ela está com
raiva porque o amor da vida dela está se casando? Mas ela disse ter superado
e até está se dando bem com Felipe, não entendo o porquê ela não veio no
casamento.
Foco a minha atenção na cerimônia e tento esquecer a cena que
aconteceu agora pouco, comigo e meu namorado mandão. A cerimônia está
linda mas logo chega a hora do sim, não vou negar, me emocionei muito pois
me imaginei me cansando também, será que algum dia meu pai também me
entregará ao homem que amo?
Olho para ele discretamente e seus olhos estão nos noivos, mas em
fração de segundos seus olhos estão em mim e eu respiro fundo, desvio os
meus olhos dele quando ouço um alvoroço de aplausos e vejo os noivos se
beijando.
Poucos minutos depois os noivos já estão saindo e os convidados
começam a sair logo atrás, seguimos pelo tapete vermelho e eu não espero
por Ramon, saio da igreja já pegando o celular para ligar para o motorista vir
me buscar, mas no meio desse alvoroço de gente sinto alguém me segurar
pelo braço me arrastando para algum lugar.
— O que você está fazendo, Ramon? O olheiro do seu pai pode nos
ver juntos! — Questiono incrédula com a sua atitude mas ele finge não me
ouvir.
Ramon não diz nada e eu também não, ele me arrasta para uma rua ao
lado da igreja onde vejo o seu carro encostar, ele abre a porta do mesmo me
colocando lá dentro e entra em seguida, ele não diz nada apenas encara o
motorista e ele sai com o carro, cruzo os braços emburrada.
— Precisamos conversar! Você vai mudar o chip desse celular porque
eu não quero aquele infeliz ligando pra você, entendeu, Marcelly? Me dá o
seu telefone! — Avisa irritado me encarando sério.
— Você está pedindo ou está mandando, Sr. Mitchell? Não vai torná-
lo de mim como fez mais cedo...? Eu já disse que o Diego só me mandou
mensagens porque assim como todos, ele também pensa que não estamos
juntos, Ramon! — Argumento com ironia mas o encaro fixamente esperando
a sua próxima reação.
— Ele não é pago para pensar, Marcelly, ele está na minha boate para
trabalhar e não para ficar com saudades da minha mulher! Mas não precisa
mais se preocupar com ele, aquele merda já foi demitido... Agora me dá o seu
celular! Eu vou trocar o seu chip! — Rebate irritado me deixando perplexa,
ele pede o meu celular mas eu não dou.
— Você não pode demiti-lo, Ramon! Ele não tem culpa por não saber
a verdade... Poxa você sempre soube que ele é afim de mim mas eu nunca...
— O encaro ainda não acreditando no que ele fez, mas ele me interrompe.
— É por isso que não quer que eu o demita, Marcelly? Porque ele é
afim de você? Eu não acredito que você está me pedindo isso, aquele infeliz
não vai mais trabalhar na minha boate e ponto final! — Questiona alterado e
eu respiro fundo.
— Eu não quero conversar com você agora! Você não está me
ouvindo, você só está brigando comigo como se eu fosse culpada de algo,
então vai brigar sozinho! Eu me recuso a isso...! Para o carro! Por favor, Sr.
Francisco? Para o carro? Eu vou descer! — Solto um tom irritado mas
decidida, peço para parar o carro mas ele não deixar.
— Se você parar esse carro você está demitido, Francisco! Ela não vai
sair desse carro e ponto final! — Alerta autoritário encarando sério o
motorista.
— Então vai ser assim? Agora todos que não fizerem o que você
manda está demitido? Já que ele não vai parar o carro, eu vou pular! — Me
irrito com essa sua postura e agarro a maçaneta da porta abrindo-a já vendo o
asfalto, mas sinto ele abraçar o meu corpo.
Capítulo 40
Ramon
— Então vai ser assim? Agora todos que não fizerem o que você
mandar está demitido? Já que ele não vai parar o carro, eu vou pular! — Ela
se irrita e faz o impensável, ela abre a porta para pular e só tenho tempo de
abraçar o seu corpo.
— PORRA MARCELLY! VOCÊ FICOU MALUCA? ESTÁ
TENTANDO SE MATAR GAROTA...? Cacete você quer me ver enfartar, é
isso? Porque você fez isso? Por favor não faz mais isso, Marcelly...? Porra
você me tira do sério, ruiva...! Meu Deus... Ahh meu Deus... — Me desespero
sentindo o meu coração bater na boca por medo dela se machucar ou algo
pior.
Puxo ela para o meu colo fechando a porta do carro abraçando-a
apertado, ainda sentindo o meu coração acelerado, ela abraça o meu pescoço
com força tão ofegante quanto eu, ouço Francisco travar as portas do carro,
mas porque ele não fez isso antes?
— Me desculpa...? Eu não pensei antes de agir, me desculpa...? Eu
estava brava e não sabia o que estava fazendo... Me desculpa, Ramon...? —
Ela chora ainda abraçada a mim e eu acaricio as suas costas, tentando me
acalmar, me sinto trêmulo só de imaginá-la machucada.
— Me promete que não vai mais fazer isso? Porra Marcelly! Você
podia ter morrido em uma queda como essa, ou pior, o carro que vem atrás
poderia passar por cima de você... Mas que droga! Eu não posso perder você,
entenda isso de uma vez! — A repreendo irritado mas tento não alterar a
minha voz, porra ela já está chorando. — Me promete Marcelly...? Nunca
mais você vai fazer nada que ponha a sua vida em risco, me promete...? Por
favor, ruivinha? Me promete! — Peço ainda prendendo o seu corpo contra o
meu, mas ela se afasta me encarando nos olhos.
— Eu prometo... Me perdoa? Me desculpa, amor...? — Pede enquanto
limpo o seu rosto mas beijo-a ferozmente.
— Eu te perdoo, meu amor... Eu te perdoo mas não faça mais isso...?
Eu morreria se te visse machucada, Celly... — Sussurro entre os beijos e ela
se move se sentando no meu colo de frente para mim. — Porra, ruivinha...
Não estamos sozinhos. — Alerto entre os beijos mas ela parece não me ouvir,
ela me beija ferozmente. — Foca a sua atenção no trânsito, Francisco! —
Ordeno em meio aos beijos apertando as coxas da minha mulher e Marcelly
finalmente me encara, ofegante e vermelha de vergonha.
— Me desculpa... Eu não consigo raciocinar quando você me toca...
— Diz envergonha saindo do meu colo encarando Francisco sem graça.
— Não se preocupe com isso... Agora me dá o seu celular e não se
atreva a fazer nenhuma loucura, ouviu? — Ela respira fundo.
— Não vou te dar o meu celular, você nunca mexeu nele a mesmo
que eu pedisse... Não vou mudar o meu número de telefone só por causa do
seu ciúme, eu vou pedir ao Diego para não me ligar mais e pronto! — Ela age
como se esse assunto fosse algo sem importância.
— Acontece que você é minha mulher e não quero aquele infeliz te
ligando, e muito menos te mandando mensagens...! Porra já vamos começar
abrigar de novo? O que custa você fazer o que estou pedindo, Marcelly?
Salva os seus contatos no chip novo e pronto! Não passa o seu número para
aquele moleque, Você entendeu? — Me irrito novamente por ela me
contrariar, porque essa mulher tem que ser tão difícil?
— Já que você está pedindo e não mandando... Eu vou pensar no
assunto. — Me encara com uma sobrancelha erguida e eu respiro fundo, me
segurando para não dar o que ela merece aqui mesmo.
— Você quer me ver louco, você ainda vai me visitar em um
sanatório, Marcelly, e a culpada por isso vai ser você! — Alerto-a inquieto e
ela gargalha, uma gargalhada tão gostosa que me faz sorrir.
— Você é tão exagerado, Ramon... É você que me enlouquece com
esse seu jeito mandão e autoritário... Você me deixa louca, sabia? —
Marcelly abre ainda mais o seu sorriso e eu tento ficar sério.
— Então vamos ser internados juntos porque você realmente é louca...
Nunca mais repita o que você fez hoje, você entendeu? Eu não sei o que seria
de mim se você se machucasse, Marcelly, nunca mais eu quero te ver em um
hospital, ouviu bem? O meu mundo se destrói só de imaginar algo de ruim
acontecendo com você. — Toco o seu rosto olhando dentro dos seus olhos e
ela sorrir mais uma vez segurando a minha mão com carinho.
— Eu prometo que vou me cuidar ao extremo... Não vou me
machucar e nem vou permitir que me machuquem... Eu prometo! — Afirma
decidida em um tom firme, antes de me beijar me passando uma
tranquilidade que só sinto quando estou com ela.
— Está bem... Eu vou confiar em você então me não decepcione...
Ver você machucada ou morta, seria uma terrível decepção para mim, meu
amor... Seria a minha ruína. — Passo o meu polegar pelos seus lábios e ela
fecha os olhos, mas os abre novamente sorrindo, aqui pertinho do meu rosto.
Ela me beija mais uma vez mas logo percebo que já estamos parados
na frente do salão de festas e ela se afasta olhando para fora do carro, faço o
mesmo procurando pelo carro daqueles idiotas mas não os vejo.
— É melhor eu sair antes que os seus admiradores secretos
apareçam... Se eu sair daqui tarde eu vou direto pra casa, ok? Não posso
dormir longe dos meus pais hoje, meu pai não estava bem quando eu saí e
não quero ficar longe dele hoje. — Avisa olha no retrovisor arrumando a sua
maquiagem borrada.
— O que houve com o seu pai? Ele já foi levado ao médico? O que
ele tem, Celly? Não queria ficar sem você hoje, amor — A encaro
preocupado, pois o Sr. Sérgio é a melhor referência de pai que eu tenho.
Tudo que os pais dela fez por ela, mesmo sabendo de tudo que ela
fazia na boate e não a julgaram, sempre a apoiaram e isso para mim é algo
admirável.
— Eu ainda não sei o que ele tem, só na hora de sair de casa que
minha mãe disse que ele não estava se sentindo bem, por isso eu preciso ir
pra casa, Ramon, não vou poder ficar com você hoje, minha vida. — Ela me
encara atenta e ao mesmo tempo apreensiva.
— Tudo bem, eu entendo a sua preocupação e não vou morrer se não
passarmos a noite juntos hoje... Mas eu quero te ver antes de você ir, quero
estar com você nem que seja por alguns minutos. — Coloco os seus cabelos
atrás da orelha e ela me dá um beijo rápido.
— Pensa em algo e me manda uma mensagem... Eu também quero
muito ver você antes de ir... Tchau, Sr. Francisco, me desculpe por não ter
cumprimenta-o antes... — Ela sorrir envergonhada e pisca para mim saindo
do carro.
— Tchau, Srta. Marcelly! Foi um prazer revê-la. — Francisco a
cumprimenta antes dela fechar a porta se afastando.
Espero no carro por alguns minutos e Francisco dá meia volta para
entrar no estacionamento, assim que ele entra no mesmo vejo o carro
daqueles abutres passar devagarinho nos procurando, ratos miseráveis! Antes
da minha viagem eu vou lhes fazer uma surpresa inesquecível.
Entro no salão minutos depois de Marcelly e procuro um lugar para
me sentar, quase no centro do salão vejo Yure, Victor e John com as suas
mulheres em uma mesa e me junto a eles, procurando Marcelly de longe e a
vejo na mesa com os pais de Paloma e o ex delegado Gusmão, ela conversa
com eles empolgada e eu tento não olhar tanto para ela.
— Ramon! Quando for a Miami não deixa de ir me visitar, já faz
tempo que não passamos um tempo juntos como antes, então apareça quando
estiver na cidade. — Vejo John empolgado quando digo que vou a Miami na
próxima semana, na verdade em quatro dias estarei viajando.
— Não se preocupe, eu irei com toda certeza, estou ciente de que a
minha última visita a sua casa foi muito rápida mas, a próxima semana vamos
aproveitar um pouco mais... Quero conhecer melhor a sua empresa porque
também estou pensando em abrir um outro negócio, quero dicas e sei que
você pode me ajudar nisso. — Pego a minha taça de champanhe dando uma
boa golada e ele faz o mesmo.
— Terei o maior prazer em te ajudar, meu amigo, meu pai também
tem ótimas ideias e sábios conselhos, ele também poderá te orientar no que
você precisar, aliás! Ele tem perguntado bastante por você, ele vai gostar de
te ver também. — Sei que eles darão ótimas ideia para gastar bem o dinheiro
que estou tirando do meu pai.
— Eu vou adorar ver o Sr. Conrado, realmente ele é um homem muito
sábio e seus concelhos serão como ouro para mim. — Também me empolgo
pois tenho muita estima pelos pais do meu amigo.
— Com licença senhores! Laura! Jaqueline e Giulia! Paloma quer
tirar fotos conosco, vamos lá? — Me surpreendo com Marcelly se
aproximando da mesa e não teve como não dar a minha atenção a ela.
— Oba! Vamos! Eu adoro fotos! — Giulia é a primeira a se levantar e
Laura e Jaqueline se levantam em seguida.
— Vamos meninas! Eu quero muito tirar essa foto com as minhas
amigas. — Laura sai empolgada arrastando Giulia, Jaqueline e Marcelly com
ela, todas agarradas uma na outra, não teve como não sorrir.
Volto a conversar com John, Victor e Yure mas sem tirar a minha
atenção dela, nos levantamos também depois de tanto tempo sentados e
Felipe aparece com uma garrafa de champanhe nas mãos, conversarmos
enquanto admiramos as garotas empolgadas com alguma coisa.
Me sirvo mais uma taça de champanhe e bebo em uma só golada
tentando não admirar muito a minha ruivinha, John e Felipe não tiram os
olhos de mim pois eles sabem o tamanho do meu interesse por Marcelly,
droga! Eu preciso ser mais convincente, Marcelly consegue disfarçar melhor
que eu.
Ouço as mulheres gritarem alvoroçadas e me aproximo mais dos
outros.
— Eu nunca vou entender essas mulheres, ficarem nesse desespero
todo por causa de um buquê de flores? — Indago realmente chocado por
essas mulheres ficarem tão eufórica por algo tão simples.
Já tem décadas que não presencio um casamento e já tinha me
esquecido desse acontecimento, Paloma vai jogar o buquê e eu não consigo
tirar os olhos daquelas mulheres agitadas em frente ao palco.
— Ali só tem as mulheres solteiras, Ramon, e todas elas querem se
casar, inclusive a sua ruivinha, olha lá! — Ele diz com um largo sorriso no
rosto e vejo Marcelly no meio daquelas mulheres, tão eufórica que me deixa
surpreso.
— Se ela não se casar com você, será com outro, pensa nisso! Se é
que você sente algo por ela. — Me aconselha Yure com os olhos presos em
Jaqueline tão empolgada quanto Marcelly.
Minha garganta seca e eu tento controlar a minha respiração, não
consigo dizer nada e continuo calado admirando a minha mulher. Paloma faz
a contagem para jogar o buquê e logo o mesmo está voando sobre aquele
monte de mulheres, gritando quase subindo uma em cima das outras para
pegar o buquê, logo vejo Marcelly e Jaqueline pegarem o buquê juntas e para
não ter briga, elas dividem o buquê em dois, elas parecem felizes com isso e
eu engulo a seco encarando a minha ruivinha com o buquê nas mãos, ela quer
isso, ela quer se casar e eu não faço ideia de como dá isso a ela, eu preciso de
ajuda.
— Eu preciso de uma bebida! — Digo ao mesmo tempo que Yure e
saio procurando por algo forte para beber.
Posso ouvir Felipe, John e Marcos se acabamos de rir da nossa cara,
eles não sabem o quanto é complicado para mim lidar com uma situação
como essa, eu precisei dos conselhos da minha mãe para descobrir que
Marcelly queria um relacionamento mais sério, mas depois de vê-la tão feliz
com o casamento da amiga, depois de vê-la tão empolgada e sorridente com
um buquê de casamento eu não tenho mais dúvidas, assim como toda mulher,
Marcelly também quer se casar mas não faço a mínima ideia de como fazer
isso, me sinto perdido, o que eu faço sobre isso? Digo a ela que a quero para
sempre? Que quero me prender ainda mais a essa mulher? Droga! Eu
realmente preciso de algo forte.
Paro uns quatro garçons para pedir algo mais forte, mas adivinha?
Não tem nada além de champanhe, refrigerante e água, nem um Bourbon para
me acalmar não tem. Olho para todos os lados e vejo-a sorrindo conversando
com as amigas, só um beijo dela me acalmaria agora mas eu não posso se
quer me aproximar muito dela.
— Mas que inferno! Eu preciso sair daqui. — Paro em um canto me
segurando para não ir até ela.
Me sinto sufocado aqui dentro então saio do salão respirando fundo,
paro ali na porta olhando de um lado para o outro e vejo aqueles abutres
encostados no carro do outro lado da rua, finjo não tê-los visto e pego o meu
celular para mandar uma mensagem para minha ruivinha, penso melhor e
decido fazer uma surpresa.
Entro de volta no salão pois sei que já fui visto aqui fora, procuro uma
saída secundária e só há uma segunda saída pela cozinha que dá acesso no
estacionamento, me despeço de Felipe e sua esposa desejando a eles
felicidade e logo sigo para minha fuga.
Ligo para um dos meus seguranças vir me buscar mas peço para que
ele venha vestido formalmente e em um carro diferente, aviso para ele entrar
no estacionamento e me ligar, ligo também para o motorista de Marcelly vir e
mando uma mensagem para ela avisando que ele já está vindo buscá-la, aviso
para ela ir direto para sua casa e ela me questiona por mensagem mas, não
respondo, quero fazer uma surpresa.
Em pouco minutos vejo um carro simples e bem rodado entrando no
estacionamento, fico escondido atento a todo carro que entra esperando entrar
um dos meus carros novos que comprei com o dinheiro da empresa, esses
capangas do meu pai ainda não os viram sair da minha casa pois eles não
estão lá, estão em um edifício garagem que aluguei só para guardá-los, mas
me surpreendo ao reconhecer um dos meus seguranças dentro daquele carro
velho.
— Esse infeliz só pode estar de brincadeira, eu não vou entrar nesse
carro velho, não sei como ele conseguiu chegar até aqui inteiro sem
desmontar pelo caminho. — Resmungo quieto no meu canto e logo ele liga
para o meu celular, atento emburrado.
— Já cheguei, senhor! Já pode vir a barra está limpa! — O vejo
olhando para os lados se certificando de que não foi seguido.
— Eu estou te vendo Alessandro, mas que porra de carro é esse?
Velho caindo aos pedaços! — Questiono ainda chocado e o ouço sorrir.
Infeliz!
— Me desculpe, senhor, mas acho que passaremos despercebidos em
um carro como esse, seus carros são muito luxuosos e dá muito na cara que
pode ser o senhor dentro deles. — Explica calmamente e mesmo
reconhecendo que ele tem razão, isso me incomoda.
— Porra no podia ter escolhido um carro um pouquinho melhor
não...? Estou indo aí. — Me apresso para chegar até o carro ainda irritado
enquanto olho para os lados.
— Foi mal chefe, mas até que esse carro não é tão velho, é um Siena
semi-novo. — Explica o infeliz ainda sorrindo e isso me incomoda.
— Semi-novo! Não é novo Alessandro! Você já andou nos meus
carros e sabe bem com o que eu estou acostumado, droga...! Mas você tem
razão, será melhor assim... Agora vamos! A minha mulher já vai sair para me
encontrar e não quero deixá-la esperando. — Entro no banco de trás me
deitando no mesmo, o vidro desse carro não é tão escuro quanto os das
minhas maquinas.
Saímos do estacionamento e passamos na porta do salão, os idiotas
que meu pai contratou ainda estão lá parados conversando ao lado do seu
carro.
— Sua mulher já está saindo chefe, ela está entrando no carro nesse
momento. — Avisa me deixando ansioso para vê-la.
— Segue para casa dela, Alessandro! Aqueles idiotas não vão segui-la
mas se por acaso isso acontecer, eu quero chegar antes dela. — Ordeno me
acomodando normalmente no acento e ele faz o que mando.
Seguimos para casa de Marcelly e no meio do caminho recebo mais
de dez mensagens dela, sorrio por ela ser tão impaciente, respondo apenas
uma de suas inúmeras mensagens dizendo que a vejo em breve, ela está
preocupada achando que aconteceu alguma coisa mas apenas digo que está
tudo bem.
Poucos minutos depois estou entrando pelo portão da sua casa e me
apresso para chegar na porta, não posso correr o risco de ser visto aqui então
peço a Alessandro para vir me buscar amanhã cedo com esse mesmo carro.
Bato na porta e não demora muito vejo minha sogra abrir a porta com
uma xícara na mão, ela me encara surpresa procurando por alguém e sei
exatamente quem ela está procurando.
— Que surpresa boa te ver, querido, não fique ai parado! Entre por
favor...? Mas você veio sozinho, eu pensei que estivesse com a Celly. — Ela
fecha a porta e me cumprimenta com um beijo carinhoso no rosto.
— É muito bom vê-la também, Sra. Antônia, eu estava com Marcelly
sim, mas eu tive que sair para resolver um assunto e vim para cá assim que
me desocupei, pensei que ela já tivesse chegado. — Minto para não ter que
dizer que cheguei aqui sozinho porque não posso ser visto com a filha dela.
— Entendo, bom, ela ainda chegou, ainda deve estar com as amigas
mas fique à vontade... Eu sinto muito em não poder te dar atenção agora,
querido, Sérgio resolveu ficar gripado e eu preciso levar esse chá para ele,
mas fique à vontade, pela hora Celly já deve estar chegando. — Ela me dá
aquele seu sorriso amoroso que me faz lembrar a minha mãe.
— Se não se importa, Sra. Antônia, eu poderia esperar por ela no
quarto? Ela não sabe que vim então quero surpreendê-la. — Retribuo ao seu
sorriso meio sem jeito por dizer isso, pois sei que ela sabe o que acontece lá
dentro quanto estou aqui.
— Essa também é sua casa, querido, fique à vontade... Se precisar de
algo e a Celly não tiver chegando é só me chamar, está bem? Se for ficar aqui
hoje, nos vemos amanhã no café da manhã, do contrário, tenha um boa noite,
querido, eu já vou me recolher com meu marido, já está tarde e o sono já está
me alcançando. — Ela acaricia o meu rosto e eu lhe dou um beijo demorado
na testa.
— Muito obrigado, Sra. Antônia, vejo a senhora no café da manhã,
tenha uma excelente noite e melhoras para o meu sogro... Não vou vê-lo
agora para não incomodá-lo, mas amanhã espero vê-lo na mesa do café, se
ele estiver acordado diz que estou aqui e que desejo que ele melhore logo. —
Caminho com ela pelo corredor e ela agradece.
Nos despedimos mais uma vez e ela entra no seu quanto enquanto
sigo para o final do corredor, entro no quarto da minha ruiva e seu perfume
está aqui presente inebriado os meus sentidos, ando pelo quarto olhando a
tudo e vejo uma foto nossa na mesinha de cabeceira, e outra na sua
penteadeira, sorrio feito um bobo, já faz mais de um mês que não entro no
quarto dela e ainda não tinha visto essas fotos, eu me lembro que ela tirou
essas fotos enquanto tentava me seduzir, essa mulher é uma diabinha
tentadora.
Tiro as minhas roupas e vou para o seu banheiro afim de tomar um
banho, mas quando entro no mesmo ouço a porta do quarto bater e volto até a
porta, paro ali e a observo prender os cabelos em um coque deixando as suas
costas nuas a mostra, ela tira o seu vestido ficando só de calcinha e pega o
seu celular, ela disca um número e espera chamar.
— Acho bom você atender, Ramon, ou eu vou... — Diz irritada mas
para quando o meu celular começa a tocar, ela olha para todos lados surpresa
até parar os seus olhos em mim. — Meu Deus Ramon...! Que sustos você me
deu! — Me repreende com a voz trêmula e joga o celular na cama correndo
para mim, ela se joga em meus braços me apertando aflita.
— Ei? O que houve? Você está tremendo, Marcelly, o que aconteceu?
— Acaricio as suas costas e tento não me excitar com ela praticamente nua
agarrada a mim.
— A culpa é sua! Seu insensível! Você me deixou preocupada e não
respondia as minhas mensagens... Eu pensei que tivesse acontecido alguma
coisa com você, Ramon...! Você nunca ficou tanto tempo sem me responder,
eu fiquei preocupada caramba...! — Esbraveja se soltando de mim quase
chorando e soca o meu peito me pegando de surpresa com essa sua reação.
— Se acalma ruivinha? Está tudo bem comigo amor, eu só queria te
fazer uma surpresa, é só isso... Você é curiosa demais por isso não te disse
nada... Se acalma eu não gosto de ver você assim! Chorando tão nervosa. —
Abraço o seu corpo puxando ela de volta para mim colocando-a contra a
parede. — O que está acontecendo com você hoje, meu amor? Você está
emotiva, tão sensível... Olha, me desculpe se te deixei preocupada? Tudo isso
que estamos passando por causa do meu pai é uma loucura, mas isso vai
acabar logo, eu te prometo...! Não fica assim, vai? — Acaricio o seu rosto e
ela me abraça apertado, sinto a sua angústia.
— Me desculpa? Eu não sei o que está acontecendo comigo... Eu só
tive medo de algo ruim ter acontecido com você, eu não gosto daqueles caras
te seguindo, sei o quanto você fica irritado com isso e tenho medo que eles
reajam contra você... Me desculpe por falar isso mas o seu pai é um
monstro... Um velho maldito! — Ela se solta de mim irritada e entra no
banheiro tirando a calcinha, me deixando duro com essa visão. Sorrio ao
ouvi-la falar do meu pai!
Capítulo 41
Ramon
— Precisamos fingir que não estamos juntos, então ainda não posso
quebrar o pescoço aqueles vermes. — Admiro ela entrar no box ligando o
chuveiro e entro logo atrás abraçando a sua cintura. — Temos um assunto
pendente... Você vai ou não trocar o seu número? Não quero mais aquele
moleque te mandando mensagens e muito menos te ligando. — Questiono me
esfregando nela que ofega pondo as mãos na parede, eu sei o que ela quer.
— Se eu não fizer isso...? O que aconte... Ahhh... Ramon... — Me
provoca ofegante e eu lhe dou um tapa na bunda fazendo ela gemer jogando a
cabeça para trás.
— É isso que acontece quando você me desobedece... Mas não é só
isso... Dessa vez eu vou ser mais rigoroso porque a sua desobediência está
sendo mais grave... Não quero outro homem dando em cima da minha
mulher. — Me encaixo na sua intimidade mas não penetro-a. — Vai fazer o
que mandei...? Vai trocar o número, Marcelly...? — Lhe dou mais um tapa na
bunda e sinto ela estremecer em meio a gemidos.
— Você não pode fazer isso Ramon...! Eu vou apenas bloqueá-lo...
Ele não vai mais me ligar, eu prome... Ohhh... Ahhh... — Retruca com a voz
trêmula mais uma vez jogando a cabeça para trás e eu seguro os seus cabelos
penetrando-a lentamente, ela geme de olhos fechados.
— Não é isso que eu quero que você faça, eu quero que troque o seu
número, Marcelly! Aquele infeliz pode trocar de número e vai continuar te
ligando e eu vou me aborrecer feio com isso, entendeu...? Ohhh... Quente...
Deliciosa... — Contesto entre dentes no seu ouvido enquanto lhe dou uma
estocada forte e paro novamente.
— Meu Deus Ramon... Ohhh eu faço o que você quer mas não para...!
Está me torturando, droga...! — Retruca irritada rebolando no meu pau e eu
sorrio.
Seguro o seu quadril a impedindo de se mover e ela me encara
furiosa, porra ela nem imagina o quanto é linda e sexy brava, ela me deixa
louco literalmente.
— Pede o que você quer, ruivinha? Ainda não ouvi você pedir... Pede
minha gostosa marrentinha, e eu te dou... Ohhh... — Sussurro no seu ouvido
enquanto acaricio o seu mamilo e dou uma estocada forte vendo ela perder o
fôlego.
— ... Eu quero você... Me comendo com força, Ramon... Droga eu
quero o seu pau delicioso entrando em mim com força...! Não seja mal e não
me torture mais...? Ohhh... Isso...! Isso Ramon...! Ohhh amor isso...! — Pede
manhosa e geme quando dou o que ela quer, meto nela de um jeito mais bruto
sentindo o som da sua bunda se chocando contra mim, me excitar ainda mais.
— Isso é por você me desobedecer tanto...! — Paro de me
movimentar e lhe dou um tapa na bunda fazendo ela gemer e se arquear,
volto a penetrá-la. — Isso! É por você brigar comigo por causa daquele
moleque...! — Penetro-a com força e lhe dou outro tapa na bunda. — E
isso...! É por ser tão gostosa...! Ohhh... — Puxo o seu cabelo trazendo o seu
corpo para o meu e devoro a sua boquinha gostosa.
Abraço a sua cintura metendo nela mais forte e sinto o seu corpo
tremer, porra ela já vai gozar. Saio dela colocando-a contra a parede e ergo
uma de suas pernas já me encaixando nela novamente, meto nela já sentindo
que posso gozar também e abocanho o seu seio devorando um por um,
sedento por mais dele.
Marcelly abraça o meu pescoço gemendo no meu ouvido e sinto o
meu pau latejar dentro dela, sua intimidade me aperta e uma adrenalina
absurda me atinge me fazendo gozar preenchendo-a todinha, mas ela ainda
não gozou então não paro, sinto as minhas forças se esvair mas não vou parar
até ela gozar.
— Ramonnnn... Ohhh Ramon... Ahhh que delícia... Delíciaaaa... —
Geme o meu nome me apertando e goza deixando o seu corpo escorregar
pelo azulejo, mas abraço o seu corpo prendendo ela em meus braços.
Sinto que vou cair mas me mantenho firme para segurá-la, Marcelly
me beija ainda ofegante passando as suas mãos pelos meus braços descendo
para o meu peito, ela me encara com aquele seu sorriso lindo e encantador me
fazendo sorrir também.
— Eu amo as suas tatuagens... Amor o seu corpo... Amo os seus
beijos, amo quando faz amor comigo... Amo quando o seu toque me deixa
tensa e excitada, eu amo você, Ramon Mitchell, meu namorado, meu amor
gostosão... — Confessa sorrindo subindo as suas mãos para o meu pescoço e
acaricia o meu rosto, me fazendo sorrir ainda mais.
— Eu não tenho muito para falar de você ruivinha... Deixe-me ver...
Eu amo o seu sorriso sexy e provocante... Amo o seu olhar doce quando me
admira discretamente... — Ela sorrir envergonhada. — Amo a sua ereção
quando te flagro me admirando, você fica linda vermelhinha... Mas também
amo a forma como coloca os cabelos atrás da orelha, amo as suas gargalhadas
sapeca e atrevida... Sua postura de mulher decidida, porra eu amo você de
muitas formas e maneira diferentes, Marcelly... Nunca uma mulher me fez
amar tão intensamente como eu amo você... Amo os seus beijos, amo o seu
corpo e essa bocetinha viciante... Amo essa bundinha gostosa que me deixa
louco... Sabe o que mais eu amo em você? Amo sentir essa boquinha quente
no meu pau, porra isso me leva ao céu, ruivinha. — Confesso acariciando o
seu rosto e ela gargalha envergonhada.
— Você é um tarado, sabia...? Esse foi um dos motivos que me fez
gostar tanto de você, somos muito compatíveis em todos os sentidos,
Ramon... Meu Ramon... — Me encara sorrindo passando os seus dedos pela
minha boca e eu chupo os seus dedos antes de avançar na sua boca.
Beijo a minha mulher com paixão, com ternura e desejo enquanto
levo-a para baixo da água, namoramos por longos minutos enquanto ela dá
banho em mim, mas isso apenas me excita novamente, quando tento fazer o
mesmo não resisto em tocá-la com desejo, acaricio a sua intimidade e seus
seios me sentindo um filho da mãe sortudo por ter uma mulher como essa.
Não teve como não fazer amor com ela mais uma vez, mas dessa vez
fomos pra cama e nos amamos com calma, com muita paixão e logo ela está
deitada sobre o meu peito ainda nua, acariciando as minhas tatuagens
enquanto conversamos, eu não aguento mais essa situação, não quero mais
ficar escondendo a minha mulher dos meus amigos, eles precisam saber o
quanto estou feliz por ter uma única mulher assim como eles.
— O que você acha de anteciparmos a nossa viagem e fazermos uma
surpresa para minha mãe? Podemos ir amanhã mesmo depois do almoço e eu
faço questão de passar a manhã com você e seus pais... Os meus planos na
empresa já estão bem adiantados então eu não quero esperar mais, o dia da
nossa viagem já está chegando e eu não quero esperar mais para mostrar a
todos que estamos juntos. — Sugiro pensativo acariciando as suas costas e
ela se senta surpresa.
— Tem certeza de que você realmente quer fazer isso, Ramon?
Enfrentar o seu pai para ficar comigo? Ele não vai gostar disso e eu não quero
ele vindo atrás de mim para... — Questiona apreensiva e vejo em seus olhos a
sua preocupação.
— Eu pensei que tudo que estou fazendo fosse prova o suficiente pra
você ver o quanto te quero... Marcelly eu nunca me imaginei assim, pagando
de casal, indo na casa dos sogros e dormindo agarradinho com uma
namorada, enfrentei o meu pai e estou a poucos dias de destruir um dos seus
impérios, e eu fiz tudo isso por você e estou disposto a muito mais por nós
dois... — Me sento a encarando confuso e ela vem para o meu colo me
interrompendo com um beijo calmo e intenso.
— Me desculpa por essa pergunta idiota, você tem toda razão meu
amor... Nenhum outro homem fez por mim um terço de tudo que você já fez,
eu também faço qualquer coisa para estar com você, Ramon, eu sou capaz de
tudo para te ver feliz, minha vida, de preferência ao meu lado, me amando e
me deixando te amar. — Marcelly olha dentro dos meus olhos me mostrando
o tamanho do seu amor, eu nunca duvidei de que ela realmente me ama e
quer ser feliz comigo.
— Então vamos viajar amanhã? Isso me deixaria feliz, você faria isso
por mim, minha gostosa? — Admiro o seu corpo já desejando-a novamente,
mas ela sai do meu colo sorrindo.
— Se você me deixar dormir eu faço isso por você... Viajaremos
quando você quiser. — Ela se acomoda nos seus travesseiros, se deitando de
bruços empinando essa bundinha para mim. Porra ela está me testando, ela
não quer que eu a deixe dormir!
Sorrio me deitando ao seu lado, acariciando as suas costas, desço a
minha mão até a sua bunda e respiro fundo.
— Porra ruivinha...! E se eu não te deixar dormir? Você não vai fazer
o que pedi para me deixa feliz...? Seria assim tão malvada comigo? —
Encosto o meu pau na sua bundinha e ela ofega, me ponho sobre ela me
esfregando nela e ouço os seus gemidos.
Beijo as suas costas subindo a minha boca para o seu ombro e me
encaixo na sua bundinha, forçando aos poucos a minha entrada, ela morde o
travesseiro, aos poucos vou me instalando dentro dela e nos amamos
novamente, não consigo resistir a essa mulher, ela me tem em suas mãos mas
consegui senti-la e ganhar a sua confirmação para nossa viagem.
Depois do nosso momento nos acomodamos nos braços um do outro e
nos entregamos ao sono, não tem coisa melhor nessa vida do que dormir
assim, agarrado ao corpo quente da pessoa que faz toda uma diferença na sua
vida, uma diferença boa, maravilhosa.
A nossa noite juntos como sempre foi perfeita, ou melhor, quase
perfeita pois eu queria está na minha casa, na minha cama com a minha
mulher, mas mesmo assim eu adoro dormir com ela em meus braços.
Marcelly está completamente nua em meus braços, ela dorme tão
serenamente, parece um anjo que tenho pena de acordar. Acaricio o seu rosto
angelical, ela realmente parece um anjo, mas com uma personalidade de uma
diabinha, Marcelly é terrível e por isso me apaixonei por ela.
Enquanto muitas se esforçavam para me agradar, Marcelly me
encanta apenas com um sorriso, uma gargalhada sua é impagável, ela me faz
querer agradá-la a todo momento.
Ergo o seu rosto beijando de leve os seus lábios e ela resmunga, me
fazendo sorrir.
— Princesa...? Está na hora de acordar meu amor, já dormimos
demais. — Acaricio as suas costas e ela sai dos meus braços se virando para
o outro lado.
— Eu não me levanto agora nem por um brigadeiro enorme... E olha
que eu amo brigadeiro... Estou morrendo de sono, me deixa dormir um pouco
mais? — Ela se acomoda no seu travesseiro me dando as costas.
— Nem por um pedaço de pudim você se levantaria? Estou sentindo o
cheiro daqui... Estou morrendo de fome amor... — Beijo as suas costas e
acaricio a sua bunda, ela se vira me encarando atenta.
— Pudim...? Não estou sentindo cheiro de nada... Não tenta me
enganar Ramon! Se minha mãe não fez você vai ter que sair para comprar pra
mim... Minha boca enche d'água só de pensar em um generoso pedaço de
pudim. — Ela volta para os meus braços sorrindo e eu beijo-a calmamente.
— Só vai se levantar por causa do pudim? Porra, fiquei magoado. —
Finjo decepção e tento me levantar, mas ela me puxa de volta se pondo sobre
mim.
— O pudim é o meu segundo doce favorito, porque o primeiro é você,
meu gostoso... — Ela me dá um sorriso atrevido antes de me beijar
ferozmente.
Já estou me animando desejando estar dentro dela, mas precisamos
viajar ainda hoje e quero aproveitar melhor o nosso tempo com os pais dela.
— Amor...! Vamos viajar depois do almoço... E você ainda não
avisou aos seus pais... Eu preciso ir em casa arrumar a minha mala enquanto
você arruma a sua, não leva muita coisa pois vamos fazer compras no
exterior... Você pode pedir a minha irmã para te ajudar nisso, Rafaela é uma
gastadeira compulsiva, não sei como ela ainda não faliu o meu pai. — Alerto
entre os beijos e sorrio ao me lembrar da minha irmã.
— Eu estava tranquila até você me lembrar da sua irmã... Ela gostar
de mim por fotos não significa que ela vai gostar de mim pessoalmente...
Espero sinceramente que seus irmãos não me tratem como o seu pai, ou eu
juro que nunca mais ponho os pés naquele lugar. — Ela se levanta indo para
o banheiro e eu não perco a chance de ir junto, com certeza vai rolar um sexo
matinal, isso é maravilhoso e revigorante.
— Não se preocupe tanto ruivinha, eles praticamente já te conhecem,
minha mãe falou tanto de você pra eles que não vai ter como eles não
gostarem de você... Agora relaxa e vamos fazer um sexo gostoso, você
precisa relaxar e eu vou te ajudar nisso... — Entro no box atrás dela mas ela
me interrompe.
— Ramon! Esquece o sexo agora, não estou no clima, estou muito
nervosa por viajar assim em cima da hora... Talvez amanhã a gente transa se
eu estiver mais calma. — Me repreende ligando o chuveiro me deixando
perplexo.
— Amanhã? Porra Marcelly é sério isso? Vamos passar horas dentro
de um avião, eu não vou aguentar, eu me excito só de olhar pra você, imagina
se eu não puder te tocar com você ao meu lado? Eu posso passar mal, sabia?
— Viro ela de frente para mim a encarando incrédulo e ela gargalha na minha
cara. Mulher abusada!
— É sério isso Ramon...? Você já pensou em ser ator de novela?
Quando você quer você é dramático demais, sabia...? Você já ficou duas
semanas sem transar comigo e não morreu por isso, então aguente bebê. —
Ela diz com ironia e se vira novamente entrando na água.
— Bebê...? Eu vou te mostrar o bebê, ele já está duro e louco para
entrar em você. — Viro-a novamente devorando a sua boca, coloco ela contra
o azulejo frio e ela geme em resposta.
Não adianta, ela pode me dominar quando quer, mas nunca consegue
resistir a mim mesmo fingindo que não me quer... Fizemos amor com calma e
tomamos o nosso banho, alguns longos minutos depois estamos nos
arrumando para tomarmos café da manhã. Fomos para mesa e meus sogros já
estão sentados nos esperando enquanto conversam.
— Bom dia, Sra. Antônia! Bom dia, Sr. Sérgio! O senhor está
melhor? Está precisando de algo que eu possa ajudar? — Cumprimento
minha sogra com um beijo no rosto e meu sogro com um abraço.
— Bom dia querido! Bom dia filha, sentem-se por favor! Vocês
precisam se alimentar... Principalmente você que não está se alimentando
direto, Celly. — Como sempre minha sogra é gentil e amável comigo.
— Bom dia Ramon! Eu estou melhor filho, não se preocupe... Que
bom que apareceu, você não acha que está trabalhando demais? Minha filha
estava triste porque você não vinha mais aqui, acho que é por isso que ela não
quer comer direito. — Questiona me apontando a cadeira ao seu lado onde
Marcelly sempre se senta, mas dessa vez ela fica ao lado da mãe.
— Me desculpe meu sogro, eu não sabia que ela não está se
alimentando... Porque não me disse que queria que eu viesse, amor? Eu teria
dado o meu jeito de vir como fiz ontem... Não quero ver você fraca então não
deixe de se alimentar, ouviu? Vou ficar triste se o seu pai me disser mais uma
vez que você não está se alimentando, estamos entendidos? — A encaro
atento e ela sorrir envergonhada. Eu amo vê-la assim!
— Entendidos, Sr. Mandão! Mas não é só por causa disso que não
estou me lamentando, estou entediada sem fazer nada dentro de casa, eu já fui
a três entrevistas de emprego que Felipe me indicou, mas até agora ninguém
me chamou... Eu não tenho sorte para encontrar um emprego descente e que
me aceitem, acho que só vou conseguir trabalho se for de dançarina ou
garçonete na sua boate, Ramon. — Relata em um tom triste enquanto se serve
um pedaço generoso de pudim, mas me irrito quando ela fala em trabalhar na
boate.
— Você só pode estar brincando Marcelly! Eu não quero você
entrando naquele lugar nem mesmo para visitar as suas amigas, elas que
venham até você mas lá você não entra mais! Você é minha mulher e não
quero aquilo pra você...! Eu não vou deixar faltar nada pra você e seus pais,
se não está gostando de ficar em casa, porque não conversou comigo? Eu
poderia comprar algo pra você trabalhar, sei lá, uma loja de roupas ou... Sei lá
o que você quiser era só me pedir, caramba! Eu não quero você falando de
boate outra vez! Eu ainda estou irritado com aquele infeliz te ligando então...
— Contesto irritado mas tento não me alterar na frente dos meus sogros, eles
nos encaram atentos mas Marcelly me interrompe.
— Eu não quero dar mais motivos para implicarem comigo, Ramon!
Não estou com você por causa do seu dinheiro, não estou acostumada a ser
mimada a toa sem fazer nada para merecer o que eu ganho, não quero
ninguém me apontando por você ficar gastando tanto comigo... — Rebate
irritada e levanta sem nem ao menos tocar no seu pudim, a interrompo
também me levantando.
— Não me interessa o que os outros vão falar, Marcelly, a minha
mulher é você e não os outros... Desde de quando você se importa com o que
os outros falam? E mesmo que falem, eu escolhi você para ser minha mulher,
eu escolhi você para um dia me casar e ter uma família então que foda-se os
outros, cacete...! Me desculpe? Sra. Antônia? Sr. Sérgio? Eu... Eu me
descontrolei me desculpem? — Me altero mas paro quando percebo que
estou saindo do controle, os vejo me encarar tão surpresos quanto Marcelly
que não diz nada.
Respiro fundo esfregando as mãos no rosto e ouço ela fungar, a
encaro atento e a vejo secar o rosto, o que está acontecendo com ela? Eu
nunca a vi tão emotiva, mas sei que essa tristeza é por não ter sido aceita em
nenhuma das entrevistas.
— Já faz um mês que estou procurando emprego e não consigo, os
únicos lugares que me chamaram foram algumas boates mas eu recusei, eu
também não quero isso pra mim, Ramon, mas não posso ficar sem trabalhar,
eu preciso conseguir algo logo... Eu sempre fui independente e você me
conheceu assim, não quero ficar dependendo de você a vida toda... Não quero
só ficar recebendo de você eu também quero fazer a minha parte no nosso
relacionamento, não é justo você ficar fazendo tudo por mim e eu não poder
nem te fazer um agrado, e quando faço é com o seu próprio dinheiro, é como
se eu não tivesse te dado nada. — Ela cruza os braços me encarando nos
olhos e vejo suas lágrimas presas neles.
Ela não quer mexer no dinheiro que ganhou do meu pai porque os
pais dela não sabem desse dinheiro, e muito menos o porquê ela o ganhou,
ela está seguindo o meu conselho de mexer nele apenas para emergências.
— Essa é a minha menina... Não se preocupe querida, vamos dar um
jeito de fazer você trabalhar, nem que tenhamos que montar algo em casa mas
o Ramon está certo, não quero mais você em uma boate... Agora que está fora
daquela vida e tem um namorado disposto a tudo por você, não vamos deixar
você voltar para aquele lugar. — Meu sogro se levanta indo abraçar a filha e
eu me seguro para não puxá-la de seus braços e apertá-la forte.
Quero colocá-la no coloco e cuidar dela, quero fazê-la feliz para não
ver novamente as suas lágrimas, quero poder presenciar todos os dias aquele
seu sorriso lindo.
— Sr. Sérgio, quero me ajude a fazer algo que ela goste, ainda estou
descobrindo todos os gostos e planos dela mas, ela não vai me falar quando
quiser algo e não tenho uma bola de cristal para adivinhar... Eu decidi
antecipar a nossa viagem para hoje depois do almoço, vamos ficar umas duas
semanas fora mas enquanto isso, vou contratar alguém para planejar e montar
o que ela quiser, e quando voltarmos ela terá o seu próprio negócio... Eu
quero com essa sua filha teimosa o que eu nunca quis com nenhuma outra
mulher, ela é a mulher que eu escolhi para fazer parte da minha vida e eu
quero fazer tudo por ela... Eu só quero ver você feliz, Marcelly, te ver
sorrindo me faz feliz, princesa... Você tendo o seu próprio negócio você vai
poder até ajudar algumas das suas amigas que saíram e querem sair da boate,
e já vou avisando! Não quero homens trabalhando diretamente com você...
