Idade Antiga - 1

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IDADE ANTIGA - 1

Mesopotâmia: Suméria, Acádios, Império Babilônico, Assírios e Império


Neobabilônico.

CRESCENTE FÉRTIL OU MESOPOTÂMIA


O Crescente Fértil era o território na Idade Antiga que abrange atualmente o Oriente
Próximo, com os países da atual Palestina, Síria, Irã, Iraque, Jordânia, Israel, Líbano, Kuwait,
Chipre e algumas partes da Turquia. Como o nome sugere, era um vasta e importante região
fértil, localizada entre os rios Tigre, Eufrates, Jordão e o Nilo. Por conta dessa próxima
localização a esses enormes rios, a agricultura foi o principal ativo de subsistência local.
A Mesopotâmia é uma vasta região situada dentro do território do Crescente Fértil, que é
localizado atualmente entre o Iraque e a Síria, porém permanece rodeado por outros países,
como, por exemplo, a Turquia, o Irã, o Kuwait, a Jordânia e a Arábia. A palavra
‘mesopotâmia’ é uma palavra grega que significa “terra entre rios”. Isto porque se localizava
em um território dominado por bacias hídricas e grandes rios. Entre eles, os rios mais
conhecidos eram o Tigre e o Eufrates. Dentro dessa região conhecida como mesopotâmica
surgiu a primeira civilização humana da história: os sumérios.
POVOAMENTO MESOPOTÂMICO
SOCIEDADE, RELIGIÃO E CULTURA EM GERAL NOS POVOS DA MESOPOTÂMIA

ALIMENTAÇÃO: Nas famílias ricas, o consumo de carne acontecia regularmente, enquanto


