Ap2 - Hist Local
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Projeto de Extensão
Introdução
O presente projeto foi elaborado para a execução de uma disciplina Eletiva presente na
configuração do novo Ensino Médio. O que é esse novo Ensino Médio? o ensino médio por se
tratar da última etapa da educação básica e por possibilitar nortear os jovens com relação seu
futuro é historicamente espaço de disputas e discussões, observando o constituição do ensino
positivista que no Brasil podemos perceber que foi ainda no contexto da Ditadura Militar
(1964 a 1985),
no início da República e na década de 70, com a escola tecnicista. Foi muito
divulgado por intermédio do Apostolado Positivista que se incorporou ao
movimento pela proclamação da república e da elaboração da constituição de 1891.
O movimento republicano apoiou-se em ideias positivistas para formular sua
ideologia da ordem e do progresso, graças particularmente à atuação de Benjamim
Constant (1836-1891). (ISKANDAR, 2002, p. 3)
Posto como fruto do período da ditadura, podemos constatar a visão capitalista dentro
das tendências liberais nas estruturas pedagógica desse modelo de ensino, ou seja:
O discurso tecnicista prioriza a técnica e retira do professor a subjetividade inerente
ao processo educacional, dessa maneira, o ensino passa a ser condicionado ao
objetivo da função técnica, colocando o objetivo pedagógico do professor e a
aprendizagem do aluno em segundo plano, como se o ambiente escolar fosse um
ambiente de trabalho, onde o professor apenas supervisiona e o aluno busca o
objetivo da função técnica. (LOPES, 2020, p. 2)
Desta maneira, para o ensino de história não se tornar redundante para os estudantes,
pensei na proposta de trabalhar uma história que converse com a vida dos alunos, buscando
compreender o processo de ocupação do seu próprio estado/cidade tentando fugir também do
ensino sobre o ensino da criação das primeiras cidades do Sudeste que pouco lhe dizem
respeito durante os próximos blocos. Buscando compreender como a sociedade, durante o
período colonial, se organizavam de forma religiosa, econômica e cultural.
No segundo momento da disciplina os alunos trabalham sobre o surgimento das
cidades e o processo de urbanização do “Brasil”, convidando os mesmos a investigar e
identificar problemas urbanos. Para minha surpresa, os únicos problemas que são expostos
pela apostila disponibilizada eram sobre o eixo Rio-São Paulo, enquanto havia um único
parágrafo sobre o processo de urbanização das regiões Nordeste, Norte e Sudeste, os estados
de São Paulo e Rio de Janeiro foram homenageados com uma ou duas páginas.
Portanto, busquei adaptar as mesmas atividades para as cidades natais de cada aluno,
em forma de seminários os alunos buscaram notícias que tratassem sobre Déficit de moradia e
habitações precárias; déficit no atendimento de transporte público e etc. Incorporando os
alunos em seu próprio espaço-tempo fugindo da história dos grandes eixos econômicos
mundiais, criando um novo olhar sobre a cidade e o incorporando como sujeito modificante
da sua própria sociedade, pois ao analisar estes problemas cada aluno apresentou uma maneira
de como lutar para modificação da sua cidade.
Um ponto positivo desta disciplina é como ela foge do ensino factual pela
dinamização destes blocos por conta de sua interdisciplinaridade trabalhamos inúmeros
conceitos sociológicos, geográficos e filosóficos envolvendo todas as áreas das Ciências
Humanas. No terceiro momento, os alunos, após conseguirem consciência histórica dos
problemas estruturais de sua cidade, trabalharam propostas de intervenções diretas que
pudessem mudar a vida de pessoas do seu bairro.
O segundo e terceiro bloco partirá de inúmeros estudos sobre o processo de
urbanização e apresentará estudos de casos para os alunos. Então no início da última etapa o
aluno deverá conseguir identificar problemas e entender sua comunidade como integração
social e cultural. Os alunos vão criar suas próprias propostas e criando propostas de
intervenções políticas baseadas em acordos internacionais de sustentabilidade e buscando a
erradicação da pobreza.
Para a execução desta disciplina será necessário em torno de 24 aulas, sendo dividida,
7 aulas para o primeiro bloco sobre a origem da sociedade e a sua relação com os rios, 7 aulas
para o segundo bloco sobre o processo de urbanização e os problemas ambientais e 10 aulas
para o terceiro bloco que será mais prático, porém longo, pois haverá participação direta dos
alunos no processo de criação da aula.
Na falta de um paradidático sobre História de Sobral para o ensino médio, tive que
utilizar um paradidático do Fundamental 11 que me auxiliou em vários assuntos, juntamente
com livro História do Ceará2 do Airton de Farias e a unidade de aprofundamento do Instituto
Uno.
Considerações finais
1 Santos, Lidia Noemia. Construindo Sobral – Fortaleza: Edições Demócrito Rocha/ Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/ Brasil - Ministério da Cultura/ Governo do Estado do
Ceará /Banco do Nordeste, 2011.
2 Farias, Airton de. História do Ceará - Fortaleza : Armazém da Cultura, 2015.
compreensão mais profunda e envolvente dos eventos históricos que ocorreram na região em
que o aluno vive.
Ao trazer a história local para a sala de aula, os alunos têm a oportunidade de se
conectar com o passado de sua própria comunidade, entender como ela se desenvolveu e quais
foram os principais eventos que a influenciaram. Essa abordagem permite que os estudantes
se sintam mais engajados, pois conseguem identificar a importância da história local em suas
vidas e compreender como ela se relaciona com a história nacional e global.
Além disso, ao adaptar a disciplina de história para um contexto regional, é possível
explorar recursos locais, como museus, arquivos históricos, monumentos e até mesmo
entrevistas com pessoas da comunidade que vivenciaram os eventos históricos em questão.
Isso proporciona uma experiência mais concreta e vivencial aos alunos, permitindo que eles
vejam os conceitos abstratos da história ganharem vida diante de seus olhos.
Por meio dessa abordagem, os alunos também têm a oportunidade de desenvolver um
senso de identidade e pertencimento à sua comunidade, valorizando sua cultura e tradições.
Ao compreender a história local, eles se tornam agentes ativos na preservação e no
compartilhamento dessa história, contribuindo para a valorização do patrimônio cultural da
região.
Em suma, ao aproximar o estudo de história local à realidade do aluno e adaptar a
disciplina para um contexto regional, é possível proporcionar uma aprendizagem mais
significativa, envolvente e relevante. Essa abordagem permite que os estudantes se conectem
com sua própria história, compreendam sua identidade cultural e desenvolvam um apreço pelo
patrimônio histórico de sua região.
Referências
SANTOS, Lidia Noemia. Construindo Sobral – Fortaleza: Edições Demócrito Rocha/
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/ Brasil - Ministério da Cultura/
Governo do Estado do Ceará /Banco do Nordeste, 2011.
ISKANDAR, Jamil Ibrahim; LEAL, Maria Rute. Sobre o positivismo na Educação. Revista
Diálogo Educacional, vol. 3, núm. 7, septiembre-diciembre, 2002. Disponível em:
https://www.redalyc.org/pdf/1891/189118078007.pdf
CORSO, Angela Maria Corso; SOARES, Solange Toldo. O ensino médio no Brasil: dos
desafios históricos as novas diretrizes curriculares nacionais. X ANPED SUL,
Florianópolis, outubro de 2014. Disponível em: http://xanpedsul.faed.udesc.br/arq_pdf/2085-
0.pdf