Aula 091666142714

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Constatamos que na área existe a presença de todos os tipos de erosão:

o Pode-se visualizar a presença de erosão laminar (Salpico – Splash)


em toda a área de solo descoberto, o que acarreta em problemas de formação de
crostas e diminuição da taxa de infiltração no solo. A presença de erosão laminar já
é um indício de que processos erosivos mais avançados poderão se formar caso
não seja feita nenhuma intervenção;
o Há também a presença de erosão por ravinas (sulcos), principalmente
em toda a extensão dos taludes existentes na área;
o Nota-se também a presença de voçorocas, formadas de diversos
modos, tanto pela evolução das ravinas como por escoamento subsuperficial e
solapamento do teto e também pelo processo de erosão em cascata.
Foram feitos dois diques de contenção, na forma de barreiras (que são as
barreiras que formam as lagoas de água pluvial represada), e algumas outras obras
de intervenção que não ajudaram muito a conter o processo erosivo. Apesar de em
alguns pontos a sua intensidade ter sido diminuída, o processo continua ocorrendo.

VIII – De Outros Elementos

Não foram realizadas entrevistas ou colhidos depoimentos de outras pessoas


relacionadas com o caso.

IX – Glossário

Erosão: é a destruição física de rochas, solos e coberturas vegetais que


sofrem a ação de agentes erosivos (água da chuva ou pluvial, água de rios ou
fluvial, de vento, de gelo, de correntes e marés, de embate de ondas),
ocorrendo a retirada e o transporte do material na forma de fragmentos,
soluções e coloides para outros locais até atingir o nível base de erosão onde se
acumulam. A força da gravidade é essencial na distribuição ou redistribuição do
material de desgaste que se acumula em sítios preferenciais, transitórios (planícies
de aluvião, por exemplo) ou mais definitivos como as bacias de sedimentação
geológica.

SEMADES: Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento


Sustentável, de Campo Grande, MS.

X - Da Análise da Documentação

Não foram levantadas outras perícias ou documentação acerca da região.

XI – Discussões relacionadas à documentação

Não foram recolhidos depoimentos contraditórios com as condições


encontradas no local, logo não há possibilidade de discussões relacionadas à
documentação.

XII – Das Medidas Mitigadoras

É necessária intervenção imediata no local. É preciso realizar estudos mais


detalhados sobre a área para identificar bem quais as melhores medidas mitigadoras
que podem ser tomadas.
Algumas sugestões de medidas mitigadoras são:
o Arrumar toda a drenagem da área por meio de novas obras. Construir
canais de alvenarias nos locais onde já foram abertos canais pela erosão. Melhorar
a eficiência dos dissipadores de energia para diminuir a velocidade de escoamento
superficial da água. Fazer um estudo dos locais mais propícios à erosão na área,
ou dos mais afetados e desviar as linhas de drenagem destes locais;
o Plantar cobertura vegetal nos taludes;
o Estabilizar as voçorocas em desenvolvimento usando tecnologias e
métodos apropriados.
Além do problema da erosão, existem ligações irregulares de esgoto na linha
de drenagem pluvial que desemboca na área, o que contamina o local e o torna
insalubre.
XIII – Da Conclusão

Conclui-se que a área analisada está sendo fortemente degradada por


processos erosivos e que é necessária intervenção imediata para estabilizar estes
processos. Esta intervenção deve ser muito bem feita, principalmente devido ao fato
de que se pretende construir lotes residenciais no local, assim é necessário que o
terreno esteja firme o suficiente para que essas construções possuam segurança e
estabilidade em curto e longo prazo.

XIV - Do Encerramento
Nada mais havendo a lavrar, deu-se por encerrado o presente laudo técnico,
digitado no anverso de 22 (vinte e duas) folhas, que relatado pelo grupo de alunos
apresentado na capa vai devidamente assinado.

Campo Grande, MS, 30 de agosto de 2006.

Perito Ambiental

ANEXOS

Em anexo temos uma seleção do material fotográfico que foi produzido


durante a vistoria. Todas as fotos estão dispostas seguindo o mesmo sentido em
que a área afetada foi percorrida.

Foto 1 – Primeira saída de drenagem pluvial logo atrás do Makro Atacadista,


Onde o processo erosivo tem início. Pela cor, aspecto e cheiro da água
represada na estrutura dissipadora de energia pode-se inferir que há lançamento de
esgoto clandestino nesta tubulação de drenagem pluvial.

Foto 2 – Taludes com pouca vegetação ou totalmente descobertos, que


cercam esta primeira saída de drenagem da foto 1. Nota-se a presença de erosão
por ravinas. Ao fundo podemos visualizar o Makro Atacadista.

Foto 3 – Na parte frontal da foto é possível visualizar a lagoa formada pela


barragem de contenção e o dispositivo de concreto usado para sua drenagem em
caso de cheia. Ao fundo está a rodovia, o posto de gasolina e os taludes
descobertos em torno da área da saída da primeira drenagem.
Foto 4 – Saída da drenagem da lagoa da barragem de contenção. Ao fundo,
visualiza-se o Makro Atacadista.

Foto 5 – Voçoroca formando um canal a partir da saída da segunda linha de


drenagem, descrita na foto 4. Pode-se visualizar bem também a presença de ravinas
e sulcos nos taludes. Também é possível ver a área totalmente antropizada, sem
vegetação e com alto índice de solo descoberto.
Foto 6 – Bacia de contenção após a segunda linha de drenagem, mostrando
também uma lagoa de água pluvial represada. E ao fundo nota-se novamente os
taludes descobertos e com processo de erosão por ravinas.

