Teorico Un I Merged
Teorico Un I Merged
Teorico Un I Merged
Revisão Textual:
Prof. Esp. Márcia Ota
Origem e Evolução da Ergonomia
Objetivos
• Apresentar e discutir a origem e evolução dos conceitos de ergonomia até os dias de
hoje, bem como os conceitos de antropometria, fisiologia e biomecânica
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o
último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo,
você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou
alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns
de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além
de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço
de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE
Origem e Evolução da Ergonomia
Introdução ao Tema
Antes de darmos início aos nossos estudos, é de grande importância contextualizarmos
a ergonomia, bem como seus elementos: antropometria, biomecânica e fisiologia.
Há, nos dias de hoje, uma série de definições para a ergonomia. Entretanto, nesse
contexto, recomenda-se considerar que a ergonomia deve ser a interação mais harmônica
possível entre homem, sistema e ambiente.
Para tanto, será “pano de fundo” de toda a nossa abordagem a aplicação da ergonomia
não apenas para saúde e segurança do trabalhador, mas também como finalidade
principal, a aplicação da ergonomia como “vetor” de eficiência nas organizações. Não
uma “eficiência” movida pela premiação monetária, ou ainda, movida pela coerção na
relação de subordinação tipo “quem pode manda… E quem tem juízo obedece”. Mas sim,
a busca da eficiência sustentável, que está apoiada no reconhecimento do trabalhador
como “ser humano” e não como “meio de produção”, conforme “propalado em verso
e prosa” no período “pós-revolução industrial”.
Vamos esclarecer: uma empresa, para existir, deve ter lucro; razão de ser de qualquer
organização que não seja filantrópica, do terceiro setor. Temos a sustentabilidade
econômica ou financeira. A sociedade, eu e você, precisamos de água para sobreviver.
E a água é só um expoente da equação da vida e sem o qual não sobrevivemos,
todavia, também precisamos considerar o ar, sem o qual também não há vida. Temos
a sustentabilidade ambiental. A vida moderna, tanto nas organizações como na vida
cotidiana, tornou-se dependente da energia, seja elétrica, fóssil ou de qualquer outra
natureza. Há pesquisas que indicam que cada um de nós, nos dias de hoje, com a
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energia que consome para sua rotina, teria, em média, de 200 a 300 escravos para
gerar essa mesma energia necessária ao seu conforto e/ou necessidades. Temos a
sustentabilidade energética.
Para que haja vida próspera na dita sociedade civilizada, é necessário que haja um
equilíbrio entre os recursos energéticos, econômicos, alimentícios, tecnológicos, etc.
Esse é o conceito de sustentabilidade supracitado, em que o grande desafio é a busca
pelo equilíbrio. É a busca da capacidade de existir ao mesmo tempo. A coexistência dos
recursos, em que só faz sentido se houver a vida propondo a interação mais harmônica
possível entre homem, sistema e ambiente.
Podemos afirmar que, sob uma perspectiva mais ampla, tanto a definição de ergonomia
como a de sustentabilidade trazem consigo um tom subjetivo pela sua grandeza. De fato,
é um “macrovisão” absolutamente abrangente. Todavia, nos traz à luz a discussão e uma
profunda reflexão sobre o papel de cada um de nós em um mundo sustentável, tanto
na “macrovisão” subjetiva e quase holística como no desdobramento ou “detalhamento
operacional” da aplicação desses conceitos.
Assim sendo, a “microvisão” bem mais objetiva e de aplicação imediata nos permite
planejar e “operacionalizar” em um contexto muito menor e bem mais perto de cada
um nós, transcendendo o campo das possibilidades para “realidades”, transformando
o questionamento subjetivo e holístico para algo de aplicação objetiva e imediata com
a seguinte pergunta: O que posso fazer para viver melhor no trabalho e na vida? A
resposta dessa pergunta nos permite a presentar, então, todo o conteúdo que será
discutido a seguir.
Além disso, é importante salientar que o conteúdo dessa unidade está dividido da
seguinte maneira:
7 - Fisiologia
6 - Biomecânica
5 - Antropometria
4 - Evolução da
3 - Objetivos da ergonomia
2 - Origem da ergonomia
1 - Definição da ergonomia
ergonomia
Bons estudos!
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UNIDADE
Origem e Evolução da Ergonomia
Leitura Obrigatória
O conceito de ergonomia é relativamente antigo; todavia, só ganhou popularidade a
partir da Segunda Guerra Mundial. Os armamentos eram “desenvolvidos”, pela primeira
vez na história, olhando para o usuário final a fim de “otimizar” a utilização de uma
maneira geral. Na verdade, procurando “enxergar” a interação entre produto e usuário
para melhorar a assertividade nessa interação entre produto e usuário. Então, surge a
ideia de aplicação da ergonomia como meio de busca pela eficiência nas operações.
Nesse caso, especificamente, procurando fazer com que o armamento “se adaptasse”
ao soldado. Com isso, aumentando a assertividade de uso. Assim, usando melhor o
recurso para ter maiores e melhores resultados.
Para a composição desse cenário, é importante trazer à luz outros elementos, tais
como: a antropometria. O que é antropometria, quem usa e para que serve? Biomecânica.
O que é, quem usa e para que serve? E guardamos ainda os mesmos questionamentos
para fisiologia.
Assim sendo, além dos títulos indicados no plano de ensino, pode tornar sua
experiência mais rica, a leitura de outros títulos a esses assuntos relacionados. Por isso,
explore a bibliografia obrigatória proposta na unidade estrutural. Afinal, é recomendável
que você, enquanto aluno, amplie seus estudos com pontos de vista de autores diversos.
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Note a seta ao lado direito da tela para avançar página a página, assim como perceba
que os ícones no rodapé da tela correspondem a determinadas funções, entre as quais:
ampliar a visualização (zoom), marcar a obra como favorita, imprimir trechos que
escolher e pular para um número específico de página.
É conclusivo que a ideia de trabalho está relacionada com a noção geral de sofrimento
e pena. (Bíblia, 1995).
Primeira definição de ergonomia proposta pelo IEA diz que a ergonomia é o estudo
científico da relação entre o homem e seus meios, métodos e ambientes de trabalho.
Seu objetivo é elaborar, com a colaboração de diversas disciplinas científicas que a
compõem, um corpo de conhecimentos que, numa perspectiva de aplicação, deve ter
como finalidade uma melhor adaptação ao homem dos meios tecnológicos de produção
e dos ambientes do trabalho e da vida.
A segunda definição de ergonomia proposta pelo IEA em 2000, bem mais recente,
dá conta de que a ergonomia (ou fatores humanos) é a disciplina científica que visa à
compreensão fundamental das interações entre os seres humanos e outros componentes
de um sistema, e a profissão que aplica princípios teóricos, dados e métodos com o
objetivo de otimizar o bemestar das pessoas e o desempenho global dos sistemas. Segundo
Falzon (2009), ainda na segunda definição proposta pelo IEA em 2000, esclarece-se
que a palavra Ergonomia deriva do grego Ergon [trabalho] e nomos [normas, regras,
leis]. Trata-se de uma disciplina orientada para uma abordagem sistêmica de todos os
aspectos da atividade humana.
Assim, ilustramos a premissa de que além de ser uma disciplina “nova”, em especial
no Brasil, o conceito vem sendo continuamente revisto buscando uma “ampliação
conceitual de escopo”. Nesse contexto, torna-se importante destacar que, com o passar
do tempo, a “ergonomia” “aumenta de tamanho”. Quanto mais a sociedade demanda
de sustentabilidade de meios e recursos, mais atual a disciplina de torna e, ainda, a
amplitude de aplicação se multiplica.
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Origem e Evolução da Ergonomia
Para “dar conta” da amplitude dessa dimensão e poder intervir nas atividades do
trabalho, é preciso que se reconheça que a aplicação da ergonomia e seus elementos
DEVEM ser multidisciplinares e que não apenas os ergonomistas, mas todos os
profissionais envolvidos nas questões relacionadas à saúde, segurança do trabalhador
e eficiência nos processos tenham uma abordagem multidisciplinar de todo o campo
de ação da disciplina, tanto em seus aspectos físicos e cognitivos, como sociais,
organizacionais, ambientais, etc. Contudo, pode-se dizer que ergonomia está apoiada
em três pilares fundamentais:
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De um lado, o objetivo centrado nas organizações e sua busca incansável pela
eficiência, produtividade, confiabilidade, qualidade, durabilidade, etc. a fim de serem
mais competitivas, reduzindo custos. De outro, o objetivo centrado no ser humano,
considerando-se segurança, saúde, conforto, facilidade de uso, motivação, etc. E, ainda,
um terceiro pilar que representa a “macro-organização” trazida, cada vez mais forte
e atual, com o conceito da sustentabilidade de meios e recursos. A referida “macro-
organização” olha a sociedade, as mudanças de atitudes, hábitos e costumes que a
tecnologia nos traz e, com isso, a “popularização” da ideia de escassez de recursos.
