Centro Universitario Santa Maria Curso de Bacharelado em Arquitetura E Urbanismo

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CENTRO UNIVERSITARIO SANTA MARIA CURSO DE BACHARELADO EM

ARQUITETURA E URBANISMO

LARISSA MARIA DE SOUSA

PROPOSTA PROJETUAL DE UMA HABITAÇÃO ESTUDANTIL NA CIDADE DE


CAJAZEIRAS - PB

CAJAZEIRAS – PB
2023
1
1 INTRODUÇÃO

A habitação estudantil é um tipo de residência temporária destinada a estudantes de


diferentes cidades, estados ou até mesmo países (FERNANDES, 2015). Este tipo de construção
exerce uma grande influência na vida dos acadêmicos, uma vez que seu propósito vai além de
servir como moradia, podendo contribuir significativamente para o desenvolvimento da carreira
profissional.
Para estudantes universitários que moram longe de suas instituições de ensino, a moradia
estudantil é uma opção comum. Essa acomodação pode ser encontrada dentro do campus, em
suas proximidades ou em outras partes da cidade, oferecendo opções de moradia mais acessíveis
(EDUCA MAIS BRASIL, 2023).
Nos últimos anos, o acesso ao ensino superior no Brasil aumentou devido às políticas
públicas de promoção da educação (SANTOS, 2018). Em 2001, foi estabelecido o PNE (Plano
Nacional de Educação), com a meta de oferecer educação superior a pelo menos 30% dos jovens
de 18 a 24 anos até 2010. Com a criação do Sisu (Sistema de seleção unificada) associado as
mudanças no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), as universidades deixaram de utilizar
o vestibular como método de seleção de alunos e passaram a adotar o sistema ENEM e SISU
(SANTOS, 2018). Isso permitiu maior mobilidade interna para os estudantes e ofereceu uma
ampla variedade de opções de cursos e universidades.
Conforme o Ministério da Educação (2010) suas estatísticas preliminares sobre as
matrículas realizadas na primeira edição do SISU apontam que 25% dos alunos que se
submeteram ao SISU decidiram estudar fora de seu estado de origem. Anteriormente, essa
proporção girava em torno de 1%. De acordo com Li (2016, p. 14) “Esse estudo traz evidências
de que a implementação do Sisu levou a um aumento [...] da migração entre municípios [...] e
da migração entre estados.”
O processo de criação do ensino superior na cidade de Cajazeiras ocorreu no ano de
1965 no dia 19 de março, com a criação da Fundação de Ensino Superior de Cajazeiras – FESC.
Logo após a criação da FESC, foi criada a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de
Cajazeiras - FAFIC, a primeira universidade de Cajazeiras, porém, mesmo depois de criada não
funcionava, o funcionamento só ocorreu de fato em 1970 autorizado pelo Decreto Federal n°
66.472, quando foi realizado o primeiro vestibular (KASSIA, 2011).
A FESC, por meio da FAFIC, implantou na modalidade presencial seis cursos
superiores (KASSIA, 2011). Em seguida na década de 1990 veio o Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) ( JOAQUIM), ofertando o
Na década de 2000 iniciou o seu funcionamento o Centro Universitário Santa Maria
(UNIFSM) ofertando na modalidade presencial 1 2 cursos (UNIFSM, 2018) e o Centro de
Formação de Professores da Universidade Federal de Campina Grande (CFP/UFCG) (Joaquim)
E posteriormente a Faculdade São Francisco da Paraíba (FASP), ofertando 2 cursos e mais
adiante 5. (MEC, 2017)
A partir dessa época abriram novas Faculdades que evidenciam a evolução do ensino
superior e destaca cada vez mais a cidade como referência de um polo universitário na região.

2 OBJETIVOS
geral: Desenvolver anteprojeto arquitetônico de moradia estudantil para universitários
das redes pública e privada na cidade de Cajazeiras – PB.
• Projetar um equipamento localizado próximo aos principais campus
universitários para contribuir para a mobilidade dos estudantes universitários na
cidade de Cajazeiras.
• Propor um ambiente que promova a convivência dos estudantes tanto para
atividades de lazer como para estudo.
• Propor espaços flexíveis conforme a necessidade e perfil do residente, tanto para
os com melhores condições, quanto para os socioeconomicamente menos
favorecidos.

