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NATAÇÃO

PROF. FABRÍCIO COSTA


DE OLIVEIRA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA

Prof. Fabrício Costa de Oliveira

NATAÇÃO

Marília/SP
2022
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior


A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
geração, sistematização e disseminação do conhecimento,
para formar profissionais empreendedores que promovam
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e
cultural da comunidade em que está inserida.

Missão da Faculdade Católica Paulista

Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
www.uca.edu.br

Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma
sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria,
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a
emissão de conceitos.
NATAÇÃO
PROF. FABRÍCIO COSTA DE OLIVEIRA

SUMÁRIO
CAPÍTULO 01 O QUE É NATAÇÃO? 06

CAPÍTULO 02 HISTÓRIA DA NATAÇÃO 23

CAPÍTULO 03 PRINCÍPIOS DA HIDRODINÂMICA PARA 42


NATAÇÃO

CAPÍTULO 04 PRINCIPAIS COMPETIÇÕES DE NATAÇÃO 66

CAPÍTULO 05 METODOLOGIAS DE TRABALHO DA NATAÇÃO 98

CAPÍTULO 06 ORGANIZAÇÃO DE PROGRAMAS DE 127


NATAÇÃO

CAPÍTULO 07 ADAPTAÇÃO AO MEIO LÍQUIDO 146

CAPÍTULO 08 NADO CRAWL OU LIVRE 165

CAPÍTULO 09 NADO DE COSTA 181

CAPÍTULO 10 NADO DE PEITO 200

CAPÍTULO 11 NADO BORBOLETA 217

CAPÍTULO 12 ENTRADAS E VIRADAS 236

CAPÍTULO 13 BRINCADEIRAS E JOGOS NAS AULAS DE 255


NATAÇÃO

CAPÍTULO 14 SALVAMENTO AQUÁTICO E OS CUIDADOS 273


DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA
NATAÇÃO

CAPÍTULO 15 NATAÇÃO PARA GRUPOS ESPECIAIS 290

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CAPÍTULO 1
O QUE É NATAÇÃO?

• Posição do Confef sobre a natação.


• Definições e conceitos;
• O papel do Professor de Educação Física na natação;
• Federações e confederações de natação;

Título: Natação
Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto/pessoa-nadando-na-agua-fazendo-bracadas-de-estilo-livre-87831/

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

O professor de Educação Física atua como incentivador e inspiração positiva.

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Em 1994, com 12 anos de idade, tive a experiência de participar da escola de


natação ofertada pelo município que morava. Era um projeto social que tinha como
propósito, o incentivo e movimentação esportiva da Secretaria de Esportes Municipal.
O professor de Educação Física Sidnei era o responsável pelas atividades aquáticas.
Lembro do primeiro dia de aula: ele colocou todos os alunos na borada da piscina para
uma conversa sobre a aula, falou para os alunos mais avançados onde eles deveriam
nadar e o que deveriam fazer. Orientou os alunos intermediários a pegar o material e
ir para o outro lado da piscina. Ficou comigo e mais três outros alunos que iniciaram
o projeto. A primeira pergunta que ele fez foi: aquela parte da piscina é bem fundo e
não dá pé para vocês, quem consegue se virar no fundo? Eu prontamente disse que
conseguia, porque sabia nadar. Ele então pediu para que eu mostrasse tudo que sabia
fazer na aula. Na fala dele, eu já sabia fazer o nado do Tarzan, mergulhar de fora da
piscina na barrigada, mergulhar de olho aberto e soltar o ar dentro da água. Isso era
muito bom. Na aula seguinte eu fui para a turma dos intermediários.
O relato que acabamos de apresentar aqui aconteceu na prática e marcou a minha
vida. O professor Sidnei até hoje atua como professor de natação e eu nunca mais
parei de nadar. Hoje com quarenta anos, ainda participo de competições em águas
aberta e competições na minha região.

ANOTE ISSO

Posição do Confef sobre a natação é de que somente o professor de Educação


Física formado e registrado pode ministrar e desenvolver programas de natação.

Rio de Janeiro, 29 de junho de 2015.

Resolução CONFEF nº 280/2015

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Dispõe sobre Especialidade Profissional em


Educação Física em Desportos Aquáticos.

O PRESIDENTE DO CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA - CONFEF, no uso


de suas atribuições estatutárias, conforme dispõe o inciso IX, do art. 43;

CONSIDERANDO a Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996, na especificidade


do tratamento dispensado à Especialização como curso superior, em nível de pós-
graduação Lato Sensu, que se segue aos cursos de graduação;

CONSIDERANDO a Resolução CONFEF nº 255 de 18 de junho de 2013, do Conselho


Federal de Educação Física, que define Especialidade Profissional em Educação Física;

CONSIDERANDO a Resolução CONFEF nº 046, de 18 de fevereiro de 2002, do


Conselho Federal de Educação Física, que dispõe sobre a Intervenção do Profissional
de Educação Física e respectivas competências e define seus campos de atuação
profissional;

CONSIDERANDO a Resolução CNE/CES nº 7, de 31 de março de 2004, do Conselho


Nacional de Educação, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos
de graduação em Educação Física, em nível superior de graduação plena;

CONSIDERANDO a missão do CONFEF de dotar a sociedade de parâmetros de


aferição da qualidade do exercício profissional, bem como as exigências do campo
de trabalho do Profissional de Educação Física, decorrentes dos avanços científicos
e tecnológicos da área específica e de áreas correlatas;

CONSIDERANDO a importância da formação profissional em nível de Especialidade


para o desempenho de funções específicas e próprias do exercício profissional, com
segurança, competência e responsabilidade ética;

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CONSIDERANDO que a organização do esporte nacional identifica “Desportos


Aquáticos” como uma grande área onde está incluída a natação, os saltos ornamentais,
o polo aquático e o nado sincronizado;

CONSIDERANDO a relevância do trabalho interdisciplinar em Desportos Aquáticos


(natação, saltos ornamentais, polo aquático e nado sincronizado) e a necessidade
das ações realizadas pelos diferentes profissionais de nível superior como condição
para se oferecer aos praticantes destas modalidades esportivas orientações para a
aprendizagem e o treinamento de qualidade, na iniciação e no alto rendimento;

CONSIDERANDO o estudo do Grupo de Trabalho sobre Especialidade Profissional


em Educação Física do CONFEF, realizado no ano de 2006; os estudos da Comissão
de Ensino Superior e Preparação Profissional do CONFEF, realizados nos anos de
2010 e 2011; e reunião realizada em 2011, pelos representantes do CONFEF junto às
Câmaras Técnicas da Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde,
do Ministério da Saúde;

CONSIDERANDO a Oficina Temática sobe Especialidades Profissionais, realizada no


ano de 2011, coordenada pela Comissão de Ensino Superior e Preparação Profissional
do CONFEF, com a participação dos Presidentes de Conselhos Regionais de Educação
Física e o que foi aprovado em reunião do Plenário do Conselho Federal de Educação
Física, realizada em 26 de março de 2011;

CONSIDERANDO a deliberação do Plenário do CONFEF, em reunião ordinária de 08


de maio de 2015;

RESOLVE:

Art. 1º - Definir os desportos aquáticos como área de Especialidade Profissional


em Educação Física.

Art. 2º - A Especialidade Profissional em Educação Física é definida como um


ramo ou uma competência específica dentro desta profissão, que objetiva aprofundar

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e/ou aprimorar conhecimentos, técnicas e habilidades, além de agregar conteúdos


específicos da prática vivenciada em um determinado tipo de intervenção.

Parágrafo único - A Especialidade Profissional em desportos aquáticos para efeito de


reconhecimento pelo Sistema CONFEF/CREFs e para atuação profissional específica,
destina-se, exclusivamente, aos Profissionais de Educação Física que tenham concluído
o curso de bacharelado em Educação Física.

Parágrafo único - A Especialidade Profissional em desportos aquáticos para efeito de


reconhecimento pelo Sistema CONFEF/CREFs e para atuação profissional específica,
destina-se, exclusivamente, aos Profissionais de Educação Física que tenham concluído
o curso superior de Educação Física e estejam devidamente registrados no Sistema
CONFEF/CREFs. (Redação dada pela Resolução CONFEF nº 342/2017)

Art. 3º - No contexto das políticas públicas e privadas de esporte, especificamente


nos programas, ações e estratégias de desenvolvimento do desporto e paradesporto
em suas diferentes dimensões, desde a iniciação esportiva até o esporte de rendimento,
compete aos Profissionais de Educação Física:
I - Desenvolver ações pedagógicas para a iniciação esportiva nos desportos aquáticos,
por meio da consciência do movimento corporal, levando em consideração as diferentes
etapas do processo de crescimento e desenvolvimento humano;
II - Desenvolver ações de treinamento nos desportos aquáticos, nas diferentes
categorias de competição, considerando as dimensões física, técnica, tática, psicológica,
intelectual e moral;
III - Avaliar, planejar e definir indicações e contraindicações para a realização do
treinamento individual e em conjunto, em diferentes faixas etárias, considerando fatores
de risco, estratégias e metodologias adequadas às necessidades do indivíduo e/ou
equipe;
IV - Prescrever, organizar, adequar, programar, dirigir, desenvolver e ministrar
programas de treinamento nos desportos aquáticos atuando, quando necessário, de
forma multidisciplinar;
V – Avaliar as técnicas competitivas a partir das regras atualizadas;
VI – Promover, organizar, adequar os desportos aquáticos no contexto da saúde e
do bem estar da população de forma individual e coletiva;

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VI - Prestar serviços de consultoria, auditoria e assessoria na área de especialidade;


VII – Desenvolver pesquisa, investigação científica e tecnológica na área de
especialidade.

Art. 4º - Cabe ao Profissional de Educação Física atuar e contribuir de forma efetiva


para a qualidade do trabalho em equipe multiprofissional, em conformidade com o
Código de Ética do Profissional de Educação Física e sem renúncia à autonomia
técnico-científica.

Art. 5º - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogando as


disposições em contrário.
Jorge Steinhilber- Presidente CREF 000002-G/RJ

Publicado no DOU nº 132, de 14/07/2015 – Seção 1 – fls. 84

ANOTE ISSO

O professor de Educação Física é o profissional que, por sua vinculação ao Confef,


titulação acadêmica e habilidades técnicas, está autorizado a desenvolver a prática
da natação no Brasil.

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO


DE EDUCAÇÃO FÍSICA CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA GABI JULIANE
PETRY NATAÇÃO E BEM-ESTAR SUBJETIVO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
CURITIBA 2018. Disponível em: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/7887/1/
CT_COEFI_2018_1_06.pdf

O contato do homem com o meio líquido é antigo, remota à própria história da


humanidade. Não se sabe como houve o surgimento da natação, se por necessidade
na busca por alimentos ou abrigo, ou pelo prazer. Existem várias maneiras de se
deslocar na água, mas na natação clássica são quatro os principais estilos de nados
- crawl, costas, peito e borboleta.
O nado crawl é considerado o mais rápido e eficiente. A natação é uma atividade cíclica,
pois envolve uma sequência fechada de movimentos, que se repetem sucessivamente.

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Ela é uma importante ferramenta para iniciar o aprendizado e o aperfeiçoamento


das capacidades motoras mais utilizadas no cotidiano como: a resistência, a força, a
flexibilidade, a agilidade e a velocidade.
O meio aquático é visto como uma forma de ligação do desenvolvimento de suas
potencialidades e descoberta de suas limitações, a aprendizagem da natação exige
equilíbrio corpóreo e psíquico, pois são recrutados vários grupamentos musculares de
forma dinâmica. Na natação há um estímulo à socialização, sendo possível através
dela proporcionar a conquista de autoconfiança e novas experimentações no campo
sensorial, onde a mudança em função da gravidade no meio líquido traz uma alteração
de espaço o que gera uma adaptação e posteriormente uma reorganização.
A estimulação tátil oferecida pelo contato da água com a pele contribui no aumento
dos efeitos produzidos por técnicas corporais e de respiração sobre a mente e as
emoções dos praticantes. Ainda a água facilita a locomoção da pessoa sem grande
esforço, reduzindo o estresse das articulações que sustentam o peso do corpo,
ajudando no equilíbrio estático e dinâmico. A água reduz o impacto e a velocidade
dos movimentos, diminuindo o risco de qualquer tipo de lesão.
Sendo assim, são inúmeros os benefícios da natação, é um dos esportes mais
completos e recomendados pelos médicos, e que possui menos restrições. Seus
benefícios vão desde a regulação térmica acionado pelas constantes mudanças de
temperatura da água, fazendo com que o organismo cria resistência às mudanças
bruscas de temperatura externas, o aumento do metabolismo devido ao esforço do
exercício juntamente com a pressão e resistência da água, promovendo o fortalecimento
da musculatura cardíaca e consequentemente melhoria do sistema circulatório,
aumentando a capacidade de transporte de oxigênio.
Também são vistas melhorias no aparelho respiratório, aparelho locomotor e diversos
benefícios fisiológicos e cognitivos.
Quanto aos benefícios psicossociais, se iniciam com a liberdade de movimentação
na água. Fazendo com que haja experimentação de seus potenciais conhecendo
a si próprio. Começando assim o encanto da natação, aumentando a autoestima,
autoconfiança, autoimagem e independência. Portanto fica evidente a associação da
natação com a qualidade de vida, seus benefícios com índices baixos de lesão fazem
com que a natação seja um esporte praticado por todas as idades, indicado desde
aos recém-nascidos até aos idosos

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ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

O Professor de Educação Física bacharel e licenciado tem papel fundamental na


iniciação e esportivização da natação.

Esporte V: natação [recurso eletrônico] / Leonardo Ristow ... [et al.] ; revisão técnica:
Marcelo Guimarães Silva. – Porto Alegre : SAGAH, 2021.
D i s p o n í v e l e m : h t t p s : // i n t e g r a d a . m i n h a b i b l i o t e c a . c o m . b r / r e a d e r /
books/9786556902845/pageid/1

A natação é um esporte que demanda as habilidades de permanecer e de se locomover


dentro d’água. Assim, o ensino da natação é caracterizado pela sistematização de
sequências pedagógicas de ensino compostas por subdivisões e conteúdo para a
preparação dos indivíduos no meio aquático, que não é o nosso de origem.
A modalidade pode ser subdividida em natação elementar utilitária, esportiva formal
e esportiva competitiva, todas interligadas por objetivos do praticante. Ainda, o processo
de aprendizagem desse esporte precisa ter viés de segurança para praticantes e
apreciadores, devido aos riscos que pode ocorrer se o indivíduo não estiver devidamente
preparado para permanecer e se locomover no meio aquático. Para isso, metodologias
e habilidades são empregadas para o ensino da natação, independentemente da faixa
etária do aluno. Neste capítulo, vamos explicar os âmbitos que podem ser utilizados
na prática da natação, bem como fornecer diversas informações sobre o processo de
ensino e aprendizagem da modalidade e sobre a importância da natação elementar
utilitária na organização funcional desse esporte A aplicação da natação em seus
diversos âmbitos
A natação é um exercício em que habilidades relativas a movimentos aquáticos são
utilizadas para transladar na água. É considerado um dos esportes mais completos
em relação aos movimentos corporais, apresentando inúmeros benefícios tanto para
o corpo quanto para a mente. Essa modalidade esportiva surgiu da observação do
homem ao deslocamento animal em meio aquático: o ser humano percebeu que
cada animal possuía técnicas únicas de locomoção, então se deu conta de que, para
locomover-se naquele meio, precisava criar técnicas que sustentam essa locomoção.
Com o passar dos séculos, a atividade deixou de ser somente uma forma de
deslocamento e se tornou um esporte. Os benefícios da natação incluem, por exemplo,
a melhora no desenvolvimento cognitivo (capacidades motora, cognitiva e afetiva) em

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crianças. Além disso, por meio da prática desse esporte, pessoas de todas as faixas
etárias desenvolvem habilidades importantes para a segurança e o desempenho motor
diário (lateralidade, visual, noção espacial e temporal, ritmo), além de melhoras nos
sistemas cardiorrespiratório e muscular, na coordenação, na força, na velocidade e
no equilíbrio.
Para que essas habilidades sejam desenvolvidas, o ensino da natação acontece
de maneira global, analítica e sintética, com objetivos de aprendizagem da técnica
dos quatro estilos de nado. Nesse sentido, a prática da modalidade deve ser aliada a
habilidades, respeitando as características individuais de cada nado e, por consequência,
contribuindo para a formação geral da competência para o esporte. Somado a isso,
quando um indivíduo entra no ambiente aquático, envolve-se com forças do meio
(como a propulsão, impulso para vencer o arrasto da água); portanto, para nadar de
forma independente e em segurança, é necessário estar ambientado com o meio e
ter, com ele, uma relação confiante e saudável.
Para ter bom desempenho na natação, é necessário treinamento constante,
com base na sistematização dos movimentos específicos do esporte, bem como
no aperfeiçoamento de variáveis de interesse aos diferentes nados desenvolvidas
sequências pedagógicas, que possibilitam o ensino de maneira progressiva. Dessa
forma, uma das melhores formas para aderir ao esporte e alcançar melhor desempenho
são as aulas de natação supervisionadas. As escolas de natação disponibilizam turmas
para crianças e para adultos, com variados níveis de prática e objetivos, aprendizagem,
saúde e desempenho.
Ainda, com o decorrer do tempo, as aulas passaram a englobar o processo de ensino
e aprendizagem dos quatro nados (crawl, costas, peito e borboleta), começando por
um período de adaptação ao meio aquático, com posteriores sequências pedagógicas
do “aprender a fazer” os nados convencionais, deixando de lado todas as demais
experiências corporais aquáticas para além do conteúdo esportivo. Porém, muito além
de dominar os movimentos da natação, é importante que os nadadores se adaptem
ao meio aquático, visando criar estratégias autônomas e seguras para utilizar em
diferentes situações. Com tantas variáveis em jogo, é fundamental que os professores/
treinadores estejam bem informados a respeito dos métodos e dos processos de ensino
e aprendizagem que concernem a esse esporte. A natação apresenta uma organização
estrutural-funcional, subdividida em três níveis diferentes: a natação elementar utilitária,
a natação esportiva formal e a natação esportiva competitiva.

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Assim, a estrutura de ensino e aprendizagem desse esporte pode ser visualizada


como uma pirâmide: há a necessidade de uma base forte (elementar utilitária), com
o envolvimento de todos os processos iniciais da modalidade (movimentos básicos,
adaptações, segurança, formas de auto salvamento e de salvamento de demais, etc.),
seguida pela progressão para a prática formal competitiva do esporte e, se for o desejo
do indivíduo, pela evolução à prática competitiva.
A natação esportiva (formal ou competitiva) se baseia em esquemas de movimentos-
padrão (característicos dos nados) e em demais técnicas comuns ao esporte, como
saídas e viradas, para que se possa participar de competições. É importante salientar
que, para a segurança de todos, com-petir deve ser um ato restrito a quem tem
consciência do que uma competição implica, das consequências da derrota ou da
vitória, bem como a quem possui o domínio de habilidades básicas da natação, de
forma que possa permanecer em segurança mesmo em situações de pressão.
Habilidades aquáticas básicas De modo geral, o processo de ensino e aprendizagem
da natação deve permitir que o aluno se movimente de todas as formas possíveis
dentro d’água, para que conheça os próprios limites e possibilidades, e, assim, sinta
prazer em nadar. Objetivos específicos relativos a habilidades aquáticas básicas, porém,
devem ser trabalhos para que o aluno se sinta à vontade e seguro no meio aquático,
como respiração, flutuação, controle corporal/equilíbrio, propulsão e relaxamento. Ao
dominar minimamente essas habilidades, os nados elementares podem ser explorados
e estendidos para a natação elementar utilitária.
O papel da natação elementar de maneira utilitária. Para sobreviver em meio aquático,
não é necessário dominar todas as habilidades de todos os nados (crawl, costas, peito
e borboleta), mas é necessário dominar as habilidades apresentadas na seção anterior
e alguns nados elementares e alternativos. Assim surgiu a natação elementar utilitária,
que é a utilização de estilos alternativos da natação para a autossobrevivência e o auto
salvamento, bem como para o salvamento de demais indivíduos de afogamentos. Os
estilos de nados elementares utilitários mais conhecidos são os seguintes.

ANOTE ISSO

O papel da natação elementar de maneira utilitária está na prática esportiva e


também na segurança e salvamento.

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Federações e confederações de natação

A Federação Internacional de Natação (FINA) é o organismo máximo responsável


pelos desportos aquáticos, como a natação em todo o mundo.
A Federação Internacional de Natação (FINA) é reconhecida pelo Comité Olímpico
Internacional como o principal organismo dos desportos aquáticos, a saber: Natação
Pura, Saltos para a Água, Natação Sincronizada, Pólo Aquático, Natação em águas
abertas. A sede da FINA está localizada na cidade suíça de Lausana.

ORIGEM E OBJECTIVOS DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DA NATAÇÃO (FINA)


A Federação Internacional da Natação (FINA) nasceu durante os Jogos Olímpicos de
Londres, em 1908, pela mão de 8 federações nacionais: Alemanha, Bélgica, Dinamarca,
Finlândia, França, Grã-Bretanha, Hungria e Suécia. Os objetivos desta associação
traduziam-se em estabelecer regras unificadas para as várias disciplinas, confirmar
recordes mundiais estabelecendo uma lista actualizada dos recordes e a gestão das
competições olímpicas nos Jogos Olímpicos. Actualmente, os principais objetivos
são os seguintes:
• Promoção e Divulgação de todas as disciplinas de natação em todo o mundo,
assim como a participação de todas as raças, idades e géneros
• Promoção de um desporto livre de drogas
• Adopção de regras unitárias para as várias disciplinas

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• Promoção e organização de várias competições como os Campeonatos do


Mundo
• Promoção do crescimentos de infra-estruturas destinadas aos Desportos
Aquáticos
• ACTIVIDADE DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DA NATAÇÃO (FINA)
• Levar a uma consciência global da importância do exercício físico através do
quão atrativo são os desportos aquáticos.
• Desenvolver regras harmoniosas para as várias disciplinas de forma a levar a
um melhor entendimento em todo o mundo.
• Garantir a aplicação dos princípios de fair-play e do anti-doping
• Reforçar a cooperação entre as várias federações nacionais membros da FINA
• Motivar as autoridades nacionais a integrar a natação na política desportiva
• Organizar competições internacionais para promover os desportos aquáticos
• Assegurar um calendários alargado de provas com enfoque nas provas
organizadas pela FINA
• Promover uma maior visibilidade aos Campeonatos Mundiais de Masters, sendo
organizados ao mesmo tempo dos Campeonatos Mundiais
• Usar as actuais ferramentas tecnológicas para motivar uma vida activa das
pessoas
• Aumentar a consciência global acerca da sustentabilidade ambiental

ADMINISTRAÇÃO DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DA NATAÇÃO (FINA)


A Administração da Federação Internacional da Natação (FINA) é composto pelo
Presidente, Tesoureiro Honorário, 5 Vice-Presidentes (1 de cada continente) e 18

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membros adicionais. Dos 25 membros com poder de voto, 17 são eleitos no Congresso
Geral. de acordo com as eleições em cada organização continental e respeitando uma
divisão geográfica: 4 de África, 4 da América, 4 da Ásia, 4 da Ásia e 1 da Oceânia.
Outros 8 elementos são eleitos, com um máximo de 1 de África, 2 da Ásia, 2 da
América, 2 da Europa e 1 da Oceânia. Desses 17 membros, são eleitos o Presidente,
os 5 Vice-presidentes e o Tesoureiro Honorário. Os direitos e deveres da Administração
da Federação Internacional da Natação (FINA) são os seguintes:
• Discussão e tomada de decisão de matérias atribuídas à Administração pelos
Congressos
• Interpretação e Imposição das regras da FINA
• Intervenção em qualquer matéria relacionada com a FINA
• Submissão de propostas ao Congresso Geral
• Decisão e Publicação de Estatutos Administrativos
• Decisão e Publicação de Regulamentos para as competições da FINA
• Decisão sobre os Prémios FINA
• Tomada de decisões em caso de emergência
• Aprovação do título de árbitro, juiz ou juiz de linha internacional
• Estabelecimento de regras para as reuniões do Congresso Geral, Congresso
Técnico, Administração, Comités para não entrar em conflito com a constituição
da FINA
• Escolha dos locais e datas das competições da FINA e o controlo de todas as
competições que envolvam desportos aquáticos em Jogos Olímpicos e nas
várias competições
• Nomeação, Instrução e Controlo dos vários Comités da FINA
• Nomeação de Delegados para as principais competições internacionais
• Nomeação do Director Executivo da FINA, sob proposta do Presidente.
• Definição da missão, visão estratégica, políticas e valores, em particular, no que
respeita à organização e desenvolvimento dos desportos aquáticos por todo o
Mundo
• Supervisão da gestão efectuada pelo Director Executivo pela FINA
• Aprovação do orçamento e das auditorias financeiras
• Nomeação dos Presidentes, Vice-Presidentes e membros das várias comissões
com excepção daquelas que são eleitas pelo Congresso

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• Proposta de eleições dos Presidentes e Membros do Painel de Ética e do Comité


de AuditoriA

PRESIDENTES DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DA NATAÇÃO (FINA)


1908/1924 – George Hearn
1924/1928 – Erik Bergvall
1928/1932 – Émile-Georges Drigny
1932/1936 – Walther Binner
1936/1948 – Harold Fern
1948/1952 – Rene de Raeve
1952/1956 – M.L. Negri
1956/1960 – Jan de Vries
1960/1964 – Max Ritter
1964/1968 – William Berge Phillips
1968/1972 – Javier Ostos Mora
1972/1976 – Harold Henning
1976/1980 – Javier Ostos Mora
1980/1984 – Ante Lambasa
1984/1988 – Robert Helmick
1988/2009 – Mustapha Larfaoui
Desde 2009 – Julio Maglione

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CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE DESPORTOS AQUÁTICOS

Fundada como Confederação Brasileira de Natação (CBN), em 21 de outubro de 1977,


a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos completou 40 anos de fundação,
em 2017. Atualmente, o presidente da CBDA é o pernambucano Luiz Fernando Coelho
de Oliveira.

A nomenclatura foi mudada em 1988 para adequação, já que a CBDA administra


cinco modalidades: natação, águas abertas, pólo aquático, saltos ornamentais e nado
artístico.

ANOTE ISSO

A CBDA, atualmente, tem todos os 26 estados brasileiros, além do Distrito Federal,


como federações filiadas.

FILIADA À FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE NATAÇÃO


FILIADA AO COMITÊ OLÍMPICO BRASILEIRO
CNPJ 29.980.273/0001-21
ENDEREÇO: Avenida Presidente Vargas, 463, 7° andar, Centro – Rio de Janeiro/
RJ – Cep: 20071-908
Os telefones da entidade estão temporariamente desconectados. Para solicitar
informações, favor utilizar o e-mail principal da entidade, [email protected]
A história da Federação Aquática Paulista

Federação Aquática Paulista – FAP – desde 1996 a sucessora legal da Federação Paulista de Natação (FPN), é a entidade esportiva responsável no Estado
de São Paulo pela normatização de cinco esportes olímpicos: Natação, Nado Sincronizado, Pólo Aquático, Saltos Ornamentais e Maratonas Aquáticas.

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A FAP é filiada à Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, a quem cabe a


regulamentação nacional desses esportes. Isso significa dizer que a FAP é a entidade
com poderes constituídos para realizar os eventos em que são apontados os campeões
estaduais dessas modalidades e para convocar seleções paulistas.

Marcos Firmino (presidente da FARJ), Miguel Cagnoni (presidente da FAP), Julio


Maglione (atual presidente da FINA) e Carlos Silva (presidente da ABMN)

De fevereiro de 1994 a janeiro de 2017 Miguel Carlos Cagnoni foi presidente da


entidade. Foram cinco mandatos de Cagnoni à frente desta entidade. Em 2012,
acompanhando a chapa de sua última reeleição, Marcelo Luis Biazoli entrou como
vice-presidente.

Marcelo Luis Biazoli e Erik Seegerer, atuais presidente e vice-presidente da FAP


Em 2016, Biazoli foi eleito presidente por aclamação, ao lado do vice-presidente
Erik Seegerer, e cumprirá mandato no período de 2017 a 2020.
A história da entidade inicia-se em 26 de Novembro de 1932, ano de constituição da
Federação Paulista de Natação, que teve como fundadores os clubes: Associação Atlética
São Paulo, Associação Desportiva Floresta (atual Clube Espéria), Clube de Regatas Tietê,
Clube de Regatas Saldanha da Gama,Clube de Regatas Tumiaru, Esporte Clube Pinheiros,
São Paulo Futebol Clube, Tênis Clube Paulista e Sport Club Corinthians Paulista.

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O crescimento da FAP é notável e o dinamismo de seus dirigentes ao longo de várias


décadas contribuiu no reconhecimento nacional da entidade. Um dos presidentes
da Federação Paulista de Natação foi João Havelange, o dirigente esportivo mais
conhecido do planeta.

Atualmente estão filiados e vinculados à FAP seis mil atletas de 160 entidades. A
fim de descentralizar suas atividades, a FAP conta com delegacias regionais na capital
e no interior, a quem cabe a organização de eventos em importantes polos do Estado
de São Paulo. A cada temporada, esses atletas participam de dezenas de eventos e
conta com infra-estrutura e qualidade de seus árbitros.

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CAPÍTULO 2
HISTÓRIA DA NATAÇÃO

• Primeiros relatos;
• Origem das competições;
• Origem dos estilos;
• História da natação no Brasil.,

Primeiros relatos

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

A natação fez e faz parte de grandes cenas da história do cinema.

O herói olímpico da natação que virou Tarzan no cinema. Disponível em: https://
www.olimpiadatododia.com.br/curiosidades-olimpicas/258414-johnny-weissmuller/
Johnny Weissmuller, nascido no antigo Império Austro-Húngaro, ganhou seis
medalhas olímpicas, quebrou 67 recordes mundiais e ainda fez 12 filmes como o “rei
das selvas”. 3 de agosto de 2020

Johnny Weissmuller ganhou cinco medalhas, quatro de ouro e uma de bronze, em duas Olimpíadas (COI)

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Johnny Weissmuller nasceu em 1904 em Timsoara, que hoje faz parte da Romênia, mas
na época pertencia ao Império Austro-Húngaro. Quando tinha sete meses, imigrou com
sua família, que era de origem alemã para os Estados Unidos. Começou a trabalhar com
12 anos, ao mesmo tempo que frequentava aulas de natação, o esporte que mudou sua
vida. Ele foi um dos maiores nadadores de todos os tempos, quebrou 67 recordes mundiais
e ganhou seis medalhas olímpicas. Mas o salto para o estrelato aconteceu depois que ele
se aposentou das piscinas e se transformou em Tarzan no cinema. Foram 12 filmes em
que interpretou o “rei das selvas” que o transformaram definitivamente em celebridade.
Com 12 anos de idade, Johnny Weissmuller deixou a escola pública para trabalhar
e ajudar a compor a renda da família. Seu primeiro emprego foi como mensageiro de
hotel e depois como ascensorista. Nas horas vagas, fazia aulas de natação. A vida
do imigrante começou a mudar quando entrou para a equipe da Associação Cristã
de Moços, mas a coisa ficou séria para valer quando ele conheceu o técnico “Big Bill”
Bachrach, principal treinador do Illinois Athletic Club de Chicago, em 1920.

JOGOS OLÍMPICOS

Sob as ordens do treinador, Johnny Weissmuller se preparou para o primeiro grande


desafio da carreira: os Jogos Olímpicos de Paris-1924. Na capital francesa, o nadador
americano ganhou três medalhas de ouro ao vencer os 100 m livre, os 400 m livre
e o revezamento 4 x 200 m livre. Além disso, fez parte do time dos Estados. Quatro
anos depois, Johnny Weissmuller ganhou mais dois ouros em Amsterdã-1928 ao
conquistar o bicampeonato dos 100 m livre e do revezamento 4 x 200 m livre. Mais
uma vez defendeu a seleção americana de polo aquático, que, no entanto, não chegou
ao pódio ao terminar na quinta colocação na Olimpíada holandesa.

Johnny Weissmuller interpretou Tarzan em 12 filmes (RKO)

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Em 1929, com 25 anos, Johnny Weissmuller deixou a natação competitiva. Apesar


de ter abandonado precocemente o esporte, o atleta foi, durante 40 anos o maior
medalhista da história da natação olímpica. Sua marca de cinco medalhas de ouro
e uma de bronze só foi batida por Don Schollander, que ganhou quatro ouros em
Tóquio-1964 e mais três na Cidade do México-1968.

ANOTE ISSO

A natação é uma modalidade esportiva com regras e competições organizadas


pelas Federações, Confederações e Ligas Esportivas de Natação.

LEITURA COMPLEMENTAR

Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA)


Site: www.cbda.org.br
E-mail: [email protected]
Federação Internacional de Natação (FINA): www.fina.org
disponível em: http://rededoesporte.gov.br/pt-br/megaeventos/olimpiadas/
modalidades/natacao
História
Apesar de não ser um exercício tão natural para o ser humano como caminhar
ou correr, a natação existe há milênios. Praticada na Grécia Antiga e pelos romanos,
entre outros povos, a natação, embora popular, demorou muito para se transformar
em uma competição organizada, tendo seus estilos se desenvolvido de diferentes
formas ao longo da história.
Um dos primeiros registros data de 1696, quando o francês M. Thevenal descreveu
uma maneira singular de nadar, semelhante ao nado de peito praticado atualmente,
que consistia em movimentos de pernas e braços parecidos com os de uma rã. O nado
de costas teve sua primeira forma criada em 1794, pelo italiano Bernardi. Ele sugeriu
um movimento com os dois braços sendo jogados para trás simultaneamente, que,
a partir de 1912, foi aperfeiçoado, tornando-se bem parecido com o nado de costas
praticado atualmente.
Em 1873, o inglês John Trudgen desenvolveu uma nova técnica, que consistia em
rotações laterais do corpo, tendo a movimentação dos dois braços sobre a água como

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principal fonte de deslocamento. Essa técnica, batizada de Trudgen ou “over-arm-stroke”,


foi aperfeiçoada pelo australiano Richard Cavill e, posteriormente, transformou-se no
nado crowl (livre) que conhecemos hoje.
Finalmente, na década de 1930, nadadores norte-americanos, já durante competições,
atentaram para o fato de que as regras do nado de peito não impediam que o movimento
dos braços fosse realizado sobre a superfície da água, o que permitia um deslocamento
mais rápido. Essa manobra conviveu com a técnica do nado peito por quase 20 anos
até que, em 1948, um nadador húngaro a transformou no nado borboleta, reconhecido
oficialmente pela Federação Internacional em 1953 como um estilo da natação.
Os primeiros torneios remontam ao século 19, tendo ocorrido na Austrália, em 1858,
no Campeonato Mundial de 440 jardas. Em 1869, a Inglaterra realizou o 1º Campeonato
Nacional e, finalmente, em 1877, os Estados Unidos adotaram a forma de competições
organizadas, inicialmente, pelo New York Athletic Club. Aos poucos, a modalidade
ganhou força e, em 1908, durante as Olimpíadas de Londres, foi fundada a Federação
Internacional de Natação (Fina), que comanda não só as provas da modalidade, mas
as de nado sincronizado, polo aquático e saltos ornamentais.
No Brasil, o esporte surgiu, oficialmente, em 31 de julho de 1897, com a fundação
da União de Regatas Fluminense. Um ano depois, o Clube de Natação e Regatas
organizou o primeiro Campeonato Brasileiro, que consistia em uma distância de 1.500
metros, entre a Fortaleza de Villegaignon e a praia de Santa Luzia, no Rio de Janeiro.

Curiosidades

Piscinas? Só em na década de 1930


Se a prática da natação é milenar, o hábito de competir em piscinas é recente.
As piscinas exclusivas para competições de natação só passaram a ser utilizadas
entre os anos de 1930 e 1940. Coube à Federação Internacional de Natação (Fina)
determinar as medidas oficiais das piscinas de competição. Atualmente, as provas
são disputadas em piscinas longas (de 50 metros), utilizadas nas Olimpíadas, ou
curtas (de 25 metros).

ANOTE ISSO

A habilidade de nadar surge como um instinto de sobrevivência na natureza. E foi a


partir do ato de nadar, que surgiu a natação.

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Origem das competições

No texto de Leonardo Ristow sobre o tema da natação, publicado em 2021, podemos


perceber a trajetória da natação. Segundo o autor, desde os primórdios, o ser humano,
um ser terrestre, lutou nesse meio para sobreviver e, mais tarde, prosperar. Em alguns
momentos, porém, adaptações a diferentes meios foram necessárias para garantir
a subsistência e o progresso da humanidade. É o caso do meio aquático, ao qual o
ser humano teve de se adaptar visando à busca de alimento e que, posteriormente,
serviu de caminho para a expansão comercial, sobretudo no período das Grandes
Navegações.
Assim, com o passar do tempo e o aumento da necessidade de locomoção por
meio aquático, a criação e a especialização de técnicas que garantissem uma travessia
eficiente e segura foram necessárias, demanda que culminou com o surgimento da
natação e, milênios depois, com sua transformação em esporte e em competição
organizada. O termo natação consiste, assim, no ato de movimentar o corpo na água
em propulsão, combinando movimento de braços e de pernas com flutuação e equilíbrio.
Trata-se, portanto, de uma atividade física que se baseia na capacidade de o indivíduo
se locomover no meio aquático. É considerada uma das atividades físicas mais antigas
da civilização, sendo registrada há milênios, como veremos a seguir.
Embora a água seja um recurso essencial para a existência humana, o meio aquático
não é nosso meio natural, de forma que muitas pessoas acabam entrando em pânico
quando se encontram totalmente imersas. Instintivamente, a maioria das pessoas
não treinadas começam a bater os braços e as pernas de forma descoordenada
dentro d’água, na busca desesperada por continuar respirando. Dessa forma, vê-se
que movimentos de braços e de pernas constituem um importante método para se
manter vivo nesse meio não natural, sustentando a aprendizagem adaptativa do homem
em água.
Com a evolução e a especialização dessa aprendizagem, a natação acabou por se
um esporte importantíssimo para a sobrevivência do ser humano no meio aquático e,
mais tarde, um esporte formal e competitivo. Vemos, portanto, que o surgimento da
natação está enraizado na necessidade humana de sobreviver no meio aquático. É
notável, assim, a relação da natação com a evolução do homem, visto que o domínio
da locomoção em água se tornou uma ferramenta extremamente importante para

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a sobrevivência da espécie, fosse para a busca de alimentos ou para sobreviver a


algum perigo iminente.
Ainda, por poder adaptativo ao meio, o homem deu origem a habitações lacustres. É
impossível, porém, estabelecer uma data precisa do surgimento do ato de nadar. O que
se sabe é que houve circunstâncias voluntárias, como encurtar caminhos e pescar. E
involuntárias, fugir de animais, salvar-se em emergências, que levaram o ser humano
a se aventurar no meio aquático. Portanto, inspirado no movimento de alguns animais
aquáticos, mas utilizando movimentos possíveis de serem realizados conforme as
limitações do corpo humano, o homem ganhou as águas. À medida que o homem
deixou de ser nômade e iniciou agrupamentos permanentes, a natação seguiu sua
evolução histórica, passando de somente uma maneira de sobrevivência para atuar
em benefício de atividades como navegações e guerras, tanto navais quanto terrestres,
auxiliando combatentes em travessias aquáticas. Assim, o deslocamento em meio
aquático seguiu sua evolução tanto para ataques quanto para defesas aquáticos, com
retiradas de feridos nas águas.

Origem dos estilos

Leonardo Ristow no livro Natação, publicado em 2021, coloca que o primeiro manual
de que se tem registro data de 1538 e foi escrito pelo suíço Nikolaus Wynmann: O
nadador ou um diálogo acerca da arte de nadar (escrito em latim e logo traduzido para
o alemão sob o título Der Schwimmer oder ein Zwiegespräch über die Schwimmkunst).
Já na época, Nikolaus afirmava que homem precisa de um mestre para aprender a
nadar, primeiro em terra, por meio de movi-mentos simulados, depois na água. Porém,
nessa época, ainda não se falava em tipos de nados ou em regras. Os quatro nados
conhecidos atualmente foram criados em tempos diferentes e por pessoas diferentes.
O primeiro criado foi o nado peito, desenvolvido pelo francês M. Theneval, no ano
de 1696, com movimentos semelhantes aos utilizados atualmente. Em seguida, em
1794, o italiano Bernardi criou o nado costas, que, diferentemente de hoje, utilizava
giros simultâneos dos braços para trás. Após 79 anos, o inglês John Trudgen criou o
nado livre, ou crawl, aprimorado anos depois pelo australiano Richard Cavill. O último
nado criado foi o borboleta, em 1933, advindo do nado peito, por Henry Myers, embora
haja controvérsias sobre essa autoria.

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História da natação no Brasil

Em nosso país, Leonardo Ristow (2021), podemos perceber a trajetória da natação.


Segundo o autor,a primeira tentativa de fundação de uma entidade que representasse
esportes náuticos ocorreu em 1895, quando os clubes Botafogo, Luiz Caldas, Gragoatá,
Icahary e Union de Canotiers fundaram, sem sucesso, a União de Regatas Fluminense.
Assim, a modalidade natação iniciou, de maneira oficial, em 31 de julho de 1897, quando
uma nova formação de clubes se organizou para formalizar sua prática no País, fundando,
com sucesso, a União de Regatas Fluminense na cidade do Rio de Janeiro.
Muito antes disso, porém, a primeira competição oficial do País, foi a travessia da
Baía de Guanabara, disputada, em 1881, entre o comerciante brasileiro Joaquim Antonio
Souza e o relojoeiro alemão Theodor John. O percurso estipulado foi da ponta da Armação
(Niterói) até o morro da Viúva, na região de Botafogo.
Os nadadores levaram em torno de 2 horas e 30 minutos para percorrer as quase seis
milhas. Quatro anos após o início das disputas, foi construída, em Porto Alegre (RS), a
primeira piscina brasileira, chamada de “Badeanstalt”, pela Sociedade Ginástica Deutscher
Turnverein (Sogipa). O local era ponto de partida e de chegada das primeiras competições
de natação do Rio Grande do Sul, além de ser utilizado para aulas do esporte. Porém, para
usufruir o Badeanstalt era necessário seguir regras rígidas, com subdivisões de horários
em decorrência da capacidade de nado de cada indivíduo.

Título: Hieróglifos
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/simbolos-egipcios-3199399/

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ANOTE ISSO

Os primeiros registros históricos da natação estão registrados nas paredes e


templos das antigas civilizações.

Veja o artigo A EVOLUÇÃO DA NATAÇÃO de José M. Saavedra, Yolanda Escalante


Ferran A. e Rodríguez que trata da origem e evolução histórica da natação. Os autores
realizam uma revisão sobre a percepção que tinham os seres humanos da água e sua
importância na vida cotidiana. Posteriormente analisam os fatos mais recentemente
ocorridos, tanto na natação internacional como nacional, através dos Jogos Olímpicos,
Campeonatos do Mundo, Europa e Espanha.
Finalizam com uma visão da evolução dos estilos de competição desde seus inícios
e até a atualidade. Você também poderá ler o texto na íntegra no link http://www.
efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Ano 9 - N° 66 - Novembro de 2003.
Os primeiros registos históricos que fazem referência à natação aparecem em
Egito, no ano 5.000 a.C., nas pinturas da Rocha de Gilf Kebir. Mas até o esplendor de
Grécia, a natação não vai desprender dessa mera função de sobrevivência; é então
quando a natação passa a ser uma parte mais da educação dos gregos. Quanto à
natação desportiva nos Jogos Olímpicos antigos, não existe constância de sua prática;
verdade é que as competições de natação são algo pouco freqüente , mas a natação
sim tem uma grande importância no treinamento militar e como medida recuperadora
para os atletas.
Ao igual que em Grécia, em Roma a natação faz parte da educação dos romanos,
existindo uma visão mais recreativa da água, exemplo disto é que dentro de suas termas,
existiam piscinas a mais de 70 metros de longitude. Durante a Idade Média o interesse
pela natação decresce em grande parte, devido sobretudo, ao pouco atendimento
que se mostra a tudo o relacionado com o corpo humano. Só nos países do norte de
Europa se vê como uma atividade benéfica.
No Renascimento, a prática da natação volta a ressurgir do período de obscurantismo
ao que esteve submetida durante a Idade Média, e se a considera como uma matéria
idônea dentro das atividades físicas. Como fruto desta concepção, surgem os primeiros
escritos referentes à natação, como é o livro do alemão titulado “Colymbetes, Sive de
arti natandis dialogus et festivus et iucundus lectu” , cuja tradução livre é: “O nadador
ou a arte de nadar, um diálogo festivo e divertido de ler”.

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Este livro, escrito em latim, é considerado o primeiro documento integralmente


dedicado à natação. A primeira referência em espanhol, não aparece até o ano 1848,
obra anônima que consiste numa recopilação de artigos do livro do autor francês
THEVENOT publicado em 1696. É no século XIX, em Inglaterra, a natação atinge
seu maior apogeu. No ano 1828 se constrói em Londres a primeira piscina coberta,
e no ano 1837 se leva a cabo a primeira competição organizada. Ao aparecer as
primeiras competições, surge a necessidade de regrá-las; com esse objetivo nasce em
Inglaterra, no ano 1874, a primeira federação de clubes que leva por nome “Association
Metropolitan Swimming Clube”, que redige o primeiro regulamento de natação, dando-se
a possibilidade de estabelecer recorde do mundo. Também é durante este século, no
ano 1875, quando o ser humano cruza a nado pela primeira vez o Canal da Mancha,
fá-lo MATTHEW WEBB, quem estabelece um tempo de 21 h e 45 min.
A origem e evolução dos quatro estilos de nado com os que se compete na atualidade;
dita evolução dos estilos prove essencialmente da busca da melhora da velocidade.
O Crawl O estilo crawl, na atualidade, pode-se definir como: deslocamento humano
na água caracterizado por uma posição ventral do corpo e movimento alternativo e
coordenado das extremidades superiores e inferiores, sendo o movimento das primeiras
uma circundução completa e o das segundas um batido, com uma rotação da cabeça,
coordenada com os membros superiores para realizar a inspiração. Uma vez que
definimos o estilo crawl tal e como se desenvolve na atualidade, estudamos como
se chega a ele.
A primeira forma de nado rudimentar da qual se pode dizer que nasce o crawl, é o
“English side stroke”, que nasce em Inglaterra em 1840, e se caracteriza por nadar sobre
o custado com uma ação alternativa de membro superior, mas sempre subaquática,
enquanto os membros inferiores realizam um movimento de tijera. Somente dez anos
depois apareceu o “Single over” ou “Over singelo”, o qual consiste no nado sobre o
custado, mas com uma recuperação aérea dos membros superiores, dito estilo é
nadado pela primeira vez pelo australiano WALLIS.
Posteriormente aparece o “Trudgen” (sobrenome do primeiro nadador que o utiliza),
que é “importado” a Europa por dito nadador inglês ao observar-se realizar a indígenas
sul americanos. Dito nado tem como novidade que se nada sobre o abdômen, movendo
alternativamente os membros superiores por fora da água, enquanto os membros
inferiores realizam um movimento semelhante ao pontapé de peito. Em 1890 este estilo
tem uma nova evolução levada a cabo pelos nadadores australianos, quem realizam

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um nado “Trudgen”, mas com movimento do membro inferior de tijera, denominando-


se esta nova técnica “Double over” ou “DOBRO OVER” .
Mas não é até o ano 1893 quando o pontapé de tijera se substituído por um
movimento alternativo do membro inferior, dando a conhecer a forma mais rudimentar
do estilo “crawl” ou crol, adotado pela primeira vez pelo nadador HARRY WICKHAM,
mas é em realidade o nadador CAVILL o que mais difundiu este estilo, introduzindo-o
no ano 1903 em EE.UU.
O crawl acaba de evoluir em 1920 nos JJ.OO. quando o príncipe hawaiano DUKE
KAHANAMOKU, graças à realização de uma batida de seis tempos, consegue obter
uma posição mais oblíqua que lhe permite bater todos os registos. Desde esse
momento, o estilo crawl sofre pequenas variações: em 1928, CRABBE realiza um
nado com respiração bilateral; em 1932, os japoneses realizam um crawl com uma
tração descontínua para favorecer a eficácia do batido e, em 1955 JOHN WEISMÜLLER,
realiza a tração subaquática com uma importante flexão de cotovelo na metade do
percurso. Na atualidade, a técnica de nado não tem varia muito desde a utilizada por dito
nadador; ainda que nos últimos anos o nadador australiano MICHAEL KLIM, em certos
momentos da prova, realiza movimentos de crawl do membro superior coordenados
como batido de borboleta nos membros inferiores; como ocorreu nos metros finais da
primeira posta do relevo 4 x 100 m livres nos JJ.OO. de Sydney (Austrália) em 2000.
O Estilo Costas O estilo costas, na atualidade, pode-se definir como: deslocamento
humano na água caracterizado por uma posição dorsal do corpo e movimento
alternativo e coordenado das extremidades superiores e inferiores, sendo o movimento
das primeiras uma circundução completa e o das segundas um batido; existindo um
giro no eixo longitudinal durante o nado.
A origem do estilo costas começa quando se nada sobre o dorso do corpo realizando
a braçada de forma simultânea e com pontapé de braça. Em 1912, o americano
Habner, realiza o mesmo tipo de nado, mas utilizando um movimento dos membros
inferiores em forma de pedalado, dito estilo foi denominado Costas-crawl. No ano
1930, os japoneses mudam o movimento do membro inferior realizando-o de forma
que o joelho está mais estendido, parecida ao estilo crawl. Em 1933, adota-se um
nado com o corpo mais horizontal, realizando a entrada dos membros superiores mais
abertos evitando assim, a basculación do corpo; esta técnica se denomina “Kiefer” ,
sobrenome do primeiro nadador que a utiliza. Em 1948, o francês Vallerey, introduz a
flexão de cotovelo ao início da fase de impulso

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. A última variação foi a surgida em 1960, quando Tom Estoque, treinado por James
Counsilman, nada numa posição mais horizontal, realizando um giro no eixo longitudinal
quando entra o membro superior no água, e flexionando o cotovelo 90 graus quando
o braço está perpendicular ao ombro, realizando passadas em forma de “s” tombada.
Esta técnica não varia em excesso até a atualidade.
O Estilo Peito O estilo peito, na atualidade, pode-se definir como: deslocamento humano
no água caracterizado por uma posição ventral do corpo e movimento simultâneo,
simétrico e coordenado das extremidades superiores e inferiores, descrevendo o
movimento das primeiras uma trajetória circular e o das segundas um pontapé, com
um movimento de ascensão e descenso de ombros e quadris que, coordenado com
os membros superiores permite realizar a inspiração. O peito é o estilo mais antigo
dos quatro existentes; em seus começos se nada com uma ação de empuxo com os
membros superiores completamente estendidos, e existindo muita separação entre
os membros inferiores ao realizar seu movimento, este tipo de braça se denomina
Braça inglesa.
Em 1924, o alemão Rademacher, introduz algumas variantes na técnica de nado
como são: uma braçada realizada em profundidade, um deslizamento horizontal, e uma
posição mais baixa dos joelhos, esta técnica se denomina Rademacher. Posteriormente,
o japonês Tsuruta, realiza a mesma técnica descrita com anterioridade, mas flexionando
os cotovelos durante a tração.
No ano 1946 se introduzem duas novas técnicas diferentes: por um lado a Braça
submarina, que consiste em nadar por debaixo da água, realizando três ou quatro
braçadas que levam as mãos até a altura dos quadris; dita técnica foi proibida
regulamentarmente em 1957. E por outro lado a Braça-borboleta, consistente em
realizar o recobro dos membros superiores por fora da água, os estilos se separam
provisionalmente em 1949, produzindo-se sua separação definitiva em 1953. Pouco
depois, no ano 1961, substitui-se o pontapé de tijera por uma ação simultânea e
simétrica, que é a que chega até nossos dias.
A partir de 1980 convivem no tempo duas técnicas de nado diferentes, em primeiro
lugar a chamada Braça formal, utilizada pelos nadadores americanos, que se caracteriza
por uma posição horizontal do corpo, e por realizar a inspiração obrigado a um movimento
de flexo-extensão do pescoço; e em segundo lugar, a chamada Braça natural, que é
mais utilizada pelos nadadores europeus, e que se caracteriza por uma posição mais

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oblíqua do corpo, bem como por um movimento de ascensão e descenso de ombros


e quadril, para facilitar a realização da respiração.
Na atualidade, convivem estas duas técnicas de nado com a aparecida em 1986,
graças à supressão da norma regulamentar que proíbe afundar a cabeça durante o nado.
Dita variante nasce em Hungria, através do treinador Josef Nagy, a denominada Braça
onda, que se caracteriza por realizar um movimento ondulatório do corpo semelhante
ao que se dá na borboleta com a intenção de colocar ao nadador “em cima” da onda
que ele mesmo produz, bem como por um recobro aéreo do MS durante o nado.
O Estilo Borboleta O estilo borboleta, na atualidade, pode-se definir como:
deslocamento humano no água caracterizado por uma posição ventral do corpo e
movimento simultâneo e coordenado das extremidades superiores e inferiores, sendo
o movimento das primeiras uma circunducción completa e o das segundas um batido;
com uma ondulação de todo o corpo que, coordenada com os membros superiores
permite realizar a inspiração.
O borboleta nasce como variante da braça; o primeiro em utilizar esta variante foi
o alemão Rademacher, na última braçada antes da viragem e na primeira depois do
mesmo. No ano 1953, a braça e a borboleta se separaram de forma definitiva. Começa-
se realizando um pontapé de braça, mas é o húngaro Tempeck, o que introduz o batido
de borboleta ou golfinho, que chega até nossos dias.

ANOTE ISSO

A natação pode ser definida como uma atividade que realiza movimentos na água
provocando o deslocamento do praticante.

NOTÍCIA DO ASSUNTO

Natação: origem, benefícios e modalidades do esporte


O exercício combina força e movimentos coordenados dos membros superiores e
inferiores e possui diversos efeitos positivos
Escrito por Carol Melo, [email protected] 10:40 - 23 de Setembro de 2021.
Atualizado às 14:59. https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/ser-saude/natacao-
origem-beneficios-e-modalidades-do-esporte-1.3138632

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Legenda: Permitir o movimento de deslocamento no meio líquido sem o uso de assessórios é o principal objetivo da atividade
Foto: Shutterstock

Famosa por ser uma atividade física completa, a natação é um esporte em que a
maioria dos grupos musculares do corpo humano atua em conjunto com a respiração
e pode permitir que o praticante domine outro ambiente, o aquático, além do habitat
terrestre.
O exercício combina força e movimentos coordenados dos membros superiores
e inferiores, auxiliando na recuperação de lesões, perda de peso e aumento do
condicionamento físico, entre outros. A prática possui alguns estilos que diferem na
forma em como o indivíduo se mexe na água, mas todas possuem o mesmo objetivo:
permitir o movimento de deslocamento no meio líquido sem o uso de assessórios.
O que é natação? A natação pode ser definida como uma atividade que realiza
movimentos na água provocando o deslocamento do praticante, sem a ajuda de agentes
externos, conforme o professor e pesquisador na área da Biomecânica da Natação
na Universidade Federal do Ceará (UFC), Barroso Lima.
Saber nadar vai além da aprendizagem e exercitação das técnicas desportiva da
modalidade — seja em decúbito frontal (frente), decúbito dorsal (costa) e na vertical
—, segundo o docente é imprescindível dominar o equilíbrio adquirido com a prática
e a respiração adaptada, além de procurar soluções motoras inovadoras.

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História
Pinturas rupestres fazem referências ao uso da natação pelo ser humano há 7 mil
anos. A atividade era utilizada pelo homem ainda durante a antiguidade, como meio
de sobrevivência. Ele construía casas sobre a superfície aquática — as chamadas
palafitas — para ficar seguro de predadores, ou quando era atacado por esses animais
se atirava a água para fugir.
A prática também integrava o treinamento de guerreiros na Grécia Antiga, que,
ao se deslocarem para os campos de batalha, muitas vezes, precisavam atravessar
cursos d´água e, como muitos usavam armaduras, acabavam morrendo afogados
caso não soubessem nadar. A prática também era usada para conseguir alimento,
através da pesca.
Segundo o filósofo e matemático do período clássico da Grécia Antiga, Platão, “todo
cidadão educado é aquele que sabe ler e nadar”. Os antigos egípcios consideravam a
natação como um “requinte de educação”.
No Japão, no ano 38 a.C., o Imperador Sugin já promovia festivais de natação.
Mas foi na Europa, em 1800, que as primeiras provas isoladas, pequenos torneios, de
natação moderna, como vemos hoje, começaram a acontecer.
As competições de nado como esporte, chamada Natação Pura, iniciaram na
Inglaterra em meados do século XIX, integrando as modalidades olímpicas desde a
primeira edição dos Jogos em 1896 — destinada somente a homens. A participação
feminina na modalidade só se concretizou nos Jogos Olímpicos de 1912.

Modalidades

A prática de competição, denominada Natação Pura Desportiva, é composta por


quatro técnicas. O especialista listou cada uma. São elas:

CRAWL OU LIVRE
A técnica é considerada a mais veloz entre as modalidades do esporte. Nela, os
braços do nadador realizam uma espécie de S alongado. Durante o tempo todo, o
nadador se mantém com a barriga para baixo.
Na prática, as ações motoras realizadas pelos membros superiores e pelos inferiores
tendem a assegurar uma propulsão contínua.

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COSTAS
No estilo, o competidor fica de barriga para cima (decúbito dorsal), enquanto os
braços giram alternadamente como se fossem hélices. As pernas trabalham mais
na modalidade, executando, em média, seis batimentos para um ciclo completo de
braçadas.
A ação segmentar alternada permite a criação de uma força propulsiva quase
contínua, assim como no crawl.

PEITO
Na prática, que é comparada ao estilo de deslocamento usado por sapos, o competidor
fica com a barriga para baixo e se locomove através do movimento simultâneo dos
braços e das pernas.
Durante a braçada, o nadador faz o movimento de puxar a água em direção ao
peito, levantando a cabeça para respirar, e, em seguida, jogar os braços para frente. Já
as penas ficam na horizontal, com os pés virados para fora, executando movimentos
também simultâneos de flexão dos joelhos.

BORBOLETA
O nadador fica de barriga para baixo e movimenta simultaneamente os membros
superiores e os inferiores. No estilo, considerado um dos mais cansativos, é preciso
movimentar o corpo através de ondulações do quadril até os membros inferiores.
Em seguida, o competidor puxa os braços para fora da água, os jogando
simultaneamente para frente, completando assim a braçada. Ao fazer o movimento
com os braços, é possível que o praticante aproveite para respirar.

Regras
A Federação Internacional de Natação Amadora (Fina) é o órgão responsável pelas
regras que regulam a natação desportiva no mundo. Conforme o pesquisador, cada
uma das técnicas de nado possui normas específicas.
As principais diretrizes do esporte são as medidas que determinam o tamanho das
piscinas usada nas competições, que devem ter, pelo menos, 50 metros de comprimento,
25m de largura e 3m de profundidade para serem consideradas olímpica.

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O programa de natação olímpico define que as provas devem seguir as seguintes


metragens e nados:
• Livre - 50m, 100m, 200m 400m, 800m 1.500m;
• Revezamento - 4x100m e 4x200m;
• Costas - 50m, 100m, 200m;
• Peito - 50m, 100m, 200m
• Borboleta - 50m, 100m, 200m;
• Medley - 200m e 400m;
• Medley misto - 4x100m.

Benefícios da natação

Para ter acesso aos benefícios da prática, o indivíduo deve nadar pelo menos três vezes por semana, com o auxílio de um profissional de Educação Física

O exercício é considerado a atividade esportiva mais completa, segundo Barroso


Lima, pois trabalha simultaneamente diversos grupos musculares. Por ser executada em
meio líquido, a natação facilita a movimentação do corpo, prevenindo lesões provocadas
pela incidência direta da ação da gravidade.
A modalidade favorece o tratamento e a recuperação de pessoas submetidas a
procedimentos cirúrgicos e ou possuem sequelas desses, entre outros.
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Para ter acesso aos benefícios da prática, o especialista aconselha que o indivíduo
nade pelo menos três vezes por semana, com o auxílio de um profissional de Educação
Física.
O que essa atividade faz com o corpo? A natação trabalha o corpo na totalidade,
auxiliando o aumento do condicionamento físico, combate ao estresse, melhorando
a memória e a respiração. O esporte contribui ainda para a manutenção da saúde do
coração, além de atuar no fortalecimento das articulações e ligamentos, favorecendo
o aumento da massa muscular.
Pessoas que praticam o esporte regulamente podem perder peso, ao queimar gordura
durante a execução do esporte. A atividade ainda atua na melhora da postura e da
flexibilidade corporal.
Emagrece? Sim, nadar pelo menos três vezes por semana pode contribuir para
a perda de peso, já que a natação é uma atividade que pode consumir uma grande
quantidade de energia do indivíduo, provocando o consumo de gordura do corpo.

Natação para bebês

A partir dos seis meses já é possível que o bebê tenha aulas de natação
Foto: Shutterstock

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Bebês podem e devem fazer natação, segundo o pesquisador, que classifica a


possibilidade de aprender a prática desde cedo como um “seguro de vida”. O recomendado
é que a partir dos seis meses, período em que já foram aplicadas as principais vacinas,
o bebê possa ter aulas da modalidade. Também é nessa idade que o duto do ouvido
está desenvolvido, diminuindo o risco de infecções.
O especialista listou os principais benefícios de se iniciar a prática nos primeiros
meses de vida. São eles:
• Adaptação ao meio líquido, característica fundamental para o desenvolvimento
da criança;
• Melhora da postura;
• Aumento do condicionamento respiratório;
• Aprimora as noções de espaço e tempo;
• Contribui para o relaxamento, melhorando a qualidade do sono;
• Estimula o apetite;
• Melhora o desenvolvimento social e motor.
É bom para asma? Sim, o esporte é considerado uma prática adequada para
pacientes que sofrem da doença respiratória crônica. Conforme o especialista, a
atividade parece induzir a bronco-constrição com menor intensidade comparada a
outros exercícios físicas.
Como na natação a inspiração é realizada através da boca e a expiração pelo nariz
e boca, a modalidade possibilita que o indivíduo execute uma respiração ritmada,
contribuindo para a melhora no condicionamento respiratório.
Segundo Barroso Lima, semelhante ao efeito em pessoas saudáveis, um programa
de treinamento com natação pode aprimorar a aptidão física de pacientes asmáticos.

O esporte trabalha o corpo na totalidade, auxiliando no aumento do condicionamento físico


Foto: Shutterstock

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A atividade física costuma não ser recomendada para indivíduos que estão com
crises de doenças como infecções pulmonares, rinites, sinusites, faringites. Alergias
na pele também podem piorar devido ao uso de produtos químicos existentes nas
piscinas, assim como as otites.
Natação paralímpica
A natação paralímpica foi uma das modalidades participantes dos primeiros Jogos
Paralímpicos que aconteceram em 1960, em Roma. Nas primeiras edições, somente
os atletas com lesões medulares podiam competir.
Atualmente, competem atletas com deficiência física, visual e intelectual, em um
total de 14 classes. Competidores com deficiência física são divididos em 10 classes
funcionais, os atletas com deficiência visual em três classes visuais, e há apenas uma
classe para atletas com deficiência intelectual.
Na natação olímpica todos os nadadores nadam em uma mesma categoria, sendo
masculino ou feminino, desde que tenham alcançado os índices de participação
estipulados pela FINA nos seus respectivos países.

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CAPÍTULO 3
PRINCÍPIOS DA HIDRODINÂMICA
PARA NATAÇÃO

Logo que me formei no curso de Educação Física na Universidade de Marília, fui


trabalhar com natação. Isso aconteceu no ano de 2003. Na ocasião, tive a oportunidade
de ensinar, mas também aprender muitas coisas. A situação que vou relatar é do senhor
Teixeira. Um senhor de aproximadamente 60 anos de idade que veio até a academia
para aprender a nadar. Como características físicas, era negro, com aproximadamente
1,85 a 1,90 metros de altura e pesava por volta de 100 kg. Esse era o senhor Teixeira, um
apaixonado pela água que não sabia nadar. Como primeiro fundamento metodológico
da natação eu deveria iniciar com a adaptação ao meio líquido, desenvolvendo todas
as habilidades necessárias para que posteriormente, desenvolver os quatro estilos da
natação. Pois bem, sem a ajuda de materiais (espaguete e pranchas de EVA) ele não
flutuava. A resposta veio por meio de muitas pesquisas e percepção dos alunos. A
resposta para esta dificuldade na flutuação estava nos princípios da hidrodinâmica.

Título: Flutuação
Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto/homem-usando-oculos-de-sol-lendo-um-livro-sobre-um-corpo-d-agua-1194408/

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ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

É preciso compreender o meio líquido para agir diante das diferentes situações que
surgem na prática da natação.

LEITURA COMPLEMENTAR
Fatores hidrodinâmicos de interferência no rendimento da natação, escrito pelo
professor Dr. Antonio Carlos Mansoldo e Disponível em: https://efdeportes.com/efd194/
interferencia-no-rendimento-da-natacao.htm

Este estudo é uma revisão de literatura referente aos assuntos relacionados ao


comportamento dos corpos humanos envoltos no meio líquido (ambiente aquático) e
o envolvimento desta condição em relação aos 4 dos nados competitivos. Abordamos
assuntos técnicos hidrostáticos e hidrodinâmicos que influenciam a Natação tais
como: flutuabilidade, arrasto, sustentação e propulsão. O assunto pesquisado envolveu
os primeiros estudos sobre o tema em questão até os dias de hoje. Tal referencial
teórico foi levantado com o objetivo de oferecer subsídios para alunos, professores e
pesquisadores que militam na área da Natação.
Ambiente aquático
Um átomo de oxigênio ligado com dois átomos de hidrogênio formam uma
molécula de água um líquido poderoso de onde provavelmente toda a vida se originou,
sobrevier neste meio é e sempre foi um desafio para nós humanos que temos de nos
adaptar a este ambiente para podermos dominá-lo. E para dominar um ambiente nada
melhor que conhecê-lo em seus detalhes.

Densidade
A densidade da água é definida como massa por unidade de volume, e é designada
pela letra grega p (rô). A relação entre p, massa e volume é caracterizada pela fórmula:

Na qual o m é a massa da substância cujo volume é o V. A densidade é avaliada


pelo sistema internacional em quilogramas por metro cúbico (Kg/m3) ou gramas
por centímetro cúbico se for o caso (g/cm3). A temperatura como variável tem ação

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determinante na constatação da densidade criando uma ordem de importância onde


atua muito mais para os gases do que para os sólidos e líquidos.
Além da densidade, as substâncias são definidas pelo seu Peso Específico. A
água doce pura tem seu peso específico por definição igual ao valor “1” quando sua
temperatura for igual a 4ºC. Como este número é uma proporção ele não possui unidade.
Já a água do mar contendo sal e outro elementos chega a ter um peso específico médio
de “1,026”,temos que levar em conta que a salinidade que é o principal elemento na
variação do peso específico da água dos mares, e variará conforme a concentração
do cloreto de sódio nos diferentes oceanos e mares, assim como nas águas salobras
de diferentes regiões. No caso do corpo humano embora seja predominantemente
constituído de água, sua densidade é ligeiramente menor do que a da água, tendo um
peso específico em média de “0,974” tendo que levar em conta que existirá diferença
entre o homem e a mulher onde o sexo feminino terá um peso específico menor cerca
de 10% em razão da maior quantidade de tecido adiposo (gordura que é menos densa)
comparativamente com o homem que possui mais tecido muscular (mais denso que
a gordura). A massa corporal magra, que é constituída pelos ossos, músculos, tecido
conjuntivo e órgãos, em uma densidade na ordem de “1,1”, enquanto a massa de tecido
adiposo (massa gorda), que inclui toda a gordura corporal essencial mais a gordura
que excede as necessidades essenciais, tem uma densidade de “0,904”. Diante destes
dados já podemos ter uma ideia que o corpo humano desloca um volume de água que
pesa mais do que o corpo, forçando o corpo para cima por uma força igual ao volume
de água deslocado, confirmando o Princípio de Arquimedes , que abordaremos mais
adiante. Diante destes dados podemos iniciar a análise do comportamento do corpo
humano no meio líquido no caso a água, porem não podemos deixar de mencionar a
capacidade pulmonar como outro fator determinante da condição humana, que pode
afetar de maneira definitiva a condição do corpo humano permanecer na superfície
ou não em um ambiente aquático.

