Circuitos Retificadores
Circuitos Retificadores
Circuitos Retificadores
Retificador é um circuito que faz a conexão entre uma fonte CA e uma Carga CC, isto é,
converte uma tensão CA em CC. A tensão direta assim obtida não é pura tal qual a de
uma bateria, contém componente de ripple alternada (CA), superposta com um nível
médio (CC).
1 - CIRCUITOS E NOMENCLATURAS
Os circuitos retificadores dividem-se em dois grandes grupos, os de meia-onda ou um
caminho, e os de onda completa ou em ponte ou dois caminhos.
Os retificadores de meia-onda são aqueles que possuem um diodo por fase da tensão
CA de alimentação na entrada. Todos os diodos são ligados em cátodo ou ânodo
comum em um terminal de carga, e o outro terminal da carga ligado ao neutro do
transformador de alimentação. A expressão meia-onda vem do fato de que, em cada
fase na entrada, a corrente é unidirecional; por isso alguns autores preferem a
denominação um caminho.
Os retificadores de onda completa correspondem à associação de dois retificadores de
meia-onda ligados em série. Um deles leva a corrente até a carga, e o outro faz o
retorno para a entrada CA, eliminando a necessidade de uma fonte CA com neutro. A
expressão onda completa provém de que, em cada fase na entrada, a corrente tem dois
sentidos, com valor médio nulo. Daí alguns autores preferirem a denominação dois
caminhos.
Quanto à característica de controle, os retificadores se enquadram em uma das
seguintes categorias: sem controle, meio controlado ou híbridos e totalmente
controlado.
O retificador sem controle contém apenas diodos, fornecendo à carga uma tensão
média fixam que depende da tensão alternada presente na entrada.
O retificador totalmente controlado contém apenas tiristores ou então transistores de
potência. Nesses retificadores, utilizando-se circuitos de disparo apropriados, o valor
médio entregue à carga pode ser controlado, desde um valor positivo até um valor
negativo. Esse fato caracteriza esses retificadores como conversores bidirecionais, pois
o fluxo de potência ora vai da entrada para a carga, ora da carga para a entrada.
O retificador híbrido ou meio controlado contém um misto de diodos e tiristores. O valor
médio na carga é controlado, porém sempre positivo, desde um valor médio máximo até
zero. Esse fato caracteriza esses retificadores como conversores unidirecionais, pois o
fluxo de potência vai sempre da entrada para a carga.
Pelo número de pulsos caracteriza-se a tensão de saída de um retificador, e
conseqüentemente define-se quantas vezes essa tensão de saída é maior que a tensão
de entrada. Por exemplo, retificador de seis pulsos quer dizer que o ripple de saída é
seis vezes maior que a freqüência da entrada. Assim, sendo de 60 Hz a freqüência
fundamental do ripple da saída.
2 - DIODO DE COMUTAÇÃO
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Em muitos retificadores, em particular os bidirecionais, coloca-se um diodo em paralelo
com a carga, ilustrado na Fig. 1. Esse diodo, denominado diodo de retorno, de
circulação ou de comutação, evita que a tensão média na carga fique negativa durante
o semiciclo negativo da tensão CA na entrada, mantendo a corrente do retificador na
carga.
Vmédio = (1/2) 0
Vmax sen d onde = t (rad) (1.1)
Vmáx
Portanto : Vmédio (1.2)
A maioria das cargas (tais como motores CC) necessita de valores médios de tensão,
sendo, então, pequeno o interesse pelo valor médio é uma característica do circuito,
porém indesejável para a carga.
O diodo é dimensionado pela corrente que o atravessa e pela tensão reversa máxima
Vd nele aplicada, nesse caso igual à tensão máxima da rede, Vmáx.
Algumas cargas contêm, além da resistência, também uma indutância em série, cujas
formas de onda estão ilustradas na Fig. 2( c ) e esquematizadas na Fig. 3.
Devido a presença da indutância, haverá uma atraso na corrente com relação à tensão.