nas pobres, era um hábito praticamente inexistente. Nas famílias abastadas podiam escolher
entre carne bovina, de carneiro, de porco, de pato e mesmo de ganso.
Peixes, que podem ser vistos na parte de abaixo do relevo, crustáceos e tartarugas existiam
em abundância nos vários rios e canais, mas a cevada e o trigo eram os alimentos básicos. Os
grãos de trigo geralmente eram usados para produzir pão e, também, uma espécie de mingau.
Frutas, azeite, sucos e mel podiam ser agregados às receitas, sabemos da existência de mais
de 300 tipos de receitas de pão.
A cevada era usada para produzir cerveja, que, como no caso do pão, tinha enorme variação
local e muitas formas de ser produzida. Essa produção ficava a cargo das mulheres da
família.
MULHERES E PAPÉIS DE GÊNERO: A vida das mulheres na antiga Mesopotâmia não
pode ser compreendida com um olhar do presente para compreender algo do passado. Dito
isso, de modo geral, as mulheres mesopotâmicas tinham direitos significativos. Elas podiam
possuir negócios, comprar e vender terras, viver por conta própria, iniciar o divórcio e,
embora oficialmente secundárias aos homens, encontravam formas de afirmar a sua
autonomia.
Na Mesopotâmia, os papéis femininos eram claramente definidos pelos papéis de filha ou
esposa. As mulheres raramente agiam como indivíduos independentes fora do seu contexto
familiar e as que o faziam estavam ligadas a famílias da elite. As meninas eram educadas
para os papeis tradicionais de esposa, mãe e dona de casa. Elas aprendiam a produzir tudo o
que a família necessitava e, muitas vezes, vendiam o excedente para completar a renda
familiar. Os cuidados com as crianças e a gravidez também permitiam que muitas mulheres
encontrassem mercado de trabalho, algumas como parteiras e outras comerciando substâncias
para evitar a gravidez e o aborto.
Os estudiosos geralmente concordam que as mulheres tinham as maiores liberdades nos
estágios iniciais do desenvolvimento cultural mesopotâmico, desde o Período Uruk (4100-
2900 a.C) até o Período Dinástico Inicial (2900-2334 a.C) antes da ascensão de Sargão, O
Grande, de Akkad - Acádia (2334-2279 a.C.). Foi notado, no entanto, que Sargão escolheu
uma divindade feminina ( Inanna / Ishtar ) como sua protetora, instalou sua filha Enheduanna
(2285-2250 a.C.) como alta sacerdotisa de Ur, e os registros indicam que as mulheres ainda
tinham muitos dos mesmos direitos de antes.
A mesma afirmação é feita em relação a Hamurabi da Babilônia (1795-1750 a.C), mas,
embora seja verdade que a adoração de divindades femininas e os direitos das mulheres
declinaram sob o seu reinado, ainda há evidências de autonomia feminina, e este paradigma
continua através do período do Império Assírio (1900-612 a.C) e do Império Aquemênida (c.
550-330 a.C) até a queda do Império Sassânida (651 d.C.). Embora o patriarcado tenha
procurado controlar os direitos e as escolhas pessoais das mulheres ao longo de todas estas
épocas, as mulheres ainda são registadas como proprietárias de terras, proprietárias de
empresas, administradoras, burocratas, médicas, escribas, clérigos e, em casos raros, até
monarcas.
A sociedade mesopotâmica, como qualquer outra, era hierárquica e dividida em cinco classes
– nobreza, clero, classe alta, classe baixa e escravos – e estas são por vezes simplificadas
como três designações: livre, dependente e escravo. Os papéis das mulheres foram definidos
por esta hierarquia, com as mulheres da elite no topo e as escravas na base. No meio havia
uma classe de mulheres semi-livres, que os estudiosos modernos lutam para definir
claramente, já que não eram completamente livres nem eram escravas e, portanto,
“dependentes” parece ser o termo que melhor se adapta. Essas mulheres (e homens)
geralmente estavam vinculados a um templo de alguma forma.
Assim que as meninas atingiam a puberdade, elas eram consideradas aptas para o casamento,
esses eram organizados pela família dos noivos. As imagens que possuímos sobre o tema
mostram o noivo presenteando a família da noiva com dinheiro e outros objetos e ungindo a
noiva com óleos perfumados. Depois de tais cerimônias, a mulher era considerada parte da
família do noivo – tanto que, caso o futuro marido morresse antes do casamento, a moça se
casaria com um irmão ou outro parente próximo do falecido.
DIVINDADES RELIGIOSAS MESOPOTÂMICAS:
 Adad ou Ishkur (Deus das tempestades) - carrega um martelo, símbolo de poder sobre
a natureza;
 Amurru ou Martu (Deus dos grupos nômades e de seus rebanhos) - seus símbolos são
a gazela e o cajado;
 Anu ou An (Deus Céu) - supremo senhor dos deuses, representado por um adorno de
cabeça formado por diversos pares de chifres
 Anzu - Pássaro gigante com cabeça de leão, provoca tempestades ao bater as asas;
 Apkallu (sábio enviado para trazer o conhecimento aos seres humanos) - Homem
vestido com pele de peixe, com cabeça de ave ou com asas;
 Apsu ou Abzu (um dos deuses mais velhos) - Foi transformado no oceano em que a
terra flutuaria;
 Ashur (Principal divindade assíria) - Patrono da capital Asur;
 Homem Touro trata-se de um demônio, que ajuda os seres humanos a lutarem contra
o mal;
 Dumuzi (Deus pastor) - representa as estações do ano. Ele vive parte do ano no
mundo inferior e depois retorna à terra. Cuida das plantações e da colheita;
 Ea ou Enki (Deus das águas, da sabedoria, agricultura, construção, das artes e da
magia) - Homem cercado de água;
 Enlil ou Ellil (O mais poderoso dos deuses) - é o pai de muitos deuses
mesopotâmicos. Ele guarda as tábuas do destino, em que escreve o destino da terra;
 Ereshgikal (Deusa sumaria do mundo inferior) - é considerada especialmente esperta;
 Gula (Deusa da cura e protetora dos médicos);
 Ishitar ou Inanna (Deusa da guerra e do amor) - era extremamente popular;
 Marduk (Deus da Babilônia) - ficou popular com a ascensão da cidade ao poder;
 Nergal (Deus do mundo subterrâneo e grande guerreiro);
 Ninurta (Deus da Guerra);
A ESCRITA E A LITERATURA:
As pessoas que viviam ao sul da Mesopotâmia desenvolveram um dos mais antigos sistemas
de escrita conhecidos, o cuneiforme. Esse sistema foi desenvolvido para que as informações
fossem arquivadas de forma adequada. Ele foi desenvolvido a partir de desenhos e sinais
feitos em tabuletas de argila. Por volta de 3100 a.C., as pessoas começaram a registrar os
resultados de suas colheitas. Um dos sinais mais usados nesse contexto era o que
representava a cevada, que florescia na região.
O sinal de cevada permaneceu inalterado por muito tempo, contudo, ele foi modificado
quando a forma do estilete usado pelos escribas passou a ser quadrada. A ponta dessa
ferramenta era utilizada para pressionar formas de cunha como essas em tabuletas de argila e,
neste momento, os sinais passaram a ser conhecidos como cuneiformes. O sinal para cevada,
por exemplo, era escrito com várias cunhas – como pôde ser visto na imagem acima.

