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Treinamento – Redação Concurso

Como fazer uma boa redação (com passo a passo e exemplos)

Para fazer uma boa redação é importante fazer um planejamento, que requer reflexão
sobre o tema e estruturação de ideias.

Os passos seguintes podem ajudar a produzir o seu texto:

1. Reflita sobre o tema da redação


2. Desenvolva as ideias iniciais
3. Estruture a sua redação
4. Utilize conectivos e seja coerente
5. Revise o que escreveu

1. Reflita sobre o tema da redação

Reflita sobre o tema que está sendo proposto. Faça um esboço, mesmo mental, sobre o
que você sabe e o que você pensa sobre o mesmo. Tome nota de todas as ideias que
vierem à cabeça, escreva tudo o que se lembrar, sem se preocupar em colocar no papel
de forma bem elaborada.

Se tiver tempo, fazer um rascunho e enumerar as principais ideias, é uma boa maneira
de começar. Fazer perguntas e respondê-las é um exercício que pode ajudar você a
montar um esquema.

Exemplo:

Vamos pensar no tema “O papel da sociedade no combate da violência nas escolas”:

• O quê? Violência nas escolas.


• Como ela acontece? Atritos entre alunos ou entre alunos, professores e
funcionários.
• Por que ela acontece? Falta de respeito, de limites etc.
• Quando ou desde quando ela acontece? Cada vez há mais casos de violência
nas escolas.
• Onde ela acontece? Acontece dentro ou fora das escolas.
• O que eu penso sobre isso? É um problema grave, porque afeta a vida escolar e
a vida social dos estudantes também, por isso, é preciso refletir sobre medidas
eficazes de prevenção.
• O que pode ser feito? A escola deve envolver a comunidade escolar para
momentos de conscientização que incentivem o respeito pelas pessoas.

Desta forma, você delimita a sua abordagem e, com isso, é capaz de apresentar
argumentos convincentes sobre os pontos que pretende expor no seu texto.

Além disso, essa organização permite que você não corra o risco de fugir do tema e
consiga controlar melhor o seu tempo.
Aproveite para pensar em exemplos, dados históricos ou uma citação que estejam
relacionados com o tema da redação. Utilize-os ao longo do seu texto e enriqueça-o.

É importante entender a diferença entre tema e assunto. O tema é uma abordagem que
pode ser feita de um assunto. No exemplo acima, temos

• Assunto: violência das escolas


• Tema: o papel da sociedade no combate da violência nas escolas
• Outros possíveis temas: formação dos professores para enfrentar a violência nas
escolas, os fatores que levam os alunos a serem violentos na escola.

2. Desenvolva as ideias iniciais

Depois de ter organizado as suas ideias no passo anterior, o momento de escrever o seu
texto se torna muito mais fácil.

Neste passo, o seu esboço mental, ou rascunho, começa a se transformar em parágrafos


com ideias desenvolvidas. Acrescente os exemplos, os dados históricos ou a citação que
conseguiu reunir. Todos eles são recursos que valorizam muito um texto, além do que
dão mostras de que você tem conhecimentos.

Exemplo:

A violência nas escolas acontece entre alunos ou entre alunos, professores e


funcionários. Esse problema tem sido cada vez mais frequente e, por isso, requer um
olhar atento para as suas causas. A falta de limites dos estudantes no ambiente familiar é
uma delas.

As vítimas da violência escolar são atacadas muitas vezes na escola, mas também fora
dela. Exemplo disso são as redes sociais, em que os agressores aproveitam-se para
pressionar as vítimas e, com isso, deixá-las cada vez mais fragilizadas.

A violência nas escolas é um problema grave, porque afeta a vida escolar e a vida social
dos estudantes também, por isso, é preciso refletir sobre medidas eficazes de prevenção.

A escola deve envolver a comunidade para momentos de conscientização que


incentivem o respeito pelas pessoas. Com essa iniciativa, talvez seja possível
sensibilizar a população para a necessidade de assumir o compromisso em acabar com
esse tipo de violência, que é um problema de cada um de nós.

3. Estruture a sua redação

A maior parte das redações que você escreve é dissertativa-argumentativa. Esse é o tipo
de redação exigido no Enem.

A redação dissertativa-argumentativa é aquela em que você defende uma ideia através


de argumentos. Na sua estrutura ela deve conter introdução, desenvolvimento e
conclusão.
1. A INTRODUÇÃO é usada para contextualizar o leitor sobre o tema da redação. Após
ler a introdução, o leitor saberá as ideias que serão abordadas no seu texto, inclusive
qual é a sua opinião sobre o tema.

A introdução não precisa ser longa, afinal, você apenas deve deixar claro para o leitor as
ideias, sem expor os seus argumentos.