Flutuabilidade

Descoberta pelo inventor, matemático e engenheiro grego Arquimedes (282-212


AC) durante seu banho de imersão, a compreensão da flutuabilidade é um fator de
suma importância para aqueles de alguma maneira se envolvem no meio líquido para
atuarem como amadores ou profissionais, pois como já foi dito no inicio deste capítulo,

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dominarmos o meio líquido, é uma façanha que desafia o homem desde sua origem
e quanto mais soubermos sobre a condição dos corpos humanos quando envolvidos
em água mais poderemos controlar tais situações. Quando Arquimedes saiu correndo,
segundo historiadores, gritando “Eureka”, estava ele se referindo a compreensão da
condição de seu corpo ficar na superfície da água de sua banheira ao tomar banho e
analisando esta condição criou o seguinte principio que leva seu nome: “Todo corpo
mergulhado num fluido (líquido ou gás) sofre, por parte do fluido, uma força vertical
de baixo para cima, equivalente ao peso do volume do fluido deslocado pelo corpo”.
Uma vez que a flutuabilidade é uma condição na qual nossa participação ativa não
existe a não ser pelo fator respiratório que iremos abordas a seguir, temos então na
compreensão da flutuabilidade segundo Arquimedes, três condições que poderemos
encontrar quando um corpo estiver totalmente imerso em um líquido:
E = Empuxo - P = Peso específico ou força peso
Condição I. Se o corpo permanecer totalmente parado no ponto onde ele foi colocado,
significará que a intensidade da força de empuxo é igual à intensidade da força peso
deste corpo (E = P). Condição II. Se este mesmo corpo afundar, significará que a
intensidade da força de empuxo é menor do que a intensidade da força peso (E < P).
Condição III. Se este corpo for levado e permanecer na superfície, significará que
a força de empuxo é maior do que a intensidade da força peso (E > P).
Levando-se em consideração as condições acima descritas, temos que pensar
nas variáveis que estarão atuando quando o corpo humano for o alvo desta análise.
Partindo desta premissa antes de analisarmos as variáveis humanas vamos observar
as variáveis do meio líquido aonde nós humanos poderíamos nos encontrar.
Piscinas na sua grande maioria de água doce, este tipo de água tem sua densidade
em torno de 1,00 g/cm³, por sua vez a água do mar em média, pois temos diferentes
níveis de salinidade nos diferentes mares e oceanos, 1,04 g/cm³. Já o corpo humano
tem dois diferenciações básicas, ou seja homem x mulher, levando em conta os tecidos
básicos que nos compõem, no caso massa muscular em torno de 1,1 g/cm³ e o tecido
adiposo com cerca de 0,9 g/cm³. Todos estes dados seriam fáceis de serem analisados
e poderíamos teorizar facilmente sobre as condições de flutuabilidade de qualquer
individuo que o desejasse. Porem um fator, podemos dizer, é preponderante diante
de todos os dados fornecidos até agora, estamos falando da capacidade pulmonar
ou capacidade vital, que em sua analise estabelece a condição de ser decisiva na
possibilidade do sujeito flutuar ou não.

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Qual seria então a grande importância dada à capacidade pulmonar quando se


analisa a flutuabilidade? Esta pergunta poderá ser respondida a partir da compreensão
de como o ar dentro dos pulmões se comporta, seu volume e sua distribuição. Diante
mão podemos dizer que o ar que cabe em nossos pulmões ocupa espaços vazios
aumentado a área corporal e portanto aumentado a força E (empuxo) sobre o nosso
corpo.
Os volumes e as capacidades pulmonares representam a movimentação do ar em
nossos pulmões, em cada movimento respiratório normal, movimenta-se um volume de
ar que se denomina volume corrente (VC), isto quer dizer que há uma movimentação
de entrada e saída de ar constante no volume aproximado de 500 ml em um sujeito
jovem ou adulto normal. Além deste valor em transito, digamos assim, ficam nos
pulmões cerca de 2.300 ml de ar em média, denominados de Volume Residual Funcional
(VRF). Temos também o Volume de Reserva Expiratório (VRE), que a quantidade de
ar que ainda pode ser expirada, pela expiração forçada, após o término da expiração
corrente normal, com valor aproximado de 1.100ml.
Além deste ar solto de forma forçada, nosso pulmões nunca ficam vazios, pois
existe o volume residual (VR), que é o volume que permanece nos pulmões para que
os mesmos não se colabem, este volume gira em torno de 1.200 ml. Há também o
Volume de Reserva Inspiratório (VRI), que é o volume que pode ser inspirado alem do
volume corrente normal, em média de 3.000ml. Então a Capacidade Inspiratória seria o
volume máximo de ar inspirado a partir da distensão máxima dos tecidos pulmonares
somando-se o volume corrente, que levando em conta os valores apresentados até
agora somariam 3.500ml de ar. Outro volume que para nós seria importante computar
é o volume da Capacidade Vital que seria o volume de ar possível de ser expirado e
inspirado em seguida em uma condição máxima, que corresponderia aproximadamente
em 4.500 ml de ar, que por definição seria o maior volume de ar que poderia ser
movimentado em uma única ação respiratória compreendendo o Volume Corrente o
Volume de Reserva Inspiratório e o Volume de Reserva Expiratório.
Temos então a Capacidade Pulmonar Total, que é o volume máximo que os pulmões
podem ser distendidos através de um maior esforço respiratório possível somando
cerca de 5.700ml de ar, na verdade este valor é a soma da Capacidade Vital mais o
Volume residual dos pulmões.
• Capacidade Vital (CV) = VC + VRI + VRE >............... 4.600 ml
• Capacidade Inspiratória (CI) = VC + VRI >................... 3.500 ml

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• Capacidade Residual Funcional (CRF) = VRE + VR >.. 2.300 ml


• Capacidade Pulmonar Total (CPT) = CV + VR ............. 5.700 ml
Devemos considerar que todos os volumes e capacidades pulmonares são cerca
de 20 a 25% inferiores na mulher em relação ao homem, e obviamente apresentarão
variações maiores em sujeitos atléticos do que em indivíduos de complexão menor.
Após a análise das Capacidade Pulmonares voltemos ao estudo da flutuabilidade
que como dissemos anteriormente teriam entre si uma grande relação, relação
esta que nos leva a considerar que qualquer corpo humano em apnéia expiratória,
ou seja, ao soltarmos o ar de uma maneira natural e bloquearmos a respiração,
possivelmente expulsaríamos cerca de 3.500 ml de ar ou mais, podendo chegar até
a 4.600 ml, dependendo a intensidade da expiração. Este ar expulsado dos pulmões
corresponderia à perda de empuxo proporcional a 1.000 gramas para cada 1.000 ml
de ar, o mesmo ocorrendo no sentido inverso ou seja quanto mais ar conseguirmos
inspirar proporcionalmente maior será a força de empuxo a nos sustentar na superfície
do meio líquido.

Arrasto

Bastante conhecido como resistência, o arrasto é um importante elemento na


análise do comportamento e deslocamento do corpo humano na água, e este arrasto
envolveria a forma, o volume o contacto a velocidade de deslocamento e o vácuo
deixado pela passagem do corpo pelo meio líquido. Cada uma destas situações envolve
uma condição e analise especifica de seu efeito em nosso corpo, efeitos estes que
longo dos anos tem-se tentado anular ou minimizar.

Arrasto de forma
Também chamado de arrasto frontal ou resistência frontal. O arrasto de forma
tem uma condição muito especial quando falamos do corpo em contacto com a
água, sua atuação envolve particularmente cada corpo de nadador, cada nado e a
técnica empregada nestes nados. Incidindo diretamente na cabeça, ombros, região
lombar joelhos e pés, dependendo do nado, mais partes do corpo serão afetadas como
membros superiores e inferiores, este arrasto pode ser minimizado pelo rolamento do
tronco fazendo com que um ombro de cada vez toque a água, esta estratégia seria
empregada nos nados Crawl e Costas, nas saídas e viradas dos 4 nados a posição

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hidrodinâmica torna-se indispensável, não nos esquecendo da fixação da cabeça entre


os braços, o encaixe do quadril pode diminuir bastante a pressão para baixo que o
contacto frontal com o fluxo laminar pode causar.
Os joelhos também poderão causar um aumento do arrasto de forma desnecessário
se forem flexionados alem dos 120º nos batimentos de pernas dos nados Crawl,
Costas e Borboleta. Já no nado de Peito teremos a flexão da coxa sobre o tronco,
que deverá ser apenas o suficiente para que os pés fiquem submersos, uma vez que
as pernas estarão flexionadas ao máximo, neste caso o arrasto de forma da coxa é
bastante elevado e seu excesso poderá inclusive elevar o quadril.
Os pés estarão diretamente relacionados a capacidade de flexão plantar, também
identificada por extensão dos pés, onde quanto mais fletidos estiverem menos água
tocará seu dorso frontalmente este conceito seria aplicado aos nados Crawl, Costas
e Borboleta, mais uma vez o nado de Peito é diferenciado, a flexão plantar dos pés
só terá influência na diminuição do arrasto, quando a pernas estiverem unidas e
estendidas após a pernada, na curta fase do deslize.
Não podemos nos esquecer que o arrasto de forma está intimamente ligado à
morfologia do corpo que está em contacto com a água independentemente da técnica
de deslocamento. O volume e a forma deste corpo podem ocasionar alterações
significativas no arrasto.
A forma praticamente é imutável, podendo ter pequenas alterações relacionadas à
massa muscular (massa magra) e a massa de tecido adiposo (massa gorda), porém
a estrutura esquelética que dá a forma principal ao corpo, esta é inalterável. Agora
o volume ou o perímetro dos segmentos corporais, membros superiores e inferiores
inclusive o tronco, estes sim podem sofrer alterações principalmente pela compressão
dos tecidos que os revestem, fato este que só foi alcançado pela introdução dos Trajes
de Natação que são tão justos e apertados que acabam diminuindo o perímetro dos
segmentos pela compressão dos tecidos mais moles que os compõem.
Ainda dentro do assunto resistências, temos aquela que ocorre pelo contacto do
corpo com a superfície que o envolve, chamada de Arrasto de Contacto ou Arrasto de
Fricção: diz respeito ao arrasto criado através do contacto da pele do nadador com o
fluxo laminar de água que o envolve, este contacto na verdade é um atrito que faz com
que toda a superfície corpórea exerça uma ação penetrante através do meio líquido
onde cada elemento presente nesta superfície gere uma força resistiva ao deslocamento

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do nadador. Esta fricção ocorre no tecido de revestimento corporal e suas estrias,


nos pelos, nos cabelos, unhas, bigodes e até mesmo verrugas e saliências teciduais.
Até bem pouco tempo os nadadores utilizavam um meio bastante eficaz de redução
desta resistência que era a tricotomia total ou seja raspagem de todos os pelos, cabelos
e bigode, para assim eliminar dentro do possível este atrito friccional. Então mais uma
vez a solução tecnologia chegou com força total minimizando este problema de fricção
sem a necessidade destas raspagens em razão do traje de natação ter seu ponto
alto tecnológico na estrutura de sua trama que foi criada a partir da observação dos
tecidos de revestimento (pele) dos tubarões, os quais possuem sulcos milimétricos
por onde o fluxo de água passa com maior velocidade, não só diminuindo o arrasto
de fricção com também criando pequenas diferenças de pressão as quais oferecem
uma condição ótima de deslocamento propulsivo.
Esta descoberta, chamada de FAST SKIN (pele rápida) foi tão sensacional para a
Natação mundial que em menos de 10 anos praticamente todos os nadadores do
mundo já possuíam um modelo, todas as principais marcas de produtos esportivos
já pesquisavam e produziam seu traje rápido de Natação e foram surgindo novos
modelos com novas tramas , novas costuras, novos desenhos, novas ranhuras novas
fibras, até chegarmos aos modelos polêmicos testados pela NASA chamados LZR
RACER, que segundo relatórios técnicos influenciam até no aumento da flutuabilidade
do nadador.

Velocidade de Deslocamento
Entendida na Natação como “Lei Teórica do Quadrado”, esta lei quando analisada
impressiona e ao mesmo tempo justifica enorme força que qualquer objeto despende ao
ter que atravessar o meio líquido em altas velocidades. Antes de entrarmos na análise
específica desta lei e sua aplicabilidade na Natação, vamos comparar velocidades de
deslocamentos de dois dos mais usados transportes que conhecemos que são: o navio
e o avião. Como exemplo, tomaremos o percurso de um avião internacional (Jumbo
747) viajando do Brasil para qualquer país da Europa; este avião teria sua velocidade
de cruzeiro em torno de 850 a 950 Km por hora. Já um navio de cruzeiro internacional
teria sua velocidade de cruzeiro em torno de 50 a 70 nós (os transatlânticos mais
modernos do mundo) isto significa uma velocidade entre 70 a 90 Km por hora.
Considerando o peso e a potência destes dois gigantes porque tal diferença; se
considerarmos o peso e a potência de ambos não haveria uma certa relatividade?,

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mas porque tanta diferença, praticamente 16 vezes entre um e outro. Em primeiro


lugar temos que analisar os ambientes em que estes se deslocam. A água é cerca
de 800 vezes mais densa que o ar, daí então tamanha discrepância entre o meio em
que um navio e um avião se deslocam, outro elemento a ser considerado, é que para
o avião se sustentar no ar sua velocidade tem que criar a sustentação criada pela
pressão do ar sob as asas.
Como exemplo, para que um Jumbo 474 decole, sua velocidade mínima deverá ser
em torno de 250 Km/h. Já um navio em razão do empuxo não precisa de força de
sustentação para permanecer na superfície, porém o mesmo tem que vencer o arrasto
(resistência) que o envolve, e quanto maior for a velocidade maior será o arrasto na
proporção de “o dobro de velocidade contra o quádruplo de arrasto”. Considerando
o assunto desenvolvido até agora, chega-se ao ponto já comentado do arrasto de
fricção minimizado pelos Trajes de Natação, os quais serão banidos a partir de 2010,
levando-se em conta que na verdade tal traje, cada vez mais aperfeiçoado, e com
inúmeros recursos surgindo a cada dia, estava se tornando um equipamento e não
uma vestimenta.

Sucção da extremidade

É o fenômeno causado pela passagem de um corpo através do meio líquido, deixando


para trás uma área de baixa pressão (espaço com aparentemente menor quantidade de
água que a região no entorno), criando-se assim uma força contrária ao deslocamento.
É formada então a esteira, que na verdade é o rastro deixado pela passagem de
uma pessoa, embarcação ou até mesmo animal aquático, que deslocando-se para
frente na água, deixa um espaço teoricamente menos denso para trás, criando uma
força contrária ao deslocamento, há ao mesmo tempo criando uma condição ideal
na superfície para a mistura do ar com a água.

Turbilhão ou turbilhonamento

É o fenômeno das bolhas ou melhor da espuma que circunda qualquer objeto que
se desloque sobre a água em determinada velocidade, este fenômeno ocorre em
razão da mistura repentina do ar com a água, provocado pelo movimento do líquido e
também pela esteira deixada ao longo do percurso. Este turbilhão é um elemento que

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causa perda de potência ou de deslocamento em função da força motriz geradora do


deslocamento não conseguir, em determinadas situações, aplicar a força propulsora
em um ambiente totalmente denso e consistente.
O ambiente turbilhonado é de certa forma preenchido por bolhas de ar, cuja densidade
é 800 vezes menos densa que a água, tornando assim o meio em que a propulsão
está se desenvolvendo inadequada para uma resultante propulsiva esperada. Para
contornar este problema devemos procurar zonas de águas não agitadas, ou seja
águas profundas, isto quer dizer que a medida que a força propulsiva for aplicada em
um ambiente sem a presença bolhas de ar maior será o rendimento, desde que esta
profundidade não implique numa diminuição de ação propulsiva.
Como exemplo, uma braçada muito funda poderia ocasionar uma diminuição do seu
tamanho, o que não seria recomendável, porém alcançar uma profundidade mínima
de braçada evitando o turbilhão e a água agitada, muito provavelmente irá contribuir
para uma melhor eficiência propulsiva. Um outro exemplo muito interessante é o
comportamento dos submarinos, quando o vemos na superfície, sempre ao seu redor
existem as espumas brancas que são os turbilhões e principalmente a sua calda em
função da força motriz propulsora, há sempre uma esteira toada branca. Quando este
submarino resolve aumentar sua velocidade para potências máximas, ele submerge,
para então conseguir propulsão integral sem o risco do turbilhão, pois a determinada
profundidade jamais o ar irá se misturar com a água, isto só ocorre na superfície.

Cavitação

É o nome que se dá ao fenômeno de vaporização de um líquido pela redução


da pressão, durante seu movimento. Poderíamos explicar este fenômeno de uma
maneira mais simples, analisando um liquidificador; as pás giram muito rápido um
volume de líquido relativamente pequeno, não considere o formato dos hélices, pois
eles interfeririam no raciocínio. Voltando, quando um hélice gira muito em pouco
líquido o líquido se agita porém o liquidificador não sai do lugar, se houvesse muito
liquido e condições ideais ( hélices propulsivas e menos peso no liquidificador) este se
deslocaria num volume maior de liquido. O Cavitar seria então, aproveitando o conceito
para Natação, uma movimentação muito rápida na água porém em um volume de
água não suficiente para gerar deslocamento ou propulsão.

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Streamline position (posição hidrodinâmica)

Depois de analisarmos todas estas variáveis que envolvem o corpo humano quando
ele está em contacto com a água, preferencialmente nadando, temos que considerar
quais seriam as principais orientações hidrodinâmicas a serem recomendadas para
quem quer ter maior eficiência em seu nado.
A posição hidrodinâmica, seria a primeira seguida da movimentação dos membros
inferiores e membros superiores, movimento axial (rolamento), respiração técnica e
coordenação geral dos movimentos.
Na posição hidrodinâmica temos que considerar principalmente o arrasto de forma,
também chamado de atrito frontal, refere-se ao formato de um corpo diretamente
envolvido no meio líquido e seus pontos de contacto os quais poderiam diminuir o
deslocamento pela resistência causada. Na posição hidrodinâmica entram em ação
o alongamento integral do corpo do nadador levando em conta: a posição das mãos
as quais devem ficar com os dedos unidos, superpostas e o polegar superior deve
firmar o bordo da mão inferior firmando-a.
Os membros superiores devem ficar o mais estendidos possível, inclusive os ombros
devem ser projetados à frente e a cabeça fixa entre os braços, possivelmente com os
deltóides tocando as orelhas. O tronco permanece estendido enquanto o quadril tenta
se encaixar diminuindo ao máximo a curvatura lombar que poderia criar uma pressão
para baixo no nadador. Os membros inferiores ficam estendidos e unidos, com os pés
também em extensão se possível em inversão sobrepondo-se um pé sobre o outro.
Durante o deslocamento subaquático na posição hidrodinâmica, que ocorre durante
a saída e as viradas na Natação, a posição das mãos, cabeça e membros superiores
determinarão a horizontalidade do deslocamento ou sua alteração.

Movimentação dos membros inferiores


Responsáveis principalmente pela manutenção da posição horizontal, sustentação
e propulsão os membros inferiores tem sua atuação secundária na ação propulsiva
dos nadadores, uma vez que o raio de ação das pernas durante a movimentação
dos nados é muito pequena, com exceção do nado de Peito, onde a movimentação é
bastante ampla. Ao analisarmos a movimentação dos membros inferiores, precisamos
considerar técnica e ritmo e velocidade. Nos nados Crawl e Costas o batimento de
pernas deve ser feito com a inversão dos pés, ficando os mesmos voltados para

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dentro, para que a resultante do batimento seja helicoidal, criando um efeito hélice de
propulsão. Outro aspecto relevante é mantermos a distância entre os pés o suficiente
para não sofrermos o efeito da cavitação, distância esta entre 30 a 40 cm, devemos
chamar esta distância de amplitude de movimentação, não esquecendo que os pés não
podem sair da água (são até os calcanhares) pois no ar não conseguimos propulsão,
só na água.
O ritmo deve ser constante para não cairmos na inércia a qual causaria maior
gasto energético e menor rendimento, quanto a velocidade ela deve ser graduada
em função da distância a ser nadada em razão de consumir grande quantidade de
energia e render em termos propulsivos, muito pouco, cerca de 9 a 10% nos nados
citados. Considerando que a movimentação é alternada para baixo e para cima, o
movimento para baixo é bem mais propulsivo, pois vai de encontro às massas de
água não agitadas, sem turbilhão, e em maior volume.
Para a golfinhada que é a movimentação da pernada do nado Borboleta, vale todos
os quesitos citados acima, considerando que a velocidade e o ritmo são menores pois
os movimentos são feitos com as pernas unidas, para baixo e para cima havendo um
grande contacto com a água, porém um tanto quanto mais propulsivo, fato este notado
na saída e nas virados dos nados Crawl Costas e Borboleta, onde os nadadores se
utilizam desta movimentação para ter um maior rendimento, realizando a golfinhada
subaquática.
No nado de Peito os membros inferiores tem bastante relevância chegando a ter
50% do total propulsivo, onde a técnica e o ritmo tem mais importância do que a
velocidade, em razão da movimentação ocorrer praticamente no plano horizontal e
não vertical como nos demais nados e envolver uma movimentação bastante ampla
a qual provoca um arrasto de forma bastante acentuado, o qual pode ser minimizado
através de um ritmo de execução onde se respeite a fase de explosão que é a extensão
dos membros inferiores para trás, para o lado e para baixo, a união dos mesmos e o
aproveitamento da propulsão criada, ficando o nadador na posição hidrodinâmica por
algumas frações de segundo, até reiniciar a próxima movimentação.

Movimentação dos membros superiores

A ação dos membros superiores (braços) é a principal ação propulsiva que o nadador
tem a sua disposição, contrariamente ao que ocorre em terra, onde as pernas são

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motoras e os braços equilibradores, na água a coisa toda muda, e os braços passam


a ter função primordial no deslocamento do nadador. Quando analisamos os tipos de
braçadas dos 4 nados podemos classificá-las em duas categorias, ou seja as braçadas
alternadas e as braçadas paralelas, estas últimas pertencentes aos nados Borboleta
e Peito e as alternadas pertencentes aos nados Costas e Crawl.
Em relação à ação dos braços temos as fases de ação propulsiva e de recuperação
que seria o retorno à posição inicial da braçada, sendo que nos nados Crawl Costas
e Borboleta a ação propulsiva ocorre dentro da água e a recuperação é aérea, só
havendo exceção no caso do nado de peito onde ambas as ações são subaquáticas.
Para todos os tipos de braçada temos que considerar certos tipos de princípios que
irão, uma vez respeitados, propiciar um maior aproveitamento da energia aplicada ao
movimento. Começando pela terceira lei de Newton (Ação e Reação), muito abordada
no último livro de Maglischo do ano de 2007, onde o mesmo retifica sua análise,
voltando ao antigo conceito de fazer força puxando a água para trás para ir para frente,
sempre respeitando o traçado da braçada ou seja a varredura e as profundidades deste
traçado, principalmente no início da braçada procurando alcançar uma profundidade
de trabalho abaixo do turbilhão, não esquecendo que água funda é água rápida. Esta
profundidade de trabalho não excede 30 cm caso contrário a mesma estaria interferindo
no comprimento da braçada, o que não é desejável.

Rolamento (movimento axial)

Quando se pratica os nados Crawl e Costas o arrasto de forma que ocorre nos
ombros é bastante significativo, razão pela qual atualmente damos uma grande ênfase
ao rolamento do tronco a cada braçada realizada nestes dois nados, com o intuito de
minimizarmos o efeito de arrasto em ambos os ombros, fato este limitado apenas
aos nados alternados, onde os nados Borboleta e Peito não se enquadram.
O rolamento ocorre de maneira integral envolvendo todo o corpo do nadador, exigindo
do mesmo o cuidado de manter o corpo alongado para este movimento ser efetivo; outro
fator positivo do rolamento dos ombros (corpo todo) é a facilitação da recuperação do
braço já trabalhado, ao ser realizado o rolamento o braço da recuperação praticamente
fica livre da água e também consegue elevar o cotovelo bem para o alto que seria o
ideal pra se criar um ângulo de penetração de 45◦.

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Este rolamento deve ser efetuado com o devido cuidado pois o mesmo é
regulamentado pela FINA em no máximo 90◦, pois se aumentarmos este ângulo
passaríamos à posição ventral. Outro aspecto bastante relevante é que durante o
rolamento o membro superior que está tracionando consegue envolver na braçada
um número maior de músculos responsáveis pelo movimento.

Respiração técnica
Com exceção do nado de Costas todos os demais nados necessitam de
movimentações diferentes para dar condições do nadador respirar durante o nado,
a respiração na Natação deve obedecer às características de cada nado e interferir
o mínimo possível no comportamento do corpo na água, quanto menos alterações,
no posicionamento horizontal, ocorrerem durante o nado mais velocidade o nadador
poderá alcançar. Definimos na Natação duas movimentações básicas de respiração,
ou seja, a frontal e a lateral (bilateral), esta primeira típica dos nados Borboleta e Peito
e a segunda comum ao nado Crawl.
Quando falamos em respiração não podemos nos esquecer do fator flutuabilidade
em razão do volume de ar nos pulmões, sabemos que quanto mais ar nos pulmões
mais o corpo flutua e menos arrasto com a água ele acaba tendo, então é aconselhável
em todos os nados ficar sempre com os pulmões cheios de ar.
Para tanto é necessário condicionar o nadador a ficar com o ar retido nos pulmões
até a hora que desejar respirar, a partir daí deverá expirar o ar rapidamente pela
boca e pelo nariz e em seguida inspirá-lo novamente fazendo com que seus pulmões
permaneçam o menor tempo possível com pouco ar, agindo assim a posição do
corpo do nadador praticamente não sofrerá alterações durante a respiração técnica
em razão do empuxo praticamente não sofrer alterações, caso contrário o corpo do
nadador irá oscilar prejudicando seu desempenho.
Coordenação geral dos movimentos

ANOTE ISSO

Vários fatores influenciam a permanência, deslocamento, flutuabilidade e propulsão


do corpo humano durante a realização dos nados.

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Título: Movimento na água


Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/alongamento-atividade-fisica-balanca-bem-estar-374101/

LEITURA COMPLEMENTAR

Aprendendo a nadar com a extensão universitária, escrito por Enori Helena Gemente
Galdi e colaboradores, foi publicado em 2004 e está disponível em: https://www.fef.
unicamp.br/fef/sites/uploads/deafa/qvaf/aprendendo_nadar_cap2.pdf

O livro reúne a experiência de docentes e alunos do Curso de Educação Física da


Unicamp no desenvolvimento de ações integradas de ensino, pesquisa e extensão
vinculadas ao Projeto de Extensão “Aprender a Nadar” dirigido à comunidade universitária,
em especial crianças, jovens e idosos interessados na aprendizagem e aprimoramento
em natação. Aborda diferentes visões da modalidade natação, aspectos físicos e os
benefícios do esporte. Descreve as origens da natação, bases pedagógicas e níveis de
aprendizado com as respectivas orientações e cuidados a serem atribuídos no trato
com demandas diferenciadas dos usuários.

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Meio, recursos e equipamentos a favor do Aprender a Nadar Na prática de qualquer


atividade, o prazer é fator importante para a motivação dos indivíduos. Quando se tem
prazer na execução e ela proporciona boas sensações, o exercício torna-se hábito,
forma de relaxamento e diversão, permitindo a satisfação física e mental. Na água
não é diferente: o aluno só consegue desfrutar dos benefícios e das satisfações que
o meio lhe oferece quando a aceita como ambiente agradável, capaz de lhe propiciar
momentos de bem-estar e, ao mesmo tempo, contribuir para a concretização de
seus objetivos. Diante do exposto, a fase de adaptação ao meio líquido revela sua
importância; é nessa etapa, de notável fragilidade, que o professor deve manter-se
dentro d’água o máximo possível para que seja assegurada uma boa ambientação.
Por isso, ao lidar com esse estágio, faz-se necessário que o profissional de educação
física mantenha sempre atento para ser capaz de suprir as necessidades dos seus
alunos e fazê-los superar suas dificuldades. Quando manifestada de forma prazerosa,
a prática físico-esportiva possibilita o convívio social, a socialização e a integração
dos que a ela se apresentam.
É capaz, ainda, de despertar interesse por atividades a ela relacionadas; no caso
na natação, permite a aproximação com outros esportes aquáticos como mergulho,
rafting, pólo aquático, saltos ornamentais, enfim, outras atividades que envolvam o
domínio de formas básicas de como se situar na água.
Na busca por melhor repercussão dos ensinamentos, aposta-se em recursos
artificiais, sejam estes de ordem informativa (como o quadro-negro, em que se expõe
o conteúdo a ser ministrado), demonstrativa (em que são apresentados slides e vídeos
que ilustram os comandos técnicos), ou mesmo de segurança, que incluem as bóias de
braço, os flutuadores, os coletes ou cinturões e até mesmo o tão requisitado aquatubo.
O que se tem observado é que tais estratégias atingem, igualmente, alunos e mestre,
ou seja, elas também os auxiliam no cumprimento dos seus objetivos, já que garantem
maiores possibilidades de experimentação com segurança e motivação, visto que
seus supostos limites são vencidos e o receio, derrotado.
No ensino da progressão dos nados e em suas práticas parciais, os equipamentos
também apresentam desvantagens; podem mascarar as potencialidades do aluno e,
com isso, submetê-lo a situações de risco; podem causar relação de dependência ou,
ainda, resultar em performances futuras deficientes por restringir a movimentação
durante a fase de aprendizagem. Os recursos disponíveis àqueles que se propõem a
ensinar elementos da cultura corporal percorrem, em geral, uma graduação; assim,

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no início, o professor destina à turma comandos verbais, antes ou depois de sua


descrição; já num segundo estágio, a demonstração ilustra o repertório da fase anterior
e, finalmente, quando necessário, o mestre utiliza a exterocepção, visto que, por meio
do toque, ele desperta o corpo do aluno para a atividade. O modo e a frequência em
que são solicitados correspondem ao perfil do público com qual se trabalha, cabendo
ao educador definir a adequada relação entre eles.
Dessa forma, tais práticas exigem singular competência pedagógica, para que se
configurem formas eficientes no que diz respeito à obtenção de pleno desenvolvimento físico
e mental, o que permite, além da manutenção da saúde e do preparo físico, o crescimento
pessoal; é uma boa alternativa para levar a um bom funcionamento de todo corpo.
A prática regular e continuada desenvolve, simultaneamente com maior ou menor
intensidade, todas as partes do corpo, atuando em sua totalidade e junto à mente para
um desenvolvimento saudável e eficaz. Propriedades físicas da água Ao lidar com o
meio líquido, é preciso ter em mente que ensinar exercícios na água é mais complicado
do que em terra, em virtude das características particulares do meio; só o domínio
dessas singularidades assegura a concretização dos efeitos físicos desejados diante de
práticas destinadas ao ambiente em questão. Assim, na natação ou na hidroginástica,
as atividades são determinadas pelas propriedades físicas da água, dentre as quais
se destacam: o empuxo ou Princípio de Arquimedes, a força peso ou da gravidade, a
temperatura da água, a pressão hidrostática e a sua resistência.
Em outros termos, pode-se afirmar que algumas propriedades da água são importantes
para a adequação de exercícios às capacidades biológicas dos indivíduos, a fim de otimizar
seus efeitos, evitar complicações físicas e garantir a satisfação pela atividade.
Daí a necessidade de conhecê-las em profundidade: Empuxo e Gravidade. O empuxo,
ou Princípio de Arquimedes, é característica particular do ambiente líquido. O corpo nele
inserido está submetido a força de ocorrência no plano vertical, em direção à superfície
da água, que traciona o corpo com intensidade igual ao peso do líquido deslocado
(dessa forma, o empuxo recebe acréscimo conforme se aumenta a profundidade).
É contrário à gravidade que atua em todos os corpos, atraindo-os para o solo.
De relevante importância para a estabilidade do corpo na água, ambas contribuem
para a manutenção do equilíbrio, da flutuabilidade e, em conseqüência, interferem no
aprendizado; respondem ainda pelos efeitos retardador e propulsivo aí presentes, os
quais decorrem da forma e da velocidade do movimento executado, e também são
influenciados pela temperatura e pela pressão hidrostática do meio.

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Frequentemente, essas forças se equilibram, o que neutraliza seus efeitos e faz certo
volume, de um corpo em situação de envolvimento com a água, manter-se emerso,
salvo em situações de posicionamento vertical, quando a gravidade sobrepõe-se à
atuação do empuxo.
A flutuabilidade interfere diretamente na realização do exercício, pois “à medida que o
corpo é gradualmente submerso, a água é deslocada, criando a força de flutuabilidade”,
por isso, para os autores, uma pessoa submersa até a região umbilical elimina
aproximadamente 50% de seu peso corporal, o que lhe confere características diferentes
das assumidas em terra e podem facilitar ou dificultar a execução de determinados
movimentos. Nesse sentido, há ainda dois fatores biológicos que interferem nesse
fenômeno: a quantidade de ar nos pulmões e a porcentagem de gordura do corpo;
tanto um quanto outro, quando presentes em maiores proporções, facilitam que o corpo
se mantenha na superfície d’água, visto que eles tornam os corpos menos densos.
A temperatura é outro fator que influencia a execução de atividades em meio
líquido é a temperatura da água, propriedade capaz de produzir alterações fisiológicas
importantes durante os exercícios aquáticos. Isso acontece porque a temperatura
externa ao organismo interfere diretamente nele para que, por trocas de energia térmica
entre ambos, estes entrem em situação de equilíbrio. Assim, o calor produzido durante
uma hora de atividade física é suficiente para aumentar a temperatura central do corpo
em até 3º C, fazendo esse acréscimo de energia ter que ser dissipado.
Os mecanismos de dissipação de calor são os responsáveis pela manutenção
da temperatura corporal. Dentre tais meios de defesa, a evaporação do suor é a
mais eficiente; entretanto, em face de temperaturas externas elevadas, ela se torna
ineficaz, incapaz de promover resfriamento satisfatório, o que leva a desempenho
deficiente. É por isso que as piscinas utilizadas para atividades vigorosas são mantidas
a temperaturas amenas, entre 27 e 29 ° C
A Pressão Hidrostática quando o corpo está imerso em meio líquido, um ponto sofre
a ação da chamada pressão hidrostática, que se manifesta igualmente em qualquer
nível e direção; sua exploração garante máximo aproveitamento da sobrecarga própria
do meio. Entretanto, essa propriedade é sentida com mais evidência na região do
tórax, pela dificuldade de sua expansão.
A situação de equilíbrio em que se encontra tal força determina o não-deslocamento
do corpo em meio aquoso, diferentemente do que acontece quando ela se manifesta
de maneira desigual, seja em relação ao nível em que o objeto está imerso ou no que

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diz respeito a sua direção; neste caso, tem-se certa movimentação até que a situação
inicialmente relatada seja (re)estabelecida.
O aumento dessa pressão ocorre com de variações, crescentes, de profundidade
e densidade do fluido; a cada pé de profundidade, ela altera, positivamente, seu valor
em 0,43 pressões atmosféricas.
A sensação de ausência de peso, presente quando submersos, decorre da pressão
lateral existente no meio aquático, aplicada simultaneamente aos efeitos da flutuabilidade
(Campion, 2000). Ela atua ainda de modo benéfico no nosso organismo, já que interfere
na redistribuição sanguínea e também de outros componentes líquidos, da periferia
para o centro do corpo.
A resistência da água ou arrasto, como é cientificamente denominada, caracteriza-
se por ser força de oposição à progressão do corpo em movimento nesse meio.
Responde ao efeito retardador do deslocamento no meio aquático, já que este é cerca
de mil vezes mais denso que o ar. O arrasto enfrentado por quem nada é diretamente
proporcional à quantidade de turbulência por ele criada; assim será tanto maior quanto
mais conturbadas forem as correntes laminares.
A velocidade, a forma e a orientação do corpo são fatores diretamente relacionados
à turbulência; em geral, os objetos afilados encontram menor resistência do que os
com “cantos quadrados e formas convolutas”; o arrasto é menos evidente quando o
corpo assume posição mais horizontal, o que faz restrito número de partículas das
correntes laminares ser afetado. A velocidade, que em intensidade elevada provoca
maior fricção e turbulência na água, pode resultar em maior resistência.
Para melhor compreensão, o fluxo laminar é caracterizado como: “correntes regulares e
contínuas de moléculas de hidrogênio e oxigênio em flutuação”, compactadas umas sob as
outras; já o fluxo turbulento “ocorre quando há interrupção do fluxo contínuo, geralmente
‘descaracterizado’ pelo encontro deste com um objeto”. Deve-se salientar que, em situação
de turbulência, uma movimentação rápida e circular das moléculas, de redemoinhos, se
faz presente, diferentemente do que ocorre quando o fluxo laminar acontece.
Benefícios físicos e alterações fisiológicas proporcionados pela água Devido às
propriedades da água já citadas, o exercício em meio líquido situa-se como recurso
capaz de proporcionar momentos de satisfação física e mental, o que diminui as
possibilidades de ocorrência de doenças, reduz dores musculares, relaxa, diminui o
estresse e melhora a auto-estima.

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Os benefícios que a atividade física, em meio líquido, proporciona aos que a praticam
com freqüência: o corpo sofre influência de forças do meio líquido, o que faz os sistemas
orgânicos se adaptarem às condições do seu novo hábitat. A água produz mudanças
na regulação, principalmente do sistema cárdio-pulmonar e do metabolismo, além de
Aumento da taxa metabólica de repouso, tal como do gasto energético; redução
dos riscos de diabetes, por controlar a taxa de colesterol e de triglicerídios; controle
da pressão sanguínea; melhora da auto-estima, com diminuição das possibilidades de
depressão; melhora das funções cardiovasculares, pulmonares e mentais; Sociabilização;
aumento do bem-estar e da perspectiva de vida; controle do peso corporal; melhora da
flexibilidade; prevenção do estresse; melhora da força e da resistência muscular; alívio
da dor e do espasmo muscular; diminuição do impacto; retardo do envelhecimento;
auxílio para manutenção da postura correta.

NOTÍCIA DO ASSUNTO

Por que a natação é um treino completo


https://oglobo.globo.com/saude/noticia/2022/06/por-que-a-natacao-e-um-treino-
completo.ghtml
Com apenas 30 minutos e alguns truques, uma ida à piscina pode se tornar um
ótimo exercício para a saúde. Por Dana G Smith, The New York Times. 01/06/2022
04h30 Atualizado há uma semana

A natação é um treino de corpo inteiro, trabalha braços e pernas, assim como sistema cardiovascular
Foto: Logan R. Cyrus | The New York Times

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Seja qual for o seu motivo para entrar na água, a natação é um dos melhores
exercícios que você pode fazer pela sua saúde. É um treino de corpo inteiro, que
trabalha bastante os seus braços e pernas, assim como seu sistema cardiovascular,
colocando menos tensão em suas articulações do que a maioria dos outros exercícios.
De acordo com Hirofumi Tanaka, professor de cinesiologia da Universidade do Texas
em Austin, a natação oferece benefícios cardiovasculares semelhantes à corrida ou
outros esportes de resistência. Pesquisas em seu laboratório também sugerem que
um programa regular de natação pode reduzir a pressão arterial e suavizar as artérias
rígidas em adultos mais velhos.
— A natação é realmente uma boa forma de exercício que muitas vezes é subestimada
— disse Tanaka. — O exercício precisa envolver grandes grupos musculares, ser rítmico
por natureza e deve sobrecarregar as funções cardiovasculares. A natação se encaixa
perfeitamente. — explica o professor. Mas por onde começar? Enfrentar uma piscina
de tamanho grande pode ser intimidante para um iniciante. Abaixo estão algumas
dicas de treinadores profissionais sobre como transformar 30 minutos na piscina em
um treino eficaz.

Comece devagar

Pesquisas sugerem que um programa regular de natação pode reduzir a pressão arterial
Foto: Logan R. Cyrus | The New York Times

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Compre um bom par de óculos de proteção (uma touca de natação e uma prancha
podem ser úteis, mas não são necessários) e comece nadando uma volta – para
baixo e para trás ao longo da piscina – sem parar. Normalmente, as pessoas fazem
o nado livre quando se exercitam porque é a braçada mais eficiente, mas você pode
mudar se tiver uma preferência ou quiser alguma variedade.
A maioria das piscinas recreativas americanas tem 25 metros de comprimento, então
uma volta completa tem 50 metros, duas voltas são 100 metros e assim por diante.
As piscinas olímpicas são duas vezes mais longas, enquanto as piscinas domésticas
variam, portanto, certifique-se do tamanho para calcular bem as voltas e a duração.
Se uma volta parecer fácil, faça duas com uma pequena pausa de 10 a 20 segundos
entre elas. Aumente gradualmente, ampliando o número de voltas e diminuindo a
frequência de pausas, mas não exagere no primeiro dia – não dê mais de 10 voltas
no total.
— Quando se trata de natação, trata-se de consistência, então comece de onde você
está — disse Cullen Jones, quatro vezes medalhista olímpico que treina natação juvenil.
— Certifique-se de que o que você está fazendo é gerenciável. Tenha a mentalidade
de que você pode fazer isso de novo no dia seguinte ou após dois dias — aconselha
Jones.
Concentre-se na técnica: se sua última aula de natação foi na escola primária,
aqui estão algumas dicas a serem lembradas: Primeiro, você quer que seu corpo fique
o máximo possível no topo da água. A maneira mais fácil de fazer isso é manter a
cabeça baixa e olhar para o fundo da piscina.
— Se você levantar a cabeça e olhar para a parede suas pernas vão afundar e
isso criará muita resistência — explica Fares Ksebati, fundador e executivo-chefe do
aplicativo de natação MySwimPro.
Seu chute com as pernas também ajuda a manter o equilíbrio em cima da água. Na
verdade, a menos que você esteja correndo, chutar é mais importante para a posição
do corpo do que para a própria impulsão. Chute apenas o suficiente para manter seus
quadris e pernas em cima da água para que eles não o arrastem para baixo.
— O maior erro que os nadadores iniciantes cometem é chutar demais — diz Ksebati.
— As pernas usam mais sangue, então se você chutar muito, vai se cansar muito
mais rapidamente. — explica.
Se você está correndo, então você pode chutar suas pernas em alta velocidade, como
Jones fez na corrida de 50 metros livre nas Olimpíadas de 2012. Mas ao nadar em

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busca de resistência ou condicionamento físico geral, imita alguém como a nadadora


de longa distância Katie Ledecky , cujas pernas mal fazem ondas, para economizar
energia e se concentrar mais no equilíbrio e no alinhamento do corpo.
Outro erro que iniciantes cometem é ficar muito plano na água. Em vez disso,
balance sutilmente de um lado para o outro. À medida que as pontas dos dedos
tocam a superfície, estenda o braço o máximo que puder enquanto gira levemente
os quadris e os ombros. Tente isso em terra firme: fique na ponta dos pés com um
braço esticado acima da cabeça. Se você mover o quadril e o ombro para cima e
para a frente, provavelmente poderá alcançar alguns centímetros mais alto. Agora
faça isso na água.
— Se você começar a girar com os ombros e os quadris em cada braçada e alcançar
alguns centímetros a mais, basicamente vai alongar sua braçada, e isso o tornará
mais eficiente — explicou Ksebati.
Outra maneira de aumentar sua eficiência é criar mais força a cada golpe. Ao
puxar o braço para baixo pela água, tente deixar o antebraço perpendicular ao fundo
da piscina. As pontas dos dedos devem estar ligeiramente separadas - menos de um
centímetro - para obter o máximo de potência.
Não se preocupe em respirar alternadamente se sentir que de um lado é mais
confortável que o outro. O objetivo é manter o ritmo. “Toda vez que seu rosto está na
água, você está exalando” disse Cokie Lepinski, treinadora de natação Masters dos
EUA em Surprise, Arizona. “Toda vez que você sobe, você está tendo uma inspiração
agradável e na medida.”

Entre em intervalos

Uma vez que você conseguir completar oito voltas facilmente, tente alguns treinos
intercalados. Para nadadores profissionais, os treinos são estruturados com musculação,
divididos em séries, em vez de 30 minutos seguidos.
Para fazer isso, você precisa entender uma fórmula de intervalo usada em quase
todos os treinos de natação. Os intervalos são geralmente descritos por dois números:
1) o número de repetições e 2) a distância em metros de cada repetição como um
múltiplo de 25 (o comprimento da piscina). Descansos curtos são incorporados após
cada repetição. Por exemplo, um 2x50 significa nadar 50 metros (para baixo e para
trás), fazer uma pausa de 10 segundos e depois nadar e dar outra volta. Para um

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4x25, nade a mesma distância, mas descanse toda vez que tocar em um lado. Um
1x100 significa nadar duas voltas continuamente e descansar depois. Todos os três
intervalos são de 100 metros no total, mas são nadados em taxas diferentes.
Adapte seus intervalos aos seus objetivos. Se você quiser um treino de maior
intensidade, nade intervalos mais curtos em um ritmo mais rápido. Se você quiser
trabalhar a resistência, nade longas distâncias em um ritmo mais lento com menos
pausas. Por exemplo, um 4x25 normalmente seria nadado em um sprint, enquanto
um 1x100 é geralmente um intervalo mais lento e focado na resistência.
— Se você nadar no mesmo ritmo todos os dias não terá tantos benefícios — disse
Lepinski. Por um lado, ela acrescentou, o treinamento intervalado é mais divertido. —
Isso apenas desafia seu coração um pouco melhor — disse.
Tanto Ksebati quanto a treinadora Lepinski disseram que um bom treino para
iniciantes ou intermediários é de 1.000 a 1.500 metros, ou 20 a 30 voltas, o que deve
levar cerca de meia hora. Comece com um aquecimento curto – talvez um 4x50 em
um ritmo fácil – para aumentar sua frequência cardíaca. Você pode misturar em
diferentes golpes, fazendo peito ou costas em vez de freestyle para um pouco de
variedade. Em seguida, faça um 4x25 usando um kickboard para ativar as pernas.
Em seguida, vem o conjunto principal, ou a maior parte do seu treino. Se você estiver
trabalhando em velocidade, faça 8x50 (oito voltas com uma pausa após cada) em
ritmo acelerado. Se você quiser aumentar a resistência, tente uma escada de ritmo
moderado, subindo e descendo a duração dos seus intervalos: 1x50, 1x100, 1x200,
1x100, 1x50.
Por último vem o desaquecimento, mais 4x50 de natação em ritmo descontraído.
Você pode fazer uma pausa mais longa - um ou dois minutos - entre o aquecimento,
a série principal e o resfriamento.
É um pouco confuso no começo, mas uma vez que você entende a linguagem, você
pode seguir quase que qualquer treino de natação. Quer ainda mais estrutura ou um
objetivo para trabalhar? Aplicativos como o MySwimPro fornecem planos de treino
personalizados. Acima de tudo, aproveite o processo. Para muitos nadadores, a água
não é apenas um lugar para se exercitar, é também um santuário. — É difícil pensar no
estresse do mundo quando você pensa: ‘Quando é minha próxima respiração? Onde
é o fim da piscina? Em que set estou?’ — disse Lepinski. —Quando deslizamos sob a
água, o mundo desaparece.

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CAPÍTULO 4
PRINCIPAIS COMPETIÇÕES
DE NATAÇÃO

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

Veja a história de vida de um dos campeões da atualidade da natação Brasileira.

O site da Olympics conta um pouco da história de vida do nadador Bruno


fratus. Disponível em: https://olympics.com/pt/noticias/bruno-fratus-e-o-poder-da-
consistencia-ainda-tenho-lenha-para-queimar - Três vezes finalista Olímpico dos 50m
livre, o nadador brasileiro estreou no pódio Olímpico aos 32 anos em Tóquio 2020. Em
entrevista exclusiva para o Olympics.com, ele conta como desistiu da aposentadoria
e procura a ‘cereja do bolo’ em Paris 2024.
Sheila Vieira e Ash Tulloch
Updated on 11 maio 2022 10:16 GMT-3
NataçãoBruno FRATUS

Foto: 2021 Getty Images

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O nadador brasileiro Bruno Fratus construiu seu legado como um dos melhores
nadadores de 50m livre da última década. E ele fez isso com muita autenticidade,
declarações convictas e firmeza.
Muitos ficaram surpresos ao ver a reação emocional de Fratus depois de ganhar
sua primeira medalha Olímpica aos 32 anos em Tóquio 2020, um bronze em sua
terceira final Olímpica.
O vencedor da prova, Caeleb Dressel, disse ao Today Show que ficou comovido
com a reação de Fratus.
“Acho que nunca abri um sorriso tão grande na minha vida”, disse Fratus ao Olympics.
com, poucas semanas antes do Campeonato Mundial 2022 da FINA, em Budapeste,
Hungria, com início em 18 de junho.
Em Tóquio, Fratus carregou memórias vívidas de London 2012, quando ficou a
dois centésimos do pódio, e da Rio 2016, quando o público brasileiro esperava uma
medalha, e ele terminou na sexta posição.
“Em Tóquio, eu tive um pouco a sensação de agora ou nunca. Se não tivesse dado
muito certo, eu seria um ex-nadador.”
“Essa é a diferença que uma boa prova pode fazer.”

ANOTE ISSO

Troféu Brasil define seleção para o Mundial de Budapeste

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Campeonato Mundial de esportes aquáticos é adiado para 2023.


Competição de natação, saltos ornamentais, nado artístico e polo aquático seria
realizada em maio deste ano no Japão, mas, por conta da piora da pandemia, acontecerá
em 2023. Por Joanna de Asssis — São Paulo. 21/01/2022 17h40 Atualizado há 3
meses. Disponível em: https://ge.globo.com/natacao/noticia/campeonato-mundial-
de-esportes-aquaticos-e-adiado-para-2023.ghtml

Principal competição da natação em 2022, o Campeonato Mundial de esportes


aquáticos está adiado. Por conta do agravamento da pandemia da Covid-19, o evento,

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que seria realizado em maio em Fukuoka, no Japão, passou para julho de 2023. A
Federação Internacional de Natação (Fina) ainda não divulgou oficialmente sua decisão.
A notícia foi publicada primeiramente pelo site Swimchannel e, na sequência, confirmada
pelo ge.
Desde o início deste século, os Campeonatos Mundiais de esportes aquáticos --que
reúnem natação, saltos ornamentais, polo aquático e nado artístico-- são disputados
de forma bienal, sempre nos anos ímpares. Por conta da pandemia e do adiamento
das Olimpíadas de Tóquio para 2021, o Mundial, que seria no mesmo ano, passou
para 2022. Porém, nesta sexta-feira, a Fina adiou o evento para o ano que vem.

Bruno Fratus lamentou a decisão da Fina


Foto: Satiro Sodré/rededoesporte.gov.br

A reportagem do ge ouviu vários atletas brasileiros, e todos se mostraram surpresos


e chateados com o adiamento da competição. O medalhista olímpico Bruno Fratus
criticou a escolha da Fina em adiar o Mundial por mais de um ano e lembrou que em
2020 faltaram iniciativas da entidade para compensar o cancelamento de competições
por causa da pandemia.
- A vida dos nadadores era preparação para maio, e agora não tem maio, então
ficamos perdidos. Os próximos meses serão de reorganização. E um adiamento faz

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a gente perder a confiança na organização que deveria gerir o esporte. Lutamos para
que a natação seja mais séria, que o esporte seja profissional para trazer interesse de
patrocinadores e público, e agora de repente lidamos mais uma vez com incertezas. A
Fina mais uma vez lava as mãos, não apresenta uma solução. Em 2020 quem pegou
na mão da Natação foi a ISL, que é uma liga paralela. Vemos que em 2022 mais uma
vez isso deve acontecer. Você, como atleta, faz muitas perguntas nessa hora.
O Mundial de Fukuoka tinha um significado especial para Nicholas Santos, de 41
anos, tricampeão mundial dos 50m borboleta em piscina curta.
- Meu primeiro Mundial da vida foi em Fukuoka em 2001, e nadaria 20 anos depois
meu último Mundial, que seria em 2021, mas aí adiaram, adiaram… e a idéia era encerrar
a carreira ali, agora vamos ver…” - explicou o nadador, que é entusiasta da ISL, (sigla
de International Swimming League) uma liga profissional de natação que organiza
competições mundiais em paralelo a Fina desde 2019. Nicholas Santos participou
das edições de 2020 e 2021. Este ano, está no planejamento nadar a season 4, que
deve acontecer em abril.
- Preciso sentar com meu técnico e pensar, não consegui nem reagir ainda a essa
notícia. Sabia da reunião de hoje da Fina, mas pensava que era mais pra debater
protocolos sanitários, achava que aconteceria - completou Nicholas.

Nicholas Santos pretendia se despedir do Mundial em Fukuoka


Foto: Divulgação/Fina

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O nadador João Gomes, que conquistou em dezembro passado a medalha de


bronze nos 50 metros peito no Campeonato Mundial de Piscina Curta, em Abu Dhab,
também lamentou a decisão.
- Eu estava focado. Perdi cinco quilos, meu treinamento estava direcionado
completamente para chegar no ápice em maio.
O Campeonato Mundial de natação em piscina curta que estava marcado para
dezembro deste ano, em Kazan, na Rússia, segue marcado. O evento, porém, tem um
peso menor pois é disputado em uma piscina com a metade do tamanho olímpico
(25 metros).
O Brasil tem a atual campeã olímpica de águas abertas, Ana Marcela Cunha, além
de dois medalhistas dos últimos Jogos: Bruno Fratus, nos 50m livre, e Fernando
Scheffer, nos 200m livre. Ainda não é possível dizer qual será a principal competição
deste ano para esses atletas.

Troféu Brasil define seleção para o Mundial de Budapeste


Competição chegou ao final neste sábado (9) no Maria Lenk
https://agenciabrasil.ebc.com.br/esportes/noticia/2022-04/trofeu-brasil-chega-ao-
final-neste-sabado-no-maria-lenk
Publicado em 09/04/2022 - 22:33 Por Agência Brasil - Rio de Janeiro
O Troféu Brasil de Natação chegou ao final neste sábado (9) no Parque Aquático
Maria Lenk, no Rio de Janeiro. Com o final das competições foram confirmados os
nomes dos atletas que representarão o Brasil no Campeonato Mundial de Budapeste
(Hungria).
Os últimos a garantirem vaga na relação de 30 atletas que estarão na competição
são Luiz Gustavo Franco Borges, Lorrane Ferreira e Caio Pumputis.
“Foi uma competição de altíssimo nível na qual nossos nadadores tiveram um
desempenho que nos dá bastante ânimo para este Mundial. É uma seleção jovem,
com grandes talentos, e que poderá contar também com a experiência de atletas
medalhistas olímpicos, recordistas e campeões Mundiais”, afirmou o gerente de Natação
da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Gustavo Otsuka.
E com o fim das disputas também foi conhecido o grande campeão do Troféu
Brasil de Natação 2022, o Esporte Clube Pinheiros. A equipe de São Paulo foi a que
mais somou pontos na competição: 2.138 pontos. Na sequência veio o Minas Tênis
Clube, com 1.626,50 pontos. A Unisanta completou o pódio.

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“Acredito que todos do clube estão muito orgulhosos do que fizemos aqui”, declarou
o head coach do Pinheiros, André Ferreira.
https://www.aquaticapaulista.org.br/arquivos/2006/20061113075043.pdf
FEDERAÇÃO AQUÁTICA PAULISTA Sucessora da Federação Paulista de Natação
Fundada em 26 de novembro de 1932 Filiada à Confederação Brasileira de Desportos
Aquáticos www.aquaticapaulista.org.br Regulamento Geral das Competições –
Federação Aquática Paulista Página 1 de 4 A DIRETORIA DA FEDERAÇÃO AQUÁTICA
PAULISTA – FAP, no exercício das atribuições que lhe confere o art. 35, letra “a” do seu
Estatuto Constitutivo, resolveu promulgar o presente Regulamento Geral para reger
todas as competições que venham a ser promovidas pela FAP. REGULAMENTO GERAL
DE COMPETIÇÕES CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1º A Federação
Aquática Paulista (FAP) realizará competições oficiais que, doravante denominadas
competições, reger-se-ão pelo presente Regulamento Geral, respeitadas as definições do
regulamento especifico para cada uma delas. § 1º O disposto no presente regulamento
trata das definições comuns às diversas competições das modalidades subordinadas
à Federação Aquática Paulista. § 2º Para cada competição a Supervisão Técnica de
cada modalidade da FAP elaborará um regulamento, o qual tratará dos assuntos
específicos da competição em questão. Art. 2º A denominação de cada competição
constará de seu regulamento correspondente. Art. 3º As definições relativas aos
troféus e seus títulos pertinentes a cada competição constarão dos regulamentos
correspondentes. Art. 4º Em todas as competições deverão ser consideradas as normas
da Federação Internacional de Natação (FINA) e Confederação Brasileira de Desportos
Aquáticos (CBDA), alem da legislação federal aplicável às referidas competições. Art.
5º As entidades que tenham concordado em participar de quaisquer das competições,
reconhecem a Justiça Desportiva instalada junto à FAP como a instancia própria para
resolver as questões relativas à disciplina e às competições desportivas, conforme
estabelece a Constituição Federal.

ANOTE ISSO

A organização que define as regras oficiais da natação no nível internacional é a


FINA.

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REGRAS OFICIAIS NATAÇÃO 2017-2021


Documento revisado em 1 fevereiro 2018 Regras Oficiais de Natação 2017 – 2021
www.cbda.org.br | [email protected] Página 2 de 16 Confederação Brasileira
de Desportos Aquáticos Presidente Miguel Carlos Cagnoni Vice-Presidente Luiz
Fernando Coelho Diretor Geral de Esportes Renato Cordani Coordenador Geral Prof.
Ricardo Prado Supervisor Técnico de Natação Prof. Gustavo Otsuka Comissão de
Arbitragem de Natação Presidente Prof. Marcelo Falcão Membros Fabiano Vendrasco
Prof. Flávio Campos Jefferson Borges Marcelo Fonseca E-mail oficial arbitragem@
cbda.org.br De acordo com o Estatuto da FINA, Letra C6, em caso de dúvida na tradução
da regra para a língua portuguesa prevalecerá a regra original em inglês Tradução
Prof. Renato Barroso Revisão Prof. Daniel Javier Schneider Fabiano Josué Vendrasco
Diagramação Julian Romero Regras Oficiais de Natação 2017 – 2021 www.cbda.org.
br | [email protected] Página 3 de 16 SW 1 – ORGANIZAÇÃO DE COMPETIÇÕES
SW 1.1 – O Comitê Organizador designado pela entidade responsável pela competição
terá jurisdição sobre todos os assuntos que não sejam atribuídos pelas Regras à
competência dos Árbitros, Juízes ou outros Oficiais e terá competência para adiar
competições de acordo com as regras adotadas para a condução de qualquer
competição. SW 1.2 – Nos Jogos Olímpicos e Campeonatos Mundiais, o Bureau da
FINA nomeará o seguinte número mínimo de Oficiais para o controle das competições:
• Árbitro Geral (2) • Supervisor da Mesa de Controle (1) • Juízes de Nado (4) • Juízes
de Partida (2) • Chefe dos Juízes de Viradas (2, 1 em cada cabeceira da piscina) •
Juízes de Viradas (1 em cada raia nas duas cabeceiras da piscina) • Anotador Chefe
(1) • Banco de Controle (2) • Locutor (1) SW 1.2.1 – Para todas as outras competições
internacionais, a entidade responsável pela competição designará o mesmo número
ou um número menor de oficiais, sujeito à aprovação da respectiva autoridade regional
ou internacional, conforme o caso. SW 1.2.2 – Quando o Equipamento Automático
de Cronometragem não estiver disponível, esse equipamento deve ser substituído
pelo Cronometrista Chefe, um (1) Cronometrista por raia e um (1) Cronometrista
adicionais. SW 1.2.3 – Um Juiz de Chegada Chefe e Juízes de Chegada podem ser
utilizados quando o Equipamento Automático de Cronometragem e / ou cronômetros
digitais por raia não são usados. SW 1.3 – A piscina e o equipamento técnico para
os Jogos Olímpicos e Campeonatos Mundiais devem ser inspecionados e aprovados
com a devida antecedência em relação à competição pelo Delegado da FINA, juntamente
com um membro do Comitê Técnico de Natação. SW 1.4 – Sempre que o equipamento

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vídeo subaquático é utilizado pela televisão, o equipamento deve ser operado por
controle remoto e não deve obstruir a visão ou o curso dos nadadores e não deve
alterar a configuração da piscina ou obstruir as marcações exigidas pela FINA. SW 2
– OFICIAIS SW 2.1 – Árbitro Geral SW 2.1.1 – O Árbitro Geral deve ter completo
controle e autoridade sobre todos os juízes, aprovar as suas atribuições de funções
e instruí-los acerca de todas as características e regras especiais relacionadas às
competições. Ele deve fazer respeitar todas as Regras e determinações da FINA e
decidirá todas as questões relacionadas com a condução do evento, prova ou
competição, cuja decisão final não esteja prevista nas Regras. SW 2.1.2 – O Árbitro
Geral pode intervir na competição, em qualquer momento, para fazer observar as
Regras da FINA e deve julgar todos os protestos referente a competição em curso.
Regras Oficiais de Natação 2017 – 2021 www.cbda.org.br | [email protected]
Página 4 de 16 SW 2.1.3 – Quando atuarem Juízes de Chegada e não houver três (3)
cronômetros digitais, o Árbitro Geral estabelecerá a classificação sempre que necessário.
Se houver Equipamento Automático de Cronometragem e estiver funcionando, deverá
ser consultada conforme a SW 13. SW 2.1.4 – O Árbitro Geral assegurar-se-á de que
todos os oficiais estão nos respectivos lugares para a realização da competição. Ele
pode nomear substitutos para os ausentes, incapacitados de atuar ou julgados
incompetentes. Pode aumentar, se necessário, o número de Oficiais. SW 2.1.5 – No
início da cada prova, o Árbitro Geral, por meio de uma série de apitos curtos, convidará
os nadadores a tirarem todas as roupas, exceto o traje de natação, seguindo-se de
um apito longo, indicando aos nadadores que devem tomar os seus lugares nos blocos
de partida (ou, para o nado de costas e revezamento medley, entrar imediatamente
na água). Um segundo apito longo indicará aos nadadores, no nado de costas e no
revezamento medley, que se coloquem imediatamente na posição de partida. Assim
que os nadadores e os juízes estiverem preparados para a partida, o Árbitro Geral
indicará ao Juiz de Partida, com um braço estendido que os nadadores estão ao seu
controle. O Árbitro Geral deverá permanecer com braço estendido até que a partida
seja dada. SW 2.1.6 – Uma desclassificação por sair antes do sinal de partida deve
ser observada e confirmada tanto pelo Juiz de Partida quanto pelo Árbitro Geral. SW
2.1.7 – O Árbitro Geral desclassificará qualquer nadador por qualquer outra a infração
às regras que observar pessoalmente. O árbitro pode também desclassificar qualquer
nadador por qualquer violação reportada a ele por qualquer outro Oficial autorizado.
Todas as desclassificações estão sujeitas à decisão do Árbitro Geral. SW 2.2 –

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Supervisor da Mesa de Controle SW 2.2.1 – O Supervisor deverá verificar a operação


da cronometragem automática inclusive revisando a cronometragem pelo vídeo. SW
2.2.2 – O Supervisor é responsável de verificar os resultados do computador. SW 2.2.3
– O Supervisor é responsável por verificar a impressão das trocas dos revezamentos
e comunicar ao Árbitro Geral as escapadas. SW 2.2.4 – O Supervisor poderá rever o
vídeo para confirmar os tempos das escapadas. SW 2.2.5 – O Supervisor controlará
as desistências após as eliminatórias ou finais, registrará os resultados impressos
oficiais, listará todos os novos recordes estabelecidos e manterá as pontuações, quando
for o caso. SW 2.3 – Juiz de Partida SW 2.3.1 – O Juiz de Partida terá total controle
sobre os nadadores a partir do momento em que o Árbitro Geral lhe entregar a prova
(SW 2.1.5) e até o início da prova. A partida deverá ser dada de acordo com SW 4. SW
2.3.2 – O Juiz de Partida comunicará ao Árbitro Geral todo o nadador que atrasar a
partida, que desobedecer voluntariamente a ordem ou qualquer comportamento de
má conduta que estiver acontecendo na hora da partida, mas só o Árbitro Geral poderá
desclassificar um nadador pela demora, desobediência voluntária ou má conduta. SW
2.3.3 – O Juiz de Partida terá autoridade para decidir se a partida é correta, sujeito
apenas á decisão do Árbitro Geral. Regras Oficiais de Natação 2017 – 2021 www.
cbda.org.br | [email protected] Página 5 de 16 SW 2.3.4 – Ao iniciar uma prova,
o Juiz de Partida deve estar no lado da piscina, aproximadamente a cerca de cinco
(5) metros da borda de partida, onde os Cronometristas possam ver e/ou ouvir o sinal
de partida e os nadadores possam ouvir o sinal. SW 2.4 – Banco de Controle SW 2.4.1
– Juiz do Banco de Controle reunirá os nadadores antes de cada prova. SW 2.4.2 – O
Juiz do Banco de Controle deverá comunicar ao Árbitro Geral qualquer violação relativa
a publicidade (GR 6) e se um nadador não estiver presente no momento da chamada.
SW 2.5 – Chefe dos Juízes de Virada SW 2.5.1 – O Chefe dos Juízes de Virada deve
assegurar que todos os Juízes de Viradas cumpram as suas funções durante a
competição. SW 2.6 – Juízes de Virada SW 2.6.1 – Será designado um Juiz de Virada
para cada raia em cada cabeceira da piscina, para assegurar que os nadadores
cumpram as regras após a saída, para cada virada e na chegada. SW 2.6.2 – A
responsabilidade do Juiz de Virada na cabeceira de saída inicia do sinal de partida e
termina no final da primeira braçada, exceto nas provas de nado peito em que terminará
no final da segunda braçada. SW 2.6.3 – Para cada volta, a responsabilidade do Juiz
de Virada inicia no início da última braçada antes do toque e termina no final da
primeira braçada após a virada, exceto nas provas de nado peito em que terminará

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no final da segunda braçada. SW 2.6.4 – A responsabilidade do Juiz de Virada na


chegada inicia inicia no início da última braçada antes do toque. SW 2.6.5 – Quando
o suporte de partida do nado costas estiver sendo utilizada, cada Juiz de Virada na
cabeceira de saída deve instalar e remover o suporte. SW 2.6.6 – Nas provas de 800
e 1500 metros, um Juiz de Virada colocado na cabeceira de saída e de virada deve
anotar o número de voltas completadas pelo nadador de sua raia. Os nadadores devem
ser informados sobre o número de voltas a completar, mostrando-lhe as placas de
volta com números ímpares na cabeceira de virada. Poderá ser utilizado equipamento
automático, incluindo display subaquático. SW 2.6.7 – Cada Juiz de Virada, colocado
na cabeceira de saída, dará um sinal de aviso quando, ao nadador de sua raia, faltar
duas voltas e mais cinco (5) metros para terminar a sua prova de 800 ou 1500 metros.
Este sinal deverá ser repetido após a virada até uma distância de cinco (5) metros. O
aviso poderá ser dado por apito ou sinos. SW 2.6.8 – Nas provas de revezamentos,
cada Juiz de Virada colocado na cabeceira de saída verificará se o nadador que vai
partir está ou não em contato com o bloco de partida quando o nadador anterior toca
na borda de chegada. Quando houver Equipamento Automático de Cronometragem
que verifique as trocas no revezamento, deverá ser utilizada de acordo com SW 13.1.
SW 2.6.9 – Juiz de Virada devem reportar ao árbitro geral qualquer violação em
formulários assinados detalhando o evento, número da raia e a infração. Regras Oficiais
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SW 2.7 – Juízes de Nado SW 2.7.1 – Os Juízes de Nado deverão colocar-se em cada
lado da piscina. SW 2.7.2 – Cada Juiz de Nado assegurará que as regras relativas ao
nado a ser nadado em determinada prova estão sendo respeitadas e observará as
viradas e as chegadas em colaboração com os Juízes de Virada. SW 2.7.3 – Os Juízes
de Nado deverão dar conhecimento ao Árbitro Geral de qualquer violação, na papeleta
de ocorrência assinada, especificando a prova, número da raia e infração cometida.
SW 2.8 – Chefe dos Cronometristas SW 2.8.1 – O Chefe dos Cronometristas deverá
atribuir lugares sentados a todos os Cronometristas e as raias de sua responsabilidade.
É aconselhável que haja três (3) Cronometristas por raia. Se não for utilizado o
Equipamento Automático de Cronometragem, deverá haver dois (2) Cronometristas
adicionais, para substituir um Cronometrista cujo o cronômetro não disparou ou que
parou durante uma prova ou que, por qualquer outra razão, não esteja apto para
registrar o tempo. Quando se utiliza cronômetros digitais, o tempo e classificação
final serão definidos pelo tempo registrado. SW 2.8.2 – Quando houver apenas um