Escritura cuneiforme.
Outras mudanças aconteceram ao longo do tempo, pois os sinais passaram a ser escritos em
uma linha, com indicação do sentido da leitura.
Outra alteração aconteceu quando os sinais passaram a ser feitos como se estivessem
inclinados, como é possível observar no sinal para a cevada
Outra alteração importante foi o fato de que um sinal também poderia ser usado para
representar um som. O símbolo usado para a cevada passou a representar um som que era
utilizado na grafia de várias palavras. O sinal para cevada permaneceu em uso, por volta de
61 d.C.
A obra mais importante da literatura da Mesopotâmia foi o Épico Gilgamesh. Originalmente
era uma obra oral, somente por volta de 2000 a.C. ganhou sua versão escrita.
Trata-se de um longo poema narrativo que descreve os feitos de um herói, Gilgamesh, em sua
busca de identidade e pelo sentido da vida. Parte homem e parte deus, ele discute temas como
o significado da amizade, o medo da doença, da morte e as forças do mal.
CIÊNCIA, ARTE E ARQUITETURA:

Rodas de ferro
Os povos da mesopotâmia foram responsáveis por diversas inovações. Além da criação de
um sistema de escrita, eles desenvolveram eficientes sistemas de irrigação e saneamento,
criaram o conceito de zero, o vidro e o arado-semeador. Eles também revolucionaram os
meios de transporte, acredita-se que, por volta de 3500 a.C., tenham desenvolvido a roda.
Foram, ainda, um dos primeiros povos a aproveitar o vento como fonte de energia, usando a
vela.
No que diz respeito à arquitetura, eles desenvolveram o uso do arco e da coluna e estavam
familiarizados com o uso de cúpulas. Desenvolveram construções com tijolos de barro, que
era um material muito abundante na região. A fabricação de tijolos foi uma grande indústria
da Mesopotâmia, especialmente no Sul, devido às dificuldades em obter outros recursos,
como a pedra e a madeira. Ao longo dos séculos, as chuvas torrenciais e o movimento da
areia destruíram grande parte das construções de tijolos da região e o que restou ficou com a
aparência de imensas colinas naturais.

SUMÉRIA (PAÍS DE SUMER)


Por volta do ano de 5000 a.C., grupos de agricultores se estabeleceram na área fértil do Sul da
Mesopotâmia, e formaram o que seria a primeira civilização humana: a Suméria. No ano
3000 a.C., os sumérios, que eram o então conhecido povo que habitava a região da Suméria,
viviam em cidades-estados espalhados pela região irrigada do Sul, a Baixa Mesopotâmia
(atualmente Iraque e o Kuwait). Por habitarem nos longos vales dos rios Tigre e Eufrates, os
agricultores sumérios conseguiram obter fartas colheitas de cereais e outros produtos
agrícolas, cujo excedentes lhes permitiram se fixar no lugar. Esses excedentes eram trocados
por ferramentas e utensílios de metal produzidos por povos que viviam em regiões
extremamente distantes, como as que hoje fazem parte do Paquistão e do Afeganistão. Sendo
suas terras sujeitas a inundações, os sumérios construíram uma rede de valas e canais de
escoamento.
POVOAMENTO SUMÉRIO (PRÉ-HISTÓRICO)

O primeiro povoamento do território da Suméria se inicia no período Neolítico ...


