03 Diversidade Cultural Do Brasil
03 Diversidade Cultural Do Brasil
03 Diversidade Cultural Do Brasil
A diversidade cultural brasileira é o resultado da miscigenação de diversos grupos étnicos que partici-
param da formação da população do Brasil. A diversidade cultural predominante brasileira é conse-
quência também da grande extensão territorial e das características geradas em cada região do país.
O elemento branco que participou da formação da cultura brasileira fazia parte de vários grupos, che-
gando ao país durante a época colonial. Além dos portugueses, vieram os espanhóis (de 1580 a
1640) durante a União Ibérica, período sob o qual Portugal ficou sob o domínio da Espanha.
Durante a ocupação holandesa no nordeste (de 1630 a 1654), vieram flamengos ou holandeses, que
ficaram no país, mesmo depois da retomada da área pelos portugueses. Na colônia, chegaram ainda
os franceses, ingleses e italianos.
No entanto, foi dos portugueses que recebemos a parcela maior de nossa herança cultural, onde a
história da imigração portuguesa no Brasil confunde-se com nossa própria história. Foram eles, os
colonizadores, os responsáveis pela formação inicial da população brasileira, através do processo de
miscigenação com índios e negros africanos, de 1500 a 1808, consequentemente por três séculos,
eram os únicos europeus que podiam entrar livremente no Brasil.
Cultura Indígena
Foram inúmeras as contribuições do povo indígena para a formação cultural e social do Brasil. Do
ponto de vista étnico, contribuíram para o surgimento de um indivíduo tipicamente brasileiro: o cabo-
clo (mestiço de branco e índio).
Na formação cultural, os índios contribuíram com o vocabulário, que possui inúmeros termos de ori-
gem indígena, como pindorama, anhanguera, ibirapitanga, Itamaracá, entre outros.
Com o folclore, permaneceram as lendas como o Curupira, o Saci-Pererê, o Boitatá, a Iara, entre ou-
tras.
A influência indígena na culinária brasileira se fez mais presente em certas regiões do país, onde al-
guns grupos indígenas conseguiram se enraizar, como na região norte, onde os pratos típicos estão
presentes, como o tucupi, o tacacá e a maniçoba.
Raízes como a mandioca são usadas para preparar a farinha, a tapioca e o beiju. Também pode ser
citados utensílios de caça e pesca, como a arapuca e o puçá. Por fim, diversos outros utensílios fo-
ram deixados como herança, entre eles a cabaça, a gamela, as redes, canoas, jangadas e armadi-
lhas de caça e pesca.
Cultura Portuguesa
Portugal foi o país europeu que exerceu maior influência na formação da cultura brasileira.
No folclore brasileiro, é evidente o grande número de festas e danças portuguesas que foram incorpo-
radas ao país, entre elas a cavalhada, o fandango, as festas juninas (uma das principais festas da
cultura do nordeste) e a farra do boi. As lendas do folclore (a cuca e o bicho papão), as cantigas de
roda (peixe vivo, o cravo e a rosa, roda pião etc.) permanecem vivas na cultura brasileira.
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As quadrilhas são herança da corte francesa e foram introduzidas no Brasil no século XVII, pelos por-
tugueses. Elas celebram as festas de São João, Santo Antônio e São Pedro no mês de junho.
Cultura africana
O negro africano foi trazido para o Brasil para ser empregado como mão de obra escrava. Conforme
as culturas que representavam (ritos religiosos, dialetos, usos e costumes, características físicas, etc)
formavam três grupos principais, os quais apresentavam diferenças acentuadas: os sudaneses, os
bantos e o malês.
A cidade de Salvador, no nordeste do Brasil, foi a que recebeu o maior número de negros e onde so-
brevivem vários elementos culturais como o "traje de baiana" (com turbante, saias rendadas, bracele-
tes, colares), a capoeira, os instrumentos de música como o tambor, atabaque, cuíca, berimbau e
afoxé.
De modo geral, a contribuição cultural dos negros foi grande: na alimentação (vatapá, acarajé, acaçá,
cocada, pé de moleque, etc), nas danças (quilombos, maracatus e aspectos do bumba meu boi) e
nas manifestações religiosas (o candomblé na Bahia, a macumba no Rio de Janeiro e o xangô em
alguns estados do Nordeste).