Você não deve ser a única com dificuldade para encontrar trabalho... Aceite a
minha ajuda? Isso vai me deixar feliz, ruivinha? — Os encaro atento mas
foco os meus olhos nos dela.
Marcelly limpa o rosto mais uma vez e me dá aquele sorriso
encantador, me fazendo respirar aliviado.
— Eu não tinha pensado por esse lado... Você é um anjo que caiu do
céu, Ramon... Eu te amo tanto... Eu aceito a sua ajuda, obrigada meu amor...
Me desculpe por me alterar mas é que eu estou tão frustrada. — Ela se solta
do pai vindo para os meus braços e vejo meu sogro sorrir atento a nós.
— Não pensa em mais nada! Apenas me diz o que você quer e eu te
dou... Estou fazendo isso de coração só para te ver feliz... Me diz o que você
deseja e eu resolvo tudo com uma simples ligação? — Me empolgo por ela
finalmente aceitar a minha ajuda, Marcelly é muito orgulhosa mas ela sabe
ceder quando vê que precisa fazer isso.
— Não quero que façam nada sem a minha aprovação, quero
participar de tudo então fazermos isso quando voltarmos de viagem, enquanto
isso vou colocando os meus planos no papel, quando voltarmos colocaremos
em prática... Pode ser? — Diz um pouco mais empolgada me puxando de
volta pra mesa, me fazendo sorrir.
— Sim meu amor, faremos tudo exatamente como você quiser. — Me
sento novamente no mesmo lugar e dessa vez ela se senta ao meu lado.
Meus sogros apenas sorrir nos admirando mas nos questiona sobre a
viagem, explico tudo a eles enquanto tomamos o nosso café mas Marcelly
não se distrai do pudim, só ela já comeu a metade deixando o café e as frutas
de lado, a questiono sobre isso e ela deixa o pudim de lado emburrada, ela
está merecendo mais uns tapas nessa bundinha gostosa, não posso pensar
nisso agora, não quero ficar de pau duro na frente dos meus sogros, seria
constrangedor demais, o problema é que essa ruiva atrevida me tira do sério
mesmo quando não tem a intensão de fazer isso.
Capítulo 42
Marcelly
DIA SEGUINTE...

Ramon pretendia que viajássemos depois do almoço de ontem, mas na


verdade embarcamos já no final da tarde e agora estamos chegando em
Miami, no meio da madrugada. Estamos indo direto para o hotel pois
segundo Ramon, a casa que ele tinha aqui ele vendeu, pois era a casa que ele
pretendia morar com a mulher que o decepcionou, fiquei curiosa e fiz
algumas perguntas mas ele mudou de assunto, ele não gosta de falar disso e
vou respeitar a sua decisão.
Passamos bons momentos no jatinho que nos trouxe, na verdade, o
jatinho da empresa e mesmo me sentindo incomodada com isso, Ramon
conseguiu me fazer esquecer o pai dele de uma maneira muito prazerosa, esse
homem tem uma língua afiada e perigosa.
Chegamos no hotel no centro da Flórida e eu não consigo deixar de
admirar esse lugar, tudo aqui é lindo e Ramon prometeu me levar para
conhecer a cidade, não vou me esquecer de uma promessa para um passeio de
iate, estou sonhando com isso desde que saímos do Brasil.
Meus pais fizeram muitas recomendações a Ramon sobre mim, eu saí
do país e eles ficaram bastante preocupados comigo, mas mesmo assim me
apoiaram, eu queria isso então eles nunca me diriam não.
Entramos no hotel e fomos direto até a recepção, Ramon ligou do
Brasil fazendo a nossa reserva então ele pega o cartão de acesso e fomos para
o elevador, subimos para o oitavo andar e eu entro na suíte parecendo uma
criança que acabou de ganhar o melhor presente do mundo, não tenho como
negar eu estou muito feliz por viajar com o meu namorado, por estar em um
lugar como esse com ele.
Corro para sacada e fico de boca aberta com a visão aqui de cima.
— Isso parece um sonho... Isso aqui é o paraíso... — Admiro a visão
da praia a minha frente sentindo o meu coração bater forte, não acredito que
estou nesse lugar.
— Se gostou da praia a noite, imagina quando estiver nela com o sol
de fora... Esse lugar é mesmo lindo, e você aqui deixa esse lugar perfeito. —
Ramon me abraça por trás e eu respiro fundo sem conseguir tirar o sorriso do
rosto.
— Como você consegue viver longe desse lugar? Porque prefere o
Brasil a Miami? Eu sei que o meu país tem lugares maravilhosos mas isso
aqui é... É perfeito, Ramon. — Me viro o abraçando pelo pescoço e ele
abraça a minha cintura.
— Meus pais vieram para Miami quando eu ainda era adolescente, eu
vivi aqui bastante tempo, mas... Depois do que houve comigo não conseguia
mais ver esse lugar assim tão lindo como agora... Eu me curei depois que
encontrei você, ruivinha, agora eu consigo ver a beleza desse lugar porque eu
tenho ao meu lado uma mulher perfeita... Em todos os sentidos... Que bom
que estamos aqui juntos, eu preciso cumprir algo que te prometi. — Ele
desliza os dedos pelo meu rosto e leva a sua mão até a minha nuca, seus olhos
tem um brilho especial e eu sorrio antes de ganhar um beijo demorado.
Ele se solta de mim pegando o seu celular no bolso e me puxa de
volta para os seus braços, Ramon me beija enquanto tira fotos nossas e eu
sorrio na sua boca.
— O que está fazendo...? Você não é de tirar fotos então... —
Questiono entre os beijos e ele sorrir para mim sem deixar de disparar os
flashes do celular.
— Sorria para câmera, princesa...! Essas fotos vão para uma coluna de
fofocas... Todos vão saber que nos amamos e que você é minha. — Diz
tranquilamente me pegando de surpresa com isso.
— Ramon, você tem certeza disso? Não quer apenas postar nas redes
sociais? O seu pai vai ficar furioso com você amor. — Questiono preocupada
e ele me beija, um beijo ardente que me faz esquecer o que perguntei.
— Eu não tenho redes sociais, não gosto de ninguém vasculhando a
minha vida pessoal então você pode postar nas suas redes sociais... Vou
colocar na página inicial das minhas boates para que aquelas garotas percam
as esperanças de ficar comigo, porque eu sou seu... Apenas seu e demais
ninguém, princesa. — Suas palavras me surpreendem ainda mais, não estou
acreditando que ele vai mesmo fazer isso.
— Eu te amo... Você é louco e eu te amo exatamente por isso... —
Sorrio pulando em seus braços envolvendo as minhas pernas na sua cintura.
Ramon sorrir se sentando comigo em uma das poltronas aqui mesmo
na sacada, namoramos por alguns minutos mas depois ele me leva pra cama
pois estamos exaustos, nos acomodamos na mesma e ele tira a minha rouba
antes de tirar as suas, nos acomodamos nos braços um do outro e logo estou
bocejando recebendo os seus carinhos, nem vejo quando pego no sono.
Estou ansiosa para curtir esse lugar ao lado do meu amor, sei que
vamos nos divertir bastante.
Acordo com beijos pelas minhas costas seguidas de carinhos na
minha bunda, resmungo querendo dormir um pouco mais mas ele não deixa.
— Acorda ruivinha! Combinamos de passarmos o dia na praia então
vamos aproveitar, já está quase na hora do almoço e vamos almoçar fora,
minha mãe está vindo nos encontrar. — Seus beijos sobem para o meu ombro
e logo estão no meu pescoço me fazendo arrepiar.
— Sua mãe está vindo...? Porque não me disse que ela viria? Eu teria
programado o despertador para me acordar mais cedo, não sei o porquê estou
dormindo tanto... Quanto mais eu durmo mais eu quero dormir. — Pergunto
ainda sonolenta e me viro para ele.
Esfrego os olhos tentando acordar e sinto sua mão quente apalpar o
meu seio um por um, antes de sentir ele chupar o meu mamilo me fazendo
gemer.
— Vou tomar um banho... Ou não vou conseguir ficar de olhos
abertos... Ramon! Você não me deixou dormir a viagem inteira... O que está
acontecendo com você, homem? Está mais insaciável que o normal... —
Sorrio me soltando dele e corro para o banheiro, mas ele corre atrás de mim,
consigo trancar a porta antes que ele me alcance.
— Qual é ruivinha...? Será só uma rapidinha, amor...? Só para você
despertar e eu prometo te deixar em paz...! Porra você está mais gostosa que
o normal, o que você está fazendo com o seu corpo? Você está ainda mais
linda e mais gostosa... Porra Marcelly abre a porta amor? Você está com um
traseirão, isso está me deixando louco... Marcelly? — Ouço ele me contestar
do outro lado da porta e sorrio pela sua insistência.
— Vai procurar algo para comermos, Ramon! Estou morrendo de
fome... Você me deixou com fome então vai logo! — Peço em um tom alto
enquanto ligo o chuveiro e ele não diz mais nada, o silêncio se faz presente
mas logo ouço a sua voz autoritária de sempre.
— Você escapou de mim agora! Mas isso não irá se repetir, ouviu?
Ainda vou pegar você mais algumas vezes hoje, sua gostosa! — Gargalho
entrando em baixo do chuveiro mas não o respondo, não ouço mais nada
então tomo o meu banho.
Depois de alguns minutos no banho eu saio vestida em um dos
roupões do hotel, é tão macio. Saio do banheiro e vou até a minha mala no
canto do quarto, pego uma roupa confortável para vestir e escolho um vestido
floral de alças finas com um comprimento de um palmo acima dos joelhos,
solto os meus cabelos e passo a escova os deixando lisos, faço uma
maquiagem leve e calço os meus saltos na cor nude.
Saio do quarto até a sala mas não vejo ninguém, olho em direção a
sacada e Ramon está debruçado sobre a grade de proteção falando ao
telefone, ouço o nome da Rafaela e sei que é a irmã dele.
Vou até ele e o abraço por trás acariciando o seu abdômen levemente
definido, Ramon não tem músculos e nem um tanquinho definido, mas eu o
amo exatamente como ele é, seu corpo para min é perfeito assim.
— Ela está aqui, Rafa, vejo só como essa mulher é linda. — Ele se
solta de mim me puxando para os seus braços e vejo na tela uma morena
linda de olhos claros.
— Marcelly! Como você é linda, mulher! Eu já estou a caminho, em
no máximo duas horas eu chego aí, Ramon já me disse que você precisa fazer
compras e ele chamou a pessoa certa para te ajudar, você vai volta ao Brasil
com o seu guarda roupa renovado pode ter certeza disso... Eu estou tão
ansiosa para te ver pessoalmente, eu já gosto de você cunhada, só por saber
que meu irmão está feliz. — Ela diz empolgada sem respirar me fazendo
sorrir.
— Eu tenho certeza de que vamos nos dar muito bem, Rafaela,
Ramon fala coisas incríveis a seu respeito, e eu já gosto de você só por saber
que você gostou de mim... Não vou negar, eu estava nervosa e apreensiva,
mas agora estou mais tranquila, estou ansiosa para passarmos um tempo
juntas nas nossas compras, pelo que Ramon me contou eu sei que vamos nos
divertir muito. — Me empolgo tomando o celular da mão de Ramon e ele
gargalha me abraçando por trás.
— Vocês são tão lindos juntos, ainda não acredito que meu irmão
está namorando, as fotos de vocês estão viralizando nos sites de fofocas, não
sei como o papai ainda não te ligou maninho. — Comenta enquanto anda
pelo jatinho e eu encaro Ramon surpresa.
— Com o assim as fotos estão viralizando? Ramon você enviou as
fotos? Não me deixou nem escolher as mais bonitinhas? Espero que não
estejam perdendo tempo falando mal de mim, por que eu não vou me
importar com isso, o fato de você ter me aprovado como namorada do seu
irmão é o suficiente para mim, Rafaela... Espero que Alaric também goste de
mim. — Sorrio satisfeita por interagir calmamente com a minha cunhada.
— O Alaric vai gostar sim de você, meu amor, mas espero que não
goste demais, ou a minha cunhada vai ficar com ciúmes. — Ramon beija o
meu pescoço me deixando tensa.
— É só a sua cunhada que vai ficar com ciúmes, maninho? Já estou
vendo você se mordendo de ciúmes dessa ruiva linda ao seu lado... Por falar
em Alaric, olha só quem vai falar com vocês agora! — Rafaela gargalha
enquanto ouço um chorinho de bebê, logo mais alguém aparece na tela
compartilhada e reconheço o irmão de Ramon.
— Fala Ramon! Marcelly como vai? É um prazer falar com você
cunhada... Caramba ela é linda mesmo, parabéns irmão, eu já vi as fotos de
vocês e fico feliz que estejam se assumindo novamente, dessa vez para
valer... Mas tem alguém que já me ligou hoje e não gostou nada do que viu,
vocês já sabem de quem eu estou falando, não é? Mas não liguem para ele
pelo amor de Deus! A vida é de vocês então não deixem ninguém se meter
entre vocês. — Diz Alaric empolgado mas a sua expressão muda para
apreensivo.
— É muito bom falar com você também, Alaric, e não se preocupe,
ninguém vai se meter entre nós porque estamos dispostos a lutar por isso...
Eu amo o seu irmão de verdade e por ele eu sou capaz de tudo, não vou
deixar a opinião do seu pai nos separar... Me desculpa mas o que ele pensa e
deixa de pensar não me interessa, só o que me interessa é me dar bem com as
pessoas que estão torcendo por nós, eu agradeço de coração a você, Alaric,
e a você, Rafaela... Estou esperando ansiosa para conhecê-los pessoalmente.
— Desabafo segura das minhas palavras e recebo um beijo do meu
namorado.
— Caramba, dessa vez você acertou na escolha, Ramon, é por isso
que a mamãe fala tão bem dela e não exagerou em nada... Estou feliz por
vocês de verdade, irmão, bem vinda a família, Marcelly! Na hora do almoço
estarei com vocês pessoalmente, estou com saudades de você, Ramon, temos
muito o que conversar, cara, eu também já estou de saco cheio disso aqui...
Bom, conversaremos melhor pessoalmente. — Alaric diz em um tom meio
amargo e com isso percebo que Ramon não é o único a se desentende com o
pai.
— Com certeza temos muito o que conversar, meu irmão, faremos
isso na hora do almoço ou depois que as garotas forem fazer compras, elas
vão demorar mesmo então teremos muito tempo livre. — Ramon diz em um
tom sério mas logo sorrir ao falar de mim e de sua irmã.
— Eu estou ouvindo, ok, Ramon? Bom, eu preciso dar atenção ao
seu sobrinho, ele está com fome então falo com vocês em algumas horas... Te
amo maninho, te vejo logo Marcelly, beijos cunhada! — Rafaela se despede
com o seu filho no colo e ele é lindo, parece muito com ela.
— Está bem cunhada, te vejo logo, beijos! — Sorrio abertamente para
ela me despedindo e ela manda beijos antes de desligar.
— Eu também já vou me despedir, meu irmão, vejo vocês no almoço,
mamãe já ligou avisando que vai estar com vocês então os vejo logo, preciso
terminar o meu trabalho antes de sair. — Alaric também se despede.
— Tudo bem irmão, nos falamos em breve, vou levar Marcelly para
conhecer a cidade e encontramos você no restaurante, mamãe já te passou o
endereço? Temos muito o que conversarmos, Alaric, vou marcar para nós
encontramos com John e o Sr. Conrado, tenho algumas ideias em mente e
eles podem me ajudar, se você se interessar e quiser participar, será muito
bem vindo, cara, eu entendo exatamente o que você está sentindo em relação
a tudo isso então eu quero você ao meu lado, espero poder contar com você
para me ajudar. — Ramon diz convicto das suas ideias e sei que ele não vai
desistir disso, eu estarei ao lado dele para o que ele decidir.
— Pode contar comigo para o que você precisar, Ramon, não sei
quais são as suas ideias mas eu estou contigo... Bom, conversaremos melhor
depois, agora eu preciso terminar o meu trabalho por aqui... Até mais! Vejo
vocês daqui a pouco. — Ele se despede e damos tchau a ele antes de desligar,
me solto de Ramon me virando para ele e pulo em seus braços.
— Eles gostaram de mim... Ramon eles gostaram de mim! Eu estou
tão feliz que estou cagando para o seu pai, ai amor me desculpa mas é que
eu... — Comento empolgada, eufórica por ter falado com os irmãos dele e ele
gargalha, mas me interrompe com um beijo ainda sorrindo na minha boca.
— Você é demais ruivinha... Eu falei que eles iriam gostar de você
mas você não me ouviu... Não tem como não gostar de você e como eu já
previa, meu irmão gostou de você até demais... Não gostei disso. — Se gaba
ainda sorrindo mas me encara enciumado enquanto entra comigo na sala.
— É sério que você vai ficar com ciúmes do seu irmão? Seu irmão é
casado e pelo que você me disse, ele ama a esposa e eu amo você, seu
bobo...! É até uma ofensa você ficar com ciúmes de mim, eu só tenho olhos
pra você, meu amor... Só para você. — Acaricio o seu rosto e beijo-o com
calma saboreando os seus lábios viciantes.
Sinto o nosso beijo ficar intenso e ele me deita no sofá se pondo sobre
mim, mas ouço o meu estômago roncar e ele sorrir na minha boca, me
encarando com esses olhos brilhantes.
— Ok! Vamos comer alguma coisa porque não quero você fraca por
não se alimentar, aliás! Eu não gostei de saber que você não estava se
alimentando, amor... Não faça mais isso, está bem? Eu preciso de você bem
forte para me aguentar na cama, então vamos comer logo! — Ele se levanta
me puxando junto me fazendo gargalhar.
— É só por isso que me quer forte, seu tarado...? Para eu te aguentar
na cama...? Agora quem está merecendo um castigo é você, e você vai ter
isso, ouviu? — Passo por ele ainda gargalhando mas ele me puxa de volta
para o seu corpo.
— Não é só por isso que eu quero que se alimente, ruivinha, eu me
preocupo com você, meu anjo... Mas fiquei curioso para saber como você
pretende me castigar... Nem adianta inventar greve de sexo pois isso não vai
rolar, então pensa em algo bem criativo. — Ele fala enquanto desce a sua
mão até a minha bunda, mas me solto dele indo para mesa posta no canto da
sala.
— Algo criativo...? Bom, eu não sei se é criativo, mas... Eu pensei em
te amarrar em correntes e usar um chicote para te domar, o que você acha? —
Rebato enquanto me sento na mesa me segurando para anão rir e ele para na
minha frente.
— Nem fodendo você vai fazer isso comigo, Marcelly! Correntes?
Chicote? Você ficou maluca? — Ele me encara perplexo e eu me acabo de
rir, sinto vontade de me jogar no chão pois minha barriga já dói de tanto rir.
— Para de rir Marcelly! Eu estou falando sério! Você está brincando não é...?
Porra! Porque eu sempre caio nas suas gracinhas? — Ele se senta de frente
par a mim se segurando para não rir também.
— Mas é claro que estou brincando, Ramon... Meu Deus eu não sou
sadomasoquista... Não curto essas coisas... Mas curto uma pegada forte e isso
eu já tenho... O seu castigo será me fazer gozar o máximo de vezes possíveis
enquanto estivermos na nessa viagem... Quando voltarmos não quero mais
ficar um único dia se quer sem sentir você, entendeu? Esse será o seu castigo,
Sr. Ramon Mitchell! — Sorrio vendo-o me encarar com um largo sorriso.
— Sendo assim, pode me castigar sempre que quiser, minha gostosa,
vou cumprir a minha penitência com o maior prazer. — Ele se levanta se
inclinando sobre a mesa e me beija ainda sorrindo.
— Você é um safado, sabia...? E eu te amo por isso. — Sorrio de lado
enquanto me sirvo um pedaço de bobo e pego um copo de suco.
— Então somos dois safados porque você consegue ser pior que eu
quando quer... E também te amo por isso. — Sorrir se servindo uma xícara de
café mas não tirar a sua atenção de mim. — Depois que voltarmos para o
Brasil vamos decidir direitinho se vamos ao não sair do Brasil, seus pais
ainda estão indecisos por causa dos seus irmãos, mas... Tem uma coisa que eu
não posso deixar de fazer assim que voltarmos... Eu não quero mais viver
sozinho naquela casa imensa, Celly, mas também sei que seu pai deseja ver
você saindo da casa dele de modo antigo, então eu quero que seja minha
esposa... Quero me casar com você, Marcelly Alencar. — Ele me encara sério
me surpreendendo com as suas palavras e eu me engasgo com o bolo quando
ele diz querer se casar comigo.
— Você... Você quer... Se casar comigo...? Com igreja aliança e
festa? Ramon você... — Questiono ainda tossindo e ele se levanta
preocupado comigo.
— Você está bem? Bebe um pouco do suco, amor. — Pede
preocupado e sinto que estou vermelha pois meu rosto todo esquenta.
— Eu estou bem não, se preocupe... Estou bem... — O encaro ainda
surpresa e ele sorrir voltando a se sentar no seu lugar.
— Eu quero muito ter você ao meu lado para sempre, ruivinha, quero
fazer de você a mulher mais feliz do mundo e sei que para isso você terá que
se tornar a Sra. Mitchell... Primeiro eu quero conversar com os seus pais
antes de fazer o pedido formalmente, eu sei o quanto eles aprovam o nosso
relacionamento, mas, sei que o seu pai gostaria que eu fizesse isso antes que
eu leve você comigo da casa dele. — Argumenta sorrindo fazendo o meu
coração bater na boca, me emociono só de ouvi-lo falar.
— Eu... Eu não sei o que dizer, eu... Ramon eu ficarei honrada de um
dia poder ser sua esposa... Meu Deus eu não acredito que você quer mesmo
se casar comigo, que quer ter uma família comigo... Ai meu Deus será que é
possível amar ainda mais esse homem? Porque eu sinto que o amo a cada dia
mais. — Me levanto empolgada e corro para me sentar no seu colo lhe
arrancando o sorriso mais lindo do mundo.
— Eu também te amo, princesa... Te amo demais... Você é a minha
vida Marcelly e eu não consigo me imaginar de outro jeito que não seja me
cansando com você, formando a nossa família... Minha mãe vai pirar quando
souber que o nosso compromisso está a cada dia mais sério, mais forte... Ela
sempre falou de casamento e eu sempre fugi disso, mas agora é diferente,
agora eu quero isso porque te amo, e não porque ela acha que devo me casar.
— Ramon toca o meu rosto carinhosamente e eu beijo os seus lábios sentindo
o gosto do café na sua língua, meu estômago revira e me sinto levemente
zonza.
Saio do seu colo me sentindo estranha, um enjoo intenso e uma
sensação horrível me consome, um aperto no peito e um medo que só senti
uma vez antes quando fui sequestrada. Saio às pressas e corro para o banheiro
fechando a porta, sentindo a ânsia chegar na minha garganta e eu só tenho
tempo de levantar a tampa da privada, vômito tudo que comi ontem e o bolo
que nem terminei de comer agora pouco.
— Abre a porta Marcelly! O que está acontecendo, amor? Você está
passando mal? Está vomitando Marcelly...? Meu Deus abre essa porta
ruivinha? — Ouço a voz aflita de Ramon mas não consigo me levantar.
Tento respirar fundo e me esforço para me levantar, Ramon continua
batendo na porta e eu vejo tudo rodar, chego até a pia me apoiando na
bancada e lavo a boca para tirar o gosto ruim, mas de repente vejo tudo
escurecer e eu desabo caindo em um abismo sem fim.
Capítulo 43
Ramon
— Marcelly abre essa porta! Eu estou mandando ruivinha! Abre ou eu
vou arrombar! — Chamo por ela mas ela não responde.
Me desespero imaginando algo grave acontecendo e me afasto da
porta, tomo impulso e meto o pé na porta mas ela não abre e isso só me deixa
mais apavorado, pois ela está trancada, tomo impulso novamente e chuto a
porta mais uma vez e a mesma voa longe batendo na parede, entro no
banheiro correndo e Marcelly está caída no chão desmaiada.
— Marcelly? Meu amor fala comigo? O que aconteceu? Por favor
princesa acorda...? Marcelly! — Chamo por ela desesperado mas ela não
reage.
Pego ela no colo e corro com ela até a cama, meu coração bate na
boca por medo de perdê-la pois não sei o que está acontecendo. Acaricio o
seu rosto e chamo por ela, mas ela não responde, o que eu faço? Eu nunca
lidei com isso antes, o que eu faço? Não conheço nenhum médico por aqui.
— Droga o que eu faço...? Marcelly...? — Estou em pânico, estou
tremendo e suando frio com medo por ela.
Chamo por ela mais algumas vezes mas ela não responde, meu celular
toca e eu corro para pegá-lo rezando para ser a minha mãe, e quando o pego e
vejo a foto dela piscar na tela.
— Graças a Deus! Mamãe eu preciso de ajuda! Marcelly passou mal
e está desmaiada eu não sei o que fazer, me ajuda eu não posso perdê-la? —
Peço apavorado antes mesmo dela dizer alguma coisa.
— Se acalma filho! Vai ficar tudo bem... Vai até o banheiro e procura
por uma maleta de primeiros socorros, pega um pedaço de algodão e molha
com álcool, depois você passa no nariz dela até ela acordar... Eu estou
chegando aí filho, estou perto e chego rápido! — Diz calmamente para me
deixar tranquilo enquanto corro para o banheiro para fazer o que ela pediu. —
O que aconteceu com ela, filho? Porque ela passou mal? Aconteceu alguma
coisa? Vocês discutiram? — Pergunta apreensiva tentando não demonstrar a
sua preocupação.
— Eu não sei o que aconteceu, mamãe, estávamos conversando,
sorrindo, ela estava sentada no meu colo e do nada ela ficou estranha e
correu para o banheiro, eu a ouvi vomitar mas ela não me respondia
enquanto eu chamava por ela, eu arrombei a porta e a encontrei desmaiada
no chão do banheiro, você acha que eu devo levá-la para o hospital? Eu
estou preocupado... Ela estava sobre o tapete do banheiro mas não sei se ela
bateu a cabeça. — Explico enquanto passo o algodão no nariz de Marcelly
mas nada acontece, passo novamente e nada. — Não está dando certo
mamãe! Ela não quer acordar e isso está me assustando... Meu Deus acorda
Marcelly? Meu amor acorda? — Sinto minha voz trêmula e meus olhos
ardem, estou em pânico sem saber o que fazer.
— Se acalma querido, ela vai acordar! Coloca novamente o algodão
com álcool no nariz dela, repita até que ela acorde, eu estou entrando no
hotel, já chego aí em cima. — Diz em um tom sereno, mas sinto claramente
pela sua respiração pesada que ela está correndo.
— Marcelly? Princesa acorda? Por favor não faz isso comigo? Acorda
meu amor você está me assustando? — Peço calmamente vendo a minha mão
tremer enquanto coloco o algodão no seu nariz, ela se mexe mas não abre os
olhos. — Ruivinha olha pra mim? Amor você está bem? Ela está acordando
mamãe! Ela está reagindo... Marcelly fala comigo princesa...? Meu Deus que
susto você e deu... — Puxo ela para os meus braços deixando o telefone cair
sobre a cama e aperto a minha mulher contra o meu corpo.
Sinto a minha respiração pesada e meus olhos queimarem como
brasas, meu coração bate na boca e um alívio me domina por vê-la bem.
Sinto ela me apertar e beijar o meu pescoço, me afasto brevemente dela e a
mesma se deita novamente me encarando atenta.
— O que aconteceu? Porque estamos na cama...? A minha cabeça está
doendo, o que houve amor...? — Pergunta confusa mas para olhando para
porta do banheiro pensativa.
— Você desmaiou e me deu um puta susto, meu anjo? Você vomitou,
eu chamei por você mas você não me respondia, eu tive que arrombar a porta
para ver você desmaiada no chão, eu quase morri de tanto medo. — Tento
não me irritar pois ainda estou nervoso, ela me encara envergonhada se
sentando na cama.
— Me desculpa, Ramon? Eu não queria te preocupar mas eu não me
senti bem... Eu senti uma tontura, uma sensação estranha, eu tive medo
mesmo sem saber o porquê... Estou com um mal pressentimento eu não quero
sair daqui... Não quero ir pra rua, Ramon, vamos ficar aqui? — Ela me encara
amedrontada e me abraça forte, me abraça aflita e posso sentir o seu medo.
— Me explica o que houve? Você está com medo de quê? Porque está
tendo esse pressentimento ruim? Viu ou ouviu algo que te impressionou?
Você estar me escondendo algo, Marcelly? — Questiono trazendo-a para o
meu colo e ela não me solta por nada.
— Não estou te escondendo nada, eu juro...! Eu não sei o que houve,
não sei o porquê estou me sentindo assim... Eu só não quero sair de perto de
você... Não me deixa sozinha por favor? Não me deixa, Ramon? — Súplica
deitando a cabeça em meu ombro ainda abraçada a mim e eu aperto o seu
corpo no meu.
— Se acalma, minha vida! Está tudo bem, eu não vou deixar você, eu
prometo...! Eu nunca vou deixar você... Não quer sair para almoçar com a
minha mãe? Se preferir podemos almoçar aqui mesmo no hotel. — Deito ela
na cama me deitando ao seu lado e ela parece ter se fundido em mim, ela
parece ter medo de me soltar.
Ouço a campainha tocar e deixo-a por um instante só para abrir a
porta e vejo minha mãe me encarar preocupada.
— Oi filho, onde ela está? Me deixe vê-la meu amor? — Ela me dá
um beijo e um abraço carinhoso antes de seguir apressada para o quarto.
Entramos no mesmo juntos e ela vai direto até Marcelly se sentando
ao seu lado.
— Oi querida? Como você está? O que está sentindo? Acha que
precisa de um médico? Você está tão pálida. — Mamãe a encara preocupada,
acariciando o seu rosto e eu me sento do outro lado da cama.
— Eu estou bem, Sra. Verônica, não se preocupa... Eu estou me
sentindo estranha, uma sensação ruim, um mal pressentimento e isso me fez
enjoar, me deixou tonta e eu desmaiei... Isso vai passar logo, não precisar se
preocupar comigo, deve ser coisa da minha cabeça, não precisa de médico. —
Ela se senta na cama segurando a mão da minha mãe com carinho, isso era
tudo que eu queria, minha família e minha mulher se dando bem.
— Entendo querida, mas não precisa se preocupar porque você está
segura, está protegida e nada vai te acontecer... Se não quiser sair para
almoçarmos não tem problema, você não está bem então podemos almoçar
aqui mesmo, ou na minha casa, Danilo está viajando a trabalho e não teremos
que nos preocupar com ele, o que me diz? A casa é cercada de seguranças
você não vai precisar se preocupar com nada, estará ainda mais protegida. —
Minha mãe sorrir para ela com aquele seu jeitinho amoroso que tanto me faz
falta, é impressionante como minha mãe lembra minha sogra e vice-versa.
— Eu não sei se é uma boa ideia, Sra. Verônica, se seu marido chegar
de repente ele não vai gostar de me ver lá e eu não quero causar problemas
para senhora, ele já está sabendo que estou em Miami com o seu filho e não
gostou nada disso. — Marcelly a encara envergonha nos fazendo sorrir, sei
muito bem que ela não deixaria uma discussão com o meu pai passar em
branco, sorrio admirando-a depois do susto que ela me deu.
— Aquela casa também é minha, querida, e eu recebo nela quem eu
quiser, goste o meu marido ou não, você é minha nora e eu quero passar um
tempo com você e meu filho sem precisar nos esconder daquele velho
arrogante... É meu marido sim, eu me casei o amando mas ultimamente estou
me questionando se ainda o amo, depois da vergonha que ele me fez passar
com os seus pais, o nosso casamento não é mais o mesmo... Bom, vocês
decidem para onde vamos, Alaric vai nos encontrar logo e Rafaela já está
quase chegando. — Comenta minha mãe em um tom decepcionado mas logo
se anima para não deixar a minha ruivinha preocupada com o meu pai.
— Eu vou onde você for, Ramon, eu só não quero ficar longe de você.
— Afirma minha mulher meio sem graça por minha mãe nos admirar tão
atentamente com um sorriso largo.
— Se está se sentindo insegura para ficar na rua, então vamos para
mansão, lá tem muitos seguranças e é a obrigação deles proteger a todos
dentro daquela casa, ou podemos ir a um restaurante e eu chamo alguns dos
seguranças para nós acompanhar... Decida você o que for melhor meu amor,
o que você decidir por mim está tudo bem. — Acaricio o seu rosto e ela me
dá um sorriso para me tranquilizar, e ela sempre consegue.
— Eu também não quero a sua mãe saindo de casa para ver o filho
porque o seu pai não me aceita, ele vai ter que me engolir querendo ou não
porque eu sou sua mulher...! Então vamos para sua casa, será mais
confortável para sua irmã também por causa das crianças, vai ser melhor
assim... Não posso ser egoísta e pensar só no meu bem estar, se você e sua
mãe estão dizendo que tudo bem eu ir, então nós vamos. — Concorda
decidida se levantando e nos levantamos também.
— Essa é a minha garota, forte como só ela consegue ser. — Dou a
volta na cama me aproximando dela e da minha mãe, abraçando as duas
beijando a cada uma delas.
Não posso negar, estou feliz com a minha mulher e minha mãe aqui
comigo, para ficar melhor só falta os meus sogros e meus irmãos para
estarmos em família.
Estou decidido a me casar com essa mulher assim que voltarmos ao
Brasil, não me importo se as coisas estão acontecendo rápido demais, eu só
não quero perder essa mulher.
Eu nunca me imaginei casando mas depois de ver Marcelly tão
emocionada no casamento da amiga, eu não tive mais dúvidas, eu quero essa
mulher para o resto da minha vida, e vou ter, vou pedi-la formalmente em
casamento ainda essa semana, vou preparar algo especial com a ajuda da
minha irmã e vou dar a minha mulher o que ela merece, depois eu oficializo o
pedido com os pais dela. Essa mulher merece o céu e eu vou dar isso a ela.
Nos preparamos para sair do hotel e minha mãe liga para meus irmãos
avisando da nossa mudança de planos, vamos almoçar na mansão Mitchell e
como as empregadas não estão sabendo dessa visita, ligamos para um
restaurante e encomendamos comida para todos.
Apesar do que aconteceu no hotel, Marcelly parece mais empolgada
conversando com a minha mãe como se nada tivesse acontecido, a admiro
descaradamente mas ela nem percebe, elas estão empolgadas olhando para
fora do carro e nem me notam, sorrio todo bobo, feliz por esse momento
especial para mim.
Seguimos para mansão e em poucos minutos estamos chegando,
assim que o carro entra pelos portões Marcelly coloca a cabeça para fora da
janela do carro encantada com o lugar.
— Caramba Ramon...! Isso aqui é maior que a sua mansão... Aqui
tem espaço para dois Maracanãs de tão grande. — Comenta eufórica me
fazendo gargalhar, essa mulher tem uma alma tão simples, um coração tão
puro que me fascina, ela se encanta com tudo a sua volta.
— Depois do almoço eu te levo para conhecer cada canto desde lugar,
minha princesa, e depois das suas compras com a minha irmã nós vamos
conhecer a cidade... Isso se Rafaela não te levar antes. — Sorrio mas ela nem
pisca olhando o jardim da casa.
O carro para e nós saímos empolgados apesar de saber que o meu pai
não vai gostar de nós ver aqui, mas essa casa não é só dele e ele não vai poder
fazer nada quanto a isso.
— Seja muito bem vinda, Marcelly! Sinta-se como se essa fosse a sua
casa... Venha! Eu vou te mostrar a casa, é uma pena vocês não ficarem aqui
comigo mas eu entendo o lado de vocês e os apoio, mas você sempre será
bem-vinda nessa casa, querida, entre! — Minha mãe abraça Marcelly
empolgada me deixando para trás.
Não teve como não sorrir, não tem como não se encantar com essa
mulher mas sempre terá alguém para nós provar o contrário, não teve como
não me lembrar do Danilo, estou começando a não gostar de chamá-lo de pai.
Estava tudo pronto para eu dar o golpe final nele antes de sair do país, mas eu
antecipe a nossa viagem e terei que fazer isso a distância, amanhã sem falta
eu faço as minhas ligações e meu pai nem vai saber como e nem quando a
sua amada empresa começou a desmoronar, um furacão vai atingir aquele
lugar depois que eu transformá-lo em um bordel, já que ele despreza tanto as
minhas boates, a ideia de Marcelly é perfeita e eu vou colocá-la em prática
em sua homenagem.
Entro em casa atrás das mulheres mais lindas da minha vida e elas
estão andando pela casa empolgadas, ando alguns metros pela sala e vejo
Sthefany vindo da cozinha passando por Marcelly, a encarando de cima
abaixo e minha mãe chama por ela apresentando as duas, porra que saia justa,
da última vez que tentei transar com Sthefany a confundi com Marcelly e
nunca mais ela falou comigo. Vou na direção delas e a empregada me encara
discretamente.
— Sr. Ramon, que prazer vê-lo por aqui... Vejo que trouxe a ruivinha,
foi com ela que me confundiu quando tentou transar comigo...? Cretino! —
Diz com um sorriso debochado e sai me deixando perplexo.
— Puta que pariu... Vadia desgraçada! — Sussurro entre dentes e vejo
Marcelly me encarar decepcionada, ela fecha a cara tentando passar por mim
para ir atrás da empregada mas seguro ela pelo braço. — Antes, que você
faça alguma besteira e me julgue, e nós acabarmos brigando, eu quero que
saiba que isso aconteceu no dia em que eu te coloquei como minha exclusiva
na boate, eu já estava apaixonado por você e por isso a confundi com você, e
não transamos, ok? Depois desse episódio eu não tentei mais transar com ela
e nem com ninguém além de você, ruivinha... Por favor acredita em mim? Eu
nunca menti pra você antes e não faria isso agora, minha mãe pode confirmar
isso... Diz a verdade a ela, mamãe? Mesmo que me prejudique com a minha
mulher, diz a verdade a ela? O que acontecia nessa casa quando eu vinha pra
cá sozinho? — Explico meio irritado e Marcelly permanece calada apenas
ouvindo, puxo ela para aperto da minha mãe que suspira fundo.
— Eu falei que ficar se envolvendo com as empregadas um dia iria te
colocar em maus lençóis, Ramon, você não acreditou em mim e olha o que
aconteceu, filho...? Ele está falando a verdade querida, Ramon me conta tudo
até mesmo as safadezas que ele já fez por aí... Já faz alguns meses que
percebi que Sthefany não fala com Ramon, nem ao menos o cumprimenta e
se fez isso hoje, foi porque soube que você é a namorada dele, Ramon nunca
levou uma mulher a sério depois que a ex namorada dele o traiu, ele nunca
mais confiou em outra mulher a não ser a mãe e a irmã, então não se
preocupe com essa menina, ela só revelou aquilo para te ver assim, magoada
com o meu filho para fazer vocês brigarem, mas eu não vou permitir isso...!
Eu jamais passaria a mão na cabeça de um filho meu para acobertar as
sujeiras que já aprontou, meu filho está sendo sincero, não duvide dele,
Ramon te ama e não faria com você o que fizeram com ele... Agora
desmancham essas carinhas emburradas vocês dois! Vai mostrar a piscina a
ela, Ramon, o jardim está lindo e Marcelly vai gostar de ver, eu preciso
resolver uma coisa antes de me juntar a vocês. — Mamãe encara Marcelly
nos olhos e a vejo respirar junto evitando me encarar, dona Verônica empurra
minha mulher para os meus braços e sai me deixando sozinho com ela.
Puxo ela pela mão mas ela se solta ainda emburrada, paro a encarando
sério e ergo uma sobrancelha.
— O que é? Eu sei andar sozinha, não precisa me arrastar como se eu
fosse uma criança! — Dispara irritada ainda evitando me encarar, mas vejo
que ela se segura para não rir.
— Ok! Eu sei que você sabe andar sozinha, mas não quero você
emburrada comigo, então vamos logo! — Pego ela no colo colocando-a sobre
os meus ombros e ela gargalha.
— Ramon você ficou maluco...? Me põe no chão agora...! — Me
repreende entre gargalhadas me fazendo sorrir também, tiro ela do meu
ombro e caminho com ela em meus braços.
— Não quero você emburrada comigo por algo que eu tenha feito no
passado, Marcelly... Eu só tenho olhos para você, princesa... Só amo você e
só desejo você, entendeu? — Saio da casa com ela em meus braços e
caminho pelo jardim, ela sorrir antes de me beijar com doçura, com paixão.
— Eu acredito em você... Eu confio em você, Ramon... Mas você não
pode me impedir de sentir ciúmes porque você também é bastante ciumento...
Agora me põe no chão! — Diz entre os beijos mas tenta descer do meu colo e
eu não deixo.
— Eu só vou colocar você no chão quando eu me cansar, e eu ainda
não me cansei, então fica quietinha e curta o passeio nos braços do seu
homem. — Vou em direção a piscina e ela me encara com um sorriso largo,
aquele que eu adoro.
— Meu homem...? Eu gosto quando você diz isso... E você? Gosta
quando eu digo que sou sua mulher...? Que sou todinha sua e estou te
desejando ardentemente...? — Ela ofega me encarando com desejo e eu paro
fitando os seus lábios rosadinhos.
— Porra, não me provoca Marcelly! Ou eu vou levar você para um
dos quartos e pego você dê jeito, ouviu...? Cacete! Eu também estou te
desejando desde cedo mas você fugiu de mim, sua pestinha... Que tal se
fizermos amor dentro dessa piscina? Quero pegar você dentro da água, minha
sereia. — Coloco ela no chão sem soltar o seu corpo e ela gargalha na minha
cara.
— Onde já se viu uma sereia que não sabe nadar...? Essa piscina é
mais funda que a sua, eu tenho medo, e não vamos transar na piscina dos seus
pais, você ficou louco...? No hotel tem uma banheira de hidromassagem e
podemos fazer amor nela, o que acha? — Contesta ainda sorrindo se virando
para piscina. Abraço ela por trás.
— Não corta o clima, Marcelly! Não seja malvada eu quero você,
amor... — Pressiono o meu pau na sua bundinha arrebitada e ela se afasta se
soltando de mim.
— Você ficou maluco, Ramon? Os seus irmãos estão chegando para
almoçar com a gente, a sua mãe está lá dentro nos esperando e você querendo
fazer amor...? Eu também te quero mas teremos duas semanas para aproveitar
e nos curtirmos à vontade, então nesse momento vamos dar atenção a sua
família, e mais tarde eu dou atenção a você, combinado? — Ela me lança um
olhar sexy e provocante e eu respiro fundo.
— Porra Marcelly... Cacete ruivinha... Ok! Vamos sair logo daqui,
não podemos ficar muito tempo sozinhos ou eu vou agarrar você... Vamos
voltar pra dentro de casa. — Me aproximo dela adentrando os meus dedos em
seus longos cabelos ruivos e puxo levemente trazendo a sua boca até a minha.
Beijo-a com vontade desejando realmente fazê-la minha dentro dessa
piscina, mas ela tem razão, essa piscina e muito funda e não quero ela
desconfortável com isso, teremos outros momentos para aproveitarmos
juntos.
Voltamos para dentro da casa e minha mãe se junta a nós novamente,
pouco tempo depois meus irmãos chegam empolgados e vamos direto para
mesa de jantar pois estamos famintos.
— Ela é ou não é um amor, mamãe? Eu gostei muito de você,
Marcelly, e desde já, quero que saiba que o seu passado não quer dizer nada
para mim, quer dizer, eu te admiro por ter entrado naquela vida para ajudar os
seus pais, acho que eu no seu lugar também teria feito o mesmo se não
conseguisse outro tipo de trabalho... Eu queria muito que você morasse perto
de mim, iríamos montar uma belíssima loja de roupas íntimas porque sei você
tem bom gosto, montaríamos uma fábrica de lingeries e não ia ter para
ninguém, seríamos famosas com as nossas peças e eu conciliaria o meu
trabalhão na empresa com a nossa boutique... — Minha irmã fala sem parar
nos fazendo sorrir, já estou ficando zonzo então a interrompo.
— Maninha, respira pelo amor de Deus...! Mas eu gostei da sua ideia,
vou montar algo para Marcelly trabalhar no Brasil e essa sua ideia é bastante
interessante... Até porque somente as mulheres vão frequentar a loja e isso
me agrada bastante. — Revelo enquanto me sirvo e Marcelly faz o mesmo,
mas para me encarando com uma sobrancelha erguida.
— E quem te disse que só as mulheres frequentam esse tipo de loja,
Ramon? Os homens quando querem agradar as suas mulheres, ou até mesmo
quando querem ser agradados, eles compram lingeries para presentear, então
vai se acostumando com isso pois essa ideia da Rafaela é exatamente o que
eu estava pensando em fazer... E é bom você comprar algumas pra mim para
compensar as que você rasga de vez em quando. — Diz espontaneamente
fazendo a todos gargalharem a deixando envergonhada.
— Eu não sabia que você era assim tão selvagem, maninho... Cuidado
para não assustar a garota. — Alaric diz entre gargalhadas nos fazendo sorrir
ainda mais.
— A mulher é minha e eu sei do que ela gosta, Alaric... Vai me dizer
que você não pega a sua mulher de jeito? Não sei como ela te atura. — Entro
na zoação e ele fica sério me fazendo gargalhar.
— Eu dou sim o que a minha mulher gosta, ouviu...? Confesso que
preciso dar uma melhorada pois estou ficando velho, você podia me dar umas
dicas já que você tem tanta experiência com mulheres. — Ele volta a sorrir
enquanto começamos a comer mas minha irmã e minha mulher estão
empolgadas com a ideia da nova loja de lingeries.
