Resumo Politicas Publicas de Saúde p1
Resumo Politicas Publicas de Saúde p1
Resumo Politicas Publicas de Saúde p1
- É muito utilizada para descrever as doenças infecciosas, pois permitiu o sucesso na prevenção de diversas doenças.
- O vetor pode ser necessário para fechar o ciclo de transmissão entre agente e o susceptível.
- O agente pode ser de natureza: biológica, genética, química, física, psíquica e psicossocial.
MODELO BIOMÉDICO: Tem lógica unicausal, também designada como lógica linear, procurando identificar uma causa a qual,
por determinação mecânica, unidirecional e progressiva, explicaria o fenômeno do adoecer, direcionando a explicação a se
tornar universal.
-Caracterizado pela ênfase nos aspectos biológicos, individuais e pela abordagem mecanicista.
- O corpo é visto por partes, fragmentado em sistemas (separado) órgãos, tecidos e células.
- Estruturado um conhecimento cada vez mais especializado.
- Os esforços concentravam-se no diagnóstico e cura da doença (ex.: Se o problema está no fígado, eu vou olha o fígado,
identificar a doença e pensar na cura) - esse modelo explicativo não está preocupado com o que causou a doença, com quais os
fatores que impactaram que tem risco de acometimento, a intenção é olhar para doença, olhar para o diagnóstico e para cura.
- Conselho de saúde era negligenciado ou secundarizado e o indivíduo deixou de ser o centro da atenção médica. A partir disso
olha para o foco
Nesse modelo a doença é definida como desajuste ou falta de mecanismos de adaptação do organismo ao meio ou ainda como
a presença de perturbações causadoras de desarranjos na função de um órgão, sistema ou organismo. Nessa perspectiva, as
doenças são definidas pela ação de agentes patogênicos e o agente etiológico será entendido sempre como o causador de toda
doença
MODELO MULTICAUSAL: Considera múltiplas determinações para explicar o processo saúde e doença.
Após a segunda guerra mundial:
Teve uma transição epidemiológica - diminuição da importância das doenças infecto-parasitárias comparadas às doenças
crônico-degenerativas. O perfil epidemiológico da população mudou e isso requereu uma mudança no modelo explicativo do
processo saúde-doença. Várias abordagens foram propostas para compreender o processo saúde-doença como síntese de
múltiplas determinações, dentre elas o modelo ecológico, também conhecido como modelo da história natural das doenças.
MODELO ECOLOGICO OU MODELO HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA: Os dois principais modelos ecológicos são a tríade
ecológica (agente, hospedeiro e meio ambiente) e a dupla ecológica (hospedeiro e meio ambiente)
Diferença: a dupla tem ausência do agente que está presente na tríade e a ampliação do conceito de ambiente e hospedeiro.
Na dupla ecológica podem ser considerados inúmeros fatores do hospedeiro (estilo de vida, herança genética, anatomia,
fisiologia etc.) e do ambiente (saneamento, presença de vetores, disponibilidade de serviços de saúde, moradia etc.) como
causadores da doença, dentro de um processo interativo, no qual tais fatores exercem influência entre si.
A tríade ecológica é modelo bastante conhecido e também muito utilizado para representar as doenças infecciosas.
O conjunto de processos interativos que compreendem a inter-relação do agente etiológico, do susceptível e do meio ambiente,
passando desde as variações ambientais/biológicas, que criam um estímulo patógeno, até a resposta do susceptível a este
agente, e que pode levar o indivíduo a doença, a invalidez, a recuperação ou a morte. É um modelo de prevenção.
- Valorização da noção de prevenção de doenças (vai ver o que pode ser feito para prevenir essa doença, fazer o modelo antes
do adoecimento ou período pré-patogênico e ver o adoecimento que é o período patogênico e o desfecho o que vai acontecer
a partir de quando o paciente desenvolveu essa doença)
- Conhecimento epidemiológico ganha novo método para delineamento sistemático da prevenção e controle de doença nas
populações.