Para povoar o território, vieram famílias portuguesas, açorianas, que se estabeleceram no Rio
Grande do Sul. Vieram ainda suíços, prussianos, espanhóis, franceses, sírios, libaneses, poloneses,
ucranianos, japoneses e italianos.
Entre 1819 a 1940, franceses imigraram para o Brasil. Muitos destes chegaram por volta de 1884 a
1925, mais de 25.000 imigrantes franceses neste período.
O grande destaque, no entanto, foram os italianos e os alemães, que chegaram em grande número.
Eles se concentraram nas regiões sul e sudeste do país, deixando importantes marcas de suas cultu-
ras, principalmente na arquitetura, na língua, na culinária, nas festas regionais e folclóricas.
A cultura vinícola do sul do Brasil se concentra principalmente na região da serra gaúcha e de Cam-
panha, onde predomina descendentes de italianos e alemães.
Na cidade de São Paulo, em virtude do grande fluxo de italianos, surgiram bairros como o Bom Re-
tiro, Brás, Bixiga e Barra Funda, onde é marcante a presença de italianos, seus aspectos culturais e
seus restaurantes com as comidas típicas como a macarronada, a pizza, a lasanha, o canelone, entre
outras.
A Região Norte do Brasil, formada pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Ro-
raima e Tocantins, é a maior região territorial do país, abrigando uma diversidade cultural bastante
rica, influenciada pelos indígenas, europeus, africanos, bem como pelos migrantes.
Festas
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Círio de Nazaré
A procissão, que tem lugar no estado do Pará, é uma homenagem à Nossa Senhora de Nazaré e se
realiza em outubro. Milhares de fiéis caminham quilômetros em ruas enfeitadas, da Catedral de Be-
lém até a Praça Santuário de Nazaré, onde a imagem fica durante quinze dias. Em 2004, o Círio de
Nazaré passou a constar no registro de Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial, do Instituto do Pa-
trimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Festival de Parintins
Segundo a lenda, um homem, Pai Francisco, teria matado o melhor boi do patrão a fim de saciar o
desejo da sua mulher, Mãe Catirina, que estava grávida. Ao descobrir o motivo da morte do seu ani-
mal preferido, o patrão chama um padre e um pajé para reanimar o boi, o qual volta a viver. Para co-
memorar, é feita uma festa.
Além das duas festas de destaque, a região ainda conta com a Encenação da "Paixão de Cristo" em
Jerusalém (segunda maior cidade cenográfica do mundo, localizada no estado do Amazonas), Folia
de Reis, Festa do Divino, Congo ou Congada, Cavalhada e Festas Juninas.
A cultura brasileira é diversificada, o que não exclui a evidente desigualdade social. A desigualdade
social, uma característica marcante de nosso país, é atestada pela evidente hegemonia de uma
classe social nos processos de divisão social do trabalho e de divisão da renda, além de fatores como
o acesso à saúde, educação, saneamento e segurança.
Apesar de vasta e ampla, a cultura brasileira torna-se símbolo de status para as elites, que selecio-
nam arbitrariamente aquilo que deve ou não ser consumido, relegando o que não foi selecionado
para o limbo da produção cultural. Ademais, a nossa rica cultura popular faz contraste ao nosso povo,
desprovido, muitas vezes, de insumos básicos para a sobrevivência.
É comum escutarmos que o Brasil é um país miscigenado, de cultura vasta e crenças religiosas sin-
créticas. De fato, a formação étnica do povo brasileiro ocorreu, primeiramente, com a miscigenação
entre povos africanos, portugueses (que já tinham em sua linhagem traços de miscigenação entre po-
vos diversos do continente europeu) e indígenas.
Ao longo do tempo decorrido, desde o início da república, o Brasil recebeu imigrantes italianos, japo-
neses, alemães e de outros países sul-americanos. Isso somente atesta que, tomando o significado
de cultura por uma concepção geral que envolve os hábitos, costumes, a culinária, as crenças e o
modo de vida geral de um povo, o Brasil é realmente vasto.
Porém, essa concepção diversa da cultura brasileira pode resultar em um olhar equivocado quanto à
não existência de mazelas sociais, como a desigualdade social, o elitismo cultural e o racismo.
