FP Ta4 10
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Grupo I
A ilha de Krakatau faz parte do arco vulcânico da Indonésia e localiza-se no estreito de Sunda entre as ilhas
de Java e Sumatra. Em 1883 ocorreram diversas erupções do vulcão Krakatau. No mês de agosto, uma dessas
erupções provocou a morte de 36 000 pessoas, em muitos casos devido ao tsunami gerado pelo colapso do
edifício vulcânico na caldeira, situada abaixo do nível do mar. A atividade vulcânica continuou após as
erupções de 1883 e originou um novo edifício vulcânico que ali emergiu – o Anak Krakatau («filho de
Krakatau»).
Durante o ano de 2018, a monitorização por satélite e as observações no terreno mostraram que o Anak
Krakatau apresentou um elevado estado de atividade, e que os flancos sudoeste e sul do vulcão estavam a
mover-se lentamente para oeste. A 30 de junho, registou-se um aumento da atividade eruptiva que se
manteve até 22 de dezembro, quando o colapso repentino dos referidos flancos originou um tsunami que
atingiu as vulneráveis costas de Sumatra e de Java, ilhas densamente povoadas. As estações sismográficas
das principais regiões de alerta de tsunamis registaram um evento de alta frequência, apenas 115 segundos
antes de os flancos colapsarem e decapitarem o cone vulcânico.
A Figura 1 representa o mapa geológico simplificado das ilhas de Java e de Sumatra, onde se localiza a
«Grande Falha de Sumatra».
Figura 1
4. Ordene as letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência cronológica dos processos geológicos que
conduziram à formação do arco vulcânico da Indonésia, numa lógica de causa efeito.
(A) Acumulação de magma em câmaras magmáticas.
(B) Fusão da placa litosférica.
(C) Formação de um arco insular.
(D) Início da atividade vulcânica na placa Euroasiática.
(E) Início da subducção da placa Indo-Australiana.
6. A atividade vulcânica que originou o vulcão Anak Krakatau teve um carácter essencialmente
(A) efusivo e foi sustentada por um magma com elevado grau de viscosidade.
(B) explosivo e esteve associada a magmas com elevada quantidade de sílica.
(C) explosivo e foi sustentada por um magma com baixo grau de viscosidade.
(D) efusivo e esteve associada a magmas com elevada quantidade de ferro e de magnésio.
8. De acordo com os dados do texto, o fenómeno que ocorreu a 22 de dezembro é um exemplo de interação
dos subsistemas
(A) Biosfera – Geosfera.
(B) Hidrosfera – Atmosfera.
(C) Geosfera – Hidrosfera.
(D) Atmosfera – Biosfera.
9. As ilhas de Java e de Sumatra encontram-se junto a uma zona de subdução, pelo que possuem vulcões
ativos e apresentam elevado risco sísmico.
Explique, tendo em conta a localização geográfica e o historial do sistema vulcânico de Krakatau, por que
razão o Anak Krakatau é um vulcão que potencia o risco geológico nas ilhas de Java e de Sumatra.
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10. De acordo com os dados da Figura 1, pode concluir-se que a «Grande Falha de Sumatra» é
(A) inversa, em que ocorre subida do teto em relação ao muro.
(B) inversa, em que ocorre descida do teto em relação ao muro.
(C) de desligamento, em que ocorre movimento horizontal das rochas.
(D) de desligamento, em que ocorre movimento vertical das rochas.
11. Um sismo gerado a 200 km de profundidade, com epicentro na ilha de Java, pode ser considerado
_______ e resulta do comportamento _______ das rochas.
(A) profundo (…) frágil
(B) profundo (…) dúctil
(C) intermédio (…) dúctil
(D) intermédio (…) frágil
Grupo II
O dióxido de carbono (CO2) é um dos gases libertados pelos vulcões. A crusta, o manto e o núcleo contêm
cerca de 90% deste composto. Os restantes 10% encontram-se na biosfera, atmosfera e hidrosfera.
