Lei 4277

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Prefeitura Municipal de Itanhaém

Estância Balneária
Estado de São Paulo

LEI Nº 4.277, DE 17 DE OUTUBRO DE 2018

“Dispõe sobre a regularização de


edificações e dá providências
correlatas.”

MARCO AURÉLIO GOMES DOS SANTOS,


Prefeito Municipal de Itanhaém,

FAÇO SABER que a Câmara Municipal de Itanhaém


decretou e eu promulgo a seguinte Lei:

Art. 1º - As edificações irregulares ou clandestinas


existentes no Município, concluídas anteriormente à data da publicação desta lei,
situadas em qualquer zona de uso, poderão ser regularizadas, desde que
apresentem condições mínimas de higiene, segurança de uso e habitabilidade,
atendidas as condições aqui estabelecidas.

§ 1º - Para os efeitos desta lei, considera-se:

I - edificação clandestina ou irregular: aquela que foi


executada sem prévia licença da Prefeitura ou em desacordo com o projeto
aprovado;

II - edificação concluída: aquela em que a área objeto de


regularização esteja pronta para ser habitada, com as paredes erguidas, as
instalações elétricas, hidráulicas e sanitárias, bem como a cobertura, totalmente
executadas, na data referida no “caput” deste artigo, comprovada mediante
declaração do interessado, sob as penas da lei.

§ 2º - A avaliação das condições mínimas de higiene,


segurança de uso e habitabilidade das edificações, para fins desta lei, será
procedida pelos órgãos técnicos da Prefeitura à vista das informações prestadas e
dos documentos e peças gráficas apresentados com o pedido de regularização.

§ 3º - A Prefeitura poderá, a qualquer tempo, vistoriar o


imóvel para decisão do pedido de regularização, bem como exigir obras de
adequação para garantir a estabilidade, a segurança, a higiene, a salubridade, a
acessibilidade e a conformidade do uso.

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§ 4º - Para a execução das obras de adequação referidas


no § 3º deste artigo será concedido prazo máximo de 90 (noventa) dias,
prorrogáveis por igual período.

§ 5º - Decorrido o prazo estabelecido no § 4º deste


artigo, sem atendimento às exigências, o pedido de regularização será indeferido e
aplicadas as penalidades cabíveis.

Art. 2º - Somente será admitida a regularização de


edificações que estejam localizadas em áreas de terreno resultantes de
parcelamento do solo devidamente aprovado pela Prefeitura e sejam destinadas a
usos permitidos na zona de uso pela legislação de uso e ocupação do solo.

Parágrafo único - Poderão também ser regularizadas as


edificações que abriguem usos não conformes, situadas nas zonas de uso Z.1.02,
Z.1.04, Z.1.05, Z.1.06, Z.2.01, Z.2.02, Z.2.03, Z.2.04, Z.2.05, Z.3.01, Z.3.02,
Z.3.03 e Z.3.04, excetuadas aquelas que abriguem as categorias de uso C.3.2,
C.3.3, I.2 e I.3.

Art. 3º - A regularização das edificações enquadradas


nas situações abaixo descritas, além do atendimento às condições estabelecidas
nesta lei, dependerá de prévia anuência ou autorização do órgão competente:

I - tombadas, preservadas ou contidas no perímetro de


área tombada, e localizadas no raio envoltório do bem tombado;

II - situadas em área de proteção do aeroporto;

III - que abriguem atividades sujeitas ao licenciamento


ambiental.

Art. 4º - Não serão passíveis de regularização, para os


efeitos desta lei, as edificações que:

I - estejam edificadas em logradouros ou terrenos


públicos, ou que avancem sobre eles;

II - abriguem usos diferentes dos permitidos na


legislação de uso e ocupação do solo vigente, excetuado o disposto no parágrafo
único do artigo 2º desta lei;

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III - estejam situadas em faixas não edificáveis junto a


rios, córregos, faixas de escoamento de águas pluviais, galerias, canalizações e
linhas transmissoras de energia de alta tensão;

IV - estejam “sub judice” em ações relacionadas à


execução de obras irregulares;

V - não atendam às restrições convencionais de


loteamentos aprovados pela Prefeitura;

VI - possuam vãos de iluminação, ventilação ou


insolação a menos de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) voltado para a
divisa do lote, salvo quando for apresentada anuência expressa do vizinho,
devidamente identificado como proprietário ou possuidor do imóvel,
acompanhada de cópia de documento que indique qualquer tipo de titularidade,
tais como escritura, compromisso ou promessa de compra, venda ou cessão,
recibo de pagamento total ou parcial de aquisição, entre outros.