3 METODOLOGIA
4 REFERENCIAL TEÓRICO

1. As universidades e o ensino superior no Brasil


1.1 - A Chegada das Universidades no Brasil

A fim de um melhor entendimento, é fundamental conhecer um pouco sobre as


universidades, onde surgiram, como funcionava e outras informações. De acordo com Nawate
(2014), o termo universidade está relacionado a instituições pluridisciplinares onde se gradua
toda a universalidade de conhecimento e troca de experiências aliada a relacionamentos sociais.
No século XIX, com a chegada da família real portuguesa ao Brasil, Dom João VI
começou a providenciar uma infraestrutura educacional apropriada para que garantisse a
sobrevivência da corte (GOMES et al., 2014). Com a transferência da Corte para o Rio de
Janeiro, as instituições criadas do que se pode chamar de ensino superior, eram em sua grande
maioria, ligadas ao cuidado com a defesa militar da colônia, como afirma Mendonça (2000):
“[...] cria-se, no Rio de Janeiro, a Academia de Marinha, e, em 1810, a Academia Real Militar, para a
formação de oficiais e de engenheiros civis e militares. Também em 1808, criaram-se os cursos de
anatomia e cirurgia, para a formação de cirurgiões militares, que se instalaram, significativamente, no
Hospital Militar [...]”
No início eles ofereceram apenas cursos específicos, e mais adiante se tornaram
faculdades. Outros cursos disponibilizados referiam-se ao ensino de economia, agricultura,
química e desenho técnico. Posteriormente, esses cursos deram início a criação de escolas e
faculdades profissionalizantes que constituíram o grupo de instituições de ensino superior até a
República. Consequentemente vários cursos foram inseridos após a proclamação da República,
em outras regiões do país (GOMES et al., 2014).
A primeira universidade a surgir no brasil foi em rio de janeiro em 1920, a Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), criada pelo governo federal a partir da integração de três
escolas profissionais existentes e posteriormente foi criada a Universidade de Minas Gerais, em
1927 seguindo os mesmos princípios da UFRJ. (GOMES et al., 2014).
Logo após, surgiram outras universidades no mesmo modelo, como a Universidade de
São Paulo, em 1934, criada pelo movimento liderado por Fernando Azevedo que buscava,
recuperar a hegemonia política paulista, perdida na época da crise do café. (SOUZA, 2019).
Além das universidades particulares, e universidades federais criadas entre a década de 1.940 a
1.950 nas cidades de Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Pará e Paraíba. (GOMES
et al., 2014).
Com o impacto do populismo, o ensino superior passou por determinados surtos de
expansão no país. Cunha (1983) ressalta algumas particularidades desse processo de expansão,
como o número de universidades existentes no país em 1945, que cresceu de 5, para 37, em
1964, nessa mesma época as instituições isoladas cresceram de 293 para 564.
Em 1968, o sistema universitário foi transformado por meio de reforma universitária, na
modernização das carreiras, cursos e do enaltecimento de professores, aumento de vagas e na
estrutura e suporte estudantil. Desde a década de 1990, as universidades expandiram com o
domínio de instituições privadas (GOMES et al., 2014).
Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), em 1.998
havia 153 instituições de ensino superior no Brasil, sendo 77 públicas e 76 privadas; porém no
último censo de 2.021 esse número passou para 2.574 instituições, sendo 313 públicas e 2.261
privadas. Desse modo, com o grande número de universidades, ocorreu um crescimento
considerável no tráfego de universitários de várias regiões, criando a necessidade de
infraestrutura habitacional para os estudantes.

1.2 A interiorização do ensino superior

2.0 A cidade de cajazeiras como polo universitário

3. A moradia universitária
3.0 História da moradia estudantil

Antes de adentrar sobre a história da moradia estudantil é importante destacar o


surgimento do conceito que viria a ser a moderna moradia estudantil: espaços, geralmente
vinculados a uma instituição de ensino, para auxiliar na formação de estudantes que migraram
de seu local de origem para estudar e conviver com outras pessoas em condições semelhantes
aos mesmos (SOUSA; SOUSA, 2009).
O tema moradia estudantil tem ligação com o surgimento das universidades, pois uma
das primeiras instituições surgiu na cidade de Ouro Preto em 1.969, a Universidade Federal de
Ouro Preto (UFOP), cidade onde chegou a primeira moradia estudantil pela necessidade de
fixação de alunos para estudar e professores para ensinar na instituição (GOMES et al., 2014).
Sua história tem início quando Ouro Preto deixa de ser capital do estado de Minas Gerais
dando lugar a Belo Horizonte havendo como consequência um esvaziamento populacional no
município, fazendo com que 45% da população deixem suas casas vazias e abandonadas.
(MENICONI, 1999).
Como estavam abandonadas, e como os estudantes precisavam de moradia, passaram a
ocupá-las e conserva-las, pagando aluguéis baixos, surgindo aos poucos as repúblicas que são
administradas pela Casa dos Estudantes de Ouro Preto. Dentro de pouco tempo, as repúblicas
estavam superlotadas e mais repúblicas eram necessárias. Posteriormente, a UFOP estabeleceu
14 repúblicas. (MACHADO, 2003)
De acordo com Machado (2014) havia várias repúblicas existentes na cidade. Entre elas,
está a República mais antiga do Brasil a Castelo dos Nobres (Figura 2) em Ouro Preto,
pertencente a UFOP e fundada em 1919 por estudantes de engenharia.
Após a Revolução de 1930, aconteceu outro marco referente a moradias estudantis,
quando se estabeleceram novas regras para a educação brasileira, nas quais o presidente Getúlio
Vargas promoveu a consolidação de um sistema de moradias estudantis ou alojamentos
universitários. Um exemplo resultante desse movimento de assistência estudantil foi a Casa do
Estudante de Pernambuco (CEP), fundada em 1931 (MACHADO, 2003).
Entre 1950 e 1964, o processo de expansão das moradias universitárias se intensificou à
medida que aumentava o número de vagas no ensino superior. A moradia universitária com o
maior número de alunos residindo nesse período é a CRUSP (Figura 3), criada em 1963 para
dar funções a prédios abandonados (MACHADO, 2003).
Atualmente no Brasil, existem vários tipos de habitações estudantis que são geridas por
instituições da rede pública ou privada. Segundo Nawate (2014) atualmente são mais de 115
residências estudantis localizadas em diversos estados do Brasil nas mais diversas tipologias,
desde pequenas repúblicas, casas de estudantes, como também às modernas residências
universitárias, como o CRUSP em São Paulo.
Trazendo o contexto das moradias estudantis para a cidade de Cajazeiras/PB, atualmente
existe uma única moradia estudantil que é vinculada ao campus CFP/UFCG. De acordo com o
edital são distribuídas vagas para a residência universitária feminina e a masculina localizadas
no campus Cajazeiras, que fazem parte dos programas de assistência estudantil (NAGASHIMA
e ALVEZ, 2023).

