Prospecção de Georrecursos-Iv - 221031 - 214301

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Mestrado em Recursos Minerais e Ambiente

PROSPECÇÃO DE
GEORRECURSOS
(IV)

Compilado por: PAULO AGUIAR


Sumário INTRÓITO
• Definição e Classificação dos Georrecursos
• Recurso mineral (Recurso mineral Inferido; Recurso mineral Indicado; Recurso mineral Medido; Reserva mineral)
I. – INTRODUÇÃO
• Definições (Pesquisa e Prospecção Mineral)
• Anomalia, Background, Limiar
• Teores
• Associações Geoquímicas e Minerais Formadores de Depósitos Minerais
II.– NOÇÕES DE DEPÓSITOS MINERAIS
• Quanto a Forma do Corpo Mineralizado
• Quanto ao Processo Formador
• Quanto a Características Especiais
• Tectónica Global e Metalogenia
• Classificação dos Depósitos Minerais Quanto a Regularidade
• Descrição de Depósitos Minerais
III.- REGISTO GRÁFICO DE DEPÓSITOS MINERAIS
• Noções de Cartografia e Geoprocessamento
• Mapas Temáticos - Ênfase na Geologia
• Blocos Diagramas, Desenhos Esquemáticos e Documentação Fotográfica
• Levantamentos Expeditos
Sumário (2)
IV.- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) e CARACTERIZAÇÃO DE
PROSPECTOS
• O Aspecto Económico
• Informações Existentes
• Seleção de Alvos com Imagens de Satélite, Radar e Fotografia Aérea
• Seleção de Alvos com a Geofísica
• Seleção de Alvos com a Geoquímica
V.- NOÇÕES DE GEOQUÍMICA DE PROSPECÇÃO
• Abundância dos Elementos Químicos na Crosta
• Classificação Geoquímica dos Elementos
• Ciclos Geoquímicos e Ambientes Geoquímicos
• Mobilidade Geoquímica
• Associacões Geoquímicas
• Províncias Geoquímicas X Províncias Metalogenéticas
• Etapas e Níveis dos Levantamentos Geoquímicos
• Anomalias e Paisagem Geoquímica
• Contraste Geoquímico
• Principios de Interpretação de Dados Geoquímicos
• Principais Métodos da Geoquímica de Exploração
• Sedimento de Corrente
• Pedogeoquímica
Sumário (3)
V.- NOÇÕES DE GEOQUÍMICA DE PROSPECÇÃO
• Litogeoquímica
• Concentrado de Batéia
• Controlo de Qualidade de Amostragem
• Evolução Teórica de uma Campanha de Amostragem Geoquímica
• Tipos de Análises Químicas em Pesquisa Mineral

VI.– TRINCHEIRAS E POÇOS DE PESQUISA


• Definições, Tipos, Planeamento e Execução
• Levantamento
• Poço de Pesquisa

VII.– SONDAGEM GEOLÓGICA


• Objetivos e Definições
• Tipos de Sondagem

VIII.– AVALIAÇÃO
• Parâmetros de avaliação de jazidas
• Serviços Mineiros
• Cubagem de Reservas
IV- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) E
CARACTERIZAÇÃO DE PROSPECTOS
Algumas técnicas e ferramentas para a seleção de “alvos” para
estudo, descoberta e desenvolvimento de Depósitos Minerais com
vistas à mineração.
No geral, são quatro as fases de uma Mineração, a saber:
(1ª) Geração,
(2ª) Exploração, Descoberta e Avaliação,
(3ª) Desenvolvimento (que pode ser dividida em Pré-
desenvolvimento e Desenvolvimento) e
(4ª) Produção.
Outros autores relacionam como estágios de um Projecto de
Mineração o planeamento, compilação de dados e pesquisa
bibliográfica, reconhecimento, identificação de alvos, testes dos
alvos, desenvolvimento dos estudos sobre o Depósito Mineral,
Desenvolvimento da Mina e, finalmente, a Mineração.

