755-Texto Do Artigo-2641-1-10-20191212
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RESUMO
O artigo presente irá abordar de maneira precisa como a criação de ambientes escolares
estimulantes e criativos podem impactar para uma nova forma de ensino em que o
usuário não apenas se concentra nele, mas o possa desfrutar para seu conhecimento. A
partir de uma breve abordagem a respeito da educação e a sua influencia no espaço,
traça-se uma análise analítica sobre o modelo de ensino obsoleto refletido na arquitetura
existente que perduram até os dias atuais, não contribuindo para o desenvolvimento dos
estudantes, demonstrando que há eficácia nas novas metodologias e a modificação do
espaço escolar em prol do crescimento intelectual e social dos alunos. Apoiando-se na
metodologia utilizada em estudos de caso nacionais e internacionais por meio de uma
análise técnica que comprovam os resultados eficientes alcançados desde a
implementação destas estratégias, constatando-se que estas transformações devem
ocorrer em todos os graus de ensino para que haja a formação de um ciclo de
capacitação completa de cada indivíduo.
Palavras-chave: Educação, Metodologia, Ambiente escolar, Arquitetura, Estudantes.
ABSTRACT
The present article will address precisely how creating stimulating and creative school environments can impact
a new form of teaching where the user not only focuses on it but can enjoy it for their knowledge. Based on a
brief approach to education and its influence in space, an analytical analysis of the obsolete teaching model
reflected in the existing architecture is presented, which continues to this day and does not contribute to student
development, demonstrating that there is efficacy the new methodologies and the modification of the school
space for the intellectual and social growth of students. It is based on the methodology used in national and
international case studies through a technical analysis that proves the efficient results achieved since the
implementation of these strategies, and it is verified that these transformations must occur in all levels of
education for the formation of a complete training cycle for each individual.
Keywords: Education, Methodology, School environment, Architecture, Students.
1 INTRODUÇÃO
As relevantes modificações sofridas por nossa sociedade no decorrer do tempo, dentre elas
o desenvolvimento tecnológico e o aprimoramento de novas maneiras de pensamento sobre o saber
e sobre o processo pedagógico, implicou para uma melhoria e recuperação em nossa qualidade de
ensino que já está defasada há muitos anos conforme índices de avaliação governamentais.
Diante disso, é facilmente observado que a busca pelo conhecimento não tem sido o foco
de interesse principal da sociedade, pois a atualização das informações tem ocorrido de forma
acessível a todos os segmentos, satisfazendo de uma forma geral aos interesses daqueles que as
buscam. Dessa forma é possível rever as ações e o papel da escola no aprimoramento da sua prática
educativa, introduzindo novas abordagens pedagógicas, o uso da tecnologia a favor dos jovens além
de uma maior preocupação com seus desenvolvimentos psicológicos.
Porém sem esquecer da influência que o espaço educativo exerce sobre seus usuários,
ajudando na construção de seus relacionamentos e interações sociais, pois segundo Escolano
(1998), “[...] o espaço escolar expressa e reflete determinados discursos, além de representar um
elemento significativo do currículo, uma fonte de experiência e aprendizagem”. Quando crianças,
internalizamos as primeiras percepções do espaço, desenvolvemos nossos esquemas corporais e
acomodamos nossos biorritmos aos padrões estabelecidos pelas organizações próprias do tempo
escolar. Ao recordarmos nossas experiências escolares, pensarmos como eram as escolas de
antigamente, podemos perceber que os espaços não são estruturas neutras, mas sim, construções
sociais que aprendemos e que condicionam as significações de aprendizados e os modos de
educação.
Assim, a partir dessa premissa, o presente estudo irá elencar os objetos de discussão no
qual o principal objetivo será analisar como a importância do espaço escolar bem resolvido,
estimulante e de qualidade pode contribuir positivamente no desenvolvimento escolar dos alunos.
Mais especificamente em ampliar a relação interno/ externo do espaço escolar; a flexibilidade e
diversificação do uso dos espaços de aprendizagem; a implantação de uma comunicação visual mais
lúdica e instigante e a criação de ambientes interativos e tecnológicos no auxilio do
desenvolvimento pedagógico. De forma que tais critérios possam ser atendidos plenamente através
de uma análise bem abrangente dos aspectos norteadores deste artigo, aonde será demonstrado no
decorrer do mesmo, estudos de caso nacionais e internacionais, referências no âmbito da arquitetura
escolar, mostrando-nos a influência de ambientes bem preparados no avanço do aprendizado geral.
E como essa nova forma de projetar contribuiu positivamente na transformação do ensino até então
ultrapassado, em resultados extremamente evolutivos e satisfatórios.
2 METODOLOGIA
Atualmente a educação passa por um processo de mudança, que pode ser sentida nos
ambientes onde ela ocorre, tais ambientes são facilitadores ao conhecimento interdisciplinar. Onde
educação e arquitetura caminham alinhadas para que ocorra o processo de ensino e aprendizagem.
