Texto de Apoio - Matemática B1

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TEXTO DE APOIO PARA OS ALUNOS

10ª ou 11ª classe - 2º Ciclo

MATEMÁTICA CSPQ 10ª CLASSE

MATEMÁTICA B I

Ministério da Educação
Cultura e Formação
ÍNDICE

Tema 1 – Geometria ...................................................................................... 3


 Problemas Geométricos no Plano e no Espaço // Secções no Cubo …………………….. 4
 Referenciais e Condições no Plano e no Espaço ………………………………………………………. 10
 Equação Reduzida da Recta no Plano // Conjuntos Definidos por Condições ….……… 20

Tema 2 – Funções ...................................................................................... 24


 Generalidades sobre Funções ……………………………………………………….…………………….. 25
 Função Afim …………………………………………….………………………………………………………. 30
 Função Quadrática …………….…………………………………………………………………………… 31
 Transformações simples de Funções ………………………………………………………………….. 38
 Funções Polinomiais. Polinómios ……………………………………………………………………………… 40

Bibliografia ………....................................................................................... 46

2
TEMA 1
GEOMETRIA

INTRODUÇÃO
Um olhar atento sobre aquilo que nos rodeia é suficiente para identificarmos modelos construídos pelo Homem ou
pela própria Natureza relacionados com a geometria do plano e com a geometria no espaço.

Esfera Armilar – São Tomé

Museu do Louvre – Paris

Banco Central de São


Tomé e Príncipe – São
Tomé

Forte – São Tomé

Cubo da Ribeira – Porto Roça Sundy - Príncipe

3
PROBLEMAS GEOMÉTRICOS NO PLANO E NO ESPAÇO // SECÇÕES NO CUBO
 PAVIMENTAÇÕES
Uma pavimentação do plano é um conjunto de mosaicos que cobre completamente uma superfície, sem
sobreposições nem espaços intermédios.

Para pavimentar uma superfície


plana, usando figuras geométricas
de modo a não existirem falhas e
sobreposições, existem condições
que têm que ser respeitadas. Em
torno de cada vértice (ponto que
converge mais de uma figura):
- a soma dos ângulos internos das
figuras usadas tem que ser 3600;
- têm que convergir 3 ou mais
figuras geométricas.

Nota:
Polígono regular é uma figura
geométrica com ângulos e lados
iguais

Exemplos:

Pavimentação regular
Pavimentação semi-regular Calçadas
Mauritius C. Escher

M.A.(1)

4
 ÁREAS E PERÍMETROS

Exercícios:

1. Calcule a área das seguintes


bh figuras:
Triângulo A
2

Quadrado A  l l

F1
Rectângulo A  bh

Paralelogramo
A  bh

F2
Trapézio Bb
A h
2

Dd
Losango A
2

F3
P
Polígono A a
2
regular

Círculo A   r2

F4
2
3. Um jardim com 450m de área 4. Determine o valor de x, sabendo 2. Se o círculo da figura tem área
está dividido em duas partes. Qual é que a área do triângulo é um terço da 2π, qual a área do quadrado nele
a área da parte maior plantada? área do rectângulo. inscrito?

5
 SEMELHANÇAS NO PLANO (FACULTATIVO)
Classificação de triângulos Semelhança de triângulos
- Quanto aos lados Dois triângulos são semelhantes se tiverem:
- dois ângulos iguais:

Escaleno: três lados diferentes Isósceles: dois lados iguais Equilátero: três lados iguais x + x +
- Quanto aos ângulos - os três lados proporcionais:

Obtusângulo: com um ângulo Acutângulo: três ângulos Rectângulo: com um ângulo


obtuso (>90o) agudos (<90o) recto (=90o) - dois lados proporcionais e o ângulo, formado
por eles, igual:

Exercícios:
5. Considere a figura seguinte: x x

5.1. Justifique que os triângulos E Polígonos semelhantes:


são semelhantes.
Dois polígonos com o mesmo número de
lados dizem-se semelhantes quando têm de
5.2. Determine AC e BC . um para o outro:
- ângulos geometricamente iguais;
- lados correspondentes proporcionais.

6. Calcule altura da falésia sabendo que o chapéu-de-sol tem 2 metros


de altura, a sua sombra tem 2,6 metros de comprimento e a sombra 8. Sabendo que os seguintes polígonos são
da falésia tem 26 metros de comprimento. semelhantes, indique as medidas que faltam.

8.1.

8.2.
7. Utilizando o seguinte esquema calcule a largura da auto-estrada:

6
 POSIÇÃO RELATIVA DE RECTAS E PLANOS
Definição de recta e de plano:
- Dois pontos distintos, A e B, definem a recta AB.
- Três pontos não colineares definem um plano.

> Posição relativa de rectas:


Rectas complanares Rectas não complanares

> Posição relativa de planos: Exercício:


9. Considere a figura:

Indique duas rectas:


9.1. paralelas.
> Posição relativa de rectas e planos: 9.2. concorrentes.
9.3. perpendiculares.
Indique dois planos:
9.4. coincidentes.
9.5. concorrentes.
Indique uma recta:
9.6. perpendicular ao
plano ABC.

 SÓLIDOS / SÓLIDOS PLATÓNICOS


Não Poliedros Poliedros Irregulares Regulares
Sólidos geométricos cujas Sólidos geométricos cujas faces Não regulares. Poliedros em que as suas
faces não são todas planas. são figuras planas. faces são geometricamente
iguais e nos seus vértices
concorrem o mesmo número
de faces e arestas.

Sólidos Platónicos

Exercício:
10. Porque é que
existem apenas 5 sólidos
platónicos?

M.A.(2)
7
 VOLUMES DE SÓLIDOS

Exercícios:
11. Calcule o volume da
cada um dos sólidos
representados:
2 2 3
AL = 4a AT = 6a V=a

S1

AL = Pb x h AT = AL + 2Ab V = Ab x h

S2

AL = Pb x g = AT = AL + 2Ab= V = Ab x h =
S3
= 2r  g = 2rg  2r
2
= r
2
 h

S4
1
Pb V= A x h
AL =  ap AT = A L + A b 3 b
2

1 S5
V= A x h=
AT = A L + A b = 3 b
AL =   r  g
= rg  r
2 1 2
= r  h
3 12. Na figura temos uma
esfera inscrita num cilindro
com altura de 10cm.

4
A  4 r 2 V  r3
3

12.1. Calcule o volume de


13. O sólido da figura é um cubo de aresta
cada um dos sólidos.
10cm onde foi escavado um cilindro cuja base
12.2. Qual a razão entre os
tem um raio de 5cm. Calcule o valor exacto do
seus volumes.
volume do sólido.

8
 SECÇÕES NO CUBO
Quando se intersecta um cubo com um plano a secção que se obtém vai depender do número de faces do cubo
que o plano intersecta, isto é, se o plano intersecta 3 faces a secção obtida será um triângulo, se intersecta 4
faces a secção obtida será um quadrilátero, se intersecta 5 faces a secção obtida será um pentágono e se
intersecta 6 faces a secção obtida será um hexágono.

M.A.(3)
Exercícios:
14. Na figura estão representados um cubo 16. Na figura está representado um cubo com 9 cm de aresta CJ  AI = 3cm.
com 8 cm de lado e um prisma triangular.
16.1. Calcule o comprimento exacto de [JG].
16.2. Determine o valor exacto do perímetro
do quadrilátero [FGIJ].
16.3. O plano IJG divide o cubo em dois sólidos.
Calcule a razão entre os seus volumes.

17. Determine o volume do tronco de cone


14.1.Utilizando as letras da figura, indique:
representado na figura a sombreado.
a) uma recta perpendicular ao plano EFB. (apresente o resultado final arredondado as
b) duas rectas estritamente paralelas. centésimas)
c) dois planos que se intersectam na recta
EF.
14.2.Sabendo que AB = 14 cm determine:
a) o volume do prisma. 18. Determine a área da secção obtida no
b) o volume do sólido. octaedro regular, com 5cm de aresta, feita
14.3.Determine a área da secção obtida no pela intersecção do plano BDE.
cubo pelo plano:
a) AFG.
b) EGM. 19. A figura é constituída por um cubo e um cilindro
de base inscrita na face superior do cubo.
15. A figura representa um prisma recto A altura do cilindro é 8 cm e o seu volume é
3
cujas bases são trapézios. 200π cm . Determine o volume do cubo.

20. O sólido representado na figura é constituído por um cubo, e por uma


pirâmide com altura igual à do cubo.

20.1. Determine o volume do sólido.

20.2. Determine a área da secção produzida no


Indique as posições relativas de: sólido pelo plano:
15.1. EG e AB. a) AHG.
15.2. BC e o plano HIE. b) AFC.
15.3. plano AIE e plano ABI. c) CGV.
15.4. plano HIE e plano ABC.

9
REFERENCIAIS E CONDIÇÕES NO PLANO E NO ESPAÇO
 REFERENCIAL CARTESIANO NO PLANO: COORDENADAS DE PONTOS E SEUS SIMÉTRICOS
O referencial cartesiano, que vamos utilizar no nosso estudo de geometria analítica, é constituído por dois eixos
perpendiculares (ortogonais) e monométricos.
2º Quadrante 1º Quadrante
Coordenadas
A cada ponto corresponde um par ordenado de números: as
coordenadas do ponto. A primeira coordenada diz respeito ao eixo
horizontal (eixo Ox) e designa-se por abcissa e a segunda coordenada
diz respeito ao eixo vertical (eixo Oy) e designa-se por ordenada.

A (3 , 2)
3º Quadrante
4º Quadrante
Como 2 = x é o conjunto de todos os pares ordenados formados
por números reais, também chamamos ao plano 2.
Em geometria algébrica a cada representação geométrica corresponde uma representação algébrica e vice-versa.

Simetrias
Exercício:
Considerando o ponto A, por exemplo, verifica-se que o seu 21. Considere a figura
simétrico:
- relativamente ao eixo Oy é B(-3, 2).
- relativamente ao eixo Ox é D(3, -2).
- relativamente à origem, O, é C(-3,- 2).

De uma forma geral, sendo P um ponto com coordenadas


(a, b) com a e b reais temos:
- O simétrico de P relativamente ao eixo Ox tem como
21.1. Identifique as coordenadas dos pontos A, B,
coordenadas (a, - b).
C, D, E, F, G e H.
- O simétrico de P relativamente ao eixo Oy tem como
21.2. Indique as coordenadas do ponto simétrico
coordenadas (- a, b). a) a G relativamente ao eixo Oy.
- O simétrico de P relativamente à origem tem como b) a E relativamente à origem do referencial.
coordenadas (- a, - b). c) a B relativamente ao eixo Ox.

 RECTAS PARALELAS AOS EIXOS COORDENADOS // BISSECTRIZES // SEMIPLANOS

Rectas horizontais Rectas verticais Bissectrizes dos quadrantes

A equação de uma recta horizontal é do A equação de uma recta vertical é do Bissectriz dos quadrantes ímpares: y = x
tipo y = b. tipo x = a. Bissectriz dos quadrantes pares: y = -x
O eixo Ox tem equação y = 0. O eixo Oy tem equação x = 0.

10
Semiplanos: Uma recta divide o plano em dois semiplanos.

O semiplano sombreado na figura O semiplano sombreado na figura O semiplano sombreado corresponde ao


representa-se pela condição: x ≤ 1 representa-se pela condição: y > 3 conjunto de pontos do plano que têm
ordenada menor do que abcissa. Pode
por isso ser representado pela condição:
y<x

Trata-se de um semiplano fechado Trata-se de um semiplano aberto


porque a recta-limite também pertence porque a recta-limite não pertence ao
ao semiplano. semiplano.

Exercícios:

22.Observe a figura. 25. No referencial estão representados um rectângulo e um


Corresponda cada uma quadrado.
das rectas a uma equação:

___: x = 2 ___: x = π
___: y = 2 ___: x = -2
___: y = 0 ___: x = -1
___: y = π ___: x = 0
25.1. Indique as coordenadas dos vértices do rectângulo.
2 25.2. Qual é o simétrico de C em relação ao eixo das
23. Escreva uma condição, em , que defina cada um dos
ordenadas?
semiplanos seguintes:
25.3. Calcule a área sombreada.

26. Quanto ao quadrado [ABCD], sabe-se que o ponto A tem


como coordenadas (-2, 1) e que os seus vértices são
simétricos, dois a dois, relativamente à origem do
referencial. Represente o quadrado [ABCD] num referencial
e indique as coordenadas dos outros vértices.

