Interpretação Bíblica
Interpretação Bíblica
Interpretação Bíblica
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ÍNDICE
Mt. 4.1-11 (as tentações no deserto tem a ver com a prova se Jesus ama a Deus
de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento – Dt.
6.5).
1ª tentação tem a ver como o verdadeiro crente deve viver. O crente vive da
Palavra de Deus, tanto da palavra de Deus revelada e escrita quanto da palavra de
ordem de Deus pela qual ele supre as necessidades da vida. (Dt. 8.3) – Israel não
entendeu isso no deserto!!!
2ª tentação envolveu provar a Deus (Ex. 16.4; Dt. 8.2). Deus é quem nos põe à
prova, jamais o inverso deve acontecer. Isso se constitui incredulidade, falta de
confiança, uma implícita negação da fidelidade de Deus (Dt. 6.16 cf. Ex. 17.7).
Logo depois de seu batismo, Jesus passou 40 dias no deserto sendo tentado
pelo diabo (Mt 4 e Lc 4). O diabo lança três tentações contra Jesus. Jesus as rebate
usando as Escrituras. Satanás usa também as Escrituras para tentar a Jesus citando
o Salmo 91.11,12. Ao conferirmos o texto citado por Satanás, confirmaremos o fato
claro de que ele não cita errado o texto, em vez disso, ele faz mau uso da
passagem, torcendo a intenção do salmista.
Assim como Satanás tentou seduzir e enganar a Jesus usando a Bíblia, ele
também o faz conosco. A melhor maneira de não cairmos nas armadilhas “bíblicas”
do diabo é aprendermos a manejar bem a palavra da verdade.
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Ex.: ler livros inteiros da Bíblia e tentar compreender a sua mensagem (Ex. João;
Êxodo).
6. Seja PERSISTENTE:
Esta é a diferença entre a maturidade e a estagnação. Não desista, ainda que
seja difícil; o sacrifício sempre valerá a pena, porque Deus abençoa.
Sl. 119.1-18
Primeiro, precisamos entender com clareza que a Bíblia é a própria Palavra de Deus.
Ao lê-la, eu transfiro para minha vida a própria Palavra de Deus.
REVELAÇÃO REVELAÇÃO
Vernáculo é a língua que leio. Se eu fosse um africano, leria pela língua falada em
minha região.
Os elementos da Abordagem Intuitiva são: a leitura no vernáculo (português), para
que eu tenha acesso direto a Palavra de Deus e a Revelação de Deus.
2. Abordagem Científica:
É oposta a Intuitiva. Tenta levar-nos a desligar emocionalmente do texto e me dirigir
ao contexto histórico-gramatical, ou seja, descobrir o seu sentido.
Esse método faz uso do que é conhecido como EXEGESE (pesquisa científica da
história e da gramática)
PALAVRA PALAVRA
DE DE
DEUS DEUS
(BÍBLIA) (BÍBLIA)
PASSADO PRESENTE
SENTIDO
A grande vantagem é descobrir o sentido real do texto.
A grande desvantagem é não contextualizar para a vida prática de hoje.
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A Abordagem Científica, no final das contas, nos autoriza a voltar para a Abordagem
Intuitiva, pois ela não contextualiza, ficando amarrada somente no sentido literal da
palavra.
3. Abordagem Contextual
Pega toda a Abordagem Científica e acrescenta a Exegese do Hoje (Política, Cultura,
Problemas, etc).
EXEGESE EXEGESE
PALAVRA PALAVRA
DE DE
DEUS DEUS
(BÍBLIA) (BÍBLIA)
{
PASSADO PRESENTE Os significados variam de:
SENTIDO Pessoas;
Região;
SIGNIFICA: País;
Situação Econômica;
História Atual (conjuntura)
Efésios 1.3-14
Ex.: Heb. 13.17 e Mt. 20.24-28 (se eu enfatizar um e não enfatizar outro, estarei, de
certa forma, caindo no risco da canonização de determinado texto).
b. diálogo com outros intérpretes sobre o texto que lemos. Se possível, com
intérpretes de outras culturas, com outros pré-entendimentos não
negociáveis.
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Alguns elementos do Sola Scriptura não podem ser esquecidos por nós:
1. Anote em uma folha de papel em branco tudo o que você colher em suas
observações.
4. As palavras chaves.
Em alguns textos a palavra chave salta aos olhos. Amor (I Co 13); Fé (Hb 11); Espírito
(Rm 8); provação e sofrimento em I Pedro.
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Mas nem todos os textos são assim. Por exemplo, às vezes a tradução
esconde a palavra chave (Sl 37.1,7, 8 – indignação, irritação e impaciência). O uso de
um dicionário bíblico é muito útil nessa fase da observação.
A princípio esse caminho se mostra difícil e complicado, e é mesmo. Porém,
com o tempo adquirimos mais prática. Não precisamos de pressa, somente de
perseverança.
5. Comparações e Contrastes.
As comparações mostram como as coisas se parecem e os contrastes
mostram em que são diferentes.