Mas nem sempre essa realidade existiu, pois se estudarmos a fundo a verdadeira evolução da
escola no decorrer do tempo pode-se notar uma grande defasagem no desenvolvimento físico e
cognitivo dos alunos, devido a correlação do espaço escolar e as metodologias de ensino que eram
aplicadas.
Azevedo (2008) afirma que se fazendo um balanço do século XX, a instituição escolar e a
pedagogia pouco se modificaram comparando-se com os inúmeros avanços e descobertas ocorridas
em outras áreas de conhecimento, como a psicanálise, a neurociência, a genética, a semiótica, por
exemplo (MARTINO, 1998; GARDNER, 1999).
Se transportássemos um aluno do século passado para as escolas atuais, estes reconheceriam
muito do que acontece nas salas de aula de hoje ⎯ predomínio de preleções, memorização de
conteúdos, matérias e atividades descontextualizadas entre outros.
A importância de uma implementação de novos processos de ensinamentos relacionados
intrinsecamente a uma modificação aplicada aos espaços de aprendizagem foi incontestável para a
construção de uma visão mais abrangente da interferência do lugar no desenvolvimento intelectual
de seus usuários. Pois conforme aponta Timbó (2008) dos temas programáticos, o do edifício
escolar é certamente um dos que mais tem sido estudado, acompanhando as implantações
habitacionais. Talvez por se tratar de um espaço para expansão de atividades antes desenvolvidas no
ambiente do lar ou da comunidade próxima ao clã. Não é demais lembrar também de sua afinidade
com a academia uma vez que são recintos recíprocos, aos quais se pertencem física e
intelectualmente.
É importante atentar ao fato que o que mais se observa até os dias de hoje são prisões
disfarçadas de escolas em que semelhantemente os usuários devem atender um sinal sonoro que
ordena entrar, sair, terminar ou começar as aulas, uma fila de recintos de porta fechada com um
corredor no qual não se pode estar sem permissão, atender as ordens das hierarquias superiores,
entre outras muitas similaridades que não deveriam existir.
Em uma entrevista ao site Archdaily o arquiteto americano Frank Locker afirma que
estamos nos limitando a replicar, literalmente, o modelo espacial das prisões, sem interesse algum
em estimular uma formação integral, flexível e versátil. E que a comparação com a prisão não é
exagero, pois nos Estados Unidos, as mesmas pessoas que desenharam as prisões, desenharam
também muitos colégios. Segundo ele "Estes salões fechados, retangulares e isolados funcionam
muito bem para esta modalidade de aprendizagem, pouco afetiva para reter conhecimento. Além
disso, está centrado no docente e não no discente não oferecendo aos alunos as habilidades que
necessitam para sobreviver no mundo de hoje."
Os motivos pelos quais os projetos de escolas são, em sua maioria, fadados a uma
organização espacial repetitiva são inúmeros e devem levar em consideração o contexto no
qual cada projeto se insere. Porém, ainda que não se assuma a falta de criatividade dos
responsáveis pela criação desses espaços por motivos claros como falta de verba, muitas
decisões projetuais se baseiam em normas que tendem à rigidez dos programas de
necessidades escolares (BLOWER, 2008).
Com base nestes dados e afirmações é possível comprovar que o que ocasionou o
prosseguimento deste modelo retrógrado e obsoleto de ensino e espaço educacional foi em
decorrência de alguns fatores como: influência político-econômica conservadorista, material
humano inapto e metodologias ultrapassadas. Mas que é passível de ser revertido a partir de
processos de retrofit e a concepção de futuros projetos com base nas estratégias e tecnologias
usadas no mercado.
4 NOVAS METODOLOGIAS NA METAMORFOSE DO ESPAÇO ESCOLAR
A presença cada vez maior das novas práticas pedagógicas implicou consequentemente em
novos lugares para se aprender e o surgimento de novos modelos de lugares de estudo, onde se tem
investigado o impacto do ambiente de aprendizagem nos estudantes. O consenso aponta no sentido
de que os espaços de aprendizagem têm um impacto físico, social e psicológico nos alunos. Como
por exemplo, um estudo compara o ambiente tradicional da sala de aula (configuração das carteiras
de forma linear e ordenada), com os “ambientes de aprendizagem avançados” – “Salas de aula de
aprendizagem ativa – SAAA”. Os resultados mostram que as SAAA têm um impacto positivo no
envolvimento dos estudantes.
Fig. 1 – Modelo Fig. 2 - Modelos SAAA Fig. 3 - Resultados obtidos com os modelos SAAA
Tradicional
Assim como as salas de aula são importantes como o principal componente para o
ensinamento, os outros lugares que materializam a obra “Escola” pátios, biblioteca, corredores,
laboratórios, ateliês, entre outros são tão quão significativos para converterem-se em potenciais para
se ensinar, tornando-os multiusos, flexíveis e dinâmicos.
