Tema 4 - Informação Relevante e Tomada de Decisões

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Projeto Pós Graduação

Curso MBA em Adm. e Finanças


Disciplina Gestão Estratégica de Custos
Tema Informação relevante e tomada de decisões
Professora Marinei Mattos

Introdução
Para que suas tomadas de decisão sejam mais acertadas, você deverá,
como gestor, usar algumas ferramentas de cunho estratégico e gerencial que
lhe permitam uma visão mais ampla, observando impactos internos e externos
que podem influenciar em suas escolhas.
Neste tema daremos uma atenção especial à tomada de decisões e ao
processo de levantamento de informações importantes, que não podem faltar
para uma análise mais completa da situação de uma organização.
Para acompanhar a videoaula de abertura deste tema, com a professora
Marinei, acesse o material on-line.

Informação relevante e tomada de decisões


Os custos são importantes nas decisões tomadas pelas empresas,
principalmente quando embasam ações estratégicas. Em qualquer tipo de
empresa podem surgir gestores que buscam precificar seus custos e para isso
se orientam através da informação contábil. Sem esses dados qualquer
decisão poderá ser prejudicada ou, até mesmo, se tornar impraticável.
Por isso vamos passar pelos conceitos e definições necessárias ao
considerar os custos como informação relevante para a gestão de seu negócio!
Comece esse estudo assistindo ao vídeo disponível no material on-line, da
professora Marinei.

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Conceito da relevância
Uma pergunta é constante quando recebemos informações ou vamos
tomar uma decisão, o que considerar relevante? Para isso precisamos de
uma definição inicial de relevância.
Nem sempre é fácil achar a melhor definição, mas vamos descrever
algumas características que devem ser observadas pelos gestores quando
precisam comparar dois ou mais cursos alternativos de ação. Para que uma
informação contábil possa ser considerada relevante ela precisa:

 ser uma receita ou custo futuro esperado;

 ter um elemento que a diferencie entre as alternativas.

Com isso já é possível ter uma ideia de quais dados contábeis serão
melhores para embasar as decisões. No melhor dos mundos possíveis, a
informação utilizada para tomar decisões seria perfeitamente relevante e
acurada.
Alguns gestores são orientados por decisões táticas. A tomada de
decisão tática, segundo Hansen & Mowen (2003), consiste na escolha entre
alternativas com final imediato ou com limite em vista.
Por exemplo, aceitar um pedido especial por menos do que o preço de
venda para utilizar a capacidade ociosa e aumentar os lucros do ano. O
objetivo imediato e tático é explorar a capacidade produtiva ociosa para que os
lucros em curto prazo sejam aumentados.
Assim, algumas decisões táticas tendem a ser para o curto prazo,
entretanto, devemos enfatizar que isso pode ter consequências em longo prazo
também. Considere um segundo exemplo:
Suponha que a empresa esteja considerando produzir um componente
em vês de comprá-lo dos fornecedores. Objetivo imediato pode ser reduzir o
custo de fabricação do produto principal, ainda assim essa decisão tática pode
ser uma pequena porção da estratégia geral de estabelecer uma posição de

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liderança em custos para a empresa.
Dessa forma, as decisões táticas são medidas em pequena escala que
servem a um propósito maior. Lembre-se de que objetivo geral da tomada de
decisões estratégicas é selecionar alternativas para que seja estabelecida uma
vantagem competitiva em longo prazo.
Na realidade, não se deve tomar decisão tática que não sirva aos
objetivos estratégicos gerais de uma organização, mesmo que o objetivo
imediato seja em curto prazo (aceitar um pedido especial de uma só vez para
aumentar os lucros) ou em pequena escala (fazer um componente em vez de
comprá-lo).

Custos relevantes e receitas


Ao tomar uma decisão você como gestor precisará considerar várias
alternativas e caso elas não sejam muito diferentes deve-se escolher aquela
com o menor custo. Porém cuide para considerar apenas os custos e as
receitas que são relevantes à decisão.
A identificação e comparação dos custos e receitas relevantes é o
núcleo do modelo de decisão tática. Assim, é essencial conhecer o significado
de “custos e receitas relevantes” (HANSEN & MOWEN, 2003, p. 631).