Para observar comparações observe se há no texto as expressões: “assim
como... assim também”, “como”, semelhantemente etc.
Registre todas as formas em que as comparações são feitas no texto. Paulo
faz duas comparações entre o seu ministério e o papel dos pais numa família (I Ts
2.7,11); duas comparações sobre o retorno de Cristo em 5.1-3 (será como a vinda de
um ladrão e como as dores de parto da mulher grávida).
Os contrastes nos são dados geralmente pelas palavras: mas, porém, contudo,
no entanto, entretanto, não, nem. Quando lemos uma narrativa ou declaração nas
Escrituras, devemos considerar as coisas que são parecidas em certos aspectos,
mas diferentes em outros 2.
Efésios 2.1-10 é um magnífico exemplo de comparação e contraste.
7. As repetições.
Observe repetição de palavras, frases e expressões na passagem em estudo. Faça
um gráfico das repetições. Isso nos ajuda a fazer as perguntas certas ao texto. Veja
um exemplo em Josué 1.1-9:
Palavra ou frase Número de repetições Versículos usados
Sê forte e corajoso 3 6, 7, 9
Lei 2 7, 8
Os verbos nos mostram a ação e o movimento da passagem; o que está sendo feito
ou o que está acontecendo. Faça uma lista separada e observe:
➢ Qual a ação do verbo? Passado, presente ou futuro?
➢ A maioria dos verbos estão na voz ativa, passiva ou reflexiva?
➢ O modo é indicativo (narrativa), imperativo (mandamento) ou subjuntivo (dúvida ou
desejo)?
➢ Algum verbo se repete?
Em Hebreus 11 os verbos estão na voz ativa e no modo indicativo, demonstrando
que pela fé, participamos ativamente no propósito de Deus para nossas vidas. Em
Efésios 1.3-14 os verbos estão na voz passiva, indicando que a nossa salvação é
obra inteiramente de Deus, e que ela aconteceu fora de nós (na cruz) sendo
aplicada dentro de nós pelo Espírito Santo.
Exercício: Note a mudança nos tempos verbais no Salmo 32. Passado – presente –
futuro.
8. As ilustrações.
Na Bíblia, muitos ensinos são transmitidos por meio de figuras: Jesus chamava os
discípulos de ramos de uma videira (Jo 15); pescadores de homens (Mt 10);
lavradores (Jo 4); ovelhas (Jo 10). Somente em Tiago 3 há nove figuras ilustrativas.
Em II Tm 2 aparece 6 figuras do obreiro cristão. Efésios 6.13-17 fala da armadura do
cristão. Pergunte: Como essa figura esclarece o ensino da passagem? Se não
houver ilustrações ou figuras na passagem estudada, veja se elas aparecem em
outra passagem que trate do mesmo assunto.
9. As Explicações.
“Explicação é algo usado para ilustrar, esclarecer, iluminar, descrever, ou
demonstrar”3 um princípio. O tamanho de uma explicação pode variar muito, desde
parte de um versículo, até capítulos inteiros. Siga a lógica de raciocínio do autor
bíblico:
➢ Qual o seu objetivo? De que modo ele quer atingir esse objetivo? Como ele
apresenta o assunto?
Muitas vezes uma afirmação suscita uma pergunta num versículo, que é respondida
no próximo verso ou no próximo parágrafo. Observe as ligações entre um parágrafo e
outro. Paulo faz uma conclusão em Rm 3.28 e daí (4.1-8) ilustra sua conclusão com
dois exemplos do AT: Abraão e Davi.
Preste atenção no uso da expressão “se” (Ex 19.5). Promessas não se concretizam,
porque suas condições não são cumpridas pelos crentes.
➢ Portanto = introduz um sumário das idéias ou os resultados de alguma ação (I Co
15.58).
➢ Porque, pois, então = muitas vezes introduzem uma razão, explicação ou
resultado (I Ts 1.5, 9).
➢ Mas, porém, todavia, contudo = faz saber que a seguir vem um contraste (I Ts 5.4;
3.6; Fp 4.13,14).
➢ Para que, a fim de que = expressões usadas para expor um propósito ou alvo (I Ts
3.13).
g. Conjunção conformativa:
Expressa conformidade com um ato, fato, etc., a que se refere a oração principal:
conforme, segundo, consoante, como, etc.
h. Conjunção continuativa:
Exprime continuação do discurso ou transição de idéia: pois, porque, entretanto, no
entanto, daí, além disso, etc.
i. Conjunção explicativa:
Conjunção coordenativa que liga duas orações na segunda das quais se explana a
idéia contida na primeira: 2 [Tb. se diz apenas explicativa.]
j. Conjunção final:
Conjunção subordinativa que inicia uma oração que indica a finalidade da oração
principal: para que, a fim de que, porque [= para que ] , etc. [Tb. se diz apenas final.]
Conclusão.
Não desanime logo no início, esse tipo de trabalho é difícil mesmo, e leva
tempo para aprendermos a fazê-lo de forma apropriada. Lembre-se que esses
princípios não se aplicam a todas as passagens que você estudar. Contudo, quanto
mais ferramentas soubermos usar, melhor será a nossa compreensão das Escrituras.
