Sensoriamento Remoto

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PRINCÍPIOS FÍSICOS DO

SENSORIAMENTO REMOTO

Peterson Ricardo Fiorio


Definição:

Sensoriamento Remoto
“ É a ciência ou a arte de se obterem informações
sobre um objeto, área ou fenômeno, através de dados
coletados por aparelhos denominados sensores, que não
entram em contato direto com os alvos em estudo
(Crepani, 1983)”
Histórico

Origem vinculada a fotografia aérea


Podemos dividir em dois períodos:
1860 - 1960 (fotografias aéreas)
1960 - hoje (fotografias e imagens)
Desenvolvimento do Sensoriamento Remoto:
Matemática; Física; Química
Biologia; Ciências da Terra e
Computação.
Princípios Físicos do SR

Aquisição/Armazenamento/Processamento
Plataforma
Imagens

Sensor

R.E.M.
INPE
Comp. Espectral

Alvo
Princípios Físicos do SR

Natureza da Radiação Eletromagnética (REM)

Transferencia de Energia:
Condução
transferencia de energia cinética de átomos ou moléculas
pelo contato entre elas
Convecção
é o processo de deslocamento físico da matéria em gases ou líquidos
Radiação
é a energia transferida através do espaço sem necessitar
de um meio físico

SR - radiação - emitida por qualquer corpo (0 graus absoluto)


Princípios Físicos do SR

Energia Radiante ou Radiação Eletromagnética (REM)

É a energia transportada em forma de ondas


eletromagnéticas, sendo de especial importância para o SR
pois não necessita de um meio físico para se propagar.
É através dela que uma informação é transmitida do
objeto ao sensor.
Ela é gerada pelas transformações de outras formas de
energia tais como: cinética, química, elétrica, magnética e
nuclear.
Capaz de realizar trabalho, provocar aquecimento e
mudança de estado físico
Princípios Físicos do SR

Radiação Eletromagnética (REM)

Freqüência
Comprimento de onda
f
Princípios Físicos do SR

Radiação Eletromagnética (REM)

Modelo Ondulatório (Maxwell, HooKe)


“a propagação da energia se faz através de movimentos ondulatórios,
de um ponto a outro no espaça com velocidade 3.108 m/s”
λ - Comprimento de onda: é a distância entre dois máximos sucessivos
(unidade metros)
f- Freqüência: é o numero de ondas que passam por um ponto do espaço
num determinado tempo (unidade Hertz)
C - velocidade de propagação

C
λ=
f

f
Princípios Físicos do SR
Radiação Eletromagnética (REM)
Modelo Corpuscular (Planck, Einstein)
“preconiza que a energia se propaga pela emissão de um fluxo de
fotóns que se movem a velocidade da luz no vácuo (3.108 m/s)”
(processos de absorção e emissão da energia radiante)

E = h.f
E - energia dos fótons
h - constante de Planck (6.626 x 10-34 watts)
f - freqüência

λ= h.C
E
“quando a intensidade da radiação (energia incidente por segundo por
unidade de área), de uma dada freqüência é aumentada, mais fótons são
recebidos por uma superfície, mas a energia de cada um deles não aumenta”
Princípios Físicos do SR

Espectro Eletromagnético

Comportamento espectral de Alvos


Princípios Físicos do SR

Espectro Eletromagnético
< 0.003 nm - Raios Gama: Origem nuclear, alto poder de penetração;
0,003 - 100nm - Raios X: Altamente penetrante, origem atômica;
100 - 400nm - Ultravioleta: Atenuação pela atmosfera (dificulta seu
uso - poluição marinha e detecção de minerais;
400 - 760nm - Luz visível: Sensação de visão ao olho humano;
760 - 3.000nm - Infravermelho: absorvido pela maioria das
substâncias produzindo aquecimento, minerais de argila e radicais OH;
3.000 - 15.000nm - Infravermelho térmico;
15.000nm - 0.1 cm - Infravermelho distante;
0.1cm - 30 cm - Microondas: Radar, pouca atenuação da atmosfera;
> 30cm - Ondas de Rádio: comunicação, longas distâncias ( f; λ)
Princípios Físicos do SR

Radiação Eletromagnética (REM)

Luz Visível (400nm - 760 nm):


