Livro FORMAÇÃO
Livro FORMAÇÃO
Livro FORMAÇÃO
Desenvolvimento
de Coleções
Prof. ª Daniella Camara Pizarro
Prof. ª Miriam de Cássia do Carmo Mascarenhas Mattos
Indaial – 2019
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof. ª Daniella Camara Pizarro
Prof. ª Miriam de Cássia do Carmo Mascarenhas Mattos
P695f
ISBN 978-85-515-0383-6
CDD 025.2
Impresso por:
Apresentação
Prezado acadêmico, seja bem-vindo!
É uma satisfação estar aqui para refletirmos sobre esta importante temá-
tica curricular, a qual comumente chamamos de Formação e Desenvolvimento
de Coleções. Este livro didático pretende propiciar a você conhecimentos exi-
gidos na ementa desta referida disciplina. Vamos conhecê-la? Nesta direção, a
ementa de “Formação e Desenvolvimento de Coleções”, do Curso de Biblioteco-
nomia da UNIASSELVI, propõe que trabalhemos os “Fundamentos, processos
de formação e desenvolvimento de coleções em unidades de informação. Prin-
cípios, políticas e instrumentos para a formação e desenvolvimento de coleções
bibliográficas. Seleção, aquisição, avaliação e processo de formação e desenvol-
vimento de coleções”.
Sugerimos que leia atentamente cada unidade deste livro didático, bem
como após cada leitura, concentrar-se na realização das autoatividades. Elas vão
ajudar você a reforçar e fixar seu aprendizado nesta disciplina. É importante
lembrar que devemos ter uma boa gestão do tempo de estudo na qual possamos
praticar uma leitura atenta, calma e que possamos nos concentrar nas reflexões
aqui propostas. Desejamos um ótimo estudo e que este material possa contribuir
na sua formação para sua prática futura como bibliotecário!
Tudo de bom!
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto
em questão.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Bons estudos!
UNI
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES:
CONCEITOS IMPORTANTES................................................................................... 1
VII
UNIDADE 3 – TÓPICOS ESPECIAIS EM FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
DE COLEÇÕES.............................................................................................................. 101
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................................... 154
VIII
UNIDADE 1
FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
DE COLEÇÕES: CONCEITOS
IMPORTANTES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE
COLEÇÕES: POR QUE FAZER?
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, vamos começar a trabalhar os principais conceitos
relacionados à área de Formação e Desenvolvimento de Coleções, no intuito de
promover uma reflexão mais aprofundada acerca do papel de uma coleção e do
bibliotecário nas Unidades de Informações. Vamos voltar nossa atenção para este
processo que compõe várias atividades centrais para uma unidade de informação?
3
UNIDADE 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: CONCEITOS IMPORTANTES
E
IMPORTANT
Litton, em 1975, no prefácio de sua obra Como se forma um acervo bibliográfico já nos
alertava que a formação do acervo de livros em uma biblioteca é tarefa exclusiva do bibliotecário.
As coleções devem refletir fielmente o tipo de instituição que esse unidade está ligada,
seja uma biblioteca especializada, pública, escolar, universitária, comunitária, entre outras.
A formação de acervo bibliográfico proporciona ao bibliotecário a oportunidade de
concretizar um trabalho cativante. “É animador receber os pacotes contendo as publicações novas
há pouco solicitadas para atender às necessidades de determinados leitores, preencher lacunas
específicas da coleção e proporcionar um melhor serviço de informação” (LITTON, 1975, p. 2).
2 O QUE É COLEÇÃO?
Você observou que utilizamos aqui os termos acervo e coleção. Porém,
existem diferenças entre eles? O que você acha? A compreensão dos objetivos e a
missão de uma determinada biblioteca, suas especificidades e seu público, possibilita-
nos pensar sobre a composição de suas coleções.
E
IMPORTANT
4
TÓPICO 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE
E
IMPORTANT
Para as referidas autoras, a Coleção Lazer pode ser formada por obras
literárias, recreativas, com a finalidade de proporcionar lazer à comunidade
de usuários, geralmente livros, material audiovisual, periódicos, entre outros.
Diferentemente da Coleção Institucional. Esta é formada pelo conjunto de
materiais relacionados com a memória institucional, tais como documentos que
5
UNIDADE 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: CONCEITOS IMPORTANTES
6
TÓPICO 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE
Autoras como Dias e Pires (2003, p. 8), corroboram com a ideia explanada
acima e afirmam que: “até a década de 1960, havia grande preocupação por parte
dos administradores de serviços de informação documentária, em acumular material
bibliográfico, pois as coleções volumosas constituíam sinais de status e o foco estava
centrado na oferta de documentos”.
Assim, Figueiredo (1993) aborda um pouco mais esta atividade que se apoia
na “seleção de livros”, enquanto uma das atividade centrais do bibliotecário. Nesse
sentido, a autora rememora as falas dos importantes: bibliotecário estadunidense
Jesse Shera e do bibliotecário francês Gabriel Naudé.
Segundo Shera (1976) apud Figueiredo (1993, p. 12), o bibliotecário tem “como
sua responsabilidade básica, a de colocar nas estantes da sua biblioteca, aqueles livros
que mais contribuem para o desenvolvimento intelectual da sua clientela”. E ainda
para o francês Naudé, segundo Clarke (1971) apud Figueiredo (1989, p. 11):
7
UNIDADE 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: CONCEITOS IMPORTANTES
DICAS
Você conhece um do livros clássicos (e sempre atual, apesar de ter seu conteúdo
escrito em 1935) A Missão do Bibliotecário do autor espanhol Ortega Y Gasset? Sugiro que se
você ainda não o leu, faça-o com urgência, pois a obra apresenta reflexões estimulantes sobre o
que seu autor chamava de a “nova missão do bibliotecário”.
José Ortega y Gasset (1883-1955), filósofo espanhol e pesquisador do conhecimento,
foi convidado, com honras, para palestrar no Congresso Internacional de Bibliotecários. Na
ocasião, Ortega y Gasset, já antevia o que referia-se como a “nova missão” do bibliotecário, uma
vez que para ele, o artefato livro não era apenas um objeto material organizado nas estantes, mas
algo vivo.
Ao fazer a leitura da obra, você poderá compreender que o autor se referia a uma
urgente e necessária mudança de perspectiva no olhar profissional bibliotecário. Uma mudança
na qual o foco central deslocara-se da organização do acervo e das coleções para a informação
neles contida. Assim sendo, o processo de formação e desenvolvimento de coleções deveria ser
proativo e protagonizar outro fenômeno correlacionado a ele: a mediação da informação e a
apropriação da mesma pelo seu leitor.
O livro ainda nos leva a questionar: será essa já é uma realidade constituída na ação
dos bibliotecários atualmente? Ou ainda, o enfoque da ação destes profissionais prevalece de
forma mecanicista, concentrado na organização da informação; ou o seu agir concentra-se na
necessidade daquele ser humano que recorre a biblioteca?