 Custos/receitas relevantes: são os custos/receitas futuros que são


diferentes entre as alternativas. A definição é a mesma para custos e
receitas! Então, para manter as coisas simples, a nossa discussão
será focada nos custos relevantes, subentendendo que os mesmos
princípios se aplicam às receitas.
Todas as decisões são relacionadas ao futuro e, de acordo com isso,
apenas os custos futuros podem ser relevantes à decisão. Entretanto,
um custo não deve ser apenas um custo futuro, mas também precisa
ser diferente das alternativas. A competência em identificar os custos
relevantes e irrelevantes é uma habilidade importante na tomada de
decisão.

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Custos evitáveis e custos inevitáveis
Os negócios existentes, frequentemente, desejarão expandir ou
terceirizar suas operações a fim de melhorar a lucratividade e estamos em um
contexto em que o uso ótimo de recursos limitados é imprescindível para
garantir a competitividade.
Quando uma empresa fabrica mais de um produto e está operando em
plena capacidade, os gestores precisam decidir que pedidos aceitar. A técnica
da margem de contribuição se aplica aqui e o gestor ainda terá a que identificar
os custos que podem ser evitados.
Para entender como separar os custos evitáveis dos inevitáveis assista
ao vídeo da professora Marinei, disponível no material on-line.

Decisões de precificação
Uma das decisões mais difíceis que uma empresa enfrenta é a
precificação. O contador é, com frequência, a fonte primária que a empresa
procura quando precisa de dados financeiros, sejam essas informações
relativas a custos ou preços. Como consequência, os contadores devem estar
familiarizados com dados das fontes de receita, bem como com os conceitos
econômicos e de marketing necessários para interpretar esses dados.
Uma das principais decisões que os gestores enfrentam é a de
precificação, ou seja, de atribuir valor ou estipular um preço. Realmente isso
pode ser feito de muitas maneiras. Entre as muitas decisões de precificação
que podem ser feitas estão:
1. Estabelecer o preço de um novo produto ou produto refinado.
2. Estabelecer o preço de venda de produtos com marcas particulares.
3. Reagir a novos preços de um competidor.
4. Oferecer preços em situações de concorrência aberta ou fechada.

Oferta e procura
Os referidos autores anteriormente citados, explicam que em geral, os

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clientes desejam produtos e serviços de alta qualidade a um baixo preço.
Embora a demanda dos clientes seja estudada em detalhes nas aulas de
marketing, os contadores precisam estar informados das demandas,
especialmente sobre como elas interagem com a oferta.
Quando tudo mais permanecer constante, o cliente comprará mais a um
preço mais baixo e menos a um preço mais alto. Os produtores, por outro lado,
estão dispostos (e são capazes) de oferecer mais a preços mais altos do que
os preços baixos.
A compensação de mercado, ou preço de equilíbrio, está localizada na
interseção das curvas de oferta e procura. É o preço em que a quantidade que
os produtores estão dispostos a oferecer é igual à quantidade que os
consumidores demandam. Veja que se as empresas cobrarem um preço mais
alto do que o preço de compensação do mercado, as demandas pelos
suprimentos caem.
Os produtores começam a ver os seus estoques crescendo, enquanto os
consumidores compram outros produtos. Se o preço for mais baixo que o preço
de compensação de mercado, tudo que é produzido é comprado e as faltas e
os pedidos pendentes ocorrem. Isso é um sinal para que se aumente a
produção e/ou aumente os preços.
Outros fatores, além do preço, que influenciam a demanda são a renda
do consumidor, a qualidade dos produtos oferecidos na venda, a
disponibilidade de substitutos, a demanda por produtos complementares, seja
necessidade ou luxo, e assim por diante.
Entretanto, o conceito básico do relacionamento de oferta e procura
permanece e os produtores sabem que um aumento de preço resultará em
menos produtos vendidos. A elasticidade dos preços e a estrutura de mercado
são dois fatores que influenciam o grau de liberdade que as empresas têm para
ajustar os preços.
As características de precificação e as decisões de precificação
dependem das características do mercado que uma empresa enfrenta, como:

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 Concorrência perfeita.

 Custos marginal.

 Receita marginal.

 Concorrência imperfeita.

 Elasticidade de preço.