Sob o enfoque de projeto do trabalho, a ergonomia é definida por Barnes (2008) como
o meio de encontrar a mais eficiente combinação entre homem e máquinas, equipamentos
e materiais no ambiente de trabalho e cita que o objetivo da ergonomia é a adaptação das
tarefas ao ambiente de trabalho às características sensoriais, perceptivas, mentais e físicas
das pessoas e, como resultado, obtém-se, então, melhores projetos de equipamentos,
sistemas homem-máquina, de produtos de consumo, métodos e ambiente de trabalho.
Um exemplo que “ilustra” perfeitamente a definição de Barnes é, exatamente, a aplicação
da ergonomia na Segunda Guerra Mundial, conforme citado anteriormente.
Origem da Ergonomia
A ergonomia surgiu em meados da Segunda Guerra Mundial em virtude da
complexidade de manuseio de armamento e dispositivos de ataque. Todo planejamento/
investimento feito no desenvolvimento de materiais bélicos não seria inútil, se o
“operador” (soldado) não soubesse como fazê-lo. E, ainda, frente aos horrores da
guerra, muitos soldados desenvolviam doenças psiquiátricas. Com isso, para amenizar
o impacto, tanto de manuseio como da saúde mental dos soldados e procurar “manter
a produtividade”, grupos multidisciplinares foram mobilizados para entrarem como
“suporte” no cenário da guerra.
A curiosidade nesse cenário é que não se considera apenas a ergonomia física que,
hoje em dia “populariza” essa disciplina; no universo da ergonomia, também se leva em
conta as questões psicoemocionais que não são “males” físicos, mas psíquicos.
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UNIDADE
Origem e Evolução da Ergonomia
Objetivos da Ergonomia
Conforme citado anteriormente, o objetivo da ergonomia é estudar a interação entre
o homem e os sistemas, considerando fatores físicos e psicológicos a fim de obter ganhos
em eficiência para os sistemas (empresas), bem como a manutenção da saúde por parte
dos colaboradores, procurando reduzir a fadiga, estresse, erros e acidentes e, ao mesmo
tempo, ser eficiente, tornando a organização competitiva. Nesse cenário, a eficiência
produtiva, bem como a motivação, é consequência direta da assertividade dessas ações.
Evolução da Ergonomia
Discorrendo sobre a ergonomia, é imprescindível citar as definições, a origem, mas,
para um completo entendimento da aplicação da ergonomia nos dias de hoje, não
podemos deixar passar despercebido os precursores da ergonomia.
Vamos a eles!
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Já foi mencionado, nessa seção, que identificamos nas escrituras da Bíblia a noção
de trabalho “penoso” dedicado ao homem para a sua sobrevivência, trazendo consigo a
ideia de que “ter que trabalhar” seria a “recompensa” pelo pecado. Vimos também que
a noção de ergonomia acompanha a necessidade de trabalho que o homem tem a partir
da sua necessidade mais básica, que é caçar para comer. Ainda na pré-história, quando
o homem era nômade, precisava caçar para comer e quando a comida começava a faltar
em uma determinada região, os homens migravam para outra. E, quando saiam para a
caça, procuravam uma pedra que melhor se encaixasse a sua mão a fim de usá-la como
arma e auxiliar na caçada. Nota-se que desde a pré-história, ainda que intuitivamente, o
homem procura por dispositivos que o auxiliem no trabalho.
É importante chamar a atenção para o fato que de que o homem, desde os primórdios
da história, procura meios que auxiliem nas suas necessidades mais básicas, nesse caso,
na adaptação de “meios ou ferramentas” que potencializem seus resultados... A pedra
em forma de arma “facilitaria” sua tarefa de subsistência que era caçar para comer.
Essa ideia também esteve presente na era da produção artesanal que antecedeu
a Revolução Industrial, onde os artesãos procuravam adaptar as tarefas às
necessidades humanas.
As primeiras fábricas que surgiram nesse cenário eram sujas, escuras, barulhentas e
perigosas; era o ambiente de trabalho de milhares de pessoas. As fábricas dessa época
em nada parecem com o ambiente industrial nos moldes que conhecemos hoje em dia.
Naquela época, o trabalho era realizado por homens, mulheres e crianças que tinham
jornadas de trabalho de até 18 horas por dia e, constantemente, submetidos a castigos
físicos, sem férias, sem indenizações de qualquer espécie e o pagamento pelo trabalho
era feito diariamente.
No final do século XVIII e início do século XIX, surge, nos Estados Unidos da América,
um simples operário que revolucionaria a maneira de se produzir bens industrialmente (em
larga escala), seu nome é Frederick Winslow Taylor. Ele estudou e tornou-se Engenheiro
Mecânico e, no ambiente que conhecia, foi de simples operário a gerente industrial,
promovendo estudos sistêmicos acerca de como organizar a produção e melhorar a
sua eficiência. Esses estudos transformaram-se em publicações que preconizavam uma
maneira sistêmica, científica de analisar o trabalho, buscando redução de movimentos
e aumento da eficiência. A essa “maneira científica” de “organizar o trabalho” deu-se o
nome de Administração Científica ou Taylorismo.
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UNIDADE
Origem e Evolução da Ergonomia
Todos esses conhecimentos que foram acerca da combinação harmônica entre homens
e sistemas acumulados em todas as partes do planeta foram de grande valor na ocasião
da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945) com a finalidade de desenvolver projetos e
promover a construção de materiais bélicos sofisticados, tais como: submarinos, tanques,
radares, navios, aviões, sistemas contra incêndio, etc. Além do alto custo de cada um
desses produtos, o operador (soldado) no manuseio dessas “máquinas” era exposto a
condições de extrema fadiga física e psicológica. Assim, estudos foram promovidos por
equipes multidisciplinares a fim de melhorar a adaptação do homem ao sistema, ou seja,
do soldado às máquinas bélicas no campo de batalha.
Ao receber sua primeira promoção, Taylor, como qualquer líder, inclusive nos dias de
hoje, passou a ser cobrado por resultados. Como era conhecedor de como o trabalho
era realizado em sua empresa, sabia que era vital para seu sucesso profissional organizar
a parte feia, suja e desorganizada da empresa chamada de produção.
Precisamos relembrar que o advento da “Revolução Industrial” ainda era novo para
sociedade no mundo inteiro. Não tinha tido tempo para o “simples trabalhador” ter
frequentado uma escola para APRENDER o ofício do trabalho “confinado” na indústria...
O modelo de trabalho que havia sido herdado por gerações era o trabalho artesanal.
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Como não havia nenhum histórico anterior relacionado a estudos específicos sobre
organização da produção ou eficiência do processo produtivo, Taylor pode realizar, sem
nenhum tipo de cobrança ou expectativa, seus experimentos acerca do que imaginava
ser uma empresa organizada e eficiente. Fez muitos testes tipo tentativa e erro. O
resultado desses testes e observações fez com que publicasse sua teoria de organização
do trabalho conhecido como “Princípios da Administração Científica” que consistia
primeiramente na divisão do trabalho.
Taylor foi muito criticado em sua obra, pois se afirmava que ele rebaixava o homem a
condição de animal. Dizia que o estudo do método de trabalho deveria ser executado
por uma parte da empresa composta por pessoas que deveriam ser estudadas e
devidamente preparadas para isso. Não deveria, jamais, ser dado ao simples funcionário
a autonomia de decidir o que, como e quando fazer. Afirmava-se, que Taylor definia
o simples funcionário como “acéfalo”, ou, pouco dotado de inteligência e incapaz de
tomar decisões racionais; dizia também que o trabalho deveria ter um método definido
com ritmo a fim de “impedir” que funcionário “burlasse intencionalmente” os índices
de eficiência esperados, hoje em dia poderíamos dizer que não era desejado que o
simples funcionário “encostasse o corpo”, e, com essa situação, afirmava-se que Taylor
havia rotulado o simples funcionário de indolente, ou se preferir, vagabundo.
