Idade Antiga - 1
Idade Antiga - 1
Idade Antiga - 1
Escritura cuneiforme.
Outras mudanças aconteceram ao longo do tempo, pois os sinais passaram a ser escritos em
uma linha, com indicação do sentido da leitura.
Outra alteração aconteceu quando os sinais passaram a ser feitos como se estivessem
inclinados, como é possível observar no sinal para a cevada
Outra alteração importante foi o fato de que um sinal também poderia ser usado para
representar um som. O símbolo usado para a cevada passou a representar um som que era
utilizado na grafia de várias palavras. O sinal para cevada permaneceu em uso, por volta de
61 d.C.
A obra mais importante da literatura da Mesopotâmia foi o Épico Gilgamesh. Originalmente
era uma obra oral, somente por volta de 2000 a.C. ganhou sua versão escrita.
Trata-se de um longo poema narrativo que descreve os feitos de um herói, Gilgamesh, em sua
busca de identidade e pelo sentido da vida. Parte homem e parte deus, ele discute temas como
o significado da amizade, o medo da doença, da morte e as forças do mal.
CIÊNCIA, ARTE E ARQUITETURA:
Rodas de ferro
Os povos da mesopotâmia foram responsáveis por diversas inovações. Além da criação de
um sistema de escrita, eles desenvolveram eficientes sistemas de irrigação e saneamento,
criaram o conceito de zero, o vidro e o arado-semeador. Eles também revolucionaram os
meios de transporte, acredita-se que, por volta de 3500 a.C., tenham desenvolvido a roda.
Foram, ainda, um dos primeiros povos a aproveitar o vento como fonte de energia, usando a
vela.
No que diz respeito à arquitetura, eles desenvolveram o uso do arco e da coluna e estavam
familiarizados com o uso de cúpulas. Desenvolveram construções com tijolos de barro, que
era um material muito abundante na região. A fabricação de tijolos foi uma grande indústria
da Mesopotâmia, especialmente no Sul, devido às dificuldades em obter outros recursos,
como a pedra e a madeira. Ao longo dos séculos, as chuvas torrenciais e o movimento da
areia destruíram grande parte das construções de tijolos da região e o que restou ficou com a
aparência de imensas colinas naturais.
Comumente se aponta o início da Idade Antiga entre os anos de 4000 e 3500 a.C. conhecido
como o Quarto Milênio que abrangeu o período entre 4000 e 3001 a.C. onde se observou
nesse período o início da Era do Bronze e o desenvolvimento da escrita.
A primeira divisão do período sumério é conhecida como Período Uruk (4100 a 3300 a.C.).
No ano 4000, começa o início do desenvolvimento da Alta Civilização em volta de grandes
rios do Crescente Fértil (Mesopotâmia) sobretudo no Tigre e no Eufrates. Em 3500 a.C., os
sumérios se fixam formalmente na Mesopotâmia e, entre os anos de 3400-3100, já no final do
período Uruk, constroem na região sul o templo de Tell Uqair (Templo Pintado), que durou
até 1900 a.C.
Durante o segundo período, conhecido como Jemdet Nasr - ou também chamado de Uruk III
– foi do ano 3000 a 2900 a.C.
AS CIDADES-ESTADO SUMÉRIOS
Por volta do ano 3000, algumas cidades-estados haviam se desenvolvido na região. A maior
cidade-estado era Ur, com uma população em torno de 40 mil habitantes. Existia outras
cidades muito conhecidas como é o caso de Uruk, por exemplo. As cidades-estados sumérias,
que eram profundamente religiosas, foram, inicialmente, controladas por sacerdotes, que
faziam o intermédio da relação com os deuses e eram responsáveis pela prosperidade das
colheitas. A Baixa Mesopotâmia teve inúmeras disputas e conflitos militares entre os seus
centros urbanos em busca da hegemonia política de territórios vizinhos por volta de 2800 a.C.