* Vertente epidemiológica ou período pré-patógeno: A patologia ainda não está manifesta; Os determinantes intrínsecos ao
sujeito estruturam disposições ao adoecimento; É influenciado por fatores: sociais ambientais e próprias do susceptível; Esse
período etiológico está também designado no nível de atenção primária, porque podemos atuar com ações de prevenção,
promovendo a saúde (com educação, por exemplo) e protegendo especificamente a saúde (por exemplo, com vacinas)
* Vertente patológica ou período patógeno (o susceptível está desenvolvendo a doença). Iniciam-se as primeiras alterações no
estado de normalidade; Perturbações bioquímicas em nível celular; Distúrbios na forma e função de órgãos e sistemas; Pode
evoluir para defeito permanente (sequela), cronicidade, morte ou cura.
* Desenlace (o que vai acontecer, como vai evoluir, vai evoluir para morte ou para invalidez ou para cura)
DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE E DA DOENÇA:
- Estrutura social como modeladora dos processos de produção da saúde ou doença;
- Noção de causalidade é substituída pela noção de determinação (além da estrutura social ser vista como a causa ela é um das
determinantes que leva ao processo saúde e doença);
-As condições ligadas à estrutura social é considerada na explicação de saúde e da doença
MODELO DE PRODUÇÃO SOCIAL DA SAÚDE: Esse modelo tem como principal fundamento a busca por explicações sociais (não
biológicas) para a ocorrência e a manutenção de doenças na sociedade, pois procura identificar a epidemiologia social das
doenças, considera as diferentes dimensões da vida envolvidas nesse processo, como aspectos históricos, econômicos, sociais,
culturais, biológicos, ambientais e psicológicos que configuram uma determinada realidade sanitária. Dentre os vários modelos
propostos para a compreensão dos determinantes sociais na saúde, podemos destacar o Modelo de Dahlgren e Whitehead
Influência em camadas
Se quisermos combater as iniquidades de saúde, devemos conhecer melhor as condições de vida e de trabalho dos diversos
grupos da população. Precisamos, ainda, saber estabelecer as relações dessas condições de vida e de trabalho, por um lado,
com determinantes mais gerais da sociedade e, por outro, com determinantes mais específicos, próprios dos indivíduos que
compõem esses grupos
Módulo II - Evolução histórica das políticas de saúde
Antropologia da saúde: a antropologia como ciência é compreendida como âmbito de saber que procura conhecer
cientificamente a pessoa humana na sua totalidade.
- Nasce a partir do movimento sanitário
- Vem se desenvolvendo em um ambiente pluridisciplinar juntamente com várias disciplinas que configuram o campo de saúde
- Tem se consolidado como elemento disciplinar estratégico das análises de saúde.
É deixar de olhar somente para o campo biológico e olhar para tudo que impacta esse processo saúde-doença. O doente é um
personagem social. Diversos aspectos relacionados ao processo de saúde e doença, nortearão o modo como a sociedade e a
gestão se comportam, impactando no modo assistencial oferecido. Esses determinantes se relacionam entre si na saúde pública.
Tais como: condições de vida, condições de habitação, ambiente de trabalho e higiene.
Ocorre principalmente em populações vulneráveis. É necessária a implementação de políticas que promovam mudanças de
comportamento.
INTEGRAÇÃO CULTURAL: é uma abordagem acerca de concepções culturais afim de evitar deficiências de comunicação e de
cumprimento de tratamento. Para que possa ser oferecido a sociedade serviço de saúde de qualidade precisa ser considerado
quais fatores culturais esse paciente traz (qual minha comunicação com ele, o que esses fatores, percepções e olhar da cultura
que ele traz impacta no seu processo de saúde e doença).
Exemplo de problemas relacionados a cultura: problemas relacionados a sexualidade e outros aspectos clínicos, pode ser
negligenciado na população feminina por desconforto para abordar tais assuntos. Outro fator é a religião, pode atuar auxiliando
no processo de enfrentamento de determinadas doenças, situações mais críticas, em culturas e religiões mais restritas pode
prejudicar o tratamento.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL:
PRIMEIRA REPÚBLICA 1889-1930
Cenário geral: O país é governado por oligarquias dos Estados mais ricos SP, MG, RJ, nessa época tem a predominância da cultura
do café; 1888 ocorre a abolição da escravatura gerando a crise de mão de obra de correntes migratórias, migrantes vindo
principalmente da Itália, Espanha e Portugal. Foi observado no cenário da saúde: falta de políticas sociais e de saúde
pertinentes, agravamento das condições sociais como a chegada da nova mão de obra e surgimento de epidemias de febre
amarela e peste bubônica dentre outros. *1890 - 1900: médicos higienistas receberam incentivos e cargos para controlar as
epidemias, mesmo assim mantém-se a política de desigualdade e uma situação caótica de saúde.