Não podemos nunca nos esquecer que a atuação do bibliotecário não é para a
organização da informação, e sim, para seus leitores: para pessoas. É a partir do conhecimento de
suas necessidades que o bibliotecário vai pensar nas melhores formas possíveis de organização
da informação.
dos cursos de Biblioteconomia. E, enfatiza-se que ainda hoje, após a nova Lei de
Diretrizes e Bases para Educação, promulgada em 1996, continua sendo fortemente
contemplada nas matrizes curriculares.
NOTA
9
UNIDADE 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: CONCEITOS IMPORTANTES
DICAS
Saiba mais e fundamente sua opinião a partir dos dois conhecidos artigos a seguir:
10
TÓPICO 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE
11
UNIDADE 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: CONCEITOS IMPORTANTES
Por fim, lembramos que embora esse processo seja rotineiro e aconteça nas
unidades de informação, ele não acontece sempre da mesma maneira. Cada unidade
contém suas peculiaridades, sejam elas bibliotecas especiais (em penitenciárias,
hospitais etc.), especializadas ou organizacionais, universitárias, escolares, públicas
e/ou comunitárias.
Para cada tipo de biblioteca existem públicos diferenciados nas suas necessidades
informacionais, além dos diferentes objetivos institucionais que vão influenciar no
desenvolvimento de cada uma das etapas da formação e desenvolvimento de coleções.
TUROS
ESTUDOS FU
12
TÓPICO 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE
13
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
14
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Avaliação.
b) ( ) Desbastamento.
c) ( ) Gestão de estoques informacionais.
d) ( ) Aquisição.
e) ( ) Seleção.
a) ( ) Utilização.
b) ( ) Acesso.
c) ( ) Preservação.
d) ( ) Disseminação.
e) ( ) Desbastamento.
16
a) ( ) A Coleção de referência consiste naquela formada por fontes de informa-
ção secundárias, as quais as obras dão suporte à pesquisa documental, tais
como: anuário, estatísticas, atlas (geográfico, corpo humano etc.), bibliogra-
fias (gerais, específicas, pessoais etc.), índices, resumos, biografias (coletivas,
individuais etc.), cadastros, catálogos, dicionários (de línguas, termos técni-
cos etc.), enciclopédias (gerais, especializadas), guias e tabelas.
b) ( ) A coleção informativa de Consulta e Estudo também pode ser chamada de
Coleção Básica e/ou Corrente.
c) ( ) Um acervo bibliográfico pode ser composto por diversificadas fontes de
informação.
d) ( ) O acervo é dividido em diversas coleções: referência, didática, informativa, de
lazer e institucional.
e) ( ) A coleção lazer pode ser formada por obras literárias, recreativas, com a
finalidade de proporcionar lazer à comunidade de usuários, geralmente
livros, material audiovisual, periódicos, entre outros.
f) ( ) A coleção didática é formada por obras recomendadas pelos professores como
literatura obrigatória para o aprendizado do conteúdo dos currículos dos
cursos oferecidos pela instituição: livros-texto, manuais, apostilas e outros.
g) ( ) A coleção institucional consiste no conjunto de materiais relacionados com
a memória institucional, tais como documentos que envolvem a instituição
como: relatórios, material didático, fotografias, vídeos, filmes, obras raras,
catálogo de produtos, descritivos de patentes, diretórios, manuais técnicos,
guias, livros técnicos, periódicos especializados etc.
17
18
UNIDADE 1
TÓPICO 2
FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
DE COLEÇÕES: COMO FAZER?
1 INTRODUÇÃO
Agora que já abordamos os conceitos de desenvolvimento de coleções e o
porquê de realizá-lo, pretendemos discutir como fazê-lo, uma vez que este é um
processo que requer planejamento e conhecimento da unidade de informação, bem
como do seu cenário interno e externo.
19
UNIDADE 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: CONCEITOS IMPORTANTES
E ainda, esse processo tem por característica ser “[...] ininterrupto, sem começo
ou fim, tendo necessariamente que se tornar uma atividade rotineira das bibliotecas,
garantia única para sua total efetividade” (VERGUEIRO, 1989, p. 18)
2FORMAÇÃOEDESENVOLVIMENTODECOLEÇÕES:COMO
FAZER
O desenvolvimento de coleções também pode ser entendido enquanto um
conjunto de serviços de informação que requer um planejamento e o conhecimento
da realidade onde a biblioteca está inserida, assim como seu ambiente interno e
externo, sua missão, seus objetivos, seus usuários e suas funções.
Nessa direção, atenta-se que para gerir um acervo, a tarefa de planejar está
intrinsecamente relacionada às especificidades, aos objetivos e ao público-alvo
de cada tipo de biblioteca. Para Oliveira (2019), o entendimento da finalidade da
biblioteca e dos atores que com ela se relacionam é essencial.
20
TÓPICO 2 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
ATENCAO
As bibliotecas contam com diversos serviços, funções e públicos. Elas podem ser
divididas em biblioteca pública, biblioteca pública temática, biblioteca comunitária, biblioteca
nacional, biblioteca escolar, biblioteca universitária, biblioteca digital, biblioteca especializada
e biblioteca especial.
• Bibliotecas públicas:
centro local de informação, disponibilizando prontamente para os
usuários todo o tipo de conhecimento [...]. Portanto, as bibliotecas
públicas baseiam-se na igualdade de acesso para todos [...].
Serviços e materiais específicos devem ser fornecidos para
usuários inaptos, por alguma razão, a usar os serviços e materiais
regulares, por exemplo, minorias linguísticas, pessoas deficientes
ou pessoas em hospitais ou prisões (UNESCO, 1994, p. 1).
21
UNIDADE 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: CONCEITOS IMPORTANTES
TUROS
ESTUDOS FU
22
TÓPICO 2 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
23
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Este processo conta com cinco etapas: estudo de comunidade, seleção, aquisição,
desbastamento e avaliação.
24
AUTOATIVIDADE
27
28
UNIDADE 1
TÓPICO 3
POLÍTICA DE FORMAÇÃO E
DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
1 INTRODUÇÃO
Agora que você já compreendeu o que é o processo de gestão de um acervo e
de suas coleções, vamos abordar o último tópico desta unidade: as questões éticas e
políticas que direcionam a maneira como uma coleção irá se desenvolver.
29
UNIDADE 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: CONCEITOS IMPORTANTES
NOTA
30
TÓPICO 3 | POLÍTICA DE FORMAÇÃO E
DICAS
Dias e Pires (2003) nos deixam ainda ótimas contribuições sobre os itens que
uma política deve contemplar:
31
UNIDADE 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: CONCEITOS IMPORTANTES
32
TÓPICO 3 | POLÍTICA DE FORMAÇÃO E
Nessa direção, a política pode ser proposta por uma equipe ou comissão
composta por profissionais diversos e também por representantes da própria
comunidade, tudo isso, aprovada pelos órgão competentes (VERGUEIRO, 1989). Dias
e Pires (2003, p. 25) afirmam a importância da representatividade da comunidade
para a “expansão racional, equitativa e equilibrada do acervo”. E ainda, sugerem que
tal comissão de se responsabilizar por algumas ações, tais como:
33
UNIDADE 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: CONCEITOS IMPORTANTES
A mesma autora acrescenta que a política deve ser redigida de forma didática
visando facilitar o seu entendimento. Nesse sentindo, ela precisa abarcar elementos
pré-textuais, textuais e pós-textuais. Os elementos textuais correspondem aos
objetivos específicos e da missão de cada biblioteca, dentro de seu respectivo contexto
(CORREA, 2013).