Dessa forma, após terminar o semiciclo positivo da tensão de entrada, ainda existirá
corrente na carga, e o diodo continuará conduzindo, até que a corrente suavemente
chegue em zero. Conforme Fig. 3, a tensão instantânea na carga dada pela expressão:
VL Ri L L di L dt (1.3)
Vmédio = (1/2) Vmáx sen d (1.4)
0
Obtida da forma de onda da tensão na carga, Fig. 2 ( c ), tendo nesse caso um valor
menor que no caso com resistência pura.
O retificador monofásico de meia-onda pode se tornar controlado substituindo o diodo
por um tiristor, cujo acionamento é feito por um circuito de disparo apropriado, como
mostra na fig. 4 ( a ). O tiristor está diretamente polarizado no semiciclo positivo. Então,
se o circuito de disparo fornecer um impulso positivo de corrente Ig em relação ao
cátodo, o tiristor entrará em condução. Dessa forma, o ângulo de atraso pode variar
teoricamente de 0º a 180º. As Figuras 4 ( b) e 4 ( c ) mostram as formas de onda para
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dois diferentes ângulos de disparo. O diodo de comutação não permite que a tensão na
carga fique negativa, aumentando assim seu valor médio. Sem o diodo de comutação,
as formas de onda são similares àquelas da Fig. 2( c ), com exceção do atraso dado
pelo ângulo de disparo.
Fig. 4 - Retificador monofásico controlado com diodo de comutação. ( a ) Circuito. ( b ) Formas de onda para menor
que 90º. ( c ) Formas de ondas para maior que 90º.
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comutação já tiver extinguido. Nesse caso a corrente na carga é dita descontínua, Fig. 3
( c ).
Analisando a forma de onda da tensão na carga, conclui-se que a tensão média pode
ser determinada pela equação:
Vmáx
Vmédio (1 / 2) Vmáx sen d (1 cos ) (1.5)
2
Portanto:
Vmáx
para ângulo de disparo igual a zero Vmédio (máximo)
A tensão sobre o tiristor apresenta uma parte positiva e uma negativa. A parte positiva
corresponde ao intervalo em que o tiristor está diretamente polarizado, mas não
recebeu impulso de gate. A parte negativa corresponde ao intervalo em que o tiristor
está inversamente polarizado. Portanto a tensão direta máxima é igual à tensão reversa
máxima, e ambas iguais à Vmax. Quando o tiristor está conduzindo, a queda direta é
praticamente zero.
Concluindo, pode-se dizer que o diodo de comutação tem duas funções básicas no
retificador: evitar tensão negativa na carga, aumentando o valor médio, e conduzir no
semiciclo negativo da tensão de entrada, retirando energia da carga e diminuindo o
intervalo de condução do tiristor.
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Fig. 5 - Retificador controlado bifásico. ( a ) Circuito. ( b ) Formas de onda.
2Vmáx
Vmédio (1 / ) Vmáx sen d cos (1.6)
Essa equação assume que a indutância da carga seja grande o suficiente para não
deixar que a corrente na carga seja zero, qualquer que possa ser o ângulo de disparo,
condição essa viável na prática.
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A forma de onda da tensão na carga permite dizer que se trata de um conversor de dois
pulsos. As formas de onda das correntes ilustradas na Fig. 2 ( b ) correspondem à
condição de corrente contínua na carga. Nota-se que o ripple é grande, com valor
médio relativamente pequeno. No caso de corrente descontínua na carga, indutância
pequena, aparecerão períodos de tensão igual a zero na carga.
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Fig. 7 - Retificador monofásico em ponte. ( a ) - ( d ) Circuitos representativos. ( e ) Formas de onda.
2Vmáx
Vmédio cos (1.7)
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Fig. 8 - Retificador em ponte totalmente controlado. ( a ) Circuito. ( b ) Formas de onda.
Vmáx
Vmédio (1 / ) Vmáx sen d (1 cos ) (1.8)
A tensão média na carga pode ser controlada desde um valor médio máximo igual a
2Vmax/ (ângulo de atraso igual a 0) até um valor nulo (ângulo de atraso igual a 180º).