Compilado por: PAULO AGUIAR


IV- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) E
CARACTERIZAÇÃO DE PROSPECTOS
COMPARAÇÃO ENTRE DIFERENTES PROPOSIÇÕES ACERCA
DOS ESTÁGIOS DE UM PROJETO DE MINERAÇÃO

Planeamento, compilação de dados e


(1ª) Geração: pesquisa bibliográfica, reconhecimento,
identificação de alvos

(2ª) Exploração, Descoberta Testes dos alvos, desenvolvimento dos


e Avaliação: estudos sobre o Depósito Mineral

(3ª) Desenvolvimento Desenvolvimento da Mina

(4ª) Produção: Mineração

Compilado por: PAULO AGUIAR


IV- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) E
CARACTERIZAÇÃO DE PROSPECTOS
O objectivo é sempre reunir a maior quantidade de informações possíveis
visando reduzir os riscos de retorno do investimento e aumentando a certeza
de sucesso.
Ao fim de cada etapa ou fase do Projecto Mineiro se avalia as informações
obtidas e se toma decisões a respeito do prosseguimento do Projecto bem
como as revisões das estratégias e planeamentos da etapa seguinte.
Essas informações vão sendo acumuladas a medida que o Projecto
avança e os riscos vão diminuindo.
NEGATIVO POSITIVO
FLUXO DE
CAIXA
ANOS
RISCO

Fases de um Projecto Mineiro e variáveis envolvidas de Tempo, Risco e Fluxo de Caixa.


A= Geração, B = Exploração, Descoberta e Avaliação, C = Pré-desenvolvimento,
D = Desenvolvimento e E = Produção.
IV- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) E
CARACTERIZAÇÃO DE PROSPECTOS
Inicialmente faz-se uma abordagem na escala regional,
envolvendo as fases de Geração do Projecto e Exploração e
Descoberta do Depósito Mineral com o objectivo de encontrar
“Alvos” (ou “Target”) interessantes para serem estudados. São os
chamados projectos “grass root”.
Em seguida o estudo desses alvos visando caracterizar um
prospecto ou um Depósito Mineral digno de ter os investimentos
carreados no sentido de estudá-lo mais detalhadamente, ou seja,
visando a Avaliação.
A exploração mineral visa achar o Alvo (ou “Target”)
enquanto a Descoberta já caracteriza um “Prospecto”, se o
potencial vislumbrado atender o “Target” da empresa.
Contudo, apenas após a fase de Avaliação ter-se-á condições
de afirmar se existe uma Jazida Mineral, suas dimensões, reservas,
etc.
A Avaliação inclui Serviços Mineiros que visam acessar
directamente o minério e tais serviços já podem ser aproveitados
como Desenvolvimento (ou Pré-desenvolvimento) de Blocos de
Reservas, apesar do objectivo do serviço ser a Avaliação.
Compilado por: PAULO AGUIAR
IV- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) E
CARACTERIZAÇÃO DE PROSPECTOS
Nas fases de Desenvolvimento (incluindo pré-
desenvolvimento) e Produção o Depósito Mineral já está
caracterizado como “Mina” e os Trabalhos de Pesquisa e Prospecção
visam agregar novas Reservas, subsidiar o engenheiro de minas no
planeamento e execução de desmontes, produção de mineral de
minério, entre outros objectivos.
São critérios para Selecção de Áreas “Alvos” (“Target”) e/ou
Prospectos, os aspectos económicos da commodity e da empresa,
informações preliminares da região (Bibliografia, Mapas, inclusive
Metalogenéticos Previsionais, Histórico), informações de habitantes
ou de pessoal que trabalhou na área, Informações sobre Ambiente
Geotectónico favorável, Associações Geoquímicas, presença de
metallotectes, Semelhanças com Depósitos Tipo (ou Jazida Padrão),
Geoquímica e/ou Geofísica Regional, Guias da Prospecção e
Controlos da Mineralização, entre os mais comuns.

Compilado por: PAULO AGUIAR


IV- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) E
CARACTERIZAÇÃO DE PROSPECTOS
IV.2 – O Aspecto Económico
A Mineração é um dos ramos da actividade económica de maior risco.
A selecção criteriosa de dados e dos “Alvos” visa reduzir os riscos de
investimento e dar subsídios para a tomada de decisão mais acertada possível.
Do outro lado da balança está a performance da commodity no mercado.
Se os preços e a demanda estiverem em alta, e com tendência de
valorização, torna mais estimulante a decisão para o investidor.
Um “Alvo” ou mesmo um Prospecto desinteressante em determinado
cenário de mercado, poderá ser muito atractivo num cenário diferente e mais
favorável àquela commodity.
A selecção de um “Alvo” envolve diversos factores e formas de selecção.
Um dos factores preponderantes para selecção de “Alvos” é a política da
empresa (o “target” da empresa), uma vez que algumas companhias focam
seus alvos em depósitos “world class”, enquanto outras estão voltadas para
Depósitos de pequeno e/ou médio porte.
Essa política tem várias variáveis como: objectivo dos accionistas e
investidores, capital de risco disponível, posição da empresa e da “commodity”
no mercado, entre inúmeras outras variáveis.