Devido a esses inúmeros conflitos, houve, na região Sul da Mesopotâmia, migrações
significativas do meio rural do campo para as cidades. Fazendo com que a maioria se tornasse
urbano. Por conta dessa forte migração rural para os centros urbanos e os aumentos de
conflitos externos, era comum que nesses momentos, o comando da cidade era dado a um
comandante militar, escolhido pelos cidadãos e, com o aumento dos confrontos, muito desses
comandantes militares tornaram-se governantes efetivos dessas cidades.
Esses governantes militares passaram a transferir o poder hereditariamente aos seus filhos,
iniciando assim a muitas dinastias que governaram a região por várias gerações e tornaram
essas cidades cada vez mais prósperas. Entre as cidades-estados destacavam-se doze delas:
Ur, Eridu, Lagash, Umma, Adab, Sipar, Larak, Akshak, Nipur, Larsa e Bad-tibira. Essa
prosperidade permitiu que os sumérios ampliassem o seu comércio de longa distância,
diversificando os objetos consumidos na região e proporcionando a circulação de novas
ideias.
AS ZIGGURATS DAS CIDADES-ESTADOS SUMÉRIOS
A maior parte das cidades sumérias possuía um grande templo, o qual era construído durante
gerações, chamadas de ziggurat (zigurate), que eram construídos em forma de pirâmides
terraplanadas de vários andares um sobre o outro, com o diferencial de cada andar possuir
área menor que a plataforma inferior sobre a qual foi construído. Os ziggurats eram
sistematicamente destruídos e, em volta dos destroços, novas paredes, feitas com tijolos, eram
erguidas. O novo templo era sempre maior do que o anterior.
ziggurat de Ur
Não se sabe diretamente o porquê ou como esses enormes templos eram construídos, porém,
pode-se determinar que eles eram considerados o centro de um complexo religioso.
Os sumérios acreditavam que os deuses vinham das montanhas, muitos arqueólogos
consideram que esses templos foram construídos para reproduzir essas montanhas originais.
Cada um dos templos era construído em honra da divindade mais importante para a cidade,
por exemplo, o ziggurat de Ur era dedicado à Deusa Nanna.
O ziggurat era uma estrutura complexa formada por vários elementos, como terraços cobertos
de tijolos identificados com o símbolo do rei. Normalmente as estruturas eram compostas
por um templo no topo da construção; uma escadaria de acesso a estrutura; um portão de
acesso interno; e um buttress (elemento construtivo para sustentação).
Entre os anos de 1922 e 1934, o arqueólogo britânico Charles Leonard Woolley (1880-1960)
escavou vários locais na região da Antiga Mesopotâmia. Dentre elas, as ruínas da cidade de
Ur, onde encontrou 1800 túmulos, dos quais 16 são ricamente decorados. Esses túmulos
ficaram conhecidos como Túmulos Reais de Ur. Um dos túmulos mais conhecidos pertenceu
possivelmente a Rainha Pu-abi, já que seu nome e título foram encontrados em um cilindro
próximo ao seu corpo.
Várias peças encontradas nesses túmulos destacam-se pela elegância e qualidade do trabalho
que as produziu, entre elas destacam-se:
Adorno de cabeça da Rainha Pu-abi.
ASPECTOS CULTURAIS E RELIGIOSOS SUMÉRIOS
Sargão governou por 56 anos. Depois de sua morte, seu filho Rimush, também conhecido
como Rimus ou Urumus, subiu ao trono, mantendo políticas muito próximas às de seu pai.
Deve-se destacar que os primeiros anos de seu governo foram marcados por revoltas contra o
governo central, como o ataque contra o que viria a ser seu sucessor, Manishtusu, que
supostamente poderia também ser filho de Sargão. O Manishtusu, que foi o terceiro rei do
Império Acádiano, ampliou o comércio com regiões mais distantes, entre elas o Egito.