27. Indique o simétrico do ponto A de coordenadas (-1, 4)


d)
relativamente à recta de equação:
27.1. x = 3 27.2. y = 0

28. Indique uma equação da recta…


28.1. …paralela ao eixo das abcissas e que passa por A(2,5).
28.2. …que passa por B(3, -1) e é perpendicular à recta de
equação y = 4.
28.3. …CD em que C(3, -2) e D(1, -2)

24. Considere o ponto F(-4, 2). Escreva uma equação da recta 29. Represente o conjunto dos pontos do plano definidos
que passa por F e é: por:
24.1. paralela ao eixo Ox. 29.1. x > 3 29.2. y ≤ 0
24.2. paralela ao eixo Oy. 29.3. y + x < 0 29.4. x ≥

11
 NEGAÇÃO, CONJUNÇÃO E DISJUNÇÃO DE CONDIÇÕES

Negação
Consideremos a condição x ≤ -2 .
A negação desta condição ou a condição contrária é x > -2.

O símbolo “~” lê-se “negação de”, e


representa a operação lógica negação de
uma condição.

x ≤ -2 ~( x ≤ -2)  x > -2

Conjunção Disjunção
Consideremos em 2 as condições: x ≤ 1 ; y ≥ 2 Consideremos em 2 as condições: y ≤ - 1 ; x > 3
A intersecção dos dois semiplanos é definida pela A reunião dos dois semiplanos é definida pela
conjunção das condições que os definem. disjunção das condições que os definem.

y≥2 Λ x≤1
y≤-1 V x>3

O símbolo “Λ” lê-se “e”, e representa a O símbolo “V” lê-se “ou”, e representa a
operação lógica conjunção de duas operação lógica disjunção de duas
condições. condições.

Exercícios:
30. Represente o conjunto dos 32. Defina através de uma condição o conjunto de pontos assinalados no referencial:
pontos do plano definidos por: 32.1. 32.2. 32.3. 32.4.
30.1. ~ (y < - 4 )
30.2. x < 3 Λ y ≤ - 2
30.3. x > 1 Λ x < - 1
30.4. x > 1 V x > 3
30.5. y ≤ x Λ y ≥ 0 Λ x ≤ 2
30.6. x < 0 V y > - x
30.7. (- 1 < x < 1) V (- 1 < y < 1) 33. Considere o conjunto: 34. Determine a de modo que:
30.8. IxI ≤ 2 A = { (x, y)
2
: x < -3 Λ y ≥ 4 } 34.1. O ponto L(a – 1, 6) pertença à:
30.9. IyI > 3 33.1. Represente o conjunto A num referencial. a) recta x = 3.
33.2. Dê um exemplo de um ponto que: b) bissectriz dos quadrantes ímpares.
2
31. Escreva uma condição, em a) pertença ao conjunto A. 34.2. O ponto M(a, a ) pertença à
2
, que defina… b) não pertença a A. bissectriz dos quadrantes pares.
31.1. …o segundo quadrante. c) pertença a A e à bissectriz dos quadrantes
2
31.2. …o quarto quadrante. pares. 35. Escreva, uma condição em que
31.3. …a união do terceiro e do d) pertença à bissectriz dos quadrantes pares defina um quadrado de lado 2 em que
quarto quadrante. mas não pertença a A. dois dos vértices opostos têm como
e) pertença ao 2º quadrante e a A. coordenadas (1, -2) e (3, 0).

12
 LEIS DE MORGAN
Nota Histórica:
Considere o domínio plano representado na figura. Augustus de Morgan
(1806-1871)
Este domínio pode ser definido pela conjunção de
duas condições:
x≥-2Λx≤1

A representação geométrica do conjunto de Matemático inglês nascido


pontos que não fazem parte do domínio plano na Índia onde o pai foi
dado é a representada na figura ao lado. oficial. Foi professor na
Este domínio pode ser definido pela disjunção Universidade de Londres,
de duas condições: onde evidenciou grande
capacidade de ensino e de
x<-2Vx>1
investigação. Gostava de
enigmas, alguns dos quais
reunidos pela viúva Sophia
Comparando as duas situações, conclui-se que: ~( x ≥ - 2 Λ x ≤ 1) = x < - 2 V x > 1
Elizabeth De Morgan no
~( x < - 2 V x > 1) = x ≥ - 2 Λ x ≤ 1 livro Budget of Paradoxes,
publicado em 1882.
Quadro Resumo:

Exercícios:
36. Sem utilizar o símbolo ~, escreva as
condições equivalentes a:
36.1. ~(x ≥ 3) 36.2. ~(y < 1)
36.3. ~(x ≤ 3 Λ x ≥ 2)
36.4. ~(x > 7 V x ≤ 5)
36.5. ~(x ≥ 2 Λ y ≤ 5)
36.6. ~(x ≥ -1 Λ y ≤ 3)

37. Considere a região representada a


sombreado:

Das seguintes condições, indique a que


a define:
(A) I y I ≥ 2 (B) I y I > 2
(C) ~(y < 2) (D) ~(y ≤ 2)

38. O conjunto de pontos definido pela


condição
~(y > x V y < 0) Λ x ≤ 2 é:
Nota:
(A) um rectângulo.
(B) um quadrado.
(C) um triângulo.
(D) um paralelogramo não rectângulo.

13
 REFERENCIAIS CARTESIANOS NO ESPAÇO. COORDENADAS DE PONTOS

Exercícios:
39. Indique as coordenadas dos
vértices do cubro representado.

40. Indique o eixo a que pertence o


ponto:
40.1. M (0, 3, 0) 40.2. N (0, 0, 5)
No espaço, um ponto é representado
40.3. R (-3, 0, 0) 40.4. P (0, -10, 0)
por três coordenadas.
41. A figura representa uma caixa com
a forma de um paralelepípedo
rectângulo.

Ox – eixo das abcissas


Oy – eixo das ordenadas
Oz – eixo das cotas
Indique as coordenadas dos pontos A,
Os três eixos são perpendiculares dois a dois e considera-se a mesma unidade
B e C.
de comprimento para os três.
Existe uma correspondência biunívoca entre 3 (conjunto dos ternos 42. A figura representada é um cubo
de aresta 6cm.
ordenados de elementos em ) e o conjunto dos pontos do espaço.

Exemplo:
Considere o paralelepípedo representado na figura e indique as coordenadas
dos vértices.

Indique as coordenadas dos vértices.


Resolução:
43. Uma aresta de paralelepípedo tem
A (2, 0, 0) por extremos os pontos (0, 0, 0) e
B (2, 3, 0) (3, 0, 0). Outra das arestas tem
C (0, 3, 0) extremos em (0, 0, 0) e (0, 5, 0) e uma
D (2, 0, 4) terceira aresta tem (0, 0, 0) e (0, 0, 2)
E (2, 3, 4) os extremos.
F (0, 3, 4)
G (0, 0, 4) Faça um esboço do sólido e indique as
coordenadas dos outros 4 vértices do
paralelepípedo.

14
 PLANOS COORDENADOS. PLANOS PERPENDICULARES AOS EIXOS COORDENADOS

Planos Coordenados Exercícios:


Num referencial Oxyz do espaço, os eixos Ox, Oy, e Oz definem dois a 44. Na figura estão representados 5
cubos de 1cm de aresta.
dois três planos.

O plano xOy é formado por O plano xOz é formado por O plano yOz é formado por Indique as coordenadas dos pontos
todos os pontos de cota todos os pontos de todos os pontos de abcissa assinalados e o octante a que
nula. É definido pela ordenada nula. É definido nula. É definido pela
pertencem.
condição: z = 0 pela condição: y = 0 condição: x = 0
45. Considere o cubo [ABCDEFGO] com
2cm de aresta.
Assim, xOy, yOz e xOz são os planos coordenados.

Os planos coordenados dividem os espaço em oito


partes chamadas octantes.

Indique as coordenadas dos vértices e se


pertencem a algum plano coordenado.
Planos Perpendiculares aos Eixos Coordenados

Se um plano α é perpendicular ao eixo Se um plano β é perpendicular ao eixo Se um plano φ é perpendicular ao eixo


Oz, então todos os pontos de α têm a Oy, então todos os pontos de β têm a Ox, então todos os pontos de φ têm a
mesma cota. mesma ordenada. mesma abcissa.

O plano α é definido pela condição: O plano β é definido pela condição: O plano φ é definido pela condição:
z=c , cє y=b , bє x=a , aє

Exercícios: 47. Escreva uma equação do plano…


46. Sobre o sólido representado sabe-se que: 47.1. … paralelo ao plano xOy e que passa
AB =7 ; DE =4 ; BE =3 e A(0, 0, 7). por (2, 3, 4).
46.1.Indique as coordenadas dos 47.2. … perpendicular ao eixo Ox e que
outros vértices do prisma. passa por (1, -2, 0).
46.2. Escreva uma condição que defina o plano: 47.3. … paralelo ao plano de equação y=-1 e
a) AHC b) CDE c) GBE d) HGD que contém a origem do referencial.

15
 OUTROS LUGARES GEOMÉTRICOS NO ESPAÇO

Recta
Exercício:
Na figura, em referencial o.m. Oxyz, estão
48. Na figura está representado o cubo
representados dois planos α e β.
[ABCDEFGH] com 8cm de aresta e em
que O é o centro da face inferior.
O plano α é definido pela condição z = 3.
O plano β é definido pela condição y = 2.

A recta r é a intersecção dos planos α e β e


é definida pela condição y=2 Λ z=3.

Segmento de Recta
Considere o cubo de 4cm de aresta centrado na origem do referencial.
48.1. Indique as coordenadas dos
A recta FG pode ser definida pela condição: vértices.
x = -2 Λ y = 2
48.2. Escreva uma condição que define
A aresta [FG] está contida na recta quando o plano:
a cota está compreendida entre -2 e 2. a) ADC b) HDC c) EHD
3
Podemos então definir a aresta [FG] pela 48.3. Indique uma condição em que
defina:
condição: (x = -2 Λ y = 2) Λ -2 ≤ z ≤ 2
a) a recta FG. b) a aresta [AB].
c) a aresta [HD]. d) a face [HEFG].
Os pontos do cubo têm abcissa, ordenada e cota compreendidas entre -2 e 2. e) a face [FGCB]. f) a recta AD.
Podemos, por isso definir o cubo, neste referencial, pela condição: g) a face [HGCD]. h) o cubo.
-2 ≤ x ≤ 2 Λ -2 ≤ y ≤2 Λ -2 ≤ z ≤ 2

 SIMETRIAS NO ESPAÇO

As simetrias no espaço podem ser estudadas de modo análogo ao estudo feito para as simetrias no quadro da
geometria plana.
Simetrias relativamente aos eixos coordenados, planos coordenados e origem do referencial.
Considere a figura seguinte. O paralelepípedo é simétrico relativamente aos planos coordenados.
O vértice P tem coordenadas (1, 2, 3). Indique as coordenadas dos vértices e
se pertencem a algum plano
Podemos dizer que:
coordenado.
A(1, -2, -3) é simétrico de P em relação ao eixo Ox.
C(-1, 2, -3) é simétrico de P em relação ao eixo Oy.
G(-1, -2, 3) é simétrico de P em relação ao eixo Oz.
D(-1, -2, -3) é simétrico de P em relação à origem O.
B(1, 2, -3) é simétrico de P em relação ao plano xOy.
E(1, -2, 3) é simétrico de P em relação ao plano xOz.
F(-1, 2, 3) é simétrico de P em relação ao plano yOz.

Exercícios: 50. Sendo P um ponto de coordenadas (3, -1, 5)


49. Considere o cubo no exercício 45. identifique o simétrico de P relativamente…
Indique as coordenadas do ponto simétrico de B relativamente… 50.1. …ao plano yOz. 50.2. …à origem O.
49.1. …ao plano yOz. 49.2. …à origem O. 50.3. …ao eixo Ox. 50.4. …ao eixo Oy.
49.3. …ao eixo Ox. 49.4. …ao plano xOy. 50.5. …ao eixo Oz. 50.6. …ao plano xOz.

