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PROTEÇÃO AO TRABALHADOR
RESUMO:
O tema pesquisado nesse trabalho foi o limbo Jurídico Previdenciário, que tem como
escopo a apresentação e definição deste instituto jurídico, análise do panorama geral de
benefícios concedidos, tempo de espera, casos levados ao judiciário e entendimento dos
tribunais superiores sobre o tema. Ainda discorrerá sobre o papel do empregador nesses casos.
O objetivo geral da pesquisa é analisar o atual cenário e propor uma solução que possa resolver
o problema, como também pacificar a situação entre empregado e empregador. Os objetivos
mais específicos foram entender como o judiciário se posiciona sobre o assunto, como os
empregadores podem auxiliar seus empregados que estiverem passando por tal situação e
também qual a real situação desse empregado. O método utilizado no presente artigo foi o
Dedutivo. E conclui-se, que a jurisprudência tem entendido que é dever da empresa arcar com
a remuneração do trabalhador que está na situação de limbo previdenciário.
Palavras-chave:
1 Aluno do Curso de Direito da Fundação de Ensino Eurípedes Soares da Rocha, Marília, São
Paulo;
2 Professor Dr. do Curso de Direito da Fundação de Ensino Eurípedes Soares da Rocha, Marília,
São Paulo;
3 Trabalho de Conclusão de Curso em Direito apresentado à Fundação de Ensino Eurípedes
Soares da Rocha, Mantenedora do Centro Universitário Eurípedes de Marília, para obtenção do grau de
bacharel em Direito.
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Limbo Previdenciário. Auxilio Doença. Trabalhador Hipossuficiente. Princípio da
Proteção.
SUMÁRIO:
INTRODUÇÃO:
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contrario e por sua vez o trabalhador ficando em casa, sem trabalhar e sem estar recebendo
beneficio previdenciário, não terá o seu próprio sustento.
Ainda vale observar que há uma divergência de opiniões clinicas, pois um médico
atesta que está impossibilitado para duas atividades laborativas, já o perito da autarquia indefere
o beneficio, dizendo que há possibilidade para o trabalho. E assim, entramos em uma discussão
sem fim.
Diante disso, pretendemos buscar uma solução para o problema apresentado e não
deixar o trabalhador desamparado.
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cento e sessenta e nove) auxílios-doença (espécies 31 e 91). Esse montante representa 43,28%
de todos os benefícios concedidos pelo órgão.4
O documento ainda elenca a distribuição de quantidade de benefícios concedidos por
Região do Pais, sendo o Sudeste com 930.680 (representando 46,88%); o Sul com 434.801
(representando 21,90%), o Nordeste com 379.847 (representando 19,13%), o Centro-Oeste
com 161.414 (representando 8,14%) e o Norte com 78.427 (representando 3,95%).5
Segundo a estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para o
ano de 2017, apurado com dados do censo de 2016, o Brasil estaria com 207.660.929 (duzentos
e sete milhões, seiscentos e sessenta mil e novecentos e vinte e nove) habitantes (Disponível
em https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-
noticias/releases/16131-ibge-divulga-as-estimativas-populacionais-dos-municipios-para-2017.
Acesso em 07/07/2019). Isso significa que apenas 0,96% da população brasileira receberam
beneficio de Auxilio Doença.
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O empregador por sua vez, segue a orientação do médico do trabalho, com receio da
legislação trabalhista, uma vez que o empregador não está autorizado a permitir a permanência
de seus colaboradores quando esses se encontrarem em situação de incapacidade.
Cabe um esclarecimento, que os Tribunais Superiores entendem que o parecer do INSS
se sobrepõe ao médico do trabalho, bem como que teria
Ao analisarmos a situação hipotética acima descrita surgem vários princípios se
enquadrariam ao caso.
Porém, destacaremos um importante princípio na seara trabalhista que permite dar uma
resposta imediata ao problema enfrentado.