MODELO ASSISTENCIAL CAMPANHISTA: trazia consigo a ideia de que a mobilização dirigida para finalidades específicas poderia
obter vitórias expressivas contra as doenças, a concentração de recursos aliada aos conhecimentos técnicos e científicos era
entendida como capaz de promover a erradicação ou controle definitivo da doença alvo. *Foram criados e implementados
serviços e programas de saúde pública em nível nacional.
O sanitarismo campanhista está ligado ao modelo econômico agroexportador, exigia o sistema de saúde política de saneamento
dos espaços de circulação das mercadorias exportáveis e erradicação ou, controle das doenças que poderiam afetar a
exportação.
A frente da diretoria geral de saúde pública esteve Oswaldo Cruz que organizou e implementou instituições públicas de higiene
e saúde no Brasil, esse paralelo adotou o modelo das campanhas sanitárias destinado a combater as epidemias urbanas e mais
tarde as endemias rurais, foi instituído o sentido militar das campanhas.
ASSISTÊNCIA MÉDICA: a população mais pobre buscava atendimento filantrópico através de hospitais mantidos pela igreja e
recorria a medicina caseira que levou ao surgimento de movimentos urbanos. *A partir disso surge a Lei Elói Chaves (1923) que
institui as caixas de aposentadorias e pensões CAP e um novo regulamento para o departamento nacional de saúde pública que
visava a extensão dos serviços de saneamento Urbano e rural além de higiene industrial e materno-infantil.
ERA VARGAS 1930 - 1945
Cenário Geral: a situação política é marcada pela crise do café no cenário Mundial, no Brasil institui-se o estado novo e Getúlio
Vargas assume o poder, esse período é marcado por uma atuação populista e autoritária voltada para a população urbana e
empregada. No contexto da saúde observa-se a criação do ministério da educação e saúde, uniformização da estrutura dos
departamentos estaduais de saúde, atuação voltada para condições sanitárias mínimas que favoreceram a infraestrutura
necessária para suportar o contingente migratório, tem a criação do serviço especial de saúde pública SESP com atuação voltada
para as áreas não cobertas pelos serviços tradicionais (1942), relativo avanço da atenção à saúde pelo interior, criação dos
institutos de aposentadorias e pensões IAPs.
PERIODO DE REDEMOCRATIZAÇÃO 1945-1964
Cenário Geral: grandes manifestações populares contra a ditadura resultou na desistência de Getúlio Vargas (1945), em 1946
houve a elaboração de uma constituição democrática de inspiração liberal, sob o argumento de combate ao comunismo e
corrupção e em virtude do contexto mundial de transição a ditadura militar e imposta a partir da revolta de 64, em 1953 teve
a criação do ministério de saúde, cabia a ele a menor fração do ministério da educação e saúde, também ocorre crescimento do
setor privado através da doação e empréstimos pelo governo.
MODELO ASSISTENCIAL PRIVATISTA: surgiu na década de 20 e expandiu-se na década de 40 e serviu como um embrião para o
modelo liberal privatista que se acentuou após 1964, buscou atender a necessidade de assistência dos trabalhadores urbanos e
industriais, mudou a lógica assistencial agora o foco não era mais sanear os espaços mas cuidar dos corpos dos trabalhadores a
fim de manter sua capacidade produtiva, o estado foi caracterizado como financiador do sistema e o setor privado nacional
tornou-se o maior prestador de serviços de assistência médica.
GOVERNO MILITAR 1964-1980
Cenário Geral: Em 31 de março de 1964 um golpe de Estado liderado pelos chefes às forças armadas dá um fim ao governo
Vargas, período caracterizado por: intensa concentração de renda e empobrecimento da população e suspensão da participação
dos representantes dos empregados e empregadores nos institutos de aposentadorias e pensões, 1966: ocorreu a fusão das
IAPs e criação do instituto nacional de previdência social INPS, 1974: ocorre a criação do ministério da previdência e assistência
social, impactando na saúde com a criação do fundo de apoio ao desenvolvimento social FAS, é uma estratégia de ação do
estado na área social ao apoiar financeiramente o desenvolvimento de projetos do setor público nas áreas: saúde, trabalho,
saneamento, previdência educação e assistência social.