Minha mãe apenas nos admira sorrindo enquanto comemos e
conversamos, a esposa de Alaric e o marido de Rafaela não puderam vir para
o almoço mas no jantar eles estarão aqui, e assim como meus irmãos, sei que
eles vão gostar da minha ruivinha, ela está tão empolgada que nem parece
aquela garota nervosa e apreensiva de antes.
Capítulo 44
Marcelly
O que posso dizer? Eu estou feliz por estar vivendo esse momento
com Ramon e a sua família, não gostei de saber que ele transava com aquela
empregada abusada, eu queria muito dar uns esfregões nela mas agradeço
mentalmente por ter sido impedida, não quero passar vergonha na casa da
minha sogra e dar um vexame como o que o meu sogro fez.
Terminamos o nosso almoço e fomos para sala de estar conversar um
pouco, quero conhecê-los melhor e eles também querem saber mais sobre
mim e minha família. Conto a eles pouca coisa pois Ramon já disse quase
tudo, também fiquei sabendo de muitas das travessuras de Ramon e algumas
até me fizeram sorrir, mas outras me deixaram enciumada mas estou ciente
de que tudo isso faz parte do passado.
— Vem Marcelly! Eu que te mostrar algumas fotos do Ramon quando
era pequeno e também na adolescência, você vai rir muito querida, se
prepare! — Minha sogra se levanta sorrindo e eu me levanto com ela.
— Não faz isso mamãe! Se ela fugir de mim depois e a culpada será
você... Não ria de mim, ouviu ruivinha...? Eu não quero nem ficar perto,
vamos sair daqui, Alaric, precisamos conversar. — Ramon se levanta se
aproximando e me rouba um beijo feroz antes de se afastar me deixando
tensa.
Sorrio feito uma boba apaixonada o admirando se afastar, ele sobe as
escadas com o irmão mas no meio dela ele se vira sorrindo pra mim e
sussurra um, "eu te amo" sorrio de volta sussurrando a mesma frase e ele
volta a subir sumindo das minhas vistas.
Sigo com a minha sogra e minha cunhada para o escritório, entramos
no mesmo e elas vão até uma estante enorme abrindo algumas gavetas, eu já
vi algumas fotos do Ramon pela casa e ele era lindo quando era mais novo,
agora mais maduro ele é um homem experiente e com uma pegada forte que
me enlouquece, eu acho ele lindo com todas aquelas tatuagens e sua
expressão de homem mandão, pois ele realmente é mandão e na cama ele faz
de mim o que quer, não tenho forças para reagir contra ele pois ele sempre
me domina, e eu amo ser dominada por ele.
Me sento com dona Verônica e Rafaela e elas começam a me mostrar
as fotos de Ramon, enquanto contam as histórias sobre elas, ele era mesmo
uma criança linda, e seu olhar já dizia que seria um sedutor.
Sorrimos com as histórias que minha sogra conta enquanto me mostra
cada foto, me arrancando gargalhadas.
— Essa foto em família é linda, vocês sempre foram muito unidos e
isso é essencial para mim nas pessoas... Nós prezamos muito a família e
vocês também, isso me trás ainda mais certeza de que eu escolhi o cara certo
para entregar o meu amor... Eu estou muito feliz por fazer parte dessa família
e Ramon se identificou bastante com os meus pais, isso também foi
importante pra mim. — Me emociono olhando aquelas fotos mas sorrio ao
me lembrar dos meus pais.
— E nós estamos muito felizes em te receber na nossa família,
Marcelly, eu adorei conhecer você e já estou ansiosa para conhecer os seus
pais, quando eles vão vir nos fazer uma visita? Ou podemos ir até eles já que
meu pai fez o favor de aprontar com eles... Eu sinto muito pelo que ele fez e
peço desculpas, não é aquela imagem que queremos transmitir a ninguém que
queira fazer parte da nossa família... Às vezes eu até sinto que não conheço
totalmente o pai que tenho. — Rafaela diz entusiasmada mas fica pensativa
ao se lembrar daquele velho repugnante, que infelizmente é o pai dela.
— Não se desculpe, Rafaela, você não teve culpa de nada, nem você,
nem a sua mãe e muito menos os seus irmãos, pelo contrário, com exceção do
seu pai todos me receberão muito bem e me trataram com respeito, então
vamos esquecer esse assunto... — Sorrio segurando a sua mão com carinho e
ela retribui, mas sou interrompida por um dos seguranças entrando no
escritório.
— Com licença, Sra. Verônica! Estamos aqui a mando do Sr.
Danilo... Srta. Marcelly! Levante-se por favor! A senhorita precisa deixar
essa casa agora mesmo! Queira me acompanhar por favor! — Avisa o
segurança se aproximando enquanto outros permanecem parados na porta.
— O que pensa que está fazendo? Eu também sou dona dessa casa e
aqui eu recebo quem eu quiser, então retire-se! Diz ao seu patrão para falar
comigo pessoalmente! Pois na ausência dele quem manda aqui sou eu! Então
obedeçam às minhas ordens e saiam! — Minha sogra se levanta irritada os
encarando séria, mas eles não se movem um milímetro, meu coração acelera
e aquela sensação ruim volta a me consumir.
— Me desculpe, senhora, mas quem paga o meu salário é o seu
marido, então eu preciso cumprir as ordens dele, se essa moça não vier
comigo por bem, ela virá por mal! — Insiste o segurança e eu tento passar
por ele mas ele não permite.
— Tudo bem! Eu vou embora sem precisar armar todo esse circo, eu
só preciso chamar o Ramon porque ele vai querer vir comigo. — Tento mais
uma vez passar por ele mas o mesmo se coloca na minha frente me segurando
pelo braço.
— Me desculpe mas eu não posso permitir isso, são ordens do Sr.
Danilo que o filho não saia dessa casa com você, então vamos! — Diz
enquanto me arrasta para fora do escritório e eu tento me soltar, em vão.
— Solta ela Matias! Você não pode fazer isso ela é da família! Solta
ela! — Rafaela tenta me soltar do segurança mas um dos outros seguranças
que estavam na porta segura ela impedindo as duas de virem até a mim.
— Me solta! Porque estão fazendo isso? Eu estou aqui porque fui
convidada, eu sou namorada do Ramon vocês não podem fazer isso comigo!
Me solta! — Me debato tentando me soltar mas ele continua me arrastando
para fora da casa e outro segurança ajuda me arrastando pelo outro braço.
— São ordens do meu patrão, você não é bem vinda nessa casa então
você precisa sair! — Os seguranças me jogam para fora da casa como se eu
fosse um saco de lixo.
— Vocês não podem fazer isso, eu vim aqui com o Ramon e vou
voltar com ele! Eu não conheço nada aqui, me deixa falar com o Ramon e
depois eu vou embora? — Tento entrar na casa novamente mas eles barram a
minha entrada, minhas lágrimas já descem pelo meu rosto livremente, me
sinto uma intrusa sendo tirada daqui dessa maneira.
— Se não quer sair por bem, vai sair por mal! — Eles me seguram
pelos braços novamente me arrastando pelo jardim como se eu fosse uma
criminosa invadindo a casa.
— Por favor me deixem falar com o Ramon! Me soltem! RAMON...?
RAMON...? ME AJUDA RAMON? — Sinto minhas lágrimas descerem
enquanto sou arrastada para longe da casa.
— O que está acontecendo! Soltem ela! Seus malditos soltem ela! —
Ouço a voz alterada de Ramon na sacada da casa mas os seguranças não
param.
— RAMON...? RAMON...? — Grito apavora e com medo mas ele
desaparece na sacada.
Me debato tentando me soltar mas eles continuam me arrastando em
direção aos portões de saída, quando já estão abrindo os portões ouço
novamente a voz alterada de Ramon.
— SOLTEM ELA! SEUS ANIMAIS SOLTEM A MINHA
MULHER! SOLTEM ELA! MARCELLY...? MARCELLY? — Ele grita
correndo na minha direção mas é impedido por vários seguranças que o
seguram tentando arrastá-lo de volta para dentro da casa.
— RAMON...? POR FAVOR...? RAMON...? — Choro mais uma vez
tentando me soltar mas sou jogada no meio da rua como se joga um pedaço
de papel amassado.
— Levem ela para o aeroporto e despachem para o lugar mais distante
do planeta...! São ordens do patrão! Ela não pode ser encontrada, ouviram?
Se ela resistir podem matar! Também são ordens do chefe! — Dispara o
chefe dos seguranças me encarando com desprezo me deixando em pânico.
Meu Deus, o que eu fiz para essas pessoas para merecer ser tratada
assim?
— Não...! Por favor isso não...? Eu faço o que vocês quiserem, eu
sumo para nunca mais ser encontrada mas me deixa ver os meus pais antes?
O Ramon vai procurar por eles então me deixe ir embora e levá-los comigo?
Por favor eu prometo que desapareço e nunca mais vão saber de mim... Só
me deixem pegar os meus pais...? Por favor...? — Imploro em meio ao choro
me levantando aflita e o chefe dos seguranças me encara atento.
Olho para dentro da mansão Mitchell e vejo Ramon lutando para se
soltar dos seguranças, gritando enfurecido e sua mãe e sua irmã tentam se
aproximar, mas também são impedidas.
— Eu vou embora, eu já disse...! Mas por favor peça para não
machucarem ele...? Por favor me deixa ir embora com os meus pais...? Eu
não vou aparecer nuca mais, eu prometo...? Eu sei que vão me vigiar e eu não
vou me arriscar, então eu vou embora, caramba! — Suplico entre soluços
ainda chorando e ele respira fundo.
— Está bem, nós vamos aliviar para o seu lado, mas se você for
encontrada eu mesmo mato você e seus pais, você me ouviu? Reza para
ninguém te encontrar, ou nos veremos novamente, Marcelly! Coloquem ela
em um avião de volta para o Brasil, liga para os nossos parceiros encontrarem
ela no aeroporto e depois despache-a com os pais para algum lugar do
mundo, desde que seja o mais longe possível. — Ele me encara dentro dos
olhos e sei que ele não está brincando, ele não é um segurança qualquer, ele
parece mais o chefe dos mafiosos. — Você! Pega o celular dela e destrói para
ela não tentar nenhuma gracinha... Não a deixe sozinha nem para ir ao
banheiro, você entendeu? Se você falhar na sua missão, não será ela quem
sentirá a bala da minha arma, será você! A bagagem dela já está no carro, o
chefe não quer nenhum rastro que lembre essa garota então vão! Rápido! —
Ordena em um tom severo me deixando em pânico, eu não acredito que
aquele velho nojento mandou fazerem isso comigo.
— MARCELLY! MARCELLY! — Ramon grita se soltando dos
seguranças e corre na minha direção, mas é derrubado por três dos seguranças
que correm atrás dele.
— Ramon... Eu te amo mas vou ter que te esquecer... Disso depende a
minha vida e a vida dos meus pais... Eu sinto muito mas não podemos ficar
juntos, meu amor... Eu vou te amar para sempre, minha vida... — Sussurro
entre lágrimas tentando me aproximar do portão mas sou puxada pelo braço e
me enfiam dentro de um carro com os vidros escuros.
Choro em silêncio para não irritar esses homens porque eles não estão
de brincadeira, eu já lutei pela minha vida antes e preciso fazer isso mais uma
vez, eles estão me dando uma chance de permanecer vida junto aos meus
pais, não vou colocar a vida deles em risco então precisamos sumir do mapa
como o diabo do Sr. Danilo quer.
Como posso ter o amor de um homem que o pai é capaz de tudo conta
mim? Como vamos viver esse amor se a minha vida e a dos meus pais estão
em risco? De uma coisa eu tenho certeza, jamais seremos felizes enquanto
aquele velho medonho existir, então a minha única solução será abrir mão do
amor da minha vida, com o coração sangrando mas eu preciso me afastar dele
mesmo contra a minha vontade.
Eu nunca mais o verei, mas estou disposta a fazer esse sacrifício para
me manter viva, ele me fez prometer nunca colocar a minha vida em risco
então vou cumprir a minha promessa, ele estava sendo vigiado antes e com
certeza agora estaremos os dois sendo vigiados para garantirem que não
vamos nos encontrar.
Tento olhar para fora do carro mas os vidros são escuros demais, não
sei para onde estão me levando mas espero que seja mesmo para o aeroporto,
me lembro dos meus documentos e o passaporte e encaro os seguranças nos
bancos da frente.
— Onde estão os meus documentos? Eu vou precisar deles para sair
do país e viajar depois para, sei lá onde vocês vão me mandar, a minha bolsa
ficou na mansa... — Limpo o meu rosto tentando enxergar melhor e o
segurança no banco do carona joga a minha bolsa em cima de mim.
— Para o seu bem garota, é melhor não tentar nenhuma gracinha
porque se você escapar da gente, outras pessoas vão te encontrar e você não
terá a mesma chance que está tendo agora de permanecer viva, entendeu?
Você não sabe com quem está lidando, você não faz a mínima ideia de quem
é Danilo Mitchell... Se você não tem medo dele, é melhor ter! — Me
aconselha tranquilamente e eu sinto um arrepio na espinha, aquela sensação
de medo, aquela tontura volta e eu rezo para não desmaiar novamente.
Não digo nada pois não tenho nada a dizer depois do que ouvi, sinto
que perdi uma parte grande de mim então me limito a ficar quieta na minha,
aquele velho do mal venceu a guerra e eu preciso aceitar a minha derrota.

Ramon
— ME SOLTEM SEUS MALDITOS! O QUE FIZERAM COM
ELA? O QUE FIZERAM COM ELA? MARCELLY...? MARCELLY? —
Grito enfurecido tentando a todo custo me soltar, consigo vê-la sendo jogada
bruscamente dentro do carro e o mesmo sai em disparada me deixando
desesperado.
Sinto o meu coração se despedaçado, sinto o meu mundo sendo
destruído e eu me forço a me soltar das garras desse maldito, vejo Alaric
dando uma gravata no segurança então me solto correndo em direção ao
portão, um dos seguranças aponta uma arma para mim mas eu não ligo de
morrer se eu perder a minha mulher.
Corro passando pelo segurança mas ele me agarra por trás me
derrubando, luto com ele rolando pelo chão e a arma dispara.
— RAMONNNN! — Ouço os gritos da minha mãe e minha irmã e eu
encaro o segurança em cima de mim. — RAMON MEU FILHOOOO! —
Ouço os gritos de pânico da minha mãe enquanto empurro o segurança o
tirando de cima de mim, me levanto pegando a arma da sua mão.
— Eu estou bem mamãe! Abaixem-se! — A encaro dentro dos olhos
e ela sussurra um "não".
Me viro para os seguranças vindo na minha direção e disparo a arma
acertando um por um, eles revidam mas consigo me defender para não ser
atingido, corro até o segurança caído mais a frente e pego a sua arma
descarregando-a na direção dos seguranças que avançam contra mim, me
deito no chão fazendo o corpo do segurança morto de escudo e atiro sem dor
e nem piedade. Olho para minha mãe e ela está caída no chão com a minha
irmã e Alaric protegendo o seu corpo.
Me levanto avançando contra os poucos seguranças que tentam se
proteger das balas, pego outra arma no chão mais a frente e corro em direção
ao portão, mas o chefe dos seguranças aparece na minha frente com uma
arma apontada para mim e eu aponto as duas armas para ele.
— Onde ela está? Para onde aqueles vermes a levaram? É melhor
você falar ou você vai conhecer o filho do diabo, EU! — Esbravejo entre
dentes, me aproximo com passadas lentas sem desviar as armas dele que faz
o mesmo.
— Eu só cumpro ordens, Sr. Ramon, o seu pai me mandou tirá-la
daqui e foi o que eu fiz... Não tenho culpa se o seu pai não gosta da garota...
Eu sinto muito mas você não a verá outra vez. — Ele se aproxima atento às
minhas reações e eu sinto o meu coração sangrar ainda mais com as suas
palavras.
— O que vão fazer com ela? Para onde a levarão? Me diz e eu
prometo poupar a sua vida! — Pergunto já impaciente e vejo outros
seguranças atrás dele apontando as suas armas para mim.
— Ela está sendo levada para alto mar, vai virá comida de peixe, sinto
muito... Agora abaixa essa arma! Você prometeu poupar a minha vida. — Ele
faz mansão de abaixar a arma mas eu mantenho as minhas na mesma posição.
— Sinto muito, eu menti! — Confesso antes de descarregar as armas
em cima dele e dos outros seguranças.
Me jogo no chão me esquivando das balas e só paro de atirar quando
as balas acabam e eu vejo que já estão todos caídos no chão, alguns ainda
vivos apenas baleados e outros mortos, pego as outras armas caídas no chão e
término de matar um por um, se meu pai queria que eu voltasse ao que era
antes, agora ele conseguiu.
Olho para trás e vejo Alaric correndo com minha mãe no colo, minha
irmã me encara chorando antes de correr atrás do nosso irmão, eles vão
cuidar dela, eu preciso ter certeza das palavras desse infeliz.
Corro de volta até a garagem da casa e entro no primeiro carro que
vejo na frente, acelero para sair dali e passo pelos portões, esperançoso de
encontrar a minha mulher, eu não posso perdê-la, se isso acontecer eu mato o
Danilo.
Sigo feito um furacão pelas ruas de Miami a procura da minha mulher
mas não tenho muito o que procurar, sigo para marina a procura de qualquer
embarcação que possa estar levando a minha mulher para longe de mim,
poucos minutos depois estou estacionando o carro na marina e saio correndo
até os seguranças na entrada da guarita, pergunto se viram uma mulher ruiva
entrar por aqui, eles me informam que ninguém entrou por aqui a mais de
quarenta minutos então ela não está aqui, mas onde eles podem estar com
ela?
Entro de volta no carro e sigo para o aeroporto, meu Deus me ajuda a
encontrar a minha mulher? Levo pelo menos quinze minutos da marina até o
aeroporto pois o trânsito não me ajudou, estaciono em qualquer lugar e entro
correndo em direção ao local de embarque, assim que chego me informo se
há algum voo comercial ou particular para o Brasil e tem três voos saindo
agora, um avião particular acabou de decolar e um comercial está saindo
nesse instante, corro até o portão de embarque para verificar se ela está em
algum desse voos que vai sair agora, mas não me deixam entrar, consigo
furar a segurança e entro em um dos aviões procurando pela minha mulher
mas ela não está aqui.
— Mas que droga! Inferno! — Esbravejo dentro do avião e sinto os
seguranças me arrastando para fora do mesmo.
— Se o senhor não sair agora o senhor será preso! Isso é invasão e eu
não posso permitir... — Avisa um dos seguranças que me arrastam para longe
dali.
— A minha mulher foi sequestrada e ela pode estar dentro de um
desses aviões! Ao invés de me prender você deveria me ajudar seu infeliz!
Me solta! Me solta droga! — Esbravejo alterado tentando me soltar e eles
finalmente me soltam.
— Qual é o nome da sua esposa? Vamos tentar ajudar mas você
precisa se manter calmo, eu fui claro? Em que voo o senhor acha que ela
pode estar? Vamos pesquisar nos voos que ainda estão para decolar e depois
nos voos que já saíram. — Pergunta enquanto me levam para longe dali.
— Ela é brasileira, acho que eles podem tê-la levado de volta para o
seu país ou para algum outro lugar, não sei o que pensar estou muito
nervoso... Me ajudem por favor? Não vamos perder tempo! Os voos já estão
saindo...! Ela também pode estar em um voo particular, isso é o mais
provável. — Me apresso para acompanhá-los e tento me acalmar mas não
consigo.
— Nos dê características dela? Como se chamar e a idade dela? —
Pergunta já entrando atrás de um pequeno balcão.
— O nome dela é Marcelly Alencar, tem 23 anos e é uma ruiva linda,
cabelos longos até a cintura e devia estar apavorada. — Explico enquanto
ando de um lado para o outro e ele me encara apreensivo.
— Eu sinto muito senhor, a menos de dez minutos decolou uma
aeronave particular, dois homens e uma ruiva exatamente com essas
características... Mas eles foram para o Chile e por se tratar de um sequestro
nada garante que eles estejam mesmo indo para lá, eu me lembro dessa moça
porque ela realmente parecia assusta e estava com os olhos inchados de
chorar, mas ela se explicou dizendo que tinha perdido alguém que amava
muito, e está sendo levada pra casa porque não se sentia bem. — Explica
dando a volta no balcão e eu sinto o meu mundo desabar diante de mim. —
Senhor está tudo bem...? Precisamos acionar a polícia do aeroporto, o senhor
precisa nos acompanhar. — Informa o segurança tentando me fazer reagir
mas eu não posso perder tempo aqui, eu preciso encontrar a minha mulher.
— Eu preciso de um copo d'água... Por favor? — Peço calmamente
tentando raciocinar.
— Está bem eu pego pra você, não saia daqui está bem? — Ele me
puxa me colocando sentando em uma cadeira e sai em seguida.
Assim que ele se afasta indo até um bebedor eu me levanto correndo
para longe dali, eu preciso sair desse lugar, eu preciso ir atrás da minha
mulher e não posso perder tempo aqui, mas não trouxe o meu celular.
Assim que passo pelas portas de saída do aeroporto não vejo mais o
carro do meu pai, com certeza foi rebocado então entro no primeiro táxi que
vejo e sigo de volta pra casa, peço o celular do taxista emprestado e ligo para
o piloto do jatinho que nos trouxe até aqui, eles já estavam se preparando
para voltar ao Brasil mas eu ordeno que me esperem, eu vou para o Chile
atrás da minha mulher, eu vou até o fim do mundo mas eu vou encontrá-la.
Capítulo 45
Marcelly
Depois de três horas de voo ouço uma conversa entre os seguranças
falando algo sobre pousarmos em algum outro lugar, eles falaram no
aeroporto que iríamos para o Chile e agora mudaram de ideia?
— Para onde estão me levando? Vocês mentiram, vocês disseram que
me deixariam pegar os meus pais então não façam isso...? Por favor me deixa
vê-los? Eu imploro...? — Me desespero tentando soltar o meu cinto de
segurança com medo de não ver mais os meus pais, mas um dos capangas do
diabo me sacode me fazendo ficar quieta.
— Cala boca porra! Você vai sim ver os seus pais mas nós vamos
levá-los até você...! Não vamos correr o risco do filho do chefe mandar
alguém atrás de você, se falharmos na missão seremos nós a sermos mortos
no seu lugar! Vamos pegar os seus pais e vamos levá-los até você, eles já
devem estar a caminho então fica quieta, você me ouviu...? Eu já estou me
irritando então não me faça perder a paciência ou eu te dou um tiro no meio
da cabeça! — Esbraveja na minha cara apontando uma arma na minha cabeça
me fazendo tremer de medo, mas como vou ter paciência se não sei o que
realmente vai conhecer comigo?
Fico quieta na minha chorando em silêncio e tentando não os irritar
mais, eu preciso ser forte para continuar viva. Limpo o meu rosto e divido os
meus pensamentos entre Ramon e meus pais, ele deve estar furioso depois de
ser atacado pelos próprios seguranças da casa dos seus pais, pior, tudo que
houve foi a mando do próprio pai dele e sei que isso vai deixá-lo
transtornado.
Meus pais devem estar muito assustados por terem que sair do país
assim de uma hora para outra, sem saberem para onde estão indo e sem uma
explicação clara do que aconteceu, eu espero que eles e Ramon estejam bem,
espero que meus velhinhos não passem mal por serem tirados de casa de
repente para me encontrarem em outro país.

Algumas horas depois descemos em um hangar particular e eu não


faço ideia de onde estou, já tem um carro nos esperando mas já fui informada
de que a nossa estadia no Canadá é temporária, vamos ficar aqui até os meus
pais chegarem e depois partiremos para outro lugar.
Eles me colocam amarrada e amordaçada no porra malas do carro,
junto com a minha mala e exigem que eu fique quieta ou serei morta, com
uma arma apontada na cabeça não é difícil obedecer então faço o que eles
mandam, logo o carro está em movimento e seguimos para algum lugar, não
demora muito e estamos parando e eu tenho até medo de descobrir onde
estou, se esse lugar não fosse tão quente eu iria preferir ficar trancada aqui,
mas assim que o porta malas é aperto sinto um frio congelante me atingir,
porra eu não tenho roupas de frio na mala, eu não imaginava que seria
sequestrada de novo e que me trariam para um lugar desses, meus pais não
suportam frio e espero que a nossa estadia aqui seja realmente rápida.
Entramos em uma garagem mas logo de cara percebo que estamos em
um hotel, meus Deus, espero que esses homens não resolvam me estuprar
também, tenha piedade de mim senhor e me proteja. Rezo mentalmente
enquanto sou arrastada para dentro de um quarto pequeno e escuro, meu
coração acelera mas logo eles ascendem a luz.
— Vou pedir alguma coisa pra você comer, se não quiser é só avisar.
— Diz um dos capangas do diabo tirando os fios do telefone na mesinha ao
lado da cama. Desgraçado! Bem que você podia ser um pouquinho menos
inteligente!
— Por favor? Traga qualquer coisa eu estou faminta. — Peço
enquanto me sento em uma cadeira perto da janela, não vou me deitar nessa
cama e correr o risco dele querer se deitar comigo.
— Saia de perto da janela! Não quero que tente nenhuma gracinha
porque se fizer isso... — Ele me encara desconfiado mas eu o interrompo.
— Você acha que sou burra de tentar algo sabendo que seus
amiguinhos estão com os meus pais? Idiota eu não vou tentar nada! Não sou
loira ficou cego? Sou ruiva e sou mais esperta do que você imagina. — Me
levanto indo para outra cadeira no outro do quarto evitando encarar o seu
rosto.
— Se fosse tão esperta não estaria nessa situação, você já havia visto
do que o Sr. Danilo é capaz e resolveu enfrentá-lo indo até Miami, é porque
você é mais burra do que pensa... Conselho é de graça e eu vou te dar mais
um, então vê se absorva bem na sua mente, se você for encontrada você não
vai morrer sozinha, entendeu? Não se esqueça que seus pais vão estar com
você... Seria uma pena ter que matar uma mulher tão gostosa. — Ele se
aproxima erguendo o meu queixo me olhando nos olhos e suas palavras mais
uma vez me assustam.
Quando ele me chama de gostosa sinto o meu estômago revirar e me
levanto apressada correndo para o banheiro, levanto a tampa da privada e
mais uma vez a minha ânsia vem me fazendo colocar o meu almoço todo
para fora.
— Mas que merda, garota! O que você tem? Era só o que me faltava
você começar a passar mal logo agora! — Sinto ele segurar os meus cabelos
pondo a mão na minha testa e isso me dá ainda mais ânsia.
Não era esse troglodita mafioso que eu queria aqui me ajudando, eu
queria o meu namorado ao meu lado agora mas sei que isso jamais vai
acontecer. Sinto o meu corpo mole e ele me ergue me colocando de pé, me
arrasto até a pia para lavar a boca mesmo me sentindo fraca, assim que o faço
o marmanjo ao meu lado me ajuda a chegar até a cama e logo aparece o outro
perguntando o que houve, depois de uma breve explicação, o B1 pede ao B2
para pegar um mapa e marcar o nosso próximo destino enquanto ele entra no
banheiro, mas enquanto B2 olha o mapa o seu celular toca e ele sai do quarto
para atender, não perco tempo e pego a caneta sobre o mapa e procuro por
Austrália, marco rapidamente o país com um círculo como vejo no Canadá e
volto pra cama apressada me deitando novamente, poucos segundos depois o
B1 sai do banheiro olhando a sua volta, acho que procurando por B2.
— Onde aquele idiota se meteu para te deixado sozinha? — Pergunta
indo até o mapa e pega o mesmo conferindo minuciosamente.
— O telefone dele tocou... E ele saiu para atender. — Finjo estar
ainda mais fraca e ele me encara preocupado antes de voltar a olhar o mapa
— Pelo menos ele fez o que pedi! — Diz enquanto guarda o mapa no bolso
da jaqueta.
Ele também sai do quarto mas ouço claramente ele trancando a
fechadura, não vou fugir e não vou tentar nada, pelo contrário, vou deixar
eles me levarem exatamente para onde eu quero ir, se um dia Ramon se
lembrar que eu queria ir pra lá, pode ser que ele queria ir só para ver o lugar
como eu queria conhecer, bom, isso se ele não estiver com a mente destruída
depois do que houve, pois com certeza ele vai enfrentar o pai dele e sabe se lá
o que ele vai dizer sobre mim, que fugi com dois homens? Que reagi e estou
morta? Sabe se lá quantas ideias mirabolantes podem se passar na mente de
um monstro como aquele.
Eles trazem comida pra mim e uma garrafa de água mineral, ainda
estou fraca por ter vomitado então termino de comer e me deito novamente
na cama, afim de descansar um pouco até os pais chegarem, eles nem
imaginam o que aconteceu e o que vai acontecer, estou me sentindo tão
envergonhada por colocá-los nessa situação, eu nunca imaginei que fosse tão
fácil amar alguém e ao mesmo tempo, tão difícil viver esse amor.
Eu nunca duvidei e nunca vou duvidar do amor de Ramon, que Deus
o proteja contra o pai e o faça me esquecer, jamais nos veremos outra vez e
não o quero sofrendo por mim da mesma forma que vou tentar não sofrer por
ele, talvez eu o esqueça depois de alguns anos longe do amor da minha vida,
mas o que eu sinto por ele estará sempre guardado dentro de mim.
Já é noite e eu ainda estou preocupada com os meus pais, segundo o
B1, meus pais estavam sendo embarcados para o Canadá enquanto nós ainda
estávamos em voo, então acho que eles não vão demorar mais para chegarem,
em algumas horas eu os verei e seremos levados daqui juntos.
Adormeço com os meus pensamentos nos meus pais e não vejo a hora
passar, não sei que hora é agora mas acordo quando ouço alguém gritar o
meu nome.
— Marcelly! Filha! Eu quero ver a minha filha agora mesmo! —
Ouço a voz alterada do meu pai e um dos capangas gritando com ele.
— Cala essa boca velho! Se não quer ver a sua filha morrer é melhor
ficar quieto, você entendeu? Ou eu vou ter que desenhar? — Reconheço a
voz irritada de B2 e logo não ouço mais nada.
Me levanto da cama às pressas correndo em direção a porta mas ela
está trancada, não vou gritar ou os meus pais ficarão ainda mais nervosos,
poucos segundos depois a porta se abre e vejo meus pais entrarem abraçados
e com os olhos inchados de chorar, não aguento essa cena e choro enquanto
eles correm na minha direção me abraçando forte.
— Pai... Mãe... Me desculpem...? Me desculpem por favor...? —
Choro de soluçar e eles choram juntos sem me soltarem.
— Não peça desculpas filha...! Eu sei que você está passando por tudo
isso por amar alguém e isso não é errado... Errado é a covardia que estão
fazendo com uma menina indefesa. — Meu pai me aperta tão forte que sinto-
o trêmulo.
— Você está bem filha? Te machucaram querida? Foi aquele monstro
do seu sogro que fez isso, não foi? Eu desconfiei logo quando disseram que
tínhamos que vir até você, mas não imaginávamos que viríamos para esse
lugar tão frio. — Minha mãe acaricia o meu rosto com as mãos trêmulas e
geladas mas eu arrasto-os para se sentarem na cama.
— Sim mamãe... Foi o Sr. Danilo quem fez isso comigo... Ele
mandou que me matassem mas esses homens estão me dando a chance de
viver ao lado de vocês, desde que formos para bem longe... Eu não queria
afastar vocês dos meus irmãos mas eu não posso viver sem vocês... Eu só
tenho vocês, mamãe... Não tenho mais ninguém, me perdoem...? Por favor
diz que me perdoa...? — Explico entre lágrimas tentando ao máximo me
controlar, mas não consigo.
— Não temos nada o que perdoar, filha, se para você viver você
precisa ir para longe então iremos com você com toda certeza, querida...
Prometemos que nunca iríamos te abandonar e não vamos fazer isso justo em
um momento como esse... Eu sabia que essa viagem não era uma boa ideia, e
mesmo assim eu deixei você vir então a culpa é minha... Eu sou o seu pai e
quero o melhor para você, Marcelly, eu devia ter confiado nos meus instintos
de pai e impedido você de viajar, mas eu não posso ir contra as suas escolhas,
filha... Não chora mais querida? Você está muito pálida, parece tão fraca,
você está bem? Está passando mal? — Papai me encara preocupado e vejo
minha mãe também atenta a mim.
— O Ramon sabe do que houve, Celly? Ele sabe que você está aqui
nesse lugar, filha? — Questiona apreensiva ainda com os olhos cheios d'água.
— Ele presenciou quando me tiraram da casa a força como se eu fosse
uma criminosa, ele tentou impedir mas foi agredido e impedido de chegar até
a mim... Ele estava tão desesperado quando me viu sendo arrastada pelos
seguranças, ele estava transtornado mamãe... Com certeza ele foi atrás de
mim, mas no aeroporto disseram que iríamos para um lugar e viemos para
outro, e daqui vão nos levar para outro lugar que não sei onde... Eu vou ter
que esquecê-lo... Se eu soubesse que o amor me traria tantas coisas ruins, eu
teria me afastado ele para não me apaixonar... Eu não quero nunca mais amar
ninguém... — Meu coração se aperta ao me lembrar de Ramon, meu mundo e
meus sonhos estão destruídos pela covardia de um ser sem coração.
Os capangas nos encaram atentos, prestando atenção em cada palavra
que dissemos e tento não os encarar tanto, meus pais me abraçam e me
beijam bastante pedindo para eu me acalmar, e eu tento fazer isso já que eles
estão aqui.
— Não vamos esquentar lugar aqui, pessoal! Já são uma da manhã
então vamos levantar voo novamente... Já passamos tempo demais por aqui.
— Diz o B1 pegando a minha mala e a minha bolsa, só agora vejo que os
meus pais entraram sem bagagens, bom, deve estar no carro.
— Por favor? Deixem eles descansar um pouco? Eles já estão de
idade e podem não aguentar tantas horas de voo... Se acontecer algo com eles
vocês terão que me matar...! Por favor? Eu só peço uma horinha para eles
deitarem e descansar antes da próxima viagem. — Os encaro decidida e os
vejo me encarar sérios.
— Vou dar meia hora para vocês, depois disso iremos decolar e não
quero mais insistências, eu fui claro? — Avisa me olhando dentro dos olhos e
eu apenas balanço a cabeça concordando enquanto limpo o rosto. — Daqui
em diante vocês vão seguir viagem com os parceiros que chegaram agora
com os senhores, eles vão garantir que vocês não tentem nenhuma gracinha,
do contrário eles terão que matá-los... O aviso está dado! — Diz em um tom
firme e arrogante mas apenas concordamos, ele sai com o outros trancando a
porta novamente.
Converso baixinho com os meus pais e explico com mais calma o que
houve, conto todos os detalhes mas me mantenho calma para eles verem que
estou bem, apesar da tristeza pela situação. Conto também sobre a
possibilidade de irmos para Austrália e revelo o que fiz no mapa, mas nada
garante que vão nos levar mesmo para lá, afinal eles mudaram o curso uma
vez e não vai ser difícil fazer isso de novo.
Me sinto tonta e me deito ao lado da minha mãe que me puxa para os
seus braços, meu pai se senta ao seu lado abraçando-a pelos ombros e ambos
me encaram preocupados, minha mãe me questiona me faz mil e uma
perguntas e eu acabo contando que passei mal no hotel onde estava
hospedada com Ramon, e também depois que cheguei aqui, eles me
encarando ainda mais preocupados mas minha mãe esboça um pequeno
sorriso.
— Filha, a semanas você está sem apetite, está pálida e passando
mal... Você não acha que pode estar grávida, querida? O Ramon não
suspeitou depois de ouvir você vomitar e desmaiar? — Ela me questiona
mais uma vez e eu me sento sentindo o meu coração bater na boca.
— Não mamãe...! Não tem como eu estar grávida, eu tomo as minhas
pílulas regularmente, e além disso, as minhas regas não estão atrasadas... Eu
menstruei a duas semanas, não tem como eu estar grávida por isso não
desconfiei e Ramon também não. — A encaro com os olhos levemente
arregalados e ela pega a minha mão com carinho.
— Querida, em alguns casos a mulher menstrua nos primeiros meses
de gravidez, mesmo estando grávida... Você tem enjoado bastante, as vezes
não come nada e as vezes come demais, você está dormindo demais e eu não
fui a única que percebi o seu corpo mudar... Filha você pode sim estar
grávida, e o pior disso é que essa criança vai crescer longe do pai, isso era
tudo que não queríamos pra você, que fosse mãe solteira e tivesse o paio de
um bom homem ao seu lado. — Ela me encara apreensiva enquanto eu tento
assimilar essa possível novidade.
— Não vamos nos precipitar mamãe, não toca nesse assunto na frente
do B1 e B2 ou isso nos trará mais problemas com o pai do Ramon... Quando
chegarmos em no nosso novo lar eu faço um teste para comprovar se estou ou
não grávida.
Os alerto ainda espantada com a possibilidade de estar grávida do
Ramon, o homem que eu amo, será que eu tenho um pedacinho dele dentro
de mim? Assim eu não vou conseguir esquecê-lo.
— Tudo bem filha, será como você quiser, mas... Quem é B1 e B2?
Que história é essa querida? — Meu pai me encara assustado e eu finalmente
sorrio ao me lembrar dos bananas de pijamas.
— Fica tranquilo, papai, eu chamo os capangas do diabo assim porque
não sei o nome deles... Eles não falaram o nome deles uma única vez desde
que me tiraram da Flórida. — Sorrio me deitando novamente nos braços da
minha mãe e meu pai esboça um pequeno sorriso antes de ficar sério
novamente.
— Se você estiver mesmo grávida, Celly, vamos criar essa criança
com todo amor do mundo para compensar a falta que o pai o fará... Eu
prometo que seremos felizes novamente, filha... E se for pela vontade de
Deus e do destino, você e Ramon ainda vão se reencontrar, aquele rapaz te
ama de verdade e não acredito que ele vá ficar de braços cruzados. — Afirma
pensativo acariciando os meus cabelos mas me sento novamente o encarando
atenta.
— Não papai! Eu só estou viva porque eu prometi que Ramon não
nos encontraria, se o Ramon nos encontrar a gente morre! E se nós o
procurarmos a gente também morre...! A nossa vida será vigiada de agora em
diante para garantir que não faremos nenhuma besteira, se esquecermos
Ramon poderemos ter uma vida normal como todo mundo, papai... Mas o
Ramon não pode nos encontrar ou vão pensar que nós o procurarmos e eu
não quero que nada aconteça a vocês. — O encaro aflita e o vejo respirar
fundo. — Se eu estiver mesmo esperando um filho dele... O meu filho jamais
conhecerá o pai a não ser por fotos. — Sinto minhas vistas embaçar pelas
lágrimas já se formando mas as contenho para não deixar os meus pais
preocupados.
Meus pais me abraçam mais uma vez e quando minha mãe vai dizer
algo, ouço a porta sendo desgraçada e B1 e B2 entram vindo na nossa
direção.
— O descanso acabou pessoal! O voo de vocês sai em poucos
minutos então vamos embora...! Eu vou embarcar vocês com os meus
parceiros antes de voltar a Flórida, eu preciso garantir que o seu namorado
não venha atrás de você, ruiva! Agora vamos! As coisas de vocês já estão no
carro. — B1 diz autoritário e eu sinto uma vontade insana de dar um tiro no
meio da sua testa. Infeliz miserável!
— Eu já prometi ficar o mais logo dele possível, então por favor não o
machuque! Ele nunca vai me encontrar então não tem necessidade de
machucá-lo. — Peço esperançosa e ele diz algo que me surpreende.
— Se ele agir contra mim, eu prometo meter uma bala no meio do
crânio dele! Aquele infeliz metido a herói matou todos os seguranças da
mansão por sua culpa! Nem o chefe dos seguranças escapou dele, aquele
maldito fez uma verdadeira carnificina por sua causa, garota! Até o meu
irmão que trabalhava na casa está morto, então não precisa implorar para eu
pegar leve com ele, o seu namoradinho não precisa de proteção e é por isso
que vocês vão cumprir as ordens que eu der, do contrário eu vou até vocês e
mato-os pessoalmente, ouviram? — Esbraveja irritado e eu o encaro
espantada, o Ramon matou mesmo todos aqueles seguranças?
— Não se preocupe senhor, vamos cumprir todas as suas ordens
desde que não façam nada conosco... O Ramon sabe se defender mas nós
não... Vamos querida! Filha vamos! — Meu pai diz decidido se levantando
com a minha mãe e eu mal consigo piscar pensando em Ramon.
Me levanto acompanhando os meus pais e saímos do quarto sendo
escoltados por quatro homens, três deles são os que vieram com os meus pais,
além do B1 e B2.
Saímos daquele hotel e seguimos de volta para o mesmo hangar onde
pousamos mais cedo, espero que estejam nos levando para onde eu quero ir,
mas também se me levarem para outro lugar que não seja tão feio quanto aqui
eu não vou reclamar, eu só quero viver em paz com a minha família e sei que
vou conseguir isso.
Capítulo 46
Ramon
UM MÊS DEPOIS...

Parece brincadeira, já faz um mês que estou rodando o mundo atrás de


Marcelly e não a encontro, fui para o Chile, Peru, Japão, Nova Zelândia, já
fui em quase todo canto do mundo para onde possivelmente eles poderiam ter
levado a minha mulher, já voltei ao Brasil e descobri que os pais de Marcelly
viajaram com dois homens estranhos, não tive dúvidas de que isso foi coisa
do Danilo, mas o que fizeram com eles? Para onde os levaram se é que ainda
estão vivos, Marcelly teria tentado entrar em contato comigo, a menos que ela
esteja sendo vigiada e foi ameaçada para não me procurar.
— MAS QUE INFERNO! Por mim eu derrubava esse avião agora se
não estivesse tão confuso... Se eu tivesse certeza do que aconteceu com ela eu
não me importaria em morrer se fosse para voltar pra ela... Meu Deus onde
ela está...? Eu quero a minha mulher de volta por favor...? Me ajuda a
encontrá-la...? Me dá uma direção...? — Esbravejo apertando o braço da
poltrona com força tentando arrancá-la do lugar.
— Com licença senhor! A sua bebida! — A aeromoça aparece com a
minha bebida, é a terceira vez que eu peço o meu uísque.
Bebo o líquido em uma só golada e peço outra bebida, há um mês eu
só consigo viver com álcool na mente para anestesiar a dor que estou
sentindo de estar sem Marcelly, eu não vou aguentar perder a minha mulher,
ela é a minha vida.
Me levanto andando inquieto pelo jatinho sem conseguir tirar a última
imagem da minha mulher da cabeça, porra o que fizeram com ela?
Depois de mais de 15 horas de viagem voltando de Dubai, eu
finalmente estou pousando de volta em Miami, eu preciso ter uma conversa
séria com Danilo e se ele não me der o que eu quero, eu sou capaz de matá-
lo, não me importa se ele tem o mesmo sangue que eu pois ele está contra
mim, então ele meu inimigo.
Saio do aeroporto e pego um táxi indo para mansão Mitchell, minha
mãe e meus irmãos me ligam todos os dias mas eu não estava e nem estou
com cabeça para falar com ninguém, eu precisava me focar em procurar a
minha mulher e falar com a minha mãe naquele momento iria me deixar
ainda pior, sei que meus irmãos estão cuidando dela então viajei
despreocupado.
Poucos minutos depois estou entrando pelos portões da mansão
Mitchell e vejo que os seguranças que matei já foram substituídos, rezo para
encontrar o Danilo em casa pois esse filho da puta vai me ouvir antes de eu
esfregar a cara dele no chão.
Pago o taxista e ele sai da mansão enquanto eu entro em casa, não tem
ninguém na sala então eu vou direto até o bar me servir de uma dose dupla de
uísque, pego o colo virando a metade do líquido na boca, me viro de volta
para o centro da sala e vejo minha mãe vir do escritório, ela me encara
assustada por me ver aqui e corre na minha direção já começando a chorar.
— Ramon...? Ramon, filho...? Meu Deus você está vivo... Você está
bem filho... — Ela se aproxima apressada me puxando para os seus braços
chorando compulsivamente, não teve como não me lembrar do desespero da
minha mulher ao ser jogada para fora dessa casa.
Minha estadia nessa casa não será longa, só estou aqui para cobrar
satisfação a Danilo sobre o que houve e tranquilizar a minha mãe antes de
volta para minha missão, procurar a minha mulher, sinto que ela está viva em
algum lugar, eu do não consigo descobrir onde.
— Fica calma, mamãe, eu estou bem... Danilo está em casa? Eu
preciso falar com ele. — Aperto-a em meus braços sentindo o quanto ela está
nervosa.
— Está procurando por mim, Ramon? Espero que não venha com
sermão para cima de mim pois eu ainda sou o seu pai! Eu só fiz o que fiz pois
quero o melhor pra você, mesmo você não merecendo, a minha empresa faliu
depois que você assumiu a presidência, o que você fez, Ramon? Que merda
você fez dentro da aminha empresa? — Ouço a voz de Danilo e me solto da
minha mãe me aproximando ele.
— Para onde você mandou a minha mulher? O que aconteceu com os
pais dela? Eu fui procurar por eles e fui informado que eles viajaram mas
também sei que eles jamais viajariam sem a filha... Fala logo o que você fez
com a minha mulher e os pais dela? — Questiono em um tom firme me
aproximando dele, ignorando totalmente as suas perguntas.
— Não sei da sua mulher, aliás, como você pode chamar aquela
garotinha de sua mulher? Aquela invasão de prostitutas na minha empresa foi
coisa dela, não foi? E você com certeza concordou com aquele circo em uma
empresa como a minha! Eu devia te dar uma surra pois é isso que você está
merecendo, eu faço tudo por vocês e só recebo ingratidão como recompensa,
três filhos ingratos e uma esposa boa samaritana, não me querem aqui? Por
mim tudo bem, eu saio, mas não me procurem quando o dinheiro de vocês
acabar, eu não vou mais sustentar uma família de ingratos! — Esbraveja
alterado me encarando com fúria nos olhos e eu avanço na sua direção, mas
sinto alguém me segurar e é Alaric.
