Síndrome de Guillain-Barré

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Marcela M.

Bertoli – 7° Período

Síndrome de Guillain-Barré
Introdução Paralisia Flácida Arreflexa Aguda ascendente e
comprimento-dependente → se inicia nos maiores
A SGB é a principal causa de paralisia flácida aguda nervos e mais inferiores, e vai subindo em direção aos
Caracterizada como uma Polirradiculoneuropatia menores e mais superiores
inflamatória desmielinizante aguda (AIDP) → lesão Pode evoluir para acometimento de diversos nervos,
aguda inflamatória desmielinizante que acomete causando diplopia, paralisia de Bell (acometimento do
diversos nervos periféricos nervo facial), insuficiência respiratória e disautonomia
(redução da função do SNA, levando a perda do
Fisiopatologia controle de esfíncteres, hipotensão, bradi e
Normalmente se inicia de 1 a 3 semanas após a taquicardia, sudorese, dentre outros → marcador de
infecção pela bactéria Campylobacter jejuni → o corpo mau prognóstico)
produz anticorpos contra a bactéria, porém há uma
reação cruzada com antígenos próprios, atacando a
bainha de mielina dos neurônios periféricos por
similaridade estrutural

Após a destruição da bainha de mielina, há redução da


velocidade de condução do impulso nervoso

Pode ocorrer por outros estímulos imunológicos além


da infecção bacteriana, como infecção por
citomegalovírus ou Epstein Barr, além de gravidez Evolução do Quadro
A doença apresenta um curso monofásico: se inicia
pela infecção → aumento da produção de anticorpos
→ lesão da bainha de mielina → perda progressiva de
força

Curso agudo: a piora do paciente é de até 8 semanas


→ caso passe de 8 semanas, é crônica

Diagnóstico
O diagnóstico da SGB é primariamente clínico, os
Quadro Clínico
exames complementares são realizados para confirmar
Inicialmente, o paciente pode apresentar: a hipótese diagnóstica e excluir outras causas de
paralisia flácida
• Dor neuropática nas raízes inflamadas
• Sensação de parestesias na extremidade distal Eletroneuromiografia (ENM)
dos membros inferiores
Solicitado nos quatro membros para avaliar a
Posteriormente, evolui para uma fraqueza ascendente velocidade de condução do estímulo
arreflexa → a fraqueza é progressiva
Na SGB, a velocidade vai estar reduzida
Marcela M. Bertoli – 7° Período
Análise do Líquor Não Medicamentoso - Plasmaférese
Devido ao quadro inflamatório da SGB, espera-se Separação do plasma das células sanguíneas, realizada
encontrar no líquor: em 2 a 6 sessões a depender do grau de acometimento
Dissociação
• Alta concentração de proteínas proteíno- O plasma contém os anticorpos causadores da lesão
• Contagem de células normal citológica nervosa na SGB → retira o plasma e reinfunde as
células sanguíneas
Na primeira semana, a proteína do líquor pode se
apresentar normal → não deve ser realizado de forma Quando Tratar em CTI
precoce
Os pacientes devem ser tratados em CTI quando
Caso haja aumento da contagem de linfócitos, deve-se apresentarem:
pensar em outros diagnósticos diferenciais
• Incapacidade respiratória
Escala de Incapacidade • Tosse escassa
• Pneumonia aspirativa
0 Saudável
• Disfagia
1 Incapacidade Mínima
• Sepse
2 Capaz de caminhar 10m sem assistência
3 Incapaz de caminhar 10m sem assistência • Sinais disautonômicos (Flutuação de PA e FC,
4 Cadeira de rodas ou acamado arritmias, edema pulmonar, íleo paralítico)
5 Ventilação mecânica
Indicadores de Mau Prognóstico
Mortalidade na SGB: relacionada às complicações
Auxilia na decisão de iniciar o tratamento ou não
• 50 anos
O tratamento deve ser iniciado a partir do grau 3,
quando é incapaz de caminhar 10 metros sem • Diarreia precedente
assistência • Início abrupto de fraqueza grave (< 7 dias)
• Necessidade de ventilação mecânica
Caso o paciente apresente rápida progressão, como • Amplitude do potencial da condução motora
por exemplo estava no grau 0 em um dia e no dia menor que 20% no limite normal
seguinte já estava no grau 2, o tratamento também
deve ser iniciado

Tratamento
Medicamentoso
Como a SGB é uma doença imunológica de caráter
humoral, deve-se tratar com imunoglobulina para
destruir os anticorpos → NÃO UTILIZAR CORTICOIDE

Fármaco de escolha: Imunoglobulina Humana IV (IgIV)

DOSE: 0,4g/kg/dia por 5 dias


Exemplo:

• Paciente de 60kg: 0,4 gramas x 60kg = 24g por


dia, por 5 dias
• Paciente de 100kg: 0,4g x 100kg = 40g por dia,
por 5 dias

A imunoglobulina não causa imunossupressão, pois no


sangue não há alta concentração de anticorpos gerais,
somente dos anticorpos contra a bainha de mielina
causadores da SGB
Marcela M. Bertoli – 7° Período

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