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Origem e Evolução da Ergonomia
Será que a intenção de Taylor era realmente “rebaixar o trabalhador a uma condição de
animal”? OU Será que Taylor, conhecedor da falta de qualificação do “trabalho confinado”
dentro da fábrica e, sabendo que, frente ao ritmo frenético de produção que se propunha
não haveria tempo nem meios de garantir a criação de competências necessárias ao simples
trabalhador, optou, em seu modelo de “trabalho confinado”, qualificar não a fábrica toda,
mas um grupo pequeno de profissionais dedicados à definição do método de trabalho e a
definição dos níveis de produtividade esperados?
Taylor, para “motivar” seus funcionários, oferecia prêmios para ganhos em produtividade;
quem produzisse mais, ganhava mais. Surge aí a ideia de remuneração variável, ou
conforme conhecemos nos dias de hoje, participação nos lucros e resultados.
Segundo a física, toda ação requer uma reação e como reação à Administração
Científica de Taylor, ou Taylorismo, surge a Escola das Relações Humanas onde seu
ícone é Elton Mayo.
Anteriormente a “Escola das Relações Humanas” a noção de trabalho era relacionada
à pena bem como na Bíblia. E a imagem de operário era relacionada a quem não tem
vontade, direitos ou, sequer, dores.
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Mayo pretendia estudar os efeitos da iluminação na eficiência da fábrica. Separou um
grupo de trabalhadores da produção e colocou-os num ambiente isolado da produção.
Nesse espaço, não havia a presença do “capataz”, encarregado ou supervisor de
produção nos dias de hoje. Muitas vezes, o capataz era coercitivo a ponto de castigar
fisicamente o operário.
A maioria das empresas que aplica a ergonomia não tem uma área composta de
ergonomistas, mas possui um grupo de profissionais ligados, direta ou indiretamente, à
execução do trabalho e suas derivações.
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Origem e Evolução da Ergonomia
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Ergonomia de correção: quando o problema já existe, seja histórico de dor física ou
alguma patologia psíquica desenvolvida pela natureza do trabalho feito, é necessária a
mobilização de profissionais capacitados nessas áreas específicas a fim de corrigir esse
histórico já existente.
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Origem e Evolução da Ergonomia
Antropometria
Segundo Iida (2005) a origem da antropometria remonta-se à Antiguidade, pois
egípcios e gregos já observavam e estudavam a relação das diversas partes do corpo.
O reconhecimento dos biótipos remonta-se aos tempos bíblicos e os nomes de muitas
unidades de medida utilizadas, hoje em dia, são derivados de segmentos do corpo. A
antropometria trata das medidas do corpo humano. Aparentemente, medir as pessoas
seria uma tarefa fácil, bastando, para isso, ter uma régua, trena e balança. Entretanto, isso
não é tão simples assim, quando se pretende obter medidas representativas e confiáveis
de uma população composta de indivíduos dos mais variados tipos e dimensões.
Biomecânica
A biomecânica é o estudo da mecânica dos organismos vivos. É parte da biofísica.
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A Biomecânica externa estuda as forças físicas que agem sobre os corpos enquanto a
biomecânica interna estuda a mecânica e os aspectos físicos e biofísicos das articulações,
dos ossos e dos tecidos histológicos do corpo.
Fisiologia
A fisiologia (do grego physis = natureza, função ou funcionamento; e logos =
palavra ou estudo) é o ramo da biologia que estuda as múltiplas funções mecânicas,
físicas e bioquímicas nos seres vivos. De uma forma mais sintética, a fisiologia estuda
o funcionamento do organismo. Além disso, é estudada em diversas áreas, inclusive
da saúde como Biomedicina, Educação física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia,
Fonoaudiologia, Medicina, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia, psicologia,
Terapia Ocupacional, dentre outras biológicas.
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UNIDADE
Origem e Evolução da Ergonomia
A fisiologia dos dias de hoje, biologia grega do passado, socorre-se dos conhecimentos
proporcionados pela física para explicar como decorrem essas funções vitais segundo
os princípios físicos. Efetivamente, os conceitos da Biologia são indissociáveis da Física
(ainda que aqui se fale de Física num sentido mais lato, incluindo a b química). Para quem
estuda a fisiologia integrada é importante o domínio da anatofisiologia.
Outros campos de estudo importantes têm surgido na fisiologia, tais como: a pesquisa
em bioquímica, biofísica, biologia molecular, biomecânica e farmacologia.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leitura
Bases Biomecânicas do Movimento Humano
É importante, além da ergonomia, considerar também os elementos que a compõem, tais
como: biomecânica, fisiologia e antropometria.
Atento(a) a esses aspectos, sugerimos, como leitura complementar, material relativo ao
estudo do movimento e biomecânica.
Para acessar esta obra, acesse o link abaixo.
Disponível em: https://goo.gl/cEZamh
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Origem e Evolução da Ergonomia
Referências
Sites acessados:
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Ergonomia
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Marco Legal
Revisão Textual:
Profa. Esp. Márcia Ota
Marco Legal
Objetivos
• Apresentar e discutir o marco legal da ergonomia, suas definições e aplicação das
normas regulamentadoras do trabalho, bem como suas interações.
• Trazer à luz do conhecimento do aluno as premissas da “Comunicação de acidente de
trabalho” – CAT.
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o
último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo,
você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou
alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns
de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além
de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço
de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE
Marco Legal
Introdução ao Tema
Um dos principais objetivos, no mundo de hoje, é a produção máxima com um custo
mínimo e, recentemente, com o menor uso de recursos possível.
Alguns autores afirmam que, nesse momento, a sociedade mundial passa pela terceira
onda da Revolução Industrial, que é a “onda da tecnologia”. Para “refrescar” a memória,
a “primeira onda” foi a da bomba hidráulica e da máquina a vapor. A “segunda onda”
foi a do aço e da energia elétrica.
Os dias de hoje nos trazem uma realidade, em que vivenciamos “vários momentos”
ao mesmo tempo. É quase um “choque histórico”! Temos ao nosso redor organizações
que utilizam trabalho infantil e escravo. Os telejornais e documentários não nos deixam
esquecer dessa realidade! Outras organizações subjugam seus trabalhadores com tom
coercitivo e exploratório, burlando a lei e corrompendo a fiscalização. Existem, ainda,
organizações, nos dias de hoje, que são verdadeiros exemplos de “boas práticas” nas
ações que realizam...
Com isso, podemos pensar nos conceitos de segurança e de ergonomia que podem
e devem atuar em conjunto com um fator imprescindível na redução dos custos: a
tecnologia e a sustentabilidade.
Existem normas que definem essa relação que são conhecidas como Normas
Regulamentadoras do Trabalho e derivam da Consolidação das Leis do Trabalho
sancionada pelo, então, Presidente da República Federativa do Brasil, Getúlio Vargas,
em 1943.
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Já afirmamos anteriormente que o conceito de ergonomia remonta a história do homem
na Terra. O trabalho para o homem nômade era sair à caça para garantir sua sobrevivência.
Bem mais tarde, quando surge o trabalho remunerado, ou seja, o trabalho humano
assalariado, aparece também a preocupação com eficiência, competitividade, lucros e,
talvez, a exploração do trabalhador. Muitas vezes, a preocupação com lucros rouba a cena
de tal forma que não há espaço para preocupação com o trabalho humano nem com as
condições de trabalho. Com o passar do tempo e o desenvolvimento da sociedade, houve
a necessidade de formalizar, em forma de lei, as relações entre empregador e empregado.
1 ·· Trabalho Assalariado
3 ·· NR’s
4 ·· NR-17 - Ergonomia
6 ·· CAT
Leitura Obrigatória
Surgimento do Trabalho Assalariado
Nos primórdios da Idade Média, com o progresso das cidades e o uso do dinheiro,
os artesãos tiveram opção de abandonar o trabalho na lavoura e viver do seu ofício. No
início, dependiam exclusivamente do seu trabalho e familiares para obtenção do seu
sustento e abastecer a necessidade de uma população pequena, mas crescente. Aos
poucos, as cidades foram crescendo e a demanda aumentando, o que implicou em uma
contratação de mão de obra, trazendo à tona os aprendizes, os quais trabalhavam em
troca de alimento ou até mesmo dinheiro e alguns obtinham recursos para abrirem sua
própria oficina. Com isso, os detentores dos meios de produção (oficina, ferramentas)
passaram a acumular riquezas.
