Livro - Prova Da Existencia de Deus Pela Fisica Quantica
Livro - Prova Da Existencia de Deus Pela Fisica Quantica
Livro - Prova Da Existencia de Deus Pela Fisica Quantica
Amit Goswami
É uma pergunta muito boa. Os conceitos
da Física clássica, no início, não
separavam Deus, como disse, mas então,
aos poucos, descobriu-se que Deus não
era necessário. Depois que Deus
estabeleceu o movimento do mundo, ele
passou a ser guardião de seu jardim, e
isso é o que a maioria dos físicos
clássicos pode fazer. Mas na Física
Quântica, há o problema da medição.
Como as possibilidades tornam-se
eventos reais, temos espaço para uma
consciência, e ela deve ser uma
consciência cósmica. Há uma semelhança
com o modo como Deus é retratado, pelo
menos na subespiritualidade tradicional,
não na mente popular. A mente popular
considera Deus um imperador, um super-
humano sentado no céu. Essa imagem de
Deus não é científica, e espero que esteja
claro que não estamos falando em Deus
dessa forma, mas Deus nessa consciência
mais cósmica, nessa forma mais
estrutural. Esse tipo de Deus está
retornando porque, se voce se recorda, o
debate entre teólogos e cientistas sempre
foi: Deus é o guardião ou Deus intervém?
Teólogos afirmam que Deus intervém nos
seres biológicos. E então surgiu Darwin.
Foi um grande golpe nos teólogos, porque
antes, apesar de Newton, os teólogos
podiam citar o exemplo da Biologia, cujo
propósito é muito óbvio, pelo menos,
óbvio para a maioria. Mas a teoria de
Darwin foi um golpe porque se dizia que a
evolução ocorria... mas ela era natural?
Darwin disse que ela era natural.
Oportunidade e necessidade. Não há
necessidade de Deus na evolução e não
há necessidade de Deus na biologia.
Então, no século XX, surgiu o
behaviorismo e a idéia de que temos
livre-arbítrio subjetivo. Essa idéia
também foi superada, porque
experimentos mostraram que somos
muito condicionados, não há livre-
arbítrio. Contra tudo isso, vejam só, a
Física Quântica também cresceu ao
mesmo tempo que o behaviorismo, e a
Física Quântica tem uma coisa peculiar: o
princípio da incerteza. O mundo não está
determinado como imaginamos. Deus não
é o guardião.
O princípio da incerteza levou à onda de
possibilidades, depois o colapso da onda
de possibilidades para a introdução da
idéia do colapso da consciência.
Paradoxalmente, fomos criados contra
essa idéia, mas nos anos 90, eu, Henry
Stab, Fred Allan Wolf, Nick Herbert, todos
mostramos que esse paradoxo pode ser
resolvido. Não há paradoxo se
presumirmos que a consciência que causa
o colapso da onda de possibilidades em
eventos reais é uma consciência cósmica.
E o evento do colapso em si nos dá a
separação matéria-objeto do mundo.
Assim, não só resolvemos o problema da
medição quântica como também demos
uma nova resposta de como a consciência
de um torna-se várias. Como ela se
divide em matérias e objetos, para poder
ver a si mesma. E essa idéia de que o
mundo é um jogo da consciência, um
jogo de Deus, que é uma idéia muito
mística, voltou à tona. Então, podemos
voltar à biologia. Deus intervém na
biologia? Deus intervém na vida das
pessoas? Essas perguntas continuam
tendo respostas muito positivas. Vi, em
um jornal sobre Biologia evolucionista,
que há muitos furos conhecidos na teoria
darwiniana. Esses furos são chamados
sinais de pontuação. A teoria da evolução
de Darwin explica alguns estágios
homeostáticos da evolução, ou seja,
como as espécies adaptam-se a
mudanças ambientais. Mas não explica
como uma espécie torna-se outra. Essa
especiação, mudança de uma espécie em
outra, é uma nova mudança na evolução,
não está na teoria de Darwin.
Experimentalmente, isso é demonstrado
em lacunas de fósseis. Não temos uma
continuidade de fósseis mostrando como
um réptil tornou-se um pássaro. A idéia é
que sejam sinais de pontuação, estágios
muito rápidos de evolução. Eu sugiro que
isto seja um salto quântico, um salto
quântico na evolução. Nesse salto
quântico, a consciência interveio, não de
um modo subjetivo, de um modo
caprichoso, mas de um modo muito
objetivo.. muito objetivo, e essas idéias
objetivas ficam claras com o trabalho de
Rupert Sheldrake e outros, o modo como
isso pode ser objetivo.
Mas, sem dúvida alguma, há uma
intervenção da causalidade descendente.
Não se pode explicar a Biologia
evolucionista só com a causalidade
ascendente. Essa é a coisa mais
interessante, a partir do pensamento
original dos físicos de que Deus deve ser
o guardião, pois tudo pode ser explicado
e tudo é determinado, que não
precisamos de Deus. Agora, estamos
fechando o círculo, e vemos que não só
precisamos de Deus: há movimentos
descontínuos no mundo para os quais não
existe explicação matemática ou lógica.
Ainda assim, é totalmente objetivo, não é
arbitrário. Deus age de forma objetiva,
bem definida. A consciência cósmica não
é subjetiva, não é a consciência individual
que afeta o mundo. Isso ocorre de forma
cósmica, podemos discutir objetivamente.
A ciência detém seu poder, sua
objetividade e, ainda assim, temos agora
a descontinuidade, temos a
interconectividade e podemos falar sobre
vários assuntos dos quais os místicos
tradicionalmente falam.
Heródoto Barbeiro:
Amit Goswami: