O Quinto Império

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O Quinto Império

Slide 1 (Bia) - O nosso trabalho é sobre o poema “O Quinto Império”

Slide 2 (Bia) - Apresentar o índice

Slide 3 (Bia 2 primeiras estrofes, Bianca 3 últimas estrofes) - LER POEMA COM
INTUIÇÃO (TREINAR EM CASA).

Slide 4 (Diogo) - Analisando o poema quanto à sua formalidade, podemos concluir que ele
é constituído por 5 estrofes, sendo todas elas quintilhas/redondilhas menores. Em todas as
estrofes o esquema rimático é o mesmo, o 1º verso rima com o 3º e 4º verso, e o 2º rima
com o 5º (isto em todas as estrofes). Dito isto, podemos concluir que existem os 3 tipos de
rima em todas as estrofes, a cruzada (1º com 3º), a interpolada (2º com 5º) e a emparelhada
(3º com 4º).

Slide 5 (Diogo, Bianca e Eva) - Para começar a análise interna do poema, é importante
situar o Quinto Império numa das 3 partes da Mensagem de Fernando Pessoa e saber o
porquê de tal. A Mensagem encontra-se dividida em 3 partes:
- O Brasão, (que engloba poemas que se referem ao passado) remete à fundação da
pátria, ou seja, à fundação da nacionalidade portuguesa e construção do império
português (aí o nome brasão, pois o brasão da bandeira de Portugal foi feito como
forma de enaltecer esta fase de criação, desde os escudos, aos castelos, à esfera
armilar…); e portanto, é muito comum nos 19 poemas desta 1ª parte a referência a
heróis lendários ou históricos que tiveram o papel de fundadores da nação. Não é
por acaso que grande parte dos poemas que constituem esta primeira parte têm
como título o nome de algum herói, como: Ulisses (um herói da literatura grega,
personagem de Odisseia); O conde D. Henrique (fundador do condado portucalense,
lutou contra os mouros e iniciou a construção de um reino cristão); e muitos outros
que encontram-se por aí citados nos poemas desta 1.ª parte.
- A segunda parte da Mensagem é O mar português, que corresponde ao tempo da
ação épica (ou seja, desde a posse do mar até à conquista de novo império). Nos
poemas desta 2ª parte também é bastante comum a referência a figuras históricas,
figuras essas que tiveram um papel importante na expansão e afirmação do império:
Como o Epitáfio de Bartolomeu Dias (o capitão que dobrou o Cabo das Tormentas e
abriu o caminho em direção ao Oriente); Os Colombos (Cristóvão Colombo e um dos
seus filhos, Fernando. Tendo sido Cristóvão o descobridor oficial do continente
americano); e mais algumas figuras importantes.
- Passando agora à última parte da Mensagem, o encoberto, que é onde O Quinto
Império está inserido. Esta parte é a parte mais marcada pelo sebastianismo e o
messianismo, ou seja, marcada pela crença desmedida de que um salvador
encoberto virá salvar o futuro de Portugal. O Quinto Império é baseado uma vez
mais num império não territorial, pois para Pessoa, Portugal possui o tamanho ideal
para prosseguir para a construção de um novo império espiritual.

Slide 6 (Bianca) - O poema “O quinto Império” está, uma vez mais, introduzido na parte III
da obra, “O Encoberto”, e o mesmo divide-se em três partes sendo estas Os Símbolos, Os
Avisos e Os Tempos. O Quinto Império enquadra-se em “Os Símbolos”, uma vez que esta
parte é caracterizada por figuras importantes que de alguma forma marcaram o passado,
sendo as mesmas muito importantes para a fundamentação do Quinto Império.
Dentro do Encoberto, podemos identificar com maior ênfase o mito sebastianista,
caracterizado pela esperança da vinda de um salvador, e pela ânsia de dias melhores.
O Encoberto está caracterizado por apresentar um presente de sofrimento e de mágoa
devido à morte das energias de Portugal, existindo diversos poemas de afirmação
sebastianista, enquadrando assim o apelo ao sonho e à ânsia messiânica da construção do
quinto império.

Slide 7 (Diogo) - Começando agora com uma análise da estrutura interna do poema. Nesta
1ª estrofe Fernando Pessoa utiliza logo um recurso estilístico um pouco incomum, o
oxímoro (uma espécie de antítese porém com um grau de complexidade maior pois um
oxímoro, embora também contraponha ideias que são adversas assim como a antítese, as
palavras usadas no oxímoro estão isoladas para formar uma nova interpretação). Neste
caso, a interpretação que pode ser feita é de que Pessoa faz uma apologia, ou seja,
defende, o sonho; e fá-lo criticando não só aqueles que se adaptam perante a vida, mas os
que são felizes e se conformam com essa felicidade sem procurar algo mais, ou seja, sem
sonhar. Portanto, simplificando, ele faz uma apologia ao sonho ao depreciar (ou desprezar)
aqueles que não sonham. Pessoa também recorre ao uso de algumas palavras que não
devem só ser interpretadas no seu sentido literal, mas simbólico (e fá-lo na maioria das
estrofes), como a palavra “lar”, que remete ao conforto e à comodidade, mas mais
importante ainda, a palavra “asa” que traz o conceito de liberdade, e com isto podemos
chegar à conclusão de que, para Pessoa, ser livre é sonhar e quem não o faz acaba por ser
“escravo” (entre aspas) do seu lar.

Slide 8 (Diogo) - Na segunda estrofe, a ideia é a mesma. Pessoa inicia-a no entanto com
uma afirmação paradoxal, pois afirma ser triste quem é feliz, e se refletirmos sobre estas
palavras, chegamos à conclusão de que isto é um paradoxo porque não se pode ser feliz e
infeliz simultâneamente. Se repararmos, Pessoa utiliza uma anáfora, no caso repete o
vocábulo com que iniciou ambas a 1ª e 2ª estrofe “Triste de quem” enfatizando uma vez
mais a tristeza daqueles vivem sem sonhar, e que portanto, vivem só porque sim, só porque
a vida dura. Ainda na 2ª estrofe, Pessoa conclui que embora seja pouca coisa o que está na
alma dos seres que não sonham, uma coisa é inevitável, que é a morte.

Slide 9 (Eva) - Na 3ª estrofe, Pessoa começa por transmitir a ideia da passagem do tempo,
e fá-lo através da repetição do vocábulo “eras” (ler 2 primeiros versos), fazendo crer que
embora o tempo passe e tudo acabe por ir embora, o descontentamento do homem
mantém-se. Para Pessoa, este descontentamento é o motor da mudança, pois os que se
contentam com o que têm, não sentem a necessidade de mudar, e portanto Pessoa acredita
que esta insatisfação do homem é o que leva ao progresso, e faz bastante sentido. Por
último, nos 2 últimos versos (ler 2 últimos versos), Pessoa expressa o seu desejo de que a
alma domine as coisas que não entendemos completamente (as “forças cegas”), de modo a
que o homem se liberte dos problemas da Terra focando-se na busca da plenitude
existencial.

Slide 10 (Eva) - Nesta penúltima estrofe, Pessoa fala dos quatro impérios que representam
diferentes eras na história, impérios que pertencem ao passado, e que irão ser substituídos
por um novo império (O quinto império). Pessoa também descreve a transição das trevas da
noite para a chegada desse novo império de paz e harmonia, usando a antítese entre o
passado sombrio e o futuro luminoso. A expressão "A terra será teatro" sugere que o mundo
será palco desse evento, e a metáfora de "Do dia claro" indica o nascimento desse novo
império prometido, com os portugueses a desempenhar um papel espiritual.

Slide 11 (Bianca) - Na última estrofe, Pessoa indica os quatro impérios antigos que
morreram. Agora, é tempo de ser descontente do presente e perseguir o sonho de
construção futura do Quinto Império, o império espiritual que nascerá através da procura da
verdade. É neste contexto que o sujeito poético interroga: “Quem vem viver a verdade / Que
morreu D. Sebastião?”. Esta interrogação anuncia o Quinto Império que, sucedendo-se aos
quatro anteriores, difere se pela sua natureza, será o império da “verdade”, nascida com a
morte de D. Sebastião.

Slide 12 (Eva) - Relativamente ao poema, é possível dividi-lo em duas partes. Essa divisão
deve-se a uma mudança de tom, mudança de tema, e até uma mudança de perspetiva. As
3 primeiras estrofes constituem a 1ª parte, em que as estrofes são mais reflexivas sobre a
história e os eventos que levaram à atualidade, e a 2ª parte (constituída pelas restantes 2
estrofes) apresenta um tom mais profético e visionário, onde o foco é o quinto império e a
espiritualidade que levará a essa império grandioso.

Slide 13 (Bianca) - Ambas as obras compartilham uma preocupação com a identidade


nacional, a missão espiritual de Portugal e a busca por um destino superior. Enquanto "Os
Lusíadas" olha para trás, celebrando as conquistas do passado, "O Quinto Império" olha
para o futuro, sugerindo uma continuação da história de Portugal em uma dimensão
espiritual.
Ambos os textos refletem o sentimento de grandiosidade e destino especial associado à
história de Portugal, mas cada um o faz em um contexto histórico e literário diferente,
abordando as questões da identidade nacional e do propósito de Portugal de maneiras
distintas.

Slide 14(Bia)- Em Suma, Pessoa sente que a única nação a realizar e conquistar este
Quinto Império é a nação portuguesa, pois é a única que tem a força espiritual para tal feito.
Esta, já revelada com os descobrimentos, deve ser agora voltada para o plano cultural e
espiritual. Construiremos a nossa própria identidade cultural e espiritual, anterior e mais
autêntica, universal, capaz de fazer com que voltemos a ser grandiosos no mundo porque
seremos um exemplo de autenticidade e originalidade a seguir por todas as outras nações.
FIM

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