Compilado por: PAULO AGUIAR


IV- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) E
CARACTERIZAÇÃO DE PROSPECTOS
IV.3 – Informações Existentes
Sob essa denominação agrupam-se as informações
bibliográficas existentes sobre a área (relatórios, Mapas,
informações de habitantes, histórico da área).
Todo trabalho de Pesquisa Mineral (e de qualquer outra área do
conhecimento) é precedido de um levantamento das informações já
existentes, incluindo não só artigos, livros, relatórios, mapas, etc.,
entrevistas com os autores ou com pessoas que detenham as
informações desejadas (ou parte delas).
O objectivo é construir um acervo com o máximo de
informações da área.
Os garimpeiros são grandes descobridores de ocorrências
minerais.
Por serem muitos, espalhados por todo o país, estes saem
com equipamentos manuais, bateias em busca de locais
mineralizados.
Além de muita disposição para andarem grandes regiões,
trazem consigo uma elevada carga de esperança.
IV- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) E
CARACTERIZAÇÃO DE PROSPECTOS
IV.3 – Informações Existentes
Às vezes, por falta de conhecimento e/ou recursos, deixam “coisas”
importantes, mas guardam a informação.
Uma boa entrevista com um garimpeiro pode ser muito importante para
a selecção de Alvos.
Dentre essas informações se incluem mapas (ou outros tipos de
informações) que dêem subsídios para a selecção de alvos através de
Associações Geotectónica, Metallotectes, Guias da Prospecção e Controlos
da Mineralização ou ainda que propiciem estabelecer relações com
Depósitos Tipos.
O Técnico de Geologia e Mineração é o responsável para organizar
um completo dossier com todas as informações disponíveis sobre a área.
Os Controlos da Mineralização são aspectos geológicos relacionados
à existência do Depósito Mineral, sem o qual a concentração anómala não
existiria.
O Guia da Prospecção é qualquer aspecto não relacionado com a
génese da mineralização, mas que pode indicar a sua presença. Citam-se
como exemplos: vegetação de menor porte e de folhas mais amareladas
sobre os “gossans”; pegmatitos em altos topográficos; etc.
Cada região e/ou depósito mineral tem algumas características que
podem ser utilizadas para identificar sua ocorrência.
IV- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) E
CARACTERIZAÇÃO DE PROSPECTOS
IV.4 – Seleção de Alvos com Imagens de Satélite, Radar
e Fotografia Aérea
A interpretação de Imagens de Satélite, Radar e de Fotografias
aéreas, tem como objectivo a elaboração de mapas topográficos
(tanto planimetria como altimetria) e geológicos prévios, para posterior
verificação e correcções em campo.
São utilizados desde a fase de planeamento, passando pela etapa
de campo e indo até a elaboração de estudos conclusivos a cerca de
Depósitos Minerais.
Tem sido utilizada como ferramenta para auxiliar a identificação de
Alvos, uma vez que as mesmas possibilitam uma visão geral das
litologias, estratigrafia, Estruturas etc., de uma área ou mesmo de uma
região.
A tarefa de interpretação geológica de Imagens de Satélite,
Radar e Fotografias Aéreas geralmente é reservada aos Geólogos,
mas temos informações que técnicos também realizam esses trabalhos
(em áreas já conhecidas e técnicos seniores em áreas pioneiras).
IV- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) E
CARACTERIZAÇÃO DE PROSPECTOS
IV.4 – Seleção de Alvos com Imagens de Satélite, Radar
e Fotografia Aérea
Mais comum, entretanto, é a interpretação planimétrica ser
executada por Técnicos, especialmente a confecção de Mapas
Temáticos como o de drenagens para planeamento e execução de
colecta de amostras de sedimento de corrente e também da presença
de actividades contaminantes.
A observação tridimensional proporcionada pelos pares de
fotografias aéreas observadas com estereoscópio possibilita uma
visualização prévia das dificuldades de locomoção (quer pela altimetria,
pela vegetação etc) e planeamento da etapa de campo.
Essas interpretações proporcionam uma melhor visualização de
toda a área ou de uma região, ao contrário do que ocorre em campo
cuja escala é restrita a afloramentos.
IV- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) E
CARACTERIZAÇÃO DE PROSPECTOS
IV.4 – Seleção de Alvos com Imagens de Satélite, Radar
e Fotografia Aérea
Alguns Alvos podem ser seleccionados a partir de interpretações
de Imagens de Satélite, Radar e/ou Fotografias Aéreas, pois
proporcionam uma visão prévia aos trabalhos de campo do
comportamento das Litologias, Geologia Estrutural, estratigrafia,
tectónica, etc.
Assim, os Alvos são pré-seleccionados para posterior verificação
em campo.
Dependendo dos objectivos do trabalho de Pesquisa Mineral essas
interpretações auxiliam no entendimento da área com maior rapidez e
menor custo.
Proporcionam também a confecção de Mapas Fotogeológicos e de
Zonas Homólogas que são muito importantes tanto no planeamento da
etapa de campo, como na execução destes.
IV- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) E
CARACTERIZAÇÃO DE PROSPECTOS
IV.4 – Seleção de Alvos com Imagens de Satélite, Radar
e Fotografia Aérea
A título de exemplificação listam-se:
a) Mapa de Fotolineações (objectivando a interpretação estrutural)
para identificar Alvos de Depósitos Minerais cujo controlo é o Estrutural,
como, por exemplo:
Zona de Charneira de Dobramentos,
Zonas de Cisalhamento visando Alvos para Ouro,
Fracturas e Falhas em Rochas Ornamentais
e Prospecção Hidrogeológica, etc.
IV- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) E
CARACTERIZAÇÃO DE PROSPECTOS
IV.4 – Seleção de Alvos com Imagens de Satélite, Radar
e Fotografia Aérea
SIGNIFICADO GEOLÓGICO DE PADRÕES DE DRENAGENS
Dendrítico Treliça / Retangular Radial e Anelar