POVOAMENTO SUMÉRIO (IDADE ANTIGA)

Comumente se aponta o início da Idade Antiga entre os anos de 4000 e 3500 a.C. conhecido
como o Quarto Milênio que abrangeu o período entre 4000 e 3001 a.C. onde se observou
nesse período o início da Era do Bronze e o desenvolvimento da escrita.
A primeira divisão do período sumério é conhecida como Período Uruk (4100 a 3300 a.C.).
No ano 4000, começa o início do desenvolvimento da Alta Civilização em volta de grandes
rios do Crescente Fértil (Mesopotâmia) sobretudo no Tigre e no Eufrates. Em 3500 a.C., os
sumérios se fixam formalmente na Mesopotâmia e, entre os anos de 3400-3100, já no final do
período Uruk, constroem na região sul o templo de Tell Uqair (Templo Pintado), que durou
até 1900 a.C.
Durante o segundo período, conhecido como Jemdet Nasr - ou também chamado de Uruk III
– foi do ano 3000 a 2900 a.C.

AS CIDADES-ESTADO SUMÉRIOS

Por volta do ano 3000, algumas cidades-estados haviam se desenvolvido na região. A maior
cidade-estado era Ur, com uma população em torno de 40 mil habitantes. Existia outras
cidades muito conhecidas como é o caso de Uruk, por exemplo. As cidades-estados sumérias,
que eram profundamente religiosas, foram, inicialmente, controladas por sacerdotes, que
faziam o intermédio da relação com os deuses e eram responsáveis pela prosperidade das
colheitas. A Baixa Mesopotâmia teve inúmeras disputas e conflitos militares entre os seus
centros urbanos em busca da hegemonia política de territórios vizinhos por volta de 2800 a.C.
Devido a esses inúmeros conflitos, houve, na região Sul da Mesopotâmia, migrações
significativas do meio rural do campo para as cidades. Fazendo com que a maioria se tornasse
urbano. Por conta dessa forte migração rural para os centros urbanos e os aumentos de
conflitos externos, era comum que nesses momentos, o comando da cidade era dado a um
comandante militar, escolhido pelos cidadãos e, com o aumento dos confrontos, muito desses
comandantes militares tornaram-se governantes efetivos dessas cidades.
Esses governantes militares passaram a transferir o poder hereditariamente aos seus filhos,
iniciando assim a muitas dinastias que governaram a região por várias gerações e tornaram
essas cidades cada vez mais prósperas. Entre as cidades-estados destacavam-se doze delas:
Ur, Eridu, Lagash, Umma, Adab, Sipar, Larak, Akshak, Nipur, Larsa e Bad-tibira. Essa
prosperidade permitiu que os sumérios ampliassem o seu comércio de longa distância,
diversificando os objetos consumidos na região e proporcionando a circulação de novas
ideias.
AS ZIGGURATS DAS CIDADES-ESTADOS SUMÉRIOS

A maior parte das cidades sumérias possuía um grande templo, o qual era construído durante
gerações, chamadas de ziggurat (zigurate), que eram construídos em forma de pirâmides
terraplanadas de vários andares um sobre o outro, com o diferencial de cada andar possuir
área menor que a plataforma inferior sobre a qual foi construído. Os ziggurats eram
sistematicamente destruídos e, em volta dos destroços, novas paredes, feitas com tijolos, eram
erguidas. O novo templo era sempre maior do que o anterior.

ziggurat de Ur
Não se sabe diretamente o porquê ou como esses enormes templos eram construídos, porém,
pode-se determinar que eles eram considerados o centro de um complexo religioso.
Os sumérios acreditavam que os deuses vinham das montanhas, muitos arqueólogos
consideram que esses templos foram construídos para reproduzir essas montanhas originais.
Cada um dos templos era construído em honra da divindade mais importante para a cidade,
por exemplo, o ziggurat de Ur era dedicado à Deusa Nanna.
O ziggurat era uma estrutura complexa formada por vários elementos, como terraços cobertos
de tijolos identificados com o símbolo do rei. Normalmente as estruturas eram compostas
por um templo no topo da construção; uma escadaria de acesso a estrutura; um portão de
acesso interno; e um buttress (elemento construtivo para sustentação).
Entre os anos de 1922 e 1934, o arqueólogo britânico Charles Leonard Woolley (1880-1960)
escavou vários locais na região da Antiga Mesopotâmia. Dentre elas, as ruínas da cidade de
Ur, onde encontrou 1800 túmulos, dos quais 16 são ricamente decorados. Esses túmulos
ficaram conhecidos como Túmulos Reais de Ur. Um dos túmulos mais conhecidos pertenceu
possivelmente a Rainha Pu-abi, já que seu nome e título foram encontrados em um cilindro
próximo ao seu corpo.
Várias peças encontradas nesses túmulos destacam-se pela elegância e qualidade do trabalho
que as produziu, entre elas destacam-se:
Adorno de cabeça da Rainha Pu-abi.
ASPECTOS CULTURAIS E RELIGIOSOS SUMÉRIOS

