Apostila - Orientação de Pais (A)
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Orientação Para Pais
Veruska Santos
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Avaliando esses dois eixos nas práticas parentais, quatro estilos parentais
foram definidos: (Oliveira, 2002; Werber, 2012).
São pais muito carinhosos e aceitam tudo o que os filhos fazem, mas
impõem poucas regras e não monitoram o cumprimento das poucas regras,
muitas vezes são os filhos que estabelecerem suas próprias regras. São pais
QUE NÃO SABEM DIZER “NÃO” e oferecem coisas materiais em excesso, têm
receio de não serem amados pelos seus filhos. Os filhos de pais permissivos
apresentam apego demasiado a coisas materiais, não têm tolerância à frustração
e não se sentem capazes de realizar as coisas por si mesmos e são crianças
muito exigentes. (Weber, 2012). Esse estilo parental é preditor de: boa
autoestima; baixa empatia; resultados escolares baixos; problemas de
comportamento; comportamento agressivo; sintomas externalizantes e fraco
apego aos pares.
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3) Estilo Parental Negligente: Pouco Limite e Pouco Afeto
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educação além da idade de deixar a escola; taxas mais baixas de problemas
internalizantes e externalizantes; menor envolvimento com uso de substâncias;
menor envolvimento em brigas e episódios de bullying. Sem sombra de dúvidas
é o promotor de um desenvolvimento saudável e que privilegia a auto eficácia e
autonomia. Esse estilo parental desenvolve crianças líderes que aprendem a
respeitar os outros, assumem responsabilidades sobre seus comportamentos,
são mais tolerantes à frustração, otimistas, e sentem-se amadas e valorizadas.
É importante entender que essa classificação é didática e que as famílias,
em geral, circulam entre esses estilos parentais, isso significa dizer que, às vezes
a mãe adota um estilo e o pai outro, principalmente levando em consideração a
estrutura atual de muitas famílias separadas onde o pai constitui uma outra
família e a mãe também. Isso pode ser bom ou não para a criança, precisa ser
avaliado e como cada criança tem necessidades emocionais diferentes é preciso
observar caso a caso. O mais importante é os pais perceberem e identificarem
suas práticas parentais e adaptá-las ao que promover maior saúde e bem estar
à família.
Dentro de um programa de orientação de pais, os principais tópicos a
serem abordados com os pais, são: LIMITES E REGRAS, PUNIÇÃO E
REFORÇO, AFETIVIDADE E DIÁLOGO E COMUNICAÇÃO.
Quando uma nova família nasce, se leva aos filhos a forma de comportar-
se aprendida em cada família de origem materna e paterna e é natural que
algumas dúvidas em relação ao estabelecimento de regras e limites surjam
como: Quais serão as regras e os limites da nova família, agora cônjuges mais
filhos? E como falar de respeito das regras com os filhos?
As crianças não passam a comportar-se como os pais desejam
magicamente, precisam passar por um processo de aprendizagem que vai desde
a aquisição de regras, a aplicação das mesmas até a internalização destas como
repertório de comportamentos adquiridos pela criança. Esse processo exige
dedicação e envolvimento dos cuidadores.
Os pais precisam apresentar regras aos seus filhos e monitorá-las, o que
implica em definir o que o filho deve fazer, quando e como, e, também,
supervisionar o cumprimento das regras e monitorar as atividades do filho. A
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obediência dos filhos é muito maior se a explicação for clara, incluindo o que se
deve fazer, quando, também, as consequências, caso a criança desobedeça.
O uso de punições, não educa e não modifica os comportamentos
indesejados além de gerar ressentimentos e problemas na interação pais e filhos
comprometendo afeto e cooperação. (Koberg, Sachetti, & Vieira, 2006).
O reforço é uma consequência que valoriza o comportamento
aumentando as chances de que o mesmo se repita. É uma estratégia
comportamental que frequentemente promove o aumento de comportamentos-
alvos, podendo ser realizado de muitas formas. O reforço, ou recompensa, pode
abranger algo positivo ou remover algo negativo.
Apresente consequências ao comportamento adequado: reforce, elogie,
recompense, mostre orgulho.
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LIMITES DADOS COM AFETIVIDADE aos filhos são ALTAMENTE
EFETIVOS, crianças que recebem ordens com afeto, onde os pais explicam com
firmeza e carinho o motivo da regra, tendem a obedecer e ouvir mais os pais.
Demonstrar amor e afeto nunca é demais e não anula a função disciplinadora
dos pais.
Quando a comunicação é POSITIVA e funcional, há expressão de
opiniões de ambos os lados, consideração das preferências dos filhos, incentivo
a falar sobre problemas e, também, disponibilidade para ouvir o filho. As trocas
e diálogos contribuem para o aumento da confiança da criança em si mesma e
no sentimento de acolhimento das suas emoções.
Não basta expressar sentimentos, é preciso que os pais o façam de
maneira socialmente adequada, apontando, no caso de sentimentos negativos,
qual o comportamento de que não gostaram, dizendo o que sentiram frente ao
comportamento da criança e sugerindo alternativas para que se comporte de
forma mais adequada sem acusações (Weber, 2012).
Construir uma parentalidade boa o suficiente envolve: relacionamentos
sustentadores contínuos; proteção física, segurança e regras; experiências que
respeitem as diferenças individuais; experiências adequadas ao
desenvolvimento; estabelecimento de limites, organização e expectativas;
comunidades estáveis, amparadoras e de continuidade cultural (Brazelton e
Greenspan, 2002).
Louis & Louis, 2015 acrescentam à construção de uma parentalidade boa
o suficiente: tempo de qualidade; empatia e validação dos sentimentos; conexão
e aceitação; autonomia saudável e performance; limites realistas (regras claras
e pais unidos); ser otimista e encorajador (estimule cooperação); dar opções e
uma segunda chance; valores e senso de pertencimento; reparação e
reconexão.
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Referências Bibliográficas
BR, Sahithya & MANOHARI, Shroff & VIJAYA, Raman. Parenting styles and
its impact on children – a cross. (2019).
CROUCH, E., RADCLIFF, E., BROWN, M., & HUNG, P. Exploring the
association between parenting stress and a child's exposure to adverse
childhood experiences (ACEs). Children andYouth Services Review, 102,
186-192, (2019).https://doi.org/10.1016/j.childyouth.2019.05.019.
Cultural review with a focus on India. Mental Health, Religion & Culture. 1-
27. 10.1080/13674676.2019.1594178.
LOUIS, John & LOUIS, Karen. Good Enough Parenting. Morgan James
Publishing. (2015).
WEBER, Lidia. Eduque com carinho. Equilíbrio entre amor e limites. Editora
Juruá. (2012).
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