16
Exercícios:

51. Na figura está representado num referencial o.m. 55. Observe a figura:
Oxyz um octaedro regular [ABCDEF].

Sabe-se que:
- O ponto A pertence ao plano xOz.
- O ponto E tem coordenadas (2, 2, 0).
- O ponto F tem coordenadas (2, 2, 4).
51.1. A equação do plano ABC é:
(A) x=2 (B) y=2
(C) z=2 (D) z=1
55.1. Indique as coordenadas dos vértices do sólido.
51.2. As coordenadas do ponto C são:
55.2. Escreva uma equação dos planos que contêm as faces:
(A) (2, 4, 2) (B) (4, 2, 2) (C) (2, 2, 4) (D) (4, 4, 2)
a) [IJKL] b) [CBEF] c) [IJGH]
55.3. Diga, de acordo com os dados da figura, qual é a recta
52. Num referencial o.m. Oxyz no espaço, a recta que passa
de intersecção dos planos α e β de equações:
pelos pontos A(2, 0, 1) e B(2, 3, 1) é definida pela condição:
a) α: z = 7 e β: y= 0 b) α: z = 0 e β: x = 0
(A) z=1 (B) y=0 V y=3 (C) x=2 (D) x=2 Λ z=1
56. Faça um esboço e descreva o conjunto de pontos do
53. Num referencial o.m. Oxyz no espaço o conjunto de
espaço que satisfaz cada uma das condições:
pontos definidos pela condição
56.1. z = 2
x = 11 Λ 0 ≤ y ≤ 1 Λ 0 ≤ z ≤ 2
56.2. x = 2 Λ y < - 3
é: (A) um rectângulo. (B) um paralelepípedo.
56.3. x = -3 Λ z = 0
(C) um segmento de recta. (D) um ponto.
56.4. y = 0 Λ x = 0
56.5. x = 4 Λ y = 0
54. Num referencial o.m. Oxyz no espaço, o simétrico do
56.6. x ≥ 0 Λ y ≥ 0 Λ z ≥ 0
ponto P(3, 4, 5) relativamente ao eixo Oz é:
56.7. x ≥ 0 Λ y ≥ 0 Λ z = 0
(A) (3, 4, 5) (B) (-3, -4, -5) (C) (-3, -4, 5) (D) (3, -4, -5)
56.8. 0 ≤ x ≤ 1 Λ 0 ≤ y ≤ 1 Λ 0 ≤ z ≤ 1

 DISTÂNCIA ENTRE DOIS PONTOS NO PLANO E NO ESPAÇO

No plano No espaço
Exemplo: Exemplo:
Calcular a distância do ponto A ao ponto C é o mesmo Calcular a distância do ponto A ao
que calcular AC . ponto F é o mesmo que calcular AF .
Usando o teorema de Pitágoras: Usando o teorema de Pitágoras:
2 2 2 2 2 2 2
AC  AB  BC AF  AB  BC  CF
AC  4  0 2  3  32
2
AF  4  0 2  5  0 2  3  0 2
2

AC  4  02   3  32 AF  0  4 2  5  02  3  02

A(0, 3) C(4, -3) A(4, 0, 0) F(0, 5, 3)

De uma forma geral: De uma forma geral:

A distância entre dois pontos A(xA, yA) e B(xB, yB) é: A distância entre dois pontos A(xA, yA, zA) e B(xB, yB, zB)
é:
AB  xB  x A 2   y B  y A 2 xB  x A 2   y B  y A 2  z B  z A 2
AB 

17
 MEDIATRIZ DE UM SEGMENTO DE RECTA / PLANO MEDIADOR

Mediatriz Plano Mediador


Chama-se metriatriz de um Chama-se plano mediador de um
segmento de recta [AB] ao segmento de recta [AB] ao
conjunto dos pontos conjunto dos pontos do espaço
equidistantes de A e B. equidistantes de A e B.

x  x A 2   y  y A 2  x  xB 2   y  y B 2 x  xA 2   y  y A 2  z  z A 2  x  xB 2   y  yB 2  z  zB 2

 CIRCUNFERÊNCIA E CÍRCULO / SUPERFÍCIE ESFÉRICA E ESFERA

Circunferência Círculo
Exemplo:
A circunferência é o conjunto de O círculo é o conjunto de
pontos que estão a uma distância pontos que estão a uma distância
de 3 unidades da origem. máxima de r unidades da origem.

Uma circunferência de centro (a, b) e raio r Um círculo de centro (a, b) e raio r define-se por:
define-se por:
x  a2   y  b2  r 2 x  a2   y  b2  r 2

M.A.(4)
Analogamente à circunferência e ao círculo, pode-se definir:
Superfície Esférica Uma superfície esférica de centro (a, b, c) e raio r define-se por:
x  a2   y  b2  z  c2  r 2

Esfera Uma esfera de centro (a, b, c) e raio r define-se por:


x  a2   y  b2  z  c2  r 2

Exercícios: 60. Na figura está representado um paralelepípedo rectângulo.


57. Determine o comprimento do segmento [AB] para: O vértice C é também a origem do referencial.
57.1. A(0, 2) B(3, 2) 57.2. A(-1, 4) B(3, -1) Sabe-se que: AB = 1,5cm ; BC = 2cm ; CG = 5cm
57.3. A(0, -2, 0) B(2, -3, 5)
60.1. Indique as coordenadas
58. No referencial o. m. Oxy está dos vértices do sólido.
representado um quadrilátero.
60.2. Usando as coordenadas
Calcule o valor exacto dos vértices, calcule,
do perímetro: apresentando o valor exacto:
58.1. do triângulo [ABD].
a) GA b) EC c) ED d) FA
58.2. do quadrilátero [ABCD].
60.3. Escreva a equação para o
59. Classifique, quanto ao comprimento dos lados o
plano mediador das arestas:
triângulo [MAR], sendo:
a) [DA] b) [AB] c) [HG]
M(-2, 1) A(5, 1) R(5, 4)
d) [FA] e) [EG] f) [BE]

18
Exercícios:
2
61. No referencial xOy da figura 69. Represente, utilizando uma condição em , a região a
estão representadas três sombreado de cada alínea.
circunferências centradas em 69.1. 69.2.
A(-2, 4), B(-3, 3) e C(1, -2).
61.1. Determine o raio de cada
uma das circunferências.
61.2. Escreva a equação que define
cada uma das circunferências.

62. Considere a circunferência definida pela equação:


x  32   y  12  9 e os pontos A(-2, 4) ; B(-4, -1) e C(-5, 0). 69.3. 3 69.4.
62.1. Determine a posição de cada um dos pontos
relativamente à circunferência. -3
62.2. Indique uma equação que defina a circunferência de
centro C e que passa por A.
62.3. Represente num referencial a circunferência dada.

63. No referencial da figura 69.5. 69.6.


encontram-se representadas
duas circunferências de igual
raio, tangentes e centradas nos
pontos: A(-4, 3) B(8, -2).
Represente cada uma das
circunferências por uma equação.

64. Represente, num referencial cartesiano, as seguintes 70. Na figura estão representadas
condições: duas circunferências.
A região sombreada pode
64.1. x 2   y  22  4 64.2. x  12   y  4 2  9
ser definida por:
64.3. x 2  y 2  4  y   x 2 2 2 2
(A) x + y ≤ 2 Λ (x + 2) + y ≤ 1
2 2
(B) 1 ≤ x + y ≤ 2
65. No referencial está representado um quadrado 2 2 2 2
(C) x + y ≤ 4 V (x - 2) + y ≤ 1
com 4cm de lado cujo centro é a origem do referencial. 2 2 2 2
(D) x + y ≤ 4 Λ (x - 2) + y ≤ 1
65.1. Determine a equação da
mediatriz de [OB]. 2 2 2
71. Num referencial Oxyz , a condição (x - 2) + y + (z + 3) ≤
65.2. Escreva uma equação da
16 define uma esfera inscrita num cilindro. Sejam C o centro
circunferência representada
da esfera e h a altura do cilindro. Então:
na figura.
(A) C(-2, 0, 3) e h = 4 (B) C(2, 0, -3) e h = 4
65.3. Indique uma condição que
(C) C(2, 0, -3) e h = 8 (D) C(-2, 0, 3) e h = 8
defina a região do plano sombreada.
65.4. Calcule a área da zona sombreada.
72. O conjunto de pontos definido pela condição
66. Identifique a secção que se obtém intersectando a esfera 2 2
x +y ≤4Λ x≥0Λy≤0
definida por: x  12  y 2  z  32  9 com o plano y = 3. pode ser representado num referencial por:
(A) (C)
67. Escreva uma condição que defina a esfera de centro
C de coordena das (0, 2, 0) tangente ao plano z =4. (B) (D)
68. Determine as coordenadas dos pontos de intersecção
da superfície esférica de centro C(-3, 2, 0) e raio 5
com o eixo Oy.

19
EQUAÇÃO REDUZIDA DA RECTA NO PLANO // CONJUNTOS DEFINIDOS POR CONDIÇÕES
 EQUAÇÃO REDUZIDA DA RECTA
Observando a recta r representada na figura, constatamos que a ordenada
de cada um dos seus pontos é o dobro da abcissa respectiva, isto é, para
qualquer ponto de coordenadas (x, y), verifica-se que y = 2x.
Qual o significado do número 2?
Observando a figura ao lado verificamos
que ao avançar uma unidade no eixo xx a
sua imagem aumenta 2 unidades.
Calculando o quociente
y 2
 2.
x 1

Este quociente que não depende dos pontos da recta para o calcular, designa-se
por declive da recta r e representa-se por m. O declive informa-nos sobre a
inclinação da recta em relação ao eixo das abcissas.

Podemos calcular o declive de uma recta utilizando


Dados dois quaisquer pontos A x A , y A  e B x B , y B  de
dois dos seus pontos, por exemplo consideremos o
uma recta não vertical chama-se declive da recta AB ao
ponto A(1, 2) e D(-5, -10). quociente:
y A  y B 2  10 12 y  yB yB  y A
m   2 m A 
x A  xB 1 5 6 x A  xB xB  x A

Qual é o significado geométrico do declive?


Tomando como referência a recta s e o seu declive 1, verificamos que o
declive da recta r é maior, sendo também maior a sua inclinação, em
relação ao eixo das abcissas.
Quanto à recta t, o seu declive é 0,5, e, portanto, menor que o da recta s,
assim como é menor a sua inclinação, em relação ao eixo das abcissas.

Acrescentemos agora duas rectas ao referencial, r’ e r’’:


Como verificamos a inclinação mantém-se para as duas novas
rectas, no entanto, existe uma alteração na ordenada na origem
(representada por b) que corresponde à deslocação que ocorreu
de r para r’ (3 unidades para cima) e r para r’’ (5 unidades para
baixo).
Este valor influencia a equação da recta:
r': y = 2x + 3 r’’: y = 2x – 5

20
Verifica-se que as equações destas rectas são todas do tipo y = mx + b , tal como acontece com todas as rectas não
verticais.
m corresponde ao valor do declive da recta e o valor de b é a ordenada do ponto de intersecção da recta com o eixo
das ordenadas, chamada de ordenada na origem.

Chama-se equação reduzida de uma recta não vertical, à equação


do tipo:
y = mx + b

onde m é o declive da recta e b é a ordenada na origem.

Exercícios 74. Considere as rectas representadas.


A’ = A + u =(a ,
73. Investigue qual o declive das:
1 a 2, a ) +(u1,corresponder
3 Faça u2, u3) = (a1 +a cada
u1 , arecta
2 + uuma
2 , adas
3 + seguintes
u3) opções:
73.1. rectas horizontais. I. y = -x + 1 II. y = -x + 3
73.2. rectas verticais. 1 3
III. y = x – 1 IV. y = x + 3
73.3. bissectrizes dos quadrantes. 3 2
75. Considere as recta r, s e t, cujas equações reduzidas 79. Verifique se o ponto A(– 1 , 2) pertence à recta de equação:
são: 79.1. y = – 3x + 8 79.2. y = – 3x – 1
r: y = 3x – 2 s: y = 4x – 2 t: y = 3x + 1 79.3. y = 2 79.4. x = – 1
Relativamente a cada uma delas, indique:
80. Num referencial Oxy considere os pontos A(4, 9), C(7, 3),
75.1. o declive. 75.2. a ordenada na origem.
F(3; 1,5) e H(2, 9).
76. Em relação a um referencial o. n. x0y considere os 80.1. Qual o declive de AC.
pontos A(2, 2), B(-3, 0) e C(1, 4). 80.2. Escreva as equações reduzidas das rectas AC, FO e HA.
76.1. Determine a equação reduzida da recta: 81. Determine a
a) AB b) AC c) BC equação reduzida da
76.2. A recta r tem declive -3 e passa no ponto A. recta AB representada
Determine a equação da recta r. na figura.
76.3. A recta s tem ordenada na origem 4 e passa no
ponto B. Determine a equação reduzida da recta s.

77. Determine a equação reduzida da recta…


a) ... de declive 2 e que passa no ponto (0, -3).
c) … PQ em que P(2, 4) e Q(1, 2).

78. Represente num referencial a recta de equação


y = -x +3.