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Fig. 11 - Circuito retificador monofásico híbrido
I RMS I L 3 (1.9)
As formas de onda da tensão sobre os diodos são iguais entre si e defasadas de 120º
uma da outra. Na figura 12 ( b ) está desenhada a tensão sobre D1. Quando D1 conduz,
a tensão sobre ele é praticamente zero; daí entra em condução D2, que aplica em D1 a
tensão de linha V12; após D2, entra em condução D3, que aplica em D1 a tensão de linha
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V13. Então D1 volta a conduzir, repetindo o ciclo. A tensão reversa máxima sobre os
diodos é o valor máximo da tensão de linha, 3 Vmax de fase.
O valor médio da tensão na carga pode ser dado pela equação:
1 5 / 6 3 3
Vmédio
2 / 3 / 6
Vmáx sen d
2
Vmáx (1.10)
Quando os diodos da Fig. 12 ( a ) são substituídos por tiristores, como mostra a Fig. 14
( a ), o retificador passa a ser totalmente controlado, podendo então ajustar o valor
médio da tensão na carga de acordo com o valor do ângulo de disparo, ajustado pelo
circuito de disparo. Mais uma vez não está representado o circuito de disparo, mas ele
deve enviar três pulsos positivos aos gates dos tiristores, em relação aos respectivos
cátodos, defasados entre si de 120º. A referência para ângulo de atraso igual a zero é o
cruzamento entre si das tensões de fases, nesse caso a tensão média na carga é
máxima, e o retificador funciona como se os tiristores fossem diodos.
Da forma de onda da tensão na carga, Fig. 14 ( b ), pode-se concluir que a tensão
média correspondente é dada pela equação:
5
1 3 3
Vmédio
6
2 / 3 6
Vmáx sen d
2
Vmáx cos (1.11)
Portanto, dependendo do valor de , a tensão média pode ser positiva ( 90º), zero (
= 90º) ou negativa ( 90º). Evidentemente, o ripple aumenta; porém, por se tratar de
um conversor de três pulsos, taxa de aumento é menor que no caso de dois pulsos.
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Fig. 14 - Retificador trifásico meia-onda totalmente controlado. ( a ) Circuito. ( b ) Formas de
onda. ( c ) e ( d ) Tensão na carga
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Fig. 15 - Retificador trifásico onda completa
3
Vmédio Vlinha( máx ) (1.12)
3
Vmédio Vlinha( máx ) cos (1.13)
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va vb vc va vb vc
v a – vb v b – vc v c – va
v a – vc v b – va v c – vb
Fig. 17 - Retificador trifásico onda completa totalmente controlado. ( a ) Circuito. ( b ) Formas de onda para ângulo de
disparo pequenos. ( c ) Tensão na carga para ângulos de disparo grandes.
A forma de onda da tensão na carga equivale à soma das formas de onda das tensões
na carga, devidas à associação em série dos dois retificadores trifásicos de meia-onda
antes mencionados, resultando num conversor de três pulsos, com ripple bem superior
ao conversor totalmente controlado.
As formas de onda das correntes na Fig. 18 ( b ) ilustram que em T 1 o início da
condução dependo do instante de disparo; em D4 o início da condução é feito quando
Va passa a ser a tensão mais negativa, resultando numa corrente média no enrolamento
secundário do transformador de entrada, porém com um grande número de
harmônicas.
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Fig. 18 - Retificador trifásico onda completa híbrido. ( a ) Circuito. ( b ) Formas de onda para ângulos de disparo
pequenos. ( c ) Formas de onda para ângulos de disparo grandes.