Seguindo a linha do tempo, com o mercantilismo cada vez mais forte, nasce a
necessidade de aumentar os níveis de produção e, com isso, surge a Revolução Industrial.
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Marco Legal
Foi nesse cenário que, por engano ou não, houve a exposição do trabalho humano
na forma de longas jornadas de trabalho, até 18 horas por dia, trabalho feminino e
infantil além de algumas organizações exporem seus trabalhadores a castigos físicos.
Mesmo com a Administração Científica de Taylor essas questões não foram amenizadas.
Além disso, frequentemente e equivocadamente, muitas pessoas acreditavam que era o
“taylorismo” que impunha essa dinâmica ao trabalho. Em resposta ao taylorismo veio
Elton Mayo com o “Efeito Hawthorne”, conforme apresentado anteriormente.
Com o fim da escravidão, houve necessidade de mão de obra que começou a vir
da Europa para suprir a necessidade no campo, uma vez que o Brasil da época era
essencialmente agrícola. Com a nossa Revolução Industrial, começou a migração desta
mão obra do campo para as cidades, da mesma forma as condições de trabalho eram
precárias, mas no caso do Brasil, havia uma diferença, os migrantes europeus tinham
ideais, trazendo, assim, um movimento sindical para luta contra abusos.
Este decreto foi assinado em pleno Estádio de São Januário (Vasco da Gama), lotado
de trabalhadores comemorando esta conquista.
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Normas regulamentadoras do trabalho
As Normas Regulamentadoras (NRs), embora estejam contidas no Capítulo V,
Título II, da CLT, foram aprovadas somente em 08 de junho de 1978, através da
Portaria N° 3.214.
NR 1 - Disposições Gerais:
As NRs são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos
órgãos públicos de adminsitração direta e indireta, que possuam empregados regidos
pela Consolidação das Leis do Trabalho - (CLT). A NR1 estabelece a importância,
funções e competência da Delegacia Regional do Trabalho.
NR 2 - Inspeção Prévia:
Todo estabelecimento novo, antes de iniciar suas atividades, deverá solicitar aprovação
de suas instalações ao órgão do Ministério do Trabalho e Emprego.
NR 3 - Embargo ou interdição:
A Delegacia Regional do Trabalho, à vista de laudo técnico do serviço competente que
demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar estabelecimento,
setor de serviço, máquina ou equipamento, ou embargar a obra. (CLT, Artigo 161,
incisos 3.6|3.4|3.7|3.8|3.9|3.10).
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UNIDADE
Marco Legal
NR 8 - Edificações:
Esta NR estabelece requisitos técnicos mínimos que devam ser observados nas
edificações para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalham.
NR 10 - Serviços em Eletricidade:
Esta NR estabelece os requisitos e condições mínimas exigidas para garantir a segurança
e saúde dos trabalhadores que interagem com instalações elétricas, em suas etapas
de projeto, construção, montagem, operação e manutenção, bem como de quaisquer
trabalhos realizados em suas proximidades.
NR 14 - Fornos:
Esta NR estabelece os procedimentos mínimos, fixando construção sólida, revestida
com material refratário, de forma que o calor radiante não ultrapasse os limites de
tolerância, oferecendo o máximo de segurança e conforto aos trabalhadores.
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NR 16 - Atividades e Operações Perigosas:
Esta NR estabelece os procedimentos nas atividades exercidas pelos trabalhadores que
manuseiam e/ou transportam explosivos ou produtos químicos, classificados como
inflamáveis, substâncias radioativas e serviços de operação e manutenção.
NR 17- Ergonomia:
Esta NR visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de
trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar
um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente, incluindo os aspectos
relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos
equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização
do trabalho.
NR 19 - Explosivos:
Esta NR estabelece os procedimentos para manusear, transportar e armazenar
explosivos de uma forma segura, evitando acidentes.
NR 25 - Resíduos Industriais:
Esta NR estabelece os critérios para eliminação de resíduos industriais dos locais de
trabalho, através de métodos, equipamentos ou medidas adequadas, de forma a evitar
riscos à saúde e à segurança do trabalhador.
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UNIDADE
Marco Legal
NR 26 - Sinalização de Segurança:
Esta NR tem por objetivos fixar as cores que devam ser usadas nos locais de trabalho
para prevenção de acidentes, identificando, delimitando e advertindo contra riscos.
NR 28 - Fiscalização e Penalidades:
Esta NR estabelece que fiscalização, embargo, interdição e penalidades, no cumprimento
das disposições legais e/ou regulamentares sobre segurança e saúde do trabalhador,
serão efetuadas obedecendo ao disposto nos decretos leis.
Para fins de aplicação desta NR, considera-se atividade agroeconômica, aquelas que,
operando na transformação do produto agrário, não alterem a sua natureza, retirando-
lhe a condição de matéria-prima.
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Para fins de aplicação desta NR, entende-se como serviços de saúde qualquer
edificação destinada à prestação de assistência à saúde da população e todas as ações
de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer
nível de complexidade.
Espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana
contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente
é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou
enriquecimento de oxigênio.
NR 35 -Trabalho em Altura:
A NR-35 estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho
em altura, como o planejamento, a organização e a execução, a fim de garantir a
segurança e a saúde dos trabalhadores com atividades executadas acima de dois metros
do nível inferior, onde haja risco de queda.
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UNIDADE
Marco Legal
Documentos complementares
• ABNT NBR ISO/CIE 8995 1:2013 – Iluminação de ambientes de trabalho
(interno). Vigente a partir de 21/03/2013.
• Convenção OIT 127 - Peso máximo das cargas que podem ser transportadas
por um só trabalhador.
Importante
Em função do momento atual, em que o consumismo e globalização estão em alta e as
indústrias necessitando de um aumento de produtividade, os turnos de trabalho estão cada
vez mais comuns, criando problemas com efeitos na saúde e vida social. Então, poucas
pessoas se adaptam adequadamente às alterações dos “relógios biológicos”. Veja:
14
o dia, tendo, normalmente, sua mínima de manhã e sua máxima à noite. Isto
coincide com outras mudanças no sistema circulatório, nos tecidos, nas atividades
hormonais e cerebrais que estão adequadas para o trabalho durante o dia e sono
durante a noite.
• Este ritmo biológico não se inverte completamente na mudança dos turnos. Sabe-
se que a adaptação completa não acontece, mesmo depois de várias semanas.
Esta é a razão pela qual o trabalho noturno é mais penoso e porque o sono do dia
é mais curto e menos compensador que o sono normal da noite.
• O trabalho em turno deve ser programado e adaptado para evitar que o trabalhador
se isole socialmente. Para melhorar as condições dos trabalhadores por turnos, é
recomendável agir em duas áreas:
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UNIDADE
Marco Legal
Imagine-se em uma situação, na qual você seja convidado ou convocado para planejar
a estruturação da implementação da ergonomia em uma organização.
O tema é complexo, todavia, nesse momento, no que diz respeito, somente às normas
regulamentadoras, vamos propor um “caminho inicial” para atender aos requisitos
legais sem, com isso, se perder na complexidade de aplicação de todas as normas
regulamentadoras do trabalho.
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Vamos propor uma modelo de análise/aplicação, partindo das normas de apliação
geral para, posteriormente, partir para as normas de aplicação específicas.
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NR-4
1 2 4
SESMT
NR-17 NR-5
ERGONOMIA CIPA
NR-7
PCMSO
Figura 2 – Interação entre as normas regulamentadoras de trabalho – Imagem gerada pelo autor
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UNIDADE
Marco Legal
A identificação dos riscos e sua criticidade serão “dados de entrada” para as seguintes
normas regulamentadoras:
· NR-4 SESMT - Serviços especializados em engenharia e medicina do trabalho;
· NR-5 CIPA – Comissão interna de prevenção de acidentes;
· NR-6 EPI’s – Equipamentos de proteção individual;
· NR-7 PCMSO – Programa de controle médico e saúde ocupacional;
· NR-15 Atividades e operações insalubres;
· NR-17 Ergonomia (contemplada diretamente na NR-9 como “risco
ambiental”.