Zevi (1994) afirma como o interior no projeto de arquitetura é de suma importância, pois é
o espaço que será utilizado, onde a arquitetura será vivenciada e valorizada. Santos (2011, p. 98)
complementa que as pessoas somente agregam valor ao espaço, tornando-o um “lugar” (que
transmite a ideia de pertencimento), “quando a relação delas com o espaço é plena e envolve todos
os sentidos”.
Para que haja essa identificação com o espaço é preciso que a linguagem seja modificada a
partir das novas gerações, imersas em tecnologia e a estímulos visuais traduzindo a nova realidade
do aprender a uma qualidade ambiental propicia.
oferecendo possibilidades de aprender em um lugar em mutação sendo cada vez mais versáteis e
adaptáveis, permitindo utilizações diversificadas e moldáveis às diversas metodologias de ensino.
Azevedo (2008) diz que “(...) a educação, o ambiente físico programado somente para
aulas expositivas condicionadas aos sistemas educacionais de outrora também terá que acompanhar
as transformações advindas dessa nova ordem mundial”. Esse contexto inclui não só o novo
instrumental tecnológico disponível aos métodos pedagógicos, mas também modifica conceitos
arraigados durante décadas: a escola deverá passar a ser então, um espaço aglutinador e interativo,
humanizando e favorecendo as relações interpessoais. Os ambientes rígidos e controladores cedem
lugar a espaços mais flexíveis que deverão permitir ao aluno “(...) descobertas de si mesmo e do
mundo, aprendendo a trabalhar, compartilhar e vencer desafios” (IBAM, 1996: 11). Ou seja, o
aluno deverá encontrar na escola, ambientes que favoreçam a exploração e a experimentação,
estimulando o “inventar”, a criatividade, de maneira a construir seu conhecimento individualmente
e de forma colaborativa.
5 ANÁLISE TÉCNICA
Uma vez que Blower (2008) aponta que, o espaço físico relaciona-se às chamadas
características espaciais e diz respeito às questões relativas ao espaço tridimensional: a forma, a
área, o volume, os planos constituintes e a proporção entre suas dimensões, os elementos que dele
fazem parte, as relações de configuração espacial que se fazem presentes e demais elementos do
espaço quanto a cor e textura.
Por essa razão, toda a concepção dos projetos - da implementação a implantação - foi
pensada para que os elementos acima citados se fizessem presentes através do planejamento
adequado por parte dos profissionais da área, o que conforme Azevedo (2002) afirma, “(...) toda a
dinâmica das relações existentes no ambiente escolar, normalmente é pouco conhecida pelos
profissionais de arquitetura e engenharia, o que torna a tarefa de projetação mais árdua, ou como
acontece na maioria dos métodos projetuais da arquitetura escolar, cujos resultados não oferecem
soluções espaciais satisfatórias quanto a proposta pedagógica...”.
Consequentemente o que se tem resulta como objeto final projetos medíocres e sem
criatividade impactando de forma negativa no desenvolvimento cognitivo e nos relacionamentos e
interações sociais dos alunos. Mas para que isso não ocorra, são imprescindíveis a capacitação e os
conhecimentos essenciais para realização de tais projetos, colocando como prioridade as
necessidades de seus utilizadores.
A escola Cícero Dias conhecida como Projeto Nave está implantada no bairro de Boa
Viagem, zona sul de Recife, região próxima ao litoral de Pernambuco, com seus 4.500m² idealizado
pelo escritório Oficina de Arquitetos, a intenção era fazer uma proposta arquitetônica para um
projeto piloto, fruto do programa como conexão escola, um verdadeiro plano de fundo às novas
possibilidades de participação comunitária e da chegada aos novos tempos onde tudo é fluxo e
mobilidade.
Em que na proposta arquitetônica, portas e janelas participam da grafia das fachadas como um vírus
que se espalha aleatoriamente e toma conta do lugar (ver fig. 4). Desta forma, esse gesto intensifica
a relação interior e exterior, faz dos simples elementos janelas e portas, objetos de importante
expressão conceitual. A ideia inicial para o projeto da Escola em Movimento partiu dos princípios
de modulação e utilização de técnicas tradicionais de construção, tornando a obra mais rápida e
econômica.
Com sua implantação em um terreno plano formado pelo complexo escolar e esportivo
Santos Dumont, o projeto da nova escola se dividiu em cinco blocos temáticos de maneira a buscar
relações programáticas e volumétricas com seu entorno: administração e professores, salas de aula e
laboratórios, serviço e refeitório, biblioteca, informática e auditório. Estes volumes são conectados
e unidos por um conjunto de estruturas metálicas que abraça seu pátio interno. Estimulando o
encontro e a realização de atividades externas às salas de aula.