A ESCRITA: O primeiro sistema de escrita se originou na Suméria: pictográfico, no início,


evoluiu gradativamente até se transformar em uma série de sinais simplificados no formato
de cunhas, que eram grafados com pedaços de junco em tabuletas de barro (argila), parecidas
com as cunhas de obras de construção atualmente que são utilizadas para fazer nivelamento
de massa. Essa escrita veio a ser chamada de cuneiforme, que significa “no formato de
cunha”, em latim. [Os sumérios também elaboraram um complexo sistema jurídico e
administrativo, produziram veículos sobre rodas, desenvolveram rodas de oleiro, que eram é
uma forma milenar de produzir peças, com uma roda feita a partir de madeira ou ferro.

OS ACÁDIOS - OS PRIMEIROS IMPÉRIOS.


Os acadianos foram, junto com os sumérios, os principais grupos que formaram a população
mesopotâmica. Eles eram semitas orientais e sua língua era aparentada ao árabe e ao
hebraico. Vários grupos que invadiram a Mesopotâmia adotaram dialetos acadianos. Os
principais foram os babilônios e os assírios, que dominaram a Mesopotâmia durante grande
parte do 2° (2000-1001 a.C.) e do 1° (1000-1 a.C.) milênio.
Os Acádios foram o primeiro império mesopotâmico a surgir. Eles dominaram e tomaram o
território dos sumérios, anexando a suméria ao território acadiano, por conta do enorme
exercício militar liderado por Sargão, O Grande.
Sargão da Acádia, também conhecido como Sargão, O Grande (traduzido como “o verdadeiro
rei” ou “o rei legítimo”), foi um rei acádio conhecido por sua enorme conquista das cidades-
estados sumérias nos séculos 2400-2300 a.C. fundador da dinastia acadiana, Sargão reinou
por 56 anos, de 2270 a 2215 a.C. Ele era considerado a encarnação do rei de sucesso e o
modelo para as dinastias seguintes.
SARGÃO, O GRANDE (FUNDADOR DE ACÁDIA)

As origens de Sargão são desconhecidas, porém um pouco da história do seu nascimento e da


infância foram listados na “Lenda de Sargão”, um texto sumério que alega ser a biografia do
monarca. Basicamente, ele era um indivíduo que veio de uma família humilde e foi suas
habilidades militares na conquista das cidades-estados da Suméria que o colocaram no poder.
Seu controle foi aos poucos se consolidando através do controle das grandes rotas de
comércio e do conjunto de cidades ao redor delas, estabelecendo clara hegemonia sob cidades
que eram tradicionalmente independentes.
Sargão também criou uma nova cidade para ser a capital de seu novo império acádio, o
Acade. Não se sabe com certeza em que região essa cidade era localizada, é provável que
estivesse às margens do Rio Eufrates, perto das cidades Sippar, Mari e da Babilônia.
Ele promoveu a ampliação do comércio através da expansão da rede de estradas, ampliou o
sistema de irrigação e investiu no desenvolvimento das artes e ciências. O Império Acádio foi
o primeiro a criar um sistema postal em que tabuletas de cuneiforme eram envolvidas em
envelopes de argila com o nome do destinatário e o selo do remetente.
Como objetivo de manter sua presença por todo o império, Sargão distribuiu o governo das
principais cidades aos seus colaboradores, os chamados Cidadãos de Agade, que governaram
mais de 65 cidades por toda a região.
OS 3 REIS DE ACÁDIA: RIMUSH, MANISHTUSU E NARAM-SIN