Art. 5º - São consideradas infrações toleráveis, para os


efeitos desta lei:

I - quanto à legislação de uso e ocupação do solo,


aquelas relativas:

a) à frente e área dos lotes ocupados, quando inferiores


às estabelecidas na legislação de uso e ocupação do solo;

b) à ocupação dos recuos mínimos de frente, lateral e de


fundo;

c) à taxa de ocupação;

d) ao coeficiente de aproveitamento;

II - quanto ao Código de Edificações e Instalações, as


relativas:

a) à execução de obras sem prévia licença da Prefeitura;

b) às áreas mínimas dos compartimentos; e

c) ao desatendimento de quaisquer de suas disposições.

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Parágrafo único - As edificações que ocupem o recuo


frontal do terreno poderão ser regularizadas, nos termos desta lei, desde que haja
expressa concordância do interessado quanto à não indenização pelas benfeitorias
realizadas, na hipótese de desapropriação do imóvel.

Art. 6º - A regularização de edificações de que trata esta


lei dependerá da apresentação pelo proprietário, possuidor do imóvel, ou seu
representante legal devidamente identificado, dos seguintes documentos:

I - requerimento contendo declaração do interessado


responsabilizando-se, sob as penas da lei, pela veracidade das informações e pelo
atendimento dos requisitos previstos nesta lei, com endereço completo do
interessado e do imóvel onde se localiza a edificação;

II - peças gráficas do projeto, em 1 (uma) via, impressas


por plotagem, assinadas por profissional habilitado, das quais deverá constar
declaração assinada pelo interessado, sob as penas da lei, atestando que as peças
gráficas configuram fielmente o terreno e as construções existentes anteriormente
à data da publicação desta lei;

III - certidão de medidas e confrontações;

IV - certidão de análise prévia de situação ambiental;

V - laudo técnico atestando as condições da edificação,


com a respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica – ART perante o
Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura – CREA ou Registro de
Responsabilidade Técnica – RRT perante o Conselho de Arquitetura e Urbanismo
– CAU;

VI - 3 (três) fotos, no mínimo, que comprovem que a


edificação encontra-se concluída;

VII - comprovante de recolhimento dos tributos


municipais relativos ao exercício profissional;

VIII - anuência ou autorização do órgão competente,


conforme exigido no artigo 3º desta lei, quando for o caso;

IX - anuência do vizinho para a abertura localizada a


menos de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) da divisa do lote, nos termos
do inciso VI do artigo 4º desta lei, acompanhada de cópia de documento que
indique qualquer tipo de titularidade do imóvel vizinho, quando for o caso.
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§ 1º - Deferido o pedido de regularização, o interessado


deverá apresentar, no mínimo, mais 3 (três) vias das peças gráficas a que se refere
o inciso II do “caput” deste artigo.

§ 2º - Não será aceito requerimento para regularização de


edificações desacompanhado dos demais documentos referidos nos incisos do
“caput” deste artigo.

Art. 7º - A regularização de edificações de que cuida


esta lei está sujeita ao recolhimento da taxa específica para regularização, prevista
na Tabela V da Lei Complementar nº 25, de 14 de dezembro de 1998, alterada
pela Lei Complementar nº 42, de 11 de dezembro de 2001, e do imposto sobre
serviços de qualquer natureza, relativo à área a ser regularizada.

§ 1º - Tratando-se de edificações que abriguem usos


permitidos na zona de uso em que se situam, os tributos devidos serão calculados
na seguinte conformidade:

I - imposto sobre serviços de qualquer natureza – ISS,


relativo à área a ser regularizada, observando o mesmo critério previsto na
legislação em vigor para obra nova, ampliação ou reforma;

II - taxa específica para regularização relativa à área a


ser regularizada, cujo valor será calculado de acordo com a localização do imóvel,
na seguinte conformidade:

a) edificações localizadas entre a praia e a ferrovia – 3


(três) Unidades Fiscais por metro quadrado de área a ser regularizada;

b) edificações localizadas entre a ferrovia e a rodovia – 2


(duas) Unidades Fiscais por metro quadrado de área a ser regularizada;

c) edificações localizadas entre a rodovia e a Serra do


Mar:

1. com área construída de até 70,00m² (setenta metros


quadrados) – 1,2 Unidades Fiscais por metro quadrado de área a ser regularizada;

2. com área construída superior a 70,00m² (setenta


metros quadrados) e inferior a 120,00m² (cento e vinte metros quadrados) – 1,5
Unidades Fiscais por metro quadrado de área a ser regularizada;

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3. com área construída superior a 120,00m² (cento e


vinte metros quadrados) – 2 (duas) Unidades Fiscais por metro quadrado de área a
ser regularizada.

