Denipoti Historiadores Citando Historiadores
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afirmações de verdades e a
construção do discurso histórico
(Diogo Borel e as traduções da
Constituição francesa)
Cláudio DeNipoti
www.praticasdahistoria.pt
Práticas da História, n.º 7 (2018): 133-160
Cláudio DeNipoti
Cláudio DeNipoti*
2 José Carlos Reis, Escola dos Annales: a inovação em história (São Paulo: Paz e Terra, 2000);
Peter Burke, A escola dos Annales 1929-1989: a revolução francesa da historiografia (São
Paulo: Unesp, 1992); Carlos Antonio Aguirre Rojas, Fernand Braudel e as ciências sociais
(Londrina: EDUEL, 2003).
3 Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT), Ministério do Reino, cx 576, of. 44.
136 Cláudio DeNipoti
Esta não foi a primeira nem a última vez que Diogo Borel e outros
membros de sua família se viram às voltas com a repressão e a censura
aos livros proibidos. Embora os Borel fossem livreiros bem estabeleci-
dos na cidade de Lisboa desde meados da década de 1760, legalmente
vendendo livros proibidos àqueles leitores autorizados pela Real Mesa
Censória a lê-los, em 12 de julho de 1779 Diogo Borel se viu envolvido
nas redes de repressão dessas mesmas obras. Naquele dia, sua loja e seu
depósito doméstico, bem como os de outros livreiros de origem francesa,
foram revistados, por ordem dos censores, resultando na apreensão de
uma grande quantidade de livros. Ao saber que outros livreiros foram
detidos, Diogo (cujo tio e fundador da casa livreira, Pedro Borel, fora
preso pelos mesmos motivos em 1771) escreveu à Rainha, apresentando
“as razões que o isentavam de culpa”:
8 Anonyme [attribué à Carrère], Tableau de Lisbonne en 1796 (Paris: Jansen éditeur, 1797),158-59.
9 Em uma historiografia bastante mais vasta, ver: Maria Teresa Esteves Payan Martins, A cen-
sura literária em Portugal nos séculos XVII e XVIII (Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian,
2005), 467-68; Luiz Carlos Villalta, Reformismo ilustrado, censura e práticas de leitura: usos do
livro na América Portuguesa (Tese de Doutoramento, Universidade de São Paulo, 1999); Luís
António de Oliveira Ramos. “Da aquisição de livros proibidos nos fins do século XVIII: (casos
portugueses),” Revista da Faculdade de Letras: História 04/05 (1973-1974): 329-38. Cláudio
DeNipoti, “Comércio e circulação de livros entre França e Portugal na virada do século XVIII
para o XIX ou quando os ingleses atiraram livros ao mar,” Revista Brasileira de História 28,
n.º 56 (2008): 431-48; Cláudio DeNipoti. “O livreiro que prefaciava (e os livros roubados): os
prefácios de Francisco Rolland e a circulação de livros no império português ao fim do século
XVIII,” História: Questões & Debates 65. nº 1 (2017): 385-411.
138 Cláudio DeNipoti
que deveriam abandonar o país.14 Dois anos depois, Diogo, João Baptis-
ta e Cesário solicitaram o levantamento do sequestro dos seus bens im-
posto pelo governo em função das “prudentes e acertadas providencias
do governo deste Reino a respeito dos estrangeiros de origem francesa”,
alegando sempre terem desejado “permanecer neste Reino pretendem
naturalizar-se para gozarem das graças e privilegios dos naturaes de-
le”.15 A afirmação de lealdade para com Portugal não convenceu as
autoridades, que emitiram uma ordem de prisão para todos os sócios,
com instruções de serem remetidos à corte, no Rio de Janeiro. Em 26
de outubro de 1811, João Baptista foi solto e Diogo e Cesário seguiram
para o Brasil no navio “Princeza Carlota”, acompanhados dos papéis
apreendidos em sua loja.
