Anatomia Do Pericardio
Anatomia Do Pericardio
Anatomia Do Pericardio
2.2.1 Pericardite
Pericardite é a inflamação do pericárdio, geralmente com acúmulo de líquido no
espaço pericárdico. Pode ser causada por muitos distúrbios (p. ex., infecção,
infarto do miocárdio, trauma, tumores e distúrbios metabólicos), mas com
frequência é idiopática. Os sintomas incluem dor ou compressão torácica
exacerbada muitas vezes por respiração profunda. O débito cardíaco pode ser
significativamente reduzido se houver tamponamento cardíaco ou pericardite
constritiva. O diagnóstico baseia-se em sintomas, atrito, alterações no ECG e
evidências de acúmulo de líquido pericárdico em radiografia ou
ecocardiograma. A identificação da causa requer avaliação mais profunda. O
tratamento depende da causa, mas as medidas gerais incluem analgésicos,
anti-inflamatórios, colchicina e, raramente, cirurgia.
A pericardite é o distúrbio pericárdico mais comum. Os distúrbios pericárdicos
congênitos são raros.
2.2.2 FISIOPATOLOIA DA PERICARDITE
A PERICARDITE PODE SER:
Aguda
Subaguda
Crônica
Podem ser necessários ECG seriados para revelar essas alterações. O ECG
na pericardite aguda pode revelar anormalidades confinadas aos segmentos
ST e PR e ondas T, geralmente na maioria das derivações. (Alterações do
ECG na derivação aVR geralmente ocorrem na direção oposta das outras
derivações.) Ao contrário do IM, a pericardite aguda não desencadeia
infradesníveis recíprocos dos segmentos ST (exceto nas derivações aVR e
V1), e não existem ondas Q patológicas. Podem ocorrer alterações no ECG
na pericardite em 4 estágios, embora nem todos os estágios estejam
presentes em todos os casos.
2.2.6.1 PARICARDIOCENTESE
Exceto em situações de emergência (p. ex., tamponamento cardíaco), a
pericardiocentese, um procedimento potencialmente letal, deve ser realizada
sob orientação ecocardiográfica em um laboratório de cateterização cardíaca e
deve ser supervisionada por um cardiologista ou cirurgião torácico se possível.
Sob condições assépticas, a pele e os tecidos subcutâneos são infiltrados com
lidocaína.
Uma agulha curta chanfrada de 75 mm, calibre 16, é conectada via uma válvula
reguladora de fluxo de 3 vias a uma seringa de 30 ou 50 mL. Pode-se entrar no
pericárdio através do ângulo xifocostal direito ou esquerdo ou da ponta do
processo xifoide com a agulha direcionada para dentro, para cima e perto da
parede torácica. A agulha é inserida com sucção constante aplicada à seringa.
A ecocardiografia pode ser utilizada para orientar a agulha à medida que o soro
fisiológico agitada é injetada nela. A ecocardiografia também é cada vez mais
utilizada para identificar o local da punção ideal e a trajetória da agulha. Depois
que está no local correto, a agulha deve ser fixada ao lado da pele para evitar
que avance mais do que o necessário e possivelmente perfure ou lesione o
coração ou um vaso coronário. O monitoramento do ECG é essencial para
detectar as arritmias produzidas quando o miocárdio é tocado ou puncionado.
Em geral, a pressão sistólica atrial direita e a pressão de oclusão da artéria
pulmonar (pressão em cunha do capilar pulmonar) são monitoradas.
O líquido é retirado até que a pressão intrapericárdica caia abaixo da pressão
atrial direita, normalmente a níveis subatmosféricos. Se for necessária
drenagem contínua, um catéter pode ser inserido através da agulha no
pericárdio e a agulha é retirada. O catéter pode ser deixado no local por 2 a 4
dias.
2.2.4.3 FISIOPATOLOGIA
Inicialmente acontece a disfunção diastólica do ventrículo esquerdo (VE)
devido à pressão diastólica final aumentada pelo déficit de relaxamento,
evoluindo com aumento de átrio esquerdo e posterior disfunção sistólica do VE,
não havendo relatos na literatura do tempo de evolução para a perda de função
ventricular. Ao eletrocardiograma não existem sinais específicos de PC, sendo
as alterações de segmento ST e onda T comuns em sua apresentação;
também pode haver fibrilação atrial em estágio mais avançado devido ao
aumento do átrio esquerdo.
2.2.4.4 DIANÓSTICO
Radiografia do tórax
A calcificação pericárdica pode ser evidente à radiografia de tórax, o que leva à
forte suspeita do diagnóstico e está associada à maior duração do processo
que levou ao quadro constritivo, diferentemente da sua forma subaguda que
pode ser transitória com resolução do quadro no decorrer do tempo, conforme
a causa. Também se observa que a visualização da calcificação à radiografia
de tórax não é comum, sendo sua incidência variável conforme a revisão
clínica.
Ecocardiograma transtorácico
O ecocardiograma transtorácico que pode mostrar o espessamento pericárdico
(sensibilidade aumenta com o ecocardiograma transesofágico), contudo a PC
pode ocorrer sem modificação na espessura do pericárdio; outros parâmetros
ecocardiográficos são: movimento anormal do septo ventricular, ausência ou
diminuição do colapso da veia cava inferior (VCI) e veias hepáticas, padrão
restritivo das velocidades de influxo mitral e tricúspide tipicamente variando
com a respiração, e a velocidade no anel mitral4.
Tomografia e ressonância
Também são úteis a tomografia e a ressonância cardíacas para avaliação do
espessamento e calcificação pericárdicos e dilatação da VCI, sendo que a não
visualização dessas alterações não descarta o diagnóstico.
2.2.4.6 Tratamento
Tratamento clínico
Em pacientes com quadro clínico sugestivo de pericardite constritiva sem
calcificação pericárdica importante e com sinais de actividade inflamatória
pericárdica e sistémica, o tratamento clínico pode ser considerado antes da
indicação da cirurgia de paricardiectomia. Neste caso o tratamento etiológico
(por exemplo, nos casos de tuberculose e colagenoses) ou com anti-
inflamatórios (nos casos idiopáticos) pode levar á completa reversão dos sinais
de insuficiência cardíaca.
Tratamento cirúrgico
A pericardiectomia permanece como o tratamento padrão ouro para pacientes
com pericardite constritiva cronica sintomática, entretanto, o procedimento
apresenta alta mortalidade e uma parcela significativa dos pacientes não
apresentam melhora dos sinais e sintomas de insuficiência cardíaca. Além
disso, o impacto da pericardirectomia na capacidade cardiopulmonar de
pacientes com pericardite constritiva ainda é pouco estudado.
2.2.5 TAMPONAMENTO CARDÍACO
O tamponamento cardíaco é uma emergência médica, constituindo a
complicação mais grave de derrame pericárdico, comprometendo a função
cardíaca, podendo culminar em choque.
Tamponamento cardíaco, corre quando o volume acumulado limita o
enchimento ventricular, provocando um aumento de pressão intrapericárdica,
diminuição do débito cardíaco e aumento da pressão venosa central com
engurgitamento jugular, hepatomegalia e dispneia. A suspeição clínica baseia-
se na tríade de Beck (presente em 30-40% dos casos): distensão venosa
jugular, hipotensão e sons cardíacos hipofonéticos, sendo a ecocardiografia o
exame de diagnóstico definitivo.
2.2.5.1 Etiologia
As principais causas do tamponamento cardíaco são:
2.2.5.3 Diagnóstico
2.2.5.4 TRATAMENTO