Uma outra forma bem apresentada também no projeto foi a de salas de aulas com diversas
possibilidades de layouts e dimensões através das divisórias móveis, possibilitando um novo local
de ensino a cada dia, além da livre circulação em entradas e saídas diferentes, impulsionando novos
caminhos dentro da própria instituição.
Ao primeiro olhar, a própria forma parece simples, mas valoriza a comunicação de todos
os ambientes principalmente nas circulações horizontais, que utiliza sua tipologia aberta
centralmente e emoldura áreas livres de descanso como microclimas, podendo ser apreciado tanto
no térreo quanto nas circulações – varandas no piso superior. A atenção às condicionantes
climáticas como brises nas fachadas principais, agindo tanto como elemento de adequação quanto
elemento gráfico atrativo.
Este projeto traduz uma nova linguagem na esfera da arquitetura escolar onde a forma
modular de se fazer escolas ganha um novo significado representando um novo método de ensino
em que será aplicado, sendo uma obra da arquitetura contemporânea que pode facilmente ser
tomada como referência à realização de projetos escolares futuros dentro de nosso país.
Fonte: Archdaily
5.2 Estudo de caso 2: Orestad Gymnasium – Copenhagen/Dinamarca
Promovendo uma sinergia entre o ensino e o ambiente, para que ambos se tornem um só.
Através de estratégias de organização espacial o velho conceito de “salas de aula” tradicionais
morreu, sendo o agora utilizado os espaços de aprendizagem multiusos e flexíveis em que os
ambientes mudam de acordo com a necessidade dos usuários.
Outro ponto muito interessante foi a criação de um pé direito duplo entre o subnível e o
térreo interferindo na topografia natural do terreno, para que estes espaços com variadas funções
também se comuniquem em ambos os níveis, direcionando as pessoas para outros ambientes de
aprendizagem e apoio.
Fig. 5 – Projeto Orestad Gymnasium
E entre todas estas estratégias interessantes que foram adotadas o que observa-se é a
permeabilidade visual e a amplitude dos espaços graças as generosos alturas, pois independente do
andar que se observa nota-se a vivacidade, o movimento, o crescimento e a evolução do prédio
junto dos alunos, pois a possibilidade dos usuários poderem apropriar-se do espaço onde estão
facilita e incentiva o desenvolvimento de novas ideias e possibilidades futuras em todos os âmbitos
de vivência.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base em minhas análises e discussões ao decorrer deste trabalho pude compreender
que a questão da educação e sua primordial influencia sobre o espaço em que se aprende não se
limita apenas nas fases finais do ensino médio – o que era minha primeira dedução – devido a sua
proximidade com a inserção em sociedade, mas algo que se expande de forma muito mais
abrangente em todos os níveis de aprendizado, pois é necessário que todos os patamares
educacionais se modifiquem para que ao final deste ciclo total eles se integrem de maneira que o
que foi feito do início ao fim tenha o alcance de todos os requisitos para a formação do intelecto, do
corpo e da psique causando um efeito benéfico nos relacionamentos e interações interpessoais.
Uma vez que minha hipótese se mostra confirmativa ao demonstrar que a adaptação do
ensino a nova realidade em que vivemos tem um resultado superior em êxito e predileção sobre os
estudantes, como evidenciado na análise técnica na qual se percebe algumas correlações dos estudos
de caso quanto à promoção, a autonomia dos alunos pela possibilidade de aprender em espaços
mutáveis às suas necessidades, quanto incentivo a interação social rompendo com essa barreira de
separação por níveis de ensino, transformando cada espaço potencial em pontos de encontro para
estudo e lazer, e principalmente em tornar a escola além de um lugar de estudo, em um organismo
vivo com fluxo e mobilidade no qual seus usuários lhe deem vida e assimilem para si o sentimento
de segurança e pertencimento.
7 REFERÊNCIAS
VALENCIA, Nicolás. Arquitetos que projetam prisões são os mesmos que projetam escolas
(ou como pensar a escola do século XXI), Chile, 2016. Disponível em:
<https://www.archdaily.com.br/br/785131/aqueles-que-desenharam-as-prisoes-tambem-
desenharam-os-colegios-ou-como-pensar-a-escola-do-seculo-xxi >. Acesso em 30 ago. 2018.
VIÑAO, A.; ESCOLANO, A. Currículo, espaço e subjetividade: a arquitetura como
programa. Rio de Janeiro: DP&A. Tradução de Alfredo Veiga- Neto, 1998.
ZEVI, Bruno. Saber ver a arquitetura. 4ª ed. Tradução de Maria Isabel Gaspar, Gaetan Martins de
Oliveira. São Paulo: Martins Fontes, 1994.