O Principio da Proteção ao trabalhador é o principio baluarte do Direito do Trabalho,
conceituado pelo professor Arnaldo Sussekind:
Desta forma, tal premissa prevê a real proteção do trabalhador que é o hipossuficiente
da relação de trabalho, também sendo o menos favorecido frente ao órgão previdenciário.
Destaca-se que o principio informado prevê a proteção ao trabalhador tanto no âmbito
do direito material, como no âmbito do direito processual.
2. ANÁLISE DO JUDICIÁRIO
6 IMENES, MARTHA. Mais de 70% dos benefícios do INSS são conseguidos na Justiça:
Para conseguir se aposentar ou receber auxílio-doença da Previdência Social, trabalhadores em todo o
pais recorrem cada vez mais ao Judiciário, segundo o TCU. Disponível em
6
O percentual apresentado é de todos os auxílios-doença que são requeridos no
judiciário. Verifica-se então, que o percentual é extremamente elevado, o que por sua vez, o
gasto com dinheiro público é maior, seja no âmbito da administração pública (autarquia
federal), como no âmbito do Judiciário, uma vez que o mesmo beneficio é revisto várias vezes
por ambos os órgãos.
Segundo dados do relatório do CNJ, conhecido como Justiça em Números (ano 2018),
verifica-se que o tempo de tramitação para que haja sentença em processo na Justiça Federal é
de 1 ano e 10 meses, no 1º grau, além o tempo de 7 anos e 4 meses para execução da sentença.
Ainda, se houver recurso para o 2º grau, o tempo médio para sentença é de 2 anos e 2
meses. Com isso, a média para que o processo seja encerrado é de 11 anos e 4 meses.
Vemos que o tempo para aguardar uma resposta jurisdicional pode ser eterna e com
isso a situação do trabalhador pode ser agravada.
Claro que é possível a efetivação do direito por meio de uma medida in limine litis.
Porém, não se pode confirmar se será deferida ou não.
Este tempo é em relação ao trabalhador que entra com ação contra o órgão
previdenciário, pleiteando a concessão do beneficio de auxilio doença.
Já, se o trabalhador requer em Reclamação Trabalhista, o pagamento da remuneração
por parte do empregador, a resposta jurisdicional neste caso será bem mais ágil.
https://odia.ig.com.br/economia/2018/09/5578439-mais-de-70-dos-beneficios-do-inss-sao-
conseguidos-na-justica.html. Acesso em 07/07/2019
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Regional foi no sentido de que, após alta previdenciária , a reclamada não
autorizou o reclamante a retornar às suas atividades. Entender de forma
contrária demandaria o revolvimento de fatos e provas, o que encontra óbice
na Súmula 126. A decisão proferida pelo TRT está em consonância com
a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho em casos análogos.
Com efeito, esta Corte Superior tem entendido que em situações de
"limbo previdenciário" - como a retratada nos autos - deve ser garantido
o pagamento da remuneração integral do empregado. Isso porque,
conforme se infere do artigo 476 da CLT, o contrato de trabalho volta a
gerar seus efeitos após o encerramento do benefício previdenciário,
sendo irrelevante o fato de a moléstia do empregado não possuir origem
ocupacional. Nesse contexto, a admissibilidade do recurso de revista esbarra
no óbice do artigo 896, § 7º, da CLT c/c a Súmula 333/TST. Agravo não
provido .(TST - Ag-AIRR: 10021599820155020386, Relator: Maria Helena
Mallmann, Data de Julgamento: 11/09/2019, 2ª Turma, Data de Publicação:
DEJT 13/09/2019) (g. n.)
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até que o trabalhador seja reinserido nas atividades laborais ou tenha o
benefício previdenciário restabelecido. Recurso de revista conhecido e
provido. (TST - RR: 185004020135170009, Relator: Walmir Oliveira da
Costa, Data de Julgamento: 12/06/2019, 1ª Turma, Data de Publicação:
DEJT 14/06/2019) (g. n.)
