História Da Educação Slides de Aula III

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UNIDADE III

História da Educação

Profa. Dra. Camila Lima


Educação no Brasil – Entre a Era Vargas e a Ditadura Militar

 1946 a 1964: Novo período democrático no Brasil.

Constituição de 1946:
 Educação é direito de todos.
 Ensino primário obrigatório e gratuito.

 Educação – ainda é privilégio de poucos e com altos índices de analfabetismo.

São criadas campanhas para tentar melhorar e ampliar a


educação no país:
 1953: Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino
Secundário (Cades): visava melhorar a qualidade e o acesso
ao ensino secundário e auxiliar a formação de professores
para esse nível.
 1954: Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino
Comercial (Caec).
 1947: Campanha da Educação de Jovens e Adultos: tem bons resultados com crescimento
do número de alunos matriculados em supletivos. Proclamação da República – diferentes
projetos para o Brasil.

Outras campanhas a partir de 1959:


 Campanha de Erradicação do Analfabetismo.
 Campanha da Educação Rural.
 Campanha da Educação do Surdo.
 Campanha da Reabilitação dos Deficientes Visuais.
 Campanha da Merenda Escolar.
 Campanha de Material de Ensino.
Período de muitas discussões sobre os rumos da educação no Brasil.
 Centralismo X autonomias locais.
 Ensino público X ensino privado.
 Etc.

1961: Lei de Diretrizes e Bases.


 Primeira lei a tratar de todos os níveis de ensino no país.
 Reforça vínculo entre educação/instrução e cidadania/democracia.
 Princípio de que educação é direito de todos, ocorre no lar e na escola.
 O Estado deve promover escolas públicas.
 Mantém liberdade das escolas privadas atuarem em todos os níveis de ensino
(com autorização).
 Estados e DF inspecionam escolas de ensino primário e médio.
 Ensino pré-primário: crianças até 7 anos, ocorre nas escolas maternais ou jardins de
infância.
 Ensino primário obrigatório a partir dos 7 anos (mínimo de 4 séries, máximo de 6 séries).
 Ensino primário realizado após o período ideal – cursos supletivos ou classes especiais.
 Estados devem fazer levantamento anual das crianças em
idade escolar, incentivar e fiscalizar a frequência às aulas.
Ensino Médio: sentido diferente do atual (corresponderia ao ciclo colegial).
 Destinado aos adolescentes.
 Sequência do ensino primário.
 Dividido em dois ciclos: ginasial e colegial.

Fazem parte do ensino médio os cursos:


 Secundário.
 Técnico – industrial, agrícola e comercial.
 Formação de professores para primário e pré-primário.
Ensino Superior:

 Graduação: para candidatos que concluíram o ensino médio.

Pós-graduação – para os que concluíram a graduação:


 especializações;
 aperfeiçoamentos;
 cursos de extensão.
Universidade de Brasília

1961: criação da Universidade de Brasília:

 Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro.

 Proposta de universidade moderna.

 Universidade como agente do desenvolvimento nacional (nacional-desenvolvimentismo).

 Modelo tradicional universitário até então: organizada em


cátedras, impede mudanças de posturas educacionais
teóricas, sem cooperação entre diferentes faculdades, voltada
para formação profissional das elites.

 Universidades deveriam promover maior solidariedade entre


estudantes e professores, deveria surgir de fato uma
comunidade universitária.
 Projeto da Universidade de Brasília – discutido em conjunto com a comunidade científica que
existia no país.

 A Universidade deveria formar pesquisadores e técnicos qualificados para atender às


necessidades do país.

 Necessidade de desenvolvimento tecnológico do Brasil.


Educação Popular

 Analfabetismo: ainda era um grande problema a ser solucionado.

Há organização para criar soluções populares, fora das iniciativas oficiais do governo, para
essa questão:

1961: criados os Centros Populares de Cultura (iniciativa da UNE):


 Vários centros no Brasil.
 Promoviam diferentes expressões artísticas.
 Preocupação em criar uma cultura nacional, popular
e democrática.
 Conscientizar classes populares por meio da arte
(função educativa).
1961: Movimentos de Educação de Base (MEB) – criados pela CNBB e mantidos pelo
governo federal.