 RELAÇÃO DE DECLIVES ENTRE RECTAS PARALELAS E RECTAS CONCORRENTES


Considere as rectas a, b e c representadas no seguinte referencial:
As rectas a e b são paralelas, logo os seus vectores directores são colineares
vejamos o que acontece aos seus declives:
25  10 15 30  18 12
ma    3 mb    3 verificamos que: ma  mb
50 5 5 1 4
As rectas a e b são paralelas porque têm o mesmo declive.
Não têm nenhum ponto em comum.

21
As rectas a e c são concorrentes, intersectando-se no ponto P.
Exercícios:
32  20 12 4
m a  3 ¸ mc    verificamos que: ma  mc 82. Determine as coordenadas
90 9 3
do ponto de intersecção, caso
As rectas a e c são concorrentes porque têm declives diferentes. exista, das seguintes rectas:
Têm nenhum ponto em comum. 82.1. y = 3x – 1 e y = - 2x + 1
82.2. x + y = 2 e y = - x + 5
Como determinar as coordenadas do ponto de intersecção das rectas a e c? 82.3. y = 2x – 4 e y = 3x – 1
O ponto em que duas rectas se intersectam é comum a elas. Assim, para determinar 82.4. y = x + 2 e y = 3x – 1
as coordenadas do ponto de intersecção, basta igualar as duas equações da recta:
4
a: y = 3x + 10 c: y = x + 20
3
 y  3 x  10  y  3x  10
   y  3 x  10  y  3 x  10  y  3 x  10  y  28
 4   4    
 y  x  20 3 x  10  x  20 9 x  30  4 x  60 5 x  30  x  6 x  6
3 3

Coordenadas do ponto P: (6, 28)

Dadas duas rectas no plano, elas podem ser:


Paralelas: Concorrentes:
> Estritamente paralelas : têm igual declive e diferentes ordenadas na origem. têm declives diferentes.
> Coincidentes: têm o mesmo declive e iguais ordenadas na origem.

 CONJUNTOS DEFINIDOS POR CONDIÇÕES


Podemos, agora, definir por condições em IR2 semiplanos determinados por rectas não paralelas aos eixos
coordenados.
Exercício:
Exemplo 1: 83. Defina analiticamente
O semiplano pintado é limitado pela recta de equação y = - x + 1. as regiões do plano
Como os seus pontos se encontram a cima da recta e é um representadas nas
semiplano aberto, caracterizamo-lo pela condição: figuras:
y>-x+1 83.1.
O semiplano abaixo da recta representa-se pela condição:
y<-x+1

Exemplo 2:
2 2
A região pintada é limitada pela recta de equação y = - x + 1 e pela circunferência (x – 1) + y = 2
Á semelhança do exemplo anterior, queremos os pontos
se encontram a cima da recta: 83.2.
y>-x+1

Relativamente à circunferência, interessam-nos os


pontos da circunferência e os que estão no seu interior:
2 2
(x – 1) + y ≤ 2

A região sombreada resulta da conjunção destas duas condições:


y > - x + 1  (x – 1) + y ≤ 2
2 2

22
Exercícios:

84. Escreva uma equação vectorial para cada uma das rectas 91. Na figura, em referencial o. n. x0y, está representado o
apresentadas no exercício 105. trapézio [ABCD]:
84. Dos seguintes pares de rectas identifica as que são paralelas. Sabe-se que:
84.1. r: y = -2x + 3 s: y = 2x – 3 - o ponto B tem de
84.2. r: 3x – y = 5 s: 2y = 6x + 1 coordenadas (5, 0)
- o ponto D tem de
85. Considere os triângulos [ABC] e [PQR] representados. coordenadas (-1, 2)
Os vértices do ∆[PQR] são - y = – x + 1 é a equação reduzida
os pontos médios dos lados da recta AD
do ∆[ABC]. Determine:
Recorrendo aos declives, mostre 91.1. as coordenadas do ponto A.
que são paralelas as rectas: 91.2. a equação da recta reduzida da recta BC.
85.1. AB e PQ. 91.3. as coordenadas do ponto G.
85.2. AC e PR. 91.4. a equação reduzida da recta CD.
85.3. BC e QR. 91.5. uma condição que defina o conjunto de pontos do
86. Atendendo aos dados trapézio que têm abcissa negativa.
da figura, determine as 92. No referencial o. n. x0y da figura estão representadas
coordenadas do ponto P duas circunferências de centro no ponto C, sendo tangente
ao eixo 0y e outra tangente ao eixo 0x. as rectas r e t são
definidas respectivamente pelas equações y=2 e
2
y x.
3
Defina por uma condição a
região sombreada na figura
representada por:
87. Em relação a um referencialo. n. considere os pontos
92.1. S1
A(-1, 3) e B(2, 0).
92.2. S2
87.1. Verifique se a recta AB é paralela à recta de equação
x+y–2=0
87.2. Determine k de modo que a recta de equação 93. Defina analiticamente as regiões do plano
2y – kx + 5 = 0 seja paralela à recta AB. representadas nas figuras:
93.1. 93.2.
88. Para os seguintes pares de equações da recta, indique as que
são paralelas e as coordenadas do ponto de intersecção no caso
de serem concorrentes.
88.1. y = -x + 2 e 2x + 2y – 3 = 0
88.2. 2y = x e 2y + x = 1
88.3. x = 2 e x–y =2
88.4. y = x e πx – πy – 2 = 0

89. Considere a família de rectas y = m x + 2.


Determine m de modo a obter uma recta que seja paralela
à recta 2x – y = 1. 93.3.

90. Represente o conjunto de pontos do plano definido por:.


90.1. y > 2x + 4  y > 3
90.2. y > 3x  y > 3x + 3
2
90.3. x 2  y 2  4  y  x
3
90.4. y < – x – 3  x > – 5  y ≥ 0

23
TEMA 2
FUNÇÕES

INTRODUÇÃO
O conceito de função é um dos conceitos mais importantes em matemática.

Referência Histórica Há várias situações na vida real em que a


Desde o tempo dos babilónios (2000 a. C.) que se usam tabelas para configuração de arco de parábola, que
representar a dependência entre duas variáveis. corresponde ao gráfico da função quadrática,
Outras formas de usar funções foram experimentadas por Oresme
está presente.
(1323-1382) que utilizou o gráfico para representar numa direcção o
tempo e, na outra direcção, a velocidade de um móvel.
Estas ideias que remontam ao século XIV evidenciam que os
matemáticos do Ocidente tinham imaginação e rigor de
pensamento; faltava-lhes, no entanto, os símbolos da álgebra, que
surgiram com Viète, no final do século XVI.
Descartes (1596-1650) e Fermat (1601-1665) fizeram evoluir o
conceito de função através da geometria analítica.
A utilização da simbologia algébrica veio revolucionar a matemática
da época e contribuir de uma forma decisiva para a criação do
Four Solaire – Font Romeu TVS – São Tomé
conceito de função.
Leibniz (1646-1717) terá em 1673 introduzido pela primeira vez o
termo “função” e Euler (1707-1783) terá utilizado pela primeira vez
a expressão “f(x)”.
O simbolismo algébrico foi aperfeiçoado por matemáticos dos
séculos XVII e XVIII, entre os quais Descartes, Newton, Leibniz e
Euler. Parque das Nações
Lisboa

Ponte D. Luís - Porto

Descartes Euler Leibniz

24
GENERALIDADES SOBRE FUNÇÕES
 CONCEITO DE FUNÇÃO
Exemplo:
Suponhamos que um automóvel se desloca a uma velocidade constante de 60km/h. t e = 60t
Considerando e o espaço percorrido (em km) e t o tempo (em horas), 0 0
podemos deduzir a seguinte expressão: e = 60t 1 60
Atribuindo a t (objecto) valores, obtemos correspondentes valores de e (imagem). 2 120
Ao tempo percorrido em viagem corresponde uma e uma só distância. 3 180

Podemos dizer que temos uma função porque existe uma correspondência unívoca, ou seja, a cada valor do tempo
corresponde um e um só valor de espaço percorrido.
Exercício:
1. Das seguintes correspondências identifique as que representam funções.
1.1. 1.2. 1.3. 1.4.

Considere-se a função definida pelo diagrama seguinte:

À função chamou-se f.
A função f é uma função definida em A com valores em B.
Para além dos conjuntos A e B, existe ainda um conjunto bem definido (contido
em B), o conjunto C.
Uma função pode ser definida por:
- Ao conjunto A chama-se domínio da função f e representa-se por Df
Df = {1, 2, 3, 4} O domínio de f é o conjunto dos objectos.
- Ao conjunto B chama-se conjunto de chegada da função.
- Ao conjunto C chama-se contradomínio da função f e representa-se por D’f
D’f = {5, 7, 8} O contradomínio de f é o conjunto das imagens.
- O objecto 1 tem por imagem 5.
Simbolicamente, escreve-se f(1) = 5 (ler: f de um é igual a cinco)
Do mesmo modo, escreve-se:
f(2) = 7 f(3) = 8 f(4) = 7

Função
Uma função f de A com valores em B (f : A →B) consiste em dois conjuntos,
o domínio A, o conjunto de chegada B, e uma regra que associa a cada
elemento x (objecto) de A um e um só elemento y = f(x) (imagem) de B.
Simbolicamente:
f:A→B
x → y = f(x) ● Uma expressão analítica:
f: →
x  2x  1

25
Exercícios:
2. Para cada uma das seguintes correspondências diga se se trata ou não de uma função e em caso afirmativo indique o
domínio, o contradomínio e o conjunto de chegada:
2.1. 2.2. 2.3. 2.4.


3. Considere os conjuntos A  0,2, 3 e .  3.1. Dê um exemplo de uma correspondência de A para que não seja função.
3.2. Construa uma função f de A em . 3.3. Construa uma função g de A em , sabendo-se que g(0)  7 e g( 3 )  10 .

 PROPRIEDADES DAS FUNÇÕES E DOS SEUS GRÁFICOS

Exemplo: 12 y
> Gráfico de uma função Consideremos a função: 10

Se f é uma função com domínio A, f : [0, 6] → 8

então o gráfico de f é o conjunto dos pares x → f(x) = 2x 6

Podemos construir o gráfico de f se 4


ordenados { (x, f(x)) , x є A } 2
considerarmos o conjunto de pontos x
(x, f(x)), com x є [0, 6] 1 2 3 4 5 6

Propriedade: Teste da recta vertical


Uma curva representada num referencial é o gráfico de uma função se e só se qualquer recta vertical intersecta o
gráfico, no máximo num ponto.
Exercícios:
4. Com base na propriedade anterior verifique se as
seguintes curvas representam funções.
4.1. 4.2.

4.3. 4.4.

7. Observe a função j representada graficamente por:

5. Considere a correspondência h definida por:


h: →
2
x → x
5.1. A correspondência h é uma função? Justifique.
5.2. Defina uma nova correspondência h’ que seja Indique:
uma função. 7.1. O domínio 7.2. O contradomínio
7.3.Os objectos que têm imagem zero
6. Considere as seguintes representações e indique, 7.4. A maior imagem 7.5. A menor imagem;
justificando, se se tratam de funções: 7.6. j(3) e j(10)

26
> Função Injectiva Exemplos:

Uma função f de domínio A diz-se injectiva quando,


para todos os elementos a e b pertencentes ao domínio,
se a é diferente de b então f(a) também é diferente de f(b).
 a, b є A, se a ≠ b então f(a) ≠ f(b) não injectiva injectiva
Propriedade: Teste da recta horizontal
Uma curva representada num referencial é o gráfico de uma função injectiva se e só se qualquer recta horizontal
intersecta o gráfico, no máximo num ponto.
Exercício
8. Com base na propriedade anterior verifique se as seguintes funções são injectivas representam funções.
8.1. 8.2. 8.3. 8.4.

9. Considere os seguintes gráficos.


a) b) c) d) e)

f) g) h) i) j)

k) l)

9.1. Indique os representam funções.


9.2. Para os gráficos que representam funções:
a) indique o domínio e o contradomínio.
b) indique quais são injectivas.

> Extremos de uma função


Seja f uma função de domínio D: Exemplo:
- f(a) é o máximo absoluto de f se, para todo o x de D, f(a) ≥ f(x) 0 é mínimo relativo
a a dá-se o nome de maximizante -1 é mínimo absoluto
1 é máximo relativo
- f(b) é o mínimo absoluto de f se, para todo o x de D, f(b) ≤ f(x)
2 é máximo absoluto
a b dá-se o nome de minimizante

27
> Monotonia de uma função
Função crescente no sentido lato Função estritamente crescente
Diz-se que f é crescente em A quando para todos os Diz-se que f é crescente em A quando para todos os
números reais a e b de A, se a < b, então f(a) ≤ f(b). números reais a e b de A, se a < b, então f(a) < f(b).