Seja persistente; seja perseverante.
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1º) Ir direto ao texto. Ler o texto várias vezes para se obter um conhecimento seguro
do que o texto diz (ler o livro inteiro antes de ler a passagem várias vezes).
Precisamos saber o que o livro diz, a respeito do quê fala, o que motivou a sua
escrita. Quais problemas eram enfrentados na época da escrita.
Ler a Bíblia consciente de que seu propósito fundamental é mudar as nossas vidas e
não aumentar nosso conhecimento. É levar o ser humano a uma obediência
verdadeira e prática a Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador.
Precisamos ler o texto conscientes que cada crente tem o direito de ler, entender e
interpretar a Bíblia, pois é um sacerdote diante de Deus (1Pe 2.9) e o Espírito Santo é
quem capacita todos a entender a Palavra.
2º) A Escritura tem somente um sentido e esse sentido deve ser tomado
literalmente. A partir desse sentido, transformamos em vários significados para
nossas necessidades contemporâneas, mas sem deteriorar seu sentido original que
deve ser tomado como literal.
3º) Interpretas palavras com vários sentidos em relação a sua sentença e ao seu
contexto. Nenhuma palavra pode ser interpretada sozinha, pois ela tem um contexto.
O autor a escreveu querendo empregá-la a seu contexto, tendo uma visão especial
sobre esta palavra.
Exemplo:
At. 13.24-26: a palavra sangue significa mesma origem.
Ef. 1.7: sangue significa o sacrifício de Cristo que nos conduz a salvação.
Hb. 9.6-7: sangue aqui é o biológico, o que passa pelas artérias.
As palavras da Bíblia devem ser interpretadas com o sentido que tinham no tempo do
autor e não no sentido do meu tempo. Interpretar cada palavra com o sentido que ela
tinha no seu tempo é a análise correta.
4º) Interpretar a passagem em harmonia com o contexto, pois cada escritor teve
uma razão particular para escrever. Existia um propósito. Ao escrever, o escritor
mantém uma coerência lógica, seguindo uma linha de pensamento, com determinada
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Exemplo: 1Co 15.35, 50, 57-58; cap. 16. Paulo sai de um assunto relacionado a
ressurreição e fala em coleta. Parece que Paulo rompeu totalmente o espiritual do
cap. 15 ao cap. 16 que fala sobre ação social.
Os dois capítulos são inteiramente ligados, pois o cap. 15 qualifica o cap. 16, dando o
verdadeiro sentido bíblico do “POR QUE” contribuímos.
A nossa esperança em Cristo deve ser traduzida em forma de uma ação social. Da
esperança escatológica, procede a ação social. O texto do cap. 15 e 16 dizem isso.
6º) quando uma expressão não caracteriza a coisa descrita, a proposição pode
ser considerada figurada. Exemplo: Paulo ao escrever aos Filipenses diz: acautelai-
vos dos cães (judeus que pregavam a circuncisão aos gentios que se converteram ao
cristianismo).
7º) uma palavra não pode significar mais de uma coisa de cada vez. Ou seja, ela
não pode ser usada com 2 significados no local em que está sendo usada. Exemplo:
Jesus é o leão de Judá e Satanás nos ataca como leão.
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(3) Históricas: Tratam do contexto histórico em que os livros da Bíblia foram escritos
(política, economia e cultura).
(4) Teológicas: Tratam da formação das doutrinas cristãs analisando o conteúdo amplo
(total) dos ensinos bíblicos.
O Diabo foi o primeiro intérprete da Bíblia (Gn 3.1-5). Ele torceu o texto para implementar
a sua tentação. Existem três atitudes que implicam em erro na interpretação bíblica
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a) Omissão = Citar somente a parte que lhe convém de um texto e deixar de lado o
restante. Satanás citou a parte do poder comer de todas as árvores do jardim,
omitindo a exceção (Gn 3.1). também em Gn 3.5.
b) Acréscimo = Eva aumentou o mandamento de Deus ao dizer: “nem tocareis nele” (Gn
3.3)
Efésios 5.18 diz que devemos ser cheios do Espírito. Para entender o que é ser cheio
do espírito precisamos entender as outras afirmações bíblicas sobre o Espírito. Ser cheio
é andar no Espírito (Gl 5.16,25); não entristecer o Espírito (Ef 4.30); não enciumar o
Espírito (Tg 4.4,5) e não apagá-lo (ITs 5.19).
Ser habitado pelo Espírito Santo não garante que você interpretará sempre
corretamente as Escrituras, porém é fundamental para que você entenda a verdade de
Deus nelas contida..
2. Didática = As epístolas, que foram escritas para instruir os crentes sobre como viver a
vida cristã.
Com isso não queremos dizer que a experiência pessoal não tem valor, mas
apenas que a experiência pessoal não pode ser usada para a formação e interpretação
de nossas doutrinas, pois elas já tem a sua origem e interpretação nas Escrituras.