Sargão governou por 56 anos. Depois de sua morte, seu filho Rimush, também conhecido
como Rimus ou Urumus, subiu ao trono, mantendo políticas muito próximas às de seu pai.
Deve-se destacar que os primeiros anos de seu governo foram marcados por revoltas contra o
governo central, como o ataque contra o que viria a ser seu sucessor, Manishtusu, que
supostamente poderia também ser filho de Sargão. O Manishtusu, que foi o terceiro rei do
Império Acádiano, ampliou o comércio com regiões mais distantes, entre elas o Egito.
Após a morte de Maninshtuse, seu filho e neto de Sargão, Naram-Sin, assume o poder como
o quarto rei da Acádia, entre o ano de 2254-2218 e, como os monarcas anteriores, teve que
resolver problemas internos por todo o império, mas logo que a situação foi controlada o
império floresceu.
Em 36 anos de governo, Naram-Sin expandiu as fronteiras do império, organizou o comércio
e participou de diversas incursões militares, provavelmente até a região do Egito.

Estela da Vitória - Naram-Sin

Na Estela da Vitória, atualmente no Museu do Louvre, observa-se Naram-Sin celebrando sua


vitória sobre o Rei Satuni, da tribo de Lullubi. Deve-se atentar para o fato de que ele aparece
ascendendo uma montanha formada pelo corpo de seus inimigos, uma imagem associada à
divindade.
A PRIMEIRA, A SEGUNDA E A TERCEIRA DINASTIA DE UR

A Primeira Dinastia de Ur
A Segunda Dinastia de Ur
A Terceira Dinastia de Ur, também designada abreviadamente Ur III, foi a terceira dinastia
da importante cidade-estado da suméria: Ur. Embora na Antiguidade fosse uma cidade
litorânea, situada na região Sul da foz do rio Eufrates, no Golfo Pérsico.
O sítio arqueológico de Ur caracteriza-se pelas ruínas do Grande Ziggurat de Ur, que
continha o santuário de Nana, que era o padroeiro.
Com a queda do poder dos acádios, depois do governo de Naram-Sin, o centro do poder da
região se alterou para as cidades de Ur e Uruk.
O governante de Ur, Ur-Nammu, estabeleceu uma dinastia que passou a controlar a política e
economia da região, além de expandir o seu território até a região do atual Irã. Seu sucessor
foi Shulgi, que centralizou e consolidou o império.
Nos governos seguintes, o comércio sofreu com os ataques de grupos nômades, o que trouxe
inúmeros problemas internos. Esses ataques tiveram seu auge no governo de Ibbi-Sin, quando
a cidade foi destruída e o governador foi exilado.

A BABILÔNIA
A cidade da Babilônia é provavelmente a mais famosa das cidades da Mesopotâmia, suas
ruínas ficam a aproximadamente 90 quilômetros de Bagdá e foram escavadas incialmente
pelo alemão Robert Koldewey, em 1899. A cidade ficou conhecida por sua arquitetura
colossal, por ser um centro cultural e político, que é descrito nas obras de historiadores como
Heródoto.
A cidade provavelmente foi fundada no período de Sargão, quando ainda era uma cidade de
pouca importância, embora algumas fontes apontem para a existência de um porto bastante
movimentado no Rio Tigre
A parte mais conhecida da história da Babilônia se inicia com o governo de Hamurabi, seu rei
mais famoso. O Código de Hamurabi é um de seus feitos mais conhecidos, mas ele implantou
uma série de medidas que garantiram a paz e criaram prosperidade.
No que diz respeito à cidade, ele ampliou suas muralhas, criou grandes templos e canais. Sua
política externa levou à criação de um grande império unificado sob o controle da Babilônia.
Depois da morte de Hamurabi, o seu império entrou em decadência, sendo ocupado pelos
Hititas, pelos Kassitas e, por fim, pelos Persas.
A cidade da Babilônia ficou conhecida por suas grandes obras de arquitetura, entre elas o
Portão de Istar.
O Portão de Istar foi construído pelo Rei Nebuchadnezzar II (Nabucodonosor), em
aproximadamente 576 a.C. Esse era o oitavo portão da cidade e foi criado para ser seu
principal ponto de acesso.
O portão era dedicado à Deusa Istar, mas outras divindades também eram homenageadas nele
por meio da representação de animais.
O portão foi escavado entre 1902 e 1914. Treze metros da construção foram expostos, parte
desse material foi usado para reconstruir o portão e o caminho principal no Museu do
Pergamon, em Berlim.

Portão de Istar – modelo construído pelo Museu do


Pergamon, Berlim.