Exemplo: Exemplo:
f é crescente em [1,3] f é estritamente crescente
em [1,3]

Função decrescente no sentido lato Função estritamente decrescente


Diz-se que f é decrescente em A quando para todos os Diz-se que f é decrescente em A quando para todos os
números reais a e b de A, se a < b, então f(a) ≥ f(b). números reais a e b de A, se a < b, então f(a) > f(b).

Exemplo: Exemplo:
f é decrescente em [1,6] f é estritamente decrescente
em [1,6]

Uma função é monótona num intervalo se for crescente ou decrescente nesse intervalo.

> Sinal de uma função


Exemplo:
- Zero de uma função é todo o objecto que tem imagem nula. f (x) = 0  x =1
- Diz-se que f é positiva em A quando para todos os números 1 é zero de f
reais a de A, se f(a) > 0. f é positiva em ]1,2[
f é negativa em ]-1,1[
- Diz-se que f é negativa em A quando para todos os números
reais a de A, se f(a) < 0.

Exemplo:
Estudemos a função f usando o seu gráfico:
Df = [ -5, 9] D’f = [ -2, 3]
f é não injectiva

Extremos:
- máximo absoluto: 3
- mínimo absoluto: -2
- máximo relativo: 2
- mínimo relativo: -1

Tabela de variação da monotonia: Intervalos de monotonia


- f é estritamente crescente nos intervalos:
[-5,-3], [2, 6]
- f é estritamente decrescente no intervalo:
[-3, 0]
- f é constante nos intervalos: [0, 2], [6, 9]
Quadro de estudo do sinal da função:
Zeros e sinal
- zeros de f : -4, -1, 3
- f é positiva em: ]-4, -1[ U ]3, 9[
- f é negativa em: ]-5, -4[ U ]-1, 3[
Exercício:

28
10. Considere os gráficos das funções seguintes.
a) b) c) d)

e) f) h) i)

k) l)
Indique para cada uma delas:
10.1. se existirem, os extremos absolutos e relativos,
os maximizantes e minimizantes e o contradomínio.
10.2. os intervalos em que é crescente, decrescente,
constante, positiva e negativa.

> Continuidade e descontinuidade de uma função


“Uma função f diz-se contínua se for possível traçar o seu gráfico sem levantar o lápis.”
Exemplos:

funções contínuas funções descontínuas

> Paridade de uma função


Função Par Função Impar
Diz-se que uma função de variável real f é par se e só se Diz-se que uma função de variável real f é ímpar se e só
f ( x)  f (x) x  D f se f ( x)   f (x) x  D f

Graficamente: Graficamente:

Exemplo: Calcule a paridade de cada uma das seguintes funções:

29
1. f (x)   x 3  3x 2. g(x)  3x 2  2 x  1
f ( x)  ( x)3  3( x)  x 3  3x   f (x) g( x)  3( x)2  2( x)  1  3x 2  2x  1
Como f ( x)   f (x) x  D f a função é impar. g( x)  g(x)  g( x)   g(x) x  D f a função não é par nem é ímpar.

Exercícios
11. Analisando os gráficos das funções do exercício 10, indique quais são contínuas.
12. Estude a paridade das seguintes funções: a) f (x)  x  1 b) g(x)  x 2  5 c) h(x)  x 4  x 2 d) j(x)  2 x 3  x

FUNÇÃO AFIM
Estudamos em geometria que, uma equação do tipo y = mx + b, com m, b є representa uma recta não vertical,
onde m é o declive da recta e b é a ordenada na origem.
Dizemos que uma função real de variável real, é uma função afim, se é definida por uma expressão do tipo:
f(x) = mx + b, com m, b є
De um modo geral:
Exercícios
► declive da recta
13. Estude as seguintes funções quanto à monotonia e sinal,
dados dois pontos P(x1 , y1 ) e Q(x2 , y2 ) de uma
indicando os respectivos pontos de intersecção dos seus
recta, definimos declive da recta PQ por: gráficos com os eixos coordenados:
y 2  y1 1
m 13.1. f ( x)   x  4 13.2. g(x)  0,4 x  10
x2  x1 5
► domínio: 2
13.3. h(x)  2 x 13.4. j( x)  
x8
5
► contradomínio: 14. O gráfico de uma função afim f contém os pontos de
coordenadas 2,4 e 5,7 .
14.1. Escreva a expressão que define a função f .
14.2. Faça o esboço gráfico da função.
14.3. Indique a monotonia e sinal da função.
k
15. Considere a família de funções: f ( x)  x  3, k  .
2
Indique um valor de k de modo que:
15.1. f seja crescente;
15.2. a função tenha um zero no ponto de abcissa 6;
15.3. o gráfico da função seja uma recta horizontal.

16. Calcule a expressão analítica de cada uma das funções afim


representadas graficamente por
16.1. 16.2.

16.3.

30
FUNÇÃO QUADRÁTICA
Função quadrática é toda a função do tipo: O seu gráfico
f: → é uma parábola.
x  ax  bx  c 2
com a, b, c є ea≠0

Exercícios:
 ZEROS E CONCAVIDADE 17. Estude a paridade e calcule os zeros
de cada uma das seguintes funções
Os zeros da função quadrática f : x  ax2  bx  c , com a ≠ 0, definidas, em , por:
1
 b  b 2  4 ac 17.1. f ( x)  x 2 17.2. g(x)  4 x 2  3
são as soluções da equação ax2  bx  c  0 , ou seja, x  4
2a
17.3. h(x)  5x 2  10 x
17.4. i(x)  x 2  x  2
Muitas vezes tem interesse saber se uma função quadrática tem ou
não zeros, independentemente de se conhecer o seu valor. 17.5. j(x)  4 x 2  12 x  9
18. Sem os calcular, determine o
Calculando-se o sinal do binómio b 2  4ac que se representa por Δ , tem-se:
número de zeros de cada uma das
- Se   0  a função não tem zeros reais seguintes funções:
- Se   0  a função tem um zero real
18.1. x  2x 2  7 x  6
- Se   0  a função tem dois zeros reais
18.2. x   3x 2  2 x  1
Ao binómio Δ chama-se binómio discriminante, pois é pelo conhecimento
18.3. x  x 2  4 x  4
do seu sinal que se pode discriminar quantas soluções tem a equação.
19. Determine m de modo que a
Exemplos: expressão mx 2  4 x  2 defina uma
Calculemos os zeros de cada uma das seguintes funções definidas, em , por: função quadrática com:
1. f (x)  x 2  5x  6 19.1. dois zeros 19.2. um zero
Calculemos o valor de Δ. 19.3. nenhum zero
6 = 1; como   0 ,a função tem dois zeros.
2
b 2  4ac =5 – 4 1
5 1 3. m(x)  x 2  6 x  9
x  x1  3  x2  2 Os zeros da função são 2 e 3. 2
2 b 2  4ac = 6 – 4 1 9 = 0
2. h(x)  x  x  2
2
Como   0 , a função tem um zero,
2
b 2  4ac = 1 – 4 1 2 = – 7 6
x   x 3
Como   0 , a função h não tem zeros. 2

O que define o sentido da concavidade da


parábola do gráfico de uma função quadrática
f x   ax2  bx  c é o sinal do valor de a:
- a parábola é voltada para cima se a  0
- a parábola é voltada para baixo se a  0

O quadro ao lado relaciona o sentido da


concavidade com o número de zeros da função:

31
 VÉRTICE E EIXO DE SIMETRIA
Observe a figura ao lado.
A entrada do túnel tem a forma aproximada de parte de uma
parábola que podemos considerar definida pela expressão:
1

m(a)   a 2  6a
2

1. Qual a largura da estrada?
2. Qual a altura máxima do túnel?
Resolução:
1. Consideremos a parábola desenhada num referencial cartesiano:
A largura da estrada corresponde à distância entre os zeros da função.
1
2
  1
 a 2  6a  0   a(a  6)  0  a  0  a  6
2

A largura da estrada é 6 m.

2. Como podemos observar, o eixo de simetria contém o vértice da parábola, logo a equação do
eixo é x = 3.
Então, a abcissa do vértice é 3. Vamos calcular a sua ordenada.
1
m(3)   (32 – 6 x 3) = 4,5
2
A altura máxima é 4,5 m. O maximizante da função é a média dos zeros da função (a concavidade
da parábola está voltada para baixo).

De um modo geral, a representação gráfica de uma função do tipo f (x)  ax  bx  c , com a, b, c 


2
e a ≠ 0, é
uma parábola de vértice no ponto:
 b  b
V   ,  onde,   b2  4ac . O eixo de simetria da parábola é a recta x   .
 2a 4 a  2a

Exemplo: Seja a função j(t)  t 2  2t  3 Exercícios:


1. Indique os zeros da função. 20. Seja f (x)  x 2  4 x  5
2. Determine as coordenadas do vértice e o eixo de simetria.
20.1. Indique os zeros da função.
3. Esboce o gráfico da função.
20.2. Determine as coordenadas do vértice.
4. Indique o contradomínio.
20.3. Escreva a equação do eixo de simetria.
5. Estude a função quanto à monotonia.
20.4. Esboce o gráfico da função.
20.5. Indique o contradomínio.
Resolução
20.6. Estude a função quanto à monotonia.
1. b 2  4ac  (2)2  4  1   3  16
2  16 24 24
x  x x  x  1  x  3 21. O gráfico ao lado representa a altura (em metros)
2 2 2 em função do tempo (em segundos), de uma bola
lançada de baixo para cima e na vertical, com uma
 b   2 16 
2. V   ,    ,  determinada velocidade inicial.
 2a 4 a  2 4  21.1. Depois de lançada, quanto tempo demorou a
V 1,4  . O eixo de simetria é x  1 . bola a chegar ao chão?
21.2. Qual a altura máxima atingida pela bola? Em
que instante?

32
 CONTRADOMÍNIO E MONOTONIA
Resolução (continuação):
Exercícios:
3.Para esboçar o gráfico da função, já temos o valor dos zeros, e do
22. Considere a função i(r)  r 2  4r  5
vértice, calculemos o valor da ordenada na origem:
22.1. Indique os zeros da função.
j 0  0 2  4  0  3  3 y
4 22.2. Determine as coordenadas do vértice.
Com o valor dos zeros, do vértice e 3 22.3. Escreva a equação do eixo de simetria.
da ordenada na origem podemos 2
22.4. Esboce o gráfico da função.
traçar o esboço do gráfico. 1
x 22.5. Indique o contradomínio.
-3 -2 -1 1 2 3 4 5 22.6. Estude a função quanto à monotonia.
4. Através da observação do gráfico -1
concluímos que: -2 23. Determine, por via algébrica, os zeros e o mínimo
D’f = [ -4, +  [ -3
da função h definida por h(x)  x 2  3x e esboce o
-4
5. A função é monótona crescente: [ 1, +  [ seu gráfico num referencial.
A função é monótona decrescente: ] -  , 1]

 VARIAÇÃO DO SINAL
Exemplo:
Observemos os gráficos das funções definidas por:
f ( x)  x 2  x  2;
g ( x)  x 2  1;
h( x)  ( x  2) 2 ;
i( x)   x 2  9 x  18

Podemos concluir:
- f tem dois zeros e a > 0; é positiva no intervalo
 ,2  1, , sendo negativa em 2,1 ;
- g não tem zeros e a > 0; é positiva em ;
- h tem um zero e a < 0; é negativa em \2 ;
- i tem dois zeros e a < 0; é positiva no intervalo 3,6 e negativa em  ,3  6, .

Exercício:
24. Tendo em conta os valores de a e de Δ, em cada caso, determine a variação de sinal de cada uma das seguintes funções:
24.1. f (x)   x 2  6 x 24.2. g(x)  2 x 2  5x  7 24.3. h(x)  2 x 2  3x  1 24.4. i(x)  x  12
24.5. j(x)  x 2  6 x  13

Estudar a variação de sinal da função é determinar os intervalos onde a função é positiva e os intervalos onde é
negativa.