Perceba que, de acordo com a figura, não somente a NR-9 dá início a todo o ciclo de
implementação das normas regulamentadoras, como fornece elementos para a gestão
das demais normas de maneira que se retroalimentem continuamente, mantendo o
modelo atualizado, vivo.
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Recomendações gerais:
Em face dos aspectos legais envolvidos, recomenda-se que sejam tomadas algumas
precauções para o preenchimento da CAT, dentre elas:
·· Não assinar a CAT em branco.
·· Aoassinar a CAT, verificar se todos os itens de identificação foram devidos e
corretamente preenchidos.
·· O atestado médico da CAT é de competência única e exclusiva do médico.
·· O preenchimento deverá ser feito à máquina ou em letra de forma, de
preferência com caneta esferográfica.
·· Não conter emendas ou rasuras.
·· Evitar deixar campos em branco.
·· Apresentar a CAT, impressa em papel, em duas vias ao INSS, que reterá a
primeira via, observada a destinação das demais vias.
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UNIDADE
Marco Legal
1ª via – ao INSS;
2ª via – à empresa;
Para este trabalhador, compete ao OGMO e, na sua falta, ao seu sindicato preencher
e assinar a CAT, registrando nos campos “Razão Social/Nome” e “Tipo” (de matrícula)
os dados referentes ao OGMO ou ao sindicato e, no campo “CNAE”, aquele que
corresponder à categoria profissional do trabalhador.
No caso de segurado especial, a CAT poderá ser formalizada pelo próprio acidentado
ou dependente, pelo médico responsável pelo atendimento, pelo sindicato da categoria
ou autoridade pública.
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Neste caso, a CAT também será obrigatoriamente cadastrada pelo INSS.
A CAT poderá ser apresentada no Posto do Seguro Social – PSS mais conveniente
ao segurado, o que jurisdiciona a sede da empresa, do local do acidente, do atendimento
médico ou da residência do acidentado.
Deve ser considerada como sede da empresa a dependência, tanto a matriz quanto a
filial, que possua matrícula no CGC ou no CNPJ, bem como a obra de construção civil
registrada por pessoa física.
Comunicação de reabertura
As reaberturas deverão ser comunicadas ao INSS pela empresa ou beneficiário,
quando houver reinício de tratamento ou afastamento por agravamento de lesão de
acidente do trabalho ou doença ocupacional comunicado anteriormente ao INSS.
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UNIDADE
Marco Legal
Comunicação de óbito:
O óbito decorrente de acidente ou doença ocupacional, ocorrido após a emissão da
CAT inicial ou da CAT reabertura, será comunicado ao INSS através da CAT comunicação
de óbito, constando a data do óbito e os dados relativos ao acidente inicial. Anexar a
Certidão de Óbito e, quando houver, o laudo de necropsia.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
CLT interpretada.
MACHADO, Costa. CLT interpretada. Editora Manole, 2º edição. São Paulo. 2009.
Leitura
Constituição Federal Interpretada
Inicie suas leituras pelo capítulo II da Constituição (Dos Direitos Sociais) Art. 7°, incisos
XXII, XXIII, XXVIII e XXXIII, ou seja, da página 64 a 65 e 67 a 69 da obra de Costa
Machado, Constituição Federal Interpretada, disponível na Biblioteca Virtual Universitária.
Para acessar esta obra, Acesse o link a seguir.:
Disponível em: https://goo.gl/cEZamh
CLT
Inicie suas leituras pelo capítulo V do Seção II a V da CLT, ou seja, da página 33 a 37,
CLT - 2016, disponível na Biblioteca Virtual Universitária.
Para acessar esta obra, Acesse o link a seguir.:
Disponível em: https://goo.gl/cEZamh
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UNIDADE
Marco Legal
Referências
BARNES, R. M. Estudo de movimentos e de tempos: projeto e medida do trabalho.
São Paulo. Editora Blucher, 1977.
Sites Visitados
[1] http://www.abergo.org.br - Acessado em maio de 2016.
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Ergonomia
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Ergonomia no Trabalho e na Vida
Revisão Textual:
Profa. Esp. Márcia Ota
Ergonomia no Trabalho e na Vida
Objetivos
• Apresentar e discutir a aplicação da ergonomia no trabalho, tanto manufatura quanto
prestação de serviços;
• Discutir sobre o projeto e o dimensionamento do posto de trabalho na indústria e na
prestação de serviços;
• Um outro assunto a ser explorado é a ergonomia na vida: o aluno será “convidado” a
uma reflexão sobre a aplicação da ergonomia no transporte público, em hospitais, em
residência de idosos, etc.
Introdução ao tema
Nesta unidade, trataremos sobre todos os detalhes necessários à definição ergonô-
mica do trabalho e do posto de trabalho. Nesse contexto, abordaremos a ergonomia
como vetor de eficiência nas organizações. “Trabalhar direito para trabalhar melhor e
não trabalhar mais...”
Além disso, é importante salientar que vamos rever todos os assuntos abordados até
o momento! Para iniciarmos, que tal definir o que vem a ser o “posto de trabalho”?
6
Relembrando...
A ergonomia não nasceu na segunda grande guerra, mas ganhou “popularidade”
a partir dela! Essa popularidade surgiu a partir da efetividade da interação entre
produto e usuário. A popularidade surge, de fato, quando se deseja aplicar a
ergonomia na indústria.
1 Enfoques do trabalho
2 Dimensionamento do posto de trabalho
3 AET - Análise ergonômica do trabalho
4 Ferramentas da ergonomia
5 Ergonomia na vida
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UNIDADE
Ergonomia no Trabalho e na Vida
Enfoques do trabalho
Segundo Iida (2005), o enfoque taylorista é baseado na economia de movimentos,
em que as pessoas envolvidas na definição do processo e do posto de trabalho devem
desenvolver um método de trabalho que melhor atenda aos objetivos corporativos
da organização. Identificamos os elementos do “enfoque taylorista do trabalho” no
diagrama abaixo.
· Método padrão;
· Tempo padrão;
Enfoque Taylorista · Uso do corpo humano;
· Arranjo físico do posto de trabalho;
· Projeto das ferramentas, máquinas e dispositivos.
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Enfoque Taylorista
Antes de iniciarmos as discussões sobre o enfoque taylorista e o enfoque ergonômico,
faz-se necessária uma explanação sobre a organização do trabalho sob um ponto de
vista mais amplo, antes do posto de trabalho, na fábrica.
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UNIDADE
Ergonomia no Trabalho e na Vida
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Os serviços em massa, na prestação de serviços, são processos que procuram atender
a grande maioria dos usuários. Para atender um grande número de usuários, o processo
deve ser padronizado. Esse tipo de serviço também é conhecido como autosserviço e
classificado com alto volume e baixa variedade.
Agora que já apresentamos como o “trabalho” pode ser realizado dentro de uma
organização, vamos partir para o detalhe da concepção do processo no posto de trabalho.
Método padrão
Em princípio, a definição do método de trabalho deve ser feita na ocasião do
desenvolvimento do produto. Todavia, nada impede e é altamente recomendável que se
realize uma revisão ou redesenho dos processos a partir da análise método de trabalho
a ser aplicado ao trabalhador no posto de trabalho.
Tempo padrão
O tempo padrão referido nessa seção é a “medida” do trabalho no tempo. Existem
vários caminhos para a definição do tempo padrão: tabela de tempos predefinidos a
partir de micromovimentos (MTM – method time measurement), takt time ou definição
de tolerâncias relativas a necessidades pessoais e fadiga.
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UNIDADE
Ergonomia no Trabalho e na Vida
do trabalho sugere que seja acrescentado ao tempo total de trabalho mais 5% desse
tempo dedicado às necessidades pessoais. Estudos apontam que, em mais de 98% dos
trabalhos “salubres” que não agridem a saúde do trabalhador, o coeficiente de correção
ao tempo lido no relógio ou no cronômetro deve estar na faixa de 6 a 10%, dependendo
do quão “fatigante” essa tarefa deve ser.