Muitos cientistas consideravam que, nas zonas de subducção, o manto era a fonte principal do CO2. Neste
caso, a placa subductada sofre fusão e mistura-se com os materiais do manto.
Dados recentes de Emily Mason e seus colaboradores colocaram em causa esta hipótese. Ao analisarem
amostras de vulcões associados a arcos vulcânicos, concluíram que o isótopo de carbono era mais leve do
que o esperado, indicando uma origem biológica. Este resultado indicava que o CO2 é proveniente,
essencialmente, das plataformas carbonatadas, em especial em Itália, nos Andes e na Indonésia. Pelo
contrário, o arco vulcânico das ilhas japonesas emite um isótopo de carbono mais pesado, indicativo do
manto.
Durante a subducção, o aumento da temperatura provoca a fusão de minerais carbonatados, formando um
fluido que se pode misturar com magma ou ascender na crusta.
Adaptado de Mason, E. et al. (2017). Remobilization of crustal carbon may dominate volcanic arc emissions.
Science, 357
2. Com base nos dados, é expectável que o CO2 permaneça _____ tempo armazenado na geosfera do que o
inicialmente previsto, e o que é emitido nos Andes tem origem na fusão de rochas _____.
(A) menos [...] da crusta
(B) menos [...] do manto
(C) mais [...] da crusta
(D) mais [...] do manto
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(A) I é verdadeira; II e III são falsas.
(B) II é verdadeira; I e III são falsas.
(C) II e III são verdadeiras; I é falsa.
(D) I e II são verdadeiras; III é falsa.
4. A análise dos gases libertados pelos vulcões corresponde a um método _____ do estudo do interior da
Terra, fornecendo indicações das camadas mais _____ da Terra.
(A) indireto [...] superficiais
(B) indireto [...] profundas
(C) direto [...] superficiais
(D) direto [...] profundas
6. O afundamento da placa oceânica pode ser comprovado pela análise das ondas sísmicas, uma vez que
(A) as ondas se propagam de forma uniforme pelo interior da Terra.
(B) a sua velocidade de propagação varia em função do estado físico das camadas atravessadas.
(C) as ondas apenas se propagam nas camadas mais superficiais, que incluem a placa subductada.
(D) as ondas podem ser detetadas diretamente em profundidade.
7. As rochas carbonatadas presentes nas plataformas continentais possuem uma densidade inferior às rochas
magmáticas, sendo de esperar uma anomalia gravimétrica _____, quando comparado com a crusta oceânica,
em que rochas magmáticas _____ densas são as mais comuns.
(A) negativa [...] menos
(B) positiva [...] menos
(C) positiva [...] mais
(D) negativa [...] mais
8. Faça corresponder cada uma das descrições relativas a diferentes tipos de rochas, expressas na coluna A,
à designação correspondente, que consta na coluna B.
COLUNA A COLUNA B
1. Calcário
(A) Rocha detrítica de grão grosseiro. 2. Argilito
(B) Rocha formada a partir da precipitação de carbonato de cálcio. 3. Basalto
(C) Rocha plutónica com elevada percentagem de sílica. 4. Conglomerado
5. Granito
Grupo III
Documento 1
Lince-ibérico: Uma história de sucesso
Segundo o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), terão nascido, no Vale do Guadiana,
30 crias de lince-ibérico desde o início de 2019, ano em que a população de linces a viver em Portugal era de
75 indivíduos. Em 2018, viviam em toda a Península Ibérica cerca de 640 linces, enquanto em 2003 não
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chegavam a 90. A reintrodução de exemplares de lince-ibérico na Península Ibérica já fez a espécie passar de
criticamente ameaçada para ameaçada de extinção, em 2015. A principal causa de morte tem sido o
atropelamento. Uma preocupação constante é o estado da população de coelhos, que são a sua principal
presa. O coelho-bravo é muito sensível a algumas doenças virais, que causam surtos que fazem flutuar muito
as populações, com consequências óbvias para os predadores. Para reduzir este risco têm vindo a ser criados
e vacinados coelho-bravos para serem libertados. O lince-ibérico foi considerado o felino mais ameaçado do
mundo. O plano de recuperação baseou-se na reprodução em cativeiro. Este plano tem sido apontado como
exemplo na recuperação de predadores de topo.