Aprendemos com as experiências que as verdades das Escrituras funcionam, mas elas
não podem ser a base de nossas interpretações.
Ilustração: Alguém quebra o cartão de crédito e trabalha arduamente para quitar as suas
dívidas. Daí passa a citar Romanos 13.8 como justificativa de sua vitória e a ensinar que
todos que compram a crédito violam esse mandamento bíblico. Você usou a sua
experiência para interpretar um texto das Escrituras.
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Um erro possível é o de você ler em Marcos 1.35, por exemplo, que Jesus orava
de madrugada e ligar com 1 Tessalonicenses 5.17 e dizer que todos nós devemos
levantar bem cedo para orar. O mandamento da oração é verdadeiro e válido, contudo as
escrituras não definem por uma ordem clara que isso deva ser feito somente de manhã.
Também não se ensina que “orar de joelhos é melhor”. O exemplo bíblico pode ser
aplicado pessoalmente a você como fruto de sua experiência com Deus e você crescerá
espiritualmente, mas não se deve transformar um exemplo bíblico em uma doutrina
expressa. Jesus não orava apenas de madrugada.
Por isso, os exemplos bíblicos só têm aplicação universal se amparados por uma
ordem expressa. As ordenanças bíblicas são positivas (o que se deve fazer – “fale a
verdade com o seu próximo”) e negativas (o que não se deve fazer – “não mintais uns
aos outros”). É preciso tomar cuidado com a afirmação de que “o crente é livre para fazer
qualquer coisa que a Bíblia não proíba”. A Bíblia não proíbe especificamente fumar, mas
sabemos que a Bíblia proíbe o uso de coisas que nos façam mal à saúde e de vícios (ICo
6.12). Ao afirmar o mandamento positivo da santificação as escrituras deixam claro que
tudo que atrapalhar esse processo deve ser evitado.
sua fé é morta (Tg 2.19), o diabo citou até os salmos na tentação. A Bíblia não foi escrita
para ficarmos espertos como o diabo, mas para que nos tornássemos santos como
Deus4 (IIPe 1.4).
1. Algumas passagens não devem ser aplicadas da mesma maneira como foram na
ocasião em que foram escritas. Exemplo: Lv 7.1,2 = Não oferecemos mais
holocaustos ou oferta pela culpa, porque Cristo os aboliu na sua carne (Ef 2.15).
Como aplicamos essa passagem agora? Leia Hebreus 13.15,16).
2. Aplicações das passagens precisam estar em harmonia com o seu uso correto. Em
Mateus 17.14-20, os discípulos não conseguiram curar um enfermos e Jesus disse
que fora por causa da pequenez de sua fé. Muitos quando tem derrotas espirituais
acham logo que é por causa de pecado. Pequenez de fé não quer dizer pecado, mas
fé imatura. Jesus lhes dera a ordem de poder curar e eles duvidaram, não foi pecado,
mas imaturidade. Existe também a questão da vontade de Deus que é superior à
nossa.
Paulo enfatiza que a Palavra deve habitar ricamente em nossos corações, a fim de
que possamos instruir e aconselhar uns aos outros (Cl 3.16). A Timóteo, Paulo exorta a
procurar apresentar-se a Deus aprovado, como um obreiro que não tem de que se
envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade (II Tm2.15). A nós nos é dado o
direito e o dever de não apenas conhecer as doutrinas bíblicas, mas de manejá-las, e
fazê-lo “bem”.
Estudamos as Escrituras para obedecer a Cristo, não para aumentar nossa cultura
ou conhecimentos. O desejo de Deus é que o contato contínuo e submisso com as
4
Walter A. Henrichsen, Princípios de Interpretação da Bíblia, Mundo Cristão, p.24.
!25
escrituras produza em nós santidade (Jo 17.17; I Ts 4.8). Pedro coloca que devemos
santificar a Cristo em nossos corações com a finalidade de dar respostas aos nossos
inquiridores a respeito de nossa fé. Como responder sobre a fé se não manejamos bem
as Escrituras?
Algumas doutrinas bíblicas não são tão claras nas Escrituras. Há uma diferença
entre ensino explícito e ensino implícito. Explícito é aquele que é colocado claramente
(Ex. O sangue de Cristo nos purifica de todo pecado – I Jo 1.9; ou Cristo é o único
mediador entre Deus e os homens – I Tm 2.5). Um ensino implícito é aquele que
precisamos juntar mais informações para deduzi-lo (Ex. A divindade de Jesus, A
Trindade; o batismo de crianças; a forma do batismo, a relação entre a soberania de
Deus e a responsabilidade humana). Nesse segundo caso a tradição histórica da Igreja
nos ajuda a entender essas questões.
Ao estudarmos como os cristãos que viveram antes de nós tratavam com essas
questões e o seu legado deixado para nós. A esse legado chamamos de tradição.
“Somos devedores à história da Igreja que registra o que os crentes do passado
malharam na bigorna da sondagem da alma, da investigação escriturística e do debate” 5.
5
Walter A. Henrichsen, Princípios de Interpretação da Bíblia, Mundo Cristão, p.29.