No cenário de saúde observa-se que esse período é caracterizado por aumento da mortalidade e da morbidade da população,
o quadro epidemiológico evidenciava a coexistência de doença infecto-contagiosa e doença crônica-degenerativa (ex.: Doença
de chagas, esquistossomose e malária), o ministério da saúde reduz as verbas destinadas à saúde pública, as políticas de
planejamento reforçaram a privatização dos serviços médicos através da compra de serviços pela previdência, privilégio da
saúde como elemento individual e não como fenômeno coletivo (a saúde não é vista como um todo), ensino médico
desvinculado da realidade sanitária da saúde e focado na especialização, relação médico-paciente e serviço de saúde população
autoritária, mercantilizada e tecnificada. Esse cenário de insatisfação de regressão levou ao surgimento do MOVIMENTO
SANITÁRIO. Observa-se ainda que os INPS enfrentaram a grave crise financeira, foi criado o instituto nacional de assistência
médica da previdência social INAMPS que se responsabilizaria pela prestação de assistência médica individual aos trabalhadores
urbanos e rurais, ocorre a criação da central de medicamentos (CEME) com o objetivo de proporcionar o acesso à população de
baixa renda os medicamentos e regular a produção e distribuição estatais.
DECADAS DE 80 E 90
Cenário Geral: observa-se a falência do modelo econômico do regime militar, com descontrole infracionário, a sociedade
mobilizava-se exigindo liberdade, democracia e eleição direta do Presidente da República, em 1990 o presidente Fernando Collor
de Mello tomou posse e adotou a política neoliberal que no campo de saúde refletia na queda de qualidade do sistema público.
No cenário de saúde, em 1980 foi lançado o prev-saúde durante a VII CNS, mas foi rejeitado por ser muito "progressista"
propunha a hierarquização das formas de atendimento e que a atenção primária se configurasse como porta de entrada de
serviço, como alternativa foi apresentado o conselho nacional de administração de saúde previdenciária CONASP que
apresentou o plano de reorientação da assistência à saúde no âmbito de previdência social - plano CONASP.
NO PLANO CONASP: propôs o reforço a organização da assistência médica, a priorização das ações primárias com ênfase na
assistência ambulatorial, a integração das instituições nos três níveis federais, municipais e estaduais, a utilização plena da
capacidade de produção e a participação complementar da iniciativa privada.
A partir do plano CONASP o governo assumiu a crítica ao modelo de saúde providenciaria e deu início ao processo de mudança
na medicina privada e mercantil, ele apresenta o PLANO DE AÇÕES INTEGRADAS DE SAÚDE (AIS) como uma estratégia
governamental que contemplava interesses municipais estaduais e propunha o estabelecimento de convênios como o ministério
da providência e assistência social. As ações integradas de saúde são transformadas no sistema unificado e descentralizado de
saúde SUDS que representou o modelo de transição para o sistema único de Saúde SUS, o SUS foi criado pela constituição de
1988 e regulamentado dois anos depois pelas leis no 8080/90 e 8142/90
O SUS é constituído pelo conjunto de ações e serviços de Saúde prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais
e municipais e complementarmente por iniciativa privada que se vincula ao sistema.
Em 1986 acontece VIII conferência nacional de saúde, o relatório das conferências serviu de base para as negociações na
assembleia nacional constituinte, em 1988 a assembleia nacional constituinte aprovou a nova constituição brasileira incluindo
pela primeira vez uma seção sobre a saúde. O presidente Fernando Collor adiou a convocação da IX conferência nacional de
saúde bem como a regulamentação da Lei orgânica de saúde (Lei 8080) que foi aprovada com vetos, os vetos foram negociados
e parcialmente recuperados na lei no 8142, em 1991 é criada a comissão de interjestores de tripartite CIT, composta pelo
ministério de saúde, secretaria de saúde estaduais e municipais e comissão de interjestores bipartite CIB composta pelas
secretarias de saúde estaduais e municipais.
REFORMA SANITÁRIO: iniciou-se nos primeiros anos da ditadura militar, nasceu dos movimentos sociais: popular, sindical,
estudantil, profissionais de saúde e acadêmico. Foi parcialmente incorporado pelo estado a partir da constituição de 1988, em
seu braço acadêmico contou com a associação brasileira de pós-graduação em saúde coletiva (ABRASCO) e com o centro
brasileiro da saúde (CEBES). Nos anos 80 apresentava-se como forte reação às políticas de saúde implementadas, emergindo
como uma alternativa concreta para a reformulação no sistema de saúde, criticava o modelo hospitalocentrico, propunha a
ênfase em cuidados primários e a prioridade do setor público e objetivou lutar pelo direito universal e equânime da saúde.
