Aula 07 - MTC

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Olá, tudo bem?

Estamos em mais uma aula do nosso curso, desejamos a você um excelente


aprendizado. Agora é com você!

Vamos aprender um pouco sobre “Fichamento”!

Inicialmente, imagine-se em um supermercado, diante de uma prateleira com


várias marcas e tipos de bombons. Como não pode colocar todos no seu carrinho de
compras, escolherá alguns. A escolha, com certeza, será feita de acordo com as suas
intenções: os que gostam mais, o gosto da pessoa com a qual dividirá alguns, quanto pode
gastar...

Agora, substitua a prateleira pelo livro; os bombons, pelas ideias; o carrinho de


compras, pelas fichas. Fichar é retirar do livro as ideias mais relevantes, de acordo com
as suas intenções, e registrá-las em uma ficha tal e qual estava no livro ou com as suas
próprias palavras.

A importância do fichamento para a assimilação e produção do conhecimento é


dada pela necessidade que tanto o estudante, como o professor ou o pesquisador têm de
selecionar uma considerável quantidade de teorias. As informações mais significativas
devem ser compreendidas e

registradas, para utilização posterior em produções escritas, sejam elas de


iniciação à redação científica, tais como os primeiros trabalhos escritos solicitados ao
estudante; de textos para aulas, palestras ou conferências elaboradas pelo professor; ou,
então, para a elaboração de trabalho de conclusão de curso, dissertação de mestrado ou
do relatório de pesquisa do pesquisador.

<Atenção> A principal utilidade da técnica de fichamento é organizar a leitura dos


conteúdos das diversas disciplinas que integram determinado estudo, seja na pesquisa
científica ou na aprendizagem.
Conforme Ferreira, Almeida e Faria (2008) os fichamentos têm os seguintes objetivos

a) identificar as obras consultadas;

b) registrar o conteúdo das obras;

c) registrar as reflexões proporcionadas pelo material de leitura;

d) organizar as informações colhidas.

Essa modalidade de trabalho possibilita a você, aluno/a, organizar os textos


pesquisados e a selecionar os dados mais importantes desses textos. Funciona como
método de aprendizagem e memorização dos conteúdos. É o exercício básico para a
redação de trabalhos.

Ainda conforme o mesmo autor pode ser considerado duas modalidades de fichamento:

a) fichamento solicitado ao estudante como exercício acadêmico, para


desenvolver as habilidades exigidas ao estudo de determinado conteúdo de uma
disciplina, consistindo no registro do resumo do texto indicado pelo professor.

b) fichamento que é feito pelo estudante, professor ou pesquisador, no


contexto de uma pesquisa ou de uma revisão teórica, com o propósito de registrar
sistematicamente e documentar as informações necessárias à elaboração de um
determinado trabalho - uma resenha, um artigo, uma monografia, um seminário ou um
relatório de pesquisa.

Esse tipo de ficha destina-se ao registro sintético do conteúdo ou de parte do conteúdo


das obras lidas.

Segundo Ferreira, Almeida e Faria (2008) a elaboração de fichas exige os


procedimentos a seguir:

● O corpo da ficha consistirá no resumo da obra devendo ser sucinto, seletivo


e objetivo, respeitando a ordem das ideias apresentadas, numa linguagem clara, correta,
coerente e concisa.

● O fichamento deve conter apenas o resumo das ideias do autor e nenhuma


citação ou comentário pessoal do fichador, exceto se solicitado pelo professor. Pode
também, apresentar o resumo, que sintetiza o conteúdo, seguido das citações, ou seja, das
transcrições mais significativas de trechos do conteúdo, sempre entre aspas e com
indicação da respectiva página, o que torna a ficha mais completa.

● A organização das fichas deve ser feita de modo que permita identificação
posterior da página da obra onde se localiza esse ou aquele conceito, ideia ou argumento,
bem como a distinção das expressões ou palavras do autor da obra – isto é, as citações,
que deverão estar sempre entre aspas – das expressões ou palavras próprias do fichador.