3
Vmédio Vlinha( máx ) (1 cos ) (1.14)
2
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OPERAÇÃO DOS CONVERSORES
1 - COMUTAÇÃO
No capítulo anterior, foi considerada instantânea a passagem da corrente de um diodo
(ou tiristor) para o outro. Na prática, existe a impedância da fonte CA, que corresponde
à associação em série de um indutor e um resistor, impondo que essa passagem seja
feita durante um intervalo de tempo bem determinado, definido como tempo de
comutação. Esse tempo é o tempo que a corrente demora para sair de zero até atingir a
corrente de regime no diodo que vai entrar em condução, ou o tempo que a corrente
demora para ir do regime até chegar a zero no diodo a ser bloqueado.
O elemento predominante na fonte CA de alimentação é o indutor, a parte resistiva é
desprezível. Dessa forma, na comutação dos diodos, a troca de corrente sofrerá um
atraso devido à presença dessa indutância, que na prática recebe o nome de reatância
de comutação. O equivalente a Thèvenin da fonte CA correspondente a uma fonte ideal
de tensão em série com um indutor ideal, em cada fase de alimentação.
Para expor o fenômeno da comutação, considere o circuito retificador da Fig. 1 ( a ),
que representa um retificador trifásico de meia-onda, alimentado por um transformador
cujo secundário está ligado em estrela, e cada fonte foi substituída pelo equivalente de
Thèvenin correspondente. As formas de onda estão desenhadas na Fig. 1 ( b ), onde
é o tempo de comutação devido à reatância de comutação L da fonte CA. Observe que
durante a comutação, dois diodos consecutivos conduzem simultaneamente. Devido a
sua característica, é também chamado ângulo de comutação, e durante a comutação
a entrada “enxerga” um curto-circuito entre fases, sendo que 2L limita a corrente nessas
condições, e na carga a corrente não é alternada, pois corresponde à soma das
correntes nos dois diodos em comutação. Quanto maior for o tempo de duração da
comutação, menor será a tensão média na carga.
A comutação termina quando a corrente no diodo que vai entrar atinge o nível da
corrente na carga. Para equacionar essa situação, considere D1 e D2 em comutação; o
circuito equivalente é o da Fig. 2. Ignorando a queda direta dos diodos, e aplicando a
segunda lei de Kircchoff na única malha o circuito, resulta:
2 1 L di dt L di dt (1.1)
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3Vmáx
C , pois para t = 0 i = 0. Finalmente resulta:
2 L
3Vmáx
i (1 cos t ) (1.2)
2L
Fig. 1 - Comutação no retificador trifásico de meia-onda sem controle. ( a ) Circuito. ( b ) Formas de onda.
2( I L ) X
cos 1 (1.4)
3Vmáx
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42 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
COMUTAÇÃO EM CORRENTE CONTÍNUA
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necessário para proporcionar a inversão de polaridade no capacitor antes do
chaveamento sobre T1.
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44 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Fig. 3 - Um circuito chopper que emprega comutação por capacitor em paralelo.
( a ) Circuito de referência. ( b ) Formas de onda.
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O circuito da Fig. 5 dispensa o uso do indutor. O princípio é que o disparo do titistor T1
conectado à carga R1 habilite o carregamento do capacitor C, via resistor R2.
Disparando T2, a tensão do capacitor C sobre T1 o bloqueia. Com o disparo de T2, a
corrente flui por R2, e o capacitor se carrega com polaridade inversa, via R1.
Disparando T1, agora bloquearemos T2.
A desvantagem desse circuito simples é a perda no resistor R2 durante o período em
que a carga principal permanece desligada.
A perda pode ser minimizada fazendo R2 muito maior que R1; porém, agora haverá
limitação no tempo de carregamento do capacitor no chaveamento da carga.
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46 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Se a carga for indutiva, então é necessário um diodo de comutação (freewheeling)
sobre a carga, como é mostrado na Fig. 6, para desviar a corrente de carga do tiristor
durante o chaveamento.
Na escolha de um circuito para uma determinada aplicação, deve-se levar em conta o
tipo d carga, a relação de chaveamento, o tamanho dos componentes, as perdas e o
custo.
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Fig. 8 - Comutação entre duas cargas iguais. ( a ) Circuito. ( b ) Formas de onda.