34
TÓPICO 3 | POLÍTICA DE FORMAÇÃO E
2. Parte introdutória:
2.1 Informações Institucionais (identificação, missão, objetivos).
2.2 Informações da U.I. (identificação, missão, objetivos).
2.3 Definição, importância e objetivos da política.
2.4 Estudo de comunidade enquanto base para tomada de decisões - descrição da
clientela.
1.5 Participação e papel da biblioteca em programas cooperativos de GEI
(nacionais e internacionais).
3. Estoques de informação:
3.1 Materiais que o compõem (conteúdo e formato).
3.2 Recursos financeiros disponíveis para sua formação e desenvolvimento
(orçamentos institucionais centralizados/descentralizados, captação de recursos
externos).
5. Aquisição:
5.1 Prioridades (definidas segundo orçamentos e objetivos estabelecidos).
5.2 Formas de aquisição (compra, doação, permuta, intercâmbio).
5.3 Reposição de materiais (situações e formas previstas para reposição).
6. Avaliação:
6.1 Metodologias.
6.1.1 Qualitativas (métodos e responsáveis).
6.1.2 Quantitativas (métodos estatísticos).
6.2 Periodicidade (previsão de prazos para elaboração).
6.3 Desbastamento (remanejamento, descarte).
35
UNIDADE 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: CONCEITOS IMPORTANTES
Nesse sentido, é fundamental que tratemos alguns aspectos éticos que devem
ser absorvidos pela política de desenvolvimento de coleções. A ética é um ramo da
filosofia e pode ser considerada ciência. Tem como premissa avaliar a conduta humana
perante o ser e os seus semelhantes uma vez que confronta o desempenho humano de
determinado grupo em relação às normas e comportamentos estabelecidos num dado
contexto social.
ATENCAO
36
TÓPICO 3 | POLÍTICA DE FORMAÇÃO E
Vamos, aqui, discutir esta questão, partindo de dois valores muito comentados
durante toda a história da humanidade: igualdade e respeito. Como eles podem
orientar a atuação do bibliotecário?
ATENCAO
FONTE: <https://nacoesunidas.org/informacao-e-direito-fundamental-destaca-programa-da-
onu-em- forum-de-direitos-humanos/>. Acesso em: 12 ago. 2019.
37
UNIDADE 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: CONCEITOS IMPORTANTES
culturais de todas as regiões do mundo, a Declaração foi proclamada pela Assembleia Geral
das Nações Unidas em Paris, em 10 de dezembro de 1948, por meio da Resolução 217 A
(III) da Assembleia Geral como uma norma comum a ser alcançada por todos os povos e
nações. Ela estabelece, pela primeira vez, a proteção universal dos direitos humanos.
Desde sua adoção, em 1948, a DUDH foi traduzida em mais de 500 idiomas – o
documento mais traduzido do mundo – e inspirou as constituições de muitos Estados e
democracias recentes.
DICAS
38
TÓPICO 3 | POLÍTICA DE FORMAÇÃO E
Mesmo que não houvesse tal lei, em um país tão intercultural como o nosso,
em que grande parte da população tem descendência afro-brasileira e indígena,
seria bastante coerente a bibliotecária incorporar nas coleções da biblioteca obras
que contemplasse as temáticas étnico- racial. Dessa forma, a profissional exercita sua
atuação ético-profissional e age com responsabilidade e postura inclusiva nos que a
nosso memória e identidade cultural.
Por fim, outra questão, não menos importante, diz respeito à identidade
de gênero e orientação sexual. Essas temáticas podem e devem ser incluídas nas
bibliotecas escolares, públicas e comunitárias.
39
UNIDADE 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: CONCEITOS IMPORTANTES
DICAS
NOTA
40
TÓPICO 3 | POLÍTICA DE FORMAÇÃO E
FONTE: <https://pretassimoa.wordpress.com/2014/11/25/12-livros-infantis-para-
trabalhar-relacoes- raciais-na-escola/>. Acesso em: 12 ago. 2019.
41
UNIDADE 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: CONCEITOS IMPORTANTES
FONTE: <https://pretassimoa.wordpress.com/2014/11/25/12-livros-infantis-para-
trabalhar-relacoes-raciais-na-escola/>. Acesso em: 12 ago. 2019.
FONTE: <https://pretassimoa.wordpress.com/2014/11/25/12-livros-infantis-para-
trabalhar-relacoes-raciais-na-escola/>. Acesso em: 12 ago. 2019.
42
TÓPICO 3 | POLÍTICA DE FORMAÇÃO E
FONTE: <https://leiturinha.com.br/blog/livros-infantis-sobre-cultura-indigena/>
Acesso em: 12 ago. 2019.
43
UNIDADE 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: CONCEITOS IMPORTANTES
• Olivia tem dois papais, de Márcia Leite: filha adotiva de Raul e Luís, Olívia
é uma menina curiosa e alegre, que adora usar palavras complicadas e
desfiar grandes raciocínios quando conversa com seus dois pais. A obra
mostra um dia da vida de Olívia, suas relações familiares e algumas de
suas inquietações. Ilustrações de Taline Schubach. Companhia das Letras.
FONTE: <https://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.
php?codigo=40605>. Acesso em: 12 ago. 2019.
44
TÓPICO 3 | POLÍTICA DE FORMAÇÃO E
• Olivia não quer ser princesa, de Ian Falconer: ser princesa é a fantasia
de todas as meninas. Todas? Não é bem assim. Que o diga a porquinha
Olivia! Inquieta como sempre, e desta vez mais inconformada do que
nunca, ela enfrenta uma crise de identidade infantil. Todas as suas amigas
só querem saber de ser princesa, com vestido cor-de-rosa e varinha de
condão. Olivia se pergunta: por que é que todo mundo tem de pensar
do mesmo jeito, vestir as mesmas roupas, sonhar os mesmos sonhos? Ela
queria ser diferente.
FONTE: <https://www.livrariascuritiba.com.br/olivia-nao-quer-ser-princesa-globinho-
lv340559/p>. Acesso em: 12 ago. 2019.
FONTE: <https://www.amazon.com.br/Frida-Kahlo-para-meninas-meninos/
dp/8556480004>. Acesso em: 12 ago. 2019.
45
UNIDADE 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: CONCEITOS IMPORTANTES
46
TÓPICO 3 | POLÍTICA DE FORMAÇÃO E
LEITURA COMPLEMENTAR
Elas me responderam que não, que não poderíamos, porque isto significaria
encobrir a história e, ao contrário, seria preciso manter objetividade e apresentar os
fatos, simplesmente.
47
UNIDADE 1 | FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: CONCEITOS IMPORTANTES
Ambelin Kwaymullina sugere que esta tradição reforça a colocação das pessoas
de origem inglesa como a norma, [de centralidade natural] o que desloca os povos
originários para o lugar do “outro”. Em consequência, os povos originários, ao invés
de serem considerados como pares humanos, são percebidos como objetos da história
ou da antropologia (KWAYMULLINA, 2016; SMITH, 2012).