2. O DESENVOLVIMENTO é usado para argumentar sobre cada uma das suas ideias.
O ideal é apresentar dados que mostrem o seu conhecimento, pois essa é uma forma de
convencer o leitor.

O desenvolvimento é a parte mais longa da redação, pois é nele que você defenderá as
suas ideias com argumentos.

3. A CONCLUSÃO é usada para apresentar ao leitor as consequências dos seus


argumentos. Além disso, deve propor uma solução para o problema apresentado no
tema.

A conclusão não deve ser longa. Em média, ela costuma ter o mesmo número de
parágrafos que a introdução contém.

4. Utilize conectivos e seja coerente

Uma boa redação precisa apresentar uma sequência lógica. Para isso, utilizamos
conectivos, a fim de garantir que as ideias não fiquem soltas e que o texto não seja um
simples emaranhado de frases.

"Assim, entretanto, dessa forma, mas" são termos utilizados para oferecer ao texto uma
maior ligação entre as frases e as ideias.

Além de apresentar uma sequência lógica, o seu texto tem que ser coerente, ou seja, não
pode apresentar ideias que se contradigam. Se você for contraditório, não conseguirá
defender suas ideias, e o seu texto será confuso e incoerente.

5. Revise o que escreveu

Para finalizar, revise o que escreveu fazendo uma leitura atenta.

Isso é muito importante, porque com a leitura final você pode identificar erros de
concordância, falta de pontuação, ou um deslize qualquer cometido por falta de atenção.

A revisão final dá a você a oportunidade de corrigir certos erros e, assim, não perder
pontos na redação por descuidos.

Exemplos de redações prontas

Amostras de redações nota 1000 do Enem 2018 com o tema "Manipulação do


comportamento do usuário pelo controle de dados na internet":
Redação de Mattheus Martins Wengenroth Cardoso

"O advento da internet possibilitou um avanço das formas de comunicação e permitiu


um maior acesso à informação. No entanto, a venda de dados particulares de usuários se
mostra um grande problema. Apesar dos esforços para coibir essa prática, o combate à
manipulação de usuários por meio de controle de dados representa um enorme desafio.
Pode-se dizer, então, que a negligência por parte do governo e a forte mentalidade
individualista dos empresários são os principais responsáveis pelo quadro.

Em primeiro lugar, deve-se ressaltar a ausência de medidas governamentais para


combater a venda de dados pessoais e a manipulação do comportamento nas redes.
Segundo o pensador Thomas Hobbes, o Estado é responsável por garantir o bem-estar
da população, entretanto, isso não ocorre no Brasil. Devido à falta de atuação das
autoridades, grandes empresas sentem-se livres para invadir a privacidade dos usuários
e vender informações pessoais para empresários que desejam direcionar suas
propagandas. Dessa forma, a opinião dos consumidores é influenciada, e o direito à
liberdade de escolha é ameaçado.

Outrossim, a busca pelo ganho pessoal acima de tudo também pode ser apontado como
responsável pelo problema. De acordo com o pensamento marxista, priorizar o bem
pessoal em detrimento do coletivo gera inúmeras dificuldades para a sociedade. Ao
vender dados particulares e manipular o comportamento de usuários, empresas invadem
a privacidade dos indivíduos e ferem importantes direitos da população em nome de
interesse individuais. Desse modo, a união da sociedade é essencial para garantir o bem-
estar coletivo e combater o controle de dados e a manipulação do comportamento no
meio digital.

Infere-se, portanto, que assegurar a privacidade e a liberdade de escolha na internet é


um grande desafio no Brasil. Sendo assim, o Governo Federal, como instância máxima
de administração executiva, deve atuar em favor da população, através da criação de leis
que proíbam a venda de dados dos usuários, a fim de que empresas que utilizam essa
prática sejam punidas e a privacidade dos usuários seja assegurada. Além disso, a
sociedade, como conjunto de indivíduos que compartilham valores culturais e sociais,
deve atuar em conjunto e combater a manipulação e o controle de informações, por
meio de boicotes e campanhas de mobilização, para que os empresários sintam-se
pressionados pela população e sejam obrigados a abandonar a prática.

Afinal, conforme afirmou Rousseau: “a vontade geral deve emanar de todos para ser
aplicada a todos”."
Redação de Luisa Sousa Lima Leite

"A Revolução Técnico-científico-informacional, iniciada na segunda metade do século


XX, inaugurou inúmeros avanços no setor de informática e telecomunicações. Embora
esse movimento de modernização tecnológica tenha sido fundamental para democratizar
o acesso a ferramentas digitais e a participação nas redes sociais, tal processo foi
acompanhado pela invasão da privacidade de usuários, em virtude do controle de dados
efetuado por empresas de tecnologia. Tendo em vista que o uso de informações privadas
de internautas pode induzi-los a adotar comportamentos intolerantes ou a aderir a
posições políticas, é imprescindível buscar alternativas que inibam essa manipulação
comportamental no Brasil.