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o Tribunal Regional, o que obsta a análise da pertinência ou não do manejo
da medida aclaradora. IV. Agravo de instrumento de que se conhece e a que
se nega provimento. (TST - AIRR: 10014677920135020383, Data de
Julgamento: 09/05/2018, Data de Publicação: DEJT 11/05/2018) (g. n.)
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responsável legal pelo afastamento de seus segurados quando estes estão inaptos para o
trabalho, deveria zelar pela proteção a esses trabalhadores, e assim, assumir esse encargo.
Se for o caso onde o segurado não implementar a carência necessária para ser
deferido o benefício, não deverá ser atribuída a responsabilidade ao INSS, porém se houve
constatada a incapacidade para o trabalho por outro médico e ratificado por outros dois,
deveria o INSS arcar com essas remunerações.
Aliás, a contribuição paga pelos segurados e pelos empregadores ao Instituto
Nacional do Seguro Social, serve para que sendo necessário, este funcione como forma de
seguro do empregado e que deveria ao menos zelar pela realização correta dessas pericias.
Não se pode transferir toda essa responsabilidade ao empregador, até porque, em
vários casos tratam-se de micro e pequena empresa.
Apenas a título de exemplificação, segundo dados do IBPT (Instituto Brasileiro de
Planejamento Tributário), 85% das empresas brasileiras são de micro e pequeno porte, sendo
as de médio e grande porte, apenas 15% do total de 12,9 milhões.
Implica dizer, que muitas vezes as empresas não têm condições de assumir toda essa
responsabilidade.
Entendemos que o trabalhador é o hipossuficiente da relação de emprego e que por
isso, deve ser protegido pelo principio da proteção, conforme explanado, porém, não é
somente por isso que deve ser eximido de toda essa responsabilidade o INSS e transferida
para a empresa.
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Assim, concordamos que o empregador deverá auxiliar o seu colaborador em toda
documentação e amparo no que for necessário para tentar amenizar a situação em que se
encontra.
Entendemos que se tratando de uma licença remunerada, em que o trabalhador teria
que efetuar o pagamento, esta deve ser isenta de encargos trabalhistas e previdenciários, uma
vez que não há prestação de serviço efetivo, além de que o trabalhador deveria estar afastado
pelo INSS.
O empregador, diante da situação, tem uma outra alternativa, a não ser efetuar o
pagamento, tentando realocar o empregado em outra função, que seria apta para a doença em
que o empregado está acometido e assim não causaria piora em seu quadro de saúde.
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i) Avaliação de três médicos;
ii) Um desses médicos deve ser especialista na doença acometida;
iii) Um médico deve ser do SUS – Sistema Único de Saúde;
iv) Apresentação de Exames de sangue e pertinentes a doença;
v) Avaliação de psicóloga.
Diante da apresentação das avaliações descritas o trabalhador poderia protocolar junto
ao INSS e requerer o deferimento do beneficio por incapacidade.
Com isso, solucionaríamos o problema na demora para realização da pericia médica
no INSS, bem como não deixaríamos o trabalhador desamparado e ainda, não iriamos onerar
as micro e pequenas empresas.
Apesar do nosso entendimento ser de que o INSS seria responsável pelo pagamento,
conforme já mencionado o entendimento jurisprudencial é que a empresa deve pagar a
remuneração, e ocorrendo está situação em que o empregador efetuar esse pagamento e
posteriormente constatado que aquele segurado estava realmente inapto para o trabalho e por
erro do INSS não está afastado pelo órgão, a autarquia deverá ressarcir a empresa pelo dinheiro
por ela empenhado.
De acordo com o Código Civil a Ação Regressiva é utilizada para reaver perdas e
danos do valor de remuneração paga ao empregado.
Assim, disciplina o Diploma Civil:
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que
houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for
descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.
CONCLUSÃO
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Diante de todo o exposto no presente artigo, é evidente que a situação do Limbo
Previdenciário é delicada e deve ser tratada com muita atenção.