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Cronometrista por raia, deverá haver um Cronometrista extra em caso de mau


funcionamento dos cronômetros. O Chefe dos Cronometristas deverá registrar sempre
o tempo de cada ganhador de cada série. SW 2.8.3 – O Chefe dos Cronometristas
deve recolher de cada Cronometrista em cada raia o cartão de nado com os tempos
registrados e, se necessário conferir os cronômetros deles. SW 2.8.4 – O Chefe dos
Cronometristas registrará ou examinará o tempo no cartão de nado de cada raia. SW
2.9 – Cronometristas SW 2.9.1 – Cada Cronometrista deverá marcar o tempo dos
nadadores na raia que lhe estiver atribuída de acordo com SW 11.3. Os cronômetros
devem estar atestados como corretos pelo Comitê Organizador. SW 2.9.2 – Cada
Cronometrista deverá iniciar seu cronômetro ao sinal de partida e deverá pará-lo quando
o nadador de sua raia tiver completado a prova. Os Cronometristas poderão ser
instruídos pelo Chefe dos Cronometristas a registrar tempos de passagem em provas
superiores a 100 metros. SW 2.9.3 – Logo após a prova, os Cronometristas de cada
raia deverão registrar os tempos dos seus cronômetros no cartão de nado, entregar
ao Chefe dos Cronometristas e, se solicitado, entregar os seus cronômetros para
inspeção. Seus cronômetros devem ser zerados no apito curto do Árbitro Geral, ou
quando instruídos para isso. SW 2.9.4 – Pode ser necessário utilizar todos os
Cronometristas, mesmo quando se está usando Equipamento Automático de
Cronometragem, a não ser que esteja usando um sistema de “backup” em vídeo. SW
2.10 – Chefe dos Juízes de Chegada – se necessário SW 2.10.1 – O Chefe dos Juízes
de Chegada deverá indicar a cada Juiz de Chegada a sua posição e a classificação a
determinar. SW 2.10.2 – Depois da prova, o Chefe dos Juízes de Chegada recolherá
as papeletas assinadas de cada um dos Juízes de Chegada e estabelecerá o resultado
e a ordem de chegada que será enviada ao Árbitro Geral. Regras Oficiais de Natação
2017 – 2021 www.cbda.org.br | [email protected] Página 7 de 16 SW 2.10.3
– Sempre que se utilizar Equipamento Automático de Cronometragem, o Chefe dos
Juízes de Chegada deverá comunicar a ordem de chegada registrada pela mesma,
após cada prova. SW 2.11 – Juízes de Chegada – se necessário SW 2.11.1 – Os
Juízes de Chegada deverão colocar-se em posição elevada e em linha com a chegada,
onde possam ter sempre boa visão da prova e da linha de chegada, a não ser que
acionem um sistema automático nas raias que lhe tiverem sido atribuídas, pressionando
um botão no final da prova. SW 2.11.2 – Depois de cada prova, os Juízes de Chegada
decidirão e comunicarão a ordem de chegada dos nadadores, de acordo com as suas
atribuições. Os Juízes de Chegada que utilizarem botões não poderão atuar como

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Cronometristas na mesma prova. SW 2.12 – Mesa de Controle (menos Jogos Olímpicos


e Campeonatos Mundiais) SW 2.12.1 – O Anotador Chefe é responsável pela verificação
dos resultados impressos pelo computador ou dos resultados dos tempos e ordem
de chegada em cada prova, recebido pelo Árbitro Geral. Deve certificar-se de que o
Árbitro Geral assine os resultados. SW 2.12.2 – Aos Anotadores caberá controlar as
desistências após as eliminatórias ou finais, registrar os resultados impressos oficiais,
listar todos novos recordes estabelecidos e manter as pontuações, quando for o caso.
SW 2.13 – Decisões dos Juízes SW 2.13.1 – Cada Juiz tomará as suas decisões
autônoma e independentemente de qualquer outro, salvo se as regras de natação
estabelecerem o contrário. SW 3 – COMPOSIÇÃO DE SÉRIES ELIMINATÓRIAS,
SEMIFINAIS E FINAIS A distribuição das raias em todas as provas dos Jogos Olímpicos,
Campeonatos Mundiais e outras competições da FINA, serão organizados como se
segue: SW 3.1 – Eliminatórias SW 3.1.1 – Os melhores tempos obtidos pelos nadadores
dentro do período de classificação estabelecido devem ser indicados nas fichas de
inscrição através de formulários de inscrição ou on-line, conforme solicitado. Os
nadadores que não entregarem tempos deverão ser considerados os mais lentos e
colocados no fim da lista sem tempo. A raia de partida dos nadadores com o mesmo
tempo ou mais de um nadador sem tempo deverá ser determinada por sorteio. As
raias serão atribuídas aos nadadores conforme em SW 3.1.2. Os nadadores serão
colocados nas eliminatórias de acordo com o tempo de inscrição, do seguinte modo:
SW 3.1.1.1 – Se houver apenas uma série eliminatória, esta deverá ser considerada
como final e nadada durante a etapa final. SW 3.1.1.2 – No caso de duas séries
eliminatórias, o nadador mais rápido será colocado na segunda série, o segundo nadador
mais rápido será colocado na primeira série, o seguinte na segunda série, o seguinte
na primeira série, etc. SW 3.1.1.3 – No caso de três séries eliminatórias, exceto para
as provas de 400m, 800m e 1500m, o nadador mais rápido será colocado na terceira
série, o segundo mais rápido na segunda série, o terceiro mais rápido na primeira. O
Regras Oficiais de Natação 2017 – 2021 www.cbda.org.br | [email protected]
Página 8 de 16 quarto mais rápido será colocado na terceira série, o quinto na segunda
série e o sexto mais rápido na primeira série, o sétimo mais rápido na terceira série,
etc. SW 3.1.1.4 – No caso de quatro ou mais eliminatórias, exceto os 400m, 800m e
1500m, as três últimas eliminatórias da prova serão compostas conforme o disposto
na SW 3.1.1.3 acima mencionada. A série anterior às três últimas será constituída
pelos nadadores mais rápidos que se seguirem; a série anterior às quatro últimas será

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constituída pelos nadadores mais rápidos que se seguirem, etc. As raias serão atribuídas
em ordem descendente aos tempos de inscrição em cada série, de acordo com regra
SW 3.1.2 abaixo mencionada. SW 3.1.1.5 – Para as provas de 400m, 800m e 1500m,
as últimas séries deverão ser compostas de acordo com a SW 3.1.1.2. SW 3.1.1.6 –
Exceção: Quando houver duas ou mais séries eliminatórias de uma prova, haverá um
mínimo de três nadadores colocados em qualquer das séries, mas subsequentes
desistências poderão reduzir o número de nadadores em qualquer eliminatória para
menos de três. SW 3.1.1.7 – Utilizando uma piscina com 10 raias, e tempos iguais
forem estabelecidos para o oitavo lugar nas eliminatórias dos 800m e 1500m livre, a
raia 9 vai ser usada com um sorteio para a raia 8 e a raia 9. Em caso de três (3)
tempos iguais para o oitavo lugar, a raia 9 e a raia 0 serão usadas com um sorteio
para a raia 8, raia 9 e raia 0. SW 3.1.1.8 – Quando uma piscina não tiver 10 raias
aplica-se a regra SW 3.2.3. SW 3.1.2 – Exceto nas provas de 50 metros em piscina
de 50 metros, a atribuição das raias deverá ser (raia 1 no lado direito da piscina (raia
0 quando usando piscina com 10 raias), quando se olha a piscina do lado da cabeceira
de partida) colocando o nadador mais rápido ou equipe de revezamento na raia central
se a piscina tiver um número ímpar de raias ou na raia 3 ou 4, respectivamente, em
piscina com 6 ou 8 raias. Nas piscinas com 10 raias, o nadador mais rápido será
colocado na raia 4. O nadador que tiver o tempo mais rápido seguinte será colocado
à sua esquerda, alternando em seguida os outros para a direita e para a esquerda, de
acordo com os tempos de inscrição. Nadadores com tempos idênticos serão colocados
conforme sorteio das raias e segundo a norma referida anteriormente. SW 3.1.3 –
Quando são disputadas provas de 50 metros em piscina de 50 metros, as provas
podem ser nadadas, segundo decisão do Comitê Organizador, ou da cabeceira de
partida para a de virada ou desta para a cabeceira de partida, dependendo de fatores
como: a existência de Equipamento Automático de Cronometragem adequado, posição
do Juiz de Partida, etc. O Comitê Organizador deverá avisar os nadadores da sua
decisão muito antes do início da competição. Independentemente de como a prova
vai ser nadada, os nadadores deverão ser colocados nas mesmas raias em que seriam
colocados se começassem e terminassem na cabeceira de partida. SW 3.2 – Semifinais
e Finais SW 3.2.1 – As semifinais serão organizadas conforme SW 3.1.1.2. SW 3.2.2
– Quando não houver necessidade de séries eliminatórias, as raias serão atribuídas
de acordo com SW 3.1.2. Quando houver séries eliminatórias e semifinais, a raias
serão atribuídas segundo SW 3.1.2 tendo em conta os tempos obtidos nessas séries

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eliminatórias. SW 3.2.3 – No caso em que nadadores da mesma série ou de séries


diferentes tenham tempos iguais registrados até ao 1/100 de segundo, para o oitavo/
décimo ou décimo sexto/vigésimo lugar, dependendo se estiverem sendo usadas oito
ou dez raias, deve haver uma prova de desempate para determinar qual o nadador
que avançará para a respectiva final. Esta prova de desempate deverá ser realizada
após os nadadores terem terminado suas séries em um horário acertado entre a
organização da competição e as partes envolvidas. Em caso de novo empate, a prova
de desempate Regras Oficiais de Natação 2017 – 2021 www.cbda.org.br | arbitragem@
cbda.org.br Página 9 de 16 deverá repetir-se. Se necessário haverá uma prova de
desempate para determinar o 1º e o 2º reservas se estes obtiverem tempos iguais.
SW 3.2.4 – Quando um ou mais nadadores desistem de uma semifinal, os reservas
serão chamados por ordem de classificação nas eliminatórias ou semifinais. A prova
ou provas deverão ser reordenadas e devem ser publicadas folhas suplementares de
informação, conforme previsto na SW 3.1.2. SW 3.2.5 – Para eliminatórias, semifinais
e finais, os nadadores devem chegar ao primeiro banco de controle 20 minutos antes
da hora prevista para nadar, após a verificação, os nadadores passam para o banco
de controle final. SW 3.3 – Em outras competições, o sistema de sorteio pode ser
usado para designar as posições de raias. SW 4 – A PARTIDA SW 4.1 – A partida nas
provas de livre, peito, borboleta e medley será efetuada por meio de salto (mergulho).
Ao apito longo (SW 2.1.5) do Árbitro Geral, os nadadores devem subir no bloco de
partida e ali permanecer. Ao comando “às suas marcas”, do Juiz de Partida, devem
colocar-se imediatamente na posição de partida, com pelos menos um pé na parte
dianteira do bloco. A posição das mãos não é relevante. Quando todos os nadadores
estiverem imóveis, o Juiz de Partida deve dar o sinal de partida. SW 4.2 – A partida
para as provas de costas e revezamento medley, será efetuada dentro da água. Ao
primeiro apito longo do Árbitro Geral (SW 2.1.5), os nadadores deverão entrar
imediatamente na água. No segundo apito longo, os nadadores deverão colocar-se,
sem demora indevida, na posição de partida (SW 6.1). Quando todos os nadadores
estiverem na posição de partida, o Juiz de Partida dará o comando “às suas marcas”.
Quando todos os nadadores estiverem imóveis, o Juiz de Partida dará o sinal de
partida. SW 4.3 – Nos Jogos Olímpicos, Campeonatos Mundiais e outras provas
organizadas pela FINA, o comando “às suas marcas” terá que ser em inglês “Take
your marks” e o sinal de partida difundido por múltiplos alto falantes, um para cada
bloco de partida. SW 4.4 – Qualquer nadador que parta antes do sinal de partida ser

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dado será desclassificado. Se o sinal de partida soar antes da desclassificação ser


declarada, a prova continuará e o nadador ou nadadores serão desclassificados após
a prova terminar. Se a desclassificação for assinalada antes do sinal de partida, o
sinal não será dado, os demais nadadores serão chamados de volta e proceder-se-á
a nova partida. O Árbitro Geral repete o procedimento de partida começando com o
apito longo (o segundo para a prova de costas), como mencionado em SW 2.1.5. SW
5 – NADO LIVRE SW 5.1 – Nado livre significa que numa prova assim denominada,
o competidor pode nadar qualquer nado, exceto nas provas de medley individual ou
revezamento medley, nado livre significa qualquer nado diferente do nado de costas,
peito ou borboleta. SW 5.2 – Alguma parte do nadador tem que tocar a parede ao
completar cada volta e no final. SW 5.3 – Alguma parte do nadador tem que quebrar
a superfície da água durante a prova, exceto quando é permitido ao nadador estar
completamente submerso durante a volta e numa distância não maior que 15 metros
após a partida e cada volta. Nesse ponto, a cabeça deve ter quebrado a superfície da
água. Regras Oficiais de Natação 2017 – 2021 www.cbda.org.br | arbitragem@cbda.
org.br Página 10 de 16 SW 6 – NADO DE COSTAS SW 6.1 – Antes do sinal de partida,
os competidores devem alinhar-se na água, de frente para a cabeceira de saída, com
ambas as mãos colocadas nos suportes de agarre. Manter-se na calha ou dobrar os
dedos sobre a borda da calha é proibido. Quando o suporte de partida para o nado
costas estiver sendo usada na saída, os dedos de ambos os pés devem estar em
contato com a borda ou com a placa de toque do placar eletrônico. Curvar os dedos
dos pés na parte superior da placa de toque é proibido. SW 6.2 – Ao sinal de partida
e quando virar, o nadador deve dar um impulso e nadar de costas durante o percurso
exceto quando executar a volta, como na SW 6.5. A posição de costas pode incluir
um movimento rotacional do corpo até, mas não incluindo os 90º a partir da horizontal.
A posição da cabeça não é relevante. SW 6.3 – Alguma parte do nadador tem que
quebrar a superfície da água durante o percurso. É permitido ao nadador estar
completamente submerso durante a volta e por uma distância não maior que 15
metros após a saída e cada volta. Nesse ponto a cabeça deve ter quebrado a superfície.
SW 6.4 – Quando executar a volta, tem que haver o toque na parede com alguma
parte do corpo na sua respectiva raia. Durante a volta, os ombros podem girar além
da vertical para o peito após o que uma imediata contínua braçada ou uma imediata
contínua e simultânea dupla braçada pode ser usada para iniciar a volta. O nadador
tem que retornar à posição de costas após deixar a parede. SW 6.5 – Quando do final

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da prova, o nadador tem que tocar a parede na posição de costas na sua respectiva
raia. SW 7 – NADO DE PEITO SW 7.1 – Após a saída e em cada volta, o nadador pode
dar uma braçada completa até as pernas, durante a qual o nadador pode estar
submerso. Uma única pernada de borboleta é permitida em qualquer momento antes
da primeira pernada de peito após a saída e após cada virada. A cabeça deve romper
a superfície da água antes que as mãos virem para dentro na parte mais larga da
segunda braçada. SW 7.2 – A partir da primeira braçada após a saída e após cada
virada, o corpo deve ser mantido sobre o peito. Não é permitido ficar na posição de
costas em nenhum momento exceto quando da volta, após o toque na parede onde
é permitido girar de qualquer maneira, contanto que quando deixar a parede o corpo
deve estar na posição sobre o peito. A partir da saída e durante a prova, o ciclo do
nado deve ser uma braçada e uma pernada, nessa ordem. Todos os movimentos dos
braços devem ser simultâneos e no mesmo plano horizontal, sem movimentos
alternados. SW 7.3 – As mãos devem ser lançadas junto para frente a partir do peito,
abaixo ou sobre a água. Os cotovelos deverão estar abaixo da água exceto para última
braçada antes da volta, durante a volta e na última braçada antes da chegada. As
mãos deverão ser trazidas para trás na superfície ou abaixo da superfície da água.
As mãos não podem ser trazidas para trás além da linha dos quadris, exceto durante
a primeira braçada, após a saída e em cada volta. SW 7.4 – Durante cada ciclo completo,
alguma parte da cabeça do nadador deve quebrar a superfície da água. Todos os
movimentos das pernas devem ser simultâneos e no mesmo plano horizontal sem
movimentos alternados. SW 7.5 – Os pés devem estar virados para fora durante a
parte propulsiva da pernada. Não são permitidos movimentos alternados ou pernada
de borboleta, exceto o descrito na SW 7.1 . É permitido quebrar a superfície da água
com os pés, exceto seguido de uma pernada de borboleta para baixo. SW 7.6 – Em
cada virada e na chegada da prova, o toque deve ser feito com as duas mãos separadas
e simultaneamente, acima, abaixo ou no nível da água. No último ciclo do nado antes
da virada e no final da prova, uma braçada não Regras Oficiais de Natação 2017 –
2021 www.cbda.org.br | [email protected] Página 11 de 16 seguida da pernada
é permitida. A cabeça pode submergir após a última braçada anterior ao toque, contanto
que quebre a superfície da água em qualquer ponto durante o último completo ou
incompleto ciclo anterior ao toque. SW 8 – NADO DE BORBOLETA SW 8.1 – A partir
do início da primeira braçada, após a saída e em cada volta, o corpo deve ser mantido
sobre o peito. Não é permitido ficar na posição de costas em nenhum momento,

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exceto quando da volta, após o toque na parede é permitido girar de qualquer maneira,
quando deixar a parede o corpo deve estar na posição sobre o peito. SW 8.2 – Ambos
os braços devem ser levados simultaneamente à frente por sobre a água e trazidos
para trás simultaneamente por baixo da água durante todo o percurso, conforme SW
8.5. SW 8.3 – Todos os movimentos para cima e para baixo das pernas devem ser
simultâneos. As pernas ou os pés não precisam estar no mesmo nível, mas não podem
alternar um em relação ao outro. O movimento de pernada de peito não é permitido.
SW 8.4 – Em cada virada e na chegada, o toque deve ser efetuado com ambas as
mãos separadas e simultaneamente, acima, abaixo ou no nível da superfície da água.
SW 8.5 – Após a saída e na volta, ao nadador é permitido uma ou mais pernadas e
uma braçada sob a água, que deve trazê-lo à superfície. É permitido ao nadador estar
completamente submerso até uma distância não maior do que 15 metros após a
partida e após cada virada. Nesse ponto, a cabeça deve quebrar a superfície. O nadador
tem que permanecer na superfície até a próxima volta ou final SW 9 – NADO MEDLEY
SW 9.1 – Na prova de medley individual, o nadador nada os quatros nados na seguinte
ordem: borboleta, costas, peito e livre. Cada nado deve percorrer um quarto (1/4) da
distância. SW 9.2 – No nado livre, o nadador deve estar sobre o peito exceto quando
executar a virada. O nadador deverá retornar à posição sobre o peito antes de realizar
qualquer pernada ou braçada. SW 9.3 – Nas provas de revezamento medley, os
nadadores nadam os quatro nados na seguinte ordem: costas, peito, borboleta e livre.
Cada nado deve percorrer um quarto (1/4) da distância. SW 9.4 – Cada nado deve
ser finalizado de acordo com a regra aplicada a ele. SW 10 – A PROVA SW 10.1 –
Todas as provas individuais devem ser separadas por sexo. SW 10.2 – O competidor
nadando o percurso sozinho deve nadar a distância total para se classificar. SW 10.3
– O nadador deve permanecer e terminar a prova na mesma raia onde começou. SW
10.4 – Em todas as provas, o nadador deve fazer contato físico com a borda na virada.
A virada deve ser feita contra a borda da piscina e não é permitido andar ou tomar
impulso no fundo da piscina. Regras Oficiais de Natação 2017 – 2021 www.cbda.org.
br | [email protected] Página 12 de 16 SW 10.5 – Ficar de pé durante a prova
de nado livre ou durante o nado livre nas provas de medley, não deve desclassificar
o nadador, mas ele não poderá andar. SW 10.6 – Puxar a raia não é permitido. SW
10.7 – Obstruir outros competidores, atravessando outra raia ou interferindo de qualquer
outra forma, será motivo de desclassificação do nadador infrator. Se a falta for
intencional, o árbitro deverá relatar o fato à entidade promotora e a associação do

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nadador infrator. SW 10.8 – A nenhum competidor deve ser permitido usar ou vestir
qualquer objeto adicional ou maiô que possa ajudar sua velocidade, flutuação ou
resistência durante uma competição (tais como: luvas, pés de pato, fitas terapêuticas
e fitas adesivas, etc...). Óculos podem ser usados. Nenhum tipo de adesivo no corpo
é permitido, a menos que aprovado pelo Comitê de Medicina Esportiva da FINA. SW
10.9 – Qualquer nadador que entre na piscina durante a realização de uma prova em
que não esteja inscrito antes que todos os nadadores tenham completado sua prova,
deve ser desclassificado da próxima prova em que estiver inscrito. SW 10.10 – Serão
4 (quatro) nadadores em cada equipe de revezamento. Estão permitidas equipes mistas.
Estas equipes serão formadas por dois (2) homens e duas (2) mulheres. Os tempos
parciais registrados nestas provas não poderão ser considerados como recordes e
nem como tempos de inscrição. SW 10.11 – Nas provas de revezamento, a equipe
de um competidor cujos pés perderem contato com o bloco de partida antes de o
nadador anterior tocar na parede será desclassificada. SW 10.12 – Qualquer equipe
de revezamento deve ser desclassificada de uma prova, se um membro da equipe
diferentemente do nadador designado para nadar aquela distância, entra na água
enquanto a prova está sendo disputada e antes que todos os nadadores de todas as
equipes tenham acabado a prova. SW 10.13 – Os membros de uma equipe de
revezamento e sua ordem de competir devem ser designados antes da prova. Qualquer
membro da equipe de revezamento pode competir numa prova somente uma vez. A
composição de uma equipe de revezamento pode ser mudada entre as séries
eliminatórias e as finais de uma prova, visto que isso é feito a partir da lista dos
nadadores propriamente inscritos por um responsável nessa prova. Nadar em ordem
diferente da apresentada resultará em desclassificação. Substituições podem ser
feitas somente em caso de emergência médica com atestado. SW 10.14 – Qualquer
nadador tendo acabado sua prova ou sua distância numa prova de revezamento deve
deixar a piscina assim que possível sem obstruir qualquer outro competidor que não
tenha ainda terminado sua prova. De outra maneira, o nadador faltoso ou sua equipe
de revezamento devem ser desclassificados. SW 10.15 – Se uma falta tirar a chance
de sucesso de um competidor, o árbitro terá o poder de permitir a ele, competir na
próxima série ou se a falta ocorrer numa prova final ou na última série eliminatória,
ele pode ordenar que a prova seja nadada outra vez. SW 10.16 – Nenhum artifício de
controle de tempo é permitido, nem o uso de qualquer auxílio ou plano adotado para
obter esse efeito. Regras Oficiais de Natação 2017 – 2021 www.cbda.org.br |

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[email protected] Página 13 de 16 SW 11 – REGISTRO DE TEMPO SW 11.1


– O Equipamento Automático de Cronometragem deve ser operado sob supervisão
de Juízes designados. Os tempos registrados pelo Equipamento Automático de
Cronometragem serão usados para determinar o vencedor, todas as classificações e
o tempo obtido por cada raia. A ordem de chegada e os tempos apurados deste modo
terão prioridade sobre as decisões dos Cronometristas. No caso de defeito do
Equipamento Automático de Cronometragem, ou se verificar claramente ter havido
uma falha da Equipamento Automático de Cronometragem, ou que um nadador não
tenha conseguido fazer funcionar a mesma, os registros dos Cronometristas serão
oficiais (SW 13.3). SW 11.2 – Quando for utilizado Equipamento Automático de
Cronometragem, os resultados serão registrados apenas até ao 1/100 de segundo.
Se houver tempos iguais, todos os nadadores que tiverem registrado o mesmo tempo
até 1/100 de segundo terão a mesma classificação. Os tempos exposto no placar
eletrônico de resultados deverão mostrar apenas até 1/100 de segundo. SW 11.3 –
Qualquer aparelho para medição do tempo, utilizado por um juiz será considerado
como um cronômetro. Estes tempos manuais deverão ser tirados por três Cronometristas
nomeados ou aprovados pela Federação Nacional do país onde é realizada a competição.
Todos os cronômetros deverão ser dados como precisos pela Federação Nacional
onde acontece a competição. Os tempos manuais deverão ser registrados até ao
1/100 de segundo. Quando não for utilizado qualquer Equipamento Automático de
Cronometragem, os tempos manuais serão determinados como se segue: SW 11.3.1
– Se dois dos três cronômetros registrarem o mesmo tempo, diferente do terceiro, os
dois tempos iguais são o tempo oficial. SW 11.3.2 – Se os três tempos forem diferentes,
o tempo oficial será o do cronômetro que registrar o tempo intermediário. SW 11.3.3
– Quando se utilizam três cronômetros e um deles não funcionar, o tempo oficial será
a média dos outros dois. SW 11.4 – No caso de um nadador ser desclassificado
durante ou após uma prova, a desclassificação deverá ser registrada nos resultados
oficiais, mas nenhum tempo ou classificação será registrado ou anunciado. SW 11.5
– No caso de desclassificação de uma equipe de revezamento, os tempos parciais
até à desclassificação deverão ser registrados nos resultados oficiais. SW 11.6 – Nos
revezamentos, todos os tempos parciais a cada 50 e 100 metros deverão ser registrados
para o nadador que abre o revezamento e incluídos nos resultados oficiais. SW 12
– RECORDES MUNDIAIS SW 12.1 – São reconhecidos como Recordes Mundiais e
Recordes Mundiais Juniores, em piscina de 50 metros, as seguintes distâncias e nados

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para ambos os sexos: Livre 50, 100, 200, 400, 800 e 1500 metros Costas 50, 100 e
200 metros Peito 50, 100 e 200 metros Borboleta 50, 100 e 200 metros Regras Oficiais
de Natação 2017 – 2021 www.cbda.org.br | [email protected] Página 14 de 16
Medley 200 e 400 metros Revezamentos Livre 4x100 e 4x200 metros Revezamento
Medley 4x100 metros Revezamento Misto 4x100 metros Livre e 4x100 metros Medley
SW 12.2 – São reconhecidos como Recordes Mundiais, em piscina de 25 metros, as
seguintes distâncias e nados para ambos os sexos: Livre 50, 100, 200, 400, 800 e
1500 metros Costas 50, 100 e 200 metros Peito 50, 100 e 200 metros Borboleta 50,
100 e 200 metros Medley 200 e 400 metros Revezamentos Livre 4x50, 4x100 e 4x200
metros Revezamento Medley 4x50 e 4x100 metros Revezamento Misto 4x50 metros
Livre e 4x50 metros Medley SW 12.3 – Os grupos etários para registros de recorde
mundial júnior são os mesmos que para os Campeonatos Mundiais Júnior da FINA.
SW 12.4 – Membros de revezamento devem ser da mesma nacionalidade. SW 12.5
– Todos os recordes devem ser obtidos em competições ou prova individual contra
o tempo, realizada em público e publicamente anunciada por pelo menos três dias de
antecedência da sua realização. Na hipótese de uma prova individual contrarrelógio
ser mencionada por uma Federação, como tentativa de recorde, durante uma competição,
então o aviso com antecedência de três dias não será necessário. SW 12.6 – O
comprimento de cada raia da piscina deve ser verificado por um inspetor ou outro
oficial qualificado, nomeado ou aprovado pela Federação Nacional onde a piscina
estiver situada. SW 12.7 – Quando for usada uma borda móvel a medição de cada
raia deverá ser confirmada após a conclusão da sessão em que o tempo foi obtido.
SW 12.8 – Os recordes mundiais e recordes mundiais juniores só serão homologados
quando os tempos registrados por Equipamento Automático de Cronometragem, ou
por Equipamento Semiautomático de Cronometragem no caso de não funcionamento
da Equipamento Automático de Cronometragem. SW 12.9 – Os recordes mundiais e
recordes mundiais juniores só serão homologados se os nadadores estiverem usando
trajes aprovados pela FINA. SW 12.10 – Tempos iguais até ao 1/100 de segundo
serão reconhecidos como recordes igualados e os nadadores que obtenham esses
tempos serão chamados co-recordistas. Apenas o tempo do vencedor de uma prova
pode ser apreciado para recorde mundial – exceto para recordes mundiais juniores.
No caso de empate numa prova, todos os nadadores empatados com tempo recorde
serão declarados vencedores. Regras Oficiais de Natação 2017 – 2021 www.cbda.
org.br | [email protected] Página 15 de 16 SW 12.11 – Os recordes mundiais

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e os recordes mundiais juniores só serão homologados quando estabelecidos em


piscina de água com menos de 3g de sal por litro de água. Nenhum recorde será
reconhecido quando estabelecido em água salgada. SW 12.12 – O primeiro nadador
de uma prova de revezamento, exceto nos revezamentos mistos, pode estabelecer
um recorde mundial ou um recorde mundial júnior. No caso do primeiro nadador de
uma equipe de revezamento completar o seu percurso em tempo recorde de acordo
com o previsto nesta subseção, seu registro não será anulado por qualquer
desclassificação de sua equipe que venha a verificar-se por infrações cometidas após
a sua distância ter sido completada. SW 12.13 – Um nadador numa prova individual
poderá estabelecer um recorde mundial ou um recorde mundial júnior em uma distância
intermediária se ele/ela, ou seu/sua treinador(a) ou representante requerer
especificamente ao Árbitro Geral para que a sua prova seja cronometrada especialmente
ou se o tempo na distância intermediária for registrado por Equipamento Automático
de Cronometragem aprovado. Este nadador deve terminar o percurso previsto da
prova para poder requerer a homologação do recorde do percurso intermediário. SW
12.14 – Pedidos de homologação de recordes mundiais e recordes mundiais juniores
devem ser feitos em impressos oficiais da FINA pela autoridade responsável da
Organização ou Comitê Técnico Organizador da Competição e assinada por qualquer
representante autorizado da Federação do país do nadador uma vez verificado que
todos os regulamentos foram cumpridos, incluindo um certificado de Controle Antidoping
(DC 5.3.2). A solicitação deve ser enviada ao Secretário da FINA dentro de 14 dias
após a realização da prova. SW 12.15 – A reivindicação de um recorde mundial ou
recorde mundial júnior deve ser provisoriamente relatada por e-mail ou fax ao Secretário
Honorário da FINA dentro de sete (7) dias da data da prova. SW 12.16 – A Federação
do país do nadador deve comunicar esta prova por carta ao Secretário Honorário da
FINA para conhecimento e procedimento, se necessário, para assegurar que o pedido
foi devidamente enviado pela respectiva autoridade. SW 12.17 – Uma vez recebido o
pedido oficial e após verificação de que a informação contida no pedido, incluindo o
Certificado Antidoping negativo, está correto, o Secretário Honorário da FINA declarará
o novo recorde mundial ou recorde mundial júnior, verificará se esta informação foi
publicada, e verificará se os certificados foram enviados às pessoas cujos pedidos
foram aceitos. SW 12.18 – Todos os recordes feitos durante os Jogos Olímpicos,
Campeonatos Mundiais, Campeonatos Mundiais Juniores de Natação e Copas do
Mundo serão aprovados automaticamente. SW 12.19 – Se o determinado na SW 12.14

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não tiver sido respeitado e na falta disso, A Federação do país do nadador pode solicitar
a homologação de um recorde mundial ou recorde mundial júnior. Após as investigações
devidas, o Secretário Honorário da FINA está autorizado a aceitar tal recorde, no caso
do pedido ser considerado correto. SW 12.20 – Se o pedido de homologação de um
recorde mundial ou recorde mundial júnior for aceito pela FINA, será enviado um
diploma assinado pelo Presidente e pelo Secretário Honorário da FINA à Federação
do país do nadador para lhe ser entregue, em reconhecimento pelo seu feito. Um
quinto diploma do recorde mundial ou recorde mundial júnior será enviado a todas as
Federações cujas equipes de revezamentos estabeleçam um recorde mundial. Este
diploma ficará de posse da Federação. SW 12.21 – Periodicamente, a FINA pode
adicionar novos eventos para os quais os nadadores podem estabelecer recorde mundial
ou recorde mundial júnior. Para cada caso, a FINA estabelecerá os tempos a serem
superados. Se um nadador consegue um tempo que é melhor do que o tempo alvo,
deve ser considerado um recorde mundial ou recorde mundial júnior, desde que todos
os requisitos em SW 12 sejam atendidos. Regras Oficiais de Natação 2017 – 2021
www.cbda.org.br | [email protected] Página 16 de 16 SW 13 – PROCEDIMENTO
ELETRÔNICO SW 13.1 – Quando for usado Equipamento Automático de Cronometragem
(ver FR 4) em qualquer competição (FR 4), a classificação e os tempos apurados por
este meio, bem como as trocas nos revezamentos julgados pelo Equipamento
Automático de Cronometragem, terão prioridade sobre a decisão dos Cronometristas.
SW 13.2 – Quando o Equipamento Automático de Cronometragem não registrar o
lugar e/ou tempo de um ou mais nadadores numa determinada prova, deve-se: SW
13.2.1 – Registrar todos os tempos e classificação do Equipamento Automático de
Cronometragem disponíveis. SW 13.2.2 – Registrar todos os tempos e classificações
manuais. SW 13.2.3 – A classificação oficial será estabelecida como segue: SW 13.2.3.1
– Um nadador com tempo e classificação dados pelo Equipamento Automático de
Cronometragem deverá manter a sua classificação relativa quando comparada com
os outros nadadores com tempos e classificação também obtidos pelo Equipamento
Automático de Cronometragem nessa mesma prova. SW 13.2.3.2 – Um nadador que
não tiver classificação do Equipamento Automático de Cronometragem, mas tiver o
tempo por ela registrado, terá a sua classificação estabelecida comparando o seu
tempo registrado automaticamente com os tempos obtidos pelo Equipamento
Automático de Cronometragem para os outros nadadores. SW 13.2.3.3 – Um nadador
que não tiver nem classificação nem tempo obtido pelo Equipamento Automático de

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Cronometragem terá a sua classificação estabelecida pelo tempo de “backup” ou pelos


três cronômetros manuais. SW 13.3 – O tempo oficial será estabelecido como se
segue: SW 13.3.1 – O tempo oficial para todos os nadadores que tiverem um tempo
do Equipamento Automático de Cronometragem será esse seu tempo oficial. SW
13.3.2 – O tempo oficial para todos os nadadores que não tiverem tempo do Equipamento
Automático de Cronometragem será o tempo manual dos três cronômetros ou do
Equipamento Semiautomático de Cronometragem. SW 13.4 – Para estabelecer a
ordem relativa de chegada para um conjunto de eliminatórias de uma prova, proceder
se-á como se segue: SW 13.4.1 – A ordem relativa de todos os competidores será
estabelecida comparando os seus tempos oficiais. SW 13.4.2 – Se um nadador tiver
um tempo oficial igual ao (s) tempo (s) de um ou mais nadadores, todos os nadadores
que tiverem esse tempo ficarão empatados na classificação dessa prova.

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

O Brasil possui personalidades que fizeram história na natação mundial tanto no


masculino quanto no feminino.

• Atletas que fizeram história na natação.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

https://mrvnoesporte.com.br/atletas-de-natacao-brasileiros/Blog do Esporte

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15 ABR Conheça os 8 principais atletas de natação brasileiros.

NATAÇÃO
A natação é um dos esportes mais apreciados no mundo e, a cada ano, ganha
mais popularidade. No Brasil, a categoria foi criada oficialmente em 1897, e a primeira
participação do país nas Olimpíadas, pela modalidade, ocorreu no ano de 1920, nos
Jogos Olímpicos da Antuérpia.
Desde então, grandes atletas de natação brasileiros conquistaram um total de 13
medalhas olímpicas para o país, sendo uma de ouro, quatro medalhas de prata e oito
de bronze.
Se você quer conhecer os principais atletas de natação brasileiros, fique com a
gente e siga com a leitura.
1. César Cielo
Nascido em Santa Bárbara d’Oeste, interior de São Paulo, César Cielo começou no
esporte ainda criança. Filho de uma educadora física e também professora de natação,
Cielo é considerado hoje em dia um dos maiores velocistas de piscina do mundo. É
dono dos mais longos e ainda imbatíveis recordes mundiais nos 50 e 100 metros
nado livre em piscina longa, conquistados no mundial de Roma em 2009.
Cielo também ganhou o primeiro e, por enquanto, único ouro brasileiro nos 50
metros livre, nas Olimpíadas de Pequim, em 2008. Na mesma competição, também
conquistou a medalha de bronze nos 100 metros livre.
2. Maria Lenk
A nadadora paulistana começou a treinar aos 10 anos de idade no Rio Tietê, nos
anos de 1925. Com 15 anos iniciou sua carreira profissional e, aos 16, venceu sua
primeira competição. Foi a primeira mulher sul-americana a competir nas olimpíadas,
nos Jogos de Los Angeles, em 1932. Sua participação estimulou a entrada de outras
mulheres na natação.
Ela também foi a primeira nadadora brasileira a estabelecer recordes mundiais nos
200 e 400 metros peito, durante a preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em
1939. Era a grande favorita para ganhar o primeiro ouro olímpico brasileiro feminino
nessa competição, mas, devido à Segunda Guerra Mundial, não se concretizou.
3. Lorrane Ferreira

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Natural de Belo Horizonte, Lorrane compete nas categorias 50 e 100 metros livre.
É formada em Arquitetura e Urbanismo, mas, segunda ela, só vai trabalhar na área
depois que se aposentar da carreira como nadadora.
Em 2018, a atleta participou do Pan Pacífico em Tokyo, e em 2019, conquistou a
medalha de prata no revezamento 4×100 livre misto, nos Jogos Pan Americanos de
Lima. Hoje, ela compõe nossa seleção de atletas da MRV do #ElasTransformam, e
aguarda a divulgação da seletiva que indicará o representante do país nos próximos
Jogos Olímpicos.
4. Gustavo Borges
De Ituverava, interior de São Paulo, Gustavo Borges é o atleta de natação brasileiro
com maior quantidade de medalhas conquistadas em competições internacionais.
Entre Jogos Olímpicos, Pan Americanos, Mundiais e Pan Pacíficos são 35 medalhas
no total. Ganhou sua primeira competição aos 9 anos ao representar sua escola em
jogos escolares, em 1981.
Em 1990 começou a ganhar projeção internacional e ganhou seus primeiros outros
no campeonato Sul-Americano na Argentina. Obteve quatro medalhas olímpicas em
sua carreira, duas de bronze e duas de prata e o torneio internacional em que mais
conquistou medalhas foram os Jogos Pan Americanos. Nas edições em que o atleta
participou ganhou 18 medalhas, 8 delas de ouro.
5. Joanna Maranhão
Natural de Recife, Joanna começou a praticar o esporte aos 3 anos e venceu sua
primeira competição aos 11, na categoria 400 metros livre. Com 12 anos de idade,
no ano de 1999, participou de seu primeiro Pan Americano em Winnipeg. Durante a
trajetória como esportista, Joanna conquistou 8 medalhas em Jogos Pan Americanos,
5 de bronze e 3 de prata. Também tem vários recordes sul-americanos nos 200 metros
medley, borboleta e livre.
Infelizmente, ela teve sua carreira interrompida precocemente, aos 21 anos, devido
à exposição de um trágico evento em sua infância. Até hoje, é lembrada como um dos
talentos brasileiros que mais foram promissores, tendo sido extremamente habilidosa
em diferentes estilos da modalidade do esporte.
6. Fernando Scherer
Conhecido pelo apelido de Xuxa, por causa de sua semelhança com a apresentadora
infantil de televisão, Fernando ficou muito conhecido pelo seu temperamento irreverente,
simpático e competitivo. Natural de Florianópolis, começou a natação para tratar de

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problemas respiratórios, tornando-se, com o tempo, um dos maiores vencedores da


natação brasileira.
Especializou-se nos 50 e 100 metros livre e ganhou medalha de bronze em duas
olimpíadas, a de Atlanta, em 1996 e a de Sydney, em 2000. Juntando os campeonatos
Mundiais e Pan Americanos dos quais participou, conquistou um total de 16 medalhas,
11 delas de ouro. Hoje, Fernando Scherer é empresário, já participou de Reality Shows
na televisão e tem uma academia em Florianópolis.
7. Poliana Okimoto
Poliana é uma maratonista aquática natural de São Paulo capital. Começou a treinar
aos 2 anos de idade e a competir a partir dos 7 anos. Conquistou o bronze nas
Olimpíadas do Rio 2016, no circuito de 10 km, sendo a única brasileira a ganhar uma
medalha na natação nesse ano.
Poliana obteve várias medalhas de ouro, prata e bronze em campeonatos mundiais
e, nos dois Jogos Pan Americanos em que participou, conquistou duas pratas. Em
2018, ela entrou para o Hall da Fama das Maratonas Aquáticas.
8. Thiago Pereira
Thiago é o brasileiro com maior quantidade de medalhas dos Jogos Pan Americanos,
totalizando 15 conquistas. Natural de Volta Redonda, começou na natação aos 12 anos
de idade e ganhou sua primeira medalha de ouro aos 16, nos Jogos Sul-Americanos
de 2002, em Belém, no Pará. Apesar de não ter conquistas nas Olimpíadas, Thiago
coleciona medalhas em todos os outros torneios mundiais — Pan Americanos, Mundiais
e Pan Pacíficos.
Ele é também ex-recordista em inúmeras provas e atual detentor de quatro recordes
sul-americanos, sendo que, em um período de três meses, ele conseguiu quebrar seus
próprios recordes nos 200 metros medley três vezes. Em 2007, o Comitê Olímpico
Brasileiro (COB) o elegeu como o melhor atleta do ano e, em 2017, Thiago se aposentou,
aos 31 anos.
Esses são apenas alguns dos muitos esportistas aquáticos brasileiros. A natação
é um esporte muito bonito e vigoroso, mas também exige muita disciplina, dedicação
e sacrifícios de seus esportistas. Por isso, é muito importante reconhecer o esforço
dos atletas de natação brasileiros para que eles consigam conquistar cada vez mais
medalhas e encher o nosso país de orgulho.

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NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Por onde anda? Relembre nadadores que fizeram história em Olimpíadas


http://ge.globo.com/olimpiadas/natacao/noticia/2016/08/por-onde-anda-relembre-
nadadores-que-fizeram-historia-em-olimpiadas.htmlGloboEsporte.com faz lista com
atletas que tiveram desempenho marcante e, também, com brasileiros que se tornaram
ícone do esporte por causa dos Jogos
Por GloboEsporte.com
Rio de Janeiro
1. FABÍOLA MOLINA
2. LAURE MANAUDOU
3. INJE DE BRUIJN
4. IAN THORPE
5. ALEXANDER POPOV
6. RICARDO PRADO
7. MARK SPITZ
8. MATT BIONDI
Nadar uma Olimpíada é o sonho para qualquer atleta. Nadar uma Olimpíada e deixar
seu nome na história, é mais do que um sonho. E são pouquíssimas pessoas que
conseguem unir as duas coisas. As que têm este privilégio, fazem com que seus nomes
fiquem eternizados na história do esporte. Na natação, obviamente, não poderia ser
diferente. Atletas como Laure Manaudou, Fabíola Molina, Mark Spitz, Ricardo Prado
e Ian Thorpe serão lembrados sempre que o assunto for Jogos Olímpicos. E, para
refrescar a memória do torcedor, o GloboEsporte.com fez um levantamento com alguns
nadadores para mostrar o que eles fazem atualmente.

FABÍOLA MOLINA
Fabíola Pulga Molina é uma das principais nadadoras do Brasil. O costas foi sua
especialidade e o estilo que a levou a disputar os Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000,
Pequim, em 2008, e Londres, em 2012. Em Olimpíada, não conseguiu nenhuma final,
mas em Jogos Pan-Americanos conquistou quatro medalhas de bronze (100m costas e
4x100m medley em Mar del Plata e 4x100m medley em Winnipeg e Guadalajara) e uma
de prata (100m costas no Rio de Janeiro). Em 2011 foi suspensa por dois meses das
competições por ter sido flagrada no exame antidoping pelo uso de dimetilamilamina,

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segundo a atleta, foi um descuido na alimentação. Encerrou a carreira um ano depois


e atualmente dá nome a uma grife voltada para produtos de natação.

Fabíola Molina foi uma das pessoas que carregou a tocha da Rio 2016
Foto: Pedro Veríssimo/GloboEsporte.com

LAURE MANAUDOU

Laure Manaudou foi campeã olímpica com apenas 17 anos de idade


Foto: Agência Reuters

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Atleta com um grande talento dentro das piscinas e uma forte tendência a polêmicas
fora dela. E não é apenas coincidência o sobrenome. Ela é irmã de Florent, o francês
campeão olímpico. E a precursora da dinastia Manaudou nas piscinas olímpicas. Em
Atenas, 2004, ela foi a revelação ao se tornar a primeira francesa campeã olímpica.
Isso com 17 anos. Na carreira, foram três medalhas olímpicas (ouro, prata e bronze,
todas em Atenas). Se aposentou na primeira vez em 2009. Mas após engravidar, voltou
para treinos para a Olimpíada de Londres, em 2012. Dois anos depois foi presa sob a
acusação de furtar uma loja na Disney. Atualmente é comentarista de uma emissora
francesa.

INJE DE BRUIJN
Bastaram duas edições de Jogos Olímpicos para Inge de Bruijn entrar para a história.
Em Sydney 2000 e Atenas 2004, a holandesa levou para casa oito medalhas. Foram
quatro premiações em cada uma. Três ouros em Sydney (50m livre, 100m livre e 100m
borboleta), um ouro em Atenas (50m livre), uma prata em Sydney (4x100m livre) e
uma prata (100m livre) e dois bronzes em Atenas (100m borboleta e 4x100m livre).
Depois que largou a natação, passou a se dedicar à televisão. Chegou a apresentar um
programa de viagens em uma televisão chinesa, produziu um DVD sobre fitness, além
de uma linha de biquínis e roupas de banho. Está no Rio de Janeiro para comentar
os Jogos.

IAN THORPE
Ele é simplesmente o maior nadador olímpico da história da Austrália. Foram nove
medalhas – sendo cinco de ouro. E uma vida conturbada. Se aposentou, tentou voltar
e disputar os Jogos de Londres 2012, fracassou e viveu uma série de problemas.
Depressão, drogas, álcool e internamento em um centro de reabilitação. Em 2014,
depois de ter publicado uma biografia, revelou duas coisas que o afligiam: as tentativas
de suicídio e a necessidade de esconder o fato de ser gay por medo da reação das
pessoas. O Torpedo passou por mais de quatro cirurgias no ombro e chegou a ouvir
dos médicos que não poderia mais voltar a nadar nem por lazer.

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O Torpedo teve uma vida conturbada fora das piscinas e chegou a pensar em se matar
Foto: AFP

ALEXANDER POPOV
Foram oito anos com o nome de Alexander Popov ao lado do recorde mundial dos
50m livre. De 2000 até 2008, já com os maiôs tecnológicos, o russo foi o detentor da
marca mais rápida da natação. Em Olimpíadas, foram quatro ouros e cinco pratas.
Até hoje é considerado um dos maiores nadadores de todos os tempos. Fora das
piscinas, algumas polêmicas. Em 96, pouco depois de conquistar o bicampeonato
olímpico dos 50m e 100m livre, ele se envolveu em uma briga nas ruas de Moscou e
levou uma facada. O golpe atingiu um dos rins e pulmões. Esteve em estado grave,
mas conseguiu se recuperar e ainda foi campeão mundial depois do ocorrido. Em
Sydney 2000, no entanto, ficou com a prata nos 100m livre. Encerrou a carreira em
2005. Tornou-se um crítico ferrenho de Cesar Cielo e, atualmente, é membro do COI.

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RICARDO PRADO

Ricardo Prado foi o grande nome da natação brasileira na década de 80


Foto: Matheus Tibúrcio

Quem acompanhou a natação brasileira na década de 80 não tem como se esquecer


de Ricardo Prado. Medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984,
nos 400m medley, o paulista havia participado anteriormente da Olimpíada de Moscou,
em 1980, quando tinha apenas 15 anos. Depois que parou de nadar, Prado se manteve
ligado ao esporte. Foi gerente de esportes do Comitê Organizador dos Jogos Pan-
Americanos de 2007, diretor esportivo do Parque Aquático Maria Lenk e, nos últimos
anos, integrou a equipe do Comitê Rio 2016.

MARK SPITZ
Como falar da natação olímpica sem falar de Mark Spitz? O americano carregou
durante muito tempo o adjetivo de maior nadador olímpico. Só perdeu o posto quando
surgiu um tal de Michael Phelps. Ainda assim, as imagens dele na piscina com o
tradicional bigode não serão esquecidas tão cedo. Foram 11 medalhas olímpicas
(9 de ouro, 1 de prata e 1 de bronze) em cinco anos de profissionalismo. Sete delas
conquistadas apenas em uma edição, em Munique 1972. O ícone da natação é mais

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um que está no Brasil para comentar a Olimpíada. Spitz é um dos membros do “É


Campeão!”, do Sportv.

Mark Spitz foi ultrapassado por Michael Phelps como o maior nadador olímpico
Foto: Getty Images

MATT BIONDI
Conseguir medalha de ouro em três Olimpíadas consecutivas não é para qualquer
um. São poucos os atletas que conseguem este feito. Um deles foi Matt Biondi. O
americano subiu no lugar mais alto do pódio em Los Angeles, Seul e Barcelona. Foram
oito ouros, duas pratas e um bronze em toda a sua história olímpica. Quando se
aposentou, o nadador não deixou a piscina de vez. Passou a trabalhar como treinador de
natação no Havaí e, desde 2012, foi convidado para dar aulas também de matemática
em Los Angeles.

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CAPÍTULO 5
METODOLOGIAS DE
TRABALHO DA NATAÇÃO

• Metodologia Gustavo Borges;


• Programa Sesi Atleta do Futuro;
• Método Ana Marcela Cunha;
• Método Cesar Cielo;

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

Ana Marcela Cunha começou a nadar aos 2 anos, na creche que frequentava em
Salvador.

Ana Marcela Cunha: biografia, medalhas, recordes e prêmios. Disponível em: https://
www.esportelandia.com.br/sem-categoria/ana-marcela-cunha/

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Quando o assunto é nadar em águas abertas, não há nenhum atleta tão vitorioso
em todo o planeta quanto Ana Marcela Cunha.
Ela ostenta o recorde de pódios em Campeonatos Mundiais e também na Fina
Marathon Swim World Series.
Com uma gigantesca coleção de medalhas ao longo de sua carreira, Ana Marcela
espera ainda sua primeira conquista olímpica. Uma nova oportunidade virá em Tóquio,
em 2020.
Enquanto esperamos pela terceira participação da atleta brasileira nos Jogos
Olímpicos, aproveite para conhecer toda a história de vitórias de Ana Marcela Cunha
até aqui!

Quem é Ana Marcela Cunha?

Ana Marcela Cunha foi eleita a melhor nadadora do mundo em águas abertas por
6 vezes
Ana Marcela Cunha é uma nadadora brasileira especialista em maratonas aquáticas.
Ela nasceu em 23 de março de 1993, em Salvador.
Entre várias conquistas, Ana Marcela é a maior medalhista da história em
campeonatos mundiais de águas abertas, com 11 pódios. Não à toa foi eleita por
seis vezes como a melhor nadadora do mundo em maratonas aquáticas.

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A atleta tem duas participações em Olimpíadas, nos Jogos de Pequim, em que


ficou em 5º lugar, e do Rio de Janeiro, com a 11ª colocação.
Assim, ela ainda persegue sua primeira medalha olímpica. As expectativas são de
que a tão sonhada conquista possa vir em Tóquio 2020.
Nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019, Ana Marcela Cunha conquistou a
medalha de ouro na prova de 10 km.
Saiba, a seguir, como essa história de sucesso nas águas abertas começou!

Como Ana Marcela Cunha começou na natação?


Ana Marcela Cunha começou a nadar aos 2 anos, na creche que frequentava em
Salvador. Aos 13, ela já competia em disputas em águas abertas com atletas mais
experientes.
O primeiro título nacional de Ana Marcela em grandes competições foi conquistado
em 2006. Quando tinha apenas 14 anos, ela foi campeã da Travessia dos Fortes no
Rio de Janeiro.
Também em 2006, a nadadora baiana passou a integrar a seleção brasileira de
águas abertas.
Dois anos depois, Ana Marcela Cunha fez sua estreia em Olimpíadas. Em Pequim,
aos 16 anos, ela ficou na quinta colocação na prova de 10 km.
A grande coleção de medalhas em mundiais começou a ser formada em 2010,
com um bronze nos 5 km em Roberval, no Canadá.

ANOTE ISSO

O papel do professor de Educação Física é de ensinar e incentivar pessoas a


praticarem a natação.

Esporte V: natação [recurso eletrônico] / Leonardo Ristow ... [et al.] ; revisão técnica:
Marcelo Guimarães Silva. – Porto Alegre : SAGAH, 2021.
ISBN 978-65-5690-284-5 1. Esporte – Natação. I. Ristow, Leonardo.

O processo de ensino e aprendizagem do nado crawl tem início no planejamento


dos professores. Durante o planejamento, os professores descrevem, no plano de aula,
como eles acreditam que a aula deve ocorrer para que os objetivos sejam atingidos.

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Para a elaboração do plano de aula, é preciso conhecer os diferentes métodos de


ensino a fim de selecionar o mais adequado aos objetivos e à temática proposta. Além
disso, as turmas geralmente são compostas por indivíduos da mesma faixa etária
ou com as mesmas habilidades. Assim, os exercícios e/ou as atividades propostas
devem estar alinhados com o nível de desenvolvimento característico de cada grupo.
O processo de ensino e aprendizagem do nado crawl tem início no planejamento
dos professores. Durante o planejamento, os professores descrevem, no plano de aula,
como eles acreditam que a aula deve ocorrer para que os objetivos sejam atingidos.
Para a elaboração do plano de aula, é preciso conhecer os diferentes métodos de
ensino a fim de selecionar o mais adequado aos objetivos e à temática proposta. Além
disso, as turmas geralmente são compostas por indivíduos da mesma faixa etária
ou com as mesmas habilidades. Assim, os exercícios e/ou as atividades propostos
devem estar alinhados com o nível de desenvolvimento característico de cada grupo.
No Brasil, o ensino da natação sofreu forte influência de duas obras clássicas:
Metodologia da natação, de David C. Machado, e A natação: ciência e técnica para a
preparação de campeões, de James Counsilman. Esses dois livros, anteriores à década
de 1980, foram os primeiros a apresentar informações sobre a técnica dos nados
detalhadamente. Além de descrever a mecânica, essas obras também apresentavam
propostas de ensino. Outra influência do esporte competitivo no ensino da natação
é a origem das aulas de natação nos clubes esportivos. Até os anos 1990, a maioria
das aulas de natação era oferecida por clubes, que acabavam, então, por determinar
os métodos de ensino utilizados por professores e treinadores. Entre os diferentes
métodos de ensino aplicados ao nado crawl, destacam-se o global, o analítico e o
misto (ou sintético), que serão explicados a seguir.
O método global para o ensino do nado crawl usa, como base, a própria percepção
ou o intuito do nadador ao praticar o nado. Assim, quando en-contra dificuldades ao
realizar o crawl, o próprio nadador busca superar os desafios, experimentando novas
formas de executar os movimentos. Esse método não tem a intervenção do treinador,
tampouco tem a organização ou a sistematização de conteúdos e de tarefas.
Na prática, o nadador aprende por meio das vivências corporais e de observação
de outros nadadores. No método analítico, o treinador organiza o ensino por partes,
buscando, ao fim do processo, o ensino do nado crawl. Esse é o método mais utilizado
para o ensino dos nados e pode ser dividido em duas formas: partes para o todo
e partes progressivas. No ensino em partes para o todo, o nadador aprende cada

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movimento fragmentado, dentro ou fora da água, e apenas depois realiza todos os


movimentos em conjunto, o nado completo. Nessa concepção, de acordo com os
autores, o nadador deve aprender a bater as pernas, a realizar a braçada e a respirar
lateralmente de forma fragmentada. Após aprender cada um desses movimentos, o
nadador deve juntá-los e realizar o nado crawl. No ensino em partes progressivas, o
nadador aprende um movimento na sequência de outro. Em outras palavras, vão se
somando movimentos e, ao final do processo, o nadador aprende o nado crawl.
Essa concepção é direcionada por princípios metodológicos: do fácil para o difícil,
do simples para o complexo e do conhecido ao desconhecido. Na prática, o nadador
primeiro aprende a bater pernas, depois aprende a respiração lateral batendo pernas
e, por fim, aprende a braçada batendo pernas e realizando a respiração lateral,
consolidando, assim, o nado crawl.
É assim denominado porque consiste em uma junção dos métodos global e analítico.
Entretanto, essa perspectiva não objetiva a realização de um movimento ou de uma
técnica padrão, assim como não busca a repetição de uma série de exercícios. A
concepção desse método tem, como base, a corrente psicológica Gestalt, que se
caracteriza por identificar o todo para desenvolver ou aperfeiçoar as partes. Por meio de
jogos, brincadeiras ou resoluções de problemas, ocorre o aprendizado do nado crawl .

ANOTE ISSO

A organização metodológica do ensino da natação deve estar amparada por


pesquisas e estudos da área.

• Metodologia Gustavo Borges;


Credenciados desde 2005, somos a única Escola de Blumenau a trabalhar com
essa metodologia de ensino de natação formativa, que possui níveis de aprendizagem
e conteúdos técnicos semanais.
https://www.metodologiagb.com.br/
Os alunos são divididos por nível, de acordo com a idade e habilidade aquática.
Cada nível possui um número máximo de alunos por professor, de modo que as aulas
sejam realizadas com segurança e eficiência. Os objetivos aplicados nas aulas são
extraídos do calendário de objetivos semanais, que traz uma divisão de conteúdos
crescente nível a nível. Os professores têm liberdade de montarem suas aulas de

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forma criativa, sempre respeitando o conteúdo estabelecido para aquela aula. aqui
na planeta os professores compartilham os planejamentos e assim enriquecem ainda
mais suas atividades.
São realizadas 2 avaliações ao ano, utilizando uma ficha desenvolvida pela mgb,
com itens a serem avaliados de acordo com os objetivos propostos para aquele nível
e desenvolvidos nas aulas. como somos uma escola, convidamos as famílias para
virem receber essas avaliações em mãos, em um horário agendado previamente,
onde terão 15 minutos com os professores de seu filho para conversarem e tirarem
dúvidas. esse é um momento muito rico de troca e esclarecimentos, e acontecem
sempre em julho e dezembro.
A evolução natural dos alunos é que após alcançarem os objetivos do nível em que se
encontram, sigam para o próximo, e assim vão desenvolvendo novas habilidades e maior
competência aquática. para marcar essa passagem, a mgb propõe a troca de touca, que
marca a conquista dessa etapa. assim a criança entende que se inicia um novo ciclo e
também conseguimos identificar qual é o nível da turma pela cor de touca que as crianças
usam. Cada nível é marcado então por uma cor de touca diferente e também um mascote
mgb, nos proporcionando uma piscina super colorida! aqui estão eles:

FLIC

Nível: bebê I e bebê II.


Cor da touca: branca.
Técnica aplicada: ambientação e adaptação ao meio líquido, socialização, balanços,
controle de respiração, equilíbrio, mergulho, sustentação na barra, flutuação e habilidades
de sobrevivência, giros e saltos.
Objeto: regador, bolinhas e minha fraldinha.

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GOLIX

Nível: bebê III.


Cor da Touca: amarela.
Técnica aplicada: ambientação e adaptação ao meio líquido, socialização, controle
de respiração, equilíbrio, mergulho, flutuações e habilidades de sobrevivência, giros e
deslocamentos e saltos.
Objeto: argola e bolas.

SPAQUA

Nível: adaptação.
Cor da touca: laranja.
Técnica aplicada: ambientação e adaptação ao meio líquido, socialização, controle
de respiração, sustentação na barra, equilíbrio, mergulho e imersões, flutuação e
habilidades de sobrevivência, giros, deslocamentos, movimentação alternada de pernas
e braços, saltos e cambalhotas.
Objeto: espaguete e máscara.

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POLWERINE

Nível: iniciação.
Cor da touca: vermelha.
Técnica aplicada: início da caracterização dos nados crawl e costas, pernada do
nado peito ondulações e saltos.
Objeto: prancha e liberdade na água.

BLOOP

Nível: aperfeiçoamento I.
Cor da touca: vermelho.
Técnica aplicada: aperfeiçoamento das técnicas dos nados crawl e costas,
aprendizado no nado peito, pernada do nado borboleta, salto de ponta.
Objeto: flutuador.

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FLIPO

Nível: aperfeiçoamento II.


Cor da Touca: azul claro.
Técnica aplicada: aperfeiçoamento das técnicas dos nados crawl, costas e peito,
aprendizado do nado borboleta. Iniciação do condicionamento aeróbico e capacidade
de nadas metragens longas.
Objeto do nível: pé de pato.

GLOVER

Nível: aperfeiçoamento III.


Cor da touca: azul escuro.
Técnica aplicada: fase de aprimoramento técnico dos nados, em que as aulas
são direcionadas para o condicionamento das variáveis fisiológicas e estímulos
motivacionais. Preparação para entrar em uma equipe competitiva.
Objeto: palmar.

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GULL

Nível: equipe.
Cor da touca: ouro.
Técnica aplicada: desenvolvimento das estratégias de treinamento, técnicas dos
nados, volume e intensidade de cargas, periodização e atitudes vencedoras.
Objeto: cronômetro e tempo.

Saiba mais sobre Gustavo Borges

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Gustavo Borges é o atleta com o maior número de medalhas da natação brasileira.


Gustavo França Borges nasceu em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Um dia
depois do nascimento se mudou com a família para Ituverava, cidade em que viveu
até os 15 anos. Depois foi viver nos Estados Unidos, onde se formou em economia
na Universidade de Michigan, em 1997.
Gustavo Borges começou a nadar aos 9 meses de idade e passou a competir aos
10 anos. Em 1991 ganhou cinco medalhas nos Jogos Pan-Americanos de Cuba, das
quais duas de ouro. No ano seguinte conquista a medalha de prata nas Olimpíadas
de Barcelona na prova dos 100 m nado livre.
Em 1993 bateu 2 recordes mundiais, nos 100 m e no revezamento 4 x 100m nado
livre. No Mundial da Itália, em 1994, consegue dois bronzes e, no Pan-Americanos de
Mar del Plata, em 1995, outras cinco medalhas. Nas Olimpíadas de Atlanta, em 1996,
obtém mais uma medalha de prata, nos 200m nado livre, e uma de bronze, nos 100m
nado livre.
Em 1997 foi campeão mundial nos 200m nado livre em Gotemburgo, na Suécia. No
ano seguinte, depois de vencer várias etapas da Copa do Mundo, leva o Troféu Brasil
e bateu o recorde mundial no revezamento 4 x 100m nado livre. Em 1999, nos Jogos
Pan-Americanos de Winnipeg, no Canadá, ganhou mais cinco medalhas: três de ouro,
uma de prata e uma de bronze. Gustavo é o atleta brasileiro com o maior número de
medalhas nessas competições, sendo 15 no total.
Metodologia GB
A MGB oferece ferramentas práticas para as empresas, que vão desde avaliações dos
alunos a processos de planejamento de aulas. Já são mais de 350 estabelecimentos
credenciados no Brasil, atendendo em torno de 170.000 alunos nadando nessa
metodologia eficiente e de sucesso.

• Programa Sesi Atleta do Futuro;


Nadadores do Sesi-SP vencem Campeonato Paulista de Inverno petiz, infantil e juvenil
Pela primeira vez a equipe conquista a tríplice coroa
Por: Agência Indusnet Fiesp
https://www.sesisp.org.br/noticia/nadadores-do-sesi-sp-vencem-campeonato-
paulista-de-inverno-petiz-infantil-e-juvenil
04/07/201819:08- atualizado às 19:09 em 04/07/2018

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Os nadadores do Sesi-SP a cada ano fazem novas conquistas, graças aos projetos de
Rendimento Esportivo (competição), desde 2009, e de formação, através do Programa
Sesi-SP Atleta do Futuro (PAF), de 1991. Em 2018, pela primeira vez na história, a
natação do Sesi-SP conquistou a tríplice coroa na temporada de inverno do Campeonato
Paulista, vencendo nas categorias petiz, infantil e juvenil.
Tricampeã estadual, a equipe petiz da indústria iniciou o mês de conquistas para
a modalidade. Segunda maior delegação do evento, totalizou 1.045,5 pontos no
Campeonato Paulista Petiz de Inverno, liderando a competição desde o primeiro dia
na piscina do Itaguará Country Clube, em Guaratinguetá, entre os dias 15 e 17 de junho.
No final de semana seguinte veio a primeira conquista inédita da tríplice coroa da
natação do Sesi-SP. Após protagonizar uma competição de alto nível, a equipe infantil
estreou no rol de campeões do Paulista Infantil de Inverno e comemorou a vitória na
piscina da ABDA, em Bauru. O campeão teve 84,5 pontos de vantagem sobre o Esperia,
somando 915,5 pontos e 25 medalhas, sendo 10 de ouro, 8 de prata e 7 de bronze. O
grupo ainda contou com o destaque da nadadora Thaiana Gabriel do Amaral, campeã
dos 100 e 800 metros livre infantil I.

Equipe infantil de natação do Sesi-SP, campeã do Paulista de Inverno


Foto: DIvulgação/Sesi-SP

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E no último fim de semana foi a vez dos nadadores juvenis também comemoraram o
título estadual. Prova a prova disputando a pontuação e liderança com o Corinthians, a
equipe do Sesi-SP brilhou nos resultados e levou a melhor nos revezamentos, conquistando
o primeiro lugar nos 4x100m medley juvenil 1 diante do alvinegro paulista.
Entre os destaques, o time da indústria ainda garantiu o nadador Rafael Quirino de
Oliveira como o atleta mais eficiente da categoria juvenil 1 ao somar 64 pontos. No total,
foram 1.366 pontos, O Corinthians ficou com 1.256 pontos. O Esporte Clube Pinheiros
foi o terceiro colocado, com 814 pontos, seguida pela Unisanta com 491 e Paineiras com
364,5 pontos.