17 Luís A. de Oliveira Ramos, Sob o signo das “luzes” (Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da
Moeda, 1988); Martins, A censura, 777-878.
18 Diogo Ramada Curto, “Prefácio,” 12.
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19 Simão José da Luz Soriano, História da guerra civil e do estabelecimento do governo par-
lamentar em Portugal, comprehendendo a historia diplomatica, militar e politica d’este reinho
desde 1777 até 1834 (Lisboa: Imprensa Nacional, 1866), 1: 404.
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Cabe destacar aqui que Luz Soriano teve uma trajetória políti-
ca atrelada ao movimento liberal português. Da mesma geração que
Alexandre Herculano e Almeida Garrett, e contemporâneo de Oliveira
Martins, Luz Soriano escreveu a partir de um ponto de vista político
claro – o liberalismo (ele estivera exilado nos Açores e participara da
guerra civil de 1834 ao lado de D. Pedro).21 Além disso, a obra de Luz
Soriano, em sua maior parte escrita na segunda metade do século XIX,
era marcada pelo desencanto com o liberalismo clássico, já que ele “evo-
luíra de um republicanismo teórico antiorganicista para uma esquerda
monárquica progressista e, sobretudo, apartidariamente nacionalista”.22
A narrativa factual de Luz Soriano também é pensada em termos de sua
rejeição dos extremos políticos em foco no século XIX: o despotismo,
por um lado, e a demagogia, por outro. Percebe-se, então, que o texto
sobre as ações efetuadas pelo embaixador francês e pelo Intendente de
polícia surgem na obra de Luz Soriano como denúncia dos extremos do
despotismo. Em termos historiográficos, podemos pensar a obra de Luz
Soriano como adequada aos seus projetos políticos que vinculavam a
escrita da história a projetos nacionais, mantendo em mente a máxima
de Cícero, da história como escola da vida.23
24 Otto Karmin, “La Revolution française vue de l’intendance de Lisbonne (1792-1796),” Revue
historique de la Révolution Française et le Empire 14 (1919): 81-107.
25 Manuel Borges Grainha, Histoire de la franc-maçonnerie en Portugal, 1733-1912 (Lisboa:
A Editora, 1913).
144 Cláudio DeNipoti
28 Academia das Ciências de Lisboa, Memórias da Academia das Ciências de Lisboa, Classe
de Letras. (Lisboa: Academia das Ciências de Lisboa, 1941), 141.
29 Paulo da Rocha Dias. O amigo do rei: Carlos Rizzini, Chatô e os Diários Associados. (Flo-
rianópolis: Letras Contemporâneas, 2004).
30 Carlos Rizzini, O livro, o jornal e a tipografia no Brasil, 1500-1822 (São Paulo e Rio de
Janeiro: Kosmos, 1946), 264.
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31 Carlos Rizzini Hipólito da Costa e o Correio Brasiliense (São Paulo: Companhia Editora
Nacional, [1957]), 67
32 Teófilo Braga, Bocage: Sua Vida e Época Literária (Braga: Edições Vercial, 2014).
33 Lucileide Costa Cardoso, “Nelson Werneck Sodré: Censura, Repressão e Resistência,” Anos
90 20, n.º 37 (2013).
34 Nelson Werneck-Sodré, História da imprensa no Brasil (Rio de Janeiro: Graal, 1966), 16.
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37 Fernando A. Novais, Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial (1777-1808) (São
Paulo: HUCITEC, 1979): 211.
38 Rebecca Gontijo, “A história da historiografia no Brasil, 1940-1970: apontamentos sobre sua escrita,”
Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH (julho 2011) (Disponível em http://www.
snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300912250_ARQUIVO_ANPUH2011TextoRebecaGontijo.pdf).
Historiadores citando historiadores 149
39 Graça Almeida Rodrigues, Breve história da censura literária em Portugal (Lisboa: Institu-
to de Cultura e Língua Portuguesa, 1980), 43.
