Tupinambá 2
Tupinambá 2
Tupinambá 2
: 1
Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região
Partes:
RECLAMANTE: MAURICIO VASCONCELOS GALVAO FILHO
ADVOGADO: Carolina Tupinambá Faria
RECLAMADO: BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL
PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE
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AÇÃO TRABALHISTA
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Sumário
1. NOTIFICAÇÕES ................................................................................................................................... 3
2. DOS FATOS. ......................................................................................................................................... 3
2.1 SOBRE O RECLAMANTE. .......................................................................................................... 3
2.2 DAS NORMAS DE EMPREGO E DE AVALIAÇÃO APLICÁVEIS AO RECLAMANTE A
PARTIR DE 10/03/2008....................................................................................................................... 4
2.3 DO NOVO SISTEMA DE AVALIAÇÃO INDIVIDUAL POR PONTOS INSTITUÍDO PELO
BNDES. .................................................................................................................................................. 8
2.4 DO PLANO DE CARREIRA DO RECLAMANTE: PLANO ESTRATÉGICO DE CARGOS
E SALÁRIOS (PECS). ....................................................................................................................... 17
2.5 DA AVALIAÇÃO DO RECLAMANTE PELO SISTEMA GDI – GESTÃO DE
DESEMPENHO INDIVIDUAL – BNDES 2021 ............................................................................... 17
2.6 DA SEGUNDA AVALIAÇÃO DO RECLAMANTE NO ANO DE 2021, REALIZADA NO
NOVO SISTEMA DE AVALIAÇÃO INDIVIDUAL POR PONTOS. ............................................. 20
2.7 DO ASSÉDIO MORAL. ............................................................................................................... 23
3. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS. ............................................................................................... 25
4. DAS PROVAS. .................................................................................................................................... 33
5. DOS PEDIDOS. ................................................................................................................................... 33
6. DO VALOR DA CAUSA. ................................................................................................................... 37
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1. NOTIFICAÇÕES
2. DOS FATOS.
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Em resumo, conforme comprovado pelos documentos em anexo a petição inicial, MAURICIO
VASCONCELOS GALVÃO FILHO é bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade Nacional de
Direito da UFRJ (2001), concluiu com bolsa acadêmica o Curso Preparatório da EMERJ (2005), possui pós-
graduação lato sensu em Direito Público e Privado (2005), Mestrado em Direito pela UERJ (2009), é
Fundador e Consultor ad hoc da Revista Eletrônica de Direito Processual da UERJ (2007) e é Doutorando
em Direito na UERJ (início em 2021). Foi docente em cursos de graduação em Direito na UniverCidade,
UNESA e UFRJ, além de cursos extras e preparatórios. Foi Membro da Comissão de Mediação de Conflitos
da OAB/RJ no período de 2010 até 2018, e desde 2019 é Membro da Comissão de Recuperação de Ativos
em Fraudes Internacionais da OAB/RJ.
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O novo Sistema Avaliatório de 2021 foi criado com a ideia de que cada
empregado gera (dá causa de ser criado) anualmente um determinado número
de pontos (por exemplo 50 pontos), igual aos demais empregados.
Por fim, cada Gerente receberá os pontos destinados à sua Gerência (já com as
perdas ou reduções de pontos determinadas pelo Superintendente e pelo Chefe
de Departamento) e os dividirá arbitrariamente, subjetivamente e de forma
pessoal entre os seus subordinados, sem parâmetros previamente
estabelecidos, e sem qualquer possibilidade de comparação objetiva entre as
metas, objetivos e trabalhos realizados por cada empregado(a) em avaliação.
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1°) Inicialmente cada empregado(a) gera 50 pontos, que “sobem” e são concentrados
na Área (nível hierárquico mais alto na organização básica do BNDES, fora Diretoria).
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Antes que se diga que esta “pirâmide de pontos” seria uma mera alegação do
RECLAMANTE, cumpre informar que tal sistemática é a que decorre da
aplicação das normas constantes dos artigos 5°, 6° e 7° da Instrução de
Serviço DIR2 nº 01/20212.
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Seção I
Geração de Pontos
Art. 5º. Os pontos serão gerados a cada Ciclo de Pontuação, cabendo ao(à) Diretor(a) da Área responsável
pela gestão de recursos humanos definir, anualmente, o número total de pontos por empregado(a), a ser
gerado entre dezembro de um ano e novembro do ano seguinte.
Parágrafo Único. A Diretoria definirá, anualmente, a quantidade de pontos para os Projetos Transversais,
podendo tal quantidade ser ajustada a cada Ciclo de Pontuação.
Seção II
Distribuição de Pontos
Art. 6º. Os pontos gerados consoante disposto no artigo anterior serão distribuídos, ao final de cada Ciclo
de Pontuação para os titulares de cada Unidade Fundamental.