Rochas de pouca Sugere materiais de Típico de regiões com domos estruturais ou


resistência à diferentes vulcões. Estágio inicial de erosão de um domo,
erosão tipo mica resistências a por exemplo, formaram-se cursos com padrão
xistos, rochas erosão aflorando radial que posteriormente, em função de
sedimentares paralelamente entre processos erosivos, descobrem em vários níveis
horizontalizadas, si com do declive estratos de menor resistência, ao longo
sedimentos predominância do dos quais se desenvolvem tributários subsequentes
(inconsolidados) e mais resistente ou de forma circular; estes, crescendo em
sem sistema estruturas paralelas, comprimento, atingem cursos de água
de falhamentos (e condicionado pelas consequentes que correm radialmente em
fracturas) diáclases e falhas relação à crista da estrutura e capturam a porção
pronunciados. que se cruzam em superior dos referidos cursos consequentes; o
ângulos retos. resultado será uma série de cursos
subsequentes com traçado anular
IV- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) E
CARACTERIZAÇÃO DE PROSPECTOS
IV.4 – Seleção de Alvos com Imagens de Satélite, Radar
e Fotografia Aérea
SIGNIFICADO GEOLÓGICO DE PADRÕES DE DRENAGENS

Paralelo e Pinado Anastomosado Angular

Representa mais Representa uma


Cursos de água que correm mais ou
uma modificação o Modificação do
menos paralelos entre si em uma
padrão dendrítico, padrão retangular
extensão relativamente grande.
com presença de e sugere a
Sugere a existência de declives
meandros, pântanos, presença de
unidirecionais extensos e
canais sistemas de falhas
suficientemente pronunciados ou
entrelaçados, e diáclasescom
cristas lineares homoclinais
característico de ângulos não retos.
alongadas, constituídas por estratos
áreas de planícies
resistentes uniformemente
aluviais e deltas.
inclinados.
IV- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) E
CARACTERIZAÇÃO DE PROSPECTOS
IV.4 – Seleção de Alvos com Imagens de Satélite, Radar
e Fotografia Aérea
SIGNIFICADO GEOLÓGICO DE PADRÕES DE DRENAGENS