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40 Graça Silva Dias e José Sebastião da Silva Dias, Os primórdios da maçonaria em Portugal
(Lisboa: Instituto Nacional de Investigação Científica, 1980), 360.
41 José Hermano Saraiva, História de Portugal (Lisboa: Publicações Alfa, 1983), 183.
42 Jacques Marcadé, “L’Épiscopat portugais et la Révolution Française”, Revista Portuguesa
de História XXIII (1988): 100.
43 Afonso Carlos Marques dos Santos, No rascunho da nação: inconfidência no Rio de Janeiro
(Rio de Janeiro: Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Departamento Geral de Documen-
tação e Informação Cultural, 1992), 64.
Historiadores citando historiadores 151
44 Luís António de Oliveira Ramos, “Notas sobre o trajar dos portugueses à Revolução France-
sa,” Intercâmbio: Revue d’Études Françaises=French Studies Journal 05 (1994): 7.
45 Ramos, “Notas,” 16.
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46 José Augusto dos Santos Alves, “A opinião pública em Portugal (1780-1820)” (Tese de Dou-
toramento, Universidade Nova de Lisboa, 2000), 160.
47 Luís Carlos Villalta, 1789-1808 – O império luso-brasileiro e os Brasis (São Paulo: Compa-
nhia das Letras, 2000), 26.
48 Marianne Reisewitz, “O ideário iluminista no Brasil,” Entre passado & futuro; revista de
história contemporânea 1 (maio 2002): 47.
49 Adelto Gonçalves, Bocage, o perfil perdido (Lisboa: Editorial Caminho, 2003), 185.
50 Ana Cristina Araújo, A cultura das luzes em Portugal: temas e problemas (Lisboa: Livros
Horizonte, 2003), 87.
Historiadores citando historiadores 153
51 António Egídio Fernandes Loja, Crónica de uma revolução; a Madeira na Revolução Liberal
(Funchal: Empresa Municipal Funchal 500 anos, 2008).
52 Michèle Janin-Thivos, “Répression et censure durant les «Invasions Napoléoniennes». Une
voie étroite pour les Français installés au Portugal,” Rives méditerranéennes 36 (2010): 34.
53 Ana Cristina Araújo, “Napoleão Bonaparte e Portugal. Patriotismo, Revolução e Memória
Política da Resistência,” Carnets, Invasions & Évasions. La France et nous; nous et la France
(outuno-inverno 2011-2012): 14; Ana Cristina Araújo, “Napoleão Bonaparte e Portugal: mo-
mento constitucional e imaginário político de uma geração,” in Uma coisa na ordem das coisas:
estudos para Ofélia Paiva Monteiro, org. Carlos Reis, José Augusto Bernardes e Helena Santa-
na (Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2012), 15.
54 Araújo, “Napoleão,” 16.
154 Cláudio DeNipoti
Conclusão
55 Marisa Midori Daecto e Lincoln Secco, “Sedictious books and the idea of revolution in Bra-
zil,” in Books and Periodicals in Brazil: 1768-193. A transatlantic perspective, org. Ana Cláudia
Suriane Silva e Sandra Vasconcelos (Londres: Legenda/Routledge, 2014), 52.
56 António Cruz. O Norte na História e na tradição. Crónica semanal. (RTP, 28/12/1971).
http://museu.rtp.pt/app/uploads/dbEmissoraNacional/Lote%2052/00019257.pdf.
57 Luís Rosa. Bocage, a vida apaixonada de um genial libertino (Lisboa: Editorial Presença, 2006).
58 Fernando Vendrell (Realizador) e José Sarmento de Matos (Consultor Histórico). RTP –
Radiotelevisão Portuguesa. Bocage – Sinopse. s./d. http://tv.rtp.pt/wportal/press/fxs_fotos/
apresentacao_bocage/Bocage.pdf.