48
TÓPICO 3 | POLÍTICA DE FORMAÇÃO E
Indo além, isto faz com que as instituições de memória sejam menos efetivas
em criar mudança social, o que, portanto, as torna menos relevantes socialmente
(GOOD, 2008).
49
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• A política pode ser proposta por uma equipe ou comissão composta por
profissionais diversos e também por representantes da própria comunidade,
tudo isso aprovado pelos órgão competentes.
• Política deve ser redigida de forma didática visando facilitar o seu entendimento.
Nesse sentindo, ela precisa abarcar elementos pré-textuais, textuais e pós-
textuais.
• Urge uma maior formação de consciência ética por parte do bibliotecário. Suas
ações cotidianas devem abranger uma postura mais crítica e reflexiva sobre a
consequência que suas decisões terão para si mesmos, para a instituição em
que estão inseridos, para seus usuários, para a sua classe profissional e para a
sociedade de modo geral.
50
AUTOATIVIDADE
52
UNIDADE 2
ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO
DE COLEÇÕES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em dois tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
53
54
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, o objetivo será a compreensão das etapas do processo de
formação e desenvolvimento de coleções, em especial da seleção, aquisição e descarte.
Essas três etapas se referem aos materiais bibliográficos que irão compor o acervo e
coleções de uma unidade de informação. Antes de abordá-los, será realizada uma
contextualização sobre o estudo de comunidade, visto que isso é o que definirá os
materiais a serem selecionados, adquiridos e descartados dentro de uma unidade.
2 ESTUDO DE COMUNIDADE
Como estudado no tópico anterior, o estudo de comunidade é a base para
descrição da clientela/público-alvo em que se mapeia a oferta de produtos e serviços
de informação conforme a clientela da unidade de informação e suas demandas.
55
UNIDADE 2 | ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO
Todavia, por que e como estudar a comunidade? Stumpf (1988) afirma que
todo o serviço pensado e criado para a comunidade deve ser baseado em seu estudo
prévio visando adquirir conhecimento para saber como agir e garantir a plena
utilização do que se aprendeu sobre a comunidade. Os estudos de comunidade
garantirão que se tenha o conhecimento objetivo sobre a realidade de um determinado
grupo social. Para obtenção desses estudos, os seguintes métodos precisam ser
seguidos (STUMPF, 1988):
56
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS E TÉCNICAS DE SELEÇÃO
57
UNIDADE 2 | ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO
58
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS E TÉCNICAS DE SELEÇÃO
59
UNIDADE 2 | ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO
60
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS E TÉCNICAS DE SELEÇÃO
61
UNIDADE 2 | ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO
NOTA
Para Vergueiro (1989), para cada tipo de biblioteca, a comunidade irá variar. Para
a biblioteca pública, a comunidade será composta por todas as pessoas que residem na
jurisdição política atendida por ela. No caso da biblioteca escolar, a comunidade será aquela
composta por alunos e processos de uma determinada instituição. Com relação à biblioteca
universitária, a comunidade são os corpos docentes e discentes dos cursos e funcionários
de uma instituição de ensino superior. Quanto à especializada, a comunidade é composta
pelos integrantes da empresa, fundação, companhia ou instituição comercial que a criou.
3 SELEÇÃO
A atividade de seleção é uma técnica especializada, que exige conhecimento
e experiência do profissional. Para Weizel (2012, p. 185), a seleção “se apresenta como
um recurso técnico para identificar os bons livros da ‘multidão’ e identificar essas
necessidades denominadas hoje de necessidades dos usuários”.
62
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS E TÉCNICAS DE SELEÇÃO
63
UNIDADE 2 | ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO
A decisão sobre quem dirá que determinado pode ou não ser selecionado, às
vezes tem influência de outras esferas que não aquela à qual pertence o bibliotecário.
A seleção deve ser realizada em grupo, por meio de comissões criadas especialmente
para isso e compostas por membros da comunidade usuária e pelo bibliotecário e
profissionais envolvidos. Essa comissão auxilia na divisão da responsabilidade pela
seleção de determinados materiais e também permite a participação mais ativa da própria
comunidade que usará os serviços e produtos da biblioteca (VERGUEIRO, 1989).
64
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS E TÉCNICAS DE SELEÇÃO
65
UNIDADE 2 | ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO
66
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS E TÉCNICAS DE SELEÇÃO
• Segunda etapa: após a lista estar elaborada, os materiais serão avaliados em relação
aos recursos e prioridades previamente definidas.
Existem critérios que visam proporcionar uma avaliação das obras a serem
incorporadas em um acervo, Weitzel (2012) chama a atenção para os critérios a serem
baseados no quanto determinada obra ou material poderá ser ou não útil para atender
às demandas informacionais dos usuários. Desta forma, poderá haver um equilíbrio
entre coleções, visto que o acervo seria elaborado conforme critérios objetivos e em
constante avaliação e atualização (GRÄSEL, 1914 apud WEITZEL, 2012). Quanto aos
critérios gerais de seleção de materiais bibliográficos, estes podem ser, conforme
Vergueiro (1989) e Abreu (2017):
DICAS
68
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• A comunidade é composta por usuários reais e potenciais, ou seja, aqueles que vão
frequentemente até a biblioteca e se aqueles que poderão se tornar pessoas que
frequentarão a biblioteca.
69
• O processo de seleção tem a função de composição do acervo junto à missão
institucional, tendo como responsável o bibliotecário para essa tomada de decisão,
há a necessidade de se estabelecer diretrizes básicas para essa tomada de decisão.
• Estabelecer critérios de seleção é uma tarefa individual e sugestiva que deve ser
realizada pelos profissionais sempre pensando na comunidade que será atendida,
nos recursos disponíveis para aquisição de obras e as próprias características do
assunto ou material selecionado.
• A seleção deve ser realizada em grupo, por meio de comissões criadas especialmente
para isso e compostas por membros da comunidade usuária e pelo bibliotecário e
profissionais envolvidos.
• A seleção de materiais para compor as coleções deve ser guiada pela comunidade
e ser de acordo com cada tipo de biblioteca.
70
AUTOATIVIDADE
3 Os critérios para seleção de materiais para a biblioteca deve ser de acordo com:
71
b) ( ) Usuário, custo-benefício, autoridade, precisão, parcialidade, cobertura,
atualidade, conveniência, idioma estrangeiro, relevância, estilo, carate-
rísticas físicas e aspectos especiais.
c) ( ) Usuário, custo-benefício, autoridade, ser material paradidático, impar-
cialidade, atualidade, cobertura, conveniência, idioma estrangeiro, rele-
vância, estilo, caraterísticas físicas e aspectos especiais.
d) ( ) Usuário, custo-benefício, autoridade, ser material paradidático, impar-
cialidade, atualidade, cobertura, conveniência, idioma estrangeiro, rele-
vância, estilo, caraterísticas físicas e aspectos especiais.
e) ( ) Usuário, custo-benefício, autoridade, precisão, imparcialidade, cober-
tura, atualidade, conveniência, idioma, relevância, estilo, caraterísticas
físicas e aspectos especiais.