Gilberto Freyre, em Casa Grande e Senzala, aponta sua análise sobre a sociedade colonial brasileira
para um rumo, no mínimo, estranho: ele fala de uma relação harmônica entre negros e brancos no
Brasil Colonial, o que parece ser um eufemismo que relativiza o que realmente aconteceu – a domi-
nação pura e simples de brancos contra negros.
A miscigenação que Freyre utiliza como dado para atestar a sua teoria nada mais foi que fruto de
abusos sexuais e estupros de homens brancos contra as suas escravas e contra as mulheres indíge-
nas. Quando se relativiza a dominação branca durante o período colonial, tende-se a apoiar um ra-
cismo estrutural que perdura até hoje.
O elitismo cultural (que apesar de toda a vastidão cultural brasileira, existe por aqui) também é fator
estruturante para a manutenção das desigualdades sociais que privilegiam etnias, classes sociais e
regiões.
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Durante muito tempo, a Antropologia formulou teorias que tentaram justificar a existência de culturas
superiores e inferiores, de acordo com o desenvolvimento fenotípico dos povos que criaram essas
culturas. Uma dessas teorias é o darwinismo social, que passou a ser questionado por Franz Boas,
no fim do século XIX, e somente caiu de vez a partir do estruturalismo de Claude Lévi-Strauss.
O território brasileiro era habitado, até 1500, pelos povos nativos, chamados pelos europeus de ín-
dios. Porém, não havia apenas uma tribo ou uma vertente cultural indígena nas terras que os povos
Tupi chamavam de Pindorama: eram quatro agrupamentos linguísticos diferentes (Tupi-Guarani, Jê,
Caribe e Aruaque). Esses grupos étnicos eram divididos em milhares de tribos, essas divididas em
aldeias. Cada tribo possuía seus costumes.
Com a captura e escravização dos povos africanos, pudemos observar uma vastidão cultural seme-
lhante à dos povos indígenas, pois não havia uma só tribo de onde os portugueses capturavam os
africanos ou uma só cultura africana. Os povos africanos eram vastos, divididos em várias tribos e de
várias origens étnicas diferentes, o que conferiu à formação cultural afro-brasileira uma vastidão e
amplitude tão diversa quanto à indígena.
A vinda de povos brancos, de origem europeia, para o Brasil, tanto portugueses (que por si só já ti-
nham uma origem poliétnica) como a vinda de italianos e alemães, contribuiu para a miscigenação de
nosso povo. No Brasil, surgiu uma cultura ímpar, fruto da forte miscigenação, que resultou em produ-
tos culturais populares sem igual no mundo.
Há também em nossa terra e na formação de nosso povo o sincretismo religioso devido à mistura de
crenças, o que resultou, por exemplo, no surgimento de uma religião genuinamente brasileira: a um-
banda, que mistura elementos do candomblé e do kardecismo.
Desde o início da colonização, um elitismo cultural reina no Brasil, pois os portugueses viam a si mes-
mos como superiores e os povos nativos como inferiores. O trecho transcrito a seguir atesta essa vi-
são etnocêntrica:
“A língua deste gentio toda pela costa é uma, carece de três letras, não se acha nela f, nem l, nem r,
coisa digna de espanto, porque assim não têm fé, nem lei, nem rei, e desta maneira vivem sem jus-
tiça e desordenadamente”.
Mais tarde, quando os africanos começaram a ser escravizados por povos europeus, a escravi-
dão assentava-se, igualmente, em um etnocentrismo racista e em um elitismo cultural: os europeus,
brancos, julgavam-se superiores aos africanos por seus fenótipos e por suas características culturais
que, no julgamento dos próprios europeus, eram superiores.
Os europeus tinham um sistema político governamental e com formação estatal, dominavam a pól-
vora e a escrita, além de terem moeda e iniciarem o capitalismo mercantilista. Os povos do sul desen-
volveram-se de maneira diferente. Com exceção de alguns povos mesoamericanos, nativos da África
e da América viviam em contato com a natureza e não estabeleciam relações comerciais nem centra-
lização de poder.
O modo de vida dos nativos africanos e americanos era autossuficiente, e a sua cultura tinha ga-
nhado contornos diferentes da cultura europeia. A justificação do domínio pela cultura é um forte ele-
mento do preconceito cultural no Brasil.
