4864-Texto Do Artigo-21157-1-10-20150821
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Bruna Maroso De Oliveira2, Andressa Tais Diefenthäler3, Maira Simoni Brigo4, Isabel
Koltermann Battisti5.
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Texto produzido a partir de interações estabelecidas com escola parceiras do PIBID/UNIJUÍ.
2
Acadêmica do Curso de Matemática – Licenciatura - UNIJUÍ. Bolsista de Iniciação à docência do PIBID/UNIJUÍ-
subprojeto matemática. Integrante do GEEM
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Acadêmica do Curso de Matemática – Licenciatura - UNIJUÍ. Bolsista de Iniciação à docência do PIBID/UNIJUÍ-
subprojeto matemática. Integrante do GEEM
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Acadêmica do Curso de Matemática – Licenciatura - UNIJUÍ. Bolsista de Iniciação à docência do PIBID/UNIJUÍ-
subprojeto matemática. Integrante do GEEM
5
Professora do Curso de Matemática – Licenciatura, Coordenadora do Laboratório de Ensino de Matemática.
Coordenadora do subprojeto área Matemática do PIBID/UNIJUÍ. Pesquisadora do GEEM.
INTRODUÇÃO
O planejamento de aulas é essencial para o processo de ensino e de aprendizagem formal, é nele que
o professor explicita seus objetivos, intencionalidades e proposições. A ausência do planejamento
pode prejudicar o desenvolvimento das aulas, tornando-as monótonas e desorganizadas, fazendo
com que não sejam alcançados os objetivos do ensino e até mesmo pode fazer com que o aluno
perca o interesse pela disciplina.
De acordo com Libâneo “ [...] o planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui tanto a
previsão das atividades didáticas em termos de organização e coordenação em face dos objetivos
propostos, quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino” (LIBÂNEO, 1994).
Sob este entendimento, o planejamento da aula é um instrumento essencial para o professor definir
e alcançar seus objetivos com o ensino; para tanto, é necessário que compreenda o conteúdo a ser
tratado e que defina metodologias e recursos para o desenvolvimento de suas aulas. É importante
que ao planejar o professor considere o contexto e a realidade do aluno, deste modo, o planejamento
deve ser criteriosamente adequado para as diferentes turmas, e ser flexível caso necessite de
alterações.
Como acadêmicas do curso de Licenciatura em Matemática e Bolsistas de Iniciação a Docência do
Programa Institucional de Bolsa de iniciação a Docência (PIBID), subprojeto matemática, nos foi
proposto ações relacionadas à docência compartilhada, e para tanto o planejamento e o
desenvolvimento de uma atividade desencadeadora de aprendizagem com alunos do sexto ano, de
uma escola da rede pública de ensino. Tal atividade deveria abranger a ideia de fração parte-todo.
Foi-nos sugerido esse conteúdo pela professora regente da turma considerando as dificuldades que
os alunos tinham em relação à classificação das frações considerando a quantidade que representam.
Para que desenvolvêssemos esta atividade era preciso planejar, e este processo envolveu a
Modalidade do trabalho: Relato de experiência
Evento: XVI Jornada de Extensão
mobilização de muitos conhecimentos, tais como: dos conceitos matemáticos envolvidos, noção da
didática, a definição da metodologia, como também de recursos que podem ser utilizados. Além
disso, é necessário a definição dos objetivos a serem alcançados, o que envolve várias etapas e pode
haver dificuldades. A partir destes entendimentos, a presente escrita consiste em um relato de
experiência e tem por objetivo relatar nossa vivência/experiência como bolsistas de iniciação à
docência do PIBID ao elaborar um planejamento que considera o estudo de frações, buscando
compreender a organização do ensino, a partir do planejamento que considera a ideia de fração
parte-todo, e as dificuldades encontradas pelos bolsistas no processo de elaboração deste
planejamento.
METODOLOGIA
Para a situação desencadeadora de aprendizagem, nós bolsistas elaboramos um planejamento que
foi desenvolvido em duas turmas de 6º ano da escola a qual atuamos como bolsistas, neste
planejamento foi considerado a ideia de fração parte-todo. Diante disso os dados empíricos
consideram o próprio planejamento e os registros realizados no Diário de Campo pelos bolsistas, as
condições de análise são ampliadas por proposições apresentadas por Brasil (1998), Mendes (2009)
e Libâneo (1994). Considerando o objetivo do presente estudo e os dados empíricos citados acima,
indicamos as seguintes unidades de analise: 1) Organização do ensino a partir do planejamento
considerando o conceito de fração própria e fração imprópria. 2) Dificuldades encontradas pelos
bolsistas na elaboração do planejamento.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
De acordo com Mendes “Um planejamento pode ser definido como um processo que se desenvolve
em uma sequência dinâmica, progressiva, lógica e organizada”. (MENDES, 2009) Libâneo amplia
esta ideia dizendo que “O planejamento é um processo de racionalização, organização e
coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social”.
(LIBÂNEO, 1994, p.222).
No ensino de matemática, atualmente existem muitas possiblidades para se trabalhar os conceitos
desta disciplina. Há metodologias como resolução de problemas e investigação matemática, como
também recursos, como jogos didático-pedagógicos, que possibilitam que o aluno deixe de ser
apenas o receptor do conteúdo e passa a participar do próprio processo de aprendizagem.