— Você é um verme filho da puta por tratar a sua família como se
fossemos seus inimigos! Você obrigou os meus irmãos a fazerem o que não
queriam! Você humilhou a minha mãe diversas vezes e agora quer se fazer de
vítima...? Fala logo para onde você mandou a minha mulher? Qualquer
prostituta merece mais respeito do que você, mas Marcelly não é mais
prostituta, ela é minha mulher goste você ou não! Eu não preciso da sua
aprovação para nada, nunca precisei... Você está destruindo a minha vida,
você enche a boca para falar que é meu pai mas porque nunca me apoiou em
nada? Porque nunca aceitou as minhas escolhas? Porque você está sempre
contra mim? Porque você nunca torceu pela minha felicidade...? Porque
diabos você é assim? — Esbravejo furioso sentido a minha cabeça doer e
meus olhos embaçar, sinto uma dor tão grande no peito que posso não
suportar tudo isso.
— Não fala besteiras moleque! Eu sempre torci pela felicidade vocês,
o problema é que vocês nunca aceitam o que eu decido para vocês, eu sou o
chefe dessa família e vocês me devem respeito e obediência! — Rebate em
um tom autoritário e minha mãe o encara chocada. — Aquela garota não
serve para você, você é um homem de negócios e não pode prender a sua
vida a uma meretriz... — Danilo se aproxima mais me encarando dentro dos
olhos mas o interrompo avançando em cima dele, mas novamente Alaric me
segura.
— LIMPA A BOCA PARA FALAR DA MINHA MULHER, SEU
MISERÁVEL! VOCÊ NÃO É MEU PAI! VOCÊ É UM MONSTRO! —
Tento alcançá-lo mas novamente Alaric me impede de me aproximar dele.
— Pense de mim o que você quiser! Eu não me importo! Me chame
de monstro ou do que você quiser, vai fazer o quê? Vai bater no seu pai? —
Questiona em um tom irônico me deixando ainda mais puto.
— Se acalma, Ramon! Por favor irmão! Não dê ideias ao que ele diz,
nós vamos encontrar Marcelly! Não vamos desistir de procurá-la e eu vou te
ajudar pessoalmente... Não faça nada contra ele que você vá se arrepender
depois, ele não vale a pena! — Alaric tenta me controlar mas não dá certo,
estou furioso com esse ser asqueroso na minha frente.
— Me solta, Alaric! Me solta! Eu vou mostrar a esse maldito o que eu
vou fazer com ele...! Eu vou encontrar a minha mulher, eu não vou desistir de
procurá-la... Mesmo que você não me diga nada e eu passe o resto da vida
procurando por ela, eu sei que um dia vou encontrar a minha mulher, seu
covarde! — Tento me soltar de Alaric mas ele não permite, minha mãe entra
na minha frente dizendo algo que não consigo ouvir.
— Procura por ela a vontade, Ramon! Perca o seu tempo procurando
por ela porque você nunca vai encontrá-la... Marcelly está morta! Ela levou
um tiro no meio da cabeça e está no fundo do mar a essa hora, seu idiota! —
Esbraveja furioso e eu parto para cima dele lhe acertando três socos no seu
rosto o fazendo ir parar no chão.
— MALDITO! SEU VERME MALDITO! SEU DEMÔNIO VOCÊ
VAI ME PAGAR! VOCÊ ESTÁ MENTINDO! VOCÊ ESTÁ MENTINDO!
— Grito alterado enquanto meu irmão tenta me afastar dele, mas estou fora
de mim, pulo em cima dele novamente mas minha mãe entra na minha frente.
— PARA RAMON! Se quer matar esse infeliz faça isso! Mas não na
minha frente...! Por favor filho na minha frente não...? — Minha mãe suplica
chorando e eu tento me controlar.
— Ele é seu marido mas não é o meu pai, mamãe! Ele destruiu a
minha vida! Ele me tirou o que eu tinha de mais precioso e eu vou acabar
com ele! EU VOU ACABAR COM ELE! — Me solto dela enquanto Danilo
tenta se levantar mas eu lhe dou um chute no queixo o fazendo desmaiar.
— PARA RAMON! A nossa mãe vai passar mal cara, para! Leva ele
daqui, faz o que você quiser pois esse monstro também não é o meu pai!
Mate-o! Esquarteja faça o que bem entender mas longe dessa casa, meu
irmão...! Eu vou te ajudar mas primeiro fala com a mamãe? Ela vai passar
mal e eu não vou te perdoar se ela morrer, ouviu bem? — Alaric esbraveja
me olhando dentro dos olhos e eu me viro vendo a nossa mãe sentada no chão
chorando.
— Amarra ele! Amordaça e não deixa ninguém se aproximar dele,
nem mesmo a mamãe! Você me entendeu Alaric? Eu vou fazer esse verme
pagar por tudo que ele nos fez...! Liga para Rafaela e peça para ela vir ficar
com a mamãe, eu vou precisar de você. — Peço entre dentes ainda sentindo o
meu corpo tremer pela raiva que estou sentindo, eu quero fazer tudo de
cabeça fria para depois me lembrar do que eu devo fazer.
Me afasto dele e vou até a minha mãe, pego ela no colo tirando ela do
chão e ela abraça o meu pescoço ainda chorando, perguntando se ele está
morto, aviso que ele está apenas desmaiado mas que vou tirá-lo daqui, ouço
aos poucos os seus soluços parar e junto o seu choro, subo com ela para o seu
quarto e a coloco na cama ajeitando os seus travesseiros, converso com ela
brevemente para acalmá-la e ela me olha dentro dos olhos, segurando firme a
minha mão.
— Não quero saber o que vai fazer com ele, eu não me importo mais
com isso... Eu só quero que tome cuidado, filho... O seu pai é perigoso e faz
coisas que ninguém imaginava... Ontem eu encontrei alguns documentos dele
escondidos no escritório, com o nome de Danilo Mitchell, chefe do Cartel
Vida Nostra, essa nossa riqueza não vem apenas da empresa, Ramon, o seu
pai é um mafioso perigoso. — Conta tranquilamente mas começa a chorar
novamente ao falar das sujeiras do Danilo.
— Eu não me surpreendo nem um pouco com isso, mamãe, Danilo
não se importa nem um pouco com a sua família, ele se importa apenas com
o dinheiro e eu vou tirar tudo dele, isso é uma promessa! — Afirmo furioso
por mais essa descoberta, ninguém dessa família conhece de verdade Daniel
Mitchell.
— Eu pedi o divórcio, não fico nem mais um mês casada com esse
monstro... — Diz em um tom amargo e eu entendo a sua mágoa, a
interrompo.
— Não mamãe! Você não vai se divorciar dele, ele vai tirar tudo de
você e eu não vou permitir isso, não vou! — Me levanto irritado e ela respira
fundo.
— Eu não quero nada que venha dele, Ramon, a única coisa que eu
não quero nessa vida e morrer sozinha, eu preciso dos meus filhos perto de
mim... É disso que eu preciso para viver um pouco mais tranquila. —
Desabafa meio chorosa e eu me sento novamente ao lado dela.
— Nem eu e muito menos os meus irmãos vamos te deixar sozinha,
mamãe... Isso é uma promessa que estou te fazendo, se você não quiser ficar
no Brasil comigo, ou Rafaela ou Alaric vão querer a sua companhia... Se for
verdade que Marcelly... Que Marcelly está morta eu não vou aguentar,
mamãe... Eu não posso perder aquela mulher, eu não consigo encontrá-la em
nenhum lugar mas não acredito que ela esteja morta... Ela não pode estar
morta... Eu não vou aguentar mamãe... Eu não vou aguentar. — Seguro as
suas mãos com carinho e finalmente deixo as minhas lágrimas caírem.
Depois de um mês percorrendo o mundo atrás da minha mulher sem
saber por onde procurar, eu me permito desabafar em lágrimas.
— Vamos procurar por ela, filho, vamos contratar dez detetives
particulares se for preciso mas ela vai ser encontrada... Você tem o meu total
apoio, querido, mas me conta sobre essa história dos pais de Marcelly? O que
aconteceu com eles? Porque você disse que não os encontrou em casa? Eles
podem estar na casa dos outros filhos, não pode? — Ela se senta na cama me
encarando atenta e decidida, preocupada por me ver tão vulnerável pois não
sou assim.
— Já estou resolvendo isso, mamãe, já contratei alguns detetives mas
sem saber por onde procurar fica mais difícil... Não há rastro da Marcelly e
nem dos pais dela, eles parecem ter sido engolidos pela terra... Eu procurei
pelos meus sogros no Brasil, a casa está fechada a dias e os vizinhos
comentaram sobre terem visto eles saindo com dois homens estranhos, eu
tenho certeza de que isso foi coisa do Danilo, mas não faço a mínima ideia do
que foi feito com eles... Os filhos não falam com eles a bastante tempo então
eles não estão com eles... Eles não deixaram nenhuma pista, não tem como
encontrá-los e estou realmente com medo, mamãe... Não consigo aceitar que
minha mulher e os pais dela estejam mortos... Sei que Danilo é capaz de tudo
mas não quero aceitar isso. — Tento não chorar mais, mas imaginar Marcelly
morrendo e sendo jogada ao mar está me destruindo.
— Eu também não quero acreditar que eles estejam mortos, filho, mas
o seu pai é um monstro capaz de tudo para conseguir o que quer... Eu sinto
muito, querido... Eu sinto muito, meu filho. — Ela começa a chorar e eu me
levanto balançando a cabeça negativamente.
— Eu vou encontrá-la, mamãe! Guarda o que eu estou te dizendo! Eu
vou encontrar a minha mulher nem que isso seja a última coisa que eu faça na
minha vida...! Eu não aceito a perda dela, Marcelly tem que estar viva e eu
não vou desistir de encontrá-la! — Afirmo alterado e nesse momento vejo
minha irmã entra correndo no quarto nos encarando preocupada.
— Ramon...! Graças a Deus você está bem... Você desapareceu
deixando a todos preocupados, meu irmão... Conseguiu achar alguma pista
dela? Conseguiu? — Ela corre para me abraçar apertado mas me encara
esperançosa e com os olhos marejados.
— Não, maninha... Não consegui nada ainda mas eu vou conseguir,
leve o tempo que levar! Viva ou morta eu vou encontrar a minha mulher! —
Abraço-a novamente tentando não chorar, a dor que estou sentindo é muito
intensa mas eu preciso ser mais forte que ela. — Fica com a mamãe, Rafa...!
Eu preciso sair para resolver um assunto, eu volto mais tarde, não se
preocupem comigo. — Me solto dela indo dar um beijo na mamãe e volto na
sua direção, lhe dando um beijo antes de sair do quarto.
Eu preciso ter uma nova conversa com Danilo, eu vou conseguir o
que eu quero custe o que custar!
Desço a escada apressado procurando por Alaric na sala, e nesse
mesmo instante o vejo sair do escritório.
— Vem comigo, Ramon! Você precisa ver uma coisa, cara... Danilo
deixou o computador dele aberto e você não vai acreditar. — Ele para no
meio do caminho fazendo sinal para eu ir até ele e assim eu faço.
Voltamos para o escritório e assim que entramos, vejo um notebook
aberto sobre a mesa, Danilo deitado na poltrona amarrado e amordaçado
como pedi, meu irmão me leva até o computador e ali descubro todas as
falcatruas de Danilo, seus esquemas com o tráfego de drogas e documentos
ilícitos, empresas fantasmas e mais de vinte contas bancárias com muitos
sobrenomes diferentes, mas o primeiro nome é sempre o mesmo, Danilo!
— Que bonito, Sr. Danilo Dantas! Danilo Ferreira! Danilo encarnação
do diabo! Me criticou tanto, mandou sumir com a minha mulher por ela ser
uma ex garota de programa mas você é mais sujo que pau de galinheiro...
Filho da puta desgraçado! — Digo enquanto vasculho o seu computador e
tento acessar as contas, mas não consigo sem as senhas.
— Vamos procurar, Ramon! Deve ter alguma coisa anotado
escondido por aqui. — Alaric se apressa para vasculhar as gavetas e eu faço o
mesmo.
Não vou ser idiota de perguntar a ele as senhas das suas contas porque
ele não vai me dar, ele só vai me irritar mais e eu não posso perder tempo
discutindo com ele.
Eu e meu irmão fizemos uma varredura no escritório atrás das senhas,
vasculhamos os armários e as gavetas, até dentro dos livros olhamos e nada,
mas um último livro na última prateleira eu encontro exatamente o que eu
quero, dentro de um livro falso há uma pequena agenda com uma série de
anotações, além das senhas todas em ordens por nomes de países. Bingo!
Desço da pequena escada na estante e corro para o computador,
Alaric me ajuda a verificar cada uma delas e transferir tudo para a conta que
abri no nome da Marcelly na suíça, eu pretendia dar o cartão da conta a ela
quando voltássemos de viagem, mas depois de tudo isso eu mesmo vou
movimentar essa conta pelo celular, vou colocar nela todo o dinheiro desse
monstro que eu passei tanto tempo chamando de pai.
Danilo resmunga na poltrona tentando se levantar mas não dou a
mínima atenção a ele, primeiro eu vou arrancar dele até o último centavo e
meu irmão está fazendo o mesmo com a empresa onde ele trabalha, minha
irmã está nos apoiando e já começou a falir a empresa dele, não sei como ele
ainda não percebeu ou já os teria tirado do comando das empresas, mas ele
devia estar muito ocupado com a sua facção para não dar atenção as suas
empresas, esse maldito terá o que merece, vamos deixá-lo sem nada, vamos
deixá-lo literalmente na merda!
Depois de alguns longos minutos eu finalmente zero todas as contas
do Danilo, até mesmo a sua conta pessoal, se ele pretendia deixar a minha
mãe sem nada ele não vai conseguir isso, depois com calma vou distribuir
todo esse dinheiro com minha mãe e meus irmãos, não quero tudo isso só
para mim pois eles também merecem, é um dinheiro sujo? É! Mas e daí? Ele
nos manteve com esse dinheiro sujo por anos e não vou rejeitá-lo agora, eu
quero que ele perca tudo que ele tem, e vai perder.
— Me solta seu infeliz! Você vai me pagar por isso, Ramon! O que
você pensa que está fazendo? Você acha que vai conseguir se dar bem as
minhas custas, seu moleque!
Esbraveja Danilo ainda com a mordaça na boca e eu fecho o seu
computador o colocando embaixo do braço, ainda deve ter muita coisa para
eu descobrir aqui.
— Você me tirou o que eu mais amava nessa vida, Danilo, é justo que
eu tire o que você mais ama também, o seu dinheiro... Me conta a verdade e
eu penso se te deixo em paz ou não... Onde está Marcelly? Para onde você
mandou que a levassem? O que aconteceu com os pais dela? — Pergunto
parado na sua frente e mais uma vez ele tenta se levantar mas não consegue,
me aproximo tirando a sua mordaça.
— Eu já te disse onde a prostituta está, e provavelmente os pais dela
estão no mesmo lugar! No fundo do mar! Já devem ter sido devorados por
tubarões. — Esbraveja tentando se soltar em vão.
— Vai insistir nessa loucura? Você está mentindo! Eu não vou
acreditar em você! Se ela estiver morta você morre também, ouviu bem?
Maldito! — Esbravejo voando em cima dele mas Alaric entra na minha
frente.
— Se acalma, Ramon! Vamos levá-lo para algum lugar mas você não
pode fazer nada com ele aqui, você prometeu a mamãe, lembra? — Alaric me
impede de me aproximar de Danilo e eu respiro fundo tentando me manter
calmo.
— Tudo bem, Alaric, eu vou me acalmar mesmo sentindo que vou
explodir por dentro... Amordaça-o novamente e o coloca na mala do carro!
Eu vou dar a ele o tratamento que ele merece! — Peço entre dentes me
controlando ao máximo que posso para não agarrar no pescoço dele.
— O que pretende fazer, irmão? Eu não quero ficar de fora porque
esse miserável sempre controlou as nossas vidas para o seu próprio bem,
sorte a sua que nunca deu ouvidos a ele, então me diz o que pretende? —
Alaric parece mais empolgado que antes, ele está vendo o quanto esse
homem está fazendo mal a nossa mãe e vai ficar ao meu lado.
— Vou dar a ele o que ele deu a minha mulher, ele vai ganhar um
bala no meio do crânio e vou jogar o seu corpo para ser devorado pelo
tubarões, liga para marina e pede para preparem o nosso iate... Eu vou me
despedir da mamãe e da nossa irmã porque vou precisar viajar novamente, eu
não vou desistir de procurar a minha mulher mesmo que ela esteja realmente
morta, esse animal também não me conhece o suficiente, ele não sabe do que
sou capaz mas ele vai saber logo... Ainda hoje demita todos esses seguranças
da mansão e contrata novos funcionários, não quero os capangas desse
mafioso vigiando a nossa mãe! — Solto a última parte furioso e Danilo me
encara surpreso, acho que ele não esperava que eu descobrisse a sua
verdadeira vocação.
— Como assim mafioso? Do que você está falando, Ramon? —
Pergunta meu irmão confuso e ao mesmo tempo curioso.
— A mamãe não te contou? Ela descobriu que o marido dela é chefe
de um Cartel de mafiosos, mas agora eles vão ficar sem o seu líder porque eu
mesmo vou dar um fim nele... Vamos sair daqui! No caminho eu te conto
tudo. — Encaro Danilo com o mesmo sorriso de deboche que ele fez quando
disse que minha mulher está morta.
Agora ele vai conhecer o filho que tem, agora ele vai saber do que eu
sou capaz.
Capítulo 47
Ramon
Saio da garagem de casa com Danilo no porta malas do carro para os
seus capangas não verem que estamos saindo com ele, seguimos para marina
onde o iate da família está ancorado nos esperando, pronto para zarparmos.
Esse miserável jura que Marcelly está no fundo do mar, se for verdade
vou mandá-lo para fazer companhia a ela, mas acho que antes de chegar ao
fundo ele servirá de alimento para os tubarões mesmo não acreditando que
minha mulher esteja morta, algo dentro de mim me diz que ela está viva mas
não está sozinha, ela deve estar sendo vigiada ou sendo metida refém. Meu
Deus, que seja apenas a primeira opção, pelo menos sendo vigiada ela pode
viver a vida dela sem sofrimentos, ela já passou por tanta coisa nessa vida, se
ela estiver mesmo viva espero que ela consiga entrar em contato comigo, com
certeza ela vai tentar.
No meio do caminho o celular de Danilo toca avisando de uma nova
mensagem, paro o carro no acostamento e abro a mensagem mas não me
surpreendo, é uma mensagem do Cartel que ele comanda requisitando a sua
presença imediata para uma reunião.
Rolo as mensagens anteriores lendo as conversas e procuro no seu
celular o endereço desse lugar, não acho nada então pego o notebook no
banco de trás.
— O que está fazendo Ramon? Está pensando em desistir dos seus
planos, irmão? — Pergunta Alaric me encarando apreensivo.
— A minha decisão já foi tomada e eu não vou voltar atrás, mas estou
desconsiderando o local onde vamos nos vingar desse infeliz do Danilo... Eu
estou nervoso, Alaric, procura o endereço do Cartel enquanto eu dirijo, só
matar esse desgraçado e tirar tudo que ele tem não é o suficiente para mim, eu
vou humilhá-lo na frente do Cartel inteiro. — Confesso decido e ele sorrir de
lado, meu irmão está sendo o meu fechamento nessa situação toda e sou
muito grato por isso.
Na nuvem do computador tem de tudo que se possa imaginar, até
mesmo o endereço do Cartel, não foi difícil descobrir a senha pois na sua
agenda secreta tem todas as suas anotações e senhas de tudo, até a senha do
seu cofre que tem em casa, mas ele vou deixar que Alaric o abra e faça o que
achar melhor. Nas contas que limpei tinha mais de dois trilhões de dólares, é
dinheiro pra cacete e vamos dividir em partes iguais para nós quatro, eu,
meus irmãos e minha mãe, se bem que minha mãe merece mais por ter
aturado esse monstro por tantos anos a enganado, fingindo ser quem não era.
Coloco o endereço do Cartel no GPS e sigo para um cassino bem no
centro da Flórida, não é possível que esse canalha tenha passado todos esses
anos comandando o crime no centro de Miami e ninguém descobriu antes.
Alguns minutos depois chegamos em um dos cassinos mais luxuosos
e frequentados de Miami, entramos no estacionamento interno do local e
assim que estaciono coloco a minha arma na cintura, tiro Danilo do porta
malas e tiro a mordaça da sua boca, seus dentes estão vermelhos pelo sangue
que acumulou depois do chute que lhe dei, mas o faço limpar a boca para
ninguém questionar a nossa entrada aqui dentro, tiro também as amarras das
suas mãos e dos seus pés e o seguro pelo braço apontando a minha arma na
sua costela, coloco o meu casaco por cima para esconder a minha arma e
Alaric o segura pelo outro braço.
Entramos no cassino contra a vontade de Danilo que resmunga entre
dentes, o ameaço e ele sabe que não estou brincando então ele nos leva até a
tal reunião, os comparsas dele devem conhecer muito bem a nossa família e
sabe que somos os filhos dele, então eles terão que acreditar em nós.
— Sr. Danilo! Não sabíamos que traria os seus filhos com o senhor,
algum deles já está se preparando para ocupar o seu lugar como Capo da
Vida Nostra? — Pergunta um homem já de idade enquanto nos acompanha
para o escritório do cassino, outra coisa que acabei de descobri, o meu pai é o
dono desse lugar.
— Sim! Eu estou mais que pronto para ocupar o lugar do meu pai,
essa reunião vai me dar a oportunidade de colocar para vocês as minhas ideia
para quando eu assumir. — Me adianto para responder primeiro e digo em
um tom firme apertando a arma na espinha do Danilo.
— Fico feliz em saber disso, Ramon, vai ser bom se você puder
participar mais vezes das reuniões, já que no futuro pretende ocupar o lugar
do seu pai. — Comenta andando na nossa frente e eu encaro Danilo com os
olhos apertados.
— O futuro já chegou, senhor! Eu vou assumir o Cartel ainda esse
mês, não é papai? Eu serei o novo Capo dessa facção! — Ele para em frente a
uma porta preta larga e me encara com um sorriso largo.
— Você é bastante ambicioso, garoto! Eu gosto disso, a sua
personalidade vai ser boa para os nossos negócios. — Diz enquanto abre a
porta do escritório e nós entramos encontrando muitos homens de meia idade
mas também alguns mais jovens.
— Companheiros! Boa tarde! Esses são os meus filhos, Ramon e
Alaric! — Danilo os cumprimenta tentando se afastar de mim mas eu não
deixo, Alaric também o segura firme pelo braço.
— Boa tarde chefe! Ramon! Alaric! — Todos nos cumprimentam
empolgados.
— Que bom que veio chefe, temos excelentes notícias para... —
Começa um homem se levantando atrás de uma mesa a nossa frente mas o
interrompo.
— Eu sinto muito por te interromper, senhor! Mas eu tenho algo
grave a dizer a vocês e não posso esperar mais, estou com muita pressa! — O
interrompo em um tom firme e todos focam a sua atenção em mim. — Na
verdade não estou aqui para assumir os negócios do Danilo, ele é um pai tão
exemplar que nunca sequer mencionou que tinha negócios obscuros as
escondidas... Danilo tem o mesmo sangue que eu mas ele é um verme traidor!
Eu descobri as contas que ele tem em muitos nomes diferentes e todas elas
estão zeradas! Muitos documentos envolvendo a todos vocês estão nas mãos
da imprensa agora, e logo todos vocês serão expostos e irão parar atrás das
grandes, não vai demorar muito para o FBI, CIA e o escambau bater aqui e
levar todos os integrantes da máfia americana! — Revelo em alto e bom som
e todos sacam as suas armas apontando para Danilo, eu faço o mesmo me
afastando e Alaric vem para trás de mim.
— MALDITO TRAIDOR! VOCÊ NÃO SERVE MAIS PARA SER
O NOSSO CHEFE! VOCÊ VAI MORRER DANILO! — Esbraveja um dos
mafiosos se aproximando cautelosamente com a sua arma em punho.
— ELE ESTÁ MENTINDO SEUS INCOMPETENTES! NÃO
ESTÃO VENDO QUE O MEU PRÓPRIO FILHO ESTÁ CONTRA MIM?
— Esbraveja alterado tentando se aproximar deles, mas para quando todos
destravam as suas armas.
— Se eu estivesse mentindo o que eu viria fazer aqui? Como saberia
de tudo isso se ele escondeu de toda família o que realmente faz para
sustentar os seus impérios? Esse monstro nos deixou na miséria! Ele está
decretando falência nas suas empresas porque tem planos de sumir do mapa
com toda a sua fortuna! Inclusive a fortuna do Cartel! Ele se diz cansado de
tudo isso aqui e pretende se aposentar deixando todos vocês e a minha família
na miséria! Eu não sou maluco de vir até aqui para mentir na cara de vocês, e
o meu irmão está aqui para não me deixar mentir...! Eu não aprovo o que o
meu pai está fazendo e se vocês não o matar agora, eu mesmo vou fazer isso!
— Esbravejo também destravando a minha arma e um dos mafiosos a minha
frente se aproxima apontando a arma na cabeça de Danilo.
— Se o próprio filho está querendo matar o pai, então com certeza
Danilo é culpado! Vamos levá-lo daqui! Eu mesmo quero descarregar a
minha arma nele! — Esbraveja o cara dando uma coronhada em Danilo o
fazendo cair de joelhos.
— Amordaça ele e vamos levá-lo para o armazém! Vamos dar um fim
nesse infeliz e depois tentaremos impedir que o nosso envolvimento com a
máfia seja revelado! — Ordena o senhor que nos trouxe até aqui.
— Não façam isso! Vocês vão se arrepender! Seus malditos vocês vão
se arrepender! — Mais uma vez Danilo esbraveja enquanto é amarrado e logo
o amordaçam para calar a sua boca.
— Vocês dois virão conosco! Vocês precisam presenciar o que vai
acontecer. — O senhor se aproxima olhando dentro dos meus olhos e eu me
mantenho firme, cheio de ódio no coração.
— Com o maior prazer eu vou com vocês, eu não perco isso por nada
nesse mundo e tem mais! Eu quero ser o primeiro a disparar a minha arma,
em troca eu mesmo recupero o conteúdo que esse filho da puta mandou para
imprensa... Negócio fechado? — Sugiro em um tom firme o estendendo a
mão e ele pega apertando firme. Ninguém aqui precisa saber que estou
realmente mentindo!
— Tem certeza que não quer assumir o lugar do seu pai, Ramon?
Você daria um ótimo líder. — Ele me encara com um pequeno sorriso no
rosto.
— Me desculpe mas não quero fazer parte disso, depois que
acabarmos com esse infeliz vocês me esqueçam e eu esqueço vocês... Vocês
nunca terão problemas por minha causa, isso eu prometo! Tudo que eu quero
é me vingar desse traidor maldito! — O encaro sério e sei que ele está vendo
a fúria em meus olhos.
— Certo! Será como você quiser...! Obrigado por nos entregar o seu
pai, isso significa que assim como nós, você também não aceita traição...
Bom, vamos sair logo daqui! Preciso resolver o quanto antes essa situação!
— Diz ainda apertando a minha mão mas se solta o encarando fixamente e
vejo Danilo tentar dizer algo, mas a sua mordaça está bem apertada.
Danilo é erguido do chão e saímos todos do escritório saindo por um
corredor mais discreto que dá acesso a garagem, peço para levar Danilo eu
mesmo no meu carro para não correr o risco dele conseguir convencê-los de
que menti, sua honra está manchada diante dos seus capangas e vai ser morto
por todos eles, e por mim também.
Saímos do cassino e três carros seguem na frente, eu vou logo atrás e
outros carros vem atrás de mim, os sigo para um local mais afastado do
centro e em vinte minutos estamos nos aproximando de um armazém
abandonado, nunca havia passado por aqui antes e se passei, não me lembro.
Encaro Danilo pelo retrovisor e ele tem um olhar perdido, pensativo,
acho que vendo a sua morte passar diante dos seus olhos.
— Você destruiu a minha vida, Danilo! Agora eu vou acabar com a
sua! Você queria que eu fosse como você então veja! Vou destruir você sem
o menor remorso, sem me importar com nada e quer saber mais? A mulher
que te amou a vida inteira também está se lixando pra você... Como se sente
depois de todos esses anos comandando um Cartel de mafiosos? Traindo a
sua família e agora sendo traído também? Você queria que eu mudasse,
queria que eu assumisse o meu posto como filho do diabo e você conseguiu!
— Digo tranquilamente dividindo a minha atenção entre ele e o trânsito e
gargalho ao me referir como filho do diabo. — Se antes eu assumi uma ex
prostituta como minha mulher, Danilo! Você nem imagina o que eu vou fazer
a partir de agora... Vou abrir boates de prostituição por todo mundo, e
adivinha? Vou colocar o seu nome em cada uma delas... Você será lembrado
como o rei da prostituição. — Gargalho realmente gostando dessa ideia.
Ele me encara com os olhos levemente arregalados e Alaric gargalha
junto comigo.
— Teria mesmo coragem de fazer isso, Ramon...? Vai colocar o nome
dele nas suas boates? — Pergunta entre risos e eu sorrio de lado.
— Com toda certeza que sim, Alaric! Danilo Mitchell é um homem
de prestígio dentro da sociedade, já que ninguém conhece a sua vida podre,
eu vou ficar trilhardário apenas por usar o nome dele, Danilo Mitchell será o
rei da prostituição, e tenho certeza de que seus amiguinhos vão querer
conhecer as minhas boates. — Danilo resmunga querendo dizer algo e Alaric
tira a sua mordaça.
— Você ainda vai se arrepender do que está fazendo, Ramon! Você
ainda vai me pagar por isso seu miserável! Essa humilhação vai ter volta
porque se me matarem, isso vai ficar na sua consciência! Eu vou te
atormentar pelo resto da vida seu maldito! — Esbraveja alterado e meu irmão
coloca novamente a mordaça na sua boa enquanto eu gargalho.
— Você acha mesmo que eu tenho consciência depois do que você
fez? Acha que vou me arrepender por tudo que estou fazendo...? Realmente
você não me conhece, você me tirou a mulher que mais amei nessa vida só
por ela ser uma ex garota de programa! Adivinha só paizinho? Se Marcelly
estiver mesmo morta, ao invés de uma, eu terei dez prostitutas para desfilar
pelo mundo com Ramon Mitchell, o filho do diabo! — O encaro pelo
retrovisor olhando dentro dos seus olhos e gargalho mais uma vez.
Seu olhar de surpresa me agrada, era isso que eu queria ver mas ainda
não estou satisfeito.
— Porra se eu não fosse casado e não amasse tanto a minha mulher,
eu entraria nessa com você, Ramon! Faltam só alguns poucos minutos para
eu me sentir livre desse pesadelo que tanto chamei de pai... Porra eu sempre
me orgulhei desse homem sem saber o monstro que ele é, eu deixei de fazer o
que eu queria por causa dele e para quê? — O tom magoado do meu irmão
chama a minha atenção.
— Ainda não é tarde para você fazer o que você quer, meu irmão,
condição e tempo para fazer isso agora você tem... Seja feliz, Alaric! E
garanta que a nossa irmã e a nossa mãe também será... Se eu não encontrar a
minha mulher, a felicidade deixará de existir para mim, vou me empenhar em
manchar a imagem de bom homem de Danilo Mitchell, e não descanso até
conseguir! Você me conhece irmão, sabe o quão determinado eu sou. —
Digo um pouco mais pensativo mas sorrio encarnado Danilo pelo retrovisor,
mesmo gritando por dentro de tanto ódio.
— Sei disso irmão, por isso te admiro tanto, por isso a nossa família
te ama tanto então por favor? Não se afunda em amargura por causa desse
lixo que a gente tanto chamou de pai? Vamos lutar lado a lado para encontrar
a sua mulher, mas se não conseguirmos, Marcelly não iria gostar de saber que
você retrocedeu, que voltou a ser aquele Ramon de antes... Ela respeita e
admira muito a nossa família, sei que ela iria querer nos ver felizes mas não
seremos assim tão felizes se você nos deixar de novo... Você não vai estar
sozinho, Ramon! Vamos estar todos ao seu lado meu irmão. — Suas palavras
entram na minha mente me deixando pensativo, eu sei que a minha ruivinha
não iria gostar de ver o monstro em que me tornei no instante em que ela foi
tirada de mim.
Não digo nada, fico com as suas palavras na mente. Entramos no
armazém e assim que paro o carro, alguns dos capangas se aproximam
arrancando Danilo de dentro do carro, ele resmunga tentando se defender mas
não consegue.
Danilo é levado até o centro do armazém e colocado de joelhos no
chão, nos aproximamos todos dele e vejo já muitos desses mafiosos sacando
as suas armas e colocando silenciadores, porra eu preciso comprar um
silenciador desses pra mim.
— Agora eu quero ver você enganar o capeta, Danilo! Dê lembranças
a ele por mim! — Diz o mesmo senhor simpático que apertou a minha mão
mais cedo.
Saco a minha arma apontando também para Danilo, Alaric se
aproxima parando ao meu lado.
— Alguém pode me dar uma arma, por favor? Eu também quero
participar disso! — Alaric pede em um tom decidido e eu sorrio de lado,
vamos acabar com esse maldito juntos.
Um dos capangas entrega uma arma para Alaric o cumprimentando
pela decisão de acabar com esse traidor, bom, ele traiu a nossa família e não o
Cartel, mas eles não precisam saber disso pois Danilo tem que receber o que
merece.
Danilo resmunga tentando gritar mas a mordaça o impede.
— Preparados pessoal! Depois do primeiro tiro de Ramon eu quero
que todos vocês descarreguem as suas armas nesse desgraçado! Ouviram?
Quando quiser, Ramon! Fique à vontade! — Avisa o senhor que tenho quase
certeza de que será o novo chefe desses mafiosos.
Apenas balanço a cabeça concordando e aponto a minha arma para
Danilo, mirando bem no coração, respiro fundo e prendo a respiração antes
de dar o primeiro tiro, Danilo não cai, apenas se curva então todos disparam
as suas armas junto comigo, fazendo desse desgraçado uma peneira que cai
com tudo para traz.
— AHHHHHHH! MORRA MALDITOOOO! — Grita um dos
capangas descarregando a sua arma em Danilo já caído no chão.
São muitos tiros, não tem como saber qual foi a bala que o matou mas
sei que todos aqui vão querer levar esse crédito. O senhor de antes me encara
atento enquanto se aproxima, ele me olha nos olhos e eu sustento o seu olhar.
— Tem certeza de que não quer assumir os negócios do seu pai,
Ramon? Você é bom com uma arma, isso é um talento e se você mudar de
ideia, estarei te esperando, rapaz. — Ele me estende a mão e eu pego
apertando forte assim como ele. — Tem algo que eu poça fazer por você e
sua família? Em consideração pela sua atitude de entregar o traidor do seu
pai, me peça qualquer coisa e eu faço! — Pergunta ainda apertando a minha
mão, com os seus olhos presos nos meus, não posso pedir ajuda para
encontrar Marcelly, se eles perceberem que tudo isso foi uma vingança
pessoal vão saber que menti.
— Não precisa se preocupar conosco, eu ainda tenho os meus
negócios no Brasil e eles estão me rendendo um bom lucro, eu vou ajudar a
minha família mas mesmo assim, obrigado senhor! Agora precisamos ir, se
não se importar eu vou levar o corpo de Danilo, eu prometi jogá-lo no mar
para virar comida de peixes e vou cumprir a minha promessa, só preciso de
ajuda para camuflar o corpo para sair daqui sem problemas. — Solto a sua
mão me aproximando do corpo de Danilo onde Alaric o encara fixamente,
mas seu semblante não demonstra reação.
— Não se preocupe com isso, os meus homens vão te ajudar... A
propósito! Eu me chamo Enrico, assim você não precisa mais me chamar de
senhor. — Ele sorrir de lado antes de encarar o corpo ensanguentado no chão
e se abaixa, fechando os olhos desse desgraçado.
— Alaric! Está tudo bem irmão? Está arrependido do que fez? — O
encaro atento mas ele continua na mesma posição encanto Danilo morto.
— Só tem uma coisa na qual eu me arrependo, Ramon... Me
arrependo de não ter feito isso antes... Me diz uma coisa, Sr. Enrico? Fazer
parte de um Cartel significa negar amor a família? Significa impedir a
felicidade da sua família? Significa colocar o dinheiro em primeiro lugar?
Desrespeitar o sangue do seu sangue? — Meu irmão se vira encarnado Enrico
dentro dos olhos e ele faz o mesmo.
— Pelo contrário, Alaric! Fazer parte de um Cartel não te obriga a
nada disso, seu pai errou não só com a família da máfia mas também com a
sua própria família de sangue... Ele já teve o que merecia então a dívida dele
está paga... Nós já vamos indo, mas vou deixar alguns dos nossos homens
para ajudá-los... Com licença! — Apesar de ser um mafioso ele parece ser
muito respeitado entres os integrantes dessa facção, mas ainda assim ele é um
mafioso.
Ele sai com o pessoal da sua equipe ficando apenas dois homens que
enrolam o corpo de Danilo em uma lona preta, em seguida eles o colocam em
um baú grande pois esse miserável é cumprido, logo eles o colocam na mala
do carro e eu os dispenso, saio do armazém conversando com meu irmão e
seguimos direto para marina onde o nosso iate nos aguarda, esse filho da puta
vai virar comida de peixes em homenagem a minha ruivinha, espero que ela
esteja viva, isso é tudo que eu quero nessa vida... Que ainda esteja viva.
Capítulo 48
Ramon
UM ANO DEPOIS...

— EU NÃO QUERO SABER DE NADA ANASTÁCIA! EU


DEIXEI VOCÊ NO COMANDO ENTÃO SE VIRA! Não me liga para me
falar de problemas pois já estou de cabeça cheia...! Eu te dei carta branca para
demitir e contratar então faça o seu trabalho, cacete! — Esbravejo irritado e a
ouço respirar fundo.
— Eu posso saber que diabos está acontecendo com você, Ramon? Eu
não sou apenas sua empregada e não vou aturar você me tratando com essa
ignorância! Você não é o único na face da terra com problemas então é
melhor me tratar direito! — Esbraveja também irritada e eu me controlo para
não arremessar o celular em algum lugar.
— Se quer que eu te trate direito então pare de me ligar para me falar
de problemas! Não estou com cabeça para resolver nada então faça o que eu
te mandei fazer! Se não está dando conta do trabalho é só contratar alguém
para te ajudar, mas não me amole mais, eu fui claro? Eu já falei que não estou
em uma fase boa então tenta me entender, Anastácia! — Rebato ainda
irritado e mais uma vez a ouço respirar fundo.
— Caralho, Ramon! Já faz mais de um ano que você não está em uma
fase boa, Você precisa superar isso meu amigo, você precisa superar isso e
parar de brigar comigo a toda hora! Ou eu vou me irritar de verdade com
você, entendeu? Até agora eu venho relevando todas as suas grosserias mas
agora já chega! Eu sou sua amiga e estou aqui para te apoiar, mas os negócios
são seus e eles precisam da sua atenção, Ramon...! Poxa eu sei o quanto você
ainda está sofrendo com a perda da sua ruiva, mas a vida precisa continuar...!
Eu estou do seu lado assim como os seus irmãos e sua mãe aí em Miami, seus
amigos aqui no brasil estão muito preocupados com você, a meses você não
aparece, só vive viajando e não para nem para por a sua vida em ordem. —
Desabafa um pouco mais calma e no fundo eu sei que ela tem razão, mas
mesmo assim não consigo mudar.
— Estou trabalhando muito, Anastácia, por isso não tenho tempo de ir
até o Brasil só para colocar essas prostitutas no lugar, isso é trabalho seu!
Fora do Brasil eu tenho outras dez boates espalhadas pela Europa e preciso
me dedicar a elas também... Você é muito mais que uma funcionária, por isso
confio tanto em você e deixei a responsabilidade das boates nas suas mãos,
Mário é um incompetente e por isso Paulo está te ajudando. — Ando pelo
jatinho inquieto tentando me acalmar, minha vida não é mais a mesma depois
que perdi a minha mulher. — Eu preciso desligar, Anastácia! Estou
esperando uma ligação importante então depois nos falamos novamente, só
me liga em casos de extrema urgência, entendeu...? Me desculpa pela
maneira que tenho te tratado... Eu vou tentar mudar, mas não prometo
conseguir... Até mais, Anastácia! — Encurto a conversa e desligo sem
esperá-la dizer mais nada.
Já faz mais de um ano que procuro por Marcelly e não a encontro,
coloquei dez detetives particulares atrás daquela ruiva e até agora não
encontraram nenhuma pista dela, estou começando a acreditar que ela possa
mesmo estar morta e isso me deixa a cada dia mais estressado e irritado, me
sinto culpado por tudo que ela passou, me sinto um canalha por não ter
conseguido impedir o que aconteceu com ela, não consigo aceitar que ela
esteja morta mas o fato de não conseguir nenhuma pista dela, só me deixa
mais angustiado com a possibilidade dela estar mesmo morta.
Eu rodei esse planeta atrás de Marcelly, e enquanto procurava por ela
comecei a gastar a parte do dinheiro do Danilo que ficou para mim, dividi
toda aquela fortuna com meus irmãos e minha mãe, e a minha parte estou
investindo em mais boates, e como prometi a Danilo estou espalhando boates
com o nome dele pelo mundo.
Suas empresas já não existem mais, as poucas que ainda estão de pé
está sendo administradas por Rafaela e Alaric mas agora com outro nome,
estão usando o nosso sobrenome do meio que é o nome da nossa mãe, agora
as empresas dos meus irmãos se chamam Delavega'Groups corretora de
seguros, o sobrenome Mitchell não é mais associados às empresas e todos
estão mais felizes com isso, menos eu pois minha felicidade tem nome e
sobrenome, Marcelly Alencar e ela não está mais aqui comigo, talvez não
esteja mais entre nós e pensar nisso só me destrói ainda mais.
Me lembro dos nossos planos para morarmos juntos, me lembro da
sua reação quando lhe revelei que pretendia me casar com ela, Marcelly ficou
tão surpresa e tão feliz que não consigo aceitar o seu fim trágico, foi cruel
demais, mas pelo menos ela foi vingada a altura como merecia.
Me lembro dos nossos planos de morarmos fora do Brasil, mas isso
era apenas para vivermos longe de Danilo, a minha ruivinha estava tão
empolgada para conhecer outros países, ela queria muito ir a Austrália e nós
iríamos se tudo aquilo não tivesse acontecido.
Eu estive na Austrália quatro meses depois que a levaram, mas a
Austrália é grande e mesmo percorrendo aquela cidade por todos os cantos,
não achei nenhuma pista que me dissesse que ela estava viva e que tinha
passado por lá, passei três dias seguidos circulando pela cidade com um dos
detetives andamos sem descanso, mas não obtivemos resultados, depois disso
não voltei mais naquele lugar mas aqui estou eu! Voltando novamente a
Austrália para inaugurar mais uma das boates Danilo Mitchell.
Não vou negar, esse sobrenome está me rendendo muitos lucros e até
alguns sócios e investidores de muitas empresas estão procurando as minhas
boates, se eu soubesse que lucraria tanto teria feito isso a mais tempo, com
Danilo ainda vivo para vê-lo enfartar de tanto ódio.
— Com licença, Sr. Ramon! Já vamos pousar, por favor sente-se e
ponha o cinto de segurança. — Avisa a aeromoça se aproximando e para na
minha frente.
— Me sirva mais uma bebida! Dessa vez uma dose tripla! — Lhe
entrego o meu copo vazio e me sento colocando o cinto de segurança.
— Desculpa senhor, mas acho melhor... — Ela me encara apreensiva
e eu a interrompo.
— Querida, você não é paga para pensar! Você é paga para fazer o
que eu mando e eu mandei você me servir outra bebida! Agora! — Rosno
entre dentes e ela sai rapidamente sem olhar para trás.
Em poucos segundos ela está de volta me entregando o meu copo de
uísque, ela vai para o seu acento próximo a cabine e eu pego o celular, entro
na minha caixa de mensagens e pela milésima vez coloco a mensagem de voz
dela para ouvir.
"Ramon onde você está? O que aconteceu meu amor? Porque você
não me responde? Mas que droga é a milésima vez que te ligo e você não me
responde! Porque saiu da festa sem falar comigo? Aconteceu alguma coisa
com os capangas do seu pai...? Por favor me liga? Eu estou indo pra casa
como você pediu, pelo visto não vamos nos ver hoje, não é...? Eu te amo!"
Essa é uma das mensagens de voz dela que ainda tenho na minha
caixa de mensagens, eu não consegui apagar, eu precisava ouvi a sua voz
para me acalmar quando sentia que iria explodir, essa é uma das muitas
mensagens que ela me deixou no dia do casamento do Felipe, em todo esse
tempo em que não vi mais os seus olhos negros e seu sorriso radiante, ouvir
essa mensagem antiga com aquela voz doce tem sido o meu calmante natural,
mesmo brava e chateada, Marcelly conseguia me acalmar, ela me trazia uma
paz que mais ninguém é capaz de conseguir.
Escuto a sua voz na mensagem repetidas vezes até que percebo que
estamos pousando, guardo o meu celular e espero a aeronave aterrissar, dessa
vez vou tentar passar mais tempo na Austrália para dar mais atenção à
inauguração da boate, vou aproveitar para tentar me distrair um pouco, mas
duvido que eu vá conseguir.
Já faz um ano e dois meses que não toco em uma mulher
intimamente, não vou negar que tentei, pois tentei inúmeras vezes enquanto
estava bêbado, mas sempre chamava por Marcelly e não conseguia sequer
continuar olhando para as garotas na minha frente. Marcelly me enfeitiçou de
uma maneira que não imaginava ser possível, já faz mais de um ano que ela
pode estar morta e eu não consigo deixar de pensar nela, não consigo deixar
de amá-la e desejá-la, não consigo dormir em paz sabendo que não a tenho
mais.