 INEQUAÇÕES DO 2º GRAU
Para iluminar uma operação de salvamento lança-se um foguete luminoso cuja
altura h em relação ao nível do mar é dada aproximadamente pela lei:
h  10  5t  t 2 (h em metros, t em segundos).
A luz só é útil desde que o foguete esteja a 4 m ou mais acima do mar.
Quanto tempo dura a luz útil de cada foguete?
Resolução: Queremos os valores de t para os quais h  4 , ou seja, 10  5t  t 2  4 .
Esta condição é uma inequação do 2º grau.
1º passo: colocar todos os termos no 1º membro: 10  5t  t 2  4  t 2  5t  6  0

33
2º passo: estudar o sinal da função quadrática do 1º membro: h(t)  t 2  5t  6
3º passo: analisar os dados obtidos no contexto
Como a = – 1, a concavidade é voltada para baixo.
do problema e dar resposta:
Δ = 25 + 24 = 49, logo a função tem dois zeros.
Mas neste problema só interessa t> 0, pelo que
 5  49 a luz é útil de zero a 6 segundos.
Zeros: t   t  1  t  6
2 Resposta: A luz útil do foguete dura 6
Analisando o esboço do gráfico concluímos segundos.
que a função é positiva no intervalo 1,6

Mais Exemplos:
1. Resolva a seguinte inequação: x 2  4 x  3  0 . Exercícios:
a0 e   16  12  4 25. Determine o domínio das seguintes funções:
4 4 f (x)   x 2  2 x ; g(x)  x 2  5x  6
Há dois zeros que são: x   x 3 x 1
2 26. Resolva em :
4 x  34 x  3
S   ,1  3, 26.1. x 2  3x  4  0 26.2. 3  5x  2 x 2 26.3. x  2 
6
2 xx  1 x  4
2
26.4. 3x  1  x 2  2 26.5. 
2. Resolva a inequação 4 x 2  4 x  1  0 . 3 2
a0 e   16  16  0  
26.6. x  3 x  3  1 
Existe um zero, x  1 2 , a inequação
27. A figura representa um jardim com
tem uma só solução: a forma de um trapézio isósceles.
1  Atendendo aos dados:
S  
2  x2
27.1. Mostre que a área do trapézio é dada por A( x)  11 x 
2
27.2. Entre que valores pode variar a altura do trapézio de modo que a
2
3. Resolva a inequação x 2  3x  6  0 . área seja inferior a 120 m ?
a0 e   9  24  15 28. Um foguete é lançado. A altura, em metros, que atinge ao fim do
A inequação é uma tempo t, em segundos, á dada por A(t)  t 2  10t  7
condição universal, ou 28.1. A que altura está o foguete ao fim de 5 minutos?
seja, todos os números 28.2. Em que instante o foguete atinge o solo?
reais são solução da 28.3. Durante quanto tempo se encontra o foguete a uma altura
inequação. S superior a 23 metros?

4. Resolva a inequação  4 x 2  x  3  0 . A inequação é impossível.


a0 e   1  48  47
S  

 FAMÍLIAS DE FUNÇÕES QUADRÁTICAS


M.A.(5)
> Funções do tipo y = ax2 , a ≠ 0
Da análise feita aos casos apresentados, são intuitivas as seguintes
f x   x 2
informações:
f g - o sinal do coeficiente a influencia o sentido da concavidade.
g x   4 x 2
- o valor absoluto de a influencia a abertura da parábola. Quanto
h x   3 x 2
maior é o valor absoluto de a, menor é a abertura da parábola.
-qualquer uma das parábolas tem vértice no ponto (0, 0) e o eixo
h
de simetria é a recta x = 0, donde se conclui que são
independentes de a.

34
Exercício:
29. Corresponda cada uma das funções ao seu respectivo
gráfico:
I : y  2x 2
II : y  0,5 x 2
III : y  3 x 2
IV : y   x 2
V : y  0,2 x 2

> Funções do tipo y = ax2 + k e y = a(x – h )2 , a ≠ 0


Considere as funções reais de variável real y  x 2 , y  x 2  2 e y  x 2  1 e os seus respectivos gráficos:
Da análise feita aos casos apresentados, são intuitivas as seguintes informações:
- O gráfico de y  x  2 obtém-se a partir do gráfico de y  x 2 deslocando-se duas
2

unidades para cima. (k > 0, deslocação para cima)


- O gráfico de y  x 2  1 obtém-se a partir do gráfico de y  x 2 deslocando-se uma
unidades para baixo. (k < 0, deslocação para baixo)

- Os efeitos das mudanças de k, nos gráficos das funções da família y = ax2 + k , a ≠ 0


fazem-se sentir na localização do vértice da parábola sobre o eixo das ordenadas.
Vértice: (0, k) Eixo de simetria: x = 0

Considere as funções reais de variável real y  x , y   x  2 e y   x  3 e os seus respectivos gráficos:


2 2 2

Da análise feita aos casos apresentados, são intuitivas as seguintes informações:


- O gráfico de y   x  2 obtém-se a partir do gráfico de y  x deslocando-se
2 2

duas unidades para a direita. (h > 0, deslocação para a direita)


- O gráfico de y   x  3 obtém-se a partir do gráfico de y  x deslocando-se três
2 2

unidades para a esquerda. (h < 0, deslocação para a esquerda)

- Os efeitos das mudanças do parâmetro h, nos gráficos das funções da família


y = a(x – h )2 , a ≠ 0 fazem-se sentir na localização do vértice da parábola sobre o
eixo das abcissas.
Vértice: (h , 0) Eixo de simetria: x = h

Exercícios:
30. Estabeleça a correspondência
entre os gráficos dados e as
seguintes funções:
1
I : y  x2  2
3
31. Represente, a partir da função definida por II : y  x 2  1
f (x)  x 2 , as seguintes funções, indicando as 1
III : y   x 2  3
2
coordenadas do vértice:
31.1 g(x)  2(x  3)2 31.2 h(x)   x 2  2

35
> Funções do tipo y = a(x – h )2 + k, a ≠ 0
Considere as funções reais de variável real y  x 2 e y  x  2  3 e os
2

seus respectivos gráficos:


Da análise feita aos gráficos apresentados, são intuitivas as seguintes
informações:
- O gráfico de y  x  2  3 obtém-se a partir do gráfico de y  x 2
2

deslocando-se duas unidades para a direita (h = 2) e três unidades para


cima (k = 3).
- y  x  2  3 tem concavidade voltada para cima;
2

Vértice: (2, 3) Eixo de simetria: x = 3

- O gráfico de uma função do tipo y = a(x – h )2 + k, a ≠ 0 é uma parábola


com as seguintes características:
Vértice: (h, k ) Eixo de simetria: x = h

Exercício:
32. As representações gráficas
seguintes foram obtidas a partir
de y  x 2 . Escreva a expressão
analítica das funções
quadráticas representadas.

Exemplo:
Seja a função f definida por f (x)  5x 2  10 x  1
Toda a função quadrática y  ax 2  bx  c
1. Escreva a expressão da função na forma f (x)  ax  h  k .2
com a ≠ 0, pode escrever-se na forma
y  ax  h2  k e tem por gráfico uma
2. Identifique as coordenadas do vértice e o eixo de simetria da
parábola que é o gráfico de f.
 b 
Resolução: parábola de vértice V   ,  ou
 2a 4 a 
 b 
1. Vamos calcular as coordenadas do vértice a partir da fórmula V   ,  . V h, k  . O eixo de simetria da parábola é
 2a 4 a 

  100  4  51  120 ;


b 10  120 a abcissa do vértice.
  1;    6
2a 2 5 4a 45 b 
h e k
Então h  1 ; k  6 e a  5 2a 4a

Substituindo na expressão vem: f (x)  5x  12  6


2. V 1,6 . A recta de equação x  1 é o eixo de simetria da parábola.

Exercícios: 34. A parábola representativa de uma função quadrática f tem


33. Considere a função definida por f (x)  2x  3x  1
2 vértice no ponto de coordenadas (1, -4) e intersecta o eixo das
abcissas nos pontos de coordenadas (-1,0) e (3,0). Escreva a
33.1. Determine os zeros da função e as coordenadas
do vértice da parábola que a representa. expressão que define a função na forma f (x)  a(x  h)2  k .
33.2. Escreva a expressão da função na forma 35. Considere a função definida por h(x)  2x 2  4 x  3
f (x)  a(x  h)  k .
2
35.1 Estude a paridade da função.
33.3. Represente graficamente a função. 35.2 Faça o estudo analítico da função indicando os zeros, o
33.4. Estude a monotonia da função. vértice, o eixo de simetria, o sinal, a monotonia, o contradomínio e
33.5. Resolva f (x)  1 os extremos.
36 Esboce o gráfico da função.
35.3
 RESOLUÇÃO E DISCUSSÃO DE PROBLEMAS DE 2º GRAU
Exemplos: Exercícios:
1. Do alto de um farol lança-se, de baixo para cima, um projéctil cuja altura 36. Uma bola atirada de baixo para cima, na
h, em relação à base do farol, é dada por h  20  20t  5t 2 (h em metros e t vertical, atinge a altura h, em metros, dada por
em segundos). h  14,7t  4,9t 2 ao fim de t segundos.
1.1. Esboce o gráfico da função para t  0 . 36.1. Ao fim de quantos segundos atinge a
1.2. Ao fim de quanto tempo o projéctil passa pela base? bola a altura máxima?
1.3. Ao fim de quanto tempo cai no mar? 36.2. Qual é essa altura máxima?
1.4. Qual a altura máxima atingida pelo projéctil? 37. Um rectângulo de área A tem menos 4 cm
Resolução: de largura do que de comprimento (C).
1.1. 37.1. Exprima A em função de C.
h(0)  20 37.2. Sabendo que a área não pode exceder os
2
V (2,40) 21 cm qual o maior valor que C pode tomar?
Zeros: 38. Um dos catetos de um triângulo rectângulo
t  0,8  t  4,8 tem mais 1 m do que o outro.
h(4)  20 38.1. Exprima a área em função do cateto
h(6)  40 menor e determine o valor deste cateto para o
2
1.2. Ao fim de aproximadamente 4,8 s que corresponde ao zero positivo da qual a área é superior a 10 m .
função. 38.2. Determine o cateto menor sabendo que
1.3. O nível do mar está 40 m abaixo da base do farol o que na função a hipotenusa tem mais 9 m que ele.
corresponde a h(6)  40 . Ao fim de 6 segundos. 39. A secção transversal de uma piscina tem a
1.4. A altura máxima corresponde à ordenada do vértice (k) da parábola. forma de uma parábola sendo a equação dessa
A altura máxima é 40 m. parábola definida por: h  0,2x(x  8) .

2. Um rectângulo tem de perímetro 20m. (x e h em metros)


2.1. Exprima a área A do rectângulo em função do comprimento x de um
dos seus lados.
2.2. Represente graficamente a função A de x. x
2.3. Entre que valores pode variar x?
39.1. Calcule a largura e a profundidade
2.4. Para que valores de x a área é máxima? y
máximas da piscina.
Resolução:
39.2. Para que valores de x  0,8 se tem
2.1. P  20  2x  2 y  20  x  y  10  y  10  x
h  1,4 ?
A  xy  A  x(10  x)  A  10 x  x 2 40. Da varanda de uma casa, a 5m do solo, foi
2.2. 2.3. Os valores de x têm de estar lançada, na vertical, uma bola para o ar. Após t
compreendidos entre 0 e 10, pois se segundos, a distância em metros, da bola ao
uma das dimensões for 0 ou 10 não solo é dada por d (t)  5  40t  16t 2
existe rectângulo
40.1. Calcule d(0) e indique o significado destes
2.4. Observando o gráfico verificamos
valores.
que o máximo da função é a ordenada
40.2. Resolva a equação d(t) = 5. Qual é o
do vértice da parábola, donde se
significado da solução obtida?
conclui que a área é máxima quando
40.3. Qual será a altura máxima atingida pela
x  5.
bola? E em que momento é atingida essa
altura?

41. Calcule as medidas dos catetos de um triângulo rectângulo de perímetro


24 cm e cuja hipotenusa mede 10 cm.
2
42. Considere a figura ao lado. O quadrado maior tem 100 m de área.
42.1. Exprima em função de x a área de cada triângulo a sombreado.
2
42.2. Calcule os catetos desses triângulos se o quadrado menor tiver 90 m .

37
Exercícios:
43. Num jogo de Basquetebol, um jogador converte um lançamento de três pontos. Tendo em conta que a altura (em metros) a
que a bola se encontrava do solo em função do tempo que decorreu (em segundos) entre o instante em que a bola foi lançada e
o instante em que atingiu o cesto é dada pela função f definida por f (t)  0,93t 2  2,32t  2,1 com t 0,2
43.1. Determine a altura a que a bola se encontrava do solo no momento do lançamento.
43.2. Determine a altura a que se encontra o cesto.
43.3. Qual foi a altura máxima atingida pela bola e em que instante a bola atingiu essa altura?
43.4. Se o jogador não tivesse acertado no cesto nem na tabela e a bola não tivesse sido intersectada, ao fim de quanto tempo a
bola chegava ao solo?

44. Num terreno de 20 8, pretende-se construir uma piscina com um passeio em


seu redor de largura constante.
44.1. Escreva a expressão da área da piscina em função da largura do passeio.
44.2. Determine a largura do passeio de modo que a piscina, tenha um
comprimento triplo da largura.