Sesi-SP e a formação esportiva


Para unir a formação ao rendimento, o Sesi-SP criou em 2013 o Programa Sesi-SP
Treinamento Esportivo, elo de ligação entre as fases de iniciação (PAF) e Rendimento
Esportivo. No mesmo ano houve o início de uma competição interna entre as unidades do
Sesi-SP em todo o Estado, a Liga Sesi-SP de Treinamento Esportivo, com 11 modalidades
A natação está atingindo seu ponto mais alto no ano de 2018, com resultados expressivos
de jovens talentos, tanto no cenário estadual quanto no cenário nacional da modalidade.
Para o desenvolvimento dos jovens atletas há um trabalho de gestão, planejamento,
treinamento e um “ranking” interno (sistema de classificação por pontuação em etapas
da Liga de Treinamento). Graças a isso o Sesi-SP é hoje um dos maiores reveladores da
natação de base do país.
As equipes de natação dos estaduais de 2018 foram definidas na Liga Sesi-SP do
ano passado. No grupo de atletas petizes, infantis e juvenis que venceram os estaduais,
vieram nadadores das unidades do Sesi-SP de AE Carvalho, Vila Leopoldina, São José do
Rio Preto, Sertãozinho, Araçatuba e Franca.
“Trabalhamos muito em cima de estatísticas de cada uma das unidades, de cada
nadador. Estamos fazendo um trabalho de coleta de dados de detectar quem tem condição
de estar aqui, realmente pontuando. Se pegarmos os resultados do Brasileiro Infantil e
Juvenil, a proporção mostra que não fomos tão bem assim. Mas é por causa dos nossos
critérios mais rígidos. Por isso acreditamos no Brasileiro de Verão na evolução. Não é
para ser campeão, mas mostrar que somos um berço de nadadores”, explicou o treinador
Mirco Cevales.
O programa Atleta do Futuro, com 30 anos de história, promove formação e cultura
esportiva. Tudo oferecido gratuitamente para crianças e jovens de 6 a 17 anos. A

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proposta é contribuir para a garantia do direito de acesso ao esporte de qualidade a


partir da metodologia elaborada pelo SESI-SP, que alinha o esporte ao desenvolvimento
integral dos participantes. Ao promover formação esportiva, o SESI-SP permite que
os alunos e alunas aprendam diferentes modalidades esportivas, com conteúdo
e estratégias adequadas para cada faixa etária. Ao difundir a cultura esportiva, a
instituição permite que o aluno desenvolva uma relação na qual o esporte faça parte
de sua vida, seja como praticante, espectador ou profissional.

• Aulas e eventos: planejadas com conteúdo esportivo adequado a cada faixa


etária e às diferentes modalidades esportivas oferecidas.
• Marcadores Sociais no Esporte: Durante as aulas, são abordados aspectos
ou questões que marcam as diferenças no cotidiano dos membros de cada
turma. Temas como a variação de habilidades motoras, gênero, raça, realidade
socioeconômica, altura, etnia e peso podem surgir espontaneamente durante
as aulas e discussões. Caberá ao professor realizar essa mediação, para que o
aluno aprenda a conviver com a diferença sem o preconceito.
• Participação da família: As famílias também são envolvidas no programa por
meio de reuniões, eventos e na avaliação do aluno.

Público: a partir de 6 a 17 anos


• Estudantes e usuários do SESI
• Filhos de beneficiários das indústrias
• Comunidade em geral

Por meio de atividades lúdicas, as crianças começam a desenvolver habilidades


motoras fundamentais e capacidades coordenativas bem como despertam o prazer
pela prática esportiva.

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Começam a ser iniciados os conceitos e fundamentos básicos de diversas


modalidades esportivas, com o desenvolvimento de atividades e jogos adaptados e
pré-desportivos.

Iniciação específica em uma modalidade esportiva, abordando seus princípios e


fundamentos básicos.

Aprofundamento técnico, tático e nas regras da modalidade específica.

Aprofundamento técnico, tático e nas regras da modalidade específica.

• Método Ana Marcela Cunha;

MARATONA AQUÁTICA
Ana Marcela lança projeto de escola e circuito nacional
Ana Marcela Cunha lança projeto Sucessores Aquáticos, que terá um circuito nacional
e uma iniciativa socioeducativa com o objetivo de popularizar a maratona aquática

Ana Marcela Cunha e o técnico Fernando Possenti criaram uma metodologia de treinamento para ser ensinada por todo o país
Arquivo pessoal

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Seis vezes eleita a melhor do mundo nas águas abertas, Ana Marcela Cunha quer
retribuir para a sociedade o que o esporte deu para ela. Para isso, a nadadora vai
lançar o projeto Sucessores Aquáticos, que contempla a Escola de Maratona Aquática
e o circuito Nadar pelo Brasil.
“Estou muito feliz com nosso Projeto, quero repartir minhas experiências, agradecer
e dar oportunidade de multiplicar o número de adeptos da modalidade e poder ajudar
na formação de pessoas saudáveis e de bem com a vida através do esporte.”, afirma
Ana Marcela Cunha.
Com metodologia própria, a “Escola de Maratona Aquática” é uma iniciativa de
cunho socioeducativo para popularizar a modalidade. A intenção é fazer convênios
com prefeituras, academias, clubes e escolas públicas e privadas para aplicação da
“metodologia Possenti & Cunha”, criada pelo treinador de Ana Marcela, Fernando
Possenti, com participação da atleta. O projeto terá uma plataforma digital para
acompanhamento e controle das ações. Os primeiros contatos serão iniciados em
breve em busca de potenciais interessados. A idéia é massificar a prática, inclusive
como alternativa de atividade física e desportiva curricular.

Projeto Sucessores Aquáticos terá Escola de Maratona Aquática e o circuito Nadar


pelo Brasil

“A ideia é assistir a um verdadeiro legado sendo deixado aos futuros atletas, ou


melhor, futuros campeões dessa modalidade. Queremos hoje transmitir e compartilhar
as técnicas e ensinamentos que aprendemos, testamos, e fomos exitosos diversas
vezes nos mais diferentes momentos e campos de batalha. O legado se concretiza

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quando a nova geração entende e visualiza que há sim um caminho vitorioso pra eles
seguirem. Vamos levar esse propósito adiante”, afirma Fernando Possenti, técnico de
Ana Marcela.

CIRCUITO NADAR PELO BRASIL

Já o circuito “Nadar pelo Brasil” terá sua primeira temporada em 2020/2021, seguindo
as regras da Federação Internacional de Natação (FINA). A prova de abertura, se a
pandemia causada pelo novo coronavírus estiver controlada, será em setembro com a
Travessia Internacional Bacia do Tocantins, com apoio da Federação Aquática do Estado
de Tocantis (FAETO). Serão seguidos todos os protocolos sanitários recomendados
pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e pelos orgãos competentes.
Outra etapa já aprovada é a Travessia Internacional Baía de Todos os Santos, em
parceria com o Yacht Clube da Bahia, agendada para dezembro em Salvador. Além
das duas, outras quatro provas farão parte do circuito “Nadar pelo Brasil”, mas ainda
não tiveram suas datas confirmadas e podem ficar para o começo de 2021. São as
Travessias Internacionais Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, Baía de Florianópolis,
em Santa Catarina, Lago Paranoá, em Brasília, e Baía de Santos, no litoral paulista.
Cada etapa terá provas para todas as idades: da categoria kids até master, passando
pela elite. Os vencedores de cada uma delas terão premiações especiais. Além disso, as
cidades que irão receber os eventos terá palestras sobre temas relacionados à maratona
aquática. Para o futuro, um desafio internacional, envolvendo, prioritariamente, Ana
Marcela Cunha e uma atleta estrangeira convidada, também fará parte da programação
das etapas.
A participação de Ana Marcela nos eventos será estritamente esportiva. A atleta
continua 100% dedicada na preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, que foram
adiados para 2021. A nadadora, inclusive, usará as etapas como forma de treinamento,
enquanto uma equipe especializada vai fazer a gestão de todo o projeto.
O Circuito Nadar pelo Brasil terá desde seu início a preocupação com o meio-
ambiente. Serão realizadas parcerias com orgãos ambientais para que sejam feitas
algumas ações durante as etapas, e além disso, será implantada a obrigatoriedade
de utilização de copo ou garrafa biodegradável na alimentação dos atletas, evitando
assim o descarte de plástico nas águas.

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• Método Cesar Cielo;

O Ano IV do Novos Cielos apresenta projeto de natação consolidado


Os resultados do projeto Novos Cielos na piscina são a comprovação de que o
trabalho esportivo feito com direcionamento técnico, por profissionais capacitados,
em estrutura adequada e de forma continuada, rende frutos. Um bom exemplo é o
último Paulista Infantil (11 a 13 anos), em que os Novos Cielos ficaram com o 2º
lugar na classificação geral, com 34 medalhas (18 de ouro, 10 de prata e 6 de bronze),
somando 716 pontos, atrás do Corinthians e na frente do Sesi, grupos mais antigos.
Outro indicador: o Instituto Cesar Cielo qualificou o seu primeiro nadador, da categoria
juvenil, para um Mundial, em Indianápolis, em julho/2017.
Cesar Cielo, Equipe Multidisciplinar e atletas do Novos Cielos / Centro Olímpico Ano IV
O Novos Cielos ainda é um projeto jovem, mas grande parte dos resultados vem
de atletas que já estavam no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP) e
ou desde o primeiro ano. Em seu Ano IV, aprovado pela Lei de Incentivo ao Esporte do
Governo Federal, gerenciada pelo Ministério do Esporte, o Novos Cielos é um projeto do
Instituto Cesar Cielo (ICC) – criado em 2010 com o objetivo de incentivar e aprimorar
a prática da natação no Brasil. O Novos Cielos visa a saúde dos participantes, o hábito
da prática esportiva, e a dar condições para que novos talentos sejam descobertos
em boas condições de treino e competições.
São 135 crianças, adolescentes e jovens, que treinam e competem nas categorias
Pré-Mirim, Mirim, Petiz, Infantil, Juvenil, Júnior e Sênior, separadas por níveis, dos 7 aos
21 anos. Eles não pagam para treinar e competir e o projeto ainda oferece 16 bolsas-
auxílio (A – R$ 370,00; B – R$ 700,00 e C – R$ 975,00) para atletas federados, que
competem, estudam e são assíduos. O projeto não beneficia atletas profissionais. Há
uma preocupação com a metodologia adequada para cada categoria e uma ‘escadinha’
de formação, do Pré-Mirim ao Sênior.

Atletas da categoria Petiz do Novos Cielos / COTP – Ano IV


“O andamento do Ano IV está excelente. Estamos atendendo 135 atletas e não
podemos parar. A captação para o Ano V já está aberta e vamos atuar para dar
continuidade ao engajamento das empresas que nos apóiam e conhecem o projeto
e por novas parcerias. O objetivo é aumentar o número de participantes para 200 e
dobrar o número de profissionais envolvidos”, ressalta Alessandro Serrato, gerente do
projeto Novos Cielos.
O hábito da prática esportiva não é disseminado no Brasil, embora seja importante
para o futuro de crianças, adolescentes e jovens, independentemente deles se tornarem

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atletas profissionais. Se na elite da natação a obtenção de apoio financeiro é difícil, é


mais ainda para as categorias de base.
O desenvolvimento do Novos Cielos tem base numa parceria do ICC com órgãos
públicos e iniciativa privada. Tem a participação da Prefeitura de São Paulo, através do
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP), que proporciona as instalações
– a piscina já foi usada e elogiada por atletas de elite como o próprio Cesar Cielo,
campeão olímpico, mundial e recordista mundial dos 50 m e 100 m, estilo livre.
A Lei de Incentivo ao Esporte do Governo Federal permite ao ICC atrair recursos
para os Novos Cielos. A captação do dinheiro – o valor em execução no Ano IV é de
R$ 792.689,97 – faz o projeto andar e os resultados aparecerem. A verba vem de
empresas que direcionam parte do imposto devido ao desenvolvimento do esporte,
como Atlas Schindler, Mattos Filho, HTH, Sabemi Seguradora e SporTV.

Equipe Multidisciplinar do Novos Cielos – Ano IV: Heleni, Alessandro, Cesar Cielo,
Luiz, Paulo, Eric, Tamara, Drielle e Lucas.
Os recursos captados são investidos nos profissionais que atuam na beira da piscina,
essenciais ao desenvolvimento do projeto. O quadro técnico tem a supervisão de Luiz
Fernandes Barbosa, também o treinador das categorias Júnior e Sênior, e é formado
por Drielle Morton (Pré-Mirim e Mirim), Tamara Rodrigues (Petiz), Eric Sona (Infantil),
Paulo Onorato (Juvenil) e o estagiário Lucas Bulgarelli, do COTP. Respondem pela
estruturação da rotina dos treinos esportivos (atividades teórica, prática e física) e
acompanham os atletas em competições.
A equipe administrativa garante o bom andamento técnico do projeto, a divulgação
para a sociedade, a visibilidade aos patrocinadores e o atendimento a exigências
legais, como relatórios e prestação de contas (gestor, assistência técnica, jurídica,
assessoria de imprensa e contábil).
Aprendendo a competir
Mas os atletas são os principais beneficiários. O dinheiro também é direcionado
para a participação dos Novos Cielos em competições de São Paulo (estadual) e
nacionais – os atletas de todas as categorias vivenciam, desde pequenos, o ambiente
dos torneios de natação –, em gastos com transporte, hospedagem, alimentação etc.
A verba ainda é usada para a compra de uniformes, toucas e materiais e equipamentos
esportivos.

Atleta do Novos Cielos / COTP – Ano IV durante o treinamento


O Brasileiro Infantil, em novembro, é uma das futuras competições do grupo, que vai
brigar por pódio. Matheus Assunção é um dos candidatos ao pódio nos 200 m borboleta
e nos 200 m livre. “Estou treinando muito porque meus principais adversários são

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muito fortes. Tem atletas do Coritibano, do Serc/São Caetano, do Corinthians… Baixei


os meus tempos no Regional nos 1.500 m, nos 400 m livre e nos 200 m borboleta.
Melhorei demais desde que cheguei aqui. No Petiz eu nem sabia se ia querer levar a
natação, mas eu estou vendo que posso seguir carreira na natação”, afirma Matheus,
de 13 anos.

Oportunidade de ser campeão na vida


Cesar Cielo, campeão olímpico, tricampeão mundial e recordista mundial dos 50
m livre (é dono de 17 medalhas ganhas em Mundiais, de três medalhas olímpicas e 7
conquistadas em Pan-Americanos), criou o ICC para ‘devolver’ um pouco do sucesso
que obteve com a natação. Está sempre em contato com os integrantes do projeto
e deixou uma mensagem. Não sabe se o Novos Cielos terá campeões mundiais e
olímpicos, mas acha que o esporte ajuda a formar cidadãos e pode abrir outras portas,
como uma bolsa de estudos em universidades no Brasil e no exterior.

Cesar Cielo autografando a touca de um dos atletas do Novos Cielos / COTP – Ano IV
“O esporte é dedicação o tempo todo, é organização e cada um que veste a camisa
é embaixador do Instituto. Eu espero que tenham o comportamento de campeões
não só na piscina se dedicando ao esporte, mas tirando boas notas na escola, sendo
pessoas honestas, íntegras, fazendo o certo quando ninguém está vendo – o certo é
certo o tempo inteiro. Se vai sair daqui um campeão olímpico ou mundial eu não sei.
Mas pode ser uma oportunidade – não conheço nenhum projeto de natação tão forte
como o nosso, que pense tanto no atleta na parte de competição, de treinamento e de
escola como a gente pensa. Então, aproveitem a oportunidade – e foi difícil chegar até
aqui – e pensem nisso enquanto treinam. Sempre espero que a gente faça um grande
trabalho, que vocês sejam grandes nadadores, grandes estudantes e representem o
Instituto com muito orgulho.”
Para o núcleo do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, o Novos Cielos – Ano
IV, é uma parceria entre o Instituto Cesar Cielo, o governo federal – por meio da Lei de
Incentivo ao Esporte -, a Prefeitura de São Paulo e os patrocinadores Atlas Schindler,
HTH, Mattos Filho, Sabemi Seguradora e SporTV.

CONTRAPÉ DE JORNALISMO – Heleni Felippe (MTB 13.507), e-mail: heleni@contrape.


com.br, Tel.: (11) 3871 3708, (11) 7807 9058.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Natação Bebês e Infantil em São Carlos: 3 Unidades O2

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https://o2personal.com.br/o2-kids-agua.html
Todas as 3 Unidades da O2 oferecem ambientes seguros e piscinas aquecidas a
31 graus Celsius tratadas com Ozônio ou Cloro importado.

Natação para Bebês


Proporciona ao bebê o conhecimento da relação corpo-água. São aulas divertidas,
acompanhadas pelo responsável do bebê, em ambiente alegre, acolhedor e seguro,
com música e brinquedos. A metodologia aplicada à Natação desenvolve no bebê
a prontidão para a execução de movimentos de defesa, a partir do desejado auto
salvamento.
Estrelinha
• Grupos de até 10 bebês
• Duração: 30 minutos
• Frequência: 1x ou 2x/ semana
• Idade: 6 meses a 2,5 anos
• CONTATE-NOS

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Natação Infantil 1
Sobrevivência, uma das melhores coisas que podemos ensinar aos nossos filhos.
E nada melhor do que iniciar pela natação na O2 porque as aulas tem brincadeiras,
música, materiais de apoio em turminhas alegres. O aluno evolui por fases conquistadas:
de Estrelinha passa a Tartaruguinha, depois Peixinho até chegar a Golfinho.
4 Fases
• Grupos de até 10 crianças
• Duração: de 45 a 50 minutos
• Frequência: 1x ou 2x/ semana
• Idade: 2,5 anos a 6 anos
• CONTATE-NOS

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Natação Infantil 2
Do iniciante ao avançado, com aquisição gradual das capacidades natatórias do
aluno. As aulas de Natação na O2 são estimulantes, em ambiente seguro e agradável.
O aluno é valorizado e reconhecido por cada conquista alcançada, pelo exclusivo
Método Tomaze. A O2 oferece aulas para os 5 diferentes estágios de habilitação.
5 Níveis
• Grupos de até 10 alunos
• Duração: de 45 a 50 minutos
• Frequência: 1x ou 2x/ semana
• Idade: 6 a 14 anos
• CONTATE-NOS

O Método Tomaze incentiva a atenção, participação e colaboração.


Nas atividades aquáticas da O2, a metodologia dos irmãos Tomaze é aplicada para
estímulo ao desempenho em aula, individual ou coletiva. De forma segura e lúdica,
proporciona a aprendizagem por fases de conquista. O Método Tomaze colabora
com o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e social através de movimentos nos

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exercícios, das interações em aulas e nos eventos promovidos para todas as idades.
A metodologia apoia-se em três pilares:
MOTIVAÇÃO
CONQUISTA
AUTO SATISFAÇÃO
O aluno deve demonstrar seu desempenho em provas de Passagem de Fase ou Nível
quando então poderá receber o reconhecimento por medalhas, diplomas e permissão
para uso da touca de natação identificada com a fase alcançada. As crianças tornam-
se muito motivadas a desempenhar e progredir na prática saudável da natação.
FASES da Natação Infantil 1
Em ambiente seguro e agradável, o aprendizado é dividido em 4 fases. Aulas
divertidas, lúdicas que estimulam e valorizam as conquistas da criança.

Fase Estrelinha

Fase Tartaruguinha

Fase Peixinho

Fase Golfinho
5 NÍVEIS da Natação Infantil 2
O aprendizado da Natação O2 é dividido em níveis – do iniciante ao avançado –
para aquisição sistematizada e gradual das capacidades natatórias do aluno. Ambiente
agradável, aulas divertidas, lúdicas e estimulantes que respeitam e valorizam as
conquistas individuais.

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Nível I

Nível II

Nível III

Nível IV

Nível V

ANOTE ISSO

O professor de Educação Física pode construir sua própria organização, basta olhar
para suas condições de trabalho e necessidades.

LEITURA COMPLEMENTAR

Natação: fases de aprendizagem e seus benefícios para o corpo humano


Emanuela Marchetti e Valéria Pauletto. Faculdade de Educação Física de Barra
Bonita

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Disponível em: https://www.efdeportes.com/efd174/natacao-fases-de-aprendizagem-


e-seus-beneficios.htm

A natação é um dos esportes mais completos para o corpo humano, sendo inúmeros
seus benefícios. Dentre eles, podemos citar que em crianças na faixa etária entre
três e seis anos de idade, apresentam desenvolvimento significativos no que diz
respeito a sua capacidade motora, afetiva e cognitiva, explorando e vivenciando suas
possibilidades, além de melhorar seu sistema cardiorrespiratório, tônus muscular,
coordenação, equilíbrio, agilidade, força, velocidade, habilidades tais como lateralidade,
percepção tátil, auditiva e visual, noção espacial, temporal e ritmo, além da sociabilidade
e autoconfiança.
Neste sentido, a prática da natação aliada à estimulação de habilidades, respeitando
as fases sensíveis da formação, a individualidade de cada um e o ensino adequado e
programado, proporciona o desenvolvimento multilateral da criança, contribuindo para
sua formação geral bem como para o aprendizado de uma modalidade esportiva que
ele poderá praticar no decorrer da vida, seja para o esporte ou para outras finalidades.
O ensinamento da natação infantil de três aos seis anos de idade engloba diversos
fatores, onde o principal é a postura correta que um professor de natação tem que
estabelecer, principalmente respeitando o desenvolvimento físico, motor e cognitivo da
criança, onde esses fatores influenciam muito na maneira de o profissional trabalhar
e para que a criança assimile o ensinamento transmitido.
Porém, o período de aprendizagem da natação depende exclusivamente do
desenvolvimento de cada criança, pois cada uma reage a um estímulo de maneira
diferente, portanto é difícil afirmar em quanto tempo uma criança vai demorar a
aprender a nadar. No entanto, algumas crianças aprendem rápido, por não ter medo
da água, enquanto outra criança tem pavor da água, com isso dificulta o processo
de aprendizagem da mesma.
A natação é uma modalidade esportiva que foi desenvolvida através da observação
do homem, diante aos animais que se sustentavam e também tinham uma maneira de
locomoção dentro da água. No entanto, percebeu-se também que os animais tinham
algumas técnicas para se locomover dentro da água e o homem observando essa
situação, se fez o desafio de criar técnicas onde ele próprio também teria condição
de se sustentar e se locomover dentro da água. Foi dessa maneira que a natação foi
descoberta, onde hoje temos vários estilos de nado e diversas maneiras de ensiná-la.

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PROF. FABRÍCIO COSTA DE OLIVEIRA

A natação hoje é considerada um dos esportes que mais trás benefícios à saúde
não só das crianças, mas também em todas as outras faixas etárias, pois o auxilia
na prevenção de doenças cardiorrespiratórias, problemas posturais entre outros.
No entanto, quando a criança com a faixa etária de três a seis anos, é estimulada
a prática da natação, deve ser ministrada recreativamente, porque nesta fase ela
amplia seus aspectos sensório-perceptivo e sensório-motor globais, que propicia um
desenvolvimento integral da mesma. Tudo isso vai fazer com que a criança perceba
seu próprio corpo, a nível motor e cognitivo.
A natação infantil envolve desde a ativação das células cerebrais da criança até um
melhor e mais precoce desenvolvimento de sua psicomotricidade, sociabilidade e reforço
do sistema cardiovascular morfológico. Cabe ao professor respeitar a individualidade
de cada aluno, pois cada aluno estará em uma forma de desenvolvimento diferente e
reagem de maneiras distintas aos estímulos aplicados pelo professor.
A iniciação desta modalidade, nesta faixa etária, deve permitir exploração de
movimento e aprendizagem perceptivo-motora. Isto significa que o professor deve
dar oportunidade para o aluno explorar o ambiente aquático e diferentes formas de
movimentação que seu corpo pode realizar dentro dele. Além de estimular o indivíduo
a não realizar os movimentos preocupando-se apenas com a técnica, mas sim,
valorizando a percepção dos seus movimentos dentro da água e da sensação que a
água provoca em seu corpo.
No entanto, a natação deve ser muito mais que isso, valorizando a adaptação,
aprendizagem, aperfeiçoamento e treinamento; de diferentes formas de ação corporal,
aproveitando as propriedades da água e os benefícios que esta proporciona ao ser
humano.
O processo de adaptação deve ser iniciado com a ambientação, onde o aluno irá
conhecer e explorar o espaço físico. A próxima etapa é a adaptação polissensorial,
feita através da boca, nariz, olhos e ouvidos. Depois, vem o processo respiratório no
qual a inspiração ocorre fora da água e a expiração ocorre dentro da água. Assim, a
imersão na água ocorre facilmente, podendo-se passar para flutuação e sustentação.
A última etapa é a propulsão de braços e pernas. Quando essas etapas estiverem
bem assimiladas passa-se para a aprendizagem dos quatro estilos, crawl, costas,
peito e borboleta, que não precisam ser ensinados necessariamente nessa ordem. O
professor deve iniciar pelo qual o aluno tiver mais afinidade.

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O nado crawl, também conhecido como nado livre é considerado o mais rápido e o
mais fácil dos quatro estilos na prática da natação, pois ele aparenta uma caminhada.
A metodologia para o ensino do nado crawl inicia com a oscilação das pernas e dos
pés, ou seja, a pernada é o que a criança aprende primeiro. O movimento de perna
é o principal fundamento no começo da aprendizagem dos nados, pois tem como
finalidade de estabilizar o corpo na água e para que a criança aprenda o movimento
correto ela inicia o movimento como se estivesse pedalando, pois não tem muita força
para bater as pernas no início da aprendizagem, então este movimento de pedalar na
água é que vai proporcionar a criança a ter um deslocamento no ambiente líquido no
começo do ensinamento.
O nado costas é semelhante ao nado crawl, à diferença é que nesse estilo de nado
o aluno fica em decúbito dorsal (flutuando de costa), uma das características deste
estilo de nado é que o corpo está praticamente na horizontal com o plano da água e
a posição do quadril estará voltada ligeiramente para baixo, o quadril ficando deste
modo não deixa que a coxa saia da superfície da água quando fizer o movimento da
pernada para cima. Quando estiver orientando a criança deve-se lembrar de que a
posição posterior da cabeça precisa repousar na água e o nível d’água, no entanto,
necessita passar em um ponto abaixo das orelhas, o queixo permanece levemente
afundado e os olhos direcionados para cima e para trás.
Na faixa etária de três a seis anos não se trabalha com o nado peito em seu
modo completo, já que a execução do mesmo é muito complexa para esta idade, no
entanto, a criança consegue fazer a pernada que nesta fase é mais conhecida como
perna do sapinho ou a perna da rã. No começo todas as crianças terão algum tipo
de dificuldade na hora de executar o movimento, entretanto, algumas pegaram o jeito
mais fácil para fazer a realização e outras ainda apresentarão dificuldades, contudo
o professor ensinando a pernada por meio de brincadeiras o aluno terá condições de
assimilar a batida da perna mais rápido. O professor, no entanto, coloca a criança em
decúbito ventral (barriga para baixo), apoiada na borda da piscina e movimenta seus
pés fazendo com que este movimento aconteça em diagonal, deixando seus pés que
palmateiam para fora, para baixo e para dentro e para trás, lembrando que a sola dos
pés são as superfícies propulsivas que tem a função de deslocar a água para trás.
O nado borboleta, também nesta faixa etária de três a seis anos não se trabalha
em seu modo completo, por que a execução do mesmo é muito complexa para esta
idade, contudo o professor consegue trabalhar a pernada, que a criança conhece

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mais como a perna da seria ou perna do golfinho e algumas ainda conhecem como a
perna da minhoquinha. Porém existem crianças que apresenta dificuldades de fazer a
ondulação mesmo sendo realizada de forma lúdica. A braçada aqui não é trabalhada
visto que são muito complicada a suas fases e a criança terá bastante dificuldade
ao fazer o movimento.
Para a criança de três a cinco anos será mais desenvolvida as atividades do
movimento corporal aquático, onde ela aprenderá já os mergulhos em deslocamento
e iniciará as vivências das propulsões dorsal e ventral tanto das pernas quanto dos
braços e terá início a fase de coordenação, no começo esta coordenação será toda
desajeitada com as crianças se movimentando como “minhocas” na água, pois não tem
ainda um equilíbrio perfeito do corpo no meio líquido. Onde o professor acrescentará,
além do mergulho em deslocamento e propulsões também irá começar a fazer alguns
saltos em diferentes trajetórias e jeitos variados de se saltar da borda da piscina.
Enquanto que as crianças de cinco a sete anos já estão no auge do seu
desenvolvimento motor e será preciso então ensinar os nados crawl, costa e peito,
os quais serão aprendidos por meio das brincadeiras, deste modo à criança aprenderá
mais rápido e sentira o prazer de nadar sem que seja utilizada uma técnica perfeita,
por isso que no começo a aprendizagem será de forma simples e um pouco rústica
para a criança.
No entanto, compreendemos que a criança por ter características individuais tem
seu próprio tempo para aprender a nadar e não importa qual foi o motivo que levou
essa criança a praticar natação, isso só trará benefícios para o desenvolvimento das
mesmas. O professor, pelas técnicas de aprendizagem que dominam e principalmente
pela segurança que transmite, passa a ser uma forte referência a criança.

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CAPÍTULO 6
ORGANIZAÇÃO DE
PROGRAMAS DE NATAÇÃO

• Definições de objetivos da natação;


• Elaboração de plano de ensino de natação
• Elaboração de plano de aula de natação
• Organização da periodização de acordo com os objetivos da natação.

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

Os objetivos e ações da aula devem ser planejados e executados pelo professor de


Educação Física.

PLANO DE AULA INICIAÇÃO A NATAÇÃO


FASE - INICIAÇÃO DA NATAÇÃO.

Iniciação ao nado Crawl


Faixa etária: de 7 a 8 anos;
Duração da aula: 50 minutos;
Quantidade de aula por semana: 2 vezes;
Local: academia, recinto fechado e coberto, ou na escola que houver piscina;
Objetivo Geral: coordenação perna/braço com início a respiração frontal.

PARTE INICIAL – Aquecimento - 5 minutos.


Correndo em volta da piscina de forma organizada ao sinal do prof. através do
apito todos deverão pular na água e sair rapidamente voltando a correr novamente
(repetir várias vezes).
Andando ao sinal do professor todos se agacham e saltarão com os braços
estendidos para cima (repetir várias vezes conforme achar necessário).

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PARTE PRINCIPAL: - Formação Corporal e Educação do Movimento.


Objetivo – Batimento de pernas (com e sem material)
- Rotação de braços (com e sem material)
- Respiração frontal com material
Duração: 30 minutos
De forma organizada cada aluno deverá atravessar a piscina de um lado para outro,
com batimento de perna com braços estendidos à frente, se houver necessidade
realizar respiração frontal.
Da mesma forma com auxílio de uma prancha.
Obs.: Realizar várias vezes conforme a necessidade e o desempenho de cada aluno.
Com os braços estendidos à frente os alunos realizaram a rotação dos braços,
acompanhando com batimento de pernas de um lado para o outro da piscina, indo
com o braço direito, voltando com o esquerdo.
Da mesma forma com os braços alternados (ora um/ora o outro).
Repetir o mesmo processo com auxílio da prancha.

PARTE FINAL: volta a calma e recreação


Jogos de corrida.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Disponível em: https://www.gtswim.com.br/planejamento-do-treinamento-da-


natacao-para-nao-atletas/
Por Guilherme Tucher – www.guilhermetucher.com.br
Em muitos clubes de natação nós temos aquele padrão de aula de 60 minutos com
frequência de três encontros semanais.
Muitas vezes, apesar dos alunos não serem atletas, participam de eventos que são
considerados competições.
Assim, a gente precisa preparar esse aluno para a “competição”. Ele precisa de um
treino planejado. A gente precisa elevar a sua forma esportiva para ele alcançar um
determinado objetivo numa determinada época.
Essa competição pode ser uma travessia ou um evento qualquer. Deve ser um
momento no qual o aluno e o professor consideram que se deve manifestar uma
forma esportiva elevada.

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A gente pode pegar dessa data de competição para trás e determinar quando
começará o treinamento. Os objetivos do aluno dependem de quem ele é.
O objetivo de alguém pode ser melhorar a condição esportiva ou mesmo começar
um programa de treinamento para deixa de ser sedentário.
Nesse caso, você treinará para alcançar as recomendações mínimas de prática de
atividade física por semana.
Você vai planejar o tempo de treino da natação, o tempo do treino da força muscular.
Tudo visando alcançar essa recomendação mínima de atividade física semanal.
Por outro lado, apesar do meu aluno não ser um atleta, ele gosta de participar do Rei
e Rainha do Mar, ou fazer uma travessia, de viajar em um feriado ou final de semana.
E nessa competição o aluno quer manifestar essa forma esportiva.
Assim, eu vou planejar essa temporada para que nesse momento o aluno tenha
uma elevação da forma esportiva.
Para o atleta de competição, ou atleta profissional (se é que a gente pode utilizar
esse termo), a preocupação passa a ser ainda maior porque a vitória ou a derrota
naquela competição pode valer a vida esportiva dele.
Nesse caso, então, o controle da carga de treinamento e da recuperação tem que
ser muito mais preciso e muito mais frequentes.
Isso é importante para que o sucesso aconteça de forma plena na competição.
Entretanto, eu posso ter um atleta amador que quer melhorar a condição esportiva
dele, mas as vezes a sua satisfação é de conseguir terminar o Rei e Rainha do Mar
– entende?
Tem a distância de 3 km, ele nunca nadou essa distância no mar e esse é o seu
desafio. Nesse caso, o meu aluno não tem necessariamente um objetivo de tempo
ou de medalha. O objetivo é conseguir nadar os 3 km sem parar.
Ele quer terminar os 3 km e se sentir bem – mesmo que tenha terminado em último.
O mais importante é que ele treinou, treinou de forma organizada o seu
condicionamento foi feito com qualidade para que ele alcançasse os seus objetivos.

ANOTE ISSO

O professor de Educação Física pode se organizar de várias maneiras, o que não


pode é não se organizar para as aulas.

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Emanuelle Mendes Fialho. A INICIAÇÃO DA NATAÇÃO: do desenvolvimento motor


da criança a uma proposta de aplicação Belo Horizonte Escola de Educação Física,
Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG 2013.

A iniciação esportiva da natação pode ser dividida em nove fases direcionam a


iniciação ao esporte respeitando e acompanhando a evolução ontogenética de forma
a evitar a especialização precoce. Sabe-se que essas fases são direcionadas aos
esportes coletivos em geral. No entanto, ao se pensar no ensino da natação, não é
preciso desprezar as nove fases; pelo contrário, pode-se fazer uma adaptação, a fim
de direcioná-las para atender a modalidade natação. Fase pré-escolar Para a natação,
essa fase tem início a partir dos seis meses de vida aos seis anos. É a fase em que o
professor deve estimular ao máximo o sistema motor da criança, possibilitar diversas
vivências e experiências motoras sem exigências específicas, permitindo que a criança
explore o universo ao seu redor, a fim de que construam e ampliem o seu repertório
motor.
Como frequência aconselhável, podem se sugerir duas a três vezes por semana.
Fase universal De seis aos 12 anos, quando o objetivo é desenvolver as capacidades
motoras e coordenativas em geral de forma lúdica e dinâmica com o intuito didático
pedagógico. É importante respeitar o estágio maturacional em que a criança se encontra,
aumentando assim a dificuldade e a complexidade das atividades de forma gradativa.
Logo, é considerada a maior e mais rica das fases do processo de formação esportiva,
na qual consolida uma base motora para a prática esportiva. A frequência não deve
ultrapassar três vezes por semana.
Fase de orientação De 12 aos 14 anos, fase em que se introduz a técnica de forma
global. Na orientação, pode-se observar a automatização dos movimentos, e o início
do aperfeiçoamento da técnica. O treino começa a ter maior especificidade, tendo o
elemento lúdico como ferramenta de auxílio. O conteúdo teórico também é valorizado,
contextualizando ainda mais a modalidade esportiva. As aulas continuam sendo três
vezes por semana, porém com uma carga horária maior de 60 a 90 minutos por treino.
Fase de direção De 14 a 16 anos, quando o nível de exigência começa a aumentar,
o aperfeiçoamento da técnica se dá de forma mais incisiva e tem-se início a sua
especialização. Considera-se importante que o aluno participe de outras atividades
esportivas, com diferentes aplicações, respeitando o princípio da variabilidade de
prática possibilitando ao aluno relacionar suas diversas experiências e evitando a

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especialização precoce em uma única atividade. Ao fim desta fase, o aluno deverá
se encontrar com um amplo repertório motor, preparado para realizar as demandas
do esporte que ele mesmo escolher. A frequência ainda permanece três vezes por
semana podendo aumentar uma sessão caso não atrapalhe as outras atividades
extracurriculares.
Fase de especialização De 16 aos 18 anos, seguindo a sequência evolutiva e
respeitando sempre o desenvolvimento em que se encontra o indivíduo. Esta é a fase
das oportunidades de forma geral em que a especialização se concretiza, iniciando-se
a busca da perfeição e de melhores resultados técnicos para o rendimento esportivo.
O que determinará o sucesso e a participação do aluno na modalidade envolverá não
só fatores internos (desempenho), mas também externos (disponibilidade de tempo,
por exemplo). Com o aperfeiçoamento da natação, passa-se a exigir maior consciência
corporal e maior domínio emocional nas situações de definição como, por exemplo,
saídas, viradas e chegadas. A frequência também permanece três vezes por semana,
podendo aumentar mais uma sessão com carga horária de 90 a 120 minutos por treino.
Fase de aproximação/integração Dos 18 aos 21 anos. É nesta fase que a carreira
esportiva deve ser valorizada. Este é o momento ideal para se profissionalizar no
esporte. Pois, nesta faixa etária a maturação biológica provavelmente irá se encerrar. Os
traços de personalidade também já estão formados, assim como as bases psicológicas.
No entanto, é preciso estar atento às propostas aplicadas nesta fase para que os
grandes talentos se tornem sucessos efetivos. Todo o trabalho desenvolvido nesta
fase está diretamente associado com a fase seguinte.
Fase de alto nível Esta fase tem base através do trabalho realizado nas fases
anteriores. É preciso estar atento ao controle necessário do volume, das cargas, da
intensidade e da densidade dos treinos que tendem a aumentar. A meta é a melhora
constante na execução, no rendimento, nas potencialidades físicas e também nos
aspectos das estruturas cognitivas.
Fase de recuperação/readaptação O foco principal deixa de ser o rendimento e
passa a ser a readaptação do ex-atleta. O esporte é pensado enquanto ferramenta
para a saúde em geral. Considerando as necessidades e as capacidades do praticante,
devem-se elaborar propostas individualizadas às necessidades do aluno, respeitando
suas limitações e buscando atender os seus interesses.

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Fase de recreação e saúde Esta é a fase da manutenção fisiológica em que os


indivíduos praticam as atividades físicas devido a vários motivos incluindo prazer,
estética, saúde e reabilitação.
A partir da organização de métodos e conteúdos em respectivas fases e faixas
etárias, a elaboração dos planos de aulas se torna algo fundamentado e de simples
execução. A Iniciação Esportiva deve ser valorizada enquanto base formadora da
estrutura básica através da qual a criança irá receber os estímulos de forma gradativa,
até o momento em que está preparada para encarar o âmbito esportivo de forma
saudável e positiva.

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

Aprenda a elaborar planos de ação para a natação.

Para a aprendizagem da natação é necessário primeiramente a adaptação ao meio


líquido, uma das fases mais importantes no aprendizado. Nesta fase busca-se permitir
através de estímulos variados que o aluno descubra as possibilidades de movimento
do corpo na água, explore e conheça seus limites e encontre prazer na prática da
natação. Para facilitar o aprendizado, o professor deve proporcionar ao aluno um
ambiente favorável e seguro.
Os Professores devem ter consciência que o primeiro contato com a piscina exige
do aluno uma mudança de ambiente, o que pode trazer certo receio ao iniciante,
por isso recomenda-se inicialmente o ensino através de atividades lúdicas e básicas
de locomoção no meio aquático. O processo de ensino-aprendizagem deve seguir
uma linha de raciocínio, iniciando com exercícios de confiança, flutuação, impulsão,
respiração geral, propulsão de membros inferiores, propulsão de membros superiores,
coordenação de membros superiores e inferiores, respiração lateral e frontal e finalmente
o nado completo.
As habilidades aquáticas básicas são a respiração, a flutuação, a propulsão e o
mergulho elementar. O controle da respiração é diferente do ambiente terrestre onde
inspiramos e expiramos o ar pelo nariz, no meio aquático a inspiração deve ser feita
pela boca e a expiração pode ser pelo nariz, pela boca ou por ambos ao mesmo tempo.
A flutuação que depende da densidade do corpo imerso, tudo que tem densidade
menor que a densidade da água flutua e a densidade maior afunda, a flutuação pode

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ser facilitada aumentando a área de contato do corpo com a água, afastando braços
e pernas, e manter o oxigênio nos pulmões e relaxar a musculatura também auxilia.
A flutuação está ligada ao relaxamento corporal que depende da confiança em si e
conhecimento do meio líquido. A propulsão advinda da movimentação de membros
superiores e inferiores faz os alunos perceberem as diferentes forças exercidas no
meio aquático que interferem na propulsão, o atrito, a resistência frontal e a esteira.
Outra forma de conseguir propulsão é através do impulso na borda da piscina.
O mergulho elementar consiste nas diversas formas de entrar na água. O processo de
ensino-aprendizado deve iniciar com uma meta que deve ser alterada gradativamente à
medida que ocorre melhora do aluno. Professores devem compreender que cada aluno
tem suas particularidades, que possuem diferentes experiências motoras, diferentes
níveis de motivação e ritmo de aprendizagem. Por isso o feedback e avaliações
individuais são de extrema importância.
Neste apartado estudamos a origem e evolução dos quatro estilos de nado com
os que se compete na atualidade; dita evolução dos estilos provém essencialmente
da busca da melhora da velocidade.
O Crawl O estilo crawl, na atualidade, pode-se definir como: deslocamento humano
na água caracterizado por uma posição ventral do corpo e movimento alternativo e
coordenado das extremidades superiores e inferiores, sendo o movimento das primeiras
uma circundução completa e o das segundas um batido, com uma rotação da cabeça,
coordenada com os membros superiores para realizar a inspiração. Uma vez que
definimos o estilo crawl tal e como se desenvolve na atualidade, estudamos como
se chega a ele.
A primeira forma de nado rudimentar da qual se pode dizer que nasce o crawl, é o
“English side stroke”, que nasce em Inglaterra em 1840, e se caracteriza por nadar sobre
o custado com uma ação alternativa de membro superior, mas sempre subaquática,
enquanto os membros inferiores realizam um movimento de tijera. Somente dez anos
depois apareceu o “Single over” ou “Over singelo”, o qual consiste no nado sobre o
custado, mas com uma recuperação aérea dos membros superiores, dito estilo é
nadado pela primeira vez pelo australiano WALLIS. Posteriormente aparece o “Trudgen”
(sobrenome do primeiro nadador que o utiliza), que é “importado” a Europa por dito
nadador inglês ao observar-se realizar a indígenas sulamericanos.

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NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Natação – 4 dicas para um bom planejamento pedagógico


POR PLINIO ROCHA | 6 DE FEVEREIRO DE 2019
Disponível em: : https://www.metodologiagb.com.br/planejamento-natacao-aula/

A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO

Todo pai e toda mãe, quando procura uma escola para seu filho, procura um local
em que se priorize o aprendizado e o desenvolvimento. Dentre as diferentes linhas
pedagógicas, o processo deve ser respeitado e cumprido. Para que a escola cumpra
seu processo em educar. Alguém imagina isso sem planejamento?
COMO UM BOM PLANEJAMENTO INTERFERE NA EDUCAÇÃO POR MEIO DA
NATAÇÃO?
Um bom planejamento é aquele que você consegue colocar em prática dentro de suas
condições, que sua equipe consegue assimilar e, principalmente, se comprometer. Além
disso, que te permite mensurar com indicadores ao longo do processo e rentabilizar
um senso de progresso.
OS DESAFIOS DO PLANEJAMENTO AQUÁTICO:
Na Educação Física, assim como na natação, o planejamento não é menos importante.
Parece óbvio, mas a maioria de quem nos procura a fim de obter ajuda com o seu
negócio, se depara com problemas nessa área.

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Quais problemas são esses?


É muito comum encontrarmos academias ou clubes que tem dificuldades na hora de
executar um bom planejamento com ações na sua piscina e fazer um acompanhamento
pedagógico dos alunos.
Nos deparamos com muita criatividade, vontade dos professores e vasto
conhecimento técnico, mas um ponto falho: FALTA DE CONSISTÊNCIA no ensino e,
principalmente, no acompanhamento dos alunos durante o processo.
Algumas situações contribuem para esse cenário: falta de tempo para fazer um
planejamento eficaz, dificuldade na hora do investimento, organização das aulas,
treinamento dos profissionais e etc.
4 PONTOS QUE PODEM TE AJUDAR A PLANEJAR E APLICAR AULAS DE QUALIDADE:
1. Seguir uma linha de raciocínio macro – Como você vai viabilizar o aprendizado
por meio das aulas de natação, organizar suas crianças e garantir que elas assimilem
os conteúdos que você elegeu para que ela progrida? Qual fases vamos seguir? Esse
alinhamento é fundamental com sua equipe técnica
2. Após adotar e firmar pilares com a equipe, é hora traçar as estratégias e fazer
um planejamento para garantir uma aula de qualidade. Como será a estrutura de cada
aula? Lúdicas? Técnicas?
3. Já pensou em materiais auxiliares? Tenha materiais adequados para dar sequência
ao seu programa de aulas. Tem material suficiente? Plataformas adequadas? Área
lúdica para lidar com crianças? Pontos importantes a serem observados.
4. Capacite seus professores CONSTANTEMENTE. Sabemos que quanto mais
conhecimento mais qualidade teremos em nossas aulas. Pode ser treinamento
interno, cursos a distância, congressos que acontecem ao longo do ano e/ou ler
livros específicos da área.
A Metodologia Gustavo Borges organiza os objetivos macros em micros, até chegar
na borda da piscina. Pois todo trabalho começa com a divisão de todos os alunos em
níveis pedagógicos de acordo com idade e habilidade.
Para cada nível, produzimos e enviamos aos nossos clientes um calendário
estruturado, aula a aula, com objetivos pedagógicos e sugestões de aplicações em
aulas. Cada nível tem um objetivo macro, e cada semana um objetivo pontual.
Estes pontos são fundamentais e um primeiro passo para um planejamento de
qualidade. Aliados a uma boa gestão e uma boa comunicação com os pais podemos
evoluir muito nosso trabalho dentro de nossas unidades de negócio

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ANOTE ISSO

O ensino da natação deve ser gradual e o professor de Educação Física precisa


respeitar o processo de desenvolvimento do aluno.

ADAPTAÇÃO AO MEIO LÍQUIDO: UMA PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO


FÍSICA PARA AULAS DE NATAÇÃO Gabriela Rebelo da Silva1 , Elinai dos Santos Freitas
Schutz2 e Ruan Carlos dos Santos3, 4 1SED-SC/UDESC - Universidade do Estado de
Santa Catarina, 2UNISUL – Universidade do Sul de Santa Catarina, 3 FAEL – Faculdade
Educacional da Lapa, 4UNIVALI – Universidade do Vale do Itajaí

Antes de o indivíduo começar a aprender os quatro nados é preciso que ele esteja
bem adaptado com o meio líquido, reconhecendo seus possíveis movimentos dentro
deste ambiente, fazendo isto de forma prazerosa e motivadora.
A partir do momento que o indivíduo assimila todos esses passos, estando seguro
de si e sem receios, ele está apto para iniciar a nadar e se aprimorar na natação. Assim,
é através da adaptação ao meio líquido o aluno adquire segurança e experiência para
dar continuidade à próxima etapa: o ensino dos nados na natação. A partir destas
considerações, indagou-se: Qual a importância atribuída por professores à fase de
adaptação ao meio líquido nas aulas de natação? A adaptação ao meio líquido é “o
processo que envolve a iniciação à natação, recorrendo ao domínio do corpo na água”
. É uma fase de descoberta, ou seja, uma aproximação ao novo meio. É nesse período
que o aprendiz explora o meio líquido buscando segurança, autonomia e também uma
relação afetiva com o ambiente em que está se inserindo.
De uma boa adaptação ao meio líquido que podemos perceber no indivíduo a
capacidade de adquirir: Maior autonomia na água; maior facilidade nos deslocamentos;
menor resistência ao entrar na água (menor medo); familiarização com os materiais
e com os métodos utilizados durante as atividades; maior interação entre alunos -
professores.
Quando a adaptação é realizada de forma bem sucedida, atuando com a atenção,
descontração, segurança e experiência do professor, faz com que o aluno adquira
confiança, quebrando assim as barreiras do medo e da insegurança; então ele começa
a se soltar e desfrutar do prazer que a água proporciona.
O Fórum Internacional de Qualidade de Vida e Saúde - Curitiba, 15 de junho de 2019
aponta que já nesta fase pode-se observar alguns benefícios como o de fortalecer a

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musculatura, melhorar a capacidade cardíaca, ativar e melhorar da mobilidade articular;


e um sono mais tranquilo, reforçar o apetite, desenvolver a estabilidade emocional e
a autoconfiança, proporcionar sociabilização.
A atividade na água traz segurança, recreação, mais independência, mais
espontaneidade, melhoria do reflexo (resposta a estímulos), profilaxia contra resfriados,
mais confiança nos relacionamentos, desenvolvimento físico e psíquico, objetivando
formar cidadãos saudáveis e hábeis mentalmente. Os requisitos básicos que o indivíduo
deve ter ao iniciar a natação é o conhecimento do ambiente que irá frequentar e os
critérios estabelecidos pelo mesmo; facilitando assim a sua adaptação ao meio líquido
e perda de inibição e receio.
O segundo passo é a segurança e confiança que o professor deve proporcionar ao
iniciante, para que ele possa se sentir mais seguro e assim prosseguir no processo
de ensino dos nados, que começa sempre pelo trabalho de respiração adequada à
natação, a seguir flutuar, deslizar e por último, mergulhar.
Nota-se a necessidade de uma adaptação ao meio líquido na natação, de uma
forma lenta e gradual, de forma que o indivíduo se acostume com este novo meio, e
assim tome gosto e em consequência, receberá a sequência do ensino da natação.

LEITURA COMPLEMENTAR

Emanuelle Mendes Fialho A INICIAÇÃO DA NATAÇÃO: do desenvolvimento motor


da criança a uma proposta de aplicação Belo Horizonte Escola de Educação Física,
Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG 2013.

Um bom atleta é fruto de uma formação adequada e ampla experiência motora


estimulada desde a infância. Ao ingressar em qualquer modalidade esportiva se faz
necessário um período de adaptação e preparação. A Iniciação Esportiva é compreendida
como o período em que a modalidade esportiva é introduzida e as técnicas esportivas
devem seguir estágios com movimentos simplificados e sequências pedagógicas de
introdução.
A técnica deve ser inicialmente posta de lado e a ênfase deve ser na formação de
uma base motora, objetivando o desenvolvimento de habilidades básicas, a fim de
preparar a criança para o esporte.

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O cenário esportivo uma nova proposta, a Iniciação Esportiva Universal, de forma


dinâmica e estruturada. Essa proposta é voltada para a iniciação em geral nos esportes
coletivos. Embora a natação seja um esporte individual, acredita-se que é possível
adaptar os princípios básicos da proposta da Iniciação Esportiva em geral, direcionando-
os para o ensino da natação infantil. Os princípios da proposta, que podem ser adotados
para o ensino na iniciação da natação, são:
Em relação às metas:
• Objetivos a curto, médio e longo prazo;
• Baseia-se na inter-relação professor/aluno e alunos/alunos;
• Pretende o desenvolvimento das capacidades coordenativas que servem de
base para o posterior domínio de técnicas;
• Constrói-se em base a constituição do potencial do indivíduo;
• Oferece a possibilidade de compartilhar decisões com os outros;
• A conscientização passa pela contextualização político-social, que deve ser
desenvolvida à medida que as capacidades de elaboração do pensamento crítico
estejam aptas para tal;
• Não há ação sem esquema, não há esquema sem conceito, não há conceito
sem contextualização.
Em relação aos meios:
• Fundamenta-se na integração entre as ciências biológicas e pedagógicas;
apoia-se nos resultados de pesquisas nas áreas da aprendizagem motora,
do treinamento técnico, da psicologia geral (principalmente da pesquisa em
aprendizagem formal e incidental) e da psicologia do esporte, dos modernos
métodos de ensino e das formas de aprendizagem;
• Encaminha-se a especialização após uma forte generalização.
A etapa de Iniciação Esportiva é um período que abrange desde o momento em que
as crianças iniciam-se nos esportes até a decisão por praticarem uma modalidade As
crianças devem ter o máximo de experiências que sejam consideráveis em diversos
esportes, objetivando proporcionar vivências que envolvam uma extensa gama de
movimentos variados englobando atividades que estimulem a aquisição da coordenação
motora e das habilidades básicas do ser humano (andar, correr, saltar, lançar...). Busca-
se estimular o desenvolvimento motor e cognitivo e ampliar as interações da criança
com os objetos e com as outras crianças até estarem aptas para escolher o esporte

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com o qual mais se identificam. A aprendizagem tem ênfase através de jogos, que
torna o cenário das aulas de educação física mais lúdico.
As propostas apresentadas auxiliam na prevenção contra aulas direcionadas,
exclusivamente, para a prática esportiva similar ao modelo adulto, bem como evitam
a iniciação precoce no alto rendimento. Além disso, os autores são contrários aos
grupos que, por falta de conhecimentos específicos na área, tendem a criticar ou
negar a prática esportiva. Como consequência, desestimulam os alunos para a sua
prática, aplicando conteúdos didáticos de forma negativa e reproduzindo modelos
mal direcionados, resultando no abandono do esporte.
O ensino, aprendizagem e treinamento deve ser administrado conforme a idade
e o nível de experiência motora. A ação do processo de ensino e aprendizagem do
treinamento deveria ser voluntária, não atropelando outros possíveis interesses.
A Iniciação Esportiva, portanto, seja no âmbito dos esportes coletivos ou de esportes
individuais, deve ser aplicada de forma abrangente, considerando a fase em que o
iniciante se encontra, valorizando e incluindo o aluno de forma em que este se torne
membro ativo no processo de ensino aprendizagem. Sendo assim, as aulas devem ser
pensadas e realizadas no modelo aberto no qual o aluno está no centro do processo.
Caso contrário, a Iniciação Esportiva pode se transformar em iniciação precoce da
criança no esporte contrariando os princípios da Iniciação Esportiva.
Quanto a isso, a Iniciação Esportiva refere-se ao momento do primeiro contato da
criança com a prática sistemática de alguma modalidade esportiva. A especialização
esportiva, por sua vez, refere-se à escolha de uma determinada modalidade em que a
criança pretende se especializar, no momento adequado, mas muito frequentemente
acontece de forma precoce.
Essa iniciação precoce tem a origem em uma visão estreita, voltada diretamente
para o esporte-rendimento. Pensando assim, os planejamentos de aula tendem a
caminhar para a formação de atletas, trabalhando na perspectiva da competição e do
melhor rendimento. Entende-se que quanto mais cedo a criança vivenciar experiências
similares às das provas de alto rendimento mais rápido e melhores atletas se formarão.
O resultado da iniciação precoce pode se manifestar de diversas formas, atingindo
variados sistemas, como fisiológico, neuromuscular, psicossocial, cognitivo e moral.
Em geral, a iniciação precoce pode comprometer severamente o desenvolvimento da
criança desde a estrutura corporal até a possibilidade de lesões agudas e crônicas.
Além disso, a precocidade é, em sua maioria, responsável pela desmotivação e a queda

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da autoestima provocando rejeições e o abandono da atividade pelas crianças. Quanto


à imposição de regras complexas e no entendimento dos objetivos, a precocidade
pode prejudicar os conceitos de cooperação, competição e participação, de forma
a pressionar um sistema que ainda não está apto para responder adequadamente,
levando a criança a passar por etapas de stress, o que pode influenciar nas atitudes
da mesma se tornando mais agressiva ou retraída.
Os primeiros contatos devem ser selecionados de forma cuidadosa. Os autores
citam o futebol e a natação como práticas positivas. Mesmo sendo esportes de caráter
distintos, acredita-se que os princípios da iniciação possam ser aplicados, tanto no
futebol que é um esporte coletivo, como na natação que é um esporte individual.
Sendo assim, no período de iniciação aos esportes se faz necessário atentar para o
nível de desenvolvimento e a fase em que a criança se encontra. É importante que
se respeitem os estágios de maturação e de desenvolvimento motor da criança para
a elaboração das aulas.
A iniciação esportiva e a natação Para melhor desenvolvimento motor e cognitivo das
crianças, os conteúdos propostos pelo educador devem distanciar-se da transmissão
da técnica, ou de movimentos estereotipados, e aproximar-se de propostas que
possibilitem novas descobertas. Isso garantirá que as crianças encontrem o porquê
do que fazem e então lhe atribuam a devida importância e, a partir disso, passem a
priorizá-lo em suas manifestações.
As crianças, de modo geral, demonstram, de forma regular, uma necessidade
intrínseca de atividades motoras vigorosas em diversos contextos da sua vida diária em
dinâmicas formais e informais. As atividades posturais, locomotoras e manipulativas,
são decisivas em todo o processo de desenvolvimento e aprendizagem de habilidades
motoras e capacidades físicas, seguindo um aperfeiçoamento progressivo em termos
quantitativos e qualitativos. Infelizmente, sabe-se que, tradicionalmente, o ensino da
natação ainda é pautado na orientação técnica de modo a contemplar os quatro estilos
de nado. Etapas do desenvolvimento desse processo por vezes não são respeitadas
passando a ser encaradas como erros.
A preocupação da abordagem esportiva é eliminar os erros de execução. O erro
aqui é entendido como padrões rudimentares que compõem o desenvolvimento do
nadar. Esses padrões são individuais e precisam ser respeitados para que ocorra uma
evolução ao longo do processo. Existe uma contradição no que as academias e os
alunos possuem como o objetivo. A maioria das instituições parece visar o ensino e

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treinamento da natação, enquanto as crianças inicialmente parecem buscar nas aulas


uma atividade recreativa, visualizando muito mais o caráter lúdico do que esportivo. A
autora faz um paralelo ao dizer que “assim, mesmo com a abundante procura de alunos
pela prática de natação, o fluxo de adesão e de desistência ainda é muito elevado” .
A falta de consenso entre os objetivos dos programas de ensino na natação infantil
com o que os alunos realmente esperam das aulas e com o que eles estão aptos
a assimilar talvez seja uma das causas de tanta desistência. Quando o aluno não
tem liberdade de experimentar novos movimentos e testar as possibilidades que o
meio líquido oferece, se sentirá desmotivado e desinteressado nas aulas de natação.
Consequentemente, não haverá melhoria da técnica e a aula passará a ser mera
reprodução de movimentos. Iniciar cedo no esporte não deveria significar um erro,
porém as formas de abordagem nessa iniciação, quando mal direcionadas e pensadas
somente no rendimento, aumentam a pressão de forma geral sobre a criança que
ainda não está preparada. Deste modo, a iniciação precoce se torna vilã no contexto
esportivo. Ao se pesquisar a iniciação da natação, não é difícil se deparar com diversas
contradições.
A natação por faixa etária é concebida por um dos primeiros esportes a comprovar
que as crianças podiam treinar com intensidades parecidas com a de um adulto. O
autor cita que, aproximadamente aos sete e oito anos, estima-se que as crianças
devam treinar de três a cinco vezes por semana. Aos nove e dez anos, a metragem e
o tempo de treinamento deve ser aumentado, entre cinco e sete horas por semana. O
treinamento só apresentará compromisso quando a criança atinge a faixa etária dos
doze anos, momento em que passa para sete a dez horas por semana.
Durante o processo de crescimento, ocorrem mudanças significativas na criança,
sendo que essas mudanças deverão ser respeitadas na elaboração do programa de
natação. Contraditoriamente, o autor recomenda que as crianças treinem, mas que o
treino não exceda e não as impeça de ter novas experiências em outras atividades de
caráter lúdico no dia a dia. Além disso, o autor complementa que esse treinamento
deve ser apenas uma das atividades agradáveis das quais as crianças participem.
Após esta citação, e sabendo que o ensino da natação ainda é pautado na técnica e
na reprodução exacerbada de movimentos, vale refletir se um treinamento de cinco a
sete horas por semana, para crianças entre nove a dez anos, pode ser considerado um
treino lúdico e agradável? Em resposta, as atuais pesquisas que tratam de iniciação

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apontam para uma nova abordagem na qual o aluno é a referência principal para a
construção dos 26 planos de ensino.
O movimento corporal de uma criança é parte do trabalho do profissional da educação
física. Tornar esse movimento um gesto técnico que deverá seguir um padrão pré-
estabelecido, provoca uma série de ações pedagógicas que podem desagradar os
alunos e tornar a atividade desmotivadora.
Outro aspecto muito importante desse processo é não sobrecarregar demasiadamente
o aluno dos sete aos onze anos, pois tal ação acarretaria no afastamento do mesmo,
podendo ocasionar uma evasão significativa de novos talentos do esporte. O volume
de treino, as cargas, a intensidade e a densidade devem ser aplicados respeitando as
características individuais de cada aluno, assim como a faixa etária em que se encontra
e as habilidades motoras que possui. Para cada fase, deve haver um determinado
conteúdo direcionado a modalidade esportiva, porém de forma a preservar a criança
dos possíveis excessos e de uma esportivização precoce.

ANOTE ISSO

Quando o professor de Educação Física pula etapas do processo de ensino,


aprendizagem e treinamento, a chance de cometer erros é muito maior.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

PROPOSTA METODOLÓGICA DE ENSINO NA ADAPTAÇÃO AO MEIO AQUÁTICO


Methodological Proposal in Teaching Aquatic Readiness Ana Cabrita Escola Superior
de Desporto de Rio Maior, Portugal [email protected] Andreia Ferrum
Escola Superior de Desporto de Rio Maior, Portugal Carolina Matos Escola Superior
de Desporto de Rio Maior, Portugal [email protected] Dmytriy Martynenko
Escola Superior de Desporto de Rio Maior, Portugal [email protected] Rafael
Melo Escola Superior de Desporto de Rio Maior, Portugal [email protected]
Ana Conceição Escola Superior de Desporto de Rio Maior, Portugal anaconceicao@
esdrm.ipsantarem.pt Hugo Louro Escola Superior de Desporto de Rio Maior, Portugal
[email protected] Marta Martins Escola Superior de Desporto de Rio Maior,
Portugal [email protected] RESUMO Rev UIIPS. 2017; 5(2): 163-
170. 164

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Disponível em: file:///D:/2022/FAculdade%20Cat%C3%B3lica/14517-Texto%20do%20


Trabalho-45059-1-10-20180522.pdf

A adaptação ao meio aquático compreende a aquisição de habilidades aquáticas


fundamentais, atitudes e aprendizagens, descendendo à aquisição de habilidades
aquáticas mais avançadas, como as técnicas de nado e segurança no meio aquático.
Esta proposta metodológica visa permitir aos alunos observarem o seu corpo dentro
de água através de um espelho, que se encontra no fundo da piscina. Para uma melhor
observação e tendo em conta, que as nossas primeiras aprendizagens são feitas através
da imitação e observação dos nossos familiares, grupo e semelhantes, a utilização de
materiais que possam refletir a própria imagem é um meio extremamente pertinente.
Assim, esta proposta vai ajudar não só o aluno no seu processo de aprendizagem,
como também o professor nas correções a fazer e inovação da sua metodologia de
trabalho. O aluno ao visualizar a sua imagem, tem tendência a melhorá-la e assim a
desenvolver as técnicas de natação.
A adaptação ao meio aquático (AMA) tem cada vez mais a necessidade de inovação,
quer nas tarefas realizadas, quer nos materiais utilizados. As atividades com um caráter
lúdico são cada vez mais procuradas por técnicos de natação, de forma a que os
seus alunos se mantenham interessados e focados nas tarefas realizadas. Em AMA
persiste sempre a dificuldade por parte dos alunos em perceber qual a posição que o
seu corpo assume no meio aquático e as sensações que o envolvem. Esta proposta
metodológica visa a utilização de espelhos para dar uma nova perceção ao aluno,
fazendo com que este consiga ver como o seu corpo se encontra na água e ajustá-lo.
Assim sendo, esta proposta assenta na colocação de superfícies refletoras: espelhos
ou material semelhante, colocadas no fundo de uma piscina.
Com esta proposta, pretende-se que sejam realizadas aulas de Adaptação ao Meio
Aquático (AMA) com a adição destas estruturas. Os espelhos devem ser incorporados
nos diversos exercícios prescritos de forma a desenvolverem as diferentes capacidades
e destrezas dos pequenos aprendizes, sobretudo no que diz respeito aos processos
de obtenção de diversas habilidades aquáticas para a posterior prática da Natação
numa perspetiva utilitária e desportiva: a respiração, a flutuação e a propulsão
Adaptação ao meio aquático compreende a aquisição de habilidades aquáticas
fundamentais, atitudes e aprendizagens, descendendo à aquisição de habilidades
aquáticas mais avançadas, como as técnicas de nado e segurança no meio aquático.

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A proposta de ensino que apresentamos tem como intenção a observação da execução


e posição corporal do aluno durante a prática do exercício através de um espelho.
Assim, esta proposta, vai ajudar não só o aluno no seu processo de aprendizagem
através da observação do seu próprio corpo, como também o professor nas correções
a fazer e inovação da sua metodologia de trabalho, conseguindo observar partes do
corpo que sem o espelho não conseguiria ver. Para a realização desta atividade, são
necessários alguns materiais menos comumente utilizados em piscinas, tais como
películas de espelho.
Estas películas serão fixadas no fundo da piscina e terão a dimensão de 6mx3m.
Rev UIIPS. 2017; 5(2): 163-170. 167 Assim, existem vários exercícios que podem ser
realizados neste ambiente (tabela 1). Tabela 1 Apresentação de propostas de exercícios.
Exercício Tarefa Objetivos Aquáticos Material “Imitar as figuras” Os alunos imitam as
figuras que estão no fundo da piscina colocando-se dentro dos contornos - Equilíbrio
- Imersão Para a realização deste exercício é necessário que o espelho contenha o
desenho, com um autocolante, do contorno de várias figuras, por exemplo, a estrela
e o ovo “Bater pernas com o esparguete”
Os alunos realizam batimento de pernas em decúbito ventral com auxílio do
esparguete - Respiração - Equilíbrio - Imersão - Propulsão Esparguete “O superherói”
Os alunos empurram o fundo com os pés, e deslizam em equilíbrio horizontal imitando
o seu super-herói favorito, até terminar o deslize - Respiração - Equilíbrio - Imersão
Sem material necessário. “Passar por dentro do arco” O professor segura no arco e os
alunos passam por dentro do mesmo com batimento de pernas em PHF observando
a posição do corpo - Respiração - Equilíbrio - Imersão - Propulsão Arco “A ponte” Os
alunos passam por baixo da ponte a fazer bolhas em PHF - Respiração - Equilíbrio -
Imersão - Propulsão 1 esparguete 2 tubos PVC (ou semelhante) “A lagoa” Os alunos
devem passar por cima do esparguete (para dentro), tocar no fundo e passar por
cima do outro esparguete - Respiração - Equilíbrio - Imersão Esparguetes Fixadores
de esparguetes “A boia” Alunos passam por baixo do colchão e devem tocar com a
mão no espelho (Variante: tocar com joelho, tocar com rabo, tocar com cotovelo,…)
- Respiração - Equilíbrio - Imersão - Propulsão Material flutuante, por exemplo, um
colchão “Contornar os obstáculos” Os alunos devem contornar os objetos para chegar
ao tesouro do outro lado da piscina (variante: pode ser realizado em equilíbrio vertical,
corrida, batimento pernas ou debaixo de água) - Respiração - Equilíbrio - Imersão -
Propulsão Material fixo no fundo da piscina (ex: tubo PVC enfeitado,…) Boneco (tesouro)

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“O escorrega” O aluno escorrega para a água, apanha um objeto e retorna à parede,


observando as bolhas que está a fazer - Respiração - Equilíbrio - Imersão - Propulsão
Escorrega Objetos aquáticos que afundem “O agente secreto” O professor atribui um
nome de código a cada um e quando disser o seu nome, o aluno deve mergulhar (a
partir da posição de sentado) e tocar com mão no fundo (variantes: tocar com outra
parte do corpo o fundo,…) - Respiração - Equilíbrio - Imersão - Propulsão Sem material
necessário.
Pretendemos com esta proposta que os alunos inseridos num processo de AMA
consigam adquirir uma nova perceção do seu corpo, através da observação do mesmo
pelo reflexo do espelho. Rev UIIPS. 2017; 5(2): 163-170. 168 Através da observação
do corpo pelo espelho eles conseguem verificar certos aspetos do qual podem não
estar ainda cientes e serão capazes de melhorar a sua posição no meio aquático,
executando corretamente os exercícios propostos pelo professor. Apresentamos assim
esta Proposta Metodológica para o ensino e consolidação do processo de Adaptação
ao Meio Aquático, visando apoiar a aquisição dos objetivos aquáticos básicos tais
como o equilíbrio, imersão e propulsão.