 Objetivo de alfabetizar as populações rurais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

 Utilizam rádio.

 Inspiração na Teologia da Libertação (população pobre e excluída deve ter dignidade).


Interatividade

Podemos considerar uma influência do pensamento nacional desenvolvimentista na educação:

a) A proposta da UNE de promover a conscientização da população pela arte.


b) Os movimentos de educação popular.
c) A preocupação do Estado em permitir a participação da iniciativa privada na educação.
d) Criação da Universidade de Brasília e sua proposta de desenvolver tecnologicamente o
Brasil com preparação de pesquisadores.
e) A participação da Igreja Católica na criação dos Movimentos de Educação de Base.
Resposta

Podemos considerar uma influência do pensamento nacional desenvolvimentista na educação:

a) A proposta da UNE de promover a conscientização da população pela arte.


b) Os movimentos de educação popular.
c) A preocupação do Estado em permitir a participação da iniciativa privada na educação.
d) Criação da Universidade de Brasília e sua proposta de desenvolver tecnologicamente o
Brasil com preparação de pesquisadores.
e) A participação da Igreja Católica na criação dos Movimentos de Educação de Base.
Paulo Freire

Paulo Freire (1921-1997) – provavelmente o pedagogo brasileiro de maior fama.


 Formado em Direito pela Universidade do Recife (hoje UFPE).
 Inspirado pela Teologia da Libertação.
 Fez parte do Movimentos de Cultura Popular (MCP), criados em 1960.
Criado pela prefeitura de Recife. Atuação:
 Redução do analfabetismo.
 Construção de uma cultura popular.
 Promove visão crítica e transformadora.
1962: Em Angicos (RN) – alfabetização de 300 trabalhadores em 45 dias.

 Método pressupunha respeito pelo adulto: sua vida, história, conhecimentos.

 Parte da cultura do aluno – método ativo.

 Aluno: conscientização do seu valor.

 Antes o aluno, sendo analfabeto, não tinha direito à cidadania e ao voto.

 Educação não deve apenas preparar para o exercício do


trabalho, deve conscientizar criticamente os educandos e
transformar a realidade social, política e econômica do país.
Pensa em um sistema de educação, em diferentes níveis.
 1ª etapa: alfabetização infantil.
 2ª etapa: alfabetização de adultos (28 a 40h) – palavras geradoras.
 Aula: diálogo informal, sem cartilha.
 3ª etapa: continuação da educação de adultos (8 a 10 meses).
 Leitura de pequenas antologias de textos com vocabulário limitado e “manuais de
capacitação cívica”.
 Produção escrita de pequenos artigos de jornal.
 Círculos de leitura.
 4ª etapa: aproximação com a universidade.
 5ª etapa: Instituto de Ciências do Homem (Universidade do Recife e Serviço de
Extensão Cultural).
 6ª etapa: Centro de Estudos Internacionais (CEI) – diálogo e intercâmbio para integração do
Terceiro Mundo.

 Educação é um bem cultural, não pode estar restrito a um grupo privilegiado.


 1964: Paulo Freire preso na Ditadura Militar – depois exilado por 14 anos.
 Atuou na alfabetização de adultos de diversos países africanos e na América Central.

Método Paulo Freire – inspira o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), criado em


1967.
 Utiliza palavras geradoras.
 Esvazia caráter crítico e conscientizador do processo.
 Padroniza método para o país todo.
 Números inflados de matrículas.
Interatividade

Sobre o método Paulo Freire de Alfabetização de Adultos, não é correto afirmar:

a) Método pressupunha respeito pelo adulto.


b) As palavras geradoras eram retiradas do contexto em que o aluno se inseria.
c) O método alfabetizava e valorizava o adulto como um sujeito crítico e que pode transformar
a sua realidade.
d) É um método ativo.
e) É possível padronizar o método, criando cartilhas para serem aplicadas em qualquer local.
Resposta

Sobre o método Paulo Freire de Alfabetização de Adultos, não é correto afirmar:

a) Método pressupunha respeito pelo adulto.


b) As palavras geradoras eram retiradas do contexto em que o aluno se inseria.
c) O método alfabetizava e valorizava o adulto como um sujeito crítico e que pode transformar
a sua realidade.
d) É um método ativo.
e) É possível padronizar o método, criando cartilhas para serem aplicadas em qualquer local.
Educação na Ditadura Militar (1964-1985)

 População não participa da política, nem mesmo com voto.


