Das Leituras Às Releituras
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LITERARTES, n. 4, 2015 – artigo – Medeiros
Introdução
As tecnologias vêm potencializar a figura e o ofício do edu-
cador, que de mero transmissor de saberes deverá conver-
ter-se em formulador de problemas, provocador de interro-
gações, coordenador de equipes de trabalho, sistematizador
de experiências, e memória viva de uma educação que, em
lugar de ater-se ao passado, valoriza e possibilita o diálogo
entre culturas e gerações (MARTÍN-BARBERO, 2000, p. 23).
A sociedade, nos últimos séculos da grande marcha humana, vem sofrendo pro-
fundas e céleres transformações, o que, consequentemente, esculpe outros para-
digmas nos modos de ser, pensar, sentir, agir e se comunicar.
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3 BORGES, Jorge Luís. Ficções. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
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(Re)leituras
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Desde o ano de 1996, o projeto Quem conta um conto aumenta um ponto re-
gistra parte da memória oral do Vale do Jequitinhonha, transcrevendo nar-
rativas contadas por moradores dessa região. Os textos que encapsulam a
cultura jequitinhonhense, além de transcritos, são reescritos e publicados
em livretos que acompanham CDs com o áudio original e versões reconta-
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Cabe pontuar que, antes dessas reflexões de cunho teórico, os alunos ou-
viram uma das faixas do CD que acompanha o livreto, na qual o contador
Joaquim Soares Ramos, de Minas Novas (MG), como uma espécie de ar-
8 O áudio foi recolhido por Reinaldo Martiniano Marques e Vera Lúcia Felício
Pereira na década de 1980. Essa publicou, em 1996, o livro O artesão da memória
no Vale do Jequitinhonha, coedição da Editora UFMG e PUCMinas.
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Cabe sublinhar que, segundo Dewey (1947), uma dada proposta de trabalho
do educador não pressupõe um resultado predefinido e inalterável, mas um
ponto de partida a ser desenvolvido por meio das contribuições da experi-
ência de todos os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem, pois
uma prática social – lê-se aqui tanto leitura quanto produção textual – está
sempre afinada com macromodelos da atividade humana, sejam nas rela-
ções do homem com o mundo, com o outro, com a linguagem.
11 É narrada a morte dos três irmãos como um fato de interesse para a página
policial dos jornais. Cabe sublinhar que o compromisso com a atualidade transfor-
mou a pepita de ouro em pedra de crack.
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Transcriação
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As alunas Ana Luíza Carvalho Sartoreli, Isabela Souza Xavier da Silva, Nina
de Arruda Botelho Van Ham e Luíza Buendia Takeshita produziram um ví-
deo13 à la princesas e disso desdobraram quatro perfis fictícios no Twitter e
um blog. Esses textos virtuais, apresentando o ponto de vista de cada per-
sonagem advinda dos contos de fadas, enlaçavam-se, dando forma a uma
narrativa una e plural em torno da cobiça (desejo de se casar com o príncipe
encantado), como se pode acompanhar a seguir:
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Considerações Finais
[...] promover a ampliação da visão de mundo e isso só
acontece quando essa relação é mediatizada pelo diálogo.
Não no monólogo daquele que, achando-se saber mais, de-
posita o conhecimento, como algo quantificável, mensurável
naquele que pensa saber menos ou nada saber. A atitude
dialógica é, antes de tudo, uma atitude de amor, humildade
e fé nos homens, no seu poder de fazer e de refazer, de criar
e de recriar (FREIRE, 1988, p. 81).
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miótica 19, visto que, a cada nova configuração (transcriação), os sentidos vão
se encapsulando e esculpindo redes ainda mais complexas de significação.
Referências
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