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48 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Um circuito complementar, comutado por impulsos, denominado McMurray-Bedford é
mostrado na Fig. 10. Se os tiristores T1 e T2 estão ligados, a carga está conectada à
bateria. Alternadamente, a bateria pode ser conectada à carga, em sentido oposto,
pelos tiristores T3 e T4, quando ligados. Portanto uma tensão alternada aparecerá na
carga.
Se no circuito da Fig. 10 o tiristor T1 (e T2) está conduzindo quando disparamos o tiristor
T4, automaticamente a corrente de carga será transferida para este, e T 1 bloqueará. Se
o tiristor T1 for bloqueado sem qualquer mudança em outros (T2, T3), então a carga será
desconectada da bateria. Se, por outro lado, o tiristor T3 é disparado ao mesmo tempo
em que T4, então os tiristores T1 e T2 bloqueiam, e a bateria é conectada à carga no
sentido oposto.
Para auxiliar na explanação dos eventos durante a comutação, consideramos a Fig. 11 (
a ), que mostra as condições para o disparo do tiristor T4. O capacitor C4 é carregado
com a voltagem da bateria E. A energia armazenada no campo magnético do indutor
vale (1/2)LI2. Imediatamente após o disparo do tiristor T4, as condições de mudança são
mostradas na Fig. 11 ( b ). O capacitor C4 impõe sua tensão sobre a bobina L4, a qual
induz uma voltagem E sobre a bobina de acomplamento L1. Analisando o diagrama,
observamos o tiristor T1 reversamente polarizado com uma tensão E; portanto T1 está
bloqueado.
A distribuição de corrente, apresentada na Fig. 11 ( b ), imediatamente após o disparo
do tiristor T4, devido à condição da energia armazenada no campo magnético de L1 e
L4, não pode mudar, mantendo o valor (1/2)LI2. Assumindo a carga resistiva, a corrente
I é igual nos dois capacitores C1 e C4 colocados em paralelo, que iniciam uma oscilação
com L4, com freqüência.
1
f (Hz ) (1.1)
2 LC
Quando a carga no capacitor C4 cai para (1/2 E), a voltagem no tiristor T1 passa a ser
positiva no ânodo, fornecendo o tempo de desligamento do tiristor T1. Se não existissem
os diodos, a oscilação levaria o capacitor C1 a suportar tensões maiores que 2E,
finalizando com o valor E. Portanto a presença do diodo D4 evita a voltagem reversa
sobre C4 e auxilia no decréscimo da corrente em L4, tal como mostra a Fig. 11 ( c ),
levando C1 a se carregar com tensão E. A corrente no tiristor T4 agora passará a zero
devido às perdas em D4 e L4.
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Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 49
Fig. 11 - Condições durante o bloqueio (carga resistiva). ( a ) Antes do disparo de T4. ( b ) Imediatamente após o disparo
de T4. ( c ) Após o capacitor passar a ter uma tensão reversa.
Na maioria dos casos a carga será indutiva, havendo indutâncias muito maiores que L
(na rede de comutação). No caso, a corrente de carga I continuará com a distribuição
apresentada na Fig. 12 ( a ), imediatamente após o disparo do tiristor T 4. Agora a
corrente de descarga dobrará no capacitor C4, como mostra a Fig. 11 ( b ). Assumindo
que a corrente de carga não muda durante o período de comutação, então o diodo D4
inicia a condução nas condições apresentadas na fig. 12 ( b ), com a corrente
diminuindo em T4 e a corrente de carga fluindo via T2 e D4 com tensão na carga zero.
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50 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Fig. 12 - Condições durante o bloqueio (carga indutiva),( a ) Imediatamente
a disparo de T4. ( b ) Quando o diodo D4 conduz.