ANOTE ISSO

Durante as práticas da natação, cabe ao professor de Educação Física facilitar o


processo de aprendizagem.

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CAPÍTULO 7
ADAPTAÇÃO AO MEIO LÍQUIDO

Título: Iniciação da Natação


Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/procurar/nata%C3%A7%C3%A3o/

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

O professor de Educação Física precisa garantir um ambiente seguro e de confiança


com os alunos que estão na piscina

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Ao analisar a imagem acima, que diz respeito a uma aula de natação desenvolvida
por um professor de Educação Física, podemos inferir várias considerações: o estágio
de aprendizagem, as estratégias de segurança para o desenvolvimento da atividade na
água, a utilização de materiais e equipamentos para a aula de natação e até mesmo
a habilidade que o professor definiu para aquele momento. Então vamos lá. Sobre o
estágio de aprendizagem, podemos prever que se trata da fase de adaptação ao meio
líquido dado e que a habilidade que está sendo priorizada aqui é a entrada na água
para um iniciante, que começa entrando em pé. A questão dos materiais utilizados,
percebemos que o aluno na imagem está usando dois tipos de flutuantes, um na
cintura e outro nos braços. O aluno também utiliza óculos de natação para iniciantes.
Sobre a segurança, o professor está olhando para o aluno e no caso de qualquer
abordagem, poderá agir prontamente.
Essa é a rotina de um professor de Educação Física que trabalha com a adaptação
ao meio líquido, considerada a fase inicial do ensino e aprendizagem da natação.
Nessa fase várias habilidades deverão ser desenvolvidas, cujo propósito é tornar o
indivíduo habilidoso no ambiente aquático.

ANOTE ISSO

A adaptação ao meio líquido visa desenvolver habilidades motoras e capacidades


físicas necessárias para as próximas fases do aprendizado da natação.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Aulas de natação do projeto ‘Campeões do Amanhã’ são retomadas


Disponível em: https://www.joaopessoa.pb.gov.br/noticias/aulas-de-natacao-do-
projeto-campeoes-do-amanha-sao-retomadas/
16/05/2022 | 18:30 | 454

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A Prefeitura de João Pessoa, por meio da Secretaria de Juventude, Esporte e


Recreação (Sejer), retomou, nesta segunda-feira (16), as aulas de natação do projeto
‘Campeões do Amanhã’, no Centro Administrativo Municipal (CAM), em Água Fria.
Atualmente, o projeto conta com 1.300 alunos. Inclusive, alguns deles já subiram ao
pódio em competições que participaram este ano, como o Festival de Natação Infantil
Estrela do Nado, em que a equipe venceu 23 das 24 provas disputadas.
O secretário de Esportes de João Pessoa, Kaio Márcio, que é ex-nadador olímpico,
comemorou essa volta. “Estamos retornando as atividades com todo o quadro de
profissionais preenchidos. Os professores têm altíssima qualidade e o projeto vai
continuar no CAM. A equipe está reforçada e, além do Unipê, que já temos também
funcionando o ‘Campeões do Amanhã’, o Centro Administrativo da Prefeitura também
é uma grande referência para nós”, destacou.
As aulas para crianças de 8 a 12 anos funcionam segunda, quarta e sexta-feira
em dois horários: pela manhã, das 8h às 10h50, e à tarde, entre 14h e 17h. Além do
CAM, o projeto funciona no Unipê, também no bairro de Água Fria, com a mesma
programação.
“Hoje tem mais de 1.300 alunos participando nos dois polos. A gente busca ensinar
a parte de adaptação, perder o medo da água, flutuar, entre outras coisas. É claro que
os nados livre e costas já vamos introduzindo no começo e, para quem já está mais
avançado, vamos aperfeiçoando as técnicas da natação”, afirmou um dos professores
do projeto, Léo Palmeira.

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Texto: Lucas Barros


Edição: Felipe Silveira
Fotografia: Dayse Euzébio

A notícia acima retrata a oportunidade de 1.300 alunos com o aprendizado da


natação. Aprender a nadar é necessário e importante, principalmente para as crianças.
Além dos inúmeros benefícios que as atividades aquáticas oferecem à saúde e condição
física, saber nadar possibilita que pessoas de todas as idades desfrutem de momentos
de prazer e alegria nas piscinas.

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

Grande parte dos projetos de iniciação da natação é desenvolvido por prefeituras ou


com parcerias público privado.

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LEITURA COMPLEMENTAR

No artigo Ensino multidisciplinar em natação: reflexão metodológica e proposta de


lista de verificação de Sofia Canossa , Ricardo Fernandes , Carla Carmo, António Andrade
e Susana Soares, todos vinculados a Universidade do Porto. Disponibilizaram o trabalho
no site https://www.researchgate.net/publication/37656994_Ensino_multidisciplinar_
em_natacao_reflexao_metodologica_e_proposta_de_lista_de_verificacao, que trata da
natação não só nos clubes, como em outras instituições de caráter social, percorrendo
todas as faixas etárias, desde os bebés aos adultos e idosos.
Os autores e autoras deste artigo destacam a necessidade de se construir uma
sólida base de habilidades específicas. Essa sólida base seria a Adaptação ao Meio
Aquático (AMA) é comummente reconhecida como o pilar básico do processo de ensino-
aprendizagem em Natação. A AMA com é mais conhecida, diz respeito à introdução
de respostas adaptativas gerais e específicas de cada disciplina aquática.

Título: Iniciação da Natação


Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto/foto-de-menino-na-piscina-2250432/

Mas por onde começar? Os autores e autoras deste artigo fazem reflexões
importantes a respeito da natação e o caminho a ser seguido. As respostas a essa
pergunta encontram-se nas sequências metodológicas ou progressões pedagógicas
elaboradas em função do quadro conceitual previamente delineado para o ensino

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da natação e que, no caso presente, é o da multidisciplinaridade. O ponto de partida


de uma progressão pedagógica correspondente a uma primeira fase de ensino de
qualquer modalidade caracteriza-se pela ausência de experimentação formal anterior
no âmbito da modalidade.
Na natação, o ponto de partida corresponde a uma total inadaptação ao meio
aquático, caracterizado por uma recusa da entrada no plano de água, ou uma total
ausência de capacidade para realizar ações direcionadas no próprio ato de brincar
no ambiente aquático.
É importante perceber que a adaptação ao meio aquático - AMA, precisa ser entendida
como primeira fase da aprendizagem em natação, só é completada quando os sujeitos
cumprirem todos os objetivos estabelecidos pela própria ciência que estuda a natação
como um processo de aprendizado. Por isso, antes de uma criança iniciar o seu processo
de aprendizagem, deve ser realizada uma avaliação diagnóstica, no sentido de se definir
quais os objetivos que não é capaz de cumprir e que dificultam sua adaptação ao meio .
A título de exemplo, uma criança capaz de se deslocar autonomamente em meio
aquático pode não estar realmente adaptada se não consegue imergir a face e de
manter uma relação estável com um objeto, como uma bola ou um brinquedo. A
criança pode ser capaz de se sustentar, mas não de deslizar, conhecer a posição
hidrodinâmica e realizar rolamentos ou saltos.
A aprendizagem é um processo sequencial que obedece a uma ordenação de
conteúdos e objetivos. Por isso, quando o aluno parte do ponto inicial de adaptação
sabem-se, exatamente, quais as etapas a seguir. Para iniciantes com níveis de adaptação
aquática diferentes, a sequência de conteúdos a exercitar e consolidar é a mesma, mas
tem de ser adaptada a cada caso particular e a ordem de abordagem dos conteúdos
mantém-se, mas é preciso excluir aqueles que não são necessários abordar porque
os objetivos correspondentes, propostos para a etapa inicial, já estão conseguidos.
A realização de uma avaliação diagnóstica individualizada do iniciante reveste-se,
assim, de particular importância e pressupõe a existência de instrumentos de avaliação
bem eficientes. Dos vários instrumentos de avaliação que se podem construir, as
listas de verificação parecem ser das mais práticas e fáceis de utilizar. Uma lista de
verificação corretamente elaborada contém todos os conteúdos constituintes de uma
ou várias etapas de ensino, ordenados em progressão pedagógica.
É possível definir com precisão, o nível de ensino em que o aluno deverá ser colocado
e conhecer quais os conteúdos correspondentes a níveis de aprendizagem anteriores
cujos correspondentes objetivos não foram cumpridos.
Como reflexão ao texto, recuperamos o Capítulo 5 que apontamos os diferentes
métodos construídos por professores e nadadores para atendimento de alunos em
academias, em que são realizadas avaliações ao longo do ano, utilizando fichas, com

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itens a serem avaliados de acordo com os objetivos propostos para aquele nível e
desenvolvidos nas aulas. Sendo que a evolução natural dos alunos é alcançada após
atingirem os objetivos do nível em que se encontram, e assim vão desenvolvendo
novas habilidades e maior competência aquática.

ANOTE ISSO

O professor de Educação Física que atua com a fase de adaptação ao meio líquido
precisa perceber o desenvolvimento dos indivíduos e o desenvolvimento da turma.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

ESPORTES
Instituto Etiene Medeiros inicia aulas para 150 alunos no Recife nesta semana

IEM amplia atividades no parque aquático do Centro Esportivo Santos Dumont,


em Boa Viagem

Por ZDL Sports


Disponível em: https://www.folhape.com.br/esportes/instituto-etiene-medeiros-inicia-
aulas-para-150-alunos-em-recife-nesta/216855/
23/02/22 às 16H17 atualizado em 23/02/22 às 19H44

Aula de natação com crianças do Instituto Etienne Medeiros


Foto: Igor Bione/IEM

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O Instituto Etiene Medeiros (IEM) realizou a abertura oficial de oito novas turmas,
que receberão a partir desta semana 150 crianças e adolescentes em situação de
vulnerabilidade no Recife. Com o objetivo de promover desenvolvimento integral
dos alunos, o projeto amplia suas atividades e passa a oferecer aulas de natação e
de Cidadania, Cultura e Diversidade, além de acompanhamento pedagógico, apoio
psicossocial e nutricional do grupo. As ações serão desenvolvidas no Centro Esportivo
Santos Dumont, em Boa Viagem, de terça-feira a sexta-feira.
“O ano de 2022 é um marco na trajetória do projeto, com a ampliação das atividades
e do número de alunos, dando ainda mais oportunidades para quem quer praticar a
natação e, também, participar de diferentes atividades desenvolvidas pelo Instituto”,
afirma a nadadora e fundadora do IEM, a pernambucana Etiene Medeiros. “É importante
destacar que o projeto trabalha com a formação dos jovens, com ênfase na questão
social. Por isso, ampliamos nossas ações para os âmbitos educacional e cultural”,
completa.
O propósito do IEM, que tem patrocínio do BV, um dos maiores bancos privados do
país, da loja Palma Máquinas e Ferramentas e da plataforma de eventos Even3, além
do apoio do Governo de Pernambuco, é combater as desigualdades de gênero, raça
e classe social, oferecendo oportunidades de crescimento para os jovens.
“É uma Instituição que pensa no desenvolvimento das crianças que não teriam
chance de participar de eventos esportivos, de ter acesso ao esporte. Aqui, elas
vão encontrar um ambiente seguro, se sentir à vontade para serem elas mesmas. E
encontrar profissionais preparados para recebê-las tanto no aspecto técnico quanto no
aspecto social. Nosso foco principal é a formação da pessoa”, explica o coordenador
técnico Antônio Coutinho, que lidera o time técnico do IEM.
Além de Coutinho, a professora Beatriz Nascimento acompanhará as aulas de
natação, com foco no desenvolvimento físico e motor, trabalho de mobilidade, equilíbrio
e consciência corpora.
Às vezes o receio de aprender a nadar, ou mesmo de voltar a praticar o esporte,
está diretamente ligado a alguma experiência negativa da infância, fazendo com
que a pessoa nunca mais quisesse entrar numa piscina, mar, ou praticar esportes
aquáticos. Mas em outros casos, não saber nadar está relacionado às oportunidades
de aprendizado. Assim, os projetos sociais são muito importantes na disseminação
da prática da natação e da formação de futuros campeões.

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ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

Atletas e ex-atletas que fizeram história na natação nacional estão liderando


projetos de iniciação da natação.

LEITURA COMPLEMENTAR

O professor William Urizzi de Lima no seu livro Ensinando Natação, publicado


pela Editora Phorte em 1999, explica, demonstra e analisa diferentes abordagens
pedagógicas para o ensino da natação de uma forma alegre e descontraída. Trata-se
de uma referência obrigatória para aqueles que pretendem trabalhar com natação,
atualmente uma das atividades físicas mais recomendadas, indicada para todas as
faixas etárias e como profilaxia de muitas moléstias respiratórias. Exatamente por isso,
o professor de Educação Física que trabalha com a natação precisa ter ao seu alcance
ferramentas didáticas e pedagógicas que permitam versatilidade no seu trabalho.

Título: Aprender brincando


Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto/mulher-e-tres-criancas-brincando-de-agua-1231365/

A criança durante esta fase adquire habilidades e adaptações do tipo comportamental,


e ainda não desenvolveu habilidades como raciocínio, coordenação motora mais fina.

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Os exercícios são realizados através de adaptações de estímulos, respostas e estímulos


condicionados. Comportamentos adaptativos, inteligentes, a utilização de brinquedos,
imitação de animais aquáticos e as fantasias são as principais estratégias do período
sensório-motor.
A criança que está por volta do primeiro ao quarto mês, utiliza mais os reflexos no
relacionamento com o meio ambiente, isto é, qualquer barulho ou uma luz mais forte
chamará a atenção da criança. Os primeiros banhos são importantes para a adaptação
ao meio líquido; a maneira com que os pais molham o rosto ou transferem o seu calor
para a criança ajudará no aprendizado da natação. Durante este período de vida a criança
fortalece seu relacionamento com o mundo exterior, começa a sentir prazer pela água
e as diferenças de temperatura. Praticamente o elo de ligação entre a criança e o meio
ambiente é o choro. Com a água no rosto, apresenta bloqueios respiratórios, observa o
ambiente movimentando braços, pernas e o olhar. Os movimentos apresentados são
rústicos. Realiza movimentos na água com auxílio do professor. Exercitar na posição
de frente para a água (decúbito ventral) é importante para obter segurança. E, depois,
em decúbito dorsal, pois estimula a sua visão, o tato e a audição.
No período em que a criança começa a manipular o meio externo, por volta do quarto
ao oitavo mês, ela chora quando sente ou deseja algo. É o período mais interessante
para colocá-la na natação, pois sua imunidade já está mais desenvolvida, sendo a
época ideal, não para aprender os estilos, mas sim para se adaptar ao meio líquido.
Quando a água molha as vias respiratórias externas, que são realizadas pela
boca e pelo nariz, a respiração do lactente sadio é bloqueada por reflexos. Estes
bloqueios respiratórios que os bebês apresentam, a partir do sexto ao oitavo mês, são
comportamentos voluntários. O bebê começa a reter a respiração, o comportamento
involuntário transforma-se em comportamento voluntário. Por isso, é de maior
importância acostumar a criança a mergulhar. Ela observa o ambiente, movimenta os
braços e pernas de forma semelhante ao engatinhar. Salta da borda e movimenta-se
na água com auxílio do professor; começa a recusar a posição de costas e é capaz
de permanecer flutuando livremente até 9 minutos. As músicas são elo de ligação
professor criança.
Do oitavo ao primeiro ano de vida, o comportamento instrumental é a busca do
objeto desaparecido. É um período ótimo de desenvolvimento da natação, pois pode-se
relacionar os exercícios aos brinquedos. Antes o brinquedo era para atrair a atenção
da criança e agora o objetivo é integrá-lo aos exercícios.

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A partir de um ano de vida, a criança reconhece o professor (sociabilização), salta


da borda e desloca-se na água sem auxílio e é capaz de ficar em apnéia durante 10 a
20 segundos. Entende o pedido “soltar bolinhas dentro da água”. Abre os olhos dentro
da água (usa-se muito os brinquedos para buscar no fundo da piscina). As músicas
são utilizadas para a integração entre o professor-exercício-aluno. A criança tem uma
flutuação em decúbito dorsal autônoma de até 15 minutos, troca posições (dorsal,
lateral, ventral) e faz giros. Até essa idade, a respiração é o reflexo da glote.
No período entre um ano e um ano e meio, a criança inclui no seu universo a figura
das pessoas que estão com ela esporadicamente, como professores de natação, tias,
avós etc, aumentando seu relacionamento. Na natação realiza movimentos de pernas
semelhantes ao engatinhar e começa a perceber e a entender melhor o meio ambiente.
Nesta fase aumenta o tempo de apnéia para 10 a 30 segundos; explora mais o meio e
abre os olhos, melhorando a curiosidade durante a imersão. O relacionamento com os
brinquedos é realizado através de fantasias e histórias os quais fazem parte da aula.
As fantasias e as músicas são as estratégias mais importantes, coincidindo com a
prontidão neurofisiológica da criança, e os primeiros sinais de defesa aparecem nessa
fase (medo de não colocar os pés no fundo da piscina).
O relacionamento com o meio ambiente é concretizado nesse período, aparecendo
os primeiros sinais de medo. Não se deve manifestar o medo na criança da parte
mais funda da piscina, dizendo, por exemplo: cuidado, você pode se afogar aí no
fundo. Devemos sempre contornar a situação, podendo trabalhar com a fantasia como
estratégia para essa faixa etária.
Os primeiros movimentos caracterizando os estilos são conduzidos das pernas,
semelhantes aos dos estilos crawl e costas, progressivas contribuições (estímulos) de
coordenação de braços e pernas para deslocamentos em decúbito dorsal, movimentos
rudimentares dos braços, somente utilizados como apoio para respirar (elevar a cabeça,
não respiração específica dos estilos). Com a melhor sociabilização, atenua-se o receio
pela parte mais funda da piscina, com as primeiras noções de segurança, como entrar
e sair da piscina: fundo-raso-evitar corridas. A criança realiza mergulhos, percorrendo
uma certa distância sob a água e buscando a superfície, retornando à borda de origem
ou ao professor, e a respiração é sob forma de imitação.
Período compreendido entre três e seis anos, que é o fim do período comportamental
e início da compreensão, do entendimento, agrupamento de conceitos, aquisição e
desenvolvimento da coordenação mais fina e desenvolvimento das habilidades do

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aprendizado dos estilos da natação. O comportamento é mais sensato e lógico nas


situações de brinquedo livre. As crianças tem a capacidade de compreender novos
conceitos, aprende a nadar os estilos, iniciando por movimentos mais rústicos até a
realização de movimentos mais complexos.
Na criança, um dos principais objetivos para que se consiga um desenvolvimento,
em busca de saúde e equilíbrio, é desenvolver o gosto pela atividade, através de ações
lúdicas, prazerosas, com objetivos claros, dentro de sua capacidade psicomotora.
Enfatizamos que, nesta faixa etária, as aulas não devem atingir somente os objetivos
específicos da natação, como a adaptação ao meio líquido e a aprendizagem dos
nados. Devem, também, atingir todas as potencialidades da criança, compreendendo os
domínios afetivo, cognitivo e psicomotor. Nesta faixa etária, normalmente as crianças
atingem com relativa rapidez os conteúdos programáticos propostos pela natação. A
utilização de materiais facilita a realizar movimentos variados, ajudando no aprendizado.
É importante que mostremos aos responsáveis que aquela criança está em frequente
evolução.
Quando a criança atinge os três anos de idade, fase que surgem os primeiros
movimentos oriundos da coordenação mais fina, com pernas de crawl e costas
mais caracterizadas, movimentos de braços não somente como apoio, mas também
como deslocamento. Como braçada de crawl, somente a fase submersa – mais fácil.
Caracterização das fantasias nos exercícios, como: Foguete – braços estendidos, uma
mão sobre a outra, deslizar pela água. Comportamento de explorar a piscina realizando
através de brincadeiras como “caça ao tesouro”. Atividades recreativas durante e ao
final das aulas; saltos da borda com apoio de aros são bem aceitos.
Aos quatro anos acentua-se a coordenação mais fina, consequentemente os
movimentos das pernas de crawl e costas ficam mais elaborados, aproximando-se
do movimento ideal. Nesse momento as pernas começam a auxiliar a sustentação
do corpo. Quanto aos movimentos de braços, ainda são realizados com dificuldade,
principalmente o movimento aéreo (recuperação), pela dificuldade em tirá-los da água.
Por volta dos cinco anos, fase mais intensa da coordenação, crianças com
desenvolvimento mais tardio em relação a outras e crianças que ficam durante
alguns meses sem apresentar evolução nos movimentos. Apresentamos aos alunos
a coordenação das pernas e braços e a respiração específica do crawl – respiração
lateral.

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Os movimentos da braçada são realizados com mais facilidade, principalmente


a parte aérea. É importante incrementar os movimentos das mãos nas diferentes
direções com o objetivo de desenvolver a sensibilidade quanto à sustentação e
propulsão (deslocamento). Iniciamos a coordenação dos movimentos das pernas,
braços, respiração específica, até alcançarmos o nado completo, complexidade de
movimentos que a criança deverá realizar.
Já com seis anos, os movimentos coordenados dos estilos crawl e costas são mais
elaborados, iniciando a fase do aperfeiçoamento. É incrementado o mergulho elementar,
movimentos mais elaborados do que os saltos apresentados nas idades anteriores.
As crianças realizam alguns movimentos de pernada de peito. Maturacionalmente é a
idade em que as crianças mais assimilam os movimentos dos estilos crawl, costas e
mergulho elementar, encerrando praticamente a primeira fase da pedagogia da natação.
Entendemos com o professor William Urizzi de Lima que escreveu o livro Ensinando
Natação, que as fases de desenvolvimento da criança tem características cruciais
que o professor de Educação Física que atua com o ensino da natação necessitam
saber. Saber essas particularidades de diferentes idades ajudarão na organização e
planejamento das atividades.

ANOTE ISSO

O conhecimento das etapas e das características do desenvolvimento humano por


parte do professor de Educação Física facilitam o trabalho dentro da piscina, pois
facilita a compreensão dos limites, habilidades motoras e condições dos alunos.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO
Itapevi recebe inscrições de 2 mil alunos para curso de natação

https://webdiario.com.br/itapevi-recebe-inscricoes-de-2-mil-alunos-para-curso-de-
natacao/
COTIDIANO, Da Redação. 23/03/2022

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Cerca de dois mil alunos já estão matriculados no curso de natação das Escolas
do Futuro de Itapevi. As aulas começaram no dia 15 para os alunos das unidades do
Parque Suburbano e Santa Rita. Na unidade do Cardoso, recém-inaugurada, as aulas
começam em abril.
Todos os alunos matriculados nas unidades têm direito ao curso de natação, mas
para ter acesso às aulas, as crianças precisam ter autorização dos pais e apresentar
exame médico obrigatório a cada três meses. As vagas são exclusivas para os
estudantes dessas unidades escolares.
As aulas são realizadas após as 16h para não atrapalhar a grade curricular diária
que é das 7h às 16h. Todas as piscinas são cobertas e aquecidas.
Os estudantes são divididos em turmas, com aulas de 45 minutos, divididas em
três turnos: 16h10 às 16h55, 17h10 às 17h55 e 18h10 às 18h55.
Cada turma tem aula uma vez por semana, em dia e horário escolhido pelos
responsáveis que devem estar presentes no momento para dar suporte à criança
quando ela estiver fora da piscina (secagem, troca de roupa, ingestão de água, etc).
Dentro da piscina, os alunos são acompanhados por três instrutores de natação,
três estagiários e um salva-vidas. Além deles, o professor-coordenador do polo e mais
dois monitores acompanham a atividade.

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Durante as aulas, as crianças têm acesso a boias, espaguetes, tapetes flutuantes,


pranchinhas, pista de basquete flutuante, trava de vôlei, trave de gol e diversos
equipamentos que aumentam a segurança e facilitam a adaptação do aluno ao
ambiente aquático.
Essa é mais uma notícia que retrata a oportunidade que crianças e jovens têm de
acessar o aprendizado e a iniciação da natação, que pode ter caráter educacional
ou competitivo, mas que também está relacionada à segurança e sobrevivência das
crianças no ambiente aquático.

ANOTE ISSO

As aulas desenvolvidas nas fases de adaptação ao meio líquido precisam de um


planejamento estratégico: tempo de aula, materiais, apoio dos pais e segurança.

Título: Adaptação ao meio líquido


Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto/crianca-nadando-na-piscina-usando-oculos-azuis-346776/

LEITURA COMPLEMENTAR

No artigo de Larissa Zink Bolonhini e Orival Andries Junior, sobre a adaptação ao


meio líquido, vinculado ao grupo de Pesquisa NATação/CNPq da Universidade Estadual

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de Campinas, disponível em file:///D:/2022/Empresa%20Fabricio%20Costa%20de%20


oliveira/MP-2009-304.pdf, apontam que a adaptação ao meio líquido é o momento
pedagógico pelo qual o mundo aquático é introduzido aos alunos. É também o momento
de alfabetização aquática cujo objetivo é proporcionar vivências motoras que tenham
como consequência a técnica de sobrevivência total em meio líquido.
Dentro da água, surgem limitações visuais. A locomoção se faz com a ajuda da
visão, há uma perda de orientação espacial. A audição é praticamente anulada. As
vias nasais e orais ficam obstruídas e o corpo precisa se ajustar a uma nova situação
de equilíbrio. Portanto, os alunos iniciantes em natação precisam, antes de qualquer
outro passo, aprender a superar essas dificuldades, adquirindo um comportamento
específico para esse meio.
Tal comportamento é adquirido através do processo de adaptação, cujo objetivo
é trabalhar os seguintes itens: os primeiros contatos com a água, a respiração, a
flutuação, a propulsão, a sustentação e o mergulho. O primeiro contato com a água
é o momento no qual o aluno relaciona-se intimamente com a piscina, sentindo as
diferenças entre o meio líquido e o seu meio usual: trata-se do reconhecimento do
novo ambiente.
A respiração na piscina difere da automática devido à imersão das vias respiratórias.
Uma das grandes dificuldades a serem enfrentadas na natação reside na mudança
da forma de respirar. Essa mudança deve ser trabalhada porque a respiração, além
de proporcionar as trocas gasosas, também exerce uma interferência direta na
flutuabilidade e descontração corporal.
A flutuação é a capacidade de manter o corpo, parcialmente, na superfície da água. A
capacidade de flutuação é de fundamental importância para a natação. Para que essa
capacidade seja desenvolvida, há necessidade de existir um relaxamento muscular.
A sustentação é a capacidade do corpo se manter flutuando com o auxílio do
movimento dos membros. É um componente importante da natação porque está
muito relacionado ao fator de sobrevivência na água. Afinal, se o aluno for capaz de
sustentar-se, ele com certeza não afundará. Propulsão é o deslocamento no meio
líquido, isto é, é impulsionar ou empurrar para frente.
Na natação, a propulsão ocorre sem o apoio plantar nas paredes da piscina. Ela
deve ser trabalhada quando o aluno já possui certo domínio respiratório e de flutuação.
Sua importância deve-se ao fato de que todos os nados e os elementos da natação
(saída e virada) são propulsivos. O mergulho é o ato de entrar na água de diversas

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formas. É um componente importante da natação. No momento de adaptação ao


meio líquido, quando o aluno é capaz de efetuar o mergulho, é uma evidência de que
já se sente mais seguro na água
O que queremos deixar claro com o artigo escrito por Larissa Zink Bolonhini e Orival
Andries Junior é que todos os elementos do processo de adaptação ao meio líquido,
pode-se afirmar que esse momento é de extrema importância, pois assegura que o
aluno desenvolva um comportamento específico para o meio líquido que permite,
primeiramente, a sobrevivência, e, futuramente, o desenvolvimento dos nados da
natação.

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

Ao desenvolver as habilidades apontadas pelas pesquisas e estudos científicos, o


professor de Educação Física dá maiores condições aos alunos de iniciar as fases
de especialização dos estilo da natação.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Últimos dias para se inscrever no Encontro Natação!


Evento será realizado no formato online na semana que vem; Sergio Onha Marques,
Rodrigo Triviño, Wlad Veiga e Fernando Possenti serão os palestrantes
Disponível em: https://swimchannel.net/br/ultimos-dias-para-se-inscrever-no-
encontro-natacao/
Por Guilherme Freitas 15 de julho de 2022 Em Natação
Tá chegando a hora de mais uma edição do Encontro Natação! O evento, que na
semana que vem será realizado no formato online durante os dias 21 e 23 de julho,
tem seus últimos dias para os interessados fazerem suas inscrições através deste
link: https://encontronatacao.swimchannel.net/produto/17-encontro-natacao-2022/.
Lembrando que profissionais de educação física com CREF terão direito a um desconto
especial. Este ano Encontro Natação tem patrocínio da Speedo, Mormaii Natação e
Swim Haus.
Este ano o Encontro terá quatro palestrantes abordando temas bem diversos. Sérgio
Marques falará sobre “O atleta destaque se adapta ao time ou o inverso? Conheça o último
ciclo de Fernando Scheffer“. A palestra de Wlad Veiga será “Entendendo os passos do

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atleta da categoria de base para a elite“. O técnico Rodrigo Trivino apresentará o tema
“Entenda a motivação da natação cronometrada de piscina para o atleta que aprendeu a
nadar após a maturidade“. Por fim, Fernando Possenti abordará a temática “A importância
da boa natação de piscina para as provas de maratonas aquáticas“.
O evento teve sua edição inaugural no ano de 2006 na cidade de Indaiatuba, interior
de São Paulo, sendo idealizado pelo professores Paulo Shirano e Alexandre Indiani.
A partir de 2011 o Encontro Natação mudou-se para a São Paulo e no ano passado
ocorreu pela primeira vez no formato remoto, que irá se repetir este ano. Em quase
20 anos de história o Encontro Natação já teve apresentações de renomados técnicos
e profissionais de destaque nacional e internacional.
Em parceria com o CREF e CONFEF, várias instituições tem promovido eventos
que visam aperfeiçoamento e aprofundamento técnico a respeito do ensino e prática
da natação. Esses eventos podem ser entendidos como grandes oportunidades de
trocas e compartilhamento de informações e experiências.

ANOTE ISSO

Os encontros com outros professores de Educação Física que atuam com natação,
cujo propósito é debater assuntos relacionados ao ensino e aprendizagem, torna-
se uma boa oportunidade de formação continuada e de aprofundamento teórico e
prático.

Para concluir esse capítulo, enfatizamos que a adaptação ao meio líquido é


conceituada como uma fase preparatória para a aprendizagem seguinte, propiciando
relação de proximidade entre a água e o futuro nadado. Esta fase é um momento
de integração da pessoa com o meio, sendo importante estímulos variados que
proporcionem o domínio do corpo na água. Cabe ao professor ser um estrategista
na organização, criação de um ambiente favorável e seguro, facilitando, assim, a
aprendizagem da flutuação, que é definida como a capacidade de manter o corpo,
parcialmente, na superfície da água. Ensinar a respiração boca-nariz, onde a inspiração
é feita pela boca para otimizar a quantidade de ar captada e evitar irritação da mucosa
nasal por partículas de água inspiradas com o ar. Já a expiração, mais prolongada, pode
ser feita pela boca e nariz, que terão que vencer a resistência da água. O Ensino da
propulsão, que é a capacidade de locomoção do corpo no meio aquático pela exploração

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de recursos próprios, e pela ação conjunta de membros superiores e inferiores. O


ensino do mergulho elementar, que compreende diversas formas de entrada na água
e por fim, é na fase de adaptação do meio líquido que o professor deverá introduzir
as técnicas de auto salvamento e de salvamento na água.

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CAPÍTULO 8
NADO CRAWL OU LIVRE

Título: Nado Crawl


Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto/pessoa-nadando-em-corpo-d-agua-1263348/

Por muitos anos trabalhando com natação, adquiri uma experiência pedagógica que
me possibilitava perceber nas primeiras aulas as dificuldades, capacidades físicas e
habilidades motoras dos alunos na água. Essa expertise prática foi conquistada com
anos de atuação e também, pelo aprofundamento teórico e participação de eventos e
cursos com outros profissionais da natação. A observação sempre foi minha melhor
estratégia de avaliação e intervenção, principalmente na correção e melhoria técnica
dos estilos.

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ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

O professor precisa criar mecanismos de avaliação e intervenção nos estilos da


natação.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Você sabe qual o ‘real’ significado de ser RAIA 4 na natação?


Raia 4!13 Dec, 2017https://www.espn.com.br/blogs/espnw/748414_voce-sabe-qual-
o-real-significad

Edênia Garcia é tricampeã mundial de natação e tem três medalhas paralímpicas

Como me tornei uma RAIA 4


Eu sou do interior do Ceará, filha mais velha de três e nasci saudável como muitas
crianças. Até os três anos de idade, meu desenvolvimento foi normal (tirando a parte
que desloquei o punho aos nove meses). Nada que pudesse intrigar meus pais.
Porém, minha mãe percebeu algumas características diferentes no meu caminhar.
Minhas pernas não estavam se desenvolvendo como as de outras crianças, eram
mais fracas, eu caia com mais frequência e andava chutando. Como toda mãe, ela foi
buscar respostas e aí começou uma saga até descobrir o que eu tinha. Os ortopedistas
chegaram a falar que eu era igual ao Garrincha, só andava diferente. Não, não fui
jogar futebol (risos).

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Meus pais não conseguiram um diagnóstico concreto, mas a orientação dos médicos
era que eu fizesse fisioterapia sempre. E foi o que eu fiz dos três aos sete anos de
idade. Uma rotina difícil para uma criança! Mas não pensem que me eu abatia por isso.
Sempre fui uma criança ativa, brincava, estudava e adorava ir ao parque aquático
da cidade. Brinquedo de crianças? Nem pensar! Eu gostava mesmo era de ir “nadar”
com meu pai na piscina dos adultos. Lembro que minha mãe sempre falava que eu
parecia uma sereia! Enfim, uma infância saudável!
Voltando para a saga, somente aos sete anos conseguimos ir até Curitiba (PR) pra
fazer todos os exames necessários. Por meio de uma biópsia, chegaram ao diagnóstico
de Neuropatia Periférica Hereditária e Degenerativa (CMT). É uma condição que
compromete braços e pernas, e com o tempo a pessoa vai perdendo tônus muscular
e parte motora.
Como não sabíamos o que viria nos anos seguintes, continuei fazendo fisioterapia
(era o único tratamento que existia na época). Alguns anos depois, nos mudamos
para Natal/RN e lá, um outro neurologista me orientou a fazer natação.

Já nos anos 2000, meus pais me matricularam em uma escolinha de natação, o


Tutubarão, conhecida por desenvolver muitos atletas paralímpicos em Natal. Eu nem
sabia, mas já nadava na mesma piscina que o Tubarão Paralímpico, o Clodoaldo Silva.
Ná época, ele era só o Clodô.
Muitas coisas ainda estavam por vir, inclusive minhas primeiras competições. E o
primeiro torneio foi em 2001, o Norte/Nordeste, em Recife. Sai de lá com sete medalhas

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e quatro recordes brasileiros. Nem imaginava que ali começava uma nova vida, cheia
de objetivos e superação. No mesmo ano, fui convocada pra competir pela seleção
brasileira na Argentina. E adivinhem em que raia eu estava? Sim, na RAIA 4! Estar na
RAIA 4 na natação significa que você foi o nadador mais rápido nas eliminatórias.
Portanto, você vai nadar a final na melhor raia.
Foi em 2001, aos 14 anos, que descobri o significado mais profundo da expressão:
ser Raia 4 não é, necessariamente, ser o nadador mais rápido, mas saber se adaptar
às adversidades da vida. Aprendi que minha deficiência seria uma ferramenta de
trabalho. Que todos os meus títulos não existiriam se eu não tivesse lutado por eles,
se não tivesse me dedicado e me superado.
Já se vão 16 anos de história no esporte, com 13 medalhas em campeonatos
mundiais, a última no domingo passado (entre elas um tricampeonato), e três medalhas
paralímpicas (prata em Atenas-2004, bronze em Pequim-2008 e prata em Londres-2012).
Fonte: Edênia Garcia

A natação adaptada ou os exercícios aquáticos adaptados proporcionam a pessoa


com deficiência, um momento de liberdade. Conseguir movimentar-se livremente, sem
o auxílio de bengala, muletas, próteses ou cadeira de rodas é a maior conquista. O
movimento livre na água proporciona a possibilidade de experimentar as potencialidades,
de vivenciar as limitações e de conhecer a si mesmo. Aprender a nadar sendo um
deficiente significa quebrar as barreiras da incapacidade.

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

Uma história de superação na natação: *Sou Edênia Garcia, nadadora paralímpica,


e agora estarei por aqui para passar muitas informações acerca do protagonismo
feminino no paradesporto. Quero contar para vocês como foi conquistar cada título,
mas também como farei para continuar na “RAIA 4”!

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Conheça o local das modalidades aquáticas em Paris-2024


Jogos Olímpicos na capital francesa reunirão cinco modalidades aquáticas em 49
provas
Disponível em: https://swimchannel.net/br/conheca-o-local-das-modalidades-
aquaticas-em-paris-2024/

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Por Katarine Monteiro 19 de julho de 2022 Em Jogos Olímpicos 0

Faltando pouco menos de dois anos para os esportes aquáticos começaram na


capital francesa, a Federação Internacional de Natação (FINA) e o Comitê Olímpico
Internacional (COI) publicaram os índices e critérios de classificação olímpica para
Paris-2024 recentemente. No documento, a entidade confirma as cinco modalidades
aquáticas – natação, natação artística, águas abertas, salto ornamental e polo aquático
e que os atletas competirão 49 provas valendo as medalhas olímpicas aquáticas.
O calendário detalhado das provas agora será desenvolvido com os organizadores
das Olimpíadas de Paris-2024 e o COI, para divulgação breve, e mais novidades poderão
ser encontradas no site da FINA disponível aqui. Conheça um pouco mais sobre os
locais de competição das cinco modalidades aquáticas nos Jogos de Paris.

Aros olímpicos em Paris-2024


Foto: Reprodução

NATAÇÃO

Será realizada na arena multifuncional Paris La Defense, a maior arena coberta


da Europa. A natação começará no dia 27 de julho, com as finais em nove dias pela
primeira vez, terminando em 4 de agosto. Um total de 852 atletas competirão na
piscina, em 35 provas valendo medalhas na natação. Por meio dos Comitês Olímpicos
Nacionais (CONs), cada país terá a oportunidade de enviar pelo menos dois atletas a

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Paris. Após a estreia olímpica bem-sucedida do revezamento 4x100m medley misto nas
Olimpíadas de Tóquio-2020, a competição mista está de volta ao programa olímpico
de Paris-2024 e acontecerá pela segunda vez.

Vista do Rio Sena


Foto: Reprodução

ÁGUAS ABERTAS

As provas de águas abertas serão realizadas no rio Sena à sombra da Torre Eiffel,
na Pont Alexandre III, e acontecerá nos dias 8 e 9 de agosto. Um total de 44 atletas (22
homens e 22 mulheres) irão competir nas provas masculina e feminina, com atletas
classificados através dos Mundiais de Fukuoka-2023 e Doha-2024. Os nadadores de
piscina que atingirem o tempo de classificação olímpico nos 800m ou 1500m nado livre
serão elegíveis para competir por seu país nas provas de águas abertas de Paris-2024.

A notícia de que em 2024 teremos muita natação brasileira nas piscinas de Paris
aumentará e muito o público que quer nadar. Para começar essa prática nas piscinas do
Brasil todo é preciso que o professor de Educação Física oriente sobre os equipamentos
pessoais para essa prática e como utilizá-los: traje ou roupa, escolha maiôs e sungas
que não sejam muito justos ao corpo e que oferecem pouco atrito. Além disso, opte
por um material bastante resistente à corrosão de cloro e sal. Toca que ela seja de
silicone ou material impermeável. Ela ajudará a segurar seu cabelo e o protegerá do

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contato com o cloro e o sal. Além disso, vale destacar que para as crianças as toucas
de pano são mais confortáveis e fáceis de serem manipuladas. Os óculos devem
oferecer conforto e proteção. Por isso, opte por aquele que melhor se encaixa ao seu
rosto e que não precise apertar demais.

ANOTE ISSO

Em 2024 teremos a oportunidade de ver o resultado de centenas de atletas nas


piscinas de Paris. Por trás dessas conquistas estão os professores e técnicos que
treinaram, incentivaram e motivaram esses atletas.

Título: Técnica nado crawl


Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto/pessoa-usando-touca-de-natacao-amarela-na-piscina-73760/

LEITURA COMPLEMENTAR

O professor Oswaldo Fumio Nakamura no livro Natação 4 Estilos: Defeitos -


Correções publicado em 1997, descreve o Nado Crawl da seguinte forma: horizontal
em decúbito ventral, com a água na altura da testa, no início do couro cabeludo. O

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braço terminando a sua ação de tracionar, empurrar para trás com a mão espalmada,
inicia o seu movimento aéreo, ou seja, a recuperação com a flexão do cotovelo, de
modo a mantê-lo mais elevado do que a mão, solta, o dorso voltado para frente e
ponta dos dedos voltados para baixo.
Conduzir o braço à frente paralelamente ao eixo do corpo e penetrar com a ponta
dos dedos diagonalmente para frente, na área entre a linha mediana e a linha de
prolongamento do ombro. A tração acontece após efetuar a entrada na água, o braço
executa a extensão para frente e para baixo em busca do apoio ideal da mão na água.
À medida que a mão caminha em direção ao eixo do corpo e para trás, o cotovelo
procura manter-se alto, como um ponto fixo.
Daí inicia-se a extensão completa do braço. O percurso que a mão efetua sob a
água, com velocidade crescente da mão, durante a fase de tração, assemelha-se a
letra esse invertida. O movimento das pernas tem início na articulação coxo-femural
e o movimento principal se localiza nos músculos da coxa, executando movimento
flexível e solto das pernas e pés, com os dedos voltados ligeiramente para dentro.
A batida forte deverá ser efetuada para baixo, ou seja, no trajeto descendente, a
ponto de sentir a resistência da água no peito e lateral externa do pé. Executa dois
movimentos: durante a fase ascendente a perna se mantém estendida e, durante a fase
descendente, se mantém em semiflexão do joelho e que se estende na sua finalização.
A respiração gira a cabeça para o lado até que a boca saia da água, aproveitando a
formação do vácuo e efetua-se a inspiração pela boca. A expiração se faz pela boca,
pelo nariz ou boca-nariz, pouco antes da cabeça girar novamente. O movimento da
cabeça deve ser suave, mantendo-a sempre no eixo longitudinal.
Para melhor entender o que o professor Oswaldo Fumio Nakamura está relatando
quanto ao nado Crawl, assista o vídeo da https://www.youtube.com/watch?v=_
c0YCflKduw.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Campeões do Amanhã
26/11/2021 | 12:00 | 370
Disponível em: https://www.joaopessoa.pb.gov.br/noticias/aulas-de-natacao-do-
projeto-campeoes-do-amanha-sao-retomadas/
Cerca de cem crianças participaram, nesta sexta-feira (26), na piscina do Centro
Administrativo Municipal (CAM), do I Festival de Natação do projeto Campeões do
Amanhã, realizado pela Secretaria de Juventude Esporte e Recreação (Sejer) e que
insere crianças da Rede Municipal de Ensino na prática esportiva.

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As crianças, com idade de 8 a 12 anos, nadaram dois estilos, crawl (nado livre) e
costas. Todos os alunos receberam certificado de participação entregue pelo secretário
de Juventude, Esporte e Lazer, Kaio Márcio.
“Esse é o primeiro festival que estamos fazendo com os alunos do projeto Campeões
do Amanhã. São crianças que já estão conseguindo nadar com qualidade nesses dois
estilos. Já é um resultado desse projeto que nasceu há três meses. Então a gente está
plantando a semente para que no próximo ano essas crianças tenham mais qualidade
na natação e possam, futuramente, competir”, disse Kaio Márcio.

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Para Carlos Antônio Silva, pai de Carlos Henrique, de 12 anos, o projeto Campeões
do Amanhã, além de incentivar a prática de esporte, promove a inclusão. “Esse projeto é
importantíssimo, pois abre espaço para as crianças que não têm oportunidade de pagar
aulas particulares. E esse festival é maravilhoso. As crianças com os olhos brilhando, com
vontade de nadar e mostrar aos pais que estão evoluindo na prática esportiva”, afirmou.

Campeões do Amanhã – O projeto oferta a prática de 21 modalidades esportivas, a


maioria delas incluídas no programa olímpico. Até agora, sete já tiveram aulas iniciadas:
natação, canoagem, futebol, ginástica rítmica, ginástica olímpica, vôlei de praia e handebol
de areia.
Ao todo 2.600 crianças se inscreveram na modalidade natação. As aulas acontecem na
piscina do CAM, em Água Fria, às segundas, quartas e sextas-feiras, de manhã e à tarde.
As terças e quintas-feiras, nas piscinas do Centro Universitário de João Pessoa (Unipê).

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ANOTE ISSO

Os festivais de natação são uma ótima oportunidade de incentivar a melhora


do desempenho, o envolvimento dos alunos nas aulas e de motivar a prática da
natação pela competição.

LEITURA COMPLEMENTAR

No artigo que trata das fases de aprendizagem e dos benefícios para o corpo
humano, escrito por Emanuela Marchetti e Valéria Pauletto em 2012, disponibilizado
em http://www.efdeportes.com/, aponta que o nado crawl, também conhecido como
nado livre é considerado o mais rápido e o mais fácil dos quatro estilos na prática
da natação, pois ele aparenta uma caminhada. A metodologia para o ensino do nado
crawl inicia com a oscilação das pernas e dos pés, ou seja, a pernada é o que a criança
aprende primeiro. O movimento de perna é o principal fundamento no começo da
aprendizagem dos nados, pois tem como finalidade de estabilizar o corpo na água
e para que a criança aprenda o movimento correto ela inicia o movimento como se
estivesse pedalando, pois não tem muita força para bater as pernas no início da
aprendizagem, então este movimento de pedalar na água é que vai proporcionar a
criança a ter um deslocamento no ambiente líquido no começo do ensinamento como
você poderá perceber no vídeo https://www.youtube.com/watch?v=3LMvsHnTG70.

ANOTE ISSO
O oferecimento de atividades aquáticas adequadas à criança constitui-se em
um dos principais fatores que contribuem para o desenvolvimento das suas
capacidades motoras.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Waterman: a história de Duke Kahanamoku


Documentário sobre o herói havaiano, teve estreia exclusiva na última semana
https://swimchannel.net/br/waterman-a-historia-de-duke-kahanamoku/
Por Patrick Winkler 13 de abril de 2022 Em Curiosidades 2

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Duke Kahanamoku é reverenciado como o maior “waterman” de todos os tempos,


pai do surfe moderno e o marco zero da internacionalização da cultura polinésia pelo
mundo. O trailer está disponível no youtube:
A estreia aconteceu no Hawaii International Film Festival, no famoso Museu Bishop
em Oahu. O documentário é narrado por Jason Momoa e terá seu lançamento divido
em etapas
Duke Kahanamoku foi muitas coisas, entre elas:
• The Fisrt Beachboy
• The Duke o the Dukes
• The Fastest man in the water
• The Father of moder surf
• The Waterman

Duke Kahanamoku
Foto: Reprodução

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Natação
Duke Kahanamoku protagonizou diversos feitos na natação internacional. Nasceu
em 1890 e quando tinha cerca de 16 anos de idade, teve contato com nadadores
australianos que visitavam a Ilha de Oahu. Naquela época, tinha pernas fortes devido
a pratica do surfe e unificou ao seu estilo, o conhecimento adquirido do nado de “crawl
australiano”.
Em pouco tempo se tornou o nadador mais rápido dos Estados Unidos. Nos Jogos
Olímpicos de Estocolmo em 1912, o mundo se rendeu ao seu talento e foi campeão na
prova dos 100m livre (considera a prova mais importante da natação, sendo executada
em todas as edições de Jogos Olímpicos da história)
Não havia dúvida da supremacia de Duke entre os anos de 1912 a 1916. Infelizmente
aconteceu a Primeira Guerra Mundial e não houve Jogos Olímpicos em 1916. Foi um
período difícil. Por volta de 1915, foi convidado a realizar uma clínica de natação em
Sydney, na Austrália.
Ao término da clínica, que foi promovida pela New Soth Wales Swimming Assosiation,
Duke teve um brevíssimo período de férias. Ele esculpiu uma prancha de surfe, algo
de conhecimento restrito ao povo polinésio, e pela primeira vez na história, iniciou o
surfe fora do Havaí.
Ainda em grande forma, teve força suficiente para se classificar a ganhar os Jogos
Olímpicos de 1920 na Antuérpia, novamente nos 100m livre, desta vez com 30 anos
de idade.
Tal feito foi tão “poderoso” que somente nos Jogos do Rio-2016, Michael Phelps
superou o feito de Duke, vencendo uma prova individual com 31 anos de idade.
A partir de 1920 um outro nadador que viria também a ser tornar uma lenda,
Johnny Weissmuller, ganhava os holofotes. Com rápida evolução, estabeleceu tempos
fantásticos e no ano de 1922 quebrou a incrível barreira, nadando os 100m livre abaixo
de 1 minuto.
Duke permaneceu na ativa e uma vez mais viria a participar dos 100m livre em
Jogos Olímpicos, esta vez em 1924 em Paris. Nesta altura, o Waterman já estava
com 34 anos de idade e numa disputa épica, Weissmuller ficou com o ouro e Duke
com a prata.

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Johnny Weissmuller e Duke Kahanamoku; o maior duelo dos 100m nado livre da história da natação mundial
Foto: Reprodução

A disputa entre os dois é considerado um dos maiores, ou talvez até mesmo, o


maior duelo da natação internacional. A disputa entre os dois está eternizada no
International Swimming Hall of Fame
Duke fazia tantas atividades na praia, que é difícil falar sobre todas, entre elas o
surfe, surfe em dupla, voleibol, SUP, paddleboard, water polo entre tantas outras. Ainda
em 1932, Nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, conquistou a medalha de bronze no
water polo
Duke ficaria ainda mais famoso por ser ator de cinema, herói (chegou a salvar
oito pessoas de um naufrágio, utilizando uma prancha de madeira) e como maior
embaixador do Havaí.
O documentário de Duke Kahanamoku deve chegar ao Brasil ainda no mês de maio.

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LEITURA COMPLEMENTAR

O professor William Urizzi de Lima que escreveu o livro Ensinando Natação descreve
exercícios que potencializam o ensino da natação, veja a seguir:
Na posição vertical, segurar a raia ou apoiar na borda, realizar movimentos com a
perna direita e com a esquerda, no início movimentos lentos e com grande amplitude
entre as pernas, progressivamente diminuir a amplitude e acelerar os movimentos.
Aproveitando o exercício anterior, deslocar-se na água na vertical, utilizando materiais
como flutuadores , pranchas ou espaguete, enfatizando o movimento partindo da
articulação coxofemoral.
Posição horizontal - cabeça na água, braços estendidos, uma mão sobre a outra,
braços estendidos, movimentos das pernas, quando não agüentar a respiração, colocar
os pés no fundo da piscina e descansar. Continuar o exercício até completar a distância
da piscina ou parar até onde der pé.
O mesmo exercício anterior com prancha ou espaguete, trocar o parar e descansar
por respiração frontal e contÍnua, ou respiração lateral com o braço do lado da respiração
solto, ao lado do corpo com objetivo de incrementar o rolamento do ombro, facilitando
a respiração lateral.
Movimentos de pernada com prancha 5 metros com as pernas fora da água e 5
metros dentro da água, com objetivo de sentir a diferença de realizar o movimento
submerso e o movimento fora da água. No submerso, apesar de mais difícil, a sensação
é de que a água prende as pernas, sendo o mais eficiente.
Na posição vertical - em duplas, segurando o espaguete na frente - deslocar-se
na água. Variar a posição do espaguete no alto. As duplas representando equipes e
disputando entre si. Anota-se o tempo de cada equipe.
Segurando a prancha com a mão esquerda, propulsão das pernas, braçada somente
com o braço direito. O movimento do braço direito deverá ser contínuo. Caso o aluno
tenha dificuldade na continuidade e parar o braço na frente, o professor deverá auxiliá-
lo. Na realização da braçada, realizar a respiração específica do nado crawl, na lateral
Realizar o movimento dos braços com auxílio do professor, que segura as mãos e
conduz os movimentos, uma mão entra e outra sai da água.
Em pé, tronco inclinado, cabeça dentro da água, braços atrás do corpo, realizar um
giro lateral com a cabeça tentando pegar água com a boca. A opção do lado cabe
ao aluno escolher, caso seja jovem ou adulto e cabe ao professor escolher, caso o
aluno seja criança

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Em pé, segurando na borda, tronco inclinado, cabeça dentro da água, uma mão
segurando a borda e outra realizando o movimento do braço e giro lateral para pegar
o ar
Pernada submersa ventral, sem ou com a utilização de nadadeiras; com os braços
à frente ou com a prancha. Pernada submersa lateral, sem ou com a utilização de
nadadeiras; um braço à frente e outro ao lado corpo. Pernada lateral, sem ou com a
utilização de nadadeiras; braço esquerdo estendido à frente, braço direito ao lado do
corpo, alternando o lado a cada 6 pernadas. Pernada vertical, variando a posição dos
braços, assim como das mãos; braços ao lado do corpo, movimentando as mãos,
mãos na nuca. Segurar a prancha na frente do corpo.
Além dos exercícios pedagógicos descritos pelo professor William Urizzi de Lima,
é possível encontrar bons canais no Youtube que mostram como executar, ensinar e
corrigir os movimentos do nado crawl: ttps://www.youtube.com/c/CanalNadaMais.

ANOTE ISSO

Saber da história na natação nos faz compreender que ela não nasceu pronta, mas
foi construída ao longo da história da própria humanidade.

Para finalizar esse capítulo que trata do Nado de Crawl ou Livre, deixamos evidente
com base na nossa experiência como professor de Educação Física e também como
praticante, que esse é sem dúvidas o estilo mais ensinado e praticado nas aulas de
natação, e também um dos mais praticados por atletas amadores e profissionais. Além
de trabalhar uma grande quantidade de músculos, ele permite ao nadador velocidade,
mesmo não tendo movimentos de grande complexidade.

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CAPÍTULO 9
NADO DE COSTA

Título: Nado de Costas


Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto/fotografia-subaquatica-de-nadador-711187/

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ISSO ACONTECEU NA PRÁTICA


A história da natação mostra que os estilos foram construídos pelas federações e
confederações a partir das situações que aconteciam nas competições.

O nado de costas exige que o nadador ou nadadora conserve a posição deitada,


com o abdome para cima, em todo o percurso da prova. Os braços se alternam
continuamente um em relação ao outro, com recuperação se dando de fora da água e
em seguida, entrando novamente na água para efetuar a fase propulsiva da braçada.
O batimento de pernas tem um ritmo alternado, realizado no plano vertical e está
sincronizado com o movimento dos braços que agem, estendidos, executando as
suas ações alternadas, pois enquanto um age na água o outro é recuperado por
cima da água. Bem essa forma de nadar é hoje estabelecida pela FINA - Federação
internacional de Natação, mas nem sempre foi realizada assim. Em 1994 era muito
comum os atletas atravessarem a piscina de fora a fora fazendo apenas o movimento
de ondulação do quadril sem realizar sequer, um movimento de braçada. Eu tive a
oportunidade de ver atletas realizando esta manobra nas provas do nado costas em
várias competições. A questão é que a fina melhorou o entendimento do que era nado
de costas e estabeleceu um limite máximo que se podia realizar a golfinhada de costas.

ANOTE ISSO

A pesquisa acadêmica fez parte da evolução dos estilos da natação, sendo que a
biomecânica do movimento foi a ciência que mais contribuiu com a performance
técnica.

LEITURA COMPLEMENTAR

Para o professor William Urizzi de Lima autor do livro Ensinando Natação descreve
que no nado costas, o corpo deve estar na horizontal, em decúbito dorsal, o mais
paralelo possível ao nível da água, sem permitir queda dos quadris, que devem estar
mais submersos que o tronco, para facilitar o movimento das pernas.
O queixo deverá formar com o pescoço um suporte ligeiramente angular de 30°,
provocando um ligeiro afundar dos quadris, para facilitar o movimento das pernas.

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Os quadris devem ser mantidos altos e fixos com uma ligeira oscilação que apenas
acompanhe o trabalho de pernas e a movimentação do tronco.
Entretanto, a tendência a “sentar” na água levando o quadril afundar mais do que
necessário deve ser evitado. Vistos por trás, os ombros do nadador devem estar
realizando um rolamento em direção ao braço que está tracionando, devem atingir
um desvio máximo do plano horizontal quando a mão e o braço passarem através
do plano do ombro, de aproximadamente 45°, tornando compatível com a mecânica
da ação dos braços.
Vendo o nadador de cima, seu “eixo longitudinal” deve estar em linha com a direção
desejada do movimento. Não deve também haver flexão do corpo devido ao movimento
dos membros, o que tenderá a aumentar a superfície de resistência e o atrito do nado.
A cabeça deve estar no nível da água, no meio da cabeça e logo abaixo do queixo,
com a cabeça imóvel, como se fosse uma plataforma, em torno da qual giram os
braços. A onda formada em torno da cabeça pode servir de apoio proporcionando
uma posição cômoda, como se estivesse sobre um travesseiro, rosto fora d’água,
como o queixo a um ângulo de 30° aproximadamente, em relação ao tórax pois os
olhos precisam manter um ângulo aproximadamente de 45° com a linha da água.
Os ouvidos ficam submersos, queixo contraído, mas ajustado levem, ente na posição.
Um ligeiro movimento é executado pela cabeça para a lateral, após passar pelas
bandeirolas de aviso paras as viradas, a fim de se situar o nadador, para a execução
da volta. Alguns nadadores, especialmente os velocistas, gostam de manter alta a
cabeça e o fazem em virtude de uma pernada forte, do aumento da velocidade e da
elevação do corpo.
Os braços executam movimentos de rotação alternados e diferenciados, formando
as principais forças propulsivas do nado. Podemos dividir o nado de costas, como o
“crawl”, em duas etapas distintas da ação dos braços: fase aérea, ou fora da água, e
a fase aquática, dentro da água.
Na fase de recuperação, o início desta fase se dá com o braço ainda submerso, palma
da mão girando para dentro, sendo que o polegar será o primeiro a romper a superfície. Na
fase área, o braço estará estendido na lateral do corpo e acima da água, então o mesmo
sofre um relaxamento e parte para o início da recuperação, com o pulso completamente
solto, o que obriga uma queda da mão e impede um atrito em seu dorso.
O braço recupera-se diretamente para cima, estendido e inicia a rotação, girando a
palma da mão para fora quando se encontra sobre o ombro (momento que o corpo

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tem uma rotação de 40° a 50°) e vai descendo até a entrada na água, passando com
o braço próximo a orelha ao entrar na água. O braço parte para um movimento solto,
mas retilíneo, para trás, em direção à linha do ombro, até o ponto de entrada da mão.
Entrada da Mão na Água Corresponde a colocação do braço na água que deve
estar no prolongamento do corpo, com o braço muito próximo do ouvido, palma da
mão para fora entrando primeiro o dedo mínimo. O ponto de entrada deve ser tomado
atrás da cabeça, ligeiramente fora do eixo central do corpo. A mão terá seu dedo
mínimo como condutor, e formará em sua entrada, um ângulo de aproximadamente
145° com o antebraço tendo-se em vista o que for formado pela colocação da mão e
o eixo central do corpo. É muito importante a não flexão do braço durante a entrada.
Na fase aquática, o apoio é a posição da mão que encontra a primeira resistência
oferecida pela água, e que tem uma profundidade que varia de nadador para nadador
e está intimamente ligada ao rolamento do ombro e flexibilidade do atleta. O apoio
com a tração, a mão deve ser feito com os dedos unidos, para evitar uma posição
incômoda e um consequente desgaste desnecessário.
A tração acontece após o apoio ou a “pegada”, inicia-se a fase seguinte, que vai
desde o apoio até que a mão alcance o cotovelo que não age nesta fase, ficando
como ponto fixo. O movimento para baixo do braço que entra na água, na sua fase
final de recuperação, faz com que ele afunde ainda estendido. O cotovelo começa a
se flexionar enquanto o braço é puxado para baixo e lateralmente.
Vai acentuando a flexão do cotovelo enquanto a palma da mão fica voltada em
direção aos pés. Após a passagem do braço pelo alinhamento do ombro, o cotovelo
atinge a sua flexão máxima e começa a se estender trazendo-a próxima ao corpo,
finalizando o movimento com o braço em extensão. O trajeto em arco, descrito pela
mão na água, significa sua procura das superfícies propulsivas, o que assegura uma
resistência constante da água na palma da mão, o que não pode ser sempre na mesma
direção, perpendicular a linha da puxada.
A empurrada é quando a mão alcança o cotovelo, ela passa a ser empurrada por
ele, para frente em direção aos pés. O punho continua em hiperextensão, para permitir
que a mão se oponha à linha perpendicular da empurrada, continuando sua trajetória
em arco inclinado. O cotovelo faz a empurrada da mão, até sua extensão total.
A finalização, ocorre quando a extensão total do braço próximo ao corpo, com a
palma para baixo em direção dos quadris e ligeira rotação do corpo. A extensão do
braço se dá até mais ou menos 10 cm da coxa, quando se executa uma chicotada final.

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As pernas realizam movimentos alternados e diferenciados, começando à partir da


articulação coxo-femural, em rito ativo e passivo e com amplitude normal. Inicia-se
na articulação da coxa executando movimento flexível das pernas e sua batida forte
deve ser efetuada para cima, ou seja, no trajeto ascendente. O movimento deverá
ser com soltura de toda a perna com batimento dos pés soltos a ponto de sentir a
resistência da água no peito dos pés. O joelho tem uma semiflexão mais acentuada
do que no estilo crawl.
Uma pernada forte e efetiva é a chave do nado de costas e ela implica não apenas
no equilíbrio do corpo, mas na propulsão real, que deve ser mantida com ritmo de
6 (seis) batidas para cada ciclo completo de braços. Um batimento fraco de pernas
pode produzir uma rotação irregular e bamboleio dos quadris. É preciso conseguir a
máxima flexão dos tornozelos, para uma pernada solta e com trabalho evidente. Os
pés são ligeiramente voltados para dentro consequência de uma posição cômoda,
além de um maior raio de ação de força na superfície propulsora, embora os pés não
devam romper a linha da água, tendo apenas um efeito de ebulição.
Movimento Ativo (Ação Ascendente) É o movimento de baixo para cima, com
tornozelos relaxados, joelho levemente flexionado, com o pé ligeiramente voltado para
dentro. É preciso que se diga que a flexão da perna no nado de costas é maior que a
do crawl, em virtude da “pegada” de água que tem que ser feita por ela.
Movimento Passivo (Ação Descendente) É o relaxamento da parte ativa, com
extensão total de perna, mantendo o pé em posição natural. O movimento do batimento
para baixo contribui substancialmente para a elevação do quadril e a manutenção da
posição desejável do corpo, no entanto o batimento para baixo contribui muito pouco
com o movimento do nado para frente.
Devido à posição do corpo, onde o rosto permanece fora da água, é mais fácil à
respiração. A inspiração deverá ser feita pela boca quando um braço fizer a recuperação,
e a expiração quando fizer a tração pelo outro braço. O ritmo respiratório pode ser
adaptado a qualquer braço indiferentemente.
Na saída, a posição preparatória dentro da água, com o corpo posicionado à frente
da borda, mãos segurando na borda (ou alça do bloco), afastadas à largura dos ombros,
braços estendidos e cabeça entre eles, inclinada na direção da parede olhando para
as mãos.
Pernas flexionadas e afastadas com a planta dos pés na parede, paralelos ou não,
abaixo do nível da água. Deixando a marca (Fase Aérea) flexão dos braços para a

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aproximação do corpo à borda. Empurrada com os pés à parede estendendo joelhos


e quadris e lançando o corpo para cima e para trás, juntamente com os braços que
realizam um movimento para fora, em arco até os polegares se tocarem.
A cabeça seguirá a trajetória dos braços que serão lançados pelo lado do corpo
e acima d’água encontrando-se atrás do mesmo, em extensão total, com as mãos
sobrepostas, palmas para cima. Neste momento há uma extensão total das pernas,
as costas devem estar fora d’água durante o vôo. A reentrada e atlética estendida, os
dedos primeiros as costas levemente arqueadas para cima.
Para facilitar a compreensão do que o professor William Urizzi de Lima descreveu no
livro Ensinando Natação, você pode fazer o exercício de tentar identificar todos esses
elementos explicativos com a prova dos Jogos Paralímpicos Rio 2016: eliminatória
dos 100m costas https://www.youtube.com/watch?v=xwZs18FlZlg

ANOTE ISSO

Nadar no estilo costas significa: coordenar ações motoras de braçadas, pernadas,


respiração e tronco.

LEITURA COMPLEMENTAR

O professor Oswaldo Fumio Nakamura no livro Natação 4 Estilos: Defeitos - Correções


publicado em 1997, descreve o Nado costas da seguinte forma: no estilo costas, a posição
do corpo deve estar paralelo no nível da água e os quadris devem estar mais submersos
que o tronco, para facilitar o movimento das pernas. O queixo deverá estar próximo ao
esterno, provocando um ligeiro afundar dos quadris, para facilitar o movimento das pernas.
O movimento dos braços recuperação, o braço recupera-se diretamente para cima,
estendido e inicia a rotação, girando a palma da mão para fora quando se encontra sobre
o ombro (momento que o corpo tem uma rotação de 40° a 50°) e vai descendo até a
entrada na água, passando com o braço próximo a orelha ao entrar na água. A tração
do movimento para baixo do braço que entra na água, na sua fase final de recuperação,
faz com que ele afunde ainda estendido. O cotovelo começa a se flexionar enquanto o
braço é puxado para baixo e lateralmente. Vai acentuando a flexão do cotovelo enquanto
a palma da mão fica voltada em direção aos pés.
Após a passagem do braço pelo alinhamento do ombro, o cotovelo atinge a sua flexão
máxima e começa a se estender trazendo-a próxima ao corpo, finalizando o movimento
com o braço em extensão. O movimento das pernas inicia-se na articulação da coxa

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executando movimento flexível das pernas e sua batida forte deve ser efetuada para cima,
ou seja, no trajeto ascendente. O movimento deverá ser com soltura de toda a perna
com batimento dos pés soltos a ponto de sentir a resistência da água no peito dos pés.
O joelho tem uma semiflexão mais acentuada do que no estilo crawl.
Devido a posição do corpo, onde o rosto permanece fora da água, é mais fácil a
respiração. A inspiração deverá ser feita pela boca quando um braço fizer a recuperação,
e a expiração quando fizer a tração pelo outro braço. O ritmo respiratório pode ser
adaptado a qualquer braço indiferentemente. Essa é uma descrição bem mais simples,
porém eficiente, principalmente para pessoas que estão iniciando a compreensão dos
elementos da natação. Os vídeos produzidos nas grandes competições de natação da
nadadora campeã mundial Etiene Medeiros podem esclarecer um pouco melhor o nado
de costas https://www.youtube.com/watch?v=t9ArA2WA4f0.