Após a morte de Maninshtuse, seu filho e neto de Sargão, Naram-Sin, assume o poder como
o quarto rei da Acádia, entre o ano de 2254-2218 e, como os monarcas anteriores, teve que
resolver problemas internos por todo o império, mas logo que a situação foi controlada o
império floresceu.
Em 36 anos de governo, Naram-Sin expandiu as fronteiras do império, organizou o comércio
e participou de diversas incursões militares, provavelmente até a região do Egito.
A Primeira Dinastia de Ur
A Segunda Dinastia de Ur
A Terceira Dinastia de Ur, também designada abreviadamente Ur III, foi a terceira dinastia
da importante cidade-estado da suméria: Ur. Embora na Antiguidade fosse uma cidade
litorânea, situada na região Sul da foz do rio Eufrates, no Golfo Pérsico.
O sítio arqueológico de Ur caracteriza-se pelas ruínas do Grande Ziggurat de Ur, que
continha o santuário de Nana, que era o padroeiro.
Com a queda do poder dos acádios, depois do governo de Naram-Sin, o centro do poder da
região se alterou para as cidades de Ur e Uruk.
O governante de Ur, Ur-Nammu, estabeleceu uma dinastia que passou a controlar a política e
economia da região, além de expandir o seu território até a região do atual Irã. Seu sucessor
foi Shulgi, que centralizou e consolidou o império.
Nos governos seguintes, o comércio sofreu com os ataques de grupos nômades, o que trouxe
inúmeros problemas internos. Esses ataques tiveram seu auge no governo de Ibbi-Sin, quando
a cidade foi destruída e o governador foi exilado.
A BABILÔNIA
A cidade da Babilônia é provavelmente a mais famosa das cidades da Mesopotâmia, suas
ruínas ficam a aproximadamente 90 quilômetros de Bagdá e foram escavadas incialmente
pelo alemão Robert Koldewey, em 1899. A cidade ficou conhecida por sua arquitetura
colossal, por ser um centro cultural e político, que é descrito nas obras de historiadores como
Heródoto.
A cidade provavelmente foi fundada no período de Sargão, quando ainda era uma cidade de
pouca importância, embora algumas fontes apontem para a existência de um porto bastante
movimentado no Rio Tigre
A parte mais conhecida da história da Babilônia se inicia com o governo de Hamurabi, seu rei
mais famoso. O Código de Hamurabi é um de seus feitos mais conhecidos, mas ele implantou
uma série de medidas que garantiram a paz e criaram prosperidade.
No que diz respeito à cidade, ele ampliou suas muralhas, criou grandes templos e canais. Sua
política externa levou à criação de um grande império unificado sob o controle da Babilônia.
Depois da morte de Hamurabi, o seu império entrou em decadência, sendo ocupado pelos
Hititas, pelos Kassitas e, por fim, pelos Persas.
A cidade da Babilônia ficou conhecida por suas grandes obras de arquitetura, entre elas o
Portão de Istar.
O Portão de Istar foi construído pelo Rei Nebuchadnezzar II (Nabucodonosor), em
aproximadamente 576 a.C. Esse era o oitavo portão da cidade e foi criado para ser seu
principal ponto de acesso.
O portão era dedicado à Deusa Istar, mas outras divindades também eram homenageadas nele
por meio da representação de animais.
O portão foi escavado entre 1902 e 1914. Treze metros da construção foram expostos, parte
desse material foi usado para reconstruir o portão e o caminho principal no Museu do
Pergamon, em Berlim.
Outro importante legado da Babilônia foi o famoso Código de Hamurabi. Trata-se de uma
estela de basalto produzida no reino de Hamurabi, na cidade de Sippar, porém, ao que tudo
indica, outros monumentos desse tipo foram espalhados pelo reino.