!26
2. Quando fazemos mal uso da promessa. Mesmo sendo sinceros para com Deus
podemos falhar nos objetivos em requerer o cumprimento ou aplicação de uma
promessa para nós. Mesmo assim é preciso sondar profundamente nossos motivos
sempre. Nem sempre o que achamos que seja glorificar o nome de Deus está nos
planos Dele. Davi queria sinceramente construir um belo e suntuoso templo para
Deus, mas Deus disse que essa tarefa não seria dele, mas de seu filho. Paulo queria
evangelizar a Bitínia, mas o Espírito queria que ele fosse para Filipos.
Ex.: O pássaro do feirante é azul. Ao lermos essa frase, saberemos de imediato que o
pássaro tem um dono (o feirante). Sabemos o que é um feirante (o que trabalha na
feira). Saberemos que o feirante tem um pássaro e não outro animal (cão, gato, esquilo)
e que a cor do pássaro é azul e não verde ou amarelo. Ao percebermos isso
escaparemos de interpretações fantasiosas. Contudo, também não saberemos a
tonalidade do azul (escuro ou claro), se o pássaro é pequeno ou grande; ou como o
pássaro veio a ser seu. Mas mesmo assim essas imprecisões não nos desviam do básico
que foi comunicado: que o feirante tem um pássaro e que ele é azul.
Somente o contexto pode me indicar quando não tomar uma expressão de forma
figurada. Qual seria o sentido figurado de I Co 14.34? Um dado cultural pode me levar a
interpretar a passagem de outra forma, porém, nunca a ignorar o sentido básico.
Pergunte a si mesmo: Estarei pondo em dúvida o sentido de uma passagem porque não
quero obedecer-lhe? Aceitarei uma interpretação figurada ou condicionada culturalmente
para que ela se enquadre melhor na minha tendência teológica (ou da minha Igreja)
preconcebida? Ex.: II Rs 2.23,24. A maldição de Eliseu não pode ser interpretada
literalmente porque agride o caráter amoroso de Deus?
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Aplicação:
1. Leia o texto com atenção antes de tentar interpretá-lo. Uma leitura descuidada pode
por tudo a perder.
2. Diga o que está no texto e não aquilo que você gostaria que estivesse.
11. Interprete cada texto de acordo com a intenção original do autor bíblico.
A parábola das dez virgens (Mt 25.1-13) fala de cinco virgens néscias e cinco
sábias. Para entender a passagem é preciso compreender o que era a lâmpada naquela
época e qual o seu uso, pois sabemos que não se trata de lâmpadas elétricas. A intenção
original do autor quando escreveu o texto é o fundamento da interpretação literal e óbvia.
Em João 2.19-21, Jesus expulsa os cambistas do templo e diz que para eles
destruírem o santuário que ele o reconstruiria em 3 dias. João afirma que o santuário era
o corpo de Jesus e que Jesus se referia à sua morte e ressurreição. Nesse caso, João
nos deu o sentido do uso da palavra santuário no texto. Precisamos estar atentos a
essas colocações dos autores bíblicos.
Determinar o sentido correto das palavras não é particularmente difícil, se
empregarmos as ferramentas corretas. Uma boa tradução e um bom dicionário bíblico
facilitam muito trabalho.
Ao estudar a Bíblia não pule as palavras que não compreende, pesquise-as. Uma
idéia errônea pode levar a uma interpretação também errônea. Ex.: Pv 29.18. Algumas
versões traduzem visão ou revelação em lugar de profecia, dificultando o entendimento.
Profecia diz respeito ao ministério da palavra, mas o que seria uma visão ou revelação?
3. Seu uso corrente na época da escrita. A palavra “batismo” não foi traduzida para
nossas Bíblias em português, mas apenas transliterada. Batismo significa; submergir,
lavar, aspergir, salpicar. Algumas igrejas acham que ela significa apenas submergir e
assim defendem que a única forma de batismo é o batismo por imersão. Contudo o
uso de batismo no NT, não aponta para a forma do batismo, mas para o seu
significado como rito de iniciação na fé cristã.
12. Cada palavra dever ser interpretada em relação à sua sentença e ao seu
contexto.
Já vimos como cada palavra tem seu sentido próprio, ainda que seja possível
observar pequenas variações no seu sentido. Exemplo: Pássaro azul. O pássaro
pode ser grande ou pequeno, mas certamente não será um gato. Azul pode ser claro,
médio ou escuro, mas com certeza não é amarelo. Agora vamos mostrar alguns
exemplos de como a palavra pode adquirir a partir de seu significado básico, usos e
aplicações diferentes. Tomemos dois exemplos:
1. Fé:
➢ Gálatas 1.23 = Fé significa a “doutrina do evangelho”. Fé = crença.
➢ Romanos 14.23 = Fé significa “convicção de que isto é o que Deus quer que você
faça”.
➢ I Timóteo 5.11,12 = Fé significa “penhor ou promessa feita ao Senhor”.
➢ Atos 16.31 = Fé significa “crer”. Confiar a sua vida a Cristo.