Saio dos meus pensamentos com o piloto vindo na minha direção
chamando a minha atenção. Desembarcamos no aeroporto de Sydney e eu
alerto o meu piloto para ficar atento as minhas ligações, não sei por quanto
tempo vou ficar aqui, tudo vai depender do prazo para inauguração que
acontecerá em dois dias, ficarei na cidade por tempo suficiente para deixar
tudo em ordem antes de voltar a viajar.
Pego um táxi e sigo para o centro de Sydney onde está localizada a
minha boate, levo alguns longos minutos até chegar na boate e logo estou
entrando na mesma, indo direto para o escritório, assim que entro no mesmo
vejo Cristiano sentado atrás da mesa assinando alguns documentos.
— Cristiano! Como vai? — Me aproximo da mesa e ele se levanta
para me cumprimentar.
— Chefe! Que bom que chegou, eu já estou adiantando os
documentos das contratações, só falta a sua aprovação para colocarmos tudo
para funcionar. — Ele aperta a minha mão antes de pegar os documentos me
entregando em seguida.
Pego os documentos e me sento atrás da mesa os analisando
minuciosamente, mas pelo que vejo está tudo em ordem, a contratação das
dançarinas, garçons, seguranças e as garotas que farão os programas, as
arrumadeiras para manterem os quartos limpos e os fornecedores de bebidas
também estão em ordens.
— Perfeito Cristiano! Se houver alguma mudança, novas contratações
e etc... Você tem o meu aval para decidir, demitir e contratar, mantenha o
padrão que está sendo oferecido aqui e se tiver que fazer melhorias, também
não vejo problemas para o fazer, não vou poder vir com frequência então vou
esperar os relatórios semanais no meu e-mail e a planilha de rendimentos,
pagamentos e etc... E por favor Cristiano! Me ligue apenas para urgências,
estendido? Os meus dias são muito corridos então se aparecer algum
problema, a menos que não seja grave resolva-o você mesmo, apenas me
mantém informado sobre tudo. — Aviso enquanto assino os documentos e
ele se senta à minha frente concordando.
— Como quiser senhor, será feito exatamente como o senhor ordenar.
— Ele parece empolgado com a inauguração e também com o seu novo
cargo.
Estou confiando nele mas não cegamente, um dos seguranças que vai
trabalhar aqui é dá minha inteira confiança e vai ficar de olho em tudo, toda
semana ele também me passará um relatório sobre tudo e sobre todos, fiz o
mesmo em todas as outras boates e assim eu fico despreocupado.
Passo um bom tempo ali com Cristiano revisando documento por
documento antes de ir verificar as instalações da boate, os quartos estão
perfeitos, as salas privadas também estão ok, todas as minhas boates seguem
o mesmo padrão, tudo aqui é moderno e luxuoso para atrair os homens mais
ricos da sociedade, e sei que assim como nas outras boates, essa aqui também
será um ótimo investimento.
— Chefe! Já está passando da hora do almoço, vamos sair para
comermos alguma coisa? Tem um restaurante ótimo não muito longe daqui, e
lá tem umas garçonetes maravilhosas... É de abrir o apetite. — Ele sorrir de
lado e eu respiro fundo.
Estou mesmo precisando comer alguma coisa, a meses não como
direito e só bebo bastante, mas estou me controlando para não virar um
alcoólatra.
— Ok! Vamos lá, mas não vamos nos demorar pois ainda tenho que
ver pessoalmente as garotas que virão para apresentações no final da tarde. —
Me levanto recolhendo os documentos e os entrego novamente.
Ele coloca os documentos no cofre e logo saímos da boate, ele está de
carro então seguimos para o tal restaurante, me lembro de pedir a ele para
alugar um carro pra mim pois não suporto ter que pegar táxi, gosto de eu
mesmo dirigir e ele me promete conseguir o carro ainda hoje.
Quinze minutos depois estamos estacionando na frente de um
restaurante não muito fino e caro, mas de boa aparência e parece bem
frequentado. Entramos no mesmo e a recepcionista nos leva até uma mesa no
centro do salão.
— Fiquem a vontade senhores! Logo um dos nossos garçons vira
atendê-los. — Diz ela antes de sair nos deixando.
Iniciamos uma conversa sobre os atendimentos na boate e sobre os
valores dos programas entre outras coisas, nos documentos que deixei com
ele já tem tudo explicado nos mínimos detalhes, mas é sempre bom revisar
tudo na mente para ver se algo foi esquecido.
No meio da nossa conversa o meu celular toca e vejo no visor o nome
da minha mãe piscar, não atendo, mais tarde eu ligo para ela pois sei que
assim como os meus irmãos, ela quer notícias minhas, a noite converso com
ela com mais calma, mas o meu celular insiste em tocar e eu o coloco no
vibra cal, e mesmo assim a droga do telefone fica brincando sobre a mesa.
— Eu preciso atender essa ligação! Já volto! — Aviso já me
levantando e me viro para sair, mas me choco contra alguém e uma bandeja
vai parar no chão fazendo um barulho estrondoso.
— Me desculpe! Eu tentei desviar mas não... Ramon... — Encaro a
minha roupa molha de suco mas estremeço quando ouço a sua voz doce,
levanto o meu rosto para encará-la perplexo e ela sussurra o meu nome.
— Marcelly...? Marcelly você está viva...! Como isso é possível...? —
Questiono a encarando de cima abaixo para ter certeza de que é mesmo ela
aqui na minha frente.
Ela me encara assustada e se vira correndo para longe de mim, não
perco tempo e corro atrás dela que sai do restaurante sumindo das minhas
vistas, eu não posso perdê-la de novo, era mesmo ela aqui na minha frente? E
porque ela correu de mim?
Saio do restaurante correndo olhando para todos os lados e a vejo
virar a esquina, corro o mais rápido que consigo e viro a esquina atrás dela e
logo consigo alcançá-la segurando ela pelo braço.
— Para Marcelly! Por favor não faz isso comigo...? Para vamos
conversar, ruivinha...? — Peço com a voz trêmula sentindo minhas vistas
embaçar, ela se vira me encarando já chorando e isso me arrebenta por
dentro. Eu não acredito, é ela mesmo!
— Me desculpa eu não posso... Tem gente me vigiando eu não posso
ser vista com você... Vai embora por favor? Me deixa em paz! — Esbraveja
entre lágrimas se soltando de mim e tenta correr novamente, mas eu não
deixo.
— Você está viva esse tempo todo e não me ligou! Não me mandou
uma única mensagem sequer para eu saber que você estava bem... Porque
você fez isso comigo? Eu passei esse tempo todo me culpando por achar que
você estava morta e agora você está aqui! Viva na minha frente fugindo de
mim... Você não se importou em saber como eu estava... Você acha que eu
merecia isso? Porque...? Porque não me procurou...? Se estava com medo do
meu pai porque não me mandou algum sinal para eu descobrir onde você
estava... — Esbravejo de volta ainda não acreditando que ela está aqui na
minha frente, viva, ela me interrompe.
— O seu pai queria me matar, Ramon! Eu só estou viva porque
implorei! Me humilhei e fui obrigada a sumir do mapa se eu não quisesse
morrer e levar os meus pais junto...! O pai do homem que eu amava mandou
me matar, eu escapei por pouco e fui ameaçada, Ramon! Se eu te procurasse
eles iam me encontrar e eu não teria uma segunda chance... — Explica entre
lágrimas tentando se soltar de mim mas não deixo e puxo-a para os meus
braços, interrompo-a também.
— Se você me procurasse eu ia te proteger, Marcelly! Porque não me
procu... — Rebato angustiado e novamente ela me interrompe me
empurrando para longe dela.
— Você ia me proteger igual você me protegeu? Ia impedir o seu pai
de fazer mal a mim e a minha família, Ramon? Amar você me custou muito
caro... Nunca na minha vida eu havia amado alguém como amei você... Mas
esse amor me fez muito mal quando me arrancaram da sua vida como se eu
fosse um objeto velho que você não prestava mais...! Você viu o que fizeram
comigo, você viu como eu fui tratada e jogada para fora da sua casa...! Você
me fez prometer que não colocaria a minha vida em risco... Eu só cumpri a
minha promessa... Se eu te procurasse o seu pai me mataria pessoalmente, eu
não tenho dúvidas disso. — Ela chora de soluçar, um choro tão sentido que
me machuca.
— O meu pai está morto! Eu descobri que ele fazia parte de um Cartel
da máfia americana, meu pai era um monstro e ninguém suspeitava disso...
Eu mesmo o matei quando ele esfregou na minha cara que havia matado a
mulher que eu amava... De uma certa forma eu queria fazer justiça a você, e
fiz... Me perdoa se eu te causei tantos sofrimentos...? Me perdoa se por culpa
do meu amor você... Você teve que sofrer tanto... Por favor...? Me perdoa
Marcelly...? Eu preciso do seu perdão, ruivinha...? Me perdoa...? Eu preciso
ficar em paz comigo mesmo mas eu preciso que me perdoe...? — Desabo na
sua frente chorando como não faço a meses por me afundar em bebidas,
seguro forte a sua mão com medo de soltá-la e perdê-la novamente.
— Eu te perdoo... Sei que você sofreu tanto quanto eu... Por isso eu te
perdoo... Eu preciso ir, os meus pais estão esperando por mim. — Ela me
puxa me erguendo do chão mas se afasta tentando mais uma vez fugir de
mim.
— Espera! Onde você está morando? Não foge de mim? Vamos
conversar com mais calma? Eu quero saber sobre tudo que você passou nesse
tempo, eu... Eu quero te ver de novo...? Você está com alguém? Me esqueceu
Marcelly...? Deixou de me amar? — Questiono olhando em seus olhos mas
ela abaixa a cabeça desviando o seu olhar do meu.
— Eu não posso responder essas perguntas agora, eu preciso de um
tempo para assimilar tudo isso... O seu pai pode estar morto mas ainda tem
gente me vigiando, as mesmas pessoas que me trouxeram pra cá. — Ela olha
para todos os lados antes de voltar os seus olhos para mim, não vou negar, me
feriu o fato dela não querer responder às minhas perguntas.
— Tudo bem, eu vou me hospedar no hotel do centro, você já sabe
como me encontrar, os meus números ainda são os mesmos caso ainda se
lembre deles e queira me ligar... Eu não troquei de número, não consegui
apagar as suas mensagens de voz gravadas neles. — Limpo o meu rosto me
aproximando dela com cautela, não consigo desviar os meus olhos da sua
boca, eu quero muito beijá-la.
— Você ainda tem aquelas mensagens...? Ainda as ouve? — Pergunta
surpresa e eu esboço um pequeno sorriso depois de mais de um ano
amargurado sem conseguir sorrir para nada e nem para ninguém.
— Todos os dias, só para não esquecer a sua voz... Para aliviar um
pouco a falta que você me faz. — Pego a sua mão novamente me
aproximando mais, mas ela se afasta olhando para os lados. — Por favor
Marcelly? Se ainda tem consideração por mim, não fuja...? Você não imagina
o inferno que foi a minha vida todo esse tempo pensando que você poderia
estar morta, eu sofri muito e ainda sofro... Eu vou resolver a questão das
pessoas que estão te vigiando para te deixar mais tranquila, mas por favor
vamos conversar? Não se afasta de mim, ruivinha? — Toco o seu rosto
acariciando a sua pele macia exatamente como eu me lembrava, ela encara a
minha boca mas quando me aproximo para beijá-la somos interrompidos.
— Marcelly! Está tudo bem? O que aconteceu com você, princesa?
Quem é esse cara? Ele te fez alguma coisa...? Porque está chorando, Celly?
— Aparece um cara atrás de mim vindo na direção dela e se aproxima
abraçando a sua cintura. Eu não acredito que ela está com esse cara!
— Esse é o seu namorado...? Então você me esqueceu mesmo...
Deixou de me amar... As minhas perguntas estão respondidas... — Sinto
como se um punhal atravessasse o meu coração, ela é de outro agora, ela não
me ama mais.
— Lucas, esse é o Ramon...! Meu ex namorado... Ramon, esse é o
Lucas...! Meu amigo e colega de trabalho. — Ela me encara surpresa
enquanto nos apresenta e sinto um imenso alívio me dominar quando ouço as
suas palavras, meu coração acelera. Mas porque ela disse que somos ex se
não terminamos? Fomos separados a força! — Eu preciso ir, quando eu me
sentir segura novamente eu te procuro... Me leva pra casa, Lucas? Não estou
me sentindo bem... Com licença. — Ela se afasta ainda olhando para os lados
amedrontada.
Não digo nada, ela se afasta com aquele cara e eu fico aqui parado
ainda tentando acreditar que Marcelly está viva, mas provavelmente não me
ama mais, de um jeito ou de outro eu posso ter perdido a mulher que eu mais
amei e amo nessa vida.
Ela para um táxi e os dois entram no mesmo, não vou esperar ela
procurar por mim, eu vou descobrir onde ela mora. Assim que o táxi dela sai
eu paro outro que vem logo atrás, peço para o motorista segui-los e assim ele
o faz, não perco eles de vista e percebo que eles estão se afastando do centro,
pelo visto ela mora bem longe do trabalho, mas porque ela está trabalhando
se ela tem uma boa grana guardada? Bom, os pais dela não sabiam desse
dinheiro, com certeza esse trabalho é para justificar a grana que ela deve estar
usando, mas como ela está usando o dinheiro se a conta dela não estava sendo
movimentada? Será que aqueles bandidos pensaram nisso também? Por isso
não consegui rastear os seus cartões, ela não está usando o dinheiro da conta
ou transferiu para outra conta pois no seu nome não tem aparecido nada.
Capítulo 49
Marcelly
Ainda estou me tremendo inteira, ainda não acredito que Ramon me
encontrou, não acredito que ele matou o próprio pai por mim, meu Deus eu o
amo tanto quanto antes ou mais, nunca o esqueci, mas também nem tinha
como já que tenho um pedacinho dele para me lembrar todos os dias do meu
amor por ele, nunca tive chances de esquecê-lo e no fundo eu nunca quis isso.
Encaro as minhas mãos tremendo e Lucas as segura com carinho, me
encarando atento, ele tem sido um ótimo amigo e me ajudou bastante desde
que cheguei aqui, ele se diz apaixonado por mim mas nunca consegui
corresponder aos seus sentimentos, nem ao menos consigo tentar ter algo
com ele pois ainda amo intensamente o Ramon.
Sentir o seu toque na minha pele me fez flutuar como somente ele é
capaz de fazer, Deus eu queria tanto pular em seus braços e beijá-lo para
matar a saudade que sinto dele, mas ainda estou sendo vigiada e não posso
correr o risco daqueles monstros fazerem algo contra mim e meus pais, muito
menos contra Yasmin, minha filha é o meu bem mais preciso além dos meus
pais.
— Você está muito nervosa, está tremendo tanto que tenho medo de
você passar mal... Aquele é o seu ex? É ele o pai da Yasmin, não é...? Você
ainda gosta dele, Marcelly? — Me questiona Lucas com os olhos atentos em
mim e eu o encaro de volta, mas não digo nada. — O seu silêncio já me
respondeu... Agora que ele apareceu eu não tenho mesmo chances com você.
— Ele abaixa a cabeça evitando me encarar, pego a sua mão enquanto
acaricio seu rosto.
— Eu nunca te dei esperanças, Lucas, você sempre soube que o meu
coração está ocupado... Eu não quero estragar o que temos agora, somos
amigos e a minha amizade é a única coisa que posso te oferecer... Não quero
tentar algo para depois me arrepender e magoar você quando perceber que
não posso te amar, e nem vem com aquela história de que o seu amor é
grande o suficiente para nós dois, porque isso não é e nunca será o suficiente
em um relacionamento, isso não é o suficiente para mim e você sabe disso...
Não quero me envolver com você pensando em outra pessoa, isso não é certo
e eu não gosto de mentiras, você sabe disso. — Seguro firme a sua mão
encarnado os seus olhos e ele respira fundo.
— Isso quer dizer que você vai voltar pra ele se ele te pedir? Vai
contar a ele que vocês têm uma filha juntos? — Mais uma vez ele me
questiona e mais uma vez não sei o que dizer.
— Eu não sei o que fazer, Lucas, nunca pensei que um dia ele me
encontraria depois do que houve... Eu sempre me imaginei contando a ele
sobre a nossa filha, mas agora na prática, não sei como fazer isso... Não sei o
que dizer a ele. — Confesso pensativa abrindo o pingente do meu colar, um
coração com uma foto minha e Ramon de um lado, e do outro a nossa filha.
Quando me sequestraram pegaram o meu celular com todas as nossas
fotos e meus contatos, eles o destruíram e não consegui salvar nada, mas na
internet tinham muitas das fotos que ele mesmo mandou publicarem nas
colunas de fofocas, eu baixei todas elas e revelei espalhando as pelo meu
quarto, não adiantou querer esquecê-lo, no mesmo dia em que cheguei na
Austrália fomos para um hotel pois não tínhamos onde ficar, no dia seguinte
eu comprei três daqueles testes de gravidez digital, e nos três mostrou que eu
estava grávida de oito semanas, no mês seguinte depois de conseguir alugar
uma casa para morar com os meus pais, eu consegui iniciar o meu pré-natal.
Minha vida não tem sido fácil depois de tudo aquilo, demorei a
conseguir um trabalho pois estava grávida, minha barriga começou a crescer
e fui dispensada do trabalho e quando tentei retirar o dinheiro que tenho
guardado na conta, fui alertada que não deveria fazer isso ou poderiam me
rastrear, estamos sobrevivendo com a aposentadoria dos meus pais mas uma
criança tem muitos gastos, alugamos uma casa pois não tive como comprar
uma como pretendia, aqueles miseráveis nos jogaram aqui e nem ao menos
me permitiram tirar o dinheiro da minha conta, para que tanto dinheiro
guardado e não poder usá-lo?
Meus pais se adaptaram muito bem nessa cidade mesmo com a
dificuldade de falar a língua deles, mas por sorte eu consegui contratar uma
pessoa para fazer companhia a eles e minha filha enquanto estou trabalhando,
Simone é brasileira e por minha culpa agora também está sendo vigiada, para
que ela não tente nos ajudar ligando para alguém que não deva, contei a
minha história a ela e adivinha? Ela está do meu lado, ela tem sido a minha
melhor amiga assim como Lucas.
Sinto muita falta da minha vida no Brasil mas não vou negar que
gosto de onde estou agora, apesar das circunstâncias e também por estar
sendo vigiada, aqui ninguém sabe que fui garota de programa então ninguém
tem o porquê me julgar.
O táxi nos deixa na porta da minha casa e Lucas desce comigo
pagando o táxi em seguida, entramos pelo portão e mais uma vez vejo minha
mãe no jardim cuidando das plantas, os meses vão se passando e a cada dia
me sinto mais culpada por não estarmos na nossa casa, me sinto culpada toda
vez que pego os meus pais falando com tanta saudade da casa que deixamos
no Brasil, será que algum dia vamos voltar?
— Mamãe! Boa tarde, como foi o seu dia? Yasmin está bem? — Me
aproximo dela sentada em um banquinho mexendo na terra.
— Filha! O que está fazendo em casa a essa hora? E porque ainda está
com o uniforme do trabalho...? Oi Lucas! Como vai querido? — Me
questiona enquanto se levanta e só então percebo que saí do trabalhando sem
pegar as minhas coisas e sem me trocar. Espero não ser demitida por isso!
— Eu vou bem, Sra. Antônia, só vim trazer Marcelly em casa pois ela
não se sentia bem. — Ele se aproxima cumprimentando-a com um beijo
carinhoso.
— Você não vai acreditar quando eu contar, mamãe... Você não faz
ideia de quem eu encontrei justo no restaurante onde trabalho, eu estou de
pernas bambas até agora. — Me aproximo dela a abraçando forte ainda me
sentindo tensa pela presença de Ramon.
— Como assim filha? Não vai me dizer que é quem estou pensando?
Marcelly isso não podia ter acontecido filha! — Ela se solta de mim me
encarando preocupada e até mesmo assustada olhando para fora do portão.
— Exatamente isso, mamãe, Ramon me encontrou no restaurante e
você não vai acreditar no que ele disse... O pai dele está morto, mamãe! O Sr.
Danilo está morto e Ramon disse que vai dar um jeito nesses abutres que
estão nos vigiando... Eu estou assustada, não esperava encontrá-lo de novo e
muito menos no meu local de trabalho. — Conto enquanto foco as minhas
lembranças na sua imagem, ele está tão bonito.
— Venham filha! Vamos entrar, precisamos contar isso ao seu pai...
Você vem Lucas? — Mamãe segura a minha mão e encara Lucas enquanto
vamos em direção a porta da casa.
— Infelizmente eu não posso ficar, Sra. Antônia, preciso voltar para o
restaurante... Se sente melhor Marcelly? Eu preciso voltar ao trabalho mas se
quiser que eu fique, eu fico, é só você pedir. — Lucas se despede da minha
mãe e se vira para mim.
— Obrigada por sempre estar disposto a me ajudar, Lucas, você é um
amor mas não há necessidade de ficar, você já fez muito me acompanhando
até em casa e espero que não sejamos demitidos por isso... Se eu precisar de
um super herói eu te ligo. — Sorrio o abraçando com carinho e ele abre ainda
mais o seu sorriso. — Não vá pensar besteiras, ouviu? Não interprete mal as
coisas... Agora vai antes que te demitam por minha culpa, nos vemos depois.
— Me despeço com um beijo no rosto mas ele vira beijando o canto da minha
boca, o encaro surpresa pois ele já tentou isso antes e eu não gostei.
— Me desculpa, Marcelly? Sei que você já pediu para eu não fazer
isso, mas... Porra está a cada dia mais difícil para mim me controlar, eu sou
apaixonado por você e você sabe disso... Merda! Me desculpa! Eu preciso ir.
— Ele se desculpa e vejo o quanto ele está nervoso, logo ele se afasta saindo
do quintal sem esperar eu dizer mais nada.
— Lucas espera? Lucas! Merda! Porque ele foi se apaixonar justo por
mim? — Ele sai batendo o portão sem me dar ouvidos.
Saio atrás dele mas resolvo deixá-lo ir, sinto a sensação de estar sendo
vigiada mas não vejo ninguém estranho a minha volta, nem mesmo os
capangas do defunto, será que aquele velho morreu mesmo?
Entro de volta no quintal trancando o portão e corro para dentro de
casa, assim que entro vejo os meus pais em pé no meio da sala conversando
apreensivos.
— Filha! Sua mãe já me contou o que houve, é verdade que aquele
homem morreu? Cadê o Ramon? Vocês conversaram? Porque ele não veio
com você se o pai dele está morto? — Pergunta meu pai agitado vindo na
minha direção.
— O pai dele pode ter morrido, papai, mas ainda tem gente nos
vigiando e eles têm ordens para nós matar caso a gente se comunique com
Ramon, e se esses caras estão seguindo ordens de outras pessoas agora? Não
sabemos de nada então precisamos nos manter longe do Ramon até estarmos
seguros de novo... Eu não quero pôr a vida de vocês e da minha filha em risco
por nada e nem por ninguém... Ainda não é o momento de trazermos o
Ramon de volta para as nossas vidas, papai... Vê-lo de novo mexeu muito
comigo, mas... Eu não sei o que fazer e nem o que pensar. — Argumento
pensativa e meu pai para na minha frente com um olhar atento.
— Ainda o ama muito, não é filha? Ainda sofre por ele, querida...?
Vai contar a ele sobre Yasmin? — Pergunta curioso e também apreensivo
mas eu já esperava por essas perguntas.
— O amo com toda a minha alma, papai... Nunca deixei de amá-lo,
pelo contrário, meu amor por ele parece ter triplicado depois que descobri
que esperava um filho dele... A minha bonequinha está aqui para nunca me
deixar esquecê-lo e me fazer amá-lo a cada dia mais... Eu não vou aguentar
ficar vendo-o e não poder lhe dar o meu amor... É doloroso demais amar
alguém que não posso amar, papai. — Desabafo pensativa e choro sem
perceber sentindo o meu coração apertado, sentindo ainda os cacos quebrados
espetando a minha alma. — Eu preciso ficar sozinha um pouco, preciso ver a
minha filha. — Lhe dou um abraço apertado e saio indo para o quarto de
Yasmin.
Faz pouco tempo que consegui decorar o quartinho dela como ela
merece, comprei tudo do bom e do melhor como sempre gostei e para
conseguir isso, tive que economizar alguns meses do meu pagamento, não
pude comprar a casa que eu queria e nem pude fazer pelos os meus pais o que
eu fazia antes, mas aos poucos estamos nos organizando com as pensões
deles é o meu salário, não recebo lá essas coisas mas, é bem melhor do que se
eu trabalhasse no Brasil, lá parece que o salário não aumenta.
Entro no quarto de Yasmin e vou até o seu berço, ela está dormindo
feito um anjinho e me lembro de Ramon me chamando de meu anjo, me
lembro dos seus beijos e seus toques na minha pele, me lembro do seu olhar
que me estremecia quando ficava excitado.
Tento esquecê-lo por um instante e acaricio o rostinho da minha
princesinha, o verdadeiro xodó dos avós, eu sempre pensei que ela nunca
conheceria o pai e o destino o coloca bem na minha frente, como será a
reação dele quando descobrir que temos uma filha? Pego ela no colo e encho
ela de beijos, mas ela está tão preguiçosa que sorrir mas não acorda.
Yasmin está com cinco meses e é a bonequinha mais linda do mundo,
não é porque é minha filha mas ela é linda, é a razão da minha felicidade, o
amor da minha vida.
Admiro-a por um bom tempo e coloco ela de volta no berço,
infelizmente não é sempre que consigo amamentá-la por causa do trabalho,
mas faço questão de tirar o meu leite todo os dias para deixar pra ela, eu amo
amamentar a minha filha quando posso.
Saio do seu quarto e vou para o meu que fica exatamente em frente ao
dela, entro no mesmo e vou direto para o banheiro já me despindo e entro no
box. Tomo um banho relaxante mas não muito demorado, logo estou me
secando e coloco uma calcinha e um vestido branco de alças finas, procuro o
meu celular mas me lembro que deixei a minha bolsa no trabalho, saí de lá
tão atordoada que nem me lembrei de avisar que estava saindo.
Vou até a sala e pego o telefone fixo e ligo para o restaurante, como já
previa, o gerente ficou puto comigo mas por sorte não fui demitida, não gosto
de mentir mas dessa vez não tive alternativa e inventei que minha filha não
estava bem, e por isso sai correndo, foi a única maneira de não ser demitida e
peço perdão a Deus mentalmente por isso.
Depois de ligar para o trabalho vou até a cozinha comer alguma coisa
e volto me juntando aos meus pais na sala, conversamos um pouco mais
sobre o que aconteceu hoje e eles acham que eu devo sim falar com Ramon
sobre Yasmin, não tenho mais dúvidas quanto a isso pois ele merece saber,
afinal ele sempre foi correto comigo e estaríamos juntos até hoje se não fosse
pelo pai dele.
Ele estava tão abatido quando me viu, meu Deus ele pensava que eu
estava morta e no fundo eu já imaginava isso, vê-lo chorando enquanto me
pedia perdão me destruiu por dentro, ele não teve culpa de nada mas eu
também não, ainda tenho medo de que façam algo com ele quando souberem
que ele me encontrou, tenho medo por todos nós.
Ouço um chorinho manhoso na babá eletrônica e minha mãe se
levanta apressada para pegá-la, meu pai sorrir por ver a mamãe tão feliz com
a neta, eles não tem contato com os meus sobrinhos então Yasmin está sendo
a maior alegria da casa.
— Olha quem acordou com fome! A princesinha da vovó! — Minha
mãe entra na sala sorridente com minha filha no colo.
— Me dá ela mamãe! Estou com saudades de passar mais tempo com
a minha filha. — Abro o meu sorriso para minha princesinha que se joga para
os meus braços.
Acomodo ela melhor em meus braços e começo a amamentá-la, ela
estende a mãozinha para meu pai mas não larga o peito, enquanto isso falo
com os meus pais sobre a possibilidade de voltarmos ao Brasil caso eles
queiram, mas por enquanto eles não querem pensar nisso, estão gostando de
ficar aqui então vamos começar a pensar em comprar uma casa nova para
nós, já que estamos pensando em continuar na Austrália.
— Papai? Eu tenho algo a contar para vocês e espero que não se
zanguem, até porque aquele velho maldito já está morto então logo esses
homens que estão nos vigiando vão nos deixar em paz, Ramon me disse
isso... Bom, eu tentei comprar uma casa para nós assim que chegamos aqui,
mas, eu fui impedida de mexer no dinheiro que tenho na minha conta para o
meu cartão não ser rastreado por Ramon. — Os encaro atenta e eles parecem
confusos.
— Como assim filha? De que dinheiro você está falando? Não
sabíamos que você estava guardando dinheiro enquanto estávamos no Brasil.
— Questiona meu pai ainda mais curioso.
— Eu não estava guardando dinheiro, papai... Um dia depois que
conhecemos o Sr. Danilo, logo depois da Sra. Verônica e Ramon saírem lá de
casa, o Sr. Danilo apareceu me oferecendo dinheiro para me afastar do filho,
ele tirou fotos minhas pegando o cheque dele e tentou fazer com que eu e
Ramon nos separássemos, mas não deu certo. — Conto sem rodeios e meu
pai se levanta irritado.
— Infeliz miserável! Ainda bem que ele está morto ou iria amaldiçoar
a vida daquele desgraçado...! E porque não nos contou nada antes, Marcelly?
Porque nos escondeu isso, filha? Meu Deus quanta maldade aquele ser
miserável foi capaz de cometer? — Esbraveja ainda irritado mas se
controlando para não assustar Yasmin.
— Eu não falei nada para não aborrecê-los com isso, papai, eu e
Ramon conversamos na época e ele concordou que eu ficasse com o dinheiro
que o pai dele me deu como uma indenização, e eu aceitei, esse dinheiro está
na minha conta mas eu fui impedida de usá-lo para não descobrirem onde
estamos... Foi por causa desse dinheiro e também da ameaça do pai de
Ramon que ele ficou um mês sem ir lá em casa, estávamos fingido para o pai
dele que não estávamos mais juntos, mas quando decidimos viajar também
decidimos nos assumir e o pai dele não gostou, foi por isso que ele mandou
que subissem conosco, mas agora aquele ser asqueroso está morto e nós
vamos voltar e ter paz... Eu não sei se vocês vão achar certo, mas... Ramon
disse que ele mesmo matou o pai dele quando descobriu que eu poderia estar
morta, ele também disse que descobriu que o pai dele fazia parte de um
Cartel da máfia americana e ninguém sabia, o pai dele era um criminoso,
papai. — Conto tudo que ouvi de Ramon e meu pai parece pasmo com as
minhas palavras.
— Santo Deus, o que passa pela cabeça de um ser humano fazer tudo
isso...? Não vou julgar o Ramon pelo que fez, só ele sabe o quanto sofreu nas
mãos daquele homem, e para ele ter tomado uma atitude tão extrema foi
porque o pai dele mereceu. — Ele se senta novamente ao meu lado pensativo
sobre tudo que falei.
— Ele nunca te julgou por nenhum motivo, filha, então não o
julgaremos pelas atitudes que ele teve com o papai, esse assunto só diz
respeito à ele mas sei que ele fez por te ama tanto, você não foi a única que
sofreu com a separação, querida, Ramon também deve ter sofrido muito sem
poder fazer nada por você. — Minha mãe também parece pensativa me
fazendo viajar nas lembranças de hoje mais cedo.
— Ele chorou tanto quando me viu hoje, ele custou a acreditar que
estou mesmo viva... Ele passou esse tempo todo pensando que eu estava
morta, mamãe... E eu pensando que ele tinha me esquecido. — Me lembro de
suas palavras ao dizer que escuta as minhas mensagens antigas só para não
esquecer a minha voz.
Será que ele esteve com outras mulheres por pensar que eu estava
morta? Outras mulheres tiveram os seus beijos e suas carícias? Eu não olho
para outro homem desde que fiquei como exclusiva dele na boate Pleasure
House, depois que nos afastaram os meus pensamentos eram todos dele,
meus desejos e meus sonhos mais eróticos eram e ainda são apenas com ele,
mas com certeza ele teve outras mulheres, ele está mais bonito e atraente,
nenhuma daquelas garotas das suas boates perderiam a chance de dar em
cima dele, e por pensar que eu estava morta com certeza ele deve ter ficado
com a maioria delas.
Tendo não pensar tanto nisso para não enlouquecer, imaginá-lo com
outras mulheres me fere e me irrita.
— Yasmin dormiu, vou colocá-la no berço e descansar um pouco até
o jantar. — Me levanto quando vejo que minha filha dormiu ainda mamando.
— Vai sim filha, vai descansar querida, eu te chamo quando o jantar
estiver pronto. — Minha mãe sorrir acariciando os cabelinhos da neta.
Dou um beijo em cada um deles e vou para o quarto de Yasmin,
coloco a minha filha no berço virada de ladinho pois ela não arrotou, sou mãe
de primeira viagem mas desde que minha filha nasceu, minha mãe me ensina
tudo sobre os cuidados com um bebê.
Minha mãe é maravilhosa comigo e minha filha, me sinto tão amada
por ela e meu pai, me sinto infinitamente amada com tanto carinho e
cuidados.
Meus pais entraram em uma terrível situação por mim e nem por isso
se deixaram abater ou me criticaram, pelo contrário, sempre me apoiaram e
me ajudaram muito na fase final da minha gravidez, eu os amo e sempre vou
amá-los acima de tudo, assim como amo a minha princesinha.
Vou para o meu quarto e me deito um pouco para descansar,
novamente os meus pensamentos vão em Ramon, ah como eu queria estar em
seus braços, queria ouvir novamente dele que me ama mas não sei se isso
ainda é possível, não sei se ele ainda me ama depois de tanto tempo pensando
que eu estava morta.
Pego no sono pensando nele, me lembrando dos nossos momentos de
amor e desejo, foi inevitável sonhar com ele e sentir o meu corpo queimar em
chamar, estou desejando-o tanto ou mais que antes, meu Deus o que será de
nós daqui em diante?
Acordo com a respiração pesada e a voz da minha mãe ao longe se
aproximando a cada vez que diz o meu nome.
— Filha? Celly acorda querida? — Chama por mim mais uma vez e
eu abro os olhos, ainda sonolenta.
— Eu não estou com fome, mamãe... Me deixa dormir um pouco
mais...? Ainda estou exausta... — Peço sonolenta fechando os olhos
novamente mas ela diz algo que me faz despertar no mesmo instante.
— Não vim te chamar só pelo jantar, filha, você tem visita e ele está
lá na sala conversando com o seu pai... Ramon quer te ver, Celly! — Quase
dou um pulo da cama só de ouvir a sua voz.
Capítulo 50
Marcelly
— Não vim te chamar só pelo jantar, filha, você tem visita e ele está
lá na sala conversando com o seu pai... Ramon quer te ver, Celly! — Quase
dou um pulo da cama só de ouvir a sua voz.
— Ele não pode estar aqui, como ele me encontrou? Ah que horas ele
chegou? Yasmin está dormindo? Fica com ela mamãe! Não deixa ela chorar
ele não pode saber dela ainda... Não antes de saber que estamos seguras, por
favor fica com a minha filha, mamãe? — Me apresso para soltar os meus
cabelos e ajeito a minha roupa, pareço afobada e minha mãe se segura para
não rir da minha cara.
— Fica tranquila filha, minha neta está dormindo feito um anjo, eu
tirei a babá eletrônica da sala para ele não perceber que tem uma criança na
casa... Vá logo, filha, ele está te esperando e parece ansioso, eu disse que
você estava descansando e ele queria vir pessoalmente te acordar, mas não
achei prudente. — Meu coração acelera, sinto-o bater na boca e a ansiedade
me consume.
— Fez bem mamãe, eu vou vê-lo... Meu Deus eu estou tão nervosa,
nunca me sentir assim antes por um homem. — Respiro fundo tentando me
acalmar e minha mãe sorrir.
— Ele não é qualquer homem querida, é o amor da sua vida por quem
você chorou tanto, além de ser o pai da sua filha... Vá logo ou ele realmente
vira até aqui... — Ela me empurra em direção a porta e saímos juntas.
Ela entra no quarto de Yasmin e eu entro na sala me deparando com
Ramon sentado, conversando com o meu pai, mas quando me vê se levanta
no mesmo instante respirando fundo, meu Deus eu vou desmaiar, ele está tão
lindo e me encara tão intensamente.
— Oi...! — Sussurro sem perceber a minha voz trêmula.
— Oi...! — Sussurra de volta sem desviar os seus olhos de mim.
Me aproximo com cautela sentindo que posso cair a qualquer
momento, paro ao lado do sofá de frente para ele e minha respiração pesa.
— Eu vou deixar vocês a sós, vocês têm muito o que conversar. —
Meu pai se levanta com um pequeno sorriso e vem na minha direção me
dando um beijo na testa.
Abro a boca para respondê-lo mas não consigo, minha voz não sai e
eu mal consigo encará-lo, meus olhos estão no homem a minha frente me
encarando intensamente.
Meu pai sai nos deixando a sós e eu tento respirar para não desmaiar.
— Sente-se! Por favor...! — Me sento de frente para ele tentando não
o encarar tanto, mas ele se aproxima se sentando ao meu lado.
Minha respiração pesa ainda mais, ofego com a sua aproximação e me
levanto puxando o ar para os meus pulmões, sinto suas mãos na minha
cintura e eu me viro me afastando o suficiente para conseguir respirar, estou
tensa, nervosa como nunca estive antes.
— Porque está fugindo de mim...? Parece que tem raiva, mágoa de
mim por tudo que houve... Me desculpe se estou te perturbando, Marcelly?
Mas eu preciso saber como foi a sua vida depois do que aconteceu, eu
imagino que não deve ter sido nada fácil para você, já que não mexeu em um
centavo do dinheiro na sua conta... Fizeram algo com você ou com os seus
pais? Passaram por dificuldades? Como você está agora? Está feliz com
alguém? Um namorado por exemplo...? Me esqueceu? — Ele me encara um
pouco mais sério e eu respiro fundo colocando os cabelos atrás da orelha, ele
sorrir de lado me deixando de pernas bambas.
— Não... Não fizeram nada conosco porque eu implorei pela nossa
vida, me fizeram prometer que nunca iria te procurar e como já te disse mais
cedo, estou sendo vigiada por todo esse tempo... Não vou negar, passamos
alguns apertos mas sobrevivemos... Eu quis te ligar, quis mandar uma
mensagem ou ligar para alguém que pudesse levar um recado meu até você,
mas também não pude, os telefones estão grampeados, eles tiraram o meu
celular de mim quando me raptaram, e... Não conseguia me lembrar do seu
número e mesmo assim... Me desculpa mas eu não podia colocar os meus
pais em risco, eles foram tirados de dentro de casa por aqueles homens sem
muitas explicações... Estamos sendo vigiados vinte e quatro horas por dia,
ficam duas pessoas vigiando a casa e outra me seguindo no trabalho, eu não
podia me arriscar, então... Por isso não tentei te procurar, sinto muito se por
minha causa você tenha chegado ao extremo com o seu pai, mas não vou ser
hipócrita de negar que não gosto de saber que ele está morto, me desculpa. —
Tento me manter calma enquanto ele está de pé na minha frente me
encarando atento, ele sorrir daquele jeito lindo quando digo sobre o pai dele.
— Não se desculpe, eu sempre te admirei muito por esse seu jeito
espontâneo e sincero... Mas você se esqueceu de responder a duas das minhas
perguntas... Está com alguém...? Me esqueceu? — Pergunta se aproximando
mais me deixando novamente nervosa, tento passar por ele mas ele se põe na
minha frente me impedindo. Engulo a seco!
— Não... Não tenho ninguém... Não consegui me envolver com
ninguém amando você como eu amava... Como eu ainda amo... Não deixei de
pensar em você nem por um instante... Minhas lágrimas não me deixavam te
esquecer. — Confesso ofegante olhando dentro dos seus olhos e vejo
surpresa, vejo um amor muito maior do que eu tinha antes.
— Jura para mim que não deixou nenhum outro homem te tocar...?
Diz que ainda é minha, ruivinha...? Eu ainda te amo tanto... — Pede também
ofegante mas avança na minha boca me beijando ferozmente.
Me estremeço em seus braços retribuindo aos seus beijos, meu Deus
como eu senti falta disso, de sentir o seu gosto e o seu amor através dos seus
lábios.
— Eu te amo, ruivinha... Te amo meu amor... Meu Deus eu te amo...
Não se afasta mais de mim...? Eu não estou suportando a ideia de você não
querer votar pra mim... Diz que ainda é minha, Marcelly...? Não terminamos,
você foi tirada de mim então você tem que voltar pra mim, amor... Minha
vida... — Declara entre os beijos mas eu me lembro dos capangas e me solto
dele me sentindo zonza pelo beijo.
— Eu te amo, Ramon... Deus e os meus pais sabem o quanto eu te
amo e sofri por você, mas... Eu não posso voltar com você até eu me sentir
segura novamente, não é somente a minha vida que está em risco a minha...
A minha mãe e meu pai também são alvos deles... — Desabafo nervosa me
afastando ainda mais dele e por pouco não falo sobre Yasmin, ele me segura
pelo braço me interrompendo.
— Eu já estou resolvendo isso, ruivinha, já conseguimos pegar dois
deles mas ainda falta um e não sabemos se há mais deles... Eu faço tudo por
você mas não se afasta de mim como você está fazendo agora? Não faz
isso...? Eu não sou mais o mesmo Ramon de antes, a minha vida acabou
quando pensei que tinha perdido você para sempre, mas agora você está aqui,
viva na minha frente e diz que ainda me ama... Só você pode me trazer de
volta, Marcelly, mas também apenas você pode me destruir se continuar se
afastando de mim... Sei que está com medo por causa desses homens mas eu
prometo trazer a sua liberdade de volta, eu vou te tirar dessa prisão, minha
princesa... Mas por favor? Me diz que não vai mais se afastar de mim...? Diz
que vai volta pra mim, Marcelly? — Súplica aflito me puxando de volta para
os seus braços, e sinto o meu coração doer por vê-lo assim.
— Não vou me afastar de você, Ramon, eu nem poderia fazer isso, eu
não consigo fazer isso por vontade própria... Eu quero voltar a ser sua, eu
sonho com isso todos os dias, mas... Você é tão impulsivo quanto eu, se eu te
pedir para ficar longe até tudo se resolver você não vai fazer isso, então
apenas quando você me disser que estou livre, que estou segura novamente,
só então você pode me considerar como sua mulher outra vez... Eu te amo e
quero muito voltar a ser sua mulher, mas eu passei por muita coisa e ainda
não esqueci, então por favor me entenda? — Acaricio o seu rosto olhando
dentro dos seus olhos e ele respira fundo, me soltando.
— Realmente eu não vou conseguir me afastar de você, eu entendo o
seu medo e por isso vou resolver esse problema o mais rápido possível, já
tem um pessoal atrás do terceiro olheiro e não vão descansar até encontrá-lo,
isso é uma promessa! — O vejo inquieto me encarando sério e eu me lembro
da sua pergunta, ele quis saber se outro homem havia me tocado mas ele sabe
que não.
— Eu falei muito de mim mas você não falou nada de você... Como
tem sido a sua vida depois que saí de Miami...? Tem ido muito as suas
boates? Eu evitei por todo esse tempo entrar na internet, não queria sofrer
ainda mais procurando notícias suas e saber que me esqueceu, que já estava
saindo com alguma outra mulher então me limitei a... — Questiono cruzando
os braços enquanto ele abre aos poucos o seu sorriso.
Fecho a minha cara já o imaginando com uma das garotas das suas
boates, ele se aproxima rapidamente me puxando pela nuca, devorando a
minha boca. Não resisto pois não consigo fazer isso, acho que nem em sã
consciência conseguiria pois eu quero isso, eu quero ele.
Beijo-o com a mesma paixão e desejo e o sinto sorrir na minha boca.
— Não vou mentir pra você pois sei que não mentira pra mim... Eu
tentei, quando estava bêbado demais eu tentei ficar com algumas mulheres.
— Ele aperta a minha cintura me fazendo tremer, mas me solto dele quando
ouço que ele tentou ficar com alguém. — Eu tentei, Marcelly, mas não
consegui! Eu só pensava em você, só desejava você e não conseguia tocar em
nenhuma delas... Já faz mais de um ano que não sinto o calo de uma mulher
no meu corpo porque eu só quero o seu... Eu só desejo o seu corpo no meu,
ruivinha... Minha eterna ruivinha eu sou todo seu meu amor. — Ele se
aproxima novamente abraçando a minha cintura me desarmando por
completo, como ele consegue fazer isso?
— É melhor você ir agora, Ramon...! Não sabemos se tem alguém aí
fora nos vigiando, com certeza já sabem que você está aqui então é melhor
você evitar voltar aqui por enquanto, é só até vocês conseguirem pegar esse
cara que falta e verificar se tem mais alguém envolvido, eles nos ameaçaram
de morte, eu não posso correr o risco de... — Me solto novamente dele
preocupada e vou até a janela olhando através de uma fresta da cortina, está
chovendo e eu não vejo ninguém. Quando começou a chover e eu não
percebi?
— Quer mesmo que eu vá embora? Está chovendo muito, acho
melhor eu ficar! — Ele me abraça por trás sussurrando no meu ouvido e me
coloca contra a janela.
— Ramon... Oh meu Deus... Você ficou louco...? Ahhh... — Tento
repreendê-lo mas sussurro ofegante ao senti-lo pressionar a sua ereção na
minha bunda. Meus Deus ele está tão excitado!
— Porra não sussurra assim, ruivinha... Cacete eu estou a mais de um
ano sem sentir você... Sente como eu me sinto, meu amor! — Sussurra mais
uma vez no meu ouvindo e sinto o meu corpo escorregar pelo vidro da janela.
Ele abraça o meu corpo me tirando da frente da janela mas me solto
dele tentando ser forte.
