0704877-28 2023 8 02 0058
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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JOAO VICTOR MARQUES CASTELA e softplan.com.br, protocolado em 18/04/2023 às 21:30 , sob o número 07048772820238020058.
Ao juízo da comarca de Arapiraca-AL competente por distribuição
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AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDE- NIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS E PEDIDOS DE TUTELA DE URGÊNCIA
Autor: Raphael Rodrigues de Souza Silva, pessoa natural, inscrita no CPF sob nº 102.340.904-64, com
domicilio na Rua Projetada, Nº 124 LT 14 QDR. F. Res. Dona Lurdes I, Canafistula, CEP: 57 300-00, vem
à presença de Vossa Excelência, por meio do seu Advogado, infra assinado.
Réu: Uninvest Construções e Incorporações, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob
o nº 06.943.488/0001-77, endereço eletrônico: [email protected], com sede na Rodovia
AL 220, Km 02, nº 2188, Bairro Senador Arnon de Mello, em Arapiraca/AL, CEP 57.315-745, pelos fatos
e fundamentos jurídicos a seguir expostos.
1- Dos Fatos
O autor por não ter condições financeira para honrar com as prestações do
contrato de aquisição de imóvel com a ré, tentou rescindir de forma amigável o
contrato, contudo a parte ré não concordou e por isso a autora iniciou uma
demanda para rescisão de contrato na via judiciaria (autos 0700702-
59.2021.8.02.0058) e tal pedido foi deferido em caráter liminar e posteriormente
confirmado pela sentença de resolução do mérito.
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2- Da Justiça Gratuita
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acesso à Justiça.
3- Do Dano Moral
“entretanto, hipóteses há em que não é necessário sequer ser caracterizada a culpa. Nesses casos,
estaremos diante do que se convencionou chamar de “responsabilidade civil objetiva”. Segunda tal
espécie de responsabilidade, o dolo ou culpa na conduta do agente causador do dano é irrelevante
juridicamente, haja vista que somente será necessária a existência do elo de causalidade entre o dano e a
conduta do agente responsável para que surja o dever de indenizar. (Gagliano, Pablo Stolze, 10º ed. rev.
Atual e ampl-São Paulo, saraiva, 2012).
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
fls. 3
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(...) X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Dessa forma, claro é que a empresa requerida, ao cometer imprudente ato, afrontou
confessada e conscientemente o texto constitucional acima transcrito, devendo, por isso, ser condenada
à respectiva indenização pelo dano moral sofrido pelo requerente.
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O direito do Reclamante está amparado pelo Código civil, uma vez que o ato ilícito
praticado pela requerida gera o dever de ressarcir, assim vejamos:
"Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito".
Conforme observado ainda que aquele que comete o ato ilícito deverá ressarcir ainda que
moral, no mesmo sentido preceitua o artigo 927, caput, do Código Civil:
"Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-
lo."
O CDC, que tanto tem amparado os direitos dos consumidores, adotando a Teoria da
Responsabilidade Objetiva, é imperativo em aduzir que os fornecedores de produtos e serviços
respondem pelos danos causados aos consumidores, independentemente de culpa. In literis:
§ 1º - O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar,
levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
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que não há necessidade de prova efetiva do abalo de crédito, para a caracterização da obrigação de
indenizar o dano moral. Ora, ao ser compelido a pagar dívida oriunda de produtos e serviços que não
contratou, teve a Autora que se socorrer de advogado para ajuizar a presente ação, gerando mais
transtornos e dispêndios financeiros, com a contratação de serviços advocatícios. Contudo, o cerne do
presente conflito de interesses reside na existência de responsabilidade civil, da Ré, pelos danos
morais que tem experimentado a Autora, em razão da cobrança indevida pois a sentença nos autos
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0700702-59.2021.8.02.0058 rescindiu o contrato que segundo o réu gerou a dívida que foi usada para
inserir o nome do autor no SPC.
Em que pese o grau de subjetivismo que envolve o tema da fixação da reparação, vez que
não existem critérios determinados e fixos para a quantificação do dano moral, a reparação do dano há
de ser fixada em montante que desestimule o ofensor a repetir o cometimento do ilícito.
Diante da verificação do ato ilícito provocado pela parte Requerida, deverá o juízo
aquilatar um valor que seja compatível com a lesão provocada ao Requerente, posto que, os danos
ocasionados são vultosos e gravíssimos. Dessa forma, o valor reparatório aplicado pelo juízo não
poderá ser um valor tão ínfimo que provoque o descrédito da justiça.
Nesse sentido, deverá o quantum indenizatório ser justo, prudente e correto, sempre
observando a Teoria do Desestímulo ou “The Punitive Damage”, a fim de o valor a indenizar exprimir
caráter repressivo e pedagógico. Isto é, para que se compense efetivamente ao Requerente e, ao mesmo
tempo, venha punir a Requerida, é necessário que a indenização por dano moral venha a pesar no
bolso desta, servindo a ela e à sociedade, como um poderoso fator de desestímulo a novas práticas
ilícitas.