Hoje, podemos falar da existência de um elitismo que culmina na discriminação daquelas pessoas
marginalizadas (que estão à margem da sociedade, devido à exclusão social) e em um racismo estru-
tural. O racismo estrutural, muito forte no Brasil, é um tipo de racismo velado e indireto. Ele pode ser
manifestado por meio de dados socioeconômicos, como os que apontam que os negros ganham, em
média, 1,2 mil reais a menos que os brancos, segundo levantamento do IBGEii.
Esse tipo de racismo arrasta-se sorrateiramente desde a abolição da escravidão, que deu a liberdade
por direito aos negros escravizados, mas não deu suporte educacional, econômico e de assistência
básica para que aquela população pudesse organizar a sua vida. Teorias que apontam para uma de-
mocracia racial, como a de Gilberto Freyre, somente reforçaram a ideia de que estava tudo bem,
quando não estava.
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Por não possuir um regime de apartheid, como houve nos Estados Unidos, o brasileiro médio (em es-
pecial a população branca) cresceu acreditando que havia oportunidades iguais para negros, brancos
e indígenas, quando, na verdade, nunca houve, e quem sofre com isso diariamente são os negros de
classe baixa. Esses aspectos atestam que existe uma direta relação entre desigualdade social e di-
versidade cultural.
Em termos de estrita interpretação, diversidade cultural e desigualdade social são completamente di-
ferentes. Desigualdade social faz referência à diferença entre as classes sociais e aos rendimentos
de cada classe. Diversidade cultural faz referência à vasta quantidade de culturas diferentes existen-
tes em um nosso território.
No Brasil, a associação entre os termos “desigualdade social” e “diversidade cultural” é possível, pois
apesar de nossa diversa formação cultural, a exclusão social apresenta-se como um fator de exclu-
são que se manifesta, majoritariamente, por meio da diferença entre as diversas culturas que formam
a população brasileira.
Um Pouco De História
Com uma biodiversidade extremamente rica, o território que hoje chamamos de “nosso país” já era
habitado pelas diversas espécies de animais, vegetação e, claro, nossos nativos, chamados de “ín-
dios” pelos portugueses.
No ano de 1500, Pedro Álvares Cabral, ao desviar o caminho das Índias, descobriu o território “Vera
Cruz” (denominado por ele), e o reivindicou para Portugal, e mais tarde essas terras constituiriam o
Brasil.
Com a vinda de muitos estrangeiros para a exploração das riquezas da nossa terra, principalmente
portugueses, franceses e holandeses, começou no país a miscigenação racial do povo brasileiro e
suas culturas, e um bom exemplo disso até hoje é a diferença de sotaques entre as cidades brasilei-
ras.
Porém, o que mudou completamente o cenário cultural do país foi o sistema econômico vigente na
época, o escravocrata. Os negros, forçados a saírem de seus países no continente africano, deixando
para trás suas vidas e famílias, foram trazidos em condições brutais para o Brasil (e outros diversos
países que também utilizavam o regime de escravidão).
Hoje somos um dos países com maior número de negros, e, embora tenham sofrido injustamente e
sido tratados de forma desumana, o povo de origem africana deixou como legado uma cultura muito
forte para o Brasil, como as religiões candomblé e umbanda, além de papel fundamental na constitui-
ção de nossa raça, música, dança e culinária.
Em 1922, o Brasil deixou de ser colônia e virou república, mas ainda demorou mais 66 anos até que a
escravidão fosse abolida pela princesa Isabel, com a Lei Áurea.
Com o fim desse regime, houve uma onda imigratória pelo país, com pessoas de diversos lugares do
mundo, em sua maioria italianos, japoneses e alemães nas regiões Sul e Sudeste.
Com a globalização e o progresso tecnológico e da informática, fala-se muito hoje em unificação glo-
bal cultural.
Isso significa, segundo alguns estudiosos, que as fronteiras que definem a cultura dos países e os
distinguem podem estar em risco, considerando o intenso contato entre os povos estrangeiros a partir
da tecnologia de comunicação e informação, as TICs.
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É muito comum e fácil, atualmente, qualquer pessoa entrar em contato com a cultura de outro país e
até mesmo adquirir seus produtos e serviços, como é o caso do fast food (McDonald’s, Burger King
etc.), sistema de alimentação americano.