— Ramon os meus pais podem aparecer...! Ainda não voltamos
eficiente então se comporta! E você não pode ficar aqui, é melhor ir para o
seu hotel e só voltar quando eu e minha família estivermos seguros, está
bem? — Ouço um chorinho baixinho vindo do quarto e me desespero para
ele sair, ainda não posso dizer sobre Yasmin pois sei que ele vai se alterar.
O levo até a porta e ele me encara confuso, mas não discute, apenas
insiste para ficar mas não deixo, se esse cara que está solto aparecer e o
encontrar aqui, pode haver um confronto e não quero isso dentro da minha
casa, não com os meus pais e minha filha aqui.
— Seu pai me falou que vocês estão morando de aluguel, é por isso
que está trabalhando no restaurante? Ele me contou também que pretendem
continuar aqui, mesmo depois de resolver a questão dos vigias, então não vou
permitir que continuem aqui, vou colocá-los no centro da cidade em uma casa
maior e mais segura, quero que você mesma escolha para compramos, não
vou mais embora da Austrália, e já que a minha mulher vai ficar aqui eu fico
também! Vamos finamente morar juntos porque eu não vou perder você outra
vez...! E mesmo que não queira eu volto amanhã, já sabe onde estou
hospedado caso precise falar comigo... Tenha uma boa noite, ruivinha! — Ele
para na porta me com os seus olhos atentos em mim e me puxa para mais um
beijo, antes de sair correndo até o carro parado na frente de casa.
Sorrio feito uma boba enquanto ele sai pelo portão embaixo de chuva,
mas antes de entrar no carro ele para olhando para algum lugar, ele fixa os
seus olhos em alguém e logo ouço gritos e ele corre para algum lugar, ouço
mais gritos e sei que está acontecendo uma briga.
— Que gritaria é essa filha? O que aconteceu? Onde está o Ramon?
— Questiona meu pai se aproximando atrás de mim enquanto eu tento ver o
que está acontecendo.
— Eu não sei o que está havendo papai, Ramon acabou de sair para ir
embora mas do nada ele correu para algum lugar... Eu preciso ver o que
houve, eu preciso ver se ele está bem! — Conto já correndo até o portão na
chuva e saio até a rua vendo um homem sendo imobilizado no chão mas ele
consegue atacar Ramon.
Os dois se embola no chão em uma briga feroz me deixando
assustada, olho para os lados afim de pedir ajuda mas não vejo ninguém na
rua por conta da chuva.
— RAMON...! CUIDADO RAMON...! —Grito preocupada e com
medo dele se ferir mas ele parece não me ouvir, mas quem é esse cara?
Tento me aproximar deles mas desisto por medo desse cara estar
armado e Ramon não iria gostar disso. Outros homens aparecem correndo e
ajudam Ramon a imobilizar aquele homem que grita pedindo para que o
soltem, mas ele recebe um soco no rosto como resposta.
Ramon olha na minha direção e parece surpreso por me ver aqui no
meio da rua e na chuva, ele diz algo aos outros homens que algema aquele
infeliz e volta correndo na minha direção.
— O que está fazendo na chuva, Marcelly? Entra meu amor, por
favor? Eu devia matar aquele miserável eu mesmo! — Questiona enquanto se
aproxima com uma expressão preocupada.
— Quem é esse homem? Porque vocês estavam brigando? O que
houve Ramon? Você está ferido? Se machucou, meu amor? — Pergunto
preocupada mas ele sorrir de lado. Aquele sorriso torto que tanto senti falta.
— É muito bom ver que ainda se preocupa comigo... Aquele
desgraçado é o terceiro olheiro que faltava, ele estava vigiando a casa pois
não sabia que eu estava aqui dentro, tinha outro cara com ele mas o infeliz
escapou, por sorte os meus parceiros estavam de tocaia e foram atrás dele, já
o pegaram e já estão o levando daqui... Você não vai mais ter que se
preocupar, meu amor... Você já está livre e não terá mais ninguém te
vigiando... Agora você já pode voltar a ser minha! — Ele sorrir me puxando
para o seu corpo e me beija aqui no meio da rua, em baixo da chuva, nem por
isso o seu beijo é diferente, é o mesmo beijo intenso de antes.
— Entrem filhos! Vocês vão pegar um resfriado com essa chuva! —
Ouço a voz do meu pai e me separo de Ramon sorrindo tanto quanto ele.
Pego a sua mão e corremos juntos de volta para dentro de casa
ensopados pela chuva, Ramon tem um sorriso tão lindo que me deixa boba.
— O que aconteceu, Ramon? Ouvimos gritos o que houve, filho? —
Papai o trata com o mesmo carinho de antes, sem o julgar pelo que aconteceu
e pelo que ele fez, isso me deixa feliz.
— Vocês estão livres, Sr. Sérgio! Os olheiros que estavam vigiando
vocês já foram todos capturados... Não vou mentir e espero que não se
magoem comigo, mas... Não vamos entregar esses homens a polícia, quero
garantir que eles não vão voltar atrás de nós quando saírem da prisão, então o
destino deles será um só, o senhor já deve imaginar do que estou falando. —
Ramon abraça a minha cintura encarando atento o meu pai mas eu não
consigo prestar atenção no que ele diz, estou feliz por ele estar aqui comigo.
— Não se preocupe comigo quanto a isso, filho, para proteger a nossa
família eu aceito tudo... Faça o que você achar melhor, você tem o meu total
apoio!
Meu pai diz em um tom firme e decidido e sinto Ramon apertar a
minha cintura, me deixando tensa, foram mais de um ano sem sentir o seu
toque, agora estou mais sensível a ele que o normal.
— Deixem para conversar depois com mais calma, já sabemos que
estamos livres daqueles sujeitos e essa notícia não poderia nos deixar mais
felizes... Mas agora vocês dois precisam tomar um banho quente e trocarem
essa roupa, estão todos molhados e podem acabar pegando uma pneumonia...
Leve-o para o seu quarto, filha, a água do seu banheiro e mais quentinha, vão
logo vocês precisam trocar essa roupa! — Minha mãe nos empurra em
direção ao corredor enquanto meu pai sorrir.
— Eu sabia que o destino iria juntar esses dois de novo, eu nunca
duvidei disso. — Me pai nos faz sorrir com o seu comentário, Ramon me
encara com tanta ternura que ofego.
— Não se preocupe tanto, mamãe, vamos tomar um banho rápido e já
voltamos para o jantar... — Aviso enquanto entramos no meu quarto mas ela
me interrompe.
— Não precisam ter pressa, depois eu trago a comida de vocês no
quarto, já está tarde e eu e seu pai não vamos conseguir esperá-los, estamos
famintos. — Minha mãe mal coloca o rosto para dentro do meu quarto e sai
novamente fechando a porta.
Encaro Ramon meio sem graça e ele sorrir abertamente já começando
a tirar a sua blusa, me dando a visão das suas tatuagens, ele abre a sua calça
tirando-a em seguida me deixando vermelha de vergonha, tendo não o
encarar tanto e abro o meu guarda roupa pegando o meu roupão e uma toalha
limpa para Ramon, me viro para lhe entregar a toalha e me surpreendo com
ele completamente nu na minha frente.
— Oh meu Deus... Ramon... É... Pode ir tomar o seu banho primeiro...
Eu tomo depois, eu vou ver se o meu pai tem alguma roupa que caiba em
voc... — Me desespero por vê-lo nu na minha frente depois de mais de um
ano sem ver um homem assim.
Me viro para sair do quarto apressada mas ele me puxa abruptamente
e me choco contra o seu corpo.
— Você prometeu não fugir de mim... Porque está tão nervosa...?
Porque está tão ofegante, ruivinha...? Responda! — Ele me aperta contra o
seu corpo me fazendo sentir o quanto ele está duro.
— Ramon eu... Eu... — Tento argumentar mas não consigo.
— Eu vou te mostrar o porquê você está assim! — Sussurra próximo
ao meu rosto olhando em meus olhos e se aproxima ainda mais chupando o
seu pescoço.
— Ohhh... Ramon... Ohhh... — Gemo com a voz trêmula e sinto o
meu corpo perder as forças, mas ele prende o meu corpo ao seu. — É...
Melhor você ir tomar o seu banho... Eu vou depois... — Sinto a minha
garganta arranhar de tão ofegante que estou.
Ramon sorrir se soltando de mim mas me pega a minha mão me
arrastando com ele, entramos no banheiro e ele me leva para dentro do box
me encarando com aquele seu olhar perigoso que me domina com facilidade.
— Não quero tomar banho sozinho... Preciso de você, por favor? Não
me diga que não, eu não vou aceitar, Marcelly! — Ele desce as alças do meu
vestido e o tecido molhado cai ao chão revelando no meu corpo apenas uma
calcinha.
— Não estava nos meus planos dizer não! — O empurro contra a
parede e avanço na sua boca o beijando ferozmente como desejei todos esses
meses longe dele.
Ele retribui o meu beijo invertendo a nossa posição e prende o meu
corpo contra a parede, Ramon me beija com tanta vontade se esfregando em
mim que sinto a minha intimidade latejar.
— Porra eu não vou aguentar passar pelas preliminares, ruivinha...
Estou de abstinência a mais de um ano, não quero gozar sem sentir você. —
Ele arrebenta a minha calcinha e volta a me beijar enquanto ergue a minha
perna.
Ramon se encaixa na minha intimidade e me penetra bem lentamente
pois ele não foi o único a ficar na abstinência e ele sabe disso.
— O que aconteceu com você...? Ohhh você está mais apertada que o
normal... Está me apertando muito, ruivinha... Ohhh cacete... Ahhh isso é
impossível...! — Geme se instalando por completo dentro de mim me
deixando sem fôlego.
— Eu nunca... Havia ficado tanto tempo... Sem sentir alguém... Um
ano... Dois meses e duas semanas... Ohhh é tempo demais... Ohh Deus
Ramon... Meu amor... — Gemi de olhos fechados curtindo essa sanção de tê-
lo novamente dentro de mim.
Ele ainda não sabe que estou assim tão apertada porque tive uma filha
nossa, tive ela de parto normal e precisei levar pontos, ela nasceu enorme.
— Nunca mais na nossa vida, vamos ficar tanto tempo longe um do
outro... Eu prometo...! Eu prometo que agora você estará segura, ruivinha,
prometo não confiar tanto em quem não conhecemos direito... Prometo não
falhar mais na sua segurança e na segurança dos seus pais... Ohhh... Porra
essa bocetinha gostosa está cozinhando o meu pau de tão quente que está...
Eu senti tanto a sua falta... Muito meu amor... Ahhh minha mulher.... Eu
tenho a minha mulher de volta... — Sussurra enquanto começa a se
movimentar vagarosamente me torturando, não teve como não sorrir com o
seu comentário.
Capítulo 51
Marcelly
— É bom não quebrar a sua promessa... Eu sempre confiei em você e
vou continua confiando... Mas agora para de me torturar... Eu também senti a
sua falta minha vida, muito... Senti falta de você me fazendo gozar... Mata a
minha saudade, Ramon...! Faz a sua mulher gozar meu amor...? Ohhh... —
Peço gemendo de olhos fechados enquanto os seus lábios quentes descem
pelo meu pescoço.
— Eu faço o que você quiser, minha gostosa! Tudo que você quiser...
— Ele me penetra mais rápido e mais forte enquanto a sua boca continua
descendo pelo meu pescoço, mas ele não pode tocar os meus seios então ergo
o seu rosto beijando-o ferozmente.
Mas de depende Ramon sai de mim me virando abruptamente me
fazendo ofegar, automaticamente estou com as mãos na parede e empinando
a minha bunda para ele.
— Linda... Exatamente como eu me lembrava... — Sussurra enquanto
me penetra novamente gemendo junto comigo.
Não demora muito e já estou sentindo o meu corpo trêmulo, minhas
pernas bambas e minha garganta seca, seu gemido rouco no meu ouvido
sussurrando, dizendo o quanto estava com saudade, que me ama ainda mais
que antes me fazendo delirar. Sinto ele latejar dentro de mim me
enlouquecendo e minha intimidade se contrai em volta da sua ereção.
— Puta merda...! Ohhh caralho... Ruivinha... Ahhh... — Ele geme
segurando a minha cintura com firmeza e goza enquanto me penetra com
aquela sua pegada forte e bruta, possessiva.
Não resisto e gozo junto sentindo o meu corpo desabar, em um
movimento rápido Ramon abraça o meu corpo me amparando.
Deito a minha cabeça em seu ombro ainda ofegante e ele beija o meu
pescoço colocando os meus cabelos para um lado só.
— Ainda não acredito que estamos aqui juntos... Ainda não acredito
que você está mesmo viva, no fundo do meu coração eu sentia que você não
estava morta, eu sentia que você estava bem mas tive medo por não conseguir
nenhuma pista sua... Eu rodei o mundo atrás de você, Marcelly... Visitei
praticamente todos os países trás de você mas não conseguia nada sobre o seu
paradeiro... Me diz que não estou sonhando, meu amor? Me diz que você está
aqui comigo? Eu preciso acreditar... — Desabafa com a voz embargada pela
emoção enquanto sinto uma de suas mãos vagar pelo meu corpo.
Me afasto brevemente dele desconectando os nossos corpos, ainda
ofegantes e me viro o abraçando apertado.
— Você acabou de fazer amor com a sua mulher, você sentiu o
quanto estou quente e sei o quanto você gosta disso... Sente o meu beijo no
seu pescoço... Sente o meu beijo no seu peito... Sente os meus lábios nos
seus, meu amor... Ainda acha que está sonhando? Então faz o mesmo comigo
porque eu estou pensando a mesma coisa... Eu jurava que nunca mais veria
você na minha vida outra vez, eu pensei que havia te perdido pra sempre,
Ramon... Mas você está aqui e acabamos de fazer amor. — Sussurro as
palavras entre os beijos e ele sorrir na minha boca quando peço para ele fazer
o mesmo comigo.
Tomamos o nosso banho entre beijos e carícia ainda tentando
acreditar que estamos mesmo juntos, nos reencontramos hoje e já estamos
juntos novamente, mas não poderia ser diferente se ainda nos amamos, os
caras que estavam nos vigiando já foram rendidos e a nossa paz está
começando a voltar aos poucos, aconteceu tudo rápido demais mas o que
importa é que nos amamos e vamos ficar juntos como planejamos a mãos de
um ano, agora falta contar a ele sobre a nossa filha.
Terminamos o nosso banho e ele enrola a toalha na cintura, visto o
meu roupão e seco os meus cabelos no secador para não ficar pingando água,
saio do quarto no mesmo instante em que minha mãe aparece com uma
bandeja nas mãos com dois pratos bem servidos.
— Obrigada mamãe, você é perfeita, estamos famintos. — Lhe dou
um beijo demorado antes de pegar a bandeja das suas mãos.
— Ah eu tenho certeza de que estão famintos, as paredes dessa casa
parecem mais finas que o normal, elas não som aprova de som, querida. —
Ela me encara com um largo sorriso e eu coro violentamente de tanta
vergonha.
— Meu Deus mamãe que vergonha... Me desculpa? Não teve como
evitar... Oh meu Deus o papai ouviu? Precisamos mudar de casa logo. — Me
apavoro enquanto ela gargalha na minha cara. — Para de rir mamãe! Está me
deixando ainda mais constrangida. — A repreendo mas não adianta, ela
continua rindo de mim.
— Você fica linda envergonhada... Eu amo te ver assim. — Ramon
me abraça por trás e no susto eu quase jogo a bandeja com os pratos para o
alto, minha mãe e Ramon se acabam de rir.
— Caramba ela ficou mesmo nervosa... Comam enquanto a comida
está quente, queridos, amanhã eu pego os pratos... Tenham uma excelente
noite... Acho que vou comprar uns tampões de ouvidos para mim e Sérgio. —
Comenta antes de sair me deixando pasma com o seu atrevimento, ela não era
assim tão saidinha, Simone está ensinando o que não deve aos meus pais.
— Não precisa comprar tampões de ouvidos, mamãe! Precisamos é de
uma casa só nossa para deixarmos você e o papai sossegados. — Digo
espontaneamente e ela para se virando para me encara séria.
— Você não é louca de fazer isso...! Jamais vou aceitar vocês
morando longe de mim, Celly! — Diz em um tom brava e eu entrego a
bandeja a Ramon indo abraçar a minha mãezinha.
— Eu estava brincando, mamãe, nunca na minha vida vou querer ficar
longe de você e do meu pai... Até Ramon entende que a minha vida não tem
sentindo longe de vocês, então vamos comprar uma casa nova e maior, de
preferência com bastante cômodos entre o seu quarto e o meu. — Abraço ela
apertado e ela gargalha mais uma vez.
— Não se preocupe minha sogra, quando eu comprar a nossa casa vou
mandar preparar um quarto a prova de som para mim e sua filha... — Se
intrometer Ramon parado na porta já sem a bandeja nas mãos e com o rosto
encostado no batente da porta. O interrompo!
— Ramon! Não coloca lenha na fogueira, homem... Simone está
ensinando o que não deve para os meus pais, acho que vou diminuir o salário
dela para encorajá-la a andar na linda. — O repreendo enquanto vou na sua
direção e meu pai também aparece sorrindo.
— Não faz isso filha, aquela menina é um amor de pessoa além de ter
muita paciência conosco... Bom, meus filhos, tenham uma boa noite, nos
vemos amanhã no café da manhã. — Meu pai para em frente a porta do meu
quarto e cumprimenta Ramon antes de se aproximar me dando um beijo
demorado.
— Boa noite papai! Mamãe! Durmam bem. — Me despeço deles pois
eles dormem cedo mesmo.
— Boa noite meus sogros! Até amanhã! — Ramon também se
despede.
Meus pais estão felizes e isso me deixa super ultra big mega power
feliz também, isso era tudo que eu queria, ver os meus pais felizes e voltar a
ser feliz também.
— Filha eu vou trazer uma roupa do seu pai para Ramon vestir...
Aliás! Já são namorados outra vez? Eu ouvi a palavra sogros! — Mamãe vai
em direção ao seu quarto no final do corredor e eu vou para o meu, mas ela
para se virando para nós.
— Nunca deixamos de ser namorados, minha sogra, nunca deixamos
de ser apenas um do outro... Nos afastaram contra a nossa vontade mas isso
não vai se repetir, isso é uma promessa e eu vou fazer até o impossível para
cumpri-la. — Ramon me puxa para os seus braços.
— Eu ainda confio em você, filho, sei que vai continuar cumprindo as
suas promessas... Boa noite! — Meu pai nos encara amorosamente mas entra
no seu quarto com minha mãe entrando atrás.
Nos acomodamos na minha cama e começamos a comer enquanto
conversamos, minha mãe aparece com uma bermuda larga e uma camisa do
meu pai só para Ramon não ter que ficar pelado pela casa, ele se veste e eu
me acabo de rir pois ele ficou engraçado.
De repetente acontece o inevitável, ouço o chorinho de Yasmin na
babá eletrônica aqui do meu quarto. Meu coração acelera.

Ramon
— O que é isso? Choro de criança? Tem criança na casa, Marcelly?
Mas eu não vi ninguém mais além de você e seus pais. — Questiono olhando
para os lados procurando de onde está vindo esse choro, ela me encara
apreensiva mas me dá um sorriso tão lindo.
— Vem comigo! Eu quero que conheça alguém. — Ela se levanta da
cama me segurando pela mão e me arrasta pelo quarto, o choro de bebê fica
mais nítido quando saímos do seu quarto e paramos de frente para a porta em
frente a sua.
Vejo os meus sogros parados na porta nos encarando apreensivos mas
não dizem nada, e nem eu, apenas presto atenção em cada gesto e movimento
da minha mulher. Ela abre a porta e vejo um quarto branco com detalhes
rosa, um quarto de bebê? Meu coração acelera e bate na garganta, engulo a
seco.
— Um bebê...? De quem é esse bebê, Marcelly...? Quem são os pais
dela? — Pergunto enquanto nos aproximamos do berço e vejo uma menina
ruivinha chorando manhosa. — Meu Deus... Não pode ser... Marcelly...! —
Minha voz sai rouca e trêmula, quase falha, meu corpo inteiro treme e mesmo
assim não consigo tirar os olhos dela.
— Ramon... Essa é a Yasmin... E filha, esse é o seu pai... O amor da
minha vida... Nós somos os pais dela, Ramon... Yasmin é sua filha... —
Revela também com a voz trêmula me encarando atenta e eu a encaro
chocado e surpreso ao mesmo tempo.
Encaro a menina no berço e volto a encarar Marcelly, minhas pernas
fraquejam e eu desabo de joelhos na frente do berço admirando o bebê a
minha frente, minhas lágrimas descem espontaneamente e meu coração bate
mais rápido que o normal.
— Minha filha...? Você... Você disse minha filha...? Meu Deus... Meu
Deus eu tenho uma filha...? Você teve uma filha minha...? — Choro
segurando com força a grade do berço, me levanto mesmo não sentindo as
minhas pernas e encaro a bebê ruivinha como a mãe.
— Sim! Sua filha, Ramon... Yasmin é nossa filha. — Afirma entre
lágrimas enquanto pega a bebê do berço e ela para de chorar. — Quer pegar
ela...? Não tenha medo eu te ajudo! — Ela se aproxima me encarando atenta
e eu ergo os braços recebendo a minha filha, nossa filha.
— Ela é tão pequena... Tão linda, você passou por tudo aquilo grávida
da minha filha... Passou a gravidez inteira sem o meu apoio, teve dificuldades
grávida da nossa filha, Marcelly! Porque não me contou que estava grávida?
Porque não me procurou para pedir ajuda ou algo do tipo? Eu merecia saber
que sou pai, Marcelly...! Eu queria ter acompanhado a sua gravidez! —
Questiono entre lágrimas magoado por ter perdido algo tão importante.
— Eu não podia fazer isso, Ramon, eu estaria colocando a vida da
nossa filha em risco, o seu pai foi capaz de tudo aquilo para me tirar da sua
vida, imagina o que ele poderia ter feito com a nossa filha se soubesse dela?
Porque eu procuraria você sabendo de tudo isso? Porque diria que estava
grávida de um filho seu? Eu era garota de programa, o seu pai iria mesmo
acreditar que o meu filho também é seu? Por acaso ele não iria me humilhar e
jogar na minha cara que eu estava te dando o golpe da barriga para te arrancar
dinheiro? O seu pai tentou me matar, Ramon! E eu já disse que fui impedida
de procurar você... Eu gosto muito de dinheiro e nuca neguei isso para você,
mas eu não sou esse tipo de mulher que precisa enganar para se dar bem, não
colocaria uma criança no mundo apenas pensando em dinheiro...! Sou
ambiciosa sim e quero dar o melhor para a minha filha, mas jamais vou me
sujeitar a humilhações por dinheiro, isso jamais! — Desabafa irritada me
encarando apreensiva, e vejo o quanto ela está tentando ser forte para não
chorar na minha frente, mas logo vejo as suas lágrimas descerem novamente.
— Eu não esperava por uma notícia como essa, mas jamais permitiria
que ele te humilhasse como estava imaginando... Eu amo você, Marcelly, e
sempre estive ao seu lado! Sempre te defendi e faço quantas vezes forem
necessárias... Mas eu entendo as suas razões e não te julgo por isso, mas
também me entenda que não foi e não é fácil para mim tudo que aconteceu...
Eu quero te recompensar por tudo que você passou, quero assumir as minhas
responsabilidades de pai! Quero dar o meu nome a essa criança... Aquele
canalha me tirou a chance de ver você grávida, me tirou a chance de ver o
nascimento da minha filha e eu não vou esquecer isso... Vou fazer por você e
nossa filha tudo que vocês merecem, ruivinha... Meu Deus eu tenho uma
filha...! Nossa filha! — Tento não chorar tanto para conseguir enxergar bem a
minha princesinha, eu não acredito nisso, recuperei a minha mulher e ainda
ganhei uma filha!
Droga eu me esqueci de ligar para minha mãe, entrego Yasmin para a
mãe dela e aviso que vou até o carro pegar o meu celular, ela me diz onde
tem um guarda-chuva que eu possa usar e saio apressado para pegar o
aparelho, eu preciso ligar para minha mãe e quero que ela veja que não estou
mentindo quando contar que eu tenho a minha família de volta.
Estou eufórico, estou agitado por descobrir que sou pai, eu tenho uma
filha, uma menina linda como a mãe... Puta merda! Uma filha mulher, mas eu
estou tão feliz que não me importo se vou sofrer no futuro, eu vou proteger a
minha mulher e a minha filha.
Pego o meu celular e corro de volta para junto das mulheres da minha
vida, porque ela não me contou mais cedo que teve uma filha? Ela estava
esperando o momento certo para me contar? Questiono isso a ela assim que
entro de volta no quarto da nossa pequena, e ela me explica tudo.
Ela tinha medo pela nossa filha com aqueles miseráveis a vigiando,
seu medo e receio era de que eles viessem atrás de mim aqui dentro com a
nossa filha por porto e sei que isso tem fundamento, então não questiono
mais, eu também não suportaria se acontecesse algo a nossa filha.
Já é tarde e talvez minha mãe e meus irmãos já estejam dormindo,
estão todos na mansão com ela então faço uma chamada de vídeo para
Rafaela, demora um pouco mas ela atende, me afasto brevemente de
Marcelly pois quero fazer uma surpresa para eles.
— Meu Deus Ramon! Até que enfim você ligou meu irmão! A
mamãe está muito triste com você, ela te ligou o dia todo e você não
atendeu... Onde você está agora? Ainda está no Canadá? — Me repreende em
um tom zangada e nem percebe o sorriso em meu rosto, a tempo eu não sorria
assim.
— Para de falar um pouco, Rafaela! Se eu liguei é porque eu também
preciso falar com vocês... Onde está a mamãe? Você está com ela? Eu preciso
ver vocês três juntos, se tiverem dormindo pode acordar todo mundo! Agora
Rafaela! — Peço naquele meu tom autoritário de antes para ela não
desconfiar.
— Calma Ramon! Não tem ninguém dormindo, estão todos acordados
sem sono esperando a sua boa vontade de ligar... Espera um minuto! — Diz
enquanto anda pela casa e logo vejo que ela está descendo a escada. —
Mamãe! Alaric! O desnaturado do Ramon ligou, está no telefone! — A vejo
correr me fazendo gargalhar e ela finalmente percebe. — Oh meu Deus ele
está sorrindo? Mamãe o Ramon está sorrindo! Você ainda não respondeu as
minhas perguntas irmão, você está bem? Onde você está? — Ela se empolga
e vejo minha mãe e Alaric sorrindo emocionados por me verem, já faz um
tempo que não os vejo pessoalmente.
— Calma Rafa! Eu só liguei para dizer que estou bem, não estou mais
no Canadá, estou na Austrália, estou morrendo de saudades de vocês mas não
quero e não posso mais sair daqui, eu preciso que vocês venham me ver
assim que puderem, eu vou fixar residência por aqui. — Aviso empolgado e
vejo minha mãe chorar rios de lágrimas.
Encaro Marcelly e ela está sentada na poltrona amamentando a nossa
filha, uma cena tão linda que prendo a minha atenção nelas por um instante.
— Filho você está mesmo bem? Porque você vai morar na Austrália?
O que houve? Você tem se alimentado bem? Está dormindo direto, Ramon?
Eu estou tão preocupada com você meu filho, estou muito triste, acho que
vou morrer de tanta tristeza por não ter você aqui... Já faz meses que não te
vejo... — Ela chora ainda mais fazendo o meu coração se apertar.
— Me perdoa mamãe? Eu prometo que isso vai mudar, eu quero te
fazer um convite, quero que venham passar algumas semanas comigo, se
quiser morar aqui também eu vou amar... Eu tenho uma surpresa pra vocês...!
Alaric! Liga a TV e conecta o telefone no aparelho de transmissão, eu preciso
mostrar algo a vocês mas quero que vejam em uma tela grande... Rafaela
coloca a mamãe sentada por favor! Não quero que ela passe mal. — Peço
eufórico e vejo que os três estão bastante confusos mas fazem o que mando.
— O que está acontecendo, Ramon? Estou vendo que você parece
empolgado e fico feliz por isso, a mais de um ano que não te vejo assim, cara.
— Pergunta Alaric se sentando de frente para TV e consigo ver a imagem
deles sentados no sofá sorrindo para mim, mas sei que estão atentos a TV,
vejo meu cunhado Wagner e minha cunha Jennifer aparecer atrás deles.
— Eu vou mostrar a vocês o motivo dessa minha empolgação, na
verdade não estou apenas empolgado, estou feliz como nunca estive antes na
minha vida... Vocês se lembram que eu repeti por muitas vezes que a minha
mulher não estava morta? Se lembram dessa minha convicção de que um dia
eu a encontraria? Pois bem! Eu vou apresentar a vocês a minha família. —
Pergunto me aproximando de Marcelly e me sento ao seu lado enchendo a
tela do celular com a nossa imagem.
— Boa noite, Sra. Verônica! Alaric! Rafaela! Estou viva e Ramon me
encontrou... Eu trouxe ao mundo mais um integrante para a nossa família...
Essa é Yasmin, minha filha com Ramon, ela tem cinco meses. — Diz
emocionada por ver a todos chocados encarnado a TV como se não
acreditassem no que estão vendo, até Rafaela está sem palavras e isso não é
normal.
— Ela... Ela está viva...? Oh meu Deus ela está viva? Marcelly está
viva meu Deus...! É minha neta? Essa bebê linda, é minha neta? — Minha
mãe se levanta chorando se aproximando mais da TV para nós ver melhor.
— Sim mamãe, a minha mulher está viva e teve uma filha minha...
Ela é linda e tem os seus olhos, mamãe... Se vocês soubessem o quanto estou
feliz, vocês não fazem ideia eu estou eufórico demais, eu tenho uma família!
— Encaro Marcelly que me dá o sorriso mais lindo que já presenciei.
— Vamos mandar preparar o jatinho, Ramon, em no máximo dois
dias estamos chegando aí, queremos ver vocês pessoalmente... Você não
imagina o alívio que me dá saber que você está bem, Marcelly, e que me deu
uma sobrinha ruivinha linda... Já estou vendo Ramon se descabelado por
causa de duas ruivas dentro de casa. — Alaric também se levanta se
aproximando da TV e abraça a nossa mãe que chora tocando na tela, como se
estivesse nos tocando na sua frente.
— Eu estou sem palavras, e olha que é a primeira vez que fico
assim... Eu só vou acreditar de verdade quando eu os ver pessoalmente, já
vou começar a arrumar as malas, eu estou muito feliz que você esteja bem,
Marcelly, Ramon nunca perdeu as esperanças de te encontrar mesmo na
dúvida depois de falarem que você estava morta... Eu quero muito conhecer a
minha sobrinha, ela é ruivinha igual a você... — Rafaela se emociona
abraçada a minha mãe que ainda chora sorrindo, admirando Marcelly e minha
filha.
Marcelly tira Yasmin do peito se ajeitando e vira a nossa filha para
câmera do celular, minha mãe sorrir e chora ainda mais com a minha
princesinha balançando as mãozinhas querendo pegar o celular, sorrio para
ela que me encara atenta tentando descobrir quem sou.
— Eu sou o seu pai meu amor... Minha princesinha linda... Eu estou
tão emocionado, sinto vontade de gritar para o mundo que encontrei a minha
mulher e tenho uma família... Venham me ver logo, mamãe! Eu vou me
sentir ainda mais completo com vocês ao meu lado, a família da minha
mulher é a minha família também assim como vocês, Marcelly não vive sem
eles e nem eu vou impor isso a ela, eu adoro os meus sogros e também os
quero junto conosco, eles sempre me respeitaram e sempre me trataram com
muito carinho, eu me sinto muito bem ao lado deles e já estou decidido a
morar com a família que eu tenho aqui, não sei se eles iriam se importar mas,
eu gostaria que você também morasse conosco, mamãe, sei o quanto é
apegada aos meus sobrinhos, mas, minha filha também vai precisar das duas
avós ao lado dela... Pensa na minha proposta, por favor? Quero passar mais
tempo com você para compensar o tempo que passei longe por causa do
Danilo. — Não consigo me acalmar, estou eufórico demais de tanta
felicidade que estou sentindo.
Marcelly coloca a nossa filha em meus braços e pega o celular da
minha mão, sinto o meu maxilar doer pelo sorriso pregado em meu rosto.
Minha mulher se empolga conversando com os meus irmãos e minha mãe
enquanto eu babo pelo pela minha filha, Yasmin me encara atenta com esses
olhos azuis lindos, ela puxou a minha mãe pois nem eu e nem Marcelly temos
os olhos claros, minha sogra tem mas não há nenhum grau de parentesco
entre elas.
Passamos um bom tempo conversando com a minha mãe e meus
irmãos, eles estão ansiosos para verem pessoalmente as mulheres mais lindas
da minha vida, mamãe ainda está chorosa perguntando a todo instante sobre
minha filha e como tem sido a vida de Marcelly até agora, contamos a eles
como nós encontramos e também contei que pegamos os vigias que
escoltavam a casa de Marcelly, claro que eles ficaram preocupados mas estão
felizes que tenha dado tudo certo.
Todos lamentaram muito por Marcelly e os pais terem ficado
escondidos todo esse tempo por medo das ameaças, mas todos
compreenderam o fato dela não ter nos procurado e ter escondido a gravidez,
eu queria ter estado ao lado dela mas sei que ela fez o que achou melhor para
proteger a nossa filha, e isso só me faz ter ainda mais certeza da mulher que
escolhi para mim.
Depois de encerrar a chamada de vídeo com a minha família eu vou
com a minha mulher e minha filha para o seu quarto, passamos um bom
tempo conversando enquanto brinco com a nossa princesa e falamos sobre a
casa nova, amanhã mesmo vou procurar uma imobiliária para Marcelly
escolher a casa que quiser no centro da cidade, ainda tenho muito dinheiro
que peguei do Danilo mas ela não precisa saber disso.
Marcelly é orgulhosa e não vai querer a casa se eu comprar com o
dinheiro do Danilo, mas eu preciso gastar esse dinheiro então vou pedir para
ela escolher a casa mais cara e maior que tiver já mobiliada, mesmo assim
ainda vai me sobrar muito dinheiro, vou abrir uma conta poupança para
minha filha e deixar guardado uma grana para quando ela crescer poder usar
como desejar, por falar nisso?
— Amor! Quero que a nossa filha tenha o meu sobrenome o mais
rápido possível, por isso amanhã mesmo vou falar com o meu advogado para
resolver essa questão, sei que ela está registrada apenas no seu nome mas ela
tem um pai que vai amá-la infinitamente... Assim como amo a mãe dela,
então quero que você se case comigo... Você aceita ser minha esposa
Marcelly...? Não vou correr o risco de perder você outra vez, então quero
prendê-la ainda mais a mim... E então? Você quer se casar comigo? Sei que
não estou fazendo o pedido como você merece, mas... — Digo sem tirar os
olhos da nossa filha que dormiu sem percebermos, mas encaro a minha
mulher nos olhos e ela me interrompe me puxando pelo pescoço, me beijando
intensamente.
Sorrio na sua boca mas retribuo o seu beijo, seguro ela pela nuca
intensificando o nosso beijo, mas ela se afasta brevemente sorrindo tão
largamente que me deixa eufórico.
— Eu quero me casar com você... Ainda hoje ou amanhã, quando
você quiser mas eu quero ser sua mulher, sua esposa... Quero ser sua amante
para te seduzir nos momentos mais inapropriados e te enlouquecer... — Ela
se levanta se pondo sobre mim me fazendo abrir um sorriso largo.
— Quer me enlouquecer ainda mais? Me seduzir em momentos
inapropriados, isso você já faz, e eu adoro... Eu te amo ainda mais que antes,
ruivinha... Você e a nossa princesinha são a minha vida, meu amor. —
Acaricio o seu rosto e adentro os meus dedos em seus cabelos, tomo os seus
lábios macios em um beijo ardente, desejando senti-la novamente.
Passei o inferno pensando que havia perdido ela para sempre, nunca
desejei outra mulher como desejo-a e ainda está sendo difícil para mim
acreditar que a encontrei, que fizemos amor e ela teve uma filha minha, uma
menina tão linda quanto a mãe.
Capítulo 52
Ramon
Hoje nos mudamos oficialmente para a pequena mansão que comprei
para minha mulher, ao contrário de mim, Marcelly achou a casa muito grande
mas mesmo assim ela adorou, achou muito caro mas não penso em valores
quando é para agradar a minha mulher, comprei a casa já mobiliada mas
algumas das coisas que achamos que precisaria na casa, Marcelly fez questão
de escolher pessoalmente.
Minha família chegou ontem de Miami e assim como minha mãe,
meus irmãos se encantaram com os pais de Marcelly e minha mãe aceitou
morar conosco, Sra. Antônia e dona Verônica parecem duas amigas de
infância e meu irmão e meu cunhado assim como eu, já estão se apegando ao
Sr. Sérgio, não tem como não gostar dessas pessoas.
A casa que compramos não é no centro como tinha sugerido, ao invés
disso compramos na praia com uma vista espetacular do pôr do sol, hoje será
a nossa primeira noite na casa nova e dá gosto ver a minha mulher tão
empolgada, eu fico bobo admirando-a andar pela casa eufórica com a minha
irmã e minha cunhada, eu não menti quando disse que essas três se dariam
bem e isso me deixa mais que feliz.
Fico aqui na espreguiçadeira tomando sol com a minha filha no colo,
não consigo mais me desgrudar dela, eu perdi o seu nascimento e por isso não
quero perder mais nenhum momento da vida dela.
Yasmin é realmente o xodó dos avós, mas é a princesinha do papai
pois eu já a amo com toda a minha alma, minha filha é tudo para mim, ela é
tão linda que não me canso de admira-la, assim como a mãe dela que está
sempre desfilando na minha frente com esse short tão curto, me deixando
louco por ela, ainda não saciei o meu desejo por ela, ainda estou desejando
ardentemente a minha mulher.
— Vamos dar um mergulho meninas! Eu preciso estrear essa
piscina... Vamos! — Ouço a voz empolgada da minha ruivinha e logo a vejo
correr para piscina com as garotas, as três somente de biquíni.
— Espera Celly! Vamos pular as três juntas e depois vamos tomar um
champanhe, precisamos brindar a essa casa maravilhosa, mas também a nossa
amizade, e a vida! A vida é preciosa e devemos saber aproveitá-la, estamos
todos muito felizes por você estar aqui conosco e viva, Marcelly...
Precisamos fazer uma festinha só para nós de casa, tenho certeza de que os
nossos maridos não vão se opor... Agora vamos pular nessa água! Vamos! —
Diz minha irmã tão carinhosa com a minha mulher, sorrio admirando-as se
abraçando mas elas pulam na água gritando me fazendo sorrir ainda mais.
— Fala a verdade, cunhado? Quando foi que você viu três mulheres
assim tão lindas juntas e apenas sorriu admirando-as sem malícia? Quando
você olhou para uma mulher sem segundas intenções apenas se sentindo feliz
por vê-las assim, tão empolgadas e felizes? — Wagner se senta ao meu lado
admirando as nossas mulheres na piscina, nesse mesmo instante meu irmão
também para ao meu lado admirando as garotas.
— Nunca na minha vida eu tinha parado para admirar uma mulher se
não fosse para conseguir sexo, mas eu vi que Marcelly era diferente e merecia
a minha atenção, e foi isso que dei a ela e sempre vou dar... Ela é linda, não
é? Como pode ser possível a gente amar tanto uma única mulher? Meu amor
por ela parece ainda maior depois que a reencontrei e conheci a minha filha...
Porra vocês têm noção disso? Eu nunca me imaginei me prendendo a uma
mulher e veja como estou agora? Caidinho por essa mulher e agora sou pai...
Vou me casar com ela em dois meses, vou fazer o pedido oficialmente hoje à
noite. — Revelo sem tirar os olhos dela brincando com minha irmã e Jennifer
na parte rasa da piscina, vou ensiná-la a nadar para que não tenha medo de
entrar na parte mais funda.
— Bem-vindo ao Club, irmão, eu sabia que um dia você encontraria
uma mulher para tirar toda aquela sua marra de homem mulherengo, e essa
mulher você encontrou justo dentro de uma boate... A história dela é incrível,
Marcelly realmente é uma mulher admirável, você tirou a sorte grande,
Ramon, então valoriza essa mulher, um raio não cai no mesmo lugar duas
vezes então não será fácil você encontrar outra mulher como ela... Na
verdade, quando a gente ama de verdade não enxergamos outra mulher como
vemos a nossa... Jennifer é uma mulher meiga, carinhosa mas também
consegue ser decidida, espontânea e impulsiva quando quer me tirar do sério,
e mesmo assim isso me excita e me deixa louco... Não há possibilidade de
amar outra mulher como amo a minha esposa, ela é maravilhosa, é tudo que
eu sempre quis, quero e sempre vou querê-la na minha vida. — Declara
Alaric admirando a sua esposa e eu sorrio por sermos tão parecidos em
termos de amor.
— E você, Wagner? O que pensa da minha irmã? Pensa bem no que
você vai dizer porque você vai falar da minha irmã, ouviu? — O questiono
com uma sobrancelha erguida e ele respira fundo.
— Porra, Ramon! Eu sou louco pela sua irmã, cara, o que eu vou
dizer dela? Você a conhece bem e sabe o quanto ela é maluquinha, as vezes
me faz perder a paciência mas sempre resolvemos isso na cama, no banheiro,
no chão onde for essa mulher me faz perde o juízo... Nenhuma outra mulher
me deixou assim tão perdido e ao mesmo tempo, tão centrado no que eu
quero... E eu quero a minha esposa pelo resto da minha vida, eu sou capaz de
tudo por ela, o que ela me pedir eu faço... Mas é claro que as vezes a gente
tem que fazer jogo duro só para mostrar que está no controle, mas a verdade é
que ela me têm nas mãos, essa mulher manda em mim e não tenho vergonha
de admitir... Ela me faz de gato e sapato mas vou fazer o quê? Eu a amo com
toda a minha alma... Mesmo ela me deixando louco e de cabelos em pé, eu
não me arrependo nem por um segundo de tê-la escolhido para ser minha
esposa... Por mim eu me casaria com ela todo ano no nosso aniversário, mas,
conhecendo a mulher que tenho ela iria nos falir na velocidade da luz. — Ele
também admira a minha irmã sorridente junto com a minha mulher e minha
cunhada, não teve como não sorrir do seu último comentário pois ele não está
errado.
— Mulheres cunhado! Temos que nos acostumarmos com esses
detalhes... Eu também não me importo em fazer as vontade da minha
ruivinha, tudo que eu quero é vê-la feliz para compensar tudo que ela sofreu
por me amar... O Danilo fez muito mal a ela e eu quero fazê-la esquecer tudo
que passou... Ela não merecia passar por tudo aquilo, ela sofreu mais que eu
por passar a gravidez inteira sem o meu apoio, passando dificuldade porque a
impediram de usar o dinheiro que ela tem na conta... Ainda não acredito em
tudo que aconteceu, agora mais do que nunca eu não me arrependo nem um
pouco pelo que fiz a Danilo, ele mereceu cada bala que atingiu o seu corpo!
— Desabafo pensativo mas me irrito ao me lembrar de Danilo, eu mataria
aquele verme outra vez se ele estivesse vivo.
— Vamos esquecer que aquele cara existiu, irmão, vamos aproveitar
melhor o tempo que temos com a nossa família, dê a sua mulher e a sua filha
tudo que você acha que elas merecem, faça elas felizes e um dia nem mesmo
você se lembrará que Danilo existiu, mesmo ele tendo o nosso sangue... Eu
vou fazer o mesmo e Wagner já prometeu fazer o mesmo com a nossa irmã,
logo nenhum de nós vamos nos lembrar que passamos por tudo aquilo por
causa e um chefe da máfia americana. — Meu irmão se senta ao meu lado
brincando com os dedinhos da sobrinha, mas encara o horizonte pensativo.
Yasmin fica inquieta no meu colo e resmunga manhosa, seu chorinho
de manha é tão gosto de ouvir, mas se ela está chorando é porque está
sentindo algo, e isso me preocupa.
Me levanto com ela no colo e vejo Marcelly nos encarar apreensiva,
mas sorrir quando a nossa princesinha chora olhando para ela.
— Ela deve estar com fome, eu já vou sair da água para pegá-la. —
Avisa ainda sorrindo enquanto sai da piscina.
Ela se inclina para pegar a toalha e não consigo deixar de admirar o
seu belo corpo, nem parece que ela teve filho, seu corpo está lindo, está
perfeito como eu me lembrava antes, ela veste um roupão enquanto vem na
minha direção.
— O que foi filha? A mamãe já está vindo meu amor... Como pode
uma criança ser tão linda? — Brinco com ela que sorrir brevemente antes de
voltar a ficar inquieta.
— Você fica muito sexy com a nossa filha no colo, sabia...?
Irresistível... Vem princesa! Eu sei muito bem o que você quer. — Ela se
aproxima com um sorriso sedutor mordendo o lábio inferior, me deixando de
boca aberta.
Porra ela quer foder a minha mente, ainda quero senti-la mais
algumas vezes hoje para estrear a nossa cama nova. Vamos morar todos
juntos a partir de hoje, meus sogros e minha mãe, meus irmãos precisam
voltar a Miami e Nova York para administrarem as suas empresas, minha
mãe está muito empolgada por poder ficar com a minha família, e
principalmente com a neta. Dona Verônica está encantada com a minha
princesinha ruiva, mas também quem não se encanta com uma criança tão
linda?
Depois que Marcelly entra em casa para amamentar a nossa filha, eu
dou um pouco mais de atenção ao meu irmão e meu cunhado, meu sogro se
junta a nós empolgado com o pôr do sol. Ficamos aqui os quatro conversando
e no meio da conversa resolvo fazer logo o que eu tinha que ter feito no dia
em que pedi a Marcelly para se casar comigo, eu preciso pedir a ele o seu
consentimento como manda a tradição, hoje eu vou levar a minha mulher
para jantar fora ao invés de jantar em casa com todos.
Encaro o meu sogro e decido tomar logo a atitude de conversar com
ele.
— Sr. Sérgio! Será que podemos conversar por um instante? — Me
levanto atento e ele faz o mesmo me acompanhando até o outro lado da
piscina.