2. Sangue:
➢ Atos 17.24-26 = Sangue significa a pessoa inteira. A palavra sangue não aparece em
algumas traduções, onde é traduzida por “de um só”. O tradutor já colocou a
interpretação da palavra na frase.
➢ Efésios 1.7 = Sangue se refere à morte expiatória de Cristo.
➢ Hebreus 9.6,7 = Sangue se refere ao líquido que corre em nossas veias e artérias.
Ao delimitarmos o contexto de uma palavra ou frase é preciso lembrar que
“os manuscritos antigos dos quais fazemos nossas traduções da Bíblia, não
têm pontos, vírgulas, parágrafos, versículos e capítulos. Estes foram
introduzidos depois pelos tradutores, para clareza e facilidade do estudo.
Quando você fizer o seu estudo, é bom lembrar isso. O contexto nem sempre
se acha dentro dos limites do versículo ou do capítulo. Talvez seja necessário
incluir versículos do capítulo anterior ou posterior”8 .
8
Walter Henrichsen, Princípios de Interpretação da Bíblia, p.44.
!31
13. Interprete a passagem em harmonia com seu contexto. “Texto fora de seu
contexto é pretexto para uma heresia”.
O argumento de cada autor bíblico tem conexões lógicas entre uma seção e a outra. É
preciso encontrar o propósito global do livro a fim de determinar o sentido de passagens
e até de palavras particulares dentro do livro. Quatro perguntas são necessárias:
2. Como se relaciona com o restante do livro? (Contexto do autor). O autor bíblico pode
Ter escrito mais de um livro: Paulo, João, Lucas ou Pedro, por exemplo.
14. Quando um objeto inanimado é usado para descrever um ser vivo, a proposição
pode ser considerada figurada.
O ponto focal dessa regra é quando se atribuem vida e ação a objetos inanimados, a
proposição deve ser considerada figurada. Na maioria das vezes é o CONTEXTO que
determinará quando a interpretação figurada será a mais correta.
Exercício: Qual o sentido montes em Miquéias 6.2? E de hissopo no Salmo 51.7?
15. Quando uma expressão não caracteriza a coisa descrita, a proposição pode ser
considerada figurada.
Um exemplo dessa regra é encontrado em Filipenses 3.2,3 (Cães = judaizantes).
Lucas 13.32 (raposa = Rei Herodes). Mais uma vez, é o contexto quem demonstrará o
sentido da palavra na frase e no parágrafo.
Algumas vezes o sentido figurado correto não é tirado do contexto imediato, mas
do remoto. Como em João 1.29,36: “Jesus é o cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo”. É uma referencia ao cordeiro morto no altar do holocausto em favor do pecador
no AT. Isaías 53.7 aplica a figura ao Messias, chamado de Servo sofredor. O Novo
!34
testamento diz ser claramente uma referência à obra de Cristo na Cruz. Ele é o nosso
cordeiro pascal (I Co 5.7: confira com: At 8.32, I Pe 1.19, Ap 5.6,12; 7.10).
Por outro lado, aplicações figuradas de uma mesma palavra podem ser utilizadas
em contextos diferentes na Bíblia. Leão (I Pe 5.8 {diabo}e Ap 5.5 {Jesus}).
Muitas vezes a linguagem figurada é aplicada a Deus. Sabemos que Deus é
Espírito, mas a fim de que nós pudéssemos entender sua revelação, Ele fez uso de
figuras tanto humanas quanto retiradas do mundo da criação para se comunicar conosco.
(1) Elementos humanos: olhos: II Cr 16.9; Sl 11.4. o braço do Senhor: Sl 77.15. mão: Ex
33.23. (2) Animais: asas: Sl 17.8; Lc 13.34. (3) Da natureza: Rocha: I Sm 2.2; Sl 92.15; I
Pe 2.8.
1. Determinar o propósito da parábola: Com qual objetivo ela foi contada? Lc 10.29 = O
objetivo da parábola do bom samaritano. Na Parábola do Semeador (Lc 8.4-15; Mt
13.1-23), o propósito é ilustrar os diferentes tipos de respostas que se dá à
proclamação da Palavra.
2. Certificar-se de que a explicação das diferentes partes está em harmonia com o fim
principal. Cada parábola tem um ponto principal de comparação. Procure relacionar
este ponto com aquilo que o orador estava ensinando.
3. Usar somente as partes principais para explicar a lição. Não é para dar nomes e
significados espirituais a cada detalhe (vinho e óleo = sangue e Espírito Santo: Lc
10.), mas aplicar a lição principal aos ouvintes.
17. Interprete a palavra profética no seu sentido comum e histórico, a não ser que
o contexto ou a maneira como se cumpriram indiquem claramente um sentido
simbólico. O cumprimento delas pode ser por etapas, cada cumprimento sendo
uma garantia daquilo que há de seguir-se.
9
S. J. Kistemaker, Parábolas de Jesus, EHTIC vol. III, p.96.
!36
vinda de Elias, Jesus aplica a profecia à vinda de João Batista (Mt 11.13,14; Mt
17.10-13). Casos como esse são exceções e não regras.