5 Para Stumpf (1988) existem três métodos a serem seguidos nos estudos de
usuários. Identifique com V (verdadeiro) e F (falso) nas questões a seguir,
sobre os métodos informados pela autora:
72
f) ( ) Combinação do levantamento indireto e o direto: utilizar documentos
que puderem ser consultados e obtidos, complementando-os e os
atualizando por intermédio da busca direta de novos dados.
g) ( ) Combinação do levantamento arquivísticos com o jurídico: utilizar
documentos que puderem ser consultados e obtidos, complementando-
os e os atualizando por intermédio da busca direta de novos dados.
73
74
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Geralmente, um acervo de biblioteca possui em sua composição livros,
periódicos, panfletos, relatórios, manuscritos, filmes, gravações de vídeo, gravações
de som, artefatos tridimensionais, arquivos de dados legíveis por máquina, materiais
cartográficos e iconográficos, música, entre outros. Por isso, é necessária a política
de desenvolvimento de coleções formada a fim de elaborar um acervo que atenda a
todos os públicos que usam e aqueles que poderão utilizar a biblioteca em questão. O
desenvolvimento de coleções necessita do processo de planejamento para a formação
do acervo, assim, a seleção, aquisição, desbastamento e avaliação da coleção são
passos fundamentais para o bom desenvolvimento de uma unidade de informação.
2 AQUISIÇÃO
A aquisição é uma das etapas que acontece após a seleção dentro do processo
de desenvolvimento de coleções e, neste sentido, compreende a compra, doação e
permuta/negociação de materiais informacionais (MIRANDA, 2007). Assim como
a seleção, a determinação das normas de aquisição de materiais informacionais visa
disciplinar o processo de desenvolvimento de coleções – tanto qualitativamente
quanto quantitativamente – conforme a realidade de cada biblioteca, direcionando
o uso de forma racional dos recursos financeiros disponíveis (MIRANDA, 2007).
DICAS
76
TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS E TÉCNICAS DE AQUISIÇÃO,
77
UNIDADE 2 | ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO
Corrêa (2016) afirma que no Brasil, onde é muito comum formar e desenvolver
coleções, em especial de bibliotecas escolares, públicas e comunitárias, a modalidade
de aquisição doação (espontânea e solicitada) é a modalidade mais utilizada. Ao
analisar o censo nacional de bibliotecas públicas do ano de 2009, a autora verificou
que a doação é a modalidade utilizada para aquisição de materiais informacionais
nestes tipos de bibliotecas e que a compra se encontra em último lugar na lista de
atividades (CORRÊA, 2016). Neste sentido, chama a atenção para o fato de que:
Embora alguns doadores doem materiais que não serão de fato inclusos
no acervo ou coleções devido ao estado dos materiais – algo detectado a partir dos
critérios de análise e de seleção do material adotados pela biblioteca –, há casos em que
são recebidas bibliotecas pessoais completas de pessoas já falecidas em que a família
acaba por realizar a doação como forma de carinho e homenagem ao legado deixado
pela pessoa amada. Neste caso, é estabelecida uma relação afetiva na modalidade
doação, algo que não há em nenhum outro tipo de aquisição (CORRÊA, 2016).
DICAS
79
UNIDADE 2 | ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO
80
TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS E TÉCNICAS DE AQUISIÇÃO,
81
UNIDADE 2 | ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO
82
TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS E TÉCNICAS DE AQUISIÇÃO,
DICAS
3 DESBASTAMENTO
O desbastamento é definido por Miranda (2007, p. 16) como um:
83
UNIDADE 2 | ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO
não incluído na coleção ativa (MIRANDA, 2007). Miranda (2007) justifica que não
há fundamento em se guardar material que não supra mais os interesses das pessoas
usuárias dos produtos e serviços da biblioteca, além disso, o descarte possibilita a
economia de espaço, maior eficiência no atendimento ao usuário e maior facilidade
para acessar o acervo. As atividades relacionadas ao descarte necessitam de maior
cuidado e segurança por parte do profissional, visto que há uma grande dificuldade,
conforme enfatiza Vergueiro (1989, p. 75):
• Espaço físico: quando o espaço físico é disputado por outros setores o desbastamento
se torna a solução para se manter dentro do espaço direcionado à biblioteca.
• Mudanças de campo de interesse: em alguns tipos de biblioteca, como a
especializada, por exemplo, algumas áreas perdem o interesse de forma rápida.
Tópicos antes importantes se tornam sem interesse para a unidade de informação
e não justificam o espaço que ocupam.
• Material obsoleto: necessidade de informação corrente pode levar a dispensar
materiais após um período de tempo. Materiais antigos podem ser descartados
sem medo de haver demanda posterior.
• Condições físicas: materiais deteriorados pelo uso deverão ser descartados ou
substituídos.
84
TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS E TÉCNICAS DE AQUISIÇÃO,
4 AVALIAÇÃO
Segundo Vergueiro (1989, p. 83), “a avaliação permitirá ao bibliotecário verificar
se as etapas anteriores do processo, do estudo de comunidade ao desbastamento,
estão sendo realizadas de forma coerente”. Avaliar é coletar dados que possibilitem
verificar o estado da arte de uma biblioteca ou unidade de informação. Por intermédio
da análise desses dados é possível identificar se foi bem-sucedida a etapa de seleção,
se o material adquirido realmente traz valor à comunidade de usuários, se o estado
físico dos materiais informacionais se encontra em boas condições, se há equilíbrio
entre as áreas cobertas pela biblioteca e o número de itens oferecidos para atender à
demanda (CORRÊA, 2016).
85
UNIDADE 2 | ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO
87
UNIDADE 2 | ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO
DICAS
DICAS
PRADO, J. M. K. do. Elementos constituintes para uma aromateca: uma projeção possível. In:
MELLO, J.; ALMEIRA, J. F. V. R. de. (Org.). Gestão de Coleções em Unidades Informacionais. Natal,
RN: Editora IFRN, 2017. Disponível em: https://memoria.ifrn.edu.br/bitstream/handle/1044/1509/
GESTA%CC%83O%20DE%20COLEC%CC%A7O%CC%83ES.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Acesso em: 20 jul. 2019.
TUROS
ESTUDOS FU
88
TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS E TÉCNICAS DE AQUISIÇÃO,
LEITURA COMPLEMENTAR
1 INTRODUÇÃO
É evidente que o mercado de trabalho vem exigindo cada vez mais um perfil
diferenciado do bibliotecário, pois é na crise que surgem diversas oportunidades e
o profissional deve estar atento às mudanças e aproveitá-las. Para isso, é necessário
entender primeiramente o perfil profissional, que por sua vez, possuem características
que no dia a dia são essenciais para gestão dos ambientes de informação e atividades
a serem desenvolvidas pelos bibliotecários para fomento à cultura, leitura e criação
de conhecimento.