— Está com algum problema, filho? É sério o que você tem para
conversar comigo? Por favor vá direto ao assunto pois já estou ficando
preocupado. — Me questiona enquanto admira o pôr do sol sobre o mar a
nossa frente.
— Fica tranquilo meu sogro, não é nada grave mas é sério sim o que
temos para conversar... O senhor sabe o quanto eu amo a sua filha, sabe que
sou capaz de tudo por ela e agora mais do que nunca eu preciso fazer isso...
Sr. Sérgio? O senhor me concede oficialmente a mão da sua filha em
casamento? Quero fazer dela minha esposa o mais rápido possível, não
aguento mais esperar por isso. — O encaro com um largo sorriso e ele parece
surpreso.
— Santo Deus filho! Quer me matar do coração...? Mas é claro que eu
concedo a mão da minha filha, aliás, isso eu já concedi a muito tempo... Eu
nunca vi a minha filha amar alguém como ela te ama, eu sempre sonhei vê-la
se cansando com um rapaz que a merecesse e agora isso vai acontecer... Eu
não poderia estar mais feliz com uma notícia dessas, e para quando será o
casamento? Vai se casar na igreja ou em algum lugar especial? — O vejo
empolgado me abraçando apertado e eu sorrio, eu não esperava outra reação
dele que não fosse essa.
— Quero me casar com ela em dois meses, Sr. Sérgio, e quero que
seja na igreja para que o nosso amor e o nosso casamento seja abençoado por
Deus, sei que é isso que Marcelly quer, eu vi isso nos seus olhos no dia do
casamento da sua amiga Paloma... Quero dar a ela tudo que ela merece, farei
pela minha esposa, minha filha e meus pais tudo que estiver ao meu alcance
para vê-los felizes, tranquilos e seguros... O senhor sempre teve por mim o
carinho que nunca ganhei de um pai, o senhor sempre me respeitou e me
apoiou assim como faz com a sua filha, nunca me julgou ou apontou o dedo
para mim, e... Eu tenho um carinho muito especial pelo senhor e sua esposa,
o carinho que eu só recebia da minha mãe e passei a receber de vocês
também, e isso me pegou de surpresa, isso me fez desejar ter pessoas como
vocês na minha vida e agora eu tenho... Quero fazer parte da sua família e
também quero que façam parte da minha, assim como eu fui muito bem
recebido por vocês, agora vocês também tem todo o carinho da minha
família. — Me emociono ao dizer tudo isso e ele me abraça novamente.
— Obrigado pela consideração, filho, eu também sempre gostei muito
de você pelo simples fato de você proteger a minha filha e tirá-la daquela
vida, fui te conhecendo aos pouco e vi em você o homem que a minha filha
precisa e merece, você a faz feliz, Ramon, ela escolheu você para amar...
Você faz parte da minha família desde o momento em que você salvou a
minha filha, a salvou da prostituição e a salvou quando tentou suicídio, de
uma maneira ou de outra você também nos salvou pois não suportaríamos
perdê-la... Você não faz ideia de como estou feliz, filho... Estou muito feliz
de poder te entregar a minha filha perante Deus... Você já fez o pedido a ela?
Com certeza ela deve ter aceitado mas porque ela não nos contou nada? —
Ele também se emociona e me abraça mais uma vez me fazendo sorrir, ele
questiona pelo fato de Marcelly não ter contado nada.
— Eu a pedi em casamento de supetão, estávamos conversando
naquela noite chuvosa em que passei a noite na sua casa, a surpreendi
dizendo que queria que nos casássemos mas ainda não fiz o pedido
formalmente, pretendo fazer isso hoje pois vou levá-la para jantar fora, não
quero ficar nem mais um minuto longe da minha filha, mas ela estará em
ótimas mãos então quero agradar a minha mulher um pouco... Vou dar a ela
um jantar romântico como sei que ela vai gostar. — Conto sorridente e vejo a
sua felicidade nítida em seu rosto.
Conversamos brevemente sobre o casamento e como já esperava, eu
tenho o seu total apoio, não esperava menos desse homem incrível que tenho
agora como um pai, é assim que o vejo quando ele me chama de filho, nunca
gostei tanto de ouvir essa palavra como gosto quando é o meu sogro quem a
diz.
Depois da nossa conversa saio a procura da minha mãe, ela precisa
saber que pretendo me casar como ela sempre quis, a diferencia é que agora
eu vou me casar porque é com a mulher da minha vida, a mãe da minha filha
e sei o quanto minha mãe está feliz por nós.
A encontro na sala conversando empolgada com a minha sogra,
enquanto minha mulher paparica a nossa princesinha com as tias ao lado, me
aproximo delas e pego a minha princesinha girando ela no ar, eu não tenho
mais palavras para descrever o quanto estou feliz, me sinto um homem
realizado por estar assim, em família apenas com as pessoas mais importantes
do mundo.
— Amor já está esfriando, eu preciso dar um banho em Yasmin
agora, e... — Marcelly se levanta vindo pegar a minha princesinha mas não
deixo, a interrompo.
— Não amor! Agora não...? Me deixa ficar um pouco mais com ela?
Enquanto isso vá você tomar um banho e se arrumar, vamos jantar fora
enquanto as avós e as tias cuidam da nossa bonequinha. — Encho a minha
filha de beijos e ela sorrir abertamente com a minha barba fazendo cócegas
nela.
— Jantar fora? Só nós dois? Têm algo em mente para essa noite a
dois, amor? — Questiona me abraçando, beijando a nossa filha, uma filha
minha com essa mulher incrivelmente maravilhosa.
— Sim princesa, tenho muitas coisas em mente mas não seja curiosa,
apenas faça o que pedi e se arrume, já está anoitecendo e eu também já vou
me arrumar... Agora me dá um beijo... Estou com saudades dos seus lábios.
— Abraço a sua cintura prendendo o seu corpo ao meu, ela sorrir antes de me
beijar.
Um beijo tão apaixonado, perfeito de tão bom. Ela se afasta dando um
beijo na nossa filha e sai rebolando essa bundinha arrebitada, ainda não matei
a minha saudade do seu corpo, parece um sonho depois de todo esse tempo
eu ter recuperado a minha mulher, e junto uma filha que eu nem sabia que
tinha, e que agora se tornou o meu mundo, a minha vida.
— Me dá ela filho? Assim como você, eu também não consigo me
desgrudar da minha netinha, ela é tão linda com essa pele tão branquinha e
esses cabelinhos ruivos, ela saiu a cópia da mãe, mas também tem os seus
traços além dos olhos como os meus... Meu Deus me dê logo ela filho!
Quando ela não está nos meus braços eu fico ansiosa para pegá-la
novamente... Quero paparica muito a minha netinha linda, vovó já ama de
todo coração essa princesinha. — Mamãe toma a minha filha dos meus
braços me deixando enciumado, mas sorrio amando esse seu amor e carinho
com a minha filha e minha mulher.
— Vem comigo mamãe! Precisamos conversar. — Abraço-a guiando
ela comigo até a varanda.
— Aconteceu alguma coisa? Você está bem? Está preocupado com
algo, filho? — Pergunta preocupada mas sem tirar a sua atenção de Yasmin.
— Eu vou me casar mamãe! Vou fazer de Marcelly a minha esposa e
queria que soubesse... Acabei de conversar com o meu sogro e agora com
você. — Solto de uma só vez e ela me encara de boca aberta.
— Está falando sério querido? Vai mesmo se casar? Que notícia
maravilhosa filho, vocês merecem muito ser felizes depois de tudo que
passaram... Mas me diz? Já falou com ela? Já pediu Marcelly em casamento?
Mas porque ela não disse nada? Eu não vi nenhum anel no dedo dela, por
acaso vocês estavam escondendo isso de nós? — Pergunta eufórica mas
abaixa o tom para que não nos escutem.
— Não foi exatamente o pedido que eu queria ter feito, mas sim, eu a
pedi em casamento e ela aceitou, mas ainda não tinha comprado um anel mas
fiz isso hoje de manhã... Veja se aprova mamãe! Você acha que ela vai
gostar? — Sorrio tirando uma caixinha do bolso e abro para ela ver, ela
encara o anel sorrindo com os olhos brilhando, mas volta a me encarar.
— É lindo filho...! É muito bonito e tenho certeza de que ela vai
adorar... Você está mesmo decido, está visivelmente feliz e isso compensa
por todo esse tempo que ficou longe de mim... Mas agora não vou mais
aceitar a sua distância, por isso não vou mais me separar de você nunca mais,
Ramon... Obrigada por me deixar ser a mãe que você precisa e merece, quero
estar ao seu lado nesses momentos importantes da sua vida, eu estou
imensamente feliz por você, filho, tudo que eu mais queria nesses meses que
você passou atormentado por pensar que havia perdido a sua mulher, era que
você fosse feliz e agora você é, e consequentemente você me faz feliz
também, querido. — Ela diz com uma doçura tão grande na voz que me
fascina.
Minha mãe sempre foi muito amorosa comigo e meus irmãos, pelo
menos o amor de mãe nunca nos faltou.
— Você é uma das melhores mães do mundo, mamãe... Eu te amo!
Me desculpa por quase não dizer isso, amo você assim como amo a minha
filha e minha mulher, amo a minha sogra e minha irmã, faço por vocês tudo
que estiver ao meu alcance e muito mais. — Abraço-a lhe dando um beijo
demorado no alto da cabeça, me sentindo feliz como nunca antes na minha
vida.
— É exatamente por ser sua mãe que eu quero que você seja muito
feliz, Ramon, de todo o meu coração eu desejo a você e Marcelly toda
felicidade do mundo, e que esse amor de vocês seja duradouro e se fortaleça
todos os dias... Amo muito você, meu filho, amo essa família linda que você
construiu, estou muito orgulhosa de você e sei que ainda vou me orgulhar
muito... Agora vai se arrumar para sair com a sua noiva! E não se preocupe
com a minha neta pois ela terá os avós mais apaixonados do mundo cuidando
dela. — Ela acaricia o meu rosto e me dá um beijo antes de me arrastar de
volta para sala.
Beijo a minha filha um pouco mais já sentindo saudades por saber que
vou sair sem ela, toda vez que preciso sair e deixar a minha filha ou minha
mulher em casa, me sinto angustiado, tenho medo de voltar e não encontrá-
las mais, sei que é coisa da minha cabeça pois elas estão seguras.
Coloquei três equipes de segurança em casa e Marcelly e meus sogros
nunca saem sozinhos, a amiga de Marcelly, a Simone agora é nossa
funcionária e ela vai ficar responsável por ajudar meus sogros e minha mãe
com algo que eles precisem na rua, por questão de segurança eu coloquei um
dos seguranças para ficar a disposição dela, meus sogros tem muita
consideração por ela então é justo que ela também fique em segurança, já que
ajudou muito a minha ruivinha e os pais dela, mas aquele tal de Lucas não
quero mais perto da minha mulher, já sei que ele é apaixonado por ela e isso
não me agrada.
Vou montar a loja de lingerie para ela como pretendia fazer no Brasil,
não quero mais ela trabalhando naquele restaurante com aquele cara ao lado,
se declarando mesmo sabendo que ela me ama, que é e sempre será minha
mulher, aquele trabalho não é o que ela merece, minha mulher merece muito
mais e eu vou dar isso a ela, sou um homem rico e posso dar a ela o que ela
quiser, por isso ela já pediu demissão de onde trabalhava e já estamos
planejando ver algumas lojas para comprar e montar o que ela quiser, e
enquanto não fazemos isso matamos a saudades que ainda sentimos um do
outro.
Entro no meu quarto para me arrumar e vejo Marcelly sair do
banheiro enrolada na toalha, não teve como não me excitar ao admirá-la mas
vou deixar o melhor de hoje para mais tarde, nem tudo é só sexo então me
aproximo dela lhe roubando um beijo antes dela ir para o closet, e eu vou
para o banheiro.
O iate que comprei já deve estar preparado para o nosso jantar em alto
mar, eu me lembro que quando chegamos a Miami na nossa primeira viagem
juntos, eu prometi levá-la para um passeio de iate mas isso não foi possível,
no mesmo dia em que chegamos a Miami tudo aquilo aconteceu então vou
dar a Marcelly uma noite inesquecível, espero conseguir surpreendê-la como
ela sempre fazia comigo.
Capítulo 53
Marcelly
Me arrumo colocando um vestido grafite longo de alças finas com um
pequeno decote, do lado esquerdo há uma fenda subindo até o meio da coxa e
optei pelos saltos dourados, dessa vez decidi fazer uma trança lateral nos
cabelos deixando a franja solta. Faço uma maquiagem marcante como sempre
gostei e pego a minha bolsa saindo do closet. Ramon já está arrumado e está
lindo, ele veste calça preta social e uma camisa branca embaixo de um blazer
na mesma cor da calça, um espetáculo de homem e é todinho meu.
— Acho que já sei o que vou querer para a minha sobremesa...
Ramon com mel deve ser uma tentação. — Me aproximo dele sorrindo de
lado o admirando de cima abaixo, ele gargalha.
— Ramon com mel...? Você não tem jeito, ruivinha... Porra vou
passar a noite toda imaginando você usando e abusando de mim... Você não
perde uma chance de me seduzir, não é...? Isso me deixa ainda mais
apaixonado por você, minha gostosa... Você está tão linda... Maravilhosa! —
Ele me puxa para o seu corpo apertando a minha cintura e eu estremeço,
desde que nos reencontramos estamos insaciáveis.
— Você também está maravilhoso, meu amor... Mas eu preciso te
corrigir, não sou eu quem seduzo você... Você é uma sedução, você me
seduziu e agora entendo o porquê as meninas da boate te chamavam de,
Ramon, o sedutor... Você tem o poder de seduzir uma mulher apenas com um
olhar, mas fico feliz de ser a única mulher a ser seduzida por você... Me sinto
uma mulher realizada por ser amada por uma homem como você, Ramon, me
sinto a mulher mais feliz do mundo por ter você, a nossa filha e a nossa
família ao meu lado... Mesmo depois de tudo que passamos para viver o
nosso amor, eu estou feliz agora, minhas lágrimas estão sendo recompensada
com todo esse amor e carinho que você está me dando, você é a minha vida,
Ramon, te amo e sempre vou te amar. — Acaricio o seu rosto fitando a sua
boca tão de pertinho.
Tento me controlar para não jogá-lo na nossa cama e fazermos amor a
noite inteira, sem me preocupar com o jantar.
— Se está feliz agora, eu prometo que será ainda mais feliz amanhã, e
depois de amanhã, e todos os dias das nossas vidas, meu amor... Eu custei a
encontrar uma mulher como você e não vou medir esforços para te fazer feliz,
eu te amo como nunca amei outra mulher na minha vida, ruivinha... Nada e
nem ninguém pode me separar de você porque eu não vou permitir, nada e
nem ninguém vai fazer o nosso amor diminuir porque ele é infinito, minha
princesa... Você é a minha vida e me deu o presente mais precioso que um
homem pode querer, uma filha linda, um família amorosa e perfeita, porque
somos perfeitos juntos. — Ele me admira com tanto amor e ternura, ele me
aperta em seus braços e acaricio o meu rosto, me dando um sorriso lindo.
— Meu Deus amor... Se continuarmos assim não vamos sair de casa
hoje... Você foi, você é e sempre será o grande amor da minha vida... Não há
nada nessa vida que me faça deixar de te amar, mesmo que você me magoe
dizendo que não me ama mais, eu vou continuar te amando, mesmo que você
me traia e eu não te perdoe, ainda assim eu vou continuar te amando,
Ramon... Mas eu conheço o seu amor, eu sinto-o em cada olhar, em cada
beijo e a cada toque... Eu sei que jamais me trairia porque eu confio em você,
eu sei que jamais me magoaria pois estaria magoando a si mesmo... Por isso
vou fazer até o impossível para fazê-lo feliz, vou lutar pelo nosso amor com
unhas e dentes como uma leoa para defender a minha família... Agora me
beija antes de irmos ver a nossa filha? Não quero sair sem vê-la acordada. —
Abraço o seu pescoço e ele sorrir antes de tomar a minha boca em um beijo
urgente.
— Você sabe como me deixar ainda mais louco por você... Sabe
como me fazer te amar ainda mais... — Sussurra entre os beijos mas me guia
em direção a porta enquanto retoco o meu Baton.
Saímos do quarto sorrindo e fomos para sala encontrando a todos em
uma conversa empolgada, Yasmin já está dormindo no colo da minha mãe e
nos aproximamos dando um beijo demorado nela, mas Ramon não resiste em
pegá-la no colo e colocá-la no berço ele mesmo, estou encantada com a
reação dele com a nossa filha, ele se apegou a ela no mesmo instante em que
a conheceu e não desgruda mais, para mim isso é maravilhoso.
Nunca imaginei ver Ramon assim tão amoroso com uma criança e me
surpreendi, ele está apaixonado pela Yasmin e ela já se apegou ao pai
também, é tão bom vê-los juntos, é perfeito a família que estamos
construindo.
Depois de alguns poucos minutos Ramon volta todo sorridente e nos
despedimos de todos para sairmos, eles nos desejam uma boa noite e então
saímos de casa, o carro já está nos esperando então entramos saindo da nossa
mansão.
Ramon comprou a casa dos meus sonhos, ela é perfeita é enorme, ela
é mais ou menos do tamanho da mansão do Ramon no Brasil ou um pouco
maior, é enorme e ele ainda queria comprar uma maior, achei exagero e ele
aceitou tudo que eu pedi, a casa é exatamente do jeitinho que eu queria e
agora mais do que nunca vamos permanecer na Austrália, esse já era o nosso
desejo antes mesmo de eu vir para cá, então estamos realizando o nosso
desejo.
O carro nos leva para marina e eu o questiono para saber o que
estamos fazendo aqui, mas ele não diz nada além de "é uma surpresa", mas
mesmo assim o meu sorriso já está presente em meu rosto, só de imaginar o
que estamos fazendo aqui.
Caminhamos até um iate imenso e muito luxuoso, fico de boca aberta
pois ele é bem iluminado e de longe já posso ver o quanto é lindo.
— Vamos jantar nesse iate? Você o alugou só para jantarmos, amor?
Ele é lindo e muito lux... Oh meu Deus... O que o meu nome está fazendo
nesse iate? Ramon o que está acontecendo? Porque esse iate tem o meu
nome? — Pergunto eufórica e ao mesmo tempo curiosa, estou de boca aberta
com essa surpresa, ou coincidência.
— Sim! Vamos jantar nesse iate porque ele é nosso, por isso tem o
seu nome... Eu o comprei antes de te encontrar, mas coloquei o seu nome
para nunca me esquecer da mulher que amo. — Revela com aquele seu
sorriso lindo e sedutor me deixando pasma.
— Nosso...? Esse iate é nosso...? É lindo amor vamos entrar logo! Eu
quero conhecer cada canto dessa coisa maravilhosa... Vamos amor! — Me
empolgo o arrastando pela mão e ele sorrir escancaradamente, mas não me
importo.
— Se acalma meu amor, você vai cair! Temos a noite inteira só para
nós e eu vou te mostrar cada canto do nosso iate, não precisamos pressa. —
Ele segura a minha mão me fazendo parar e me puxa para os seus braços.
— Eu já andei de iate antes mas não em um como esse, e a diferença é
que agora estou com você e esse iate é nosso, por isso estou tão ansiosa. —
Abraço o seu pescoço e sinto uma de suas mãos deslizar pelas minhas costas.
— Adoro ver esse seu sorriso tão largo, ele me encanta ainda mais por
você... A sua felicidade é a minha felicidade também, meu amor... Vou te dar
uma noite inesquecível, eu prometo! — Ramon me encara intensamente antes
de me beijar.
Um beijo doce e apaixonado que eu retribuo com a mesma doçura,
com a mesma paixão. Entramos no iate e fomos recebidos pelo capitão André
e outros funcionários, eles estarão a nossa disposição essa noite.
Enquanto zarpamos Ramon me leva para conhecer o iate assim como
eu peço, mas quando chegamos no quinto e último andar do iate que é um
andar menor, vejo uma belíssima decoração para um jantar romântico, muitas
luminárias espalhadas pelo deck e muitas flores decorando também, flores de
todo tipo, uma verdadeira floricultura.
— Isso é um sonho... Quantas flores amor... Tudo isso é pra mim? —
Me empolgo andando pelo deck encantada com tantas flores.
Toco cada uma delas com um sorriso de orelha a orelha, nunca me
deram tantas flores juntas, na verdade o único que já me deu flores foi
Ramon.
— Sim minha vida, todas elas são suas... — Ele para ao lado da mesa
posta para o nosso jantar.
Sorrio para ele e olho para o céu agradecendo a Deus por tudo isso,
por esse homem maravilhoso que só ele poderia ter posto no meu caminho. O
céu está estrelado e a lua completamente cheia, sorrio admirando-a por um
instante, mas quando olho novamente para Ramon ele está de joelhos
segurando uma caixinha de veludo aberta enquanto me estende a outra mão.
— Oh meu Deus... Ramon! — Sussurro pondo a mão no peito
sentindo o meu coração bater na boca e meu corpo inteiro tremer.
Ele sorrir ainda me estendendo a mão e eu me aproximo mais,
pegando-a, sinto que o meu coração pode sair pela boca.
— Não sei mais o que dizer para me declarar a você, já fizemos
muitas declarações um para o outro, mas o que eu ainda não disse é que não
me caso com nenhum e outra mulher se não for com você... Então, Sra.
Marcelly Alencar! Mãe da minha filha e senhora da minha vida! Você me
daria a honra de tê-la como minha esposa? Aceita se casar comigo? —
Ramon abre aquele seu sorriso sedutor que mesmo que eu não quisesse me
casar com ele eu me casaria.
— É claro que eu me caso com você, meu amor... Sim! Sim eu quero
ser sua esposa, Ramon... Meu Ramon... — Sorrio entre lágrimas me sentindo
eufórica e ele abre ainda mais o seu sorriso para mim.
Ele tira o anel da caixinha o colocando no meu dedo me deixando de
boca aberta, um anel com uma imensa pedra de diamante em forma de
coração que brilha tanto quando as estrelas no céu.
— Isso é inacreditável de tão lindo... Meu Deus Ramon eu te amo! Te
amo meu amor! Minha vida... — Me ajoelho na sua frente me jogando em
seus braços e o beijo ferozmente.
Ele sorrir na minha boca enquanto me aperta em seus braços.
— Te amo...! Te amo meu amor...! Te amo! Obrigado por me fazer
tão feliz, obrigado ruivinha... Minha ruivinha. — Declara entre os beijos
ainda sorrindo e se levanta me erguendo junto.
— Eu te amo muito, Ramon... Te amo muito, amor... Seremos muito
felizes juntos eu prometo, eu quero fazer você feliz e sei que serei a mulher
mais feliz desse mundo ao seu lado, ao lado da nossa filha e da nossa
família... Não acredito que vamos nos casar... Quando vamos nos casar? Vai
ser na igreja? Me diz amor? Você já pensou em tudo não foi? — Sorrio
largamente e o questiono eufórica para nós casarmos logo.
— Por mim eu me casaria com você hoje! Aqui e agora, mas eu quero
dar a você um casamento dos sonhos como toda mulher deseja, e você
merece... E sim, já pensei em tudo e nos casaremos em dois meses... E não
precisa me prometer nada, princesa, você já me faz muito feliz por me amar e
me deixar te amar, e principalmente por ter me dado uma filha tão linda. —
Diz radiante enquanto eu admiro o anel no meu dedo, ainda não estou
acreditando que vamos mesmo nos casar.
— Dois meses! Em dois meses serei sua esposa, sua namorada e sua
amante... Serei tudo que você merece, meu amor, eu estou tão feliz, tão feliz
que sinto vontade de gritar. — Me solto dele girando empolgada mas de
repente ele me pega no colo me girando enquanto gargalhamos.
— Você quer gritar? Então grita princesa! Grita bem alto para as
estrelas ouvirem a sua felicidade! — Ele me incentiva enquanto me gira no ar
e eu faço o que tanto quero.
— AHHHHHHH! EU TE AMO RAMON...! TE AMOOOO! —
Grito com todas as forças dos meus pulmões e sorrio largamente.
— EU TAMBÉM TE AMO RUIVINHAAAA! TE AMOOOO! —
Ele grita alto ainda sorrindo e me encara amorosamente, sinto meu peito
estufar e meu coração acelerar.
— Nunca mais vamos deixar ninguém nos separar! Nunca mais vou
aceitar ficar longe de você, amor, custe o que custar o meu lugar e o da nossa
filha é, e sempre será ao seu lado... Não tem mais ninguém nos odiando então
eu sei que teremos paz e seremos felizes... Vamos brindar! Eu quero fazer um
brinde a nós... Um brinde ao amor que nos une e ao presente mais lindo que
você me deu... A nossa pequena Yasmin. — Me empolgo descendo do seu
colo e o arrasto até a mesa.
Estamos os dois sorrindo feito bobos, é normal já que somos
loucamente apaixonados um pelo outro. Ramon nos serve as duas taças de
champanhe e me olha dentro dos olhos, eu consigo enxergar neles o seu
imenso amor, a sua ternura e admiração por mim, não estou diferente, me
sinto uma filha da mãe sortuda por ter um homem como esse me amando
tanto, fazendo de tudo por mim e minha família.
— Um brinde a mulher mais linda que os meus olhos já viram! Um
brinde a mulher que tem inteiramente o meu coração e está fazendo de mim o
homem mais feliz desse mundo! E foi você quem me deu o meu tesouro mais
precioso, Celly... Você tem noção do tamanho da minha felicidade, ruivinha?
Tem noção de tudo que sou capaz de fazer por você, meu amor...? Eu... Eu
nunca na minha vida me imaginei assim! Me prendendo a uma única mulher,
formando uma família tão linda e desejar viver apenas por vocês... Você
nasceu para ser minha, Marcelly, assim como já estava escrito que eu seria
somente seu... Um brinde ao nosso amor! Um brinde a nossa felicidade e a
Yasmin! O fruto do nosso amor que nos une para sempre e nos completa! —
Ele se emociona me emocionando também, meu Deus onde esse homem
esteve a minha vida toda que não apareceu antes?
— Um brinde a Yasmin! O laço mais forte que nos une e vai nos unir
ainda mais... Ao nosso amor! — Sorrio já chorando de emoção então
brindamos, mas não posso beber muito, estou amamentando e não posso
ingerir álcool.
— O que foi amor? Ficou apreensiva de repente.
Questiona preocupado e eu sorrio abraçando o seu pescoço, beijo-o
ardentemente lhe mostrando que está tudo bem.
— Não é nada demais, não se preocupe... Eu estou tão feliz, tão
empolgada que me esqueci que não posso ingerir álcool, estou amamentando
e o álcool vai para o leite que a nossa filha ingere. — Acaricio o seu rosto
passando os meus dedos pelos seus lábios e ele me encara surpreso.
— Caramba ruivinha, eu não tinha pensado nisso amor... Vou resolver
isso em um instante. — Ele me encara agora um pouco mais preocupado e se
solta de mim indo até um garçom parado mais a diante, ele vai nos servir
durante o jantar.
Ramon pede para trazerem um suco e me questiona sobre o que eu
gostaria de beber, o admiro encantada achando fofo a sua preocupação, me
aproximo deles pedindo ao garçom um suco de manga, depois disso Ramon
me leva até a mesa puxando a cadeira para mim e nos sentamos admirando
aquela lua incrível lá no céu.
Conversamos um pouco sobre o nosso casamento e percebi que não
sou a única ansiosa por aqui, Ramon parece nas nuvens e a todo momento
cita o nome da nossa bonequinha, já estou com saudades dela, imagine ele?
Não tem nem uma semana que ele a conheceu e parece que já convive com
ela desde que nasceu.
Yasmin também já se apegou ao pai, ela sente que ele faz parte dela e
já está se acostumando a dormir entre nós dois, mas isso não é bom pois nas
noites em que quisermos ficar mais a vontade na nossa intimidade, não quero
a nossa filha ouvindo os nossos gemidos, o novo quartinho dela ainda não
está totalmente pronto, eu trouxe as coisas que comprei antes mas a
decoração minha cunhada está me ajudando pessoalmente.
Assim que trazem o meu suco eles servem também o nosso jantar, o
cheiro está divino e começamos a comer, Ramon não tira os olhos de mim me
paquerando na cara dura, não deixo por menos e faço o mesmo. Tiro os meus
sapatos e acaricio a sua perna por baixo da mesa, subindo o meu pé até a sua
virilha, ele geme rouco me repreendendo mas não ligo, subo mais o meu pé
pressionando a sua ereção já volumosa.
— Marcelly...! Porra eu estou tentando ser romântico... Estou
tentando aguentar até a sobremesa mas você não está me ajudando! — Me
repreende mais uma vez em um tom firme, me fazendo estremecer na cadeira.
— Eu não estava brincando quando disse que você seria a minha
sobremesa... Meu estômago já está satisfeito, mas o meu corpo não... Me leva
daqui Ramon...! Me leva para um daqueles quartos meu noivo? Agora! —
Me levanto me aproximando dele e me sento na ponta da mesa, pego a sua
mão e ponho na minha perna exposta pela fenda do vestido.
— Puta que pariu, Marcelly...! Porra estou me sentindo febril de tanto
desejar você... — Ele se levanta rapidamente me puxando para o seu corpo,
mas me solto dele o arrastando pela mão. — Eu ando mais rápido que você
amor... Estou com pressa! Muita pressa! — Ele me pega no colo me fazendo
gargalhar e se apressa para descer comigo para um andar baixo de nós.
Assim que entramos no quarto me surpreendo, mais flores pelo quarto
e muitas pétalas sobre a cama com a frase "te amo ruivinha" meu sorriso vai
nas orelhas, esse quarto ele não me mostrou, disse que estava interditado e
olha só o que ele fez?
— Você tirou a noite para me surpreender, Ramon...? Isso é lindo...
Eu amei... Ganhei muitas flores e um pedido de casamento, junto com um
anel espetacular, eu nunca havia visto na minha vida um diamante tão
grande... Pelo menos não pessoalmente, e agora estou carregando um em meu
dedo... Você é um sonho maravilhoso, amor... Você é perfeito. — Ando pelo
quarto admirando as flores e a cama decorada, mas paro lhe dando o meu
melhor sorriso.
Corro na sua direção pulando no seu colo e ele gargalha, eu nunca vi
esse homem sorrindo tanto quanto agora, beijo-o apaixonadamente, com
desejo mas logo desço do seu colo.
— Minha vez de surpreender você... Vem! Sente-se na cama! — O
arrasto até a cama o colocando sentado e ele me encara atento.
— O que vai aprontar, ruivinha? Não me tortura amor eu já estou
enlouquecendo. — Ele tenta me puxar para o seu corpo mas consigo escapar
sorrindo para ele.
— Não vou fazer nada que você não tenha gostado... É algo que eu já
não faço a bastante tempo. — Me afasto tirando o meu celular da bolsa e
coloco uma música sensual, ele sorrir já entendendo o que vou fazer.
Deixo o telefone e a bolsa sobre uma cômoda próximo a porta e
começo a dançar de forma sensual, desfaço a trança no meu cabelo os
deixando solto e vejo meu noivo com a sua total atenção em mim, eu gosto
disso.
Começo a me mover me deixando levar belo embalo da melodia e
desço uma das alças do vestido, o encaro fixamente e desço a outra alça
descobrindo os meus seios, deixo o vestido cair aos meus pés e danço me
aproximando de Ramon, ele ofega com os olhos presos no meu corpo.
Acaricio os meus seios descendo as minhas mãos pelo meu corpo e o
vejo apertar a sua ereção por cima da calça, me viro de costas para ele
empinando a minha bunda.
— Tire a minha calcinha, Ramon...! Obedece a sua mulher! —
Ordeno em um tom firme e ele resmunga alguma coisa que não entendo, mas
sorrio.
Ele me obedece tirando a minha calcinha enquanto beija a minha
bunda subindo os seus lábios quentes pelas minhas costas, gemo em resposta
e tento me afastar para continuar dançando, mas ele não deixa, Ramon segura
firme a minha cintura e pressiona a sua ereção na minha bunda.
— Você é perfeita dançando, ruivinha, uma verdadeira tentação, meu
amor... Mas eu não estou conseguindo esperar, você está tão gostosa... —
Sussurra no meu ouvido subindo uma de suas mãos até os meus seios e
acaricia-os suavemente.
— Ramon... Eu também não estou aguentando... Eu quero você
amor... Quero você... — Sussurro de volta em um fio de voz sentindo o meu
corpo em chamas.
— Compartilhamos o mesmo desejo minha gostosa... Não vamos
esperar mais, eu quero você agora! — Ouço aquele seu tom rouco e ele me
vira abruptamente devorando a minha boca.
Ele me ergue em seus braços e eu envolvo as minhas pernas na sua
cintura, beijo-o desesperadamente ansiosa para senti-lo dentro de mim. Ele
me leva pra cama me deitando no meio dela se pondo sobre mim, seus lábios
devoram os meus por um instante mas logo estão descendo pelo meu
pescoço, sinto sua mão acariciar o meu seio e seus lábios descerem entre eles,
Ramon chupa a minha pele me arrancando gemidos abafados.
— Tira logo essa roupa amor...! Eu quero contemplar o seu corpo nu
sobre o meu... Ohhh... — Deslizo as minhas mãos pelas suas costas sentindo
o meu corpo inteiro tremer.
— Porra os seus seios estão tão lindos... É uma pena não poder chupá-
los como eu estou desejando todos esses dias... Mas estou ciente de que não
posso, Ainda... — Diz no seu tom rouco enquanto se levanta se apressado
para tirar a sua roupa, sorrio pela sua pressa.
Não desvio os seus olhos dele e logo já está completamente nu,
Ramon sobe de volta na cama se pondo sobre mim, mas quando sinto que ele
vai se encaixar na minha entrada eu me forço para virá-lo na cama me pondo
sobre ele.
— Hoje de manhã você me acordou me chupando inteirinha... Agora
é a minha vez de chupar você, meu gostoso... — Me esfrego nele enquanto
suas mãos apertam as minhas coxas.
Passo as minhas mãos pelo seu peito tocando as suas tatuagens e beijo
algumas delas pois são muitas, desço a minha boca pelo seu corpo sentindo a
sua ereção latejar em baixo de mim. Seguro-o com vontade o acariciando
com movimentos suaves e ouço os seus sussurros, não dou tempo para ele
questionar e me abaixo passando a língua pela sua ereção, sentindo as suas
veias pulsar.
— Você quer me torturar, ruivinha...? Me deixa sentir logo essa
boceta gostosa...? Ohhh Celly! Cacete! Ohhh... — Resmunga mas geme
segurando os meus cabelos enquanto o engulo até onde consigo. — Isso...!
Isso ruivinha! Me chupa, amor! Cacete que delícia... Ahhh que delícia de
boquete... Perfeita... Ohhh perfeita eu vou gozar... Eu vou gozar Celly! —
Ramon me encara fixamente mas logo seus olhos estão na minha boca o
engolindo com movimentos rápidos.
Chupo-o com mais vontade sedenta de desejo por ele, sinto ele latejar
na minha boca mas quero senti-lo gozar dentro de mim. Tiro ele da minha
boca e me ponho sobre ele já me encaixando na sua ereção, me sento
lentamente nele o engolindo por inteiro na minha intimidade, começo a
cavalgar nele me sentindo como em um sonho gostoso.
Seguro os meus cabelos no alto da cabeça enquanto rebolo na sua
ereção, ele geme ensandecido pelo desejo assim como eu, Ramon se senta na
cama acariciando o meu corpo sem desviar os olhos dos meus seios, sei o
quanto ele quer beijá-los e chupar com como fazia antes, mas no momento
isso não será possível, meus seios são apenas da nossa filha e ele já aceitou
isso.
Ramon me deita na cama ficando sobre mim e começa a se
movimentar mais rapidamente e mais forte, ele geme apertando os olhos com
força e eu me arqueio sentindo a sua carne deslizar na minha, me fazendo
alucinar.
— Goza pra mim Ramon...? Goza comigo amor...? Oh meu Deus eu
vou explodir... Ohhh... Amor... Ahhh... — Peço cravando as minhas unhas
nos seus braços e ele rosna para mim.
— Ohhh... Porra... Cacete ruivinha... Me apertando assim eu não
resisto... Ahhh gostosa...
Geme entre dentes metendo em mim com mais força me fazendo
quase perder o fôlego, meu corpo inteiro treme e minha intimidade se contrai
um pouco mais. Quase grito quando atinjo o meu orgasmo e ele goza junto
sem deixar de me penetrar. Ramon geme desabando sobre mim se
movimentando mais lentamente e me beija.
Sinto o ar dos meus pulmões evaporar com esse beijo e o interrompo
beijando e chupando o seu pescoço, abraço a sua cintura com as minhas
pernas e percorro as minhas mãos pelas suas costas nua, estou tão feliz que
sinto vontade de chorar, me sinto tão segura em seus braços que tenho medo
de soltá-lo, tenho medo de perdê-lo novamente mesmo sabendo que esse
risco eu não corro mais.
— Ei...? Amor o que houve? Eu te machuquei...? Celly o que está
acontecendo, minha vida? — Ele me encara preocupado ao me ouvir fungar.
Nem eu mesma havia percebido que estou chorando, ele sai de mim
preocupado se deitando ao meu lado.
— Não é nada, meu amor, não se preocupe... Eu estou tão feliz que
tenho medo... Tenho medo de perder você de novo mesmo sabendo que não
permitirei que isso aconteça... Me promete? Me promete que seremos um do
outro para sempre? Me promete amor? — Choro me pondo sobre ele e beijo-
o desesperadamente.
— Eu prometo amor...! Prometo que seremos para sempre um do
outro... Ninguém vai nos separa novamente, ouviu...? Ninguém, minha
ruivinha...! Minha mulher... — Declara entre os beijos adentrando os seus
dedos em meus cabelos, me segurando pela nuca deixando o nosso beijo mais
intenso.
— Eu te amo.... Sempre vou te ama daqui até a eternidade...
Obrigada, Ramon... Eu devo toda essa felicidade a você, amor... Por isso te
amo tanto... Te amo mais que a mim mesma... Te amo...! Te amo...! Te
amo...! — Declaro em meio aos beijos e ele sorrir na minha boca.
— Amo ouvir você dizer que ama... Eu também te amo demais...
Mais do você possa compreender, minha vida... Te amo...! Te amo...! Te
amo...! — Sussurra na minha boca enquanto me deita na cama se pondo
sobre mim. Sorrio sentindo a sua ereção ainda dura pressionar a minha
intimidade.
— A única coisa que eu consigo compreender agora, é que eu ainda
quero você... Ainda estou com saudade e sei que você também, meu noivo...
Faz amor com a sua noiva mais uma vez...? — Sorrio para ele e desço a
minha mão entre nós segurando a sua ereção.
O encaixo na minha intimidade e ele sorrir antes de me beijar
deslizando a sua carne para dentro de mim.
— Essa é a minha garota...! Insaciável do jeito que eu gosto... A nossa
compatibilidade é perfeita! — Ele olha em meus olhos e começa a se
movimentar.
Sorrio e ofego pois sei que a nossa noite será ainda mais perfeita do
que já está sendo, essa nossa noite será inesquecível. Encaro o anel no meu
dedo e beijo-o antes de beijar o meu noivo, o meu futuro marido.
Capítulo 54
Ramon
DOIS MESES DEPOIS...

Parece inacreditável, hoje vou me casar com a minha ruivinha e estou


uma pilha de nervos. Meus irmãos chegaram de viagem com as suas famílias
a uma semana, aproveitamos bastante esses dias juntos mas ontem minha
irmã e minha cunhada raptaram a minha mulher de mim, elas se trancaram
em um dos quartos da mansão e não me deixaram entrar por nada, disseram
que o noivo não pode ver a noiva antes do casamento e eu não gostei disso,
não vejo a minha mulher desde ontem e já estou passando mal de tanta
ansiedade para vê-la.
Minha filha dormiu com a mãe mas no meio da noite mamãe apareceu
no meu quarto com ela chorando, Marcelly a amamentou mas ela ficou
inquieta, só se acalmou quando a fiz dormir em meus braços e não teve jeito,
tive que dormir agarrado a minha princesinha e só assim não me senti tão
sozinho, tentei convencer minha mulher a dormir comigo mas minha irmã
não deixou, Marcelly também ficou sentida por dormirmos separados, mas
como enfiaram na cabeça dela de que isso faz parte da tradição ela
concordou.
Os nossos amigos do Brasil também estão presentes, o delegado
Felipe com o pai e sua esposa com a filha também de colo, John com Laura e
os filhos além dos seus pais, Yure com a esposa grávida me surpreenderam,
não sabia que ele haviam se casado, mas também pudera, eu fiquei mais de
um ano sem aparecer para eles, fui apenas nas minhas boates e mesmo assim,
foi a visita mais rápida que já fiz nelas, por isso Anastácia estava tão
impaciente comigo.
Perdi muitas coisas nesse tempo em que fiquei sem a minha mulher e
surtei sem querer ver ninguém, não vi a minha família e nem os meus
amigos, me afastei de tudo e de todos para me dedicar a procurar a única
mulher que fez a minha vida ter um novo sentido, e agora estou aqui na porta
da igreja esperando para me casar com ela.
— Cadê a minha filha mamãe? Não quero entrar na igreja sem ela...
Porque Marcelly está demorando tanto? Já está anoitecendo e porque a minha
irmã ainda não trouxe a minha filha? — Questiono irritado depois de tanto
tempo aqui em pé esperando ela chegar, já estou impaciente e minha mãe rir
da minha cara.
— Está para nascer um noivo mais impaciente que você, filho, não
tem nem vinte minutos que chegamos e você já está assim? Falta pouco se
descabelar. — Minha mãe se controla das suas risadas enquanto eu a encaro
sério bufando de frustração enquanto vejo os convidados chegarem. — Fica
tranquilo querido, sua irmã já está vindo com a sua filha e não vai demorar
para sua noiva chegar, só faltam meia hora para o horário marcado para
cerimon... — Diz tranquilamente mas a interrompo.
— Meia hora mamãe? O que eu vou fazer aqui em meia hora?
Viemos muito cedo eu já estou inquieto louco para ver a minha mulher, eu
não a vejo desde ontem, mas que merda! — Esbravejo irritado e minha mãe
me encara horrorizada.
— Por Deus Ramon! Você está na porta de uma igreja e não de uma
das suas boates! Limpa essa boca menino...! Santo Deus o perdoe! Ele não
sabe o que está dizendo. — Me repreende me encarando severamente e eu
respiro fundo.
— Me perdoe, mamãe, eu estou muito nervoso... Passei mais de um
ano sem a minha mulher, a encontro com uma filha minha e não consigo mais
ficar muito tempo longe delas... Eu estou angustiado, por mim não sairia do
lado delas nem por um minuto sequer... Nunca imaginei que amaria tanto
uma pessoa como amo a minha mulher e minha filha, mamãe... Como isso é
possível? A cada dia que passa sinto dentro de mim esse amor crescer ainda
mais, ele é gigantesco, e infinitamente grande. — Esfrego as mãos no rosto
sentindo o meu coração pulsar forte dentro do peito, mas logo sinto o meu
amor por ela me acalmar instantaneamente.
— Mas é claro que tem como amar ainda mais as pessoas que o nosso
coração escolheu, filho, eu amo você e seus irmãos igualmente, e a cada dia
que passa esse amor se multiplica mais e mais querido... Por isso eu entendo
esse imenso amor que você sente pela sua família, Marcelly e Yasmin são a
sua vida e eu os amo ainda mais depois que me receberam em sua casa, você
nem imagina o quanto estou feliz de estar com vocês Ramon, me faz tão bem
estar ao lado de vocês e dos seus sogros... Estou mais feliz aqui do que
naquela casa onde passei anos com um homem estranho ao meu lado... Eu
estou tão orgulhosa de você, filho, você sabe que eu desejo muito a sua
felicidade, não sabe? Sabe também que não saio mais do seu lado e não me
importo se você não vai gostar. — Minha mãe se emociona ao tentar me
distrair e ela sabe que conseguiu, puxo ela para os meus braços apertando-a
forte.
— Eu jamais vou permitir que saia do meu lado, mamãe, agora mais
do que nunca eu preciso de você ao meu lado, vou me casar com a mulher da
minha vida, e se eu fizer ou disser alguma besteira quero você ao meu lado
para me fazer enxergar a verdade, sabe que as vezes sou cabeça dura e eu
tenho uma mulher muito teimosa ao meu lado... Talvez por isso eu a ame
tanto, ela nem precisa se esforçar para me tirar do sério, mas também não tem
que se esforçar para me acalmar e me levar ao céu... Seus defeitos são
imperceptíveis diante de tantas qualidades, ela é perfeita do jeito que é e
jamais vou pedir que mude, me sinto completo com a minha família porque
você também está aqui, mamãe, você é uma parte de mim e eu prometo fazer
você feliz para que esqueça o passado, sei o quanto sofreu e ainda sofre
mesmo escondendo essa dor atrás de um sorriso tão lindo... Você e minha
família serão a minha prioridade, eu prometo! — Aperto ela em meus braços
e ela chora em silêncio, acaricio o seu rosto limpando as suas lágrimas e ela
sorrir.
— Olha filho! A minha neta chegou, isso significa que a sua noiva
não vai demorar para chegar também. — Ela abre ainda mais o seu sorriso ao
ver minha irmã chegar de carro com a minha filha e meus sobrinhos.
— Filha! — Sussurro com um largo sorriso.
Me apresso para chegar até ela, minha bonequinha está tão linda,
parece mesmo uma princesinha e me faz sorrir feito um bobo.
Minha irmã sai do carro com ela nos braços e eu pego-a enchendo a
minha princesinha de beijos, vou proteger a minha filha e minha família de
tudo e de todos e não vou medir esforços para isso.
— Cadê a Marcelly, Rafa? Porque a minha mulher está demorando
tanto? — Questiono enquanto voltamos para a entrada da igreja.