No vídeo disponível no material on-line a professora Marinei explica


melhor todas essas características.

Influências gerais em precificação


Existem alguns fatores que acabam influenciando as decisões dos
gestores na formação de precificação:

 Exigências legais/fiscais.

 Ações dos concorrentes e competidores.

 Demandas dos clientes.

Vantagem da abordagem da margem de contribuição na precificação por


custo mais margem de lucro
O papel dos custos nas decisões de precificação pode ser observado na
ótica da “precificação por custos, mais margem de lucro”.
O custo mais margem é, com frequência, a base para preços-alvo. O
tamanho da “margem” depende do lucro operacional desejado. Os preços-alvo
podem estar baseados em múltiplas margens diferentes, por sua vez estão
baseados em múltiplas definições diferentes de custos. Assim, há muitas
maneiras para chegar ao mesmo preço-alvo.
A abordagem da precificação com base em margem contribuição tem
algumas vantagens sobre a precificação, ela oferece uma abordagem mais
detalhada, pois possibilita uma análise do comportamento dos custos variáveis
e fixos separadamente.

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Assista à videoaula da professora Marinei, disponível on-line, em que ela
aborda mais a fundo as influências gerais e a precificação por custo mais
margem de lucro.

Custeio alvo (target costing)


É uma ferramenta de gestão de custos para realizar a redução de custos
como um foco-chave em toda vida de um produto. O processo de Target
Costing ocorre em duas fases distintas:
a. A primeira fase: Consiste no planejamento do produto específico que
satisfaça as necessidades dos clientes e, simultaneamente, estabeleça
o custo alvo a partir da rentabilidade ou lucro alvo e do preço alvo.

b. A segunda fase: Consiste na realização do custo alvo através de


atividades de Engenharia de Valor efetuando-se de seguida a
comparação entre o custo alvo o custo efetivo.

Custeio-alvo e precificação
A maioria das empresas americanas e quase todas as empresas
europeias, estabelecem o preço de um novo produto como a soma do custo e
do lucro desejado. O raciocínio é que a empresa deve obter receita suficiente
para cobrir todos os custos a render lucro.
Peter Drucker escreveu:
“Isso é verdadeiro, mas irrelevante: os clientes não têm para si a
obrigação de garantir aos fabricantes lucro. A única maneira segura
em se determinar um preço é começar com que o mercado está
disposto a pagar”.

O custeio-alvo é um método de determinar o custo de um produto ou


serviço baseado em um preço (preço-alvo) que os consumidores estejam
dispostos a pagar. O departamento de marketing determina quais as
características e preços para um produto que são mais aceitáveis pelos
consumidores.
Em seguida, é função dos engenheiros da empresa projetar e

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desenvolver o produto de maneira que o custo e o lucro possam ser cobertos
por aquele preço. As empresas japonesas fazem isso há muitos anos e as
empresas americanas estão começando a usar o custeio-alvo.
As lojas de varejo se engajam em uma forma de custeio-alvo quando
procuram por produtos que possam ser apreçados a um nível que seja atraente
para os consumidores. Por exemplo, muitas lojas de departamentos trabalham
com as empresas de confecção para desenvolver etiquetas próprias das lojas.
Os produtos com essas etiquetas geralmente são itens de boa qualidade
que custam menos e os preços são mais baixos quando comparados com os
itens de marca. As etiquetas próprias permitem que a loja tenha flexibilidade.
Por exemplo, a loja não comercia nem fabrica suéteres, mas pode encontrar
uma fonte que entregue esse produto com qualidade especial por um custo que
permitirá à loja atingir o preço e o lucro-alvo.

Síntese
Pudemos observar que ao estudar custos, vários aspectos devem ser
observados para que seja possível precificar ou mensurar os custos e as
empresas esperam que seus produtos lhe ofereçam um retorno adequado.
As empresas utilizam várias técnicas e táticas de precificação de custos,
as estratégias de precificação norteadoras de custos para determinação do
preço levam em consideração principalmente os aspectos de custos de
produção e distribuição.
Para tanto, compreender o comportamento de seus custos e do mercado
onde a empresa se encontra inserida é fundamental para elaboração das
estratégias e ações.
Reveja os conteúdos deste tema na videoaula final da professora
Marinei, disponível no material on-line.