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RE IPSA. 1. Tendo em vista que a parte Ré não se desincumbiu do seu ônus probatório,
entende-se que são verdadeiras as afirmações fáticas trazidas pela parte Autora, fazendo
jus, assim, à indenização pleiteada em decorrência da indevida inclusão em cadastro de
proteção ao crédito. 4. Quantum indenizatório mantido em R$ 5.000,00 (cinco mil reais),
quantia que atende plenamente às funções compensatória e penalizante da indenização
por danos morais, respeitados, sobretudo, os princípios da proporcionalidade e
razoabilidade. 5. Redução dos honorários advocatícios sucumbenciais ao percentual de 15%
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(quinze por cento) sobre o valor da condenação. SENTENÇA REFORMADA EM PARTE.
RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. DECISÃO UNÂNIME. (TJ-AL
- AC: 07119601920168020001 AL 0711960-19.2016.8.02.0001, Relator: Des. Pedro Augusto
Mendonça de Araújo, Data de Julgamento: 10/06/2021, 2ª Câmara Cível, Data de Publicação:
14/06/2021)
Desta feita, requer seja a indenização aplicada visando punir a Requerida do ato ilícito
de maneira que sirva de desestímulo a novas práticas ilícitas (inscrição indevida do nome no rol de
devedores desobedecendo a sentença judicial de extinção contratual entre as partes), a fim de
exprimir caráter repressivo e pedagógico, sempre em atenção aos princípios da proporcionalidade e
capacidade econômica das partes.
Percebe-se, outrossim, que o requerente deve ser beneficiado pela inversão do ônus da
prova, pelo que reza o inciso VIII do artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista
que a narrativa dos fatos encontra respaldo nos documentos anexos, que demonstram a
verossimilhança do pedido conforme disposição legal:
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, ao seu favor,
no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
segundo as regras ordinárias de experiências;
Além disso, segundo o Princípio da Isonomia, todos devem ser tratados de forma igual
perante a lei, mas sempre na medida de sua desigualdade. Ou seja, no caso ora debatido, o requerente
realmente deve receber a supracitada inversão, visto que se encontra em estado de hipossuficiência,
fls. 6
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uma vez que disputa a lide com uma empresa de grande porte, que possui maior facilidade em
produzir as provas necessárias para a cognição do Excelentíssimo magistrado.
6- Da Tutela De Urgência
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efetuar qualquer transação comercial a prazo, suportando danos difíceis de serem prontamente
reparados, tudo isso em razão da conduta ilícita da empresa Demandada.
A tutela de urgência é medida assaz urgente e necessária, vez que, com a negativação de
seu nome, o Requerente está impedido de ter a liberação de créditos no comércio, de promover
financiamentos e outros atos que dependam de ter o nome limpo, sem quaisquer restrições nos
cadastros desabonadores de crédito, além de sofrer os mais diversos danos de ordem moral e
patrimonial.
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Destarte, com amparo no art. 303 do Código de Processo Civil Brasileiro e art. 84 do
Código de Defesa do Consumidor, diante da manifesta prova aportada aos autos, se faz necessário a
concessão liminarmente da tutela de urgência para que a Requerida proceda com a imediata retirada
do nome do Autor dos Órgãos de Proteção ao Crédito, propendendo de imediato, estancar os danos
da conduta ilícita e arbitrária. É medida que se impõe, não só pela ilegitimidade do débito, mas,
especialmente, pelo fato da existência da presente discussão judicial a respeito do débito, sob pena de
aplicação de multa, nos termos do art. 537, do CPC, propendendo de imediato, estancar os danos da
conduta ilícita e arbitrária.
7- Dos Pedidos
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2. Considerando a relevância dos fundamentos e o receio de ineficácia do provimento final
e a sentença nos autos 0700702-59.2021.8.02.0058 que extinguiu o contrato, seja liminarmente
concedida a TUTELA DE URGÊNCIA, visando assegurar a viabilidade da realização do
direito, determinando à Requerida que efetue imediatamente a exclusão do nome do
Requerente dos órgãos restritivos (SPC/SERASA). Faz-se necessário o arbitramento de
multa diária de R$ 500,00 (quinhentos reais), para o caso de descumprimento da ordem
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judicial;
4. Sejam aplicados os preceitos contidos no CDC, bem como determinada a inversão do ônus
da prova, com fundamento no art. 6º, inc. VIII, do CDC, tendo em vista a verossimilhança
das alegações apresentadas e a hipossuficiência do Requerente na produção de demais
provas, ambos os requisitos manifestos nos autos;
7. Informa ainda que não tem interesse na audiência de conciliação, contudo, aceita
propostas por escritos juntadas nos autos
Dar-se-á a presente causa, com fulcro no art. 292 do CPC, o valor de R$ 10.000,00 (dez
mil reais) para efeito de alçada e fiscal.