89
UNIDADE 2 | ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO
Criada em 1991, a Lei 8.313/1991, mais conhecida como Lei Rouanet, tem
o objetivo de fomentar a cultura no país por meio da renúncia fiscal, ou seja, o
governo deixa de receber um valor para que ele seja aplicado no setor cultural onde
já movimentou cerca de 17 bilhões no Brasil (KADLETZ, 2018).
90
TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS E TÉCNICAS DE AQUISIÇÃO,
O primeiro mecanismo trata dos editais que são abertos pelo Ministério da
Cultura no decorrer do ano letivo, podendo envolver diversas áreas do setor cultural,
inclusive as unidades de informação. Já o segundo mecanismo desde sua criação nunca
foi utilizado, ou melhor, não entrou em funcionamento. Por este motivo não sabemos
ao certo qual era realmente o objetivo do mesmo. Mas é do terceiro mecanismo que
estamos retratando neste artigo, pois o incentivo aos projetos culturais é por meio da
renúncia fiscal que atualmente vem sendo alvo de críticas pelo fato de desconhecer
o processo e consequentemente o resultado do uso dessa ferramenta de captação de
recursos.
91
UNIDADE 2 | ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO
Após captado esse valor, a proposta passa para uma avaliação de conteúdo
e de planilha orçamentária por meio de um parecerista e da Comissão Nacional
de Incentivo à Cultura (CNIC). Nesta etapa também poderá ocorrer diligências e o
indeferimento do mesmo. Por fim, caso não haja nenhum impedimento o projeto é
aprovado e está apto a iniciar suas atividades conforme o cronograma cadastrado e
verba captada. É importante destacar que Lei Rouanet não “dá o dinheiro”, mas sim
oportuniza que empresas ou pessoas físicas, que declaram seu imposto de renda no
modo completo, possam destinar parte do seu imposto nesses projetos culturais.
92
TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS E TÉCNICAS DE AQUISIÇÃO,
Com o projeto foi possível realizar a aquisição de acervo que atualmente conta
com aproximadamente 24 mil obras, dentre elas acervo em braile e áudio, aquisição
também do mobiliário que seriam as mesas, cadeiras, estantes, computadores dentre
outros materiais, sendo considerada a Biblioteca Municipal modelo no estado em
Santa Catarina. Sendo assim, teve seu projeto finalizado com envio da prestação de
contas em 2016, onde ainda aguarda a análise da mesma.
93
UNIDADE 2 | ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO
Na época, Entre Rios do Sul era considerada a 2º cidade mais violenta do estado
do Rio Grande do Sul. O projeto da construção do Centro de Cultura foi aprovado
pelo Ministério da Cultura no valor de total de R$ 1.775.294,50 de reais tendo captado
R$ 1.601.000,00 reais de apenas um incentivador por meio de três aportes no ano de
2010. Com este valor, foi realizado a construção do primeiro Centro Cultural no Brasil,
totalmente viabilizado pela Lei Rouanet em municípios menos que 100 mil habitantes.
94
TÓPICO 2 | PRINCÍPIOS E TÉCNICAS DE AQUISIÇÃO,
5 BREVES CONSIDERAÇÕES
95
UNIDADE 2 | ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO
96
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A aquisição é uma das etapas que acontece após a seleção dentro do processo de
desenvolvimento de coleções e, neste sentido, compreende a compra, doação e
permuta/negociação de materiais informacionais.
• A decisão de compra deve ser entendida como uma decisão que é tomada pela
pessoa responsável ou pela comissão formada para fins de decisão sobre a
aquisição.
• Parte da verba para aquisição de materiais precisa ser reservada para assinatura
de periódicos e bases de dados, compra de multimeios, assinaturas de bases de
dados, obras raras, entre outros.
97
• Outra modalidade aquisição via doação possível para bibliotecas – em especial, as
comunitárias – é a captação de recursos financeiros por intermédio de ferramentas
do crowfunding (financiamento coletivo) via internet que tem atingido bons
resultados.
• É preciso ter atenção especial para itens clássicos, valiosos ou rasos quando se
está realizando o processo de descarte.
98
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Compra.
b) ( ) Licenciamento.
c) ( ) Doação.
d) ( ) Empréstimo.
e) ( ) Permuta.
99
5 Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) com relação às afirmações a seguir:
100
UNIDADE 3
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em dois tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
101
102
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
FIGURA 1 – COPYRIGHT
Observamos que o debate aqui proposto foi um dos nossos objetos de pesquisa
por mais de quatro anos, tendo seu início nos estudos de mestrado na pós-graduação
103
UNIDADE 3 | TÓPICOS ESPECIAIS EM FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
TUROS
ESTUDOS FU
DICAS
104
TÓPICO 1 | MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO E SUAS
E
IMPORTANT
É neste sentido, que Mattos e Kroeff (2014) fazem referência à luta entre Davi
e Golias, tratando-se de uma analogia à luta daqueles que defendem o acesso aberto,
reforçando que é possível sim, construir alternativas que alterem o status quo do
conhecimento científico.
[...] Mas, todos os israelitas estavam com medo de Golias, porque era
muito grande. Tinha uns 3 metros de altura, e tinha outro soldado para
carregar-lhe o escudo. Alguns soldados foram contar ao Rei Saul que
Davi queria lutar contra Golias. Mas, Saul disse a Davi: ‘Não pode lutar
contra este filisteu. Você é apenas rapaz, e ele foi toda a vida soldado [...].
Então, Davi correu para Golias. Tirou uma pedra da bolsa, colocou-a na
funda e atirou-a com toda a força. A pedra atingiu Golias bem na cabeça,
e ele caiu morto! (A BÍBLIA, 2013, 1 SAMUEL 17:1-54).
E
IMPORTANT
106
TÓPICO 1 | MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO E SUAS
O debate sobre Acesso Aberto tem como foco principal a comunicação científica,
que, para Meadows (1999) é o coração da ciência, sendo tão vital quanto à própria
investigação científica. Isso porque transforma uma pesquisa em novas pesquisas e
mais conhecimento social produzido. Seus conteúdos são divulgados por meio dos
artigos de revistas, também chamados de periódicos, e comunicações de eventos,
relatórios de pesquisa, anais de congressos, teses, dissertações, livros, entre outros.
107
UNIDADE 3 | TÓPICOS ESPECIAIS EM FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
UNI
PROJETO GUTENBERG
Fundado em 1971, foi um esforço voluntário para digitalizar, arquivar e distribuir obras
culturais através da digitalização de livros, sendo a mais antiga biblioteca digital. A maioria
dos itens no seu acervo são textos completos de livros em domínio público.
O projeto tenta torná-los tão livres quanto possível, em formatos duradouros e abertos, que
possam ser usados em praticamente quaisquer computadores.
108
TÓPICO 1 | MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO E SUAS
Essa crise foi propulsora para boicotes das gigantes como a Elsevier, maior
editora de periódicos científicos do mundo. Timothy Gower, citado por Araújo (2012),
foi um dos matemáticos mais conceituados e atualmente professor da universidade
de Cambridge, na Inglaterra, também foi um dos articuladores que ganhou destaque
enumerando duas principais razões:
109
UNIDADE 3 | TÓPICOS ESPECIAIS EM FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
Criação de revistas
de acesso aberto
Autoarquivamento
FONTE: A autora
110
TÓPICO 1 | MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO E SUAS
DICAS
E
IMPORTANT
Open Journal Systems (OJS) é uma plataforma de Acesso Aberto para periódicos
científicos criado pela Public Knowledge Project (PKP) da University of British Columbia.