ANOTE ISSO

Observar grandes nadadores e professores de Educação Física é uma maneira de


aprender as técnicas do nado de costas e também de ensinar outras pessoas a
nadarem o estilo.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

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© LISI NIESNER Esportes


Gabrielzinho garante 2º ouro na Paralimpíada, agora nos 50m costas
Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/esportes/noticia/2021-09/
gabrielzinho-garante-2-ouro-na-paralimpiada-agora-nos-50m-costas
Nadador mineiro de 19 anos também já faturou uma prata nesta edição
Publicado em 02/09/2021 - 07:25 Por Rafael Monteiro - Repórter da Rádio Nacional
- Rio de Janeiro
Ouça a matéria:
O mineiro Gabriel Geraldo Araújo, o Gabrielzinho, conquistou na manhã de hoje (2)
o ouro na prova dos 50 metros costas da classe S2 (deficiência físico-motora), com o
tempo de 53s96. Esta é a terceira medalha de nadador, de 19 anos, na Paralimpíada
de Tóquio (Japão). Ele já havia garantido o ouro nos 200 m livre da classe S2 e prata
nos 100 metros costas (S2).
No Centro Aquático de Tóquio, na capital japonesa, o chileno Alberto Albarza ficou
com a prata (57s76) e Vladimir Danilenko, do Comitê Paralímpico Russo, terminou
com o bronze (59s47).
Gabriel Araújo é natural de Santa Luzia, Minas Gerais. O nadador de 19 anos tem
focomelia, doença congênita que impede a formação de braços e pernas. A sua iniciação
na natação paralímpica aconteceu por influência de um professor de educação física,
em 2015.

ANOTE ISSO

O atleta paralímpico Gabrielzinho é um grande exemplo de nadador do estilo costa.


Superação, dedicação e adaptação motora para realização do nado.

LEITURA COMPLEMENTAR

No livro Nadando Ainda Mais Rápido do professor e pesquisador Ernest Maglischo,


publicado pela Manole em 1999, o nado de costas, inicialmente, tinha por finalidade
proporcionar meios de fácil flutuação para descansar o nadador. Somente nos jogos
olímpicos de Paris, em 1900, é que surgiu este estilo como forma de competição. O
estilo evoluiu do nado peito invertido e era praticado com braçadas simultâneas, mas os
nadadores perceberam que se alternassem as braçadas poderiam nadar mais rápido.

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De 1930 a 1960 os nadadores praticantes do nado de costas usavam um estilo


que foi popularizado pelo grande campeão Adolph Kiefer. A braçada submersa era
executada imediatamente abaixo da superfície e para o lado com o braço reto. Do
mesmo modo a recuperação foi efetuada para baixo e lateralmente com o braço reto.
Esse estilo mudou dramaticamente na década de 1960. Com o uso cada vez maior
de filmagens submersas, os especialistas perceberam que os nadadores de costas
mais bem-sucedidos na época estavam usando um padrão de puxada do tipo S. seus
braços eram dobrados no início da braçada e estendiam-se mais tarde. Além disso,
a recuperação era executada imediatamente acima da cabeça, e não para o lado.
Atualmente, o nado de costas é similar ao nado crawl, porém é realizado em decúbito
dorsal. Os braços realizam movimentos alternados e para cada ciclo de braçada são
realizadas seis pernadas.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Nadadora apoiada pela Prefeitura de Araxá bate recorde brasileiro na natação paralímpica

• 12-04-2022 • 17:25
A nadadora paralímpica Ludimila Thamara Borges da Silva foi uma das representantes
de Araxá na 1ª e 2ª fase do Circuito Paralímpico Loterias Caixa de Natação. Ela
completou a prova de 50 metros nado costas (classe S2) em 1min51s21 e bateu o
recorde brasileiro da categoria.

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Outro nadador que representou a cidade na competição foi o Thiago Antônio Mota
que ficou em 3º lugar da prova de 50 metros nado peito (classe SB4) com o tempo
de 1min25s27.
Os atletas da equipe Apae Araxá / Mergulho Sport Center viajaram com o apoio da
Prefeitura de Araxá, que disponibilizou o transporte e um professor de apoio, por meio
da Secretaria Municipal de Esportes. A hospedagem e alimentação foram cedidas
pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Além do profissional cedido pelo município,
o coordenador técnico de modalidade paralímpica da Associação de Pais e Amigos
dos Excepcionais (Apae), Amair Araújo; a fisioterapeuta da Apae, Juliana Caetano;
o professor da Mergulho Sport Center, Diego Rafael Mota; e os auxiliares técnicos,
Wadan Fernando e José Nolli Neto também viajaram com a equipe.
Os nadadores paralímpicos são divididos por categorias, de acordo com o grau da
deficiência. As classes S (do inglês swimming) de 1 a 14 são voltadas a atletas com
comprometimento físico-motor, sendo que, quanto maior o número, menor a limitação.
O Circuito Paralímpico Loterias Caixa é a principal competição paralímpica nacional
de três modalidades: atletismo, natação e halterofilismo. O objetivo é desenvolver as
práticas desportivas em todos os municípios e estados brasileiros, além de melhorar
o nível técnico dos participantes, sejam esportistas de elite ou jovens valores do país.

Resultados individuais
Ludimila Thamara Borges da Silva
- 50 metros nado costas - Classe S2 - 1:51.21 (recorde brasileiro)
- 50 metros nado livre - Classe S2 - 1:44.00
- 100 metros nado livre - Classe S2 - 4:00.15
Thiago Antônio Mota
- 50 metros nado peito - Classe SB4 1:25.27 - 3º lugar
- 50 metros nado costas - Classe S5 - 1:14.41 - 4º lugar
- 50 metros nado livre - Classe S5 - 1:08.96 - 6º lugar

Atividades paralímpicas

A Prefeitura de Araxá disponibiliza uma estrutura de treinamentos para que deficientes


visuais, físicos e intelectuais ou múltiplas, nas modalidades de natação e atletismo, com
iniciação de crianças, adolescentes, jovens e adultos. O projeto não visa apenas alto

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rendimento, mas também a parte de reabilitação e social. Existem vagas disponíveis


para quem se interessar em participar.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas na sede da Assessoria Municipal de
Esportes Especializados, localizada na avenida Antônio Afonso Vale, s/n, bairro Urciano
Lemos, e na sede da Assessoria Municipal de Esportes Amador e Rural, localizada no
Centro Esportivo Álvaro Maneira (antigo ATC), avenida Imbiara, nº 620, Centro. Para
mais informações, basta entrar em contato pelos números (34) 3669-8055, 3664-7836
e 3691-2031.

NOTÍCIA DO ASSUNTO

O italiano Thomas Ceccon venceu nesta segunda-feira (20) a prova de 100 metros
costas na categoria masculina do Campeonato Mundial de Natação, disputado em
Budapeste, na Hungria.
Disponível em: https://www.terra.com.br/esportes/thomas-ceccon-bate-recorde-e-
vence-100m-costas-no-mundial,346b1bbef2f2e59e5793825279eb251frz7htlqc.html

Nadador italiano superou recorde mundial da prova


Foto: EPA / Ansa - Brasil

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O nadador de 21 anos conseguiu ainda bater o recorde mundial da prova, com o


tempo de 51s60, melhorando em 25 centésimos a antiga marca do norte-americano
Hunter Armstrong, registrada nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016.
Além do último detentor do recorde, Ceccon superou também Ryam Murphy. “Não
sei, ainda não percebi, 51s60 é muita coisa, não queria dizer ontem mas me senti
bem”, comemorou ele logo após conquistar a medalha de ouro.
“Me senti bem e sabia que poderia ir rápido. Não estou dizendo que senti que
poderia vencer, mas hoje não tive rivais. Faltou os russos e teria sido um desafio a
mais, o objetivo é ainda maior”, acrescentou o italiano.
A mesma categoria feminina foi vencida por Regan Smith, com o tempo de 58s33.
A norte-americana superou a canadense Kylie Masse (58s40) e a também americana
Claire Curzan (58s67).
Já nos 100 metros peito, a italiana Benedetta Pilato conquistou a medalha de ouro
na prova feminina.
A Itália também comemorou o primeiro ouro de Giorgio Minisini e Lucrezia Ruggiero
no dueto misto do nado artístico, com 89.2685 pontos. Os japoneses Tomoka e Yotaro
Sato garantiram a prata e os chineses Haoyu Shi e Yiyao Zhang levaram o bronze.

ANOTE ISSO

O oferecimento de atividades aquáticas adequadas à criança constitui-se em


um dos principais fatores que contribuem para o desenvolvimento das suas
capacidades motoras.

O professor e pesquisador Ernest Maglischo no seu livro Nadando Ainda Mais


Rápido destaca que os nadadores do nado de costas exibem mais variações em
seus padrões de técnica de nado que os em qualquer outro estilo de competição.
O corpo do nadador, em decúbito dorsal, ocupa na água a posição hidrodinâmica e
quase horizontal.
A cintura escapular coloca-se um pouco acima da pélvis; a pélvis e a parte posterior
das coxas ficam próximas à superfície da água. Durante o nado o corpo realiza
rolamentos laterais, em seu eixo longitudinal. Essas inclinações auxiliam a evidenciar
a braçada, fazendo com que ela se realize com profundidade necessária e também
conduzindo com resistência mínima o outro braço para frente, sobre a água.

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A cabeça deve estar quase alinhada com o corpo, mantendo-se relativamente


estável, com o pescoço reto e seus músculos relaxados. A parte posterior da cabeça
permanece apoiada na água, com o nível da água passando junto à parte posterior
ou mediana das orelhas.
As pernas realizam movimentos alternados para cima (fase propulsiva) e para baixo
(fase não propulsiva), iniciados a partir do quadril e o batimento para cima inicia-
se na rotação da coxa. Os pés deverão estar com flexão plantar e em inversão. As
pernas devem dar pernadas na direção geral da rotação do corpo, de modo que a
natureza diagonal dessas pernadas possa facilitar o rolamento do corpo. Além de sua
contribuição à propulsão, as pernas também desempenham um papel importante na
manutenção dos alinhamentos lateral e horizontal do corpo.
Primeira varredura para baixo com o braço completamente estendido, a mão, com
os dedos estendidos e unidos, entra na água alinhada entre a cabeça e a articulação
do ombro com um ângulo de 10º, com a palma virada para fora, de forma que o dedo
mínimo seja o primeiro a entrar em contato com a água. Primeira varredura para cima
Com o tronco iniciando o rolamento lateral, o braço ainda estendido, mas com o
punho ligeiramente flexionado em direção ao dedo mínimo, faz um movimento para
baixo, com a mão se movimentando para longe da linha do ombro do nadador. Segunda
varredura para baixo A mão se movimenta para baixo, para fora e em direção aos
pés. O cotovelo começa a se flexionar e se direcionar para baixo do nível da mão. O
punho se 18 flexiona de maneira que a palma da mão se volte em direção aos pés.
O tronco continua o rolamento, ajudando a manter a mão propulsora abaixo
da superfície da água e também mantendo o ombro referente ao braço que está
recuperando. A velocidade da mão deve ganhar uma aceleração moderada durante
todo o movimento. Segunda varredura para cima, o braço movimenta-se para baixo e
para trás até que esteja completamente estendido e bem abaixo da coxa. Haverá uma
aproximação do braço e cotovelo ao tronco, com a extensão do antebraço, projetando
a mão em direção ao fundo, fazendo com que haja um rolamento do corpo para o
lado oposto a esse braço, e uma conseqüente saída do ombro do mesmo lado.
Liberação e saída ao completar o estágio propulsivo do ciclo, a mão movimenta-
se para cima, para trás e para dentro, na direção da superfície. O braço assume a
posição estendida e se movimenta verticalmente para cima. A recuperação com o
braço estendido, o polegar sai da água primeiramente, com a palma da mão voltada
para a perna. Há um movimento semicircular fora da água, no qual ocorre uma rotação

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medial do braço de maneira que, ao final da recuperação a mão esteja voltada para
fora. A respiração com a fase de inspiração feita pela boca, no momento em que um
dos braços estiver iniciando a recuperação e o outro, o apoio.
A expiração deverá ser feita de preferência pelo nariz. Talvez não haja, porém,
necessidade de esse ou qualquer outro ritmo respiratório. Visto que sua face está fora
da água e que o nadador pode respirar quando quiser, os praticantes do nado de costas
provavelmente desenvolvem um ritmo eficiente pelo método de tentativas. O braço da
recuperação entra na água no momento em que o outro braço está completando a
segunda varredura para cima. Para cada ciclo de braçada, são realizadas seis pernadas.

ANOTE ISSO

O mudança na técnica do movimento se deve a vários fatores: biotipo do atleta,


treinador, aperfeiçoamento técnico e estilo pessoal de movimento.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Regras do Nado de Costas. Disponível em: https://natacaopotiguar.blogspot.


com/2017/11/sw-6-costas-saida-virada-e-chegada.html
Assim como os estilos peito e borboleta, as provas oficiais do estilo costas são 50m,
100m e 200m, exceto nos Jogos Olímpicos em que não se realiza o 50m. Para efeito
de curiosidade: de todos os países do planeta, somente os EUA realizam provas de
natação em jardas, o que não vale para recordes ou ranking mundiais. Nesse sentido,
é preciso analisar detalhes técnicos dos estilos admitidos oficialmente em regra pela
FINA, sendo o estilo costas um nado diferenciado por movimentos semelhantes ao
crawl no sentido inverso com apenas a rotação de ombro e quadril iguais para seu
melhor desempenho.

Saída
SW 6.1: Antes do sinal de partida, os competidores devem alinhar-se na água, de
frente para a cabeceira de saída, com ambas as mãos colocadas nos suportes de
agarre. Manter-se na calha ou dobrar os dedos sobre a borda da calha é proibido.
Chamada a série pelo árbitro-locutor, os nadadores se dirigem cada um para sua
respectiva raia. Dado o primeiro sinal da arbitragem para entrada na água, cada nadador

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se lança e toma a barra de agarre para largada das provas de costas. Nesse momento,
deve estar voltado(a) de frente para a cabeceira do bloco (necessariamente de costas
para a piscina).

Título: Flutuação de costas


Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto/ativo-movimentado-atletas-esportistas-8028309/

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SW 6.2: Ao sinal de partida e quando virar, o nadador deve dar um impulso e nadar de
costas durante o percurso exceto quando executar a volta, como na SW 6.4. A posição
de costas pode incluir um movimento rotacional do corpo até, mas não incluindo os
90° a partir da horizontal. A posição da cabeça não é relevante.
Tão breve todos os competidores estejam alinhados cada um na sua respectiva
raia, a arbitragem dará um silvo para o tomada de posição e imediatamente anunciará
“às suas marcas”. Com todos os nadadores paralisados, vem o sinal de partida.
No voo, o nadador coordena o movimento de giro da braçada com o lançamento
do corpo em arco para trás, na intenção de penetrar a água; o giro da braçada inicia
soltando a barra metálica, perpassando o quadril, abrindo-se paralelo ao corpo e em
direção para fazer as mãos se encontrarem com braços por trás da nuca e antes da
penetração na água;
Sair da água o máximo possível, tendo por base o impulso das pernas para que o
quadril seja lançado por sobre a água, coordenado ao movimento de arco da coluna;
Na reentrada os dedos das mãos devem entrar primeiro;
No deslizamento, ficar submerso no mínimo a 45 cm, corpo horizontal e ondulação
de pernadas (pernas em paralelo e movimento inverso do estilo borboleta), buscando
o aproveitamento do deslizamento;
A regra oficial permite a fase submersa até 15 metros a partir da largada, quando
até esse momento a cabeça deverá quebrar a linha d´água, surgindo na superfície.

SW 6.3: Alguma parte do nadador tem que quebrar a superfície da água durante o
percurso. É permitido ao nadador estar completamente submerso durante a volta e
por uma distância não maior que 15 metros após a saída e cada volta. Nesse ponto
a cabeça deve ter quebrado a superfície.

Erros comuns
Na posição inicial, não flexionar os braços e pernas; lançar os braços para cima
(vertical); saltar exageradamente para cima; não lançar a cabeça para traz; impulsionar
a borda antes dos braços estarem atrás da cabeça; cabeça muito baixa durante o
deslize (tocando o queixo); batida exagerada de pernas antes da primeira braçada; não
estender completamente o corpo; após o deslize, puxar inicialmente os dois braços;
puxar um braço logo após o impulso.

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Virada
SW 6.4: Quando executar a volta, tem que haver o toque na parede com alguma
parte do corpo na sua respectiva raia. Durante a volta, os ombros podem girar além
da vertical para o peito após o que uma imediata contínua braçada ou uma imediata
contínua e simultânea dupla braçada pode ser usada para iniciar a volta. O nadador
tem que retomar a posição de costas após deixar a parede.
A regra determina tocar com qualquer parte do corpo na posição de costas. Se isso
acontecer, o nadador deve girar lateralmente, mantendo-se de costas até reposicionar-
se de modo a impulsionar a borda e reiniciar o trajeto.
Porém, a virada mais veloz do estilo é com a cambalhota, também permitida por
regra: aproxima-se da borda sem perder velocidade (conta-se braçadas a partir da
passagem por sobre a cordinha dos 05 metros, aproximadamente 02 a 03 braçadas);
Início da braçada a partir do quadril girando o corpo de costas para frente e lançando
o braço que iniciou o movimento para frente, cruzando o braço da recuperação (fase
aérea) a frente do peito; estando de frente e aproximando-se da borda, realizar a
cambalhota;
Após a cambalhota, o corpo estará já na posição de costas, quando então toca-se
com os pés na borda dando impulso e buscando o deslize para reiniciar o trajeto.

Erros mais comuns


Virada simples: diminuir o ritmo do nado antes de se aproximar na borda; tocar
as duas mãos na borda; após tocar na borda, lançar os braços por fora d’água; dar
impulso na borda, com as pernas estendidas; dar impulso na borda sem ter os dois
braços estendidos atrás da cabeça; dar impulso na borda com os pés muito acima ou
muito abaixo em relação ao plano do corpo; abandonar a borda sem estar na posição
de costas; deslize exagerado, após a impulsão na borda, puxar simultaneamente os
braços.

Virada olímpica: Diminuir o ritmo do nado, antes de se aproximar da borda; não


exercer suficiente pressão na parede, com a mão que apoia, para executar a virada;
apoiar a mão na borda, sem a profundidade necessária; efetuar o lançamento das
pernas com a cabeça alta; dar impulso na borda com as pernas estendidas ou pouco
flexionadas; puxar um braço, logo após o impulso; apoiar os pés na borda para o
impulso, muito acima ou muito abaixo em relação ao plano do corpo; dar impulso
com as mãos fora do prolongamento do antebraço; abandonar a borda, sem estar
com os braços estendidos atrás da cabeça; dar meia braçada, para efetuar a virada.

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Chegada
SW 6.5: Quando do final da prova, o nadador tem que tocar a parede na posição
de costas na sua respectiva raia.

Similar à virada, contam-se braçadas após passar a cordinha dos 05 metros, quando
então lança-se o corpo no último movimento de braçada de costas buscando o máximo
de velocidade e eficiência até o toque final (que deve ser de costas em qualquer parte
da borda, preferencialmente no nível da água).

Erros mais comuns


Diminuir o ritmo do nado, antes de se aproximar da borda; dirigir a vista para a
borda, 03 ou 04 braçadas antes girando a cabeça; dar uma braçada de mais ou de
menos, para chegar.

ANOTE ISSO

As regras do nado de costas são estabelecidas pela FINA, que é a Federação


Internacional De Natação, órgão máximo na decisão das competições nacionais e
internacionais.

Título: Movimento nado de costas


Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/mulher-em-maio-verde-3622714/

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O objetivo desse capítulo foi proporcionar material de consulta sobre a natação,


mais especificamente sobre o nado costas. No decorrer dessa organização de literatura
foram apresentados conceitos e notícias de atletas e competições vinculadas a esse
estilo de natação. Foi apresentado também, reflexões sobre a evolução e a mecânica
do nado costas e descritos alguns procedimentos pedagógicos para auxiliar no ensino
do nado.
Utilizamos mais de um autor que trata da nomenclatura utilizada para descrever
os movimentos do corpo durante a execução técnica do nado costas, essa diferença
se dá pelo período que a observação foi realizada e também o referencial teórico
utilizado pelos autores .
Destacamos que é de extrema importância que os futuros professores de Educação
Física tenha o conhecimento do nado costas para atuar tanto na iniciação, quanto na
especialização e treinamento da natação.

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CAPÍTULO 10
NADO DE PEITO

Título: Nado de Peito


Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto/foto-de-foco-raso-de-pessoa-nadando-2062690/

Minha trajetória como aluno e, posteriormente, professor de Educação Física que


atuava com a natação me fez ter boas histórias para contar aqui nesse texto. Uma
dessas histórias diz respeito a dificuldade que tive em aprender a nadar no estilo peito.
Foi o nado que mais exigiu de mim empenho e dedicação nas aulas de natação com
o professor Sidnei. Atualmente, o estilo peito é o nado que mais utilizo para nos meus
planos de treinamentos semanais. Resgatando minha história de aprendiz do nado,
hoje tenho a convicção de que esse estilo é o mais complexo dentre todos os estilos
de nado. Esse estilo exige muita coordenação motora e raciocínio. O peito é também
o que eu tenho maior facilidade de realizar a respiração, pois executa movimentos
com os braços que promovem a abrangência da caixa torácica. A braçada possibilita

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a abertura das costelas ao respirar. Esse trabalho permite a entrada de mais oxigênio,
o que ligado a treinos, pode aumentar a capacidade pulmonar. Esse é um dos motivos
pelo qual utilizo o peito com maior frequência, para recuperação ativa. O aumento
da capacidade pulmonar facilitada pelo movimento dos braços faz com que eu sinta
menos cansaço nos dias de treinamento de velocidade. Com relação ao raciocínio,
esse sem dúvidas foi o nado que mais demorei para dominar os movimentos. Penso
que a maior justificativa seja pela dificuldade com os movimentos complexos que o
estilo peito exige do nadador. Nadar peito é um desafio para o cérebro, que precisa
pensar em como desempenhar tais gestos.

ANOTE ISSO

O tempo de 57s92 no 100 metros nado peito é imbatível. Essa é a marca do


melhor atleta do estilo peito segundo a FINA, ele é Adam Peaty que desde 2014 é
imbatível na distância. Segundo sua rede social, o atleta relatou o medo de entrar
na água quando criança. Deu suas primeiras braçadas aos quatro anos de idade e
foi durante esta aula de natação, que ele perdeu o medo e passou a nadar cada vez
mais.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Jheniffer Conceição vai à final dos 50m peito e brasileiras batem recorde de finais
https://ge.globo.com/natacao/noticia/2022/06/24/jheniffer-conceicao-vai-a-final-
dos-50m-peito-e-mulheres-batem-nova-marca.ghtml Jheniffer bate recorde sul-
americano, faz o sexto melhor tempo na semifinal, se classifica para a decisão dos
50m peito, e mulheres brasileiras somam seis finais, recorde histórico para o país
Por Redação do Ge — São Paulo
24/06/2022 13h58 Atualizado há 3 semanas

A brasileira Jheniffer Conceição está na final dos 50m peito do Campeonato Mundial
de natação, que está sendo realizado em Budapeste, na Hungria. Ela completou a
semifinal em 30s28, bateu o recorde sul-americano da prova e passou à final, que
será disputada neste sábado (13h, com sportv), com a sexta melhor marca. Assim, as
mulheres brasileiras já somam seis finais neste Mundial, recorde histórico para elas.

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Semifinal dos 50m peito feminino no Mundial de Budapeste


Foto: Getty Images/Dean Mouhtaropoulos

Além de Jheniffer, nos 50m peito, o Brasil disputou as finais dos 1500m livre (Bia
Dizotti em sexto e Viviane Jungblut em sétimo, pela primeira vez duas mulheres do
país competiram a mesma decisão), os 800m livre com Viviane em oitavo, além dos
dois revezamentos (4x100m e 4x200m), que terminaram em sexto lugar.
- Estou me sentindo bem melhor, mais consciente. A gente analisou a prova de
manhã (eliminatórias), fiz ajustes, melhorei agora a tarde e estou muito feliz com esse
recorde sul-americano. Ainda dá para tirar mais ainda dessa prova, dá para melhorar
o tempo. Uma raia, uma chance na final. Então vou tentar beliscar essa medalha -
disse Jheniffer.
Na prova da Jheniffer, a italiana Benedetta Pilato passou com 29s83 na primeira
posição, seguida da lituana Ruta Meilutytė (29s97) e da sul-africana Lara van
Niekerk(27s99). É a primeira vez na história que o Brasil chega em uma final do nado
peito feminino em um Campeonato Mundial.
Antes deste Mundial, o recorde de finais das mulheres brasileiras em um Mundial
era de quatro, na competição de 2009, em Roma. Importante ressaltar que esse ano,
além das seis finais citadas, o revezamento 4x100m livre misto (com dois homens e

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duas mulheres) também participou da decisão. O time nacional, com Gabriel Santos,
Vinicius Assumpção, Stephanie Balduccini e Giovanna Diamante, ficou em sexto lugar,
com recorde sul-americano.
NÃO DEU PARA LORRANE FERREIRA

Lorrane na semifinal dos 50m livre


Foto: CBDA/Divulgação

A brasileira Lorrane Ferreira nadou a semifinal dos 50m livre e ficou em sétimo na
sua série, com o tempo de 25s24, encerrando a competição em 15º lugar e fora da
decisão, que será no sábado.
- Fiquei feliz por ter a chance de ir à semifinal, dei meu melhor, treinei para fazer
melhor que isso, mas a natação é incerta. Fica a lição que é possível, os tempos não
são absurdos, sou capaz de brigar para ser finalistas nas próximas competições - disse.
Nos 50m costas, Guilherme Basseto completou a prova em 24s85, melhor tempo
da carreira, e ficou em décimo na classificação geral, muito perto da vaga na decisão.
VITÓRIA DE KATIE LEDECKI
A americana Katie Ledecki se tornou, nesta sexta-feira, pentacampeã dos 800m livre
com o tempo de 8m08s04, levando a 19ª medalha de ouro da carreira em Campeonatos
Mundiais, com o quinto melhor tempo da história da prova. Ela não perde essa prova

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desde 2010, ou seja, 12 anos. Ela venceu as Olimpíadas de 2012, em Londres, 2016,
no Rio de Janeiro, e Tóquio, no ano passado.

ANOTE ISSO

A brasileira que representou o Brasil nos 50m peito do Campeonato Mundial de


natação foi a atleta Jheniffer Conceição, com o tempo de 30s28.

LEITURA COMPLEMENTAR

O professor Oswaldo Fumio Nakamura no livro Natação 4 Estilos: Defeitos - Correções


publicado em 1997, descreve o Nado Peito da seguinte forma: As mãos são levadas
juntas à frente através da extensão dos cotovelos, permanecendo abaixo da linha dos
ombros, com as palmas das mãos voltadas diagonalmente para fora.
Na tração, os braços estendidos à frente da cabeça, com as palmas das mãos voltadas
diagonalmente para fora. O ataque inicia-se com os braços estendidos e as mãos a uma
profundidade entre 15 a 25 centímetros. As mãos são levadas lateralmente e os cotovelos
semi flexionam atingindo aproximadamente 110-, entre o braço e o antebraço.
A fase de tração termina antes dos braços atingirem a linha dos ombros através
de um movimento curto. As mãos são levadas para dentro em movimento circular,
quando então terminam a sua última parte propulsora. O movimento das pernas
ocorre por uma flexão dos joelhos, levando as pernas sobre as coxas, trazendo os
calcanhares próximos aos glúteos. Evitar a flexão da coxa ao tronco. A seguir os
tornozelos se flexionam e fazem a rotação dos pés para fora, para logo em seguida
iniciar a impulsão das pernas para trás com apoio da região plantar na água.
De acordo com a extensão dos joelhos, os pés são impulsionados para trás, seguido
de um movimento arredondado, e elevação das coxas para cima. Conforme as pernas
se estendem, finalizam o movimento com elas unidas e em extensão. Na respiração, a
cabeça deve ser elevada o suficiente para permitir a inspiração, em seguida, a flexão
do pescoço e o seu retorno para a água. A inspiração se executa quando os braços
finalizam a tração para o início da recuperação.
Para entender melhor como o nado de peito é executado, há muitos vídeos disponíveis
no youtube que trazem provas de um dos maiores nadadores brasileiros do estilo
peito, o atleta Felipe França da Silva https://www.youtube.com/watch?v=tjeLR5rMWZY.

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ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

O atleta fica com o corpo na horizontal e o tempo todo em baixo da água. A cada
ciclo braçada/pernada, a cabeça, por um breve momento, corta a superfície da
água. O movimento do nado peito é curto, circular e de forte impulsão das pernas.
O movimento dos braços é simultâneo, assim como o das pernas. No momento da
virada ou do toque na borda, o atleta precisa bater as duas mãos na parede.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Atleta da Rede Cuca é um dos quatro brasileiros a disputar o Open Internacional


da Argentina de Natação Paralímpica
Sheldon Breno Soares embarca nesta quarta-feira (06/04) para a Argentina
representando a Rede Cuca. Ele é o atual campeão brasileiro universitário da sua
categoria
Disponível em: https://www.fortaleza.ce.gov.br/noticias/atleta-da-rede-cuca-e-
um-dos-quatro-brasileiros-a-disputar-o-open-internacional-da-argentina-de-natacao-
paralimpica

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Apresentado à natação já com 20 anos, Sheldon coleciona algumas medalhas


conquistadas em campeonatos nacionais e internacionais disputados ao longo desses
10 anos no esporte
Há três anos treinando na Rede Cuca, o nadador Sheldon Breno Soares, 30, embarca
nesta quarta-feira (06/04), para Buenos Aires para disputar o Open Internacional da
Argentina de Natação Paralímpica, que acontece entre os dias 6 e 10 de abril, no parque
aquático do Centro Nacional de Alto Rendimento de Buenos Aires. O atleta é um dos
quatro representantes brasileiros que estarão na competição. Dois deles, Sheldon e o
seu treinador Henrique Gurgel – também atleta paralímpico – são de Fortaleza. Em sua
primeira competição internacional do ano, o representante da Rede Cuca participará
de cinco provas nas categorias s6 nado livre e Sb4 nado peito.
Apesar de experiente em competições internacionais, ele conta que já está com o
frio na barriga típico dos grandes desafios. “Tem um pouco de nervosismo, mas eu
digo para mim mesmo que, a partir do momento que não tiver mais esse nervosismo,
é para eu parar. Mas estou me preparando bem, me alimento bem, treino todos os
dias, descanso física mentalmente. Estou bem preparado, vou tentar as melhores
colocações, mas só em estar indo para lá já é uma grande vitória”, celebra o atleta.
Apresentado à natação já com 20 anos, Sheldon coleciona algumas medalhas
conquistadas em campeonatos nacionais e internacionais disputados ao longo desses
10 anos no esporte. Entre elas, a de campeão brasileiro universitário da sua categoria
e o bronze no Open Internacional da Colômbia, duas conquistas de 2021. “É importante
estar praticando, ter essa mobilidade, ter uma vida saudável, uma vida extraordinária,
mais do que a minha expectativa”, diz o nadador.
Amor à natação
Natural de Fortaleza, Sheldon nasceu prematuro e passou o primeiro ano de vida
internado em um hospital. Ao longo da infância, nenhuma sequela das complicações
do período de internação foi detectada. Sheldon corria e jogava bola normalmente,
embora tivesse muitas luxações nos ossos, as quais os médicos não diagnosticavam a
causa. Aos 13 anos, começou a ter problemas ósseos e redução na mobilidade. Nesta
fase, foi diagnosticado com uma doença degenerativa chamada displasia óssea, que
o levou a precisar de cadeiras de rodas para se locomover melhor.
O esporte voltou a fazer parte da sua vida após ver na televisão atletas paralímpicos
tendo a vida “anormal” que ele sonhava em ter. “Quando eu fiquei acamado, assisti muito
às paralimpíadas e via todos aqueles atletas terem uma vida normal, na realidade, a

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vida anormal que eu queria: viver viajando, competindo. Foi aí que eu conheci a corrida
de rua e passei um ano competindo, ganhei algumas medalhas.

ANOTE ISSO

Na história de vida de Sheldon Breno: “minha médica pediu para eu fazer natação
para melhorar a mobilidade. Era para ser uma fisioterapia, mas eu me apaixonei, foi
amor à primeira vista pela natação”.

LEITURA COMPLEMENTAR

No livro Nadando Ainda Mais Rápido do professor e pesquisador Ernest Maglischo,


publicado pela Manole em 1999, o estilo de bruços ou de peito é o mais antigo dentre
os quatro estilos da natação (borboleta, costas e crawl), visto que, já no século XVI,
havia uma maneira de nadar com os movimentos dos braços parecidos com o estilo
atual.
No entanto, naquele período, os pés ainda eram batidos alternadamente, de
forma semelhante a um pontapé. Desse método é que surgiu o nado de peito, que
se popularizou e Piscina de 25 metros Piscina de 50 metros 17 tornou-se o estilo
mais praticado em toda a Europa, já em 1798. Antes de 1960, a pernada de peito era
ensinada como uma ação de cunha em que os nadadores estendiam suas pernas de
forma semelhante a um “V” invertido e, em seguida, tentavam esguichar uma cunha
de água para trás, ao mesmo tempo em que juntavam firmemente as pernas.
Em 1968, Coulsilman apresentou a pernada em cunha, que provocava maior
deslocamento ao comprimir as pernas. Na época, o treinador James Coulsilman e o
nadador Chet Jastremski, praticante do nado de peito, revolucionaram a pernada deste
nado com uma ação das pernas em um estilo de chicotadas estreitas.
Ao longo do tempo, foi possível observar a evolução do nado de peito, porem, nem
todas foram aceitas por todos os nadadores, ocasionando diferenciações na execução
do mesmo. Outro ocorrido, foi a transformação gradativa dos movimentos dos braços
fora da água alternadamente (braçadas) e a fusão destas inovações com movimentos
alternados das pernas no estilo usado pelos nativos de Ceilão, atual Sri Lanka.
Pode-se dizer que hoje em dia existem três estilos diferentes de nado de peito: o
convencional (plano), o ondulado e a onda (moderno). O estilo convencional, também

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conhecido como plano, era o mais utilizado para o aprendizado de adultos e crianças.
Neste estilo há um deslocamento predominantemente horizontal forte provocado pela
ação da pernada e o corpo desliza sem elevação de ombros no momento da respiração.
Depois da Idade Média, o nado de peito foi o primeiro estilo utilizado em competições.
E, a partir deste estilo se desenvolveram os demais nados (crawl, costas e borboleta).
Antes, era permitido que os nadadores de peito competissem submersos durante
a prova do estilo, porém, muitos atletas desmaiavam ao tentar ficar muito tempo
debaixo da água. Afim de solucionar este problema, no final da década de 1950 foi
estabelecido que a maior parte da prova fosse executada na superfície.
No restante da prova, alguma parte do corpo, habitualmente a cabeça, deve aparecer
acima da superfície da água uma vez durante cada ciclo de braço. Este momento é
onde ocorre a respiração. Apesar de os nadadores desse estilo gerarem grandes forças
durante as fases propulsivas de cada ciclo de braço, o nado de peito é o mais lento.
Isso ocorre porque há uma desaceleração significativa a cada vez que recuperam as
pernas para a pernada, reduzindo sua velocidade média por braçada. Essas variações
intra cíclicas na velocidade de progressão tornam este nado além de lento, o mais
rigoroso dos estilos de competição.

ANOTE ISSO

Atualmente, é permitido aos nadadores de peito ficarem submersos apenas durante


um ciclo de braços depois da saída e da virada.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Regras do nado peito. Disponível em: https://natacaopotiguar.blogspot.com/2018/07/


sw-07-peito-saida-virada-e-chegada.html
Em competições oficiais, as provas do estilo peito são os 50, 100 e 200 metros,
exceto nos Jogos Olímpicos em que não se realiza o 50m Peito. As regras oficiais
aplicadas ao estilo durante a saída, a virada e a chegada determinam movimentos a
serem observados por todos os competidores.
Antes mesmo de citar alguns detalhes sobre as regras, é interessante observar que
quanto mais praticar nos treinamentos, mais o atleta responderá automaticamente,
sem aquela necessidade de estar perguntando de última hora o que tem que fazer
durante a prova.

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“A prática leva à perfeição”, e leva mesmo! Se estiver praticando, sempre se lembrando


das regras e consultando seu técnico, cada vez mais os movimentos serão assimilados
“automaticamente”. E isso deixará seu estado psicológico bem menos tenso antes da
prova para nadar bem mais fluente.
Então observe o que a regra especifica:

“SW 7.1 Após a partida e após cada virada, o nadador poderá fazer uma braçada
completa até as pernas durante a qual pode estar submerso. Uma pernada de golfinho
é permitida durante a primeira braçada, seguida de uma pernada de peito.”
“SW 7.6 Em cada virada e no final da prova, o toque na parede deve ser feito com
ambas as mãos separadas e simultaneamente, ao nível, acima ou abaixo da superfície
da água. No último ciclo antes da virada ou no final da prova, uma braçada não seguida
de pernada é permitida. A cabeça pode estar submersa após a última braçada antes
do toque, desde que quebre a superfície da água em qualquer ponto do último ciclo,
completo ou incompleto, que preceda o toque.”

Ou seja:

Na largada (partida, saída, start), o atleta pode realizar momentos submersos antes
da primeira braçada que irá determinar o primeiro ciclo do nado. Não existe limite para
a fase submersa, ou seja, especialmente no nado de peito, pode-se ultrapassar os
15m em relação às provas dos outros estilos. Os movimentos submersos são: uma
braçada completa tracionando de frente para trás até a lateral do quadril, quando
então pode-se dar uma pernada de borboleta; daí então, segue uma pernada de peito,
concluindo a chamada “filipina”, para então iniciar a primeira braçada (sem pernada)
do ciclo do nado.

Demonstração da LARGADA para provas de peito

Lembre-se que não pode dar uma segunda pernada antes da primeira braçada, isso
irá configurar rompimento da regra passível de desclassificação. A primeira braçada
deve ser dada para a cabeça romper a superfície d’água, a partir daí vem a primeira
pernada e assim sucessivamente, ciclo a ciclo. Todos esses movimentos têm que ser
simultâneos, nunca alternados.

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Caso o atleta não saiba realizar a “filipina”, após a largada, deverá manter o corpo
inerte, sem pernada de golfinho ou qualquer outro movimento até o corpo subir à
superfície para a primeira braçada, quando a cabeça deverá romper a superfície d’água.
Daí então, deve iniciar o ciclo de pernada-braçada. Lembre-se que a filipina é permitida,
mas não obrigada. É claro que a filipina confere mais velocidade e aproveitamento da
distância submersa, o que será determinado com treinamentos contínuos.
Na virada, obrigatoriamente o atleta deve tocar a borda com as duas mãos
simultaneamente. Não há obrigação de os cotovelos estarem dentro d’água durante
a virada, ou seja, no último movimento de braçada (a não ser durante os ciclos do
nado). Após tocar a borda, o atleta vira de frente para a continuação da distância e
então pode lançar o corpo submerso para a filipina. Também na virada a filipina não é
obrigatória, mas opcional. Caso não realize a filipina, aqueles movimentos da largada
sem filipina também deverão ser feitos pelo atleta, ou seja, só pode dar a primeira
pernada após o toque na borda depois da primeira braçada que irá fazer a cabeça
romper a superfície d’água.

Demonstração da VIRADA para provas de peito

Também na chegada, o atleta é obrigado a tocar a borda com as duas mãos


simultaneamente. Para uma chegada competitiva e determinante, a regra permite a
elevação dos cotovelos no último ciclo de braçada, nunca de forma submersa (cabeça
fora d’água).

ANOTE ISSO

Observação: quando a regra especifica “pode-se” isso significa que não é obrigado, é
opcional, é o que deixa a prova mais competitiva a critério do próprio atleta. E isso é
válido para as demais regras dos outros estilos.

LEITURA COMPLEMENTAR

Para o professor William Urizzi de Lima autor do livro Ensinando Natação, apesar dos
professores e técnicos erroneamente denominarem de nado clássico, modernamente é
denominado PEITO. Clássico é mais ortodoxo. Nado ou estilo peito origina-se do inglês

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Breastroke. É o nado que mais sofreu modificações nos últimos anos. Na década de
60 muitos nadadores, principalmente russos e americanos, que dominavam o estilo,
davam maior ênfase à propulsão das pernas, os braços somente alisavam a água.
No final da década de 60, um atleta brasileiro destacou-se mundialmente, José Silvio
Fiolo, muito bem treinado pelo Prof. Roberto de Carvalho Pável. Fiolo, ao superar o
recorde mundial nos 100 metros nado peito com a marca de 1.06.67, causou surpresa
aos técnicos de vários países, pois dava maior ênfase à propulsão dos braços de que
outros nadadores.
Até então os nadadores recuperavam com a palma da mão para cima e no
prolongamento dos braços à frente (recuperação), colocava a palma da mão para
baixo. No inícios dos anos 70, o estilo ainda tinha como característica um trabalho forte
das pernas e um breve deslize à frente, ou seja, os nadadores finalizavam a pernada
unindo os calcanhares e deslizavam os braços à frente, David Wilkie, nadador inglês
que treinava na Universidade de Miami com o técnico Bill Diaz , superou o recorde
mundial e olímpico nas Olimpíadas de Montreal em 1976 nos 200 peito, trazendo
como novidade a eliminação da fase dos deslize dos braços à frente. Quando seus
calcanhares uniam-se, seus braços já estavam na primeira fase da braçada.
Na mesma época a nadadora americana Tracy Caulkins apareceu nadando o estilo
peito ondulado, bem diferente do estilo até então praticado. Esta nova técnica consistia
em elevar mais os pés ao final da braçada, abaixando um pouco a mão em relação à
superfície da água e uma elevação dos quadris. Esta técnica de elevação e ondulação
foi muito confundida com “estilo golfinhada” no peito o que evidentemente consistia
em erro tecnológico.
A introdução dessa modificação técnica deveu-se à necessidade de diminuir a
resistência frontal, pois o estilo peito está entre os estilos, que tem mais resistência
frontal. Em 1986, uma nadadora americana, durante as eliminatórias dos americanos
para o Campeonato Mundial de Madrid, apareceu realizando a recuperação dos braços
com as mãos acima da superfície da água, semelhante a recuperação dos braços de
golfinho. Analisando o movimento, é interessante sob
O ponto de vista propulsivo, tomando o nado mais ondulado, porém, o investimento
energético é grande. Atualmente observamos o nado peito com uma forte tendência
individual. Ao observarmos a final A de uma competição internacional, percebemos o
nado peito sendo nadado em diferentes técnicas. A técnica do nado peito, dependerá
de fatores como: Biótipo do nadador, composição corporal e habilidades do nadador.

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Os movimentos do estilo peito são iniciados realizando o início da braçada e


afastando lateralmente os braços estendidos com as mão ligeiramente inclinadas
(esse movimento também é propulsivo). Após os braços atingirem o afastamento
além da linha dos ombros, é realizada a tração dos braços pra trás e para baixo
dependendo do atleta. Se o nadador desejar realizar mais a força de elevação ou
sustentação, força mais para baixo.
Este movimento de tração é realizado até a linha dos ombros. Até esse momento a
cabeça permanece na água e as pernas paradas. Ao final da tração dos braços (fase
propulsiva e ativa), a cabeça é elevada para o início da respiração frontal, recuperação
dos braços e recuperação das pernas.
Durante a respiração, dependendo do tipo de força realizado pelos braços dos
nadadores, o queixo estará mais elevado ou não da superfície da água. Queixo mais
elevado do que a superfície da água predomina a força de sustentação. Queixo mais
próximo da superfície da água - predomina a força de tração. A recuperação dos
braços inicia com um rápido movimento dos cotovelos, que determina a velocidade
do nadador. A cabeça entra na água no mesmo instante em que é realizada a pemada
e alongamento dos braços à frente. A recuperação dos braços poderá ser realizada
com as mãos submersas ou acima da superfície da água. O dedo mínimo deverá ficar
próximo da água. Quando o atleta eleva muito as mãos o desgaste energético será
maior ou caracterizar a braçada do estilo golfinho, descaracterizando o estilo peito.

Título: Braçada de peito


Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto/foto-de-foco-raso-de-pessoa-nadando-2062690/

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ANOTE ISSO

Quando o atleta não domina a questão técnica há como consequência uma


elevação do desgaste energético no nado de peito.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO
Best Swimming traz cobertura dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.
Notícia disponível em: https://bestswimming.swimchannel.net/2016/05/23/conheca-
as-categorias-da-natacao-paralimpica/

A Best Swimming vai trazer a melhor cobertura não só dos Jogos Olímpicos, como
também dos Paralímpicos.Para isso, nosso projeto inclui uma completa descrição e
informação de como é o esporte paralímpico, suas regras e características. Aqui, vamos
apresentar um pouco de como são as categorias da natação paralímpica facilitando
a sua compreensão e uma melhor maneira de acompanhar a disputa em setembro.
A natação está presente nos Jogos Paralímpicos desde sua primeira edição em
Roma1960, assim como o atletismo e basquete em cadeira de rodas. O Brasil conquistou
suas primeiras medalhas na natação paralímpica em 1984 em Stoke Mandeville na
Grã-Bretanha. Muitos dos grandes atletas que hoje estão nas piscinas, iniciaram a
natação como terapia e isso ocorre muito entre os atletas deficientes, em especial,
os atletas com paralisia. Temos atletas de todos os tipos de deficiência competindo,
seja ela física ou visual, sempre ela seguindo as regras do “IPC Swimming”, orgão que
é responsável pela natação do Comitê Paralímpico Internacional.
Existem adaptações nas regras que são feitas nas saídas, viradas e chegadas.
Exemplo é o bastão com uma ponta de espuma que é chamado de “tapper”, usado na
chegada das provas dos atletas que tem deficiência visual. Para a saída, as categorias
mais baixas permitem a saída feita de dentro d’água para aqueles que não conseguem
sair de cima do bloco.
As classes são determinadas por exames funcionais, alguns repetidos todos os
anos, dependendo da deficiência, testes musculares, mobilidade articular e testes
motores dentro d’água. Quanto maior a deficiência menor o número da classe.
Você deve estar se perguntando agora: “O que quer dizer aquelas letras e números
em cada categoria?”. A Best Swimming explica para você.
Para começar entendendo as categorias, é preciso saber a divisão. A letra “S” quer
dizer “Swimming”, ou “nado”, sendo assim, todas as categorias da natação tem um

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“S” no começo. A sigla “SB”, quer dizer “Nado Peito” ou “Breaststroke” onde se encaixa
a letra “B”. “SM” é a outra sigla usada, que quer dizer “Swimming Medley”, ou em
português: “Nado Medley”.
A divisão geral de cada categoria acontece dessa forma: S1 a S10, SB1 a SB9, SM1
a SM10, são os atletas com Limitações físico-motoras, são os atletas que em seu
dia-dia precisam de adaptações como lugares com rampas ou elevadores. S11, SB11,
SM11 S12, SB12, SM12 S13, SB13, SM13, são os atletas com deficiência visual. S14,
SB14, SM14 são os com deficiência mental.
Essas são as divisões gerais da natação paralímpica, disputada na Paralimpíada,
Mundiais e Jogos Parapanamericanos. Agora vamos as categorias por provas:
S1: Lesão medular completa abaixo de C4/5, ou pólio comparado, ou paralisia
cerebral quadriplégico severo e muito complicado
S2: Lesão medular completa abaixo de C6, ou pólio comparado, ou paralisia cerebral
quadriplégico grave com grande limitação dos membros superiores
S3: Lesão medular completa abaixo de C7, ou lesão medular incompleta abaixo de
C6, ou pólio comparado, ou amputação dos quatro membros
S4: Lesão medular completa abaixo de C8, ou lesão medular incompleta abaixo de
C7, ou pólio comparado, ou amputação de três membros
S5: Lesão medular completa abaixo de T1-8, ou lesão medular incompleta abaixo de
C8, ou pólio comparado, ou acondroplasia de até 130 cm com problemas de propulsão,
ou paralisia cerebral de hemiplegia severa
S6: Lesão medular completa abaixo de T9-L1, ou pólio comparado, ou acondroplasia
de até 130cm, ou paralisia cerebral de hemiplegia moderada
S7: Lesão medular abaixo de L2-3, ou pólio comparado, ou amputação dupla abaixo
dos cotovelos, ou amputação dupla acima do joelho e acima do cotovelo em lados
opostos
S8: Lesão medular abaixo de L4-5, ou pólio comparado, ou amputação dupla acima
dos joelhos, ou amputação dupla das mãos, ou paralisia cerebral de diplegia mínima
S9: Lesão medular na altura de S1-2, ou pólio com uma perna não funcional, ou
amputação simples acima do joelho, ou amputação abaixo do cotovelo
S10: Pólio com prejuízo mínimo de membros inferiores, ou amputação dos dois
pés, ou amputação simples de uma mão, ou restrição severa de uma das articulações
coxofemoral

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S11/B1: Deficiência visual – nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos a


percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o formato de uma mão a
qualquer distância ou direção
S12/B2: Deficiência visual – capacidade em reconhecer a forma de uma mão a
acuidade visual de 2/60 e/ou campo visual inferior a cinco graus
S13/: Deficiência visual – acuidade visual de 2/60 a acuidade visual de 6/60 e/ou
campo visual de mais de cinco graus e menos de 20 graus
Nas Paralimpíadas, que vamos ver no Rio 2016, as provas são divididas desta forma:
50m livre: De S1 a S10, de S11 a S13 e S14
200mborboleta:
400m
100m
50m livre: De
costas:
costas:
peito:
peito: De
De
DeS1
S6
S1
De
SB1aS1
S6
SB4
De S5
aaS10,
S5
aaSB3 dede
S10,
SB9,
a S7 S11
de S11
SB11S13
a 13
aa13eS14
eS14
eSB13 S14
e SB14
100m borboleta: De S8 a S10, de S11a S13 e S14
150m medley: De SM1 a SM5
200m medley: De SM6 a SM10, de SM11 a SM13 e SM14
Nas provas de revezamento, são quatro atletas de cada país, assim como nas
provas olímpicas, cada nadador que cai na piscina tem seu ponto diferente, somado
pela sua categoria para a equipe:
4x50m livre: 20 pontos
4x100m livre: 34 pontos
4x100m livre: 49 pontos
4x50m medley: 20 pontos
4x100m medley: 34 pontos
4x100m medley: 49 pontos
Por Carlinhos Novack para Best Swimming

Título: Respiração do nado de peito


Fonte: ttps://www.pexels.com/pt-br/foto/pessoa-a-nadar-na-piscina-2062701/

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ANOTE ISSO

A natação Paralímpica abriu a oportunidade para pessoas deficientes participarem


de competições. Dar condições significa incluir.

Para finalizar os apontamentos sobre o nado de peito, destacamos que ele é sem
dúvidas aquele que mais se difere de outros nados, porque os movimentos dos braços
e das pernas não são simultâneos. É exatamente o único nado em que as pernas têm
mais importância que os braços na movimentação. É importante dominar a técnica
dos seus movimentos para ter uma boa performance no nado.

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CAPÍTULO 11
NADO BORBOLETA

Título: Nado borboleta


Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto/homem-usando-oculos-de-protecao-nadando-na-piscina-2062705/

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

Maria Lenk se torna Patrona da Natação Brasileira. A primeira nadadora brasileira a


estabelecer um recorde mundial. Ela participou de seus primeiros Jogos Olímpicos
aos 17 anos, nas Olimpíadas de Los Angeles, em 1932.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

22/07/2022, 12h28 - ATUALIZADO EM 22/07/2022, 12h28


Disponível em: https://www12.senado.leg.br/radio/1/noticia/2022/07/22/maria-
lenk-se-torna-patrona-da-natacao-brasileira

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Foto: CBDA

MARIA LENK SE TORNA PATRONA DA NATAÇÃO BRASILEIRA


ATLETA FOI A PRIMEIRA BRASILEIRA A BATER UM RECORDE MUNDIAL E A
DISPUTAR OS JOGOS OLÍMPICOS, EM LOS ANGELES 1932. REPÓRTER PEDRO PINCER:

A natação brasileira tem a sua patrona oficial: Maria Lenk, a primeira nadadora
brasileira a estabelecer um recorde mundial. A homenagem à única brasileira a integrar
o hall da fama da natação na Flórida foi feita por meio de lei sancionada e publicada
no Diário Oficial da União. As primeiras braçadas de Maria Lenk foram dadas com a
ajuda do pai, o alemão Paul Lenk, aos 10 anos de idade, no Rio Tietê, para fortalecer os
pulmões após ela ter sobrevivido a uma pneumonia dupla. Teve papel relevante para a
popularização do nado borboleta no país, tendo sido a primeira mulher a competir nessa
modalidade durante os Jogos Olímpicos de 1936, em Berlim, na Alemanha. Nascida
em São Paulo, em 15 de janeiro de 1915, Maria Lenk participou de seus primeiros
Jogos Olímpicos aos 17 anos, nas Olimpíadas de Los Angeles, em 1932. Foi a única
mulher entre os 82 atletas da delegação; e a primeira sul-americana a disputar uma
competição olímpica. O senador Carlos Portinho, do PL do Rio de Janeiro, que relatou
o projeto de lei no Senado, ressaltou que a atleta foi a maior nadadora brasileira.

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É um projeto de suma importância que faz jus a grande mulher que foi Maria Lenk
e a sua importância para a natação. Foi a primeira sul-americana a participar de uma
edição dos Jogos Olímpicos, no ano de 1932, integrando uma delegação completamente
masculina. É considerada uma pioneira da natação moderna: foi a primeira mulher a
utilizar o nado borboleta, nos Jogos Olímpicos de Verão de 1936 em uma prova de
peito. Sua carreira chegou ao auge em 1939, quando quebrou dois recordes mundiais,
nos 400m e 200m do estilo peito.
A atleta bateu diversos recordes mundiais – entre eles, três na categoria de 90 a
94 anos, e três na categoria de 85 a 89 anos. Nadou 11 mundiais na categoria master
e conquistou 54 medalhas, sendo 37 de ouro. Maria Lenk recebeu, em 2000, a Ordem
Olímpica, concedida pelo Comitê Olímpico Internacional aos maiores atletas de todos
os tempos. No ano de sua morte, 2007, foi inaugurado, no Rio de Janeiro, o Complexo
Aquático Maria Lenk, sede das competições de natação dos Jogos Pan-Americanos
daquele ano. Ela morreu aos 92 anos em decorrência de uma parada cardíaca, enquanto
nadava na piscina do Flamengo, local onde sempre treinou.

ANOTE ISSO

Você também pode saber um pouco mais sobre a história dessa personalidade
do mundo da natação assistindo ao vídeo https://www.youtube.com/
watch?v=aEy6ncE8_uQ.

LEITURA COMPLEMENTAR

Para o professor e pesquisador William Urizzi de Lima, autor do livro Ensinando


Natação, uma das obras mais citadas nos trabalhos acadêmicos voltados para a
iniciação da natação, coloca que recuperar os braços simultaneamente da água exige
determinadas habilidades e força do nadador, tanto que observamos nos aprendizes
a intenção de apoiar-se na água, empurrando a água mais para baixo que para cima
(sustentação). Durante os anos 60, antes dos estudos hidrodinâmicos e biomecânicos,
acreditava-se que o nado golfinho utilizado nas provas de borboleta, supera-se as
marcas das provas de nado livre, onde utilizava-se e atualmente também utiliza-se o
crawl, pois as marcas eram próximas a 53 segundos para os 100 metros livre e 55
segundos para os 100 borboleta.

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Mas através de estudos hidrodinâmicos, as provas de 100 borboleta jamais superaria


as de 100 livre, pois o nado crawl é mais contínuo que o golfinho. O fato do nadador
recuperar os braços simultaneamente e a coordenação das pernas, faz com que o
golfinho seja mais lento que o crawl.
Atualmente encontramos as provas de 100 livre nos 47.84 (Hoogenband) e as de
100 borboleta nos 50.76 (Ian Crocker). “Portanto, uma importante ‘dica’ para melhorar
a velocidade do golfinho é evitar parar o braço na frente esperando a pernada.”
As mãos entram na água na linha dos ombros, ligeiramente inclinada; o dedão entra
primeiro, criando menor resistência. Quando as mãos entram fora da linha dos ombros
aumentamos a resistência frontal . Após a entrada das mãos na água realiza-se o
afastamento lateral dos braços auxiliando o apoio e a imersão das mãos.
Após aproximarmos as mãos na frente do corpo coincidindo com a elevação da
cabeça, respiração e pemada (movimento descendente). o final da braçada ocorre com
o afastamento das mãos para a lateral e posteriormente a elevação dos cotovelos.
Durante a recuperação dos braços, primeiramente colocamos a cabeça na água após
a respiração e posteriormente as mãos iniciando um novo ciclo.
É fundamental uma boa propulsão das pernas no estilo golfinho, além de melhorar a
propulsão também contribui para a sustentação do corpo no momento da respiração.
Considero um erro colocar força e enfatizar a ondulação na iniciação da pernada. A
ênfase deve ser dada nos pés e o movimento das pernas parte da articulação coxo-
femural.
Durante a aprendizagem do golfinho é importante que os alunos relaxem o quadri
I e concentrem a força no peito dos pés,pois os pés empurram a água. Logo após a
iniciação da braçada, que poderá ser realizada na vertical, orientamos a coordenação
de braço e pernada , enfatizando os movimentos de perna e braço (3 ou 4 braçadas)
sem respiração. Neste momento não nos preocupamos em dizer ao aluno que realize
urna pernada com os braços à frente e outra com as mãos próximas da altura do
abdome, importante que preocupamos que não pare os braços na frente.
A coordenação das pernas e dos braços acontece automaticamente. Após a
realização de vários exercícios de bloqueios de respiração, diminuímos o número de
braçadas e aumentamos a respiração, por exemplo: - 4 braçadas e uma respiração, 3
braçadas e uma respiração, 3 braçadas e uma respiração, 2 braçadas e uma respiração
até chegar a uma braçada e uma respiração.

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Dependendo do aluno, isso poderá demorar algumas semanas, mas o importante


é não parar o braço à frente. Iniciamos a braçada realizando uma pernada , os braços
afastam-se lateralmente e durante a aproximação das mãos realizamos a segunda
pernada e a elevação da cabeça para executarmos a respiração.
O momento da respiração ocorre quando as mãos estão próximas na altura do
abdome e executamos a pernada. Muitos nadadores e técnicos acreditam que devemos
realizar uma pernada forte e uma fraca no estilo golfinho. Particularmente acredito
que o ideal seria duas pernadas fortes. Alguns nadadores que disputam as provas de
50 metros têm realizado 3 a 4 pernadas por ciclo de braçada. Para isso, é necessário
muita habilidade e que a amplitude da pernada diminua e aumente a velocidade.

ANOTE ISSO

O nado borboleta é um dos últimos estilos a ser ministrado nos programas de


aprendizagem, pois requer do nadador muita habilidade e força.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Gabriel Bandeira conquista 1º ouro do Brasil nas Paralimpíadas após ascensão


meteórica
Disponível em: https://ge.globo.com/paralimpiadas/noticia/gabriel-bandeira-
conquista-1o-ouro-do-brasil-nas-paralimpiadas-apos-ascensao-meteorica.ghtml

Nadador de 21 anos, que triunfou nos 100m borboleta da classe S14, começou
na natação paralímpica em 2020 e disputou primeiro torneio internacional neste ano;
país teve também uma prata e um bronze
Por Redação do ge — Tóquio, Japão
25/08/2021 06h39 Atualizado há 10 meses

Que estreia! Gabriel Bandeira, de 21 anos, conquistou na manhã desta quarta-feira


no Centro Aquático de Tóquio o primeiro ouro do Brasil nas Paralimpíadas de Tóquio.
O nadador venceu os 100m borboleta da classe S14 (para atletas com deficiências
intelectuais), que foi incluída pela primeira vez no megaevento, com a marca de 54s76,
novo recorde da competição.

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Gabriel Bandeira celebra ouro na natação das Paralimpíadas


Foto: Miriam Jeske/CPB

O paulista deixou na segunda posição o britânico Reece Dunn (55s12), que é o atual
recordista mundial, e na terceira o australiano Benjamin Hance (56s90).
- Minha vida na natação paralímpica só está começando. Queria agradecer bastante
o apoio da família e da minha avó. Isso é só o começo - afirmou.

Gabriel Bandeira, ouro na natação das Paralimpíadas


Foto: Miriam Jeske/CPB

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O brasileiro é um fenômeno. Começou a disputar a natação paralímpica somente


no ano passado. Acha pouco? A primeira competição internacional dele foi apenas
neste ano. E agora, com essa ascensão meteórica, já é campeão do maior evento do
mundo.

Gabriel Bandeira leva o ouro e bate recorde paralímpico nos 100m borboleta S14
- Paralimpíadas de Tóquio 2020
- Na natação, meu ídolo é o Caeleb Dressel, gosto do jeito que ele nada. Dentro do
possível, a prova foi boa. Ainda tenho mais cinco pela frente - comentou.
Dressel, fenômeno norte-americano das piscinas, conquistou cinco ouros nas
Olimpíadas de Tóquio, encerradas no dia 8 de agosto.

Gabriel Bandeira é ouro nas Paralimpíadas de Tóquio


Foto: Miriam Jeske

Gabriel, cujo apelido é Bill, tem deficiência intelectual e déficit de atenção, conforme
explicou seu técnico, Alexandre Vieira:
- Para ser elegível para classe S14 precisa ter um diagnóstico de deficiência
intelectual. Muita gente comete o erro de falar que o atleta aqui tem TDAH [Transtorno
do Déficit de Atenção com Hiperatividade] ou hiperatividade, e isso não é elegível para
o sistema. O que é elegível para o sistema é ter uma deficiência intelectual, e através

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das avaliações ele ter um QI abaixo de 75. É um teste feito por uma neuropsicóloga.
No caso do Bill ele também tem TDAH, ele é hiperativo e ele também tem traços de
autismo, mas não é diagnosticado ainda. Mas o que torna elegível para a classe S14
é fazer o teste de QI e ser abaixo de 75.
Gabriel está inscrito em mais quatro provas individuais em Tóquio, com chance real
de medalha em todas: 200m livre S14, 100m costas S14, 100m peito SB14 e 200m
medley SM14. Ele disputa ainda o revezamento misto 4x200m livre da classe S14.
Xará de prata
O primeiro pódio da natação brasileira saiu com outro Gabriel, o Araújo - foi também
a primeira medalha do Brasil nas Paralimpíadas da capital japonesa. O atleta mineiro
de 19 anos levou a prata nos 100m costas da classe S2 com a marca de 2min02s47.
O ouro ficou com o chileno Alberto Abarza (2min00s40) e o bronze com o russo
Vladimir Danilenko (2min02s74).
Gabriel Araújo celebra prata com dança no pódio - Paralimpíadas de Tóquio 2020
Nascido em Santa Luzia, criado em Corinto e treina em Juiz de Fora, em Minas
Gerais. Atualmente, defende o Clube Bom Pastor. Após a façanha nesta quarta-feira,
ele não se conteve e chorou.
- Fico muito feliz, só eu sei o que passei para estar aqui. Foi muito difícil. Essa
medalha veio com muito esforço, suor e me deixou com gostinho de quero mais -
disse Gabriel, que se emocionou na entrevista concedida logo depois da conquista.

Gabriel Araújo com a prata da natação das Paralimpíadas


Foto: Miriam Jeske/CPB

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Gabriel, que não tem os braços, começou a praticar o esporte paralímpico em 2015
ao ser visto por um professor de Educação Física que lhe perguntou se havia interesse
de tentar ingressar na natação. Convite aceito, ganhou três medalhas de ouro em sua
primeira competição e nunca mais parou.
Fã de Daniel Dias, ele brilhou no Parapan de Lima, em 2019, com cinco pódios
faturados (dois ouros, uma prata e dois bronzes) que o credenciaram a grandes
resultados em Tóquio.
Bebezinho de bronze
A terceira medalha do Brasil nas Paralimpíadas saiu com Phelipe Rodrigues, cujo
apelido é Bebezinho, nos 50m livre da classe S10. O nadador cravou a marca de 23s50,
ficando atrás do campeão Rowan Crothers (23s21), da Austrália, e de Maksym Krypak
(23s33), da Ucrânia.
Phelipe Rodrigues é bronze nos 50m livre S10 masculino - Paralimpíadas de Tóquio
2020
Foi o oitavo pódio paralímpico de Rodrigues: ele tem cinco pratas e três bronzes
em sua carreira.

Phelipe Rodrigues é bronze na natação nas Paralimpíadas


Foto: Alê Cabral/CPB

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- Claro que o ouro paralímpico era o que faltava, mas conseguir mais uma medalha
é excepcional. Ainda mais depois de 12 meses de restrições [por causa da pandemia]
- disse Rodrigues.
Maria Carolina Santiago termina em sexto na final dos 100m borboleta S13 feminino
- Paralimpíadas de Tóquio 2020
Mais brasileiros competiram na natação nas Paralimpíadas de Tóquio nesta
quarta. Maria Carolina Santiago terminou a final dos 100m borboleta na classe S13
na sexta posição (1min07s11). O ouro ficou com a italiana Carlotta Gilli, a prata com
a compatriota dela Alessia Berra e o bronze com a russa Pikalova.
Jose Ronaldo da Silva é o quinto na final dos 100m costas S1 masculino -
Paralimpíadas de Tóquio 2020
José Ronaldo da Silva, de 40 anos, que disputou os 100m costas da classe S1
(atletas com limitações físico-motoras mais severas). O paulista terminou na quinta
posição (3min03s18), 35 segundos depois do vencedor, o israelense Iyad Shalabi.
Douglas Matera termina em sétimo na final dos 100m borboleta S13 masculino -
Paralimpíadas de Tóquio 2020
Douglas Matera foi o sétimo nos 100m borboleta da classe S13. O ouro ficou com
o bielorusso Ihar Boki, que foi seguido do ucraniano Oleksii Virchenko e e do uzbeque
Islam Aslanov.

Título: Braçada de borboleta


Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/pessoa-nadando-na-agua-863988/

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ANOTE ISSO

Manter as aulas de natação com regularidade é fundamental para qualquer pessoa


que deseja alcançar bons resultados no esporte.