Como bolsistas de iniciação à docência nos desafiamos a desenvolver essa reflexão para que
pudéssemos entender com melhor propriedade como se dá a organização do ensino considerando o
planejamento de atividades desencadeadoras de aprendizagem que considera o conceito de fração,
ideia parte-todo, e também as dificuldades que nos bolsistas encontramos para a elaboração do
referido planejamento.
Organização do ensino: o planejamento de atividades que consideram a ideia de fração parte-todo
Para o desenvolvimento do planejamento optamos por iniciar as atividades contando uma das
lendas do Tangram, partimos deste ponto para que pudéssemos despertar o interesse e a curiosidade
dos alunos, nós queríamos que eles tivessem curiosidade em conhecer este jogo. Em seguida a
turma foi divida em pequenos grupos e entregamos para os grupos um Tangram e algumas imagens
Modalidade do trabalho: Relato de experiência
Evento: XVI Jornada de Extensão
onde eles deveriam montar todas as peças do Tangram em cima daquela imagem, nesta parte teve
um aluno que nos disse “profe, é impossível montar.” Então nós começamos a perguntar, mas e se
você virar esta peça desta forma? E desta forma? Até ele conseguir montar. Destacamos que as
peças que constituem o Tangram são tridimensionais e que para o desenvolvimento das atividades
propostas será considerado a maior face de cada peça, pois será trabalhado com a superfície plana
de cada uma delas.
Após esse momento jogando, convidamos os alunos para construirmos um Tangram, assim cada um
teria o seu, eles adoraram a ideia; começamos a construção entregando para cada aluno uma folha
de oficio e fomos realizando vários questionamentos, para que eles elaborassem juntamente com
nós como poderíamos construir o Tangram com aquela folha. Primeiramente olhamos para quê
forma geométrica representava a caixa do Tangram, pois nesta caixa cabia exatamente o Tangram
formando um quadrado, melhor dizendo, a maior face das peças do Tangram podem ser organizadas
na forma de um quadrado. Como podemos representar e a seguir recortar um quadrado nesta folha?
Agora pensem como será que com este quadrado podemos construir as peças cuja face maior é
representada por triângulos maiores? E agora como podemos realizar a construção do triangulo
médio? Sobrou somente este pedaço, como vamos dividir para a construção das figuras que faltam?
Com os questionamentos eles foram elaborando ideias de como poderia ser construído o Tangram,
isso para que pudéssemos desenvolver a próxima atividade que era a análise das peças do Tangram.
Nesta atividade consideramos o triângulo pequeno como inteiro, e propomos o questionamento:
quantas vezes o triângulo pequeno cabe no triângulo grande? E no triângulo médio? E no
paralelogramo? E no quadrado? Para tanto, de acordo com o planejamento analisado, foi proposta a
superposição das peças. Nesta atividade intencionamos que os alunos percebessem quantas vezes
uma determinada superfície cabe em outra. Num momento posterior o planejamento propõe que o
inteiro seja o triângulo grande e questiona, que parte deste representa o triângulo pequeno. O
mesmo procedimento é realizado considerando as outras peças do Tangram. Entendemos que esta
proposição possibilita ao aluno compreender e expressar na forma de fração que parte do todo o
triângulo pequeno representa. Entendemos que esta atividade considera ideias diferentes da
atividade anterior; num primeiro momento a ideia de medida ancorava o procedimento, nesta outra
atividade as ideias que norteiam é a ideia parte-todo. São ideias diferentes, mas que podem se
complementar na elaboração de ideias matemáticas.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN - sugerem que a prática mais comum de explorar o
conceito de fração é a que recorre a situações que está implícita a relação parte-todo (BRASIL,
1998). Neste caso a fração indica a relação que existe entre o número de partes e o total de partes.
Ao longo do desenvolvimento das atividades, o planejamento explicita a solicitação aos alunos do
registro numérico e geométrico. E, no final, propõe a formalização destas atividades. Ou seja, o
planejamento parte de um processo que considera o lúdico, a partir da lenda e do jogo, para no
decorrer, a partir da abstração, propor processos de generalização e de síntese, formalizando a ideia
de fração no significado parte-todo.
Para finalizar o planejamento analisado propõe um jogo, o jogo do bingo de frações. Neste jogo
apresenta a representação numérica e geométrica de frações. Se sorteado a representação
geométrica de uma fração, os alunos devem marcar em suas cartelas a representação numérica
Modalidade do trabalho: Relato de experiência
Evento: XVI Jornada de Extensão
CONCLUSÃO
Modalidade do trabalho: Relato de experiência
Evento: XVI Jornada de Extensão
Deste modo, percebemos que a elaboração de um planejamento exige do docente muito estudo, o
que o leva a mobilizar conhecimentos necessários à sua prática, como o conhecimento do conteúdo
e o conhecimento didático/pedagógico; deste processo decorrem algumas dificuldades, no entanto,
estamos cientes de que um planejamento bem elaborado contribui para o desenvolvimento, em sala
de aula, de processos de ensino e de aprendizagem em Matemática.
REFERÊNCIAS
MENDES, Iram Abreu. Matemática e investigação em sala de aula. São Pulo: Editora Livraria da
Física, 2009
BRASIL, Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: matemática.
Brasília MEC/SEF, 1998.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994 (coleção magistério 2º grau. Série
formação do professor).