Trata-se de um software criado para elaborar e administrar a publicação de periódicos
eletrônicos e automatizar a editoração. Sua versão traduzida e customizada foi desenvolvida
em 2003 pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), e vem
sendo amplamente utilizada no Brasil.
FIGURA 6 – REVISTA NA PLATAFORMA SEER
111
UNIDADE 3 | TÓPICOS ESPECIAIS EM FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
113
UNIDADE 3 | TÓPICOS ESPECIAIS EM FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
Para Sayão (2010) também há muitas perguntas que ainda devem ser
respondidas. Isso porque a definição de um modelo é ameaçada por incertezas que
tornam o desenvolvimento de estratégias de arquivamento extremamente difíceis.
Algumas questões que estão em pauta são sob a perspectiva da biblioteca, entre elas:
FIGURA 9 – CAPES
114
TÓPICO 1 | MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO E SUAS
115
UNIDADE 3 | TÓPICOS ESPECIAIS EM FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
DICAS
Acadêmico, leia sobre a Ciência aberta para todos (Open Access de 2020), na íntegra,
em: https://nossaciencia.com.br/colunas/a-ciencia-aberta-para-todos-open-access-2020/.
116
TÓPICO 1 | MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO E SUAS
117
UNIDADE 3 | TÓPICOS ESPECIAIS EM FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
118
TÓPICO 1 | MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO E SUAS
Também em 2005, foi publicada a Carta de São Paulo, que é uma manifestação
de apoio ao Manifesto de Acesso Aberto (MAA). A Carta apresenta argumentos que
sustentam a proposta do Acesso Aberto, dentre os quais a ideia de que o acesso à
literatura científica é essencial para o próprio avanço científico e social. Para que o
acesso seja de fato garantido, é apontado um conjunto de dezesseis recomendações
que devem ser consideradas, entre as quais constam as estratégias propostas pela
BOAI e seus desdobramentos.
Kuramoto (2011) cita também o Projeto de Lei nº 1.120, de 2007, que foi
apresentado para votação no congresso brasileiro.
119
UNIDADE 3 | TÓPICOS ESPECIAIS EM FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
120
TÓPICO 1 | MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO E SUAS
FIGURA 14 – COAR
121
UNIDADE 3 | TÓPICOS ESPECIAIS EM FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
122
RESUMO DO TÓPICO 1
I - Via dourada.
II - Via verde.
III - Híbrido.
IV - Via bronze.
V - Restrito ou fechado.
124
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
A partir de uma análise do Dossiê CopySouth (Sul global): Problemas
económicos, políticos e ideológicos del copyright, Mattos e Kroeff (2014) buscam refletir
sobre algumas das questões abordadas, principalmente aquelas referentes ao
capítulo intitulado: De cómo el copyright impide a los bibliotecarios proporcionar servicios
a sus usuarios (EL DOSSIER, 2007).
125
UNIDADE 3 | TÓPICOS ESPECIAIS EM FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
DICAS
Ao fazer uma avaliação crítica ao Copyright e seu impacto nos países do Sul global,
o Dossiê apresenta exemplos sobre os resultados sociais negativos nestes países,
afirmando a necessidade da ampliação do livre acesso ao conhecimento, à proteção das
culturas locais e à diversidade cultural. Também aponta barreiras impostas à sociedade
escamoteadas nas ideologias que sustentam as políticas culturais hegemônicas, que
impedem o amplo acesso à cultura, à informação e ao conhecimento (MATTOS;
KROEFF, 2014).
Vamos analisar a ilustração a seguir. Qual é a sua posição sobre isso? Troque
ideias com seus colegas através do fórum de debates da disciplina.
126
TÓPICO 2 | DIREITOS AUTORAIS OU DIREITOS DOS AUTORES?
Neste sentido, de acordo com Carboni, a função social do direito de autor, que
deveria promover o desenvolvimento econômico, cultural e tecnológico mediante a
concessão de um direito exclusivo para a utilização e exploração de determinadas
obras intelectuais por certo prazo, passa a ser centralizada e direcionada para fins
de beneficiar financeiramente um grupo muito seleto de pessoas que, sem nada
criar, se utiliza de estruturas proporcionadas pelo capital para vender e lucrar sobre
produções científicas e culturais. Muitas vezes, inclusive, sobre obras financiadas
com recursos públicos.
127
UNIDADE 3 | TÓPICOS ESPECIAIS EM FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
1886
1961
1961
1996
1996
FONTE: A autora
São vários os eventos promovidos pelas mais diversas instituições com objetivo
de mostrar que a propriedade intelectual pode ser trabalhada de forma interdisciplinar
e intersetorial, num esforço de busca coletiva e solidária de enfrentamento dos
128
TÓPICO 2 | DIREITOS AUTORAIS OU DIREITOS DOS AUTORES?
E
IMPORTANT
Creative Commons é uma organização sem fins lucrativos que permite o compartilhamento
e uso da criatividade e do conhecimento através de instrumentos jurídicos gratuitos.
Com uma rede de funcionários, um conselho e uma rede global de colaboradores, o Creative
Commons oferece licenças de direitos autorais gratuitas e fáceis de usar para criar uma
maneira simples e padronizada de dar ao público a permissão de compartilhar e usar seu
trabalho criativo. As licenças CC permitem você alterar facilmente os seus termos de direitos
autorais do padrão de “todos os direitos reservados” para “alguns direitos reservados”.
O Creative Commons foi fundado em 2001, como uma organização sem fins lucrativos
baseada nos Estados Unidos, e vem passando por algumas transformações importantes
nos últimos anos. A principal diz respeito à rede global de voluntários e colaboradores. Se
antes cada país tinha uma única organização responsável pelo projeto, que estabelecia um
acordo de cooperação com a organização central, hoje existe uma rede descentralizada de
pessoas, organizada em torno de temas (que são discutidos em plataformas temáticas, que
são transnacionais).
129
UNIDADE 3 | TÓPICOS ESPECIAIS EM FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
130
TÓPICO 2 | DIREITOS AUTORAIS OU DIREITOS DOS AUTORES?
E
IMPORTANT
O que é Copyleft?
Copyleft é um método geral para tornar um programa (ou outra obra) livre (free, em inglês,
no sentido de liberdade, e não de “preço zero”) e exigir que todas as versões modificadas e
extensões do programa também sejam livres.
O modo mais simples de tornar um programa livre é colocá-lo em domínio público, sem
copyright. Isto permite que as pessoas compartilhem o programa e suas melhorias, se elas
estiverem dispostas a tal. Mas isto também permite que pessoas não cooperativas transformem o
programa em software proprietário. Elas podem fazer modificações, poucas ou muitas, e distribuir
o resultado como um produto proprietário. As pessoas que receberem esta forma modificada
do programa não têm a liberdade que o autor original havia lhes dado; o intermediário eliminou
estas liberdades.