LEITURA COMPLEMENTAR

O professor Oswaldo Fumio Nakamura no livro Natação 4 Estilos: Defeitos - Correções


publicado em 1997, coloca que no estilo borboleta a recuperação dos braços é o
momento de relaxamento em todos os estilos, dos músculos responsáveis pela ação
propulsora dos mesmos. Partindo da posição das mãos ao lado dos quadris, os braços
são levados estendidos ou quase estendidos até os pontos laterais à cabeça, com a
palma das mãos e cotovelos dirigidos para cima, quando então a palma das mãos
se voltam para a água e os braços são estendidos para frente até o final da entrada
das mãos na água, na largura dos ombros.
Na tração, a braçada no estilo borboleta consiste em um movimento simultâneo e
simétrico. Após a entrada dos braços na água, as mãos são voltadas ligeiramente para
fora e para baixo, atingindo uma profundidade de 20 a 25 centímetros da superfície. À
medida que se aproxima da linha dos ombros com a palma das mãos voltadas para
trás, os cotovelos atingem flexão aproximada de 90°, quando as mãos estão sendo
levadas para baixo do corpo, para dentro, com um força contínua e crescente.
Nesta fase, as mãos se aproximam e os braços começam a se estenderem para
trás, seguido do giro das mãos para fora, comprimindo a maior quantidade de água,
a fim de se prepararem para o início da recuperação.
Já o movimento das pernas se encontram no ponto mais baixo da sua batida, com
os calcanhares a uma profundidade de mais ou menos 60 centímetros. Os quadris
se encontram próximos da superfície. As pernas se movem para cima em extensão,
provocando o abaixamento dos quadris. Iniciar a descida das coxas, seguido da semi-
flexão dos joelhos. Neste ponto, os quadris chegam ao seu flexionamento. As pernas
e pés são lançados para baixo como uma “rabada” e finaliza com a extensão das
mesmas.
A respiração ocorre a inspiração e a expiração, sendo que a inspiração Inicia-se
no final da tração dos braços e a expiração é realizada de modo explosivo, quando
inicia a segunda metade da tração dos braços. O número de braçadas para cada

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respiração completa varia de um nadador para outro, sendo o mais comum, de uma
a duas braçadas.
Assista as competições do lendário atleta americano Michael Phelps e tente identificar
nas descrição do professor Oswaldo Fumio Nakamura como ocorre o nado borboleta:
https://www.youtube.com/watch?v=77cGEsthFwA.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Regras do nado borboleta. Disponível em: https://natacaopotiguar.blogspot.


com/2019/03/aperfeicoando-seu-nado-borboleta.html
O blogspot do Natação Potiguar traz uma série de reportagens sobre os estilos
de natação e as regras para sua execução. Nas regras do nado borboleta, os braços
realizam movimentos simultâneos e simetricamente, ambos executam a braçada
para baixo, para trás e passam em cima da água lateralmente para frente. As pernas
unidas executam movimentos de cima para baixo e de baixo para cima, imitando o
movimento da barbatana caudal do golfinho.
A denominação de golfinho para o nado borboleta (em inglês “butterfly”, em espanhol
“mariposa”) vem justamente da similaridade dos movimentos horizontais longitudinais.
Nas primeiras aparições da prática desse estilo, os nadadores até imitavam o golfinho,
após cada movimento dos braços em cima da água mergulhavam profundamente e
executavam dentro da água alguns movimentos ondulatórios. Depois, convenceram-se
que para este tipo de mergulho gastava-se muita energia e tempo e por isso começaram
a nadar na superfície da água, com movimentos contínuos e coordenados dos braços.
O nadador desloca-se mais rápido quando executa movimentos contínuos das
pernas. Neste caso, para o movimento dos braços (braçadas e deslocamento dos
braços por cima da água) executam-se dois batimentos das pernas. É possível executar
somente um batimento com pernas, porém o deslocamento será menor. Mesmo assim
apresenta uma vantagem: a utilização de uma pernada exige menos força e torna
mais fácil o desenvolvimento do nado, quando a intenção é nadar longas distâncias
que exigirão maior controle da respiração, como em provas do tipo 200m Borboleta
ou 400m Medley.
A braçada começa logo depois da entrada dos braços. Simultaneamente a parte
inferior do tronco inclina-se um pouco para baixo e os ombros para cima. As pernas
flexionam-se e ao mesmo tempo, os pés se movimentam para cima. Aproximadamente

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no meio da braçada, o quadril aparece na posição mais baixa e os ombros na superior.


Alguns nadadores neste momento executam a inspiração.
Na segunda metade da braçada, os braços na parte inferior do tronco começam a
projetar-se para cima. As pernas estendem-se nas articulações dos joelhos e executam
batimentos fortes para baixo. Termina-se este batimento quase simultaneamente com
o final da braçada. Neste momento é importante a elevação dos quadris para facilitar
a entrada dos braços na água.
No início da recuperação dos braços o quadril mergulha novamente para facilitar a
projeção dos braços à frente. Este mergulho do quadril aumenta devido à elevação dos
braços. Exatamente aqui é mais cômodo fazer a inspiração, executando-a na primeira
metade do movimento dos braços em cima da água. Quando as mãos aproximam-se
da linha dos ombros a cabeça mergulha e começa a expiração que deve continuar
até a próxima recuperação dos braços. Com o início da movimentação dos braços
em cima da água, a parte inferior do tronco afasta-se para baixo, então as pernas
flexionam-se. As pernas e os pés movimentam-se para cima.
Na segunda metade da movimentação dos braços em cima da água até a entrada
deles, o quadril desloca-se para cima, as pernas estendem-se e executam um batimento
forte para baixo. Os ombros submergem um pouco, mas os braços estendidos ficam
na superfície da água (especialmente os antebraços e as mãos) e logo começam a
fase de tração.
Um aspecto muito importante: se um dos batimentos das pernas não for executado
no final da tração de braço, mas no meio, isto pode retardar o deslocamento. Se
o nadador não assimilar a coordenação exata dos movimentos das pernas com o
término da braçada, então é melhor não executar um batimento. Neste caso o nado
com dois batimentos, desliza as pernas durante a braçada e o nadador desloca-se
mais rapidamente para frente.
Na primeira metade da braçada o tronco está em posição horizontal: mas
hidrodinâmica. As pernas estendidas, mas não tensas. Na segunda metade da tração
de braço, a parte anterior do tronco começa gradativamente a desviar-se para cima
com o início da movimentação dos braços em cima da água, a cabeça se levanta um
pouco e o nadador executa a inspiração. Na primeira metade da movimentação dos
braços, o corpo do nadador pouco flexiona. O quadril mergulha, as penas flexionam-se
nos joelhos, as pernas e os pés movimentam-se para cima. Na metade do movimento
das pernas em cima da água a inspiração termina e a cabeça mergulha.

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Após esta fase a parte anterior do tronco começa a levantar-se, as pernas estendidas
realizam o batimento forte para baixo. Os ombros imergem um pouco, mas os braços
abaixam na água para que os antebraços e as mãos fiquem próximos à superfície da
água. Depois disso, inicia-se a fase de tração.

ANOTE ISSO

Sentir-se dentro da água como um peixe e não somente sentir, mas movimentar-
se e nadar. O mais interessante estilo da natação é o nado borboleta, pela sua
desenvoltura, complexidade e beleza.

LEITURA COMPLEMENTAR

No livro Nadando Ainda Mais Rápido do professor e pesquisador Ernest Maglischo,


publicado pela Manole em 1999, o nado borboleta é o mais novo dos nados, tendo sua
primeira tentativa a partir da variação do nado peito em 1927, efetuada pelo nadador
alemão Redemacher. Surgindo a partir de imperfeições existentes nas regras da FINA,
que não compilaram com precisão o nado peito.
Em 1933 foi atribuído ao estilo o nome borboleta e somente em 1953 foi que o nado
borboleta dá inicio a sua trajetória na natação. Os nadadores de peito observaram que
poderiam nadar mais rápido, se utilizassem a recuperação sobre o nível da água. Logo
após alguns estudiosos viram que a ação simultânea das pernas do sentido vertical
e não no sentido horizontal era mais eficaz.
Em 1953 o nadador húngaro Gyorgy Tompek apresentou um nado com uma
sequência de submersões e pequenas aparições na superfície, já apresentando uma
grande ondulação, o que deu o nome de golfinho devido à ondulação. A posição quase
plana do nado somente apareceu inicialmente com S. Mann, em 1956 e posteriormente
com o americano Mike Troy, em 1960.
Desde então o nado veio se aperfeiçoando, no Brasil este nado não tem muita
tradição, tendo seus melhores resultados com o nadador César Cielo, que conquistou
varias medalhas em campeonatos internacionais. O posicionamento do corpo é na
horizontal em decúbito ventral, durante o desenvolvimento do nado o corpo apresenta
oscilações verticais. O corpo deverá estar o mais nivelado possível à superfície durante
o movimento, o quadril deve deslocar-se para cima e para frente e o rosto mantém
o contato com a água.

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Os braços realizam uma circundução ântero-posterior simultaneamente. Logo abaixo


estão descritas as fases da braçada: Entrada: Deve ser feita à frente da cabeça, entre a
linha central desta e a linha da direção do ombro. Os braços devem estar ligeiramente
flexionados, com rotação medial, com os cotovelos um pouco acima das mãos, de
modo que as pontas dos dedos sejam a primeira parte a entrar na água. As mãos
devem deslizar para dentro da água, à frente, de lado, com a palma das mãos voltadas
para fora.
O apoio consiste em uma puxada para o lado, com os braços estendidos, não deixando
haver uma abertura exagerada. A tração ocorre com uma flexão dos antebraços em
relação aos braços, com uma trajetória das mãos em direção à linha mediana do corpo,
e para o fundo. O empurre é o momento em que começará a existir maior eficiência
da braçada, quando podemos observar uma flexão do antebraço em relação ao braço,
fase em que as mãos, cotovelos e ombros deverão estar alinhados, sob o corpo.
A partir daí, haverá uma aproximação do braço e cotovelo ao tronco, passando a
existir uma maior pressão de movimento, em relação às fases anteriores. A finalização
ocorre no empurrão final haverá uma extensão do antebraço vigoroso, retirando-se, logo
a seguir as mãos da água, próximas do quadril. Por fima a recuperação, que deverá
ser feita através da elevação dos cotovelos, flexionando os antebraços e projetando
as mãos à frente, com os braços passando pela lateral, paralelos à superfície da água.
Os braços e mãos deverão estar o mais relaxado possível.
Assim como no nado crawl, durante a fase aquática dos braços as mãos percorrerão
um trajeto chamado de movimento em “S”. Segundo pesquisas na área de hidrodinâmica
este é o movimento que proporciona maior apoio do braço, antebraço e mão na água.
Na técnica da pernada, os movimentos de perna são realizados simultaneamente
com trajetórias ascendentes e descendentes. o movimentos descendentes traduz a fase
descendente é iniciada quando o calcanhar está alinhado com a superfície da água,
momento este em que acontecerá uma pequena flexão da articulação coxofemoral
e do joelho, fazendo com que haja um pequeno abaixamento do joelho para uma
posterior extensão rigorosa da perna.
Os pés deverão estar em flexão plantar e em inversão, procurando aproveitar bem
a pressão realizada pelo dorso dos pés e pernas na água. Este movimento deverá
ter uma profundidade de aproximadamente 40 a 50 centímetros abaixo da superfície
da água. No movimento ascendente, o pé estará ainda em flexão plantar, e a perna
retornará à posição inicial estendida, porém relaxada.
A coordenação entre pernas e braços no nado borboleta ocorre de maneira que
a braçada inicial para apoiar é feita em conjunto com uma pernada, e no período da

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aproximação das mãos com o quadril realiza-se outra para empurrar, sendo assim,
uma braçada para cada duas pernadas.
Por fim a respiração, que pode ser classificada com o número de braçadas: 1X1,
2X1 ou 3X1. No período em que o rosto permanece na água executa-se a expiração
por meio da boca e/ou nariz e a inspiração é realizada sequencialmente a expiração,
através de uma rápida suspensão frontal da cabeça, com o queixo mantendo-se na
água.
Partindo para outra perspectiva, trataremos das saídas e viradas, sendo que no
nado borboleta, a saída não é muito diferente da saída do nado crawl, a mudança se
dá basicamente devido a utilização de golfinhadas subaquáticas para se aproveitar
a impulsão obtida na largada, sendo que o nadador deve subir a superfície antes dos
15 metros de percurso.
Já a virada é feita como no nado de peito tradicional, deve-se tocar a parede com
ambas as mãos, logo após levar uma das mãos por sob a água e a outra por cima da
superfície para se encontrarem a frente, enquanto se faz um movimento pendular com
o corpo encostando os pés na parede. Aprofunde seus estudos assistindo também os
vídeos do canal Nada Mais https://www.youtube.com/watch?v=dt92pTsf7xk. Nesse
canal você poderá compreender as descrições técnicas de autores como Ernest
Maglischo.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

© Ale Cabral/CPB/Direitos Reservados


Esportes

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Com recordes, atletas obtêm índice para Mundial de natação paralímpica


Primeira fase do circuito nacional definiu 14 dos 20 nomes garantidos
Publicado em 03/04/2022 - 15:56 Por Lincoln Chaves - Repórter da EBC - São Paulo
Ouça a matéria:
O Brasil tem 20 nadadores confirmados no Campeonato Mundial paralímpico da
modalidade, que será disputado em Funchal (Portugal), entre 12 e 18 de junho. Quatorze
deles foram conhecidos na primeira fase do circuito nacional, finalizada no último
sábado (2), no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. A segunda fase
do circuito, entre 9 e 10 de abril, também servirá como seletiva para a competição.
Cerca de 200 atletas participaram do evento, que começou na quinta-feira (31), sendo
que metade poderia brigar por vagas no Mundial, por terem classificação internacional
(ou seja, estarem devidamente categorizados, conforme o grau da deficiência, para
competições no exterior). Pelos critérios do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), se
o nadador atingisse o índice estabelecido pela entidade em ao menos uma prova, ele
poderá disputar outras em Portugal, desde que atenda às marcas mínimas exigidas
pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC, sigla em inglês).
Na natação paralímpica, são dez classes (S1 a S10) voltadas aos atletas com
deficiências físico-motoras. Nas classes S11 a S13, estão os nadadores com
deficiência visual. Nos dois casos, quanto menor o número da categoria, maior o grau
do comprometimento. Já na classe S14, competem os esportistas com deficiência
intelectual.
A busca pelo índice para o Mundial rendeu a quebra de alguns recordes. O paulista
Samuel Oliveira, de apenas 16 anos, tornou-se o paralímpico mais veloz das Américas
da classe S5 nos 50 metros (m) nado borboleta. Ele finalizou a prova em 33s57,
superando os 33s98 registrados simplesmente pelo multicampeão Daniel Dias, em
2014.
“É bem difícil a ficha cair agora, mas fico feliz de ter batido o recorde das Américas.
É como sempre falo: tem que sonhar alto, mas sempre com o pé no chão”, celebrou
Samuel, que amputou os dois braços devido a um choque elétrico de três mil volts,
à Agência Brasil.

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Com apenas 16 anos, Samuel tornou-se o paralímpico mais veloz das Américas
da classe S5 nos 50m borboleta, ao completar a prova em 33s57, superando os
33s98 registrados pelo multicampeão Daniel Dias, em 2014.- Ale Cabral/CPB/Direitos
Reservados. No ano passado, em São Paulo, o jovem tinha estabelecido marca para
competir na Paralimpíada de Tóquio (Japão) durante a seletiva da seleção brasileira,
mas como não conseguiu participar de competições específicas no ciclo, determinadas
pelo IPC, ficou inelegível para os Jogos. Desta vez, ele poderá estrear em Mundiais.
A carioca Lídia Cruz passou por situação semelhante em 2021, também ficando
fora de Tóquio, apesar de ter índice. A volta por cima veio em grande estilo, com vaga
assegurada no Mundial de Portugal e três recordes das Américas da classe S4 batidos
em São Paulo: nos cem metros e (duas vezes) nos 200m livre.
“A sensação é de que o trabalho duro, que não é de hoje, mas de muito tempo
treinando, está sendo recompensado. Tudo está dando tudo certo”, comemorou Lídia,
que já havia quebrado a marca continental dos 200m em março, na etapa de Lignano
Sabbiadoro (Itália) do circuito mundial paralímpico, na primeira competição dela fora
do Brasil.
Segundo o CPB, além dos atletas que obtivessem índice na fase nacional, os cinco
campeões da modalidade em Tóquio também teriam vaga garantida no Mundial.
Caso de Gabriel Araújo. Dono de duas medalhas de ouro no Japão, o mineiro não se

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poupou na piscina do Centro Paralímpico e quebrou dois recordes mundiais - que já


eram dele próprio - da classe S2: o dos 150m medley e dos 50m borboleta.
“A gente tem que usar as competições para fazer testes. Nadar várias provas, uma
em cima da outra, trabalhar com cansaço e todas as variáveis possíveis, para quando
chegar ao Mundial, estar mais tranquilo e com o corpo preparado para nadar as provas
principais”, argumentou Gabrielzinho, que nasceu com focomelia, doença que impede
o crescimento normal de braços e pernas.
Simultâneo à seletiva, três nadadores do país disputaram a etapa de Berlim (Alemanha)
do circuito mundial, para obterem as respectivas classificações internacionais. Na
classe S3, Larissa Rodrigues foi além das expectativas e também estabeleceu índice
para o Mundial, nos 200m livre. A gaúcha de 17 anos concluiu a prova em 5min13s40,
quase cinco minutos abaixo da marca mínima exigida pelo CPB.

ANOTE ISSO

Vimos aqui nesse texto vários atletas com deficiência física ou visual que nadam
o estilo borboleta. O professor de Educação Física precisa encontrar mecanismos
adaptativos para inserir o atleta no nado.

Para finalizar este capítulo, sinalizamos que o Brasil não tem tradição no estilo
borboleta. O fato de não termos atletas que marcaram a história do nado borboleta
pode estar relacionado à abordagem do próprio estilo nos centros de ensino de natação.
Ou também, pela posição no processo de ensino e aprendizagem dos estilos, sendo
que o borboleta acaba sendo o último nado a ser ensinado pois exige muita habilidade
e força na água. De qualquer forma, cabe aos professores de Educação Física que
atuam com a natação, incentivarem seus alunos a praticar mais esse estilo.

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CAPÍTULO 12
ENTRADAS E VIRADAS

Título: Mergulho
Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto/atleta-esportista-jogador-mar-aberto-8688192/

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

Para chegar a perfeição técnica nas saídas e chegadas é preciso muita repetição,
análise de movimento e intervenção profissional.

Ao analisarmos a imagem acima em que o aluno de natação realizou uma entrada


na água de ponta, podemos predizer vários aspectos técnicos importantes: a posição
das mãos entrando primeiro na água, o queixo cerrado no peito olhando para trás, a

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posição tronco e das pernas. De qualquer forma, a imagem nos permite concluir que
muitos pontos poderiam ser melhorados de forma a tornar o salto ainda mais eficiente.
Eficiente na distância do salto, a velocidade de entrada e o atrito do corpo com a água,
denominado de arrasto. Outra questão que não podemos deixar de considerar é que
para chegar a esse ponto que vemos na imagem, muita barrigada, carada e pernada,
este aluno deu nas muitas tentativas realizadas no processo de iniciação. Há e não
podemos esquecer que tudo isso tem start no processo de adaptação ao meio líquido
que o alunos entra nas primeiras vezes em pé. O que queremos sinalizar é que assim
como os outros estilos de nadar, crawl costas, peito e borboleta, as entradas e viradas
tem suas particularidades e precisam ser treinadas como parte distinta dos estilos.

ANOTE ISSO

Entendemos que as saídas, viradas e deslizamentos podem ser compreendidos


como o quinto nado.

LEITURA COMPLEMENTAR

O professor William Urizzi de Lima que escreveu o livro Ensinando Natação destaca que
o desempenho na natação é determinado por vários fatores, dentre eles as habilidades
técnicas, que são de suma importância para o desenvolvimento do nado principalmente
no que diz respeito ao ganho de tempo. A saída e a virada executadas de maneira
correta e eficaz, visando o melhor aproveitamento do movimento e melhor economia
de energia, atuam de forma direta no ganho de tempo, favorecendo o desempenho
dos atletas de alto rendimento.
Por vezes, técnicos e atletas negligenciam tal gesto por considerarem como fases
do nado apenas o período em que o atleta está executando o nado propriamente dito,
ignorando, portanto, a importância de uma sessão de treinamento específica para o
aprimoramento de tais técnicas.

ANOTE ISSO

Alguns técnicos ainda afirmam que o treinamento de saídas e viradas se dá


justamente durante o treino onde o atleta executa as viradas constantemente.

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NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Durante os três dias de disputa os atletas estarão competindo em seis etapas, nas
categorias infantil e juvenil
Em Tempo* - 20/07/2022 às 15:51 Disponível em: https://emtempo.com.br/72367/
esporte/vila-olimpica-de-manaus-recebe-jogos-escolares-do-amazonas/

Manaus (AM)- O Parque Aquático de Alto Rendimento da Vila Olímpica de Manaus


é um dos palcos dos Jogos Escolares do Amazonas (JEAs) e recebe, de hoje (20)
até esta sexta-feira (22), mais de 120 atletas que disputam as provas de natação em
diversas categorias.
A competição é organizada pela Secretaria de Estado de Educação e Desporto
(Seduc), com apoio da Fundação Amazonas de Alto Rendimento (Faar), visando a
classificação nacional.
“Ficamos felizes de sediar as provas de natação na piscina olímpica. Os jogos
escolares são de suma importância para os atletas amazonenses, pois acreditamos
que o alto rendimento começa na base e o JEAs é um momento de revelação de
craques, seja nos esportes coletivos ou individuais”, declarou o diretor-presidente da
Faar, Jorge Oliveira.

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Andrews Reis, que faz parte da coordenação da Federação Amazonense de Desportos


Aquáticos (Fada), enfatiza que a competição oportuniza os estudantes que estão
participando do JEAs a competirem na piscina com a nova estrutura.
“Essa piscina é uma herança dos Jogos Olímpicos Rio 2016, é uma das melhores
estruturas que tem no mundo, com blocos de saída rápida que contribui bastante em
todas as nossas competições. Os atletas que estão disputando o JEAs, com certeza
estarão obtendo grandes resultados em seus tempos de provas”, ressaltou Reis.
A estrutura mede 25 x 50 metros, com dois metros de profundidade, toda de aço
inoxidável e pré-moldada, apresentando uma das tecnologias mais modernas para
uma piscina. Na atual temporada, o espaço já recebeu o Campeonato Amazonense de
Natação 2022, onde foram estabelecidos novos recordes para a natação amazonense.

Etapas
Durante os três dias de disputa os atletas estarão competindo em seis etapas, nas
categorias infantil e juvenil. Os confrontos ocorrerão nas provas de 400 metros livres,
100 metros costas, 50 metros peito, 4×50 livre, 50 metros borboleta e 200 medley,
entre outras.
Participando pela primeira vez do JEAs, a atleta amazonense Angelynne Victória
conquistou o primeiro lugar da prova de 100 metros costas e destacou a importância
dos seus treinos para esse resultado.
“Eu treino de segunda a sexta-feira no Instituto Pedro Nicolas e, aos sábados, aqui
na Vila Olímpica. Com a piscina entregue, nosso nível de treinamento aumentou mais
ainda e hoje pude ter um ótimo resultado, participando pela primeira vez dos jogos
escolares”, destacou a atleta de 12 anos.
Jogos Escolares
Ao todo são 20 modalidades esportivas em disputa: Atletismo, Badminton,
Basquetebol, Basquete 3×3, Ciclismo, Futebol, Futsal, Ginástica Rítmica, Ginástica
Artística, Handebol, Judô, Karatê, Natação, Taekwondo, Tênis de Mesa, Voleibol, Vôlei
de Praia, Wrestling, Xadrez e as modalidades para Pessoas com Deficiência (PcD).
O evento conta com 29 municípios das redes estaduais, municipais, federais e
privadas de ensino. Com informações da assessoria
FOTOS: Rudson Renan/Faar
Edição Web: Bruna Oliveira

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LEITURA COMPLEMENTAR

No livro Nadando Ainda Mais Rápido do professor e pesquisador Ernest Maglischo,


publicado pela Manole em 1999, na natação há basicamente duas maneiras de se iniciar
uma prova. A primeira, da borda da piscina, com um mergulho, e este método se aplica às
provas de crawl (estilo livre), borboleta e peito. O segundo método é começar de dentro
da água, utilizado no estilo costas. O objetivo da saída é impulsionar o nadador à frente,
da extremidade da piscina, o mais rápido possível e com o maior impulso possível.
Para a saída da borda da piscina existem duas variações no posicionamento das pernas
no bloco, que Maglischo (1999), define como saída de agarre e saída de atletismo.
Para o autor, as saídas da natação vêm sendo muito questionadas, com relação a
sua participação nas provas de velocidade. Em uma prova de 50 metros nado livre, a
saída representa cerca de 10% do seu tempo, por isso faz-se necessário à realização
de estudos para identificar qual é a melhor saída (atletismo ou agarre), onde, em uma
prova de velocidade, o primeiro e o segundo colocado são separados por centésimos
de segundos um do outro e assim por diante. Assim um atleta que tem uma boa
técnica de saída terá uma vantagem sobre os atletas que não dominam tão bem
esta técnica, um fator que poderá ser determinante no resultado final de uma prova.
Na metodologia da natação, observamos muitas vezes que o professor não dá
a devida importância ao processo de aprendizagem das saídas, faltando assim um
caráter mais dirigido a esta aprendizagem, onde o aluno através da experimentação
dos dois tipos de saída teria condições de escolher a mais eficiente, a que a ele mais
se adapta.
A saída nas provas de nado livre, peito e borboleta serão dadas com um mergulho.
No apito longo do árbitro os competidores devem subir no bloco de partida, ali
permanecendo. Ao comando do juiz de partida aos seus lugares, eles devem
imediatamente tomar posição de partida com pelo menos um dos pés na parte anterior
do bloco de partida e lá permanecerem imóveis até o sinal de partida, que só será
dado no momento em que todos os atletas estiverem imóveis.
Maglischo (1999), divide a saída de agarre em: posição preparatória, empurrada,
impulso do bloco, vôo e entrada. Uma adaptação da saída de agarre é a saída de
atletismo. Onde a principal diferença entre elas ocorre na posição preparatória no
bloco de partida. Na saída de atletismo o nadador coloca um pé perto da parte de trás
do bloco visto que na saída de agarre ambos os pés estão sobre a borda dianteira
do bloco de partida.
O professor de Educação Física que ensina natação deve adotar uma metodologia de
ensino para alunos iniciantes, respeitando as limitações individuais, tanto de crianças
como de adultos. Sendo necessário que se faça um trabalho de adaptação ao meio

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líquido, antes de se ensinar os estilos da natação (crawl, costas, peito e borboleta), e


até mesmo as saídas e viradas. Pois um aluno adaptado ao meio líquido terá muito
mais facilidade de aprender a executar a técnica de saída do que aquele que não é
tão bem adaptado.
De forma resumida, nas saídas as mãos estão entre os pés, os dedos devem estar
flexionados e apoiados no bloco de partida. Os braços são lançados à frente com
uma mão sobre a outra para ajudar na velocidade inicial. Propomos para um melhor
entendimento da descrição técnica da saída, que você assista ao vídeo do Instituto
Gustavo Borges https://www.youtube.com/watch?v=zNHUMJDcEik.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Brasil é 5º no revezamento misto da maratona aquática em Budapeste


Disponível em: https://www.olimpiadatododia.com.br/maratonaaquatica/449156-
brasil-5o-revezamento-misto-maratona-aquatica-mundial/

Brasil faz prova de recuperação e termina em 5º lugar no revezamento 4×1,5km da


maratona aquática no Mundial de Budapeste.

Vivi, Cibelle e Bruce integraram a equipe brasileira que foi quinta colocada
Foto: CBDA

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O Brasil ficou em quinto lugar no revezamento 4×1,5km misto das águas abertas no
Mundial de Esportes Aquáticos, disputado em Budapeste, na Hungria, neste domingo
(26). A equipe formada por Cibelle Jungblut, Viviane Jungblut, Bruce Hanson Almeida e
Guilherme Costa não fez um bom início, mas conseguiu se recuperar nas três últimas
pernas. A Alemanha levou o ouro.
Esta é uma prova inédita em Mundiais de Esportes Aquáticos. Nela, competem
dois homens e duas mulheres em cada equipe, sendo que cada atleta nada 1,5km.
A ordem dos nadadores é decidida pela própria equipe, assim como acontece nas
provas deste tipo na natação.

Como foi a prova


Cibelle Jungblut foi quem iniciou a disputa para o Brasil. Com muitos homens em
ação, ela acabou ficando para trás e completou a primeira volta na 20ª colocação
entre 21 atletas. A equipe tinha 2:52.1 atrás da então líder Grécia. Na sequência, a
irmã de Cibelle, Viviane, foi quem nadou para a equipe brasileira.
Vivi conseguiu cortar bem a diferença para o pelotão dianteiro, também porque os
quatro primeiros times do revezamento foram desclassificados por não passarem a
boia do percurso. Ela subiu para a 12ª colocação e entregou para Bruce Hanson com
uma distância de 1:32.1 para a líder Alemanha. Bruce teve um desempenho destacável
e o Brasil subiu ainda mais, para a sétima colocação, a 38.2 dos líderes.
Na última perna, veio Guilherme Costa, o medalhista nos 400m livre e finalista nos
1.500m livre neste Mundial. Cachorrão fez uma ótima perna e conseguiu ganhar duas
posições, ultrapassando a Austrália no sprint final. Assim, o Brasil encerrou em quinto
lugar, com 48,6s atrás da líder Alemanha, que completou a disputa em 1:04:40.5, numa
arrancada fantástica de Florian Wellbrock no fim. A Hungria levou a prata, enquanto
a Itália, que fechou com Gregorio Paltrinieri, ouro nos 1.500m livre no dia anterior, foi
bronze.

Provas da maratona aquática


Campeã olímpica, Ana Marcela Cunha não competiu no revezamento, mas está
confirmada para as demais provas da maratona aquática neste Mundial. Ela competirá
nos 5km já nesta segunda-feira (27), às 04h (horário de Brasília). Os 10km – distância
olímpica – estão programados para a quarta-feira (29), enquanto os 25km, em que
ela já conquistou quatro títulos, acontecerão na sexta-feira (02).

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ANOTE ISSO

Nas provas de piscinas as saídas e viradas de bóia ocorrem de forma diferente,


veja o vídeo de mostra a saída de uma prova de maratona aquática em
que a atleta brasileira Poliana Okimoto participa: https://www.youtube.com/
watch?v=A0nAj75c4vs

LEITURA COMPLEMENTAR

No livro Ensinando Natação do professor William Urizzi de Lima, a saída do bloco


de partida deve seguir uma sequência lógica, sendo que, após o aluno assimilar e
aprendido os nados, está na hora de trabalhar o mergulho elementar. Isso ocorre
no início do aperfeiçoamento e condicionamento. Maturacionalmente, observamos
crianças na faixa etária dos 08 aos 10 anos com certa facilidade para assimilar os
fundamentos das saídas e viradas, pois os movimentos são mais complexos que os
ensinamentos dos nados.
Para o autor, podemos iniciar através de exercícios educativos que levarão os alunos
a assimilar melhor os ensinamentos. Uma boa estratégia é realizar alguns exercícios
educativos, unir os exercícios, colocando em prática a saída e virada completa. As
viradas podem ser divididas em aproximação da borda, virada, impulso e deslize.
A aproximação da borda deve ocorrer com velocidade, atacando a borda da frente O
giro é frontal e quanto mais o queixo estiver próximo ao peito mais rápido será o giro.
O impulso deve ser dado com as pernas flexionadas protegendo bem a cabeça. Depois
o corpo deve adotar uma posição no formato de flecha com as mãos sobrepostas e os
braços bem alongados. Por fim, o deslisamento, que deve ser realizado com o corpo
abaixo da superfície da água para evitar a resistência. Para melhor compreender a
descrição da virada, assista os vídeos disponibilizados pelo canal https://www.sikana.
tv/pt. Lá no canal você encontrará muitos vídeos que exemplificam as viradas nos
diferentes estilos de nado.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

O domínio do tempo aproxima grande parte das disputas nas Olimpíadas. A briga
pelo melhor tempo projeta o pódio. Mas nem sempre isso é perceptível ao olhar
humano. A história olímpica começou na base do improviso, em Atenas 1896. Cada

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juiz levava seu próprio relógio. O vencedor era determinado depois de feita média dos
tempos dos árbitros. Mais de um século depois, em Tóquio 2020, a tecnologia dita os
rumos - e ajuda a indicar o ganhador tão logo a prova termine. Sem espera nem dúvida.

Conheça a evolução da cronometragem nos Jogos Olímpicos


Na evolução olímpica, o cronômetro entrou em cena nos Jogos de Los Angeles
1932. Em Londres 1948, foi a vez de o photo finish ser adotado, mas havia ainda uma
espera. Era necessário aguardar até 20 minutos para revelar a foto que apontava o
vencedor. Na Cidade do México 1968, a natação viu uma grande novidade. Até então,
os nadadores dependiam da velocidade dos dedos do juiz para apertar o botão e
anotar seus tempos de prova. Naquela edição das Olimpíadas, o próprio atleta passou
a selar sua sorte, tocando um painel sensível na chegada.
Os Jogos de Tóquio vão contar com um monitoramento quase completo dos atletas.
No atletismo, por exemplo, além da distância entre os corredores, será possível também
saber a velocidade de cada um, o momento em que um acelera para a vitória e outro
fica pelo caminho.
No vôlei de praia, o jogador terá um raio-x com índices como número de saltos, com
a altura de cada um em relação à areia, a velocidade dos ataques. E ate a distância
que cada um percorre durante um jogo. São elementos que tornam a modalidade
ainda mais atraente, explica Emanuel, vencedor de três medalhas olímpicas.
- Acredito que dados sobre informações de velocidade, força, salto dos atletas,
vai deixar o vôlei de praia mais espetacular - diz Emanuel. - Você vai acompanhar a
imagem e sentir o que é aquilo, como é que o atleta consegue saltar um metro da
areia, como é que ele consegue colocar uma velocidade no ataque de praticamente
90km/h. Com informações mais reais, instantâneas, vai ser gostoso assistir, ver dados.
Vai entreter mais as pessoas que assistem ao vôlei de praia. Serão mais informações
para as pessoas, elas vão se sentir parte ali do jogo.
Para o campeão olímpico de Atenas 2004 e comentarista da Globo, a novidade
tecnológica ajuda também a estratégia do atleta no decorrer da disputa.
- Essa informação é importantíssima ao longo da competição. Aí, você consegue
analisar em qual momento o jogador está saltando mais, se ele está tendo uma
constância de saltos durante o jogo todo, qual o momento em que ele começa a cansar,
porque você vai saber dada ataque e velocidade - explica Emanuel, que ganhou também
a prata em Londres 2012 e o bronze em Pequim 2008. - Se ele começa a manter ali

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80km/h e vai para 60, 50, você vai entender em qual momento aquele atleta começa
a cansar. Aí você muda a estratégia do jogo. Com informações privilegiadas, bons
times conseguem usar isso na hora certa. Momento em que aquele atleta cansa, aí
jogar em cima daquele atleta.

Michael Phelps (à esquerda) e Milorad Cavic na chegada dos 100m borboleta em Pequim-2008
Foto: Adam Pretty/ Getty Images

Na natação, enquanto a prova é disputada, serão mostradas informações como


velocidade, distância percorrida e número de braçadas. Para Gustavo Borges, dono
de quatro medalhas olímpicas, a tecnologia ajuda.
- Com certeza a tecnologia é fundamental dentro das piscinas. Em Barcelona, levou
40 minutos para eu ter um resultado final porque as câmeras tiveram que fazer as
filmagens ali. Eu bati a mão no placar e ele não funcionou. Depois de 40 minutos de
sofrimento, veio a medalha - disse o comentarista.
Mas o ex-nadador, que levou duas pratas (nos 100m livre em Barcelona 1992 e
nos 200m livre em Atlanta 1996) e dois bronzes (100m livre em Atlanta 1996 e no
revezamento 4x100m livre em Sydney 2000), ressalta um ponto.
- Monitoramento e você ter em tempo real a posição do atleta, isso é muito
interessante. Tecnologia vem sempre para ajudar, auxiliar, deixar mais divertido, inclusive
as transmissões, para quem está assistindo de casa. Mas, na natação, você pode estar

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cabeça a cabeça, ou você pode estar um pouco à frente do seu adversário, mas o
que resolve mesmo não é o que o monitoramento vai te dizer. É quem toca primeiro
no placar eletrônico.
Confira algumas novidades em ação em Tóquio
Pistola de largada eletrônica
O som viaja mais lentamente que a luz. Por isso, os atletas das raias mais distantes
ouvem o som de largada mais tarde que os demais, beneficiando assim os atletas
mais próximos. Em Tóquio, haverá uma pistola eletrônica conectada a alto-falantes,
posicionados atrás de cada corredor. Ao se pressionar o gatilho, o som da pistola é
gerado eletronicamente e um flash de luz é emitido, enquanto o pulso de largada é
enviado ao cronômetro.

Câmera que grava até 10.000 imagens por segundo


A Scan’O’Vision MYRIA é a câmera de acabamento fotográfico mais avançada da
história da Omega. Colocada nas linhas de chegada de sprints, corridas de obstáculos
e outras corridas, é capaz de gravar até 10.000 imagens digitais por segundo, gerando
fotos compostas que permitem aos juízes determinar a classificação oficial e os
tempos de cada evento.

Luzes instaladas no bloco de partida da natação


Foto: Omega/Divulgação

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Natação com indicação por luzes


Um inovador sistema de luzes, denominado Swimming Light Show, inclui luzes
instaladas em blocos de partida, na extremidade da piscina. Quando a competição
termina, um único grande ponto indica o atleta que chegou em primeiro, enquanto
dois pontos de tamanho médio mostram quem ficou em segundo lugar e três pontos
menores de luz confirmam o terceiro colocado.

Touchpads para natação


Ao final de uma competição de natação, os famosos touchpads – posicionados em
ambas as extremidades da piscina – permitem que os nadadores “parem o relógio”,
exercendo uma pressão entre 1,5 e 2,5 kg (3,3 e 5,5 libras) sobre eles. Devido a esses
touchpads, a natação é, há muito tempo, o único esporte em que os competidores
podem parar seu próprio tempo de percurso.

Quantum Timer
Tem uma resolução ainda melhor, de um milionésimo de segundo. Acionado por
um componente de microcristal integrado ao cronômetro, essa resolução é 100 vezes
superior à dos dispositivos anteriores e, com uma variação máxima de apenas um
segundo a cada dez milhões de segundos, é cinco vezes mais precisa.

ANOTE ISSO

Os recordes na natação, em grande parte, se deve a utilização de tecnologias de


controle cada vez mais eficientes.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Com a presença de medalhista surdolímpico, evento-teste da natação reúne mais


de 50 atletas em Caxias
Dia de preparação serviu para testar equipamento luminoso usado na largada da
competição para surdos
24/04/2022 - 20h04min
Atualizada em 24/04/2022 - 20h43min
BRUNO TOMÉ

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Competições oficiais acontecem na Sede Guarany do Recreio da Juventude entre 2 e 9 de maio


Porthus Junior / Agencia RBS

Os últimos detalhes foram acertados. Neste domingo (24), a Sede Guarany do Recreio
da Juventude recebeu o evento-teste da natação para a 24ª edição das Surdolimpíadas
de Verão, que serão realizadas em Caxias do Sul entre os dias 1º e 15 de maio. O
teste reuniu diversas provas com 53 atletas para que a organização pudesse definir
situações essenciais nos dias de competição, como o funcionamento do equipamento
que indica a largada aos atletas e a sinalização para os competidores. No caso da
natação, as disputas começam em 2 de maio.
A prioridade do evento preparatório foi o equipamento de luz usado para dar a
largada nas provas. Na modalidade convencional, a natação usa um sinal sonoro. Já
nas provas para surdos, um aparelho com três cores é utilizado, em que o vermelho
dá o sinal para subir no bloco de partida, o amarelo indica para o atleta se colocar
em posição de largada, e o verde dá a partida da prova.
— Com a população surda, nós precisamos adaptar e essa adaptação é o sinal
luminoso. Então, conseguimos organizar o equipamento e testá-lo — explica Daniela
Gonzalez, coordenadora da Natação nas Surdolimpíadas.

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Aparelho com três cores dá o sinal para largada dos atletas nas provas de natação
Porthus Junior / Agencia RBS

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Aparelho com três cores dá o sinal para largada dos atletas nas provas de natação
Da mesma forma, a organização observou em que pontos do ginásio utilizar a
estrutura de sinalização para os atletas. Uma adição para a competição, por exemplo,
é uma placa de LED que será instalada no local para informar a ordem das provas e
quem estará nelas. O evento-teste não contou com esse equipamento, servindo como
oportunidade para determinar a posição desta estrutura.
— O surdo precisa de pistas visuais, então a gente tentou sinalizar todo ambiente
para que o pessoal possa acessar sem dificuldades, para que a gente possa ter um
balizamento organizado com intérpretes e ver o que precisamos viabilizar para atender
cada vez melhor o pessoal desse evento — completa a coordenadora da Natação.
O evento-teste para Surdolimpíadas contou com provas de 50m livre (iniciação);
50m, 100m, 200m, 400m livre; 100m e 200m costas; 100m e 200m peito; 100m e
200m borboleta; e 200m e 400m medley. Os participantes foram os nadadores do
projeto de paradesporto da Secretaria Municipal do Esporte e Lazer (SMEL) de Caxias
do Sul. Muitos competidores eram crianças acima de 8 anos, que puderam estar
com o nadador Guilherme Maia, representante da Seleção Brasileira e medalhista
das Surdolimpíadas.
— Pudemos observar vários detalhes importantes não apenas para essas
modalidades, mas para todos locais de competição. Pequenas coisas que ainda
precisamos completar, entre organização, local e algumas precauções. Foi muito
positivo, treinar como fazer bem é uma coisa muito boa — comenta Richard Ewald,
CEO do Comitê Organizador das Surdolimpíadas, avaliando também o evento-teste
da maratona, que aconteceu na manhã de domingo.
Nesta semana, as equipes das competições ainda se reunirão para avaliar de forma
mais completa as duas provas para determinsar os ajustes finais.

Autoridades do Comitê Internacional de Esportes para Surdos (ICSD) e do Comitê Organizador estiveram presentes
Porthus Junior / Agencia RBS

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Caxiense Gustavo Perazzolo também participou de prova no evento-teste


Antônio C. Lorenzett / Divulgação

Muitos atletas infantis, acima de 8 anos, participaram do evento-teste


Porthus Junior / Agencia RBS

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Presidente do Comitê Internacional de Esportes para Surdos cai na água em evento-


teste
As autoridades do Comitê Internacional de Esportes para Surdos (ICSD) participaram
do evento-teste de natação. Porém, o Presidente do Comitê, o caxiense Gustavo
Perazzolo, participou da prova preparatória de uma maneira diferente. Perazzolo, que
foi triatleta e já competiu nas Surdolimpíadas, disputou a prova de 50 metros livre,
chegando em terceiro lugar na sua bateria.
— Eu me sinto muito feliz. Eu estou muito curioso para participar de todos os espaços
e sentir essa emoção novamente. Quando eu era atleta, imaginava esse período de
chegada das Surdolimpíadas. Foram muitos anos e muitos treinos. Agora, chega em
Caxias. Me sinto um representante em estar participando desses eventos-testes —
relata Perazzolo, ao lado da intérprete de Língua de Sinais (Libras), Cristiane Casara.
Na manhã de domingo, Perazzolo participou da abertura do evento-teste da
maratona e ainda completou uma volta. O presidente do ICSD não esconde a alegria
da proximidade da abertura da programação.
— É importante porque é para os atletas. É um orgulho desse grande momento,
desse reconhecimento, também para América Latina no esporte — celebra a autoridade.

Guilherma Maia tem histórico de cinco medalhas em Surdolimpíadas


Porthus Junior / Agencia RBS

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Guilherma Maia tem histórico de cinco medalhas em Surdolimpíadas


Porthus Junior / Agencia RBS

Guilherma Maia tem histórico de cinco medalhas em Surdolimpíadas


Porthus Junior / Agencia RBS

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Medalhista surdolímpico está confiante


A grande atração do evento-teste foi Guilherme Maia, medalhista surdolímpico que
tenta novas conquistas em Caxias do Sul. No seu histórico, o nadador já conta com 1
medalha de ouro, 1 de prata e 3 de bronze. Na tarde de domingo, o atleta confessou
que está mais confiante do que antes para as Surdolimpíadas.
— A minha adaptação, no começo, foi difícil porque faz frio. Caxias do Sul é uma
cidade muito fria. Mas eu já estou confiante do trabalho do técnico e já consegui me
adaptar. Antes, os resultados não foram muito positivos. Mas, agora, quanto mais
perto, mais confiante estou de que sim, vou trazer medalhas — revela Guilherme Maia,
ao lado da intérprete Maitê Amorim.
Sobre o evento-teste, o medalhista também tem um bom sentimento para as provas
de natação, que acontecem até 9 de maio no calendário das Surdolimpíadas.
— O mais importante é pensar na organização, pensando no evento oficial. Eu acho
que vai dar tudo certo, estou confiante de que vai ser super positivo — opina o nadador.

ANOTE ISSO

A mesma tecnologia que estabelece recordes, cria possibilidades de inclusão de


pessoas com deficiência.

Para finalizar esse capítulo que trata das saídas e viradas, relembramos que nos
nados crawl, borboleta, peito, medley são realizadas fora da água, do bloco de partida,
por mergulho. No costa, a saída é de dentro da água. Porém no caso das provas
paralímpicas, algumas regras se alteram conforme a deficiência. Outra questão é que
nas provas oficiais voltadas para idosos as regras de saída também podem variar,
assim como nas provas de águas abertas de 5, 10 e 25 km.

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CAPÍTULO 13
BRINCADEIRAS E JOGOS
NAS AULAS DE NATAÇÃO

Título: Brincadeira na água


Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/tres-meninos-pulando-na-agua-870170/

Na minha visão como professor de Educação Física, o brincar na natação tem


muitos sentidos e intenções. Ao longo da minha história atuando com a natação
percebi que o desenvolvimento das fases iniciais da natação com crianças entre 3
e 6 anos, o brincar está na condição da diversão, alegria e motivação para estar nas
aulas. Nessa etapa da infância, a imitação, brincadeiras de encontrar e imaginação são
as estratégias mais aceitas pelos alunos. Quando as crianças estão por volta dos 8 a
10 anos, o brincar passa a ter um caráter mais competitivo, assim, as brincar favorito
está nas estafetas, brincadeiras de velocidade e mudanças de direção e desafios
de superação de limites. A partir dos 11 anos, o que os alunos mais requisitavam

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nas aulas eram as provas de natação que envolviam a ideia de equipe, ou desafios
que estabeleciam metas em tempo ou distância. De qualquer forma, o brincar deve
ser utilizado de forma intencional, seja para ensinar habilidades motoras, seja para
desenvolver capacidades físicas. O professor de Educação Física deve usar e abusar
desse recurso pedagógico tão estimulante para os alunos.

LEITURA COMPLEMENTAR

Para o professor William Urizzi de Lima autor do livro Ensinando Natação descreve
que no nado costas. a atividade lúdica é um meio de expressão fundamental para as
crianças e pode ser um grande recurso pedagógico, por meio da brincadeira, a criança
estará aprendendo e aperfeiçoando seu desenvolvimento motor, quando os alunos
estão motivados e sentem prazer pela prática, à freqüência nas aulas se mantém
constante e só há faltas quando realmente é preciso.
O jogo está vinculado ao divertimento (prazer e alegria) e independentemente da
cultura, da época e classe social, as atividades lúdicas fazem parte da vida da criança,
presente na formação do pensamento e na descoberta de si, aprendendo através de jogos
e brincadeiras, é considerada como um recurso metodológico capaz de propiciar uma
aprendizagem espontânea e natural. Estimula a crítica, a criatividade, a sociabilização,
sendo, portanto, reconhecido como uma das atividades mais significativas para as
crianças.
O elemento lúdico nas aulas de natação para crianças pode favorecer aulas mais
criativas e espontâneas, facilitando a aprendizagem através do prazer pela prática,
proporcionando ao professor maior facilidade de motivar a prática da natação de
forma regular.
As atividades lúdicas na relação pedagógica em meio líquido alcança uma dimensão
humana que vai além do simples entretenimento ou como recompensa por cumprimento
de tarefas durante as aulas de natação, ele possibilita desvelar emoções e sensações,
assim como aspectos relacionados à afetividade. Podemos observar que na aplicação
da ludicidade nas aulas de natação, os alunos têm o foco de atenção direcionado
para a atividade proposta, retendo assim maior tempo de atenção e uma melhora
significativa da técnica aprendida.
Para perceber melhor a satisfação de uma criança que participa de uma aula com
ações lúdicas e brincadeiras para o desenvolvimento de habilidades na água, você

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poderá acessar o canal do Tio Arthur no youtube https://www.youtube.com/c/DaviAssef.


Nesse canal é possível perceber o sentido de uma aprendizagem significativa e divertida
na natação.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Nadar e brincar, brincar e nadar! A importância do lúdico na natação infantil


Primeiro Estilo Natação oferece estrutura e profissionais habilitados para o seu
filho. Disponível em: https://gmaisnoticias.com/nadar-e-brincar-brincar-e-nadar-a-
importancia-do-ludico-na-natacao-infantil. 28/03/2019 18H14

Quando o nadar se torna um brincar, o brincar também pode se tornar a prática da


natação. E qual criança não gosta de uma brincadeira? O brincar é a atividade mais
completa para o desenvolvimento da criança, pois é quando ela conhece a si mesma,

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expressa seus sentimentos e aprende a se relacionar com o mundo. Quando pratica


as atividades, ela nem percebe que está aprendendo algo, de forma natural, devido ao
lúdico ser um momento de extremo prazer. Por este motivo, a Primeiro Estilo Natação
ressalta a importância das atividades lúdicas durante as aulas de natação Infantil.
“O elemento lúdico nas aulas de natação para crianças proporciona treinos mais
criativos e espontâneos, o que facilita a aprendizagem através do prazer. Além disso,
o professor também consegue, com maior facilidade, estimular os pequenos a manter
a pratica regular do esporte – que é fundamental, já que a natação é uma atividade
completa e oferece inúmeros benefícios à saúde”, explica a professora Martyna Althaus.

NADAR E BRINCAR
Os benefícios se estendem, ainda, a outras habilidades específicas: trabalha a
timidez e a capacidade de negociação, estende o vocabulário da criança e desenvolve
a comunicação, de forma que os pequenos estejam preparados para os desafios do
mundo adulto.
Os jogos realizados dentro das piscinas, por exemplo, que contém regras, além de
estarem diretamente ligados ao divertimento, auxiliam o aluno a respeitar limites e
estimulam sua persistência. “As brincadeiras também estimulam o senso crítico, a
criatividade e, principalmente, a socialização”, explica Martyna.

SE DIVERTIR NADANDO
Dificilmente a criança frequenta as aulas de natação com a intenção de aprender
a nadar; elas querem brincar! “Essa intenção geralmente vem dos pais, que buscam,
acima de tudo, maior segurança para seus filhos em relação à piscina. Por isso o
mundo da criança necessita de algo atrativo, diferenciado, o que exige tornar as aulas
um ambiente divertido e prazeroso”, acrescenta a professora.

ANOTE ISSO

É importante estar muito atento e, sempre que necessário, buscar conhecimento


sobre o desenvolvimento dos pequenos. Perceber os interesses por determinadas
atividades relacionadas a brincadeiras, fantasias ou mesmo assuntos é uma
estratégia interessante.

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Título: Basquete aquático


Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/basquetebol-basquete-diverso-variado-7294531/

LEITURA COMPLEMENTAR

O professor e pesquisador Tiago Aquino da Costa Silva, criador do livro Jogos e


brincadeiras aquáticas aponta que os caminhos da aprendizagem podem seguir dois
caminhos: o caminho da rigorosidade e o caminho da ludicidade.
Para o autor, o caminho da ludicidade é o processo de ensino-aprendizagem ocorre de
maneira mais relaxada. O ambiente aquático sempre foi motivo de adoração, celebração
e de desafio para o ser humano.
O homem teve diversos motivos para se relacionar de forma intensa com este cenário,
seja para a respectiva subsistência – como a pesca, por exemplo, bem como meio
para a conquistas de novas terras com as incríveis embarcações e para a promoção
de atividades físicas, terapêuticas e recreativas.
O ser humano quando permite a exploração deste lindo cenário, promove situações
de prazer e satisfação, como os momentos em família numa praia e/ou piscina, e a
realização de esportes e atividades aquáticas como meio de melhora da qualidade
de vida.
As atividades, reconhecidas aqui como jogos e brincadeiras, são ótimas opções e
oportunidades de desenvolvimento de uma educação para o lazer, onde as práticas são
reconhecidas como essenciais para o desenvolvimento integral do sujeito. O objetivo

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principal é proporcionar atividades que vislumbrem a ludicidade e a diversão com


segurança.
A ludicidade abrange os jogos infantis, a recreação, as competições, as representações
litúrgicas, teatrais e simbólicas, e os jogos de azar. A origem da palavra é grega –
ludus – que significa brincar. O jogo está vinculado ao divertimento (prazer e alegria)
e independe da cultura, da época e classe social. As atividades lúdicas fazem parte
da vida da criança, presente na formação do pensamento e na descoberta de si.
A ludicidade é essencial no crescimento saudável e harmônico das crianças. É
importante para sua formação crítica e criativa, pois, embora rotulado como perda de
tempo, é extremamente importante, já que a criança é naturalmente lúdica . A ideia
central é uma atividade de revezamento onde os jogadores usarão camisetas durante
as estafetas Competências e valores: esforço, colaboração em equipe e respeito às
regras:

Traca camiseta: formam-se duas colunas de participantes, sendo que uma ficará de
um lado da piscina e outra, do lado oposto. O primeiro jogador de cada coluna deverá
trajar uma camiseta. Ao sinal do animador, os primeiros jogadores de cada coluna
sairão correndo e/ou nadando pela piscina. Chegando ao outro lado, cada jogador
deverá retirar a camiseta e entregá-la ao próximo jogador de sua coluna. Este deverá
vestir a camiseta dando procedimento ao jogo. A coluna que finalizar o revezamento
primeiro será declarada vencedora. Variações: o revezamento poderá ser realizado
com os jogadores trajando calças e camisetas, dificultando ainda mais a ação do jogo.

A esponja é uma atividade de revezamento onde o jogador deverá encher a garrafa


de sua equipe com uma esponja encharcada de água Competências e valores: trabalho
em equipe, concentração e agilidade. Duas esponjas e duas garrafas plásticas Os
jogadores estarão dispostos em duas colunas, formando assim duas equipes. Os
jogadores líderes de cada equipe deverão encharcar a esponja e passar para o outro
lado da piscina, e ao chegar, deverão encher com a água da esponja a garrafa plástica
de sua equipe. O mesmo voltará para a sua coluna e passará a função para o próximo
jogador, e assim sucessivamente. Vence a equipe que primeiro encher de água a garrafa
plástica. Variações: os jogadores poderão se deslocar apenas de forma submersa.

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Splash: as duplas deverão realizar o revezamento das bexigas com água utilizando
o auxílio de uma toalha Competências e valores: concentração, esforço e perspicácia.
Com balões (bexigas) e toalhas de banho, cada dupla estará de posse de alguns
balões (bexigas) com água e uma toalha de banho. Os jogadores estarão organizados
em duplas, em fila e alinhados. Ao sinal do educador, as bexigas com água deverão
ser passadas, sobre a toalha de banho, para o companheiro, e posteriormente para
a dupla da frente, que deverá voltar ao ponto de partida e acrescentará mais um
balão, e assim sucessivamente. Vence a dupla que conseguir, sem estourar, equilibrar
mais bexigas com água. Variações: no início, o jogo acontecerá em curta distância,
e posteriormente, com a ajuda de dois cones que estarão localizados na borda da
piscina, distanciará as duplas. Vencerá a dupla que arremessar a bexiga com água
com a toalha na maior distância sem deixar explodir.

Caça submarina: diversos objetos estarão espalhados pela piscina, e cada equipe
deverá recuperar os objetos solicitados pelo animador Competências e valores:
colaboração em equipe, esforço e concentração. O animador deverá espalhar na piscina
diversos objetos flutuantes ou não. Os jogadores serão divididos em equipe, e ao
sinal de início, os jogadores deverão ir à caça dos objetos solicitados. Vence a equipe
que recolher o maior número de objetos solicitados em menor tempo. Variações: os
objetos poderão ser pontuados de acordo com a dificuldade de recuperação, onde os
que afundam valem mais e os flutuantes valem menos.

Túnel aquático: os jogadores serão divididos em duas equipes, que estarão distantes,
uma da outra, em aproximadamente 3m. Os jogadores ficarão separados entre si,
pelo espaço de um braço estendido à altura dos ombros e com as pernas afastadas
lateralmente representando enfim um túnel. Dado o sinal de início, os primeiro
jogadores, mergulharão com o objetivo de atravessar o túnel (com ou sem paradas
para respiração). Terminada a travessia, voltarão aos seus lugares. Chegando ao ponto
inicial, baterão na mão estendida do companheiro seguinte. Os segundos jogadores,
ao receberem a batida, realizarão a mesma dinâmica dos primeiros jogadores. E assim
sucessivamente. Será considerado vencedor o grupo que realizar toda a travessia
com tosos os jogadores. Variações: a travessia pelo túnel poderá ser realizado com
o jogador abraçando um objeto, como uma garrafa pet.

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Heróis e vilões: muito similar ao jogo “Polícia e ladrão”. Uma equipe deverá capturar
a outra e levá-la a um dos lados da piscina estipulado pelo educador, sendo que o
jogador capturado poderá ser salvo se o mesmo mergulhar por debaixo da perna de
um de seus parceiros. Depois que todos forem capturados ou der um tempo máximo
para que isto aconteça, invertem-se os papeis das equipes. Variações: os violões
pegos pelos heróis poderão sair do jogo e aguardar a próxima rodada para uma nova
participação.

Tubarão e peixinhos: um jogador, que estará no meio da piscina, será escolhido para
representar o tubarão. Os outros jogadores serão os peixinhos e estarão dispostos
aleatoriamente nas bordas da piscina. O tubarão gritará “Peixinhos!”, e os mesmos
deverão nadar o mais rápido possível até a borda oposta da piscina, sem serem pegos
pelo tubarão. O peixinho que for pego virará o pegador – o tubarão. O jogo continuará
até sobrar só um peixinho, que será declarado o vencedor. Variações: os peixinhos que
forem pegos pelo tubarão poderão ter duas vidas, o que dará novas oportunidades
de fuga. Para as crianças menores, 3 a 5 anos, o jogo pode ser realizado sem a
prevalência da competitividade.

Marco Polo: os jogadores estarão dispostos de forma livre e aleatória pela piscina.
Um participante será o pegador – Marco Polo, e ficará de olhos vendados no meio
da piscina. Os demais, se afastam enquanto o pegador contará em voz alta até dez.
O Marco Polo gritará “Marco!” e os demais jogadores responderão “Polo!”. E pela
sensibilidade auditiva, o pegador irá atrás dos demais jogadores. Quem for pego virará
o novo pegador. Variações: para auxiliar o jogador-pegador, o animador poderá dizer
os termos “quente” e “frio” para quando o pegador se aproximar dos demais jogadores.

Basquete aquático: o professor dividirá a turma em duas equipes. Cada equipe


deverá ser formada por 4 duplas, sendo um sentado nas costas do colega. Haverá
duas cestas, uma de cada lado do campo de jogo. Os jogadores que estão sentados
nas costas dos colegas, serão responsáveis pela troca de passes e arremesso da bola
na cesta adversária, marcando um ponto. Após um tempo determinado, trocam-se as
funções. Vence a equipe que anotar o maior número de pontos. Variações: as cestas
de basquetes poderão ser móveis.

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Contando moedas: o grupo será dividido em duas equipes. As mesmas estarão


dispostas fora da piscina. O animador lançará na piscina moedas de diferentes valores.
Ao sinal de início, o primeiro jogador deverá mergulhar e buscar a maior soma dos
valores das moedas num tempo pré-determinado. Ao término de cada jogador faz-se
a contagem dos valores e lança novamente as moedas à piscina. Todos os jogadores
passarão por essa fase. E no final dá a somatória em dinheiro de cada equipe, sendo
vencedora a que contém maior valor conquistado. Variações: o educador poderá solicitar
os valores das moedas, dando aos jogadores uma somatória. Para as crianças menores
a atividade deverá ser desenvolvimento com outros materiais e em piscina rasa.

Cavalo de guerra: a atividade acontecerá em duplas. Consistirá em “montar” um


sobre os ombros do outro, colocando os pés fixos nas costas do jogador-base. As
duplas já montadas deverão iniciar a dinâmica. Aquela dupla que derrubar o oponente
é declarada vencedora. Variações: esta atividade merece uma atenção especial, onde
deverá acontecer longe das bordas da piscina, evitando possíveis acidentes e traumas.

Emboladão: os jogadores estarão dispostos em roda e de mãos dadas. O educador


deverá alertar os jogadores a memorizarem as pessoas que estão do lado direito e
esquerdo, respectivamente. Em seguida pedirá que os jogadores soltem as mãos e
caminhem aleatoriamente na piscina. Ao sinal, todos deverão formar uma roda, e
em seguida terão de dar as mãos para as respectivas pessoas que estavam lado-a-
lado inicialmente. E assim se formará um “nó emboladão”. O objetivo é que todos,
juntos, deverão desfazer o nó sem soltar as mãos. É preciso que o grupo crie boas
estratégias. Variações: os jogadores poderão realizar a atividade de olhos vendados,
sendo guiados por um líder que estará sem vendas.

Galinha magricela: os jogadores estarão dispostos livremente pela piscina. Um


jogador começará a dizer: Jogador:- Galinha magricela! Todos: - Magricela ela é! Jogador:
- Vamos pegá-la! Todos: - Vamos a ela! E então o jogador jogará e esconderá o objeto
que estará submerso em algum lugar da piscina. Todos mergulharão em busca do
objeto. Quem conseguir achar o objeto será o vencedor e assim o próximo que lançará
o objeto que representará a galinha gorda. Variações: o animador poderá estipular
uma forma de deslocamento na piscina para encontrarem o objeto, bem como propor
alterações de intensidade.

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Joquempô aquático: o grupo será dividido em duas colunas, uma ao lado da outra.
O educador deverá ensinar o joquempô para os jogadores: - Pedra (mão fechada)
Papel (mão aberta) e Tesoura (indicador e dedo médio abertos), sendo Pedra ganha
de tesoura, tesoura ganha de papel e papel ganha de pedra. Os jogadores deverão
combinar, cada um em seu grupo respectivamente, qual ação escolherão – pedra, papel
ou tesoura. Após a escolha e no sinal do educador, os grupos se encontrarão no meio
da piscina e realizarão a ação combinada. Vence a equipe que marcar os 5 primeiros
pontos. Variações: os jogadores poderão realizar as ações de forma submersa.

O garçom: divide-se a turma de participantes em três equipes com números iguais


de jogadores. É um jogo de estafeta com as equipes dispostas em colunas. Cada
jogador deverá estar com uma prancha na mão e um copo plástico de água sobre
ela. Ao sinal do educador os jogadores deverão transportar a prancha, andando, até
o outro lado da piscina. É considerada vencedora a equipe que acumular mais água
na tigela após todos os jogadores das respectivas equipes realizarem o trajeto e
despejarem a água contida no copo sobre a prancha.
O professor e pesquisador Tiago Aquino, o Paçoca, escreveu um ótimo trabalho,
exemplificando diversas atividades que podem ser utilizadas tanto no campo do lazer
e da recreação, quanto nas aulas de natação com intencionalidade de desenvolver
habilidades motoras e capacidades físicas através das brincadeiras e jogos na água.

Título: Ludicidade na água


Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto/bebe-nenem-garoto-menino-12370580/

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NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Recreação Aquática: o prazer de brincar e jogar na água.

Disponível em: https://acquabrasil.org/acquabrasil/recreacao-aquatica/


A água é um elemento fascinante, que deixa as pessoas bobas, chama-as para o
lúdico e as torna infantis, capazes de qualquer brincadeira à beira-mar. É raro uma criança
não gostar de água, e esse gosto é conservado pelo adulto que pode experimentar
uma sensação de liberdade, relaxamento e união com a água. O homem ao estar no
meio aquático permite explorar, de forma lúdica, uma prática corporal, resultando em
prazer e satisfação, sendo assim, excelente opção de atividades recreativas.
O recreador depara-se, na sua vida profissional, com piscinas e complexos aquáticos
em duas diversas áreas de atuação. Até meados de 1980, as piscinas eram construídas,
quase que de forma exclusiva, à prática dos desportos aquáticos, como a natação e o
pólo aquático. Atualmente as piscinas são programadas para a prática desportiva e as
atividades de lazer. Ofertar as atividades recreativas e gerar o prazer do ser humano
em contato com a água caracteriza papéis fundamentais da atuação profissional do
recreador.
A Recreação Aquática também visa o desenvolvimento físico do praticante, mas
seu objetivo principal é a prática de uma atividade que vislumbra a ludicidade, e não
o treinamento das capacidades físicas. O profissional do lazer deverá adequar as
atividades ao ambiente aquático, estando atento a alguns detalhes importantes. Aí
são eles:
1. Adaptação do jogo com relação à faixa etária;
2. A profundidade da piscina poderá ser um fator limitante de deslocamento;
3. Certificar-se da segurança que a piscina proporcionará aos participantes como pisos
escorregadios, por exemplo;
4. Ter conhecimentos básicos em primeiros socorros para casos emergenciais;
5. Atenção e Segurança são palavras chaves do profissional aquático;
6. Dividir as equipes de forma homogênea, mantendo equilibradas;
7. Conhecer as regras dos jogos de forma precisa;
8. Explicações breves e objetivas;

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Atuar como recreador aquático requer estudos e muita criatividade, adaptar as


atividades para as piscinas são para profissionais competentes. E aí vai encarar?

Jogo do Bob Esponja. Recreação Aquática: o prazer de brincar e jogar na água.


Objetivo: Adaptação ao meio líquido e desenvolvimento da coordenação motora global.
Materiais: Esponjas e duas tigelas.
É um jogo de estafetas. O grupo é dividido em duas equipes, sendo-as dispostas
em colunas. O primeiro jogador deverá estar com uma esponja na mão, posicionado
de frente à uma tigela que estará na borda da piscina. Ao sinal do recreador, o jogador
levará a esponja molhada até a tigela, apertando-a e desejando toda a água nela
contida. Passa-se a esponja para o próximo jogador, e assim sucessivamente. Quando
todos os jogadores das equipes passarem pela esponja, verifica-se qual tigela tem
mais água. E assim declara-se a vencedora. Como variação pode utilizar as camisetas
ao invés das esponjas.
Batata-quente aquática. Objetivo: Desenvolvimento da coordenação motora global
e atenção. Materiais: Touca de Pano, aparelho de som e cds com músicas animadas.
Os jogadores dispostos numa grande roda. Ao inicio da música, o jogador que estiver
com a touca, deverá tirá-la e colocá-la na cabeça do colega que estiver ao lado direito,
e assim sucessivamente. Quando parar a música o jogador que estiver com a touca
nas mãos deverá cumprir uma tarefa escolhida pela turma.

Objetos na água. Objetivo: Despertar o raciocínio lógico. Desenvolver a respiração


submersa e mergulho. Materiais: Moedas de diferentes valores e óculos de natação.
Divide-se o grupo em duas equipes. As mesmas estarão dispostas fora da piscina. O
recreador deverá lançar na piscina moedas de diferentes valores. Ao sinal de início, o
primeiro jogador deverá mergulhar e buscar a maior soma dos valores das moedas
num tempo de 45 segundos. Ao término de cada jogador faz-se a contagem dos
valores e lança novamente as moedas à piscina. Todos os jogadores passarão por
essa fase. E no final dá a somatória em dinheiro de cada equipe, sendo vencedora a
que contém maior valor conquistado.

A Múmia. Objetivo: Desenvolver a coordenação motora e o equilíbrio. Materiais: Dois


lençóis. Os jogadores estarão dispostos em duas colunas. Cada equipe, em média
com 6 ou 8 jogadores, escolherá um jogador para se a múmia, que estará enrolada

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dos pés ao peito com um lençol. Os demais componentes têm a função de levar a
múmia até o outro lado do campo de jogo. A múmia estará deitada em decúbito dorsal
(barriga para cima) sobre os colegas, e não pode ser molhada. Ganhará a equipe que
conseguir chegar primeiro e com a múmia seca.

Garçom de toboágua. Objetivo: Visa o desenvolvimento do equilíbrio e velocidade.


Materiais: Piscina com toboágua, bandejas, copos de plásticos, medidor de água em
ml, papel em branco e caneta. Ao sinal de início, o participante deverá escorregar pelo
toboágua segurando nas mãos uma bandeja com copos (de plásticos) cheios de água.
Vence o jogo quem chegar à piscina com a maior quantidade de água nos copos.

ANOTE ISSO

As brincadeiras na água durante as aulas de natação visam o desenvolvimento


físico, motor e cognitivo do praticante.