- violeta (400 - 460 nm)
- anil (460 - 475 nm)
- azul (475 - 490 nm)
- verde (490 - 565 nm)
- amarelo (565 - 575 nm)
- laranja (575 - 600 nm)
- vermelho (600 - 760 nm)

Infravermelho (760 nm - 3.000 nm):


- IV Próximo (760 - 1.300 nm)
- IV Médio (1.300 - 3.000 nm)
Princípios Físicos do SR

Interação da energia eletromagnética com o objeto terrestre


absorção reflexão transmissão
Fluxo incidente = fluxo refletido + fluxo absorvido + fluxo transmitido

Φi = Φr + Φa + Φt

IR R G B
Φi = Φi + Φi + Φi

1 = Bρ+G α R+ τIR
COMPRIMENTO DE ONDA
Princípios Físicos do SR

Reflectância
A Reflectância é uma propriedade do alvo, não sendo
possível de se medir com equipamentos comuns. Dessa forma,
utiliza-se de um artifício matemático, para caracterizar a
propriedade de um alvo) conhecido como Fator de Reflectância.

Fator de Reflectância

O fator de reflectância é uma relação existente entre a


radiância do alvo e a radiância de uma placa padrão (Superfície
Lambertiana - 100 % de reflectância)
Sensor de Laboratório

Sensor Calibrado!!!!
100% de reflectância
Princípios Físicos do SR

Fator de Reflectância
FR = L alvo/L placa L - radiância

ρa . Ei
Para as mesmas condições de
π (geometria, iluminação e pequeno
ρp . Ei espaço de tempo) temos:
π

FR = ρa / ρp FR ~
= ρa
Placa (sup. Lambertiana):
100% reflectância = 1
Aquisição da resposta espectral de folhas
Níveis de aquisição de dados em SR Orbital

920 km

400 km
3000 m

≅ 300 m
Fotografias Aéreas

≅ 20 m
Atenuação Atmosférica

• A energia eletromagnética ao atravessar a


atmosfera é absorvida, refletida e
espalhada pelos gases presentes nela.

• Os gases atmosféricos absorve


espectralmente a REM.
Processos de Atenuação
• Absorção: a REM é seletivamente absorvida pela
atmosfera através de seus vários constituintes
(ex.: ozônio, no visível) ⇒ janelas atmosféricas
• Espalhamento: a energia é modificada pela
mudança de direção
a) Espalhamento molecular (ou Rayleigh) = λ >> d
d = diâmetro da partícula
espalhamento ~ 1/ λ4
b) Espalhamento Mie:
λ~d espalhamento~ 1/ λ2 ou 1/ λ
c) Espalhamento não-seletivo:
λ <<d ⇒ todos os λ‘s são espalhados igualmente
Fatores que interferem no comportamento espectral medido dos alvos

Parâmetros atmosféricos
Os principais fatores que interferem na energia refletida do alvo que
atingem o sensor são:
UMIDADE: relação direta nos fenômenos de absorção e
espalhamento de determinado λ pela atmosfera.
AEROSSÓIS: Contribuem para o espalhamento

Atmosfera Molecular (Rayleigh)


λ>Ø
Mie

H2O
λ≡Ø
Espalhamento
Aerossóis Não Seletivo
λ<Ø
Fatores que interferem no comportamento espectral medido dos alvos
Parâmetros atmosféricos - espalhamento

Molecular (Rayleigh) λ>Ø


Espalhamento devido aos gases que se encontram na atmosfera.
Quando o menor λ maior o espalhamento.

λ de 475 nm (Azul)

λ de 600 nm (Vermelho)
Fatores que interferem no comportamento espectral medido dos alvos
Parâmetros atmosféricos - espalhamento
Mie λ≡Ø

O comprimento de onda da radiação é aproximadamente igual ao


diâmetro das partículas em suspensão no ar promovendo assim um
espalhamento seletivo.