Fotos 7 e 8 – Saída de uma quarta linha de drenagem pluvial, que não está
relacionada com a primeira linha e nem com as barragens de contenção, e seu
respectivo canal de drenagem, todo feito em alvenaria.
Foto 9 – Voçoroca já em estágio avançado formando um canal de
escoamento.

Foto 10 – Área altamente degradada por processos erosivos. No meio da foto


pode-se visualizar uma elevação que demonstra onde costumava ser o nível do
terreno nesta área.
Foto 11 – Ao fundo está o Makro Atacadista. Nesta foto pode-se visualizar
bem a diferença entre as cotas de nível do terreno antes e depois. E pode-se
perceber a presença de erosão laminar e por ravinas. Também vemos a presença
de areia na composição do solo, o que aumenta mais ainda o seu potencial de
erodibilidade.

Foto 12 - Voçoroca formada pelo escoamento subsuperficial, provocando


solapamento do teto e formação de dutos.
Foto 13 – Detalhe da formação de dutos e do solapamento das camadas
superiores devido ao arraste das camadas inferiores pelo escoamento
subsuperficial. Este é um detalhe da voçoroca da foto 12 acima.

Foto 14 – A partir da Voçoroca da foto 12 forma-se este pequeno riacho pelo


escoamento subsuperficial da voçoroca e pelas águas provenientes da drenagem
pluvial. É possível notar também que a linha ao fundo era o nível original do terreno
e também a falta de cobertura vegetal, a presença de solo arenoso e um processo
de erosão por ravinas no local onde a água escoa.

Foto 15 – Outra visão da voçoroca da foto 12.


Foto 16 – A foto ilustra o último ponto da cadeia de erosões, onde já existe a
presença de mata em pequena quantidade e o acesso tornou-se impossibilitado.

Foto 17 – Visão oposta ao local do último ponto visitado, onde estavam sendo
realizadas obras de contenção. Pode-se notar também a presença de uma voçoroca
com taludes sofrendo processo erosivo de ravinas.
VOCABULÁRIO ÚTIL

Ação: É o direito de pedir ao Estado a prestação de sua atividade


jurisdicional em um caso concreto, ou seja, o direito de invocar o exercício da função
jurisdicional.
ACP: Ação Civil Pública.
Antrópico: De origem humana. Aquilo que é resultante da ação humana
sobre o ambiente natural.
Auto: Expressão física do processo ou instrumento de um procedimento.
Autuação: É um ato cartorário pelo qual a petição inicial é transformada em
processo.
Contrato: Acordo de vontades para modificar, extinguir ou criar uma relação
jurídica.
Despachos: Atos praticados pelo juiz no simples encaminhamento de um
processo.
Exame: Forma de perícia, mais utilizada em matéria criminal.
Falsa Perícia: Quando o perito não diz a verdade. Constitui crime previsto no
Código Penal.
Honorários: Pagamento do perito pelo serviço prestado.
Impedimentos: Em determinadas situações, aqueles que exercem ou
auxiliam o Poder Judiciário não devem atuar.
Insalubridade: Diz-se das atividades ou operações que, por sua natureza,
condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à
saúde acima dos limites de tolerância, fixados em razão da natureza ou da
intensidade e do tempo de exposição aos seus efeitos.
Intimação: Ato pelo qual se dá a ciência a alguém dos atos e termos do
processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa.
Juntada: Ato do cartorário que certifica que algum documento foi anexado
aos autos. Ato com que o escrivão certifica o ingresso de uma petição nos autos.
Laudos: Conclusões escritas e fundamentadas, onde serão apontados
circunstâncias e pareceres submetidos a exame do especialista, adotando-se
respostas objetivas ao assunto
Obrigação: É o vínculo pessoal de direito existente entre devedor e credor,
visando à prestação ou contraprestação em termos monetários.
Petição: Forma de apresentar um requerimento ou um ato processual
específico.
Prova: São os meios que as partes se utilizam para demonstrar as teses
defensivas. Elas podem ser testemunhais, documentais ou periciais.
Prova Pericial: Ocorre quando o juiz necessita de informações técnicas que
ultrapassam o conhecimento leigo. A prova pericial não vincula o juízo, quer apenas
se utilize dela para embasar sua decisão.
Quesitação: Perguntas formuladas pelas partes e pelo juízo em uma perícia.
Elas devem ser claras e precisas, bem como vincular-se ao objeto em litígio,
evitando-se quesitação meramente subjetiva.
Quesitos: São as perguntas que compõem a quesitação.
Sentença: Ato pelo qual o juiz tenta pôr termo ao processo, decidindo ou não
o mérito da causa.

REFERÊNCIAS

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Brasileira, 2006.
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JORDAO, E. P.; PESSOA, C. A. Tratamento de Esgotos Domésticos. 4. ed. Belo
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RESOLUÇÃO CONAMA nº 001, de 23 de Janeiro de 1986. Dispõe sobre critérios
básicos e diretrizes gerais para a avaliação de impacto ambiental.
RESOLUÇÃO CONAMA nº 237, de 19 de Dezembro de 1997. Dispõe sobre a
revisão e complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o
licenciamento ambiental.
RESOLUÇÃO CONAMA no 357, de 17 de Março de 2005. Dispõe sobre a
classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento,
bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá
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SÁNCHEZ, L. E. Desengenharia: o passivo ambiental na desativação de
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SEIFFERT, Mari Elizabete Bernardini. ISO 14001 sistemas de gestão ambiental:
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