— Se acalma Ramon! Ela já está vindo maninho, tenta não desmaiar
quando a ver, ela está tão linda que até eu me emocionei... Agora vamos
entrar! Ela já vai chegar e você precisar estar esperando por ela no altar e não
na porta da igreja. — Ela me faz passar direto pela mamãe me arrastando
para dentro da igreja.
O que está acontecendo com essas mulheres? Fazem de mim o que
bem querem!
Respiro frustrado e a obedeço, vou para o altar com a minha filha no
colo e me posiciono ao lado da minha mãe, sem conseguir tirar os olhos da
minha bonequinha, ela está linda demais e tenho certeza de que a mãe dela
está tão linda quanto ela.
Alguns minutos depois minha irmã se aproxima pegando minha filha
dos meus braços e a entrega para minha sogra que acaba de chega, nossos
amigos se posicionam para entrar na igreja na frente da minha noiva e o meu
coração dispara, sei que ela já chegou, ela vai entrar e sabendo disso sinto
minhas mãos suar frio, não preciso dizer o quanto John, Felipe e Yure pegam
no meu pé quando descobriam que eu iria me casar com Marcelly, eles me
deram o seu apoio mas também me encheram a paciência dizendo "Eu sabia"
"Você não me engana" "Até que enfim foi fisgado” contei a eles que estou
com Marcelly desde que a coloquei como minha exclusiva e também contei
tudo que houve até reencontrá-la novamente, todos ficaram horrorizados.
— Ela vai entrar filho! Se mantenha calmo querido e respira! Você
está muito tenso. — Minha mãe ao meu lado tenta me tranquilizar, respiro
fundo como ela pede mas não dá certo.
— Estou tentando mamãe...! Eu estou tentando! — Rebato esfregando
as mãos uma na outra enquanto vejo os nossos amigos entrarem ao som de
uma música suave.
Encaro a minha filha por um instante no colo da minha sogra e volto a
olhar em direção a porta, a marcha nupcial começa a tocar e eu respiro fundo
puxando o ar para os meus pulmões, mas perco-o novamente ao vê-la
aparecer de braços dados com o pai, meu coração dispara e eu tento
desesperadamente respirar fundo.
— Oh meu Deus... Meu Deus... Ela está tão linda... Meu Deus ela
parece um anjo... O meu anjo... — Me emociono e choro sem me importar
com nada e nem com ninguém, faço menção de ir na sua direção mas paro
quando ela abre aquele seu sorriso lindo para mim.
Ela seca o rosto e com isso sei que está chorando, meu Deus eu vou
surtar, como ela consegue ser tão linda? Parece uma princesa e seu sorriso é
radiante, está tão linda como nunca vi antes.
— Se acalma, filho! Você está muito emocionado querido. — Mamãe
ao meu lado toca o meu braço mas ela chora tanto quanto eu.
— Nunca me imaginei passando por uma emoção como essa,
mamãe... Ela vai se tornar minha esposa... Vai ser minha para sempre... Meu
Deus obrigado... Ela está tão linda. — Digo ainda emocionado sem conseguir
desviar os olhos dela.
A minha atenção é somente dela nesse momento, ela está radiante não
tenho palavras para descrever o que estou sentindo, é uma emoção tão grande
que temo passar mal.
Ela se aproxima ainda mais e seu sorriso fica ainda mais nítido para
mim, mesmo com as minhas vistas embaçada consigo contemplar a sua
beleza.
Quando ela para na minha frente eu limpo o meu rosto me aproximo
dela, respiro fundo finalmente notando a presença do meu sogro que me
estende a mão.
— É uma honra para mim entregar a minha filha a um homem como
você, Ramon... Não tenho dúvidas de que vai cuidar dela e da minha neta,
não tenho dúvidas de que as protegerá com a sua vida se for preciso, es um
homem honrado e merece o amor dessa mulher incrível e extraordinária, que
tenho o orgulho de ter como filha... Toda a felicidade do mundo para vocês é
pouco perto do que vocês merecem... Que Deus os abençoe meus filhos. —
Declara o meu sogro emocionado me emocionando ainda mais, o abraço forte
sentindo todo o seu carinho por mim.
— Obrigado pelo seu apoio, meu sogro... Tenho no senhor o pai que
nunca tive ao meu lado, não imagina o quanto é importante para mim poder
dividir esse momento com alguém como o senhor... Muito obrigado por
tudo... Prometo continuar honrando as minhas promessas para sempre
merecer o seu apoio, você nunca se decepcionará comigo, Sr. Sérgio...
Obrigado... — Declaro ainda emocionado e o abraço novamente, ele não diz
mais nada pois está bastante emocionado, me viro para Marcelly admirando-a
de cima abaixo.
— Nunca na minha vida conheci uma mulher como você, nunca vi
uma noiva tão surpreendente como você e você é minha... Você está perfeita
meu amor... Obrigado por não me abandonar no altar, isso me trouxe um
alívio que você não imagina. — Acaricio o seu rosto e me aproximo beijando
a sua testa, ela sorrir com o meu comentário, um sorriso que quero ver todos
os dias das nossas vidas.
— Nunca vi um noivo mais emocionado que você... E isso também é
perfeito, vejo o seu amor através das suas lágrimas de felicidade meu amor...
Agora vamos nos casar, estou ansiosa para me tornar sua esposa. — Ela abre
ainda mais o seu sorriso fazendo o meu coração bater ainda mais forte, sorrio
envolvendo o seu braço no meu e nos aproximamos do padre.
— Queridos amigos! Estamos presente aqui hoje para unir em
sagrado matrimônio, Ramon Delavega Mitchell e Marcelly Alencar... — O
padre inicia o seu discurso e eu encaro a minha noiva sem conseguir desviar
os meus olhos dela.
Marcelly está muito linda, ela parece realmente uma princesa e eu o
seu príncipe, mas farei dela minha rainha. A cerimônia prossegue como
esperado mas a todo instante meus olhos se cruzam com os seus, Marcelly
sorrir de maneira tão doce, tão meiga, nem parece aquele furacão que ela é na
cama, essa mulher é realmente extraordinária, eu já imaginava que ela ficaria
linda vestida de noiva, mas não imaginei que me surpreenderia tanto, sua
imagem entrando na igreja me fascinou, me emocionou como não esperava.
— Ramon Delavega Mitchell! Aceita como sua esposa Marcelly
Alencar? Para ser fiel! Amá-la e respeitá-la! Na alegria e na tristeza! Na
saúde e na doença todos os dias de suas vidas? — Questiona o padre.
— Sim! — Respondo em um tom firme e decidido.
— Marcelly Alencar! Aceita como seu esposo Ramon Delavega
Mitchell? Para ser fiel! Amá-lo e respeitá-lo! Na alegria e na tristeza! Na
saúde e na doença todos os dias de suas vidas? — Repete o padre.
— Sim! Eu aceito! — Afirma também em um tom decidido me
encarando no fundo dos olhos.
— Podem trocar as alianças! — Diz ele nos entregando as nossas
alianças e o fazemos com um enorme sorriso no rosto. — Há entre nós algo,
ou alguém que impeça esse casamento? — Pergunta o padre mas ninguém se
manifesta, e se o fizesse eu mataria com certeza. — Sendo assim! Pelos
poderes a mim concedidos, eu os declaro perante Deus! Casados! Pode beijar
a noiva! — Declara o padre fazendo o meu coração acelerar, finalmente
minha esposa!
Abraço a sua cintura puxando-a para o meu corpo, seu sorriso
encantador está presente mas ela ofega, sinto o seu corpo inteiro tremer.
Acaricio o seu rosto levando a minha mão até a sua nuca e beijo-a com todo o
meu amor, com toda ternura e paixão.
Ouço os nossos amigos nos aplaudirem mas não paro o nosso beijo,
por mim passaria duas horas nesse beijo, seus lábios estão mais doces que o
normal, não consigo me desgrudar dela mas quando o faço, os nossos pais
estão ao nosso lado esperando para nós desejar felicidade.
Abraço a cada um deles recebendo o seu carinho e seu amor, minha
mãe e meus sogros são os melhores pais do mundo e vamos nos espelhados
neles para criamos os nossos filhos, confesso que antes de saber que sou pai
eu tinha medo de ser como Danilo, mas agora que tenho a minha filha e o
apoio da minha mãe e meus sogros, tenho certeza de que serei o pai que os
meus filhos merecem.
Saímos da igreja sobre uma chuva de arroz sorrindo de tanta
felicidade, mas quando chegamos no carro esperamos minha mãe trazer a
minha filha, assim que ela a entrega para mim entramos no carro seguindo de
volta para mansão, a nossa festa será no jardim de casa como Marcelly
desejava.
Passamos o caminho namorando mesmo com a nossa bonequinha no
colo, ela está tão linda quanto a mãe, com duas princesas na minha vida eu
não poderia estar mais feliz.
— Finalmente estamos casados, finalmente você é minha esposa...
Você não imagina o quanto estou feliz, meu amor. — Acaricio o seu rosto
antes de beijá-la novamente.
— Imagino sim minha vida, eu sinto essa mesma felicidade só por ser
sua esposa... Quem diria que um dia estaríamos casados... Nos conhecemos
em uma das suas boates e eu te confundi com um cliente, nos envolvemos e
sem perceber nos apaixonamos, e hoje somos marido e mulher perante Deus
e os homens... Você me tirou de uma vida suja para me dar essa vida perfeita
ao seu lado... Mesmo com todos os problemas que enfrentamos eu não me
arrependo, Ramon, nem por um milésimo de segundo, não me arrependo do
nosso amor, então você já imagina o tamanho da minha felicidade, e sei que
isso é só o começo. — Ela tem um olhar amoroso enquanto acaricia os
cabelinhos da nossa princesinha ruiva. — Como serei chamada a partir de
agora? Sra. Mitchell ou você prefere Sra. Marcelly apenas? Não tem
problemas ao me lembrar do seu pai quando ouço o sobrenome Mitchell, sei
que é apenas um sobrenome... O que faz a pessoa é o caráter e não o
sobrenome que carrega. — Ela me encara apreensiva mas abre aquele sorriso
lindo e sedutor para mim, ela é muito madura para a idade que tem, eu não
esperava menos dela.
— Felizmente ou infelizmente, Mitchell é o meu sobrenome e a nossa
filha também o herdará assim como você, já que agora é minha esposa e
carrega o meu sobrenome... Não gostou disso, não é? Pode ser sincera eu não
vou ficar magoado por isso. — Seguro a sua mão com carinho e deposito um
beijo demorado para ela ter confiança em me contar.
— Eu te conheci como Ramon Mitchell, e foi pelo Ramon Mitchell
que eu me apaixonei independente do seu pai, ele também era um Mitchell
assim como você, seus irmãos e sua mãe, mas era totalmente diferente de
todos, então não me importo de ser chamada de Sra. Mitchell... Na verdade
eu já me imaginei sendo chamada assim, de Sra. Mitchell! — Diz em um tom
sereno e se inclina para me beijar.
— Te amo... Te amo Sra. Mitchell... — Sussurro entre os beijos e ela
sorrir na minha boca.
— Te amo, Sr. Mitchell... Meu marido... Meu esposo... Minha vida
meu amor... — Sussurra também entre os beijos mas o interrompemos ao
ouvirmos alguém resmungar no meu colo, Yasmin faz manha nos fazendo
sorrir.
— Me dá ela amor! Ela está com fome... Me ajuda a abrir o zíper do
vestido? Vou amamentar a nossa princesinha. — Ela pega a nossa filha e
tenta abrir o seu vestido mas não dá, o vestido e bem justo e isso dificulta.
Faço o que ela pede mas foco a minha atenção no motorista, não
quero outro homem olhando para os seios da minha mulher mesmo ela o
cobrindo com uma manta.
Poucos minutos depois estamos entrando pelos portões da mansão,
mas logo em seguida começam a chegar também os nossos amigos e a nossa
família, ficamos no carro por um tempo até Yasmin terminar de mama, não é
a toa que ela está tão fofinha, ela mama bastante e ainda sorrir no peito da
mãe, Marcelly a admira enquanto brinca com os seus dedinhos e eu fico
apenas admirando as duas.
Antes da minha mulher ter a nossa filha eu não podia olhar para o seu
decote que me excitava no mesmo instante, e ainda é assim, mas quando ela
está amamentando a nossa pequena não consigo olhar para os seus seios com
desejo, a admiro com ternura por essa dádiva que Deus concede as mulheres
para gerar um ser tão inocente dentro delas, e depois tirar do seu próprio copo
o alimento dos nossos filhos, isso é algo excepcional, a criação de Deus é
extraordinário.
— Ei? Vocês não vão sair desse carro hoje não? Temos uma festa de
casamento acontecendo aqui e os convidados estão esperando por vocês! —
Saio dos meus pensamentos com Jennifer batendo no vidro do carro e eu abro
para falar com ela, mas nem precisou abrir a boca. — Ok! Eu já entendi!
Primeiro os filhos e depois os convidados, podemos esperar um pouco mais
enquanto a minha sobrinha linda se alimenta. — Ela sorrir largamente para
minha filha e minha mulher retribui o seu sorriso.
— Já estamos terminando aqui, Jenny, sua sobrinha já está satisfeita...
Não vai demorar para ela dormir e ainda temos que tirar fotos com ela, então
vamos logo amor. — Minha esposa sorrir enquanto a nossa filha larga o peito
se esforçando para de sentar, não perco tempo e pego ela enquanto Marcelly
ajeita o seu vestido.
Saímos do carro e seguimos para a nossa festa no jardim, já é noite
mas o jardim está bem iluminado. Chegamos cumprimentando melhor os
nossos amigos pois assim como foi no casamento de Felipe, também não
vieram muita gente no nosso casamento, apenas a nossa família, os nossos
amigos e suas famílias.
A festa está incrível, os garçons circulam servindo o jantar e as
bebidas e minha esposa está radiante, está tudo exatamente como ela queria e
tudo que eu queria era vê-la feliz, e isso eu já consegui. Não me canso de
admirar a sua beleza e com a nossa filha no colo ela fica ainda mais linda.
Fizemos um brinde com a nossa família e todos os nossos amigos, e
fomos dançar a nossa valsa na pista montada entre as mesas e cadeiras,
Marcelly que escolheu a música e sinceramente, é linda.
Abraço a cintura da minha esposa e ela abraça o meu pescoço,
começamos a dançar em um ritmo lento e prazeroso mas logo não estou nem
prestando atenção na música, fixo os meus olhos nos dela e ela sorrir para
mim.
— Estou ansiosa para a nossa lua de mel... Estou ansiosa para fazer
amor pela primeira vez com o meu marido, meu esposo... Será que ele é tão
fogoso como o meu noivo era? — Ela acaricia a minha nuca me causando
uma sensação gostosa. Sorrio aqui pertinho do seu rosto.
Me afasto girando-a na pista e puxo ela de volta para mim, inclino o
seu corpo para trás e logo ela volta trazendo os seus lábios direto para os
meus, Marcelly me beija com amor, mas também com muito desejo.
— Se ficar me provocando você não vai chegar a cortar o bolo, vou
raptar você e a nossa filha antes disso, o seu marido vai te mostrar se ele é ou
não fogoso... Guarde o seu atrevimento para mais tarde, Sra. Mitchell...!
Estou tentando ser paciente mas você não me ajuda. — Sorrio apertando a
sua cintura e ela gargalha, aquela gargalhada gostosa que me fascina.
— Com licença filha! Meu genro! Será que esse velho pai poderia ter
a honra de dançar com a filha mais linda desse universo? — Meu sogro se
aproxima sorridente com a minha mãe ao seu lado.
— Mas é claro meu sogro, fique a vontade, só não se esqueça de me
devolvê-la depois porque agora ela é minha esposa. — Entrego a mão dela ao
pai e pisco para minha mulher que abre um sorriso largo.
— Sra. Verônica? Dança com o seu filho também...? Estou casado
como você tanto queria, mamãe, eu construí uma família como você desejava
e estou muito feliz. — Pego a mão da minha mãe e deposito um beijo
demorado antes de abraçá-la para a nossa dança.
— Com o maior prazer eu danço com você, filho... Obrigada por me
dar essa felicidade querido, era tudo que eu precisava para conseguir viver
despreocupada sem uma ovelha desgarrada, estão todos casados, formaram
famílias e estão felizes, o que mais uma mãe pode querer? — Ela fala e seus
olhos brilham como diamantes no sol, lhe dou um beijo demorado na testa e
dançamos enquanto conversamos.
Faço algumas recomendações a ela para quando eu estiver em viagem
de lua de mel, peço para ela e meus sogros se cuidarem e nos ligarem sempre
que quiserem, e já aviso que se eles ligarem e não atendermos não precisam
se preocupar, pois estaremos fazendo amor e não vamos parar para atender
ninguém, ela me repreende me dando um beliscão na costela me fazendo
gargalhar.
Brincadeiras a parte eu já me despeço dela pois assim que cortarmos
bolo vamos seguir para o aeroporto, o jatinho já deve estar pronto só nos
esperando para nos levar para nossa lua de mel, vamos passar uma semana na
Grécia e uma semana em Paris, Marcelly não quer ficar muito tempo longe
dos pais e nem eles querem ficar muito tempo longe da neta, minha mãe já
está chorosa porque não vamos deixar Yasmin com eles, minha filha está
muito pequena para viajarmos sem ela e eu também não conseguiria fazer
isso, a conheci a muito pouco tempo e não quero me separar dela agora, duas
semanas é muito tempo sem a minha filha, se fossem dois ou três dias talvez
eu conseguisse se fizéssemos uma vídeo chamada a cada três horas, e mesmo
assim ainda não ficaria tranquilo então a nossa filha vem conosco.
Depois da nossa dança finalmente cortamos o bolo e minha esposa e
as amigas estão empolgadas por estarem juntas, mas estão ainda mais
alvoroçadas para verem quem vai pegar o buquê, tem algumas poucas garotas
solteiras e as casadas querem renovar os votos, até minha irmã e minha sogra
estão no meio.
Elas se organizam para jogar o buquê e logo o mesmo está voando
sobre as cabeças de todas essas mulheres, mas nenhuma delas consegue pegar
o buquê que vai parar nas mãos do meu sogro sentando na mesa mais
próxima delas, minha mulher abre um largo sorriso e minha sogra corre para
beijar o seu marido, se estou sorrindo? Meu maxilar já está dolorido pelo
sorriso congelado em meu rosto.
Poucos minutos depois já estamos nos despedindo de todos para
seguirmos viagem, minha esposa está bastante emocionada e custa a se
afastar dos pais, ela nunca ficou tanto tempo longe deles e por isso só vamos
tirar duas semanas para a nossa lua de mel.
Como já imaginava, meus sogros choraram muito para se despedirem
de Yasmin, minha filha já está dormindo no meu colo e nem se mexe, ela
desmaiou de tanto sono pois ficou acordada até tarde.
— Amor? O carro já está nos esperando princesa, precisamos ir! —
Alerto abraçando a sua cintura e damos tchau a todos.
Seguimos para o carro e entramos no mesmo saindo da mansão, o
nosso trajeto até o aeroporto foi rápido já que não tem muito trânsito, quinze
minutos depois já estamos embarcando no jatinho particular da família e nos
acomodamos nos nossos acentos, Yasmin ainda dorme, quero colocá-la na
cama mas precisamos levantas voo primeiro, e não demora para isso
acontecer, em menos de cinco minutos já estamos decolando e Marcelly
admira as luzes da cidade ficarem pequeninas enquanto a aeronave sobe,
seguro a sua mão com carinho e ela puxa beijando carinhosamente, ela sorrir
para mim e acaricia os cabelinhos ruivos da nossa filha.
— Éramos dois e agora somos três, somos finalmente uma família... o
destino escreveu a nossa história e nós a vivemos... Sofremos muito meu
amor e não quero passar por isso nunca mais, mesmo que no final a gente
termine felizes, quero que daqui em diante a nossa vida seja só felicidade e eu
sei que será assim, pois já estou feliz, estou imensamente feliz pois me casei
com o homem que amo... Eu saí de garota de programa a Sra. Mitchell...! Sei
que o meu passado é vergonhoso mas não me arrepende do que fiz, Ramon,
porque eu fiz pelos meus pais, fiz para ajudá-los e eles me apoiaram sem me
julgar, eu tenho todos os motivos do mundo para ser feliz, e alguns desses
motivos estão aqui comigo agora, você e a nossa filha. — Diz
espontâneamente deitando a cabeça sobre o meu ombro, beijo a sua cabeça
antes de erguer a minha filha beijando-a também.
— Eu era apenas um dono de boate que gostava de transar com as
garotas que trabalham para mim, e agora veja onde estou, meu amor? Casado
com uma mulher maravilhosa e pai de uma anjinha ruiva, tenho uma família
que nunca imaginei que teria e só depois de tudo isso eu comecei a me sentir
o homem mais feliz de verdade... Não tenho muito a dizer além de obrigado,
e além de eu te amo... Você me tirou da escuridão, me tirou de um mundo de
solidão para me mostrar um mundo de alegria, um mundo de amor e
felicidade... Eu te amo hoje e vou te amar muito mais amanhã, ruivinha...
Minha ruivinha linda. — Declaro pensativo olhando para o passado, quando
eu pensava que era feliz com a vida que levava, mas não era, só depois de
conhecer a minha mulher foi que eu encontrei a verdadeira felicidade. — Me
diz uma coisa, amor? E seja sincera como você sempre foi e sei que sempre
será... Você quer que eu acabe com as minhas boates? Ainda se sente
insegura por eu ser dono de boates? — A questiono encarando-a atento e ela
ergue a cabeça para me encarar nos olhos.
Epílogo
Ramon
— Não vou negar que sinto ciúmes quando você vai nas suas boates,
amor, não vou negar as minhas inseguranças mas eu não vou te pedir para
fazer isso, eu confio em você... Antes você ia nas boates todos os dias mas
agora não é mais assim, tem pessoas administrando tudo pra você, você não
tem mais aquela necessidade de ir até lá todos os dias então... Tome a decisão
que tomar eu vou continuar ao seu lado, te amando igual ou mais que agora.
— Sua voz vem até os meus ouvidos de forma suave e serena, Marcelly
amadureceu bastante, ela está segura de si e deve mesmo se sentir assim, ela
me tem nas mãos e sabe disso, sabe o quanto sou louco por ela.
— Acabamos de nos casar e você me dá mais essa prova de amor,
você é incrível Celly... Não quero que a nossa filha cresça vendo o pai como
dono de boates de prostituição, quero investir em algo novo meu amor e
quero você ao meu lado, as suas lojas de lingerie já estão sendo montadas,
vou vender as minhas boates e montar uma empresa para mim, com a
diferencia de que agora estou fazendo porque é isso que eu quero e não
porque estão me obrigando a fazer... Já conversei com o meu irmão, estou
vendo as coisas com mais clareza agora, estou tendo uma nova visão para
mundo dos negócios então vou me desfazer das minhas boates, eu tenho uma
vida nova, uma família nova então eu quero trabalhar com algo mais de
acordo com a minha nova vida, você e a nossa filha merecem isso. — Revelo
decidido e ela me encara surpresa, mas a julgar pelo sorriso largo em seu
rosto, sei que tomei a decisão certa.
— Eu prometo estar sempre ao seu lado meu amor, prometo te apoiar
em tudo que você precisar e sei que você será feliz com os novos negócios...
Eu te amo... Tenha a certeza de que você tomou a decisão certa minha vida,
você merece o melhor e sei que terá. — Diz confiante me passando ainda
mais certeza das minhas decisões, eu abri novas boates mas confesso que fiz
isso por raiva, por mágoa mas agora já sei o que devo fazer.
— Nós dois merecemos o melhor minha princesa, e nós dois teremos
o melhor! — Seguro firme a sua mão e sorrimos um para o outro, me inclino
tomando os seus lábios doces em um beijo calmo, um beijo de amor.
Marcelly
OITO ANOS DEPOIS...
Parece mentira que oito anos tenha passado tão depressa, mas é
verdade, hoje completo oito anos de casada e não poderia estar mais feliz,
tenho um marido maravilhoso e um pai excepcional dentro de casa.
Ainda moramos na Austrália com os nossos pais e nossos filhos, isso
mesmo, tivemos mais dois filhos mas uma única gravidez, tive gêmeos e
Ramon enlouqueceu quando recebeu a notícia, dessa vez ele foi mais esperto
e descobriu antes de mim que eu estava grávida, ele se lembrou de como eu
passei mal no dia em que aconteceu todo aquele episódio terrível comigo e
me alertou, ele mesmo me levou ao médico e quando a gravidez foi
confirmada, meu marido surtou de tanta felicidade, mas quando o médico
disse que eram gêmeos nem eu consegui acalmar Ramon, ele ficou tão
eufórico que fez uma festa, nossos pais se juntaram a ele na euforia e nossa
festa durou dois dias, e Ramon usou a desculpa de que era uma festa para
cada bebê, ainda questionou o médico perguntando se era mesmo apenas dois
bebês ou se tinha mais algum escondido atrás dos outros, não pude evitar as
gargalhada e entrei em uma crise de risos, até o médico se juntou a mim nas
gargalhadas.
Hoje temos três lindos e maravilhosos filhos, Yasmin de oito anos e
os gêmeos Megan e Richard de dez meses, nasceram no mesmo mês de
aniversário da minha primogênita e vamos fazer uma única festa de
aniversário, grandiosa o suficiente para os três.
Yasmin e Richard puxaram a mim com os cabelos ruivos, mas
diferente da irmã, Richard não tem os olhos caros, e sim castanho com os
meus, mas Megan é o pai inteirinha e não preciso dizer o quanto meu marido
é babão com os filhos, principalmente com as meninas justamente por serem
mulheres, mas ele não nega a sua satisfação de ter um filho homem, Ramon
quer ser para o filho tudo que o pai dele não foi e sei que assim como eu, os
nossos filhos vão se orgulhar muito do pai que tem.
Ramon se desfez de todas as suas boates um ano depois do nosso
casamento, eram muitas boates então levou mais tempo para passar a diante,
e acredite, ele é muito mais feliz hoje sem todas aquelas preocupação com as
garotas, com as boates e todos os problemas que apareciam nelas, Ramon
conseguiu um valor absurdo por todas as boates, claro, são boates muito
luxuosas mas só um dos compradores ficou com cinco delas, uma em cada
país e ele preferiu justo as boates que levam o nome do falecido Danilo
Mitchell, e Ramon ainda recebe uma comissão mensal pois o dono não quis
trocar o nome da boate, ele vai continuar usando o nome original e por se
tratar do nosso sobrenome, temos direitos sobre o nome da boate.
Meu marido agora é dono de uma rede de hotéis espalhados pelo
mundo, o seu faturamento sobre as vendas das boates nos rendeu muitos
prédios comerciais, além de alguns condomínios de luxo que também
recebem o sobrenome Delavega Mitchell, eu também tenho o meu próprio
investimento e tenho muitas lojas de lingerie de grifes espalhadas em alguns
países, entre eles o Brasil, é claro, só no Brasil eu tenho cinco lojas e as
cincos são administradas por pessoas da minha confiança.
Em Santos-SP eu tenho uma loja sendo gerenciada por Paloma, e
outra por Jaqueline, a esposa do inspetor Yure, na capital eu coloquei
algumas das meninas que saíram da boate depois que Ramon vendeu tudo, e
entre as garotas estão Tatiana, Keila, Brenda e Alita que se tornou uma
grande amiga depois de tudo que passamos juntas.
Também tenho duas lojas no Rio de Janeiro e também tem garotas das
boates que me ligaram através das outras meninas pedindo ajuda para
largarem o programa, e como Ramon mesmo sugeriu, eu dei sim trabalho a
elas.
Como o mundo dá voltas, de garota de programa a empresária no
ramo de roupas íntimas, e estou indo muito bem, as nossas peças fazem muito
sucesso, já que a maioria das meninas que trabalham pra mim entende muito
sobre roupas sexy, atraentes e sedutoras, elas sabem como atrair as clientes
para oferecerem os produtos e por isso as vendas tem aumentado mais a cada
dia.
Estamos sempre procurando peças novas e atrativas para melhorar
ainda mais a qualidade das lojas e também nas vendas, meus pais e meu
marido não se cansam de dizerem o quanto estão orgulhosos de mim, mas eu
também me orgulho muito deles.
Na semana em que me casei eu procurei pelos meus irmãos no Brasil,
e mais uma vez me rejeitaram dizem que eu queria humilha-los só porque
agora eu tenho dinheiro, agora eu sou rica e casada com um milionário, nunca
foi a minha intensão humilhar ninguém, tudo que eu queria era trazê-los para
perto dos nossos pais e mais uma vez eles se negaram a se aproximar, ano
passado eu liguei novamente e pedi aos meus pais para convencê-los a
aceitarem a minha ajuda, mas tudo não passou de mais uma decepção, meus
pais os largaram de não, é como se eles não tivessem mais filhos além de
mim e nem netos além dos meus filhos, graças a Deus os meus pais são
felizes e já estão conformados com o abandono de Júlio e Betina, fomos
renegados por eles a anos atrás e nada mudou então vamos aceitar, não
estamos felizes com a rejeição deles, mas estou muito feliz por ser eu a
proporcionar a felicidade aos meus pais através dos meus filhos.
— Com licença, Sra. Mitchell! Chegou mais flores para senhora e
também são do seu marido. — Diz uma das atendentes da loja em que
trabalho.
— O que esse homem está tentando fazer? Transformar a minha loja
em uma floricultura? Ramon é louco, esse é o décimo buquê que ele manda
hoje. — Sorrio largamente admirando mais esse buquê.
O meu escritório já não cabe mais tantas flores e continuam chegando
mais, já liguei para agradecer umas cinco vezes mas a cada meia hora chegam
mais.
— Sabrina! Coloque em um vaso com água por favor, eu vou ligar
para o meu marido. — Entrego as flores a ela sorrindo com os pensamentos
em Ramon.
— Mas senhora não tem mais vasos para colocar, teremos que sair
para comprar mais, não sabíamos que iriam chegar mais flores e não duvido
que cheguem mais. — Ela sorrir admirando as flores enquanto eu pego o meu
celular.
— Tudo bem, façam o seguinte, deixam alguns buquês no escritório
para decorar e as outras manda entregar lá em casa, o carro da empresa está
estacionado aí na frente... Eu vou ligar para o meu marido. — Vou em
direção ao meu escritório para pegar o meu celular e ela vem atrás de mim.
Tenho ao todos só nessa loja, nove funcionários, entre atendentes,
gerente e dois motoboys para entregas pequenas aqui mesmo na cidade, pois
também vendemos pelo site da loja. Pego o meu celular e ligo para o meu
marido, mas nesse mesmo instante ouço uma buzina alta e Sabrina entra
apressa no escritório.
— Chefe estão te esperando na entrada da loja! E ele pediu para que
você não demore então vamos logo! Eu ajudo com a bolsa. — Ela pega a
minha bolsa me guiando para fora do escritório me deixando confusa.
— Ele quem menina? Explica direito essa história! — Questiono
enquanto ela me arrasta pela loja e de longe vejo o meu marido em pé ao lado
da sua moto.
Meu sorriso vai nas orelhas e eu me solta de Sabrina correndo para o
meu amor.
— Ramon! — Chamo por ele e o mesmo se vira para me encarar.
— Marcelly! — Ele abre um enorme sorriso enquanto me aproximo
correndo e pulo em seus braços.
Ele pediu para eu não mudar o meu jeito e eu nunca fiz isso, continuo
a mesma mulher atrevida de sempre pois sei que ele me ama assim. Beijo-o
apaixonadamente e ele sorrir na minha boca.
— Obrigada pelas flores... Mas não precisava ter mandado tantas...
Não cabem mais no escritório e terei que enviá-las pra casa... Eu te amo meu
garanhão. — Sorrio feito boba e ele gargalha.
— Garanhão...? Obrigado pela parte que me toca... Agora vamos sair
daqui, quero passar o resto do dia com a minha esposa. — Diz convencido
me fazendo gargalhar, seus dedos adentram os meus cabelos e ele me beija
ardentemente.
— É melhor sair logo daqui... Não posso dar mal exemplo aos meus
funcionários amor... E você sempre me induz a isso. — Desço do seu colo e
ele faz cara de ofendido.
— Eu induzo você, Marcelly? É sério isso ruivinha? Não é o contrário
não? Acho que você está precisando de umas palmadas nessa bundinha
gostosa, sabia? E eu vou te dar só por causa dessa afronta. — Ele me puxa de
volta para o seu corpo e me beija mais uma vez, mas quebramos o beijo ao
sermos interrompidos.
— Chefinha? A sua bolsa... É melhor vocês saírem logo daqui, estão
deixando muita gente com inveja. — Sabrina se aproxima meio sem graça
segurando o riso enquanto me estende a minha mão.
— Ótima ideia, Sabrina! Cuida de tudo por aqui pois sua patroa não
volta mais por hoje! E amanhã ela vai chegar mais tarde... Vamos amor! —
Ramon sobe na sua moto e me estende um dos capacetes.
— Mas amor! Eu ainda preciso receber algumas mercadorias que vão
cheg... — Rebato o encarando surpresa e ele pega a minha bolsa para eu subir
na moto.
— Sabrina é a gente justamente para isso, Celly, para cuidar de tudo
quando você não estiver, e você não vai estar aqui mais tarde e nem amanhã
de manhã... É nosso aniversário de casamento e já que não vamos poder
viajar, pelo menos vamos passar esse tempo juntos... As crianças já estão nos
esperando! — Ele me estende a mão para me ajudar a subir e eu o faço,
respiro fundo antes de concordar com ele.
— Ok! Não se discute mais por isso... Sabrina! Qualquer emergência
me liga, ok? Avisa as meninas que só volto amanhã no período da tarde... Até
amanhã! — Me despeço dela que abre ainda mais o seu sorriso.
— Vai tranquila chefe! E não se preocupe com nada pois está tudo
sobre controle, até amanhã! — Ela se despede e eu abraço a cintura do meu
marido enquanto ele sai com a moto.
Não é todo dia mas sempre que pode meu marido vem me buscar, e
cada dia vem em um carro diferente ou uma moto diferente. Ramon mandou
buscarem em Miami e no Brasil todos os automóveis que ele possui, deixou
em cada lugar apenas um dos carros para termos como circular pela cidade
quando vamos a passei.
Depois que nos casamos já fomos ao Brasil três vezes e a Miami seis
vezes, já que Alaric mora lá, e Rafaela mora em Nova York. Minha sogra se
desfez da mansão antiga e comprou uma mansão um pouco menor que a
outra, só para termos onde ficar quando vamos ver Alaric e a família, como
Ramon agora tem uma rede de hotéis não precisamos comprar nada em Nova
York pois temos dois hotéis na cidade e ficamos em um deles quando vamos
ver a Rafa.
Meus pais estão adorando viajar depois que minha sogra veio morar
conosco, os três tem saído bastante mas sem se descuidar da segurança, assim
não ficamos preocupados.
Depois de anos em um lugar só, os meus pais estão amando conhecer
o mundo apesar da idade, já estão bem velhinhos mas estão fortes e com
saúde.
Depois de alguns longos minutos na garupa dessa moto, meu marido
finalmente entra pelos portões de uma belíssima casa de praia, com acesso
privado a praia. Fico de boca aberta pois a casa é realmente linda e tem um
jardim espetacular.
— O que estamos fazendo aqui amor? De quem é essa casa incrível?
Isso aqui é lindo e ainda tem uma praia particular... Você alugou para
passarmos o nosso aniversário de casamento? — Pergunto empolgada
enquanto desço da moto e ando pelo jardim, mas ouço vozes vindo da casa e
logo reconheço a voz da minha mãe.
— Não amor! Eu não aluguei essa casa, essa belezinha agora é sua...
Esse é o seu presente de aniversário de casamento, sei o quanto você gosta da
praia então ao invés de uma casa no centro, eu comprei novamente uma casa
na praia, com a diferença de que agora você tem uma boa parte da praia única
e exclusivamente pra você. — Ele diz tranquilamente descendo da moto e eu
o encaro chocada, essa casa deve ter custado uma fortuna só pela praia
particular.
— Você não existe, Ramon... Eu te amo obrigada! Eu não acredito
que você está me dando essa casa, isso é mesmo sério? Não é nenhuma
pegadinha, não é? Ramon eu amei esse lugar eu... Eu estou muito feliz,
obrigada minha vida. — Questiono eufórica correndo para os seus braços e
beijo-o ferozmente ainda sorrindo.
— Não é nenhuma pegadinha, princesa, eu falei que te faria feliz e sei
que uma casa dessas era um sonho seu, mas meu também então sim... Essa
casa agora é sua mas vamos desfrutar dela juntos... E só para você ficar
sabendo, eu existo sim! E estou louco para te pegar de jeito... E eu vou pegar
você hoje, Marcelly! E nem adianta tentar fugir de mim, ouviu bem? Eu não
vou deixar! — Ele me pega no coloco me levando em direção a entrada da
casa e eu beijo-o mais uma vez, mas interrompo o beijo ao ouvir a voz de
Yasmin.
— Mamãe! Papai vocês chegaram! — Ela grita correndo na nossa
direção enquanto sorrio encarando o meu marido surpresa.
— Oi filha! O que estão fazendo aqui? Onde estão os seus
irmãozinhos? As vovós e o vovô também estão aqui? — Desço do colo do
pai dela recebendo-a em meus braços e encho ela de beijos.
— Sim mamãe, estamos todos aqui, até a tia Simone e o tio Lucas. —
Ela diz e eu fico ainda mais surpresa com as suas palavras, encaro o meu
marido e ele sorrir de lado se aproximando da nossa filha.
— Oi princesa! E o beijo do papai eu não ganho mais? — Ele a
encara com uma sobrancelha erguida e ela pula em seus braços como eu
estou acostumada a fazer.
— Você vai ganhar muitos beijinhos papai... E um abraço bem
apertado porque eu te amo muito igual eu amo a mamãe. — Ela abraça o pai
apertado enquanto o encaro ainda confusa esperando os dois se soltarem.
— Eu também te amo muito filha, igual eu amo a mamãe e seus
irmãos, ouviu? Agora vai lá avisar que chegamos, já vamos encontrar vocês,
está bem? — Ele enche a filha de beijos antes de colocá-la novamente no
chão e ela sai correndo.
— Simone e o Lucas aqui conosco? Desde quando você se dá bem
com ele? Já deixou aquele ciúme bobo de lado, Sr. Mitchell? — O questiono
cruzando os braços mas ele se aproxima abraçando a minha cintura.
— Eu já entendi o quanto a amizade de vocês é importante, ruivinha,
quando você estava grávida foi ele e a Simone que ajudaram você com
Yasmin e seus pais, ele já entendeu também que está perdendo o tempo dele
amando uma mulher casada e que ama o marido... Ele também sabe que sou
louco por você o suficiente para acabar com ele se ele tentar alguma gracinha,
então vamos tentar ser amigos para agradar você... Poder ser, não vou
prometer! Mas poder ser que a gente se dê bem e realmente nos tornemos
amigos... Ele e a Simone estão juntos e parecem se gostar de verdade, e para
provar que estamos mesmo nos entendendo, ele me procurou hoje para me
pedir ajuda com uma vaga de emprego e eu o ajudei, por isso eles estão aqui,
para se despedirem pois eles vão se mudar de cidade juntos, a coisa parece
sério então eu estendi a bandeira branca e o ajudei em consideração ao que
ele fez por você e a nossa filha. — Seus dedos tocam o meu rosto suavemente
enquanto ainda o encaro surpresa.
Ramon morria de ciúmes só de ouvir o nome do Lucas e o proibiu de
se aproximar de mim, mas ele é muito apegado a Yasmin e dei a minha filha
para que ele e Simone batizassem, e mesmo não gostando muito meu marido
turrão teve que aceitar. Lucas e Simone me ajudaram muito, eu ainda devo
muito a eles e por isso venho trabalhando para Ramon aceitar a minha
amizade com ele.
— Sabia que eu estou te amando muito mais depois desse seu
gesto...? Sabia que por isso você até merece uma noite inteirinha de muito
prazer? — Abraço o seu pescoço e passo a minha língua pelos seus lábios
enquanto desço a outra mão pelo seu peito até tocar a sua ereção.
— Não me provoque ruivinha... Já fazem dois dias que você está me
evitando e até colocou as crianças para dormirem com a gente, isso foi golpe
baixo, sabia? — Diz emburrado me fazendo sorrir.
— Você já foi mais esperto, Ramon, o que está acontecendo com
você? Da última vez que eu fiz isso você não demorou muito para perceber o
que estava acontecendo... Pensa um pouquinho e você vai descobrir o porquê
eu fiz isso! — Me solto dele e saio andando o deixando para trás pensativo.
— Espera Marcelly...! Não pode ser isso eu notaria porque o seu
corpo sempre muda e... Não pode ser, porque eu estou ficando tão lerdo?
Volte aqui Marcelly! Porra você está grávida! Marcelly você está gravida?
Sua diabinha volte aqui você está brincando comigo! — Ele se apressa para
chegar até a mim mas eu corro dele entrando na casa gargalhando.
Ele corre atrás de mim sorrindo feito um bobo e eu tento me esquivar
mas ele é mais rápido, nossas mães e meu pai nos encaram confusos
enquanto Ramon me puxa para o seu corpo ambos ofegantes e ele me encara
nos olhos, esperando a minha confirmação.
— Feliz aniversário de casamento, meu amor... O seu presente está
bem aqui, no forninho descendo forte e logo estará em seus braços... Mais um
pedacinho nosso... Eu te amo... Te amo Ramon. — Me emociono por vê-lo
emocionado e ele se ajoelha na minha frente encarando fixamente a minha
barriga.
— Por isso estava me evitando, você passou mal a dois dias mas disse
que foi algo que comeu e não caiu bem no estômago... Eu estou trabalhando
tanto esse mês que nem percebi nada... Você está grávida meu amor... Vai me
dá mais um filho... Porra estamos aumentando a nossa família, ela será
numerosa pode contar com isso. — Ele abraça a minha cintura, emocionado e
beija a minha barriga, nossas mães se levantam nos encarando com os olhos
arregalados.
— Oh meus ela está grávida de novo...! Eu vou ser vovó de novo! —
Minha mãe se aproxima eufórica com Megan no colo e minha sogra vem com
Richard dormindo em seus braços, mas Simone e Lucas pegam os meus
filhos dos braços das avós.
— Eu vou ser pai de novo mamãe! Porra estou trabalhando bem! Será
que é gêmeos de novo? — Diz Ramon eufórico fazendo a todos gargalhar.
— Ramon! Meu Deus é um bebê só, eu já fiz o ultrassom... Não se
empolga demais ouviu? Só tem um bebê aqui no meu ventre. — Sorrio
largamente e ele me pega no colo me girando no ar enquanto me beija.
— Parabéns meus filhos, por encherem a nossa vida de alegria com
essas crianças, filhos são bênção de Deus e por isso estamos sendo tão
abençoados... Vamos ganhar mais um netinho, não poderíamos receber
notícia melhor. — Meu pai se aproxima e Ramon me põe no chão o
abraçando apertado e eu faço o mesmo.
Nossas mães vem nos cumprimentar assim como os padrinhos de
Yasmin, todos nos desejando ainda mais felicidade e até Lucas está feliz por
mim, apesar de já ter sido apaixonado por mim no passado agora ele está feliz
com Simone, que é uma excelente pessoa, eles merecem ser felizes e eu vou
torcer por eles.
Pego o meu ruivinho no colo e Ramon pega Megan que abraça o seu
pescoço deitando a sua cabecinha no ombro do pai, estamos felizes e
empolgados, estamos nas nuvens e meus pais ainda mais por ganharem mais
um neto, não me importo de encher essa casa de crianças pois amo os meus
filhos e estou trazendo a felicidade dos meus velhinhos com essas crianças,
eles nem sofrem mais pelos meus irmãos e isso me deixa satisfeita.
Depois de conversar com todos fomos nos sentar na varanda que dá
vista para a praia, Yasmin se senta entre nós enquanto estou com o meu filho
no colo e Ramon paparicando a nossa bonequinha de cabelos loiro escuro
como os do pai, Ramon me encara com aquele sorriso lindo pregado em seu
rosto, ele me estende a mão se inclinando para beijar a nossa filha e também
me dá um beijo, encaramos o horizonte desse mar azul a nossa frente e
respiramos fundo sentindo uma paz imensa fazer parte de nós, esses oito anos
de casados foram os melhores da nossa vida e sei que daqui em diante
seremos ainda mais felizes e realizados.
— Obrigado ruivinha, eu devo tudo isso a você meu amor... Toda a
minha felicidade, toda a minha paz e a minha vida, eu devo a vocês por fazer
parte de mim... Minha esposa sedutora encantadora, linda e meiga, gentil e
esquentadinha... Uma mãe exemplar, uma mulher batalhadora e guerreira...
Se tem uma coisa da qual eu me orgulho nessa vida, foi de ter me casado com
você, Marcelly... Eu não acreditava que pudesse ser feliz e você veio para me
provar o contrário... Obrigado meu amor... Eu te amo tanto, Marcelly Alencar
Mitchell! — Ele tem os seus olhos presos em mim e eu me emociono
novamente.
— Eu te amo, Ramon Delavega Mitchell... Se tem alguém aqui que
deve agradecer esse alguém sou eu... Você me proporcionou tudo isso ao
olhar para mim além do que eu era, além do que eu mostrava... Você mudou
a minha vida e juntos mudamos uma história, você mudou a minha história
escrevendo outra muito melhor e mais bonita... Yasmin! Richard! Megan e
esse bebê que vai nascer! Eles são a confirmação da história que
escrevemos... A confirmação da nossa história. — Puxo a sua mão beijando-a
com carinho.
Meu marido se aproxima e me beija com amor, um beijo doce e cheio
de ternura. Nos separamos admirando os nossos filhos e sorrimos para eles
contemplando esse amor que deu frutos e ainda vai dar muito mais.
Essa foi a minha história, a história de uma garota de programa que
encontrou o seu amor em um milionário dono de boates, Ramon ☆ O
Sedutor.
Fim!
Livros 4/5/6
Série Meu Coração é Seu

Você também pode gostar