Retangular-Dendrítico Centrípeto

Sugere áreas com rochas homogéneas Representa uma variação do padrão radial e
cortadas por sistemas de fracturas intercruzadas é característico de áreas com declives internos
com malhas relativamente grandes. O padrão de crateras e caldeiras e onde cristas
dendrítico é implantado nos corpos de rochas topográficas bordejam, circularmente,
isolados pelas fracturas enquanto o padrão depressões, como no caso de domos brechados
rectangular instala-se nos planos de menor e bacias estruturais
resistência
Fonte: Ricci & Petri, 1965
IV- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) E
CARACTERIZAÇÃO DE PROSPECTOS
IV.4 – Seleção de Alvos com Imagens de Satélite, Radar
e Fotografia Aérea
A título de exemplificação listam-se:
b) Mapa de Zonas Homólogas (mapa de zonas de mesmo padrão
fotogeológico – possivelmente diferentes litologias) visando identificar
hospedeiras de mineralizações.
c) Mapas de Drenagens: o padrão de drenagens sugere alguns
tipos de litologias e estruturas propícias à mineralização. É utilizado
também para planeamento e execução de amostragens de Sedimento
de Corrente.
d) Mapas Hipsométricos: Em fotografias aéreas, principalmente, e
através de equipamentos (por ex: barra de paralaxe) pode se
confeccionar mapas altimétricos ou Mapas Hipsométricos. São mapas
temáticos que possibilitam o entendimento das formas de relevo e,
assim, seleccionar alvos como, por exemplo, em que um dos Guias da
Prospecção são os altos topográficos.
Outras várias aplicações visando à selecção de Alvos são
possíveis a partir de Imagens de Satélite, Radar e Fotografias Aéreas.
IV- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) E
CARACTERIZAÇÃO DE PROSPECTOS
IV.4 – Seleção de Alvos com Imagens de Satélite, Radar
e Fotografia Aérea

Fotografia Aérea e Imagem de Satélite


IV- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) E
CARACTERIZAÇÃO DE PROSPECTOS
IV.5 – Seleção de Alvos com a Geofísica
A selecção de “Alvos” para a Prospecção Mineral através da
Geofísica na maioria das vezes envolve métodos aéreos e,
secundariamente, os terrestres, uma vez que geralmente, nos métodos
terrestres, o Alvo já foi determinado por outro método e pretende-se
localizar o Depósito Mineral, determinar possível “ore shoot”,
dimensões, etc.
A geofísica terrestre regional é muito dispendiosa de recursos
financeiros e de tempo.
Por isso evita-se o seu uso específico para localização de Alvos
e cobertura de grandes regiões.
Assim, a Geofísica Terrestre tem sido utilizada após a identificação
de um Alvo ou que se tenha uma probabilidade de que uma
determinada região seja um Alvo.
Aviões com o equipamento geofísico acoplado sobrevoam
regiões e registam as anomalias existentes.
As anomalias detectadas são verificadas com outras
informações disponíveis e verificadas “in loco” através de
mapeamento geológico e amostragens geoquímicas
IV- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) E
CARACTERIZAÇÃO DE PROSPECTOS
IV.5 – Seleção de Alvos com a Geofísica
Os levantamentos Aerogeofísicos caracterizam-se pela rapidez
com que permitem obter resultados significativos, além de poder se
utilizar mais de um método geofísico em uma única passagem da
aeronave.
A Aerogeofísica utiliza equipamentos sofisticados, modificado e
acoplado as aeronaves.
Os sensores e/ou transmissores são instalados na aeronave e
possuem compensações que eliminam os efeitos do vôo.
As sondagens por avião ou helicóptero cobrem grandes áreas e
viabilizam locais inacessíveis à geofísica terrestre, ou quando estas
áreas devem ser estudadas rapidamente.
O relativo baixo custo destas sondagens são atractivos para
projectos de Exploração Mineral e Geotécnicos.
A Aerogeofísica surgiu com objectivos militares na década de 40
(magnetometria).
Com a evolução dos sensores, dos sistemas de navegação, da
eletrónica digital e da informática, a aerogeofísica ganhou
profundidade, precisão e rapidez, tornando-se uma ferramenta
fundamental para reduzir riscos de campanhas de Prospecção e
Pesquisa Mineral.
IV- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) E
CARACTERIZAÇÃO DE PROSPECTOS
IV.5 – Seleção de Alvos com a Geofísica
A geofísica detecta as descontinuidades de um campo, isto é, onde
uma região difere de outra em alguma propriedade física, podendo
então, caracterizar aquilo que é homogêneo na natureza; distinguindo
aquilo que apresenta alguma variação no tempo e/ ou espaço. Neste
sentido define-se a anomalia geofísica.
O termo anomalia geofísica se refere a uma propriedade física
da terra, que em um volume definido difere apreciadamente com
respeito a seu valor comum ou normal correspondente a esta área.
Em caso favorável uma anomalia geofísica corresponde a um
depósito mineral.
Uma anomalia de gravidade pode ser causada, por exemplo, por
um depósito mineral de cromite ou por uma mudança lateral na litologia
de um arenito para um dunito.
Se a anomalia geofísica, detectada por um método geofísico, está
relacionada com um depósito mineral ou com outro fenómeno
geológico ou físico, se comprova aplicando outros métodos de
prospecção como outros métodos geofísicos, o método geológico e o
método geoquímico.
IV- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) E
CARACTERIZAÇÃO DE PROSPECTOS
IV.5 – Seleção de Alvos com a Geofísica
Os Métodos Geofísicos principais são:
• Gravimetria (Grav),
• Magnético (Mag),
• Eléctricos (Resistividade, Potencial Espontâneo, Polarização
Induzida, Magnetotelúrico),
• Electromagnético (EM),
• Sísmicos (Reflexão,
• Refracção),
• Radiométricos (gama) e Ground penetrating radar (GPR) ou
Georadar.