§ 2º - Tratando-se de edificações que abriguem usos não


conformes, os tributos devidos serão calculados na seguinte conformidade:

I - imposto sobre serviços de qualquer natureza – ISS,


relativo à área a ser regularizada, observando o mesmo critério previsto na
legislação em vigor para obra nova, ampliação ou reforma;

II - taxa específica para regularização relativa à área a


ser regularizada - 4 (quatro) Unidades Fiscais por metro quadrado de área a ser
regularizada.

Art. 8º - O valor do imposto sobre serviços de qualquer


natureza e da taxa de regularização relativo à área a ser regularizada poderá ser
parcelado, observando-se o máximo de 6 (seis) parcelas mensais, iguais e
sucessivas e o valor mínimo de 30 (trinta) Unidades Fiscais por parcela.

Parágrafo único - Na hipótese de que trata este artigo, o


Alvará de Regularização somente será expedido e entregue ao interessado após
integral recolhimento dos tributos devidos.

Art. 9º - Os processos de regularização de edificações


em andamento na Prefeitura, na data da publicação desta lei, poderão ser
analisados segundo suas disposições, desde que o interessado manifeste
expressamente, por escrito, a sua vontade nesse sentido, no prazo máximo de 120
(cento e vinte) dias contados do início da sua vigência.

Art. 10 - As edificações de que trata esta lei não serão


passíveis de sanção em decorrência de infrações regularizáveis nos termos ora
fixados, enquanto seus processos de regularização estiverem em andamento.

Parágrafo único - Ficam excluídas das disposições


deste artigo as seguintes situações constatadas pela fiscalização:

I - edificações que não atendam às condições mínimas de


estabilidade, segurança de uso e salubridade;

II - exercício de atividade, qualquer que seja, que esteja


causando transtorno ou incômodo aos vizinhos e à população em geral.

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Art. 11 - A Prefeitura, por intermédio da Secretaria de


Obras e Desenvolvimento Urbano, órgão responsável pela análise dos processos
de regularização, poderá, a qualquer tempo, mesmo após efetuada a regularização,
verificar a veracidade das informações e as condições de higiene, de salubridade,
de segurança de uso e de habitabilidade das edificações e de respeito ao direito de
vizinhança.

§ 1º - Constatada, a qualquer tempo, falsidade da


declaração prevista no artigo 1º, § 1º, inciso II desta lei, será cassado o Alvará de
Regularização eventualmente concedido, ficando o responsável sujeito à multa
equivalente a 10 (dez) Unidades Fiscais por metro quadrado de área irregular, sem
prejuízo das demais sanções administrativas e das providências penais cabíveis.

§ 2º - De igual modo, se constatada, a qualquer tempo,


divergência nas informações fornecidas, o interessado será notificado a saná-las
ou a prestar esclarecimentos, no prazo de 20 (vinte) dias, sob pena de ser tornada
nula a regularização da edificação e aplicadas as sanções cabíveis.

§ 3º - Em qualquer caso, os valores pagos a título de


imposto sobre serviços de qualquer natureza e de taxa de regularização não serão
restituídos.

Art. 12 - A regularização de edificações de que trata esta


lei não implica reconhecimento, pela Prefeitura, da propriedade, das dimensões e
da regularidade do lote.

Art. 13 - O prazo para protocolamento do pedido,


acompanhado dos documentos exigidos, necessários à regularização de que trata
esta lei, será de 6 (seis) meses, prorrogável por igual período, a critério do
Executivo.

§ 1º - Findo o prazo fixado no “caput” deste artigo,


somente serão passíveis de regularização, atendidas, no que couber, as disposições
desta lei, as edificações concluídas anteriormente à data da sua publicação, que,
embora executadas sem prévia licença da Prefeitura, não apresentem qualquer
outra infração à legislação edilícia e de uso e ocupação do solo vigente.

§ 2º - A regularização das edificações de que trata o § 1º


deste artigo ficará sujeita ao recolhimento da taxa específica de regularização
prevista na Tabela V da Lei Complementar nº 25, de 14 de dezembro de 1998,
alterada pela Lei Complementar nº 42, de 11 de dezembro de 2001, no valor
correspondente a 5 (cinco) Unidades Fiscais por metro quadrado de área a ser

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regularizada e do imposto sobre serviços de qualquer natureza – ISS relativo à


área a ser regularizada.

Art. 14 - Esta Lei entra em vigor na data de sua


publicação, revogada a Lei nº 3.863, de 31 de outubro de 2013.

Prefeitura Municipal de Itanhaém, em 17 de outubro de


2018.

MARCO AURÉLIO GOMES DOS SANTOS


Prefeito Municipal

Registrada em livro próprio. Proc. nº 9.002/2018.


Projeto de Lei de autoria do Executivo.
Departamento Administrativo, em 17 de outubro de
2018.

WILSON CARLOS DO NASCIMENTO


Secretário de Administração

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