Céu avermelhado em época de


seca dando a maior concentração
de partículas no ar no tamanho do
λ vermelho.
Fatores que interferem no comportamento espectral medido dos alvos
Parâmetros atmosféricos - espalhamento

Não Seletivo λ<Ø


Ocorre quando o diâmetro das partículas são maiores que os
comprimentos de ondas de qualquer componente da luz solar
visível. Neste caso a radiação de diferentes comprimentos de
onda serão espalhadas em todas as direções com igual
intensidade.
E
n
Energia solar incidente no topo da atmosfera
e
g
i
a
Energia solar incidente na superfície terrestre Radiação
I
n
solar
c
i
d
e
n
t
e

)
o
A

99% da energia solar que atinge a Terra encontra-se na


faixa de 0,28 a 4 µm. (70% 0,3 a 0,7 µm)
A máxima irradiância espectral ocorre em 0,55µm, que
corresponde à máxima eficiência visual (cor verde);
Atenuação Atmosférica
Janelas Atmosféricas: regiões do espectro eletromagnético
onde a absorção atmosférica é muito pequena. Nestas regiões a
atmosfera é quase transparente à energia eletromagnética.
Transmitância Espectral da Atmosfera Terrestre

Comprimento de Onda (µm)


Janelas Atmosféricas
Princípios Físicos do Sensoriamento Remoto

Onde aplicar????
Como usar???
USO DE SENSORES HIPERESPECTRAIS
Laboratório e Campo
Sensibilidade da resposta hiperespectral
na determinação do conteúdo de água em
diferentes espécies de Eucalyptus spp.

Mestranda: Taila Fernanda Strabeli


Orientador: Peterson Ricardo Fiorio
§ 18 espécies de Eucalyptus spp.
§ 3 Grupos: Plástico, Tropical e
Subtropical.
§ Fazenda Areão – ESALQ
§ “Associado ao projeto sobre a
ecofisiologia do eucalipto da
ESALQ, North Carolina State
University e empresas do projeto
BEPP TECHS” GG100 KLA314
Tro Sub
pical Trop
COP 1277 ical
Plás
tico
Material e Métodos

Foram selecionadas Superior O material coletado


Médio foi catalogado e
e marcadas:
Inferior levado para
4 árvores/espécie. 4 folhas/terço. laboratório.
Material e Métodos
Imersão em água
Área por 24 hrs
Foliar

CRA= (PF-
PS)/(PT-PS)
USO DE SENSORES HIPERESPECTRAIS

PROJETO FAPESP – BIOEN - APTA

Utilização de dados hiperespectrais para predição de


nitrogênio foliar em cana-de-açúcar
Doses: 0, 50, 100 e 150kg/ha
3- Aquisição da resposta espectral de dossel
5- Resultados preliminares de dossel
0,6
Visible Near-infrared Mid-infrared

0,5
0

Reflectance factor
0,4 50
100
150
0,3

0,2

0,1

0
350 600 850 1100 1350 1600 1850
Wavelength(nm)
USO DE IMAGENS ORBITAIS
APLICAÇÕES DO SENSORIAMENTO ESPECTRAL
BANDA FAIXA ESPECTRAL (µm) APLICAÇÕES
MAPEAR ÁGUAS COSTEIRAS
0,45-0,52(azul) DIFERENCIAR: SOLO E VEGETAÇÃO
1 DIFERENCIAR : CONÍFERA E DECÍDUA
2 0,52-0,60(verde) MAPEAR VEGETAÇÃO
QUALIDADE D'ÁGUA
ABSORÇÃO DA CLOROFILA
DIFERENCIAR ESPÉCIES VEGETAIS
3 0,63-0,69(vermelho) ÁREAS URBANAS, USO DO SOLO
AGRICULTURA
QUALIDADE D'ÁGUA
DELINEAR CORPOS D'ÁGUA
MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO
MAPEAMENTO GEOLÓGICO
4 0,76-0,90(IR próximo) ÁREAS DE QUEIMADAS
ÁREAS ÚMIDAS
AGRICULTURA
VEGETAÇÃO
USO DO SOLO
MEDIDAS DE UMIDADE DE VEGETAÇÃO
5 1,55-1,75(IR médio) DIFERENCIAR NUVEM E NEVE
AGRICULTURA
VEGETAÇÃO
MAPEAR ESTRESSE TÉRMICO EM PLANTAS
CORRENTES MARINHAS
6 10,40-12,50(IR termal) PROPRIEDADES TERMAL DO SOLO
OUTROS MAPEAMENTOS TÉRMICOS
7 2,08-2,35(IR médio) IDENTIFICAR MINERAIS
MAPEAMENTO HIDROTERMAL
TM-1 (azul)

TM-2 (Verde)

TM-3 (Vermelho)

TM-4 (IVP)
04/02/2008

15/09/2008

O QUE MUDOU NESSAS IMAGENS?