A reforma sanitário representou um marco na trajetória de saúde pública brasileira e atuou como um divisor de águas para a
construção de um novo momento na história das políticas sociais do país.
As ideias propostas da reforma sanitária eram influenciadas pelo marco conceitual: movimento preventista que trazia as ideias
da medicina integral, medicina preventiva e de medicina comunitária (países latino-americanos) e medicina social (Europa).
Difundia um novo paradigma científico com a introdução das disciplinas sociais na análise do processo saúde-doença trazendo
conceitos como: determinação social da doença e organização social da prática médica.
VIII CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE: aconteceu em 1986 com ampla participação de trabalhadores, governo, usuários e
parte dos prestadores de serviços de saúde, foi discutida a saúde de forma ampliada tendo como propostas centrais: conceito
ampliado de saúde, participação popular, reconhecimento da saúde como direito, constituição e ampliação de ornamento da
saúde e criação do SUS.
A partir dessa conferência foram provados os principais pontos na carta Magna de 1988 foram: o direito universal à saúde, a
saúde como um dever do Estado, a constituição do SUS integrando todos os serviços públicos em uma rede, a preservação dos
princípios aprovados pela VIII conferência, a participação do setor privado do SUS de forma contemplar e a proibição da
comercialização de sangue e seus derivados.
Módulo III - Legislação do SUS e seus mecanismos de implantação
Princípios e diretrizes: constituem as regras pétreas do SUS
Princípios: base filosófica, cognitiva e ideológica do SUS.
Diretrizes: forma, estratégias e os meios de organização do sistema para sua concretização.
CONCEITO E PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS:
No SUS nós temos os princípios (universalidade, equidade e integralidade)
do SUS e as diretrizes ou princípios organizativos do SUS (participação
popular, regionalização e hierarquização descentralização e comando
único)
Esses três princípios vão ser a base de todo o sistema, eles vão ter que
nortear e orientar todas as ações executadas no âmbito do SUS todas as
políticas implementadas no âmbito do SUS e a realização do serviço
propriamente dito. Já as diretrizes os princípios organizativos do SUS vão
dizer como implementar isto na prática.
PRINCÍPIOS DA UNIVERSALIDADE: O SUS é um direito universal - Direito a saúde: a todos os cidadãos, acesso sem discriminação
- igualdade de acesso, não restrito apenas para aqueles que trabalham formalmente ou que contribuem diretamente para algum
tipo de seguro saúde.
PRINCIPIOS DA INTEGRALIDADE: a integralidade pode apresentar diversos sentidos: crítica à separação existente entre ações
preventivas e curativas, crítica da atenção à saúde como algo exclusivamente biológico, conceito ampliado de saúde - diversas
dimensões que determinam a produção da saúde e da doença, política de saúde voltada para que as necessidades de grupos
específicos e integradas com outras políticas de saúde, formação dos profissionais de saúde e organização integradora dos
conhecimentos e das práticas de trabalho como eixo norteador do processo educativo.
DIRETRIZES:
Descentralização: corresponde a distribuição da esfera federal para a estadual e municipal de: poder político, responsabilidades
e recursos. A legislação do SUS e suas normas operacionais definem: as atribuições comuns de cada ente federativo, o papel e
as responsabilidades de cada esfera do governo na organização e operacionalização do SUS.
Regionalização: busca distribuir de forma mais racionalizada e equânime os recursos assistenciais no território. É a organização
do sistema voltado para a noção de território, onde se determinam critérios que vão nortear as ações e serviços de uma região:
perfis populacionais, indicadores epidemiológicos e condições de vida e suporte social. Quanto mais perto o sistema estiver:
maior sua capacidade de identificar as necessidades da população e melhor a forma de gestão do acesso aos serviços de saúde.
Hierarquização: propõe ordenar o sistema de saúde por níveis de atenção e estabelecer fluxos assistenciais entre os serviços. A
racionalização deve ser norteada pela hierarquização dos níveis de complexidade requeridos pelas necessidades de saúde das
pessoas.