Isso é apenas um detalhe. O processo de aculturação já está ocorrendo. Muitas pessoas entram em
canais de comunicação na internet para conversar com pessoas de outros países, bem como para
discutir questões relacionadas à cultura, economia e educação. Inclusive, alguns municípios do Brasil
adotaram o sistema educacional de outros países, a exemplo da Finlândia, que tem uma educação
que é vista como de primeira qualidade pelos órgãos internacionais, como a ONU e a UNESCO.
Ao andar pelas regiões do Brasil (sul, sudeste, centro-oeste, norte e nordeste), podemos ver com
mais facilidade a influência dos povos que aqui passaram, deixando seu legado, suas marcas, que
podem ser vistas não apenas na economia e gastronomia, mas também na arquitetura.
Região Norte
No Norte, por exemplo, local onde a influência indígena foi marcante, podemos encontrar pratos e ce-
lebrações que refletem a influência desses povos na região, como tucupi, cupuaçu e açaí.
Nesse pedaço do nosso país, a maior influência é indígena, pois, desde sempre, habitam ali popula-
ções de nativos brasileiros, que não deixam as tradições morrerem.
As festividades populares mais conhecidas são o Festival de Parintins, a maior Festa do Boi-bumbá
do Brasil, no Amazonas, e a festa de Ciro de Nazaré, grande manifestação católica do país, no Pará.
A culinária típica do Norte é baseada em mandioca e peixe, mas também há muitos pratos feitos com
carne de sol. Com todos esses nomes indígenas, dá para ter uma noção da força cultural nativa na
região, não é?
Região Nordeste
No Nordeste, observamos uma forte influência dos africanos e holandeses. Pratos como acarajé e
vatapá são exemplos nesse sentido, assim como também as festas e tradições: carnaval, São João
etc.
O carnaval é a maior festividade da região, que conta com elementos tradicionais da folia, com suas
marchinhas, pessoas fantasiadas, alegria dos foliões e, não poderiam faltar, os bonecos de Olinda.
Também há tradições religiosas, como a festa de Iemanjá, e a escadaria do Bonfim.
A gastronomia típica da região é uma ótima mistura das culturas africanas e brasileiras, com pratos
bastante conhecidos, como carne de sol, frutos do mar, buchada de bode, tapioca, bolo de fubá, pa-
monha, cocada etc., além dos citados.
Região Centro-Oeste
Esse canto do Brasil contém partes de culturas indígenas, sertanejas, paulistas, mineiras e gaúchas,
mas também apresenta características de outros países, a exemplo dos citados.
As festividades típicas são a dança folclórica, de tradição indígena, e Festa do Divino, religiosas.
Na cozinha da região, é comum encontrar o arroz com pequi, sopa paraguaia, arroz carreteiro, angu e
peixes originários do Pantanal mato-grossense.
Talvez o sudeste e o Sul tenham sido as regiões mais marcadas — em seu traçado urbano, comida e
festividades — pela presença de outros povos.
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DIVERSIDADE CULTURAL DO BRASIL
Por ter recebido imigrantes de muitas partes do mundo, a diversidade cultural da Região Sudeste é
bastante ampla, principalmente no que diz respeito à culinária. As opções são diversas, como o pão-
zinho de queijo mineiro, feijoada carioca, virado à paulista, bolinho de bacalhau de Portugal, as mas-
sas italianas, moqueca capixaba, picadinho, aipim frito, tutu de feijão, entre muitos outros.
As festividades do Sudeste mais tradicionais são as festas do Divino, festas em homenagem aos san-
tos padroeiros, festas do peão de boiadeiro, Carnaval, samba de lenço e festa de Iemanjá.
São Paulo, no Sudeste, é, certamente, o exemplo mais rico que temos em se tratando de diversidade
cultural. O local, além de abrigar povos de diversas regiões do mundo (americanos, italianos etc.), é
casa para brasileiros oriundos de outras partes do país.
Nos três estados que compõem a região Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, é possível
observar as influências culturais herdadas dos imigrantes espanhóis, italianos, japoneses e, principal-
mente, dos alemães, começando pela arquitetura de algumas cidades, como Gramado (RS).
Na cozinha, as comidas tradicionais da região são o churrasco, o chimarrão, camarão, carne de mar-
reco e vinhos.
A Oktoberfest, a festa da cerveja de origem alemã, é um dos festivais mais conhecidos da Região
Sul, sediada em Blumenau (SC). Outro evento bastante conhecido é a Festa da Uva, em Caxias do
Sul (RS).