Sabemos que pelo menos dois códigos foram produzidos antes desse: o Código de Ur-
Namma, rei de Ur, e o de LipitIshtar, de Isi. Esses dois documentos tiveram profunda
influência no material produzido por Hamurabi. A parte superior da pedra mostra o rei
recebendo o documento dos deuses. A peça merece destaque por seu conteúdo legal:
organizado em capítulos que cobrem questões de ordem criminal e civil, permitindo observar
o regramento sobre escravidão, comércio, agricultura, além das leis sobre as atividades
profissionais e familiares. O Código de Hamurabi ficou conhecido por pregar o critério ou a
lei do talião, palavra que vem do latim talionis, que significa, como tal, sendo simbolizada
pela expressão: “Olho por olho, dente por dente”. Vale mencionar que tal critério constituiu
importante avanço, pois trouxe um maior equilíbrio entre o crime e a sanção.
Código de Hamurabi
ASSÍRIA
O império assírio começou na cidade de Ashur, próximo à Babilônia, e enriqueceu através
das relações comerciais com a Anatólia. Os grupos conhecidos como Hurritas e Hatitas
dominavam a região e, além desses, destacam-se os Amoritas, que aumentavam sua
influência e conquistavam novos recursos.
O Rei Shamashi Adad I expulsou os Amoritas e garantiu as fronteiras da Assíria, além de
consolidar a cidade de Ashur como capital do nascente império.
Os hatitas continuavam a dominar a região até a invasão dos hitiras, em aproximadamente
1700 a.C. A isso deve-se acrescentar o crescimento do poder na Babilônia, pois, por volta de
1792 a.C., Hamurabi dominou a região ocupada pelos assírios.
O grande império de Mitani que se desenvolveu na área da Anatólia sucedeu os babilônicos
no controle da região. Sob o comando do Rei Suppiluliuma I, os hititas dominaram o reino de
Mitani e tomaram o controle da região.
O rei assírio Eriba Adad I foi capaz de ampliar sua influência sobre a nova corte de Mitani,
que era agora formada basicamente por hititas. Eles foram capazes de expandir seus domínios
para as áreas que estavam anteriormente sob controle de Mitami.
O Rei Adad Nirari I expandiu o império assírio para norte e sul, expulsando os hititas e
conquistando diversas de suas fortalezas. Adad Nirari é considerado o primeiro rei assírio,
pois ele deixou várias inscrições de seus feitos, muitas encontradas intactas, e diversas cartas
diplomáticas para os hititas assinadas por ele.
Adad Nirari I, além de conquistar totalmente Mitani, iniciou a política de deportação de
grande parte das populações conquistadas para outras áreas de domínio assírio. Os deportados
eram escolhidos por suas habilidades específicas e enviados a regiões onde seus talentos
podiam ser utilizados na economia local.
Depois deste primeiro impulso, o império caiu em um período de estagnação em que não se
expandiu e nem mesmo decaiu. Mesmo diante desse cenário, as campanhas militares
continuaram, embora sem efeitos concretos.
O Novo Império Assírio é aquele que conhecemos melhor e, sob o domínio de Tiglath Pileser
III, a burocracia e o exército foram reorganizados. Shalmaneser V e Sargão II continuaram as
políticas estabelecidas por Tiglath Pileser III, e com Sargão II o império atingiu seu apogeu.
Ele foi sucedido por Senaqueribe.
Senaqueribe foi responsável por diversas campanhas militares contra Israel, Judá e Anatólia.
O saque a Jerusalém foi descrito em detalhes no chamado Prisma de Taylor, escavado em
1830, no qual também foram descritas as conquistas de 46 cidades.
Ashurbanipal (Assurbanipal) foi um dos mais conhecidos reis assírios e o responsável pela
criação de uma grande biblioteca em Nínive. Ele governou por 42 anos e conseguiu, com
dificuldades, manter o império coeso; após sua morte, o império declinou.
Em 612 a.C., a cidade de Nínive foi saqueada e destruída por uma coalização formadas por
babilônicos, medos, persas e outros grupos.