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Capacidade Produtiva x Necessidade da montadora
4000
Dublagem (PVC)
3500 Aplicação do primer
Prensagem
Corte no robô
3000
Capaciade produtiva diária (por peça)
Refilar casco
Lixamento
2500 Limpar casco/ref. tec.
Aplicar cola/virola
2000 Rasgos do alto falante
Distanciadores
Fixação da pestana
1500
Inspeção/bucha trava
Embalagem
1000
500 Necessidade da
montadora
0
Atividade
Fonte: Acervo do conteudista
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UNIDADE
Ergonomia no Trabalho e na Vida
Enfoque ergonômico
Limitar os movimentos osteomusculares nos postos de trabalho
· Os movimentos repetitivos devem ser limitados a 2000 por hora.
· Eliminar tarefas com ciclos menores que 90 segundos.
· Eliminar tarefas repetitivas sob frio ou calor intenso.
· Providenciar micropausas de 2 a 10 segundos a cada 2 ou 3 minutos.
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Promover equilíbrio biomecânico
·· Alternar tarefas altamente repetitivas com outras de ciclo mais longos.
·· Aumentar a variedade de tarefas, incluindo tarefas de inspeção, cargas e limpezas.
·· Não usar mais de 50% do tempo no mesmo tipo de tarefa.
·· Evitar os movimentos que exijam rápida aceleração, mudanças bruscas de
direção ou paradas repentinas.
·· Evitar ações que exijam posturas inadequadas, alcances exagerados ou cargas
superiores a 23 kg.
O enfoque taylorista teve sua relevância durante muitas décadas da nossa história
e ainda, nos dias de hoje, tem sua participação garantida. Lembremos que a visão
mecanicista do trabalho não é a mais adequada a ser aplicada atualmente na era
da informação.
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UNIDADE
Ergonomia no Trabalho e na Vida
Para que esse equívoco não aconteça é importante que o profissional tenha
conhecimento das duas concepções de trabalho, tanto a taylorista que tem seu inegável
valor, como a ergonômica com presença garantida em época de escassez de recursos e
com um forte viés de “sustentabilidade”.
O posto de trabalho deve ser dimensionado de forma que a maioria dos seus usuários
tenha uma postura confortável. Para isso, diversos fatores devem ser considerados:
· postura adequada do corpo;
· movimentos corporais necessários;
· alcance dos movimentos;
· medidas antropométricas dos ocupantes do cargo;
· necessidade de iluminação;
· necessidade de ventilação;
· dimensões das máquinas, ferramentas, dispositivos e mobiliário em geral;
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·· interação com outros postos de trabalho;
·· altura do posto de trabalho;
·· alcances normais e máximos das mãos;
·· espaço para acomodar pernas e realizar movimentos laterais do corpo;
·· dimensionamento das folgas;
·· altura para visão e ângulo visual e;
·· interação com o ambiente externo.
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UNIDADE
Ergonomia no Trabalho e na Vida
A norma recomenda que a AET pode ser feita pelo técnico de segurança do trabalho
ou pelo engenheiro de segurança do trabalho. O laudo ergonômico DEVE ser feito por
um ergonomista.
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O ergonomista é um profissional da área da saúde: médico ou fisioterapeuta que
tenha passado por uma “especialização” adequada que capacite o profissional a exercer
as funções de ergonomistas.
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UNIDADE
Ergonomia no Trabalho e na Vida
Ferramentas da ergonomia
Para promover o dimensionamento do posto de trabalho, a partir do enforque
ergonômico, podemos fazer uso de algumas ferramentas que procuram identificar a
probabilidade de desenvolvimento de doença ocupacional. A fim de promover uma
análise ergonômica adequada e técnica do posto de trabalho, são utilizadas as ferramentas
auxiliares aplicadas à ergonomia.
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Rula
Método de estudo desenvolvido para ser usado em investigações ergonômicas de
postos de trabalho, onde existe a possibilidade de desenvolvimento de LER/DORT EM
MEMBROS SUPERIORES.
Reba
É usado para avaliar a exposição dos trabalhadores a fatores de risco.
Segundo Pavani e Quelhas (2006), o método REBA (Rapid Entire Boby Assessment)
foi desenvolvido por Hignett e McAtamney (2000) para estimar o risco de desordens
corporais a que os trabalhadores estão expostos. As técnicas utilizadas para realizar
uma análise postural têm duas características que são a sensibilidade e a generalidade.
Uma alta generalidade quer dizer que é aplicável em muitos casos, mas provavelmente
tenha uma baixa sensibilidade, quer dizer que os resultados obtidos podem ser pobres
em detalhes. Porém, as técnicas com alta sensibilidade, em que é necessária uma
informação muito precisa sobre os parâmetros específicos que se medem, parecem ter
uma aplicação bastante limitada.
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UNIDADE
Ergonomia no Trabalho e na Vida
Niosh
Em 1981, nos Estados Unidos, sob iniciativa do National Institute for Ocupational
Safety and Health – NIOSH, patrocinou-se o desenvolvimento de um método para
determinar a carga máxima a ser manuseada e movimentada manualmente numa
atividade de trabalho.
O método Niosh foi revisto em 1991, sendo proposto o limite de peso recomendado
(LPR) e o Índice de levantamento (IL).
Ao determinar o LPR e o IL, estima-se o risco de lesão naquela situação, naquele
posto de trabalho.
Deve-se respeitar o peso que uma pessoa possa levantar em situação de trabalho,
onde 90% dos homens e, no mínimo, 75% das mulheres o façam sem lesão.
Assume que tarefas de levantamento e de abaixamento de pesos têm idêntico
potencial para causar lesões lombares.
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Cálculo
“H” é a distância horizontal em centímetros entre o maléolo e a pega da carga.
Levantamento de Carga
Para valores maiores que 175cm, o método NIOSH diz que o fator relativo a “V” na
equação do “LPR” deve ser igual a zero, ou seja, {1- [0,003 x (V-75)]}. Isto faz com que
o “LPR” seja igual a zero.
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UNIDADE
Ergonomia no Trabalho e na Vida
“A” é o ângulo de torção do tronco em graus. Neste software, utilize valores entre
1 e 135°, já que o método NIOSH diz que para valores maiores que 135° o fator relativo
a “A” na equação do “LPR” deve ser um igual a zero, ou seja, [1-(0,0032 x A)]=0.
Isto faz com que o “LPR” seja igual a zero.
“F” é o Fator Frequência determinado de acordo com a tabela abaixo, que leva em
consideração a Frequência com que o trabalhador levanta a carga, a duração do trabalho
de levantamento de carga e o valor de “V”.
“QP” é a qualidade de pega durante a tarefa de levantamento. Seus valores são dados
conforme a tabela abaixo:
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“LPR” é o Limite de Peso Recomendado em Quilogramas, ou seja, a carga máxima
que o trabalhador pode levantar sem que haja danos a sua saúde.
IL = P/LPR
Menor que 1
Bom
Questionário Nórdico
O questionário nórdico foi desenvolvido para autopreenchimento. Há um desenho
dividindo o corpo em 9 partes. Os trabalhadores devem responder “sim” ou “não” para
3 situações envolvendo essas 9 partes:
·· Você teve algum problema nos últimos 7 dias?
·· Você teve algum problema nos últimos 12 meses?
·· Você que deixar de trabalhar algum dia nos últimos 12 meses devido
ao problema?
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UNIDADE
Ergonomia no Trabalho e na Vida
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Ergonomia na vida
A Revolução Industrial mudou a face do mundo. Foi um período de efervescência
mundial. Nessa época, a concepção do que era trabalho também mudou. Conforme
visto anteriormente, antes dessa revolução, o trabalho era artesanal e o artesão detinha
os meios de produção que era o “fator” gerador de riqueza para economia da época.
Nesse contexto, o trabalhador era mais uma peça do sistema, “um meio de produ-
ção”. Esse “modelo de produção” que definia a interação entre homem e sistema era
extremamente agressivo para o ser humano, todavia era socialmente aceita, mesmo com
a publicação do trabalho de Elton Mayo conhecido como “Efeito Howthorne”, que foi o
precursor da sociologia industrial! Essa configuração do meio veio sofrer uma influência
mais consistente na década de 1960 nos Estados Unidos da América.
Identificou-se, a partir dessa pesquisa que, nos próximos dez anos, haveria uma
queda na oferta de emprego da manufatura e um crescimento proporcional no setor
de serviços.