Participação da comunidade: é assegurada pela constituição federal, é regulada pela lei número 8142/90, dispositivos
permanentes de formulação e acompanhamento das políticas no interior do sistema de saúde. É executada mediante: a
participação dos segmentos sociais organizados nas conferências e nos conselhos de saúde nas três esferas de governo e através
da participação em colegiados de gestão nos serviços de saúde.
SUS - DECRETO 7.508/2011
Regulamenta a lei número 8.080/90 para dispor sobre: organização do SUS, articulação interfederativa, planejamento da saúde
e assistência à saúde.
Região de saúde: espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de municípios limítrofes, delimitado a partir de
identidades culturais, econômicas e sociais e de rede de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados e tem a
finalidade de integrar a organização o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde. É uma estratégia para facilitar
a organização do serviço do fluxo de pacientes através dos níveis de atenção conforme a necessidade que o paciente apresentar.
A organização dos serviços de saúde em regiões tem como objetivos: garantir o acesso resolutivo de qualidade à rede, efetivar
o processo de descentralização, com responsabilização compartilhada, favorecendo a ação solidária e cooperativa entre os entes
federados, reduzir as desigualdades loco-regionais por meio da conjuração interfederativa de recursos. Contrato organizativos
de ação pública COAP: principal produto gerado com a implantação dos dispositivos previstos no decreto, o objetivo é organizar
os fluxos e a oferta de serviços de saúde em uma região, traz uma série de avanços: monitoramento intenso das ações, foco em
resultados concretos, utilização de mecanismos de incentivo, dentre outros.
REDE DE ATENÇÃO A SAÚDE: conjunto de ações e serviços de Saúde articulados em níveis de complexidade crescente com a
finalidade de garantir a integralidade de assistência à saúde.
Integralidade de assistência de saúde: se inicia e se completa nas redes de atenção mediante referenciamento do usuário nos
níveis regional e interestadual conforme pactuado nas comissões interjestores, criação da RENAME - Relação Nacional de
Medicamentos, criação da RENASES - Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde e humanização do atendimento do usuário
que se torna determinante para o estabelecimento das metas de saúde previstas no COAP
CONTROLE SOCIAL E FINANCEIRO DO SUS: o financiamento do SUS está previsto na constituição que prevê fatores de
pagamento, percentuais a serem gastos em saúde e divisão e o repasse dos recursos entre as esferas de governo. A
regulamentação do financiamento foi realizada pela lei 8.080/90 e lei 8.142/90
Lei 8.080/90: define que os planos municipais de saúde são os instrumentos centrais de planejamento para definição e
implementação de todas as iniciativas do âmbito da Saúde.
Lei 8.142/90: trata dos condicionantes para recebimento de recursos federais e da participação da comunidade na gestão do
SUS, orienta a formação dos conselhos de saúde nos âmbitos nacional estadual e municipal.
Essa lei se dá a partir dos Conselho de saúde: órgão colegiados compostos por representantes do governo profissionais e
prestadores de serviços de saúde e usuários - atua na formação de estratégia e no controle da execução das políticas de saúde
nas instâncias correspondentes inclusive nos aspectos econômicos e financeiros e tem suas decisões homologadas pelo chefe
do poder executivo. (Os conselhos de saúde são compostos em 50% pelos usuários, e os outros 50% por trabalhadores da Saúde,
prestadores de serviço de saúde e representantes do governo.
CONSELHO MUNICIPAL DE SAUDE: apresenta-se como o espaço de prática da participação social no processo decisório das
políticas públicas de saúde, independente da convocação nacional os municípios podem e devem realizar suas conferências
visando: avaliar a saúde no município, propor diretrizes para a organização do sistema e das práticas de saúde e subsidiar a
construção do plano municipal de saúde.
COMISSÕES INTERGESTORAS: instâncias de representação, monitoramento e pactuação política e administrativa envolvendo
as três esferas do governo para: exercício de gestão compartilhada e participativa, definição de encargos sanitários de forma
compartilhada pelos gestores.
Comissão intergestores Tripartite (CIT): estabelece pactos entre representantes do ministério de saúde, de CONASS e do
CONASEMS.
Comissão intergestores Bipartites (CIB): estabelece pactos entre os municípios com a coordenação de gestão estadual.
Conselho nacional de secretarias municipais de saúde (CONASEMS) e conselho nacional de secretários de saúde (CONASS)