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Atividades
1. O produto MLL tem custos variáveis que representam 40% do valor da
receita. Os custos fixos são valorados em R$ 12.000 e o lucro em R$
10.000. O ponto de equilíbrio em volume de vendas é:
a. R$ 10.000.
b. R$ 30.000.
c. R$ 20.000.
d. R$ 40.000.

2. A Cia. Delta dedica-se à produção de um único tipo de veículo e sua


capacidade de produção é de 60 unidades por mês. Devido à acirrada
concorrência, a entidade só conseguiu vender 40 unidades no mês de
fevereiro de 2002. Seus dados de custos, despesas e receitas são os
seguintes:

Custos fixos mensais de produção: R$ 1.150.000; Mão de obra direta de


cada veículo: R$ 9.000; Despesas fixas mensais: R$ 150.000; Materiais
diretos de cada veículo: R$ 14.000; Despesas variáveis de venda por
unidade: R$ 2.000; Preço unitário de venda: R$ 60.000.

Para fazer face à ociosidade da mão de obra, o diretor de planejamento


propôs à diretoria a venda de 20 veículos pelo valor unitário de
R$30.000,00. A proposta do diretor de planejamento:
a. Deve ser aceita, pois contribuirá para melhoria do lucro antes do imposto
de renda e da contribuição social.
b. Não deve ser aceita, pois comprometerá a margem de contribuição
unitária.
c. Não deve ser aceita, porque reduzirá o lucro antes do imposto de renda
e da contribuição social.
d. Deve ser aceita, pois o nível dos gastos fixos permanecerá inalterado.

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3. Existem alguns fatores que acabam influenciando as decisões dos gestores
na formação de precificação, indique qual das alternativas apresentam
esses fatores?
a. Exigência da lei de oferta; ações da administração; demanda interna.
b. Exigências legais/fiscais; ações dos concorrentes e competidores;
demandas dos clientes.
c. Exigência da demanda; demanda dos clientes; ações dos concorrentes.
d. Exigência da administração; ações dos concorrentes e competidores;
demanda dos concorrentes.

4. O preço de venda de um produto é calculado com base no custo pleno,


usando a seguinte fórmula:
a. Matéria-prima direta + mão de obra direta + despesas gerais de
fabricação.
b. Custo de fabricação + lucro.
c. Custo de fabricação + custo da administração e vendas.
d. Custo de fabricação + custo de administração e vendas + lucro.

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5. Uma empresa industrial que fabrica unicamente malas de couro, calcula
seu preço de venda adicionando ao custo total de produção o valor de uma
remuneração equivalente a 20% do capital do próprio empregado.

 Sabendo-se que:

 Custo total: R$135.000,00

 Unidades produzidas: R$ 40.000,00

 Capital próprio empregado: R$ 125.000,00

 Podemos afirmar que o preço de venda é de (em R$):


a. 3,37
b. 8,67
c. 4,00
d. 4,17

As respostas estão disponíveis no material on-line.

Referências
HANSEN, D. R.; MOWEN, M. Gestão de Custos: Contabilidade e Controle.
São Paulo: Editora Pioneira Thomson Learning, 2003.
ELDENBURG. L. G., WOLCOTT. S. K. Gestão de Custos: Como medir,
monitorar e motivar o desempenho. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2007.
HANSEN. D. R., MOWEN. M. M. Gestão de Custos: Contabilidade e Controle.
São Paulo: Editor Thonson, 2003.
ANTHONY, R. N.; GOVINDARAJAN, V. Sistemas de Controle Gerencial. São
Paulo: Editora Atlas, 2002.
HORNGREN, C.; GEORGE, F. Cost accounting a managerial emphasis.
Upper Saddle River: Prentice-Hall, 1987.
MARTINS, E. Contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 1987.
ANTHONY, R. Contabilidade Gerencial: Uma introdução à contabilidade. São

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Paulo: Atlas, 1970.
NASCIMENTO, A. M.; SOUZA, M. A. Reflexões sobre a mensuração de
custos de Oportunidade. Disponível em:
(http://www.intercostos.org/documentos/222.pdf). Acesso em: 14 ago. 2014.

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