 Grupos políticos que se opunham ao regime eram perseguidos.
 Serviço Nacional de Informações (SNI):
 enviava agentes a escolas e universidades;
 observavam aulas;
 observavam relações entre estudantes, funcionários e professores.
 Invasões de escolas, prisões, exílios.
1964: controle do movimento estudantil.
 UNE substituída pelo Diretório Nacional de Estudantes.
 Estudantes não podem mais se reunir, discutir, fazer reivindicações.

1967: Conselho Nacional de Segurança.


 Reforça vigilância a qualquer indivíduo da população.

1968: auge da repressão estudantil.


 Invasão do restaurante universitário Calabouço, resultando
em um estudante morto.
 Passeata dos 100 mil.
 Julho de 1968: passeatas proibidas.
 Batalha da Maria Antônia.

Movimentos estudantis reivindicavam:


 Ampliação das vagas e dos professores.
 Aumento dos recursos para manutenção das universidades públicas.
 Extinção das cátedras.
 Criação de um ciclo básico para integração de toda universidade.
 Autonomia da Universidade.
 Reformas do período seriam realizadas sem considerar as reivindicações populares.
 Acordos com os EUA.
 1961 – Usaid: órgão americano criado para financiar projetos de interesse norte-americano
em diversas áreas em países pobres, entre elas na educação e segurança pública.
 Buscam modernizar os países para conter avanços comunistas.
 Acordos MEC-Usaid.
 1968 – Reforma Universitária.
 1971 – Reforma do 1º e 2º grau.
Reforma universitária (1968)

Antecedentes:
 Sugestões do relatório do consultor americano Rudolph Atcon – Plano Atcon (1966).
 Mudanças administrativas, pedagógicas e de regime de trabalho docente.
 1967 – comissão especial para a Reforma Universitária (general Meira Mattos).
 Sugere ampliação de vagas.
 Fortalecimento do princípio de autoridade e disciplina.
 Vestibular unificado.
 Cursos de curta duração.
Reforma Universitária – Lei n. 5.540.
 Vestibular classificatório – acaba com excedente de aprovados sem vagas.
 Vestibulares unificados.
 Criado o ciclo básico, com disciplinas comuns a vários cursos.
 Cátedras extintas – criados os departamentos.
 Pouca integração entre as faculdades, institutos e escolas que formavam as universidades.
 Matérias filosóficas tornaram-se optativas.
 Currículos mais flexíveis – sistema de créditos.
 Regulamentados os cursos de pós-graduação (mestrado e doutorado) e cursos de
curta duração.
 Maior poder para o reitor.
 Aumento da burocracia.
 Aumento das vagas nas universidades particulares – excedente de vagas.
 Reforma baseada no modelo empresarial e burocrático: eficiência, modernização e
flexibilização administrativa.
Reforma do 1º e 2º grau (1971)

 Lei n. 5.692: aprovada rapidamente e sem discussões.


 Unifica o antigo curso primário (de 4 a 6 anos) e o antigo ginásio – formam o 1º grau.
 1º grau não oferece mais cursos profissionalizantes.
 2º grau – obrigatoriamente profissionalizante – mais de 200 habilitações profissionais.
 Auxiliar técnico – 3 anos.
 Técnico – 4 anos.
 Escolas ofereciam os cursos mais baratos.
 Em 1982, as escolas deixam de estar obrigadas a oferecer uma habilitação profissional.
Reformas educacionais do período:
 Autoritárias.
 Sem participação de alunos, professores e sociedade.
 Elevado índice de reprovação e evasão escolar.
Interatividade

Dentre as reivindicações de mudanças nas universidades brasileiras feitas pelos estudantes


durante a Ditadura Militar, podemos citar:

a) Defendiam o fim das cátedras.