Outro importante legado da Babilônia foi o famoso Código de Hamurabi. Trata-se de uma
estela de basalto produzida no reino de Hamurabi, na cidade de Sippar, porém, ao que tudo
indica, outros monumentos desse tipo foram espalhados pelo reino.
Sabemos que pelo menos dois códigos foram produzidos antes desse: o Código de Ur-
Namma, rei de Ur, e o de LipitIshtar, de Isi. Esses dois documentos tiveram profunda
influência no material produzido por Hamurabi. A parte superior da pedra mostra o rei
recebendo o documento dos deuses. A peça merece destaque por seu conteúdo legal:
organizado em capítulos que cobrem questões de ordem criminal e civil, permitindo observar
o regramento sobre escravidão, comércio, agricultura, além das leis sobre as atividades
profissionais e familiares. O Código de Hamurabi ficou conhecido por pregar o critério ou a
lei do talião, palavra que vem do latim talionis, que significa, como tal, sendo simbolizada
pela expressão: “Olho por olho, dente por dente”. Vale mencionar que tal critério constituiu
importante avanço, pois trouxe um maior equilíbrio entre o crime e a sanção.
Código de Hamurabi

ASSÍRIA
O império assírio começou na cidade de Ashur, próximo à Babilônia, e enriqueceu através
das relações comerciais com a Anatólia. Os grupos conhecidos como Hurritas e Hatitas
dominavam a região e, além desses, destacam-se os Amoritas, que aumentavam sua
influência e conquistavam novos recursos.
O Rei Shamashi Adad I expulsou os Amoritas e garantiu as fronteiras da Assíria, além de
consolidar a cidade de Ashur como capital do nascente império.
Os hatitas continuavam a dominar a região até a invasão dos hitiras, em aproximadamente
1700 a.C. A isso deve-se acrescentar o crescimento do poder na Babilônia, pois, por volta de
1792 a.C., Hamurabi dominou a região ocupada pelos assírios.
O grande império de Mitani que se desenvolveu na área da Anatólia sucedeu os babilônicos
no controle da região. Sob o comando do Rei Suppiluliuma I, os hititas dominaram o reino de
Mitani e tomaram o controle da região.
O rei assírio Eriba Adad I foi capaz de ampliar sua influência sobre a nova corte de Mitani,
que era agora formada basicamente por hititas. Eles foram capazes de expandir seus domínios
para as áreas que estavam anteriormente sob controle de Mitami.
O Rei Adad Nirari I expandiu o império assírio para norte e sul, expulsando os hititas e
conquistando diversas de suas fortalezas. Adad Nirari é considerado o primeiro rei assírio,
pois ele deixou várias inscrições de seus feitos, muitas encontradas intactas, e diversas cartas
diplomáticas para os hititas assinadas por ele.
Adad Nirari I, além de conquistar totalmente Mitani, iniciou a política de deportação de
grande parte das populações conquistadas para outras áreas de domínio assírio. Os deportados
eram escolhidos por suas habilidades específicas e enviados a regiões onde seus talentos
podiam ser utilizados na economia local.
Depois deste primeiro impulso, o império caiu em um período de estagnação em que não se
expandiu e nem mesmo decaiu. Mesmo diante desse cenário, as campanhas militares
continuaram, embora sem efeitos concretos.
O Novo Império Assírio é aquele que conhecemos melhor e, sob o domínio de Tiglath Pileser
III, a burocracia e o exército foram reorganizados. Shalmaneser V e Sargão II continuaram as
políticas estabelecidas por Tiglath Pileser III, e com Sargão II o império atingiu seu apogeu.
Ele foi sucedido por Senaqueribe.
Senaqueribe foi responsável por diversas campanhas militares contra Israel, Judá e Anatólia.
O saque a Jerusalém foi descrito em detalhes no chamado Prisma de Taylor, escavado em
1830, no qual também foram descritas as conquistas de 46 cidades.
Ashurbanipal (Assurbanipal) foi um dos mais conhecidos reis assírios e o responsável pela
criação de uma grande biblioteca em Nínive. Ele governou por 42 anos e conseguiu, com
dificuldades, manter o império coeso; após sua morte, o império declinou.
Em 612 a.C., a cidade de Nínive foi saqueada e destruída por uma coalização formadas por
babilônicos, medos, persas e outros grupos.

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