BANDA 1 BANDA 2

RIO DE JANEIRO
Imagem gerada pelo INPE/DGI

BANDA 3 BANDA 4

BANDA 5 BANDA 6 BANDA 7


COMBINAÇÃO DE BANDAS 3, 4, 5
azul, verde, vermelho
RIO DE JANEIRO
Imagem gerada pelo INPE/DGI

Combinação de duas bandas no


IR possibilita uma maior
diferenciação entre solo e água.

Tipos e condições de vegetações

Áreas urbanas e solos expostos

Água
COMBINAÇÃO DE BANDAS 1, 2, 3
(azul, verde, vermelho)

RIO DE JANEIRO
Imagem gerada no INPE/DGI

Realça informações sobre:


- regiões de águas rasas;
- turbidez;
- correntes; e
- sedimentos em suspensão.

Áreas Urbanas

Vegetação
Imagens de Satélite
Canal de São Sebastião
LANDSAT5: TM 45-PAN SPOT: RGB54-PAN

16/05/99
26/07/97
Imagens geradas no INPE/DGI
Imagens De Satélite
Brasília
Imagens de Satélite
Encontro dos Rios Negro e Solimões
USO DE IMAGENS ORBITAIS
X
SENSORES HIPERESPECTRAIS
Imagem Orbital TM - LANDSAT 5 -7
Composição RGB Lançamento 05/03/84
Banda 3 - Vermelho Altitude 705 km
Banda 4 - Verde Resolução temporal
Banda 5 - Azul - 16 dias
Resolução espacial
- 30 m (pixel 0,09 ha)
- 120 m (banda 6)
- 15 m (pan. Landsat 7)
Imagem inteira
- 185 km x 185 km
Bandas (microns)
- 1 (0,45-0,52) Azul
- 2 (0,52-0,60) Verde
- 3 (0,63-0,69) Vermelho
- 4 (0,76-0,90) I. Próximo
- 5 (1,55-1,75) I. Médio
- 6 (10,4-12,5) I. Termal
- 7 (2,08-2,35) I. Médio
- Pancromática (0,52-0,90)
Solos
Reflectância

Matéria Orgânica
Ferro
Umidade
Textura
2 1
710 RQo
. LVd-1
.
TOPOSSEQUÊNCIA 1

. .
700
690
680
670
LVAd-1
. LVd-2 LVd-1

.
660
650
640
Mudança de unidade de mapeamento
630 PVd-2
620
610 ∇ Drenagem da área PVAd-2
600
590
580
570
560 ∇
550
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200

710

700
RQo
. LVd-1
TOPOSSEQUÊNCIA 2
LVd-1

.
690

680

. Mudança de unidade de mapeamento . LVd-1

.
670
LVd-1
660

650

640
∇ Drenagem da área

. .LVd-3

CXbe-3
PVe-2

PVe-3
630 ∇
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800

Distância (m)
Método de levantamento de solos utilizando curvas espectrais

35

RQo (média) CX (média)


30
LVA (média) LV (média)
PA (média) NV (média)
25
Fator de Reflectância

PV (média) PVA (média)

20

15

10

0
TM_1 TM_2 TM_3 TM_4 TM_5 TM_7
Bandas
Método de levantamento de solos utilizando curvas espectrais

0,35
2:1 Caulinita
H2O
0,3 Matéria Orgânica
Fator de Reflectância

0,25

0,2

0,15

0,1
Hematita
Goethita
0,05
RQo LVd LVe LVef NVef NVefpp CXef
0
450 700 950 1200 1450 1700 1950 2200 2450

Comprimento de onda (nm)


Plataforma Aérea
• Aeronaves aéreas estáveis
• Sensores de varredura óptico-
eletrônico; fotográficos, e/ou
radar
• Possibilidade de:
coleta de dados e imagens
muito detalhadas
obtenção de dados de qualquer
local
obtenção de dados a qualquer
hora
• Problema custo
PLATAFORMA TERRESTRE
• Campo ou Laboratório
• Sistema Sensor
espectroradiômetro
radiômetro
• Sistema sensor posicionado
próximo ao alvo
tripé
mastro
andaime
torres
• Elimina o efeito da atmosfera
• Verdade Terrestre

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