2. Pode ser que haja ocasiões em que se possa derivar dois sentidos aparentes de uma
profecia. Nesse caso dá-se preferência ao sentido mais óbvio para a compreensão
dos ouvintes originais.
2º
1º
Reconhecer isso o ajudará em seu estudo da Bíblia, bem como animará o seu coração,
pois o cumprimento da primeira etapa é uma garantia do seu cumprimento total e final, da
mesma forma como o Espírito santo é o penhor ou garantia de sua herança em Cristo 10.
10
Walter A. Henrichsen, Princípios de Interpretação da Bíblia, Mundo Cristão, p.55.
!37
18. A Bíblia foi escrita em contexto histórico próprio, portanto só pode ser
compreendida plenamente à luz da história bíblica.
Essa regra visa colocar-nos no cenário histórico do texto que estivermos estudando.
Leva-nos a fazer as seguintes perguntas:
As pessoas eram salvas nos tempos do AT do mesmo modo como são salvas no
NT; a justificação por Deus sempre foi por meio da fé e não da lei. No AT as pessoas
eram salvas pela fé no Messias que havia de vir, enquanto no NT são salvas pelo
Messias que já veio.
A palavra testamento significa aliança ou pacto. Não são duas alianças distintas, uma
nova e outra velha, mas uma mesma aliança em duas dispensações distintas. O NT está
escondido no AT e o AT está revelado plenamente no NT. O AT é sombra ou figura do NT
(Hb 8.5; Cl 2.16,17).
Veja o gráfico:
Um símbolo é “algo que representa ou lembra alguma outra coisa por relação,
associação, convenção ou semelhança acidental; especialmente um sinal visível de uma
coisa invisível” 11. Embora haja diferenças entre as palavras símbolo, tipo, alegoria, símile
e metáfora, são termos muito próximos, justificando a aplicação dessa regra a todas elas.
1. Exemplos históricos usados como símbolos no NT. A passagem pelo Mar vermelho
(Ex 14.22) é aplicada ao batismo (I Co 10.1-4). A serpente de Bronze (Nm 21.9 = Jo
3.14). Jonas e a baleia (Jn 3.4,5 = Lc 11.29-32; Mt 12.38-42).
2. O uso de alegorias (Gl 4.22-24). Paulo fez essa interpretação sob inspiração divina. O
objetivo do estudo bíblico é entender o sentido visado pelo autor, não colocar nas
palavras dele o conteúdo que nós achemos caber ali. Não podemos criar “sentidos
mais profundos” e usos para as palavras, pois isso significa trair a mensagem
inspirada, substituindo-a por imaginação humana. Um exemplo de alegorização é
aplicado a Filemon: Filemon representa Deus. Paulo representa Cristo e Onésimo
representa a humanidade. Não podemos confundir aplicação com alegoria. A primeira
respeita o sentido histórico, a segunda o ignora.
11
Dicionário Webster.
!39
Por exemplo: Romanos 5.15-21. Paulo compara Cristo com Adão. Deus nos
considera injustos com base no pecado de Adão e faz o mesmo, declarando-nos justos,
com base na obra de redenção de Cristo na cruz.
É de textos como esses que desenvolvemos a doutrina da IMPUTAÇÃO, ou seja, foi-
nos imputado o pecado de Adão, apesar de nós não termos feito nada para merecê-lo;
assim também nos foi imputada a justiça de Cristo, apesar de não termos feito nada para
merecê-la. Daí, concluímos que a imputação não afeta o nosso caráter moral, mas a
nossa posição legal diante de Deus. Deus trata com o nosso caráter moral na
santificação, não na justificação.
É muito importante o estudo da gramática, pois não se pode interpretar qualquer texto
sem termos o conhecimento de sua estrutura e vocabulário. Os significados das palavras
e suas funções dentro das frases e parágrafos é o ponto de partida para entendermos
corretamente as Escrituras sagradas.
22. Uma doutrina só pode ser considerada bíblica, quando resume e inclui tudo o
que a Escritura diz sobre ela.
Temos aprendido uma forma fracionada de ler e entender a Bíblia. A forma como
ensinamos os crentes a decorar versículos isolados de seu contexto e a proliferação das
“caixinhas de promessas”, são fatores que contribuem para a formulação de doutrinas
incoerentes e imprecisas no meio cristão. O fato é que não podemos tirar conclusões a
respeito de qualquer doutrina bíblica antes de estudar tudo que a Bíblia diz sobre o
assunto.
12
Walter A. Henrichsen, Princípios de Interpretação da Bíblia, Mundo Cristão, p.63.
!40
a) A Trindade. Nós não servimos a três deuses, mas há um só Deus, contudo cada
Pessoa da Trindade é plena e completamente Deus, iguais em substância e poder.
Na Trindade divina 1 + 1 + 1 = 1. Nenhuma ilustração humana pode explicar esse
mistério teológico. Os que negam a Trindade são chamados de Arianos ou
Unitaristas, como os Testemunhas de Jeová.