Então, decidiu-se, para não promover demissões, reduzir a jornada de trabalho. Com
a redução da jornada de trabalho, os operários que ainda tinham emprego e dinheiro
descobriram o entretenimento em seu tempo livre. Foi nesse contexto que o trabalho na
prestação de serviços nasceu, tomou forma e ganhou o mundo e criou a tendência de
liberar o trabalhador daquelas tarefas que exigem esforços fatigantes de natureza simples
e repetitiva, uma oposição à Escola da Administração Científica de Taylor. A partir daí,
houve uma redistribuição social da força de trabalho.
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UNIDADE
Ergonomia no Trabalho e na Vida
Segundo Iida (2005), o homem moderno passa cerca de 25% do seu tempo no
ambiente de trabalho. O resto desse tempo é gasto no ambiente doméstico, meios de
transporte e locais públicos.
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domésticos exigem posturas inadequadas. Por exemplo, para cuidar de bebês ou varrer o
chão, adotam-se posturas com curvatura dorsal, que podem provocar dores lombares. Isso
pode ser resolvido colocando-se objetos a serem manipulados em uma altura adequada ou
usando-se a flexão das pernas para abaixar-se.
Ergonomia do ensino
Nos países desenvolvidos, as crianças passam cerca de 20% da sua vida nas escolas.
Em países mais pobres, a “jornada de ensino” é menor, mas nem por isso menos
importante, posto que os orçamentos nos países mais pobres é menor e o bom uso
desse dinheiro, mesmo que em menor quantidade que nos países desenvolvidos, deve
ser muito bem empregado.
As escolas brasileiras usam o método de aulas verbais expositivas. Esse método tem
suas limitações em termos de aprendizado em virtude da monotonia e da fadiga causada
aos alunos. O método de aula verbal expositiva limita o aluno à carteira. A carteira
estudantil pode ser considerada o “posto de trabalho do estudante” e proporciona uma
situação estática da musculatura, dificultando a circulação.
O transporte de cargas feito por caminhões de dois e três eixos e carretas e o código
de trabalho aceito como comum nesse segmento demarcado expõe o motorista há muitas
horas seguidas na direção. A situação postural do motorista em seu “posto de trabalho”,
sentado e em alerta constante, assemelha-se à condição do estudante em situação estática
de musculatura e dificuldade de circulação dos membros inferiores e a monotonia.
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UNIDADE
Ergonomia no Trabalho e na Vida
Ergonomia no hospital
Segundo Falzon (2009), o hospital manteve, na década de 1960, as estruturas
herdadas do hospital do século XIX. Os cuidados hospitalares eram dispensados, nessa
época, por ordens religiosas. As condições de trabalho passavam em segundo plano,
aos próprios olhos das pessoas que atuavam com muita frequência como “benévolas”.
A questão do trabalho não se colocava. A própria noção de hospital evoluiu ao longo
da história. De asilo para os pobres, o hospital de tornou centro de atendimento para
o tratamento, de ensino e de pesquisa. Os profissionais não são mais unicamente
os médicos auxiliados por um conjunto de pessoas polivalentes e devotadas. Esses
profissionais não se adaptam mais a qualquer preço e reivindicam, de maneira insistente,
uma melhoria das condições de vida e de trabalho. Além de práticas terapêuticas serem
aplicadas, também há o componente humano, não de quem está enfermo, mas de
quem cuida da enfermidade do paciente. Existe um fator emocional muito grande na
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composição desse cenário tanto por parte do corpo de enfermagem, como por parte
dos médicos. A interação entre o ser humano do corpo clínico: médico ou enfermeiro
com o paciente e a família do paciente pode tornar-se desgastante, por exemplo, com
prognóstico terminal de um paciente. Nos cursos de graduação dessas carreiras, há uma
carga horária bem extensa de psicologia médica.
Ergonomia na agricultura
A agricultura é um setor crítico nas sociedades. No passado, a agricultura tinha uma
importância de destaque, pois era a responsável pela alimentação dos seres. Todavia, a
agricultura perdeu gradativamente sua importância, principalmente no sentido da oferta
de emprego.
A agricultura volta à cena na sociedade sob o apelo de alimentos saudáveis, alimentos sem
agrotóxico que são chamados de orgânicos. Como a produtividade é menor dos alimentos
cultivados sem agrotóxicos, obviamente, o preço é maior. O que pode causar estranheza, em
um primeiro momento em virtude do paradoxo preço x produto, nesse caso dos alimentos
sem agrotóxicos, o alto preço não é um limitador do consumo, muito pelo contrário, o preço
alto é um atrativo, pois sugere ao comprador um produto mais saudável.
Além disso, é preciso conhecer os processos, onde a ergonomia deve ser aplicada
não só em função de segurança, mas também da carga de trabalho. Se possível, deve-
se reduzir o transporte de carga manual pesada e usar, se for o caso, equipamentos de
proteção individual adequados à atividade laboral que está sendo realizada. A postura de
trabalho é um importante fator de observação e estudo.
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UNIDADE
Ergonomia no Trabalho e na Vida
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Constituição Federal Interpretada
MACHADO, Costa. Constituição Federal Interpretada. Editora Manole. São Paulo.
2010. Inicie suas leituras pelo capítulo II da Constituição (Dos Direitos Sociais) Art. 7°,
incisos XXII, XXIII, XXVIII e XXXIII, ou seja, da página 64 a 65 e 67 a 69 da obra.
CLT
CLT. Editora Manole. São Paulo. 2016. Inicie suas leituras pelo capítulo V do Seção II
a V da CLT, ou seja da página 33 a 37 da obra.
CLT interpretada
MACHADO, Costa. CLT interpretada. Editora Manole, 2º edição. São Paulo. 2009.
Leitura
Consolidação das Leis do Trabalho
O Decreto-Lei 5.452, de 1 de maio de 1943, que é a nossa Consolidação das Leis
Trabalhistas (CLT), especificamente no Capítulo V do Título II (relativo à Segurança e
Medicina do Trabalho).
https://goo.gl/U15ifx
33
33
UNIDADE
Ergonomia no Trabalho e na Vida
Referências
IIDA, ITIRO. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo, Edgard Blucher, 2009.
GOMES FILHO, J. Ergonomia do objeto: sistema técnico de leitura ergonômica. São Paulo:
Escrituras, 2010.
SLACK, N.; CHAMBERS, S. Administração da Produção. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
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Ergonomia
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Gestão da Ergonomia
Revisão Textual:
Profa. Esp. Márcia Ota
Gestão da Ergonomia
Normalmente com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o
último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Gestão da Ergonomia
Introdução ao tema
Nesta unidade, abordaremos pontos importantes para o planejamento, aplicação
e gestão da ergonomia e a devida interface com sistemas de gestão internacional
pertinentes ao assunto.
Nossa unidade final “ pretende ser”, não só uma unidade de fechamento dos nossos
estudos, mas também “uma provocação”, um convite à reflexão sobre a aplicação
prática da ergonomia no trabalho e na vida.
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Leitura Obrigatória
O conceito de ergonomia é relativamente antigo, todavia, só ganhou popularidade a
partir da segunda guerra mundial. A fim de “otimizar” a utilização de armamento de uma
maneira geral, os mesmos eram “desenvolvidos”, pela primeira vez na história olhando
para o usuário final, procurando “enxergar” a interação entre produto e usuário para
melhorar o sucesso dessa interação. Então, surge a ideia de aplicação da ergonomia como
meio de busca pela eficiência nas operações. Nesse caso, especificamente, procurando
fazer com que armamento “se adaptasse” ao soldado e aumentando a assertividade de
uso. Assim, usando melhor o recurso para ter maiores e melhores resultados.
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UNIDADE
Gestão da Ergonomia
Visão geral
Esta unidade tem como objetivo a aplicação da Gestão da Ergonomia e os Sistemas
de Gestão relacionados.
Mas, antes, vamos esclarecer um pouco um assunto que, por vezes, acaba causando
alguma confusão.
Importante notar que esta unidade não será um Guia de Implementação da OHSAS,
mas vamos abordar os itens que precisam ser compreendidos para que o profissional em
questão possa dar sua contribuição para o Sistema de Gestão.
Sistemas de gestão
A partir da identificação dos processos de uma organização, identificando-se entradas e
saídas, deve-se estabelecer um sistema de controle / verificação com o objetivo de obter-se
informações “vivas”, sempre atualizadas que reflitam a real situação da operação. Com
isso, os líderes seriam capazes de tomar decisões assertivas.
Para que uma empresa tenha um “sistema de gestão”, ela pode “caseiramente” criar
um conjunto de “ações padronizadas” que “garantam” os critérios de qualidade a serem
atingidos, sistematicamente pela organização.