Adaptado de www.publico.pt/2m9/05/31/p3/ noticia/reportagem-projeto-prepara-areas-serem-casas-linceiberico-portugal-
espanha-evideo-foto-repeticao-1874868
(consultado em 10/11/2000)
Documento 2
Espécies “guarda-chuva”
A onça-pintada ou jaguar (Panthera onca) exerce uma importante função ecológica na manutenção do
equilíbrio dos ambientes onde ocorre, na América do Sul. A onça é um predador de topo, que regula o
tamanho de populações de suas presas. Este animal exige extensas áreas preservadas para sobreviver e para
se reproduzir. Uma vez que as suas exigências ecológicas englobam as exigências das demais espécies que
ocorrem no mesmo ambiente, esta é uma espécie «guarda-chuva».
Adaptado de www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-70122m90002oo559&ing= es&nrm=iso&ting=es (consultado
em 10/11/ 2020)
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5. Uma das causas de extinção do lince-ibérico que constitui um fator antrópico é
(A) a criação e vacinação do coelho-bravo.
(B) a introdução de espécies endémicas no ecossistema.
(C) o atropelamento do coelho-bravo.
(D) a introdução de corredores ecológicos que reduzem a fragmentação dos habitats.
7. Faça corresponder cada uma das diferentes definições, expressas na coluna A, à respetiva designação, que
consta na coluna B.
Coluna A Coluna B
(A) Local onde vivem indivíduos de uma mesma espécie. 1. Ecossistema
(B) Conjunto de diferentes tecidos associados, que contribuem para uma 2. Biosfera
determinada função. 3. Habitat
(C) Designação atribuída ao conjunto formado pelo biótopo e pela 4. População
comunidade que nele existe. 5. Órgão
8. A organização biológica obedece a uma hierarquia. Ordene os termos de A a F, por ordem crescente de
complexidade.
A. Vale do Guadiana
B. Linces
C. Coelho-bravo
D. Biosfera
E. Célula
F. Sistema digestivo
9. De acordo com os documentos fornecidos, explique porque pode o lince-ibérico funcionar como uma
espécie “guarda-chuva”.
Grupo IV
A Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António tem uma área de 2089 hectares
(fig. 5). É limitada, a este, pelo rio Guadiana e é constituída por zonas de sapal, esteiros, salinas artesanais e
industriais e terrenos agrícolas. É esta diversidade de habitats que permite a coexistência de um tão diverso
número de espécies de vertebrados (aves, mamíferos, répteis, anfíbios e peixes).
As salinas artesanais e industriais são, juntamente com as áreas de sapal, os biótopos com maior
representação na área da reserva. Por ser uma área de particular importância para as aves aquáticas, os
referidos biótopos assumem um papel preponderante como locais de alimentação, de descanso e de
nidificação.
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Figura 2
Baseado em Neto, E. & Cacela da Fonseca, L. (2001). Comunidades de aves do Sapal de Castro Marim: Alguns aspetos a considerar
na sua gestão. Atas do 11.º Congresso do Algarve, 647-657. Disponível em bit.ly/30EhCY3 [consult. jun 2020].?
2. Os microrganismos são agentes fundamentais para a decomposição da matéria orgânica nos ecossistemas.
Explique a importância das bactérias heterotróficas neste processo.
3. Os anfíbios de Castro Marim são seres _______ organelos membranares e são _______.
(A) eucariontes que apresentam … exclusivamente pluricelulares
(B) eucariontes que apresentam … unicelulares e pluricelulares
(C) procariontes que não apresentam … unicelulares e pluricelulares
(D) procariontes que não apresentam … exclusivamente pluricelulares
6. As aves, as plantas e os peixes que partilham o sapal de Castro Marim correspondem a uma _______ e
estabelecem entre si relações _______.