Cada nacionalidade que passou pelo Brasil, assim como a população nativa, deixou um legado indivi-
dual na marca do país com suas tradições e costumes.
A miscigenação dessas culturas criou uma identidade própria do país, com um rico leque de tradições
culinárias, arquitetônicas, literárias, musicais, artísticas, religiosas e muito mais. Hoje, somos referên-
cia mundial em muitas de nossas tradições. Veja abaixo alguns exemplos:
Festividades: Carnaval;
Mas uma coisa é certa: embora cada canto do país tenha sua própria história e personalidade cultu-
ral, algumas características unem toda a população, como o carisma, alegria e força para lutar contra
as dificuldades.
Pergunte a qualquer estrangeiro que já tenha visitado alguma parte do Brasil, e a resposta será a
mesma: o brasileiro é um povo caloroso e que, apesar dos problemas do dia-a-dia, está sempre com
um sorriso no rosto.
A formação social do Brasil diz muito sobre a sua diversidade cultural. A rica cultura do país está pre-
sente não só nas festividades e culinária, mas também no sotaque do povo e na arquitetura. O tra-
çado urbanístico no Sul é, nesse sentido, predominantemente europeu.
A diversidade cultural é mais do que apenas uma afirmação histórica do Brasil, como vimos. Coloca-
se hoje como uma ferramenta de identidade do país, uma vez que o projeta nacional e internacional-
mente, a partir de diversos instrumentos de comunicação e de sentido, como o cinema, televisão, rá-
dio, publicidade, redes sociais, entre outros.
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DIVERSIDADE CULTURAL DO BRASIL
Com o objetivo de fazer com que conheça melhor a diversidade cultural do Brasil a partir das mídias,
montamos este tópico. Aqui, apresentamos obras midiáticas que apresentam a riqueza cultural do
país.
Cinema
O cinema é visto hoje como uma importante obra de arte de representação de valores sociais e cultu-
rais de um dado local, a exemplo do Brasil.
Inaugurado em 1985 pelos irmãos Lumière, o cinema foi utilizado para reproduzir símbolos culturais
que ganharam notoriedade na sociedade, como um todo. No Brasil não foi diferente. Passou também
a ser utilizado para projetar e dar novos sentidos à vida cultural do país.
Um grande filme que podemos destacar nesse sentido é “Que horas ela volta?”. A obra reproduz um
traço cultural do Brasil que perdura por anos. O fato de que muitos filhos são criados não pela mãe
biológica, mas pela figura da babá. Revela um aspecto cultural do brasileiro.
Outra que podemos citar é Rio. Animação que coloca em evidência não só os elementos culturais do
Brasil, como o samba, pagode e frevo, mas também o que o país tem de mais importante: a sua di-
versidade ambiental.
Televisão
A televisão também não deixa a desejar quando o assunto é abordar a diversidade cultural do Brasil.
Podemos vislumbrar isso não só no cinema, mas nas telenovelas. Como exemplo, podemos desta-
car Xica da Silva. Novela que aborda a história da escravidão no Brasil, bem como as relações entre
negros e brancos, revelando um aspecto fundamental do país: a sua miscigenação.
Outra que também podemos destacar é Malhação, telenovela que apresenta a cultura dos jovens,
seus gostos musicais, entre outros elementos que revelam um Brasil que é histórica e culturalmente
plural.
Publicidade
Ainda que receba fortes críticas da sociedade, a publicidade se apresenta hoje como uma importante
ferramenta para o fortalecimento da diversidade cultural do Brasil.
A partir dela, histórias são contadas de uma maneira diferente e inusitada, revelando aspectos da cul-
tura plural do país.
Algumas marcas de roupas, por exemplo, colocam em suas campanhas publicitárias pessoas de to-
das as cores e com cabelos diferenciados, como liso, crespo e cacheado, com o objetivo de gerar
conscientização social e cultural.
Além dos instrumentos de comunicação citados, outros que são utilizados para abordar a diversidade
cultural do Brasil são: redes sociais, folder, banner, documentário, entre outros.
A diversidade cultural do Brasil está incorporada no cotidiano das pessoas e das produções midiáti-
cas, em geral, sendo abordada de uma maneira diferenciada e impactante.
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