Surge, então, em 1987, a primeira versão de normas ISO 9000. Essa versão era
extremamente burocrática e continha 20 elementos.
• Em 1994, o enfoque deixou de ser de controle da qualidade para garantia
da qualidade.
• Em 2000, o enfoque passa a ser gestão por processos.
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• Em 2008, foram pequenas alterações mais relevantes voltadas para a gestão de
recursos passando a considerar as competências.
• Em 2015, grandes mudanças estruturais, a questão da gestão de risco passou a
ser considerada.
Existem outras normas que não pertencem à família ISO, mas são igualmen-
te certificáveis:
• Normas de segurança: OHSAS 18.000 – abordadas, mais profundamente, ainda,
nesta Unidade.
• Responsabilidade social: SA 8.000 (norma criada a partir do “escândalo da Nike”,
quando veio a público a submissão do ser humano ao trabalho escravo – regime de
escravidão – sem condições dignas de trabalho).
Obs.: Optou-se por não traduzir este termo, porém uma aproximação razoável
seria responsabilização.
• Transparência: Fornecer às partes interessadas de forma acessível, clara,
compreensível e em prazos adequados todas as informações sobre os fatos que
possam afetá-las.
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UNIDADE
Gestão da Ergonomia
• Comportamento ético: Agir de modo aceito como correto pela sociedade - com
base nos valores da honestidade, equidade e integridade, perante as pessoas e a
natureza - e de forma consistente com as normas internacionais de comportamento.
• Respeito pelos interesses das partes interessadas (Stakeholders): Ouvir,
considerar e responder aos interesses das pessoas ou grupos que tenham interesses
nas atividades da organização ou por ela possam ser afetados.
• Respeito pelo Estado de Direito: O ponto de partida mínimo da responsabili-
dade social é cumprir integralmente as leis do local onde está operando.
• Respeito pelas Normas Internacionais de Comportamento: Adotar prescrições
de tratados e acordos internacionais favoráveis à responsabilidade social, mesmo
que não haja obrigação legal.
• Direito aos humanos: Reconhecer a importância e a universalidade dos direitos
humanos, cuidando para que as atividades da organização não os agridam direta ou
indiretamente, zelando pelo ambiente econômico, social e natural que requerem.
A ISO 9001 tem como princípio ciclo do PDCA, também conhecido como ciclo de
melhoria contínua. Já que a OHSAS 1800 é nosso foco de estudo e tem como base a
ISO 9001, é necessário compreender esse princípio.
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A figura abaixo descreve de maneira muito simples o Ciclo do PDCA:
Definição da meta
Análise do problema
Padronização dos Análise das causas
resultados obtidos Elaboração dos planos
de ação
A P
C D Treinamento
Verificação dos
Execução dos
resultados
planos de ação
Política
Todo este processo inicia-se com a definição de uma Política, a qual deve contemplar
as diretrizes gerais sobre higiene e segurança.
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Gestão da Ergonomia
Realizar a Realizar a
Planejar o Planejar as
Identificar análise análise Controlar
gerenciamento respostas
os riscos qualitativa quantitativa os riscos
de riscos aos riscos
dos riscos dos riscos
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Avaliação da
Situação Operacional
Importância do
Temporalidae
Significativo
Ações de Controle e/
Probabilidade
Grau de Risco
Item Atividade Perigo Dano
Frequência/
Gravidade
ou Mitigação
Esta planilha leva em conta, para determinação do grau de risco, a gravidade x fre-
quência/periodicidade a fim de, então, determinar se a atividade é significativa ou não.
Note que mesmo para todos os casos existem ações de controle e/ou mitigação, mas,
no caso onde o grau de risco fez com que a atividade fosse significativa, temos um plano
de emergência.
Risco Ergonômico
Não é tarefa das mais simples quantificar fatores como satisfação, bem-estar, cansaço,
dor, etc. Dentro deste contexto, podemos dizer que nasce o conceito de Risco Ergonômico.
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Gestão da Ergonomia
Neste caso, quando inseridos no contexto ergonomia, esses profissionais “saem à caça”
das posturas incorretas, das cadeiras antiergonômicas, das bancadas em altura inadequa-
da. Esquecem que pessoas são pessoas e, como tal, são passíveis de emoções e sensações.
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Passos para tratamento da legislação:
Federal
Estadual
Municipal
Outros requisitos aplicáveis, tais como:
Licenças
Códigos
Normas
Regulamentos
(entre outros)
Por exemplo:
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Gestão da Ergonomia
Qualquer ação corretiva ou preventiva adotada para eliminar as causas das não
conformidades, reais e potenciais, deve ser adequada à magnitude dos problemas e
proporcional ao risco de SSO verificado.
Diagrama de
Causa-Efeito Diagrama de
Gráfico de
Concentração
Pareto
de Defeito
Folha de Diagrama
Controle de Dispersão
Histograma
7 Ferramentas Gráfico de
da Qualidade Controle
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O papel fundamental do profissional em questão, neste cenário, não é o fato de
dominar uma das ferramentas, mas sim ter ciência que, de certa forma, estará utilizando
seu conhecimento técnico sob a orientação de um profissional, por exemplo, da
qualidade, a fim de que se aplique uma dessas ferramentas para que a causa raiz do
acidente, incidente ou não conformidade e que as ações propostas sejam, de fato, para
erradicar a raiz do problema, ou seja, a ação deve ser para a causa e não para o efeito.
Responsabilidade e Autoridade
Outro ponto fundamental para a eficiência do sistema é estabelecer claramente
as responsabilidades, além de comunicá-la por toda a organização. Por isso, dentro
de um sistema de gestão, sempre haverá documentação para que fiquem claro,
no Manual, Procedimentos e Instruções de Trabalho (hierarquia de documentos
relativos a um sistema de gestão da qualidade), quem são os responsáveis pelas mais
variadas atividades dentro do sistema de gestão. Importante salientar que nem só as
responsabilidades, tanto do auditor quanto do auditado estão descritas, mas também
as responsabilidades.
Treinamento e Competências
Os treinamentos e competências também devem ser considerados, uma vez que os
responsáveis para implementar, gerenciar, treinar e auditar também os procedimentos
da organização.
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Gestão da Ergonomia
Como já citado anteriormente, nosso objetivo aqui não é fornecer um guia de implan-
tação da OHSAS 18001, mas sim demostrar qual o papel do profissional da ergonomia
dentro do sistema de gestão e a importância fundamental dos seus conhecimentos técni-
cos para a eficiência e eficácia do sistema de gestão, atuando deste o estabelecimento da
Política, passando pelo levantamento dos riscos juntamente com as propostas para sua
erradicação e/ou mitigação, levantamento da legislação aplicável, monitoramento dos
riscos, preparação de planos de atendimento a emergências, participando de equipes
multidisciplinares para análise da causa de acidentes, incidentes e /ou não conformida-
des, também propondo ações para erradicação das causas, bem como análise de sua efi-
cácia. Não vamos nos esquecer também da importância da multiplicação dos conceitos,
através de treinamentos, acompanhamentos in loco; enfim, podendo até ser um auditor
do sistema de gestão.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
CLT Interpretada
MACHADO, Costa. CLT interpretada. Editora Manole, 2º edição. São Paulo. 2009.
Leitura
Constituição Federal Interpretada
Inicie suas leituras pelo capítulo II da Constituição (Dos Direitos Sociais) Art. 7°, incisos
XXII, XXIII, XXVIII e XXXIII, ou seja, da página 64 a 65 e 67 a 69 da obra de Costa
Machado, Constituição Federal Interpretada, disponível na Biblioteca Virtual Universitária.
Para acessar esta obra, Acesse o link a seguir
Disponível em: https://goo.gl/cEZamh
Além da Constituição é importante salientar que o Decreto-Lei 5.452, de 1 de maio
de 1943, que é a nossa Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), especificamente no
Capítulo V do Título II (relativo à Segurança e Medicina do Trabalho).
CLT
Inicie suas leituras pelo capítulo V do Seção II a V da CLT, ou seja da página 33 a 37,
CLT - 2016, disponível na Biblioteca Virtual Universitária.
Para acessar esta obra, Acesse o link a seguir
Disponível em: https://goo.gl/cEZamh
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Referências
IIDA, ITIRO. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo, Edgard Blucher, 2009.
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