b) Desejavam maior intercâmbio com órgãos norte-americanos, como a Usaid.
c) Desejavam uma universidade com maior disciplina e autoridade.
d) Valorizavam o modelo empresarial de eficiência.
e) Concordavam com a atuação e o controle realizados pelo governo.
Resposta

Dentre as reivindicações de mudanças nas universidades brasileiras feitas pelos estudantes


durante a Ditadura Militar, podemos citar:

a) Defendiam o fim das cátedras.


b) Desejavam maior intercâmbio com órgãos norte-americanos, como a Usaid.
c) Desejavam uma universidade com maior disciplina e autoridade.
d) Valorizavam o modelo empresarial de eficiência.
e) Concordavam com a atuação e o controle realizados pelo governo.
Educação na Redemocratização

 1979-1985: anistia política.


 Início da abertura do regime.

 1985: primeira eleição indireta.

 1988: Nova Constituição.

 2011: Comissão Nacional da Verdade.


 Nova Ordem Mundial / Neoliberalismo

Reunião do International Institute for Economy, de Washington – define reformas necessárias


para a América Latina:
 Programa de rigoroso equilíbrio fiscal.
 Reformas administrativas.
 Trabalhistas.
 Previdenciárias.
 Abertura comercial.
Mobilização dos profissionais da educação para discutir as novas leis que seriam criadas
nessa área:
 Conferências Brasileiras de Educação (CBEs) – anos 1980. A finalidade da educação seria
desenvolver os indivíduos ao máximo possível – desenvolvimento integral, de todas as suas
potencialidades, físicas e mentais.
Constituição de 1988:
 Artigo 6º – direitos sociais: “a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a
previdência social...”
 Educação como direito de todos e dever compartilhado entre Estado e família.
 A educação deve ser realizada com igualdade de acesso e permanência na escola.
 Liberdade para aprender, ensinar, pesquisar e divulgar pensamento, arte e saber.
 Pluralidade de ideias e concepções pedagógicas.
 Instituições públicas e privadas.
 Ensino público gratuito.
 Educação básica obrigatória.
 Educação básica: ensino infantil, fundamental e médio.
 Educação infantil: direito da criança.
 O Estado deve estabelecer conteúdos mínimos a serem compartilhados por todas as escolas
no país.

São objetivos da educação:


 Erradicação do analfabetismo.
 Universalização do atendimento escolar.
 Melhoria da qualidade de ensino.
 Formação para o trabalho.
 Esforços para reduzir o analfabetismo.
 1996: Programa de Alfabetização Solidária:
 6 meses de duração – curto;
 1 mês de treinamento – não emprega profissionais formados em educação;
 voltado para municípios com baixo IDH;
 supervisão de universidades do Sul-Sudeste.
 reforçava a relação de dependência Norte-Nordeste Sul-Sudeste.
 1998: Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera).

 2003: Programa Brasil Alfabetizado.


Desafios da educação

 Erradicação do analfabetismo.
 Analfabetismo funcional.
 Brasil nas avaliações internacionais.
 Qualidade do ensino.
 Papel da escola.
 Escola X internet / tecnologia.
 Violência na escola.
Interatividade

Podemos considerar que a educação brasileira após a redemocratização:

a) Conseguiu solucionar alguns problemas herdados do Regime Militar, como o


analfabetismo.
b) Conseguiu definir estratégias próprias, independentes das pressões internacionais.
c) Retomou o ideal de educação como direito de todos.
d) Estabeleceu que o ensino básico seria ministrado apenas por instituições públicas.
e) Manteve o foco no ensino profissionalizante em todo o Ensino Médio.
Resposta

Podemos considerar que a educação brasileira após a redemocratização:

a) Conseguiu solucionar alguns problemas herdados do Regime Militar, como o


analfabetismo.
b) Conseguiu definir estratégias próprias, independentes das pressões internacionais.
c) Retomou o ideal de educação como direito de todos.
d) Estabeleceu que o ensino básico seria ministrado apenas por instituições públicas.
e) Manteve o foco no ensino profissionalizante em todo o Ensino Médio.
ATÉ A PRÓXIMA!

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