Conforme explanado o limbo previdenciário é o período que após a alta médica do
perito do INSS, alegando que não há incapacidade para o trabalhado, o trabalhador vai até a
empresa e ao realizar o exame médico de retorno ao trabalho, recebe a informação que está
inapto para o trabalho e desta forma, não pode retornar as suas atividades laborais.
Com isso, o trabalhador não recebe o beneficio do INSS e nem o salário do
empregador.
A jurisprudência trabalhista atual tem entendimento que quando é cessado o beneficio
previdenciário o contrato de trabalho volta a ter vigência.
Portando, o contrato de trabalho não está mais suspenso em razão do afastamento por
doença e percepção de auxilio doença, e assim retornam os vínculos entre empregado e
empregador.
Assim, em razão do principio da proteção o entendimento jurisprudencial é que todas
as empresas devam arcar com os salários dos funcionários até que estes tenham se recuperado
e podem retornar aos postos de trabalho.
Com isso, as empresas deveriam efetuar o pagamento de licença remunerada ao
empregado.
Em nosso entendimento, esta licença não poderia ter encargos trabalhistas e
previdenciários, uma vez que o empregador está assumindo uma responsabilidade que não é
sua.
Aliás, a responsabilidade é por completa do órgão previdenciário que em o dever legal
de segurar os trabalhadores em situações de inaptidão para o trabalho. E que não o fazendo, não
estaria cumprindo com sua função precípua.
Então, a solução seria que o INSS se responsabilizasse por esses casos e assumisse o
pagamento dos benefícios desses trabalhadores.
Mas, como não é esse o entendimento da jurisprudência brasileira, o anseio é que ao
menos o Poder Judiciário não sufoque as micro e pequenas empresas.
Para isso, a sugestão que fica é que seja realizado uma forma alternativa com i)
Avaliação de três médicos; ii) Um desses médicos deve ser especialista na doença acometida;
iii) Um médico deve ser do SUS – Sistema Único de Saúde; iv) Apresentação de Exames de
sangue e pertinentes a doença; e v) Avaliação de psicóloga.
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Assim, seria uma forma de aliviar o peso sobre essa parcela significativa dos
empregadores brasileiros.
Desta forma, também haveria uma redução de custo por parte da Previdência Social,
pois iria reduzir o tempo na realização de pericia médica e também iria reduzir a quantidade de
médicos peritos em suas Agências, para a realização da pericia.
Neste caso, somente haveria a apresentação dessas avaliações para o setor responsável
na APS, para conferência das informações prestadas.
Por fim, entende-se que caso haja o pagamento por parte de qualquer empresa e seja
constatado que era devido o benefício previdenciário, o empregador que efetuou os pagamentos
das remunerações ao empregado, poderia solicitar em ação regressiva em face do INSS os
valores pagos.
REFERÊNCIAS
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Relatório de Levantamento: Auditoria com
o objetivo de identificar os riscos relacionados à judicialização dos benefícios concedidos pelo
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). 2018
MINISTÉRIO DA FAZENDA. Anuário Estatisto da Previdência Social: AEPS
2018, INSS e DATAPREV. Disponível em http://www.previdencia.gov.br/dados-
abertos/dados-abertos-previdencia-social/. Acesso 20/09/2019. Publicado em 2019.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA – CNJ. Justiça em Números 2018. 2019.
CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO PARANÁ. IBPT divulga
censo sobre empresas do país: são 12,9 milhões. Disponível em https://crc-
pr.jusbrasil.com.br/noticias/100417738/ibpt-divulga-censo-sobre-empresas-do-pais-sao-12-9-
milhoes. Acesso em 23/04/2019. Publicado em 2012.
MOCCI, FRANCISMERY e CAGGIANO, POLUANA LAIS MAJEWSKI.
Empregador deve ter conduta ativa durante limbo jurídico previdenciário de funcionário.
Disponível em https://www.conjur.com.br/2019-fev-23/opiniao-questao-limbo-juridico-
previdenciario-trabalhador. Acesso em 07/07/2019. Publicado em 2019.
MINISTÉRIO DO TRABALHO. Norma regulamentadora – NR nº 7. 1978
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