TRANSFORMAÇÕES SIMPLES DE FUNÇÕES


No estudo da função quadrática, foram feitas algumas referências a transformações de funções e respectivos
deslocamentos em termos gráficos.
A seguir, são sintetizados e generalizados algumas situações tendo por base exemplos intuitivos.

 y = f(x) + a , a ϵ (TRANSLAÇÃO VERTICAL)


Exemplo: y
Seja f tal que f x   x 2 . 6 y2

Como obter os gráficos das funções: 5 Qualquer um dos gráficos das funções
y1  f  x   2  x  2
2 4 dadas pode ser obtido a partir do
y1
y2  f x   3  x 2  3 3 gráfico de f, efectuado um
deslocamento na vertical – translação
y 3  f x   2  x 2  4 2
f associada ao vector (0, a).
1
x
-5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5
-1
y3
-2
-3
-4 y
y1 f 6 y2

 y = f(x – a ) , a ϵ (TRANSLAÇÃO HORIZONTAL) 5

Exemplo:
4
Seja f tal que f x   x 2 . 3
Como obter os gráficos das funções: 2
y1  f x  2  x  22 1
x
y2  f x  3  x  32
-5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5

38
Qualquer um dos gráficos das funções dadas pode ser obtido a partir do gráfico de f, efectuado um deslocamento na
horizontal – translação associada ao vector (a , 0).

 y = f(– x) (SIMETRIA EM RELAÇÃO AO EIXO DAS ORDENADAS)


Exemplo:
Seja f tal que f x   x 2  4 x . Graficamente:
Os gráficos das funções f  x  e f  x  são
Se na expressão substituirmos
simétricos em relação ao eixo das ordenadas.
x pelo seu simétrico, ou seja, – x,
obtém-se a expressão f  x  . Conhecido o gráfico de f, para obter o gráfico
de y  f  x  basta construir o gráfico
f  x    x 2  4   x   x 2  4 x
simétrico de f em relação ao eixo Oy .

 y = – f( x) (SIMETRIA EM RELAÇÃO AO EIXO DAS ABCISSAS)


Exemplo:
Seja f tal que f x   x 2  4 x . Os gráficos das funções f  x  e  f  x  são
Como obter o gráfico de simétricos em relação ao eixo das abcissas.
 
y   f x    x 2  4 x   x 2  4 x Conhecido o gráfico de f, para obter o gráfico
de y   f  x  basta construir o gráfico
simétrico de f em relação ao eixo Ox .

 y = af(x ) , a ϵ (DILATAÇÃO/COMPRESSÃO NA VERTICAL) y = f(ax ) , a ϵ (DILATAÇÃO/COMPRESSÃO NA HORIZONTAL)


Exemplo:
Seja f tal que f x   x 2  3 . Exemplo:
Como obter os gráficos das funções: Seja f tal que f x   x 2  3

y  2 f x   2 x 2  6 Como obter os gráficos das funções:


y  f 2 x   4 x 2  3
y  0,5 f x   0,5x 2  1,5
y  f 0,5x   0,25x 2  3

- Se |a|> 1, diz-se que há


uma dilatação vertical.
- Se |a|< 1, diz-se que há
uma compressão vertical. - Se |a|> 1, diz-se que há uma compressão horizontal.
- Se |a|< 1, diz-se que há uma dilatação horizontal.

39
Exercícios:

45. Uma representação gráfica da função f 49. Observe a figura onde se encontra representada
encontra-se na figura seguinte: graficamente a função f e considere as funções definidas por:
g  x   f  x 
45.1. Indique o contradomínio h  x   f  x  3
da função h, sendo h(x) = f(x) – 1. ix    f x 
45.2. Determine p  , de modo t x   f x 
que g(x) = f(x) + p não tenha zeros.
Indique:
46. Considere a função f , definida por f x   x  2 . 49.1. os zeros de g.
49.2. o conjunto solução h(x) <0.
46.1. Indique os zeros da função g sendo g(x) = f (x + 1).
49.3. os intervalos de monotonia da função i.
46.2. Estude o sinal da função h, sendo h(x) = f (x – 4).
49.4. os extremos de t.
46.3. A função j tem
a seguinte representação 50. Considere a função f representada graficamente e
gráfica: g  x   f 3 x 
Indique o valor de k, h x   3 f  x 
sabendo que j(x) = f (x + k) 50.1. Indique os zeros e o
contradomínio de g e h.
47. Considere a função f representada graficamente. 50.2. Quantas soluções têm as
Em relação à função Seguintes equações:
y = f (– x), indique: a) g(x) = -3 b) h(x) = -3 c) h(x) = 6
47.1. zeros.
47.2. extremos. 51. Considere os gráficos A, B e C e as funções tais que:
47.3. sinal. y  f ( x) y   f x  y  f  x 
47.4. intervalos de monotonia
(A) (B)
48. Na figura encontra-se
representada a função h.
Esboce o gráfico da função:
48.1. h (x – 2)
48.2. h(x) + 3 Faça a corresponder (C)
48.3. |h(x)| a cada gráfico a sua
48.4. –h (x) respectiva função.
48.5. 0,5 h (x)

FUNÇÕES POLINOMIAIS. POLINÓMIOS


 POLINÓMIOS Um polinómio de grau n, na variável real x, é toda a
expressão do tipo:
Exemplos:
A (x)  4 x 2  2 x  20 (polinómio do 2º grau completo) a0 x n  a1 x n1  a2 x n2  ...  an1 x  an
B (x)  4 x  10 (binómio do 2º grau completo) com a0 , a1 , a2 ,...,a n  e n 0

C (x)  6 x (monómio do 5º grau)


5
Um polinómio com dois termos diz-se binómio.
D (x)  x 3  3x 2  10 x (polinómio do 3º grau incompleto, uma vez Se o polinómio tem um só termo, diz-se monómio.
que lhe falta o termo independente) Um polinómio que apresenta todos os coeficientes
E (x)  5x 2  3x  4 e F (x)  4  5x 2  3x são polinómios idênticos iguais a zero diz-se polinómio nulo.
E (x)  5x 2  3x  4 e H (x)  5x 2  3x  4 são polinómios simétricos Um polinómio diz-se completo se e só se contiver
C (x)  6 x 5 e J ( x)  x 5 são monómios semelhantes porque têm a todas as potências de x, desde xn até ao termo
mesma parte literal ( x 5 ). independente.

40
Exercícios:
52. Calcula o valor de:
52.1. t 2  6t  10, para t  2 52.2. x 2  5x  9, para x  3 52.3. m 3  9m, para m  1 e m  1
53. Escreve por ordem decrescente das potências de x e indique o grau e os coeficientes dos vários termos:
53.1. 1  6 x  9 x 2  8 x 3 53.2. 3  9 x 2  24 x 4 53.3. x 5  5x 3  6 x 6  7x

 OPERAÇÕES COM POLINÓMIOS


> Adição Exercícios:
Basta reduzir os termos semelhantes (somar os monómios com igual parte literal). 54. Calcule e escreva o resultado na
Exemplo: Adicionemos os polinómios A(x)  5x 2  4 x  3 e B(x)  2x 2  4 x 3  x  5 forma do polinómio reduzido e
A(x)  B(x)  5x 2  4 x  3  (2x2  4 x3  x  5)  4 x 3  3x 2  3x  2 ordenado:
54.1. (x 2  4 x  3)  (x  2x 3  5x 2 )
> Subtracção
54.2. (x 2  4 x  3)  (x  2x 3  5x 2 )
Para subtrair dois polinómios, adiciona-se ao polinómio aditivo o simétrico do
55. Efectue as operações indicadas
polinómio subtractivo e, em seguida, reduzem-se os termos semelhantes.
e escreva o resultado na forma de
Exemplo: Calculemos a diferença entre os polinómios A(x) e B(x) do exemplo anterior.
polinómio ordenado e reduzido:
A(x)  B(x)  A(x)  (B(x))  (5x 2  4 x  3)  (2x 2  4 x 3  x  5)   4 x 3  7x 2  5x  8
55.1. x  1x  3
> Multiplicação 
55.2. 2 x  3 x 2  5x 
Para multiplicar dois polinómios multiplica-se cada termo do primeiro polinómio 55.3. 3x  1x 2
 x 1 
pelo segundo polinómio e adicionam-se os produtos obtidos.
56. Indique o grau do polinómio
Exemplo: Efectuemos a multiplicação dos polinómios A(x)  2 x 2  1 e B(x)  3x 2  2 x  3 produto de:
. 56.1. x 3  5x 2  1 por x 2  x  3
56.2. x  1 por um polinómio do 5º
grau.
O grau do produto de dois polinómios é a soma dos graus desses polinómios. 56.3. um polinómio do 3º grau por
No exemplo 2 + 2 = 4 um polinómio do 2º grau.
57. Sendo A(x)  x  2x  4 e
Recorde: Casos notáveis da multiplicação
 1
Quadrado do binónio Diferença de quadrados B( x)  2x  3 x   determine o
 2
polinómio C(x) tal que:
57.1. A(x)  C(x)  2x  1
57.2. B(x)  C(x)  x  3
57.3. A(x)  C(x)  x  2

Nota:
Em : 38475 : 42 =

38475 42
> Divisão inteira de polinómios
-378 914
No conjunto , efectuar a divisão inteira de um número A por um número B é encontrar um
0067
número natural Q (quociente) e um número natural R (resto), tais que
-42
A = B Q + R, com r < 0.
255
No conjunto dos polinómios tudo se passa de modo idêntico: -248
A divisão inteira do polinómio A(x) pelo polinómio B(x) consiste em determinar dois 007
polinómios Q(x) e R(x) tais que:
A(x)  B(x)  Q(x)  R(x) 38475 = 42 914 + 7
Dividendo = divisor
sendo o grau de R(x) menor que o grau de B(x), ou R(x) = 0.
quociente + resto
Quando R(x) = 0 diz-se que a divisão é exacta.

41
Algoritmo da divisão inteira
Exemplo:
Calculemos o quociente e o resto da divisão inteira do polinómio A(x)  3x 2  5x 4  x  1 Exercícios:
pelo polinómio B(x)  x  2 58. Calcule e escreva o
resultado na forma do
polinómio reduzido e
ordenado:
58.1. x  12  3x x  1
 
58.2. x 2  4  2  x 2  x 
58.3.
 x  32  x  1x  3
59. Determine o quociente e
o resto da divisão inteira de:
59.1. 3x 4  4 x 3  5x  10
por 3x  2
59.2. x 4  8 por x 2  2
59.3. x 4  8 por x 2  x
60. Determine o polinómio
que:
60.1. dividido por
x2  3x  1 tem como
quociente 3x  2 e resto
5x  4 .
60.2. dividido por x 3  1
tem como quociente x 2  1
e resto x  1 .
60.3. dividido por x  1 tem
como quociente x 2  x  1 e
Portanto, Q(x)  5x  10 x  17 x  33 e R(x)  65 .
3 2
resto zero.
O grau do quociente é igual à diferença entre os graus do dividendo e do divisor.
O quociente é de grau 3: grau 4 (do dividendo) – grau 1 (do divisor). M.A.(6)

Regra de Ruffini
Quando, na divisão inteira de polinómios, o divisor é um polinómio de grau 1, em particular do tipo x – α, com α ϵ ,
o procedimento exposto através do algoritmo da divisão dá lugar a um método simples denominado por Regra de
Ruffini, que permite determinar os coeficientes do polinómio quociente e resto da divisão (grau zero).
Exemplo 1:
Exercício:
Dividir P(x)  3x4  2x3  2x2  x  1 por x  2
61. Use a regra de Ruffini para calcular o quociente
e o resto de cada uma das divisões:
61.1. x 3  3x 2  3x  1 por x  1
61.2. 4 x 4  5x 2  8 por x  0,5
61.3. x 3  5x  4 por x  3
61.4. x 4  5x 2  4 por x  2
2
61.5. 3x 4  2 x 2  1 por x 
3
Q(x)  3x3  4 x2  10 x  19
Sendo A(x) um polinómio do 4º grau, o quociente da divisão por x  2 é um polinómio do 3º grau.