!41
c) A origem e existência do mal. A Bíblia diz que Deus criou o mal (Is 45.7), porém não é
o seu autor, ou seja, não o pratica. Logo, o mal não é um princípio eterno em
oposição ao bem. Todavia, o mal já estava presente na tentação do homem na
pessoa de Satanás. Não sabemos qual o propósito do mal nos decretos eternos de
Deus, mas sabemos que Deus tratou dele na cruz de Cristo.
Existem ensinos que não são afirmados explicitamente nas Escrituras, mas que
são verdadeiros. Um exemplo tomado da própria Escritura é quanto à doutrina da
ressurreição no AT. É o caso do debate de Jesus com os saduceus, que não criam na
ressurreição de mortos (Mc 12.26,27). Jesus faz uso de raciocínio dedutivo para provar
que a doutrina da ressurreição está presente implicitamente no AT.
Assim também, a Bíblia não afirma em parte alguma que as mulheres devem
tomar a Ceia. Mas é um ensino implícito no NT. I Coríntios fala de mulheres como
membros da Igreja (Cloe e Priscila – 1.11; 16.19); que as mulheres participavam dos
cultos (11.2-16; 14. 34,35); não existe nenhum texto que lhes proíba a comunhão. Logo,
inferimos que elas podiam participar livremente do sacramento.
Esse princípio precisa ser tratado com muito cuidado, pois é exatamente do abuso
desse princípio que muitos ensinamentos errados surgem na Igreja. Exemplo: Jesus
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orava de madrugada (Mc 1.35). Tomando esse texto isoladamente podemos criar o
seguinte princípio: Cristo orava de madrugada. O cristão deve ser semelhante a Cristo.
Logo, o cristão deve orar sempre de madrugada. Mas a comparação com outras
passagens vai nos mostrar que esse mandamento não existe dessa forma, pois Jesus
não orava só de madrugada, mas também em outros horários e em circunstâncias
variadas.
Conclusão:
O objetivo de todo o nosso estudo da Bíblia é a sua aplicação na vida dos cristãos.
O mandamento bíblico é que sejamos praticantes e não somente ouvintes da palavra,
pois ao agir assim, enganamo-nos a nós mesmos (Tg 1.22). Por isso, constitui-se uma
das regras mais importantes da hermenêutica entendermos que “o propósito primário da
Bíblia é mudar as nossas vidas, não aumentar o nosso conhecimento” 13.
Aplicar a palavra tem a ver com um ato da vontade (volição), mais do que com as
emoções (Mateus 21.28-32 - A parábola dos dois filhos).
13
Walter A. Henrichsen, Métodos de estudo Bíblico, Mundo Cristão, p.109. Confira com a regra nº6 de Princípios
de Interpretação da Bíblia, do mesmo autor, p. 23-26.
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Todos esses elementos citados acabam por nos levar a tirar o texto de seu contexto e
ignoram a intenção original do autor bíblico. A aplicação precisa se limitar ao objetivo
do texto, pois ela visa alcançar para hoje o mesmo efeito que buscou alcançar para
os seus primeiros leitores ou ouvintes.
3. Seja seletivo.
O bom despenseiro sabe o que servir e a quantidade que vai servir. Assinale as
possíveis aplicações e concentre-se nas mais urgentes. Peça em oração que o
Espírito lhe mostre aquelas que Ele quer que você ponha em ação AGORA.
O objetivo da seleção não é escolher o conveniente e deixar o constrangedor para
depois, mas a finalidade é garantir objetividade.
A pergunta que vai orientar a seleção será: O que o Senhor quer que eu faça agora?
4. Seja específico.
Resista às generalizações. Todos sabemos que devemos ser servos como Jesus foi
(Fp 2.5), porém, em que áreas específicas não tenho sido servo ou tenho buscado
mesmo o contrário: ser servido em vez de servir? Aplicações possíveis podem ser:
entender que não temos servido nossos filhos com o ensino adequado. O marido
pode ficar sentado à frente da TV sem fazer nada, enquanto a esposa tem de cuidar
do almoço, lavar as vasilhas e da arrumação da casa. Servir significa desligar o
aparelho e ajudar em alguma dessas atividades a fim de que esposa tenha mais
tempo para descansar também.
5. Seja pessoal.
Como nós gostamos de repartir responsabilidades! Sempre falamos de “nós”, “eles” e
“vocês”.
Na aplicação precisamos trocar os pronomes plurais por singulares; “Eu e você”.
Conclusão:
A aplicação, por sua própria natureza é pessoal. Seu objetivo mais profundo é a
transformação do nosso caráter e do caráter a quem ministrarmos a palavra de Deus.
Quando somos mais que ouvintes da palavra, o Espírito santo, que habita em nós, nos
capacitará a obedecê-lo a fim de praticarmos o que aprendemos convictamente. Uma vez
que o Espírito Santo habita em nós, toda mudança ocorrerá de dentro para fora, pela
aplicação da palavra no coração e sua execução no nosso dia-a-dia.