A Aerogeofísica utiliza mais comumente os métodos


Magnéticos (Mag), Radiométricos (gama) e Gravimétricos (Grav).
Mais recentemente outros métodos geofísicos têm sido utilizados
na geofísica aérea como o Georadar e o Electromagnético.
Os Métodos Radiométricos medem anomalias radioactivas,
podendo utilizar para tal aparelho denominado de cintilômetro
(cintilometria) para contagem gama total visando detectar a presença
dos elementos radioativos K40, U e Th.
IV- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) E
CARACTERIZAÇÃO DE PROSPECTOS
IV.5 – Seleção de Alvos com a Geofísica
Por meio de espectômetros de vários canais (espectrometria gama),
pode se determinar a radioactividade de cada um desses elementos
individualmente.
Com a radiometria podemos seleccionar alvos para depósitos
minerais radioactivos (Urânio, Tório, etc.) e seus associados geoquímicos
em certos ambientes geológicos como a tantalite, columbite, cassiterite,
wolframite, Terras Raras, minerais de minério de pegmatitos e granitos
(especialmente os mais félsicos).
Tem sido utilizada também para identificação de estruturas e
mineralizações fortemente controladas por falhas e zonas de
cisalhamento.

K Th U

Exmplo de Aeroradiometria executada, respectivamente canal de potássio, tório e urânio na escala 1:250.000.
IV- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) E
CARACTERIZAÇÃO DE PROSPECTOS
IV.5 – Seleção de Alvos com a Geofísica
A Gravimetria mede as variações do campo gravitacional
terrestre provocada por diferentes densidades das rochas tendo as
mais densas, maior influência no campo gravitacional.
Dependendo da escala de levantamento aerogeofísico a
Gravimetria pode ser aplicada para a Detecção de déficit de massa:
carvão, depósito de sal, etc., Estudo de “placers”, para dar uma ideia
do tamanho de depósitos, da topografia do embasamento e estudos
morfológicos e estruturais do substrato – bedrock, estudo de aquíferos
subterrâneos, como auxiliar no Mapeamento geológico regional e no
estudo do arcabouço estrutural de bacias sedimentares.
A anomalia Bouger é computada de uma anomalia ao ar livre
(free-air) removendo dela, por métodos computacionais, a atracção
do terreno (a Redução de Bouguer) uma correcção do efeito da
variação da distância do ponto de observação em relação ao centro da
terra, o efeito gravitacional das rochas presentes entre o ponto de
observação e o nível de referência.
A maioria dos levantamentos gravimétricos é apresentada com as
correcções de Bouger (Mapa de Anomalia Bouger).
IV- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) E
CARACTERIZAÇÃO DE PROSPECTOS
IV.5 – Seleção de Alvos com a Geofísica
Uma anomalia Gravimétrica indica que as rochas na região
anómala têm densidade diferente daquela que é objecto de
comparação.
A anomalia Bouger é a mais utilizada para corrigir as distorções,
em detrimento de outros métodos de correcção.
São cálculos realizados visando reduzir os efeitos gravitacionais
das rochas presentes, variação de distância.
Quando o efeito do terreno é removido precisamente se
denomina “Redução Bouguer refinada ou completa”.
No caso de um terreno com forma aproximada a uma placa plana de
espessura H, a altura do local de medição da gravidade acima do nível
médio do mar, fala-se de uma “Redução Bouguer simples”.
A diferença entre os dois, o efeito diferencial gravitacional dos desníveis
do terreno, é chamado efeito do terreno.
Ele é sempre negativo.
A equação para uma Redução Bouguer simples é “δG_f = 2Hρπγ”,
onde H é a espessura da placa “y” é a constante de gravitação e “ρ” é a
densidade do material.
IV- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) E
CARACTERIZAÇÃO DE PROSPECTOS
IV.5 – Seleção de Alvos com a Geofísica
A FTG (Gravimetria Tensorial Total) ou 3D Air-FTGTM mede
directamente os dados do campo da gravidade em todas as direcções e
proporciona ou realça a distribuição da gravidade.
Tem sido utilizada em Mapeamento Geológico, Localização de corpos
superficiais e Kimberlitos e Depósitos de área e Cascalhos/Aquíferos.

