CARTAETICA
CARTAETICA
CARTAETICA
(SPCE)
CARTA ÉTICA
2014
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SUMÁRIO
Apresentação
1. Enquadramento
3. Implementação e Revisão
Nota Final
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© SPCE, 2014
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APRESENTAÇÃO
Tudo isto seria impossível sem a colaboração ativa e o espírito de missão de um Grupo
de Trabalho coordenado, com grande competência e inexcedível dedicação, pela
Profª Isabel Baptista, sendo ainda de destacar a participação da Profª Maria da
Conceição Azevedo e, de um modo muito especial, o contributo da Profª Maria Teresa
Estrela, não apenas pelo lugar incontornável que tem nas Ciências da Educação no nosso
País, como também pela referência que é para o domínio em que se inscreve esta Carta
Ética. A todas as pessoas ouvidas e consultadas durante o processo de reflexão e
elaboração deste instrumento de regulação das nossas práticas de investigação,
publicação e ensino queremos deixar o testemunho de um expressivo reconhecimento,
certos de que esse será o sentimento de todas as associadas e de todos os associados
da SPCE.
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1. ENQUADRAMENTO
A Sociedade considera, pois, que a referência a padrões éticos comuns potencia a ação
esclarecida e autónoma dos investigadores, ao mesmo tempo que favorece o processo
de construção identitária da comunidade científico-educacional portuguesa,
contribuindo decisivamente para a sua credibilização pública. Em resposta à questão de
saber como é que tais padrões se definem, se devolvem e se aplicam, isto é,
reconhecendo que há diferentes formas de conceber, estimular e regular a prática ética,
a Sociedade opta pela indexação a uma ética relacional e situada, reconhecidamente
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próxima da racionalidade educacional, enquanto racionalidade estruturalmente
dinâmica, dialógica e interativa. Considera-se assim que a ponderação de carácter
teleológico, sobre os princípios e os fins da ação, feita em situação e por cada ator, é
indissociável do compromisso de tipo deontológico associado à adoção de padrões de
conduta que permitam assegurar a realização prática de tais princípios garantindo,
desse modo, as condições necessárias a um aperfeiçoamento constante (cf. Grupo de
Trabalho sobre Ética e Deontologia, Relatório de Missão, 2014).
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Promover o desenvolvimento de uma cultura pública de confiança e valorização
relativamente à investigação em Ciências da Educação produzida por investigadores
portugueses e/ou em contexto institucional português.
Consentimento Informado
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previamente os participantes, ou os seus representantes legais, sobre a natureza e os
objetivos da investigação, dispondo-se a prestar os esclarecimentos necessários ao
longo de todo o processo de investigação.
Confidencialidade /Privacidade
Desistência de participação
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A relação dos investigadores com os participantes deverá, sempre, ser orientada pela
intenção de benefício. Como tal, os processos de investigação, bem como os seus
resultados, deverão ser pensados e comunicados de forma a evitar qualquer situação
que possa constituir ameaça para a integridade das pessoas e comunidades envolvidas.
Os processos de investigação deverão ainda ser conduzidos de forma a não
sobrecarregar ou afetar os participantes para além do necessário, tendo em conta os
objetivos da investigação.
Nas situações em que, por qualquer motivo exterior à vontade do investigador, ocorram
consequências negativas para os participantes e para os contextos de investigação, os
investigadores deverão tomar as medidas necessárias para minimizar os danos,
recorrendo à orientação de terceiros, se necessário.
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Seja qual for o seu domínio de especialidade, os investigadores educacionais estão
comprometidos com a proteção e promoção da integridade, qualidade e reputação da
investigação em Ciências da Educação, assumindo, consequentemente, os deveres
científicos, académicos e profissionais decorrentes da sua responsabilidade para com os
outros investigadores.
Autoria e Coautoria
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os critérios de autoria ou coautoria, tenham contribuído de forma significativa para a
concretização do trabalho científico.
Revisão de Pares
Os revisores só deverão aceitar para revisão propostas que, à partida, não ponham em
causa a garantia de imparcialidade e objetividade da sua revisão. Se estas condições não
puderem ser garantidas, como em casos de conflito de interesses, o investigador deverá
declarar as razões em presença e, se for necessário, optar pela dispensa da revisão.
Publicação
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deverão seguir as diretrizes da comunidade científica especificamente respeitantes à
publicação, como, por exemplo, as do Committeee on Publication Ethics (COPE, 2011).
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Os investigadores têm obrigações científicas e profissionais para com os promotores e
os colaboradores da investigação, patrocinadores, financiadores e todos aqueles que,
de alguma forma, contribuem para a concretização da mesma.
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Os investigadores deverão atuar sempre segundo princípios de transparência e de
responsabilidade social, de modo a assegurar que o conhecimento produzido no âmbito
da sua área de especialidade possa ser usado em prol do bem comum e do benefício das
pessoas.
A Sociedade recomenda ainda como boa prática, a comunicação e discussão pública dos
resultados obtidos pela investigação, especialmente para as comunidades mais
envolvidas ou afetadas pela mesma.
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3. IMPLEMENTAÇÃO E REVISÃO
Âmbito de aplicação
A Carta Ética da SPCE pode ainda servir como quadro de referência para a atividade de
outras pessoas e instituições que se dedicam à investigação e ao ensino, em qualquer
domínio das Ciências da Educação, mas sem que tal implique obrigações de carácter
vinculativo.
Conselho de Acompanhamento
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Emitir Recomendações, Declarações e Pareceres sobre procedimentos éticos
relativos aos processos de investigação, ensino e publicação em Ciências da
Educação, por iniciativa do próprio Conselho ou quando solicitado.
Revisão
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NOTA FINAL
A Carta Ética da SPCE não esgota, nem poderia esgotar, o universo de possibilidades
relativo à formulação de padrões éticos em Ciências da Educação.
A Carta Ética da SPCE não oferece soluções para os múltiplos problemas e dilemas que
emergem da prática, isto é, ela não substitui, nem poderia substituir, o poder de decisão
dos investigadores. Na verdade, a opção por uma descrição prescritiva e detalhada de
comportamentos desejáveis não seria congruente com um modelo de regulação prática
assente no primado da reflexividade ética e na valorização do juízo prudencial, feito em
situação.
A adesão aos princípios consagrados na Carta Ética da SPCE representa, antes de mais,
um compromisso pessoal por parte de cada investigador(a). Como tal, apela-se ao
empenho de todos os membros relativamente à aplicação, divulgação e melhoria da
Carta Ética da SPCE, numa perspetiva de qualificação das práticas e de desenvolvimento
do ethos da comunidade científico-educacional portuguesa.
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