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CONVERSOR CC-CC (CHOPPER)
Abaixador de tensão
(a)
(b)
Elevador de tensão
Como toda energia armazenada em L deve ser entregue à carga num período, então Ea
= Ef.
t t off
V0 V. on (1.2)
t off
Se t off t on V0
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52 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Quadrantes de operação
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Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 53
O Circuito acima possibilita a operação no 1º e no 2º quadrante. É na verdade uma
combinação dos dois casos anteriores. A tensão de saída será sempre positiva com Q1
ou D2 conduzindo ou nula com Q2 ou D1 conduzindo. A corrente I0 será positiva com Q1
ou D1 conduzindo ou negativa com Q2 ou D2 conduzindo. Assim, o valor médio da
tensão de saída será sempre positivo, podendo o valor médio de corrente ser positivo
ou negativo. Assim, é possível o fluxo bidirecional de potência e este circuito pode ser
usado tanto para o acionamento como para frenagem regenerativa de um motor CC.
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54 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
CONVERSÃO DE FREQÜÊNCIA
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Fig. 1 - Inversor em ponte monofásico. ( a ) Circuito.
( b ) Saída em onda quadrada. ( c ) Saída em onda quase quadrada.
Fig. 2 - Saída combinada dos inversores defasados formando uma onda quase quadrada.
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56 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Outra forma de controle de tensão é por recorte, como mostra a forma de onda da Fig.
3, onde os tiristores do circuito inversor são ligados e bloqueados de tal maneira que
produzem zeros de igual largura e com a parte de tensão de alimentação fixa de valor
E.
Uma melhora na forma de onda recortada pode ser obtida variando-se a relação entre
os períodos ligado e desligado, como mostra a Fig. 4. Essa forma de controle é
conhecida como modulação por largura de pulso (PWM), e pode-se observar que
possui harmônicas de ordem muito menor que outras formas de onda.
Fig. 4 - Inversor controlado para fornecer uma fonte de onda modulada por largura de pulsos (PWM)
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Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 57
Fig. 5 - Formação de uma onda PWM. ( a ) Em tensão de saída máxima.
( b ) Em tensão de saída reduzida. ( c ) Em metade da tensão e metade da freqüência.
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58 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
O cruzamento da forma de onda triangular com a senóide de referência produz um
pulso de largura b. Reduzindo a senóide de referência pela metade de uma altura,
teremos um pulso com largura c.
A largura será a metade de b e a altura do pulso será inalterada, portanto a área do
pulso será dividida com a correspondente redução na altura da senóide de referência.
Argumentos similares são apresentados a duas seções quando aumentamos a altura
da senóide de referência, e correspondente a largura do pulso resultante para a.
Um número elevado de pulsos em um ciclo pode aumentar o número de harmônicas de
ordem superior, as quais são muito mais simples para filtrar que as harmônicas de
ordem inferior; além disso uma carga indutiva atenua radicalmente essas harmônicas.
Como alternativa de controle PWM (modulação por largura de pulso), o inversor da Fig.
1 pode fazê-lo, bastando seqüenciar as disparos de T1 e T2 (como um par) e dos
tiristores T3 e T4 (como outro par), evitando assim os períodos de zero. Dessa maneira a
forma de onda PWM é gerada (Fig. 7) aparecendo pequenos pulsos reversos durante
meio ciclo de saída. Para determinar os instantes de disparo dos tiristores, uma onda
triangular de alta freqüência é modulada por uma senóide de referência sem patamares
de zero, como na Fig. 5.
Um elevado número de comutações ocorrem em cada ciclo devido ao recorte e
modulação por largura de pulso da forma de onda, resultando em uma elavada perda
nos tiristores do inversor. Numa escolha entre os inversores como forma de onda quase
quadrada e PWM, deveremos considerar perdas de chaveamento em cada um,
harmônicas de baixa ordem e custo adicional de controle de um circuito em relação ao
outro.
Um método que reduz a excessiva perda de comutação existente na forma de onda de
saída, reduzindo ainda harmônicas de baixa ordem, é mostrado na Fig. 8. Pela inversão
da tensão de saída por um curto intervalo de tempo em cada meio ciclo em
determinados ângulos é possível eliminar duas componentes harmônicas, isto é, a
terceira e a quinta. Com uma fonte fixa é possível controlar o nível de saída pela
combinação de duas formas de onda, como as da Fig. 8, pelo princípio da diferença de
fase demonstrado na Fig. 2.