Exemplo de Mapa Aerogravimétrico.


IV- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) E
CARACTERIZAÇÃO DE PROSPECTOS
IV.5 – Seleção de Alvos com a Geofísica
A Magnetometria aérea mede as variações no campo magnético
terrestre, causadas pelas propriedades magnéticas das rochas.

A sua utilização na detecção de objectos metálicos enterrados


(minas explosivas de guerra, dutos, tangues, etc), inspirou os militares
a sua utilização na década de 40.

Em Pesquisa e Prospecção Mineral a Aeromagnetometria é


utilizada na detecção de Ferro e outros minerais magnéticos, na
localização e caracterização de kimberlitos, asbestos e placers, na
Identificação de estruturas geológicas que envolvem contraste de
magnetização (falhas, fraturas, dobras, diques, soleiras de diabase,
etc.), no Mapeamento da profundidade de embasamento entre outros.
IV- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) E
CARACTERIZAÇÃO DE PROSPECTOS
IV.6 – Seleção de Alvos com a Geoquímica
O método geoquímico utilizado para Selecção de Alvos é o
Sedimento de Corrente, ou sedimento activo de corrente, no qual a
amostra fornece informações a respeito do material que está à
montante da Estação de Colecta e que está sendo carreado pela Bacia
de Captação.
Desta forma a informação é areal e não pontual como nos demais
métodos geoquímicos.
Numa campanha regional de Sedimento de Corrente o conceito
de Associação Geoquímica, Elemento Farejador é muito importante,
enquanto aqueles relacionados à Cut-Off, Teor Crítico não tem muito
sentido nesta fase.
Devem ser colectadas amostras no canal activo da drenagem
visando à análise do sedimento (aluvião) que está sendo transportado
pelo rio, riacho ou córrego.
Esse sedimento foi produzido a partir do intemperismo de rochas
a montante e subsequentemente transporte pelos canais de drenagens
que constituem a Bacia de Captação, carreando os elementos químicos
que constituem as rochas e quiçá um Depósito Mineral.
IV- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) E
CARACTERIZAÇÃO DE PROSPECTOS
IV.5 – Seleção de Alvos com a Geoquímica
Aqui o Conceito de Anomalia é bastante relativizado, levando em
conta diversos factores.

Dependem do elemento que está sendo pesquisado, sua


mobilidade no ambiente secundário em função das características
desse ambiente, presença de farejadores, conhecimento da
Geologia da área, etc.

Assim, podem ser consideradas anomalias interessantes, de


modo a justificar a continuidade dos trabalhos, teores maior que o
clarque do metalotecto do elemento, pelo menos 10x maior que o
clarque, a média mais 1, 2 ou 3 ou mais, Desvio Padrão, teores
próximos ao clarque em associação geoquímica com elementos
característicos de Depósitos Minerais Padrões, etc.
IV- SELEÇÃO DE ALVOS (“TARGET”) E
CARACTERIZAÇÃO DE PROSPECTOS
IV.6 – Seleção de Alvos com a Geoquímica

Apresentação dos resultados de amostragem


geoquímica de sedimento de corrente e
identificação de área anômala.

Uma combinação de métodos de Selecção de Alvos é sempre


recomendada, visando reduzir os riscos do empreendimento.
Em seguida o Alvo passará para as fases de testes dos alvos,
desenvolvimento dos estudos sobre o Depósito Mineral, Desenvolvimento
da Mina e, finalmente, a Mineração.

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