<ATENÇÃO> É importante salientar que a inclusão de citações no fichamento não


significa que este se confunda com um mero exercício de “recorte e colagem” de trechos
da obra.

● Após cada capítulo ou tópico do texto fichado sugere-se a inclusão de um


breve comentário com as palavras do próprio fichador acerca dos trechos coletados e
transcritos por ele, considerados de ideias relevantes

A estrutura das fichas deve conter os seguintes elementos:

– Referência: autor (es), título, edição, local, editora, data de publicação, número de
páginas. A ficha terá a referência completa da obra (ou do texto) à qual a ficha se refere,
elaborada de acordo com a NBR-6023\2002 da ABNT.

– Corpo da ficha: o conteúdo propriamente dito, que variará conforme o tipo


fichamento que o estudante ou pesquisador pretenda fazer.

Modelo de um fichamento:
RUIZ, J. A. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. São Paulo, Atlas,
1977, p.168.

1) Resumo : Destaca a importância do estudo e apresenta um método para a eficiência.


Apresenta indicações para o bom aproveitamento da leitura trabalhada.

2) Citações principais do texto


“A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado constituído
principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido
algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de
fontes bibliográficas.” (p. 44)
“Enquanto a pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos
autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não
recebem ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaboradas de acordo com
os objetos de pesquisa” (p. 45)

3) Comentários (parecer e crítica)


Obra que trata de uma das questões mais atuais em educação: o educador pesquisador.
Trata-se de uma pesquisa com professores das escolas sobre a temática
(continua...).
Fonte: RUIZ, J. A. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. São Paulo, Atlas, 1977,
p.168.

Você provavelmente já fez vários resumos, mas vamos compreender mais sobre ele e
sua estruturação?

Resumo

Resumir é apresentar de forma breve, concisa e seletiva um determinado conteúdo.


Isto significa reduzir a termos breves e precisos a parte essencial de um texto. Saber fazer
um bom resumo é fundamental no percurso de um estudante, em especial por lhe permitir
recuperar rapidamente idéias, conceitos e informações com as quais ele terá de lidar ao
longo de seu curso.

Em geral um bom resumo deve ser (FERREIRA; ALMEIDA; FARIA 2008):

– Breve e conciso: no resumo de um texto, por exemplo, devem-se deixar de lado


os exemplos dados pelo autor, detalhes e dados secundários;

– Logicamente estruturado: um resumo não é apenas um apanhado de frases soltas.


Ele deve trazer as ideias centrais (o argumento) daquilo que se está resumindo,
alinhavadas por expressões como: O autor pondera que...; Para o autor...; De acordo com
o autor...; Segundo Martins...; e,
– Coerente: as ideias devem ser apresentadas em ordem lógica, ou seja, como tendo
uma relação entre elas, tornando o texto do resumo compreensível.

<Saiba mais...> O resumo tem várias utilizações. Isto significa também que existem vários
tipos de resumo. São encontrados resumos como parte de monografia, de artigo científico,
em catálogos de editoras, em revistas especializadas, em boletins bibliográficos, etc. Por
isso, antes de fazer um resumo deve-se saber a que ele se destina, para saber como deve
ser feito.

Você sabe o que é uma Resenha?

Para Ferreira, Almeida e Faria (2008) a resenha consiste na apresentação sucinta


e apreciação crítica do conteúdo de uma obra inteira, ou seja, compreende o resumo e o
comentário de uma obra científica ou literária. Ela deve levar ao leitor informações
objetivas sobre o assunto de que trata a obra, destacando a contribuição do autor, a
abordagem nova do tema ou problema, os novos conhecimentos e as novas teorias.

É, em geral, feita por estudantes que, além do conhecimento especializado do


tema, têm condições de emitir um juízo crítico. Quando realizada como um trabalho
escolar tem o propósito de exercitar a capacidade de compreensão e de crítica do
estudante. Esse tipo de trabalho tornou-se um importante recurso para os pesquisadores
e, de um modo geral, para as pessoas cuja atividade profissional ou de estudo requer
informações sobre a produção científica, artística ou cultural em seu campo de interesse,
em decorrência, principalmente, da rápida difusão de conhecimentos característica da
sociedade atual.