(A) população … intraespecíficas
(B) população … interespecíficas
(C) comunidade … intraespecíficas
(D) comunidade … interespecíficas
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7. Estabeleça a correspondência entre as descrições relativas aos níveis de organização biológica do sapal, na
coluna I, e a respetiva designação, na coluna II.
Utilize cada letra e cada número apenas uma vez.
Coluna I Coluna II
1. Ecossistema
(A) Conjunto de seres vivos do sapal que interagem entre si. 2. Comunidade
(B) Unidade estrutural e funcional de todos os seres vivos que habitam o sapal. 3. População
(C) Grupo de algas do sapal, da mesma espécie, que habita num determinado local. 4. Célula
5. Organismo
8. Nas cadeias alimentares só uma pequena parcela da energia que faz parte de um nível trófico é transferida
para os organismos do nível trófico seguinte.
Preveja a consequência deste facto no número de níveis tróficos que constituem as cadeias alimentares.
9. Explique por que razão a introdução de uma espécie invasora pode ser uma ameaça para os ecossistemas.
Grupo V
Estima-se que menos de 10% dos animais marinhos comercializados para fins ornamentais sejam
originários de produção em aquacultura. O desenvolvimento de viveiros de peixes de recife é essencial para
uma reprodução em cativeiro, confiável e sustentável, para que seja possível reduzir a pressão sobre as
populações selvagens. São os peixes adultos aqueles que têm maior interesse comercial. Assim, após a
eclosão dos ovos, é necessário garantir a sobrevivência das larvas e dos juvenis, para que consigam atingir a
idade adulta.
A principal dificuldade em aquacultura ornamental marinha é a criação de larvas devido à dificuldade em
obter um alimento vivo, uma vez que estas são muito pequenas quando eclodem. As presas vivas mais
utilizados para alimentação e produção de peixes marinhos são animais pequenos como rotíferos e a artémia,
mas estes não são predados pelas larvas de peixes ornamentais devido à sua dimensão elevada.
Recentemente, protistas, como os Euplotes sp., surgiram como uma potencial presa viva para estas larvas,
devido ao seu pequeno tamanho, e podem preencher a lacuna existente entre a primeira alimentação e a
aceitação de rotíferos e artémia.
2. Euplotes sp. fornecem a matéria ______ necessária à produção de energia ao nível ______ das células das
larvas.
(A) inorgânica … das mitocôndrias
(B) inorgânica … dos cloroplastos
(C) orgânica … das mitocôndrias
(D) orgânica … dos cloroplastos
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3. Num viveiro, os peixes de recife e as suas presas vivas constituem
(A) um ecossistema
(B) uma comunidade
(C) uma população
(D) uma espécie
4. O nível de organização biológica que representa a espécie é ______ e aquele em que se manifestam pela
primeira vez as propriedades da vida é ______.
(A) a população … a molécula
(B) o organismo … a célula
(C) o organismo … a molécula
(D) a população … a célula
6. Nos rotíferos, o retículo endoplasmático _____ tem como função a produção de proteínas, que são
moléculas _____.
(A) liso …orgânicas
(B) rugoso … orgânicas
(C) liso … inorgânicas
(D) rugoso … inorgânicas
7. Quase um terço do dióxido de carbono produzido atualmente é absorvido pelos oceanos. Se, por um lado,
os oceanos permitem evitar um maior agravamento do aquecimento global, por outro, o dióxido de carbono
acidifica a água, ameaçando os seres vivos produtores.
Explique em que medida o aumento do dióxido de carbono pode colocar em causa a sobrevivência dos peixes
de recife.
8. A conservação de espécies é uma preocupação das sociedades atuais. Refira duas medidas que podem ser
tomadas no sentido de prevenir a extinção de espécies seriamente ameaçadas.
FIM
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