A princípio, é necessário avaliar como o uso de dados pessoais por servidores de


tecnologia contribui para fomentar condutas intolerantes nas redes sociais. Em
consonância com a filósofa Hannah Arendt, pode-se considerar a diversidade como
inerente à condição humana, de modo que os indivíduos deveriam estar habituados à
convivência com o diferente. Todavia, a filtragem de informações efetivada pelas redes
digitais inibe o contato do usuário com conteúdos que divergem dos seus pontos de
vista, uma vez que os algoritmos utilizados favorecem publicações compatíveis com o
perfil do internauta. Observam-se, por consequência, restrições ao debate e à
confrontação de opiniões, que, por sua vez, favorecem a segmentação da comunidade
virtual. Esse cenário dificulta o exercício da convivência com a diferença, conforme
defendido por Arendt, o que reforça condutas intransigentes como a discriminação.

Em seguida, é relevante examinar como o controle sobre o conteúdo que é veiculado em


sites favorece a adesão dos internautas a certo viés ideológico. Tendo em vista que os
servidores de redes sociais como “Facebook“ e “Twitter” traçam o perfil de usuários
com base nas páginas por eles visitadas, torna-se possível a identificação das tendências
de posicionamento político do indivíduo. Em posse dessa informação, as empresas de
tecnologia podem privilegiar a veiculação de notícias, inclusive daquelas de
procedência não confirmada, com o fito de reforçar as posições políticas do usuário, ou,
ainda, de modificá-las para que se adequem aos interesses da companhia. Constata-se,
assim, a possibilidade de manipulação ideológica na rede.

Portanto, fica evidente a necessidade de combater o uso de informações pessoais por


empresas de tecnologia. Para tanto, é dever do Poder Legislativo aplicar medidas de
caráter punitivo às companhias que utilizarem dados privados para a filtragem de
conteúdos em suas redes. Isso seria efetivado por meio da criação de uma legislação
específica e da formação de uma comissão parlamentar, que avaliará as situações do uso
indevido de informações pessoais. Essa proposta tem por finalidade evitar a
manipulação comportamental de usuários e, caso aprovada, certamente contribuirá para
otimizar a experiência dos brasileiros na internet."
O que são citações?

Citações são trechos retirados de um texto, discurso, livro, artigo ou qualquer


outra fonte de informação que são incorporados em um novo contexto para apoiar
ou ilustrar um ponto, ideia ou argumento.

Elas desempenham um papel fundamental na escrita acadêmica, em TCCs por exemplo,


e também na literatura e jornalismo, pois ajudam a fortalecer a credibilidade e a
autoridade do autor, fornecendo evidências de fontes confiáveis.

As citações podem ser diretas, quando reproduzem exatamente as palavras originais, ou


indiretas, quando se parafraseia o conteúdo, mantendo o significado essencial. Veja
exemplos de citações para usar em qualquer tema de redação abaixo!

13 citações para qualquer tema de redação

1. “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.”


Artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

2. “Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo.”


George Santayana, filósofo e poeta espanhol.

3. "A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo."
Nelson Mandela, pai da moderna nação sul-africana e líder na luta contra o regime do
apartheid.

4. “A insatisfação é o primeiro passo para o progresso de um homem ou de uma nação.”


Oscar Wilde, escritor, poeta e dramaturgo britânico de origem irlandesa.

5. “Não são as crises que mudam o mundo, e sim nossa reação a elas.”
Zygmunt Bauman, filósofo e sociólogo polonês.

6. “O indivíduo só poderá agir na medida em que aprender a conhecer o contexto em


que está inserido, a saber quais são suas origens e as condições de que depende.”
Émile Durkheim, sociólogo, antropólogo, cientista político, psicólogo social e filósofo
francês.

7. "A vontade geral deve emanar de todos para ser aplicada a todos."
Jean-Jacques Rousseau, filósofo suíço.

8. "Que tipo de mundo podemos preparar para os nossos bisnetos?"


Richard Rorty, filósofo estadunidense.
9. "Não corrigir nossas falhas é o mesmo que cometer novos erros."
Confúcio, pensador e filósofo chinês.

10. "Temos de nos tornar a mudança que queremos ver."


Mahatma Gandhi, ativista indiano.

11. "O progresso é impossível sem mudança; e aqueles que não conseguem mudar as
suas mentes não conseguem mudar nada."
George Bernard Shaw, dramaturgo e jornalista irlandês.

12. "Se queres prever o futuro, estuda o passado."


Confúcio, pensador e filósofo chinês.

13. "Um país não muda pela sua economia, sua política e nem mesmo sua ciência; muda
sim pela sua cultura."
Herbert José de Sousa (Betinho), sociólogo e ativista dos direitos humanos brasileiros.

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