3.1 A influência da moradia universitária na vida do estudante

Entende-se que a formação superior universitária, é um processo que além da


aprendizagem de conteúdos formais para a especialização, deve ser entendido como um dos
requisitos para poder desenvolver o potencial humano e social dos alunos (DIAS SOBRINHO,
2007).
O ensino superior adquiriu novas dimensões neste mundo de comunicações, portanto é
o principal espaço público para a produção de conhecimento e formação dos estudantes. Com
isso, desafios institucionais se impõem na perspectiva de garantir a diversidade dos novos
alunos e dotá-los de condições adequadas para sua formação.
Como afirma (BORDIM, 2019) “O objetivo da moradia estudantil é proporcionar ao
acadêmico, ambiente favorável e propício para absorver integralmente a aprendizagem,
permanecer na universidade e concluir o ensino superior.” Porém, é fundamental reconhecer
que moradia estudantil contém tanto situações e condições positivas quanto negativas
(GARRIDO, 2012, 2015).
É importante entender que muitas vezes esses estudantes se encontram em situação de
vulnerabilidade social e econômica, enfrentam diversas formas de exclusão educacional, sejam
elas expressas por escassez nas oportunidades de estudo na cidade em que reside, ou mesmo
carências culturais, preconceitos e precárias condições de escolarização (Sobrinho, 2010).
Dessa forma, concluir o ensino superior oferece a sensação de superação de histórias
pessoais e familiares, a realização de sonhos e a possibilidade do respeito social que um diploma
universitário proporciona (Lemos, 2017).
Conforme Jesus e Schneide (2021) “[...] os estudantes que habitam esses espaços
compartilham a convivência diária com colegas de diferentes realidades sociais, advindos de
outras cidades [...]”. Com isso, é necessário reconhecer que a convivência no ambiente
universitário está claramente sujeita à criação de significados e sentidos diversos que podem ser
ou não contraditórios.
As residências estudantis podem afetar a vida de um estudante de diferentes maneiras,
como psicológicas e sociais. Do lado psicológico, por exemplo, sair de casa pela primeira vez
para morar na própria universidade demandou um atendimento psicológico maior aos alunos da
Universidade de Brasília (OSSE, 2008).
Trazendo a ideia de que a moradia universitária é a casa do estudante, Bertoletti (2011)
assegura que existem elementos no ambiente residencial que podem influenciar o bem-estar
físico e emocional do residente, ocasionando benefícios a sua saúde e afetando de maneira
positiva seu comportamento. Elementos estes, que causam estímulos notados sensorialmente
pelo homem no ambiente residencial. São eles: luz, cor, forma, som, textura e aroma.
Panta (2019) afirma que o impacto de uma boa arquitetura pode melhorar a vida e a
convivência de muitas pessoas, gerando percepção e sentimento. A importância de alguns
elementos como: conforto visual, luminoso, térmico e acústico, se bem aplicados num espaço
de trabalho, podem torná-lo funcional, confortável e ao mesmo tempo interessante, estimulante
e agradável.
O conceito de moradia estudantil é mais amplo do que apenas habitar, e oferecer a
garantia da permanência dos alunos, pois um estudante residente tem maior envolvimento com
as atividades curriculares da universidade, além disso, questões culturais, sociais e mudanças
na rotina afetam significativamente a vida dos acadêmicos podendo ser de forma positiva ou
negativa (BORDIM, 2019). Dessa forma, é imprescindível uma moradia universitária bem
planejada arquitetonicamente para os residentes, pois assim irão obter um melhor desempenho
acadêmico e melhores experiencias vividas durante o período da graduação.

REFERENCIAS

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estudantil para a cidade de Vila Velha. Trabalho de conclusão de curso. Universidade Vila
Velha. Vila Velha, 2015.
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14
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