Seção III
Alocação de Pontos
Art. 7º. Após a distribuição referida no artigo anterior e a definição dos pontos para os Projetos Transversais,
os mesmos serão alocados aos empregados da seguinte maneira:
I. Alocação aos Projetos Transversais: A Área responsável pela gestão de recursos humanos, com o
apoio da Área responsável pelo planejamento estratégico, alocará pontos diretamente aos empregados
participantes dos Projetos Transversais e/ou repassará aos gestores dos Projetos Transversais. Neste
caso, em seguida, o(s) patrocinador(es) em conjunto com o(s) gestor(es) do projeto deverão alocar os
pontos diretamente para os empregados da equipe do Projeto Transversal.
II. Alocação pelas Unidades Fundamentais: o titular da unidade deverá alocar pontos para seus
subordinados diretos e/ou repassar para as unidades subordinadas (Unidades Administrativas Principais).
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Em suma, é evidente que este novo Sistema de Avaliação viola o disposto nas
normas 5.1, 7.1 e 7.3 da Norma de Evolução Salarial e Acesso (NEA) do
Plano Estratégico de Cargos e Salários (PECS) do BNDES de 1998, vigente
na data de contratação do RECLAMANTE em 10/03/2008.
III. Alocação pelas Unidades Administrativas Principais: os titulares dessas unidades deverão fazer a
alocação dos pontos aos seus empregados subordinados diretos, bem como aos coordenadores de serviço,
e/ou repasse às suas gerências.
IV. Alocação pelas Gerências: os gerentes deverão alocar os pontos aos respectivos subordinados,
exceto aos coordenadores de serviço.
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O PECS foi criado no ano de 1998 e é composto por um conjunto de normas que
aderem ao contrato de trabalho celebrado em 10/03/2008 entre o RECLAMADO
e o RECLAMANTE.
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Da leitura dos dados, tem-se que o RECLAMANTE foi avaliado com apenas
482 (quatrocentos e oitenta e dois) pontos, sendo por isto classificado
arbitrariamente e sem qualquer fundamento na Faixa 4 (quatro) – ABAIXO
DA MÉDIA – da Avaliação Individual por Pontos, a qual representa o seguinte:
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Resta claro que o Sistema proposto não se destina a melhoria das condições
de trabalho e de carreira, mas, na verdade, na construção de uma classe de
privilegiados denominados os “acima da média”, em desfavor de 30% os
“abaixo da média”, que poderão sofrer demissão, amparada em avaliações
falsas, incorretas, subjetivas e/ou parciais.
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Por tudo isto, o Sistema de Avaliação Individual por Pontos, criado pela
Instrução de Serviço (IS) DIR2 n° 01/2021 – BNDES viola frontalmente a
impessoalidade, especialmente por ser claramente pautado na pessoalidade e
subjetividade dos avaliadores em relação aos seus avaliados, dentro de
quantitativos arbitrários pré-definidos e sem qualquer participação do
RECLAMANTE e dos demais empregados a serem avaliados.
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Art. 11. Os dados obtidos por meio do Sistema GPE poderão ser
utilizados, total ou parcialmente, para diferentes processos de
gestão de recursos humanos.
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Por fim, o Sistema de Avaliação por Pontos viola o princípio da motivação dos
atos administrativos e, por consequência, afronta a norma constante do artigo
2°, alínea “d” e p.ú., alínea “d”, da Lei da Ação Popular (LAP – Lei nº
4.717/1965)3.
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Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos
de: (...)
d) inexistência dos motivos; (...)
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas: (...)
d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se
fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido;
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Vale destacar que neste modelo de Sistema de Avaliação Individual por Pontos,
o empregado recebe tão somente o número de pontos, sem saber previamente
os motivos da atribuição destes pontos, sem poder questionar a avaliação que
recebeu, e sendo que a alegada conversa de feedback é, na prática, inexistente
para o processo de desenvolvimento profissional de cada empregado, sendo na
maioria das vezes um “mero bate papo constrangedor entre avaliador e
avaliado após os pontos serem dados mas sem poderem ser modificados”,
sem a análise minuciosa dos pontos fortes e fracos, o que pode ser melhorado
e como fazer. Ou seja, é um sistema de avaliação de pessoal que não visa
realmente avaliar, não visa o desenvolvimento do corpo funcional da Instituição,
nem o aprimoramento profissional de qualquer empregado, já que não há sequer
informação sobre o que poderia ser desenvolvido pelo profissional no ano
seguinte. Ou seja, este Sistema de Avaliação nada mais é do que um
instrumento de assédio moral institucional.
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Por fim, que o Ministério Público do Trabalho seja comunicado para ciência e
adoção das providências cabíveis diante de tal situação coletiva aviltante.
4. DAS PROVAS.
5. DOS PEDIDOS.
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6. DO VALOR DA CAUSA.
CAROLINA TUPINAMBÁ
OAB/RJ n° 124.045
NAYARA FALCÃO
OAB/SP nº 362.365
KELLY CARVALHAL
OAB/RJ nº 145.534
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