42
Exemplo 2:
Use a regra de Ruffini para calcular o quociente e o resto da divisão
Em geral, para dividir P(x) por ax  b , e
de P(x)  x 3  x 2  2x  6 por 2 x  4
tendo em atenção que
Repare que 2x  4  2x  2 .
 b
Q( x) ax  b  a x   , divide-se P(x) por
Então, se P(x)  x  2 Q(x)  R, será P( x)  2x  2 R.  a
2
b
Ou seja, o quociente da divisão de P(x) por 2 x  4 é metade do quociente x  , depois divide-se o quociente
a
da divisão de P(x) por x  2 ; o resto é o mesmo
obtido por a e o resto não se altera.
1 –1 2 6

–2 –2 6 –16 Exercício:
1 –3 8 –10 62. Use a regra de Ruffini para calcular o quociente e o resto de cada
uma das divisões:
x 2  3x  8 1 2 3 1
Q( x)   x  x  4 ; R(x)  10 62.1. x 3  3x 2  x  2 por 2x  6 62.2. x 4  x 3  15 por 3x  1
2 2 2 3

 TEOREMA DO RESTO
Calculemos P(2) para o exemplo 1 e P(-2) para o exemplo 2:
Exemplo 1: P(2)  3  24  2  23  2  22  2  1  39 Exemplo 2: P(2)   23   22  2   2  6  10
Verificamos que o valor do resto da divisão de um polinómio P(x) por x – a é igual ao valor numéroco de P(a).

Teorema do resto: Exercícios:


O resto da divisão de um polinómio P(x) por x   é o valor numérico 63. Calcule sem efectuar a divisão o
do polinómio P(x) para x   e designa-se por P( ) . resto da divisão de x 3  3x 2  4 x  6
por: 63.1. x  3
Outras conclusões: 63.2. x  2 63.3. x  2
- Um número α diz-se raiz ou zero de um polinómio se P( ) = 0 1
63.4. 2 x  4 63.5. x 
- Dizer que α é raiz de um polinómio equivale a dizer que esse polinómio 3
é divisível por x   .
65. Sem efectuar as divisões:
65.1. Investigue se 2 x 4  3x  26 é divisível por x  2 .
65.2. Determine o valor de k para o qual o polinómio
64. Sem efectuar a divisão determine para que valor de m:
P(x)  x 3  kx2  2 x  4 é divisível por x  2 .
64.1. y  my  y  6 é divisível por y  2 .
3 2

65.3. Indique quais dos números −2, 0, 1, 2 e 3 são raízes do


64.2.  6  2t  mt2  5t 4 dividido por t  1 dá resto 4.
polinómio P(x)  x 3  3x 2  4 x  12

 ZEROS E FACTORIZAÇÃO DE UM POLINÓMIO


O resultado anterior revela-se muito útil quando queremos decompor um polinómio em factores de primeiro grau.
Estudemos alguns exemplos.
Exemplo 1: Decompor em factores o polinómio P(x)  3x 2  x  4 :
Como o polinómio é do 2º grau utilizemos a fórmula resolvente para calcular as suas raízes.
1  1  4  3  (4) 1  49 17 4
3x 2  x  4  0  x  x x  x   x  1
2.3 6 6 3
4 4  4
Como  1  1 e  2  , P(x) é divisível por x  1 e por x  . Então: P( x)  3x  1 x  
3 3  3

43
Exemplo 2: Decompor o polinómio A(x)  2x 3  2x 2  8 x  8 sabendo que é divisível por x  1 .
Se o polinómio é divisível por x  1 , −1 é uma raiz do polinómio. Calculemos o quociente de A(x) por x  1 aplicando a regra de
Ruffini:
2 –7 –14 –5 Exercícios:
–1 –2 9 5 66. Decompõe em factores os polinómios
seguintes: 66.1. x 2  5x  6
2 –9 −5 0 Q(x)  2 x 2  9 x  5
66.2. 6 x 2  19 x  10 66.3. 66  5x  x 2


Podemos portanto escrever A(x)  x  1 2x 2  9 x  5 . Mas como o segundo 66.4. x 3  2 x 2  5x 66.5. x 3  49 x
66.6. x 3  2x 2  x  6 , sendo -3 uma das
factor é um polinómio de grau 2, utilizamos a fórmula resolvente para
raízes.
determinar, se existirem, as raízes deste factor.
66.7. x 4  3x 3  x 2  3x , sabendo que admite
9  81  4  2  (5) 9  121
2x 2  9 x  5  0  x  x  as raízes 1 e -1.
2.2 4
9  11 1 66.8.  x 3  x 2  x  95 , sabendo que é
x  x  5 x  
4 2 divisível por x  5
1 67. De um polinómio P(x) de terceiro grau,
Temos assim as raízes  1  1 ,  2   e  3  5 ; a 0  2 sabemos que:
2
 1  * -2, 2 e 3 são os seus zeros
A( x)  2x  1 x  x  5 * P(-1) = 1
 2
Determine P(x).
Exemplo 3: Decompor em factores o polinómio Bx   3x 4  9 x 2  6 sabendo
68. Determine o polinómio A(x) de quarto
que −1 e 1 são raízes do polinómio.
grau, sabendo que 2 e 1 são zeros de
Calculemos o quociente de 3x 4  9 x 2  6 por x  1 e por x  1 utilizando a multiplicidade 2 e o resto da divisão de A(x)
regra de Ruffini. por x + 1 é 3.
3 0 –9 0 6

–1 –3 3 6 −6
Um polinómio tiver grau n poderá ter no
3 –3 −6 6 0 máximo n raízes 1 ,  2 ,  3 ... n .
1 3 0 −6 A sua decomposição será:
Q(x)  3x 2  6
P( x)  a0 x  1 x   2 ...x   n 
3 0 −6 0

Podemos portanto escrever B(x)  x  1x  1 3x 2  6   Em que a 0 é o coeficiente do termo de


Vamos agora determinar, se existirem, as raízes de 3x 2  6
mais alto grau
6
3x 2  6  0  3x 2  6  x 2   x 2  2  x   2  x   2  x  2
3
O polinómio tem 4 raízes:  2 ,  1, 1, 2 e a0  3 . Então:   
Bx   3 x  2 x  1x  1 x  2 
 EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES DE GRAU SUPERIOR A 2
Não dispondo de fórmulas resolventes, a resolução de equações e inequações do 3º e do 4º grau far-se-á pela lei do
anulamento do produto, nos casos em que é fácil encontrar uma ou duas raízes algébricas, ou graficamente.
3 2
Exemplo 1: Sendo P(x) = x − 2x – x + 2 , resolver a equação P(x) = 0
É necessário “descobrir” uma raiz do polinómio. Como o termo independente é 2, é possível que o polinómio P(x) seja divisível
por x – 2. Vamos verificar utilizando a regra de Ruffini.
1 –2 −1 2 Então P(x)  x  2x  1x  1 . Agora que o polinómio está decomposto em
2 2 0 –2 factores, podemos resolver a equação P(x) = 0 através da lei do anulamento
1 0 −1 0 do produto.
P(x)  0  x  2x  1x  1  0 
x  2  0  x  1  0  x  1  0  x  2  x  1  x  1
2
Q(x)  x 2  1 As raízes de x – 1 são −1 e 1.
S   1,1,2
44
3 2
Exemplo 2: Resolver a equação 2x + 9x + 12x + 4 = 0 sabendo que uma das raízes é −2.
3 2
Vamos dividir P(x) = 2x + 9x + 12x + 4 por x + 2
2 9 12 4 Agora que o 1º membro da equação está decomposto num produto de
–2 –4 –10 –4 factores podemos resolver a equação através da lei do anulamento do
2 5 2 0 produto. Repara que o polinómio tem duas raízes −2, ou seja, −2 é raiz dupla.
1
A raiz  é raiz simples.
Q(x)  2 x  5x  2
2
2
1 1 1
As raízes de 2x + 5x +2 são −2 e 
2 P( x)  0  x  2  0  x   0  x  2  x  
2 2 2
 1  1
P( x)  2x  22  x   Logo, S   2, 
 2  2

4 2
Exemplo 3: Considere P(x) = 4x − 15x – 4 e determine o conjunto de valores de x para os quais:
a) P(x) = 0 (equação biquadrada) b) P(x) > 0 (inequação)
Resolução:
4 2
a) A equação 4x − 15x – 4 = 0 é do 4º grau e tem nulos os b) Trata-se de resolver a inequação P(x) > 0
termos do 3º grau e do 1º grau. Decompondo o 1º membro em factores, vem
A esta equação chama-se equação biquadrada.
Para resolvermos uma equação biquadrada, fazemos uma
 

1
4 x2  4  x2    0
 4
mudança de variável de modo a obter uma equação do 2º grau.
 1
4 2 2
Se na equação 4x − 15x – 4 = 0 substituirmos x por y, vem Visto que  x 2    0, x  , temos que estudar
2  4
4y – 15y – 4 = 0.
Calculemos as raízes desta nova equação.
 
x2  4  0  + +
 x  2  x  2 -2 – 2
15  225  4  4  (4) 15  17 1
y y  y  4 y  
2 4 8 4
2 O conjunto das soluções é S   ,2  2,
Como x = y, vem
1
x 2  4  x  2  x  2 e x 2   é impossível
4
Então P(x)  0  x  2  x  2 S   2,2

Exemplo 4: Determine quais os números reais cujo cubo é menor que o próprio número.
Resolução:
 
x 3  x  x 3  x  0  x x2  1  0
Neste caso qualquer dos factores pode ser positivo ou negativo, pelo que é conveniente organizar um quadro onde se registam
os sinais de cada um dos factores.
2
O factor x anula-se para x = 0, e é do 1º grau; o factor x – 1 anula-se para x = ± 1, é do 2º grau e é positivo fora do intervalo das
raízes.
Marcam-se num eixo os valores que anulam cada um dos factores, por ordem crescente, e sob ele constrói-se o quadro de
sinais.
x–1
+

− 1 x

2
x –1
O produto é negativo para x   ,1  1, . Os números reais que satisfazem esta
+ +
condição são os desta reunião de intervalos.
Se a condição fosse x ≤ x, o conjunto das soluções seria S   ,1  1,
3 -1 - 1 x

45
Exercícios:
69. Resolva as equações:
69.1. p 4  13 p 2  36  0 69.2. x 4  15x 2  16  0 69.3. 16 x 4  8 x 2  1  0
69.4. x 4  13x 2  36  0 , sabendo que tem as raízes 2 e 3. 69.5. 6 x 3  11x 2  6 x  1  0 , sabendo que tem a raiz 1
70. Resolva cada uma das equações depois de descobrir uma das raízes:
70.1. x 3  2x 2  x  2  0 70.2. m 3  3m2  4m  12  0
71. O polinómio P(x)  x 4  2x 3  4 x 2  2x  3 admite raízes que são divisores inteiros do termo independente.
71.1. Decomponha P(x) em factores. 71.2. Resolva a equação P(x) = 0
72. Resolva as inequações:
72.1. x 3  6 x 2  8 x  0 72.2. x 3  2x 2  5x  6  0 72.3. x  22  x  13  0  
72.4. x 2  9 x  2  0
72.5. m 4  2m 3  3m2  8m  4  0  
72.6. 3  x  x 2  100  0

73. Considere o polinómio P(x)  3x 4  ax 2  1 com a  .


73.1. Determine a de modo que o polinómio seja divisível por x + 1. 73.2. Considera a = 2 e, resolve a condição P(x)  0
74. Determine os números reais tais que o seu quadrado é maior que o dobro do seu cubo.

Bibliografia utilizada na compilação:


COSTA, Belmiro e RODRIGUES, Ermelinda, Espaço 10A, Matemática 10º Ano, Edições Asa 2007
COSTA, Belmiro e RODRIGUES, Ermelinda, Novo Espaço, Matemática A 10º Ano, Porto Editora 2010
DUARTE, Teresa Olga e FILIPE, Jaime Pinheiro, Matemática Dez, Matemática 10º Ano, Lisboa Editora, 2010
FERREIRA NEVES, Maria Augusta; GUERREIRO, Luís; LEITE, António e SILVA, Jorge Nuno, Matemática A 10º Ano, Porto Editora, 2010
FERREIRA NEVES, Maria Augusta e GUERREIRO, Luís, Exercícios de Matemática A 10º Ano, Porto Editora
FERREIRA NEVES, Maria Augusta e GUERREIRO, Luís, Matemática - 8º Ano, Porto Editora
NEGRA, Cristina e MARTINHO, Emanuel, Sem Limites, Matemática A 10º Ano, Santillana Constância, 2007
PASSOS SOUSA, Ana Paula e TORRÃO COUTINHO, Maria de Piedade, Matemática A 10º Ano – Exercícios, Lisboa Editora, 2007
RIBEIRO, Jorge Tavares e SANTOS, Jorge, Matemática 10, Matemática A 10º Ano, Edições Asa 2007
SOVERAL, Ana Arede e SILVA, Carmen Viegas, Matemática B, Matemática 10º Ano, Texto Editores, 2005

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