Como já sabemos no que consiste uma resenha, vamos conhecer seus principais itens:

– resumo das ideias principais de uma obra;


– apreciação crítica das informações apresentadas e da forma como foram expostas.

– justificativa da apreciação realizada.

Passo a passo: A resenha deve abranger um conjunto determinado de informações, de


modo a cumprir sua finalidade. O roteiro a seguir baseia-se no modelo apresentado por
Lakatos e Marconi (1991, p. 245-246):

– Referência: autores, título, edição, local, editora, data de publicação, número de páginas
e preço.
– Credenciais do autor: informações gerais sobre o autor e sua qualificação acadêmica,
profissional ou especializada, títulos, cargos exercidos, obras publicadas.

– Resumo da obra: resumo das ideias principais, descrição breve do conteúdo dos
capítulos ou partes da obra. As perguntas seguintes são orientadoras: De que trata a
obra? O que diz? Qual sua característica principal? São necessários conhecimentos
prévios para entendê-la?

– Conclusão do autor: o autor apresenta (ou não) conclusões? Caso apresente, quais são
elas? Onde se encontram (no final da obra ou no final dos capítulos)?

– Quadro de referências do autor: a que corrente de pensamento o autor se filia? Que


teoria ou modelo teórico apoia seu estudo?

– Crítica do resenhista (apreciação):

a) Como se situa o autor da obra em relação às escolas ou correntes


científicas ou filosóficas; em relação ao contexto social, econômico, político, histórico
etc.?

b) Quanto ao mérito da obra: qual a contribuição dada? As ideias são


originais, criativas? A abordagem dos conhecimentos é inovadora?

c) Quanto ao estilo: é conciso, objetivo, claro, coerente, preciso? A


linguagem é correta?
d) Quanto à forma: é lógica, sistematizada? Utiliza recursos explicativos
(ilustrações, exemplos, gráficos, desenhos, figuras etc.)?

e) A quem se destina a obra: grande público, especialistas, estudantes?

Não se preocupe: Nem sempre é possível ou necessário dar resposta a todas as perguntas
ou itens relacionados acima, o que muitas vezes depende da obra resenhada, bem como
da finalidade ou destino da resenha.

E o que seria uma Síntese?

Nada mais e nada menos do que uma condensação das principais ideias de
determinada obra, na linguagem do sintetizador. É o exercício mais exigente dentre os
demais, em se tratando de uma modalidade de texto que não se perde em rodeios e
explicações. (FERREIRA; ALMEIDA; FARIA 2008).
Um texto sintético não é apenas uma repetição curta de outro texto, é a exposição
de sua essência, e pressupõe uma capacidade de análise, organização e reflexão.
Entendendo melhor!

1ª fase: compreensão e interpretação do texto original;

Após a leitura global do texto em questão, deve-se proceder à identificação das


ideias e dos acontecimentos principais, sublinhando as articulações lógicas e os exemplos.

2ª fase: construção do texto da síntese;

Para se realizar uma boa síntese é necessária a compreensão e a interpretação do


texto original. A seguir, realiza-se a síntese, que consiste em se fazer um resumo e resumir
este resumo até esgotar as possibilidades de torná-lo o menor possível, mantendo-se fiel
às ideias originais, com as palavras do sintetizador.

O texto da síntese inicia-se com a apresentação do tema, do nome do autor e da


tese (se existir) e, depois, a exposição das ideias inerentes ao tema, ou seja, o problema
do texto (o ponto central). Não é necessário que a ordem da exposição seja igual à do
texto original, mas respeitam-se as relações entre as ideias, sem alteração de significados.

< ATENÇÃO> A síntese é sempre redigida na terceira pessoa, da forma mais concisa e
clara.

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