LEITURA COMPLEMENTAR

Para o professor e pesquisador do brincar Tiago Aquino, o Paçoca, os jogos


cooperativos surgiram da preocupação com a excessiva valorização dada ao
individualismo e à competição exacerbada, na sociedade moderna, mais especialmente,
na cultura ocidental. Considerada como um valor natural e normal da sociedade
humana, a competição tem sido adotada como uma regra em praticamente todos os
setores da vida social, temos competido em lugares, como pessoas e em momentos
que não precisaríamos, e muito menos deveríamos. Agimos assim como se essa
fosse a única opção.
Hoje, já sabemos que tanto cooperação quanto competição são comportamentos
ensinados/aprendidos através das diversas formas de relacionamento humano.
O que falta é uma nova postura do educador, treinador, ou seja, das pessoas
significativas na vida das crianças, pois sabemos que só haverá uma mudança se
as pessoas que são significativas na vida das crianças mudarem a forma de como
oferecem os jogos. Pois parece que, se falo de jogo, tenho que falar de competição,
criando erroneamente uma relação de sinonímia entre as palavras.

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Muitas pessoas inclusive acreditam que a graça do jogo está na competição, quando
sabemos que para a criança, tanto faz competir ou cooperar, o que ela quer é se divertir.
Acho que os dois (cooperação/competição) devem fazer parte da vida. Só devemos
nos preocupar como passamos esse jogo, se colocarmos que vencer é a única coisa
que importa, que não interessam os meios que se usem, então estaremos reforçando
a cultura competitiva que nos cerca.
Se, ao contrário, mostrarmos que a pessoa é mais importante que o jogo, estaremos
fazendo a nossa parte, num movimento de transformação real, tentando tornar o mundo
um lugar melhor. Os jogos cooperativos são jogos com uma estrutura alternativa,
onde os participantes, jogam uns com os outros, ao invés de uns contra os outros.
Joga-se para superar desafios e não para derrotar os outros, joga-se para se gostar
do jogo, pelo prazer de jogar. São jogos onde o esforço cooperativo é necessário para
se atingir um objetivo comum e não para fins mutuamente exclusivos.
Tendo os jogos como um processo, aprende-se a reconhecer a própria autenticidade
e a expressá-la espontânea e criativamente. Jogando cooperativamente temos a chance
de considerar o outro como um parceiro, um solidário, em vez de tê-lo como adversário,
operando para interesses mútuos e priorizando a integridade de todos.
Os jogos cooperativos são jogos de compartilhar, unir pessoas, despertar a coragem
para assumir riscos, tendo pouca preocupação com o fracasso e o sucesso em si
mesmos. Eles reforçam a confiança pessoal e interpessoal, uma vez que, ganhar e
perder são apenas referências para o contínuo aperfeiçoamento de todos. Dessa forma
os jogos cooperativos resultam no envolvimento total, em sentimentos de aceitação
e vontade de continuar jogando.
Na realidade, existe uma aproximação muito estreita entre jogar cooperativamente.
Dependendo da orientação, da intenção e das relações estabelecidas no contexto do
jogo, este poderá ser predominante cooperativo ou competitivo tendo em geral, a
presença de ambos.
O esforço em caracterizar comparativamente jogos cooperativos e jogos competitivos,
não tem a intenção de se opor um ao outro. Ao contrário, essa dedicação visa
primeiramente, ampliar nossa percepção sobre as dimensões que o jogo e o esporte
nos oferecem como campo de vivência humana. E, em segundo lugar, pretende indicar
que nos jogos e esportes, bem como na vida, existem alternativas para jogar além
das formas de competição, usualmente sugeridas como única ou a melhor maneira
de jogar e viver.

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Após tudo isto, ao reconhecermos o jogo e o esporte como um campo de descoberta


e encontro pessoal onde cooperação e competição são partes de um todo existindo
cada qual em sua justa medida nos tornemos capazes de não mais separar para
excluir, e sim, aptos para descobrir e despertar competências pessoais e coletivas
que colaborem para religar uns aos outros e vivermos em comum unidade.

ANOTE ISSO

Trabalhar com jogos e brincadeiras cooperativas nas aulas de natação também é


uma necessidade, pois desenvolve o sentido e espírito de atuar em equipe.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Recreação aquática: A professora Carmem Regina Bastiani – Profª. Ed. Física tras
uma série de brincadeiras.

Disponível em: https://acquabrasil.org/acquabrasil/recreacao-aquatica/


A seguir uma série de brincadeiras que a molecada adora e que estamos
compartilhando aqui:
Melanciabol: para crianças acima de 06 anos até adultos, diria principalmente
adultos ,hehe. Como um jogo de polo-aquático, dois times, ter o cuidado para ninguém
levantar a melancia, o objetivo é ir empurrando ela pra frente, ou através de passes
até enconchar na borda da piscina, onde toda parede serve de gol. Por causa da
densidade da melancia, ela às vezes mergulha, “some” e aparece do nada em outro
lugar…é super divertido. Quem aqui já fez essa brincadeira? Pode-se passar vaselina
na melancia para que a brincadeira fique mais divertida ainda. Ou pode-se usar uma
bola com água dentro no lugar da melancia.

Procurando Nemo: Funciona da seguinte maneira: 2 alunos formam uma casinha


(segurando um nas mãos do outro /^) e um 3º sujeito fica no meio (/ô). Não será feito
um número exato de casinhas, ou seja, alguns alunos terão que sobrar. Assim que o
professor falar: “Nemo procura casa”, os que estão dentro das casinhas (Nemos) terão
que trocar de casa e os que estavam sem casa tem que procurar alguma. Quem sobrar
paga uma prenda, tal como: polichinelos, imitar um gorila ou elefante, entre outros.

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Variações:
• O professor pode falar: “Casa procura Nemo”. Nesse momento os Nemos ficam
parados e as casinhas trocam de Nemo. O Nemo que sobrar paga prenda.
• Quando o professor falar TSUNAMI, toda mundo troca de lugar. Nemo vira casa,
casa vira Nemo, trocam-se os trios.. é bem bacana.
OBS: Também dá super certo com crianças de 11 a 14 anos. Eles se divertem muito.
Essa atividade é uma adaptação do Coelhinho sai da toca.
Brincadeira Jogando as Bolas…
Duas equipes. Divida a piscina em duas, com a raia, cada equipe de uma lado da
raia…bem aí vc coloca quem tem mais adaptação do lado mais fundo e quem tem
menos adaptação, do lado mais raso.
Espalhe várias bolas dos dois lados…mas tem que ter bastante bolas, vc pode por
algum outro objeto, mas que não machuque ninguém se cair na cabeça, eu ainda
prefiro por só as bolas.
No comando do professor todos começam a jogar as bolas do lado adversário, no
apito do professor todos páram, todos tem que erguer os braços, daí, o lado que tiver
menos bolas marca ponto. Faça várias vezes até sair um vencedor…

O mestre mandou: essa brincadeira deverá ser feita na parte rasa apenas. Distribua
os alunos em 3 ou 4 colunas, mais ou menos cinco pessoas em cada coluna. Peça para
as pessoas olharem quem está à sua volta, à sua direita, esquerda, à frente, e à trás.
Daí peça para todos fecharem os olhos.
Comece então à guiá-los:
Um passo, à frente, dois à direita, uma para trás, meia volta à sua esquerda…vai
fazendo vários movimentos, vai falando mais rápido…daí peça à todos para abrirem
os olhos…
E veja a surpresa!!! Tudo bagunçado, tudo misturado, sem contar as trombadas
que tiveram…hehehe

Coelhinho sai da toca: O grupo deve ser divididos em trios, sendo que dois integrantes
ficarão um de frente pro outro, de mãos dadas(toca), e o outro integrante dentro da
“toca”.
Forma-se vários trios, e apenas uma pessoa ficará sem grupo, e esse dará a voz
de comando: COELHINHO, SAI DA TOCA!!!

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Nessa hora todos os “coelhinhos” sairão da sua formação, procurando uma nova
toca(não pode repetir a toca), e aquele que deu a voz de comando, entrará em uma
toca, o que sobrar dará a nova voz de comando: COELHINHO, SAI DA TOCA!!!
Variação, com a voz de comando: TOCA, SAI DO COELHINHO!!!
Nessa hora os coelhinhos ficam imóveis, e as “tocas” que serão trocadas, de parceiros
e novo “coelho”. Quem sobrar, falará a próxima vez.
Mais uma variação, com a voz de comando: TERREMOTO!!!
Nessa hora, todos sairão da sua formação, construindo, novas “tocas” e novos
“coelhinhos” dentro delas. Quem sobrar que falará a próxima vez.

Mãe da rua: Um aluno é escolhido para ficar fora da piscina, na largura, os demais,
dentro da água, no comprimento, próximos a parede, metade de cada lado.
No comando do professor, esse aluno, que está fora da água, mergulha, e todos
os demais deverão trocar de lado, o primeiro a ser pego, será o próximo pegador…
fazer várias vezes.
Caça-números: Distribua vários números de E.V.A de um lado da piscina. Realiza-se
uma conta ex:15×5=?; dado o sinal o primeiro de cada equipe irá buscar o resultado,
vence quem chegar primeiro e com o resultado certo.

Pega Rabo: Material: construir tiras de qualquer material como tiras de couro,plástico,
algo maleável para que sirva de rabo. Duração: Costumo dar esta brincadeira nos
últimos 5-10′ da aula de hidroginástica , podendo ser dada em eventos, com premiações.
Objetivo: da brincadeira é que cada um tente “roubar” o rabinho do outro ao mesmo
tempo que preserva o seu. Parte Prática: Distribuir os “rabinhos”para cada participante.
Todos devem colocar seus rabinhos atrás no biquíni ou calção.

Os alunos devem estar afastados uns dos outros e ao sinal devem tentar tomar
para si o rabinho dos outros. O participante que perder o seu tem ainda direito de
tentar pegar o do outro para que a brincadeira não tome muito tempo.Quem ficar
por último com o rabinho será o campeão. Geralmente faço esta brincadeira por 3
rodadas pois as alunas adoram independente da faixa etária.Caso tenha bastante
tempo , o professor pode acrescentar a regra de que aquele que pegar o do outro e
se tiver perdido o seu , pode recolocar o rabinho que “roubou”.

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Pode-se também contar pontos: Quem roubar mais rabinhos vence o jogo. Esta
brincadeira é muito boa para descontração em dias monótonos de aula e no Deep
Water é capaz de elevar muito a frequência cardíaca das alunas, sendo um trabalho
adicional em condicionamento . Mas evite fazer a mesma brincadeira no mesmo mês.
Pode cair na monotonia.

ANOTE ISSO

A variação de brincadeiras motiva os alunos e a cada nova brincadeira, um estímulo


positivo diferente.

Para concluir esse capítulo sobre brincadeiras nas aulas de natação, destacamos
que as crianças quando brincam, também se desenvolvem. Os momentos de
brincadeira na água possibilitam aos alunos se conhecer melhor, expressar
seus sentimentos e medos, se relacionar com o mundo e com esse ambiente
chamado de piscina. Quando o professor de Educação desenvolve uma atividade
de ensino de forma lúdica a aula fica muito mais envolvente.

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CAPÍTULO 14
SALVAMENTO AQUÁTICO E OS
CUIDADOS DO PROFESSOR DE
EDUCAÇÃO FÍSICA NA NATAÇÃO

Título: Auto Socorro


https://www.pexels.com/pt-br/foto/menino-na-piscina-346779/

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA


Em 2021 o CONFEF lançou o curso gratuito voltado para profissionais da área
da saúde, surfistas e esportistas do meio aquático. Com a chegada do verão e o
aumento da temperatura, crescem também os números de afogamento devido a
falta de prevenção e cuidado. As vítimas são, em sua grande maioria, crianças em
seus momentos de lazer. A fim de contribuir com a mudança desse paradigma e
reduzir o número de afogamentos, a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático
(Sobrasa) oferece cursos gratuitos que ensinam a crianças e adultos em diferentes
níveis, desde o amador até o profissional, formas de como não se afogar ou, caso
seja necessário, salvar alguém em apuros. O curso teve como objetivo contribuir na
redução do número de incidentes aquáticos nos diversos cenários onde ocorrem
os afogamentos (praias, piscinas, rios, represas e outros), bem como proporcionar
aos profissionais de Saúde, entre eles o Profissional de Educação Física, surfistas e
esportistas do meio aquático, um treinamento técnico em emergências aquáticas
e primeiros socorros na água e em seu entorno. Além da atualização profissional,
o curso também contribui com a disseminação de informações de medidas de
prevenção, segurança na água e em seu entorno e de primeiros socorros.

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ANOTE ISSO

O professor de Educação Física deve se preocupar com sua formação continuada


na área de primeiros socorro e ainda, ser um disseminador de conhecimento nas
técnicas de auto socorro.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Para evitar mortes em piscinas, universitários criam equipamento que dispara alarme
com movimentos atípicos na água
Disponível em: https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2022/01/31/para-evitar-
mortes-em-piscinas-universitarios-criam-equipamento-que-dispara-com-movimentos-
atipico-na-agua.ghtml
Tecnologia desenvolvida no Paraná foi pensada para salvar, principalmente, crianças.
Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático diz que a cada três dias uma criança
morre afogada em casa.
Por Wesley Bischoff, g1 PR. 31/01/2022 05h30 Atualizado há 5 meses

Equipamento dispara alarme em caso de quedas acidentais em piscinas


Foto: Pixabay/Divulgação

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Estudantes da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) desenvolveram


um dispositivo que dispara alarmes em caso de quedas acidentais em piscinas. O
equipamento tem como objetivo evitar afogamentos, principalmente, de crianças.
Apenas em 2021, o Corpo de Bombeiros registrou 854 ocorrências envolvendo
afogamentos no Paraná. O número representa um aumento de 6% na comparação
com 2020, quando 804 atendimentos do tipo foram feitos.
Dados da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa) mostram que a cada
três dias uma criança morre afogada em casa, no Brasil. Além disso, o levantamento
da Sobrasa aponta que 59% das mortes de crianças entre 1 e 9 anos de idade por
afogamento acontecem em piscinas e residências.
O dispositivo desenvolvido pelos alunos paranaenses funciona da seguinte forma:
após ser acionado, o equipamento consegue identificar movimentações atípicas na
água por meio de sensores. Com isso, o dispositivo emite um alarme e notificações
por meio de um aplicativo para celular.

Após ser acionado, o equipamento consegue identificar movimentações atípicas


na água por meio de sensores — Foto: Divulgação
O projeto dos alunos foi feito em parceria entre uma empresa que produz piscinas
e outras três empresas juniores da universidade. O produto deve chegar ao mercado
ainda em 2022.
• Criança de três anos morre afogada após cair dentro de piscina, em Maringá
• 126 pessoas se afogaram no litoral do Paraná em oito dias, diz Corpo de
Bombeiros; 80 crianças se perderam

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O equipamento também é capaz de diferenciar o movimento na água causado


pela chuva, ventos e folhas dos movimentos provocados por quedas de pessoas e
animais de estimação.

Dispositivo emite alarme e notificações por meio de um aplicativo para celular.


Foto: Divulgação

A graduanda do curso de Engenharia Mecânica da UTFPR Maryna Yukie Addad


Ishida explica que a tecnologia é inovadora no Brasil.
“Existem algumas tecnologias fora do país, mas atualmente no Brasil nós não
temos algo parecido. Existem coisas parecidas com relação ao que a gente está
fazendo, mas o produto como um todo, com todas as funcionalidades que a gente
que aplicar, não”, disse.

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Grupo de estudantes trabalhou no desenvolvimento do dispositivo


Foto: UTFPR

Desenvolvimento
O projeto passou por três empresas juniores da UTFPR. A empresa Cromo Consultoria
foi responsável pelo desenvolvimento do equipamento. Enquanto isso, alunos da
empresa Citi fizeram o aplicativo para a tecnologia. Por fim, a empresa Júnior Design
trabalhou no desenho para o produto.
As três empresas são compostas por estudantes da universidade. A partir do
desenvolvimento do produto, a instituição fechou uma parceria com a Cyan Piscinas,
que trabalha com tecnologias na área, como um ralo de sucção que impede que as
pessoas fiquem presas.
Maryna Ishida disse que a ideia veio a partir de desenvolver um produto que trouxesse
mais segurança para momentos de lazer em piscinas. Com a parceria fechada, o
equipamento entrou na fase final de desenvolvimento.
“Ainda tem algumas coisas que precisamos verificar, que são questões de normas.
A previsão é que chegue ao mercado no meio do ano”, contou.
Como evitar afogamentos?
Confira algumas orientações dos bombeiros para evitar afogamentos em piscinas:
• Evitar banhos na piscina no horário de almoço;
• Se possível, colocar grades no entorno da piscina para dificultar o acesso de
crianças;
• Evitar brinquedos próximos à piscina, pois se tornam atrativos;
• Desligar o filtro da piscina quando estiver usando;
• Cuidado ao mergulhar em locais rasos;
• Ao deixar a piscina, leve as crianças que estão no local junto;
• Chame o serviço de socorro imediatamente em caso de afogamento.

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NOTÍCIAS DO ASSUNTO

ANOTE ISSO

O cuidado com as crianças pequenas deve ser redobrado. Metodologias como a


Gustavo Borges estabelecem um número máximo de alunos nas aulas para que se
mantenha a qualidade, mas também a segurança.

Menino de 4 anos morre afogado durante aula de natação


Disponível em: https://revistacrescer.globo.com/Saude/noticia/2022/07/menino-
de-4-anos-morre-afogado-durante-aula-de-natacao.html

A família está de luto e quer respostas. O caso aconteceu na Geórgia, nos Estados
Unidos. 3 min de leitura
14 JUL 2022 - 17H18 ATUALIZADO EM 14 JUL 2022 - 17H18

Israel Scott, que era carinhosamente chamado de Izzy por sua família, perdeu a
vida tragicamente durante uma aula de natação, em uma piscina da Geórgia, nos
Estados Unidos. O menino de 4 anos estava empolgado para sua primeira aula, no
último dia 13 de junho. A mãe do garotinho, Dori, levou o filho para aprender com
uma instrutora experiente, que já tinha ensinado sua irmã mais velha, há dois anos.
O nome da professora é Lexie TenHuisen, que comanda a escola “Swim with Lexie”.

O menino de 4 anos se afogou durante a aula de natação


Foto: Reprodução/ Today Parents

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De acordo com o Today Parents, a mãe explicou que a professora pediu para que
os pais não ficassem para acompanhar a aula. “Entendi porque sou cabeleireira e sei
que as crianças podem agir de maneira diferente quando seus pais estão por perto”,
relatou Dori. “Eu não queria deixar meu bebê”, acrescentou. Ainda assim, ela fez o que
foi pedido e esperou no carro até que a aula acabasse.
Embora o pequeno Izzy tenha se divertido na primeira aula, ele estava relutante
para ir à segunda, no dia 14. A mãe dele contou aos investigadores que ele perguntou
a ela: “E se eu me afogar?”. Mesmo assim, ele foi. A mãe, novamente, esperou no
carro. Até que ela se assustou quando outra mãe bateu no vidro freneticamente,
chamando: “Venha verificar seu bebê. Eu desabei, imediatamente, porque vi nos olhos
dela”, contou Dori.
“Passei pelo portão e vi Izzy deitado ao lado da piscina, sem responder”, disse a
mãe. “Um pai estava fazendo manobras cardíacas, mas sem sucesso. Eu perguntei
o que tinha acontecido e Lexie disse: ‘Não sei’. Parecia um sonho, o pior pesadelo de
uma mãe”, afirmou.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

​Alunos e comunidade aprendem práticas na piscina para evitar afogamentos

De: Secretaria de Educação

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Texto: Brenda Scota| Foto: Assessoria


Criado: 11 de maio de 2022

Sessenta e cinco pessoas, entre alunos e comunidade da UMEF Governador Christiano


Dias Lopes, em São Conrado, participaram do evento nacional Piscina + Segura. O
momento é iniciativa da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), em
conjunto com a Prefeitura de Vila Velha.

O evento tem o intuito de trabalhar com os alunos e responsáveis sobre a prevenção


ao afogamento, já que esta é a segunda causa de morte no Brasil em crianças de 0 a
4 anos, segundo a Sobrasa. “Às vezes não damos tanta importância ao assunto, mas
hoje temos mais óbitos por afogamento do que a gente consegue imaginar. Precisamos
ensinar às pessoas como tornar esses ambientes aquáticos mais seguros”, explicou
o professor da rede Marcelo Ribeiro.

O evento aconteceu durante toda a manhã e foi dividido em duas partes: a teórica
e a prática. Os participantes souberam sobre os dados de afogamento no Brasil e
aprenderam técnicas de segurança aquática, suporte básico de salvamento aquático
e práticas para evitar situações de afogamento.

“Algumas brincadeiras e atividades feitas dentro do ambiente aquático podem


gerar o afogamento. Nosso objetivo é alertá-los disso, demonstrar na prática como
uma brincadeira pode acabar em um resultado ruim e como lidar com a situação de
afogamento”, complementou Marcelo.

Plínio Gomes tem 56 anos e é pai de um aluno da escola. Ele participou do evento e
acredita que aprender sobre as prevenções ao afogamento é necessário para todos: “A
experiência foi excelente, as orientações e explicações que eles deram são primordiais
para a prevenção do afogamento. Num ambiente de piscina, precisamos ser um
observador constante das pessoas que estão à nossa volta. Às vezes a gente relaxa,
mas temos que estar atentos pra qualquer movimento diferente e procurar saber se
a pessoa está passando por uma situação de afogamento”, falou.

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Maria Madalena faz parte do projeto de hidroginástica da escola e foi uma das
participantes. “Eu aprendi que temos que ter cuidado com as crianças, mas também
com os adultos. Agora sei como prestar socorro pra outra pessoa e também o que
fazer se eu estiver me afogando”, disse Maria.

Já Sandra Inês, avó de um aluno da escola, complementou que o mais importante é


compartilhar esses aprendizados com os outros: “Hoje mesmo já vou conversar com
o meu neto sobre o que podemos e não podemos fazer na piscina. E também vou
contar para outras pessoas porque muita gente não sabe. Eu adoro pular na piscina
e hoje descobri que não pode, por exemplo”, compartilhou.

LEITURA COMPLEMENTAR

https://www.sobrasa.org/new_sobrasa/arquivos/baixar/Manual_de_emergencias_
aquaticas_2015.pdf

Manual EMERGÊNCIAS AQUÁTICAS Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático –


SOBRASA APOIO Federação Internacional de Salvamento Aquático – ILS. Autor; Dr David
Szpilman (*) Versão Outubro de 2015 Atualmente, o número de óbitos por afogamento
em nosso país supera os 6.000 casos por ano, isto sem falar nos incidentes não fatais
que chegam a mais de 100.000. Os dados abaixo demonstram a ocorrência de uma
catástrofe anual que necessita ser interrompida. Com o crescimento do número de
pessoas que desfrutam do meio líquido, seja para o banho, a natação, a prática de
esportes aquáticos, o transporte, ou mesmo para trabalho; em piscinas ou praias,
tornou-se fundamental à orientação preventiva no sentido de evitar o incidente mais
grave que pode ocorrer na água – o Afogamento! Infelizmente o afogamento é muito
comum em nosso país, e ocorre em sua maioria na frente de amigos e familiares que
poderiam evitar ou ajudar, mas desconhecem inteiramente como poderiam reagir. O
desconhecimento ou a imprudência são muitas vezes, as causas principais destes
incidentes na água. Sabemos que mais de 70% das pessoas que se afogam em
AFOGAMENTO é 2ª causa óbito de 1 a 9 anos, 3ª causa de 10 a 19 anos, e 4ª causa
de 20 a 25.
A cada 84 min um Brasileiro morre afogado. Homens morrem 6 vezes mais.
Adolescentes têm o maior risco de morte. O Norte do Brasil tem a maior mortalidade

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51% de todos os óbitos ocorrem até os 29 anos. 75% dos óbitos ocorrem em rios
e represas. 51% das mortes na faixa de 1 a 9 anos de idade ocorrem em Piscinas
e residências Crianças < 9 anos se afogam mais em piscinas e em casa Crianças
> 10 anos e adultos se afogam mais em águas naturais (rios, represas e praias).
Crianças de 4 a 12 anos que sabem nadar se afogam mais pela sucção da bomba em
piscina. 44% ocorrem entre Novembro e Fevereiro Cada óbito por afogamento custa
R$ 210.000,00 ao Brasil Manual do Curso de Emergências Aquáticas 2 Sociedade
Brasileira de Salvamento Aquático – Dr David Szpilman nossas praias vivem fora da
orla, e, portanto não estão habituadas aos seus perigos e peculiaridades. Preocupada
com esta situação, a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático - SOBRASA vem
difundindo, as diversas formas de prevenção ao afogamento em praias, rios, lagos e
piscinas.
Poucas dicas de fácil aprendizado, mas que fazem uma grande diferença entre
a vida e a morte de todos que gostam de se divertir na água. Sensível a toda esta
situação e conhecedor das possibilidades a Sobrasa elaborou este manual básico de
emergências aquática que se propõem a educação em prevenção, resgate e primeiros
socorros de afogamento para crianças, adolescentes e adultos, especialmente aqueles
com afinidade com a água. Introdução ao salvamento aquático Embora as praias
sejam um grande atrativo para turistas, e o local onde ocorre o maior número de
salvamentos, não é na orla e sim em águas doces onde ocorre o maior número de
afogamentos com morte.
É importante conhecermos o perfil das vítimas e as razões que facilitam o
afogamento, pois nestes dados serão baseados o planejamento mais adequado
e as medidas de prevenção necessárias para cada área em particular. Manual do
Curso de Emergências Aquáticas Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático –
Dr David Szpilman 3 As maiorias dos afogados são pessoas jovens, saudáveis,
com expectativa de vida de muitos anos, o que torna imperativo um atendimento
imediato, adequado e eficaz, que deve ser prestado pelo socorrista imediatamente
após ou mesmo quando possível durante o acidente, ainda dentro da água. É fato,
portanto que o atendimento pré-hospitalar a casos de afogamento é diferenciado
de muitos outros, pois necessita que se inicie pelo socorro dentro da água. Este
atendimento exige do socorrista algum conhecimento do meio aquático para que
não se torne mais uma vítima.

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NOTÍCIAS DO ASSUNTO

https://www.fef.unicamp.br/fef/noticias/2010/curso-salvamento-aquatico
Faculdade de Educação Física

O curso básico de resgate e salvamento aquático em piscina tem por objetivo


transmitir de forma prática as diferentes formas de prevenção em afogamento e
salvamento aos profissionais e atletas que lidam com o meio aquático, orientando
como reconhecer e tratar os casos de afogamento até a chegada do socorro médico.

Assuntos abordados
• História do Salvamento Aquático e da Ressuscitação (teoria); -Estatísticas de
Afogamento no Brasil e no mundo e trabalhos de prevenção (teoria); -Acidentes em
meio líquido, responsabilidade civil, definição de afogamento, sinais evidentes de
morte, fisiopatologia do afogado, os seis anéis de sobrevivência do afogamento,
classificação do afogamento, as etapas e fases do afogamento, apagamento,
mergulho no raso e o trabalho do guarda-vidas (teoria); -Avaliação inicial ao
paciente (prática); -Suporte Básico de Vida / Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP)
com Desfibrilador Externo Automático e Administração de Oxigênio(prática).
Carga horária: 6 horas
• Salvamento Aquático sem equipamentos – individual e em dupla (prática);
-Desvencilhamento e judô aquático (prática); -Retirada de vítima de trauma
raqui-medular sem equipamento (prática); -Simulado de RCP (prática). Carga
horária: 3 horas
• Salvamento Aquático com equipamentos – rescue tube, rescue can, lift belt,
bóia circular, prancha de natação, espaguete, colete e cordas (prática); -Dicas
de sobrevivência e auto resgate (prática); -Retirada de vítima de trauma raqui-
medular com prancha de polietileno, cinto aranha e colar cervical (prática). Carga
horária: 3 horas
O curso será ministrado por Juliano Alves – Instrutor da Sociedade Brasileira
de Salvamento Aquático SOBRASA-BR; Instrutor do The American Safety & Health
Institute ASHI-USA; Instrutor do American Heart Association AHA-USA; Instrutor da
Medic First Aid MFA-USA; instrutor da National Association of Underwater Instructors
NAUI-USA; Instrutor do Divers Alert Network DAN-USA; Instrutor da Basic First Aid PAB-

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USA; Instrutor do Centro Ortoprátika de Ensino e Pesquisa em Emergências Médicas


COEPEM-BR.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO
SAMU de Aparecida ensina como socorrer afogados
Disponível em: https://www.aparecida.go.gov.br/aparecida-de-goiania-como-socorrer-
afogados/Por Polliana Martins
27 de julho de 2022

Foto: Claudivino Antunes

Segundo a OMS, em todo o planeta, o afogamento é uma questão de Saúde Pública


por ser uma das principais causas de morte entre crianças e jovens de 1 a 24 anos
de idade, com risco maior para os pequeninos menores de cinco anos. Ao todo, cerca
de 236 mil pessoas morrem afogadas anualmente
No último dia 19, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) 192 de
Aparecida de Goiânia recebeu o chamado de uma avó que relatava que a netinha de
3 anos de idade tinha se afogado na piscina. Prontamente, a senhora foi orientada por
telefone sobre os primeiros socorros para recuperação dos sinais vitais, um socorrista

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de motolância partiu para o local e logo uma equipe com ambulância chegou para
finalizar o atendimento e levar a criança para um hospital, que agora está internada
se recuperando.
Esse e tantos outros fatos semelhantes comprovam a importância de prevenir
afogamentos, como proceder nessas situações e a necessidade de chamar o socorro
médico o quanto antes, assunto que recebe destaque internacional nesta semana do
25 de julho, Dia Mundial de Prevenção aos Afogamentos.

Socorrista orienta a ‘posição de recuperação’, com a pessoa deitada de lado para ajudar a manter suas vias respiratórias abertas
Foto: Claudivino Antunes

A esse respeito, o médico intervencionista do SAMU de Aparecida de Goiânia, Gabriel


Andrade, um dos responsáveis pelo salvamento da menininha de 3 anos no último
dia 19, lembra que, em todo o País, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria
(SBP), o afogamento é a segunda maior causa de mortalidade em pessoas de 5 a 14
anos de idade e a terceira maior causa de morte externa.
O profissional destaca que nos primeiros seis meses de 2022 o SAMU de Aparecida
de Goiânia atendeu a 5 ocorrências de afogamento, número que já foi maior em outras
épocas, mas que ainda é significativo e pode se agravar no período de férias, quando
mais pessoas frequentam piscinas, lagos, rios e oceanos. “É muito importante que
escolas e outras instituições ensinem esses primeiros socorros, orientando as pessoas
para essas situações que podem acontecer principalmente com nossas crianças.

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São medidas simples que podem salvar vidas num momento decisivo e até o socorro
especializado chegar. Contudo, o melhor mesmo é prevenir, redobrar os cuidados e a
atenção”, reforça Gabriel Andrade.
Chamado desesperado
Gabriel Andrade recorda, emocionado, o apelo da avó da menininha de 3 anos:
“Recebemos o chamado por volta de umas duas horas da tarde, era a avó desesperada.
Ela contava que a criança havia se afogado na piscina da residência e estava desacordada.
Aí procedemos com as orientações necessárias para que os sinais vitais voltassem. A
avó disse que a criança estava roxa e com dificuldade de respirar. Então orientamos
sobre compressões no tórax, informamos quantas seriam necessárias e falamos
também sobre a respiração boca-a-boca, que é importante para restabelecer a parte
ventilatória, da respiração”.
“Para nós, que temos filhos, é ainda mais duro porque isso pode acontecer também
com nossas crianças, então foi uma ligação muito emocionante. Teve um momento
que falei “faz a ventilação, sopra a boquinha dela”, e aí veio de repente, ao fundo, no
final, um choro forte, e eu falei “olha, é isso que eu queria ouvir. Naquele momento já
tínhamos mandado nossas equipes, a motolância e a ambulância estavam a caminho
nessa ocorrência que, desde o início, mobilizou vários profissionais: o pessoal que
recebeu o chamado, os telefonistas, depois a regulação médica e um médico da
intervenção que chegou lá, deu o suporte final e encaminhou e menininha para o
hospital”, conta o médico.

Socorrista do SAMU orienta manobras de salvamento em crianças vítimas de afogamento


Foto: Claudivino Antunes

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Atenção redobrada com as crianças


Gabriel Andrade enfatiza que “é muito importante que escolas e faculdades
ensinem para as crianças e os adultos sobre os perigos e como proceder em casos
de afogamento porque a gente nunca sabe quando vai enfrentar uma situação dessas.
Medidas simples como uma reanimação cardiopulmonar (RCP) pode salvar vidas nos
primeiros momentos. A compressão e a ventilação, que é a massagem torácica, ou o
simples ato de soprar dentro da boca da criança, isso pode restabelecer uma vida. ”
O profissional ainda frisa que é essencial que que os pais ou responsáveis estejam
junto sempre que uma criança está na água e fiquem atentos. “Além disso, a criança
deve ter sido treinada, deve ter tido aulas de natação e precisa saber como se comportar
seguindo as orientações dos salva vidas e dos bombeiros sem ultrapassar os limites.
Se não sabe nadar, que não fique na borda da piscina nem entre no mar. E os adultos,
se ingerirem bebidas alcoólicas, não devem ir para as partes fundas. São medidas
simples que evitam tragédias. Sobretudo, repito: Tenham sempre atenção, nunca é
demais, principalmente em relação às crianças. E se for acampar, se for no mar ou
num rio, use o colete salva-vidas”, afirma Gabriel.
Confira algumas dicas básicas para prevenir afogamentos:
• Mesmo que saibam nadar, nunca deixe, nem por um instante, crianças e
adolescentes sozinhos dentro ou próximos da água sem o monitoramento de
uma pessoa adulta que saiba nadar;
• Não entre na água bêbado ou sob efeito de quaisquer substâncias que reduzam
a atenção;
• Ensine as crianças a nadar e a evitar brincadeiras arriscadas na água;
• Adote o colete salva-vidas sempre que possível, seu uso pode evitar muitos
acidentes, principalmente em lagos, rios e no mar;
• Instale uma barreira de proteção nas piscinas em casas onde haja crianças;
• Até mesmo um balde d’água representa risco para crianças se afogarem, esteja
alerta;
• Evite correntes fortes em rios e no mar;
• Priorize escolas e creches sem piscinas e lagos para crianças com menos de
6 anos de idade;
• Em caso de acidentes, acione imediatamente o SAMU/192.

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Título: Mergulho de ponta


Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto/mar-aberto-garoto-menino-rapaz-9044070/

ANOTE ISSO

Em caso de afogamento, o professor de Educação Física deverá realizar as técnicas


de retirada da vítima da água e prontamente, acionar o serviço 192 ou 193.

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Para finalizar esse capítulo que trata dos acidentes de afogamento nas práticas
aquáticas, sinalizamos para os professores de Educação Física que atuam com o
ensino da natação que a estratégia de campo visual é prioridade nas aulas. O professor
deve se posicionar na piscina de forma que consiga o tempo todo, observar os alunos.
Outro ponto que destacamos é a questão do respeito às limitações e medos dos
alunos. Temos que incentivar os alunos a superar seus limites e dificuldades, só não
podemos deixar de respeitar esses limites. Para isso, cabe a percepção e bom senso.

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CAPÍTULO 15
NATAÇÃO PARA
GRUPOS ESPECIAIS

Título: Atleta Paralímpico


Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto/ativo-movimentado-atividade-acao-4047705/

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Ao longo da minha experiência com a natação, tive o prazer de ensinar muitas


pessoas a arte de nadar. Com a natação proporcionei aos meus alunos inúmeros
benefícios para além das capacidades físicas. Para um desses alunos, o benefício
foi muito maior e significativo. João Victor, esse era o cara. 10 anos de idade, sofreu
paralisia cerebral no parto perdeu o movimento das pernas. Seu diagnóstico era de
deficiente física. Toda sua dificuldade de limitação em se deslocar na terra eram
esquecidas quando ele entrava na água. Tinha uma habilidade fora do comum em
nadar o estilo borboleta e adorava se exibir nadando. As aulas de natação para o
menino João era uma libertação pela agilidade nos movimentos, velocidade em se
deslocar e a ousadia de superar os mesmos colegas no nado borboleta. Os mesmo
que o acompanhavam na cadeira de rodas para casa. joão Victor não quis seguir a
carreira de atleta paralímpico por uma decisão dele. Mas continua nadando até hoje
em um clube da cidade. Se tornou um apaixonado pelas piscinas.

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

Pensando na deficiência, podemos dizer que a prática da natação pode ser iniciada
por vários motivo: lazer, recuperação física e mental, motivação para a vida,
adrenalina das competições e até, uma realização pessoal.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

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© Ale Cabral/CPB/Direitos Reservados Esportes

Paralimpíada: conheça mais sobre a natação na Tóquio 2020


Modalidade está presente desde a primeira edição dos Jogos, em 1960.

Publicado em 22/08/2021 - 12:00 Por Lincoln Chaves - Repórter da TV Brasil e da


Rádio Nacional - São Paulo
A natação está presente na Paralimpíada desde a edição de 1960, a primeira oficial,
em Roma (Itália). Na ocasião, a disputa reuniu 77 nadadores com lesões medulares,
representando 15 países e competindo em 62 provas de, no máximo, 50 metros (m).
Atletas com amputações e deficiências visuais entraram na briga por medalhas
a partir dos Jogos de Toronto (Canadá), em 1976. Quatro anos depois, em Arnhem
(Holanda), a disputa foi aberta a nadadores com paralisia cerebral. Em 1984, cadeirantes
e pessoas com outros tipos de deficiência locomotora (les autres, do francês os
outros) foram incluídos nas edições realizadas, simultaneamente em Stoke Mandeville
(Grã-Bretanha) e Nova Iorque (Estados Unidos). Por fim, na Paralimpíada de Sydney
(Austrália), em 2000, tiveram vez os competidores com deficiência intelectual.
Os nadadores paralímpicos são divididos por categorias, de acordo com o grau da
deficiência. As classes S (do inglês swimming) de 1 a 10 são voltadas a atletas com
comprometimento físico-motor, sendo que, quanto maior o número, menor a limitação.

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Na hora da prova as próteses devem ser retiradas. Nas classes mais baixas é comum
o competidor largar de dentro da piscina, por conta do tipo de comorbidade. No caso
de amputados de membros superiores, alguns se apoiam em uma toalha, usando a
boca, para largar no nado costas.
O mesmo critério (quanto maior o número, menor a limitação) também distingue
as classes de S11 a S13, nas quais competem os deficientes visuais. Na S11 estão
os atletas totalmente cegos, que necessitam do tapper, um bastão com espuma na
ponta, que técnicos ou voluntários utilizam para tocá-los nos metros finais, alertando-os
que a borda da piscina está próxima. Em outras categorias, os nadadores têm baixa
visão, podendo, ou não, fazer uso do tapper. Nas três classes, os óculos devem ser
escuros, para que a competição seja igual.
Entre as categorias físico-motoras (1 a 10), as provas de revezamento são 4x100
m (livre e medley) e 4x50 m (livre). Na primeira, a soma do número das classes dos
nadadores (tanto na disputa masculina como na feminina) não pode superar 34. Na
segunda, que reúne atletas com maior grau de comprometimento, a soma máxima é 20.
Nadadores com deficiência visual (11 a 13), além daqueles com deficiência intelectual
(S14), também disputam revezamentos 4x100 m livre, todos mistos. No primeiro caso,
porém, há uma restrição: a combinação do número das categorias de cada integrante
não pode ir além de 49.
Na história da Paralimpíada, Estados Unidos e Grã-Bretanha disputam o posto de
país com mais medalhas na natação. Segundo o Comitê Paralímpico Internacional
(IPC, na sigla em inglês), os norte-americanos conquistaram 689 láureas, sendo 268
douradas, contra 681 pódios dos britânicos (217 vezes no topo). O top-5, com base
nas medalhas de ouro, ainda tem Holanda (180), Canadá (161) e Austrália (128).
Parte significativa das conquistas norte-americanas vieram com Trischa Zorn, dona
de 46 medalhas paralímpicas, sendo 32 douradas. Entre os homens, o britânico Mike
Kenny é quem mais vezes esteve no topo do pódio (16), mas o maior medalhista
é Daniel Dias, com 24 láureas (14 de ouro). Na última Paralimpíada da carreira, o
brasileiro terá a chance de se tornar o maior campeão da modalidade no masculino.
O Brasil participa das competições de natação na Paralimpíada desde os Jogos
de Heidelberg (Alemanha), em 1972. As primeiras medalhas vieram 12 anos depois,
na edição de Stoke Mandeville: um ouro, cinco pratas e um bronze. Atualmente, a
modalidade é a segunda que mais rendeu pódios ao país no evento: 102 (32 ouros,
34 pratas e 36 bronzes), atrás somente do atletismo (142).

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A natação brasileira competirá renovada em Tóquio. São 13 estreantes paralímpicos


entre os 35 convocados. Entre eles, alguns fortes candidatos a medalha, como Gabriel
Geraldo (S2), recordista mundial da categoria, e os campeões mundiais Wendell
Belarmino (S11) e Maria Carolina Santiago (S12). Além disso, 12 nadadores têm até
23 anos, caso do integrante mais jovem dos 260 atletas da delegação nacional em
solo japonês: João Pedro Brutos (S14), de 18 anos.
As provas da natação serão disputadas no Centro Aquático de Tóquio. As eliminatórias
ocorrem sempre a partir das 9h, no horário local (21h no de Brasília), com finais às
17h do Japão (5h de Brasília). Pelo horário brasileiro, os atletas começam a cair na
água na noite da próxima terça-feira (24).

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

ESPORTE PARALÍMPICO
Disponível em: https://brasil.elpais.com/esportes/2021-11-30/daniel-dias-14-vezes-
campeao-paralimpico-imagina-o-reconhecimento-que-eu-teria-se-fosse-atleta-olimpico.
html
Daniel Dias, 14 vezes campeão paralímpico: “Imagina o reconhecimento se eu fosse
atleta olímpico?”
Dono de 100 medalhas entre Paralimpíadas, Mundiais e Parapanamericanos, o ex-
nadador fala ao EL PAÍS sobre preconceito contra pessoas com deficiência, a carreira
vitoriosa e o desejo de seguir lutando pelo desenvolvimento do esporte

Daniel Dias na Paralimpíada de Londres, em 2012, quando ganhou seis medalhas


de ouro. BUDA MENDES/CPB. DIOGO MAGRI

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São Paulo - 30 NOV 2021 - 20:54 BRT


Aos 33 anos, Daniel Dias é o maior nome da história do esporte paralímpico brasileiro.
Aliás, seus feitos na natação não se comparam ao de nenhum outro esportista do
Brasil, com ou sem deficiência. São 27 medalhas em Paralimpíadas: 14 ouros, 7 pratas
e 6 bronzes. Outros 40 pódios em Mundiais, 31 deles dourados. Em Jogos Parapan-
americanos, disputou 33 provas e ganhou todas. Mesmo assim, os louros não lhe
satisfazem plenamente, porque faz parte de uma categoria de atletas paralímpicos que,
quando comparados aos convencionais, ficam em segundo plano. “Se eu fosse um
atleta olímpico, você imagina o reconhecimento que eu teria?”, diz durante entrevista
por videoconferência ao EL PAÍS.
Dias fala cerca de dois meses após se aposentar das piscinas. Foram 17 anos de
carreira encerrados na Paralimpíada de Tóquio 2020, onde aumentou sua lista com três
medalhas de bronze, nas provas de 100 metros livre, 200 metros livre e revezamento
4x50 metros livre misto. A competição foi sua pior em conquistas, apesar de suas
marcas pessoais não terem piorado. O rendimento foi afetado por uma polêmica
reclassificação de deficiências na natação, feita pelo Comitê Paralímpico Internacional
(IPC).
A natação paralímpica tem 14 categorias funcionais para abranger todas as PcDs
(pessoas com deficiência). Atletas com deficiências motoras, como Daniel Dias,
competem nas categorias de S1 a S10. Quanto maior o número, menos dificuldades
motoras. Desde o início da carreira, o brasileiro disputa provas na classe S5. Uma
mudança de critérios em 2019 passou a incluir atletas da S6 (com menos dificuldades
motoras) na categoria dele. O ex-atleta admite que a mudança esteve entre as razões que
o levaram a deixar as piscinas. Agora, pretende se dedicar à luta contra o capacitismo.
Além de compor o conselho internacional de atletas, assumiu o cargo de secretário
de Esportes de Atibaia, no interior de São Paulo, onde vive com a família.
Pergunta. Você já disse que passar mais tempo com a família foi o principal motivo
da aposentadoria. Mas a reclassificação da sua categoria também influenciou nessa
decisão?
Resposta. A decisão foi baseada na questão da família. Mas, quando você decide
algo como isso, você pondera muitos pontos. Com toda a certeza a reclassificação
foi um desses pontos. A gente não viu ela como um processo claro e objetivo, mas
sim uma confusão muito grande. Cada pessoa explica a reclassificação de um jeito
diferente, e você vê que os próprios atletas não estão entendendo. Então ela fez parte

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da minha decisão. Não porque eu não vou ganhar mais medalha, mas porque batalhei
tanto por esse esporte, briguei para representar meu país por tanto tempo, e vem uma
classificação na qual os atletas foram remanejados sem uma explicação lógica, sem
um estudo específico, e isso te desanima porque dediquei minha vida ao esporte. Do
meu ponto de vista, a natação paralímpica perdeu a credibilidade. Melhorei os meus
tempos e não ganhei medalhas, como explico isso? Continuei em grande nível, mas
passei a competir com atletas de uma categoria acima. Isso também pesou para me
aposentar.
P. Que tipo de deficiências foram igualadas com a reclassificação?
R. É mais fácil tentar explicar com meu caso: eu sempre fui da classe S5, porque
nasci com má formação congênita. Meu braço não vai crescer, eu só vou evoluir com
treinamento. Algumas pessoas com deficiências, como paralisia cerebral, conseguem
melhorar sua condição com a prática de exercícios físicos. Da mesma forma, outros
têm condições degenerativas que pioram com o tempo. Esses atletas poderiam passar
por uma reclassificação. Não é o caso das nossas categorias, onde a evolução tem
a ver com o treinamento, não com melhoria ou piora da deficiência. Por isso, se eu
continuo na S5, teoricamente os da S6 deveriam continuar na S6. E não existe uma
explicação lógica hoje para alguns da S6 terem passado para a S5. Para que entendam
minha revolta, competi contra atletas cuja deficiência não regrediu. Vejo que o grande
problema da natação paralímpica hoje é a classificação, que está muito subjetiva.
P. Baseado nisso, é possível dizer que seu resultado em Tóquio (três bronzes) foi
melhor que o esperado?
R. A expectativa era brigar por uma medalha só nos 100 metros livre. Fora isso,
já estaria satisfeito melhorando as marcas. Eu sabia que ia ser difícil, por isso foi
surpreendente tudo que vivi lá, ter conquistado as três medalhas e ter fechado a carreira
com 100 medalhas em campeonatos mundiais, Parapan-americanos e Paralimpíadas.
P. Como encara esses feitos, agora como ex-atleta?
R. Ainda não tive tempo de sentar e analisar friamente ou emocionalmente. O menino
que começou aos 16 anos, lá em 2004, não chegaria nem perto de imaginar tudo que
eu conquistei. Isso já dá uma ideia. E fico muito feliz por não terem conquistas só do
Daniel, mas para o esporte brasileiro, para o movimento paralímpico e para as pessoas
com deficiência. Porque representamos milhões de PcDs e abrirmos portas para elas.

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Daniel com uma das medalhas de bronze que conquistou em Tóquio 2020.
ALE CABRAL/CPB

P. Por ter sido uma Paralimpíada com engajamento nas redes, recordes do Brasil
e transmissões mais inclusivas na televisão, Tóquio 2020 teve um destaque nesse
sentido?
R. Essa preocupação com a transmissão mais acessível foi algo que fez as pessoas
passarem a pensar mais nisso. Vejo que Tóquio 2020 teve esse marco de quebrar o
preconceito, da luta contra o capacitismo, e acima de tudo mostrar o valor da pessoa
com deficiência, tirando a ideia do coitadismo. Acho que foi a virada da chavinha,
para que vejam a deficiência de outra maneira. Os recordes foram importantes, mas
foi muito além disso. Pessoalmente, foi a minha pior Paralimpíada em termos de
medalhas, mas também foi a coroação do que foi minha carreira.
P. Desde Sidney 2000, os resultados do Brasil nas Paralimpíadas são melhores que
nas Olimpíadas. Na sua opinião, por que o país é uma potência paralímpica?
R. Queria falar primeiro que estou muito feliz com a evolução da natação paralímpica,
com o Bil (Gabriel Bandeira), Gabrielzinho (Araújo), Maria Carolina (Santiago), Talisson
(Glock), Wendell (Bellarmino), entre outros. Eles me dão uma tranquilidade para parar
porque sei que vão dar continuidade. No esporte em geral, é um trabalho que o Comitê
Paralímpico Brasileiro vem fazendo. Ele mostra que, quando aumenta o investimento,
o resultado vem. Temos um grande legado da Rio 2016, que é o centro de treinamento
paralímpico em São Paulo. Ele consegue atender todas as modalidades paralímpicas, e
o atleta não precisa sair mais de casa para treinar numa estrutura melhor que muitos

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campeonatos mundiais. Antes eu precisava buscar essa estrutura fora do país. Então
você colhe frutos quando faz o investimento chegar onde é necessário.
P. O Brasil não é um país conhecido por oferecer muitas alternativas para pessoas
com deficiência. Assim, o esporte se torna uma das poucas ferramentas para que uma
PcD seja incluída na sociedade. Você acha que isso colabora para o ótimo desempenho
do país no esporte paralímpico?
R. Acredito que sim. Muitas pessoas que têm um filho com deficiência descobrem
a Paralimpíada quando assistem na TV. Eu entrei para a natação assim, assistindo
aos Jogos de Atenas 2004. Nesse ponto, eles vêm uma saída para “vencer na vida”.
E nem sempre a pessoa tem o sonho de seguir carreira no esporte, o que não deixa
de ser importante. Mas a procura é muito maior porque estamos muito aquém em
acessibilidade e preconceito, que é falta de conhecimento. As pessoas não conhecem
a realidade dos PcDs e, por isso, formam os preconceitos.
P. Você acha que o principal caminho na luta contra o capacitismo passa por
combater essa falta de informação?
R. Sim. Se eu fosse um atleta olímpico e tivesse ganho 27 medalhas, você imagina
o reconhecimento que eu teria? É importante fazer essa reflexão. Não que eu não
tenha reconhecimento, mas esse exercício é necessário para entender que existe um
preconceito contra o movimento paralímpico. A gente precisa quebrar isso dessa
maneira: divulgando o movimento. A sociedade precisa passar a conhecer, a consumir,
a entender.

Daniel se preparando para disputar a última prova da carreira, em Tóquio.


MIRIAM JESKE/CPB

P. De que forma você vai se manter ligado ao esporte paralímpico?

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R. Consegui me eleger com uma boa votação e hoje faço parte do conselho
internacional de atletas. Quis entrar justamente para brigar pela questão da
reclassificação, porque não é só um problema da natação. É um problema geral
do esporte paralímpico cuja evolução precisa acompanhar a tecnologia. Isso não
aconteceu e é triste. Então quis entrar para ser um porta-voz dos atletas porque só
nós sabemos o que passamos.
P. E a vida de aposentado? Já deu para passar o tempo que queria com a família?
R. Os compromissos ainda não permitiram (risos). Pelo menos estou todos os dias
em casa. Mas os compromissos são divertidos, estou gostando do que estou vivendo.
Um exemplo simples é poder ter feriados... Estou achando incrível isso de emendar
feriados. Então se tem um feriado na quinta, você também folga na sexta? Isso existe?
(risos). São pequenas coisas, mas que fazem toda a diferença. Nós treinamos todos
os dias, é uma vida desgastante, então agora dá para aproveitar a vida de ex-nadador
—não vou falar aposentado porque parece que estou velho.
P. Algum outro plano a curto prazo?
R. Eu assumi a Secretaria de Esportes de Atibaia (cidade a 60 quilômetros de São
Paulo), onde vivo com a minha família. É uma das coisas que me fazem não conseguir
parar. Sempre soube que não ia conseguir ficar longe e quis agarrar esse desafio de
contribuir com o esporte. E é bom fazê-lo de uma maneira geral, seja no alto rendimento,
na parte social ou no lazer para a sociedade. Não tenho nenhum plano específico,
mas o que eu pretendo é fazer a diferença e ajudar. Batalhar pela inclusão. Acredito
que o esporte pode transformar vidas, porque transformou a minha. Quero somar no
movimento paralímpico para que ele possa cada dia mais evoluir e ter credibilidade.

LEITURA COMPLEMENTAR

Natação paralímpica: conheça as regras e saiba como praticar!


Disponível em: https://blog.freedom.ind.br/natacao-paralimpica/
A natação está presente nos Jogos Paralímpicos desde 1960, quando aconteceu
a primeira edição. A partir de então, o Brasil já conquistou 102 medalhas nessa que
é sua segunda modalidade mais premiada.
Entre as práticas esportivas, a natação é a mais completa para pessoas com
deficiência locomotora, devido à facilidade de movimentação dentro da água e aos
vários benefícios que apresenta.

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Neste artigo, vamos falar mais sobre a natação paralímpica. Caso você se interesse
pelo esporte, continue a leitura!
As categorias da natação paralímpica
As provas na natação paralímpica são organizadas conforme o grau de deficiência
e comprometimento físico dos atletas. A classificação tem nomeação numérica: de
0 a 10 são pessoas com limitações motoras; de 11 a 13 são os deficientes visuais e
14 corresponde aos atletas com deficiência intelectual.
Vale lembrar que a natação paralímpica no Brasil é conduzida pelo Comitê
Paraolímpico Brasileiro e, de acordo com suas normas, as classes são divididas em:
• S (nado livre, costas e borboleta);
• SM (nado medley);
• SB (nado peito).
A classificação sempre se inicia com S — primeira letra da palavra “swimming”,
que em inglês significa natação. Dentro desse sistema, os números são ordenados
conforme comprometimento físico ou visual do atleta. Assim, os números mais baixos
significam maior comprometimento, e os mais altos um menor comprometimento.
Por exemplo, os atletas com limitação motora são classificados como:
• S1: lesão na medula abaixo da vértebra C4, paralisia cerebral quadriplégica ou
pólio equivalente;
• S2: lesão total abaixo da C6, atletas quadriplégicos com limitação nos membros
superiores ou pólio equivalente;
• S3: lesão completa abaixo da vértebra C7 ou incompleta abaixo da C6 e nadadores
que tiveram os quatro membros amputados;
• S4: lesão total abaixo da C8 ou incompleta abaixo da C7 e amputação tripla;
• S5: lesão na medula abaixo da vértebra T1-8, acondroplasia ou hemiplegia
(paralisia de um dos lados do corpo);
• S6: lesão medular abaixo da T9-L1, acondroplasia e hemiplegia branda;
• S7: lesão na medula abaixo da L2-3, amputação dupla na parte superior do
joelho e amputação dupla abaixo dos cotovelos;
• S8: lesão abaixo da L4, amputação acima dos dois joelhos, amputação das
duas mãos e diplegia leve;
• S9: lesão na medula próximo ao S1, pólio com restrição em uma das pernas,
amputação na região acima do joelho ou amputação abaixo do cotovelo;

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• S10: poliomielite com pouca interferência nos membros inferiores, amputação de


ambos os pés, de uma das mãos ou restrição grave nas articulações coxofemoral.
As competições
As competições podem ser individuais ou por revezamento, além da divisão em
categorias masculinas e femininas. As disputas ocorrem nos quatro estilos oficiais:
peito, costa, livre e nado borboleta.
As regras são as mesmas da natação convencional, mas como participam atletas
com vários tipos de deficiência, são feitas adaptações para criar uma competição
mais justa. Em relação às distâncias, as provas são divididas em:
• nado livre: 50, 100, 200 e 400 metros;
• borboleta: 50 e 100 metros;
• peito: 50 e 100 metros;
• costas: 50 e 100 metros;
• nado medley: 150 e 200 metros;
• revezamentos.
Revezamentos
Bem como na natação tradicional, as provas de revezamento são feitas por grupos de
quatro nadadores. A diferença é que, nos jogos paralímpicos, os grupos são formados
usando os números da categoria em que o atleta compete.
Os números de categorização dos atletas são somados, e precisam ficar entre 20
(para revezamento baixo) e 34 (para revezamento alto) “pontos”.
Por exemplo, para formar uma equipe de revezamento alto, podem ser escolhidos
quatro atletas : S10, S4, S10 e S10, para somar 34 pontos. Assim, os treinadores precisam
montar a melhor equipe possível, somando os pontos para as duas modalidades.
As principais regras da natação paralímpica
Como mencionamos, as regras para a natação paralímpica são as mesmas da
convencional, possuindo poucas alterações.
As roupas dos atletas devem ser apropriadas para o esporte por exemplo, e não
é permitido nenhum aparato que melhore o desempenho do competidor, como as
próteses. Dependendo da deficiência, os atletas também podem solicitar o auxílio de
alguém da equipe para dar apoio na borda da piscina ao entrar e sair da água.
Durante as provas, os árbitros fiscalizam se os estilos estão sendo respeitados,
o número de voltas e se a virada é executada corretamente. Qualquer irregularidade
pode desclassificar o atleta.

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O controle de tempo é feito com um equipamento de alta precisão. O sistema


começa a funcionar no momento em que o juiz libera a largada. Além do tempo, as
parciais são marcadas sempre que os nadadores tocam os sensores que ficam nas
paredes das piscinas.
Adaptações das regras
As regras da natação paralímpica precisam de algumas adaptações, especialmente
quando o atleta tem problemas de equilíbrio. Nesse caso, o nadador pode escolher
uma pessoa para ajudá-lo a se equilibrar na plataforma.
Outro ajuste importante é que as classes S1, S2 e S3 podem manter o(s) pé(s)
encostado(s) à parede até que seja liberado o início da prova. Entretanto, dar impulso
ao nadador não é permitido, pois a prática é considerada uma falsa largada.
Os benefícios da natação para pessoas com deficiência
Como citamos, a natação é um dos esportes mais completos e benéficos para
pessoas com deficiência motora. Isso porque a prática proporciona mais liberdade,
já que é possível se movimentar sem o auxílio de bengalas, próteses ou cadeiras de
rodas.
É importante mencionar que esse esporte trabalha todas as funções do corpo,
trazendo uma sensação bastante prazerosa ao flutuar na água. Com isso, as partes
que são sobrecarregadas no dia a dia conseguem relaxar e diminuir possíveis dores
ou incômodos.
Veja o vídeo do campeão Tao Zheng, um exemplo de dedicação e superação https://
www.youtube.com/watch?v=Q7lJSDDI1ew.

ANOTE ISSO

A natação paralímpica proporciona um melhor desenvolvimento para pessoas com


deficiências físicas, permitindo também mais autonomia e liberdade.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Tubarão Clodoaldo Silva aposta em surpresa na Paralimpíada


Disponível em: Buscahttps://agenciabrasil.ebc.com.br/esportes/noticia/2020-04/
tubarao-clodoaldo-silva-aposta-em-surpresa-na-paralimpiada

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© Rovena Rosa/Agência Brasil


Esportes

Publicado em 08/04/2020 - 20:42 Por Sérgio du Bocage - Repórter da TV Brasil -


Rio de Janeiro
Ouça a matéria:
O Brasil celebra no dia 8 de abril o Dia da Natação. É uma data representativa, pois
nessa modalidade o país conquistou 14 medalhas olímpicas, tem representantes no
Hall da Fama Internacional e multicampeões e recordistas olímpicos e paralímpicos.
Desses, um é Clodoaldo Silva, o Tubarão, que nos Jogos Paralímpicos de 2004, em
Atenas, conquistou seis medalhas e entrou para o Hall da Fama brasileiro. Analista do
esporte, Clodoaldo elogia o adiamento dos Jogos de Tóquio e prevê benefícios para
os atletas paralímpicos, em especial.
“Se lembrarmos dos últimos Jogos Paralímpicos, um ano antes surgiram novos
nomes que não eram cotados para a disputa de medalhas. Por que isso não pode
acontecer agora, com esse prazo estendido?”, questiona o Tubarão, em entrevista à
TV Brasil. “E a garotada, que chegaria com pouca experiência em Tóquio, vai ganhar
um ano de competições internacionais e teremos surpresas em 2021”,aposta.
Clodoaldo foi favorável ao adiamento dos Jogos, em especial para os atletas com
deficiência. “A grande maioria está em grupos de risco e seria perigoso manter os Jogos
para o mês de agosto. Além disso, nenhum atleta, nem os convencionais, estaria nas
melhores condições para os Jogos. Ninguém está treinando como deveria. Foi uma
decisão difícil, mas acertada”, comentou.

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Natação no Brasil
O Dia da Natação foi criado para ajudar a promover a modalidade, que além dos
muitos campeões, chama atenção pelos efeitos benéficos que traz para a saúde. Em
números, só é menos praticada no Brasil que o futebol, o vôlei e o tênis de mesa. Ela
chegou ao Brasil em 1897 e no ano seguinte já foi disputado o primeiro Campeonato
Brasileiro.
Nos Jogos Olímpicos, a estreia brasileira na natação foi nos Jogos de Antuérpia, em
1920, com Orlando Amêndola e Ângelo Gammaro. Em 1932, em Los Angeles, Maria
Lenk, aos 17 anos, tornou-se a primeira mulher sul-americana a competir numa edição
dos Jogos. Ela também esteve em 1936 em Berlim, quando numa prova do nado peito
introduziu a braçada do nado borboleta, que teria surgido ali. Atualmente, temos 14
medalhas olímpicas, ficando atrás do judô (22), da vela (18) e do atletismo (17).
Na natação dos Jogos Paralímpicos, o Brasil soma 102 medalhas, sendo a segunda
modalidade que mais medalhas deu ao país, ficando atrás apenas do Atletismo, com
142. Entre os grandes campeões, nomes como Daniel Dias, o maior medalhista da
natação paralímpica mundial e detentor do Prêmio Laureus de 2008, o Oscar do Esporte.
Daniel sempre lembra que Clodoaldo foi sua referência na natação.
“Celebrar o Dia da Natação, para mim, é motivo de orgulho, pois foi através desse
esporte que comecei minha fisioterapia de recuperação da paralisia cerebral, lá em
Natal, onde nasci”, diz Clodoaldo, que agora em fevereiro completou 41 anos. “Graças
à natação, participei de cinco paralimpíadas, ganhei 14 medalhas e bati seis recordes
mundiais. Então fico muito feliz nesse dia, porque se a natação tem sua história como
modalidade esportiva, ela também é muito importante na recuperação de muitas
pessoas com deficiência”, completa.

Clodoaldo Silva
Arquivo/Rovena Rosa/Agência Brasil

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Além das conquistas olímpicas e paralímpicas, a natação brasileira tem história


marcante nos Mundiais – com destaque para Ana Marcela Cunha – e tem três
representantes no Hall da Fama Internacional: Maria Lenk, Gustavo Borges e Marcus
Mattioli.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

BENEFÍCIOS DO ENSINO DA NATAÇÃO PARA DEFICIENTES VISUAIS

O Serviço Social da Indústria ( SESI ) por meio da pesquisa realizada com o profissional
Felipe Catunda, publicou em sua página na internet o artigo que trata dos benefícios do
ensino da natação para deficientes visuais. Disponível em: http://www.fiepbulletin.net/
index.php/fiepbulletin/article/view/4401#:~:text=Ap%C3%B3s%20an%C3%A1lise%20
e%20s%C3%ADn tese%20das,dos%20aspectos%20sociais%20e%20 emocionais.
Na concepção de Felipe Catunda, o paradesporto vem crescendo no Brasil em
número de participantes e profissionais envolvidos na organização e formação de
atletas (Profissionais de Educação Física, Fisioterapeutas, Nutricionista, Psicólogos
e Gestores), o que vêm gerando aumento de investimentos públicos, particulares,
criação de centros de treinamento e projetos sociais. Este movimento vem atraindo
a participação de novos adeptos da prática esportiva com o objetivo de: melhorar a
qualidade de vida, os aspectos físicos, sociais e emocionais e uma maior qualificação
na modalidade.
O desempenho dos atletas paraolímpicos vem despertando o interesse da mídia,
patrocinadores e do público em geral, devido à evolução do paradesporto que inicialmente
era visto como possibilidade de recuperação e integração social. Recentemente, essa
parcela da população passou a dar outra conotação ao esporte adaptado, isto é, a
busca da profissionalização e do alto rendimento esportivo. Esse fato tem permitido
a estes atletas com deficiência, alcançarem níveis expressivos de resultados tanto
em competições nacionais, quanto internacionais.
A prática da natação é indicada para todas as faixas etárias e pode ser praticada
com diversos objetivos: aprendizagem, lazer, reabilitação, condicionamento e alto
rendimento. Sendo um dos esportes mais indicados para indivíduos com deficiência,
pois as propriedades da água (densidade, viscosidade e empuxo) facilitam a execução

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dos movimentos, além de contribuir para o desenvolvimento da coordenação, diminuição


do desgaste articular e promoção de relaxamento muscular.
Neste sentido podemos auxiliar crianças e adultos com deficiência visual, através
da estimulação dos sentidos remanescentes ou de seus outros sentidos, a capturar
informações quanto à localização de determinado objeto, na segurança e velocidade
de deslocamento, utilizando–se do sentido da audição e percepção na realização das
tarefas durante o nado.

LEITURA COMPLEMENTAR

COMITÊ PARALÍMPICO BRASILEIRO


Disponível em: https://www.cpb.org.br/
Natação Paraolímpica [História, Regras, …]

A natação paraolímpica é um dos esportes que está presente nos Jogos Paraolímpicos
desde a sua criação, em Roma (1960).
Poucas mudanças foram surgindo nesta modalidade até os dias de hoje e por esse
motivo não tem grande história em si.
Natação Paraolímpica no Brasil

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Desde à bastantes anos também que a seleção brasileira teve competidores bastante
fortes nesta modalidade.
Até à data, já ganharam cerca de 69 medalhas ao todo, tendo sido em 1984 que o
Brasil começou a ganhar mais nome nesta modalidade.
Nesse ano ganharam 1 medalha de ouro, 5 de prata e 1 de bronze. Lembrando que
só em natação.
Provas e Regras na Natação Paraolímpica
As provas praticadas variam muito, havendo a maioria dos estilos disponíveis para
os competidores e distâncias também, como irá ver na seguinte lista:
• 50 metros (livre, peito, costas e borboleta)
• 100 metros (livre, peito, costas e borboleta)
• 150 metros (medley – três estilos)
• 200 metros (livre e medley – quatro)
• 400 metros (livre)
• Revezamento 4×50 metros (livre e medley)
• Revezamento 4×100 metros (livre e medley)

Regras
As provas são classificadas por grau e tipo de deficiência, de forma a separar um
pouco as competições e a torná-las mais justas.
As categorias de 1 a 10 classificam os nadadores com deficiência motora, de 11
a 13 nadadores com deficiência visual, e a categoria 14, a qual foi restituída, é para
classificar nadadores com deficiência intelectual.
Os nadadores não podem usar nada que os possa beneficiar como o uso de próteses
por exemplo, sendo só usados os tappers, que servem para avisar os nadadores invisuais
que estão a chegar perto do fim da piscina, dando um toque ao de leve nas costas.
Existem também algumas pequenas diferenças em relação a forma como eles
iniciam a prova ou fazem a sua viragem, dependendo do seu tipo de deficiência, o
que é bastante normal.

ANOTE ISSO

Os eventos que reúnem professores de Educação Física que atuam com natação
voltada para o atendimento do deficiente é uma boa oportunidade de formação e
aprofundamento de estratégias de ensino.

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NATAÇÃO
PROF. FABRÍCIO COSTA DE OLIVEIRA

Para concluir esse capítulo que trata da natação para a deficiência, enfatizamos
que a adaptação ao meio líquido é a fase preparatória para a aprendizagem dos outros
nados. Esse momento surge como uma oportunidade de integração da pessoa com
o meio, de estímulos variados que proporcionem o domínio do corpo na água e da
superação pessoal. Cabe ao professor ser um estrategista na organização das aulas,
criando protocolos que facilitem o acesso à piscina e materiais e equipamentos para
a aprendizagem.

FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 308

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