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Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 59
Fig. 8 - Redução de harmônicas de baixa ordem
Similarmente a uma fonte retificada trifásica, o inversor pode ser controlado de tal
maneira que os tiristores conduzem 120º do ciclo de saída. As formas de onda da Fig.
10 são para uma carga resistiva pura em relação ao circuito da Fig. 9. É assumido que
no final do período de 120º um circuito de comutação inicia o bloqueio do tiristor
apropriado.
As formas de onda da Fig. 10 ( b ) mostram que as correntes de carga são quase
quadradas, e cada tiristor conduz um terço da corrente de carga em um ciclo. Com
referência ao circuito da Fig. 10 ( a ), considerando os tiristores como chaves, a fonte
CC é chaveada em seis etapas para sintetizar a saída trifásica. A relação pela qual os
tiristores são chaveadas determina a freqüência de carga. A forma de onda de
patamares apresentada para a tensão de linha pode ser modificada se uma indutância
estiver presente na carga, a qual transfere aos diodos a corrente de carga que mantém
as chaves fechadas (ver Fig. 10 ( a )) por um período maior do que 120º.
É bastante usual na operação do inversor que cada tiristor possa conduzir da ordem de
180º. Dessa maneiro, a fonte CC é conectada à carga por um tiristor de um barramento
e por dois tiristores de outro barramento.
As formas de onda da Fig. 11 mostram a condução de 180º e a tensão de linha
iniciando com uma onda quase quadrada. A corrente de carga é constituída por
degraus, e cada tiristor conduz da ordem de 180º. Uma vantagem nessa forma de
controle é que os circuitos de comutação, como mostrado na seção de Comutação em
Corrente Contínua, podem ser usados.
Se a carga que for alimentada pelo inversor uma indutância, a corrente em cada ramo
estará atrasada em relação à tensão, como mostra a Fig. 12. Quando o tiristor T 1 é
disparado, o tiristor T4 é bloqueado, mas devido à corrente de carga, que não pode
inverter, o único caminho é através do diodo D (ver Fig. 24). Então a fase da carga é
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60 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
conectada ao positivo da fonte CC mas enquanto a corrente de carga não atingir t 1, o
tiristor T1 não apresentará condução. Argumentos similares são apresentados ao ciclo
reverso em t2.
O controle da tensão do inversor trifásico pode ser implementado pela soma de dois
inversores monofásicos, com atraso de fase entre eles e com saídas combinadas de tal
maneira que via transformador possa ser obtida em uma saída total trifásica. Dessa
maneira podemos obter as saídas mostradas na Fig. 13.
A técnica de modulação por largura de pulso (PWM) pode ser usada ilustrado na Fig. 14
(com referência ao circuito da Fig. 9), em que as três senóides de referência modulam a
forma de onda triangular de alta freqüência para determinar os instantes de disparo de
cada tiristor. A explicação sobre essas formas de onda é similar à dos inversores
monofásicos.
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62 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Fig. 12 - Formas de onda para disparos com 180º com uma carga indutiva.
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Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 63
Fig. 14 - Formas de onda PWM para um inversor trifásico
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64 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Fig. 15 - Inversor monofásico com corrente constante.
( a ) Circuito. ( b ) Formas da corrente na carga.
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Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 65
Fig. 16 - Inversor trifásico de corrente constante na fonte.
( a ) Circuito. ( b ) Corrente de linha (carga).
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66 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Fig. 17 - Inversor trifásico com transistores de potência
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Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 67
Fig. 18 - Ilustração do fluxo de potência reverso num inversor trifásico. ( a ) Circuito e
referência. ( b ) Fluxo de potência na carga CA, com atraso no fator de potência. ( c )
Corrente de carga CA, com atraso de 90º, com fator de potência zero. ( d ) Corrente de
carga com atraso maior que 90º, isto é, com fator de potência adiantado. ( e ) Formas de
onda para corrente senoidais.
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68 Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
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Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 69