Copyleft também fornece um incentivo para que outros programadores contribuam com
o software livre. Além disso ajuda os programadores que desejam contribuir com melhorias
para o software livre a obterem permissão de fazer isto. Esses programadores frequentemente
trabalham para empresas ou universidades que fariam qualquer coisa para ganhar mais dinheiro.
Um programador pode desejar contribuir suas modificações para a comunidade, mas seu
empregador pode desejar transformar as mudanças em um produto de software proprietário.
131
UNIDADE 3 | TÓPICOS ESPECIAIS EM FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
Frente ao atual debate sobre direitos autorais, e como visto pela breve
exposição anterior, cabe aos profissionais da informação participar ativamente
dessa discussão e buscarem um posicionamento político que melhor respalde sua
atuação profissional e seu papel de mediadores na sociedade da informação.
FIGURA 19 – DRM
Serra (2017) explica que DRM é uma espécie de cadeado com um segredo
que, uma vez identificado e validado pelo DRM ao contratante, esse cadeado será
aberto, permitindo a utilização do conteúdo.
De acordo com Harte (2007) citado por Serra (2017), o DRM identifica e
descreve a mídia, com atribuição dos direitos associados a ela, conferindo que as
solicitações de uso do conteúdo sejam restritas aos usuários autorizados.
Isso amplia aos proprietários de direitos autorias seu controle e gestão sobre
os seus conteúdos. Sheehan (2013) faz um questionamento em relação a isso, pois
uma vez que exista uma restrição do livro digital para seu uso livre e simultâneo, este
132
TÓPICO 2 | DIREITOS AUTORAIS OU DIREITOS DOS AUTORES?
Vejamos a problemática:
133
UNIDADE 3 | TÓPICOS ESPECIAIS EM FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
134
TÓPICO 2 | DIREITOS AUTORAIS OU DIREITOS DOS AUTORES?
135
UNIDADE 3 | TÓPICOS ESPECIAIS EM FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
Conforme afirmam Paranaguá e Branco (2009) citados por Souza et al. (2012,
p. 22), a LDA brasileira “é tida como uma das mais rígidas do mundo, impondo
sólidas barreiras ao acesso à diversos tipos de informações científico-culturais”.
Carboni (2005) observa que os incisos anteriores tratam apenas dos direitos
patrimoniais do autor, pois referem-se ao Direito de Uso e aos herdeiros e que a
Constituição não contempla o direito moral do autor em nenhum dos seus artigos.
137
UNIDADE 3 | TÓPICOS ESPECIAIS EM FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
138
TÓPICO 2 | DIREITOS AUTORAIS OU DIREITOS DOS AUTORES?
E
IMPORTANT
Em sua maioria, as pesquisas que compõem tais bases são financiadas com
recursos públicos.
139
UNIDADE 3 | TÓPICOS ESPECIAIS EM FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
NOTA
E, o que fazer quando a lei entra em conflito direto com a atuação do bibliotecário
e o seu papel de disseminador da informação?
NOTA
140
TÓPICO 2 | DIREITOS AUTORAIS OU DIREITOS DOS AUTORES?
Digitalização em bibliotecas
141
UNIDADE 3 | TÓPICOS ESPECIAIS EM FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
autorais no Brasil. Pela proposta, não constituiria ofensa aos direitos autorais
a utilização de obras protegidas, dispensando-se, inclusive, a prévia e expressa
autorização do titular e a necessidade de remuneração por parte de quem
as utiliza, nos casos de reprodução necessária à conservação, preservação
e arquivamento de qualquer obra, sem finalidade comercial, realizada por
bibliotecas, arquivos, centros de documentação, museus, cinematecas e demais
instituições museológicas, na medida justificada para atender aos seus fins.
No exterior
142
TÓPICO 2 | DIREITOS AUTORAIS OU DIREITOS DOS AUTORES?
FIGURA 22 – FEBAB
143
UNIDADE 3 | TÓPICOS ESPECIAIS EM FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
a proteção contra abusos nas licenças atualmente impostas pelos titulares de direitos
autorais, que muitas vezes inviabilizam o trabalho das bibliotecas;
144
TÓPICO 2 | DIREITOS AUTORAIS OU DIREITOS DOS AUTORES?
Willinsky (2006) afirma que apenas 20% de todos os artigos de pesquisa estavam
em acesso aberto, e muitos deles disponíveis apenas como manuscritos autoarquivados
em sites pessoais dos autores, apesar de muitos jornais experimentarem modelos de maior
acesso, como a oferta de acesso aberto a uma pequena seleção de artigos disponíveis
gratuitamente. Enquanto isso, as taxas de inscrição revistas continuam a crescer, prendendo
os orçamentos das bibliotecas e restringindo a circulação.
145
UNIDADE 3 | TÓPICOS ESPECIAIS EM FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
146
TÓPICO 2 | DIREITOS AUTORAIS OU DIREITOS DOS AUTORES?
LEITURA COMPLEMENTAR
INTRODUÇÃO
147
UNIDADE 3 | TÓPICOS ESPECIAIS EM FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
148
TÓPICO 2 | DIREITOS AUTORAIS OU DIREITOS DOS AUTORES?
e organizações sociais”. Segundo Tyler, só assim podemos explicar por que aceitamos
injustiças e diferenças sociais tão grandes ou a autoridade de uns sobre outros.
149
UNIDADE 3 | TÓPICOS ESPECIAIS EM FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
150
RESUMO DO TÓPICO 2
• O Copyleft é um método geral para tornar um programa (ou outra obra) livre (free,
em inglês, no sentido de liberdade, e não de “preço zero”) e exigir que todas as
versões modificadas e extensões do programa também sejam livres.
151
• Diferentemente da aquisição de revistas científicas impressas, que ao serem
compradas são facilmente incorporadas ao acervo das instituições, as bases de
dados são apenas licenças, restringindo diversos serviços antes oferecidos com
a versão impressa, como a comutação – serviço de solicitação de fotocópias e/ou
empréstimo de documentos – entre bibliotecas, como também limitação de acessos
e impressões.
152
AUTOATIVIDADE
153
REFERÊNCIAS
ABADAL, E. et al. Open access in Spain. In: ANGLADA, L; ABADAL, E. (Eds.).
Open access in Southern European countries. Madrid: FECYT, 2010. p. 101-115.
154
BETHESDA Statement on Open Access Publishing. Meeting on Open Access
Publishing, Bethesda. Abril. 2003. Disponível em: https://legacy.earlham.edu/~peters/
fos/bethesda.htm. Acesso em: 24 set. 2019.
BÍBLIA SAGRADA. Samuel 17:1-54. 4. ed. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil,
2013.
BUDAPEST Open Access Initiative. Dez anos depois da Budapest Open Access
Initiative: estabelecendo o Acesso Aberto como padrão. 2002. Disponível em:
http://bit.ly/31ltMmv. Acesso em 20 ago. 2019.
155
CORREA, E. C. D.; SANTOS, L. C. de M. dos. De formação e desenvolvimento
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