Historiadores citando historiadores 155
Estes, por sua vez, flutuaram entre uma análise desta reação ao
estabelecimento do evento como “verdade” historiograficamente esta-
belecida (iniciado por Luz Soriano, no século XIX, com o evento por
ele citado tomado por seu valor de face) e a suspicaz análise de Luís
António de Oliveira Ramos. O fato de se reproduzir esta convicção de
verdade, porém, não altera o que se pode pensar sobre a qualidade e a
natureza científica do trabalho dos autores que a citam.
59 Robert Darnton. Edição e sedição; o universo da literatura clandestina no século XVIII (São
Paulo: Companhia das Letras, 1992); Roberto Darnton. Os dentes falsos de George Washington
– um guia não convencional para o século XVIII (São Paulo: Companhia das Letras, 2003);
Robert Darnton. The devil in the Holy Water; or the art of slander from Luis XIV to Napoleon
(Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 2010); Robert Darnton. Poetry and the police
– coommunication networks in Eighteenth-Century Paris (London: The Belknap Press, 2010).
156 Cláudio DeNipoti
Embora diversos dos trabalhos escritos a partir dos anos 1980 ti-
vessem em mente processos sociais amplos, nos quais a referência aos li-
vros de Borel era meramente um “detalhe corroborativo”, não provocou
estranhamento o excessivo volume editorial, com o respectivo empenho
financeiro que um tal empreendimento significaria à época, como pode-
mos ver ao compararmos outros empreendimentos editoriais, como o do
Arco do Cego ou alguns dos esforços editoriais de Francisco Rolland60
Do ponto de vista historiográfico, a citação sequencial demonstrada
provoca a imaginação do historiador sobre quantas dessas mesmas “ver-
dades” historiograficamente definidas existem e se perpetuam pelo uso
recorrente das citações. O evento em si foi apropriado e perpetuado
pela historiografia, com diferentes tipos de apropriação e graus de cui-
dado com sua consistência, como boato.61 Descontextualizado, o fato
justifica posições políticas distintas, conforme a maré das tendências
flui. Contextualizado, ele existiu sobretudo como sintoma do medo co-
letivo de tudo o que soasse minimamente francês, confirmando o temor
da circulação de escritos incendiários e a violência (e ineficácia) da cen-
sura. Neste caso, os métodos de trabalho da história do livro, adotados
como ponto de partida investigativo gerado por pesquisa anterior,62
puderam ajudar a perceber essas tomadas de posição que perpetuaram
a referência não problematizada aos “doze mil exemplares” da Consti-
tuição, mandados traduzir e circular por Portugal em 1793.
60 Fernanda Maria Guedes de Campos, Diogo Ramada Curto e Ana Paula Tudela, A Casa
Literária do Arco do Cego: bicentenário,(1799-1801): “sem livros não há instrução” (Lisboa:
Biblioteca Nacional/Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1999); DeNipoti, “O livreiro que pre-
faciava,” 385-411.
61 O boato como fonte histórica tem sido explorado por historiadores de forma bastante
sistemática. Basta lembrar que Marc Bloch escreveu Os reis taumaturgos, instigado pelos
boatos que presenciou nas trincheiras, preocupando-se com as operações sociais provocadas
pela crença no milagre dos reis. Ver: Marc Bloch, Os reis taumaturgos (São Paulo: Companhia
das Letras, 1993), 23. A obra de Robert Darnton sobre o boato como força política, presente
em diversos dos seus livros, também ilustra o uso – e a importância – do boato na prática dos
historiadores.
62 Cláudio DeNipoti, “O embaixador; o livreiro e o policial. Circulação de livros proibidos e
medo revolucionário em Portugal na virada do século XVIII para o XIX,” Varia Historia 30,
n.º 52 (2014): 129-50.
Historiadores citando historiadores 157
Fontes e Referências
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158 Cláudio DeNipoti